prisões políticas do estado novo

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As prisões políticas do Estado Novo

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Apresentação criada por alunos do 12º Ano, no ano lectivo de 2008-2009.

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Page 1: Prisões Políticas Do Estado Novo

As prisões políticasdoEstado Novo

Page 2: Prisões Políticas Do Estado Novo

O Carácter Repressivo do Estado Novo

Nos anos 30 do século passado, a Europa conheceu Nos anos 30 do século passado, a Europa conheceu vários regimes conservadores e ditatoriais. Foi a época vários regimes conservadores e ditatoriais. Foi a época do Fascismo e do Nazismo.do Fascismo e do Nazismo.

Na Itália, Mussolini impunha Na Itália, Mussolini impunha o Fascismo. o Fascismo.

Na Alemanha, Hitler impunha Na Alemanha, Hitler impunha o Nazismo.o Nazismo.

Page 3: Prisões Políticas Do Estado Novo

Em Portugal, Salazar impunha o Estado Novo, um regime inspirado nos Em Portugal, Salazar impunha o Estado Novo, um regime inspirado nos ideais fascistas de Mussolini, mas sem os exageros da violência nazi. ideais fascistas de Mussolini, mas sem os exageros da violência nazi.

O regime salazarista impôs-se através de um aparelho repressivo que O regime salazarista impôs-se através de um aparelho repressivo que fortalecia e perpetuava a sua acção, combatendo toda a contestação. fortalecia e perpetuava a sua acção, combatendo toda a contestação.

Page 4: Prisões Políticas Do Estado Novo

Deste aparelho repressivo fazia parte a PIDE, polícia política do regime, apoiada numa vasta rede de informadores que Deste aparelho repressivo fazia parte a PIDE, polícia política do regime, apoiada numa vasta rede de informadores que fiscalizava, amedrontava a população e prendia os opositores. fiscalizava, amedrontava a população e prendia os opositores.

O destino dos opositores eram as O destino dos opositores eram as prisões do regime prisões do regime espalhadas pelo país e nas colónias, onde aqueles eram torturados física espalhadas pelo país e nas colónias, onde aqueles eram torturados física e psicologicamente, quando não assassinados. e psicologicamente, quando não assassinados.

Page 5: Prisões Políticas Do Estado Novo

As PrisõesPoliticas do Regime

Page 6: Prisões Políticas Do Estado Novo

Prisão do

Aljube

Prisão de

Caxias

Prisão de

Peniche

Prisão da

PIDE no Porto

Page 7: Prisões Políticas Do Estado Novo

A Prisão de Peniche

O Forte de Peniche, durante o Estado Novo, O Forte de Peniche, durante o Estado Novo,

converteu-se numa prisão politica de alta segurança.converteu-se numa prisão politica de alta segurança.

Page 8: Prisões Políticas Do Estado Novo

Presos de Peniche Álvaro CunhalÁlvaro Cunhal Joaquim Gomes Joaquim Gomes Carlos Costa Carlos Costa Jaime SerraJaime Serra Francisco MiguelFrancisco Miguel José CarlosJosé Carlos Guilherme CarvalhoGuilherme Carvalho Pedro SoaresPedro Soares Rogério de Carvalho Rogério de Carvalho Francisco Martins RodriguesFrancisco Martins Rodrigues E muitos outros…E muitos outros…

Francisco Martins Rodrigues

Álvaro Cunhal

Jaime Serra

Joaquim Gomes

Page 9: Prisões Políticas Do Estado Novo

A Fuga de Peniche – episódio insólito A 3 de Janeiro de 1960, deu-se a espectacular “Fuga A 3 de Janeiro de 1960, deu-se a espectacular “Fuga

de Peniche", protagonizada por prisioneiros de Peniche", protagonizada por prisioneiros comunistas como Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, comunistas como Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carlos Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.

Page 10: Prisões Políticas Do Estado Novo

A operação foi organizada internamente por uma comissão de presos e no exterior, por outros dirigentes comunistas.

Na data combinada, ao final da tarde, um automóvel parou em frente ao Forte, com o porta-bagagens aberto. Esse era o sinal combinado para que, no interior da prisão, se soubesse que, no exterior, estava tudo a postos para a fuga.

Desenho Desenho de de

Álvaro CunhalÁlvaro Cunhal

Page 11: Prisões Políticas Do Estado Novo

O carcereiro foi neutralizado com o emprego de uma anestesia e, com a ajuda de um sentinela – o guarda José Alves – que fazia parte do plano de fuga, os prisioneiros atravessaram o espaço mais exposto do percurso.

Do piso superior desceram para o piso inferior com o recurso a uma árvore. Aqui correram para o pano exterior da muralha que desceram com o auxílio de uma corda feita com lençóis, até alcançarem o fosso exterior.

Page 12: Prisões Políticas Do Estado Novo

Depois tiveram que saltar um muro para chegar à vila, onde se encontravam à sua espera os automóveis que os haviam de transportar para as casas clandestinas onde deveriam passar a noite.

Cunhal passou a noite na casa de Pires Jorge, em São João do Estoril, onde ficou a viver clandestinamente durante algum tempo.

Page 13: Prisões Políticas Do Estado Novo
Page 14: Prisões Políticas Do Estado Novo

Álvaro Cunhal

Em 1931, com 17 anos, aderiu ao Partido Comunista Português. Em 1931, com 17 anos, aderiu ao Partido Comunista Português. Estudava então na Faculdade de Direito de Lisboa. Estudava então na Faculdade de Direito de Lisboa.

As suas primeiras tarefas partidárias foram ligadas à Liga dos As suas primeiras tarefas partidárias foram ligadas à Liga dos Amigos da URSS, ao Socorro Vermelho Internacional e aos Grupos Amigos da URSS, ao Socorro Vermelho Internacional e aos Grupos de Defesa Académica. de Defesa Académica.

Em 1934, foi eleito pelos estudantes de Lisboa seu representante Em 1934, foi eleito pelos estudantes de Lisboa seu representante no Senado Universitário.no Senado Universitário.

Teve a seu cargo a reorganização da Federação das Juventudes Teve a seu cargo a reorganização da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas (FJCP) em Lisboa.Comunistas Portuguesas (FJCP) em Lisboa.

Page 15: Prisões Políticas Do Estado Novo

Em 1935, foi eleito Secretário-Geral das Juventudes Em 1935, foi eleito Secretário-Geral das Juventudes Comunistas e participou no IV Congresso da Comunistas e participou no IV Congresso da Internacional Juvenil Comunista, em Moscovo. Internacional Juvenil Comunista, em Moscovo.

Começava então a sua vida clandestina .Começava então a sua vida clandestina .

Em1936, passou a integrar o Comité Central do Em1936, passou a integrar o Comité Central do Partido Comunista Português.Partido Comunista Português.

Page 16: Prisões Políticas Do Estado Novo

Desenhos da prisão de Álvaro Cunhal

Page 17: Prisões Políticas Do Estado Novo

Peniche no dia da Libertação Depois do derrube do regime, a 25 de Abril de 1974, a

Prisão de Peniche foi utilizada como abrigo para os retornados das ex-colónias portuguesas da África que regressaram a Portugal quando se deu a descolonização.

Page 18: Prisões Políticas Do Estado Novo

A prisão de Aljube

A cadeia do Aljube foi uma prisão situada na freguesia da Sé, na cidade de Lisboa, Portugal.

O estabelecimento prisional recebia presos comuns até o início da década de 1930, quando passou a ser lugar de reclusão de presos políticos do Estado Novo.

O cárcere foi fechado em Agosto de 1965.

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Presos do Aljube

António Borges Coelho

José Manuel Tengarrinha

Urbano Tavares Rodrigues

Miguel Torga

Page 20: Prisões Políticas Do Estado Novo

José Medeiros Ferreira

Vasco Granja

Carlos Brito

Luís de Sttau Monteiro

Page 21: Prisões Políticas Do Estado Novo

Escritor português, acusado de defender ideias Escritor português, acusado de defender ideias subversivas, foi preso pela PIDE e colocado na prisão do subversivas, foi preso pela PIDE e colocado na prisão do Aljube. Aljube.

Seria libertado em Fevereiro de 1940.Seria libertado em Fevereiro de 1940.

Várias vezes nomeado para o Prémio Nobel da Literatura, Várias vezes nomeado para o Prémio Nobel da Literatura, tornou-se um dos mais conhecidos autores portugueses tornou-se um dos mais conhecidos autores portugueses do século XX. do século XX.

Miguel Torga

Page 22: Prisões Políticas Do Estado Novo

Em 1961, publicou a peça de teatro Em 1961, publicou a peça de teatro Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar, , distinguida com o Grande Prémio de Teatro.distinguida com o Grande Prémio de Teatro.

Foi proibida a representação da peça pela Censura. Só Foi proibida a representação da peça pela Censura. Só viria a ser representada em 1978 no Teatro Nacional. viria a ser representada em 1978 no Teatro Nacional.

Foi preso em 1967 pela PIDE, no Aljube, após a Foi preso em 1967 pela PIDE, no Aljube, após a publicação das suas peças de teatro.publicação das suas peças de teatro.

Luís de Sttau Monteiro

Page 23: Prisões Políticas Do Estado Novo

““Há homens que obrigam Há homens que obrigam outros homens a reverem-se outros homens a reverem-se por dentro…por dentro…

Luís de Sttau MonteiroLuís de Sttau Monteiro

Page 24: Prisões Políticas Do Estado Novo

A prisão de Caxias Começou a ser utilizada como prisão politica em 1936. As condições físicas eram mais toleráveis do que no As condições físicas eram mais toleráveis do que no

Aljube, embora existissem celas subterrâneas de Aljube, embora existissem celas subterrâneas de castigo. castigo.

Um irónico acontecimento ocorrido nesta prisão foi a Um irónico acontecimento ocorrido nesta prisão foi a fuga de oito detidos, todos altos funcionários do PCP .fuga de oito detidos, todos altos funcionários do PCP .

Page 25: Prisões Políticas Do Estado Novo

Presos de Caxias Albertina DiogoAlbertina Diogo Albina PatoAlbina Pato Aida MagroAida Magro Aida PaulaAida Paula António ManuelAntónio Manuel Fernanda TomásFernanda Tomás Hermínio InácioHermínio Inácio Joaquim Gorjão DuarteJoaquim Gorjão Duarte José MagroJosé Magro Julieta GândaraJulieta Gândara Luísa PaulaLuísa Paula Marcos Rolo AntunesMarcos Rolo Antunes Mário HenriquesMário Henriques

Manuel M. FelizardoManuel M. Felizardo Maria Eugénia Varela

Gomes Mateus BrancoMateus Branco Natália DavidNatália David Nuno Teotónio PereiraNuno Teotónio Pereira Piedade GomesPiedade Gomes Virgínia MouraVirgínia Moura Vítor Serra LopesVítor Serra Lopes

Page 26: Prisões Políticas Do Estado Novo

«Podem traçar meu corpo à chicotada

Podem calar meu grito enrouquecido

Para viver de alma ajoelhada

Vale bem mais morrer de rosto erguido.»

Page 27: Prisões Políticas Do Estado Novo

Fuga de Caxias

No dia 4 de Dezembro de 1961, oito No dia 4 de Dezembro de 1961, oito militantes comunistas evadiram-se do militantes comunistas evadiram-se do Reduto Norte da prisão de Caxias num Reduto Norte da prisão de Caxias num carro blindado, perante o olhar carro blindado, perante o olhar impotente dos carcereiros. impotente dos carcereiros.

Realizada em poucos segundos e Realizada em poucos segundos e apenas com recursos do interior da apenas com recursos do interior da prisão, tratou-se de uma das mais prisão, tratou-se de uma das mais audaciosas fugas dos cárceres dos cárceres fascistas.fascistas.

Page 28: Prisões Políticas Do Estado Novo

Com os 8 homens dentro do carro, esteCom os 8 homens dentro do carro, estearranca em direcção ao portão principal,arranca em direcção ao portão principal,que não resiste ao embate e cede. que não resiste ao embate e cede.

Dez segundos depois, o carro estáfora da prisão e ruma à auto-estrada,e ruma à auto-estrada,sob os disparos da GNR. sob os disparos da GNR.

Chegados a Lisboa, a viatura éChegados a Lisboa, a viatura éabandonada e os seus ocupantesabandonada e os seus ocupantesrefugiam-se em casas seguras. refugiam-se em casas seguras.

Page 29: Prisões Políticas Do Estado Novo

Presa em Caxias …

Page 30: Prisões Políticas Do Estado Novo

Maria Eugénia Varela Gomes 19251925 - Nasce em Évora, a 18 de - Nasce em Évora, a 18 de

Dezembro, filha e neta de militares.Dezembro, filha e neta de militares.

19491949 - O desejo de trabalhar com - O desejo de trabalhar com operários, leva-a para uma fábrica de operários, leva-a para uma fábrica de cortiça no Seixal, mas a experiência é cortiça no Seixal, mas a experiência é decepcionante devido às limitações decepcionante devido às limitações impostas ao seu trabalho como impostas ao seu trabalho como assistente social.assistente social.

1950 - Faz serviço social no Bairro da Boavista, em Lisboa, onde contacta com os meios mais miseráveis dos bairros de lata.

Page 31: Prisões Políticas Do Estado Novo

19511951 - Casa com o Capitão João Varela Gomes, com quem - Casa com o Capitão João Varela Gomes, com quem tem quatro filhos : tem quatro filhos :

Paulo, João António, Maria Eugénia e Maria da Luz.Paulo, João António, Maria Eugénia e Maria da Luz.

Page 32: Prisões Políticas Do Estado Novo

19561956 – Dirige o Serviço Social do Hospital de Santa Maria, – Dirige o Serviço Social do Hospital de Santa Maria, que é obrigada a abandonar, dois anos depois, devido a que é obrigada a abandonar, dois anos depois, devido a um processo disciplinar, por motivos políticos.um processo disciplinar, por motivos políticos.

19581958 - Participa activamente na Campanha eleitoral de - Participa activamente na Campanha eleitoral de Humberto Delgado.Humberto Delgado.

Page 33: Prisões Políticas Do Estado Novo

1959 - Envolve-se directamente na Revolta da Sé e acompanha de perto o julgamento e a prisão dos implicados.

revolta contra o regime salazarista.As reuniões conspiratórias ocorriam na Sé de Lisboa, com o conhecimento do pároco, o padre Perestrelo de Vasconcelos. Depois de julgados e presos, os implicados são repartidos por Caxias, Aljube, Trafaria e Elvas.

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1962 - É raptada e presa pela PIDE, por alegado envolvimento no golpe de Beja.

Nova revolta, visando o derrube de Salazar, dirigido pelo Capitão VarelaGomes (sector militar) e por Manuel Serra (sector civil).

Tentativa frustrada de tomada do Quartel de Beja

Page 35: Prisões Políticas Do Estado Novo

É mantida isolada desde Janeiro até Abril, na prisão de Caxias.

É submetida à tortura do sono.

Page 36: Prisões Políticas Do Estado Novo

Permanece presa, em Caxias até 1963.

1963 – É libertada. Liga-se à Frente Patriótica de Libertação Nacional, integrando uma célula onde estava também Jorge Sampaio, entre outros.

1964 – É presente como ré, ao lado do marido, no julgamento dos implicados de Beja. É condenada a É condenada a dezoito meses de prisão, enquanto João Varela Gomes é condenado a seis anos.dezoito meses de prisão, enquanto João Varela Gomes é condenado a seis anos.

Page 37: Prisões Políticas Do Estado Novo

«Não participei nem na preparação nem no assalto ao Quartel de Beja, mas estou de alma e coração com o meu marido e os companheiros dele».

Page 38: Prisões Políticas Do Estado Novo

Logo que alcançou a liberdade, passou a dedicar todas as suas energias à causa dos presos políticos. Logo que alcançou a liberdade, passou a dedicar todas as suas energias à causa dos presos políticos.

Funda, com outras personalidades de oposição, a CNSPP Funda, com outras personalidades de oposição, a CNSPP (Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos).(Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos).

19691969 - Participa na Campanha Eleitoral pelas listas da CDE e, um ano depois, é novamente presa por uma semana. - Participa na Campanha Eleitoral pelas listas da CDE e, um ano depois, é novamente presa por uma semana.

19731973 - Participa na campanha eleitoral para a Assembleia Nacional. No final de um comício na Sociedade Nacional de Belas Artes, é - Participa na campanha eleitoral para a Assembleia Nacional. No final de um comício na Sociedade Nacional de Belas Artes, é brutalmente espancada pela policia de choque, juntamente com a filha mais nova.brutalmente espancada pela policia de choque, juntamente com a filha mais nova.

Page 39: Prisões Políticas Do Estado Novo

1974 - Após o 25 de Abril, trabalha com advogados e membros da CNSPP na libertação dos presos políticos, bem como na posterior remodelação desta organização.

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2003 – É publicada a obra:

M. Eugénia Varela Gomes - Contra Ventos e Marés,

uma  biografia sob a forma de entrevista, conduzida por Maria Manuela Cruzeiro, do Centro de Documentação 25 de Abril da U. de Coimbra

Page 41: Prisões Políticas Do Estado Novo

Caxias no dia da libertação

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Page 43: Prisões Políticas Do Estado Novo

O Campo da Morte do

Tarrafal

Page 44: Prisões Políticas Do Estado Novo
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A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo Governo português do Estado Novo em 1936.

Page 46: Prisões Políticas Do Estado Novo

Em 18 de Outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros Em 18 de Outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam os participantes na , entre os quais se contavam os participantes na revolta de 18 de Janeiro de 1934, na Marinha Grande, e revolta de 18 de Janeiro de 1934, na Marinha Grande, e marinheiros que se tinham amotinado a bordo de um navio de marinheiros que se tinham amotinado a bordo de um navio de guerra no Tejo.guerra no Tejo.

Page 47: Prisões Políticas Do Estado Novo

O Campo do Tarrafal ou Campo de Concentração do O Campo do Tarrafal ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de Outubro de 1936, com a chegada dos primeiros 29 de Outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.prisioneiros.

Grupo de prisioneiros do Tarrafal

Page 48: Prisões Políticas Do Estado Novo

O campo do Tarrafal foi inspirado nos campos de O campo do Tarrafal foi inspirado nos campos de concentração nazis, que Hitler nessa altura começava a concentração nazis, que Hitler nessa altura começava a montar na Alemanha.montar na Alemanha.

Page 49: Prisões Políticas Do Estado Novo

Cela da Morte LentaPosto de socorrosPosto de socorros

No Tarrafal não havia câmaras de gás, como nos campos de concentração nazis, mas os presos eram submetidos a um regime de morte lenta - por isso ficou conhecido como o «Campo da Morte Lenta».

Page 50: Prisões Políticas Do Estado Novo

Vista aérea do Campo do TarrafalVista aérea do Campo do Tarrafal

Page 51: Prisões Políticas Do Estado Novo

O Campo do Tarrafal encerrou em 1954, tendo sido O Campo do Tarrafal encerrou em 1954, tendo sido reactivado em 1961, sob a denominação de Campo do reactivado em 1961, sob a denominação de Campo do Chão Bom, para receber prisioneiros oriundos das Chão Bom, para receber prisioneiros oriundos das colónias portuguesas.colónias portuguesas.

Page 52: Prisões Políticas Do Estado Novo

Testemunhos do Tarrafal «Na Achada Grande do Tarrafal montou o governo fascista o campo de

concentração. Na Achada Grande há pântanos, mosquitos e paludismo. Era a zona mais temida pela gente de Cabo Verde. Na ilha que o mar guardava melhor que o arame farpado e as armas dos carcereiros, o mosquito seria um executor discreto.

Sem possibilidade de ferver a água inquinada, sem mosquiteiros, sem medicamentos, com má alimentação, trabalhos forçados, espancamentos, semanas na «frigideira», todas as resistências orgânicas se desmoronavam abrindo caminho fácil ao paludismo.»

Page 53: Prisões Políticas Do Estado Novo

«As mortes dos antifascistas no Tarrafal foram premeditadas. Tão claro era o objectivo que o director do Campo não o escondeu. Afirmou-o para que todos os presos soubessem a que estavam destinados.»

«E muitos morreram e lá ficaram no cemitério que tão perto estava do Campo»

Page 54: Prisões Políticas Do Estado Novo

““Quem vem para o Quem vem para o Tarrafal, vem para Tarrafal, vem para morrer…”morrer…”

Page 55: Prisões Políticas Do Estado Novo

Presos do Tarrafal

Bento GonçalvesBento Gonçalves Joaquim AmaroJoaquim Amaro Francisco MiguelFrancisco Miguel Jaime de SousaJaime de Sousa Sérgio VilariguesSérgio Vilarigues Joaquim MontesJoaquim Montes Manuel da CostaManuel da Costa António GuerraAntónio Guerra Joaquim MarreirosJoaquim Marreiros

Page 56: Prisões Políticas Do Estado Novo

Bento Gonçalves

Bento António Gonçalves nasceu a 2 de Março Bento António Gonçalves nasceu a 2 de Março de1902, em Trás-os-Montes, e morreu em 1942 , no de1902, em Trás-os-Montes, e morreu em 1942 , no campo de concentração do Tarrafal, vitima de biliosa.campo de concentração do Tarrafal, vitima de biliosa.

Bento viria a filiar-se no PCP em 1928.Bento viria a filiar-se no PCP em 1928.

Em 1935 foi preso no Arsenal da Marinha.Em 1935 foi preso no Arsenal da Marinha.

Em 1936 foi enviado para o TarrafalEm 1936 foi enviado para o Tarrafal

Page 57: Prisões Políticas Do Estado Novo

Sérgio Vilarigues

Sérgio Vilarigues, militante comunista, foi um dos poucos Sérgio Vilarigues, militante comunista, foi um dos poucos sobreviventes do campo de concentração do Tarrafal. sobreviventes do campo de concentração do Tarrafal.

Integrou o grupo dos primeiros Integrou o grupo dos primeiros

presos enviados para o Tarrafal presos enviados para o Tarrafal

em 1936.em 1936.

Saiu do Tarrafal em 1940.Saiu do Tarrafal em 1940.

Page 58: Prisões Políticas Do Estado Novo

A “Frigideira”

A frigideira era uma caixa de A frigideira era uma caixa de cimento com uma forma cimento com uma forma rectangular. rectangular.

O tecto era uma placa de betão. O tecto era uma placa de betão. Uma parede dividia-a Uma parede dividia-a interiormente em 2 celas quase interiormente em 2 celas quase quadradas. quadradas.

Cada uma tinha uma porta de Cada uma tinha uma porta de ferro. ferro.

O percurso de uma parede a outra O percurso de uma parede a outra de cada cela era de 4 passos.de cada cela era de 4 passos.

Page 59: Prisões Políticas Do Estado Novo

Estava exposta ao sol de manhã à noite. Estava exposta ao sol de manhã à noite. A luz e o ar entravam com muita dificuldade pelos A luz e o ar entravam com muita dificuldade pelos

buracos na porta e em cima pela abertura junto ao buracos na porta e em cima pela abertura junto ao tecto. tecto.

Page 60: Prisões Políticas Do Estado Novo

«O sol batia na porta de ferro e o calor ia-se tornando sempre mais difícil de suportar. Íamos tirando a roupa, mas o suor corria incessantemente.»

A frigideira teria capacidade para dois ou três presos A frigideira teria capacidade para dois ou três presos por cela. por cela.

«Chegámos a ser doze numa área de nove metros quadrados.»

««Lá dentro era um fornoLá dentro era um forno.».»

Page 61: Prisões Políticas Do Estado Novo

Presos Políticos que morreram no Tarrafal FRANCISCO JOSÉ PEREIRA

PEDRO DE MATOS FILIPE

FRANCISCO DOMINGOS QUINTAS

RAFAEL TOBIAS

AUGUSTO DA COSTA

CANDIDO ALVES BARJA

ABILIO AUGUSTO BELCHIOR

FRANCISCO ESTEVES

ARNALDO SIMÕES JANUÁRIO

ALFREDO CALDEIRA

FERNANDO ALCOBIA

JAIME DE SOUSA

ALBINO COELHO

MÁRIO  DOS SANTOS CASTELHANO

JACINTO  FARIA VILAÇA

CASIMIRO FERREIRAEIRA

Page 62: Prisões Políticas Do Estado Novo

ALBINO ANTÓNIO CARVALHO

ANTÓNIO OLIVEIRA E SILVA

ERNESTO JOSÉ RIBEIRO

JOÃO DINIS

HENRIQUE VALE DOMINGUES

BENTO ANTÓNIO GONÇALVES

DAMÁSIO  MARTINS PEREIRA

ANTÓNIO JESUS BRANCO

PAULO JOSÉ DIAS

JOAQUIM MONTES

EDMUNDO GONÇALVES

MANUEL ALVES DOS REIS

MANUEL DA COSTA

JOAQUIM  MARREIROS

ANTÓNIO GUERRA

FRANCISCO NASCIMENTO GOMES

Page 63: Prisões Políticas Do Estado Novo

Extinção do Tarrafal

A 26 de Janeiro de 1954, o Campo de Concentração A 26 de Janeiro de 1954, o Campo de Concentração do Tarrafal foi encerrado.do Tarrafal foi encerrado.

Em 1962, o Campo de Concentração do Tarrafal foi Em 1962, o Campo de Concentração do Tarrafal foi reaberto, desta vez destinado aos patriotas dos reaberto, desta vez destinado aos patriotas dos movimentos de libertação das colónias portuguesas, movimentos de libertação das colónias portuguesas, capturados na Guerra Colonial.capturados na Guerra Colonial.

Page 64: Prisões Políticas Do Estado Novo

O Museu da Resistência Hoje, existe no local, o Museu da Resistência Hoje, existe no local, o Museu da Resistência

destinado a preservar a memória dos tempos em que destinado a preservar a memória dos tempos em que não havia liberdade.não havia liberdade.

Page 65: Prisões Políticas Do Estado Novo

O Fim da Ditadura

O Estado Novo foi derrubado no dia 25 de Abril.

Os presos políticos foram libertados, pondo fim a anos de perseguições. Membros da resistência antifascista regressaram a Portugal.

A reconquista da liberdade de expressão percorreu as páginas dos jornais, a rádio e a televisão.

Abria-se o caminho para o regime democrático.

Page 66: Prisões Políticas Do Estado Novo

A Revolução de Abril

Page 67: Prisões Políticas Do Estado Novo

Bibliografia

MARQUES, A. H. de Oliveira, MARQUES, A. H. de Oliveira, História de Portugal, das História de Portugal, das origens ao renascimentoorigens ao renascimento, , Vol. I.Vol. I. Lisboa, 9 ed. Palas Lisboa, 9 ed. Palas Editores, 1982. Editores, 1982.

MAGRO, José, MAGRO, José, Cartas da Prisão (1 Vida Prisional), Cartas da Prisão (1 Vida Prisional), Edições Avante, 1975.Edições Avante, 1975.

Page 68: Prisões Políticas Do Estado Novo

Bibliografia http://www.youtube.com/watch?v=2HyjaBR-O0Ahttp://www.youtube.com/watch?v=2HyjaBR-O0A

http://mariamarcelino.tripod.com/migueltorga.htmhttp://mariamarcelino.tripod.com/migueltorga.htm

http://purl.pt/13860/1/miguel-torga.htmhttp://purl.pt/13860/1/miguel-torga.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_torgahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_torga

http://www.dorl.pcp.pt/index.php?http://www.dorl.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=535&Itemid=64option=com_content&task=view&id=535&Itemid=64

Page 69: Prisões Políticas Do Estado Novo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fuga_de_Penichehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fuga_de_Peniche

http://www.citi.pt/cultura/politica/25_de_abril/http://www.citi.pt/cultura/politica/25_de_abril/

http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=Bibliotecahttp://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=Biblioteca

http://www.youtube.com/watch?v=DQTZKaeOygshttp://www.youtube.com/watch?v=DQTZKaeOygs

http://www.youtube.com/watch?v=blaxcWTqffEhttp://www.youtube.com/watch?v=blaxcWTqffE

http://www.pcp.pt/avante/20020307/475t1.htmlhttp://www.pcp.pt/avante/20020307/475t1.html

Page 70: Prisões Políticas Do Estado Novo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Luhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Sttau_Monteiro%C3%ADs_de_Sttau_Monteiro

http://mariamarcelino.tripod.com/sttaumonteiro.htmhttp://mariamarcelino.tripod.com/sttaumonteiro.htm

Page 71: Prisões Políticas Do Estado Novo

Trabalho Realizado por:

Diogo Cambeiro nº 13Diogo Cambeiro nº 13

Francisco Cambeiro nº 15Francisco Cambeiro nº 15

Ricardo Moita nº 29Ricardo Moita nº 29