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  • 7/21/2019 Raja Vidya

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    Rja-vidy: O Rei do Conhecimento

    1. Rja-vidy: o rei do conhecimento

    O Senhor Supremo disse: Meu querido Arjuna, como jamais tiveste inveja de Mim, transmitir-te-ei estasecretssima sabedoria, conhecendo a qual aliviar-te-s das misrias da existncia material (9.1).

    As palavras iniciais do Nono Captulo do indicam que a Divindade Suprema quem estfalando.Neste verso,r K a chamado deBhagavn. significaopulncias e aquele que possui.Ns imaginamos o que seja Deus, porm, recorrendo literatura vdica, encontraremos descries edefiniescategricas doque Deuspossa ser, e tudo issopodeser resumidocom uma spalavra Bhagavn.Bhagavn possuitodasasopulncias,a totalidade doconhecimento, da riqueza,dopoder, dabeleza, da fama eda renncia. Ao encontrarmos algum que possui essas opulncias na sua plenitude, com certeza teremosencontrado Deus. Muitos homens so ricos, sbios, famosos, belos e poderosos, mas ningum pode afirmar

    possuir todasessasopulncias.Apenas K apode afirmar talcoisa.Sabendoque Eusou o objetivoltimode todos ossacrifcios e austeridades, o SenhorSupremo de todos osplanetas e semideuses e o benfeitor e benquerente de todas as entidades vivas,os sbios libertam-se das doresdasmisriasmateriais ( 5.29).

    Neste verso, K a proclama ser o desfrutador de todas as atividades e o proprietrio de todos os planetasPodeserquedeterminadoindivduopossuaumagrandeextensodeterra,etalvez

    eleseorgulhedisso,masK aafirmaserproprietriode todosossistemas planetrios.K atambmdizseroamigo de todas as entidades vivas ( Quem compreende que Deus proprietriode tudo, o amigo de todos e o desfrutador de tudo torna-se muito pacfico. Esta a verdadeira frmula da paz.Ningum poder ter paz enquanto pensar: Eu sou o proprietrio. Quem pode afirmar possuir alguma coisa?H apenas cem anos, os ndios eram considerados os proprietrios dos Estados Unidos. Hoje em dia, so osbrancos queesto reivindicando talpropriedade,porm,dentrode quatrocentos ou milanos, talvezoutra raa

    reivindique a mesma coisa. A terra est a, mas ns a ocupamos e alegamos falsamente que ela nos pertence.Esta filosofia do falso proprietrio no compatvel com os preceitos vdicos. O declara quetodas as coisas animadas ou inanimadas existentes no universo esto sob o controle do Senhor e Lhepertencem ( ). Esta declarao apresenta uma verdade insofismvel, porm, iludidos,ns achamos que possumos algo. Na realidade, tudo pertence a Deus, e por issoEle conhecido como o maisrico.

    claro que muitos homens afirmam ser Deus. Na ndia, por exemplo, em qualquer poca, no difcilencontrar pelo menos uma dzia de pessoas afirmando ser Deus. Contudo, se lhes perguntamos se tudo lhespertence, elas tm dificuldade em responder-nos. Este critrio nos ajuda a entender quem Deus. Deus oproprietrio de tudo, e, sendo assim, Ele necessariamente mais poderoso do que qualquer outra pessoa ouqualquer outra coisa. Quando o prprio K a esteve presente na Terra, ningum conseguia venc-lO. Ahistria no tem registro de alguma batalha que Ele tenha perdido. Ele pertencia a uma famlia de

    (guerreiros), cuja funo protegeros mais fracos. Quanto Sua opulncia, Ele casou-Se com 16.108 rainhas ecadauma delas teveseu prprio palcio.E,comose issono bastasse, K a expandiu-Se 16.108vezes a fim dedivertir-Se com todas elas. Talvez seja difcil acreditarmos nisso, mas isso encontra-se registrado no

    uma escritura reconhecida por todos os grandes sbios da ndia, os quais tambm reconhecemqueK aDeus.

    No primeiro verso deste Nono Captulo, ao utilizar o termo r K a d a entender que esttransmitindo o conhecimento mais confidencial a Arjuna. Por que Ele proclama isto a Arjuna? Porque Arjuna

    no-invejoso. No mundo material, se encontramos algum superior a ns, ficamos com inveja.Temos inveja, no somente uns dos outros, mas tambm de Deus. Alm disso, quando K a diz: Eu sou oproprietrio, no acreditamos nisso. Porm, com Arjuna a coisa diferente, pois ele ouve K a sem sentirinveja. Arjuna no argumenta com K a, seno que concordacom tudo o que Ele diz. Esta a sua qualificaoespecial, e assim que devemos compreender o No temos possibilidade de compreender o

    que Deus mediantenossasprpriasespeculaesmentais: necessrio queouamos e aprendamos a aceitar.Como Arjuna no invejoso, K a lhe comunica este conhecimento especial. No se trata de meroconhecimento terico, mas sim de conhecimento prtico No devemos assimilar oconhecimento recebido do de maneira sentimentalista ou fantica. Tal conhecimento tanto

    Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt Bhaga vn,

    Bhagavad-gt

    (sarva-loka-mahe varam).

    suh da sarva-bhtnm).

    r opani ad

    vsyam ida sarvam

    k atriyas

    rmad- Bhgavatam,

    guhyatamam,

    anasyu

    Bhagavad-gt.

    (vijna-sahitam).Bhagavad-gt

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    T h e B h a k t i v e d a n t a B o o k T r u s t

    - A s s o c i a o B B T B r a s i l

    - D

    i r e i t o s R e s e r v a d o s -

    P r o i b i d a

    a v e n d a e r e p r o d u o -

    D i s t r i b u i o g r a t u i t a

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    A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada

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    tempo ou fazer tantos exerccios ou controlar nossa respirao. No, o processo posto em prtica demaneira muito fcil e alegre. Todos gostam de danar, cantar, comer e ouvir a verdade. Este processo realmente alegre.

    No mundo material, so muitas as graduaes pelas quais tem que passar o estudante. Certas pessoasjamais conseguem terminar os cursos elementares, ao passo que outras prosseguem at o nveluniversitrio, aps o que se esforam por obterem bacharelado, mestrado, PhD e assim por diante. Mas o

    que vem a ser este o rei da educao, o do conhecimento? Trata-se daconscincia de K a. Conhecimento verdadeiro consiste em compreender quem eu sou. Se nochegarmos ao ponto de compreender quem somos ns, no poderemos obter conhecimento verdadeiro.Quando Santana Gosvm deixou seu servio governamental e foi ter com Caitanya Mahprabhu pelaprimeira vez, ele perguntou ao Senhor: Que educao? Embora Santana Gosvm soubesse vriosidiomas, incluindoo snscrito, elemesmo assim perguntouo queeraeducao verdadeira. Aspessoas emgeral consideram-me muito culto, disse Santana Gosvm ao Senhor, e eu sou to tolo que acaboacreditandonisso.

    OSenhorreplicou:Porquenodeveriasteconsiderarculto?smuitoeruditoemsnscritoeempersa.Pode ser que sim, disse Santana Gosvm, mas eu no sei o que sou. Em seguida, ele disse ao

    Senhor: No desejosofrer, massouforado a experimentarestas misrias materiais. Tampoucoseideonde venho nem para onde vou, mas as pessoas consideram-me culto. Quando elas me chamam de grande

    erudito, sinto-me satisfeito, porm, na verdade, sou to tolo que no sei o que sou. Na verdade, SantanaGosvm estava falando emnomede todos ns,poisesta a situaoemque nos encontramos.Mesmo quenos orgulhemos de nossa educao acadmica, ao sermos questionados, no temos capacidade de dizer oque somos. Todos acreditam que este corpo o eu, porm, os textos vdicos ensinam-nos que somos algomais. S poderemos assimilar conhecimento verdadeiro e compreender o que somos de fato depois deentendermosquenosomosestescorpos,apartirdeentoqueoconhecimentocomea.

    Pode-se ainda definir como agir conforme o conhecimento do que se . Se no soubermosquem somos ns, como poderemos agir da maneira correta? Se estivermos equivocados quanto nossaidentidade, tambm ficaremos equivocados quanto a nossas atividades. O simples conhecimento de quenosomos estes corposmateriaisno suficiente: devemos agir coma convicode quesomos espirituais. A ao baseada neste conhecimento ou seja, a atividade espiritual o trabalho realizado emconscincia de K a. Talvez no parea to fcil obter esta espcie de conhecimento, porm, isto torna-se

    muito fcil pela misericrdia de K a e do Senhor Caitanya Mahprabhu, o qual fez com que esteconhecimento se tornasse facilmente disponvel atravs do processo de cantar Hare K a, Hare K a,K aK a,HareHare/HareRma,HareRma,RmaRma,HareHare.

    Caitanya Mahprabhu categorizava as entidadesvivas em duas classes principais: as mveise as inertes. As rvores, a grama, as plantas, as pedras e outras no se movem por carecerem de conscinciasuficientemente desenvolvida. Apesar de terem conscincia, ela est encoberta. O ser vivo que nocompreende sua posio como uma pedra, mesmo que habite num corpo humano. As entidades vivas os pssaros, os rpteis, os mamferos, os insetos, os seres humanos, os semideuses, etc. compreendem8.400.000 formas diferentes, entre as quais apenas um nmero muito reduzido so de seres humanos. OSenhor Caitanya explica, tambm, que existem 400.000 espcies de seres humanos, entre os quais apenasalguns socivilizados;e, entre muitas pessoascivilizadas,pouqussimassodevotadassescrituras.

    Hoje em dia, a maioria das pessoas professa ter alguma religio crist, hindu, muulmana, budista,

    etc. mas, de fato, no crem realmente nas escrituras. Os que crem nas escrituras so, em geral,apegados a atividades filantrpicas piedosas. Acreditam que religio quer dizer (sacrifcio),(caridade) e (penitncia). Quem pratica submete-se voluntariamente a regulaes muitorgidas, tais como as praticadas por estudantes (celibatrios) ou (membros da ordemrenunciada). Caridade significa desfazer-se voluntariamente das posses materiais. Atualmente no sepratica sacrifcio, porm, segundo nos informam textos histricos como o os reis de outrorafaziam sacrifcios, distribuindo rubis, ouro e prata. Basicamente, eram os reis que praticavam aopasso que os chefes de famlia, em escala bem menor, faziam caridade. Aqueles que acreditavam piamentenas escrituras costumavam adotar algum destes princpios. Contudo, nesta era, de um modo geral, aspessoas s fazemdizerquepertencem umareligioemboranofaamnada realmente. Dentre milhes detais pessoas, um nmero muito reduzido delas chega realmente a praticar caridade, sacrifcio e penitncia.Caitanya Mahprabhu observa aindaque, demilhes depessoas praticantesdessesprincpios religiosos em

    todoouniverso,poucassoasquealcanamconhecimentoperfeitoeentendemoqueso.Osimplesfatodesaber:Eunosouestecorpomassimespritonosuficiente.Precisamosescapardoenredamento da natureza material. Esta liberao chama-se Entre muitos milhares de pessoas auto-

    susukham

    rja-vidy, summun bonum

    rja-vidy

    yaja dna tapas tapasya

    brahmacr sannyss

    Mahbhrata, yaja,

    mukti. 2 0 0 4 -

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    realizadas em termos do que e de quem so, apenas uma ou duas talvez sejam realmente liberadas.E, entremilhares de pessoas liberadas, talvez uma ou duas apenas compreendam o que e quem K a. Portanto,compreender K a no tarefa muito fcil. Sendo assim, nesta era de Kali, era esta caracterizada pelaignorncia e o caos, a liberao est fora do alcance de praticamente todo mundo. A pessoa obrigada a sesubmeter a toda a tribulao de tornar-se civilizada, ento religiosa, e em seguida ela precisa praticarcaridadeesacrifcioparaatingiraplataformadeconhecimento,edepoisafasedeliberao,e,enfim,apsa

    liberao, elapodecompreendero que K a.O (18.54) tambm mencionaeste processo:

    Quem est assim transcendentalmente situado compreende de imediato o Brahman Supremo. Nuncalamenta nem deseja ter nada, equnime com toda entidade viva. Nesse estado, ele alcana o serviodevocionalpuroaMim.

    So estes os sintomas indicativos da liberao. O primeiro sintoma da pessoa liberada que ela muitofeliz. Nunca vamos v-la acabrunhada. Tampouco ela tem ansiedade. Nunca vamos v-la lamentando-se:No tenho isto. Ah! preciso conseguir aquilo. Preciso pagar esta conta. Tenho que ir aqui, tenho que ir ali. A pessoa liberada est livre de ansiedades. Mesmo que seja o homem mais pobre do mundo, ela nem se

    lamenta nem se julga pobre. Por que deveria julgar-se pobre? Quando achamos que somos estes corposmateriais e que portanto precisamos ter posses, isto nos faz crer que somos pobres ou ricos, porm, aqueleque liberado do conceito de vida material nada tem a ver com posses ou falta de posses. Nada tenho aperder e nada tenho a ganhar, pensa ele. Sou totalmente distinto de tudo isso. Tampouco ele encara asdemais pessoas como ricas ou pobres, cultas ou incultas, belas ou feias, etc. Ele no se atm s dualidadesmateriais, pois mantm sua viso plenamente na plataforma espiritual, sabendo que toda entidade viva parte integrante de K a. Assim, encarando todas as entidades vivas segundo sua verdadeira identidade,ele procura traz-las de novo conscincia de K a. Segundo seu ponto de vista, todos os eos osnegrose osbrancos, oshinduse oscristos, e assim pordiante devem adotar a conscinciade K a. Quando algum est nesta situao, ento: candidata-se a tornar-sedevotopurodeK a.

    Praticamente falando,no muito fcil executar esteprocessonesta era de Kali. O

    descreveas pessoas desta era: elas vivem muito pouco, tendema ser fleumticas e lentas, so muito dadas adormir e, quando no esto dormindo, esto atarefadas ganhando dinheiro. No mximo, dispem deapenas duas horas por dia para suas prticas espirituais, de modo que no h esperanas de quedesenvolvam compreenso espiritual. Afirma-se, tambm, que,mesmo algum ansioso par fazerprogressoespiritual, deparar com muitas sociedades pseudo-espirituais que tentariam aproveitar-se dele. Outracaracterstica daspessoas desta era o infortnio.Elas tmmuita dificuldade para satisfazer asnecessidadesprimrias da vida comer, defender-se, acasalar-se e dormir necessidades estas satisfeitas at pelosanimais. E, mesmo conseguindo satisfazer essas necessidades, elas vivem preocupadas com a guerra, querdefendendo-se de agressores, quer sendo obrigadasa participar elas mesmasda guerra. E, como se isto nobastasse, sempre surgem doenas estranhas e problemas econmicos em Kali-yuga. Portanto, o Senhor rK aconsiderava impossvel queaspessoas destaerachegassem fase perfectiva da liberaoseguindoasregrase regulaes prescritas.

    Logo, porSua imotivadamisericrdia, rK aveio como o SenhorCaitanya Mahprabhu e distribuiu omtodo para se atingir a perfeio mxima da vida e o xtase espiritual mediante o cantar de Hare K a,Hare K a, K a K a, Hare Hare/ Hare Rma, Hare Rma, Rma Rma, Hare Hare. Este processo decantar muito prtico, e no depende de sermos liberados ou no, ou de nossa condio ser conducente vida espiritualou no quem quer que adote este processopurifica-sede imediato.Portanto,ele chama-se

    puro. Alm disso, para quem adota este processo de conscincia de K a, todas as sementes dereaeslatentesasuasatividadespecaminosassoanuladas.Assimcomoofogoreduzacinzastudooquenele colocado,este processoreduza cinzastodasasreaes pecaminosasdenossasvidaspassadas.

    preciso que compreendamos queestamos sofrendo devido a nossas atividades pecaminosas, as quaissoconseqnciade nossa ignorncia. Cometem pecados, ou transgresses, aqueles quenosabem o que o que. Uma criana, por exemplo, capaz decolocar sua mo nofogo devido ignorncia. Resultado: elaficaqueimada,poisofogoimparcialenofaznenhumaconcessoespecialcrianainocente.Suafuno

    agir como fogo e pronto. Analogamente, no sabemos como funciona este mundo material, quem ocontrolanemcomo ele controlado,e,graas nossa ignorncia, temosatitudes tolas.A natureza,porm,to estrita que no nos permite escapar s reaes de nossas aes. Quer ajamos consciente ou

    Bhagavad-gt brahma-bhta prasanntm / na ocati na kk ati sama sarve u bhte u / mad-bhakti labhate parm

    brhmaas dras,

    mad-bhakti labate parm

    rmad-Bhgavatam

    pavitram,

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    inconscientemente, as reaes e conseqentes sofrimentos viro. Contudo, munidos de conhecimento,poderemoscompreendera verdadeira situao,Deus e nossa relao comEle.

    Este conhecimento, mediante o qual podemos libertar-nos do sofrimento, possvel na forma humanade vida, e no na forma animal. Para nos dar conhecimento e orientao adequada, existem escriturascoligidasemdiversosidiomasemtodapartedomundo.

    O Senhor Caitanya Mahprabhu frisou que, desde tempos imemoriais, as pessoas esto esquecidas de

    suarelao como SenhorSupremo, por isso, K a temenviado muitosrepresentantes Seus para transmitiras escrituras ao homem. Devemos tirar proveito delas, especialmente do que a escrituraprimordial para o mundomoderno.

    Bhagavad-gt,

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    2. O Conhecimentoque transcende sasra

    K a declara especificamente que este processo de conscincia de K a muito agradvel efcil de se praticar. De fato, o processo devocional bastante agradvel: cantamos melodiosamente comnossos instrumentos, e, quem nos ouvir, tambm desejar cantar conosco ( ).Evidentemente, a msica deve fazer parte da glorificao ao Senhor Supremo. Ouvir o tambmfazpartedoservio devocional, sque, alm deouv-lo,devemos tambmansiarporp-loemprtica nanossa vida. A conscinciade K a uma cinciaque no deveser aceitacegamente.

    So nove os processos de servio devocional recomendados (ouvir, cantar, lembrar, adorar, orar, servir,ocupar-secomo servodoSenhor, estabeleceramizade como Senhore oferecer-Lhe tudo).Soprocessosfceisdeserempraticados e quepodemserpraticadosalegremente.

    Naturalmente,sealgumacharqueo eo HareK afazempartedosistemahindueno quiser aceit-los por causa disso, poder, no obstante, freqentar a igreja crist e cantar l. No hdiferena entre estee aqueleprocesso: a idia que qualquerque sejao processoque adotemos, devemos nostornar conscientes de Deus. Deus no nem muulmano, nem hindu, nem cristo Ele Deus. Tampouconsdevemosserconsideradoshindus,muulmanos ou cristos.Estas sodesignaes corpreas.

    Todos ns somos esprito puro, partes integrantes do Supremo. Deus puro, e ns tambm. Dealguma forma, contudo, camos neste oceano material, ao sabor de cujas ondas sofremos. Na verdade, nadatemosavercomasondasoscilantesdasmisriasmateriais.Bastaqueoremos:K a,porfavor,tire-medaqui.To logo esquecemos K a, o oceano da iluso aparece e em seguida nos engole. Para escaparmos desteoceano, importante que cantemos Hare K a, Hare K a, K a K a, Hare Hare/ Hare Rma, Hare Rma,Rma Rma, Hare Hare: trata-se de som ( ) que no diferente de K a. O som K a e o K a originalso a mesma coisa. Quando cantamos Hare K a e danamos, K a tambm dana conosco. claro quepoderemos argumentar: Mas eu no O vejo, porm, por que enfatizamos tanto o ver? Por que no ouvir? Ver,saborear, cheirar, tocar e ouvir tambm so instrumentos para adquirirmos experincia e conhecimento. Porque enfatizamos de maneira to exclusiva o ato de ver? Um devoto no deseja ver K a, ele contenta-sesimplesmente com ouvir falar de K a. claro que ele acabar vendo tambm, mas no se deve considerar oprocesso de ouvir como menos importante. H certas coisas que ouvimos mas no vemos o vento passasoprando por nossos ouvidos, e podemos perceb-lo com a audio, embora no tenhamos possibilidade de v-lo. J que ouvir no uma experincia menos importante nem menos vlida do que ver, podemos ouvirK a e perceber Sua presena atravs do som. O prprio r K a diz: No Me encontro em Minha morada,nem no corao do meditativo, mas sim onde cantam os Meus devotos puros. Podemos sentir a presenadeK aconformevamosavanando.

    Nodevemos simplesmente pedir coisasa K a semLheoferecer nada. Todos vivem tirando algo deDeus.Por que, ento, no dar-Lhe algo? K a nos proporciona luz, ar, alimento, gua e assim por diante. Sem essesrecursos fornecidos por K a ningum consegue viver. Por acaso amor simplesmente continuar tirando,tirando, tirando sem jamais oferecer-Lhe nada em troca? Amor quer dizer dar e receber. Se apenas recebemosde algum sem lhe dar nada em troca, isto no amor explorao. No devemos apenas continuarcomendosemjamais oferecer nada a K a. No (9.26-27), K a diz:

    Se algumMeoferecer, com amore devoo,uma folha,uma flor, frutasougua, Euasaceitarei. filho deKunt, tudo o que fizeres, tudo o que comeres, tudo o que ofereceres e deres em caridade, bem como todas asausteridadesquepraticaresdevesfazertudoissocomoumaoferendaaMim.

    Alm de dar e receber, o praticante de servio devocional deve submeter a K a quaisquer aflies ouproblemas ntimos que ele tenha. Ele deve dizer: K a, estou sofrendo desta maneira. Ca neste agitadooceano de iluso material. Por favor, tire-me daqui. Agora sei que no tenho nenhuma identificao com estemundo material. Simplesmente ca aqui, como se tivesse sido atirado no Oceano Atlntico. Embora no meidentifique de forma alguma com o Oceano Atlntico, estou merc da oscilao do oceano. Na verdade, souuma centelha espiritual, uma parte fragmentria Sua. Infelizmente, tentamos identificar-nos com o oceano e

    susukham,

    ravaa krtanam Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt mantra

    pavitram,

    abda

    yog

    Bhagavad-gt

    patra pu pa phala toya / yo me bhakty prayacchati tad aha bhakty-upah tam / a mni prayattmana

    yat karo i yad a nsi / yaj juho i dadsi yat yat tapasyasi kaunteya / tat kuru va mad arpaam

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    at conter suas oscilaes. No devemos perder tempo com essas tentativas, pois impossvel conter asondas do oceano material, as quais sempre existiro, controladas pela natureza material. Apenas os tolostentamajustar-se a este mundo;o verdadeiro problema est em como sair dele. Aqueles quetentamajustar-se a este mundo e jamais se voltam para K a esto sempre sujeitos transmigrao no oceano denascimentose mortes.

    Quem no tem f no caminho do servio devocional no pode alcanar-Me, conquistador dosinimigos, seno que volta a nascer e morrer neste mundo material ( 9.3).

    Por definio, religio aquilo que nos liga a Deus. Se no capaz de estabelecer nosso vnculo comDeusnoreligio.ReligiosignificabuscarDeus,entenderDeuseestabelecerumarelaocomEle.

    Isto religio. Quem se ocupa em servio devocional age em nome de K a, ou Deus, e, como destemodoficaestabelecidoumvnculocomDeus,aconscinciadeK aumareligio.

    No possvel inventar uma religio. A verdadeira religio provm necessariamente de uma fonteautorizada,sejaelaDeusouSeurepresentante.ReligioomesmoqueleideDeus.Ningumpodeinventarum cdigo de lei estadual. O cdigo j existe, e foi decretado pelo estado. Talvez algum crie algumas leis

    adicionais para suaprpria sociedade, masessas leis precisam tera sanoda leido estado. Analogamente,sedesejamosestabelecer algum princpio religioso, eledevesercorroboradopelaautoridadevdica.O tambm religio. Grandes autoridades como Ramnujcrya, Madhvcrya,

    Vi usvm, o Senhor Caitanya, akarcrya e tantos outros aceitam o como o princpiosupremo de religio e K a como a Suprema Personalidade de Deus. No h dvidas quanto a isto.Tambm no Ocidente, o aceito como um grande livro de filosofia, e muitos intelectuais efilsofosocidentais tm-nolido e feito comentrios sobre ele. A despeito da aceitaoporparte de eruditose h pessoas que no aceitam o nem tm f nele. Elas no o aceitam de formaalgumacomo autoridade, pois acham quese tratade umexagero sentimentalista inventadoporum homemchamado K a. Portanto, K a declara no verso supramencionado que, ao rejeitarem ocomo autoridade, as pessoas no podem estabelecer nenhuma relao com Ele, e, por no estaremrelacionadas a Ele, permanecem no ciclo de nascimentos e mortes.

    O fato de estarmos sujeitos ao o ciclo de nascimentos e mortes, no garanteque necessariamente obteremos uma oportunidade para compreender o na prxima vida.Talvez no voltemos a nascer como seres humanos, ou nos Estados Unidos, ou na ndia, ou mesmo nesteplaneta. No h certeza alguma: vai depender de nosso trabalho. No processo de nascimento e morte,nascemos,vivemos poralgum tempo,desfrutando ou sofrendo,depoisoutra vezabandonamos este corpoe entramos no ventre de outra me, seja ela um ser humano ou um animal, quando nos preparamos paraadquirir outro corpo,como qual sairemos do ventrematerno e retomaremos nosso trabalho. Isto chama-se

    QuemquiserevitarestecaminhodeveradotaraconscinciadeK a.Quando perguntaram a Yudhi hira Mahrja: Que lhe parece mais espantoso neste mundo? ele

    respondeu: A coisa mais impressionante que todo dia, a cada instante, algum est morrendo, e, mesmoassim, ningum acredita que vai morrer. A cada minuto, a cada segundo, ouvimos falar de entidades vivasque foram para o templo da morte. Homens, insetos, animais, pssaros, todos vo para l. Por isso, este

    mundo chama-se o planeta da morte. Os funerais sucedem-se dia aps dia, basta darmo-nosao incmodo de visitar os cemitrios e os crematrios. Todavia, todos continuam pensando: Hei desobreviver de alguma forma. Apesar de estarmos todos sujeitos lei da morte, no a levamos a srio. Isto iluso. Achando que viveremos para sempre, continuamos fazendo o que bem entendemos, sentindo quejamais nos responsabilizaro por isso. Esta espcie de vida muito arriscada, e constitui a forma maisprofunda de iluso. Devemos ser muito srios e compreender que a morte est nos esperando. Sempreouvimos a expresso: to certo como a morte. Isto quer dizer que, neste mundo, a morte inevitvel.Quando a morte chegar nossa filosofia orgulhosa e nossos diplomas no nos ajudaro. Nesse momento,nosso corpo forte e musculoso e nossa inteligncia que no ligam para nada so destrudos. Nessemomento, a poro fragmentria ( ) fica sob o controle da natureza material ( ) a qual nosfornece o tipo de corpo que merecemos. Se quisermos encarar este risco, podemos evitar K a; casocontrrio, K a virajudar-nos.

    a raddadhn puru / dharmasysya parantapa aprpya m nivartante / m tyu-sasra-vartmani

    Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt

    cryas, Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt

    Aprpya m nivartante m tyu-

    sasra-vartmani. sasra, Bhagavad-gt

    m tyu-sasra-vartmani.

    m tyuloka

    jvtm prak ti ,

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    T h e B h a k t i v e d a n t a B o o k T r u s t

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    3. Conhecimento das energias de K a

    Observe-se aquique o Nono Captulo do destina-se especialmente queles que j aceitaramr K a como a Suprema Personalidade de Deus. Em outras palavras, um capitulo para devotos. Para quemno aceita r K a como o Supremo, este Nono Capitulo parecer algo diferente do que de fato. Como se

    afirmou a princpio, o assunto do Nono Captulo a parte mais confidencial de todo o QuemnoaceitaK acomo o Supremo acharqueo captulonopassadeumexagero. Isto aplica-seespecialmenteaosversosquedescrevemarelaodeK acomSuacriao.

    Sob Minha forma imanifesta, permeio todo este universo. Todos os seres esto em Mim, mas Eu no estouneles ( 9.4).

    O mundo que vemos tambm energia de K a. Sua Neste caso, quer dizer por Mim, comoquem diz: Este trabalho foi feito por mim. Este por Mim no quer dizer que Ele conclui Sua obra e vaiembora ou Se aposenta. Se eu inauguro uma grande fbrica e digo: Fui eu quem inaugurou esta fbrica, nose deve de forma alguma concluir que eu me perdi ou que no estou mais presente. Mesmo que o fabricanterefira-se a seus produtos como tendo sido fabricados por mim, isto no quer dizer que ele prprio criou ouconstruiuseus produtos, masqueeles foram produzidos porsuaenergia.Analogamente, se K adiz: Tudooque vs nomundo foi criadopor Mim, no devemos supor que Ele deixoudeexistir.

    No difcil ver Deus em toda parte da criao, pois Ele est presente em toda parte. Assim como na fbricaFord os trabalhadores vem o Sr. Fordem cada canto, quem bem versado na cincia de K a pode v-lO emcada tomo da criao. Tudo repousa em K a ( ), mas K a no est em tudo (

    ). K a no diferente de Sua energia, porm, a energia no K a. O sol no diferente do brilho do sol, mas o brilho do sol no o sol. Pode ser que o brilho do sol penetre nossa janela eentre em nosso quarto, mas isto no quer dizer que o sol est em nosso quarto. O afirma:

    significa supremo, significa Verdade Absoluta e energia. AenergiadoAbsolutoSupremotudo,porm,K anoSeencontranestaenergia.

    Existem duas classes de energia a material e a espiritual. As ou almas individuais, pertencem energia superior de K a, porm, por sua propenso a sentirem-se atradas pela energia material, elas sochamadas de energia marginal. Contudo, na verdade, existem apenas duas energias. Todos os sistemasplanetrios e universos apiam-se nas energias de K a. Assim como todos os planetas no sistema solar

    apiam-se no brilho do sol, tudo o que existe na criao apia-se no brilho de K a. O devoto sente prazer aoouvir sobre todas essas potncias do Senhor, ao passo que quem tem inveja de K a rejeita-as. Para o no-devoto, as afirmaes de K a soam como umgrande blefe. Por outro lado, o devotopensa: Oh! meu Senhor to poderoso, e enche-se de amor e adorao. Segundo pensam os no-devotos, porque K a diz: Eu souDeus, eles e qualquer outra pessoa podem dizer mesma coisa. Mas, se lhes pedirmos para revelarem suaforma universal, eles no conseguiro faz-lo. Isto mostra a diferena entre um pseudo-deus e o Deus verdadeiro. Ningum pode imitar os passatemposde K a. K a teve 16.000 esposas e manteve-as com todoo conforto em 16.000 palcios, mas, o homem comum no consegue fazer isso nem sequer com uma nicaesposa. Alm de ter falado muitas coisas maravilhosas, K a tambm agiu maravilhosamente. No devemosacreditaremalgoqueK atenhaditooufeitoerejeitaroutracoisa:seacreditamosnEle,devemosacreditaremtudooqueserelacioneaEle.

    A este respeito, conta-se uma histria de Nrada Muni, o qual foi certa vez questionado por um

    Ah! fiquei sabendo que ests indo ao encontro do Senhor e gostaria que Lhe perguntasses quando queobtereiminhasalvao.Estbem,concordouNrada.Assimofarei.Mais adiante, Nrada encontrou um sapateiro sentado sob uma rvore a remendar sapatos, e este sapateiro

    fez o mesmo pedido a Nrada: Fiquei sabendo que ests indo ao encontrodo Senhor. Por favor, pergunta-Lhequandochegarodiademinhasalvao.

    J nos planetas Vaikuha, Nrada Muni, conforme havia prometido, perguntou a Nryaa (Deus) arespeitoda salvaodo e dosapateiro,ao queNryaa replicou: Logoapsabandonaro corpo;osapateirovir a Mim.

    Eo ?perguntouNrada.Esteterquepermanecerlpormaisunstantosnascimentos.Noseiquandopodervir.NradaMuni ficouadmiradoe,porfim,disse:No consigo compreendereste mistrio.

    Logo compreenders, disse Nryaa.Quando eles te perguntarem sobre o queando fazendo em Minhamorada,dize-lhesqueestoupassandoumelefantepeloorifciodeumaagulha.Quando Nrada regressou Terra,ele foi tercom o que lheperguntou: Eento? Estivestecom o

    Senhor?Queestavafazendo?

    Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt.

    Bhagavad-gt my. my

    mat-sthni sarva bhtni na ch te v avasthita

    Vi uPura parasya brahmaa akti. Parasya brahmaa akti,

    jvas,

    brhmaa:

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    Eleestavapassandoumelefantepeloorifciodeumaagulha,respondeuNrada.No acredito em semelhante disparate, replicou o Nrada pde imediatamente

    compreenderqueaquelehomemnotinhafequenopassavadeumeruditoinspido. A seguir, Nrada foi ter com o sapateiro,que lhe perguntou:Ah! estivestecom o Senhor? Dize-me,ento,

    queEleestavafazendo!Estava passandoumelefantepelo orifciodeumaagulha, respondeuNrada.

    Osapateirops-seachorar:Oh!meuSenhortomaravilhoso!Elepodefazerqualquercoisa.Acreditas realmentequeo Senhorpossapassarumelefantepelo orifciodeumaagulha?perguntou-lheNrada.

    Eporqueno?disseosapateiro,claroqueacredito.Como!?Bem, como vs, estou sentado debaixo desta figueira-de-bengala, respondeu o sapateiro, e podes

    perceber que dela caem muitos frutos diariamente. Pois bem, em cada semente de cada um desses frutosexiste urna figueira-de-bengala como esta. Se dentro de uma pequena semente pode caber uma rvoreenormecomoesta,difcilacreditarqueoSenhorestejapassandoumelefantepeloorifciodeumaagulha?

    Isto o que chamamos de f. No se trata de acreditar cegamente. H uma razo para se ter a crena. SeK a capaz de colocar uma rvore enorme dentro de tantas sementinhas, acaso to espantoso que Eleestejamantendo todosossistemasplanetrios flutuandonoespaoporintermdiodeSuaenergia?

    Emboraos cientistas achem queos planetas esto suspensosno espaosimplesmente graas natureza,por trs da natureza est o Senhor Supremo. A natureza age sob Sua orientao. Como declara r K a:Esta natureza material funciona conforme Minha orientao, filho de Kunt, e produz todos os seresmveis e inertes. Por intermdio de seu controle, esta manifestao criada e aniquilada repetidas vezes( 9.10).

    significa sob Minha superviso. A natureza material no consegue fazer tantosprodgios se no tem a mo do Senhor orientando-a. No podemos dar nenhum exemplo de coisasmateriais que funcionem por si mesmas. A matria inerte, e ela no tem como agir se no impulsionadapelo esprito. A matria no pode agir independente ou automaticamente. Talvez os mecanismos dasmquinas sejam muito interessantes, porm, a menos que algum homem as acione, elas no podemfuncionar. E este homem, que ? Ele uma centelha espiritual. Sem o estmulo espiritual, nada pode mover-se;portanto, tudo apia-se na energia impessoalde K a. EmboraSuaenergia seja impessoal, K a uma

    pessoa. Costumamos ter notcia de pessoas que fazem prodgios, todavia, a despeito de suas conquistasenergticas,elascontinuamsendopessoas.Seistopossvelparasereshumanos,porquenooseriaparaoSenhorSupremo?Todosnssomospessoas,squedependemosdeK a,aPessoaSuprema.

    Muitas vezes vemos gravuras de Atlas, um homem musculoso que carrega um grande planeta sobre osombros e se esfora muito para mant-lo suspenso. Talvez pensemos que, pelo fato de K a estarmantendoouniverso,EleestfazendoomesmoesforoqueAtlas.

    Mas no bem assim.E, mesmo assim,nada doque criadorepousa emMim.Vsa Minha opulnciamstica.EmboraEusejao mantenedorde todas asentidades vivas e emboraEuestejaemtodaparte,mesmoassim,MeuEu aprpriafontedacriao( 9.5).

    Embora todos os seres no universo se apiem na energia de K a, mesmo assim, eles no esto nEle.K a mantm todas as entidades vivas e Sua energia onipenetrante, todavia, Ele est em outra parte. Este o inconcebvelpodermstico deK a. Eleest emtoda parte,todavia,mantm-Se partede tudo.Mesmo

    podendo perceber Sua energia, no podemos v-lO, pois nossos olhos materiais no tm essa capacidade.Porm, quando desenvolvemos nossas qualidades espirituais, santificamos nossos sentidos de maneiraque, mesmo dentro desta energia, possamos v-lO. A eletricidade, por exemplo, est em toda parte, e umeletricista sabe como utiliz-la. Analogamente, a energia do Senhor Supremo est em toda parte, e, aosituarmo-nos na transcendncia, podemos ver Deus, face a face, em toda parte. Essa espiritualizao dossentidos possvel atravs do servio devocional e do amor a Deus. O Senhor onipenetrante em todo ouniversoe encontra-Se dentroda alma, docorao, da gua, do ar em toda parte.Assim, se fazemos umaimagem de Deus com algum elemento argila, pedra, madeira ou o que for no devemos consider-lauma simples esttua. Essa imagem tambm Deus. Se tivermos devoo suficiente, a imagem tambmfalar conosco. Deus est em toda parte impessoalmente ( ), porm, se fizermosSua forma pessoal com algum elemento, ou se criarmos uma imagem de Deus dentro de ns mesmos, Eleestar presente em pessoa diante de ns. Os recomendam oito espcies de imagens, sendo que

    qualquer uma dessas imagens pode ser adorada porque Deus est em toda parte. Talvez algum proteste equestione: Por que deveramos adorar Deus atravs de imagem em vez de ador-lO sob Sua formaespiritual original? A resposta que no podemos ver Deus imediatamente sob Sua forma espiritual.

    brhmaa.

    Bhagavad-gt Maydhyak ea

    Bhagavad-gt

    my tatam ida sarvam

    stras

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    Nossos olhos materiais s nos permitem ver pedras, argila, madeira, algo tangvel. Por isso, K aaparece como uma forma autorizada apresentada pelo Senhor Supremo a fim de quepossamos v-lO. Resultado: se nos concentrarmos na imagem e Lhe fizermos oferendas com amor edevoo,K a corresponder por intermdio da imagem.

    Muitos exemplos provam que isto j aconteceu. Na ndia, existe um templo chamado Sk i-Gopla(K a tambm conhecido como Gopla). A ou esttua de Gopla encontrava-Se certa vez num

    templo de V ndvana. Dois brhmaas um idoso e um jovem, foram visitar V ndvana em peregrinao. A viagem foi longa, e naquela poca no havia ferrovias, de modo que os viajantes passavam por muitasdificuldades. O homem idoso ficou muito agradecido ao jovem por este t-lo ajudado durante a viagem e,ao chegar a V ndvana, ele disse a seu acompanhante: Meu caro rapaz, prestaste-me muito servio e nosei como agradecer-te por isto. Eu gostaria muito de poder retribuir-te por esse servio, dando-te algumarecompensa.

    Meu caro senhor, disse o rapaz, s um homem idoso como meu pai. Portanto, meu dever servir-te.Nopreciso serrecompensadoporisto.

    No, estou agradecido e sinto que devo recompensar-te, insistiu o velho. Ento, prometeu dar suajovemfilhaemcasamentoaorapaz.

    O velho era muito rico, ao passo que o rapaz, apesar de ser um erudito, era muito pobre.Levando isto em considerao, o rapaz disse: No faas esta promessa, pois tua famlia jamais concordar

    com isso. Eusou umhomem to pobre e tusumaristocrata, logo, estematrimniono ocorrer. Por favor,nofaasestapromessaperanteaDeidade.Os dois conversavam no templo, perante a Deidade de Gopla K a, e o rapaz no queria ofender a

    Deidade. Contudo, a despeito das splicas do rapaz, o velho insistia em manter a promessa do casamento. Aps permanecerem em V ndvana por algum tempo, eles finalmente regressaram ao lar, e o velhoinformou a seu filho mais velho que sua jovem irm casar-se-ia com o pobre. O filho mais velhoficou muito irritado. Mas como foste escolher aquele pobreto para casar-se com minha irm? Assim nopodeser!

    A esposa do velho tambm veio falar com ele: Se casares nossa filha com esse rapaz, cometereisuicdio.

    Assim, o velho ficou perplexo. Passado algum tempo, o jovem ficou muito preocupado. Eleprometeu casar sua filha comigo, e foi uma promessa perante a Deidade. Por que ser que ainda no veio

    cumpri-la?Resolveu,ento,irfalarcomovelhoelembr-lodesuapromessa.Fizeste uma promessa perante o Senhor K a, disse o rapaz, e ainda no a cumpriste. Que estacontecendo?

    O velho ficou calado. Comeou a orar a K a, pois estava confuso. Para no criar um distrbio nafamlia, no queria mais casar sua filha com o rapaz. Nisso, apareceu o filho mais velho, que comeou aacusar o jovem Tu roubaste meu pai no lugar de peregrinao. Tu o embriagaste e tiraste-lhetodoodinheiro,eagoraaindavensdizerqueeleprometeudar-teminhairmcaulaemcasamento.Patife!

    Dessa maneira, formou-se uma grande confuso, e comeou a aparecer gente para ver o que havia. Orapaz percebeu que o velho no retrocedera emsua deciso mas que a famlia estava dificultando ascoisas. As pessoas comearam a juntar-se no local por causa da discusso provocada pelo filho mais velho, e ojovem passoua exclamarque o velho fizeraaquela promessa perantea Deidade mas que ele noqueriacumpri-ladevidoobjeodafamlia.Ofilhomaisvelho,queeraateu,interrompeuorapazedisse:

    TudizesqueoSenhorfoitestemunhadisso.Poisbem,seElevieredertestemunhodessapromessa,dar-te-emos nossa irm emcasamento.O rapaz replicou: Sim, pedirei que K a venha dar Seu testemunho. Ele estava confiante de que Deus

    viria. Ento, foi feito um acordo perante todos os presentes, de que a moa lhe seria dada em casamento seK aviessedeV ndvanacomotestemunhadapromessadovelho.

    O jovem regressou a V ndvana, onde comeou a orar a Gopla K a. Querido Senhor,precisas vir comigo. Ele era um devoto to resoluto que falava com K a assim como algum falaria comum amigo. Para ele, Gopla no era apenas uma esttua ou uma imagem, mas sim o prprio Deus. Derepente,aDeidadefalou-lhe:

    Comoachasquepodereiacompanhar-te?Eusouumaesttua.Nopossoirapartealguma.Bem,seumaesttuapodefalar,podetambmcaminhar,replicouorapaz.Est bem, ento, disse finalmente a Deidade. Irei contigo, mas com uma condio. No devers de

    forma alguma virar-te para olhar-Me. Eu te acompanharei, e sabers disso pelo tilintar dos sinos de Meustornozelos.O rapaz concordou, e dessa maneira ambos sairam de V ndvana em direo outra cidade. Quase no

    arc-vigraha,

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    final da viagem, bem pertinho da entrada da aldeia do rapaz ele deixou de ouvir o som dos sinos e seapavorou. Oh! onde est K a? No conseguindo se conter mais, virou-se para trs. Ento, viu a esttuaparada, bem atrs dele. Por ter olhado para trs, ela no iria prosseguir. Ele correu imediatamente para acidade, onde pediu que todos viessem ver K a, a testemunha. Todos ficaram espantados ao verem queuma esttua to grande percorrera toda aquela distncia, e assim construram um templo no local em honra Deidade,e athoje adoramSk i-Gopla, o Senhor-testemunha.

    Portanto,devemos concluirque, como est emtoda parte,Deus tambmest emSuaesttua, na imagemfeita semelhana dEle. Se K a est em toda parte, como at os impersonalistas admitem,por que, ento,no estar emSua imagem? Agora, se a imagemou esttua vai falar ou no conosco, istodepender dograude nossa devoo. Mas se preferirmos ver a imagem como uma mera escultura de madeira ou pedra, K asempre permanecer como madeira ou pedra para ns. K a est em toda parte, porm, conformeavanarmos em conscincia espiritual, passaremos a v-lO como Ele . Ao colocarmos uma carta na caixade correio, ela chegar a seu destino porque a caixa de correio autorizada. De forma semelhante, seadorarmosumaimagemautorizada deDeus,nossa f surtir algumefeito. Se nosdispusermosa observarasdiversas regrase regulaes quer dizer, se nosqualificarmos ser-nos-possvel verDeus em qualquerlugar. Devido presena de Seu devoto, K a, mediante Suas energias onipresentes, manifestar-Se- emqualquer lugar, porm, na ausncia de Seu devoto, Ele no far isto. Muitos incidentes ilustram este fato.Prahlda Mahrja viu K a numa pilastra. Existem muitos outros exemplos de que K a est em toda

    parte:bastatermo-nosqualificado parav-lo.O prprio K a d o seguinte exemplo de Sua onipresena: Assim como o vento poderoso, soprandoem todas as direes, sempre repousa no espao etreo, fica sabendo que, da mesma maneira, todos osseres repousam em Mim ( 9.6).

    Todos sabem que o vento sopra no espao, bem como em todos os cantos da Terra. No h lugar ondeno haja ar nem vento. Se queremos evitar o ar, temos que criar um vcuo artificialmente, com a ajuda deuma mquina.Assim comoo ar sopra emtodos oscantosdoespao, damesma forma, tudoexistedentrodeK a.Seassim,paraondevaiacriaomaterialaodissolver-se?

    filho de Kunt, ao final do milnio, toda a manifestao material imerge em Minha natureza, e, nocomeo do outro milnio, por intermdio de Minha potncia, Eu crio outra vez ( 9.7).K a acionaSua natureza( ) assim comoalgum dcorda emum relgio,e, quandoa naturezase

    dissolve, ela imerge no Senhor. A criao espiritual, contudo, no assim, pois permanente. Na criaomaterial tudo temporrio. Assim como nossos corpos desenvolvem-se devido centelha espiritual queexiste dentro deles,de modo semelhante, toda a criao material surge,desenvolve-se e desaparece devidoao esprito do Senhor que est dentro dela. Assim como nosso esprito est presente dentro do corpo, oSenhor est presente dentro do universo como Paramtm. Devido presena de K rodaka y Vi u que existe a criao material, tanto como nossos corpos existem devido nossa presena. As vezes, K amanifesta a criao material e, s vezes, no. De qualquer modo, a existncia da criao deve-se presenadeK a.

    Bhagavad-gt

    sarva-bhtni kaunteya / prak ti ynti mmikm kalpa-k aye punas tni / kalpdau vis jmy aham

    Bhagavad-gt prak t

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    autoridades. Quanto a K a, todas as autoridades vdicas aceitam-nO como Deus. Quando de Suapresena na Terra, as atividades por Ele executadas foram sobrenaturais. Se algum no acreditar nisto,deve-seconcluirquenoacreditaremnenhumaevidnciaquesepossadar.

    Se queremos ver Deus, devemos tambm ter a viso adequada. J que no podemos ver Deus comnossos sentidos materiais, o processo de o processo purificador dos sentidos e que nospermite, portanto, compreender a posio e a personalidade de Deus. Temos capacidade de ver, ouvir,

    tocar, saborear e assim por diante, todavia, mantendo esses sentidos embotados, no nos possvelcompreender Deus. O processo de conscincia de K a consiste em treinar esses sentidos por intermdiodeprincpios regulativos,especificamentepormeiodocantardeHare K a.

    r K a apresenta outras caractersticas dos Essas pessoas confusas sentem-se atradas porpontosde vista atestas e demonacos. Iludidas a este ponto,vem frustrar-se suas esperanas de liberao,suas atividades fruitivas e seu cultivo de conhecimento ( 9.52).

    A palavra indica que as aspiraes dos atestas sero frustradas. Os ou trabalhadoresfruitivos, vivem na esperana de conseguirem algo melhor para o gozo de seus sentidos. Suas aspiraespraticamente no tm limites. Eles procuram aumentar o saldo bancrio e esperam ser felizes algum dia, sque esse dia nunca chega, porque a busca deles insacivel. Aqueles que se deixam seduzir pelas atraesda energia ilusria no podem compreender a meta ltima da vida. A expresso mostraque, apesar de se esforarem tanto, no final eles s tero frustraes. A menos que nos estabeleamos em

    conscinciadeK a, todasasnossasatividades acabaropornos frustrar.No um homem comum quem diz isto, mas sim o prprio r K a. Se nossa inteno adquirirconhecimento, devemos pesquisar paraver seK a ouno Deus. Deque adiantammilharesdeanosdeespeculao sem objetivo algum? O Senhor Supremo to vasto que no se pode abrang-lO atravs daespeculao mental. Se viajarmos velocidade da mente e do vento por milhes de anos, no nos serpossvel alcanar o Supremo mediante a especulao. No h registro de sequer uma pessoa que tivessealcanadoa Suprema VerdadeAbsoluta pormeio de suaprpria especulao mental. Portanto,a expresso

    indica que o processo de conhecimento mundano s faz confundir-nos. Por intermdio denosso prprio esforo, no temos condio de ver o sol depois que ele se pe. Somos obrigados a esperarat que o sol se revele ao nascer da manh. Se no temos condio de, com nossos sentidos limitados,perceber algo material como o sol, como poderemos perceber o que no material? No podemosdescobrir ou entender por meio de nosso prprio esforo. Precisamos qualificar-nos por intermdio da

    conscincia deK a e esperar que Ele Serevelea ns.Aqueles que se dedicam constantemente a Mim e Me adoram com amor, Eu dou a compreensomediantea qualelespodemviraMim( 10.10).

    Embora K a esteja dentro de ns, devido ao nosso condicionamento material, no percebemos isso. Aqueles cuja natureza hostil e demonaca ( ) acham que esta vida material tudo e que oobjetivo da vida humana tirar tanto prazerda matria quantopossvel.Eles espremem a natureza material,mas vivem sendo frustrados. No espremendo a natureza material que iremos descobrir o verdadeiroprazer. Caso queiramos o verdadeiro prazer, devemos adotar a conscincia de K a. No mundo material,toda felicidade tem seu comeo e seu fim, mas, em conscincia de K a, a felicidade ilimitada e sem fim.Se quisermos obter esta felicidade, simplesmente precisamos sacrificar um pouco de nosso tempo e cantarHare K a. Em outras eras, grandes sbios e semideuses costumavam sacrificar suas vidas inteiras paracompreenderem o Supremo, e nem sempre tinham sucesso. Para esta era, Caitanya Mahprabhu

    recomenda um processo fcil de compreenso de Deus. A nica coisa necessria ouvir atentamente.Devemos ouvir o e devemos cantar os nomes de K a, ouvindo-os com ateno. Nodevemos ser orgulhosos, pensando falsamente que temos muito conhecimento ou que somos muitoeruditos.PrecisamosapenasserbemeducadosesubmissosparaouvirasmensagensdeK a.

    Atualmente, este mundo administrado pelos Os so canibais comedores de seusprprios filhos para a satisfao de seus sentidos. Grandes regimes tm sido criados para prejudicar tantaspessoas em benefcio da satisfao dos sentidos dos mas eles no percebem que seus sentidosjamais ficaro satisfeitos desta maneira. No obstante, os esto dispostos a sacrificar tudose parasatisfazer seus desejos caprichosos.Eles tmmuita dificuldade de compreender o queest acontecendo defato porque esto muito fascinados pela civilizao material. Ento, quem poder compreender? Os

    cujos coraes se abriram para a transcendncia, entendem que tudo pertence a Deus, e eutambmpertenoaDeus.

    Semelhantes no esto sob o controle da natureza material (). Deus grande e o corao do tambm torna-se grande servindo aogrande. no o carimbo de um lder poltico. No so votos que fazem de algum um

    bhakti-yoga

    m has:

    Bhagavad-gt mogh a karms,

    mogha-karma

    mogha-jn

    Bhagavad-gt

    rk sm surm

    Bhagavad-gt

    rk asas. rk asas

    rk asas,rk asas

    mahtms,

    mahtms mahtmnas tu mm prtha daiv prak tim rit mahtm

    Mahtm mahtm. 2 0 0 4 -

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    O estabelece o padro do aquele que se refugiou na energia superiordo Senhor. Evidentemente, todas as energias so dEle, e Ele no faz distines entre a energia espiritual e aenergia material. Porm,no caso da alma condicionada, situada marginalmente entre a energia material e aenergia espiritual, faz-se uma distino. Os percebem esta distino e, por isso, refugiam-se naenergiaespiritual

    Servindoao grande, os tambmtornam-se grandes, identificando-secom a energia superior:

    Eu sou Brahman esprito ( ). Isto no quer dizer que eles ficam orgulhosos e passam aachar quesoDeus. Pelo contrrio, quem se torna Brahman deve demonstrar suas atividades em Brahman.O esprito ativo, logo, tornar-se Brahman no significa tornar-se inativo. Brahman esprito, e essescorposmateriaisssoativosporteremBrahman dentrodeles.Se somosativosa despeitodenossocontatocom a natureza material, por acaso deixamos de ser ativos quando nos purificamos das contaminaesmateriais e nosestabelecemos em nossa identidade como Brahman puro? CompreenderEusouBrahmansignifica ocupar-se em atividades espirituais, pois somos, esprito, e nossas atividades manifestam-se,mesmo queestejamos contaminadospelamatria. Tornar-se Brahmanno significadesintegrar-se,massimestabelecermo-nos na natureza superior, o que significa ocuparmo-nos nas atividades superiores daenergia superior. Tornar-se Brahman significa ocupar-se completamente em prestar servio devocional aoSenhor. Deste modo, o compreende que, se tiver que prestar servio, que este seja prestado aK a,eaningummais.PortantotemposervimosanossossentidosagoradevemosserviraK a.

    No temos condio de parar de servir, pois fomos feitos para servir. Existe algum que no estservindo?Se perguntarmosao Presidente: A quem o senhorest servindo? Elenosdir queest servindo nao. Ningum fica sem servir. No podemos parar de servir, mas precisamos reorientar nosso servio,trocandoa ilusopela realidade. Fazendo isto,viramos

    O processo de ( ), de sempre cantar as glrias do Senhor, o comeo do processodo O Senhor Caitanya Mahprabhu simplificou este processo ao apresentar humanidade ocantardeHareK a,HareK a,K a K a,HareHare/ HareRma, HareRma, RmaRma, HareHare.Existem noveprocessos diferentesdeservio devocional,dosquais ouvir ecantar, soos mais importantes. Na verdade, significa descrever. Podemos fazer descrio musical, verbal, visual, etc. acompanha pois, sem ouvir nada podemos descrever. No necessrianenhuma qualificao material para se alcanar o Supremo. Basta ouvirmos de fontes autorizadas e repetirrigorosamente o queouvimos.

    Outrora, o estudante ouvia os recitados pelo mestre espiritual, e em virtude disso ostornaram-se conhecidos como aquilo que se ouve. No por exemplo, Arjuna ouve nocampo de batalha. Ele no est estudando a filosofia Podemos ouvir as palavras da AutoridadeSuprema em qualquer lugar, mesmo num campo de batalha. Conhecimento, recebe-se, no inventado.Certas pessoas pensam: Por que deveria eu dar-Lhe ouvidos? Posso pensar sozinho. Posso inventar algonovo. Este, porm, no o processo vdico de conhecimento descendente. Mediante o conhecimentoascendente, a pessoa tenta elevar-se por seu prprio esforo. Atravs do conhecimento descendente,contudo, recebemos o conhecimento de uma fonte superior. Na tradio vdica, o mestre espiritualencarrega-se de transmitir conhecimento ao discpulo, tal como ocorre no (

    ). A audio submissa tem tanto poder que, pelo simples fatode ouvirmos de fontes autorizadas, aperfeioamo-nos inteiramente. Sendosubmissos, conscientizamo-nosde nossas prprias imperfeies. Em nosso estado condicionado, estamos sujeitos a quatro classes de

    imperfeies: fatalmente cometemos erros, ficamos iludidos, temos sentidos imperfeitos e enganamos.Portanto, uma futilidade tentarmos compreender a Verdade Absoluta com nossos sentidos deficientes enossaexperincia limitada.Precisamos ouvirdeumrepresentante deK aqueseja devotodeK a.K afezdeArjunaumrepresentanteSeuporqueArjunaeraSeudevoto: (4.3).

    Ningum pode tornar-se representante de Deus sem ser devoto de Deus. A pessoa que pensa: Eu souDeus no pode represent-lO. Por sermos partes integrantes de Deus, temos as mesmas qualidades queEle, e por isso, se estudarmos essas qualidades em ns mesmos, acabaremos aprendendo algo sobre Deus.Isto no quer dizer que compreenderemos a quantidade de Deus. Este processo de auto-realizao umamaneira de compreendermos Deus, mas no devemos em hiptese alguma pregar: Eu sou Deus. Nopodemos afirmar ser Deusse no conseguimos revelar ospoderes de Deus. Quanto a K a, Ele provou serDeus demonstrandomuitssimo poder e revelandoSua forma universal a Arjuna. K a mostrou esta forma

    impressionante a fim de desanimar as pessoas que no futuro tencionassem assumir a posio de Deus. Nodevemos nosdeixarenganar poralgumqueafirmaserDeus; seguindoospassosde Arjuna, devemos pedirpara ver a forma universal antes de aceitar alguma pessoa como Deus. S um tolo aceitaria outro tolo comoDeus.

    Bhagavad-gt mahtm: mahtm

    mahtms (daiv prak tim).

    mahtms

    aha brahmsmi

    mahtm

    mahtms.krtana krtanyanta

    mahtm.

    ravaa krtanam,krtana

    ravaa krtana,

    Vedas Vedas ruti, Bhagavad-gt Vednta.

    Bhagavad-gt eva parampar-prptam ima rjar ayo vidu

    bhakto sime sakh ceti Bhagavad-gt

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    Ningum podeequiparar-sea Deus, e no hningum superiora Ele.Mesmo o SenhorBrahme iva, osmais elevados dos semideuses, so-Lhe subservientes e prestam-Lhe respeitosas reverncias. Em vez detentarmos virar Deus atravs deste ou daquele processo de meditao, melhor que ouamossubmissamente sobre Deus e tentemos compreender tanto Ele quanto nossa relao com Ele. Nem orepresentante deDeusnem a encarnaodeDeusjamaisafirmamser Deus, mas sim servosdeDeus. Esta acaracterstica dorepresentantefidedigno.

    Podemos descrever tudo o que aprendemos a respeito de Deus da parte de fontes autorizadas, e issoajudar-nos- a avanar no caminho espiritual. Esta descrio chama-se Ao tentarmos repetir o queouvimos, estabelecemo-nos em conhecimento. Praticando o processo de ouvir ecantar, podemos livrar-nos do condicionamento material e atingir o reino de Deus. Na era atual, impossvel praticar sacrifcio, especulao ou O nico caminho aberto para ns o de ouvirsubmissamente de fontes autorizadas. Foi assim que os receberam o conhecimento maisconfidencial. Arjuna tambm recebeu-o de K a desta maneira, e a ns recomenda-se o mesmo processo,o dereceber conhecimentoa partirda sucessodiscipular provenientedeArjuna.

    krtana.ravaa krtanam,

    yoga.mahtms

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    5. Parampar: conhecimentoatravs da sucesso discipular

    r bhagavn uvca ima vivasvate yoga / proktavn aham avyayam vivasvn manave prha / manur ik vkave bravt

    yoga Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt

    srya-nryaa Mahbhrata

    Bhagavad-gt karma-yoga

    Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt Bhagavad-gt

    Mahbhrata Bhagavad-gt

    eva parampar-prptam / ima rjar ayo vidu sa kleneha mahat / yogo na a parantapa

    sa evya my te dya / yoga prokta purtana bhakto si me sakh ceti / rahasya hy etad uttamam

    Bhagavad-gt Bhagavad-gt yoga bhakti-yoga, karma-yoga, jna-yoga, haha-yoga

    yoga, yoga yoga,

    yoga

    Bhagavad-gt

    O bem-aventurado Senhor disse: Ensinei esta imperecvel cincia da ao deus do Sol, Vivasvn, e esteensinou-a a Manu, o pai da humanidade, que, por sua vez, ensinou-a a Ik vku ( 4.1).

    H muitos anos, K a transmitiu o conhecimento divino do a Vivasvn, o deus do Sol. Peloque costumam nos dizer, o sol um lugar muito quente, e no consideramos que seja possvel algum viver l.Nemsequer possvel chegarbempertodo solcomoscorposquetemos.Contudo, os textosvdicos explicamque o sol umplaneta tanto quantoo nosso o , mas que tudo l composto de fogo. Assim comoo elementopredominantenesteplanetaaterra,houtrosplanetasondeoselementospredominantessoofogo,aguaeoar.

    As entidades vivas desses diversos planetas adquirem corpos compostos de elementos compatveis com oelemento predominante no planeta; logo, os seres que vivem no sol tm corpos compostos de fogo. De todosos habitantesdo sol, a personalidade principal um deus chamado Vivasvn. Ele conhecido comoo deus dosol ( ). Assim como em cada pas h um chefe de estado, todos os planetas tambm sopresididospor suasrespectivas personalidadesprincipais. O texto histrico chamado relataqueoutrora, neste planeta, governava um nico rei, chamado Mahrja Bharata. Ele governou h cerca de 5.006anos, e o planeta recebeu um nome em homenagem a ele (Bhratavar a). Mais recentemente, a Terra foidividida em muitospasesdiferentes.Dessa maneira, cada planeta do universo temum controlador e, s vezes,muitoscontroladores.

    Este primeiro verso do Quarto Captulo do nos ensina que, milhes de anos atrs, r K atransmitiu o conhecimento de a Vivasvn, o deus do Sol. r K a, agora transmitindo osensinamentos do a Arjuna, indica neste verso que os mesmos ensinamentos, longe de seremalgo novo, foram apresentados muitos anos atrs num planeta diferente. Vivasvn, por sua vez, repetiu essesensinamentos para seu filho, Manu. Manu transmitiu o conhecimento novamente a seu discpulo Ik vku.Mahrja Ik vkufoi um grande rei e antepassado do Senhor Rmacandra. O que se est tentando dizer aqui que, sequisermosaprendero e tirar benefciodeste aprendizado deveremosadotar o processopara compreend-lo, processo este descrito aqui. Ao falar o para Arjuna, K a no o estfazendo pela primeira vez. As autoridades vdicas calculam que o Senhor, h aproximadamente quatrocentosmilhes de anos, transmitiu essas instrues divinas a Vivasvn. O d a entender que o

    foi transmitido a Arjuna h aproximadamente 5.000 anos. Antes de Arjuna, os mesmosensinamentos foram transmitidos atravs da sucesso discipular, s que, passado um perodo to longo, osensinamentos ficaramperdidos.

    Esta cincia suprema foi assim recebida atravs da corrente de sucesso discipular, e os reis santoscompreenderam-na deste modo. Porm, no transcorrer do tempo, a sucesso rompeu-se, e por isso a cinciacomo ela parece estar perdida. Agora, transmito-te esta antiqussima cincia da relao com o Supremoporque s Meu devoto, bem como Meu amigo; logo, podes compreender o mistrio transcendental destacincia ( 4.2-3).

    O trata de diversos sistemas de e por isso aqui fala-se de A palavra significa vincular-se, e a idia que, praticando vinculamos nossa conscincia com Deus. Trata-se de um mtodo de reunirmo-nos com Deus, ou derestabelecermos nossa relao com Ele. No transcurso do tempo, esta transmitida por r K a ficouperdida. Como isto foi possvel? Por acaso no havia sbios eruditos na poca em que K a teve Seu dilogocom Arjuna? No, muitos sbios estavam presentes na poca: Perdido, neste contexto, quer dizer que osignificado do estava perdido. Talvez os intelectuais apresentem sua prpria interpretao do

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    Bhagavad-gt, Bhagavad-gt.Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt.Bhagavad-gt,

    (parampar). Bhagavad-gt,

    yog

    Bhagavad-gt bhakto si me sakh ceti

    Bhagavad-gt.Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt Gt Bhagavad-gt

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    Bhagavad-gt,Bhagavad-gt Bhagavad-gt

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    Bhagavad-gt

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    Bhagavad-gt Bhagavad-gt,

    Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt.

    analisando-o para favorecer seus prprios caprichos, mas isto no o istoo que K a est enfatizando, e o estudante do deve atentar para isto. Talvez algum seja umtimo intelectual do ponto de vista material, porm, isto no o qualifica para comentar oCaso queiramos compreender o precisamos aceitar o princpio da sucesso discipular

    necessrio que assimilemos o esprito do ao invs de abord-losimplesmentedopontodevistadaerudio.

    Por que, de todas as pessoas, r K a escolheu Arjuna como receptculo deste conhecimento? Arjunano era deforma algumaumgrandeerudito,nem era meditador ouhomem santo.Ele era umguerreiroprestes a participar de uma batalha. Havia muitos grandes sbios vivendo na poca, e r K a poderia tertransmitido o a eles. A resposta que, apesar de ser um homem comum, Arjuna tinha umagrande qualificao: s meu devoto e Meu amigo. Esta era a qualificaoexcepcional de Arjuna, uma qualificao que os sbios no tinham. Arjuna sabia que K a era a SupremaPersonalidade de Deus, motivo pelo qual rendeu-se a Ele, aceitando-O como seu mestre espiritual. Quemno devoto do Senhor K a no tem possibilidade de compreender o Quem quisercompreender o no poder faz-lo com o auxlio de outros mtodos. Deve-se compreendero conforme o mtodo prescrito no prprio exatamente como Arjuna compreendeu-o.Se desejarmos entender o ao nosso prprio modo, ou se desejarmos dar-lhe nossa prpriainterpretao,talvezistodemonstreanossaerudio,masnosero

    Pode ser que, com nossa erudio, consigamos inventar alguma teoria baseada no talcomo fez Mahtm Gandhi ao interpretar o com a inteno de substanciar sua teoria da no- violncia. Como possvel provar que o trata da no-violncia? O tema central do

    gira em torno da relutncia de Arjuna em lutar e de como K a induziu-o a matar seusadversrios. De fato, K a diz a Arjuna que o resultado da guerra j fora decidido pelo Supremo, que aspessoas reunidas no campo de batalha estavam predestinadas a jamais retornar. Era plano de K a que osguerreiros iriam todos morrer, e K a deu a Arjuna a oportunidade de receber o mrito pela vitria. Se o

    proclama que lutar uma necessidade, como possvel provar que ele defende a no- violncia? Tais interpretaes so tentativas de distorcer o Basta o ser interpretadosegundo a motivao de algum indivduo para seu objetivo ficar obscurecido. Afirma-se que no podemoschegar concluso da literatura vdica valendo-nos de nossa prpria lgica e argumentao. Existemmuitas coisas que transcendem a jurisdio de nosso sentido de lgica. Quanto s escrituras, diferentes

    escrituras descrevem a Verdade Absoluta de maneiras diferentes. Se analisarmos todas elas, ficaremosconfusos. Existem, tambm, muitos filsofos, cada um com sua opinio, e eles vivem se contradizendo. Seno lendo diversas escrituras, dando argumentos lgicos ou propondo teorias filosficas que se podecompreendera verdade, como,ento,pode-se chegaratela? O fato quea sabedoriada VerdadeAbsoluta muito confidencial,porm,seseguimosasautoridades,poderemos entend-la.

    Na ndia, h sucesses discipulares descendentes de Rmnujcrya, Madhvcrya, Nimbrka, Vi usvm e outros grandes sbios. Os textos vdicos so compreendidos por intermdio dos mestresespirituais superiores. Arjuna aprendeu o com K a, e, se desejamos aprend-lo tambm,devemos recorrer a Arjuna, e no a qualquer outra fonte. Qualquer conhecimento que tenhamos do

    deve coincidir com a maneira como Arjuna o compreendeu. Se compreendermos o maneira de Arjuna, ento nossa compreenso ser correta. Este deve ser o critrio para

    nosso estudo do . Para realmente recebermos benefcio do precisamos

    seguir este princpio. O no umlivro deconhecimento comumque podemos adquirir emqualquer livraria, ler e recorrer a um dicionrio para entend-lo. No bem assim. Se o fosse, K a jamaisteriaditoaArjunaqueacinciaestavaperdida.

    No difcil compreender a necessidade de recorrer sucesso discipular para se compreender oQuem quer ser advogado, engenheiro ou mdico precisa receber conhecimento dos

    advogados, engenheiros e mdicos autorizados. O advogado iniciante precisa tornar-se aprendiz de umadvogado experiente, ou, no casode umjovem estudante de medicina, preciso que ele passe a conviverea trabalhar com aqueles que j so mdicos licenciados. No podemos aperfeioar o conhecimento quetemosdeumassuntosemqueorecebamosporintermdiodefontesautorizadas.

    Existem dois processos de adquirir conhecimento o indutivo e o dedutivo. O mtodo dedutivo considerado o mais perfeito. Considerando, por exemplo, a premissa de que todos os homens so mortais,no necessrio discutir para ver se o homem mortal mesmo. Em geral, aceita-se que tal premissa um

    fato. A concluso dedutiva : sr. Paulo um homem, logo, o sr. Paulo mortal. Mas como se chega premissa de que todos os homem so mortais? Os adeptos do mtodo indutivo preferem chegar a estapremissa por meio de experimentos e observaes. Deste modo, estuda-se que este homem morreu e

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    aquelehomem tambm, etc., e, aps observar-sequetantoshomensmorreram,conclui-se ou generaliza-seque todos os homens so mortais; s que h um grande defeito neste mtodo indutivo, a saber, que nossaexperincia limitada. Talvez jamais tenhamos visto um homem que no fosse mortal, porm, fazemosnosso julgamento combase em nossa experincia pessoal, que finita. Nossossentidos tmpoder limitadoe temos muitas deficincias em nosso estado condicionado. Conseqentemente, o processo indutivo nemsempre perfeito, ao passo que o processo dedutivo, baseado numa fonte de conhecimento perfeito,

    perfeito.Assimfuncionaoprocessovdico. Apesar de a autoridade ser reconhecida, existem muitas passagens do que parecem serdogmticas.NoStimoCaptulo, porexemplo,rK adiz:

    conquistador de riquezas (Arjuna), no existe verdade superior a Mim. Tudo repousa em Mim, assimcomoasprolassoensartadasnumcordo( 7.7).

    r K a est dizendo que no existeautoridade superior a Ele,o que pareceser muito dogmtico.Se eudigo: Ningum superior a mim, aspessoas pensaro:Oh! Svmiji muitoorgulhoso.Seumhomemqueestcondicionadopor tantas imperfeiesdiz que o maior de todos, ele blasfemo. Mas K a podedizer

    isto, pois, segundo registros histricos de quando Ele esteve na Terra, podemos compreender que Ele foiconsiderado a maior personalidade de Sua poca. De fato, Ele Se sobressaiu em todos os campos deatividades.

    Segundo o sistema vdico, considera-se perfeito aquele conhecimento que recebido da maiorautoridade. De acordo com os existem trs classes de evidncia: e

    quer dizerpercepovisualdireta. H algumsentado minha frente, possov-lodiretamente,e por meiodos olhos que recebo conhecimentode que ele est sentado ali. O segundo mtodo, auditivo: ouvindo o barulho de crianas brincando na rua, chegamos concluso de que elas esto l. Oterceiro mtodo, consiste em aceitar as verdades apresentadas por uma autoridade superior. Aceitamosda parte de autoridadessuperioresa premissade que o homem mortal.Todosaceitam isto,masningum tem experincia da mortalidade de todos os homens. Temos que aceitar isto por tradio. Sealgum disser: Quem foi o primeiro a descobrir esta verdade? Ser muito difcil responder. S poderemos

    dizer que se trata de um conhecimento popular e que o aceitamos. Dos trs mtodos de adquirirconhecimento, os afirmam que o terceiro mtodo, aquele atravs do qual recebemos conhecimentode autoridades superiores, o mais perfeito.A percepodireta sempre imperfeita, especialmente na fasedevidacondicionada. A percepo direta faz-nos ver o sol comosefosse umdisco,dotamanho doprato emque comemos. Contudo, os cientistas esclarecem-nos que o sol muitos milhares de vezes maior do que aTerra. Que devemos aceitar, ento? A proclamao cientfica, a proclamao das autoridades, ou nossaprpria experincia?Emboransmesmosnopossamos provar quo grande o sol, aceitamoso veredictodos astrnomos. Dessa maneira, aceitamos as declaraes de autoridades em todos os campos de nossasatividades. Os jornais e o rdio informam-nos, tambm, o que est acontecendo na China, na ndia e emoutros cantos do planeta. No temos experincia direta desses eventos, tampouco sabemos se tais eventosesto ocorrendo de fato, porm, aceitamos a autoridade do rdio e dos jornais. Se queremos obterconhecimento, nossa nica escolha acreditar nas autoridades. E se a autoridade for perfeita nosso

    conhecimentoserperfeito.Segundo as fontes vdicas, K a a maior e mais perfeita de todas as autoridades (). No s K a que proclama ser a autoridade mxima isto tambm

    aceito por grandes sbios e eruditos no Se no aceitarmos K a como autoridade e noaceitarmos literalmente as Suas palavras, no poderemos obter nenhum benefcio do Issonodogmticoapuraverdade.SeanalisarmosminuciosamenteoqueK adiz,descobriremosquea verdade. Mesmo eruditos como akarcrya, cujas opinies so diferentes das opinies daPersonalidadedeDeus,admitemqueK a K a oSenhorSupremo.

    O conhecimento vdico no uma descoberta recente. Trata-se de antigo conhecimento revelado.K a refere-se a ele como que quer dizer antigo. K a diz ter transmitido esta ao deus doSol milhes de anos atrs, e no sabemos quantos milhes de anos antes disso Ele transmitiu-o a outrapessoa. Este conhecimento vive sendo repetido, assim como o vero, o outono, o inverno e a primavera se

    repetem a cada ano. Nossofundodeconhecimento muitopobre,nemsequerconhecemos a histriadesteplaneta se remontamos a mais de cinco mil anos. Porm, os textos vdicos contam-nos histrias queremontam a milhes de anos atrs. O fato de no sabermos o que aconteceu h trs mil anos neste planeta

    Bhagavad-gt

    matta paratara nnyat / kicid asti dhanajaya mayi sanvam ida prota / stre mai-gu iva

    Bhagavad-gt

    Vedas, pratyak a, anumna abda.Pratyak a

    anumna,

    abda,

    Vedas

    matta paratara nnyat kicid asti dhanajaya

    Bhagavad-gt.Bhagavad-gt.

    svaya bhagavn

    purtana, yoga

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    no justifica que concluamos que ento no existia histria. claro que algum poder desconfiar da validade histrica de K a. Talvez diga que K a, segundo o viveu h cinco mil anos, e,neste caso, no possvel que Ele tivesse transmitido o ao deus do Sol tantos milhes deanos antes. Se eu dissesse que dei uma palestra sobre o sol ao deus do Sol alguns milhes de anos atrs, aspessoas diriam: Svmiji est falando disparates. Mas o mesmo no se aplica a K a, pois Ele a SupremaPersonalidade de Deus. Se acreditamos que K a falou o ao deus do Sol ou no, de

    qualquer modo Arjuna aceita este fato. Arjuna aceitou K a como o Senhor Supremo, e por isso sabia queera bem possvel que K a tivesse falado com algum milhes de anos antes. Apesar de pessoalmenteaceitarasdeclaraesderK a,afimdeesclarecerasituaoparapessoasnofuturo,Arjunapergunta:

    Vivasvn, o deus do Sol, nasceu antes de Ti. Como posso compreender que no princpio Tu lheensinasteestacincia? ( 4.4).

    Naverdade,estaumaperguntamuitointeligente,qualK arespondedoseguintemodo:

    Tanto Eu quanto tu j passamos por muitssimos nascimentos. Eu posso lembrar-Me de todos eles, mastunoo podes, subjugadordoinimigo!( 4.5).

    Apesar de ser Deus, K a encarna muitssimas vezes. Sendo uma entidade viva, Arjuna tambm nascemuitssimas vezes.A diferenaentrea Suprema Personalidade deDeus e a entidade viva est em

    K alembra-SedoseventosdeSuasencarnaespassadas,aopassoqueaentidadevivanoo pode. Esta uma das diferenas entre Deus e o homem. Deus eterno e ns tambm o somos, mas adiferena est em que vivemos mudando de corpos. hora da morte esquecemo-nos dos eventos de nossa vida, morte significa esquecimento, isto tudo. noite, ao dormirmos, esquecemos que somos casados eque temos este e aquele filho. Ficamos esquecidos quando adormecemos, porm, ao acordarmos,lembramos: Ah! sou fulano de tal e preciso fazer isto e aquilo. O fato que, em nossas vidas anteriores,

    tivemos outroscorposcomoutrasfamlias,pais,mes e assim pordianteemoutrospases, masesquecemo-nos de tudo isso. Talvez tenhamos sido ces ou gatos ou homens ou deuses mas agora estamosesquecidosdetudooquepossamostersido.

    A despeito de todas essas transformaes, como entidades vivas, somos eternos. Assim como em vidasanteriores nos preparamos para obter este corpo, nesta vida estamos nos preparando para obter outrocorpo. O corpo que receberemos depender de nosso ou atividades. Quem estiver no modo dabondade ser promovido a planetas superiores, a um status de vida superior ( 14.14). Apessoaque morrernomodo dapaixopermanecer na Terra, e quemmorrernomododa ignorncia talveznasa em espcies de vida animal ou seja transferido a um planeta inferior ( 14.15). Este oprocessoquevemtranscorrendo,masns nosesquecemos dele.

    Certa feita, Indra, o rei dos cus, cometeu uma ofensa aos ps de seu mestre espiritual, o qualamaldioou-o a que nascesse como porco. Assim, o trono do reino celestial ficou vazio enquanto Indra

    nascia na Terra como porco. Vendo a situao, Brahm veio Terra conversar com o porco: Meu carosenhor, viraste um porco neste planeta Terra. Eu vim para salvar-te. Vem logo comigo. Mas o porcoreplicou:Oh! nopossoir contigo.Tenho muitasresponsabilidades meus filhos, esposae esta agradvelsociedade suna. Mesmo tendo Brahm prometido que o levaria de volta aos cus, Indra, sob a forma deporco,recusou-seair.Istochama-seesquecimento.Demodosemelhante,oSenhorrK avemenosdiz:

    Que esto fazendo neste mundo material? Venham a Mim que Eu os protegerei.Mas ns dizemos: No acredito em Vs. Tenhoalgo mais importantea fazer aqui. Esta a posio da alma condicionada ela est esquecida. Este esquecimento esvai-serapidamentepara quem trilhao caminho dasucessodiscipular.

    Mahbhrata,Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt

    apara bhavato janma / para janma vivasvata katham etad vijny / tvam dau proktavn iti

    Bhagavad-gt

    bahni me vyattni / janmni tava crjuna

    tny aha veda sarvi / na tva vettha parantapa

    Bhagavad-gt

    tny aha vedasarvi:

    karma,Bhagavad-gt

    Bhagavad-gt

    Sarva-dharmn parityajya mm eka araa vraja.

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    T h e B h a k t i v e d a n t a B o o k T r u s t

    - A s s o c i a o B B T B r a s i l

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    i r e i t o s R e s e r v a d o s -

    P r o i b i d a

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    D i s t r i b u i o g r a t u i t a

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    Rja-vidy: O Rei do Conhecimento

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  • 7/21/2019 Raja Vidya

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    6. Conhecimento dos aparecimentos e atividades de K a

    Existem duas foras da natureza que nos influenciam internamente. Por causa de uma delas, decidimosfazer avano espiritual nesta vida, porm, no momento seguinte, a outra fora, ou energia ilusria, diz:Por que voc est se submetendo a todo este incmodo? Simplesmente goze esta vida e no se esforce tanto.

    Esta tendncia decairno esquecimento que faz a distino entre o homem e Deus. Arjuna umcompanheiroe associado de K a e, sempre que K a aparece em qualquer planeta, Arjuna tambm nasce e aparece aolado dEle. Quando transmitiu o ao deus do Sol, Arjuna tambm estava presente com Ele. Mas,por ser uma entidade viva finita, Arjuna no podia lembrar-se d