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PREVALÊNCIA DE CASOS HUMANOS DE LEPTOSPIROSE
ATENDIDOS PELO CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DE
FLORIANÓPOLIS
1ISIS LIMA CARAMEZ, 2RONIELE BALVEDI IACOVSKI MIBIELLI,
2LARISSA PROBST DOS SANTOS, 2LISIANE PAGNUSSAT, 1FÁBIO
DE MELO CHAVES INDÁ, 1FERNANDA SANTOS AMORIM
1Centro de Controle de Zoonoses de Florianópolis 2Laboratório Municipal de Florianópolis
Resumo: A leptospirose é uma zoonose causada por leptospiras. A
penetração ocorre em mucosas e pele imersa em água contaminada
com urina de animais infectados. Foi realizada a análise sorológica de
86 casos humanos suspeitos de leptospirose de 2014 a junho de 2015,
investigação ambiental e orientações de prevenção. Do total de
amostras, 34% (27) apresentaram resultado reagente, com maior
ocorrência no sexo masculino. Isto indica a necessidade de se manter a
vigilância sorológica. Palavras-chaves: Leptospirose, zoonose,
Florianópolis
Leptospirosis seroprevalence of the population treated by the
zoonozis control center of the City of Florianópolis
Leptospirosis is a zoonotic disease caused by Leptospira. The
contamination occurs through the skin and mucous membranes in
contact with water contaminated with urine of infected animals.
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Serological analysis was performed in 86 suspected cases of
leptospirosis from 2014 until June 2015, environmental research and
prevention guidelines. 34%/27 of the samples had positive result, with
higher rates occurring on males. This data indicates the necessity to
keep the serological surveillance. Keywords: Florianópolis,
Leptospirosis, zoonose
Introdução: A leptospirose é uma zoonose causada por leptospiras
patogênicas, sendo que a espécie com maior interesse zoonótico é a
Leptospira interrogans. A transmissão ocorre pelo contato com urina de
animais infectados ou água, lama e solo contaminados, por isso está
associada a fatores ambientais, como a ocorrência de enchentes que
favorecem a exposição à urina dos reservatórios (roedores, animais
silvestres ou domésticos) (Pelissari, et al., 2011). A penetração da
bactéria ocorre através da pele com lesões, pele íntegra imersa por
longos períodos em água contaminada ou através de mucosas
(Ministério da Saúde, 2014). A prova mais utilizada para diagnóstico
laboratorial da doença é a pesquisa direta de anticorpos, através do
ensaio imunoenzimático (ELISA-IgM), que podem ser detectados no
sangue, aproximadamente, de 5 a 7 dias após o início dos sintomas
(Oliveira, et al., 2013). O objetivo do trabalho foi investigar a prevalência
de casos humanos de leptospirose atendidos pelo Centro de Controle de
Zoonoses (CCZ), entre 2014 e junho de 2015.
Materiais e Métodos: Foram encaminhadas pela Vigilância
Epidemiológica de Florianópolis ao CCZ, de 2014 a junho de 2015, 86
notificações de suspeita de leptospirose. Todos estes foram submetidos
a investigação sorológica pelo método de ELISA (Biomanguinhos®). Em
todos os casos foi realizada visita técnica para fins de investigação
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ambiental e orientações de prevenção da doença. Os dados deste
estudo transversal foram analisados por estatística descritiva.
Resultados e Discussão: Das 86 amostras analisadas, 65% (58)
tiveram resultado não reagente para leptospirose, 34% (27)
apresentaram resultado reagente e 1% (1) resultado inconclusivo. Das
amostras positivas 41% (11) ocorreram em 2014, 59% (16) em 2015. No
período estudado, a maior ocorrência foi observada entre pacientes do
sexo masculino, sendo um total de 22 casos (82%). No ano de 2014 o
maior número de casos (16%) ocorreu na faixa etária de 21 a 30 anos.
Enquanto que no ano de 2015, foi observada uma distribuição
semelhante de casos nos pacientes com idade entre 31 a 70 anos.
Estes dados podem ser considerados significativos pois indicam a
presença de reservatórios da doença em ambientes urbanos.
Conclusão: O encontro de casos positivos em Florianópolis indica a
necessidade de se manter a vigilância sorológica dos casos suspeitos,
bem como, as ações de investigação ambiental associadas as medidas
educativas que visam a quebra do ciclo de transmissão da doença.
Referências Bibliográficas
PELISSARI, D. M. et al. Systematic Review of Factors Associated to
Leptospirosis in Brazil, 2000-2009. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 20(4), p.
565-574, 2011.
OLIVEIRA, S. V.; ARSKY, M. L. S.; CALDAS, E. P. Reservatórios
animais da leptospirose: Uma revisão bibliográfica. Saúde (Santa
Maria), v.39, n.1, p. 920, 2013.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Vigilância em Saúde. MS/Secretaria
de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, p. 812, 2014.
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