1o ano ecologia humana

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Page 1: 1o Ano   Ecologia Humana
Page 2: 1o Ano   Ecologia Humana

O ramo científico da ecologia humana tem como objecto de estudo a relação do ser humano com o seu ambiente natural.

De constituição física bastante desvantajosa, o ser humano (Homo sapiens sapiens), por meio da cultura, adotou, e levou às últimas conseqüências, a estratégia de adaptar o meio ambiente ao seu corpo.

Logrou, assim, sobreviver, até agora e em todos os ambientes terrestres do planeta, sem adaptações corporais que levassem sequer à formação de outras sub-espécies ou mesmo de raças.

Page 3: 1o Ano   Ecologia Humana

Os elementos do meio ambiente original assim manipulados passaram

então também a integrar o meio ambiente dos seres humanos e dos

outros elementos sujeitos aos efeitos da manipulação.

O meio ambiente humano combina, assim, tanto os

elementos naturais (orgânicos e inorgânicos) quanto os culturais que

dão suporte à vida humana nos diversos

ambientes em que ela se desenvolve e pode ser

observado em diferentes escalas espaciais: do

quintal de uma casa até à biosfera como um todo.

Page 4: 1o Ano   Ecologia Humana

O meio ambiente humano pode ser mais ou menos favorável à manutenção

da saúde humana, ou seja, à normalidade das funções

orgânicas, físicas ou mentais necessárias para a sobrevivência e reprodução

dos indivíduos.

Há, contudo, um limite mínimo de salubridade que é aquele que possibilita a

sobrevivência de uma quantidade mínima de indivíduos até a idade reprodutiva e a sua

reprodução numa taxa suficiente para repôr os

indivíduos mortos.

Abaixo desse limite mínimo de salubridade, a espécie está fadada à extinção.

Esse limite mínimo é bastante inferior aos padrões de conforto

(entendido como bem-estar material) atualmente considerados civilizados.

A questão intergeracional impõe, contudo, um limite

máximo ao conforto usufruído por uma dada

geração humana, pois este não pode ser obtido às

custas dos meios necessários para a

manutenção de um meio ambiente sadio para as

gerações futuras.

Page 5: 1o Ano   Ecologia Humana

Podemos assim definir o meio ambiente humano saudável como aquele

que permite a sobrevivência por tempo

indeterminado da espécie humana e, ao

mesmo tempo, satisfaz, no maior grau possível, as necessidades de cada

indivíduo humano, proporcionando-lhe a oportunidade de viver

uma vida digna.

Essa definição inclui tanto a dimensão física

(o limite mínimo físico de salubridade e máximo de

conforto), quanto a cultural (a necessidade

de respeito a cada indivíduo humano,

evitando um cinismo estatístico, e a

concepção de bem de cada cultura) de um meio

ambiente saudável.

Page 6: 1o Ano   Ecologia Humana

Várias ciências reivindicam

propriedade sobre a ecologia humana.

• A biologia, com o estudo das cadeias tróficas e o ser humano

• A geografia humana, com as disperções populacionais e os estudos migratórios

• A sociologia, através da pesquisa social-metabólica das comunidades humanas

• A antropologia, com os estudos adaptativos-culturais da raça humana

• A psicologia através das pesquisas que relacionam o meio-ambiente e o comportamento humano.

• De fato a ecologia humana é uma ciência transdisciplinar, que toca todos esses campos e exige, para uma pesquisa séria, uma cuidadosa escolha do objeto de estudo e a escolha da, ou das, metodologias e disciplinas envolvidas na pesquisa.

• Sem dúvida, a ecologia humana é uma ciência nova, que tem ainda, como uma caixa de pandora, muito a dar para evolução da ciência humana, contribuindo com as bases teóricas do desenvolvimento sustentável e apontando limites e perspectivas que o homem precisa ter no seu processo evolutivo no planeta Terra.

Page 7: 1o Ano   Ecologia Humana

O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da

geração actual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias

necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de

desenvolvimento social e económico e de realização

humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável

dos recursos da terra e preservando as espécies e os

habitats naturais.

O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceptualmente dividido em três componentes: a sustentabilidade ambiental, sustentabilidade económica e sustentabilidade sócio-política.

Page 8: 1o Ano   Ecologia Humana

Ao longo das ultimas décadas, vários têm sido os

acontecimentos que marcam a evolução do conceito de

desenvolvimento sustentável, de acordo com os progressos tecnológicos, assim como do

aumento da consciencialização das populações para o mesmo.

Page 9: 1o Ano   Ecologia Humana

1968 - Criação do Clube de Roma, reunindo pessoas em cargos de relativa importância em seus respectivos países e visa promover um crescimento económico estável e sustentável da humanidade. O Clube de Roma tem, entre seus membros principais cientistas, inclusive alguns prémios Nobel, economistas, políticos, chefes de estado e até mesmo associações internacionais.

1972 - O Clube de Roma publicou o relatório Os limites do crescimento, preparada a seu pedido por uma equipa de pesquisadores doMassachusetts Institute of Technology. Este relatório apresenta os resultados da simulação em computador, da evolução da população humana com base na exploração dos recursos naturais, com projecções para 2100. Mostra que, devido à prossecução do crescimento económico durante o século XXI é de prever uma redução drástica da população devido à poluição, a perda de terras aráveis e da escassez de recursos energéticos.

16 de Junho de 1972 - Conferência sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas (Estocolmo). É a primeira Cimeira da Terra. Ocorre pela primeira vez a nível mundial preocupação com as questões ambientais globais.

1979: o filósofo Hans Jonas exprime a sua preocupação no livro Princípio responsabilidade.

1980: A União Internacional para a Conservação da Natureza publicou um relatório intitulado "A Estratégia Global para a conservação, onde surge pela primeira vez o conceito de" desenvolvimento sustentável ".

1987 - Relatório Brundtland, Our Common Future, preparado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, onde foi pela primeira vez formalizado o conceito de desenvolvimento sustentável.

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De 3 a 14 de Junho de 1992 - Realiza-se a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente eo Desenvolvimento (segunda "Cimeira da Terra"), onde nasce a Agenda 21, e são aprovadas a Convenção sobre Alterações Climáticas, Convenção sobre Diversidade Biológica (Declaração do Rio), bem como a Declaração de Princípios sobre Florestas.

1993 - V Programa Acção Ambiente da União Europeia: Rumo a um desenvolvimento sustentável. Apresentação da nova estratégia da UE em matéria de ambiente e as acções a serem tomadas para alcançar um desenvolvimento sustentável para o período 1992-2000.

27 de maio de 1994 - Primeira Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis. Aalborg (Dinamarca), de onde surgiu a Carta de Aalborg.

8 de Outubro de 1996 - Segunda Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis. Plano de Acção de Lisboa: da Carta à acção.

1997 - 3 ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, em Quioto, onde s estabelece o Protocolo de Quioto.

8 de Setembro de 2000 - Após os três dia da Cimeira do Milénio de líderes mundiais na sede das Nações Unidas, a Assembleia Geral aprovou a Declaração do Milénio.

2000 - Terceira Conferência Europeia sobre Cidades Sustentáveis.

De 26 a 4 de Setembro de 2002 - Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), em Joanesburgo, onde reafirmou o desenvolvimento sustentável como o elemento central da agenda internacional e se deu um novo impulso à acção mundial para combater a pobreza assim como a protecção do ambiente.

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Fevereiro de 2004 - A sétima reunião ministerial da Conferência sobre Diversidade Biológica foi celebrado com a Declaração Kuala Lumpur, o que gerou descontentamento entre os pobres e as nações que não satisfaz plenamente os ricos. Kuala Lumpur

2004 - Conferência Aalborg +10 - Inspiração para o futuro. Apelo a todos os governos locais e regionais da Europa para participar na assinatura do compromisso de Aalborg e fazerem parte da Campanha Europeia das Cidades Sustentáveis e Cidades.

11 de Janeiro de 2006 - Comunicação da Comissão Europeia ao Parlamento Europeu sobre a Estratégia temática sobre o ambiente urbano. É uma das sete estratégias do Sexto Programa de Acção Ambiental para o Ambiente da União Europeia, desenvolvido com o objetivo de contribuir para uma melhor qualidade de vida através de uma abordagem integrada e centrada nas zonas urbanas e para tornar possível um elevado nível de qualidade de vida e bem-estar social para os cidadãos, proporcionando um ambiente em que níveis da poluição não têm efeitos adversos sobre a saúde humana e o ambiente assim como promover o desenvolvimento urbano sustentável.

2007 - Carta de Leipzig sobre as cidades europeias sustentáveis.

2007 - Cimeira de Bali, com o intuito de criar um sucessor do Protocolo de Quioto, com metas mais ambiciosas e mais exigente no que diz respeito às alterações climáticas.

Julho de 2009 - Declaração de Gaia, que implanta o Condomínio da Terra no I Fórum Internacional do Condomínio da Terra.