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PLANO CICLOVIÁRIO PARA A BARRA DA TIJUCA Integração Com os transportes Coletivos Parte 02 ISABELA SARAMAGO DE ARAUJO RIO DE JANEIRO 10/08/2014

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PLANO CICLOVIÁRIO PARA A BARRA DA TIJUCA Integração Com os transportes Coletivos

Parte 02

ISABELA SARAMAGO DE ARAUJO

RIO DE JANEIRO

10/08/2014

Page 2: PLANO CICLOVIÁRIO PARA A BARRA DA TIJUCAisabelasaramago.com.br/p02.pdf · travessia do canal. (, visitado em 23/07/2014). Beirando o canal, a ciclovia é segregada da calçada por

DIAGNÓSTICO DAS CICLOVIAS EXISTENTES NA BARRA DA TIJUCA E A

ACESSIBILIDADE:

Considerações Gerais:

Segundo a prefeitura do Rio de Janeiro a cidade têm atualmente 305

quilômetros de ciclovia e até 2016 a previsão é que este número chegue a 450

quilômetros. O cenário seria animador se essas ciclovias fossem diretas e exclusivas aos

ciclistas. As dificuldades registradas em vários pontos do bairro vão desde a falta de

sinalização, asfalto danificado, vias interrompidas, vias compartilhadas com pedestres e

ponto de ônibus, além da inexistência de rotas cicláveis. A negligência pública e a

ausência de campanhas educativas, afasta cada vez mais a escolha do uso da bicicleta

como meio de transporte. Mesmo transformando as vias em ciclovias nos fins de

semana e feriados, o resultado só enfatiza que a bicicleta é ótima para a prática de

esportes. Mesmo assim, vários acidentes entre ciclistas e pedestres são registrados.

A bicicleta depende naturalmente da escolha individual, mas é essencial lançar

processos dinâmicos para que as cidades ofereçam condições seguras no ato de pedalar

em prol de um ambiente urbano sustentável. As consequências positivas da implantação

do sistema cicloviário são maior facilidade de locomoção, redução dos níveis de

poluição sonora e do ar, melhoria na saúde e principalmente a diminuição do custo /

tempo nos deslocamentos urbanos. A flexibilidade concede ao usuário circular em locais

inacessíveis a outras modalidades.

Outro fator a ser considerado é o ato de caminhar. É um meio de transporte

bastante acessível e é considerada uma das formas mais usadas de deslocamento. No

entanto, os acidentes de trânsito associada à morte e a invalidez, geram à perda de

produção ou a interrupção das atividades, diminuindo a qualidade e a expectativa de

vida. É verdadeiro afirmar que o pedestre é o elemento mais vulnerável no trânsito.

Todavia é fundamental melhorar a acessibilidade investindo em uma infra-estrutura

viária adequada para a redução das distâncias das caminhadas ao acesso do transporte

público coletivo.

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As Ciclovias do Bairro:

Legenda:

- Ciclovia Av. das Américas;

- Ciclovia Av. Prefeito Dulcídio Cardoso;

- Ciclovia Orla Barra da Tijuca;

- Ciclovia Av. Ayrton Senna.

N

Mapa 1: Ciclovias existentes na Barra da Tijuca.FONTE: Google Maps visitado em 21/07/2014, com intervenção da autora do projeto.

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1 - Ciclovia da Avenida das Américas:

Construída no ano de 1996, a ciclovia que corre o canteiro central da avenida é

também conhecida como ciclovia Ayrton Senna - Américas. Exclusiva para os ciclistas,

esta via é muito atraente pela tiplogia curvilínea. A presença da natureza ajuda a

amenizar o calor. Apesar de ser uma via “arterial” de acesso a vários condomínios,

serviços e as vias locais, esta via é pouco utilizada pelos ciclistas. O trabalho realizado,

aponta algumas falhas na via:

- sinalização: em toda via, as placas de sinalização quando têm geralmente estão

apagadas. Nas interseções onde acontece o cruzamento dos automóveis, não existe

alteração de revestimento e nem redutor de velocidade. Os acessos aos centros

comerciais e aos núcleos residenciais acontece somente nos sinais de trânsito e é

compartilhado com os pedestres. Em muitas travessias, a faixa termina em calçadas

sem acessibilidade e em precária situação.

- iluminação: outro aspecto muito importante na segurança do ciclista é a iluminação.

Infelizmente, não existe nenhum tipo de iluminação nos cruzamentos e ao longo da

via. A visibilidade é por conta dos postes de iluminação pública.

- estacionamento: não há estacionamentos e nem paraciclos para as bicicletas na

ciclovia. Ao longo da Avenida das Américas, observou-se também que em todos os

pontos de ônibus e todas as as frentes das lojas, centros comerciais e condomínios não

existe paraciclos e nem bicicletários. Em alguns shopping centers como o

Barrashopping e o Città America, o bicicletário é compartilhado com as motos.

- acessibilidade: todos os acessos são compartilhados com os pedestres. Os cruzamentos

são estreitos e os semáforos são direcionados aos pedestres. A linha de travessia não é

contínua, e em alguns pontos não há rebaixo de nível. Também não existe faixa de

Mapa 2: Em destaque, ciclovia Av. da Américas.FONTE: Google Maps visitado em 21/07/2014, com intervenção da autora do projeto.

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retenção para as bicicletas. Fora da ciclovia, nos acessos adjacentes, o ciclista

compartilha a calçada com o pedestre onde em muitos pontos, a acessibilidade é

interrompida pela ocupação de ponto de ônibus, pontos de comércio e equipamentos

públicos.

- pavimento: a falta de manutenção é percebida praticamente em toda extensão da via.

Irregularidades, ondulações e buracos comprometem a segurança do ciclista.

A figura 01 apresenta fotos tiradas no local ilustrando o que foi relatado acima:

Sem acessibilidadeTravessia compartilhada

Pedestres na pista

Falta de manutenção

Falta de manutenção

Semáforo exclusivo para pedestres

Sobreamento Não há iluminação Não há faixa de travessia

Fonte: Todas as imagens arquivo pessoal.

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2 - Ciclovia Avenida Prefeito Dulcídio Cardoso:

Esta avenida começa próximo a Universidade Veiga de Almeida e a vai até o

início da Avenida das Américas, abaixo do elevado da Avenida Armando Lombardi.

Entre a Universidade Veiga de Almeida e a ponte Lúcio Costa existe um grupo de 23

condomínios com 5.024 unidades totalizando cerca de 20.000 moradores. Esse grupo é

administrado pela ABM - Associação Bosque Marapendi, oferecendo aos condôminos

uma área verde, transporte coletivo exclusivo e um sistema de balsas exclusivas para a

travessia do canal. (www.portalabm.com.br, visitado em 23/07/2014). Beirando o canal,

a ciclovia é segregada da calçada por sinalização no piso e placas informativas. Apesar

de ser pública, a manutenção é feita pela ABM.

O trajeto para chegar a ciclovia é feito pela rua. Não há ciclovia e nem

ciclofaixas. Os ciclistas compartilham com os pedestres ou com os motorizados. Para os

usuários que necessitam atravessar o canal, o único ponto para pegar a balsa localiza-se

no começo da ciclovia próximo a Universidade Veiga de Almeida. A acessibilidade na

calçada para os pedestres praticamente não existe. Os rebaixos no piso são para os

veículos motorizados. Não existe sinalização nas saídas dos carros dos condomínios e

nem alteração no revestimento.

As fotos da figura 02 mostra o caminho para chegar a ciclovia pelo Clube

Marapendi localizado na esquina da Avenida das Américas.

Mapa 3: Em destaque, ciclovia Av. Prefeito Dulcídio Cardoso.FONTE: Google Maps visitado em 21/07/2014, com intervenção da autora do projeto.

ElevadoCanal de Marapendi

Área administrada pela ABM

ClubeMarapendi

Ponto público para a balsa

Universidade Veiga de Almeida

Av. Evandro Lins e Silva

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Caracterísiticas da área do Canal de Marapendi e da ciclovia:

- Condomínios unifamiliares e multifamiliares;

- Escola e universidade;

- Transporte coletivo exclusivo dos condomínios administrados pela ABM - Associação

Bosque Marapendi;

- Ciclovia segregada;

- Acessibilidade;

- Paraciclos;

- Mobiliário;

- Iluminação;

- Comunicação visual para os ciclistas e os pedestres,

- Redução de velocidade para os motorizados por ondulações;

- Traçado da ciclovia respeitando a natureza;

Apesar desta ciclovia ser segregada, os pedestres caminham na ciclovia. A

figura 03 apresenta um panorama geral da ciclovia:

ABM

ABM

Acessibilidade

Acesso a balsa pública e o início da ciclovia

Ciclovia segregada

Fonte: Todas as imagens arquivo pessoal.

A calçada além de ser estreita existem equipamentos urbanos ao longo do percurso.

Calçada compartilhada

Via compartilhada com os motorizados

Clube MarapendiAvenida dasAméricas

Não existe ciclovia, ciclofaixa

Barreira

O ciclista compartilha com os pedestres

Começo da ciclovia

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Chegar a ciclovia pelo Avenida Evandro Lins e Silva é um caminho bastante

perigoso, pois o fluxo dos motorizados é intenso. Muitos condomínios multifamiliares e

centros comerciais se encontram nesta área. Pedalar pela rua é estar em alerta. A calçada

também prejudica não apenas o ciclista mas principalmente o pedestre, pois a largura da

mesma é estreita, e em alguns pontos os abrigos de ônibus ocupam a calçada impedindo

a livre circulação do pedestre. Vale ressaltar que esta avenida não possui nenhuma infra-

estrutura para os ciclistas.

A figura 04 mostra o acesso a ciclovia pela Avenida Evandro Lins e Silva:

Fonte: Todas as imagens arquivo pessoal.

Conforto para o pedestre e o ciclista

Sinalização Acessibilidade

Ônibus exclusivo Redutor de velocidade

Respeito a natureza

Abrigo para a espera da balsa

Pedestre na ciclovia Mobiliário

Calçada com comércio de pequeno porte

Calçada compartilhadasem ciclofaixa Calçada estreita

Fonte: Todas as imagens arquivo pessoal.

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3 - Ciclovia Orla Barra da Tijuca:

A construção desta via aconteceu entre os anos 1988-1993 quando o então

Prefeito Marcelo Alencar reurbanizou toda a orla implantando pistas de ciclovias

segregadas, calçadas largas, quiosques e alguns elementos da infra-estrutura cicloviária.

Hoje esta ciclovia se estende até o Recreio dos Bandeirantes. São 12

quilômetros de extensão e se conecta com a ciclovia Ayrton Senna.

Características da ciclovia:

- Ciclovia segregada;

- Acessibilidade;

- Paraciclos;

- Mobiliário;

- Faixas de sinalização com pintura no pavimento.

Apesar de parecer uma ciclovia ideal, ela apresenta algumas desvantagens

quanto a segurança para o ciclista:

- Falta de manutenção no pavimento e nos paraciclos;

- A sinalização para a travessia é direcionada aos pedestres;

Acesso a ciclovia

Não há ciclofaixa e nem ciclovia

Acesso a ciclovia

Mapa 4: Em destaque, ciclovia Orla Barra da Tijuca.FONTE: Google Maps visitado em 21/07/2014, com intervenção da autora do projeto.

Av. Lúcio Costa

Fonte: Todas as imagens arquivo pessoal.

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- Não existe iluminação própria para a ciclovia. A iluminação acontece pelos postes de

iluminação pública.

- Não há abrigos para os pontos de ônibus. Com isso, os pedestres utilizam a ciclovia

para a espera do ônibus.

- Não há bicicletários cobertos;

- Não há pontos de apoio ao ciclista quanto a manutenção da bicicleta;

- Não há ciclofaixas nos cruzamentos da via e os semáforos atendem apenas os

pedestres;

- Presença dos pedestres na ciclovia para prática de caminhar.

Destaca-se a importância em promover campanhas educativas em todos os

meios de comunicação, para os pedestres e os motorizados sobre cidadania, segurança e

responsabilidade, enfatizando ser a bicicleta um veículo e deve ser respeitada.

À seguir, na figura 05 as imagens tiradas no local:

Falta de manutenção

Estrutura dos paraciclos desgastadas

Sinalização no pavimento

Ciclovia segregada Ciclovia segregada

Com partilha indevida

Faixa de travessia compartilhada

Faixa de travessia compartilhada

Ponto de ônibus sem abrigo

Desrespeito ao ciclista

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4 - Ciclovia Avenida Ayrton Senna:

Com 7,5 quilômetros de extensão, a ciclovia é também conhecida como

Ciclovia Ayrton Senna-Américas. Esta ciclovia liga a Orla ao Trevo da Alvorada. A

paisagem ao longo do percurso é muito bonita, onde observa-se a paisagem do bairro.

Esta ciclovia se conecta com a ciclovia da Av. das Américas. A integração

acontece em frente ao shooping New York Citty Center, próximo ao Barra Shopping. A

partir deste ponto, a ciclovia continua e segue em direção ao bairro de Jacarepaguá,

integrando com o corredor exclusivo para os BRTs na Avenida Ayrton Senna.

Av. Lúcio Costa

Av. das Américas

Mapa 5: Em destaque, ciclovia Avenida Ayrton Senna.FONTE: Google Maps visitado em 21/07/2014, com intervenção da autora do projeto.

Linha AmarelaJacarepaguá

Fonte: Todas as imagens arquivo pessoal.

Semáforo para pedestres

Acessibilidade descontínua

Falta de manutenção

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Existe um grande mal entendido entre os ciclistas e os pedestres. Em todo este

trajeto, a calçada não existe. O caminho dos pedestres é pela ciclovia. A largura da via é

suficiente para os ciclistas nas duas direções, colocando todos os usuários em risco.

Em alguns pontos, não existe módulo segregador com a rua. Os motorizados a

qualquer momento podem estacionar na ciclovia. Nas paradas de ônibus, as pessoas

utilizam a ciclovia para a espera, pois não existe calçada, abrigo e nem separador físico

de proteção.

Quanto a sinalizacão, as faixas pintadas no chão são direcionadas a segurança

da travessia do pedestre. Não existe pavimento diferenciado para a bicicleta. O mesmo

ocorre nas rampas de saída dos motorizados das construções.

No caso da sinalização por semáforo, os pedestres são muito bem atendidos.

Não existe iluminação, paraciclos e nem bicicletários. A falta de manutenção torna a

ciclovia perigosa e desconfortável aos ciclistas.

Em se tratando de um diagnóstico, é importante mencionar todas esses pontos

críticos por ser uma via considerada pela mídia e pelos agentes, uma via segregada e

segura, o que na verdade não é. As imagens na figura 06 confirmam isso:

Ciclovia interrompida

Não há calçada

Cicloviacompartilhada

Não há sinalização

Não tem módulo segregador

Falta de manutençãoNão há faixa de sinalização com redutor de velocidade

Cicloviacompartilhada

Falta de manutenção

Falta de sinalização Indicação da bidireção

Desnível na via

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Foi diagnosticado também a falta de bicicletários nos centros comerciais, nos

condomínios e nos acessos ao transporte coletivo. Em alguns lugares, os bicicletários

são compartilhados e em outros não têm cobertura e não oferecem segurança. Alguns

exemplos na figura 07.

Estacionamento compartilhado com as motos

Rodoviária da Alvorada Não existe bicicletário.Os paracilcos só atendem 24 unidades.

Barra Shopping

Acesso compartilhado com os pedestres

Barra Shopping

Città America

Acesso compartilhado com os motorizados

Bicicletário do Citta América

Shopping Downtown

Bicicletário Shopping Downtown

Acesso compartilhado com os motorizados

Fonte: Todas as imagens arquivo pessoal.

Fonte: Todas as imagens arquivo pessoal.

Acesso a rodoviária Alvorada

Passarela compartilhada

Ponto de ônibussem abrigo

Uma das vistas da ciclovia

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É importante relatar que nos grupos residenciais unifamiliares - condomínios

fechados por uma guarita e no bairro Jardim Oceânico, existe em alguns cruzamentos,

redutor de velocidade com ondulações. A sinalização e a acessibilidade é direcionada ao

pedestre. Não existe ciclofaixa, ciclovia e nem sinalização para os ciclistas. E mesmo as

calçadas estão em precárias condições, salvo algumas exceções. Figura 08:

Conclusão:

A complexidade da estrutura viária existente na Barra da Tijuca comprova que

o bairro ainda está longe de ter condições seguras e adequadas para a bicicleta ser aceita

como um meio de locomoção. A falta de continuidade, sinalização, iluminação,

redutores de velocidade, pavimentação adequada, paraciclos, bicicletários, e

principalmente a falta de respeito, são questões básicas e fundamentais à segurança dos

ciclistas e dos pedestres.

É preciso ter consciência de que o automóvel não pode mais ser um modal

essencial dos moradores da Barra. No entanto, não existe uma forma de atender a todas

as demandas no mesmo espaço de circulação, uma vez que o ambiente de circulção foi

fisicamente projetado pelas políticas anteriores. O que se pode fazer é investir em outros

tipos modais ou a integração de todo o sistema. A Barra da Tijuca tem uma geografia

plana, ideal para a prática do ciclismo e da caminhada. A proximidade com o transporte

público é fundamental para a acessibilidade e a inclusão social. Desta forma, a

integração das modalidades é importante para o desenvolvimento sócio - econômico.

Aproveitando as obras que estão acontecendo entre o Trevo da Alvorada e a

Avenida Armando Lombardi para a implantação dos corredores exclusivos e o sistema

do BRT, o projeto a seguir, propõe a integração do transporte público coletivo com a

Fonte: Todas as imagens arquivo pessoal.

Jardim Oceânico

OndulaçãoCalçada sem manutenção

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bicicleta. Desta oportunidade, a construção de ciclovias segregadas paralelas as vias

automotivas, contendo as infra-estruturas adequadas ao sistema cicloviário, é uma

contribuição para a melhoria da acessibilidade estimulando a inclusão social. A criação

de um sistema articulado entre si, integrado tanto fisicamente como em termos de tarifa,

é a maneira de atrair os usuários dos automóveis, diminuindo então os constantes

congestionamentos vivenciados diariamente.

A integração do sistema BRT com os modais não motorizados traz diversos

benefícios a mobilidade urbana como por exemplo, a melhoria na qualidade do ar com a

redução da emissão dos gases do efeito estufa, melhoria na saúde pública, economia

relacionada ao tempo despendido nos trajetos intra-bairro e principalmente no benefício

econômico, pois a bicicleta é um veículo de pouca manutenção, sem custo de impostos,

e de fácil acesso.

PLANO CICLOVIÁRIO: INTEGRAÇÃO DA BICICLETA COM O TRANSPORTE

COLETIVO - PROJETO VIA VERDE.

Considerando todas as características de um sistema cicloviário - infraestrutura

adequada, rotas diretas e sem desvios, integralidade com o sistema rodoviário,

sinalização, mobiliário, entre outros, o estudo do projeto a seguir propõe uma nova

geometria na Av. das Américas, podendo ser aplicadas em outras vias arteriais. É uma

proposta sistemática baseada nas necessidades conforme o resultado do diagnóstico.

Via Verde: Projeto da implantação da ciclovia na Avenida das Américas:

Pensar a bicicleta como veículo, é integrá-la ao sistema viário. A proposta da

nova ciclovia - Via Verde, coloca a ciclovia segregada da via urbana disposta no mesmo

sentido dos automóveis. As travessias com sinalização apropriada e redutor de

velocidade consolidaria a segurança dos ciclistas. Para as ruas transversais de tráfego

menor, redutores de velocidade e limite de velocidade até 30km seriam adotados com

fiscalização eletrônica. Uma ciclovia segregada também seria construída na Avenida

Prefeito Dulcídio Cardoso interligando com a ciclovia existente no Canal de

Marapendi.

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Na figura 22, imagem via satélite de um trecho da Av. das Américas com a

proposta da ciclovia segregada:

O novo layout para a Avenida das Américas é implantar ciclovias laterais

unidirecional, acompanhando o sentido da via. Os segregadores em blocos de concreto

com interrupção apenas nos cruzamentos seriam fixados no limite da via. O pavimento

seria um nível acima da via do automóvel e abaixo da calçada. Postes com placas de

sinalização e luminárias em pontos estratégicos contribui à segurança dos acessos. Para

as travessias longas, aplicação de ilhas intermediárias com redutor de velocidade e

pavimento pintado. Para o Canal de Marapendi, três novos pontos seriam construídos ao

longo do canal para o público acessar a balsa e fazer a travessia.

Fonte: Mapa Google imagem satélite visitado em 27/07/2014 com intervenção da autora do projeto.

Ciclovia sentido Recreio

SinalizaçãoSinalização

Ciclovia sentido Zona Sul

Ciclovia Av. Prefeito Dulcídio Cardodo

Corte esquemático da Av. das Américas:

Largura da ciclovia: ≥ 1,80m.

Via unidirecionalFonte: Projeto da autora.

Iluminação e placa informativa

Fonte: Projeto da autora.

Segregador em concreto.

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Alguns exemplos de placas de sinalização para os pedestres, ciclistas e os

motorizados a serem implantados ao longo da ciclovia e aos cruzamentos da via. Figura

09:

Para o canteiro Central da Avenida das Américas:

A Barra da Tijuca é um bairro em que a convivência social acontece nos

condomínios ou nos centros comerciais. Para criar a proximidade entre os moradores e

os trabalhadores aos espaços públicos uma boa solução seria otimizar a área do canteiro

central com a instalação de bancos, paraciclos, pontos de calibragem gratuitos,

quiosques com comércio de pequeno porte, iluminação e principalmente banheiros

públicos. Preservar a biodiversidade existente é um dos objetivos do projeto,

transformando em um parque urbano linear. A presença de árvores e espaços verdes

contribui para amenizar o desconforto térmico.

Em alguns pontos do canteiro, destinar espaços para promover feiras artesanais

e exposições temporárias visando a miscigenação urbana, comercial e social. A ciclovia

existente se transformaria em uma grande e longa calçada para os pedestres. Na figura

24, imagem via satélite da Av. das Américas próximo ao número 3.255.

Fonte: Mapa Google imagem satélite visitado em 27/07/2014 com intervenção da autora do projeto.

Fonte: Projeto da autora.

Perspectiva do projeto Via Verde:

Fonte: Imagens da autora do projeto.

Ciclovia

Ciclovia

Canteiro central

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Quanto ao bicicletário coberto, o projeto visa atender o programa da integração

do transporte coletivo com a bicicleta, implantando em pontos de maior concentração de

comércio e serviços. À seguir, o layout do bicicletário na figura 25.

Distribuído em 100 metros quadrados de área, o bicicletário com geometria

curva em concreto aparente, dialoga com a paisagem e o entorno local. Um único acesso

permite a bicicleta entrar e circular até encontrar uma vaga. Os paraciclos de dois

andares atenderiam 130 unidades. Toda a área do estacionamento e a circulação é

coberta por uma laje com cobertura verde. No centro do edifício, uma área destinada aos

usuários com bancos em concreto e acabamento imitando madeira de demolição. Pontos

Bicicletário:

Entrada

Fonte: Projeto da autora.

Vista FrontalFicha técnica:- Área construída: 100,00m2- Área destinada as bicicletas:

62,00m2- Área dos banheiros: 7,00m2- Pátio interno: 26,00m2- Circulação interna: 5,00m2.- ø - 11,00m.- Capacidade: 130 unidades.

Pátio Interno

Cobertura verde

Quisoque

Vista Superior

Bicicletários

Circulação interna

Planta Baixa

BanheirosFonte: Projeto da autora.

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de calibragem seriam colocados na entrada do bicicletário. Quiosque de pequeno porte

seria o apoio para os ciclistas e a segurança do espaço. Funcionaria das 6h00s até as

24h00s. Os custos de manutenção poderiam ser divididos com o setor privado e a

concessionária. As águas pluviais seriam reaproveitadas para usar nas descargas dos

banheiros, lavagem do espaço e rega das plantas.

Este modelo de bicicletário seria implantado na estação rodoviária do Trevo da

Alvorada e próximo a estação da Linha 4 do metrô, como mostra a figura 26.

Em algumas cidades, os ônibus já circulam com um rack que poder ser

instalado na frente ou atrás do veículo e transportam até três unidades. A figura 10

mostra um ônibus com rack em São Paulo. É uma ótima proposta, pois complementaria

o deslocamento do morador da Barra para diversos pontos da cidade.

Fonte: http://vejario.abril.com.br visitado em 29/07/2014 com intervenção da autora do projeto.

Estação do Metrô - Av. Armando Lombardi

Bicicletário coberto

Fonte: O Estado de São Paulo, pesquisado em 28/07/2014.

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Sendo o foco do projeto proposto a integração da bicicleta com o transporte

público, o bicicletário também seria implantado no canteiro central da Avenida das

Américas, nas proximidades das estações do BRT, fazendo parte da inclusão social. Este

modelo atenderia 65 unidades em cada módulo, totalizando 260 bicicletas. A

acessibilidade seria no mesmo nível da calçada. Não haveria banheiros dentro do

bicicletário. O quisoque continuaria a ser o gerenciador do espaço. Para as travessias,

aplicar um pavimento diferenciado em textura e cor. A sinalização seria tanto para os

pedestres como também para os ciclistas.

Como complemento da integração modal, em todas as estações do BRT e

Metrô, paraciclos, bancos, estação de calibragem, banheiros, seriam os complementos

da infra-estrutura cicloviária. A segurança do bicicletário e o custo da manutenção deve

ser integrado a tarifa do BRT. Para o metrô, reservar 1/3 do vagão para o transporte das

bicicletas pelo usuário, sendo fixadas em paraciclos verticais. Adotar a integração

tarifárica e não apenas física entre todos os modais.

Seguindo a mesma tipologia do bicicletário proposto, mas com dimensão

reduzida, este modelo seria implantado no canteiro central da Avenida das Américas.

Figura 11:

Bicicletários

Circulação interna

Quisoque

Pátio Interno

Cobertura verde

Vista Superior Planta Baixa

Fonte: Projeto da autora.

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Como mostra a figura acima, o canteiro central se transformaria em um longo

parque com café, jornaleiros, bancos, enfim, uma reurbanização planejada, propondo

uma mistura de uso tendo como objetivo a melhoria da qualidade de vida e a inclusão

social.

Com a intenção de atrair o usuário do automóvel particular, implantar dentro

dos ônibus do BRT, uma área com paraciclos verticais para a fixação da bicicleta.

Ampliar a oferta da mobilidade integrada é uma das saídas para a diminuição

dos congestionamentos da Barra da Tijuca.

Fonte: Projeto da autora.

Via mista

Via mista

Via corredor BRT

Via corredor BRTVia mista

Via mista

Ciclovia unidirecionalCalçada

CalçadaCiclovia unidirecional

Fonte: Projeto da autora.

Planta Baixa da Avenidas das Américas:

BicicletárioEstação BRT

Bicicletário

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Quanto ao Jardim Oceânico e todas as áreas residenciais, adotar o “traffic

calming” com redutores de velocidade por ondulações e limite de velocidade de 30km

fiscalizados com radares eletrônicos, pois trata-se de áreas residenciais, de ruas estreitas

e de pouco fluxo. Figura 13:

Em travessias longas, construção de ilhas intermediárias - rotatórias com

pavimento diferenciado controlando a velocidade e placas de sinalização.

Para todos os centros comerciais de pequeno e grande porte: bicicletário

coberto, e ciclofaixas até chegar ao estacionamento.

Um dos maiores desafios à implantação é viabilizar diálogos entre o município,

o estado e o setor privado. Considerando que o ônibus é o principal meio de transporte

público, integrá-lo no sistema viário na construção de vias cicláveis segregadas é uma

operação que envolve todos os agentes e é essencial para que essa prática atraia o

usuário do automóvel.

As soluções quando bem planejadas pagam-se facilmente frente aos benefícios

gerados. Não se deve perder de vista que o maior beneficiário será todo o sistema modal

sustentável.

Fonte: Mapa Google imagem satélite visitado em 27/07/2014 com intervenção da autora do projeto.

Jardim Oceânico

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CICLOCIDADES: Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo, 2014.

CIDADES PARA BICILETAS, CIDADES DO FUTURO. Comissão Européia. DG doAmbiente, 2000.

CIDADES, Plano de Mobilidade por Bicicletas nas Cidades. DF, 2007.

FOLHA DE SÃO PAULO, Caderno Mobilidade Urbana, 12/10/2013.

GUIMARÃES, Geraldo Spagno. Comentários à Lei de Mobilidade Urbana, Lei n°12.587/12. Belo Horizonte: Fórum, 2012.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Ciclovias Cariocas. Rio deJaneiro: Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, 2005.

REVISTA da Bicicleta: www.revistabicicleta.com.br.

SCHETINO, André M. Pedalando na Modernidade: a bicicleta e o ciclismo natransição do século XIX para o XX. Rio de Janeiro: Ed. Apicuri, 2008.

VASCONCELLOS, Eduardo A. Mobilidade Urbana e Cidadania. Rio de Janeiro: Ed.Senac, 2012.