progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de diferentes

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342 Hortic. bras., v. 19, n. 3, nov. 2001. CARMO, M.G.F.; MACAGNAN, D.; CARVALHO, A.D. Progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de diferentes níveis iniciais de inóculo e do emprego ou não do controle com oxicloreto de cobre. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, n. 3, p. 210-215, novembro 2.001. Progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de diferentes níveis iniciais de inóculo e do emprego ou não do controle com oxicloreto de cobre. Margarida Goréte Ferreira Carmo 1 ; Dirceu Macagnan 2 ; Aldir Oliveira Carvalho 1 1 UFRRJ, 23.851-970 Seropédica, RJ; Email: [email protected]; 2 UFV, 36.570-000 Viçosa - MG RESUMO O presente trabalho teve como objetivo avaliar o progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de quatro quantidades ini- ciais de mudas infectadas (0; 3,3; 10 e 100%) associado à aplicação semanal de oxicloreto de cobre (2,4 g de i.a./L de água) ou não. Foram conduzidos cinco ensaios, em condições de campo, em Seropédica (RJ), entre junho de 1996 e setembro de 1999. Quantificou-se a intensidade de doença, regularmente, por meio de estimativas visuais da severidade da doença (área foliar lesionada e desfolha) e calculou-se a área abaixo da curva de progresso da do- ença normalizada (AACPD/ número de dias). Estas foram submeti- das à Análise de Variância (p=0,01) e à análise de regressão linear em função do logaritmo da quantidade inicial de mudas infectadas. A redução do inóculo inicial teve efeito direto na quantidade final de doença, e de forma mais marcante sob condições mais propícias ao desenvolvimento da doença. A eficiência do oxicloreto de cobre foi variável e na maioria das vezes ineficiente, principalmente nos períodos mais propícios a epidemia, com redução de sua eficiência pela elevação da temperatura. Palavras-chaves: Capsicum annuum, Xanthomonas campestris pv. vesicatoria , epidemiologia, controle químico. ABSTRACT Progress of bacterial leaf spot of pepper starting with different initial quantities of infected seedlings and treatment with the use or not of copper oxichloride. The progress of pepper leaf spot was examined starting with different initial quantities of infected seedlings (0; 3.3; 10; and 100%), treated or not with chemical control through the weekly application of copper oxichloride (2.4 g of i.a/L of water). Five experiments were undertaken in Seropédica (Rio de Janeiro, Brazil) in different time periods from June, 1996 to September, 1999. The intensity of disease was quantified regularly through visual estimation of disease severity (leaf area with lesions and leaf loss). The values for the area under the disease progress curves were calculated (AUDPC/number of days). The data was subjected to analysis of variance (p<0,01) and simple linear regression analysis was employed for the values of AUDPC/day in function of the initial quantity of infected seedlings. The reduction of initial inoculation had a direct affect on the final severity of disease, which was more stricking under the most favorable conditions for disease development. The efficiency of copper fungicides was variable. In the majority of cases, copper fungicides were not efficient, especially during the periods most favorable to the epidemics. As temperatures became higher, reduced efficiency was observed. Keywords: Capsicum annuum, Xanthomonas campestris pv. vesicatoria, epidemiology, chemical control. O pimentão é uma das dez hortali- ças mais importantes economica- mente no Brasil, com especial destaque para o Estado do Rio de Janeiro. Pode apresentar altas produtividades (Cobbe, 1983), muitas vezes, no entanto, redu- zida pela ocorrência de várias doenças, particularmente as bacterioses. Dentre estas destaca-se a pústula ou mancha- bacteriana, causada por Xanthomonas campestris pv. vesicatoria (Doidge) Dye (Kimura & Carmo, 1996). Esta foi reclassificada recentemente, em duas novas espécies: Xanthomonas vesicatoria e Xanthomonas axonopodis pv. vesicatoria (Jones et al., 1998). A doença afeta todos os órgãos aéreos das plantas e ocorre em qualquer estádio de desenvolvimento do pimentão, sendo mais prejudicial às mudas, em fase de viveiro, e às folhas e frutos de plantas adultas. Em períodos chuvosos, as infec- ções são mais abundantes e as lesões se desenvolvem mais rapidamente em nú- mero e tamanho, levando à desfolha in- tensa da planta (Carmo et al., 1996b). A incidência da doença em campos de cultura de pimentão é relacionada diretamente à umidade, temperatura (22 a 32 o C), precipitação e variedade culti- vada (Shekhawat & Chakhavarti, 1976; Kimura & Carmo, 1996). Pode causar sérios prejuízos à lavoura sob condições de chuvas prolongadas ou de irrigação por aspersão, principalmente quando acompanhadas de rajadas de ventos, que promovem sua rápida disseminação na cultura (Hayward & Waterston, 1964; Pohronezny et al., 1992). Pelos resulta- dos recentes de um estudo da epide- miologia da doença em viveiro, obser- va-se que a baixa incidência inicial de plântulas infectadas, em condições de ambiente com temperatura moderada e alta precipitação pode gerar epidemias severas da doença, com até 100% de mudas infectadas, enquanto que sob ambiente frio e seco os danos são bem menores (Carmo et al., 1996a). No campo, após início da epidemia, normalmente é recomendada a aplica- ção de fungicidas cúpricos ou cuprorgânicos que, em geral, não dife- rem entre si (Aguiar, 1997; Marco & Stall, 1983) exceto quando da ocorrência de estirpes resistentes ao cobre, onde o segundo pode apresentar maior eficiên- (Aceito para publicação em 5 de outubro de 2.001)

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Page 1: Progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de diferentes

342 Hortic. bras., v. 19, n. 3, nov. 2001.

CARMO, M.G.F.; MACAGNAN, D.; CARVALHO, A.D. Progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de diferentes níveis iniciais de inóculo e doemprego ou não do controle com oxicloreto de cobre. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, n. 3, p. 210-215, novembro 2.001.

Progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de diferentesníveis iniciais de inóculo e do emprego ou não do controle com oxicloretode cobre.Margarida Goréte Ferreira Carmo1; Dirceu Macagnan2; Aldir Oliveira Carvalho1

1UFRRJ, 23.851-970 Seropédica, RJ; Email: [email protected]; 2UFV, 36.570-000 Viçosa - MG

RESUMOO presente trabalho teve como objetivo avaliar o progresso da

mancha-bacteriana do pimentão a partir de quatro quantidades ini-ciais de mudas infectadas (0; 3,3; 10 e 100%) associado à aplicaçãosemanal de oxicloreto de cobre (2,4 g de i.a./L de água) ou não.Foram conduzidos cinco ensaios, em condições de campo, emSeropédica (RJ), entre junho de 1996 e setembro de 1999.Quantificou-se a intensidade de doença, regularmente, por meio deestimativas visuais da severidade da doença (área foliar lesionada edesfolha) e calculou-se a área abaixo da curva de progresso da do-ença normalizada (AACPD/ número de dias). Estas foram submeti-das à Análise de Variância (p=0,01) e à análise de regressão linearem função do logaritmo da quantidade inicial de mudas infectadas.A redução do inóculo inicial teve efeito direto na quantidade finalde doença, e de forma mais marcante sob condições mais propíciasao desenvolvimento da doença. A eficiência do oxicloreto de cobrefoi variável e na maioria das vezes ineficiente, principalmente nosperíodos mais propícios a epidemia, com redução de sua eficiênciapela elevação da temperatura.

Palavras-chaves: Capsicum annuum, Xanthomonas campestrispv. vesicatoria , epidemiologia, controle químico.

ABSTRACTProgress of bacterial leaf spot of pepper starting with

different initial quantities of infected seedlings and treatmentwith the use or not of copper oxichloride.

The progress of pepper leaf spot was examined starting withdifferent initial quantities of infected seedlings (0; 3.3; 10; and 100%),treated or not with chemical control through the weekly applicationof copper oxichloride (2.4 g of i.a/L of water). Five experimentswere undertaken in Seropédica (Rio de Janeiro, Brazil) in differenttime periods from June, 1996 to September, 1999. The intensity ofdisease was quantified regularly through visual estimation of diseaseseverity (leaf area with lesions and leaf loss). The values for the areaunder the disease progress curves were calculated (AUDPC/numberof days). The data was subjected to analysis of variance (p<0,01)and simple linear regression analysis was employed for the valuesof AUDPC/day in function of the initial quantity of infected seedlings.The reduction of initial inoculation had a direct affect on the finalseverity of disease, which was more stricking under the mostfavorable conditions for disease development. The efficiency ofcopper fungicides was variable. In the majority of cases, copperfungicides were not efficient, especially during the periods mostfavorable to the epidemics. As temperatures became higher, reducedefficiency was observed.

Keywords: Capsicum annuum, Xanthomonas campestris pv.vesicatoria, epidemiology, chemical control.

O pimentão é uma das dez hortali-ças mais importantes economica-

mente no Brasil, com especial destaquepara o Estado do Rio de Janeiro. Podeapresentar altas produtividades (Cobbe,1983), muitas vezes, no entanto, redu-zida pela ocorrência de várias doenças,particularmente as bacterioses. Dentreestas destaca-se a pústula ou mancha-bacteriana, causada por Xanthomonascampestris pv. vesicatoria (Doidge) Dye(Kimura & Carmo, 1996). Esta foireclassificada recentemente, em duasnovas espécies: Xanthomonasvesicatoria e Xanthomonas axonopodispv. vesicatoria (Jones et al., 1998).

A doença afeta todos os órgãos aéreosdas plantas e ocorre em qualquer estádiode desenvolvimento do pimentão, sendo

mais prejudicial às mudas, em fase deviveiro, e às folhas e frutos de plantasadultas. Em períodos chuvosos, as infec-ções são mais abundantes e as lesões sedesenvolvem mais rapidamente em nú-mero e tamanho, levando à desfolha in-tensa da planta (Carmo et al., 1996b).

A incidência da doença em camposde cultura de pimentão é relacionadadiretamente à umidade, temperatura (22a 32oC), precipitação e variedade culti-vada (Shekhawat & Chakhavarti, 1976;Kimura & Carmo, 1996). Pode causarsérios prejuízos à lavoura sob condiçõesde chuvas prolongadas ou de irrigaçãopor aspersão, principalmente quandoacompanhadas de rajadas de ventos, quepromovem sua rápida disseminação nacultura (Hayward & Waterston, 1964;

Pohronezny et al., 1992). Pelos resulta-dos recentes de um estudo da epide-miologia da doença em viveiro, obser-va-se que a baixa incidência inicial deplântulas infectadas, em condições deambiente com temperatura moderada ealta precipitação pode gerar epidemiasseveras da doença, com até 100% demudas infectadas, enquanto que sobambiente frio e seco os danos são bemmenores (Carmo et al., 1996a).

No campo, após início da epidemia,normalmente é recomendada a aplica-ção de fungicidas cúpricos oucuprorgânicos que, em geral, não dife-rem entre si (Aguiar, 1997; Marco &Stall, 1983) exceto quando da ocorrênciade estirpes resistentes ao cobre, onde osegundo pode apresentar maior eficiên-

(Aceito para publicação em 5 de outubro de 2.001)

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343Hortic. bras., v. 19, n. 3, nov. 2001.

cia (Marco & Stall, 1983) ou não(Aguiar, 1997; Jones et al., 1991).Aguiar et al. (2000) relatam a ocorrên-cia no Brasil de estirpes resistentes a até1800 ml/ml de cobre. O controle quí-mico é, ainda, dificultado pela ocorrên-cia alta e freqüente de estirpes resisten-tes ao sulfato de estreptomicina (Stall& Thayer, 1962; Jones et al., 1991; Ward& O’Garro, 1992).

O presente trabalho teve como ob-jetivo estudar, em condições de campo,em ambientes distintos, o desenvolvi-mento da mancha-bacteriana do pimen-tão a partir de diferentes quantidadesiniciais de mudas infectadas por X.campestris pv. vesicatoria, associado aocontrole químico com fungicida à basede cobre.

MATERIAL E MÉTODOS

Para estudar o progresso da mancha-bacteriana do pimentão e a eficiência daaplicação de fungicidas cúpricos e daredução do inóculo inicial no controleda doença foram conduzidos cinco en-saios de campo em diferentes épocas doano. O primeiro e o segundo ensaiosforam realizados no campo experimen-tal da Área de Fitopatologia da Univer-sidade Federal Rural do Rio de Janeirono período de junho a setembro de 1996e de novembro de 1997 a fevereiro de1998, respectivamente. O terceiro, quar-to e quinto ensaios foram realizados noCampo Experimental do Departamentode Fitotecnia nos períodos de março aagosto de 1998, de novembro de 1998 ajaneiro de 1999 e de maio a setembrode 1999, respectivamente.

Em todos os cinco ensaios, as mudasforam produzidas em bandejas de isopor,preenchidas com substrato preparado apartir de solo argiloso adicionado à ma-téria orgânica de origem vegetal e ani-mal. As sementes utilizadas foram pre-viamente secas e, em seguida, tratadastermicamente, utilizando calor via seco,sob ventilação, a 70oC por 96 horas (Aze-vedo et al., 1991). As cultivares utiliza-das foram ‘Agronômico 10G’, nos pri-meiros quatro ensaios e ‘CascaduraIkeda’ no quinto ensaio. No semeio fo-ram colocadas três sementes por célulaseguido de desbaste e repicagens paraobtenção de uma muda por célula.

Nos cinco ensaios, as mudas de umabandeja foram previamente inoculadaspara a formação das fontes de inóculoda doença. Utilizou-se como inóculoculturas puras do isolado ENA 4464 deX. campestris pv. vesicatoria, reisoladosde plantas de pimentão, com 36 a 48horas de crescimento a 28 ± 2°C, emmeio de DYGS (Rodrigues Neto et al.,1986). A inoculação foi efetuada pelaatomização de suspensão bacteriana,contendo cerca de 108 u.f.c./ml, nas fa-ces dorsal e ventral das folhas, até oponto de escorrimento, por meio de ato-mizador manual. Após a inoculação, asmudas foram mantidas em ambiente dealta umidade, fornecida pormicroaspersão intermitente por 48 ho-ras, e isoladas das demais até a transfe-rência para as respectivas parcelas.

Para cada ensaio utilizou-se umaárea diferente, previamente preparada eadubada conforme recomendações daanálise de solo e do Manual de Aduba-ção para o Estado do Rio de Janeiro (DePolli et al., 1988).

Em todos os cinco ensaios a áreaexperimental foi dividida em 24 parce-las de 15 m2, com um total de 600 m2 deárea útil. Para minimizar as interferên-cias entre as parcelas estas foram cir-cundadas por quatro fileiras de milho,plantado no espaçamento de 0,90 x 0,20m, 30 a 40 dias antes do transplante dopimentão. Cada parcela continha 30plantas, espaçadas de 1,0x0,5 m, distri-buídas em três fileiras com 10 plantas.Avaliaram-se quatro quantidades iniciaisde mudas contaminadas (0; 3,3; 10 e100%) e a aplicação semanal ou não deoxicloreto de cobre, 2,4 g ia/L (recomen-dação do fabricante), totalizando oitotratamentos arranjados em esquemafatorial 4 (proporções de mudasinfectadas) x 2 (com ou sem aplicaçãosemanal de oxicloreto de cobre), comtrês repetições.

Por ocasião do transplante, 30 a 40 diasapós a emergência de acordo com a épocado ano, foram também plantadas, ao aca-so em cada parcela, as mudas infectadaspor X. campestris pv. vesicatoria, em pro-porções suficiente para se obterem as di-ferentes quantidades iniciais de mudasdoentes de cada tratamento.

Com o aparecimento dos primeirossintomas, nas plantas vizinhas às plan-

tas inoculadas, iniciaram-se as avalia-ções da severidade da doença e omapeamento das plantas com sintomasvisíveis. As avaliações foram efetuadasa cada cinco (+ 2) dias, até o final doensaio, por cerca de dois meses para osensaios realizados no período de verãoe de três meses para ensaios realizadosno período de inverno. Foram avaliadasoito plantas situadas na fileira central,por parcela, tomando-se a planta intei-ra. A severidade ou área foliar lesionadafoi estimada com auxílio da escala deHorsfall & Barrat (1945), modificada,onde 0) sem sintomas; 1) 1,1 a 3% deárea foliar lesionada; 3) 3,1 a 6%; 4) 6,1a 12%; 5) 12,1 a 25%; 6) 25,1 a 50%; 7)50,1 a 75% e 8) mais que 75%.

As irrigações foram efetuadas con-forme a necessidade em função da épo-ca do ano e da incidência de chuvas.Utilizou-se o sistema por aspersão ten-do-se o cuidado de uniformizar o volu-me e a intensidade de água distribuídonas diferentes parcelas em cada irriga-ção. As adubações de cobertura foramefetuadas por ocasião do florescimento,e a cada três semanas até o final do en-saio. Demais tratos culturais comuns àcultura do pimentão como controle deinsetos, ácaros, assim como otutoramento das plantas foram efetuadosconforme as necessidades e as recomen-dações usuais para a cultura no Estado.

Paralelamente à realização dos en-saios, foram coletados os dadosmeteorológicos fornecidos pela EstaçãoMeteorológica da Estação Experimen-tal de Itaguaí, da Empresa de PesquisaAgropecuária do Estado do Rio de Ja-neiro (PESAGRO-RIO), situada a cer-ca de 1.000 m da área experimental.Destes, tomaram-se os dados diários detemperatura máxima, temperatura míni-ma, temperatura média, total de preci-pitação em mm, duração da chuva emhoras e umidade relativa média do ar.

Com os dados de severidade em cadaavaliação calcularam-se, para cada par-cela, os valores da Área Abaixo da Cur-va de Progresso da Doença (AACPD)(Shanner & Finney, 1977). Esses valo-res foram então normalizados, para oscinco ensaios, pela subdivisão pelo nú-mero total de dias entre a primeira e úl-tima avaliação da severidade, o que foidistinto entre os ensaios.

Progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de diferentes níveis iniciais de inóculo e do emprego ou não do controle com oxicloreto de cobre.

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Os valores de AACPD normalizados(AACPD/dia) foram submetidos à Aná-lise de Variância onde testou-se asignificância do efeito da incidência ini-cial de mudas contaminadas, do contro-le químico e da interação entre estes. Asmédias de AACPD/dia para as parcelasque receberam ou não pulverizações comoxicloreto de cobre foram comparadaspelo próprio teste F. O efeito da reduçãodo inóculo inicial sobre o desenvolvi-mento da epidemia foi analisado por meiode regressão linear simples dos valoresde AACPD/dia em função das diferen-tes quantidades iniciais de mudas conta-

minadas. Efetuou-se, ainda, análise decorrelação entre os dados meteorológicose a variação na intensidade de doença aolongo de cada ensaio. Para tanto, toma-ram-se os valores médios dos dados detemperatura (máxima, média e mínima),de precipitação (duração e intensidade)e da umidade relativa do ar, registradosnos cinco dias anteriores à avaliação, e aintensidade de doença, dada pelo valorde AACPD calculado entre as duas ava-liações referidas, cinco dias em média,para cada um dos oito tratamentos. Ado-tou-se como correlação significativaaquelas que apresentassem coeficientes

maior que 0,60 ou menor que –0,60 esignificância até 5,0% de probabilidade.

A fim de se avaliar a presença deisolados de X. campestris pv. vesicatoriaresistentes ao íon cobre foramamostradas folhas infectadas nas parce-las pulverizadas ou não, ao final de trêsdos cinco ensaios: novembro de 1997 afevereiro de 1998, maio a agosto de1998 e novembro de 1998 a janeiro de1999. Os isolados da bactéria obtidosforam submetidos a testes de resistên-cia ao íon cobre e comparados com doispadrões, um sabidamente sensível(ENA-818) e outros dois resistentes:(E3LC) (Aguiar, 1997) e outro selecio-nado após cultivo sucessivo em meiocontendo doses crescentes de cobre.Todos os isolados a serem testados fo-ram preservados em solução salina(0,85% de NaCl) até a realização dostestes de sensibilidade. Os testes foramfeitos segundo a metodologia utilizadapor Aguiar et al. (2000) e Marco & Stall(1983). Para tanto, para cada um dosisolados a serem testados, tomaram-sealíquotas de 50 µl de uma suspensãocontendo 107 ufc/ml que foram adicio-nadas a 1 ml de solução contendo o íoncobre em concentração conhecida(1800; 900; 450; 225; 112,5; 56; 28; 14;7; 3,5 e 0,0 µg/ml de cobre) e incubadaspor duas horas. Da suspensão original ede mais quatro diluições (série 1:10)tomaram-se alíquotas de 100 µg/L queforam riscadas em três placas de Petricontendo o meio de Dygs (RodriguesNeto et al., 1986).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os sintomas iniciais nas plantas nãoinoculadas apareceram aos 7; 7; 13; 27e 10 dias após o transplante, respectiva-mente, nos ensaios realizados em junhoa setembro de 1996, novembro de 1997a fevereiro de 1998, março a agosto de1998, novembro de 1998 a janeiro de1999 e maio a setembro de 1999.

Constatou-se efeito significativo(p<0,01) da quantidade inicial de mu-das infectadas, em todos os cinco en-saios, e do controle químico em apenasdois ensaios. Não houve interação sig-nificativa entre a quantidade inicial deinóculo e a eficiência do controle quí-mico em nenhum dos cinco ensaios.

Figura 1. Curvas de progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de quatro quan-tidades iniciais de mudas infectadas (0; 3,3; 10 e 100%) e da aplicação semanal de oxicloretode cobre (OxiCu) ou não (Test.), em cinco épocas distintas. Seropédica, UFRRJ, 1996-99.

M. G. F. Carmo et al.

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345Hortic. bras., v. 19, n. 3, nov. 2001.

Nos ensaios realizados em julho-se-tembro de 1996 e julho-setembro de1999 registrou-se menor desenvolvi-mento da doença (Figuras 1 e 2). Nes-ses períodos foram registrados os me-nores valores de temperatura e de pre-cipitação (Figura 3) considerados des-favoráveis ao progresso da manchabacteriana (Carmo et al., 1996). Nestesensaios não houve diferença significa-tiva entre as parcelas pulverizadas e nãopulverizadas com oxicloreto de cobre,revelada pelas curvas de progresso evalores de AACPD/dia (Figuras 1 e 3;Tabela 1). No ensaio realizado no perío-do de novembro de 1997 a fevereirode 1998, caracterizado pela maior taxade precipitação e temperaturas mais ele-vadas (Figura 3), observou-se rápidoprogresso e maior intensidade da doen-ça, com extensa área foliar lesionada eintensa desfolha, reduzindo o períodoprodutivo da cultura (Figura 1). Nestemesmo período não houve efeito signi-ficativo das pulverizações comoxicloreto de cobre, que pode ser cons-tatado nas curvas de progresso, seme-lhantes para as respectivas parcelas comigual quantidade inicial de mudasinfectadas, pulverizadas ou não (Figura1) e pelos valores de AACPD/dia cal-culados (Figura 3; Tabela 1). No ensaiorealizado no período de março a agostode 1998, caracterizado por temperatu-ras mais baixas e baixa taxa de precipi-tação (Figura 3) também registraram-sevalores elevados de severidade da man-cha-bacteriana, mas apenas nas parce-las não submetidas ao controle quími-co, que se mostrou altamente eficientecom redução do progresso da doença(Figura 1) e consequentemente dos va-lores de AACPD/dia (Figura 3; Tabela1). Pela Figura 1, pode-se observar aqueda gradativa na severidade da man-cha-bacteriana na parcela com 100% demudas infectadas e pulverizadas sema-

Figura 2. Valores médios de AACPD/dia, considerando as parcelas pulverizadas e não pulve-rizadas, em função do logarítimo da quantidade inicial de mudas de pimentão infectadas porXanthomonas campestris pv. vesicatoria, em cinco ensaios realizados nos períodos de jun-setde 96 (Y1), nov/97 a fev/98 (Y2) mar-ago/98 (Y3), nov/98 a jan/99 (Y4) e mai-set/99 (Y5),estimados por meio de análise de regressão linear simples. Seropédica, UFRRJ, 1996-99.

Tabela 1. Área abaixo da curva de progresso da mancha-bacteriana do pimentão normalizada (AACPD/dia), para os tratamentos com aplicaçãosemanal de oxicloreto de cobre (2,4 g i.a./L) e testemunha sem aplicação, em cinco épocas distintas. Seropédica, UFRRJ, 1996-99.

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de F a 1,0% de probabilidade.

nalmente com oxicloreto de cobre, ter-minando com valores próximos de zero,a exemplo das demais parcelas com 10;3,3 e 0% de mudas infectadas. Já no quar-to ensaio, novembro de 1998 a janeirode 1999, mesmo sob alta taxa de precipi-tação mas temperaturas mais amenas (Fi-gura 3) observou-se pequeno desenvol-vimento da doença, e diferença signifi-cativa (p<0,05) entre as parcelas pulve-rizadas e as não pulverizadas comoxicloreto de cobre, porém com diferen-ças menos acentuadas comparadas aoensaio anterior (Figuras 1 e 3 e Tabela1). Maringoni et al. (1986) também nãoencontraram constância na eficiência docontrole da mancha-bacteriana do toma-teiro com diferentes produtos, antibióti-cos e cúpricos, em ensaios realizados emduas épocas distintas.

Dentro de cada ensaio, constataram-se correlações significativas entre a va-riação na severidade da mancha-bacteriana e as variáveis climáticas,principalmente temperatura. Porém,com variações entre os tratamentos emuitas vezes sem um padrão definido.A interferência das condições climáti-

cas sobre o desenvolvimento da doençapode ser melhor percebida pela obser-vação dos cinco ensaios, apresentadosna Figura 3. Nas parcelas pulverizadasas variações na severidade da doençaobservadas entre os diferentes períodosfoi menor, exceto no ensaio realizadono período de novembro de 1997 a fe-vereiro de 98 quando foram registradosaltos valores de AACPD/dia, e aparen-temente respondeu de forma mais acen-tuada às variações climáticas. Este re-sultado provavelmente se deve ao efei-to das condições climáticas sobre a efi-ciência do tratamento com fungicidascúpricos no controle da mancha-bacteriana. Com a elevação da tempe-ratura ocorreu um aumento da freqüên-cia das irrigações com aumento conse-qüente da lavagem dos fungicidas apli-cados, a exemplo do que ocorre com asprecipitações, acentuando mais as dife-renças entre os períodos frio e seco emrelação aos mais quentes e úmidos, nasparcelas pulverizadas. No presente tra-balho, a aplicação semanal de oxicloretode cobre somente foi significativamen-te superior à testemunha (p<0,01) em

Progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de diferentes níveis iniciais de inóculo e do emprego ou não do controle com oxicloreto de cobre.

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346 Hortic. bras., v. 19, n. 3, nov. 2001.

dois dos cinco ensaios, março a agostode 1998 e novembro de 1998 a janeirode 1999 (Tabela 1), caracterizados pelabaixa e alta precipitação, respectivamen-te, e temperaturas moderadas (16,5 a26,6oC e 19,2 a 27,6oC).

O progresso de doenças bacterianasde parte aérea apresenta algumas parti-cularidades distintas em relação a doen-ças fúngicas. A bactéria pode se desen-volver como residente em folhas deplantas hospedeiras (Hirano & Upper,1983) e se multiplicar sob condições debaixa umidade ou ambiente desfavorá-vel, sem causar sintomas aparentes dadoença e as epidemias vindo a ocorrerquando as condições do ambiente tor-nam-se favoráveis (Bashan et al., 1982).

Pernezny & Collins (1997) afirmam queáreas protegidas como gemas e floresfuncionam como reservatórios deinóculo por protegerem as célulasbacterianas de altos níveis de luzultravioleta e apresentarem ambientemais úmido, garantindo sua multiplica-ção e, principalmente, por protegê-lasde doses letais dos bactericidas aplica-dos. Desta forma, quantidades suficien-tes de células escapam e atuam comoconstante reservatório de inóculo, se-guindo o desenvolvimento de doença,conforme a ocorrência de condições pro-pícias. As bactérias respondem muitorapidamente às variações climáticas,principalmente umidade. Os períodos dealta umidade relativa (95-100%) são

importantes para ocorrência de infecçãoem faixa ampla de temperatura (22 a32oC), podendo levar à desfolha inten-sa da planta (Diab et al., 1982).

Outro fator freqüentemente citadocomo responsável pela baixa eficiênciano controle com produtos à base de co-bre é a ocorrência de estirpes resisten-tes ao produto (Marco & Stall, 1983;Pohronezny et al., 1992; Aguiar, 1997).Não se encontrou resistência conside-rável ao cobre nos isolados recuperadosdurante o ciclo da cultura, avaliado emtrês dos cinco ensaios. Este resultado,porém, não é conclusivo visto os testesterem sido efetuados alguns meses apóso isolamento. Durante este período foiconstatada redução dos níveis de resis-tência naqueles isolados originalmenteselecionados como padrão resistente.Em estudo da persistência da resistên-cia a bactericidas por isolados de X.campestris pv. vesicatoria preservadosin vitro Singh & Chand (1994) tambémrelatam o declínio e estabilização da re-sistência a níveis baixos quando preser-vados em meio sem o referidobactericida. Desta forma, neste tipo deensaio o teste deve ser feito logo após oisolamento ou utilizar métodos de pre-servação dos isolados que garantam amanutenção da característica (resistên-cia ou não ao cobre).

Considerando-se o efeito da reduçãodo inóculo inicial, este foi significativoem todos os cinco ensaios (Figura 2).As regressões lineares simples dos va-lores da AACPD/dia em função dologaritmo da quantidade inicial de mu-das infectadas foram altamente signifi-cativas (p<0,001), com elevado valor der2, em todos os cinco ensaios. Houve umaumento linear da intensidade da doen-ça com o aumento da quantidade deinóculo inicial, porém, com diferençasquanto à magnitude deste efeito. Estefoi claramente mais marcante nos perío-dos mais favoráveis à doença, novem-bro de 1997 a fevereiro de 1998, segui-do dos ensaios de março a agosto de1998 e novembro 98 a janeiro de 1999.Em junho a setembro de 1996 e maio asetembro de 1999, caracterizados pormenores temperaturas e precipitação, econseqüente menor progresso da doen-ça, também houve efeito significativoda redução do número inicial de mudas

Figura 3. Valores médios de AACPD/dia da mancha-bacteriana do pimentão para tratamen-tos com diferentes níveis iniciais de mudas infectadas (0;3,3; 10 e 100%) , pulverizadassemanalmente, ou não, com oxicloreto de cobre (2,4 g i.a/l) , em cinco épocas distintas,umidade relativa (%), precipitação total (PPt) e duração (PPd) e médias de temperatura(máxima, média, mínima), nos respectivos períodos. Seropédica, UFRRJ, 1996-99.

M. G. F. Carmo et al.

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347Hortic. bras., v. 19, n. 3, nov. 2001.

contaminadas, porém bem mais suave.Quanto ao controle da doença no

campo, constatou-se que a redução doinóculo inicial tem efeitos diretos naquantidade final de doença, com efeitosmais marcantes sob condições mais propí-cias ao desenvolvimento de epidemias,o que reforça a importância da utiliza-ção de mudas sadias e provenientes desementes sadias. Quanto à eficiência docontrole químico à base de fungicidascúpricos, confirmou-se ser este bastan-te variável e na maioria das vezes nãoeficiente. As possíveis causas da nãoconstância da eficiência do controlequímico com oxicloreto de cobre podemser devida a fatores como 1) desenvol-vimento de variantes resistentes ao lon-go do período de pulverizações provo-cado pela constante lavagem do produ-to e exposição a subdosagens; 2) localde aplicação do produto (em cima x embaixo da folha) e conseqüente maior oumenor lavagem e 3) a própria lavagemdo produto pelas chuvas ou irrigações,mais intensas exatamente nos períodosmais propícios a epidemias, quandoocorre maior disseminação do patógenoe aumento de sua multiplicação.

AGRADECIMENTOS

À FAPERJ pelo financiamento dopresente projeto e ao CNPq/PIBIC pelaconcessão da bolsa de iniciação cientí-fica ao segundo autor.

LITERATURA CITADA

AGUIAR, L.A. Identificação de isolados nacio-nais de Xanthomonas campestris pv. vesicatoria(Doidge) Dye, agente da mancha-bacteriana dopimentão (Capsicum annuum L.), resistentes aocobre e perspectivas de seu controle com formu-lações cúpricas e cuprorgânicas. Seropédica:UFRRJ, 1997. 153 p. (Tese mestrado).

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Progresso da mancha-bacteriana do pimentão a partir de diferentes níveis iniciais de inóculo e do emprego ou não do controle com oxicloreto de cobre.