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Rede São Paulo de Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP Ensino Fundamental II e Ensino Médio São Paulo 2011

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  • Rede So Paulo de

    Cursos de Especializao para o quadro do Magistrio da SEESP

    Ensino Fundamental II e Ensino Mdio

    So Paulo

    2011

  • UNESP Universidade Estadual PaulistaPr-Reitoria de Ps-GraduaoRua Quirino de Andrade, 215CEP 01049-010 So Paulo SPTel.: (11) 5627-0561www.unesp.br

    Governo do Estado de So Paulo Secretaria de Estado da EducaoCoordenadoria de Estudos e Normas PedaggicasGabinete da CoordenadoraPraa da Repblica, 53CEP 01045-903 Centro So Paulo SP

  • Novos atores e escalas de ao

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  • sumrio tema ficha

    SumrioVdeo da Semana ..................................................................... 3

    Novos atores e escalas de ao .......................................................3

    Um incio de conversa ................................................................................3

    4.1 - A agenda ambiental ...........................................................................5

    4.2 - A fora dos jovens ............................................................................12

    Bibliografia ............................................................................ 15

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    Vdeo da Semana

    Novos atores e escalas de aoUm incio de conversa

    No dia 06 de agosto de 1945, o mundo assistiu estarrecido a exploso da primeira bomba atmica, em Hiroshima. Quase todos os edifcios foram completamente destrudos, matando de imediato 60 mil pessoas e milhares de outras vtimas alguns meses depois, em decorrncia da contaminao radioativa. O Japo se renderia no ms seguinte s foras aliadas sob a lide-rana dos Estados Unidos, encerrando a Segunda Guerra Mundial.

    Os efeitos da exploso nuclear em Hiroshima foram devastadores e despertaram a conscincia da capacidade destrutiva da humanidade, em escala planetria. Contudo, a mobilizao dos pacifis-tas no foi suficiente para evitar a corrida armamentista, que acumulou um arsenal atmico capaz de destruir 120 vezes a vida na Terra (PRINGLE; SPIGELMAN, 1981 apud VIOLA, 1987).

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    Como vimos na aula anterior, a Geopoltica mudou imensamente desde 1989. Aps a que-da do muro de Berlim, o mundo teve um deslocamento de tenses e uma crescente partici-pao econmica, poltica e cultural do que fora chamado por muitos anos como Oriente. As naes orientais e ocidentais que eram, at ento, disputadas pelo iderio capitalista ou socialista, passaram a produzir e consumir em escala cada vez maior, desvalorizando os pre-os dos produtos industriais. Por sua vez, os pases perifricos mais pobres, tanto da frica como da Amrica Latina, tiveram suas principais mercadorias (commodities agrcolas e mine-rais, principalmente) sobrevalorizadas. Assim, a antiga diviso norte (pases ricos) e sul (pases pobres) foi relativizada, com a emergncia de pases como o Brasil e a frica do Sul, forman-do novos arranjos polticos no cenrio internacional, com a valorizao das matrias-primas semi-processadas e dos recursos naturais.

    A elevao do preo do petrleo, desde o incio da dcada de 1970, pode ser considerada um marco desta nova tendncia, que transformou a escassez de recursos numa ameaa ao equilbrio do poder mundial, no apenas porque colocou em jogo a riqueza das naes mais poderosas, mas tambm a soberania dos pases pobres.

    Foram os movimentos ecolgicos os primeiros que deram visibilidade a estes problemas de escassez dos recursos naturais, despertando a conscincia da destruio do solo atravs de seu uso abusivo (incluindo a sua contaminao); das inundaes e alteraes do clima; da ameaa vida biolgica nos oceanos, lagos e rios, devido poluio de suas guas; da poluio da at-mosfera em funo da concentrao de atividades industriais em reas superpovoadas.

    Diante deste quadro de exacerbada degradao ambiental em escala planetria, osmovi-mentos ecolgicos propuseram um novo sistema de valores sustentado no equilbrio ecolgico, na justia social, na no-violncia e na solidariedade com as geraes futuras (CAPRA, 1986). Por causa de suas preocupaes, podem ser considerados, juntamente com os movimentos pacifistas, num ponto de inflexo na histria da mobilizao social e da ao coletiva. Tanto os pacifistas como os ambientalistas so porta-vozes de bandeiras que ultrapassam as fronteiras de classe, sexo, raa e idade (BOBBIO, 1982 apud VIOLA, 1987), o que propiciou o surgi-mento de uma nova safra de partidos polticos, os partidos verdes ou ecopacifistas. Este foi o caso do primeiro partido verde, o Partido dos Valores da Nova Zelndia, fundado em 1969, que conseguiu num curto perodo afetar profundamente a cultura poltica, ecologizando os

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    dois partidos tradicionais (Trabalhista e Nacional) que alternavam historicamente no poder. tambm a situao atual do Partido Verde Alemo, que est influenciando profundamente a social-democracia, introduzindo no seu seio a importante corrente ecossocialista.

    Esta nova agenda despertou o interesse dos jovens pela poltica mundial. Certamente, con-tribuiu para isto a facilidade de acesso s informaes e a divulgao dos problemas ecolgicos pelas mdias (primeiro pela televiso, depois pela Internet). por isto que vamos dar destaque nesta semana s escalas de ao destes novos atores geopolticos.

    4.1 A agenda ambiental

    O mercrio um metal pesado que pode ser encontrado em compostos qumicos utiliza-dos, por exemplo, na produo de cloreto de polivinila, mais conhecido como PVC. Durante anos, uma fbrica localizada em Minamata ( Japo) lanou resduos de mercrio nas guas da baa, de onde a populao local extraia sua principal fonte de alimentos: os peixes. O mercrio dissolvido na gua do mar foi introduzido na cadeia alimentar, contaminando a comunidade de pescadores.

    Este triste episdio comeou a ser observado na dcada de 1950 e resultou no reconheci-mento dos efeitos da contaminao por mercrio no organismo humano. Altas dosagens de mercrio no organismo podem provocar srios comprometimentos no sistema nervoso, geran-do problemas auditivos e cegueira. A este quadro patolgico passou a se denominar Sndrome de Minamata, em homenagem s vtimas da contaminao naquela baa japonesa.

    evidente que problemas de contaminao ambiental e de uso predatrio dos recursos naturais, como de Minamata, no se restringem ao mundo ps-guerra ou aos ltimos dois sculos da era industrial. O que novo nestes episdios a escala do impacto ambiental. No incio do sculo XXI, a devastao dos recursos naturais alcanou uma escala planetria (veja um exemplo no mapa), e as naes passaram a ter de lidar com este tipo de problema.

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    Figura 6 Mapa: devastao por continente

    Apesar da emergncia do movimento ecolgico ter ocorrido a partir da dcada de 1950, foi a partir de 1970 que a temtica ambiental se transformou numa agenda poltica mundial. O marco deste processo foi a realizao em Estocolmo da Primeira Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente, em 1972.

    Nesta Conferncia, discutiram-se elementos de mitigao dos efeitos das mudanas cli-mticas em uma lista de 26 princpios, que estipulava aes para o estabelecimento de planos de preservao ambiental pelas naes. Ao mesmo tempo, a Conferncia garantia a soberania nacional, ou seja, a liberdade de cada pas explorar seus prprios recursos naturais. Muitos destes princpios transformaram-se, ao longo das dcadas seguintes, em metas de negociao da agenda ambiental mundial.

    O chamado Clube de Roma, formado por cientistas, industriais e polticos, teve uma par-ticipao decisiva na Conferncia de Estocolmo, apresentando a proposta do crescimento zero para a economia mundial, idia que foi melhor sistematizada com a publicao do Relatrio de Meadows (1973).

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    Os autores deste relatrio simularam as conseqncias da interao entre os sistemas do planeta Terra com os sistemas humanos, a partir de cinco variveis: populao mundial, in-dustrializao, poluio, produo de alimentos e esgotamento de recursos. Respaldados em projees computacionais sobre o crescimento exponencial da populao e pelo esgotamento dos recursos naturais, poluio ambiental e a fome, previram o caos mundial em menos de quatro geraes.

    Assim, pela primeira vez, a degradao do meio ambiente foi associada ao crescimento econmico. Desde ento vrios relatrios, tanto da ONU1 como de organizaes no gover-namentais ajudaram a construir um paradigma terico da chamada ecologia poltica. Segundo Viola (1987), esta ver-tente ecolgica passou a criticar no apenas as relaes contraditrias geradas pela sociedade (como o faz o marxismo), mas tambm, e fundamentalmente, as relaes contraditrias da sociedade e natureza.

    Estas reflexes apontavam para a necessidade de tornar compatvel a melhoria nos nveis e qualidade de vida preser-vando, ao mesmo tempo, o ambiente. Desta forma, o movi-mento ecolgico trouxe tambm a oportunidade de se cons-truir uma nova agenda poltica2 a partir da crtica ao modelo de desenvolvimento em vigor.

    Para dar resposta necessidade de harmonizar os processos ambientais com os socioeco-nmicos, maximizando a produo dos ecossistemas para favorecer as necessidades humanas presentes e futuras, um conceito que se construiu a partir de ento, foi o de desenvolvimento sustentvel. Este conceito ganhou notoriedade com a publicao em 1987 do relatrio que ficou conhecido como Nosso Futuro Comum, da Comisso Mundial de Meio Ambiente e De-senvolvimento (1988), presidida pela Sra. Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega, que se transformou na base das discusses da ECO 92 ou RIO 92.

    Dentre os principais assuntos abordados no Rio de Janeiro em 1992 encontra-se a dis-cusso de como fazer com que os pases em desenvolvimento tivessem acesso s tecnologias no agressivas ambientalmente e fortalecer, concomitantemente, as instituies dedicadas aos

    1. Pode-se citar as convenes de Berna (proteo de habitats) e Genebra (poluio atmosfri-ca) e os relatrios de Montreal de 1987(sobre o CFC).

    2. devido a este novo carter do movimento ecolgico que ele se transforma no eixo do surgimen-to de uma nova safra de partidos polticos, denominados partidos verdes.

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    estudos dessas tecnologias. Nessa Conferncia teve origem o documento denominado Agenda 21, aprovado e assinado por 175 naes presentes no encontro.

    De acordo com a Agenda 213, cada pas se comprometeu em po-der cooperar no estudo de solues para os problemas scio-ambientais, envolvendo no apenas o governo, mas tambm asem-presas, asorganizaes no-governamentaise todos os setores da sociedade. Para isto, cada pas teve que se organizar para elaborar o seu prprio documento, como ocorreu no Brasil a partir dos trabalhos coordenados pela Comisso de Polticas de Desenvolvi-mento Sustentvel e da Agenda 21 Na-cional (CPDS) 4.

    Em 1997, na cidade de Kyoto no Japo, foi assinado um novo documento da Conveno Marco sobre Mudanas Climticas: o Protocolo de Kyoto.O objetivo do protocolo foi de comprometer as naes mais industrializadas a reduzir em 5,2% no perodo de 2008 a 2012 as emisses de gases estufa que interferem no aquecimento da Terra.

    Apesar da grande maioria dos pases ter assinado o Protocolo de Kyoto, os maiores polui-dores (como os EUA, veja o grfico abaixo) resistiram em apoiar o documento, alegando os prejuzos que o controle da emisso de carbono poderia causas nas cadeias industrial, energ-tica e automotiva.

    3. A ntegra do documento est disponvel em: http://www.ecolnews.com.br/agenda21/

    4. Neste site, voc tambm poder ver a agenda 21 do Estado de So Paulo: http://www.ambiente.sp.gov.br/agenda21brasileira.php

    http://www.ecolnews.com.br/agenda21/http://www.ambiente.sp.gov.br/agenda21brasileira.php

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    Figura 7 Grfico: Pases Emissores de CO2 (WORLD BANK, 2004).

    No ano de 2002, foi realizada a Conferncia de Johannesburgo, conhecida como Rio+10. O objetivo dessa reunio foi avaliar o progresso das metas estabelecidas na ECO-92, prin-cipalmente com relao Agenda 21. O principal resultado obtido em Johannesburgo foi a formao da Cpula Mundial de Desenvolvimento Sustentvel, tornando a avaliao da Agenda 21 uma atividade permanente da ONU.

    interessante ressaltar que durante a ECO-92, paralelamente, vrias entidades da Socie-dade Civil criaram um espao para discusso: o Frum Global 92, do qual participaram cerca de 10 mil Organizaes No- Governamentais (ONGs). Foram estas organizaes que deram

    http://data.worldbank.org/

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    origem a outro importante documento - aCarta da Terra5- para pautar, pelos olhos crticos e pelos interesses legtimos da cidadania, as aes globais dos governos e dos rgos oficiais em prol do desenvolvimento sus-tentvel.

    Desde ento pode-se perceber que as ONGs comearam exercer um papel inovador no cenrio poltico ambiental, Atravs da capacidade de exercer presso poltica, amplificar a escala de denncias, captar recursos, mobilizar e sensibilizar setores da mdia internacional, e acima de tudo de produzir e disseminar informaes, se converteram em atores capazes de influenciar e pressionar os governos nacionais, os organismos internacionais e demais agncias bilaterais e multilaterais. Dentre inmeros exemplos, podemos destacar algumas ONGs pio-neiras no mundo e no Brasil.

    A Fundao para Proteo da Vida Selvagem, a WWF uma ONG ambiental criada em 1961. Preocupada com a defesa de espcies ameaadas de extino, de reas virgens e de apoiar a educao ambiental, esta organizao vem conseguindo atrair muitos interessados na defesa do meio ambiente, captando recursos para o desenvolvi-mento de projetos ambientais. Veja um vdeo institucional da ONG:

    http://www.youtube.com/watch?v=iOogArd6NRA&feature=relmfu

    A ONG tambm vem investindo em parcerias com o setor privado. Para a instituio, essas so aes importantes para ampliar o trabalho de conservao da natureza e uso sustentvel dos recursos naturais.

    Uma segunda organizao que destacamos o Greenpeace, criado em 1971 no Canad. Esta ONG ganhou notoriedade mundial por sua maneira arrojada de protestar (que por sinal ficou como caracterstica de suas aes). Veja um vdeo, mostrando a organizao em ao:

    5. O documento pode ser lido na integra: http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html

    http://www.wwf.org.brhttp://www.youtube.com/watch?v=iOogArd6NRA&feature=relmfuhttp://www.greenpeace.org/brasil/pthttp://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html

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    http://www.youtube.com/watch?v=zVu9eawb1QY&feature=related

    A primeira atividade do Greenpeace foi a organizao de uma expedio s ilhas Aleutas (no Estreito de Bering) como forma de protesto contra testes nucleares que os EUA estava realizando naquele local. Desde ento, o Greenpeace espalhou-se pelo mundo e tem represen-taes em 41 pases, inclusive no Brasil.

    Um bom exemplo de ONG brasileira que atua no campo ambiental a SOS Mata Atlntica. Vindo de outras mobilizaes ambientais para conter a devastao da Mata Atlntica brasilei-ra, os organizadores desta ONG conseguiram aglutinar diversas entidades para criar em 1986 a SOS Mata Atlntica. Tendo como objetivo a capacitao de pessoas para a gerao de conhecimento sobre o bioma, a SOS Mata Atlntica possui vrias parcerias. Com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por exemplo, a ONG publicou o Atlas dos Rema-nescentes Florestais da Mata Atlntica, aliando o sensoriamento remoto no monitoramento do bioma.

    Avaliando o trabalho destas organizaes no governamentais podemos concluir que o debate ambiental se converteu num processo social em escala planetria. A conscincia am-biental se ampliou e com isto cresceu a percepo da noo de risco e o entendimento de que as transformaes em curso esto se convertendo em ameaas cada vez mais preocupantes.

    Outra vertente de atuao a de empresas que introduziram no universo do mercado as preocupaes ambientais. Uma forma de fazer isto a criao do selo verde ou de certificaes dos produtos, como o ISO 14 000.

    O ISO 14000 um conjunto de normas ambientais, no obrigatrias e de mbito inter-nacional, que possibilita a obteno da certificao ambiental. Valle (1995) afirma que aps implantada pelas empresas e exigida pelos consumidores, a Srie ISO 14000 tem beneficiado

    http://www.youtube.com/watch?v=zVu9eawb1QY&feature=relatedhttp://www.sosmatatlantica.org.br/index.php

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    os produtores responsveis, preocupados com o meio ambiente, contra os concorrentes incon-seqentes e irresponsveis que, por no respeitarem o meio ambiente, conseguem produzir a um menor custo, repassando parte dos custos no internalizados para a sociedade, via externa-lidades negativas.

    As empresas que atuam na explorao de recursos naturais tambm procuram adotar uma agenda ambiental, seja como forma de compensar o uso do patrimnio ecolgico ou de re-verter para a sociedade os benefcios obtidos com os empreendimentos, como o caso da Petrobrs. Verifique os programas ambientais em desenvolvimento pela petroleira brasileira no site: http://www.petrobras.com.br/ppa2010/home/. Observe que a Petrobrs investe tanto na recuperao e Conservao de florestas e reas naturais, comona gesto de corpos hdricos superficiais e subterrneos, assim como em projetos de educao ambiental.

    Embora o debate ambiental (tanto na escala local, nacional e internacional) vem se mos-trando como um espao de ao dos diversos atores, como os Estados, ONGs, empresas e a sociedade civil, uma crtica que pode ser feita s estas iniciativas a falta de maior integrao das atividades destas organizaes na luta por maior justia ambiental e na resistncia ao avan-o de um capitalismo predatrio.

    Os maiores avanos neste sentido esto relacionados crescente globalizao no s de agendas de muitos movimentos, mas tambm das formas de luta, notadamente a partir da incorporao das novas tecnologias de informao. Isto possibilita a formao meios de comu-nicao, ou mesmo, redes locais, nacionais e transnacionais. A partir da construo de novas relaes entre atores na sociedade civil, Estados e organizaes internacionais, multiplicam-se os canais de acesso a informaes, o que se configura como um importante e estratgico ins-trumento de discusso e reflexo no mundo contemporneo.

    4.2 A fora dos jovens

    O conceito de juventude uma inveno do mundo ps-guerra, frequentemente associado msica de protesto. O estilo musical mais relevante para a juventude o rock, que surgiu na dcada de 1950 com os Saddlemen, depois chamados de Bill Halley and the Comets. Eles

    http://www.petrobras.com.br/ppa2010/home/

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    cantavam e danavam o rock and roll, um estilo de msica que iria marcar poca. O lder Biil Halley empunhava e tocava o maior smbolo do rock: a guitarra eltrica.

    Outros astros surgiram na sequncia, como Chuck Berry e Elvis Presley, entre tantos ou-tros msicos americanos. Este ltimo passou a combinar uma srie de elementos que foram apropriados pela indstria cultural: um dolo produzido para ser comercializado. De Elvis se vendia tudo: seu comportamento, seus discos, seu estilo de vestir, enfim, tudo servia para que a indstria cultural ganhasse mais dinheiro.

    Na dcada de 1960, o movimento do rock and roll mudou de eixo, embora mantendo o ingls como idioma principal. As bandas mais bem-sucedidas no show business internacional eram da Inglaterra. Na cidade de Liverpool, quatro rapazes filhos de operrios e nascidos em Birmingham - John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star - formaram a banda The Beatles, talvez a mais popular de toda a histria do rock. Inicialmente eles vestiam ternos bem cortados e usavam cabelos curtos. Porm, com o passar dos anos, deixaram os cabelos crescer e abandonaram seus ternos para protestar contra a ordem estabelecida. Um protesto contido, sem outro objetivo que o de apontar problemas humanos, mas que nunca teve realmente algo de revolucionrio.

    Alm dos Beatles, outras bandas e personagens surgiram na dcada de 1960, como The Rolling Stones, cujo lder, Mick Jagger, pode ser considerado uma das principais lideranas do rock mundial. A cantora Janes Joplin e o guitarrista Jimmi Hendrix, ambos norte-americanos, tinham seu excepcional talento associado rebeldia, na poca representada pelo consumo de drogas e pela prtica do amor livre.

    Em agosto de 1969, o rock teve seu momento de glria, que acabou por se transformar em um smbolo do desejo da juventude de mudar os rumos da humanidade. Cerca de 500 mil jovens reuniram-se no Festival de Woodstock, nos Estados Unidos, no qual se apresentaram mais de 30 bandas. Foram trs dias de sonho, nos quais o lema faa amor, no faa a guerra, uma das mximas do movimento hippie, foi praticado por muita gente.

    Nas dcadas de 1970 e 1980, a viso romntica dos roqueiros dos anos sessenta foram subs-titudos por movimentos mais heterogneos, como dos punks e do hip hop.

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    Os punks surgiram no final dos anos 1960 na Inglaterra. Eram filhos de operrios e mora-dores da periferia que viram suas possibilidades de emprego reduzidas com o avano da inter-nacionalizao da economia. Os jovens que viviam excludos socialmente, em bairros violentos e sem perspectivas de mudana, aglutinaram-se em grupos que praticavam atos de violncia e andavam sujos e rasgados. Punk, em ingls, significa podre, lixo.

    Proclamando a anarquia e a luta contra a sociedade de consumo, chocaram a opinio pbli-ca por usar palavres e pregar a destruio do sistema.

    Aps seu surgimento na Inglaterra, os punks espalharam-se pelo mundo, despertando cada vez mais o interesse dos jovens das periferias urbanas. Procurando assumir uma postura de contestao contra o Estado e o sistema, eles consideram o seu movimento como internacio-nalista, formando uma complexa rede de comunicaes entre jovens do mundo inteiro, atravs de fanzines - jornais e boletins publicados pelo prprio movimento, cartas, discos e fitas das bandas de rock preferidas, que os mantm muito bem informados das tendncias que esto surgindo em cada pas.

    O hip hop surgiu nos Estados Unidos um pouco mais tarde, na dcada de 1970. Podemos encontrar neste movimento cultural a combinao de trs tipos de manifestao artstica: o rap (tipo de msica centrada no ritmo e na poesia das letras, em detrimento da melodia), o grafite (pintura artstica de murais de rua ou em estampas de camisetas) e o street dance ou break (dana que combina o ritmo dos ps com o equilbrio corporal com as mos em performances de duplas de danarinos em desafio).

    O que diferencia estes movimentos culturais jovens daquela juventude rebelde dos anos 1950 e 1960 a crescente autonomia dos grupos de rap dos compromissos de mercado da indstria cultural. Utilizando-se das inovaes tecnolgicas propiciadas pela Internet (rdios virtuais, blogs e portais de acesso) e pelas redes sociais (facebook, por exemplo), um nmero crescente de grupos culturais alternativos tem consigo circular as suas ideias e manifestaes artsticas pelo mundo inteiro.

    Segundo Bobbio (1995, p. 23), os inovadores comportamentos polticos das geraes jovens seriam resultantes de uma relativa emancipao do controle da famlia e da escola, bem como do desenvolvimento de uma cultura especfica da adolescncia e da juventude. Sabe-se que a he-

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    terogeneidade de interesses e expectativas dos jovens enorme. Vivendo a adolescncia, muitos se apresentam abertos a novas experincias afetivas e emocionais, enfrentando e transgredindo padres de comportamento impostos. Por causa disto, desde a Revoluo Francesa, os jovens foram se tornando protagonistas de inmeros movimentos polticos e artsticos. Nos dias atuais, os jovens encontram-se organizados em torno de movimentos culturais e se apresentam como difusores de estilos centrados na msica, no lazer e no consumo de produtos identificados com a cultural juvenil. esta a fora dos jovens no cenrio poltico contemporneo.

    Bibliografia

    BONIFACE, Pascal; VDRINE; Hybert. Atlas du monde global.Paris: Armand Colin/Fayard, 2010.

    CAPRA, Fritjo.O ponto de mutao. So Paulo, Cultrix, 1986.

    COMISSO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 1988.

    MEADOWS, D. H. (Org.). Limites do crescimento. So Paulo: Perspectiva, 1973.

    VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade ambiental: o desafio de ser competitivo protegendo o meio ambiente. So Paulo: Pioneira, 1995.

    VIOLA, Eduardo. O movimento ecolgico no Brasil (1974-1986): do ambientalismo ecopoltica. Revista Brasileira de Cincias Sociais, So Paulo, v. 1, n. 3, 1987.

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    Eduardo Augusto Werneck Ribeiro

    Regina Celia Correa de Araujo

    Raul Borges Guimares

    Ficha da Disciplina

    Ordem geopoltica mundial - atores e escalas de ao

    http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4761088P8http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4248926Z6http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4767238D4

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    Ementa:A preocupao central desta disciplina de analisar o contexto histrico-geogrfico que

    originou e estruturou a hegemonia americana, considerando a relao econmico-financeira e poltico-militar dos Estados Unidos com os pases latino-americanos, europeus, asiticos e africanos. Em vista dos conflitos regionais, movimentos migratrios internacionais e o au-mento da desigualdade regional, os alunos sero desafiados a avaliar diferentes processos que impactam o sistema poltico internacional.

    Palavras chaves: Ordem Mundial, Hegemonia, Estado, Nao e Poder.

    Estrutura da Disciplina

    Ordem geopoltica mundial - atores e

    escalas de ao

    1. Estado, Estado-territorial e Estado Nacional

    1.1 Poder, territrio e Estado

    1.2 A geografia poltica clssica alem

    2. Relaes estratgicas internacionais e a

    estruturao da ordem mundial

    2.1 A geopoltica no mundo entre guerras

    2.2 Hegemonia americana e repartio do poder mundial

    3. A (des)ordem mundial3.1 Guerra Fria e bipolaridade

    3.2 A crise da ordem mundial

    4. Novos atores e escalas de ao

    4.1 A agenda ambiental

    4.2 A fora dos jovens

    5. A crise do mundo rabe5.1 A formao do mundo rabe

    5.2 Tabuleiro poltico atual

  • Pr-Reitora de Ps-graduaoMarilza Vieira Cunha Rudge

    Equipe CoordenadoraAna Maria Martins da Costa Santos

    Coordenadora Pedaggica

    Cludio Jos de Frana e SilvaRogrio Luiz Buccelli

    Coordenadores dos CursosArte: Rejane Galvo Coutinho (IA/Unesp)

    Filosofia: Lcio Loureno Prado (FFC/Marlia)Geografia: Raul Borges Guimares (FCT/Presidente Prudente)

    Antnio Cezar Leal (FCT/Presidente Prudente) - sub-coordenador Ingls: Mariangela Braga Norte (FFC/Marlia)

    Qumica: Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

    Equipe Tcnica - Sistema de Controle AcadmicoAri Araldo Xavier de Camargo

    Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

    Secretaria/AdministraoMrcio Antnio Teixeira de Carvalho

    NEaD Ncleo de Educao a Distncia(equipe Redefor)

    Klaus Schlnzen Junior Coordenador Geral

    Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

    Coordenador de Grupo

    Andr Lus Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

    Marcos Roberto GreinerPedro Cssio Bissetti

    Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

    Produo, veiculao e Gesto de materialElisandra Andr Maranhe

    Joo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

    Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

    Pamela GouveiaRafael Canoletti

    Valter Rodrigues da Silva

    Marcador 1Vdeo da Semana Novos atores e escalas de aoUm incio de conversa4.1 A agenda ambiental4.2 A fora dos jovens

    Bibliografia

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