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SUMRIOLngua PortuguesaCompreenso, interpretao e reescritura de textos, incluindo domnio das relaes morfossintticas, semnticas e discursivas ................................. 25 Tipologia textual ................................................................................................ 5 Parfrase, perfrase, sntese e resumo .............................................................. 15 Significao literal e contextual de vocbulos ........................................... 6/113 Processos coesivos de referncia ..................................................................... 10 Coordenao e subordinao ......................................................................... 102 Emprego das classes de palavras ..................................................................... 56 Estrutura, formao e representao das palavras ........................................... 54 Ortografia oficial .............................................................................................. 38 Pontuao ....................................................................................................... 109 Concordncia .............................................................................................. 76/82 Regncia. .......................................................................................................... 86

5LNGUA PORTUGUESAErnani F. Pimentel / Ilza H. de Borja / Fernando Moura / Jos A. Fontella Dornelles

TIPOLOGIA TEXTUAL NARRAO, DESCRIO E DISSERTAO NARRAO: Desenvolvimento de aes. Tempo em andamento. DESCRIO: Retrato atravs de palavras. Tempo esttico. DISSERTAO: Desenvolvimento de idias. Temporais/Atemporais. Texto Em um cinema, um fugitivo corre desabaladamente por uma floresta fechada, fazendo ziguezagues. Aqui tropea em uma raiz e cai, ali se desvia de um espinheiro, l transpe um paredo de pedras ciclpicas, em seguida atravessa uma correnteza a fortes braadas, mais adiante pula um regato e agora passa, em carreira vertiginosa, por pequena aldeia, onde pessoas se encontram em atividades rotineiras. Neste momento, o operador pra as mquinas e tem-se na tela o seguinte quadro: um homem (o fugitivo), com ambos os ps no ar, as pernas abertas em largussima passada como quem corre, um menino com um cachorro nos braos estendidos, o rosto contorcido pelo pranto, como quem oferece o animalzinho a uma senhora de olhar severo que aponta uma flecha para algum ponto fora do enquadramento da tela; um rapaz troncudo puxa, por uma corda, uma gua que se faz acompanhar de um potrinho to inseguro quanto desajeitado; um paj velho, acocorado perto de uma choa, tira baforadas de um longo e primitivo cachimbo; uma velha gorda e suja dorme em uma j bastante desfiada rede de embira fina, pendurada entre uma rvore seca, de galhos grossos e retorcidos e uma cabana recm-construda, limpa, alta, de palhas de buriti muito bem amarradas...

narrativo, fundamentalmente, por no se preocupar com a seqncia das aes, com a sucesso dos momentos, com o desenrolar do tempo. A descrio encara um ou vrios objetos, um ou vrios personagens, uma ou vrias aes, em um determinado momento, em um mesmo instante e em uma mesma frao da linha cronolgica. a foto de um instante. A descrio pode ser esttica ou dinmica. A descrio esttica no envolve ao. Exemplos: Uma velha gorda e suja. rvore seca de galhos grossos e retorcidos. A descrio dinmica apresenta um conjunto de aes concomitantes, isto , um conjunto de aes que acontecem todas ao mesmo tempo, como em uma fotografia. No texto, a partir do momento em que o operador pra as mquinas projetoras, todas as aes que se vem na tela esto ocorrendo simultaneamente, ou seja, esto compondo uma descrio dinmica. Descrio porque todas as aes acontecem ao mesmo tempo, dinmica porque inclui aes. Dissertar diz respeito ao desenvolvimento de idias, de juzos, de pensamentos. Exemplos: As circunstncias externas determinam rigidamente a natureza dos seres vivos, inclusive o homem... Nem a vontade, nem a razo podem agir independentemente de seu condicionamento passado. Nesses exemplos, tomados do historiador norte-americano Carlton Hayes, nota-se bem que o emissor no est tentando fazer um retrato (descrio); tambm no procura contar uma histria (narrao); sua preocupao se firma em desenvolver um raciocnio, elaborar um pensamento, dissertar. Quase sempre os textos quer literrios, quer cientficos, no se limitam a ser puramente descritivos, narrativos ou dissertativos. Normalmente um texto um complexo, uma composio, uma redao, onde se misturam aspectos descritivos com momentos narrativos e dissertativos e, para classific-lo como narrao, descrio ou dissertao, procure observar qual o componente predominante. EXERCCIOS Classifique os exerccios a seguir como predominantemente narrativos, descritivos ou dissertativos. 1. Era de vinte anos, tipo do Norte, franzino, amorenado, pescoo estreito, cabelos crespos e olhos vivos e penetrantes se bem que alterados por um leve estrabismo. 2. Dobrei a esquina do hotel, cansado e com sono. Caminhara o dia inteiro, tomando contato com aLNGUA PORTUGUESA

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Antes de exercitar com o texto, pense no seguinte: Narrar contar uma histria. A Narrao uma seqncia de aes que se desenrolam na linha do tempo, umas aps outras. Toda ao pressupe a existncia de um personagem ou actante que a pratica em determinado momento e em determinado lugar, por isso temos quatro dos seis componentes fundamentais de que um emissor ou narrador se serve para criar um ato narrativo: personagem, ao, espao e tempo em desenvolvimento. Os outros dois componentes da narrativa so: narrador e enredo ou trama. Descrever pintar um quadro, retratar um objeto, um personagem, um ambiente. O ato descritivo difere do

6cidade, olhando vitrinas, examinando os tipos, lendo tabuletas e painis, admirando mulheres, ouvindo frases soltas de dilogos alheios, procurando reconstruir o rumo da conversa. (O.L.) 3. Ainda com o cigarro apagado no canto da boca, Damio aproximou-se da Rua Grande, pensando onde ia encontrar, ali perto, uma caixa de fsforos para comprar. 4. Ela era loura, tinha os olhos azuis, como os de Ceclia, extticos, uns olhos que buscavam o cu pareciam viver. Os cabelos desleixadamente faziamlhe a volta da cabea, com um resplendor de santa, santa somente 5. Explode no mundo da violncia: terror, seqestro, assaltos, assassinatos, corrupo, tortura, humilhao, fome, dor, violncia disseminada, compartilhada, globalizada. 6. No Brasil, a priso no regenera, nem ressocializa as pessoas que so privadas da liberdade por ter cometido algum tipo de crime. Ao contrrio, de conhecimento geral que a cadeia perverte, corrompe, deforma, avilta e embrutece. 7. Se a democracia plena est inevitavelmente vinculada possibilidade de escolher, o prprio ato de votar deveria ser uma escolha. (C.L.) 8. O sertanejo , antes de tudo, um forte. No tem o raquitismo. No tem o raquitismo exaustivo dos mestios neurastnicos do litoral. FUNES DA LINGUAGEM Todo emissor, no momento em que realiza um ato de fala, consciente ou inconscientemente, atribui maior importncia a um dos seis elementos da comunicao. Com base nessa preferncia, distinguem-se seis funes da linguagem: a) Funo Emotiva, Expressiva ou de Exteriorizao Psquica O emissor atribui maior valor a si mesmo, o que se manifesta no uso predominante de: primeira pessoa verbal: Quando estive em sua casa, convivi com sua ausncia. Nunca pensamos em tudo. exclamaes: Que maravilha! interjeies: Ai! esqueci tudo em casa. b) Funo Conativa ou Apelativa Demonstra a preocupao do emissor com o receptor, o que se manifesta no predomnio de: Receptor em funo de sujeito: Vossa Senhoria no me deferiu o pedido. Toda dia, voc me repete a mesma ladainha. Esqueceste o favor que te pedi? Vocativos: Por favor, Mariana, no me desaponte. Obrigada, Maria. Imperativos: Se quiseres ser aprovado, estuda. Pare, olhe e siga. Observao: A linguagem da propaganda fundamentalmente conativa. c) Funo Referencial, Informativa ou Cognitiva Sobressai a importncia que o emissor dedica ao Referente e se manifesta no uso predominante de sujeitos de terceira pessoa: Tatiana no desapontou a mim, nem a voc. Sua Excelncia, o Senhor Presidente, telefonou para voc e para mim. Observao: A funo referencial predomina na exposio cientfica, nos livros didticos que no falem de linguagem, na linguagem jornalstica e em outros. d) Funo Ftica H momentos na comunicao, em que o emissor demonstra querer chamar a ateno do receptor, deslig-la, ou mesmo test-la. Predomina a preocupao do emissor com o canal, com a ateno. Testando o canal: Al, al, voc est me ouvindo? Procurando colocar o canal em funcionamento: Ei! Voc a. Psiu. Tentando desviar o canal: Lcio: Rita, voc se casaria comigo? Rita: Estou precisando dormir... Observao: Inmeras frmulas de cumprimento, com o tempo foram perdendo sua comunicabilidade e tiveram seus significados esvaziados, tornando-se apenas fticas. Quando se diz Bom dia, ningum est mais pensando em desejar um dia agradvel a seu receptor. comum dois conhecidos encontrarem-se, trocarem saudaes (ex: Como vai? Bem obrigado. E voc? Tudo bem...) e despedirem-se sem mesmo perceberem o que falaram. Tambm representam a funo ftica as expresses estereotipadas como n, viu?, entende? e outras semelhantes. Ex: J falei, n? Eu no sou assim, entende? Repetindo Pierre Guiraud, in A Semiologia, a funo ftica desempenha um papel muito importante em todos os modos da comunho: ritos, solenidades, cerimnias, discursos, sermes, conversaes familiares, amorosas quando o contedo da comunicao tem menos importncia que

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7o fato de estar ali e de afirmar a sua adeso ao grupo. Sendo assim, conclui-se que o referente da funo ftica a prpria comunicao. e) Funo Metalingstica Tem maior importncia a ateno que o emissor dirige ao cdigo ou lngua. a linguagem voltada sobre si mesma, a mensagem que tem como referente a prpria linguagem. O emissor pode indagar a respeito do cdigo: O que significa estultcia? O emissor pode afirmar a respeito do cdigo: Estultcia significa tolice, imbecilidade... Observao: Todo processo de aprendizagem de uma lngua est baseado na funo metalingstica, como tambm so metalinguagem as definies de um dicionrio, os conceitos de uma gramtica, uma crtica literria, uma anlise de texto e outros. f) Funo Potica ou Esttica A ateno do emissor est fixada, fundamentalmente, na busca de melhor elaborao da mensagem. Escrever uma frase e risc-la para substituir por outra de mesmo sentido s porque mais eufnica, caracteriza justamente a procura do potico lingstico. Quando os pais esto discutindo se daro filha o nome de Maria Ana ou Ana Maria, esto exatamente buscando o esttico, o mais sonoro, o de melhor ritmo, e essa preocupao potica. O alvo da preocupao do emissor na funo potica tambm pode ser a tentativa de relacionar com maior eficincia o significante e o significado: o que acontece em: 2. Fica decretado que os homens esto livres do jugo da mentira. Nunca mais ser preciso usar a couraa do silncio nem a armadura das palavras. Pescador da barca bela Onde vais pescar com ela, Que to bela Oh pescador? No vs que a ltima estrela No cu nublado se vela? Colhe a vela. Oh pescador! A lngua um conjunto de sons e rudos combinados, com os quais um ser humano, o falante, transmite a outro ou outros seres humanos, o ouvinte, o que est na sua mente emoes, sentimentos, vontades, ordens, apelos, idias, raciocnios, argumentos e combinaes de tudo isso. (A.H) Pois, . Pois o qu? Eu s dissa pois . Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma que estraga o amor. Que poesia? Poesia ilha cercada de palavras por todos os lados. Quadrinhos: sm. pl. narrao de uma histria por meio de desenhos e legendas dispostos numa srie de quadros, histria em quadrinhos. A cada cinco minutos um brasileiro morre por doena ligada ao fumo. ESTILSTICA FIGURAS SONORAS: CONTRIBUEM PARA A EXPRESSIVIDADE Aliterao: repetio de consoantes em vocbulos prximos. ...vozes, veladas, veludosas, vozes... (Cruz e Sousa) ... que a brisa do Brasil beija e balana... (Castro Alves) Assonncia: repetio de vogal em vocbulos prximos. ...vozes, veladas, veludosas, vozes... (Cruz e Sousa) Paronomsia: o mesmo que trocadilho. (Lembre-se: Parnimos so vocbulos parecidos). Sempre ceder Sem preceder Sempre ferir Sem preferir Sempre sumir Sem presumirLNGUA PORTUGUESA

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So recursos poticos na camada fnica: a rima, o ritmo, a mtrica, a assonncia, a aliterao... EXERCCIOS Leia os textos abaixo e identifique, alm da funo potica (se houver), as funes da linguagem predominantes. 1. Sou caipira, Pirapora Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda O trem da minha vida

8Sempre ver Sem prever. (Jos Lino Grnewald) Onomatopia: tentativa de imitao de sons. TREM DE FERRO .......... Agora sim Caf com po Agora sim Voa, fumaa Corre cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita fora Muita fora Muita fora (Manuel Bandeira) FIGURAS DE SINTAXE: MEXEM COM A CONSTRUO DA FRASE Elipse: omisso de um termo, facilmente perceptvel. (Eu) preciso (de) que me ajudem. Zeugma: elipse para no repetir verbo ou substantivo. Encontrei a resposta. Ela no (encontrou a resposta). Cludia escovou os dentes. Eu, as unhas (escovei). Hiprbato: inverso da frase. Desfilavam os folies. (Ordem direta: Os folies desfilavam). Pleonasmo: repetio enftica de termo ou idia. Morrers morte vil na mo de um forte.. (GonalvesDias)

Silepse de nmero: Um bando de moleques gritavam.singular plural

Silepse de pessoa: Os candidatos estamos preparados.3 pessoa 1 pessoa

TROPOS: USO DO SENTIDO FIGURADO, OU CONOTAO Metfora: substituio de uma palavra por outra com base em uma semelhana; uma comparao sem conjuno comparativa: Ela um taco de sinuca. (metfora) Ela como um taco de sinuca. (comparao) Ela um canguru, danando. (metfora) Ela como um canguru, danando. (comparao) Metonmia: substituio de uma palavra por outra, baseada em proximidade, limitao ou extenso de sentido, relao de causa e efeito, qualquer relao que no seja de semelhana. Continente pelo contedo: Bebemos uma xcara de caf. (o contedo de uma xcara) Comemos um pacote de biscoito. (o contedo de um pacote) A cidade estava feliz. (os moradores da cidade estavam felizes) Causa pelo Efeito: Sou alrgico a cigarro. (sou alrgico fumaa do cigarro) Lugar de Origem pelo Produto: Bebia calmamente um porto. (Bebia calmamente um vinho do Porto) Fumava um belo havana. (Fumava um belo charuto de Havana) Autor pela Obra: Gostava de ler Guimares Rosa. (Gostava de ler as obras de Guimares Rosa) Abstrato pelo Concreto: Respeitamos a velhice. (Respeitamos os velhos) Estava com a cabea em Recife. (Estava com o pensamento em Recife) O Smbolo pela Idia Simbolizada: A espada (fora) curvou-se coroa. (poder) A Matria pelo Produto: O ferro lhe perfurou o brao. (punhal) Ganhei um nquel. (moeda) O Instrumento por quem o utiliza: Ele um bom taco de sinuca. (ele um bom jogador de sinuca) Ele um bom garfo. (ele come muito)

A mim s me resta uma sada... Assndeto: ausncia de conjuno coordenativa (lembre-se: orao assindtica no tem conjuno). Cheguei, vi, venci. Polissndeto: repetio enftica de conjuno. Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua. (Olavo Bilac) Anacoluto: corte brusco de uma frase e incio imediato de outra, de modo que fique sobrando um termo sem funo. Espingardas, no me agradam armas de fogo. Quem o feio ama, bonito lhe parece. (Provrbio) Anfora: repetio de palavra no incio de versos ou de frases. pau, pedra, o fim do caminho... (Tom Jobim) ela no sente, ela no ouve, avana! avana! (FialhodAlmeida)

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Silepse: concordncia com a idia e no com a palavra. Silepse de gnero: Sua Excelncia est enganado.feminino masculino

9Parte pelo Todo: Cem cabeas de gado. (cem animais) Trs bocas para sustentar. (trs pessoas para sustentar) O Todo pela Parte: Ele mora na cidade (ele mora em uma casa na cidade) Catacrese: uma metfora estratificada, que se usa no por criatividade, mas por no existir outra palavra que a substitua. Ex.: folha de livro, dente de serrote, dente de alho, cu da boca, brao de rio, brao de cadeira, p de mesa, barriga da perna, bico de bule, asa de avio, asa de xcara, embarcar no trem, azulejo branco, enterrar o dedo no po, e outros. Prosopopia ou Personificao: atribuio de caractersticas humanas a seres que no so humanos: O cravo brigou com a rosa. A fonte chorava triste. FIGURAS DE PENSAMENTO Eufemismo: suavizao do que desagradvel. Faltar com a verdade (mentir) Ir para o andar de cima (morrer) Achar antes de o dono perder (roubar) Hiprbole: exagero. J falei um milho de vezes que... Chegou ele, mais magro que gilete. Ironia: afirmao com sentido contrrio. Que careta simptica. (quando se quer dizer o contrrio) Moa linda, bem tratada, trs sculos de famlia, burra como uma porta: um amor (Mrio de Andrade) Anttese: aproximao de idias opostas. Adeus: vamos pra frente, recuando de olhos acesos (Carlos Drummond de Andrade) Amor fogo que arde sem se ver; ferida que di e no se sente, (Cames) EXERCCIOS Identifique as figuras presentes nos trechos a seguir. 1. O sonho de um cu e de um mar E de uma vida perigosa Trocando o amargo pelo mel E as cinzas pelas rosas Te faz bem tanto quanto mal Faz odiar tanto quanto querer.(Charly Garcia)

3. Minhas irms so belas, so ditosas... Dorme a sia nas sombras volutuosas Dos harns do Sulto [...] Mas eu, Senhor!... Eu triste, abandonada, Em meio dos desertos esgarrada, Perdida marcho em vo!(Castro Alves)

4. Para a florista as flores so como beijos, so como filhas, so como fadas disfaradas.(Roseana Murray)

5. O que eu posso ser para voc? Um atalho para casa, uma filha no vento Um gesto gentil de algum Um agasalho quando escurecer O que eu posso ser para voc?(Herbert Viana e Thedy Correa)

6. O bonde passa cheio de pernas Pernas brancas pretas e amarelas(Carlos Drummond de Andrade)

7. Os barcos so a alegria deste lugar Toda tarde tem festa Quando chegam do mar Os velhos numa mesa So como uma viso Bebendo a tarde inteira Cantando uma cano.(Herbert Viana)

8. Quando a Indesejada das gentes chegar (No sei se dura ou corovel), Talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: Al, iniludvel!(Manuel Bandeira)

9. Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos tm sido campees [em tudo. [...] Arre, estou farto de semideuses! Onde que h gente no mundo?(Fernando Pessoa)

(Fernando Pessoa)

2. Queria querer gritar setecentas mil vezes Como so lindos, como so lindos os burgueses!(Caetano Veloso)

11. Classifique as figuras, de acordo com o cdigo: (A) anacoluto (D) silepse de pessoa (B) silepse de gnero (E) hiprbato (C) silepse de nmero

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10. Porque o sentido oculto das coisas elas no terem sentido oculto nenhum.

101. ( ) Os trs reis orientais, que vieram adorar o Filho de Deus recm-nascido em Belm, tradio da Igreja que um era preto. (Vieira) 2. ( ) Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos. (M. de Assis) 3. ( ) Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura. (Manuel Bandeira) 4. ( ) No sabes que proibido entrada neste recinto? 5. ( ) Todos os filhos de Ado padecemos nossas mutilaes e fealdades. (Vieira) 6. ( ) Uns esperando andais noturnas horas, outros subis telhados e paredes.(Pe. Manuel Bernardes)

O discurso de um orador inflamado muito mais belo e empolgante ouvido do que lido, mas como fogos de artifcio, que ao explodirem, mostram toda a beleza do ato, mas no deixam resduos... COESO E COERNCIA TEXTUAIS A coeso no nos revela a significao do texto; revela-nos a construo do texto enquanto edifcio semntico.(M. Halliday)

7. ( ) Baliza natural que ao Norte avulta, O das guas gigante caudaloso...(Gonalves de Magalhes)

8. ( ) Tu, que da liberdade aps a guerra, Foste hasteado dos heris na lana, Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!...(Castro Alves)

9. ( ) Se esta gente, que busca outro hemisfrio, Cuja valia e obras tanto amaste, No queres que padeam vituprio...(Cames)

NORMA CULTA DA LNGUA PORTUGUESA NO BRASIL A lngua um sistema de signos orais e grficos que compem um cdigo que serve os indivduos em suas necessidades de comunicao. A lngua, como veculo da comunicao, pode apresentar vrias modalidades. 1. Lngua comum: lngua-padro do pas, aceita pelo povo e imposta pelo uso. 2. Lngua regional: a lngua comum, porm com tonalidades regionais na fontica e no vocabulrio, sem, no entanto quebrar a estrutura comum. (Quando se quebrar essa estrutura, aparecero os dialetos). 3. Lngua popular: a fala espontnea do povo, eivada de plebesmos, isto , de palavras vulgares, grosseiras e gria; tanto mais incorreta quanto mais inculta a camada social que a usa. 4. Lngua culta: usada pelas pessoas instrudas, orienta-se pelos preceitos da gramtica normativa e caracteriza-se pela correo e riqueza vocabular. 5. Lngua literria: a lngua culta em sua forma mais artificial, usada pelos poetas e escritores em suas obras. 6. Lngua falada: utiliza apenas signos vocais, a expresso oral; mais comunicativa e insinuante, porque as palavras so subsidiadas pela sonoridade e inflexes da voz, pelo jogo fisionmico, gesticulao e mmica; prolixa e evanescente. 7. Lngua escrita: o registro formal da lngua, a representao da expresso oral, utiliza-se de signos grficos e de normas expressas; no to insinuante quanto a lngua falada, mas sbria, exata e duradoura.

A metfora acima representa de forma bastante eficaz o sentido de coeso, assim como as partes que compem a estrutura de um edifcio devem estar bem conectadas, bem amarradas, as vrias partes de uma frase devem se apresentar bem amarradas, conectadas para que o texto cumpra sua funo primordial veculo entre o articulador deste e seu leitor. Portanto, coeso essa amarrao entre as vrias partes do texto, ou seja, o entrelaamento significativo entre declaraes e sentenas. Vejam, pode-se dizer: Procurei Tlio, mas ele havia partido. Porm, no se pode dizer: Mas ele havia partido. Procurei Observe que a seqncia lgica das oraes est presente em: Procurei Tlio e depois Mas ele havia partido.o pronome retoma o subst. estabelece a oposio entre as duas oraes

Existem, em nossa lngua, dois tipos de coeso: a lexical e a gramatical. A coeso lexical obtida pelas relaes de sinnimos ou quase sinnimos, hipernimos, nomes genricos e formas elididas. J a coeso gramatical conseguida a partir do emprego adequado de pronome, adjetivos, pronomes substantivos, pronomes pessoais de 3a pessoa, elipse, determinados advrbios e expresses adverbiais, conjunes e numerais. Vejamos, agora, alguns exemplos de coeso: 1. Eptetos Epteto a palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa. Glauber Rocha fez filmes memorveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido to cedo. Glauber Rocha foi substitudo pelo qualificativo o cineasta mais famoso do cinema brasileiro. 2. Nominalizaes Ocorre nominalizao quando se emprega um substantivo que remete a um verbo enunciado anteriormente. Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse,

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porm, que tal testemunho no era vlido por serem parentes do assassino. Pode tambm ocorrer o contrrio: um verbo retomar um substantivo j enunciado. Ele no suportou a desfeita diante de seu prprio filho. Desfeitear um homem de bem no era coisa para se deixar passar em branco. 3. Palavras ou expresses sinnimas ou quase sinnimas Os quadros de Van Gogh no tinham nenhum valor em sua poca. Houve telas que serviram at de porta de galinheiro. 4. Repetio de uma palavra Podemos repetir uma palavra (com ou sem determinante) quando no for possvel substitu-la por outra. A propaganda, seja ela comercial ou ideolgica, est sempre ligada aos objetivos e aos interesses da classe dominante. Essa ligao, no entanto, ocultada por uma inverso: a propaganda sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou idia no o dono da empresa, nem os representantes do sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda mais um veculo da ideologia dominante.(ARANHA, Maria Lcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introduo filosofia. So Paulo, Moderna, 1993, p. 50.)

8. Advrbios pronominais (aqui, ali, l, a)

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No podamos deixar de ir ao Louvre. L est a obraprima de Leonardo da Vinci: a Mona Lisa. 9. Elipse O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sesso s oito em ponto e (ele) fez ento seu discurso emocionado. 10. Repetio do nome prprio (ou parte dele) Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prmio da loto. Peixoto disse que ia gastar todo o dinheiro na compra de uma fazenda e em viagens ao exterior. Lygia Fagundes Telles uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia autora de Antes do baile verde, um dos melhores livros de contos de nossa literatura. 11. Metonmia Metonmia o processo de substituio de uma palavra por outra, fundamentada numa relao de contigidade semntica. O governo tem-se preocupado com os ndices de inflao. O Planalto diz que no aceita qualquer remarcao de preo. Santos Dumont chamou a ateno de toda Paris. O Sena curvou-se diante de sua inveno. 12. Associao Na associao, uma palavra retoma outra porque mantm com ela, em determinado contexto, vnculos precisos de significao. So Paulo sempre vtima das enchentes de vero. Os alagamentos prejudicam o trnsito, provocando engarrafamentos de at 200 quilmetros. A palavra alagamentos surgiu por estar associada a enchentes. Mas poderia ter sido usada uma outra como transtornos, acidentes, trasbordamento do Tiet, etc. Ruptura da Coeso As rupturas da coeso podem ser voluntrias: insero de um comentrio, interveno do autor ou do narrador, o uso de apstrofes, etc. Ex.: gostaria de dizer no sei se devo que ele nunca agiu bem como amigo. anacolutos (ruptura da coeso sinttica) Ex.: no sei, creio que ele no chegar. As rupturas de coeso, quando involuntrias, constituem erro: frases inacabadas, ambigidades em relao ao antecedente do pronome, erros de concordncia, etc. Exs.: Entre a cadeira e a mesa, creio que ela gostaria mais dela. Muitos de ns e o Joo teve vontade. A campanha do famoso jornalista em favor do presidente levou-o ao desentendimento com o jornal.

5. Um termo-sntese O pas cheio de entraves burocrticos. preciso preencher um sem-nmero de papis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitaes acabam prejudicando o importador. A palavra limitaes sintetiza o que foi dito antes. 6. Pronomes Vitaminas fazem bem sade. Mas no devemos tom-las ao acaso. O colgio um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a educao integral. Aquele poltico deve ter um discurso muito convincente. Ele j foi eleito seis vezes. H uma grande diferena entre Paulo e Maurcio. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele tende a perdoar. 7. Numerais No se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um tero pelo menos parece estar dominando o assunto. Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia justamente o contrrio.

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Coerncia textual Coerncia a relao que se estabelece entre as partes do texto, criando uma unidade de sentido. A coeso auxilia no estabelecimento da coerncia, entretanto, no algo necessrio para que ela se d. Temos conjuntos lingsticos que so textos porque so coerentes, embora no tenham coeso. Ento, quando se fala em coerncia, pensa-se na nocontradio de sentidos entre as passagens do texto, na existncia da continuidade semntica. Ela possibilita a atribuio de sentido ao texto, assegurando um princpio, um meio, um fim e uma adequao da linguagem de acordo com o tipo do texto. Ento, os textos informativos (guias, receitas, convocaes) devem ser predominantemente referenciais, objetivos e denotativos com poucas frases, empregando formas verbais simples e vocabulrio adequado (elementos que asseguram a sua coeso). J um texto legislativo deve obedecer a critrios de exposio especficos, assim como um texto tcnico ou cientfico tem a sua coerncia fundamentada na experimentao, nas provas cientficas, etc. Os textos de defesa de idias ou opinies tm a sua coerncia assegurada pelo uso dos recursos da retrica (discurso). E os textos narrativos tm em comum uma coerncia fundamentada na organizao das relaes entre os episdios da narrao, os momentos, os lugares, as personagens, etc. Assim como os textos poticos jogam com os sons, com as associaes de idias, as metforas, etc. Leia o texto a seguir e faa o que se pede. Texto I Ser que voc um lder? O lder um sujeito que: 1. Faz que as pessoas sob seu comando gostem de executar o que ele quer. 2. Consegue que subordinados queiram ajud-lo e se sintam realizados com isso. 3. No tem subordinados. Tem seguidores. Ele no d ordens, mas todo mundo faz o que ele deseja. 4. Consegue fazer que as pessoas acreditem que o interesse delas e o dele o mesmo. 5. Transmite segurana, confiana. Ele inspira lealdade. confidente, faz que as pessoas se sintam vontade para falar a verdade. 6. Transmite senso de justia. Ele toma decises justas, no protege um ou outro. Todas as suas decises e atitudes so transparentes. 7. D o exemplo. Se o expediente comea s 8 horas, ele chega s 8 horas. Em uma campanha de corte de custos, no promove festas nem troca de carro. 8. No precisa ser infalvel. Mas precisa ter mais acertos que erros. 9. Faz que as pessoas sigam na direo da companhia. Ele faz que essa direo seja transparente, justa e clara. 10. Sabe que no consegue fazer tudo sozinho. Mas no comanda pelo medo. As pessoas o seguem porque acreditam na sua viso.60

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Pensando bem, o lder, tal como descrito acima, um sujeito que no existe. Pelo menos no com todas essas qualidades juntas na mesma pessoa. Procure na bibliografia bsica sobre lderes e liderana e voc encontrar centenas de outras definies para esse cara com poderes quase sobrenaturais. O profissional que rene todas essas caractersticas ou parte delas vale ouro no mercado de trabalho. Ser lder no bom s para ele. A razo? Ele ter uma equipe que vai suar a camisa por ele e pela empresa. Isso fabuloso para a empresa. Empregados motivados so mais criativos, trabalham com mais vontade, do o sangue pelo chefe e, portanto, pela companhia. Os lderes tambm so importantes para o cara que est abaixo dele. Ele vai gerar um ambiente de trabalho frtil para o desenvolvimento pessoal e profissional de todo mundo. Ser lder timo, acima de tudo, para o prprio lder. Ele vale cada vez mais no mercado de trabalho. Os testes de seleo das empresas vm tentando detectar nos candidatos a empregos as caractersticas intangveis de um lder. Nos escritrios dos recrutadores de executivos, esse pessoal tem sempre as portas abertas. Por que um lder importante? Acima de tudo porque o empregado, por mais motivado que esteja, no est ligado empresa. Ele est ligado diretamente s pessoas com quem fala, para quem apresenta suas idias, de quem ouve uma palavra de apoio ou um resmungo de intolerncia. Se, acima de um empregado criativo, competente e motivado, estiver um lder, tanto melhor. Mas, se ele no encontrar quem d valor s suas idias, vai procurar outras paragens onde se sinta valorizado. Isso pssimo para a empresa que precisa sobreviver em um mercado globalizado, no qual chegar frente da concorrncia pode significar a diferena entre sobreviver ou perecer.(Maria Tereza Gomes. VOC S.A., 4/98, pp. 49-50, com adaptaes.)

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Considerando que a interpretao de um texto tem incio na compreenso do vocabulrio utilizado, julgue os itens abaixo. a) O vocbulo sujeito (ls. 1 e 28) e a palavra cara (l. 31) tm o mesmo referente, podendo, por isso, ser permutadas no contexto. b) As formas verbais quer (l. 3) e deseja (l. 7) admitem ser permutadas, sem prejuzo do sentido. c) O sentido da expresso as pessoas sob seu comando (l. 2) recuperado no declogo com os termos subordinados (l. 6), seguidores (l. 6), todo mundo (l. 7), as pessoas (ls. 8, 11, 21), um ou outro (l. 14) e As pessoas (l. 25). d) A palavra cara (l. 31) no tem o mesmo referente que tal palavra empregada na linha 41. e) O pronome ele, empregado nas linhas 35 (nas trs ocorrncias), 52 e 57, refere-se palavra lder e a substitui em todas as ocorrncias indicadas. As qualificaes de um lder enumeradas no texto foram reagrupadas nos itens que se seguem. Julgueos quanto fidelidade s idias originais. a) O lder faz que as pessoas lideradas desejem ajudlo e sintam-se realizadas ao executarem o que ele quer.

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13b) O lder no tem subordinados, uma vez que no d ordens; ele se ilude com a idia de que ele tem seguidores que fazem o que ele deseja, porque acreditam que h uma unidade de interesses entre todos. c) O lder transmite segurana, confiana, lealdade, verdade, justia, confidncia, transparncia e proteo. d) Mesmo que possa ser considerado exemplo de pontualidade e economia, o lder infalvel, porque possui mais virtude do que defeitos. e) O lder, comandando mais por sua viso coletiva do que pela imposio do medo individual, direciona as pessoas com clareza, transparncia e justia. 3. Os itens abaixo apresentam reescrituras de partes do texto em que houve inverso da ordem das palavras. Julgue-os quanto manuteno do sentido original. a) Linha 24: Sozinho, sabe que tudo no consegue fazer. b) Linhas 25 e 26: As pessoas acreditam na sua viso porque o seguem. c) Linhas 32, 33 e 34: No mercado de trabalho, o profissional que vale ouro, rene todas essas caractersticas ou parte delas. d) Linhas 37 a 40: Empregados motivados so mais criativos, trabalham e, portanto, do o sangue com mais vontade, pela companhia do chefe. e) Linha 45: O mercado de trabalho vale cada vez mais para ele. Julgue se os itens a seguir correspondem s idias apresentadas no texto. a) Ter liderana bom para o lder, para os subordinados e para a empresa. b) Os lderes no se comunicam por meio de palavras enfadonhas, indiferentes e intangveis. c) Tal qual um semideus, o lder adapta-se ao melhor esquema de liderana exigido pela empresa. d) Lderes no temem aproveitar as boas idias e, mais do que isso, no temem falar para todos que a idia foi do empregado. e) Por terem de tomar medidas algumas vezes impopulares, os lderes precisam entender de relaes humanas.15

de seus empregados quanto de usurios externos. A estratgia que pode produzir melhores resultados aquela que combina tecnologia e processos para trabalhar em um nvel aceitvel de riscos.(Srgio Lozinsky. E. business e confiana. In: caro Brasil, junho de 2001, p. 36, com adaptaes.)

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5. Os itens seguintes so reescrituras propostas para trechos do texto acima. Julgue-os quanto ao respeito s idias originais e correo gramatical. a) Primeiro pargrafo: um grande desafio conduzir negcios na Internet de forma adequada, pois tarefas simples tornaram-se difceis, tais como identificar um parceiro de negcios rpida e inequivocamente. b) Segundo pargrafo: Um outro desafio para empregar regras aplicveis aos impostos de um negcio dependem de entender aonde, no mundo, se localiza o cliente. c) Terceiro pargrafo: Para atender a requisitos legais e manter uma boa reputao, essencial o provimento da proteo adequada s informaes prestadas por indivduos e empresas. d) Quarto pargrafo: As empresas que estabelecerem uma infra-estrutura para garantir essa confiana um conjunto de tecnologias e processos para gerenciar a autenticao e o controle no s de seus empregados como tambm de usurios externos tero sucesso. e) Quinto pargrafo: Combinando tecnologia e processos para trabalhar para que exista nveis aceitveis de riscos, aquela estratgia pode produzir os melhores resultados. Texto III Em geral, quando falamos de violncia, pensamos em uso da fora, com vistas excluso de grupos ou indivduos de uma dada situao de poder. Essa violncia pode ou no encontrar resistncia na violncia dos excludos. Como quer que seja, nos dois casos esto em jogo os princpios axiolgicos que permitem arbitrar o que legal ou ilegal, legtimo ou ilegtimo, na interao entre os humanos. O ponto central a noo de abuso de poder, de invaso desestruturante de uma ordem desejvel, posta no horizonte tico da cultura. O fato histrico do alheamento de indivduos ou grupos humanos em relao a outros no novo na dinmica social. Desqualificar moralmente o outro significa no v-lo como um agente autnomo e criador potencial de normas ticas ou como um parceiro na obedincia a leis partilhadas e consentidas ou, por fim, como algum que deve ser respeitado em sua integridade fsica e moral. No estado de alheamento, o agente da violncia no tem conscincia da qualidade violenta de seus atos. Se o possvel objeto da violncia nada tem a oferecer-lhe, ento no conta como pessoa humana e pouco importa o que venha a sofrer. Ao contrrio da crueldade inspirada na rivalidade ameaadora, real ou imaginria, a indiferena anula quase totalmente o outro em sua humanidade.(Jurandir Freire. A tica democrtica e seus inimigos. In: O desafio tico, p. 77-80, com adaptaes.)

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(CESPE/UnB TJDF Analista de Controle Externo/ 2002) Texto II Conduzir negcios na Internet de forma adequada um grande desafio: tarefas simples, tais como identificar um parceiro de negcios rapidamente e de maneira inequvoca, tornaram-se difceis. Entender onde exatamente o cliente est localizado no mundo para empregar regras aplicveis de impostos e negcios outro desafio. Prover a proteo adequada para as informaes recebidas de indivduos e empresas essencial para atender a requisitos legais a manter uma boa reputao. As empresas de sucesso sero aquelas que estabelecero uma infra-estrutura para garantir essa confiana: um conjunto de tecnologias a processos para gerenciar a autenticao e o controle de acesso tanto

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146. Com respeito organizao das idias no texto, julgue os itens a seguir. a) O texto pode ser assim resumido: a violncia uma invaso desestruturante de uma ordem desejvel que no se d apenas pelo uso da fora, mas tambm pela indiferena, pela desqualificao moral do outro. b) Depreende-se da argumentao do texto o seguinte esquema de causas e conseqncias:abuso do poder com fora resistncia violncia ilegalidade sem fora desobedincia a normas ticas alheamento

c) A progresso temtica no texto vai da generalizao do problema ilustrao histrica para chegar, no terceiro pargrafo, individualizao da violncia. d) O trecho a seguir serviria como concluso para a argumentao do texto: Assim, por meio da discusso constante de seus conflitos, crenas, desejos, ideais e aspiraes, elas revelam o modo como aprendem a subjetivarse e a maneira como interpretam seus papis na conduo de tal estado de alheamento. e) A seguinte recomendao (adaptada de Correio Braziliense, 23/6/2002) serve como ilustrao para se evitar um tipo de violncia focalizado no texto: Aprenda a lidar com as diferentes personalidades dos colegas de trabalho ao longo do percurso, esperando de cada um somente o que podem oferecer. Quando chefiar, aproveite a variedade de comportamentos para alcanar bons resultados. 7. Com respeito ao emprego das expresses ou palavras no texto, julgue os itens que se seguem. a) Por estar empregado na acepo de discorrer, o verbo falar, na expresso falamos de violncia (l. 1), admite alternativamente o emprego da preposio em ou sobre, em lugar de de. b) Mantm-se a coerncia textual e a correo gramatical se, na expresso excluso de (l. 2), o termo sublinhado for substitudo pelo verbo excluir, com a conseqente retirada da preposio de. c) As expresses o outro (l. 13), -lo (l. 14) e algum (l.17), estabelecem uma cadeia coesiva, designando o mesmo referente. d) No ocorre o sinal indicativo de crase em a leis (l. 16) por no estar a empregado o artigo definido feminino. e) Por indicar eventualidade, o tempo de presente da forma verbal que venha a sofrer (ls. 22-23) admite a substituio pela forma de futuro no modo correspondente sem que sejam desrespeitadas a coerncia textual e as regras gramaticais.

8. Os fragmentos abaixo, adaptados de Veja, 13/2/2002, constituem um texto, mas esto ordenados aleatoriamente. I - Para chefes, o caso ainda mais complexo. Os que acham que seus subordinados nunca entendem o que eles falam precisam ficar atentos prpria conduta. Talvez o problema seja tanto de habilidade quanto de falta de comunicao. II - E voc? Est pronto para coordenar uma equipe ou para relatar a um grupo as propostas de seu departamento? Se a resposta no, cuidese. Corra atrs de cursos de liderana, compre livros que lhe ensinem a expressar suas idias claramente. III - O caixa da agncia bancria o mais indicado para liderar a equipe que vai propor alterao no desenho da rea de atendimento ao pblico, onde ficam as filas. O faxineiro deve tomar a frente do pessoal que decidir o local mais adequado para estocar material de limpeza. IV - Competncia tcnica s um ingrediente necessrio liderana. Um bom coordenador tem de conseguir explicar como a tarefa sob seu controle vai contribuir para os resultados da companhia, ou da instituio. Considerando que a organizao de um texto implica a ordenao lgica e coerente de seus fragmentos, julgue os itens a seguir quanto possibilidade de constiturem seqncias lgicas e coerentes para os fragmentos acima. a) I, II, IV, III b) I, III, II, IV c) II, III, IV, I d) III, I, II, IV e) IV, III, I, II Texto IV Cada vez que sai a lista das melhores empresas para se trabalhar, as pessoas se perguntam o que elas tm de diferente. Imaginam que provavelmente so as que melhor pagam ou que tm os melhores pacotes de benefcios, porm isso no necessariamente verdade. Boas prticas de recursos humanos tambm pesam, mas no parecem ser o mais importante. A mais relevante das caractersticas que essas empresas demonstram ter em comum a confiana. Um ambiente de confiana gera maior comprometimento dos empregados e, em conseqncia, maior disponibilidade para mudanas. Gera tambm maior flexibilidade para adaptaes s necessidades do mercado. Segundo pesquisas, o clima de confiana se desmembra em trs dimenses: a credibilidade, que a maneira como o empregado v a chefia; o respeito, que como o empregado acha que visto pela chefia; e a justia, que a percepo de um ambiente igualitrio em termos de pagamentos, benefcios, promoes etc.(Jos Tolovi. Um excelente lugar para se trabalhar. In: caro do Brasil, junho de 2001, p. 38, com adaptaes.)

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159. Julgue os itens subseqentes, a respeito do emprego das palavras e expresses no texto acima. a) Textualmente, a expresso Cada vez (l. 1) corresponde a Todas as vezes, mas, para que essa substituio seja gramaticalmente aceitvel, necessrio empregar o verbo seguinte no plural: saem. b) Na linha 2, as duas ocorrncias do pronome se indicam, sinttica e semanticamente, a reflexivizao do verbo. c) Na linha 2, para manter a coerncia textual e a concordncia verbal, a supresso do pronome elas exigiria tambm a supresso do sinal de acento em tm. d) As dependncias sinttico-semnticas das expresses nos perodos das linhas de 9 a 12 admitem o seguinte esquema: maior comprometimento dos empregados ambiente de confiana maior flexibilidade para adaptaes e) Subentende-se que as palavras credibilidade (l. 15), respeito (l. 16) e justia (l. 18) servem para rotular diferentes aspectos ou sentidos de clima de confiana (l. 14). maior disponibilidade para mudanas Os amores na mente, as flores no cho A certeza na frente, a histria na mo Caminhando e cantando e seguindo a cano Aprendendo e ensinando uma nova lio.(Vandr Geraldo Pedrosa de Arajo Dias, msico brasileiro. Compositor de msicas ditas de protesto, muito popular na poca dos festivais da cano, na dcada de 1960. Porta-estandarte (1965), Disparada (1966), Pra no dizer que no falei de flores (1968) constituem alguns dos seus maiores sucessos.)

Questo Proposta 1. Julgue os itens a seguir. a) Caminhando constitui uma cano brasileira de protesto. b) Pela sua estrutura formal, Caminhando constitui um soneto. c) Considerando a metrificao e a cadeia sonora do texto, possvel dizer que este lembra uma marcha entoando em ritmo lento os versos com acento contnuo na terceira slaba: caminhando e cantando e seguindo a cano. d) O propsito de Geraldo Vandr era fazer um canto pessoal, inexistindo, portanto, marcas do coletivo no discurso. e) Com os versos esperar no saber / no espera acontecer, deve-se observar que a cano presentifica o tempo. f) A ltima estrofe deixa transparecer sentimentos de amor, revolta, ousadia e arrefecimento de nimos. g) Reescrevendo o verso 9, sem alterar-lhe o sentido primeiro, obtm-se: Pelos campos existe fome em grandes plantaes. h) O verso 15 pode ser reescrito da seguinte maneira: Nos quartis nos ensinam ultrapassadas lies, sem alterao do sentido original. i) Uma outra possibilidade de reescritura do verso 15, sem alterar-lhe o sentido primitivo, : Antigas lies so ensinadas a eles nos quartis. 2. DOMINANDO BASES CONCEITUAIS Voc notou, com base na resoluo dos ltimos itens da questo proposta, que a lngua possui uma srie de recursos lingsticos que permitem dizer a mesma mensagem com estruturas diferentes. O ponto de partida sempre o texto-fonte. Esses recursos constituem uma forma de intertextualidade que denominamos PARFRASE. A parfrase contribui para o aprimoramento do vocabulrio e proporciona inmeras oportunidades de reestruturao de frases, considerando as mltiplas possibilidades combinatrias da nossa lngua. Dessa forma, a parfrase corresponde a uma espcie de traduo dentro da prpria lngua, em que se diz, de maneira mais clara, num texto B o que contm um texto A, sem comentrios marginais, sem nada acrescentar e sem nada omitir do que seja essencial, tudo feito com outros torneios de frase e, tanto quanto possvel, com outras palavras, e de tal forma que a nova verso o que pode ser sucinta sem deixar de ser fiel evidencie o pleno entendimento do texto original. Em sntese, PARFRASE a reescritura do texto, mantendo-se o sentido original, primeiro. Vejamos, portanto, algumas dessas possibilidades combinatrias da nossa lngua: 1) Substituio lexical (relaes de sinonmia): A. Embora falasse a verdade, ningum acreditou em seu discurso.

PARAFRASEANDO1. LENDO E ENTENDENDO O TEXTO MSICA-TEXTO DE APOIO PRA NO DIZER QUE NO FALEI DAS FLORESGeraldo Vandr

Caminhando e cantando e seguindo a cano Somos todos iguais, braos dados ou no Nas escolas, nas ruas, campos, construes Caminhando e cantando e seguindo a cano.5

Vem, vamos embora que esperar no saber Quem sabe faz a hora, no espera acontecer Vem, vamos embora que esperar no saber Quem sabe faz a hora no espera acontecer. Pelos campos h fome em grandes plantaes Pelas ruas marchando indecisos cordes Ainda fazem da flor seu mais forte refro E acreditam nas flores vencendo o canho. H soldados armados, amados ou no Quase todos perdidos de armas na mo Nos quartis lhes ensinam antigas lies De morrer pela ptria e viver sem razo. Nas escolas, nas ruas, campos, construes Somos todos soldados, armados ou no Caminhando e cantando e seguindo a cano Somos todos iguais, braos dados ou no.

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16B. Conquanto falasse a verdade, ningum acreditou em seu discurso. 2) Inverso dos termos da orao ou das oraes do perodo: I - A. Grande parte de nossas vidas transcorre em locais de trabalho. B. Em locais de trabalho, grande parte de nossas vidas transcorre. II - A. Irei ao Japo quando me formar. B. Quando me formar, irei ao Japo. 3) Transposio da voz ativa para a voz passiva e vice-versa: A. Ele elogiou a obra literria. B. A obra literria foi elogiada por ele. 4) Transposio do discurso direto para o discurso indireto e vice-versa: A. O padre confessou: Estou muito doente. B. O padre confessou que estava muito doente. Ateno: Na passagem do discurso direto para o indireto ou vice-versa, observe as seguintes transformaes: a) discurso direto: primeira pessoa Eles indagaram: O que devemos resgatar? Discurso indireto: terceira pessoa Eles indagaram o que deviam resgatar. b) discurso direto: imperativo O chefe ordenou: Redijam o relatrio. Discurso indireto: pretrito imperfeito do subjuntivo O chefe ordenou que redigssemos o exerccio. c) discurso direto: futuro do presente O mdico explicou: Com o exame, a criana ficar curada. Discurso indireto: futuro do pretrito O mdico explicou que, com o medicamento, a criana ficaria curada. d) discurso direto: presente do indicativo Gudestia me perguntou: A quem devo informar o problema? Discurso indireto: pretrito imperfeito do indicativo Gudestia me perguntou a quem devia informar o problema. e) discurso direto: pretrito perfeito Abigail disse: Estive no STF e falei com o presidente. Discurso indireto: pretrito mais-que-perfeito Abigail disse que estivera no STF e falara com o presidente. 5) Substituio da orao adverbial, substantiva ou adjetiva pelas classes gramaticais correspondentes ou vice-versa: I - A. A moa escorregou porque ventava. (orao adverbial causal) B. A moa escorregou por causa do vento. (locuo adverbial causal) II - A. Desejo que voc silencie. (orao substantiva) B. Desejo o seu silncio. (substantivo) III- A. Ela uma pessoa que tem convices. (orao adjetiva) B. Ela uma pessoa convicta. (adjetivo) 6) Substituio de oraes desenvolvidas por reduzidas ou vice-versa: A. importante que o trabalho seja prosseguido. (orao desenvolvida) B. importante prosseguir o trabalho. (orao reduzida) Perfrase/Antonomsia um recurso verbal que consiste em exprimir em mais palavras o que poderia ser dito em poucas. Permite conhecer um objeto por suas qualidades ou usos e no pelo seu prprio nome. Serve para variar a expresso, sublinhar a harmonia da frase, encobrir aluses vulgares ou suavizar idias desagradveis. Tambm conhecido como circunlquio. Exemplos: I. A humanidade agradece ao gnio da lmpada. (em lugar de Tomas Edson) II. O Redentor (em lugar de Cristo) III. Criador dos seres (em lugar de Deus) IV. Poeta dos Escravos (em lugar de Castro Alves) V. Cidade maravilhosa (em lugar de Rio de Janeiro). 3. PRATICANDO Entendeu? Vamos treinar um pouco. 1. Julgue os itens considerando se o sentido da frase entre aspas permanece ou no o mesmo, quando reescrita na forma apresentada em itlico: a) O tempo aos poucos fora afastando de minha memria a sua imagem. Sua imagem estava-se afastando de minha memria, aos poucos, pelo tempo. b) Daqui a cinqenta anos teremos avaliado os futurlogos de hoje. Os futurlogos de hoje tero sido avaliados por ns daqui a cinqenta anos. c) Os vndalos iam destruindo tudo em sua passagem. Em sua passagem, tudo foi destrudo pelos vndalos. d) Fomos informados de que j haviam julgado a causa. Informaram-nos de que a causa j havia sido julgada. e) Os ndios haviam devorado os prisioneiros de guerra. Os prisioneiros de guerra j haviam sido devorados pelos ndios. f) Todo homem mortal. O homem todo mortal. g) No final da Guerra Civil Americana, o ex-coronel ianque sai caa do soldado desertor que realizou assalto a trem com confederados.

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17No final da Guerra Civil Americana, o ex-coronel ianque sai caa do soldado desertor que, com confederados, realizou assalto a trem. h) Os meninos de rua que procuram trabalho so repelidos pela populao. Os meninos de rua, que procuram trabalho, so repelidos pela populao. i) O possuidor turbado, ou esbulhado, poder manter-se, ou restituir-se, por sua prpria fora, contanto que o faa logo. Fazendo-o logo, o possuidor turbado, ou esbulhado, poder manter-se, ou restitui-se, por sua prpria fora. j) Maurcio saudou, com silenciosa admirao, esta minha avisada malcia. E imediatamente disse para o meu Prncipe: H trs anos que no te vejo, Jacinto. Maurcio saudou, com silenciosa admirao, esta minha avisada malcia. E imediatamente disse para o meu Prncipe que havia trs anos que no o via. 4. EXERCITANDO (QUESTES ESPECIAIS) (UnB/CESPE/TJDF) Leia o texto abaixo e responda s questes de 1 a 3. Grito do Ipiranga? Isso era bom antes de um nobre amigo, que veio reclamar pela Gazeta de Notcias contra essa lenda de meio sculo. Segundo o ilustrado paulista no houve nem grito nem Ipiranga. Houve algumas palavras, entre elas a Independncia ou Morte, as quais todas foram proferidas em lugar diferente das margens do Ipiranga. Pondera meu amigo que no convm, a to curta distncia, desnaturar a verdade dos fatos. Ningum ignora a que estado reduziram a Histria Romana alguns autores alemes, cuja pena, semelhante a uma picareta, desbastou os inventos de dezoito sculos, no nos deixando mais que uma certa poro de sucessos exatos. V feito! O tempo decorrido era longo e a tradio estava arraigada como uma idia fixa. (...) Mas isso histria antiga. O caso do Ipiranga data de ontem. Durante cinqenta e quatro anos temos vindo a repetir uma coisa que o dito meu amigo declara no ter existido. Houve resoluo do Prncipe D. Pedro, independncia e o mais; mas no foi positivamente um grito, nem ele se deu s margens do clebre ribeiro. L se vo as pginas dos historiadores e isso o menos. Emendam-se futuras edies. Mas os versos? Os versos emendam-se com muito menos facilidade. Minha opinio que a lenda melhor do que a histria autntica. A lenda resumia todo o fato da independncia nacional, ao passo que a verso exata o reduz a uma coisa vaga e annima. Tenha pacincia o meu ilustrado amigo. Eu prefiro o grito do Ipiranga: mais sumrio, mais bonito e mais genrico.(Machado de Assis)

1. Assinale a opo correta. a) O autor deplora as informaes enganosas veiculadas pelos historiadores, manifestando sua preferncia pelos poetas e narradores picos. b) Na falta de uma informao segura sobre os fatos, o autor opta por dar crdito ao que se descreve nos versos, cuja deturpao menos provvel. c) Para o autor, pouco importa a verso exata dos fatos, diante do poder de sntese e do impacto das narrativas e lendas que atravessam os tempos. d) lenda o autor prefere a histria autntica, com seus dados precisos, sumrios e abrangentes. e) O autor esfora-se por demover o amigo da idia de alterar as futuras edies dos livros de histria, sob o argumento de que a lenda j est assimilada, no havendo mais nada a fazer seno ter pacincia. 2. Assinale a opo que recupera as idias do ltimo pargrafo do texto. a) Minha convico que a lenda superior histria autntica. A primeira resumiu o fato de independncia nacional, a segunda transforma-o em algo difuso e annimo, destituindo-o de seu carter sumrio, abrangente e belo. Tenha pacincia o meu ilustrado amigo, mas eu prefiro o grito do Ipiranga verso exata dos fatos. b) Estou convicto de que a lenda superior histria autntica. Enquanto esta reduz o fato da independncia nacional a algo difuso e annimo, aquela o sintetizava. Tenha pacincia o meu instrudo amigo. verso exata prefiro o grito do Ipiranga, que mais sumrio, mais belo, mais genrico. c) Creio que a lenda melhor do que a histria autntica. A lenda resumia o fato da independncia nacional. A verso exata o transforma em algo difuso e andino. O meu ilustrado amigo deve ter pacincia, mas a lenda prefervel ao sumrio, belo e genrico grito do Ipiranga. d) Tenha pacincia o meu ilustrado amigo, mas prefiro lenda do grito do Ipiranga a verso exata dos acontecimentos, que reduz o fato da independncia nacional a uma coisa vaga e annima, destituindo o gesto lendrio de seu carter generalizante. e) O meu instrudo amigo tenha pacincia, mas a minha opinio a seguinte: entre a lenda e a histria autntica, quela prefiro esta, que resume o fato da independncia nacional em um gesto sumrio, belo e genrico. 3. Assinale a opo em que a relao semntica de sinonmia entre a expresso destacada e a expresso entre parnteses incorreta. a) (...) todas foram proferidas (...) (ls. 7-8) (proclamadas). b) Pondera meu amigo (...) (l. 10) (Alega). c) O tempo decorrido era longo (...) (l. 17) (escoado). d) (...) a tradio estava arraigada (...) (ls. 17 e 18) (erradicada). e) (...) mais sumrio (...) (l. 36) (conciso).

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184. (ESAF/Analista/98) Indique o trecho que constitui parfrase das idias essenciais do segmento transcrito abaixo. Os europeus do sculo XVI, cuja vida continuava pautada na religio e nas normas da Igreja, no haviam de todo abandonado as antigas prescries teolgicas que condenavam os lucros advindos de emprstimos a juro, por serem uma forma estril de riqueza.(Adalberto Marson)

a) Nem todos os europeus do sculo XVI, cuja vida permanecia adstrita s normas religiosas da Igreja, haviam abandonado as antigas determinaes teolgicas de condenao aos lucros obtidos pelos agiotas, por serem uma forma espria de gerar riqueza. b) Por terem abandonado as antigas restries teolgicas que condenavam os lucros provenientes de juros de emprstimos, consideradas uma forma improdutiva de riqueza, os europeus do sculo XVI continuavam a pautar sua vida na religio e nas normas da Igreja. c) Seguindo as normas religiosas e crists, os europeus de seiscentos no haviam abandonado completamente os antigos preceitos teolgicos de obteno de riqueza atravs da forma estril de emprstimos a juros. d) Obter riqueza por meio da usura era prtica condenada pelas antigas prescries teolgicas, cuja religio e normas da Igreja os europeus do sculo XVI no haviam de todo abandonado. e) Continuando a manter sua vida pautada na religio e nas normas da Igreja, os europeus quinhentistas respeitavam as antigas determinaes teolgicas segundo as quais os lucros obtidos a partir de emprstimos a juro mereciam condenao, por constiturem uma forma improlfera de riqueza. (UnB/ CESPE/ MTb/ Engenheiro) Leia o texto abaixo para responder questo 5. Segurana e sade so imprescindveis quando o propsito manter um ambiente de trabalho hgido e produtivo. Tais questes esto diretamente ligadas valorizao do elemento humano como primordial para o sucesso de qualquer organizao. Em um mundo em que, a cada dia, so crescentes as descobertas e inovaes tecnolgicas, a discriminao de informaes sobre a preveno de acidentes e doenas do trabalho se torna decisiva para que a qualidade de vida no ambiente laboral seja valorizado.O trabalho educativo dentro das empresas permite que haja cada vez mais trabalhadores e empresrios conscientes da importncia da sade e segurana no Trabalho.(Fernando Bezerra. Apresentao In: Informaes bsicas sobre sade e segurana no trabalho. So Paulo, CIPA, p. 5, 1997.)

5. Julgue se os itens seguintes mantm as idias originais do texto e esto corretos, no que se refere ao uso do sistema grfico, do vocabulrio, da estrutura morfossinttica e da pontuao. a) Quando a finalidade manter um ambiente limpo e eficiente, so aconselhveis segurana e sade. b) O homem, e sua valorizao est diretamente ligado ao sucesso de uma empresa. c) Para que a qualidade de vida no ambiente de trabalho seja valorizada, informaes a respeito de doenas do trabalho e preveno de acidentes so essenciais. d) Deve haver trabalhos educativos nas empresas para que evitem-se acidentes. e) Trabalhadores e empresrios informados acerca da importncia da sade e segurana no trabalho so fundamentais para a valorizao da qualidade de vida no ambiente laboral. (UnB/CESPE) A ROTINA E A QUIMERA Sempre se falou mal de funcionrios, inclusive dos que passam a hora do expediente escrevinhando literatura. No sei se esse tipo de burocrata-escritor existe ainda. A racionalizao do servio pblico, ou o esforo por essa racionalizao, trouxe modificaes sensveis ao ambiente de nossas reparties, e de crer que as vocaes literrias manifestadas sombra de processos se hajam ressentido desses novos mtodos de trabalho. Sem embargo, no se tero estiolado de todo to forte , no escritor, a necessidade de exprimir-se, dentro ou fora da rotina que lhe imposta. Se no escrever no espao de tempo destinado produo de ofcios, escrever na hora do sono ou da comida, escrever debaixo do chuveiro, na fila, ao sol, escrever at sem papel no interior do prprio crebro, como os poetas prisioneiros da ltima guerra, que voltaram ao soneto como uma forma que por si mesma se grava na memria. E por que se maldizia tanto o literato-funcionrio? Porque desperdiava os minutos do seu dia, reservado aos interesses da Nao, no trato de quimeras pessoais. A Nao pagava-lhe para estudar papis obscuros e emaranhados, ordenar casos difceis, promover medidas teis, ouvir com benignidade as partes. Em vez disso, nosso poeta afinava a lira, nosso romancista convocava suas personagens, e toca a povoar o papel da repartio com palavras, figuras e abstraes que em nada adiantam sorte do pblico. bem verdade que esse pblico, logo em seguida, ia consolar-se de suas penas na trova do poeta ou no mundo imaginado pelo ficcionista. Mas, sem gratido especial ao autor, ou talvez separando neste o artista do rond de cuir, para estimar o primeiro sem reabilitar o segundo.

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O certo que um e outro so inseparveis, ou antes, este determina aquele. O emprego do Estado concede com que viver, de ordinrio sem folga, e essa a condio ideal para um bom nmero de espritos: certa mediania que elimina os cuidados imediatos, porm no abre perspectiva de cio absoluto. O indivduo tem apenas a calma necessria para refletir na mediocridade de uma vida que no conhece a fome nem o fausto; sente o peso dos regulamentos, que lhe compete observar ou fazer observar; o papel barra-lhe a vista dos objetos naturais, como uma cortina parda. ento que intervm a imaginao criadora, para fazer desse papel precisamente o veculo de fuga, sorte de tapete mgico, em que o funcionrio embarca, arrebatando consigo a doce ou amarga inveno, que ir maravilhar outros indivduos, igualmente prisioneiros de outras rotinas, por este vasto mundo de obrigaes no escolhidas.(Carlos Drummond de Andrade)

servio pblico, ou pelo esforo por essa racionalizao. (ls. 4 e 5) c) Porque desperdiava, no trato de quimeras pessoais, os minutos de seu dia, reservados ao interesse da Nao. (ls. 21 e 22) d) O indivduo tem apenas a calma necessria para refletir a mediocridade de uma vida que desconhece a fome e o fausto (ls. 43 a 45) e) (...) sente que lhe compete observar ou fazer observar o peso dos regulamentos (ls. 45 e 46) 9. Marque o texto que expressa as mesmas idias do trecho sublinhado abaixo. A ARTE DE NO FAZER NADA Dizem-me que mais da metade da humanidade se dedica prtica dessa arte; mas eu discordo desta afirmativa, visto que no existe tal quantidade de gente inativa. O que acontece estar essa gente interessada em atividades exclusivamente pessoais sem conseqncias teis para o mundo. (Ceclia Meireles adaptado.) a) ...mas eu questiono essa afirmativa, uma vez que existe muita gente inativa. O fato que essa gente demonstra interesse por atividades impessoais com repercusses imediatas para o mundo. b) ...mas eu duvido desta afirmativa, j que no existe tanta gente laboriosa. O fato que essa gente decide desenvolver atividades imparciais sem conseqncias vantajosas para o mundo. c) ...mas eu interrogo esta afirmao, posto que existe muita gente sem fazer nada. O que acontece que essa gente est interessada em atividades bilaterais sem conseqncias vs para o mundo. d) ...mas eu discordo desta afirmativa, porque existe muita gente inativa. O que acontece que essa gente fica desinteressada em atividades exclusivistas com repercusses positivas para o mundo. e) ...mas eu no concordo com esta afirmao, porque no existe tanta gente sem fazer nada. O fato que essa gente prefere desenvolver atividades individualistas sem repercusses positivas para o mundo. Esforando-se pela apropriao e conhecimento do universo, o homem encontra sempre embaraos e dificuldades de toda ordem, sendo a prpria fraqueza, em face da soberania inaltervel da natureza, e sua necessidade de luta, frente complexidade dos fatos do cotidiano, as maiores destas dificuldades.(lvaro Lins fragmentado.)

6. No que diz respeito ao contedo do texto, julgue os itens que se seguem. a) Somente o funcionrio burocrata-escritor tem sido criticado pela populao. b) A verdadeira vocao literria s se manifesta no ambiente do servio pblico. c) Infere-se do texto que, no Brasil, o Estado tem, indiretamente, subvencionado a literatura nacional. d) Infere-se do texto que a expresso francesa rond de cuir (l. 35) significa burocrata. e) A condio de escritor determina a condio de funcionrio pblico. 7. Julgue os itens a seguir. a) No fragmento que voltaram ao soneto (l. 18), o vocbulo que tem como referente ltima guerra (ls. 17-18). b) Em A Nao pagava-lhe para estudar papis (ls. 23 e 24), o vocbulo lhe tem como referente o literato-funcionrio (ls. 20 e 21). c) Em ouvir com benignidade as partes (ls. 25 e 26), o vocbulo partes tem como referente quimeras pessoais (ls. 22 e 23). d) Os vocbulos primeiro e segundo (l. 36) tm como referentes poeta e ficcionista (l. 33), respectivamente. e) Os vocbulos este e aquele (l. 38) tm como referentes rond de cuir e artista (l. 35), respectivamente. 8. Os perodos abaixo foram reescritos. Tendo por parmetro o texto original, julgue-os quanto manuteno de sentido na nova verso. a) No sei se ainda h esse tipo de burocrata-escritor. (ls. 3 e 4) b) Modificaes sensveis ao ambiente de nossas reparties foram trazidas pela racionalizao do

10. Marque a opo que expressa, coerentemente, as idias do texto. a) O esforo do homem pela apropriao e conhecimento do universo resulta sempre de embaraos e dificuldades de toda ordem, em face da fraqueza

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20humana em alterar a soberania da natureza e em minimizar a complexidade dos acontecimentos do dia-a-dia. b) A necessidade de luta diante da complexidade dos fatos do cotidiano e a fraqueza humana em face da soberania adultervel da natureza encontram no homem impedimentos e dificuldades que motivam o seu esforo pela apropriao e conhecimento do universo. c) O conhecimento e a apropriao do universo fazem com que o homem encontre sempre embaraos e dificuldades de toda ordem nos fatos do cotidiano, sendo as maiores dificuldades aquelas provocadas pelo esforo e fraqueza humana em face da alterao da soberania da natureza. d) A posse e o conhecimento do universo fazem com que o homem se esforce em lutar contra a complexidade dos fatos e contra a prpria fraqueza de alterar a soberania de toda ordem encontrados por ele no cotidiano. e) A fraqueza humana, diante da imutvel supremacia da natureza, e a necessidade de luta, em face da complexidade dos acontecimentos do dia-a-dia, constituem as maiores dificuldades e obstculos com que o homem depara, ao esforar-se pela posse e conhecimento do universo. 11. Assinale a opo que mantm o mesmo sentido do trecho sublinhado a seguir. Uma das grandes dificuldades operacionais encontradas em planos de estabilizao o conflito entre perdedores e ganhadores. s vezes reais, outras fictcios, estes conflitos geram confrontos e polmicas que, com freqncia, podem pressionar os formuladores da poltica de estabilizao a tomar decises erradas e, com isto, comprometer o sucesso das estratgias antiinflacionrias.(Folha de So Paulo, 7/5/94.)

e) O sucesso das estratgias antiinflacionrias pode ficar comprometido se os formuladores da poltica de estabilizao, pressionados por confrontos e polmicas decorrentes de conflitos, tomarem decises erradas. 12. Marque, entre as opes propostas, aquela que no contm, ainda que parcialmente, as mesmas idias expressas no trecho abaixo: A reificao do escravo produzia-se objetiva e subjetivamente. Por um lado, tornava-se uma pea cuja necessidade social era criada e regulada pelo mecanismo econmico de produo. Por outro lado, o escravo auto-representava-se e era representado pelos homens livres como um ser incapaz de ao autonmica.(F. H. Cardoso, Capitalismo e Escravido no Brasil Meridional, Rio, Paz e Terra, 1977.)

a) Os formuladores da poltica de estabilizao podem tomar decises erradas se os conflitos, gerados por confrontos e polmicas, os pressionarem; o sucesso das estratgias antiinflacionrias fica, com isto, comprometido. b) Estes conflitos, reais ou fictcios, geram confrontos e polmicas que, freqentemente, podem pressionar os formuladores da poltica de estabilizao a tomar decises erradas, sem, com isso, comprometer o sucesso das estratgias antiinflacionrias. c) O sucesso das estratgias antiinflacionrias pode ficar comprometido se, pressionados por conflitos, reais ou fictcios, os formuladores da poltica de estabilizao gerarem confrontos e polmicas ao tomarem as decises erradas. d) Os conflitos, s vezes reais, outras fictcios, que podem pressionar os formuladores da poltica de estabilizao a confrontos e polmicas, comprometem os sucesso das estratgias antiinflacionrias, se as decises tomadas forem erradas.

a) Do ponto de vista jurdico bvio que, no sul como no resto do pas, o escravo era uma coisa, sujeita ao poder e propriedade de outrem.... b) ... o escravo no encontra a condio de pessoa humana objetivada no respeito e nas expectativas formadas em torno de si pelos homens livres, pelos senhores. c) A liberdade desejada e impossvel apresentava-se, pois, como mera necessidade subjetiva da afirmao, que no encontrava condies para realizar-se concretamente. d) ... o escravo se apresentava, enquanto ser humano tornado coisa, como algum que, embora fosse capaz de empreender aes com sentido, pois eram aes humanas, exprimia, na prpria conscincia e nos atos que praticava, orientaes e significaes sociais impostas pelos senhores. e) ... a conscincia do escravo apenas registrava e espelhava, passivamente, os significados sociais que lhe eram impostos. 13. Marque a opo que no constitui parfrase do segmento abaixo: O abolicionismo, que logrou pr fim escravido nas Antilhas Britnicas, teve peso pondervel na poltica antinegreira dos governos britnicos durante a primeira metade do sculo passado. Mas tiveram peso tambm os interesses capitalistas, comerciais e industriais, que desejavam expandir o mercado ultramarino de produtos industriais e viam na inevitvel misria do trabalhador escravo um obstculo para este desiderato.(P. Singer. A formao da classe operria, So Paulo, Atual, 1988, p. 44.)

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a) Na primeira metade do sculo passado, a despeito da forte presso do mercado ultramarino em criar consumidores potenciais para seus produtos industriais, foi o movimento abolicionista o motor que ps cobro misria do trabalhador escravo.

21b) A poltica antinegreira da Gr-Bretanha na primeira metade do sculo passado foi fortemente influenciada no s pelo iderio abolicionista como tambm pela presso das necessidades comerciais e industriais emergentes. c) Os interesses capitalistas que buscavam ampliar o mercado para seus produtos industriais tiveram peso considervel na formulao da poltica antinegreira inglesa; mas teve-o tambm a conscincia liberal antiescravista. d) Teve peso considervel na poltica antinegreira britnica o abolicionismo. Mas as foras de mercado tiveram tambm peso, pois precisavam dispor de consumidores para seus produtos. e) Ocorreu uma combinao de idealismo e interesses materiais, na primeira metade do sculo XIX, na formulao da poltica britnica de oposio escravido negreira. 14. Marque a alternativa que reproduz o mesmo significado do segmento sublinhado no trecho abaixo. Universalizando o particular pelo apagamento das diferenas e contradies, a ideologia ganha coerncia e fora porque um discurso lacunar que no pode ser preenchido. Em outras palavras, a coerncia ideolgica no obtida malgrado as lacunas, mas, pelo contrrio, graas a elas.(M. Chau)

significao que vinha sendo preparada desde Plato e confirmam a tradio grega da preeminncia do significado. (M. H. M. Neves) Preparada desde a poca de Plato, a teoria da significao construda, finalmente, pelos esticos, que assim corroboram a tradio helnica da primazia do significado. d) As histrias abertas isto , incompletas ou com um final a escolher tm a forma do problema fantstico: a partir de certos dados, decide-se sobre sua combinao resolutiva. (G. Radari) As histrias que no apresentam o fechamento de um fim explcito, ou que trazem vrias possibilidades de finalizao, tm a forma do problema fantstico, no qual se chega resoluo pela combinao de certos dados. e) Inventar estrias com os brinquedos quase natural, uma coisa que vem por si nas brincadeiras com as crianas: a estria no seno um prolongamento, um desenvolvimento, uma alegre exploso do brinquedo. (G. Rodari) Quando brincam, comum, quase natural, as crianas inventarem estrias com os brinquedos a estria passa a ser uma extenso, um prolongamento, um alegre transbordar do brinquedo. 16. Marque o item em que a segunda frase diz o mesmo que a primeira. a) 1: Para a formao do povo brasileiro contriburam, basicamente, indivduos pertencentes s raas branca, negra e ndia. 2: Para a formao do povo pertencente s raas branca, negra e ndia contriburam basicamente indivduos brasileiros. b) 1: Os descobridores portugueses resultavam de uma mistura de lusitanos, romanos, rabes e at mesmo negros. 2: De uma mistura de lusitanos, romanos, rabes e at mesmo negros, resultavam os descobridores portugueses. c) 1: A mistura de raas foi muito intensa, desde o incio da colonizao, devido ao pequeno nmero de mulheres brancas existentes entre os colonos portugueses. 2: Devido ao pequeno nmero de mulheres, a mistura de raas brancas foi intensa entre os colonos portugueses, desde o incio da colonizao. d) 1: Entre os imigrantes, o grau de mistura tnica foi elevado, embora alguns deles tivessem a tendncia a se manter um comunidades fechadas. 2: Foi elevada a tendncia a se manter em comunidades fechadas, entre os imigrantes, embora alguns deles tivessem grau de mistura tnica. e) 1: Considerados de origem asitica, os ndios foram perseguidos e capturados no incio da colonizao, para servirem de mo-de-obra escrava na agricultura. 2: Os ndios foram perseguidos e capturados no

a) No obstante a presena de lacunas, mas, no contrrio, graas a elas, a coerncia ideolgica no obtida. b) Obtm-se a coerncia ideolgica a despeito do discurso lacunar, e no, o contrrio, graas a suas lacunas. c) A coerncia ideolgica obtida no obstante as lacunas, mas, ao contrrio, graas s suas diferenas e contradies. d) Malgrado as lacunas, mas, ao contrrio, graas a elas, obtm-se a coerncia ideolgica. e) Obtm-se a coerncia ideolgica no a despeito das lacunas, mas devido a sua prpria existncia. 15. Indique o item em que o par de sentenas no apresenta o mesmo sentido. a) O despreparo do aluno, principalmente na parte de emisso de mensagens escritas, fez com que as autoridades educacionais decretassem a incluso da redao no vestibular. (E. T. da Silva) As autoridades educacionais instituram nos exames vestibulares a prova de redao devido falta de preparo do aluno mormente no tocante produo escrita. b) Quem diz cpia pensa nalgum original, que tem a precedncia, est noutra parte, e do qual a primeira o reflexo inferior. (R. Schivarz) Falar em cpia implica tomar algo como primeiro, que antecede, que est alhures, cujo original o reflexo inferior. c) Os esticos constroem, afinal, aquela teoria da

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22incio da colonizao asitica, para servirem de mo-de-obra escrava na agricultura. (Texto de base: Almanaque Abril, 1993, p. 129.) Proposta de redao: 1. Faa a parfrase do 3 e do 4 pargrafos do texto a seguir: A globalizao conceito historicamente inacabado constitui um processo contraditrio e, em virtude das diferenas de seus impactos e perspectivas, atribui ao estado um novo papel no que concerne s estratgias competentes de insero nesse mesmo processo. Sendo assim, cabe ao estado a vontade poltica de mudana, baseada na reafirmao da prioridade do interesse nacional e na manuteno dos laos materiais e ticos entre classes e regies desiguais, e, no caso do Brasil, ainda, uma nova solidariedade inter-regional, ou seja, uma verdadeira fora coesiva interna. A cultura mitolgica da globalizao marcada por determinaes ideolgicas, polticas e econmicas que estabelecem traos irreais em se considerando o contexto atual restrito e excludente. Em primeiro lugar, dizer que a globalizao resultado exclusivo das foras de mercado e da competitividade falso, uma vez que a histria evidencia um fenmeno poltico-econmico de carter centralizado e imperial dominado por poucas potncias mundiais. Um exemplo disso o padro dlar-ouro nos Estados Unidos, que, depois da imposio de novas estratgias, fortaleceram o dlar e recuperaram a hegemonia mundial poder maior do governo, portanto mediante taxas de cmbio e juros flexveis. Verifica-se, por conseguinte, uma exploso financeira obra material dos mercados que se torna, invariavelmente, apangio de poucos numa realidade capitalista. improcedente, tambm, dizer que a globalizao um fenmeno global, ou seja, universal, inclusivo e homogeneizador. As informaes acerca do crescimento anual do comrcio, da realidade de empresas transnacionais de carter supranacional e do resultado das fuses e incorporaes no so nada otimistas. O que se vem, hoje, so indcios de um processo problemtico: separao do globo em pases ricos e pases pobres; fragmentao econmico-territorial dos pases; criao de espaos econmicos descontnuos, extrovertidos e menos integrados; desregulaes e privatizaes selvagens; aumento da polarizao entre pases e classes em se tratando da distribuio da riqueza, da renda e do emprego. Finalmente, afirmar que a globalizao promove uma reduo pacfica e inevitvel da soberania dos estados nacionais inverossmil, j que poucos estados vm se fortalecendo significativamente e agregando graus de soberania interna e externa, haja vista a assimetria e a hierarquizao impostas pelo sistema interestatal. nesse contexto que surge a janela das oportunidades, cabendo aos governantes a complexa tarefa de buscar estratgias capazes de reafirmar a autodeterminao soberana e a consolidao da capacidade de influenciar sobre o futuro. Alm disso, tornase necessrio dinamizar o sistema econmico por meio de projetos nacionais. Tal atitude poder, assim, atenuar as imensas disparidades existentes.(Professor Fernando Moura)

2. Sua vez: A partir das idias apresentadas nos textos anteriores, redija um texto de natureza dissertativa, com extenso mnima de trinta linhas, posicionando-se a respeito do seguinte tema: Globalizao e pases em desenvolvimento: mito? RESUMINDO 1. DOMINANDO BASES CONCEITUAIS TEXTO DE APOIO Observe o plano de estruturao do seguinte texto: [Imagens do nosso planeta: na Frana, aconteceram eleies dentro de uma perfeita calma, com a pitada de surpresa necessria para despertar o interesse. No mesmo dia, em Ruanda (frica Negra), 5 mil ou talvez 8 mil hutus foram assassinados por soldados tutsis, essa mesma Ruanda que no ano passado assistiu a um genocdio traduzido em meio milho de cadveres. Ainda no mesmo dia, mas dessa vez na Itlia, aconteceram eleies regionais, enquanto nos Estados Unidos se descobria, com nsia de vmito, que a carnificina de Oklahoma City foi obra de americanos de verdade, patriotas, totalmente brancos, que amam as rvores e os pssaros. Finalmente em Tquio, o nmero dois da seita Aum, Shinri Kyo, suspeito de ter organizado o atentado com gs de combate ao metr de Tquio, foi apunhalado por um fantico de extrema direita.] difcil para um jornalista descobrir suas ncoras e suas observaes entre tantas imagens incompatveis, cujo espectro abrange desde a rotina eleitoral mais pura erupo de loucura coletiva. Devemos confessar que s vezes temos certos escrpulos de dedicar extensos comentrios a acontecimentos to clssicos, simplistas e ordenados quanto as eleies presidenciais, por exemplo, ao mesmo tempo em que a demncia do planeta nos faz assistir, de Tquio a Michigan e a Ruanda, ao incio do apocalipse. Esses acontecimentos to dspares merecem, no entanto, uma interrogao comum. A cerimnia eleitoral to terna, to pouco romntica, ocorrida no domingo no extrairia seu mrito precisamente do abominvel espetculo que nos foi oferecido pelo mundo (Japo, Ruanda), quando a democracia no esteve presente para erradicar os impulsos da morte e de assassinato que devastam os homens e as sociedades humanas? Sem dvida, a democracia no tem nada de cmico. Falta-lhe talento. Ela no conseguiria competir com

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23o genial diretor teatral, trgico e sdico, que joga centenas de milhares de crianas perdidas nas suaves colinas da frica tropical, em Ruanda. verdade: falta brilho democracia. Ela aborrecida, sem imaginao, repetitiva, medocre. E no entanto... [No entanto, ela constitui a ltima proteo, to frgil e poderosa ao mesmo tempo, que as sociedades podem opor ao desencadear de suas pulses mais sombrias, mais diablicas. Pulses que vemos se desencadear assim que saltam os marcos da democracia. o que ocorre em Ruanda, onde massacres se sucederam ao fracasso do pacto democrtico. No Japo, o crime do metr foi perpetrado por uma seita antidemocrtica: militarizada, hierarquizada, fnebre, secreta e mrbida. E se a matana de Oklahoma City foi cometida num pas absolutamente democrtico, os EUA, seus atores so homens que declararam guerra principalmente democracia. Esses brbaros brancos, que se autodenominam patriotas, querem voltar aos bons velhos tempos dos pioneiros, do desbravamento das fronteiras e em seu dio irracional por Washington quer dizer, pela lei democrtica matam centenas de cidados ao acaso.] Nesse sentido que continua sendo, sem dvida, legtimo escrever longos artigos sobre as eleies democrticas na Frana ou na Itlia. Precisamente para tentar lutar contra essas outras notcias do dia que, de Ruanda a Michigan, s nos falam sobre o fascnio da morte.(Gilles Lapouge. O Estado de S. Paulo. 26/4/1995, A8.)

No entanto, a ltima proteo contra as pulses mais sombrias da sociedade, pois, como o comprovam recentes acontecimentos, massacres e atos de terror so devidos falta de democracia ou ao dio a ela. O que legitima, portanto, escrever artigos sobre eleies democrticas que eles fazem parte da luta contra o desejo de matar.(Francisco Savioli e Jos Luiz Fiorin. Manual do candidato/Portugus. Braslia, FUNAG, 1995, p. 214.)

Distores conceituais sobre o resumo: a) No um plano, um esquema de notas dispostas em ordem e redigido telegraficamente, ou seja, a partir de palavras-chave. b) No uma colagem de fragmentos do texto original, um mosaico de frases ou expresses do autor, uma montagem de citaes do texto a ser resumido, uma justaposio de trechos do original. No reproduza frases inteiras ou segmentos de frases, ainda mais sem aspas. c) No constitui uma reduo mecnica do texto original. No se deve construir um resumo com tantos pargrafos quantos forem os do texto original. Embora a ABNT recomende a redao do resumo em um s pargrafo, no existe tal obrigatoriedade. O plano de estruturao do texto original que vai determinar o plano de condensao. d) No um comentrio, nem um julgamento de valor. imprescindvel que haja submisso ao pensamento do autor, fidelidade ao sentido do texto original. No se pode fazer objees, nem crticas. Por isso, evite expresses do tipo: No texto lido, o autor comenta.... e) No uma anlise, em que se explica o que o objetivo do autor, o modo de argumentao, a forma de diviso ou estruturao de idias, etc. Concepes corretas acerca do resumo: a) um texto redigido com perodos completos que sintetizam, numa determinada proporo, um texto mais longo, sem acrescentar-lhe nenhum dado pessoal, e cuja articulao corresponde organizao geral do texto original. Nos concursos, recomenda-se, em geral, que o tamanho do resumo corresponda a 1/4 da extenso do texto a ser condensado. b) uma condensao que evidencia o entendimento do texto e isso s se demonstra por meio de uma formulao pessoal. Apresentam-se, com suas prprias palavras, os pontos relevantes do texto. c) uma reduo do texto original, procurando captar suas idias essenciais na progresso e no encadeamento que aparecem no texto. Por isso, para resumir preciso estar atento a trs aspectos do texto: suas partes, sua progresso, a conexo entre elas. d) um texto com caractersticas do texto dissertativo. Isso significa que o resumo de uma narrao no ser redigido como uma pequena narrao, mas como a explicitao do assunto nela tratado.

Observe, agora, o plano de condensao: 1 parte (dois primeiros pargrafos) : concomitncia de acontecimentos contraditrios no mundo: rotina eleitoral versus massacres e chacinas; 2 parte (terceiro pargrafo): escrpulos do jornalista em tratar de acontecimentos no espetaculares, quando acontecimentos dramticos ocorrem; 3 parte (quarto pargrafo): o mrito da rotina eleitoral surge do contraste com os impulsos da morte; 4 parte (quinto pargrafo): ausncia de uma dimenso espetacular da democracia; 5 parte (sexto e stimo pargrafos): democracia ltima proteo contra as pulses mais sombrias da sociedade, como o comprovam todos os casos de massacres e chacinas; 6 parte (oitavo pargrafo): validade de escrever artigos sobre eleies democrticas luta contra as pulses da morte. Possvel redao do resumo do texto: Acontecimentos contraditrios ocorrem todos dias no mundo: de um lado, eleies realizadas na mais absoluta ordem; de outro, massacres e atos terroristas. Um jornalista, diante desse quadro, sente escrpulos em tratar de acontecimentos no dramticos, como eleies. O mrito da rotina eleitoral, entretanto, surge do contraste com os acontecimentos que revelam os impulsos da morte. A democracia no tem uma dimenso espetacular.

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24 Passos para a elaborao de um bom resumo: 1. Primeira leitura: ler o texto inteiro, unindo cuidadosamente os pargrafos afins (Rever o texto apresentado e a utilizao dos colchetes). 2. Segunda leitura: agora com interrupes, definir o campo lexical e o significado de palavras desconhecidas. Dar ateno tambm s palavras coesivas, isto , quelas que estabelecem conexes ou retomam o que foi fito (por exemplo, assim, mas, por conseguinte, seu, isso, ele, aqui). Ao verificar as conexes entre as partes, percebese o movimento do texto, sua progresso, o encadeamento das idias. 3. Segmentao: dividir o texto em unidades temticas. Encontrar a diviso mais adequada do texto. 4. Redao: fazer a redao final com suas prprias palavras. Nela, apresentam-se os temas de cada parte, encadeados na progresso em que aparecem no texto, respeitando-se as relaes estabelecidas entre eles no texto. Cuidado com os perodos longos demais. 5. Recomendao: quando condensar um texto longo (solicitao da maioria das bancas elaboradoras de concursos), estruturar o resumo em pargrafos respeitando-se as orientaes acima. Eles deixam entrever o plano da condensao realizada. 2. PRATICANDO Seguindo as orientaes e os passos apresentados neste captulo, redija um bom resumo para o texto a seguir: Estamos margem da lei? A descoberta de uma quadrilha de bandidos travestidos de fiscais na Administrao Regional de Pinheiros, bairro da zona sudoeste de So Paulo, no deve ter surpreendido ningum. Qualquer pessoa que tenha precisado podar uma rvore ameaadora, retirar entulho, fazer uma pequena reforma ou algo do gnero nessa regio j ter experimentado o peso da burocracia organizada para criar dificuldades com o objetivo de vender facilidades. Era corrente a idia de que no adiantava reclamar de bares ruidosos, restaurantes funcionando em locais imprprios ou construes irregulares. O alerta dos cidados s ajudava os fiscais a localizar novas fontes de renda para si mesmos. E o interesse da cidade? Ora, o interesse da cidade... No espanta a existncia da quadrilha, mas a tranqilidade com que funcionava, com o beneplcito do Executivo e do Legislativo, o apoio de maus cidados (sim, pois no h corruptos sem corruptores) e a conivncia da populao, que via a regio se deteriorando e achava que as coisas eram assim mesmo. Os fatos so graves, muito graves mesmo. A ocupao indiscriminada do solo e a sua impermeabilizao, com vistas apenas a interesses comerciais imediatos, implicam a destruio da j rara rea verde que a regio possui, com graves conseqncias sobre a vida urbana, como o transbordamento dos crregos (j que a gua no tem como se infiltrar no solo) e a piora do trnsito e de nossa j no to excepcional qualidade de vida. A abertura de barzinhos em locais proibidos prejudica o sono e a segurana da vizinhana, levando para reas residenciais bomios e arruaceiros, alm de ocupar caladas e at partes da rua com cones, filas duplas e tudo o mais. Ingnuos os que achavam que a prefeitura, por ter poucos fiscais, no tinha como atacar o problema. Ele era atacado, mas em proveito de gangues organizadas exatamente por quem deveria lutar contra irregularidades. Mas h um aspecto que talvez seja o mais grave: o fracasso do Estado exatamente numa das reas em que sua atuao insubstituvel. Na verdade, a corrupo faz com que os agentes do governo (no caso, os fiscais), que deveriam ter por funo apenas executar as leis (supostamente inspiradas pelo povo e criadas pelo Legislativo), tomem a si o direito de criar seus prprios regulamentos, aplic-los e tirar proveito pessoal dessa aplicao. como se houvesse uma lei para ingls ver e outra para valer. s perguntar s centenas de comerciantes que pagavam propina qual poder eles respeitavam. Infelizmente, o caso dos fiscais no isolado. Arrancar recibo de certos dentistas e mdicos quase to difcil quanto receber uma nota fiscal de muitas lojas. Mquinas registradoras que no emitem cupons fiscais, s boletos de controle interno, so comuns, e freqente o pedido de uma nota fiscal ser recebido com expresso de dio mortal por parte do comerciante. Esse sentimento de impunidade s pode se escudar numa (digamos assim) colaborao estreita com aqueles que t