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pmdu de sao jose do rio preto

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  • PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO B`SICO DE

    SO JOS DO RIO PRETO/SP

    Plano Municipal de Drenagem Urbana de `guas Pluviai s

  • 2

    APRESENTAO

    O presente documento traz o Plano Municipal de Saneamento Bsico

    Drenagem de `guas Pluviais (PMS-DAP) do municpio d e So Jos do Rio

    Preto. A elaborao do Plano Municipal visa atender a Lei Federal n 11.445/07

    conhecida como Lei do Saneamento, novo marco regulatrio do setor.

    De acordo com o Termo de Referncia, os produtos foram divididos em

    produtos conforme descrito a seguir:

    Produto 1 : Plano de trabalho.

    Produto 2: Diagnstico.

    Produto 3: Estudo de Alternativas e Sustentabilidade Econmica.

    Produto 4: Plano Municipal de Saneamento Bsico Componente

    Drenagem Urbana.

    Este produto apresenta o produto final, com o detalhamento das proposies

    do Plano Municipal de Saneamento Bsico Drenagem de `guas Pluviais

    (PMS-DAP). A elaborao desse relatrio foi precedi da de visitas tcnicas

    realizadas no municpio de So Jos do Rio Preto, conforme previsto pelo

    Termo de Referncia.

  • 3

    NDICE

    Plano Municipal de Drenagem Urbana de `guas Pluviai s .................................. 1

    1. INTRODUO ..................................... .............................................................. 5

    2. CARACTERIZAO ................................. ........................................................ 7

    2.1 Meio Fsico ................................................................................................... 7

    2.2 Meio Bitico .................................. .............................................................. 23

    2.3 Meio Socioeconmico ........................... ...................................................... 30

    3. DIAGNSTICO E AVALIAO DA PRETAO DO SERVIO D E

    DRENAGEM URBANA ................................... ..................................................... 41

    3.1. Aspectos Institucionais .............................................................................. 41

    3.2 Aspectos Oramentrio e Financeiro .......................................................... 45

    4 DIAGNSTICO DA INFRAESTRUTURA EXISTENTE ......... ........................... 48

    4.1 Macrodrenagem .......................................................................................... 48

    4.2 Microdrenagem ........................................................................................... 60

    4.3 Situaes Crticas ............................ ........................................................... 65

    4.4 Impactos de Rodovias e Ferrovia ............................................................... 73

    5. DEMANDA DOS SERVIOS DE DRENAGEM URBANA ........ ....................... 76

    5.1 Metodologia de determinao das vazes mximas .................................. 77

    5.2 Determinao das Vazes de Cheia situao atu al ................................ 87

    5.4 Determinao de volume de cheia ensaios da si tuao atual e futura .. 103

    6. CRITRIOS PARA A FORMULAO E SELEO DE ALTERNA TIVAS

    TCNICAS .......................................... ............................................................... 108

    6.1 Conceituao para a definio de alternativas . ........................................ 109

    6.2 Fatores intervenientes .............................................................................. 112

    6.3 Princpios .................................................................................................. 113

    6.4 Tipologia das Alternativas ......................................................................... 115

    6.5 Macrodrenagem ........................................................................................ 122

    6.6 Sistema de Alerta ..................................................................................... 126

    7. PROPOSIES .................................... ......................................................... 128

  • 4

    7.1. Aes Emergenciais (imediatas) ............... .............................................. 130

    7.2. Aes em Curto Prazo (at 2020) .............. ............................................. 133

    7.3. Aes em Mdio Prazo (2021 a 2030)............ ......................................... 135

    7.4. Aes de Longo Prazo (2031 a 2044) ........... .......................................... 136

    7.5. Aes Municipais ............................. ........................................................ 137

    8. ESTIMATIVA DE CUSTOS DAS ALTERNATIVAS .......... ............................. 140

    8.1 Custos envolvidos na implantao .............. ............................................. 142

    8.2 Estudo de Sustentabilidade ...................................................................... 156

    9. ARRANJO INSTITUCIONAL PARA AS ALTERNATIVAS ..... ...................... 162

    9.1 Municpio .................................................................................................. 162

    9.2 Gesto da Drenagem na Bacia Hidrogrfica do Rio Preto ........................ 166

    10. PROPOSIO DE INDICADORES ..................... ........................................ 168

    10.1 Indicador da Gesto do Servio ............... ............................................... 169

    10.2 Outros Indicadores de Servio ................ ................................................ 171

    10.3 Mecanismos de Avaliao das Metas ............ ......................................... 174

    11. PLANO DE CONTINGNCIA E EMERGNCIA ............ .............................. 178

    12. REFERNCIAS BIBLIOGR`FICAS .................... ........................................ 185

  • 5

    1. INTRODUO

    Antes da ocupao urbana de um stio, j existiam os cursos dgua, formando

    o relevo, tambm condicionado pelo solo e sua cobertura vegetal. A dinmica

    gua-solo-clima j se fazia presente, formando vales, vrzeas, leitos

    encaixados, plancies aluvionais etc.

    O manejo de guas pluviais urbanas, tambm conhecido simplesmente como

    drenagem urbana, constitui um conjunto formado pela infraestrutura fsica que

    d destino a essas guas e pelo servio pblico que tem por finalidade ampli-

    la, mant-la e reabilit-la. A populao urbana quando conta com servio de

    drenagem urbana fica bem menos sujeita s inundae s, corredeiras e

    empoamento de gua, todos responsveis por prejuzo econmico, alm de

    doenas como leptospirose e dengue. Assim, os objet ivos dessa infraestrutura

    e servio correspondem a dar destino adequado s guas pluviais urbanas,

    evitando prejuzos e danos sade pblica de uma populao que vive numa

    cidade.

    Tanto a infraestrutura quanto prestao de servi o de drenagem urbana

    sero mais complexos conforme tenha sido desde o in cio a relao entre a

    ocupao urbana e o relevo constitudo por vrzeas, cursos dgua entre

    outros. Se houve a ocupao de vrzeas e encostas frgeis quanto ao

    escorregamento, mais difcil a implantao do ser vio e respectiva

    infraestrutura. As obras sero mais caras e complex as, exigindo provavelmente

    uma manuteno e operao mais apuradas. Se houve r espeito a essas

    feies de relevo, no ocupando vrzeas ou fazendo criteriosamente, mais

    simples ser a infraestrutura e menos onerosa sua manuteno e operao.

    Da mesma forma, se a ocupao possibilitou a perman ncia de vegetao e de

    reas permeveis, menos problemas so esperados. Problemas crescentes

  • 6

    so esperados, ento, se essas precaues no foram seguidas, quando a

    dinmica de ocupao urbana no respeitou vrzeas, impermeabilizou o solo,

    reduziu a capacidade de infiltrao etc.

    Um Plano Municipal de Drenagem Urbana tem por objetivo resgatar por meio

    de solues mais adequadas, a relao harmoniosa e sustentvel entre cidade

    e suas guas. Trata-se mesmo de uma mudana de paradigma de como se

    trata a gua pluvial urbana, tradicionalmente dentro de uma viso de

    afastamento o mais rpido possvel, transferindo a jusante quase a totalidade

    da vazo de pico de cheia, para outra onde se retm e amortece ao menos em

    parte o volume pluvial. Assim, recupera-se a infiltrao e a recarga de aqufero

    fretico e, dependendo da formao geolgica, o aqu fero subterrneo mais

    profundo.

    O presente texto trata-se da compilao de todas as informaes elaboradas

    durante a construo do Plano, constituindo-se no t exto base do Plano

    Municipal de Drenagem Urbana de So Jos do Rio Preto. Este texto dever

    ser avaliado e discutido com a sociedade e os rgo s que guardam alguma

    relao com a drenagem urbana no municpio, para en to constituir-se em

    Projeto de Lei.

  • 7

    2. CARACTERIZAO

    O conhecimento das caractersticas locais quanto os aspectos fsicos, biticos

    e socioeconmicos so necessrios para a elaborao do diagnstico da

    situao atual da drenagem urbana e construo do c enrio futuro.

    2.1 Meio Fsico

    Este tpico define o meio suporte onde o territrio do municpio se desenvolve,

    detalhando os itens de maior relevncia aos servio s de drenagem urbana.

    2.1.1 Localizao e Acessos

    O municpio de So Jos do Rio Preto possui extens o territorial de 431,963

    km (IBGE, 2013) e se insere na mesorregio e microrregio de mesmo nome.

    Localizado no norte do Estado de So Paulo, a 451 k m da capital, a sede

    encontra-se nas coordenadas: Latitude Sul - 204911S e Longitude Oeste -

    492246 W. A altitude aproximada igual a 500 m.Os municpios limtrofes

    so: Onda Verde, Guapiau, Cedral, Bady Bassit, Mir assol e Ipigu.

    So Jos do Rio Preto cortado pelas Rodovias BR-153 (Rodovia

    Transbrasiliana) e SP-310 (Rodovia Washington Lus). Servem tambm de

    acesso ao municpio as seguintes rodovias: SP-425 (Rodovia Assis

    Chateaubriand), SP-355 (Rodovia Maurcio Goulart) e SP-427 (Rodovia Dcio

    Custdio da Silva).

    2.1.2 Clima

    Segundo a classificao climtica de Koeppen, baseada em dados mensais

    pluviomtricos e termomtricos, o estado de So Paulo abrange sete tipos

    climticos distintos, a maioria correspondente a clima mido.

  • 8

    No municpio de So Jos do Rio Preto predomina o tipo Aw, tropical chuvoso

    com inverno seco e ms mais frio com temperatura mdia superior a 18C. O

    ms mais seco tem precipitao inferior a 60 mm e com perodo chuvoso que

    se atrasa para o outono (CEPAGRI, 2013). Os resultados tabulares publicados

    pelo Centro de Pesquisas Meteorolgicas e Climticas Aplicadas Agricultura

    para o municpio so apresentados no Quadro 1, a se guir.

    Quadro 1 Dados climticos do municpio de So Jos do Rio Preto.

    Ms Temperatura do ar (C)

    Chuva (mm) Mnima mdia Mxima mdia Mdia

    Janeiro 22,0 33,0 27,0 240,9

    Fevereiro 19,7 31,1 25,4 185,3

    Maro 22,0 33,0 27,0 150,6

    Abril 16,6 29,9 23,2 68,7

    Maio 14,0 28,2 21,1 50,0

    Junho 12,8 27,2 20,0 25,0

    Julho 12,2 27,5 19,9 16,5

    Agosto 13,8 30,2 22,0 19,9

    Setembro 16,0 31,3 23,7 49,9

    Outubro 17,6 31,4 24,5 107,6

    Novembro 18,2 31,2 24,7 144,2

    Dezembro 19,1 30,7 24,9 200,5

    Ano 17,0 30,4 23,6 1.259,1

    Mnima 12,2 27,2 19,9 16,5

    Mxima 22,0 33,0 27,0 240,9 Fonte: CEPAGRI, 2013.

    A altura pluviomtrica mdia suficiente para recarga do aqufero fretico local,

    embora a distribuio de chuvas seja irregular ao l ongo do ano. Por outro lado,

    a intensidade pluviomtrica pode chegar a cerca de 2,0 mm/min., ocasionado

    grande solicitao da infraestrutura em drenagem ur bana.

  • 9

    2.1.3 Geologia

    As unidades geolgicas que afloram na rea da Bacia Hidrogrfica do

    Turvo/Grande so as rochas gneas baslticas da Formao Serra Geral

    (Grupo So Bento da Bacia do Paran), as rochas sedimentares dos grupos

    Caiu e Bauru (pertencente Bacia Bauru), e os sedimentos quaternrios

    associados rede de drenagem (IPT, 1999).

    Ocorrem, tambm, mas em subsuperfcie e so de relevante interesse

    hidrogeolgicos para a UGRHI, as duas unidades aren osas situadas

    estratigraficamente abaixo dos derrames baslticos (formaes Botucatu e

    Piramboia), depositadas no Triassico-Cretaceo. Essas duas formaes,

    juntamente a Formao Serra Geral (rochas baslticas), constituem o Grupo

    So Bento (Bacia do Paran). Em visita ao municpio, foram encontradas reas

    onde h exposio desses arenitos devido eroso p rovocada por lanamento

    incorreto de guas pluviais.

    A Figura 1 apresenta o mapa Geolgico da bacia disp onvel no Relatrio 0 da

    Bacia do Turbo/Grande (IPT, 1999), com destaque para a regio do municpio

    de So Jos do Rio Preto. A rea do municpio tem substrato geolgico

    constitudo pelo Grupo Bauru, representado pelas formaes So Jos do Rio

    Preto e Vale do Rio do Peixe.

    A Formao So Jos do Rio Preto constitui amplo do mnio de ocorrncia na

    rea de interesse, compondo as encostas e topos de morros, enquanto que a

    Formao Vale do Rio do Peixe restringe-se s por es de fundo de vale,

    notadamente no canal e margens do Rio Preto e seus afluentes. Ambas as

    formaes possuem idade Cretcica, porm estratigraficamente a Formao

    Vale do Rio do Peixe mais antiga do que a So Jos do Rio Preto existindo,

  • 10

    segundo Fernandes1 (1998, apud IPT, 2009), ocorrendo grande lapso de tempo

    entre a deposio de uma e da outra.

    As duas formaes constituem pacote de sedimento ar enoso que atinge

    espessuras mximas da ordem de 150 200 m na cidade de So Jos do Rio

    Preto e regio, o qual sobrepe os basaltos no afl orantes da Formao Serra

    Geral, substrato impermevel dos sedimentos. Por outro lado, existe sobre

    ambas as formaes, cobertura arenosa colvio-eluvial ou depsitos aluviais

    de idade geolgica mais recente (quaternria), no cartografados nas escalas

    de mapas geolgicos disponveis (IPT, 2009).

    A Formao So Jos do Rio Preto composta por uma sucesso de bancos

    arenosos com estratificao cruzada acanalada a tab ular tangencial na base e

    intercalaes subordinadas de bancos tabulares de a renitos a siltitos, com

    estratificao plano-paralela e estruturas de fluxo aquoso, e lamitos argilosos,

    em geral macios (IPT, 2009). Os arenitos da Forma o So Jos do Rio Preto

    so de cor marrom-claro a bege, finos a muito finos , moderado a mal

    selecionados, frequentemente conglomerticos (fraes tamanho areia mdia e

    grossa secundrias), com seixos silicosos, constitudos de ndulos

    carbonticos, de lamitos e de argilitos.

    Predomina, para os arenitos da Formao So Jos do Rio Preto, um ambiente

    deposicional de barras fluviais, em sistemas de amplos e rasos canais

    entrelaados, nos quais teria predominado um regime de fluxos intempestivos.

    A escassez de depsitos pelticos sugere relativa p roximidade das reas-fonte,

    predominncia de intemperismo fsico e clima semi-rido.

    1 FERNANDES, L. A. Estratigrafia e evoluo geolgic a da parte oriental da Bacia Bauru (Ks,

    Brasil). Tese de Doutorado. So Paulo: Instituto de Geocincias/USP. 1998.

  • 11

    Figura 1 Mapa Geolgico da Bacia do Turvo/Grande na regio d o municpio de So Jos do Rio Preto.

    Adaptado de IPT (1999).

  • 12

    Por sua vez, a Formao Vale do Rio do Peixe aprese nta estratos de arenito

    com espessura inferior a 1,0 metro, macios ou estr atificados, aos quais se

    intercalam, subordinadamente, lamitos arenosos de aspecto macio (IPT,

    2009).

    Seus arenitos so de cor marrom-claro, rosado a ala ranjado, muito finos a

    finos, com seleo, ou seja, grau de uniformidade, moderada a boa e

    apresentam-se em estratos tabulares de aspecto macio com estratificao ou

    laminao planoparalela grosseira e outros com estr atificao cruzada tabular

    e acanalada de mdio a pequeno porte.

    Apresenta ambiente deposicional predominantemente elico, com a

    acumulao, em extensas reas planas, de depsitos de lenis de areia com

    campos de dunas baixas, alternados com depsitos de lamitos com

    estratificao ondulada em razo da ao do vento. Como decorrncia da

    natureza do substrato geolgico, os solos so, em s ua grande maioria,

    arenosos, com a composio granulomtrica predomina ntemente de cerca

    70% de areia e, aproximadamente, 30% de silte-argila (IPT, 2009). Esse tipo de

    solo apresenta fragilidade perante a eroso.

    2.1.4 Geomorfologia

    A regio onde se insere o municpio pertence ao Pla nalto Ocidental do Estado

    de So Paulo. Apresenta topografia suave, caracteri zada por relevo ondulado,

    relativamente uniforme, com extensos e baixos espiges, em faixas longas e

    estreitas, principalmente nos divisores de gua.

  • 13

    Segundo IPT2 (1981, apud IPT, 1999), no Planalto Ocidental a densidade de

    drenagem apresenta fortes variaes entre os sistem as de relevo reconhecidos

    e at mesmo no interior de um mesmo sistema. De modo geral, as cabeceiras

    de curso dgua exibem uma maior ramificao da drenagem e,

    consequentemente, densidades mdias at altas.

    As formas de relevo que ocorrem na maior parte da UGRHI 15 so as colinas

    amplas, que ocupam a quase totalidade das reas drenadas para o rio Grande.

    As colinas mdias ocorrem nas cabeceiras e nos interflvios das principais

    drenagens da Bacia do rio Turvo/Grande, onde est inserida a sub-bacia do rio

    Preto.

    Nas colinas amplas predominam interflvios com rea superior a 4 km, topos

    extensos e aplainados, e vertentes com perfis retilneos e convexos.

    Geralmente a drenagem de baixa densidade e apresenta padro

    subdentrtico. Os vales so abertos com a presena de plancies aluviais

    interiores restritas, podendo ocorrer lagoas perenes ou intermitentes.

    Nas colinas mdias predominam interflvios com reas de 1 a 4 km, de topos

    aplainados, drenagem de mdia a baixa densidade, padro sub-retangular e

    vales abertos a fechados.

    As formas revelam que os entalhamentos mdios dos vales so inferiores a 20

    m e as dimenses interfluviais mdias predominantes situam-se entre 1.750 e

    3.750 m. As altitudes variam entre 400 e 700 metros e as declividades mdias

    predominantes das vertentes entre 2 e 10 %. Nesse ambiente de declividades

    razoavelmente acentuadas, solos desprotegidos constitudos por arenitos

    2 INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLGICAS DO ESTADO DE S O PAULO IPT. Mapa

    Geomorfolgico do Estado de So Paulo. Escala 1:500 .000. So Paulo. 2v. 1981.

  • 14

    apresentam tendncia acentuada eroso, pois as areias no so coesivas.

    Logo, a exposio de solo desprotegido combinada co m concentrao de

    escoamento superficial pluvial provoca eroses como as encontradas em reas

    do municpio.

    A litologia basicamente constituda por arenitos com lentes de siltitos e

    argilitos com solos dos tipos Latossolo Vermelho-Amarelo que ocorrem de

    modo generalizado. J o Podzlico Vermelho-Amarelo aparecem com maior

    frequncia nas vertentes mais inclinadas. Tanto um quanto o outro so de

    textura mdia a arenosa (IPT, 1999).

    Ainda segundo IPT (1999) por apresentar formas de dissecao baixa e vales

    pouco entalhados e com densidade de drenagem baixa, essa unidade

    apresenta um nvel de fragilidade potencial baixo, nos setores aplainados dos

    topos das colinas. Entretanto face s caracterstic as texturais dos solos, os

    setores de vertentes pouco mais inclinados so extr emamente suscetveis aos

    processos erosivos quando se desenvolvem escoamentos concentrados, como

    mencionado.

    As plancies fluviais apresentam declividades inferiores a 2% e posicionam-se

    em diferentes nveis altimtricos. So formadas por sedimentos fluviais

    arenosos e argilosos inconsolidados e os solos so do tipo Glei Hmico e Glei

    Pouco Hmico. O potencial de fragilidade dessas plancies muito alto por

    serem reas sujeitas a inundaes peridicas, com l enol fretico pouco

    profundo e sedimentos inconsolidados sujeitos a acomodaes constantes.

  • 15

    2.1.5 Hidrogeologia

    A ocorrncia das guas subterrneas na rea da UGRHI 15 condicionada

    pela presena de trs unidades aquferas: Bauru, Serra Geral e Guarani

    (Figura 2). A rea aflorante do Aqufero Bauru corresponde a 90% de toda a

    rea da UGRHI. Os outros 10% referem-se rea de afloramento do aqufero

    Serra Geral e o aqufero Guarani ocorre apenas em subsuperfcie.

    Figura 2 Aquferos presentes na UGRHI-15.

    Fonte: Plano de Bacia (IPT, 2008).

    Sistema Aqufero Bauru, presente no municpio de S o Jos do Rio Preto,

    possui maior volume de gua extrada, ocasionado por maior quantidade de

    poos tubulares, apesar de no ser o melhor em term os de capacidade de

    produo. Apresenta regionalmente, comportamento de aqufero livre, com

    recarga natural diretamente da infiltrao de gua das chuvas. Os nveis de

  • 16

    gua so relativamente rasos, acompanhando o relevo, com sentido de fluxo

    para as drenagens naturais, inclusive contribuem para os lagos causados pelos

    barramentos hoje existentes. A espessura saturada mdia do aqufero de 75

    m, ocorrendo uma mxima entre 150 e 200 m, condicionada morfologia de

    superfcie e pelo substrato rochoso, representado pelos basaltos da Formao

    Serra Geral (SERVMAR, 2007).

    O Aqufero Bauru considerado como aqufero moderadamente permevel,

    devido ao teor relativamente elevado de material argiloso e siltoso. Os valores

    de transmissividade variam entre 10 a 100 m2/d, com mdia de 35 m2/d, e

    porosidade efetiva variada entre 5% e 15%. Os coeficientes de armazenamento

    entre 10-3 e 10-5 indicam, localmente, condies de semiconfinamento a

    confinamento. As vazes so consideradas pequenas, com mdias de 12 e 13

    m3/h, porm de grande importncia em razo de sua ext ensa distribuio no

    Estado e facilidade de captao por poos relativam ente rasos (75 a 125 m de

    profundidade) (IPT, 1999). A reserva permanente do aqufero Bauru na bacia

    hidrogeolgica de So Jos do Rio Preto estimada em 40 bilhes de m 3, com

    volume disponvel entre 25 a 30 bilhes de m 3 (ARID3 et al, 1970 apud IPT,

    1999).

    Barcha4 (1997, apud SERVMAR, 2007) salientou que h uma espessa

    cobertura de solos coluviais arenosos recobrindo o aqufero, ocorrendo

    circulao subterrnea, mais prxima superfcie, vinda dos interflvios para

    os vales dos rios. Porm, numa profundidade maior, o fluxo se d de N-NE

    para S-SW.

    3 ARID, F. M.; CASTRO, P. R. M.; BARCHA, S. F. Estudos hidrogeolgicos no municpio de

    So Jos do Rio Preto, SP. Bol. Soc. Bras. Geol., 19 (1), p. 43-69. 1970. 4 BARCHA, S. `gua e abastecimento urbano em So Jos do Rio Preto. X Congresso

    Brasileiro de `guas Subterrneas.

  • 17

    2.1.6 Hidrografia

    Em termos de regio hidrogrfica, o municpio de So Jos do Rio Preto

    localiza-se na Bacia Hidrogrfica dos Rios Turvo e Grande que corresponde

    Unidade de Gerenciamento de Recursos Hdricos n. 15 (UGRHI-15).

    A Bacia Turvo-Grande localiza-se na regio noroeste do Estado de So Paulo

    (Figura 3), tendo por limites o estado de Minas Gerais ao Norte (com o rio

    Grande servindo de fronteira), a UGRHI 12 a leste, a UGRHI 9 a sudeste e as

    UGRHIs 16 e 18 ao sul.

    Figura 3 Unidades Hidrogrficas de Gerenciamento de Recursos Hdricos

    UGRHIs do Estado de So Paulo.

    Fonte: CPTI, 2012.

  • 18

    Trata-se da 4. maior UGRHI do Estado de So Paulo, sendo composta por 64

    municpios, dentre eles So Jos do Rio Preto. Segundo dados do Censo

    (IBGE, 2010) abriga 1.233.992 habitantes, 3,45% da populao total do Estado.

    A rea de drenagem de 15.975 km, sendo os principais cursos dgua: rio

    Turvo, rio Grande, rio Preto, rio da Cachoeirinha, rio So Domingos e ribeiro

    da Ona.

    A UGRHI 15 subdivide-se em 12 sub-bacias, designadas com os nomes dos

    cursos dgua que a perfazem. O Quadro 2 apresenta a relao (nmero, nome

    e rea) das sub-bacias, e na Figura 4 sua localizao.

    Quadro 2 Caracterizao espacial das sub-bacias da UGRHI-15.

    N. Sub-bacia `rea (km) N. Sub-bacia `rea (km)

    1 Cascavel/C-C 1.760,7 7 Rio Preto 2.866,6

    2 Ribeiro Santa Rita 767,9 8 Mdio Turvo 2.112,6

    3 `gua Vermelha/Pdua Diniz 913,1 9 Rio Cachoeirinha 952,5

    4 Ribeiro do Marinheiro 1.395,7 10 Rio So Domingos 855,0

    5 Baixo Turvo/ Tomazo 903,0 11 Ribeiro da Ona 970,0

    6 Bonito/ Patos/ Mandioca 1.131,8 12 Alto Turvo 1.354,1

    Fonte: Plano de Bacia (IPT, 2008).

  • 19

    Figura 4 Localizao das sub-bacias na rea da UGRHI-15.

    Fonte: Plano de Bacia (IPT, 2008).

    importante entender a articulao do rio Preto co m os demais cursos dgua

    que compe a sua sub-bacia e a prpria UGRHI, porqu e qualquer alterao a

    montante, j que a cidade situa-se na regio de nascentes, leva a fenmenos a

    jusante. o caso da impermeabilizao que aumenta o volume de guas rio

    abaixo. Da mesma forma, a canalizao acelera as guas a jusante, embora

    beneficie o municpio, pois drena mais rapidamente a chuva. necessrio

    compreender todos esses condicionantes para as proposies normalmente

    consideradas na elaborao do PMDU de S. Jos do Ri o Preto.

    As sub-bacias numeradas de 1 a 6 abrangem toda a faixa norte da rea da

    UGRHI, que drena diretamente para os reservatrios do Rio Grande, de forma

    que as suas reas compreendem tambm uma parte coberta pelas guas dos

    reservatrios. As sub-bacias 7 e 8 ocupam a poro intermediria da UGRHI,

    enquanto que as sub-bacias 9 a 12 localizam-se no seu sudeste.

  • 20

    A sub-bacia 7, de interesse para este estudo, constituda pelo Rio Preto e

    toda a sua rede de afluentes, tanto da margem direita como da esquerda,

    sendo a que possui a maior rea dentre as doze sub-bacias da UGRHI, como

    visto no Quadro 2.

    So quinze os municpios que tm a sua sede na sub-bacia 7 ou a

    compartilham com outra. Nesta situa-se o maior ncleo urbano e polo de

    desenvolvimento da UGRHI, So Jos do Rio Preto. As demais cidades so

    Mirassol, Tanabi, Cosmorama, Blsamo, Cedral, Amrico de Campos, alm de

    outras menores. O Quadro 3 apresenta os municpios que compe (parcial ou

    totalmente) a sub-bacia 7, quer pertenam UGRHI-1 5 ou outra, alm das

    porcentagens que a rea de cada municpio representa do total da sub-bacia.

    O rio Preto nasce no municpio de Cedral, nas coordenadas geogrficas:

    Latitude S 20 55 59 e Longitude O 49 18 59, e segue rumo ao norte do

    Estado de So Paulo, recebendo as guas de vrios crregos. Em seu

    percurso inicial acompanha a rodovia que liga Potirendaba a Cedral, onde se

    desvia para noroeste acompanhando ento a rodovia S P-310. Cruza a cidade

    de So Jos do Rio Preto e desvia novamente para o norte acompanhando a

    rodovia SP-427 at a divisa de Onda Verde e Ipigu. Neste ponto retoma o

    percurso para o noroeste, mantendo-se mais ou menos paralelo a rodovia SP-

    423. Em Pontes Gestal, aps receber as guas do cr rego Botelho, segue

    rumo nordeste at desaguar no rio Turvo, que por sua vez afluente do rio

    Grande.

    Quadro 3 Municpios que compe a sub-bacia 7 e sua participa o em termos

    de rea.

    Municpio `rea do municpio (Km) % da sub-bacia

    `lvares Florence 37,981 1,3 %

    Amrico de Campos 202,103 7,1 %

    Blsamo 126,827 4,4 %

    Cedral 32,307 1,1 %

  • 21

    Municpio `rea do municpio (Km) % da sub-bacia

    Cosmorama 330,549 11,5 %

    Ipigu 130,812 4,6 %

    Mirassol 112,134 3,9 %

    Mirassolndia 167,169 5,8 %

    Monte Aprazvel* 11,864 0,4 %

    Nova Granada 163,971 5,7 %

    Onda Verde 67,897 2,4 %

    Palestina 327,807 11,4 %

    Pontes Gestal 69,395 2,4 %

    So Jos do Rio Preto 437,587 15,3 %

    Tanabi 617,177 21,5 %

    Votuporanga 30,990 1,1 %

    Sub-bacia 7 2.866,57 100,0% Nota: *Municpio com sede em outra UGRHI.

    Fonte: Plano de Bacia (IPT, 2008).

    No municpio de So Jos do Rio Preto, seus principais afluentes com

    incidncia na rea urbana so: pela margem esquerda crrego dos Macacos,

    crrego Aterradinho, crrego Canela, crrego Bor, crrego Piedade, crrego

    Piedadinha; e pela margem direita crrego da Lagoa, crrego Felicidade e

    crrego da Anta.

    As bacias dos crregos Canela e Bor so as mais crticas quanto s

    inundaes. Mesmo com a existncia de canalizao, aberta ou fechada,

    dependendo do trecho, h um escoamento superficial significativo com uma

    lmina dgua de dezenas de centmetros que causa incmodo e eventual

    prejuzo para a populao. A Figura 5 ilustra a hid rografia de interesse do

    municpio de So Jos do rio Preto.

    A altura pluviomtrica anual de aproximadamente 1.300 mm/ano (DAEE,

    2005), sendo que as chuvas se concentram nos meses de outubro a maro.

    Esse valor indica que grande o aporte hdrico, propriedade importante para a

  • 22

    recarga do aqufero fretico. No entanto, a intensidade de chuva que

    interessa para a drenagem urbana, sendo factvel um valor de 2 mm/min.,

    como visto, o que causa grande escoamento superficial, caso seja crescente a

    impermeabilizao do solo.

    Figura 5 Principais cursos dgua da rea urbana.

    No quadro a seguir observa-se a intensidade de chuva no municpio em funo

    da durao da precipitao e tempo de recorrncia ( TR).

  • 23

    Quadro 4 Intensidade de chuva no municpio de So Jos do Rio Preto.

    Durao da chuva (min)

    Evento mximo

    Intensidade de chuva (mm/min)

    TR=05 TR=10 TR=15 TR=20 TR=25 TR=50 TR=100

    10 2,430 2,025 2,205 2,307 2,378 2,433 2,603 2,771

    20 1,970 1,658 1,817 1,906 1,969 2,017 2,166 2,314

    30 1,626 1,415 1,642 1,642 1,700 1,744 1,881 2,016

    60 1,200 0,976 1,096 1,164 1,211 1,248 1,360 1,472

    120 0,724 0,606 0,687 0,732 0,764 0,788 0,864 0,939

    180 0,500 0,432 0,484 0,513 0,534 0,549 0,598 0,646

    360 0,273 0,233 0,255 0,268 0,277 0,284 0,305 0,326

    720 0,138 0,123 0,132 0,138 0,142 0,145 0,154 0,163

    1080 0,103 0,087 0,094 0,098 0,101 0,104 0,110 0,117

    1440 0,078 0,070 0,076 0,080 0,082 0,084 0,090 0,096 Nota: Prefixo do Posto Pluviomtrico: B6-020 So Jos do Rio Preto; Perodo da srie histrica: 1975/1991. Fonte: IPT, 1999.

    Em funo da acentuada intensidade pluviomtrica, d a impermeabilizao do

    solo e da extenso da mancha ocupada perante as bac ias de interesse urbano,

    necessrio que o servio de drenagem seja bem implantado para dar conta

    de todos esses desafios. Atualmente, como em outros municpios, a

    implantao da drenagem urbana, exceto nos novos lo teamentos, fica a

    encargo da secretaria de obras, enquanto que a limpeza de bocas-de-lobo e

    galeria, secretaria de servios. Da mesma forma que a grande maioria dos

    municpios brasileiros, tambm em So Jos do Rio Preto no h cadastro das

    galerias e bocas-de-lobo.

    2.2 Meio Bitico

    A vegetao se apoia e se desenvolve a partir do me io fsico apresentado. Aqui

    retratada nos seus principais aspectos que guardam alguma relao com a

    drenagem urbana, principalmente no que toca a capacidade de infiltrao.

  • 24

    2.2.1 Biodiversidade

    A cobertura natural da regio de So Jos do Rio Pr eto, que outrora era

    dominada por formaes florestais, vem sendo substi tuda gradativamente por

    ncleos urbanos, reflorestamentos e agropecuria. Em decorrncia do

    desmatamento, a fauna desses ambientes, essencialmente hilfila (de

    ambiente florestal), sofreu reduo expressiva da d iversidade original e da

    distribuio espacial, resultado da perda de habita ts. A substituio das

    florestas por reas antrpicas favoreceu o desenvolvimento e predomnio de

    espcies hemerfilas, que habitam reas antropizadas, de hbitos alimentares

    generalistas e oportunistas (IPT, 2009).

    O estudo desenvolvido para a bacia de contribuio da represa de

    abastecimento de So Jos do Rio Preto (IPT, 2009) identificou a presena de

    41 espcies de angiospermas, 13 de anfbios, 86 de artrpodes (incluindo

    caros, aracndeos, branquipodos e coppodos) e 81 espcies de peixes.

    2.2.2 Vegetao

    O municpio encontra-se inserido no bioma Mata Atl ntica. A vegetao

    remanescente de So Jos do Rio Preto apresenta uma rea de 1.496 ha que

    ocupa aproximadamente 3,4% da superfcie do municpio (IF, 2005). As

    categorias de maior ocorrncia so: Floresta Estacional Semidecidual,

    Formao Arbrea/Arbustiva em regio de vrzea e Sa vana.

    A vegetao remanescente est dividida em 241 fragmentos, sendo que desse

    total 203 (84,2%) apresentam superfcie at 10 ha e 22, at 20 ha. Os demais

    fragmentos (16) com superfcies variando de 20 a 200 ha.

  • 25

    Na figura 6 encontra-se ilustrado o Mapa Florestal de So Jos do rio Preto

    com a localizao da vegetao natural remanescente , devidamente

    identificada, sendo que suas diferentes fitofisionomias esto quantificadas no

    Quadro 5.

    A cobertura vegetal de maior ocorrncia a capoeira ocupando 1,39% da rea

    do municpio. Trata-se de vegetao secundria que sucede derrubada das

    florestas, constituda principalmente por indivduos lenhosos de segundo

    crescimento, na maioria, da floresta anterior e por espcies espontneas que

    invadem as reas devastadas, apresentando porte desde arbustivo at

    arbreo, porm, com rvores finas e compactamente dispostas.

  • 26

    Figura 6 Mapa Florestal de So Jos do Rio Preto.

    Legenda:

    Fonte: IF, 2005.

  • 27

    Quadro 5 Quantificao da cobertura vegetal de So Jos do R io Preto.

    Cobertura Vegetal `rea (ha) % em relao a

    rea do municpio Mata 121,37 0,28

    Capoeira 606,83 1,39

    Cerrado 161,21 0,37

    Cerrado 296,81 0,68

    Vegetao de Vrzea 219,57 0,50

    Vegetao no classificada 90,55 0,21

    TOTAL 1.496,34 3,42

    Reflorestamento 32,58 0,07 Fonte: IF, 2005.

    O cerrado e a vegetao de vrzea so a segunda e terceira coberturas

    vegetais de maior ocorrncia, ocupando 0,68% e 0,50% do territrio municipal,

    respectivamente. O cerrado uma formao vegetal constituda de trs

    andares distintos: o primeiro apresenta espcies ombrfilas rasteiras ou de

    pequeno porte; o segundo, arbustos e pequenas formas arbreas, constituindo

    subbosque, no ultrapassando a altura de 5 a 6 metr os de altura, de troncos

    menos tortuosos, no ramificados desde a base com p redominncia de

    madeiras duras.

    J a vegetao de vrzea trata-se de uma formao ribeirinha ou floresta ciliar

    que ocorre ao longo dos cursos dgua, apresentando um dossel emergente

    uniforme e estrato dominado e submata.

    De maneira geral, verifica-se que a cobertura vegetal no municpio bastante

    fragmentada, ocorrendo de forma esparsa no territr io. As reas de

    reflorestamento ocupam 32,58 ha e ocorrem predominantemente nas Unidades

    de Conservao existentes em So Jos do rio Preto.

  • 28

    A cobertura vegetal tem papel importante na prote o do solo contra o impacto

    direto das gotas de chuva, aumentando a capacidade de reteo de gua e

    evitando o escoamento superficial que pode causar eroso e transporte de

    sedimentos numa bacia. O escoamento superficial considerado, atualmente,

    a principal forma de contaminao dos mananciais de gua superficial, devido,

    justamente, ao transporte de sedimentos e produtos qumicos, podendo, esses

    ltimos, serem responsveis pela deteriorao imediata do curso dgua, ao

    passo que o transporte de sedimentos trazem impactos negativos, como o

    assoreamento nos corpos hdricos.

    A eroso hdrica consiste no desprendimento e trans porte de partculas do

    solo, causados pela ao do escoamento superficial. Esse processo composto

    por trs fases: desagregao, transporte e deposi o, sendo a primeira

    causada pelo impacto das gotas de chuva sobre o solo, a segunda, pela

    ocorrncia do escoamento superficial, e a terceira, pela diminuio da

    velocidade da gua escoada.

    Desta forma, o controle do uso e ocupao do solo e a manuteno de reas

    verdes, principalmente nas reas urbanas, so importantes para favorecer o

    processo de infiltrao da gua das chuvas e consequente recarga do aqufero,

    minimizando assim os efeitos do escoamento superficial.

    2.2.3 Unidades de Conservao

    As Unidades de Conservao UC constituem espaos territoriais e marinhos

    detentores de atributos naturais ou culturais de especial relevncia para a

    conservao, preservao e uso sustentvel de seus recursos,

    desempenhando um papel altamente significativo para a manuteno da

    diversidade biolgica.

  • 29

    A criao est prevista na Constituio Federal de 1988 (Captulo VI, Artigo

    225, pargrafo 1, inciso III) que determina ao Poder Pblico a incumbncia de

    definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus

    componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e

    supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que

    comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo .

    No municpio de So Jos do Rio Preto, foram identificadas duas Unidades de

    Conservao descritas no quadro a seguir. No h un idades ao longo do

    prprio rio Preto, tornando mais frgil qualquer processo de preservao da

    vegetao, bem comoa recarga de aquferos necessrios ao abastecimento da

    cidade. Esse um desafio a encarar pela administrao municipal.

  • 30

    Quadro 6 Unidades de Conservao do municpio de So Jos do Rio Preto.

    Tipo de UC Nome Municpios abrangidos

    Diploma Legal `rea (ha)

    Estao Ecolgica

    E. Ec. Noroeste Paulista

    Mirassol e So Jos do Rio Preto

    Lei estadual n. 8.316/93

    168,63

    Estao Experimental

    E. Ex. So Jos do Rio Preto

    So Jos do Rio Preto

    Decreto estadual n. 37.539/60

    89,3

    Fonte: Plano de Bacia (IPT, 2008).

    2.3 Meio Socioeconmico

    A partir das caractersticas do meio fsico e biti co trata-se neste item os

    aspectos socioeconmicos do municpio.

    2.3.1 Histrico e Urbanizao

    At por volta de 1840, a rea onde est situada a regio do municpio de So

    Jos do Rio Preto no passava de mata virgem. Naquele ano, o lugar comeou

    a ser desbravado por mineiros que ali se fixaram e deram incio explorao

    agrcola e criao de animais domsticos.

    No ano de 1845, Luiz Antnio da Silveira pisou, pel a primeira vez, em solo rio-

    pretense, trazendo junto com ele, cargueiros e escravos, vindo juntamente com

    seu irmo Antnio Carvalho e Silva e com seu amigo Vicente Ferreira Netto.

    Abriram veredas mato adentro, desde Bebedouro do Turvo at as proximidades

    do local onde hoje est a cidade de So Jos do Rio Preto. Os recursos

    estavam acabando e a comitiva se deteve naquele local, onde com o tempo,

    haviam conquistado terras boas para o cultivo com sobra de gua para o gado

    e um bom lugar para moradias. Com o passar do tempo a pequena povoao

    ia crescendo.

  • 31

    Em 1852, Luiz Antnio da Silveira doou parte de sua s terras para a formao

    do patrimnio de So Jos onde, no mesmo ano, Joo Bernardino de Seixas

    Ribeiro construiu a primeira casa, coberta de "sap", mais tarde substituda por

    telhas de barro.

    Os primeiros povoadores, procedentes de Minas Gerais, foram se instalando

    prximo casa de Joo Bernardino e quando, em 1867 , por a passou o

    Visconde de Taunnay, anotou que a povoao j possua meia dzia de

    palhoas e uma capela em construo. Inicialmente c hamou-se capela de So

    Jos do Rio Preto, pertencente a Jaboticabal passando, em 1879, a freguesia

    com o mesmo nome.

    A cidade de So Jos do Rio Preto foi emancipada de Jaboticabal na dcada

    de 1890. A verso de sua etimologia que o nome seja uma mistura entre o

    padroeiro, So Jos, e o Rio Preto, que banha o municpio.

    O imenso territrio do Municpio de So Jos do Rio Preto que, inicialmente,

    confinava-se com o rio Paran no oeste, rio Tiet no sul, rio Turvo no leste e rio

    Grande no norte, sofreu inmeros desmembramentos no correr dos anos.

    A primeira planta da cidade, traada pelo italiano Ugolino Ugolini em 1895,

    apresentava ruas largas que se cruzavam em ngulo r eto, como um tabuleiro

    de xadrez, dividindo a rea em quarteires e estes em datas. Ao longo do

    tempo, a presena de barreiras fsicas como rios e riachos, dentre outros,

    condicionou a forma de ocupao do espao urbano (P SJRP, 2013), o que se

    verifica at hoje.

    De 1906 a 1944, So Jos do Rio Preto teve o nome simplificado para Rio

    Preto e nesse ltimo ano o Centro Geogrfico do Rio de Janeiro cogitou alter-

    lo para "Iboruna", tendo em vista haver homnimo ma is antigo no Estado de

  • 32

    Minas Gerais. Diante do protesto de seus habitantes, de associaes de

    classe, de polticos, a idia foi superada mediante Decreto Estadual

    restabelecendo o antigo topnimo de So Jos do Rio Preto.

    A evoluo econmica do Municpio foi marcada por u m surto de progresso a

    partir de 1912, com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Araraquarense,

    constituindo-se hoje centro de influncia regional.

    Atualmente formada pelos distritos de Engenheiro Schmitt, So Jos do Rio

    Preto (Distrito-Sede) e Talhado, e subdivide-se em cerca de 360 bairros,

    loteamentos e residenciais.

    um dos principais polos industriais, culturais e de servios do interior de So

    Paulo. Sua histria econmica esteve por muito temp o ligada cafeicultura,

    tambm presente em grande parte do estado de So Paulo, principalmente no

    incio do sculo XX. Segundo pesquisa da Fundao G etlio Vargas, publicada

    na revista Voc S.A., So Jos do Rio Preto a 18 colocada no ranking das

    cidades brasileiras mais promissoras para se construir uma carreira

    profissional. O municpio conta ainda com uma importante tradio cultural que

    vai desde o seu artesanato at o teatro, a msica e o esporte.

    2.3.2 Populao

    De acordo com dados do Censo de 2010 a populao to tal de So Jos do Rio

    Preto de 408.258 habitantes e a densidade demogrfica igual a 945,12

    hab./km (IBGE, 2010). A populao reside predomina ntemente na rea urbana

    onde se encontram 93,9% dos habitantes.

  • 33

    O Quadro 7 apresenta os dados populacionais do municpio, tomando como

    base os censos do IBGE entre os anos de 1970 e 2010. Verifica-se que a

    populao vem crescendo, mas com menor intensidade. Entre 1991 e 2000

    houve um crescimento de 2,63% a.a. da populao tot al, passando para 1,31%

    a.a. entre 2000 e 2010.

    Quadro 7 Populao de So Jos do Rio Preto de 1970 a 2010.

    Ano Populao Total

    (habitantes) Populao Urbana

    (habitantes) Populao Rural

    (habitantes)

    1970 122.134 110.175 11.959

    1980 188.599 178.970 9.629

    1991 283.761 275.450 8.311

    2000 358.523 337.096 21.427

    2010 408.258 383.490 24.768 Fonte: Censos IBGE.

    Analisando a pirmide etria de So Jos do Rio Preto (Figura 7), verifica-se

    que o maior grupo de adultos (20 a 59 anos) com 60,9%, seguido dos jovens

    (0 a 19 anos) com 25,3% e velhos (acima de 60 anos) com 13,8%. Nota-se

    tambm que est havendo um estreitamento da base da pirmide, indicando

    tendncia de aumento da populao mais velha.

    Quanto distribuio por sexo, h certa predominn cia feminina, com uma

    populao formada por 48,0% de homens e 52,0% de mu lheres. A faixa etria

    com maior nmero de homens de 25 a 29 anos, o mesmo ocorrendo com as

    mulheres.

  • 34

    Figura 7 Pirmide etria de So Jos do Rio Preto 2010.

    Fonte: Elaborado a partir de IBGE (2010).

    2.3.3 Economia

    O Produto Interno Bruto (PIB) de Rio Preto o 61 maior do Brasil, destaca-se

    a rea da prestao de servios. De acordo com dado s do IBGE relativos a

    2010, o PIB do municpio era de R$ 8.981,999 milhe s. O PIB per capita de

    R$ 21.991,26.

    A agricultura o setor menos relevante da economia de So Jos do Rio Preto.

    De todo o PIB da cidade, 23.397 mil reais o valor adicionado bruto da

    agropecuria.

    Segundo o IBGE, em 2009, o municpio possua um rebanho de 23.200

    bovinos, 1 600 equinos, 3 000 sunos, 400 caprinos, 40 bufalinos, dez asinos,

    35 muares, 1.720 ovinos, 400 coelhos e 500.000 aves, dentre estas 50.000

    galinhas e 450.000 galos, frangos e pintinhos.

  • 35

    Em 2009 a cidade produziu 3,562 milhes de litros d e leite de 5.086 vacas.

    Foram produzidos 779.000 dzias de ovos de galinha e 9.500 quilos de mel-de-

    abelha. Na lavoura temporria so produzidos principalmente a cana-de-acar

    (594.000 toneladas), o milho (840 toneladas) e o tomate (150 toneladas)

    (Quadro 8).

    Quadro 8 Informaes da produo agrcola.

    Produto `rea colhida (Hectares) Produo (Tonelada)

    Cana-de-acar 6 600 594 000

    Milho 200 840

    Tomate 5 150

    Fonte: IBGE (2007).

    A indstria, atualmente, o segundo setor mais relevante para a economia do

    municpio. 1.386.439 reais do PIB municipal so do valor adicionado bruto da

    indstria (setor secundrio). Grande parte da renda oriunda do setor

    secundrio original do seu distrito industrial, que composto em geral por

    micro, pequenas e mdias empresas.

    Tambm possui relevante participao na rea industrial da cidade o chamado

    Setor de Minidistritos e Centro Incubador de Empresas. Foi elaborado pela

    Secretaria Municipal de Planejamento e Gesto Estra tgica, no final de 1983,

    quando foi detectada a existncia de vrios micros e pequenos

    empreendedores mal-instalados ou que desejavam iniciar suas atividades em

    local prprio. Hoje, o programa conta com 12 minidi stritos industriais, onde

    esto instaladas 743 empresas, que geram 3.536 empr egos diretos. O

    tamanho dos lotes varia de 200 a 1.000 m. De acordo com a Lei n 4.468 de

    1988, que regulamenta o Programa de Minidistrito, a rea mnima a ser

    construda de 40% do espao total do lote.

  • 36

    A prestao de servios rende 6.555.812 reais ao PI B municipal. O setor

    tercirio atualmente a maior fonte geradora do PIB rio-pretense. De acordo

    com o IBGE, a cidade possua, no ano de 2008, 21.604 unidades locais, 20.955

    empresas e estabelecimentos comerciais atuantes e 256.797 trabalhadores,

    sendo 142.536 pessoais ocupados no total e 114.261 ocupados assalariados.

    Salrios juntamente com outras remuneraes somavam 1.714.087 reais e o

    salrio mdio mensal de todo municpio era de 2,9 salrios mnimos. Um dos

    principais pontos comerciais da cidade o Rio Preto Shopping Center,

    inaugurado em 1989. Hoje, recebe mensalmente cerca de 1.500.000 de

    consumidores e o maior centro de compras e lazer de uma regio que

    abrange 250 municpios com populao de 2,5 milhes de habitantes, nos

    estados de So Paulo, Gois, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paran.

    Alguns dos principais centros comerciais so o Plaz a Avenida Shopping e o

    Praa Shopping.

    2.3.4 Uso e ocupao do solo

    No estudo para Delimitao de `reas de Restrio e Controle de Captao e

    Uso de `guas Subterrneas no municpio de So Jos do Rio Preto

    (SERVMAR, 2007) foram mapeados o uso e ocupao do solo. A Figura 8

    ilustra o resultado. Podem-se observar poucas reas de matas, extensa

    ocupao urbana, desmatamento prximo de nascentes e no entorno dos

    crregos e rios.

    O uso e ocupao do solo incidem diretamente nas pr incipais causas de

    eroses. Em rea urbana, a eroso provocada pela concentrao das guas

    pluviais e a falta de um escoamento eficiente dessas guas; e em rea rural o

  • 37

    fenmeno causado pelo desmatamento, principalmente na retirada da mata

    ciliar e no manejo inadequado das terras para fins agrcolas.

    A degradao da vegetao natural uma consequnci a da ocupao

    territorial, sendo varivel nas diversas reas em funo da dinmica das

    atividades econmicas. Apesar da nfase nos recursos hdricos, no se deve

    esquecer o impacto do uso e ocupao do solo sobre a disponibilidade e

    qualidade das guas. Dentre os problemas resultantes das atividades

    industriais e agrcolas, da minerao e da urbaniza o na Bacia, destacam-se

    a remoo da vegetao nativa e a acelerao do pro cesso de eroso e

    assoreamento.

    Segundo o Plano de Bacia (IPT, 2008), no existe um cadastro sistematizado

    das ocorrncias de eroses nos municpios. As eros es normalmente

    apresentam-se de mdio grande porte, sendo um grande problema ambiental

    na UGRHI 15. A Figura 9 ilustra a suscetibilidade a processos erosivos na

    bacia do Turvo/Grande, com destaque para a regio d o municpio de So Jos

    do Rio Preto.

    De acordo com o Relatrio 0 do Plano de Bacia (IPT, 1999), 61,9% da rea do

    municpio apresenta alta suscetibilidade a processos erosivos e 38,1%

    classifica-se como muito alta. Ao todo foram identificadas 33 ocorrncias de

    eroso em So Jos do Rio Preto, 29 em rea urbana e 4 em rea rural.

  • 38

    Figura 8 Uso e ocupao do solo no municpio de So Jos do Rio Preto.

    Fonte: SERVMAR, 2007.

  • 39

    Figura 9 Mapa de suscetibilidade eroso.

    FONTE: Adaptado de IPT (1999)

  • 40

    Na bacia do Turvo/Grande a maioria das eroses das reas urbanas causada

    pelo lanamento direto de gua de chuva e tambm pelo escoamento

    superficial, dependendo do desenho urbano da cidade (topografia,

    caractersticas dos terrenos, infraestrutura existente e arruamento) (IPT, 2008).

    comum ocorrer nas cidades o assoreamento de manan ciais, resultante do

    aporte de sedimentos provenientes da eroso do solo , como tambm do

    lanamento de efluentes domsticos e industriais, e resduos slidos

    indevidamente dispostos nos terrenos. Nesse caso, h a diminuio das calhas

    de escoamento e dos volumes de armazenamento de gua por causa do

    assoreamento, que, associada ao aumento dos volumes escoados em

    consequncia da impermeabilizao dos solos, resulta em problemas de

    inundaes, gerando prejuzos econmicos, sociais e ambientais aos

    municpios. H o comprometimento da qualidade e quantidade dos recursos

    hdricos, com destruio dos habitats aquticos; e no caso de reservatrios,

    aumento do custo com tratamento das guas utilizadas para o abastecimento

    pblico (IPT, 2008).

    Segundo Relatrio do Plano de Bacia (IPT, 2008), to dos os crregos do

    municpio de So Jos do Rio Preto encontram-se assoreados. Alm disso,

    foram registrados 17 pontos de ocorrncia de inundao. As reas afetadas

    referem-se a vrzeas impropriamente ocupadas, e a locais onde se verifica o

    transbordamento de rios e crregos que, apesar de b em encaixados,

    apresentam insuficincia de escoamento por causa de assoreamentos,

    estrangulamentos de sees, declividades insuficien tes e sinuosidade com

    curvas de pequeno raio, dentre outros problemas.

  • 41

    3. DIAGNSTICO E AVALIAO DA PRESTAO DO SERVIO DE

    DRENAGEM URBANA

    A drenagem urbana composta por um conjunto de obras que visam coletar,

    transportar e dar destino final s guas de chuva, que em excesso, sejam

    indesejveis. Seu objetivo essencialmente a preveno a inundaes,

    principalmente em reas mais baixas, sujeitas a alagamentos, como tambm

    nas reas marginais a cursos de gua naturais. Tambm tem por objetivo evitar

    empoamento de gua, pois a gua parada torna-se foco de vrias doenas,

    como a dengue.

    Para que seja operado de forma adequada, o sistema de drenagem requer

    alm de unidades fsicas em si, de procedimentos de controle e gesto cada

    vez mais elaborados, sempre buscando a correta prestao dos servios e a

    universalizao do atendimento. O diagnstico aqui apresentado visa mostrar

    como o servio de drenagem urbana de guas pluviais prestado no municpio

    de So Jos do rio Preto analisando suas caractersticas.

    Inicialmente so apresentadas as informaes quanto os aspectos

    institucionais e financeiros, sendo no captulo a seguir, expostas as

    informaes quanto infraestrutura existente.

    3.1 ASPECTOS INSTITUCIONAIS

    Diferentemente de outros servios que compe o deno minado saneamento

    bsico, isto , gua, esgotos e resduos slidos, o manejo das guas pluviais,

    tambm conhecida por drenagem urbana corriqueiramente gerida pela

    administrao direta do municpio, logo a Prefeitur a Municipal, no ocorrendo a

    concesso do mesmo. Em geral, a Secretaria de Obras e Servios responde

  • 42

    por todas as atividades previstas na Lei 11.445/07, isto , planejamento,

    regulao, fiscalizao e operao.

    Em So Jos do Rio Preto essa condio se confirma, o servio gerido pela

    administrao direta do municpio, sendo executado por diferentes secretarias.

    A implantao da drenagem urbana, exceto nos novos loteamentos, fica a

    encargo da secretaria de obras, enquanto que a limpeza de bocas-de-lobo e

    galerias, da secretaria de servios. Portanto, no h uma nica secretaria ou

    rgo municipal que cuide somente da drenagem urban a, como comum em

    outros municpios. Essa prtica corriqueira dificulta a operao e a manuteno

    das estruturas existentes, bem como o estabelecimento de um oramento

    anual que consiga responder s necessidades reais d o municpio.

    A prpria Prefeitura responde pelo planejamento hav endo legislao municipal

    voltada drenagem urbana e Estudo de Macrodrenagem realizado em 2003.

    Deve-se notar que o municpio nas ltimas dcadas vem sofrendo com

    enchentes frequentes, que resultaram em perdas materiais e de vidas.

    Como forma de controlar o crescente volume de escoamento das guas

    pluviais pela impermeabilizao do solo na rea urbana, que favorece os

    eventos de cheia, foi sancionada a Lei n. 10.290, de 24 de dezembro de 2008.

    Esse dispositivo cria o Programa Permanente de Gesto das `guas

    Superficiais (PGAS) da Bacia Hidrogrfica do Rio Preto que visa

    implementao de Planos de Ao de Combate s Enche ntes no municpio.

    Os objetivos do PGAS so definidos no artigo 2. o:

    I - garantir gua para o abastecimento urbano atravs da

    continuidade do aproveitamento e uso das guas do Rio Preto, dentro

    dos limites ambientais e hidrolgicos que as condi es climatolgicas

    da regio e as leis ambientais permitam;

  • 43

    II - realizar obras e servios de saneamento do sol o e da gua, que

    resultem em benefcio para toda a populao do muni cpio, atravs

    de aes compatveis com a sustentabilidade ambient al a serem por

    estas obras viabilizadas;

    III - viabilizar a realizao das melhorias de inte resse da sociedade,

    visando o controle das cheias, de modo a minimizar situaes de

    riscos ambientais, econmicos, sociais e humanos de las decorrentes,

    em funo da situao atual e da tendncia futura d a ocupao do

    solo dessa bacia; e,

    IV - estabelecer as condies de monitoramento, de controle e de

    conservao ambiental dessa bacia que permitam o pe rmanente

    acompanhamento desses objetivos.

    A Lei Municipal n. 10.290/08 definiu ainda a obrigatoriedade de que toda

    edificao, com mais de 100 metros quadrados de sup erfcie impermevel, no

    caso de construo, e acima 150 metros quadrados, e m se tratando de

    reforma, tenha dispositivos de reteno ou deteno de guas pluviais.

    Esses dispositivos so construdos com qualquer mat erial ou formato, ser de

    infiltrao no prprio terreno ou com escoamento pa ra a rede pblica. Alm

    disso, retardam o escoamento das guas pluviais para a rede pblica de

    drenagem, com previso de vazo mxima especfica igual a 13 L/h.m. A

    vazo mxima de sada calculada multiplicando a vazo mxima especfica

    pela rea total do terreno no qual se insere a edificao.

    As construes desses dispositivos de reteno perm item que a gua da chuva

    seja armazenada por um determinado perodo, retar dando o seu despejo

    direto nas ruas e encaminhamento para os crregos, reduzindo a vazo de pico

    de cheia. Os dispositivos sero sempre, aps a ocor rncia de cada chuva,

    esvaziados naturalmente por gravidade ou por bombeamento (GUIMARES,

    2011).

  • 44

    Nos casos dos novos loteamentos, exigida a construo de lagoas de

    reteno que atendam toda a rea do empreendimento. Estas lagoas so

    dimensionadas de tal forma que as unidades - lotes ou casas - no precisem

    construir dispositivos de reteno (GUIMARES, 2011 ).

    Os locais descobertos para estacionamento ou guarda de veculos para fins

    comerciais devero ter trinta por cento de sua rea com piso drenante ou com

    rea naturalmente permevel.

    Alm de legislao para o controle da impermeabiliz ao do solo e o

    favorecimento dos processos de infiltrao foram ta mbm executadas obras no

    municpio para evitar as enchentes.

    A primeira etapa, iniciada em 2010 e j concluda, envolveu o alargamento da

    calha do rio Preto (aumentando a vazo de gua de 80 para 320 m/s) e a

    construo do Parque do rio Preto. Trata-se da maio r obra antienchente da

    histria da cidade, cujo investimento foi de cerca de R$ 40 milhes

    (SECRETARIA DE COMUNICAO SOCIAL, 2013).

    No incio de 2013 foi licitada a segunda etapa das obras que prev

    intervenes nas avenidas Andal/Jos Munia, Bady B assitt/Juscelino,

    Brasilusa e Romeu Strazzi, com obras de microdrenagem, como galerias e

    bueiros, e macrodrenagem, como a construo de pisc ines e caixas de

    reteno, canalizao dos leitos dos crregos Bor e Canela e uma grande

    galeria na avenida Bady Bassitt, com intervenes e m 50 bairros. A obra tem

    custo estimado de R$ 135.785.621,89 milhes, com re cursos da Unio, parte a

    fundo perdido e parte financiada, alm de recursos da Prefeitura

    (SECRETARIA DE COMUNICAO SOCIAL, 2013).

  • 45

    Apesar de j existir estudos e projetos especficos de drenagem, no h Plano

    Municipal elaborado, com aes em curto, mdio e lo ngo prazo. O municpio

    espera a elaborao do Plano Municipal de Saneament o Bsico para que

    tenha condies de ampliar e sistematizar o servio prestado em drenagem

    urbana.

    3.2 Aspectos Oramentrio e Financeiro

    Em consulta a Lei n. 11.405, de 28 de novembro de 2013, que estima a receita

    e fixa a despesa do municpio de So Jos do Rio Preto para o exerccio de

    2014, verificou-se a previso de despesas para exec uo de servios voltados

    a drenagem urbana. O Quadro a seguir apresenta essas previses para o

    exerccio de 2014.

  • 46

    Quadro 9 Despesas oradas para o exerccio de 2014.

    Classificao Oramentria

    Descrio do Projeto/Atividade Unidade Oramentria

    Unidade Executora Orado

    10.001.1545100041. 00544905101000000

    Construo/ correo de obras para combate a enchentes

    Secr. Mun. de Obras Gabinete da Secretaria 600.000,00

    10.001.1751200041. 00644905101000000

    Obras de galerias pluviais, drenagem e canalizaes de crregos e rios

    Secr. Mun. de Obras Gabinete da Secretaria 3.500.000,00

    10.001.1751200041. 00644905105000000

    Obras de galerias pluviais, drenagem e canalizaes de crregos e rios

    Secr. Mun. de Obras Gabinete da Secretaria 36.100.000,00

    10.001.1751200041. 00644905107000000

    Obras de galerias pluviais, drenagem e canalizaes de crregos e rios

    Secr. Mun. de Obras Gabinete da Secretaria 39.000.000,00

    10.003.1545100041. 00644905103000000

    Obras de galerias pluviais, drenagem e canalizaes de crregos e rios

    Secr. Mun. de Obras Fundo Municipal de Desenvolvimento Sustentvel

    1.025.000,00

    05.03.17.512.0020.1. 047.4.4.90.51.04.000000

    Drenagem urbana SEMAE Gerncia de Planejamento, projetos e obras

    1.000,00

    TOTAL 80.226.000,00 Fonte: Elaborado a partir da Lei Municipal n. 11.405/2013.

  • 47

    Apesar de haver previso de investimentos em drenag em urbana para 2014

    no foi possvel identificar detalhes das atividade s e obras, como quantitativos

    e locais beneficiados.

    Verificou-se que a receita prevista com o IPTU de R$ 114.000.000,00 (cento

    e quatorze milhes). Normalmente, uma parcela dos r ecursos provenientes do

    IPTU direcionada para os servios de drenagem urbana.

  • 48

    4. DIAGNSTICO DA INFRAESTRUTURA EXISTENTE

    Para o levantamento da infraestrutura existente, foram realizados trabalhos de

    campo em outubro de 2013, quando foram percorridos diversos pontos no

    municpio de So Jos do Rio Preto. Alm disso, procedeu-se a anlise de

    informaes disponibilizadas pela Prefeitura em est udos e projetos

    relacionados micro e macrodrenagem.

    So abordadas a seguir as principais estruturas que compe o servio de

    drenagem e manejo das guas pluviais no municpio.

    4.1 Macrodrenagem

    So Jos do Rio Preto situa-se num stio com topografia suave, caracterizada

    por relevo ondulado e drenagem natural formada pelo rio Preto e seus

    afluentes. O solo presente na regio apresenta text ura mdia a arenosa e

    suscetvel a processos erosivos, principalmente nos locais onde a cobertura

    vegetal foi removida e onde o processo de urbaniza o tornou-se mais intenso,

    como j mencionado em vrios pontos deste texto.

    Os principais cursos dgua com incidncia na rea urbana, alm do rio Preto,

    so: crrego dos Macacos, crrego Aterradinho, crr ego Canela, crrego Bor,

    crrego Piedade, crrego Piedadinha; crrego da Lag oa, crrego Felicidade e

    crrego So Pedro e crrego do Talhado. Esses curso s dguas so todos

    pertencentes a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hdricos do

    Turvo/Grande - UGRHI-15. Existe uma pequena parcela do municpio, a oeste,

    que se encontra na UGRHI-18. A Figura 10 apresenta a rede hdrica do

    municpio.

  • 49

    Figura 10 Principais cursos dgua do municpio de So Jos do Rio Preto.

  • 50

    Em funo do processo de ocupao urbana, alguns de sses crregos tiveram

    seu leito canalizado. Segundo Zacarin (2010) a partir da dcada de 60,

    seguindo um modelo de urbanismo adotado na poca, as duas grandes

    avenidas da cidade, Alberto Andal e Bady Bassitt, foram implantadas nos

    talvegues dos crregos Canela e Bor aps a canaliz ao fechada dos

    mesmos. Os canais dos crregos foram executados em etapas de acordo com

    o crescimento da cidade, que ocorreu de jusante para montante, isto , do

    encontro desses dois crregos com o Rio Preto para montante.

    Durante o levantamento de campo, foram percorridos os principais cursos

    dgua do municpio e verificados os trechos que mantm caractersticas

    naturais e aqueles com canalizao em seo aberta, fechada e em obras.

    Foram tambm identificadas bacias de deteno e par ques lineares na rea

    urbana do municpio. Os registros fotogrficos do levantamento de campo e

    algumas fotos do acervo da Prefeitura Municipal so apresentados a seguir.

    Na Figura 11 possvel observar a localizao das principais estruturas de

    macrodrenagem identificadas no municpio.

    O rio Preto tem sua nascente no municpio de Cedral e corta a rea urbana do

    municpio de So Jos do Rio Preto. O rio encontra-se canalizado em seo

    aberta ao longo da Avenida Philadelpho Manoel Gouveia Neto. O incio da

    canalizao ocorre aps o trecho represado at prx imo foz do crrego

    Piedade. Como mencionado anteriormente, a calha do rio Preto no trecho

    canalizado foi alargada, sendo que atualmente tem capacidade para 320 m/s.

    As figuras 12 a 19 ilustram a situao em diferente s pontos do rio Preto.

  • 51

    Figura 11 Localizao das principais estruturas de macrodrena gem.

  • 52

    Figura 12 Rio Preto leito natural Av.

    13 de Maio.

    Figura 13 Represa do rio Preto Av.

    Nadima Dahma.

    Figura 14 Rio Preto leito natural Av.

    Dr. Antnio Marques dos Santos.

    Figura 15 Represa do rio Preto Av.

    Lino Jos Seixas.

  • 53

    Figura 16 Parque linear na represa do

    rio Preto.

    Figura 17 Parque linear no trecho

    canalizado do rio Preto.

    Os crregos Canela e Bor, afluentes pela margem esquerda do rio Preto,

    apresentam densa ocupao urbana em suas bacias, se ndo recorrentes

    eventos de enchentes ao longo de suas margens, principalmente na regio

    central do municpio. Em campo verificou-se que existem obras em andamento

    nessas bacias tanto de macro como microdrenagem. As obras de

    macrodrenagem constituem-se de canalizao dos talv egues desses crregos

    com amortecimento das vazes de pico atravs de sistema de deteno.

    Segundo dados do Projeto (ZACARIN, 2010) o sistema de deteno ser

    implantado in line ou off line. As lagoas off line, fora do talvegue, sero

    implantadas em reas previamente escolhidas e disponveis, atendendo as

    caractersticas topogrficas necessrias para implantao do sistema de forma

    que seu funcionamento seja totalmente por gravidade, ou seja, sem a utilizao

    de bombas de recalque.

    Em regies com grande necessidade de deteno e pou ca rea disponvel,

    foram projetados poos, com capacidade suficiente p ara amortecer as vazes

    de pico e com desgue natural, sem a necessidade de bombeamento. Estes

    poos tero tampa, de maneira que a rea sobre eles sejam plenamente

  • 54

    aproveitadas para qualquer fim que se quiser, por exemplo: praa,

    estacionamento, etc. (ZACARIN, 2010).

    De maneira geral, o sistema de deteno de guas pluviais que est sendo

    implantado nas bacias dos crregos Bor e Canela ser realizado atravs de

    pequenas barragens ao longo dos talvegues, reservatrios de concreto,

    tanques em solo fora dos talvegues e poos profundo s revestidos em concreto.

    Em campo, tambm foram observadas bacias de deten o de gua pluvial que

    mitigam e compensam o efeito da impermeabilizao d o solo pelos pavimentos

    ou por edificaes.

    As figuras de 20 a 29 ilustram a situao identific ada em campo em ambos os

    crregos.

    Figura 18 Crrego Canela trecho

    em seo fechada Avenida Alberto

    Andalo.

    Figura 19 Crrego Canela trecho

    em seo aberta Avenida Jos

    Munia.

  • 55

    Figura 20 Placa de identificao

    das obras nos crregos.

    Figura 21 Trecho em obras na bacia

    do crrego Canela.

    Figura 22 Crrego Bor trecho em

    seo fechada Av. Bady Bassitt.

    Figura 23 Crrego Bor vista do

    incio do trecho em seo fechada.

  • 56

    Figura 24 Placa de identificao da

    obra no crrego Bor.

    Figura 25 Trecho em obras na bacia

    do crrego Bor.

    Figura 26 Bacia de deteno para

    amortecimento da gua da chuva

    Bacia do crrego Bor.

    Figura 27 Bacia de deteno para

    amortecimento da gua da chuva

    Bacia do crrego Bor.

    Em levantamento efetuado pela Prefeitura, foi identificado o lanamento

    indevido de esgoto e resduos slidos nas galerias de guas pluviais que

  • 57

    desguam no crrego Bor (Figuras 30 e 31), situao comum a vrios

    municpios.

    Outros afluentes do rio Preto tambm foram percorridos durante os

    levantamentos de campo. As figuras 32 a 38 ilustram os demais cursos dgua

    visitados.

    Figura 28 Lanamento indevido de

    esgoto a partir de galeria oriunda de

    boca de lobo no crrego Bor.

    Fonte: PSJRP, 2013.

    Figura 29 Presena de gordura e

    resduos na galeria com desgue no

    crrego Bor.

    Fonte: PSJRP, 2013.

  • 58

    Figura 30 Crrego sem denominao

    Rua Dr. Antnio T. P. Lima .

    Figura 31 Foz do crrego sem denom.

    na represa do rio Preto.

    Figura 32 Crrego Piedadinha

    afluente pela margem esquerda do rio

    Preto.

    Figura 33 Crrego Aterradinho

    afluente pela margem esquerda do rio

    Preto.

  • 59

    Figura 34 Crrego Baixada Seca

    afluente pela margem esquerda do

    crrego dos Macacos.

    Figura 35 Crrego Cobertinho

    afluente pela margem esquerda do

    crrego Piedade.

    Figura 36 Crrego sem denominao afluente pela margem dire ta do crrego

    Canela.

  • 60

    4.2 Microdrenagem

    A rea urbana conta com sarjeta, sarjeto, bocas de lobo e galerias nas ruas,

    sendo as principais estruturas hidrulicas responsveis pela coleta e destino

    das guas superficiais provenientes das chuvas. O total dessas unidades no

    cobre toda a rea urbanizada do municpio, sendo, portanto inexistentes em

    alguns pontos.

    Assim, h, como em outras cidades brasileiras, pouco emprego desse tipo de

    estrutura hidrulica, principalmente galerias e bocas-de-lobo, com a funo de

    receber, aduzir e destinar as guas pluviais geradas no ambiente urbano. Da

    mesma forma que em outros municpios, praticamente inexiste cadastro do

    pouco que h.

    Nos locais onde no existem estruturas de microdren agem ou essas so

    insuficientes, a gua das chuvas tende a escoar exclusivamente sobre as

    sarjetas existentes ou sobre o leito carrovel, contribuindo com a sua

    deteriorao, alm de comprometer a qualidade de vi da da populao local.

    Algumas das estruturas de drenagem observadas em campo so apresentadas

    nas Figuras 39 a 44.

    Verificou-se em campo que algumas bocas de lobo direcionam as guas

    pluviais at o talvegue ou diretamente nos cursos dgua presentes na rea

    urbana do municpio. Em alguns pontos, onde a gua escoa diretamente sobre

    o solo at alcanar o curso dgua, nota-se indcios de eroso (Figura 45 e 46).

    Foram ainda verificados os seguintes fatos em campo: bocas de lobo

    danificadas, poos de visita abertos que podem se t ornar um risco para a

    populao, vazamento de esgoto afluindo para o sist ema de drenagem, locais

  • 61

    com indcios de danos aos passeios e asfalto pelo escoamento das guas das

    chuvas e resduos slidos lanados em rea de prese rvao permanente

    (APP) de cursos dgua (Figuras 47 a 57).

    Figura 37 Sistema de drenagem do

    loteamento com desague nas

    piscininhas.

    Figura 38 Vista de boca de lobo na

    Avenida Presidente Juscelino

    Kubitschek.

    Figura 39 Boca de lobo com

    lanamento no crrego Bor.

    Figura 40 Boca de lobo com

    lanamento no crrego Canela.

  • 62

    Figura 41 Vista da boca de lobo com

    lanamento no crrego Aterradinho

    Av. Murchid Homsi.

    Figura 42 Tubulao de drenagem

    com lanamento em crrego sem

    denominao.

    Figura 43 Vista frontal da boca de

    lobo com lanamento no rio Preto.

    Figura 44 Vista posterior da boca de

    lobo com lanamento no rio Preto.

  • 63

    Figura 45 Boca de lobo com

    necessidade de reparo lanamento

    no crrego Bor.

    Figura 46 Boca de lobo com

    necessidade de reparo Av. Murchid

    Homsi.

    Figura 47 Vazamento de esgoto para

    o sistema de drenagem.

    Figura 48 Poo de visita do sistema

    de drenagem aberto.

  • 64

    Figura 49 Poo de visita do sistema

    de drenagem aberto.

    Figura 50 Poo de visita do sistema

    de drenagem aberto.

    Figura 51 Passeios danificados e

    eroso pela gua da chuva Av.

    Naes Unidas.

    Figura 52 Asfalto danificado pela

    gua da chuva Av. Nametallah

    Yossef Tarraf.

  • 65

    Figura 53 Resduos slidos dispostos

    na APP do crrego do Tiago.

    Figura 54 Resduos slidos dispostos

    na APP do crrego Baixada Seca.

    Figura 55 Resduos slidos dispostos na APP do crrego Cobert inho.

    4.3 Situaes Crticas

    Como j mencionado na caracterizao, o solo de So Jos do Rio Preto

    apresenta de alta a muito alta suscetibilidade a eroso. Em campo esse fato foi

    constatado, pois foram identificados pontos com eroso causados pelo

    escoamento da gua da chuva, alm de indcios de transporte de sedimentos e

  • 66

    assoreamento dos cursos dgua. As figuras 58 a 63 ilustram a situao

    observada em campo.

    Figura 56 Crrego Bor com indcios

    de transporte e deposio de

    sedimentos.

    Figura 57 Foz do crrego sem

    denominao no rio Preto presena

    de sedimentos depositados.

    Figura 58 Eroso s margens do rio

    Preto Avenida Dr. Antnio Marques

    dos Santos.

    Figura 59 Eroso na APP do crrego

    do Tiago afluente do crrego dos

    Macacos.

  • 67

    Figura 60 Tubulao de drenagem e

    eroso formada no crrego

    Cobertinho.

    Figura 61 Eroso no crrego

    Cobertinho solo e rocha (aqufero

    Bauru) expostos.

    Nos levantamentos de campo, foi possvel verificar o comportamento da

    drenagem urbana em duas situaes distintas: com e sem a presena de

    evento chuvoso. No dia 17/10/2013 presenciaram-se os efeitos de uma chuva

    com durao em torno de 25 minutos. O volume de gua escoado no rio Preto,

    prximo a foz do crrego Bor, apresentou aumento e xpressivo (Figuras 64 a

    67) em relao a um dia sem chuva no mesmo ms (29/10/2013).

  • 68

    Figura 62 Foz do crrego Bor no rio

    Preto evento chuvoso.

    Figura 63 Foz do crrego Bor no rio

    Preto sem chuva.

    Figura 64 Rio Preto evento

    chuvoso.

    Figura 65 Rio Preto sem a presena

    de chuva.

    No evento chuvoso foi possvel constatar pontos de inundao na cidade,

    principalmente na rea central do municpio, alm de estruturas de

    microdrenagem insuficientes (Figuras 68 a 71).

  • 69

    Figura 66 Inundaes na rea

    central Av. Bady Bassitt c/ rua

    Penita.

    Figura 67 Inundaes na rea central

    Av. Bady Bassitt.

    Figura 68 Consequncias da falta de

    estruturas adequadas de

    microdrenagem.

    Figura 69 Consequncias da falta de

    estruturas adequadas de

    microdrenagem.

    O escoamento superficial em rea pavimentada e impermeabilizada aflui

    rapidamente para os cursos dgua urbanos, especificamente os crregos

  • 70

    Canela e Bor. A consequncia desse fenmeno o aparecimento de um pico

    acentuado de inundao, mesmo para chuvas intensas de durao aproximada

    de 25 minutos, como a observada no dia 17 de outubro de 2013, por volta das

    13 horas.

    A falta de boca-de-lobo e respectiva galeria causam escoamento superficial

    disperso sobre o pavimento, prejudicando o trnsito , bem como danos por

    eroso (Figura 72). O mesmo problema encontrado em reas centrais mais

    altas, no prximas a curso dgua. Note-se que alm do fluxo disperso,

    mesmo que modesto, a velocidade do escoamento a jusante, parte baixa da

    cidade, elevada, causando incmodos devido ao aparecimento das

    denominadas corredeiras (Figura 73).

    Figura 70 Escoamento disperso sobre

    o pavimento.

    Figura 71 Formao das corredeiras

    nas sarjetas.

  • 71

    A falta de galeria e principalmente de estruturas hidrulicas de reteno e

    infiltrao causam um escoamento superficial elevad o, prejudicando a

    qualidade de vida da cidade, eventualmente causando danos econmicos.

    Deve-se notar que mesmo havendo a implantao de ob ras de

    macrodrenagem em So Jos do Rio Preto, essas no c onseguiram

    acompanhar a crescente urbanizao e impermeabiliza o do municpio,

    resultando no aumento da frequncia das inundaes. A figura a seguir

    apresenta os principais pontos de enchente em So J os do Rio Preto

    informados no Estudo de Macrodrenagem (FCTH, 2003).

    Figura 72 Principais pontos de enchente em So Jos do Rio Preto.

    Fonte: FCTH, 2003.

  • 72

    Verifica-se que ocorrem vrios pontos de inundao na confluncia do rio Preto

    com seus afluentes. No entanto, esse estudo no con siderou os efeitos

    positivos da reteno do escoamento superficial por meio de reservatrios

    domiciliares ou por loteamento, j que uma lei municipal mais recente.

    Em funo do uso da represa do rio Preto para abast ecimento de gua e a

    necessidade do controle das inundaes no municpio o Estudo de

    Macrodrenagem definiu reas de planejamento com caractersticas especficas

    (Figura 75).

    Figura 73 `reas de planejamento definidas no Estudo de Macrod renagem.

    Fonte: FCTH, 2003.

    A rea a montante das represas, formada pelas bacias do crrego Macaco, rio

    Preto (at a represa) e crrego da Lagoa, foi carac terizada como rea de

    reposio hdrica (ARH). Sem a reteno das guas n essa rea, no h como

  • 73

    garantir o abastecimento urbano e como controlar mais efetivamente as

    enchentes de jusante.

    A rea urbana a jusante das represas, formada pelas bacias do ribeiro

    Piedade, crrego Canela, crrego Bor e crrego Pie dadinha, alm de trecho

    crtico do rio Preto com 10,2 km, foi caracterizada como rea de controle crtico

    (ACC). Sem o controle permanente dessa rea, no h como reduzir o risco de

    cheias no trecho j urbanizado do rio Preto.

    Essas caractersticas, previstas no Estudo de Macrodrenagem (FCTH, 2003),

    foram mantidas para a formulao de alternativas na etapa de proposies do

    Plano Municipal de Drenagem de So Jos do Rio Preto.

    4.4 Impactos de Rodovias e Ferrovia

    Uma caracterstica importante de So Jos do Rio Preto relaciona-se

    diretamente com a passagem hoje pela malha urbana de rodovias importantes

    como a SP-310, rodovia Washington Luiz, a SP- 425, rodovia Assis

    Chateaubriand e a rodovia federal Transbrasiliana, BR-153. As rodovias

    causam normalmente dois tipos de impacto na rede de drenagem:

    1. Travessias e bueiros: so as passagens sobre os cursos dgua ou

    linhas de drenagem que contam com escoamento somente em eventos

    pluviomtricos. Essas travessias, quando no dimensionadas

    corretamente e mal mantidas, no somente causam ret eno a

    montante, eventualmente inundando reas ribeirinhas, mas concentram

    fluxos, aumentando a velocidade do escoamento e ocasionando eroso

    em solos susceptveis, como no municpio, onde h solo silto arenoso

    em alguns locais. O ente de drenagem do municpio precisa ter o

  • 74

    cadastro dessas travessias ou bueiros, pois o seu correto desempenho

    hidrulico e hidrolgico de responsabilidade do operador das rodovias.

    Assim, eventuais danos provocados ao municpio e muncipes so de

    responsabilidade dos operadores. Nas visitas efetuadas, no foram

    verificados pontos crticos, porm ateno peridic a necessria, bem

    como manuteno e limpeza.

    2. Impermeabilizao de aumento do escoamento super ficial: o pavimento

    impermevel aumenta o escoamento superficial, de forma que so

    necessrias canaletas para o direcionamento da gua. Esse fluxo, se

    concentrado na sua sada dessas canaletas provocaria eroso, caso no

    sejam tomadas medidas preventivas como as bacias de reteno.

    Embora ainda sejam pouco aplicadas no pas, so fre quentes em

    autoestradas europeias. Ateno deve ser dada no mu nicpio, tendo em

    vista a cota mais elevada de rodovias em relao rea mais

    urbanizada da cidade. O escoamento vindo do alto tende a se acelerar

    provocando impactos a jusante. Recomenda-se o estudo hidrolgico e

    hidrulico para a aplicao de bacias de reteno d o escoamento

    superficial provocado pelo pavimento das rodovias.

  • 75

    Figura 74 Rodovia Washington Luiz,

    SP-310.

    Fonte: Google Earth.

    Figura 75 Rodovia Assis

    Chateaubriand, SP-425.

    Fonte: Google Earth.

    O traado ferrovirio atravessa a rea urbana mais prximo leito do rio Preto,

    logo atravessa crregos contribuintes pela margem e squerda. Crregos como o

    Canela e o Bor possuem maiores bacias de contribuio nas interseces

    com a ferrovia do que em relao SP-310, ocasiona ndo maiores vazes. No

    foram detectados problemas relacionados a esses bueiros de travessia da

    ferrovia, no entanto o operador deve cuidar para mant-los em condies

    adequadas para evitar retenes a montante.

    Figura 76 Rodovia Transbrasiliana,

    BR-153.

    Fonte: Google Earth.

    Figura 77 Vista do Viaduto Jordo

    Reis a direita ferrovia.

    Fonte: Google Earth.

  • 76

    Figura 78 Ferrovia.

    5. DEMANDA DOS SERVIOS DE DRENAGEM URBANA

    A funo da drenagem urbana destinar adequadament e as guas pluviais,

    combatendo as inundaes e evitando o empoamento d a gua, pois ambos

    podem causar diversos prejuzos, desde danos fsicos, custos de emergncia e

    prejuzos financeiros, at a disseminao de doena s de veiculao hdrica e

    perda de vidas.

    As demandas de drenagem urbana so determinadas de forma diferente dos

    outros servios de saneamento, pois no dependem di retamente da populao,

    mas sim da forma como esta ocupa o espao urbano, d as condies climticas

    e caractersticas fsicas das bacias hidrogrficas, onde se situa a rea ocupada

    do municpio. Assim, o escoamento superficial das guas pluviais depende de

    vrios fatores naturais e antrpicos que interagem entre si. A demanda ou o

    estudo de vazes devem procurar consider-los todos para que seja adequada.

  • 77

    5.1 Metodologia de determinao das vazes mximas

    Na rea urbana os escoamentos superficiais classificam-se basicamente em

    dois tipos: guas dispersas, quando o fluxo encontra-se difuso sobre o terreno,

    e guas confinadas, quando h um leito definido para o escoamento. Tambm

    so classificados quanto presena de gua: perene , quando h escoamento

    em todas as estaes climticas, e temporrios, como as linhas de drenagem,

    que apresentam gua somente durante os eventos climticos. A infraestrutura

    urbana de drenagem daria conta de todos esses casos.

    Em geral, para o escoamento difuso e temporrio, projeta-se a microdrenagem

    urbana, responsvel por coletar, afastar e descarregar as guas pluviais em

    corpos receptores adequados. Esta estrutura composta por sarjeta, sarjeto,

    bocas-de-lobo, poos de visita e galerias, de uma m aneira geral, uma

    atribuio tpica do municpio.

    J os escoamentos perenes em leitos definidos nos fundos de vale possuem as

    estruturas hidrulicas que compem a macrodrenagem urbana para dar conta

    dessas guas. Normalmente, essas estruturas so do tipo canalizao, mas

    outras formas tambm seriam possivelmente utilizadas como as bacias de

    deteno. Embora intervenes sejam propostas no m bito do municpio com o

    objetivo de reurbanizar reas e combater inundaes, a ao e a correo

    geralmente extrapolam seus limites.

    As dimenses e a tipologia tanto da micro como da m acrodrenagem dependem

    diretamente da vazo mxima, aquela que acontece a partir de uma

    determinada chuva intensa, definida em funo de um tempo de recorrncia. O

    dimensionamento e os custos das estruturas hidrulicas por onde passam

  • 78

    essas guas dependem do clculo apurado dessa vazo, que pode ser obtida

    a partir de dois mtodos:

    1. Dados de Postos fluviomtricos: os grandes rios possuem registros que

    possibilitam o clculo das vazes de cheia, como tambm a consulta a outros

    trabalhos conduzidos na regio de estudo podem serv ir de fonte para os

    valores dessas vazes mximas ou da cota de inundao observada em

    eventos excepcionais.

    2. Determinao da vazo mxima a partir de modelos matemticos. Na

    literatura especfica estes mtodos dividem-se em duas categorias: sintticos e

    estatsticos. Neste estudo adotou-se exclusivamente o mtodo sinttico, pois a

    ausncia de srie histrica estatisticamente representativa de dados

    hidrolgicos particularmente sentida em pequenas bacias hidrogrficas. Os

    mtodos sintticos mais recomendados de clculo de vazes mximas e

    desenvolvidos para bacias com reas de drenagem de diversas ordens de

    grandeza, bem como os seus limites mais usuais de aplicao so os

    seguintes:

    Mtodo Racional: Para bacias que no so complexas e tenham at 2

    km2 de rea de drenagem e perodo de retorno menor ou igual a 50

    anos. Este mtodo foi introduzido em 1889 e largamente utilizado nos

    Estados Unidos e em outros pases. Embora frequentemente esteja

    sujeito a crticas acadmicas por sua simplicidade, continua sendo

    bastante aceito, notadamente para as obras de microdrenagem em

    bacias pouco complexas. O Mtodo Racional adequadamente aplicado

    conduz a resultados satisfatrios em projetos de dr enagem urbana que

    tenham estruturas hidrulicas como sarjetas, sarjetes, bocas-de-lobo e

    galerias, ou ainda para estruturas hidrulicas projetadas em pequenas

    reas rurais.

  • 79

    O mtodo pode ser apresentado sob a seguinte frmula:

    IACQ = 67,166 (eq. 1)

    Onde:

    = Vazo mxima ou de projeto [L/s]

    = Coeficiente de escoamento superficial, funo d o uso e ocupao do

    solo

    = Intensidade de chuva [mm/min]

    = `rea da bacia de contribuio [ha]

    A equao anterior sintetiza o mtodo, isto , a partir da chuva intensa, chega-

    se a uma vazo mxima, considerando caractersticas fsicas da bacia em

    questo como rea e coeficiente de escoamento superficial ou de deflvio (C).

    Este ltimo coeficiente nada mais que a razo entre o volume que escoa

    superficialmente e o de precipitao.

    O coeficiente de escoamento superficial necessrio para os clculos

    determinado em funo do uso e ocupao do solo. No clculo das demandas

    realizada uma mdia ponderada para obteno do coeficiente em funo dos

    usos existentes na bacia.

    Mtodo I-PAI-WU: Para bacias com rea entre 2 e 200 Km2. Este

    mtodo constitui um aprimoramento do Mtodo Racional. Sua aplicao

    tem sido aceita para bacias com reas de drenagem de at 200 Km2,

    sem limitaes quanto ao perodo de retorno. O raci onal, apesar de ser

    mais utilizado e aceito em bacias pequenas e pouco complexas, permite

    aperfeioamentos efetuados por meio de anlise e considerao de

    diversos fatores intervenientes, como os efetuados p