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Rede São Paulo de Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP Ensino Fundamental II e Ensino Médio São Paulo 2011

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  • Rede So Paulo de

    Cursos de Especializao para o quadro do Magistrio da SEESP

    Ensino Fundamental II e Ensino Mdio

    So Paulo

    2011

  • UNESP Universidade Estadual PaulistaPr-Reitoria de Ps-GraduaoRua Quirino de Andrade, 215CEP 01049-010 So Paulo SPTel.: (11) 5627-0561www.unesp.br

    Governo do Estado de So Paulo Secretaria de Estado da EducaoCoordenadoria de Estudos e Normas PedaggicasGabinete da CoordenadoraPraa da Repblica, 53CEP 01045-903 Centro So Paulo SP

  • A formao dos Estados americanos

  • sumrio tema ficha

    SumrioVdeo da Semana ...................................................................... 3

    A formao dos Estados americanos .............................................3

    Um incio de conversa ................................................................................3

    2.1 O territrio colonial hispano-americano ..........................................4

    2.2 Independncia e os novos estados nacionais ......................................6

    Canal do Panam ...................................................................... 7

    A Amrica Central e o Caribe ....................................................................9

    A Guiana: Departamento Francs ........................................... 11

    Referncia .............................................................................. 12

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    edefor Mdulo III D

    isciplina 06 Tema 2

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    sumrio tema ficha

    Vdeo da Semana

    A formao dos Estados americanosUm incio de conversa

    A ruptura do sistema colonial europeu na Amrica foi um produto da crise das monarquias do Velho Mundo. Foi, ao mesmo tempo, um elemento crucial para o desenvolvimento dessa crise, que desembocou na dissoluo do Absolutismo. O processo de independncia das colnias americanas foi uma manifestao da transio da Europa na direo do liberalismo e do parla-mentarismo.

    Essa transio, que se estende de 1775 a 1848, correspondeu constituio dos estados oci-dentais contemporneos, cujo trao distintivo repousa no conceito da soberania popular, contra-posta soberania real. O ato inicial dessa transio no aconteceu na Europa, mas na Amrica: a Revoluo Americana (1775-1783) precedeu e preparou a Revoluo Francesa de 1789.

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    A Revoluo Americana foi conduzida pelas elites comerciais e fundirias das Treze Col-nias, unidas na rejeio aos impostos e taxas metropolitanos que sugavam a riqueza colonial. Seus lderes, homens ricos, refinados e cultos, beberam nas fontes intelectuais do Iluminismo. A igualdade original entre os homens, de Jean-Jacques Rousseau, e a separao dos poderes, de Locke e Montesquieu, orientaram a Declarao de Independncia (1776) e a Constitui-o Americana (1787). Como vimos na Disciplina 5, o processo de independncia do Brasil, em contraste com a das colnias espanholas, repudiou o ideario que orientara a Revoluo Americana de 1776 e a Revoluo Francesa de 1789. A declarao de 1822, que se completou com a dissoluo da Assemblia Constituinte e a outorga da Constituio de 1824, gerou um imprio escravista nos trpicos. A monarquia, unitria e hereditria, era o instrumento para a conservao do escravismo e para a construo da unidade territorial.

    As guerras entre as monarquias europeias atuaram como fator decisivo para as independn-cias na Amrica. A Guerra dos Sete Anos (1756-1763) envolveu a Frana e a Gr-Bretanha na disputa entre os colonos franceses e ingleses da Amrica do Norte pelo domnio sobre as terras situadas entre os Apalaches e o Mississipi. A vitria dos colonos ingleses foi o preldio da Revo-luo Americana. A revolta colonial originou-se como reao ao aumento de impostos cobrados pela metrpole sob o pretexto de compensao pela ajuda prestada na luta contra os franceses.

    No caso da Amrica Hispnica, como vimos, os movimentos de independncia ganham fora com a invaso da Espanha pelas tropas francesas de Napoleo, em 1810. Nessa aula, vamos enfocar o territrio colonial hispano-americano e a fragmentao territorial que teve lugar aps as independncias.

    2.1 O territrio colonial hispano-americano

    Durante o perodo colonial, para efeitos administrativos, as possesses espanholas na Am-rica foram divididas em quatro vice-reinados que, por sua vez, foram divididos em Audincias. Na circunscrio onde se encontrava a capital dos vice-reinados, o vice-rei, membro da no-breza espanhola, presidia a Audincia. Nas demais, nomeava-se um capito geral, com amplos poderes civis e militares sobre sua capitania.

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    Figura 3: Organizao territorial do imprio colonial hispano-americanoFonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/

    imagem/0000000732/0000023892.jpg

    O tema desta semana discutido no Portal do Professor do Mec. Veja no link abaixo a sugesto de trabalho com este e outros mapas.

    http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28023

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    A Audincia era a principal instncia governamental do territrio hispano-americano. Fun-cionava como uma espcie de tribunal, formado pelo presidente e por um conselho de juzes, que representava os interesses da Coroa de Espanha e servia de intermedirio entre ela, os funcion-rios administrativos, os colonizadores espanhis e as populaes autctones.

    A descentralizao administrativa teve como consequncia a formao de poderosas elites regionais no territrio hispano-americano. No por acaso, as sedes de Audincia - So Domin-gos, Mxico, Guatemala, Lima, Caracas e Santiago do Chile - se transformariam no ncleo das futuras repblicas independentes.

    As Audincias controlavam um nmero varivel de provncias, sendo estas divididas em mu-nicipalidades. No interior das municipalidades, organizava-se a propriedade fundiria.

    Para garantir o fluxo de mo de obra para as plantaes, foi transplantada para a Amrica uma instituio bastante utilizada na Espanha durante luta contra os mouros: a encomienda. Atravs dela, se atribua a particulares, em geral descendentes dos conquistadores, comunidades indge-nas que passariam a lhes pagar tributos em espcie ou em trabalho. Em troca, o encomendero deveria oferecer aos ndios proteo e evangelizao, alm de arcar com os custos de manuteno da parquia.

    A encomienda funcionou principalmente na rea dos antigos imprios centralizados (Vice--Reinos de Nova Espanha e Peru), onde j existia o trabalho em regime de opresso. Nos en-genhos tropicais de acar de Nova Granada e nas Antilhas os escravos negros constituram a maior parte da mo de obra.

    Com a descoberta de promissoras minas de prata em Nova Espanha e no Peru, proliferaram novas prticas de recrutamento da mo de obra. Na Nova Espanha o problema foi resolvido com importao de escravos negros e, principalmente, com a escravizao de ndios, mesmo aps esta ter sido declarada ilegal. No Alto Peru, os espanhis se utilizaram da mita, herana dos incas, para explorar as gigantescas minas de Potos.

    A mita era um sistema de prestao de servios, atravs do qual as aldeias tributrias, espalha-das em cerca de 2 milhes de Km2, enviavam anualmente a Potos um stimo de seus homens entre 18 e 50 anos. Os mitayos, como eram chamados, eram obrigados a deslocamentos de cen-tenas de quilmetros e, quando chegavam, enfrentavam as mais terrveis condies de trabalho. Durante os quinze dias de folga anuais aos quais tinha direito, muito deles eram obrigados a trabalhar para garantir a alimentao e as mantas (agasalhos).

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    2.2 Independncia e os novos estados nacionais

    Aps as independncias, a Amrica Hispnica foi fragmentada em diversos Estados, cujos contornos remetem s estruturas administrativas implantadas durante o processo de colonizao.

    O Vice-Reinado da Nova Espanha, com sede no Mxico, tinha jurisdio indireta sobre as capitanias-gerais da Guatemala e de Cuba. O processo da independncia, aps uma efmera tentativa de unio do istmo centro-americano ao Mxico, resultou na desagregao poltica de toda a regio e na formao de pequenos estados independentes.

    A guerra da independncia no Mxico desenrolou-se entre 1810 e 1821. Quando a liber-tao foi concluda, a Guatemala proclamou tambm a independncia. Em 1822 o coronel mexicano Agustn Iturbide declarou-se imperador (Agustin I), pretendendo reinar sobre o conjunto dos territrios que haviam pertencido Nova Espanha. Entretanto, no ano seguinte, em meio a desordens e revoltas, foi instituda a repblica. A Guatemala separava-se e formava a Confederao Centro-Americana. Em 1838 rompia-se a confederao com as sucessivas proclamaes de independncia de Honduras, da Nicargua, de El Salvador e da Costa Rica. Por fim, o Mxico perderia quase metade do seu territrio como resultado da Guerra com os Estados Unidos (1846-1848).

    Aps o rompimento da confederao, o istmo centro-americano conheceu guerras sucessivas, envolvendo a Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicargua. As tentativas intermitentes de formao de uma confederao entre Honduras, El Salvador e Nicargua tambm fracassaram.

    O Vice-Reinado de Nova Granada, com sede na Colmbia, abrangia tambm os atuais Panam, a Venezuela e Equador. A guerra da independncia eclodiu em Caracas, em 1810, alastrando-se para Bogot. Bolvar chefiou a luta contra os espanhis na Venezuela, que foi vitoriosa em 1817. Dois anos depois, suas tropas assumiam o controle da Colmbia. Feito presidente, Bolvar vai lutar no Equador, onde derrota os espanhis em 1822.

    A Gr-Colmbia independente representou a tentativa de conservar unidos os territrios de Nova Granada. Contudo, como vimos, o sonho bolivariano se desfez em 1830, com a reti-rada da Venezuela e do Equador, que declaram a independncia.

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    A dissoluo da unidade territorial abriu caminho para as guerras, que pontilharam o s-culo XIX. Em 1828-29 a Gr-Colmbia derrotou o Peru e em 1863 a Colmbia empreendeu guerra contra o Equador. Antes, entre 1858 e 1860 o Equador e o Peru tinham se enfrentado.

    Em 1903, a recusa do Senado colombiano em ratificar o Tratado Hay-Herrn, que concedia aos Estados Unidos o direito de construo de um canal interocenico no istmo panamenho, provoca a secesso do Panam, que se tornou um pas independente graas ao apoio concedido pelos Estados Unidos.

    O Canal do PanamTheodore Roosevelt iniciou contatos com o governo colombiano para a construo de um

    canal inter-ocenico na regio do Panam imediatamente aps assumir a presidncia dos Esta-dos Unidos, em 1901. Diante da recusa do Senado colombiano, Roosevelt incentivou a revolta dos panamenhos contra a opresso da Colmbia, ajudando a criar a Repblica do Panam, reconhecida em 1903. Por meio do tratado Hay-Bunau-Varilla, assinado em 18 de novembro de 1903, a jovem repblica concedeu aos Estados Unidos o domnio sobre uma faixa de 16 quilmetros de largura conhecida como Zona do Canal, alm do direito de interveno militar no pas. Esse tratado s foi anulado em 7 de setembro de 1977, quando os tratados Torrijos--Carter, assinados pelo Panam e pelos Estados Unidos, garantiam ao Panam o controle total do canal do Panama partir do dia 31 de Dezembro de 1999.

    Para saber mais sobre o funcionamento e as obras de ampliao do Canal do Panam, visite a seo multimdia da Autoridade do Canal do Panam (Autoridad del Canal de Panam, ACP), rgo do governo que administra o canal.

    http://www.pancanal.com/

    http://www.pancanal.com/esp/multimedia/index.html

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    O Vice-Reinado do Peru, que abrangia tambm a Bolvia e a Capitania-Geral do Chile, dispu-tou com o Mxico, durante a poca colonial, a posio de centro principal da Amrica Hispnica.

    O general argentino Jos de San Martin empreendeu a sua campanha libertadora a partir do Chile, que declarou a independncia em 1818. Dois anos depois as suas tropas derrotavam os es-panhis no Peru. Em 1824, Sucre, lugar-tenente de Bolvar, libertava a Bolvia, enquanto as tropas combinadas de San Martin e Bolvar derrotavam definitivamente as foras espanholas no Peru.

    A Bolvia separou-se em 1825 do Peru. A tentativa de formao de uma confederao entre os dois pases durou apenas trs anos (1836-39) e encerrou-se com a derrota na guerra movida contra o Chile e a Argentina. Bolvia e Peru se enfrentariam dois anos mais tarde. Em 1879-83, juntos, foram derrotados pelo Chile, na Guerra do Pacfico. Em consequncia, o Peru perdeu a regio de Arica e a Bolvia, a de Antofagasta, em Atacama, sua nica sada martima:

    A Guerra do Pacfico (1879-1883), junto com a Guerra do Paraguai, foi o mais grave conflito internacional latino-americano do sculo XIX. As 800 milhas de costa boliviana no litoral do Pacfico estavam constitudas majoritariamente pelo deserto de Atacama; muito poucos bolivianos o povoavam. Em 1866 os chilenos descobriram extensas jazidas de nitrato perto do local onde havia sido construda a antiga cidade de Antofagasta e em 1874 a Bolvia cedeu ao Chile uma parte do seu territrio de Atacama. Os chilenos extraram e exportaram nitratos segundo um acordo com a Bolvia at 1868, ano em que uma disputa degenerou em enfrentamento militar. O Chile atacou as zonas desrticas bolivianas em 1879 e o Peru entrou na guerra como aliado da Bolvia [...]. A 4 de abril de 1884 Chile e Bolvia firmaram uma trgua que assegurava um armistcio indefinido e a ocupao de Atacama pelo Chile. Em 1888 o Chile renomeou unilateralmente o territrio de Atacama, que passou a ser a provncia de Antofagasta (ATKINS, 1991, p. 397-398, traduzido pelo autor).

    A retrao territorial boliviana concluiu-se na Guerra do Chaco (1932-35), contra o Paraguai, precipitada pela descoberta de pequenas jazidas petrolferas na sop da cordilheira andina. No conflito, o pas perdeu a maior parte do Chaco Boreal, um tringulo delimitado pelos rios Pilcomayo, Paraguai e Parapeti.

    O Vice-Reinado do Rio da Prata, com sede na Argentina, abrangia o Uruguai e o Paraguai. As lutas de independncia transcorreram paralelamente. Na Argentina, um governo autno-mo foi instalado em 1810, mas a proclamao oficial se deu em 1816.

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    No Uruguai, um levante popular liderado por Jos de Artigas, em 1810, abriu a luta, que seria vitoriosa cinco anos depois. Contudo, em seguida, o pas era ocupado por tropas luso--brasileiras e depois anexado como Provncia Cisplatina. Em 1827, foras uruguaias com apoio argentino derrotavam o ocupante. No ano seguinte, sob presso britnica, a Argentina admitiu a independncia uruguaia.

    Nas dcadas seguintes, a Gr-Bretanha continuaria a manobrar pendularmente entre o Brasil e a Argentina a fim de assegurar a soberania uruguaia. Assim, o pas tornou-se um Estado-tampo entre as potncias regionais, garantindo a liberdade de movimentos britnica no esturio platino.

    A estratgia britnica no Prata fazia parte de um movimento de larga escala, voltado para o estabelecimento de uma influncia duradoura, econmica e militar, no Atlntico sul. Foi nesse contexto que se deu a anexao britnica das Ilhas Malvinas, arquiplago situado ao largo da Patagnia, em 1832.

    O Paraguai no aceitou o governo autnomo instalado em Buenos Aires em 1810 e derro-tou as tropas argentinas do general Manuel Belgrano, proclamando a independncia em 1811. Mais tarde, sob os governos de Carlos Lpez e Francisco Solano Lpez, o Paraguai comeou a desenvolver a indstria e o poderio militar, ameaando se tornar uma potncia regional. En-tre 1864 e 1870, o pas viveu uma guerra de extermnio movida pela Trplice Aliana (Brasil, Argentina e Uruguai), que devastou o pas e resultou em grandes perdas territoriais.

    A Amrica Central e o Caribe

    A Amrica Central continental foi conquistada pelos espanhis nas primeiras dcadas do sculo XVI. Partindo das terras altas do Mxico central, corao do imprio Asteca, os con-quistadores buscaram os territrios pertencentes aos atuais Guatemala e Honduras. Penetran-do em terra firme a partir do istmo panamenho, os espanhis empreenderam a colonizao da vertente pacfica da Nicargua, onde exploraram a vasta mo de obra indgena. As primeiras cidades coloniais tardaram a aparecer na Costa Rica, ento praticamente despovoada. Grana-da e Lon, na Nicargua, foram fundadas em 1524; Cartago, a primeira cidade hispnica da Costa Rica, em 1564.

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    Em 1543, a criao da Capitania Geral da Guatemala, subordinada ao Vice-Reino da Nova Espanha, englobou a totalidade do istmo centro-americano, exceo do atual territrio do Panam, subordinado ao Vice-Reino de Nova Granada. A descoberta de prata nas proximi-dades de Tegucigalpa (Honduras) transformou a regio no mais importante centro minerador da Capitania.

    Em 1821, foi proclamada independncia das provncias formadoras da Capitania Geral da Guatemala e, em 1822, toda a Amrica Central stmica - exceo de Belize e do Pana-m - passou a integrar o territrio do Mxico recm independente. No ano seguinte, a regio desligou-se do Mxico e uniu-se em uma federao que, a partir de 1830, passou a ser presi-dida pelo heri nacional hondurenho Francisco Morazn.

    A federao centro-americana no iria resistir por muito tempo. Os ncleos de povoamen-to, isolados entre si, geraram poderosas elites locais frequentemente arredias ao poder federal. Entre 1838 e 1841, Guatemala, Nicargua, Honduras, Costa Rica e El Salvador desligaram--se da federao, proclamando sua independncia e soberania. As oligarquias locais ergueram aparelhos de Estado adaptados s suas prprias necessidades. O mapa poltico do istmo cen-tro-americano ganhava contornos prximos aos atuais, com apenas uma exceo: o Panam permaneceu ligado Gr-Colmbia, e posteriormente, Colmbia, at 1903.

    O Caribe, por sua vez, define-se historicamente como espao desmembrado do imprio co-lonial espanhol e submetido a grande variedade de soberanias. Com exceo de Cuba e de parte da ilha Hispaniola (Repblica Dominicana), a metrpole espanhola perdeu os seus domnios coloniais caribenhos no final do sculo XVII. Ingleses, franceses e holandeses repartiram entre si o controle dos territrios caribenhos, que foram tambm alvo de implantao das sedes do imprio pirata sem ptria. Desse ponto de vista, o Caribe engloba Belize, colonizada pelos ingleses, e tambm a sub-regio guianense, dividida entre os ingleses, franceses e holandeses.

    No plano geopoltico, o Caribe conheceu, desde os ltimos anos do sculo XIX, o poder e a fora dos Estados Unidos. O expansionismo naval estadunidense, direcionado para o con-trole das rotas ocenicas, estabeleceu a sua hegemonia regional. Aps a abertura do Canal, nos primeiros anos do sculo XX, Washington instalou uma rede de bases nos arquiplagos anti-lhanos, estruturando um escudo de segurana em arco para proteger a implantao militar no Panam. Durante a Segunda Guerra Mundial, as bases caribenhas foram reforadas, servindo

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    de apoio logstico contra as foras navais alems na Batalha do Atlntico. A Guerra Fria e, em especial, a Revoluo Cubana (1959) conferiram uma importncia ainda maior ao aparato estratgico caribenho.

    Apenas o Haiti e a Repblica Dominicana acompanharam o processo geral de descoloni-zao da Amrica Latina, nas primeiras dcadas do sculo XIX. Cuba tornou-se formalmente independente em 1902. Os demais territrios alcanaram a soberania na segunda metade do sculo XX. Alm disso, a Guiana Francesa e vrias ilhas caribenhas permanecem politicamente atreladas s velhas metrpoles. Porto Rico um caso especial, pois um estatuto semi-colonial o prende aos Estados Unidos

    A Guiana: Departamento FrancsA Guiana Francesa a nica possesso colonial remanescente na Amrica do Sul. Ao con-

    trrio dos domnios guianenses britnico e holands, que alcanaram a soberania poltica nas ltimas dcadas, a Guiana Francesa permaneceu ligada antiga metrpole. O seu estatuto po-ltico de DOM (Departamento de Ultramar) e a administrao funciona como a das demais regies do territrio francs. A Guiana abriga um centro aeroespacial, instalado na localidade de Kourou, que entrou em atividade em 1968. Por estar situado nas proximidades da linha do Equador, o centro possui condies favorveis para o lanamento de satlites orbitais.

    O centro de Kourou (foto abaixo) serve de sede dos lanamentos do foguete europeu Aria-ne. Desde 1989, o programa espacial europeu atingiu um ritmo comercial de lanamentos de satlites, competindo nesse setor com o programa espacial norte-americano

    Imagem: Centro de Kourou, sede dos lanamentos do foguete europeu Ariane.Fonte: http://www.esa.int/esaMI/Launchers_Europe_s_Spaceport/SEMU0U374OD_1.html

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    sumrio tema ficha

    Referncia

    ATKINS, G. Pope. Amrica Latina en el sistema politico internacional. Buenos Aires: Grupo Editorial Latinomericano, 1991.

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    Regina Celia Correa de Araujo

    Raul Borges Guimares

    Ficha da Disciplina:

    Geografia Regional: Amrica Latina e frica

    http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4248926Z6http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4767238D4

  • sumrio tema ficha

    Ementa:Verifica-se no dia-adia da sala de aula a manuteno de leituras clssicas da regionalizao

    global, como a Teoria do Desenvolvimento e a dos Lugares Centrais. O resultado tem sido o descolamento da discusso com os alunos de contedos essenciais que valorizem a diversidade tnico-cultural, a cultura da paz e da solidariedade entre os povos. Por causa destas preocupa-es, o curso prope maior nfase nos estudos da Amrica Latina e frica, procurando olhar para o mundo de um ponto de vista menos europocntrico.

    Palavras chaves: Amrica Latina, frica, colonizao e descolonizao.

    Estrutura da Disciplina

    Geografia Regional: Amrica Latina e frica

    1. As invenes da Amrica

    1.1 O ideario hispoamericano

    1.2 A Inveno da Amrica Latina

    1.3 O Terceiro Mundo Americano

    2. A formao dos Estados americanos

    2.1 O territrio colonial hispano-americano

    2.2 Independncia e os novos estados nacionais

    3. frica: colonizao e descolonizao

    3.1 A partilha da frica3.2 A descolonizao

    4. A fronteiras africanas4.1 Conflitos fronteirios

    4.2 O Sudo do Sul

    5. Amrica e frica no mundo globalizado

    5.1 As organizaes regionais sul-americanas

    5.2 As organizaes regionais africanas

  • Pr-Reitora de Ps-graduaoMarilza Vieira Cunha Rudge

    Equipe CoordenadoraCludio Jos de Frana e Silva

    Rogrio Luiz BuccelliAna Maria da Costa Santos

    Coordenadores dos CursosArte: Rejane Galvo Coutinho (IA/Unesp)

    Filosofia: Lcio Loureno Prado (FFC/Marlia)Geografia: Raul Borges Guimares (FCT/Presidente Prudente)

    Antnio Cezar Leal (FCT/Presidente Prudente) - sub-coordenador Ingls: Mariangela Braga Norte (FFC/Marlia)

    Qumica: Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

    Equipe Tcnica - Sistema de Controle AcadmicoAri Araldo Xavier de Camargo

    Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

    SecretariaMrcio Antnio Teixeira de Carvalho

    NEaD Ncleo de Educao a Distncia(equipe Redefor)

    Klaus Schlnzen Junior Coordenador Geral

    Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

    Coordenador de Grupo

    Andr Lus Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

    Marcos Roberto GreinerPedro Cssio Bissetti

    Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

    Produo, veiculao e Gesto de materialElisandra Andr Maranhe

    Joo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

    Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

    Pamela GouveiaRafael Canoletti

    Valter Rodrigues da Silva

    Marcador 1Vdeo da SemanaA formao dos Estados americanosUm incio de conversa2.1 O territrio colonial hispano-americano 2.2 Independncia e os novos estados nacionais

    O Canal do PanamA Amrica Central e o Caribe

    A Guiana: Departamento FrancsReferncia

    Boto 2: Boto 3: Boto 6: Boto 7: Boto 68: Boto 69: Boto 38: Pgina 4:

    Boto 39: Pgina 4:

    Boto 44: Pgina 5: Pgina 6: Pgina 7: Pgina 8: Pgina 9: Pgina 10: Pgina 11: Pgina 12: Pgina 13: Pgina 14: Pgina 15:

    Boto 45: Pgina 5: Pgina 6: Pgina 7: Pgina 8: Pgina 9: Pgina 10: Pgina 11: Pgina 12: Pgina 13: Pgina 14: Pgina 15:

    Boto 36: Pgina 16: Pgina 17:

    Boto 37: Pgina 16: Pgina 17:

    Boto 4: