periÓdico consagrado aos interesses da religiÃo...

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Ap.') Santa, Mirgarida de Corfona. Côr branca (dnplox.) 24.Sexta-feira. S. Mathias, Apóstolo, Missa pro populo. Côr vermelha, (duplex -a ciasse,) 25.Sabbado. Sagrada; Cp roa de Espinhos de Nosso Sànhpr Jesus-Christo. Cor vermelha. (dup!e.<. niaj.) DO TERCEIRO ARTIGO DO SYMBOLO O qual foi concebido do Espirito Santo, nasceu de Maria Virgem. (Continuação). § 6. Que cousa se ha de considerar princi- paímenle acerca da primeira parle deste artigo. * Estas são as cousas que pareceram se haviam de declarar do maravilhoso mysterio ela Con- ccicào: das quaes para podermos alcançar frueto saudável, estas cousas elevem os lieis princi- palaiento trazer na memória e cuidar muitas vezes em sous ânimos, ser Doos o quo tornou carne humana, o ser feito homem por lal modo, que o não podemos alcançar com o entendi- mento e menos declarar por palavras. Final- mento a este fim quiz ser feito homem: para que nós os hommis tornássemos a nascer filhos de Deos. Quando com attenção considerarem estas cousas,"croam, adorem com humildade e fiel animo todos os mysíerios que so encerram nesto artigo, nem os queiram curiosamente in- quérir o penetrar: porque difíicultosamonte se poderia fazor som perigo. Ú 7. Explica-se o que quer dizer: Nascido de Marta Virgem. Esta é outra parto deste artigo, na declaração da qual o Parodio so occup.ira com diligencia: porque devem os fieis crer qué Jesus Christo Nosso Senhor não somente foi concebido por virtudo do Espirito Santo; mas também epie nasceu de Maria Virgem e veio ao mundo. Co.n quanta alegria e suavidade do animo se dovo Considerar a deste mysterio, declara a voz do Anjo que primeiro trouxe esta bom- aventurada nova ao mundo, porque disso: Eis dou-vos novas de uma grande alegria, que será a todo o povo. Principalmente se póde isto facilmente entender do cântico do exer- cito celestial, quo os Anjos cantaram: Gloria nos céos a Deos e paz na terra aos homens de boa vontade. Daqui também se começou a cumprir aquella mui grando promessa de "Deos, que fez a Abrahão, ao qual foi dito que em algum tempo em sua geração seriam bentas todas as gentes: porque Maria, quo verdadei- ramente pregamos ser Mài de Reo-;, e a lion- ramos, porque pario a Pessoa que juntamente era Deos o Homem, era da geração de el-rei Davi d: § 8. Christo não nasceu do modo commum e como os mais homens. Mas assim como a mesma Conceição de todo vence a ordem da natureza, assim no nasci- mento nào ó licito considerar cousa que nào seja divina. Além disto nasce de Mài sem dimi- nuiçào alguma da Virgindade cit Mãi: (.pie é cousa que om nenhuma maneira so póde dizor, ou cuidar outra nnis maravilhosa. E como de- pois sahio do SêpÜlcro cerrado e sellado, e entrou onde estavam os discípulos cerradas as portas, ou lambem (nao nos apartando das cousas que cada dia vemos naturalmente serem feitas) do modo que os raios do so! traspassáin a. substancia, do vidro, som lodavia. ò quebrarem ou ern alguma maneira damuificarem: assim o por mais excellente mo lo, Jesus Christq nasceu cio ven Ire elo sua, Mài sem prejuízo algum da Virgindade matcrnal. Porquo sua inteira c perpetua Virgindade celebramos com mui ver- dadoiros louvores. O que assim foi feito por virtude cio Espirito Santo, o qual na Con- ceiçào e Parto do Filho assim assistio á Mài, que lhe deu geração o conservou perpetua Vir- gindade. § 9. Com razão é Christo chamado segundo Adão e Maria outra Eva. Costuma algumas vezes o Apóstolo chamar a Christo Jesus ultimo Adão, e comparal-oao primeiro Adão: porque como no primeiro todos os homens morrem; assim, no segundo, todos são tornados á vida: c como Adão foi pai da geração humana (quanto ao que pertence ao estado natural), assim Christo é autor da graça c gloria. Do mesmo modo podemos Iam- bem assim comparar a Mài-Virgem com Eva, quo á primeira Eva responda a segunda, qué é Maria: da maneira qüe mostramos o segundo Adão, ipie é CHRISTO, responder ao primeiro Adão, porque Eva dando credito á serpente intrdduziÒ maldição o morte ã geração humana : o Maria dopms que crôo ao Anjo, por bondade de Deos so foz quo aos homens viesse benção e vida. Por causa de Eva nascemos filhos do ira ; de Maria recebemos lESUS-CHRlSTP, pelp qual tornámos a nascer filhos do graça. A' Eva foi dito: Em dôr pcivirás os filhos; Maria foi livre desta lei, como aquella que, salva a, in- teirosa d,\ castidado virginal, sen. algum senti- mento de, dôr, como acima se disse, pario Jesus Filho de Deos. § 10. Com que figuras c prophecias estejam principulnrmle representados os Mysíerios da Conceição e Nascimento de Chris!o. Assim que como sejam tão grandes e tantos os segredos maravilhosos desta Conceição e Nascimento, foi conveniente á Providencia Di- vina que so demonstrassem por muitas figuras e prophecias. Pelo qual os Santos Doutores entenderam, que a oste lugar pertenciam muitas cousas que lemos em diversos lugares da Sagrada Escriplura: e principalmente aquella porta do Sancluario que Ezequiel vio cerrada: e assim a Pedra cortada do monte sem mãos, como diz Daniel: a qual foi feita grande monte o encheu toda a terra. Depois disto a vara do A uão, a qual llorccou entro as varas dos príncipes do Israel : o o silvado que Moysés vio arder sem se queimar. Por muitas pa.la.vris escreveu o Santo Evangelista a His- Loria do Nascimento elo Christo: da qual não ha para quo mais digamos, porque o Parocho o póde ver facilmente. § lí. Deve-se inç-ulcar. muito repetidas vezes ao poço o Mg terio da, En cam ação: e quanta utilidade secdiie da sa-', mel ilação. O qual deve trabalhar, que estes Mysterios, os quaes sào escriptos para nossa doutrina, se imprimam no entendimento e nas almas dos lieis. PrÍT.eiramcnie, para que com a lem- branca ele tâò írande mercêfacam algum ser- viço a Deos autor"'delia; Ealém dido, pira que lhes ponha ante os olhos esto grande e singu- larexe.mplo.de humildado para o imitarem. Porque, que cousanos póde ser mais proveitosa emais conveniente para abu.xar asoburba ele- vantai" nossos ânimos, quo cuidar muitas vezes como Deos se humilhou para communicar com os homens sua gloria : o, para tomar a enfer- iniciado e fraqueza dos homens, fazer-se Deos homem : e ministrar ao homem aquella summa e infinita magestade, com cujo aceno (cemo diz a Escriplura) as olamnas do Céo tremem e lanem : o nascer na terra .aquelle, a quem os Anjos adoram no Céo? Assim que fazendo Deos estas cousas por nossa causa, que convém, quo nós façamos pelo servir, e de quào boa e alegre vontade devemos < amar, abraçar e cumprir Iodos os oflicios de humildade? Vejam os fieis com quão saudável doutrina nos ensina Christo nascendo, antes que comece a fallar: nasce pobre, nasce como peregrino em estalagem, nasce em uma vil manjadoura, nasce no meio do inverno, porquo desta maneira escreve S. Lucas: Foi falo, comi ahi estives- sem, cumpriram-se os diaspara que parisse: e pario seu Filho.Primogênito, e o aivolveu cm pannos e o pôz em uma manjadoura ; porque não h una para elle lug-ir na esla- lagem. Por, ventura póde o Evangelista com- prehenderem mais humildes palavras toda a Magestade o gloriado Céo o da terra? E não escreve, quo nào havia lugar na estalagem ; mas quo o nào havia para aquelle, que diz : Minha é toda. o lera, e quanto v-lla ha. 0 que também outro Evange- lista affirma: Ao seu pr prin nio, e os seus o nã) receberam, Quando os lieis puzorem estas cousas ante os olhos, clopois disso cuidem que«quiz Doos sujeitar-se á baixeza e fraqueza de nessa carne, para que o gênero humano fosse posto em altíssimo grão ele dig- nidade : porquo esta »:ousa bem dedara a excellente dignidade o preemiiun da do ho- mem, que por merco do Deos lhe é dada : que fosso homem o mesmo, apxé é ver ladeiro, e perfeito Deos. De, maneira que nos podemos gloriar do Filho do Deos ser nosso osso e nossa carne : o que nào é concedido aos Bemaven- turaçlos Anjos: porque (como diz o Apóstolo) não toinõua nalurczi dos A/rijos; mas a hu- mana. Além disto nos devemos guardar de que por nosso mui grande-mal aconteça que, como ua estalagem dc Belém lhe faltou lugar em que nascesse, assim lambem quando nào nasce em carne, nào possa achar em nossos corações lugar om que nasça espiritei d nente: porque isto ó o quo grandemente deseja, por

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BIBLIOTHECA MACIONÍIePUBÜCADO

BIO Ü JANEIRO***

PERIÓDICO CONSAGRADO AOS INTERESSES DA RELIGIÃO E Dl SOCIEDADESOB OS AUSPÍCIOS DE SUA EXC. REVMA. O SR. BISPO DIOCESANO.

As communieações o reclamações devem ser dirigidas unicamente á Redacçao, na typographia do Apóstolo, rua Nova do Ouvidor n. 16.Clamaifcaque, clama, ne cesses. (Carta dé Pio fx" á Red. do Apóstolo.)Dum lucem ha!.«tis, credite In lucum.—(s. .uno, cap. 12, v. 3«.)

Caleada-io da sçkkiqína.

19. Domingo. Dominga da Quinquàgesima.;2aclasse. Da dominga. (Missa]pró-íjfopwZôi) Côrroxa. (Sem.)

20. Segunda-feira. Santa Agneçla, Virgem,Martyr. Côr vermelha, (çluplex.)

21. Ten;a-feira. S. Romualdo, Abbade, Con-' fessor. Côr branca, (duplex.)

22. Quarta-feira, Cinza. Da feria. Côr roxa.

(Jejum.)23. Quinta-feira. (Vigília do S. Màthias. Ap.')

Santa, Mirgarida de Corfona. Côr branca

(dnplox.)24. Sexta-feira. S. Mathias, Apóstolo, Missa

pro populo. Côr vermelha, (duplex -a ciasse,)25. Sabbado. Sagrada; Cp roa de Espinhos de

Nosso Sànhpr Jesus-Christo. Cor vermelha.(dup!e.<. niaj.)

DO TERCEIRO ARTIGO DO SYMBOLO

O qual foi concebido do Espirito Santo, nasceude Maria Virgem.

(Continuação).

§ 6. Que cousa se ha de considerar princi-paímenle acerca da primeira parle deste artigo.

* Estas são as cousas que pareceram se haviamde declarar do maravilhoso mysterio ela Con-ccicào: das quaes para podermos alcançar fruetosaudável, estas cousas elevem os lieis princi-palaiento trazer na memória e cuidar muitasvezes em sous ânimos, ser Doos o quo tornoucarne humana, o ser feito homem por lal modo,que o não podemos alcançar com o entendi-mento e menos declarar por palavras. Final-mento a este fim quiz ser feito homem: paraque nós os hommis tornássemos a nascer filhosde Deos. Quando com attenção consideraremestas cousas,"croam, adorem com humildade efiel animo todos os mysíerios que so encerramnesto artigo, nem os queiram curiosamente in-quérir o penetrar: porque difíicultosamonte sepoderia fazor som perigo.

Ú 7. Explica-se o que quer dizer: Nascidode Marta Virgem.

Esta é outra parto deste artigo, na declaraçãoda qual o Parodio so occup.ira com diligencia:porque devem os fieis crer qué Jesus ChristoNosso Senhor não somente foi concebido porvirtudo do Espirito Santo; mas também epienasceu de Maria Virgem e veio ao mundo.

Co.n quanta alegria e suavidade do animose dovo Considerar a fé deste mysterio, declaraa voz do Anjo que primeiro trouxe esta bom-aventurada nova ao mundo, porque disso:Eis dou-vos novas de uma grande alegria, queserá a todo o povo. Principalmente se pódeisto facilmente entender do cântico do exer-cito celestial, quo os Anjos cantaram: Glorianos céos a Deos e paz na terra aos homens deboa vontade. Daqui também se começou acumprir aquella mui grando promessa de

"Deos,• que fez a Abrahão, ao qual foi dito que em

algum tempo em sua geração seriam bentastodas as gentes: porque Maria, quo verdadei-ramente pregamos ser Mài de Reo-;, e a lion-

ramos, porque pario a Pessoa que juntamenteera Deos o Homem, era da geração de el-reiDavi d:

§ 8. Christo não nasceu do modo commum ecomo os mais homens.

Mas assim como a mesma Conceição de todovence a ordem da natureza, assim no nasci-mento nào ó licito considerar cousa que nàoseja divina. Além disto nasce de Mài sem dimi-nuiçào alguma da Virgindade cit Mãi: (.pie écousa que om nenhuma maneira so póde dizor,ou cuidar outra nnis maravilhosa. E como de-pois sahio do SêpÜlcro cerrado e sellado, eentrou onde estavam os discípulos cerradas asportas, ou lambem (nao nos apartando dascousas que cada dia vemos naturalmente seremfeitas) do modo que os raios do so! traspassáina. substancia, do vidro, som lodavia. ò quebraremou ern alguma maneira damuificarem: assim opor mais excellente mo lo, Jesus Christq nasceucio ven Ire elo sua, Mài sem prejuízo algum daVirgindade matcrnal. Porquo sua inteira cperpetua Virgindade celebramos com mui ver-dadoiros louvores. O que assim foi feito porvirtude cio Espirito Santo, o qual na Con-ceiçào e Parto do Filho assim assistio á Mài,que lhe deu geração o conservou perpetua Vir-gindade.

§ 9. Com razão é Christo chamado segundoAdão e Maria outra Eva.

Costuma algumas vezes o Apóstolo chamar aChristo Jesus ultimo Adão, e comparal-oaoprimeiro Adão: porque como no primeirotodos os homens morrem; assim, no segundo,todos são tornados á vida: c como Adão foipai da geração humana (quanto ao que pertenceao estado natural), assim Christo é autor dagraça c gloria. Do mesmo modo podemos Iam-bem assim comparar a Mài-Virgem com Eva,quo á primeira Eva responda a segunda, qué éMaria: da maneira qüe mostramos o segundoAdão, ipie é CHRISTO, responder ao primeiroAdão, porque Eva dando credito á serpenteintrdduziÒ maldição o morte ã geração humana :o Maria dopms que crôo ao Anjo, por bondadede Deos so foz quo aos homens viesse bençãoe vida. Por causa de Eva nascemos filhos do ira ;de Maria recebemos lESUS-CHRlSTP, pelpqual tornámos a nascer filhos do graça. A' Evafoi dito: Em dôr pcivirás os filhos; Maria foilivre desta lei, como aquella que, salva a, in-teirosa d,\ castidado virginal, sen. algum senti-mento de, dôr, como acima se disse, parioJesus Filho de Deos.

§ 10. Com que figuras c prophecias estejamprincipulnrmle representados os Mysíerios daConceição e Nascimento de Chris!o.

Assim que como sejam tão grandes e tantosos segredos maravilhosos desta Conceição eNascimento, foi conveniente á Providencia Di-vina que so demonstrassem por muitas figurase prophecias. Pelo qual os Santos Doutoresentenderam, que a oste lugar pertenciammuitas cousas que lemos em diversos lugaresda Sagrada Escriplura: e principalmente aquellaporta do Sancluario que Ezequiel vio cerrada:e assim a Pedra cortada do monte sem mãos,como diz Daniel: a qual foi feita grandemonte o encheu toda a terra. Depois disto avara do A uão, a qual só llorccou entro as

varas dos príncipes do Israel : o o silvado queMoysés vio arder sem se queimar. Por muitaspa.la.vris escreveu o Santo Evangelista a His-Loria do Nascimento elo Christo: da qual nãoha para quo mais digamos, porque o Parochoo póde ver facilmente.

§ lí. Deve-se inç-ulcar. muito repetidas vezesao poço o Mg terio da, En cam ação: e quantautilidade secdiie da sa-', mel ilação.

O qual deve trabalhar, que estes Mysterios,os quaes sào escriptos para nossa doutrina, seimprimam no entendimento e nas almas doslieis. PrÍT.eiramcnie, para que com a lem-branca ele tâò írande mercêfacam algum ser-viço a Deos autor"'delia; Ealém dido, pira quelhes ponha ante os olhos esto grande e singu-larexe.mplo.de humildado para o imitarem.Porque, que cousanos póde ser mais proveitosaemais conveniente para abu.xar asoburba ele-vantai" nossos ânimos, quo cuidar muitas vezescomo Deos se humilhou para communicar comos homens sua gloria : o, para tomar a enfer-iniciado e fraqueza dos homens, fazer-se Deoshomem : e ministrar ao homem aquella summae infinita magestade, com cujo aceno (cemo diza Escriplura) as olamnas do Céo tremem elanem : o nascer na terra .aquelle, a quem osAnjos adoram no Céo? Assim que fazendoDeos estas cousas por nossa causa, que convém,quo nós façamos pelo servir, e de quào boa ealegre vontade devemos < amar, abraçar ecumprir Iodos os oflicios de humildade?Vejam os fieis com quão saudável doutrina nosensina Christo nascendo, antes que comece afallar: nasce pobre, nasce como peregrino emestalagem, nasce em uma vil manjadoura, nasceno meio do inverno, porquo desta maneiraescreve S. Lucas: Foi falo, comi ahi estives-sem, cumpriram-se os diaspara que parisse:e pario seu Filho.Primogênito, e o aivolveucm pannos e o pôz em uma manjadoura ;porque não h una para elle lug-ir na esla-lagem. Por, ventura póde o Evangelista com-prehenderem mais humildes palavras toda aMagestade o gloriado Céo o da terra? E nãoescreve, quo nào havia lugar na estalagem ;mas quo o nào havia para aquelle, quediz : Minha é toda. o lera, e quantov-lla ha. 0 que também outro Evange-lista affirma: Ao seu pr prin nio, e osseus o nã) receberam, Quando os lieis puzoremestas cousas ante os olhos, clopois dissocuidem que«quiz Doos sujeitar-se á baixeza efraqueza de nessa carne, para que o gênerohumano fosse posto em altíssimo grão ele dig-nidade : porquo esta só »:ousa bem dedara aexcellente dignidade o preemiiun da do ho-mem, que por merco do Deos lhe é dada : quefosso homem o mesmo, apxé é ver ladeiro, eperfeito Deos. De, maneira que já nos podemosgloriar do Filho do Deos ser nosso osso e nossacarne : o que nào é concedido aos Bemaven-turaçlos Anjos: porque (como diz o Apóstolo)não toinõua nalurczi dos A/rijos; mas a hu-mana. Além disto nos devemos guardar de quepor nosso mui grande-mal aconteça que, comoua estalagem dc Belém lhe faltou lugar em quenascesse, assim lambem quando jà nào nasceem carne, nào possa achar em nossos coraçõeslugar om que nasça espiritei d nente: porqueisto ó o quo grandemente deseja, por

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33 O APÓSTOLO

ser mui desejoso da nossa salvação. Porquecomo elle por virtude do Kspirilo-Santo,por cima da ordem da natureza foi feitoe nascido homem, e foi santo, e ainda a mesmasantidade : assim convém que nós nasçamos,não de geração humana, nem de vontade decarne, mas cíe Deos: e depois, como nova crea-tura, andemos em novidade de espirito eguardemos aquella santidade e inteireza doanimo, que principalmente Convém aos ho-mens renascidos em espirito d'e Deos. Porquedesta maneira representaremos em nós mesmosalguma semelhança desta santa conceição enascimento do Filíio de Deos, a qual com ani-mo fiel cremos, e crendo honramos e ado-ramos no Mysterio a sabedoria de Deos, queestá escondida.

0 APÓSTOLO19 de Fevereiro de 1871.

Emilio Castelar e as suas coti-tratíicções sobre a questão Ro-mana.

«filemos de consentir; y hadeconsentir ei mundo que este eige-fé irifalible de uma religion tanuniversal hajo Ia tutela dei rey de'Saboya?

(( No, no puede consentido; no,no debe consentiria; porque eirey de Saboya seria entonccs eitutor dei Papa, ei patrono deiPapa, v d gere de Ia íglesíà!..»

«... Poro' si ei Papa no puedecontinuar siendo rey ; porque nolo consienle núestra civilizacion,separada de Ia autocracia y de Iatej racia, tampoeo, dado ei caracter que tiene y Ia autoridadque estiende sobre los puebloslatinos, ei Papa puede ser vasállode nin gum rey 1

« Ea caída dei poder temporalsupone Ia separaeion de Ia Iglesiav dei Estado, y Ia separaeion deia Iglesia y dei'Estado supone Iarepública.

« Solo en una república estasdos grandes fuerzas puedoin vivirseparadas.

Madrid, 9 de Dezembro de 1870.(Emílio Castelai,.)

(f Usqne húc venies, et non pro-cedes ainplins, et hic confringestumeutes flucius tuos!

(Job. cap. 3S, v. 11.)I.

Eclypsou-se arluz da intelligencia de EmilioCastelar ! Quebrou-se a poderosa eloqüênciado tribuno hespanhol! Deos fulminou contraelle esta terrível e esmagadora sentença: « até(( aqui chegaràs, e não pássaras mais longe ; e« aqui quebrarás as tuas ern poli adas ondas ! »

Os filhos deste século acreditam treslouca-damente que por ter-lhes sido permittidoderrubar Ihronos terrestres, avermelhar o cu_tello fralricida com o sangue de martyres re-ligiosos e políticos, desprezar as leis eternas eaté as que elles mesmos fazem, olhar corn in-differenea para as minas que amontoam com oseu espirito de destruição, misturar as cousassagradas e profanas, nivelar o bem e o mal,zombar da religião, da moral e da educaçãochristã, ufanando-se janetanciosos com os seustriumphos ephemeros, podem lambem erguer

a cabeça para o céo, e desafiar a paciência doDeos; mas esquecem-se de que o Omnipotentedisse no livro de Job : « tirar-se-ha aos Ímpiosa sua luz; e quebrar-se-ha o seu excelso braço.»

Emilio Castelar falia bem; ruas Doos cclvpsoua luz da sua intelligencia, quando o tribunohespanhol pretendeu elevar-se do abysmo das

contigencias humanas ao cimo das verdadeseternas.

Não pertencemos ao numero dos homensque hostilisam os seus semelhantes pelas suasopiniões políticas, não. Entre os republicanos,enlre os monarchistas, entre os absolutistas,entre os democratas, entre os partidários daliberdade sensata e da ordem verdadeira, hacatholicos de boa fé que distinguem a verdadeda mentira, a liberdade da licença, a razào dapaixão, a realidade da ficção.

Não guerreamos o -tribuno hespanhol por serrepublicano, não: respeitamos as convicções deiodos os que procedem de boa fé. O que nospenalisa ern extremo, o que nos amargura ocoração, o que nos opprime a alma é vermosque, para defender uma idéa politica, renun-cie á razão e fique obumbrado o seu espirito,que, podendo ser luz bella, obstina-se em serfacho de caliginosa fumaça.

Sede republicano, si esse fòr o vosso modo deencarar os elementos constitutivos da socie-dade humana; pregai as vossas doutrinas comargumentos e não corn adulterações históricas;espalhai as vossas convicções com uma lingua-gem repassada de verdade, e dignidade ; masrespeitai a fé, acatai a revelação, humilhai-vosperante a palavra eterna de Deos.

Nâo ignorais que de republicanos passaramos povos a serem monarchistas, e de monar.chistas a republicanos, sem terem adiantadono verdadeiro caminho do progresso senão le-vados pela religião, pela moralidade e pelaeducação : e nào vos esqueçais de que essesvaivéns políticos e sociaes repetir-se-hào aléa consummação dos séculos, ou até a chegadado verdadeiro Rei dos reis, Senhor dos se-nhores, Christo, que é, segundo Santo Agos-tinho, « Rex, quód mentes regai. » Só Deos éo rei das almas.

Sede republicanos, lembrando-vos de Sa-rnuel; nós seremos monarchistas,lembrando-nosde David. E fiquemos convencidos todos, Êmi-lio Castelar e nós, de que, quando apresentar-nos-hemos perante o tribunal de Deos, nàonos perguntarão si fomos durante a peregrina-çao desle mundo republicanos ou realistas, se-nâo si fomos bons christãos.

Feitas eslas necessárias observações, paranào sermos acoimados de realistas intolerantese de catholicos intratáveis, passaremos a ana-lysar os dous paragraphos do esçripto de Emi-lio Castelar, publicados nos domingos 5 e 12do corrente mez no Apóstolo.

U.O povo nào sabe bastante historia para ler

com proveito os èscriptos dos tribunos e dosdemagogos: os eruditos de jornal sabem só aque lhes convém ; os homens versados nesseestudo sào poucos, e nào podem muitas vezesimpedir a inundação das doutrinas impuras quederramam a esmo os demagogos, os tribunos eos políticos especuladores.

Emilio Castelar pertence a essa classe dehomens que, ornados pela Divina Providenciacom dotes eminentes, usam delles em prejuizopróprio e cm desvantagem de seus seme-Ihanles.

Veremos mais adiante as citações de Arnaldode Brescia, de Rienzi, dos guelphos, dos tribu-nos, etc, etc, e mostraremos a base fofa destase de outras proposições, traçadas no papel sem

tel-as antes ponderado convenientemente. Aeloqüência de per si só deslumbra por ummomento ; mas a lógica illumina sempre : aeloqüência dos tribunos commove, mas nãopersuade : allucina, mas não convence : enthu-siasma, mas não produz heróes. Os discursosdos tribunos, quando ouvidos só, agradam;lidos reílectidamente cançam e ató enjoam.

Emilio Castelar nos diz, depois de fallar deRoma com essa verbosidade própria dos ho-mens meridionaes, que tudo está alli consa-grado á religião ; e que o facto capitalissimoque não podem e não devem desconhecer oshomens políticos e legisladores é ser Roma aque governa ainda por meio de seus Pontificese dos delegados de seus Pontifices a conseien-cia de uma parte importante do gênero humano.

Accrescenta no seu enthusiasmo quasi reli-gioso que a Egreja Catholica interessa a todos,e principalmente a nós, heróica raça latina ,porque a Egreja Catholica é ainda o sepulchrodos nossos pais, o refugio das nossas conscien-cias, o ideal debaixo de cujas invocações tor-nam-se as nossas casas em templos santos. Dizainda mais: «E esse rei não pôde viver em pazno monte Aventino; nào pôde pedir um asylo,um pouco de repouso ao regaço maternal daEgreja; porque a Roma moral não pôde ser aba-fada no manto real de Victor Manoel; porquea alma dessa Roma santa leva comsigo algumacousa mais do que os seus próprios destinos,leva comsigo os destinos da consciência hu-mana ! »

E Emilio Castellar feito o joguete da suaconsciência e da sua paixão politica, lutandocom as ondas do mar tormentoso da alluci-nação e com os fulgores da iuz da verdade,exclama:

« E poderemos consentir e ha de consentiro mundo que o chefe infallivel de uma religiãotào universal esteja debaixo da tutella do reide Saboia? Nào, não pôde consentil-o; não,nâo deve consentil-o; porque o rei de Saboiaseria então o tutor do Papa, o patrono do Papa,o chefe da Egreja Catholica 1 »

Aqui Castellar nada em ondas de luz; masengolfando-se no pelago borrascoso da paixãopolitica, faz esforços sobrehumanos para poderficar á tona das furiosas vagas, e brada: «Si oPapa, porém, não pôde continuar a ser rei;porque não o consente a nossa civilisação,aífastacla da autocracia e da theocracia, tambemnão pôde o Papa ser vassallo de um rei, dado

caracter que lem, a autoridade que exercesobre os povos latinos. »

Espectaculo grandioso para o philosophochristão é este que apresenta o tribuno hes-panhol no meio do mar em que lutam a suaconsciência intima e a sua exaltada paixão po-

itica. Procura na confusão das suas idéas aancora de salvação, vai agarra-la com possanteforca, e obumbra-se-lhe a vista, e pega n'umavaga empollada que o sepulta juntamente comas suas soberbas escumas no profundo doabysmo, para reapparecer de novo a con-tcmplar a luz pôr entre as volumosas mollesdas águas turbulentas.

Diz a verdade, e nega-a depois; falia a cons-ciência, e ruge a paixão; é catholico pelo sen-timento, e impio pela teima; é lógico comochristão, e fanático como philosopho; é rico

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O APÓSTOLO 59

como membro da Egreja, e pobre como chefede um partido politico.

E sabeis o resultado desta luta colossal entrea consciência e a paixão? Quereis saber ondeEmílio Castelar acha a panacéa que podecurar, segundo elle, esse abysmo de males,esse cancro de difficuldades e perigos que en-cerra a questão romana? Pois ouvi-o: «A

queda do poder temporal presuppõe a sepa-ração da Egreja e do Estado; e a separação daEgreja e do Estado presuppõe a republica. Sóem uma republica podem existir separadasessas duas grandes forças. O poder immensodo Papa só pôde existir juntamente com um

governo impessoal, amovivel, modesto, semmagestade exterior, sem ambições sobre auto-ridade alguma, obricjado pela sua organisaçãoe pelas suas bases fundamenlaes de liberdade eigualdade a dar á Ecjreja e ao seu chefe osmesmos direitos e as mesmas liberdades que ásmais associações fundameataes humanas. »

Pobre guelpho! Dante, antes de Emilio Cas-telar, disse que era necessária essa separação;Dante já escreveu « Pape Satan, Pape Satan,aleppe »; mas também esse mesmo Dante as-severou: che il Guelfismo, é desordine e soloVimpero conduce il mondo a virlú.

Os tribunos sempre foram os mesmos.Si o Papa não pôde ser vassallo de rei

algum; corno poderia ser cidadão de uma re-publica, com a independência necessária paraexercer as suas sublimes e divinas funeções?

Como entende Emilio Castelar a indepen-dencia indispensável ao Papa, com a depen-dencia em que o constitue o seu programmarepublicano de liberdade e igualdade com osmesmos direitos e as mesmas liberdades quedevem ter as mais associações fundamenlaeshumanas? Por ventura o Papa, cidadão repu-blicano, seria como um ministro protestante,como um membro particular do clero? Seriamais livre o Summo Pontífice republicano doque o é prisioneiro virtual de Victor Manoel ?

E o que veremos na continuação.

Appello cm favor das victimasda guerra.

Um brado afllictivo de angustia e de dôr,partindo da generosa França, transpoz oAtlântico e repercutio fortemente no coraçãode todos os Brazileiros!

Sào as vozes unisonas de centenas de milha-res de tenras criancinhas,de infelizes donzellas,demiseras mulheres, de anciãos decrépitos,que tiritando de frio, sem roupas para cobri-rem o extenuado corpo, definhando á mingoa,sem encontrarem sequer um pedaço de pãopara matarem a fome, estendem cheios deconfiança a descarnada mão aos Brazileiros im-piorando lenitivo a seus males e misérias.

São os dolorosos gemidos de centenas demilhares de orphãos, viuvas e pobres victimasda mais tremenda e medonha das guerras, queno mais completo desamparo e abandono, vol-vem seus olhos piedosos e quasi moribundospara estas plagas

'hospitaleiras e caridosas, ecom voz debil e sumida de fraqueza suppli-cam aos generosos habitantes da terra deSanta Cruz uma espontânea oblação, em nume-rario ou de qualquer outra natureza, que lhes

possa alliviar a extraordinária penúria, a que

se acham reduzidos e em que forçosamentesuecumbirão, se nào forem de prompto soe-corridos.

E seu appello será attendido, nós viva-mente o esperamos.

Ninguém ainda recorreu debalde ao bompovo brazileiro, que sempre está promptoa acudir á humanidade alílicta, sempre ineli-nado por natureza a alliviar as misérias detodos os que soffrem, sem distineção deorigem ou nacionalidade.

O povo brazileiro é generoso, é compassivo,ô caridoso, porque é catholico ; e por isso pai-pifam em seu grande coração todos os nobressentimentos, que fazem a grandeza do Catho-licismo. Elle traz sempre gravadas em suamente de um modo indelével as sublimes pa-lavras do divino Mestre : Vos omnes fratresestis, que unem todos os povos catholicosn'uma grande familia, que reconhece um sóChefe espiritual.

E pois o povo brazileiro não poderá deixarde estender mão amiga e benevola aos seusdesventurados irmãos da França, que são ca-tholicos também e que lutam nas ancias damais horrorosa miséria, e da mais lenta agonia.

Um grande movimento já se opera entre nósem favor dessas tão desgraçadas quão sym-pathicas victimas da guerra que ensangüentao solo da França, e faz a vergonha doséculo XIX, que tanto se ufana de civilisado.

A Redacção da Republica acaba de tomar ainiciativa de uma grande reunião popular, como fim de despertar o interesse publico para tãonobre causa, e sollicitou o concurso de toda aimprensa fluminense para auxilial-a a levaravante o seu generoso intento.

Pondo de parte as idéas religiosas e poli-ticas que sustenta o órgão do Club Republi-cano, com as quaes não podemos de modoalgum pactuar, sem trahirmos a nossa consci-encia, applaudimos comtudo a sua iniciativade soecorrer as desgraçadas victimas da guer-ra, e fazemos sinceros votos para que o bomresultado da grande reunião attinja a alturados grandes infortúnios, que reclamam a nossacaridade.

Affagamos a doce esperança de que os do-nativos que forem remettidos do Brazil aosdesgraçados da França, enxugarão muita la-grima, saciarão muita fome e cubrirão muitanudez. E milhares de vozes cheias de reconhe-cimento se erguerão para os Céos, impio-rando as bênçãos do Altíssimo em favor doscaridosos corações do Império Sul-Americano,que não se olvidaram dos infelizes que vivemmergulhados na dôr, na miséria e na angustia.

Nào será baldada a nossa esperança.. Eis a carta-circular que a Redacção da Re-

publica dignòu-se de dirigir-nos:« Em todos os paizes cabe â imprensa como

a iminediata representante da opinião, a ini-ciativa de todos os movimentos generosos quepodem interessar a um povo.

« Olferece-se agora uma dessas opportuni-dades em que á imprensa corre o dever de se-cundar as generosas aspirações que se ma-nifestam em favor das victimas desgraçadas daguerra cruenta que assola a França e desangraa Allemanha, para vergonha da civilisação dedous grandes povos e affronta do século emque vivemos.

« Um brado de angustia, afllictivo e com-movedor, chega-nos agora da França oppri-mida, ensangüentada e desolada.

:< Já não são mais os choques tremendos dosgrandes exércitos os que nos vèm ferir os ou-vidos ; são os échos dos angustiosos gemidosde velhos, enfermos, viuvas e orphãos, fami-lias inteiras reduzidas á miséria, e o que é maisainda, ameaçadas de morte pela fome e pelofrio, sorprehendidas como se acham sem asylo,sem vestes e sem pão.

« Diante deste espectaculo contristador ahumanidade reclama com justiça os seus di-rei tos e a voz da caridade christã deve res-pender ás invocações da desgraça.

« Obedecendo, pois, ao sentimento que nosanima e acreditando corresponder á vossaprópria e generosa inspiração, tomamos a li-berdade de indicar-vos urna idéa e de pedirpara ella o vosso illustrado concurso.

« Pensa a redacção da Republica que serianobre e digno do povo brazileiro que os seusrepresentantes na imprensa da corte, convo-cados por tão santa causa, promovessem umagrande reunião popular para o fim de obte-rem-se soccorros, em numerário ou ern outrasespécies, que alliviem a penúria dos nossosirmãos da França, victimas nobres de urnaguerra, tão injusta na sua leviana provocaçãocomo cruel e desapiedada nas suas ultimasoperações e intuitos.

<( A essa expansão da caridade, a que dese-jam associar-se vários dos nossos melhores ta-lentos, na intenção louvável de despertaremo publico interesse por tão santa causa, nãoqueremos nós outros dar-lhe o caracter deumexclusivismo politico.

« E é para isso que tomamos a liberdade desolicitar o vosso concurso, esperando queaco-lhereis com benevolência e sympathia a nossainiciativa, de cuja honra declinamos em ho-menagem aos vossos próprios sentimentos.

« A redacção da Republica espera.de vós que,pessoalmente ou por algum representante, vosdigneis comparecer na sala de nossos traba-lhos, sabbado próximo (dia 11) ás 2 horas datarde, afim de combinarmos sobre a escolhade local, dia e hora da reunião popular ou sobrequalquer outro expediente que correspondaá intenção que nos anima.

. « Somos com estima vossos collegas e criadosattentos.

« Quintino Bocayuva.« Miguel Vieira Ferreira.« Flavio Fernese.« Antônio da Silva Xctto.a Lafayette Rodrigues Pereira.« Arisiides da Silveira Lobo.« Salvador de Mendonça. »

ROMA.Nota do Emm. Cardeal Antonelli

a todos os Núncios da Santa Sé,junto aos diversos governos.Palácio do Vaticano, 27 de Outubro de 1870.lllm. e Revm. Sr.—A uma circular de 29

de Agosto ultimo, dirigida pelo governo ita-liano aos seus representantes no estrangeiroia junta uma allegação de que obtive confiden-cialmente cópia por escripto. Neste documentovão narrados, segundo se aílirma, as negocia-ções entre o governo de Fiorença e o de Françade um lado, do outro enlre o de Fiorença e*oda Santa Sé, relativamente á chamada questãoromana. Qual tenha sido a ordem de idéassobre que versaram as propostas dos dousprimeiros governos não fôra fácil descobrir emtamanha penúria de noticias fidedignas. Nãopodemos porém crer que o imperador dos Fran-cezes e o seu governo ao passo que procla-mavão á França e ao mundo que defenderiamsós e contra tudo e todos o dominio temporal,declarassem ao governo de Turim que aprovei-tariam qualquer caso próximo e imprevistopara sem inconveniente retirarem as tropasdos domínios pontifícios; que no entanto de-via a Itália ter entabolado negociações comRoma para fazer recahir toda a culpa sobre oSanto Padre; que devia assegurar-se a tran-quillidade do Reino de Nápoles; e que o go-

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60 O APÓSTOLO

verno francez nunca cessara de preoccapar-seda questão de Roma eom animo benevolo eamigável para a Itália.

Quan in oulros argumentos intrínsecos fal-tecessem para confirmar-me nesta opinião,bastavam-me o ter o governo francez recusadoformalmente apresentar à Sanla Sé o celebreprojecto elaborado pelo barão Ri caso li; o ter-se opposto em 1867 á invasão g^ribaldina,provocada e favorecida pelo governo íloren-tino: e o haver declarado pela boca de Mr.Rouber que a Italiá jám ns se apoderaria deRorna e do resto dos domínio? pontifícios. Creioque o unico rasgo de boa fé do governo i(a-liano, nos uHinios dez annosTe ãdeciaraçâo dequerer aproveitar-se, e o ter-se realmenteaproveitado dá puerra entre a França e aPrussia para levar a cabo a iníqua espoliaçãodo Soberano Pontifício, corno jà se valera doprincipio da não intervenção para consumiiiara usurparão de toda a península.

Pondo dfi parte pste ponto da questão, tra-tarei só do que diz respeito ás «uppodas ne-gociações entre a Ilalia e a Santa Sé. Em pri-meiro lugar perguntarei quaes foram os ne-gociadores. em que época sé reuniram, queproposta* apresentaram, com quem trataram,o mais forte amparo do asserto são umas pa-lavras trocadas enlre o Padre Passagiia e oCardeal Santuncí, já defunto. Nunca porémeste reconheceu naqüelle a qualidade de nego-ciador. quer official, quer mesmo offieioso doconde Civour.; e as suas praticas limilavam-sea uma troca de idéas entre varia> pessoas re-lacionadas. E' pois falso que o Cardeal esti-vesse resolvido a propor ou tivesse propostoao Santo Padre um projecto de conciliaçãofundado na plena liberdade da Egreja, p'nacessação completa do domínio temporal, emuito mais falso que o Santo Padre, conven-cido, o considerasse como concessão e beneíi-cio do governo de Turim, e que tivesse des-obrigado do juramento cardinalicio ao CardealAntonelli e ao Cardeal Santtteci para poderemtratar da cessação do poder temporal, accei-tando as bases propostas. De resto, enunciarfactos destes eqüivale a demonstrar a sua im-possibilidade.

Nào segui rei o autor de>ta supposição nasphases por onde, como aflirma, passaram asmencionadas negociações. Parece ter-se elleinspirado de um opusculo publicado por umpadre Isaias, do conhecimento do CardealD. Andréa e por um tal advogado Agnaglia.Oue credito mereçam esta narrativa e seusautores pôde inferir-se de um artigo do tVior-nale di Roma do dia.... em que semelhantesembustes foram desmentidos. Mas o própriodocumrrito a que nm refiro rmearr^ga-sp dedesrnentil-o, afíirmando que desde 1 de Abrilde 18G1 o Cardeal Antonelli declarara que aSanta Sé nunca condescenderia a tratar com aItália, e quo esperava dos acontecimentos asolução fia questão do domínio temporal, con-forme os seus interesses e desejos L' bastantedocumento da maneira por que o Santo Padreconsidera esta questão, a allocução por ellepronunciada no Consistorio de Í9 de -hircode 1861, não menos significativo é o facto dogoverno italiano prolestar, para ephoriestartodas as suas iniquidades, a tenaz resistênciado Santo Padre em acceitar qualquer transac-ção, e o eterno non pos sumas,

Nunca por outro lado, porém, duvidou entrarem negociações para o preenchimento de ai-gumas das muitas Sés vagas em Itália, e a so-lucão de outros negócios religiosos, atim deque nào solfressem detrimento os interesses daEgreja: nem menor solicitude Ilie mereceramos justos interesses temporaes dos subditos dosdous paizes limitrophes pelo que respeita ásalfândegas, ao correio e aos teíegrapbos. OSr. com mendador Veggezzi e o Sr. advogadoJonello podem d ir testemunho do bon aco-Ihimenlo que se lhes fez em Roma e das fácil-limas e boas intenções que encontraram paralevarem a cabo a missão de que haviam sidoencarregados. Nesta parle levou o Santo Padrea condescendência a ponto de diminuir a tarifadas contribuições para os gêneros de impor-

tação e exportação, para que a Itália gozassedos beneücios que a França já desfruetava emvirtude de um tratado de éommercio.

Nâo deixarei tambem de mencionar a soli-•'ilude com qr.^ o governo de Sua Santidadedava seguimenio aos officios quasi diários, que?or intervenção primeiro dâ embaixada frari-cezi, depois da legai/o portugueza, lhe eramcóaiuiunicâdos em nome do governo de Fio-rença. com relação aos muitos e variados actosque traz comsigo a con lição de convisinhançade dous paizes, corno é*a prisão de oiaJfel-tores, etc.

Por tudo isto se vê que o Santo Padre, paranào trahir a sua consciência, para nào sane-cíonar a injustiça dos actos do governo ita-liano recusuii constantemente entrar era nego-ciações conforme aos intentos deste governo:nào* negou ouvidos ás propo>ias tendentes aprotpger os interesses da Egreja, e os dos seussubditos, e patenteou bem claramente que asdifficuldades em que se achava o governo deFlorença não nasciam do mesquinho antago-nismo que muitas vezes anima dous governoslimitrophes, antagonismo que no caso sujeitoera talvez justificado por inqualificáveis pre-cédentes; Assim na ausência de qualquer mo-ti vo reat ou apparente, as usurpações com mel-tidas contra a Sanla Sé, a pris*ào do SantoPadre e o uo ubardeamento da sua capital,assumem uni caracter mais odioso e iuo ea-contrauí parallelo na historia do mundo

A própria data do documento a que me re-porto é mais urna prova da má fé e das pes-simas intenções do governo de Florença: de-nnncia-nns ella que este governo já em meadosde Agosto machinava os inauditos attentadosque só a 20 de Setembro consumrnou.

Antes que a má fé dos jornaes revoluciona-rios adultere ou desfigure um fado que hapouco se deu, vou narral-o succinlamente ecom às suas verdadeiras cores.

No dia 14 o general Lamarmora informou-me de que sem embargo das leis do reino, emvirtude das qutes só a pessoa do rei goza daisenção das formalidades aduaneiras, o con-selho da Lugar-lenencia resolvera, valendo-sedas faculdades que lhe haviam sido conferidas,declarar que as franquias estabelecidas para apessoa do rei deviam estender-se á Sua San ti-dade, sem prejuízo comtudo das disposições dalei.

lendo recebido esta participação, que meabstenho de qualificar, respondeu Soa Sanli-dade que não podendo reconhecer os fadoscónsummadòs, e estando resolvido a manterinteiras as suas prerogativas e irámunidadésinherentes â sua soberania sobre os Estadosda Egreja, entendia não dever acceitar conces-soes que lhe eram feitas com manifesto des-preso dessas prerogativas e iminunidades.

EXTERIOR.Caria pastoral üo ISi.spo de

Guilherme Ma nul, pela misericórdia de Deosc nr :ci da Sanla Sé Apostólica, Bispo deMoguncia, Prelado doméstico e assistente aoSolio Poi Ai feio.Ao clero e aos fieis da sua diocese, saude

e benção no Senhor.Chegados apenas, ha tres annos, os Bispos ás

suas dioceses depois da festa secular p»do mar-lyrío dos Sanlos Apóstolos Pedro e Paulo, ti-ver.im noticias que os inimigos da Egreja In-viam invadido o território de S. Pedro, paraarrancar-lhe o resto do seu Prmcipado civil,lão pequeno era elle que mun por modo algumse poderia justificar a usurpaçãocom o pretextoda unidade italiana : mas pequeno como eradava ao Pontífice uma certa independência so-berana, e conservava-lhe a posse de Uma ei-dade que é sem duvida a primeira do mundo etào própria para sede do Vigário de Christo naterra. Por isso a Providencia Divina, com espo-ciai e palpável intervenção sua na historia

apontou-a para sede do Supremo Pastor deurna Egreja instituída parasilvaçào de lodo omundo. Desejava-se qi» fosse*destruída taiobra da Providencia. A' írenle dos bandos queo tentavam achava-se aquelle mesmo homemque ba annos se encontra em toda a parte ondese traía de combater qualquer divina ou moralinstituição do mundo; eé notório que hojeesse mesmo homem se apresentou com os seuscorpos francos, compostos das fezes de todos ospovos, para combater em Franci com as nossastropas allemãs. Assim a grandiosa e pacifica so-iemnidade, celebrada em Roma pelo Orbe Ca-tholicocomo Santo Padre, provocou a reacçãoda parte dos inimigos de Christo, como quasisempre acontece nas explendida* demonstra-ções da sui vida feitas pelo Chrislianismo.

Cousa semelhante a esta se deu agora, postoque em mais amplas dimensões, e com a dilíe-renea que desta vez realisou o rei de Itaha oque então foi tentado por Garibaldi, oue hatempos a esta parle serve ao rei de batedor.Ainda uma parle dos Bispos não voltara ã pa-tria do Concilio Ecumênico do Vaticano, quan-do as tropas italianas, contra todo o direito dasgentes, e por mera prepotência, se precipita-ram sobre o território pontifício, e usurparamao Santo Padre os re>tos do Patrimônio daSanta Egreja, daquelle Patrimônio que a Pro-videncia lhe tinha dado. que todos os séculosreconheceram, e cuja posse foi consideradapelos nossos imperadores allemães o mais sa-grado dos direitos da Sanla Sé. Penetraramaquellas tropas alé ás portas de S. Pedro; e osinimigos da Egreja, e do Pontífice guardamhoje o edifício em que habita o Pai di Chris-tandade; onde apenas ba cinco m^zes os Pas-tores da Egreja entravam e sabiam tantasvezes para informar o Pai commum acerca dosnegócios das suas respectivas dioceses, e d'ahi,com a Benção delle, voltavam ás próprias Sés!<) Pontífice, entregue á discrição de um rei,de um tal rei, cujo governo tem sido até hojeapenas urna ininterrupta cadea de usurpaçõese ultrages á justiça e á moral publica, é urnadòr que nos vara a alma e que deve arrancarum grito de horror dos corações de todos oscalliolicos.

Assim se accummullam nos nossos dias ossuecessos gravíssimos e prenhes de immensasconseqüências para o mundo. Nào está aindaconcluída a tremenda guerra que semeia decadáveres os vastos campos que se estendemdas fronteiras germânicas até Pariz, e quemanda pelas vias férreas Iodos os dias mim-meros comboios de irmãos feridos e enfermosde França pira Allemanha, e sobrevém já estefacto que domina aquella immensa luta entredous grandes povos, não só porque nelle setrata de interesses, nào de duas nações, masde toda a christandade, como porque se põeem duvida bens de maior valia que os maispreciosos da b:*rra: isto é, os bens que se es-tendem pela vid i futura eimmorlal, a verdadechristã e a consciência. Com o que ficam pro-fundamente abalados os mesmos fundamentosreligiosos e moraes de toda a ordem individuale civil.

Seria impossível discorrer agora, corno cum-pria, acerca deste gravíssimo ácontècimeiUq eparticularmente do crime perpetrado pelo "o-verno italiano contra o Pontífice, contra* aEgreja de Christo, coutra todos os catholicosem geral e em particular; pois todos temos allia nossa parte especial. 0 principal fim destacarta pastoral é ordenar preces, para o próximoinverno, em todas as parochias da diocese, emcircumstancias de tamanha gravidade, e re-correr principalmente á oração. Comtudo vós,meus amados irmãos, esperaveis certamentealgumas palavras do vosso Pastor, que expri-rmssem em voz alta o que sentieis nos vossoscorações. Esla expressão publica dos nossosÍntimos sentimentos, que na boca do vossoBispo responde á vossa fidelidade catholica,será tambem nm meio de mais forte e intima-mente nos reunirmos nestes dias difliceis deprovação. K portanto, anles de prescrever aspreces, considerarei detidamente a grandesolücitude fjute devemos ter nas almas, reuni-

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*3ÇK?r:r -^Y.raíssíSíí-aíKsswsa

O APÓSTOLO

das no Senhor; e anles e principalmente tra-tarei das condições em que se acha o SantoPadre em virtude do consuminado latrocínio;fatiarei depois nas vossas preoccupacoos reli-giosas pelo novo estado da Allemanha. Lance-inos pois antes de tudo os olhos sobro o crime

que foi comrríeUido om Itália com detrimentodós catholicos de:tpdo o mundo.

O que lá suecedeu, não ó um fado isolar p,mas a suecessão do uma longa serio de aoonle-

cimenlos imprevistos o fab.es, que desde a ro-

volucào franceza têm oceorrido, e anniquiUadotudo'" Todas estas convulsões são a conseqüêncianecessária dos princípios quo desde então temsido propagados como sondo a salvação do ge-nero humano, e que tão accoitos tem sido do

uma parte dos nossos contemporâneos, pnuci-palmente daquelles quo dirigem a guver.ncaopublica. Em conclusão, elles puRulam de umasó fonte, do uma grande falsidade, a saber:

que a separação das cousas terrenas da religião,considerada

'como doutrina o moral elevada,

seja um grande progresso para o.|enerp hu-mano, que lucraria com a manifestação detodas as suas relações. A. úsúrpaçào praticadacontra o Santo Piitlrè é uma das mais deplora-

• veis conseqüências desta tendência ; mas nao ea ultima. Emquanto se admittir o erro tunila-mental, continuarão a prevalecer taes princi-pios, e não deixarão uma só pedra intacta noedilicio moral do mundo, o das instituiçõescivis e sociaes quo nelle assentam. Ficaria com-

pletaa sua obra, quando o ultimo coração Im-mano se houvesse separado de Deos e deChristo, e quando a ultima instituição, no Es-tado e na familia, fosse estremo do seucaracterchristâo. . ,. ii.,

Nào são portanto só os italianos os culpadosnesta usurpacào: em todos os paizes tom oi esauxiliares e'cúmplices no mesmo alternai o.Mas o principal, neste facto, foi o imperadorquo, iniciado desde a sua mocidade nas revo-lucões italianas contra as instituições christãs,caído do throno no pó na mesma oceasião em

que a sua obra se completava na Itália! Dos-truio elle o resto do direito publico europeu, einfelizmente nào foi o único : derrubou e des-amparou á revolução a antiga defensora ciosPapas, a Áustria,

'a qual, independente disto

sangrava já de feridas mortaes; o ainda isto naofoi tudo : proclamou por ultimo os falsos prin-cipiosque serviram de pretexto a este latroci-nio. Amda quo soja verdade que so visse obri-"ado a reconsiderar por algum tempo, estaultima conseqüência de tudo que tinha leito,como homem particular o como imperador, naoo é menos que de quanto hoje foz a Itália oelle o principal culpado. Recebeu portanto ja ocastigo. As armas alternas executaram pois esloDivino Juizo. Queira Deos quo a sua victoria uaochame tambem sobre o governo allemão oulroJuizo não menos severo. Os corruptores prin-cipios do império francez não ficaram, amdamal sem imitadores. Oxalá a Allemanha sedesfaça delles 1 Ninguém pôde servir a doussenhores.'

Além disto o suecesso, do quo falíamos,deu-se em Itália, em circumstancias que o tor-nam mais desbonrado e abjeclo do quantos, navida de um povo, podem oceorror. Quando oaventureiro, que hoje está combatendo contraas nossas tropas alleir.ãs, se lançou sobro o ter-ritorio pontifício, desapprovou-o o governoitaliano, simulando quo ludo se fazia contrasua vontade. Poucos annos antes tentando omesmo homem idêntica surpresa, mandoucontra olle tropas, que bateram o antigo com-

panbeiro o o fizeram prisioneiro;^ mas omsubstancia queria-se o mesmo que Garibaldi eos seis': só nào havia a mipudcncaa daquebocaudilho, o esperava-se tempo azado para cahir,sem sombra de peiigo, sobre o ai da Chris-tandade, desliluido do toda a defeza.

Foi verdadeiramente singular a condiçãodestes ullimos dez annos! O antigo inimigo duPapa, aquelle quo desde a juventude linha lo-mado parlo em Iodas as revoluções italianas,era constrangido pela forca moral dos catholi-cos cm Franca a fazer dc prolecLor do> 1.apa, oa oppor-se aos próprios aluados italianos no

ponto mesmo om que estes estavam para con-sumrnar o grande delicio. Uma tal condição,com todas as suas terríveis mentiras e contra-dicções, com osta apparencia tào alta de ver-dade, não podia durar muito tempo ; comtudoaquella protecção temporária, ministrada áFirrei), era uni rasgo maravilhoso da Provi-dencia Divina. Cabido todo o respeito pelo im-perador dos francezes, cahio tambem a mascaraao governo italiano, o qual, com a máximaprepotência, so lançou a usurpar esto patrímo-

( nio bemdito do S."Pedro, esto asylo de pazaborto para todo o mundo, esta sede preparadapara o Pai da Christandade, este Príncipadoconsagrado por todos os títulos possíveis delegitimidade, este ponto de tantas romariaspara todos os povos da turra ! Estove-se á es-preita, espiando o momento em que um velhooctogenário sc achava completamente privadode defeza, e então saltaram do escondrijo ossalleadores, e apanha.rani-n'o ! A. espectaculomais abjecto do que este nunca a historia as-sistio, e todos quo nelle consentiram se mos-traram só por isto incapazes de qualquer ele-vacào do sentimentos.

Nào devo aqui deixar de notar, para pôr emplena luz a intima immoralida.de de tal feito,que esto acto foi perpetrado pelo governo ila-liano, não contra um príncipe estrangeiro, emenos ainda contra uni conquistador, que hou-vesse perturbado a Itália, e lhe tivesse em pro-veito seu arrancado unia parte ; mas por filhoscontra o próprio Pai, por aquelle povo que,com preferencia sobre Iodos os outros povosda terra, foi destinado por Deos a ler om si ocentro do Christianismo, e por isso teve o altoe santo privilegio de ser, em certa maneira,por conta do toda a terra, o sou guarda e do-fensor. D'ahi tiram os italianos a prerogalivade serem mais do quo povo algum da terra íi-lhos do Pontífice. E queexplendor, que graças,não advieram á Itália de nella ter sido collo-cado o centro do Christianismo! Todos osolhos do Universo christâo estão por isso fixoscm Itália e em Roma. Por isso pôde o povoitaliano considerar-se o povo eleito da novaalliança; e não já a Egreja, mas elle sómenteó culpado de ter perdido a consciência de taoexcolsa prerogativa, e de ser tornado indignodelia. (1)

E esto mesmo povo, tão proferido e acari-ciado por Deos, precipita-se sobre o Patrímo-nio de S. Pedro, para arrebatal-o indignamentea toda a sociedade christã! Os filhos tornam-seoppresísores do próprio pai l

Eis o facto vergonhoso : consideremos agoraas suas perniciosas conseqüências. ^

(Continua j

Cl

E' ou não uma verdadeira formula de pie-jiscito s

O povo todo pôde om altos grilos., a liher-dado do Barrabâs ; mas o Evangelista tem ocuidado do notar primeiro as machmaeões dos

príncipes dós sacerdotes e dos anciões, isto é,os Pharisêos ; quo de aule-mão preparam aresposta da plebe.

« Os príncipes dos sacerdotes e os anciões,dizS. Matheus, persuadiram ao povo que pe-disse Barrabâs, o fizesse morrer Jesus: Piin-cipós a alem sacerdolum, et sêniores persuase-runi pòpulis ul péterenl Baralham, Jesum veroperdere-nL (v. 20;)»

Está pois feito o plebiscito: segundo a vou-tado da plebe, seduzida pelos Pharisêos, Bar-rabás, nm ladrão insigne, um sedicioso tur-bulonio, um assassino, é posto cm liberdade ;e Jesus, o filho de Deos vivo, a própria san-tidade, aquelle que Pilatos proclama ínnocentedizendo : Ego nullam inverno in- en MÜsám(Joah, c XVT1I, v. 38), Jesus é condemnadoá morto !

E tudo islo para respeitar a vontade popu-lar, manifestada pelo plebiscito : Pilaius autemvolens populo sutisfactre, diniisit Mis Barab-bani, et IraMdii Jesum fligellis ccèsúm, ulcru-cifujér.ètur ! (Marc c XV.' v. 15).

Èisahio modelo do Iodos os plebiscitos,feitos pelos Pharisêos dos diversos tempos, oparticularmente dos moderhissimos Pharisêosda Itália.

E' assim que foi feito o ultimo plemscito dcRoma : a plebe, enganada o seduzida pela Tle-volucào, escolheu o moderno Barrabâs, VictorManoel, usurpador insigne, que roubou os Esta-dos dos príncipes italianos, sedicioso lurbu-lento, quo excitou á revolta as populações daItália; o essa mesma plebe repudiou o Vigáriode Jesus-Christo, o Santo Padre Pio IX !

Vejam agora que valor pôde ter semelhantemanifestação popular em face do direito.

* *

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ÜIRÜMÜA DO EXTERIOR.

Como se fazem plebiscitos. — Já quo emnossos dias tanto se exaltam os plebiscitos, ebojo pretendem os italianissimos justificar pormeio delles as suas usurpaçõos, será bom mos-frarmos cm poucas palavras como 6 quo sefazem plebiscitos, e que conclusões se podemtirar desta novíssima fonte de direito.

0 primeiro plebiscito de que faz men can> oEvangelho, encontramol-o no capitulo XXVildcS.IVIalheus. '

Pilatos faz um plebiscito para saoor qua dosdous condemnados ha do pôr em liberdade,Jesus ou Barçabàs. Convocados pois os vo-tantes, Pilatos lhos pergunta : Quem quereisque ou ponha em liberdado, Barrabâs ouJesus chamado o Christo? Congregihs ergaiiiis, dècU Pilaius,: Quem vullis dimülamrnbis : Barubbim, an- Jetum, qui òialurChriètns? (v.: 11).

(11 Vmi o egrégio Prefacio chama Povo üa-»o'fi pàríò facciosa delle que apossan lo-se dorróverno o representa moralmente perante omundo O verdadeiro povo italiano lamenta cs-tes excessos, soiTte-lhes os dairmoS e a^vergo-nha. Queira Deos quo para o futuro aprenda asua custa aser menos confiado e menos traço.

PlllLANTUOHA ERÀNC-MAÇONICA. •— Allda porahi muito mentecapto a sustentar impávida-mente que a Maçonaria é urna instituição in-nocentissima, que só se occupa de fazer bemaos seus adeptos, e de espalhar a luz, id est,a sua civilisação pelo mundo, esforçando-sepor abolir todas as sediças barbaridades queos seculos passados nos legaram, entro outrasa honoscL pena de morte legalmente decre-tada pelos tribunaes.

E se tiverdos a audácia do desmentir a essespatetas, mostrando-lhes que a Maçonaria é amais perversa dis instituições, — aqui d'el-/},,/ / —quo quasi vos esganam, rangendo osdentes o espumando de raiva !

Entretanto velinl, liòlini, os factos abundam,depondo contra a fingida fraternidade e phi-lantropia da seita maçonica.

Ainda ha pouco tempo o Grand.-. Or.-. dePariz fulminou a sentença do excommunhãocontra p Rei Guilherme da Prússia, o aueto-risou a qualquer veneravel irm.\ a cahir sobreelle e a dar-lhe cabo da vida.

Agora iode o seguinte decreto publicado emLyào pela nefanda seita :'«

Guilherme e setti ddussêydè', Rismark eMollke, açoules ('a humanidade, pela sua am-bicão insaciável, pelos seus assassinios, incen-dios c roubos, estão fôra da lei como so fossemtros cães damnados.

a Mandámos portanto a todos os nossosirmãos, allemães, ou de qualquer outra partedo universo, quo dom cumprimento a estedecreto, para o que se concedo um milhão defrancos por cada uma destas tres bestas fero-zes aos executores do presente decreto, ou aseus herdeiros, pagos pelas sele lojas centraesreunidas. »

E nào se diga que ludo isto fica no papel : ocaso é (pio uíti soldado bávaro já tentou assas-sinar o rei da Prússia em Versalhes, o levariaavante o sou intento so tào depressa se lho nàodescobre o plano. A confraria maconico-alle-mà, que cerca lambem o rei da Prússia e avas-sala a i ii prensa, tratou de encobrir o fado comtodo o cuidado e cautela, para não infamarimpia è pliüániropicà instituição.

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CÍ' ¦**

62 O APÓSTOLO

Isto faz a maçonaria franceza.E que faz a allemã ? E' publico o notório :

incendeia cidades, villas e aldêas indefezas,degolla velhos, mulheres e crianças, destróe edi-íicios, tala os campos, e sepulta na miseria eindigencia a centenas de milhares de familias.Tudo em nome da civilisação, e de S. M. oRei Guilherme, Grào-Mestre da Maçonariaallemã.

E depois de ter bem saciado a sua sede desangue, S. Magestade maçonica agradece cheiode hypocrisia ao Deos Todo Poderoso.

E a Maçonaria continua a ser tida pelosmentecaptos como uma instituição civilisadora,philanlropica e fraternal... Fortes tolos !...

*

: NOVO INSULTO AOS SACERDOTES EM Ro.MA ! —Sob este titulo publica o Osservalore Romanoa triste noticia de mais um desacato e sacri-legio commeltido na cidade eterna contra uminnocente ecclesiastico esbofeteado por tresmalandros italianissimos ria rua dos Poslini.

Nenhum agente de segurança publica appa-receu, o os circurnstantos aterrados abstive-ram-se de intervir. Poróm este, continua ocitado jornal, é um só dos muitos casos se-melhantes, que se vão todos os dias commet-tendo nesta cidado, em homenagem ao res-peito que se proclama querer professar paracom a religião e os seus ministros.

A IMPRENSA CATHOLICA EM ROMA. — MerCÒ deDeos, já se começam a publicar algumas folhascatholicas em Roma, supprimidas depois dainvasão italianissima.

Todas ostentam muita dedicação e coragemna defesa dos sãos princípios e da verdadeiradoutrina.

Entre estes jornaes distingue-se por sua ener-gia um que se intitula— La Frusta (a vara),e cujoprcgramma se resume n'estas palavras:« Romanose catholicos, propomo-nos conlraa imprensa libertina o emprego da pena doTalião :— Epigramma por epigrainma, sarcas-mo por sarcasmo, satyra por satyra. Faremosas nossas contas ás Rans, aos Assobios e aosTribunos presentes o futuros, sem nada comelles termos de commum, especialmente noestylo.»

Com tal programma, que aliás desejáramosver realizado n'este bom Rio de Janeiro, pre-pare-se o jornal romano para os sequestros,que hào de cahir sobre elle como gafanhotosna África.

achavam presentes a eslas sessões. A's adhe-soes que já mencionámos em nossa folha, po-demos hoje, com inteira certeza, ajuntar asdos prelados cujos nomes se seguem :

Monsenhor José Sebastião Goyeneche y Bar-rada, arcebispo de Lima.

Mons. Arsenio Avak-Wartan Angiarrikan,arcebispo armênio de Tarso, in parlibus.Mons. Henrique Carlos Luiz Maret, bispode Sura iu parlibus.

Mons. Paulo de Cutloli, bispo de Ajaccio.Mons. Joào Baptista Callot, bispo de Gran.Mons. Agostinho de Roskovani, bispo de

Ni Iria.Mons. Nicoláo Francisco Florcntini, bispo

de Coira.Mons. João Negri, bispo de Tortona.Mons. Pedro Àpelian, bispo armênio de

Maraso.Mons. Miguel Bòmbini, bispo de Cassano.Mons. Paulo Majerihoaz, bispo de Jerichó,

in parlibus, administrador apostólico da parteda diocese de Cracovia sujeita á Rússia. (Ou-tros jornaes annunciam a morte d'esle venera-vel Prelado, que succumbio em Kiele, lugarde sua residência. Lra, segundo cremos, oúnico bispo catholico que restava na Polônia,tendo os mais fallecido ou sido deslerrados).

Mons. Vicente Rracco, bispo de Magida, inparlibus.

Mons. João Chrysostomo Krnez, archi-ab-hade benedictino, no monte sagrado de Panno-nia, na Hungria.

principaes do povo, ro póde-se dizer que todoeste., os acompanhou por Ires milhas, indosempre engrossando corn os povos de outrasfreguezias, algum dos quaes veio ao wminhocom o seu parocho á frente pedir a missào, oque lhes foi promettido para cPaqui a algumassemanas.

* *

* *

Fraude nemonteza. — As eleições para de-pulados em Roma acabam de dar uma novaprova da insigne mentira do plebiscito : sóhouve na cidade de Roma 2,0(30 volanles.

Oue tim levaram enlão os 40,000 Komanosvindos com inaudito enthusiasmo para votara annexaçào?

Ah ! vèlhacost...* *

* *

OS CATHOLICOS HOLLANDEZES. — Òs CalllOÜCOSda Hollanda acabam de endereçar uma peti-cão a S. M. Guilherme III, rei dos Paizes-Baixos, protestando energicamente conlra oattentado que o governo de Florença perpetrouultimamente, apoderando-se em plena paz dosEstados da Egreja.

Concluindo a sua representação, os catholicoshollandezes supplicão ao rei que se digne :

1.° Nào reconhecer a usurpaçào dos Estadosda Egreja pelo governo de Florença ; 2.° fazer,ou separadamente, ou de accordo com as ou-trás potências, tudo quanlo a sua prudênciae justiça lhe suggerirem para o completo res-tabelecimento do Papa nos Estados da Egreja.

Em poucos dias cobrio-se esta petição demilhares de assignaturas, colhidas em todosos pontos do reino, de sorte que póde-se affir-mar que a Hollanda catholica se ergueu todaem favor da causado Papa-Rei.

Adhesão á infallibilidade pontifícia.—-Lè-seno Osservalore romano :

No meio dos acontecimentos que aííligcma Egreja, alguns factos se produzem quo vêmconsolar os fieis e que é bom tornar públicospara a sua edificação. Taes são as declaraçõesexplicitas de submissão plena e inteira ásconstituições dogmáticas sanecionadas e publi-cadas na terceira e quarta sessão do ConcilioEcumênico do Vaticano, enviadas ao nossoSanto Padre o Papa por prelados que não so

Missào na Granja do Ulmeiro .TortucaíJ—Lè-se no Bem Publico, de Lisboa, de 21 dopassado :

De uma missão concluída ha poucos dias naGranja do Ulmeiro, diocese de Coimbra, di-zem-nos que nào é possivel exprimir com pa-lavras quantos fruetos de benção alli se colhe-ram. O povo ern todos os sermões da tardechorava sempre, e do coração, de sorte que ai-gumas vezes nern o Missionário podia conti-nuar o sermão. As coníissões, a maior parte dasvezes entre soluços e suspiros, foram mui nu-merosas. Houve muitas restituições de impor-tancia, cordões de ouro, boas sommas de di-ribeiro, etc, que causaram muita satisfação aosdonos, nào menos que edificação a todos,' sendopor outra parte urna benção para a missão. Nàopoucas mulheres publicas fizeram como aMag-dalena; outras que viviam amancebadas, sepa-raram-se; e muitas peisoas se estão preparandopara contrahir o santo Sacramento do Matri-monio.

Nada direi do dia dos perdões, acerescenta apessoa que nos informa, porque foi um ver-dacleiro dia de juizo. Além do que aconteceuna egreja, nas ruas, campos, e casas, quasitoda a noite não se ouviam senào gritos e cho-ros dos que se perdoavam ; e com islo acaba-ram muitas demandas, intrigas, etc, e pessoasque se não fallavam havia mui los annos, sereconciliaram.

Oueimaram-se algumas biblias protestantes:pessoas que tinham preconceitos contra asmissões e os Missionários, pela leitura de ro-mances, desprezaram-nos: espalharam-se mui-tos livros de piedade: alistaram-se umas 700pessoas no Apostolado da Oração ; estabelece-ram-se zeladores e zeladoras,' assim como amissa mensal ao Sagrado Coração de Jesus, epromoveu-se uma esmola para fazer um quadroao mesmo Divino Coração. A fama correu porestes povos, que já todos querem a missão.

No ultimo dia reuniram-se mais do 0,000pessoas. A Communhão dos meninos foi de 170

Na despedida dos Missionários, as pessoas

Inundação em Roma. — Os jornaes, e cartasde Roma fazem uma descripção muito melanco-lica, tanto da inundação e dos estragos quecausou, como das conseqüências que se estãosentindo. A municipalidade liberal apagou-secompletamente, durante Ires dias, desde 28,assim que teve do substituir os preparativos dosfestejos por arrojadas e rápidas providenciascontra a grande catastrophe. Senão fossem asacertadas ordens do Papa, e os esforços dascommissôes dos seus aífeiçoados, auxiliadospelos seminaristas francezes e as irmãs do lios-pitai do Espirito-Santo, os afogados seriammuito mais numerosos. L' de justiça dizer-seque os soldados da guarnição prestaram muitobons serviços. O Papa deu ordem que os fornosde campanha cozessem pão, que gratuitamentese distribuio pelos necessitados por tres dias, edeu além disso 40:000 francos para os primei-ros soecorros, e logo depois um credito Rlimi-tado.

( Foi ao cabo de Ires dias que se formou umajunta italianissima, essa poróm negava soecor-rosas familias conhecidas por affectas ao Papa.Quando Victor Manoel no dia 31 (ás 4 horas damanhã) chegou, quiz-se fazer-lhe uma recepçãocom vivas pagos a 3 francos por aquelle 6uia,mas o frio era tamanho, que a voz se lhes su-mio, e por cima delia se ouviam os gritos dostransleverinos—olha o bruto excommunqado.Victor Manoel ordenara nue se dessem 20,000francos,mas depois sabendo o que o Papa fizeralevantou 500,000 francos dos cofres de Romac deixou 200,000 para dons, levando o restopara Horença. Isto é que ó sol liei tude paler-nal! Como os prejuízos se calculam de 20 a 30milhões, mais de 300,000 francos ó urna gotad água no mar. (Bem Publico J

EXPEDIENTE DO BISPADO

Passaram-se as seguintes provisões de casa-mentos :Dia 1 de Fevereiro.

Para o Revd. parocho da freguezia de SantaAnna receber em matrimônio, ern sua parochiaa Luiz de Souza Moreira com Maria Rosa deJesus.- Para o Revd. parocho da freguezia deb. Francisco Xavier receber em matrimônio

ern sua parochia, a Josó Vieira Ramos, comMana Rosa Cabral.-Para o Revd. parocho da freguezia debani Anna, ou do Espirito-Santo receber emniatnmonio,em sua parochia, a Manoel FerreiraOrmonde com Marianna Josepha.

Dia 3.Para o Revd. parocho da freguezia de S. Joséou do Engenho-Velho receber em matrimônio

em sua parochia a Anlonio Mendes Valle Qua-resma, corn Ernestina Leopoldina dos Santos-Para o Revd parocho da freguezia deb. João Baptista de Nictherov, receber em ma-tnmonio, em sua parochia a' Rodrigo PereiraGuimarães corn Alexandrina Maria Ornellas.Dia 4.

Para o Revd. parocho da freguezia de{b. Francisco de Paulo em Canlagallo, receberem matrimônio, ern sua parochia a FortunatoJosé Corroa com Carolina Bernardina Pirescom dispensa do impedimento de consangui-nidade em terceiro gráo attingenle ao segundode linha lateral.

— Para o Revd. parocho da freguezia doPaty do Alferes, receberem matrimônio, emsua parochia a José Gomes Coelho Junior cornBèlarmihâ Maria d'Avilla com dispensa do im-pedi meu to de consangüinidade ern terceirográo attingenle ao segundo de linha lateral.

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O APÓSTOLO 63

Para o Revd. parocho da freguezia deS. Francisco de Paula em Cantagallo, receberem matrimônio, em sua parochia a LaurindoJosé Gonçalves com Izabel Maria Alves comdispensa do impedimento de consangüinidadeem segundo cráo igual de linha lateral.

Para o Revd. parocho da freguezia deNossa Senhora do Rio Bonito, receberem ma-trimonio, em sua parochia a Manoel LopesEstrella com Theodora Perpetua Lopes comdispensa dos impedimentos de segundo, ter-ceiro e quarto gráos de linha lateral.

Para o Revd. parocho da freguezia deInhaúma, receberem matrimônio, em sua pa-rochia a José Ferreira com Florinda Rosa.

Para o Revd. parocho da freguezia deIrajá, receber em matrimônio, ern sua parochiaa José Machado de Siqueira com MariannaBalbina.

t- Para o Revd. parocho da freguezia deSanto Antônio ou de SanfÀnna, receber emmatrimônio, em sua parochia a José Luiz deSouza com Jacintha Rosa. g

Para o Revd. parocho da freguezia deS.Pedro d'Alcântara de Petropolis, receberem matrimônio, em sua parochia a AdãoWeber, Catholico Apostólico Romano, comEva Richter, Protestante Evangélica, com dis-pensa do impedimento — Cultus-dispantas.

Dia 6.Para o Revd. parocho da freguezia do Sa-

cramento ou do Espirito-Santo, receber emmatrimônio em sua parochia a Custodio daMotta Barros com Adelaide Izabel de Me-deiros. .

Para o Revd. parocho da freguezia deS. João Baptista de Nictheroy, receber emmatrimônio, em sua parocbia a Antônio PintoMoreira com Emilia Cândida Pereira da Cru*

PROVIMENTOS.

Passaram-se os seguintes :Dia 4 de Fevereiro.

Ao Rev. Albino Pinto Ferreira para celebrar,confessar e pregar.

Dia 6.A João Norberto Brazil para mestre da ca-

pella da comarca de Valença.Dia 7.

Ao Revd. José Alberto da Silva para Viga-rio da Vara da comarca de Paraty.

Dia S.Ao Revd. Raphael Capobrano para celebrar

e confessar.—Ao Revd. Joaquim Mendes de Paiva para

celebrar e confessar.—Ao Revd. Agostinho dos Santos Collares

para substituto do Vigário da Vara de Campos.Dia 9.

Ao Revd. Luiz de Luca para Cura do cu-rato da Sapucaia.

Dia 10.Ao Revd. José dos Reis Villa Verde para

Vigário da Vara da comarca de Santa Maria„ Magdalena em Cantagallo.

—Ao Revd. Joaquim da Costa Guimarãespara Coadjuetor da freguezia de S. José destacorte.

Dia 11.Ao Revd. Conego Joaquim Martins Gurgel

do Amaral para Vigário da Vara da comarca de.Mangaratiba.

Ao Revd. Dr. Pedro Peixoto de AbreuLima para confessar.

Dia 14.Ao Revd. João Teixeira de Menezes para

celebrar, confessar e pregar.—Ao Revd. Francisco Mendes de Paiva para

usar de suas ordens e confessar.—Ao Revd. Joaquim de Santa Maria Magda-

lona Duarte para celebrar, confessar e pregar.—-Ao-Revd. José Cândido da Guerra Passospara usar de suas ordens.

—Ao Revd. José Venerando da Graça paraCoadjuetor da freguezia de S. Francisco Xavierdo Engenho Velho.

PitOCLAMAS LIDOS NA CAPELLA IMPERIAL NO DIA12 DE FEVEREIRO DE 1811

Agostinho Dias dos Santos Collares comMaria Emilia Leal.

Joaquim José Pereira da Fonseca com Fio-rinda Campos Lopes de Souza.

José Pereira do Amaral com Balbina Rosade Barceüos.

Clemente Manoel Júnior com Anna Mariada Gloria.

Thiago Pereira de Souza com Cândida Mariada Silva.

Pedro Alexandrino Marques Pinheiro comMaria Magdalena Dias.

João Augusto de Oliveira com Maria Mi-nelvina dos Santos.

Manoel Garcia Camanho com Rosa Joaquina.Felippe Tavares com Felizarda Bernardina

de Souza.Bernardo Joaquim da Silva com Maria Olym-

pia dos Santos.Antônio Ignacio Ferreira da Silva com

Geralda Emilia de Azeredo.Caetano Antônio Carneiro com Eva de Jesus

Perpetua.Policarpo Coelho Barboza com Suzanna de

Paula.João da Silveira com Henriqueta Maria Joa-

quina da Silveira.Antônio Joaquim Leal Pinella com Elvira

Rodrigues Leal.Manoel de Souza Nunes com Maria da

Conceição.Eduardo Joaquim Corrêa com Carlina Au-

gusta Heri d ia.Manoel Goulart de Lemos corn Maria Augus-

ta Ferreira.Antônio Marques de Oliveira com Maria

Isabel Gory.Carlos Fleuiss com Maria Carolina Rodri-

gues Guimarães.Manoel Francisco Salvador dos Anjos com

Miquelina Roza da Silva.

NOTICIÁRIO.—nn—— ii ¦¦ ¦.— ¦! ¦«¦ li m —— i i—i.— i«

Carta pastoral do Exm. e Revm. Sr. Bispode Marianna.— S. Ex. Revma. o Sr. Conde daConceição, Bispo de Marianna, dirigio aos seusdiocesanos a seguinte carta Pastoral:

Anlonio, Bispo de MariannaA todos os Fieis nossos diocesanos Paz e

Benção no Senhor.Nos Actos dos Apóstolos conta S. Lucas

como o rei Herodes, depois de ter mandadomatar a S. Thiago Apóstolo, quiz fazer o mes-mo a S. Pedro, para dar gosto aos Judeus :para o que o mandou prender, e guardar por1(5 soldados, carregado de cadèas, n'uma pri-são de portas de ferro ; mas de que valem osperseguidores contra o poder de Deos? Navéspera do dia destinado á morte de S. Pedro,um Anjo do céo á força de milagres o livrou.Cadèas, grilhões,'guardas dobradas, portas deferro, tudo ficou baldado. Neste meio tempo,diz S. Lucas, não cessavam os lieis de pedir aDeos Nosso Senhor pelo seu primeiro PapaS. Pedro. Aprendamos daqui, Meus Irmãos,l.° qual é a sorte dos Summos Pontífices nestemundo: e 2.° que devem fazer os lieisno tempo das perseguições do súccessor deS.Pedro. 1. Quanto a primeira. Verifica-se aprophecia de Christo Nosso Senhor, que dizia(S. João cap. 15.) Lembrai-vos do que vos le-nho dito : Não é o servo maior que seu senhor;se elles me perseguiram a mim, lambem vosperseguiráo a vós. Assim foram perseguidos,e martyrisados os Santos Apóstolos. Nos pri-meiros 3 séculos da Egreja quasi todos os Pa-pas, mais ou meno^, foram perseguidos, pre-zos, desterrados, atormentados-, mortos. Os se-guinles náo tiveram privilegio para lhes nãoacontecer o mesmo: nos nossos dias Pio VImorreu no desterro, Pio Vil esteve preso por5 annos: Pio 1\ foi-lhe necessário fugir deRoma, para escapar á prisão, o ultimamentese acha soffrendo nào pequenos trabalhos, ealllicçôes. Eis aqui a sorte de Pedro e seus

suecessores, conforme aquella prophecia doSenhor; que se está cumprindo á lettra.

2. Falta agora que pela nossa parte façamospor imitar os Christãos da primitiva, modelosda Christandade. Sem cessar pediam ellespor S. Pedro sine intermissione. (Act. Ap. 12.)Oremos pelo SS. Pio IX. S. Agostinho dizia— A oração do justo ê chove do céo. Sobea Deos a nossa oração e desce de Deos a com-paixão.— E S. Bernardo diz— A oração fer-vorosa, que faz um homem fui ehumiíde, semduvida que penetra o céo, e de lá não ha devoltar em vão—e Nosso Senhor diz—Pedi, quehaveis de receber ; procurai, que haveis deachar ; batei á porta, que vos hão de abrir.—

No nosso Bispado tem ordem os Sacerdotespara pedir a Deos quatro vezes pelo SummoPontiíice na Missa. Os fieis devem unir-seá mente do Sacerdote, e fazer o mesmo.

Mas um homem que nem sempre pôdeouvir Missa, nem sabe, ou nem tem tempopara ler, como ha de orar ? Respondo. Sabeelle rezar o Padre Nosso, e a Ave Maria?Pois sabe as duas mais preciosas orações daEgreja, e pelas quaes sempre os Padres co-meçarn as suas rezas quotidianas. Rezemosestas duas tão devotas orações, por tençãodo SS. Padre, para que Nosso Senhor lhe dèpaciência e constância, e conceda o triumphõá sua esposa a Santa igreja.

Tomando exemplo do que ordenam outrosPrelados Cathoíicos nas acluaes circumstan-cias, ordenamos que nos 3 primeiros diasSantos, depois do recebimento desta nossaCarta Pastoral, os Reverendos Parochos nassuas matrizes, eosCapellâes nas suas Capellas,iminediatamente depois da Missa conventual,cantem ou rezem pausada e devotamenle aLadainha de Todos os Santos, como se achano Ritual Romano in quacumque tribulatione,acerescentando ás 5 orações que ahi vem maisa oração pro Papa—Deus omnium fidelium.Nos seguintes dias Santos na mesma oceasião,isto é, acabada a Missa conventual, como êde costume em muitas Egrejas, digam a La-dainha de Nossa Senhora, com estas 3 oraçõesno fim e depois da Salve Rainha, a l.a da Im-maculada Conceição, a 2.a pro pace, e a3/ pro Papa. Esta Ladainha de Nossa Se-nhora deverá continuar em quanto o SS. Padrese achar nas mesmas tristes circumstanciásacluaes.

Exhortamos a todos os Fieis, que se não es-queçam de rezar o seu Terço a Nossa Senhora,unindo-se em espirito aos que em todo mundocatholico oram por tão urgentes necessidadesda Santa Egreja e seu Pastor. Agora porém éde necessidade repetir-vos o que diz o Após-tolo S. Thiago (cap. 43) Pedís e não recebeis,por isso que pedís mal.

De que servem muitas devoções, sem devo-ção? S. Bernardo diz: Faço injuria a Deos,quando lhe peço, que ouça a minha oração, eme allenda, ao mesmo lempo que nem eu at-lendo a mim, nem a elle. Oremos com aboca, mas oremos também com o coração,agora principalmente em tão calamitosos tem-pos, em tão grande aíllicção, como aquella quesoifre o digno Súccessor de S. Pedro oSS. Padre Pio IX. Não sueceda o que dizDavid (Ps. 1087): A oração do impio lhe sejaimputada a peccado. Para excitar-nos á devo-ção na casa de Deos, apenas entramos nella,nào encontramos senão óbjectos que nos ex-citam á devoção. A pia baptismal, junto a qualrenunciámos a Satanaz e suas pompas, a daágua benta, que nos excita á contricção, e la-vatorio da alma, bem como os contissionarios,as sepulturas d'onde sahirão uns corpos parao céo, outros para os abysmos, etc, etc.

Nào podemos, meus Irmãos, deixar de vospedir pelo amor de Deos o maior respeito, amaior devoção na casa de Deos.

E porque nos consta que ha abusos em ai-gumas das nossas egrejas, nas funeções eccle-siastioas, aproximando-se, ou avistando-semuito de perto os diversos sexos, e especial-mente em novenas, e festividades de noite;com toda a nossa autoridade prohibimos estasfuneções de noite, que nos dizem ser muito

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64 O APÓSTOLO

perigosas. A taes horas se devem principiaras novenas e outras festividades, que venhama acabar ao sol posto, o mais tardar. Enearre- igamos aos Beverendos Parochos, que tal nào jconsintam. F os Senhores Vigários da Vara.como nossos Delegados examinem e indaguemcuidadosamente se se cumpre esta nossa orde-nação, que ó a mesma que jà eslá mandada naconstituição do Bispado no Livro L° Titulo 30numero 743, e até nas Orjdenaçòes, d o _ lleirui,Livro"5, Tiliilo 5.°^

Esta será lida por três vezes na Estação daMissa conventuál, e registrada no Livro con-veniente. Dada co Marianna sob nosso signalaos 28 de Novembro de 1870.

V Antônio, Bispo de Marianna.

Noticias de Roma e no Santo Padre.—Bemtristes sào ai noticias (jue temos da cidadeeterna. Com manifesta connivencia dis autori-dades piemoutezas, a plebe vem insultar a

pessoa de Sua Santíjade com tremendas voei-feracòes ale debaixo das próprias janellas doVatic mo, ameaçando alaeá!-o. de sorte que senão fora a enérgica intervenção dos represen-tantes (hs potências estrangeiras acreditadas

junto á Santa Sé. Pio 1\ já teria siiccumbidovictima do punhal de algum assassino.

Consta mesmo que estes represen lan tes de-clararam ao general Lamarmora qne se nào

puzesse bobro eíficaz a taes insultos e ameaçasde atacar o Vaticano, mandariam arvorar nas

janellas deste palácio as bandeiras de suas res-

péctivas nacionalidades.Os fieis que cm grande numero açodem âs

egrejas pira implorar de Deos a cessação dessesniales que afiligem a Egreja, são apupados pelagentalha, capitaneada pelo carniceiro Tognetti,irmão do celebre assassino que matou 27 pes-soas no quartel Serrislori.

Os maiores e mais virulentos insultos ti-veram lugar na egreja de S. Pedro no Vaticano,onde os desordeiros chegaram a espancar oslieis que saldam do templo.

O fim de todos esles manejos é obrigar SuaSantidade a retirar-se dc Roma e deixar assimVictor Manoel consummar a sua obra de expo-lfação. Mas Pio l\ burla todos os planos dosPieWhtezes, mantendo-se firme na resoluçãode não sahir da cidade que lhe pertence. Sua

placidez e confiança ordinárias nào sofirem a1-terácãÒ alguma, e*apezar do que dizem as p-zelas, sua saúde ê boa, mão grado os seus 79annos.

Vieior Manoel apenas demorou-se 13 horasem Roma, e confirma-se a noticia de não tersido recebido pelo Papa, como manifestara de-sejos.

O Cardeal Antonelli tem dirigido aos núnciosda Santa Sé junto ás cortes estrangeiras di-versa* circulares a reme;to do* derradeirosacontecimento*, distingui ndo-se uma em qúeprotesta contra os insultos do que tem sidovictima Pio IN, o outra patenteando a causada ida súbita de Victor Manoel a Roma. He-

produziremos estas circulares nos seguintesnúmeros, à medida que nnt-o fu- permitlindoo limitado espaço de nossa folha.

Da grande enchente *\o labre que inundouRoma e fez consideráveis estragos na cidade,encontrarão os nossos leitores notícias rairtu-ciosas nas folhas diárias desta corte.

S. lv. Revma. o Su. Bispo Diocesano.—A extraordinária demora que teve o . paqueteGérifíwy em chegar a Lisboa, a lentidão desua marcha e os conselhos de alguns amigos,determinaram S. Ex. Remva, a embarcar no

paquete seguinte da mesma linha do Pacifico,o Patagônia, que ê esperado hoje.

Durame a sua estada em Portugal, o nossodigno Prelado visitou algumas cidades e osmonu meu to ío edifícios públicos mais notáveis

que ellas encerram. Fm Brag< S. Fx. celebrouno dia 10 do passado, anniversario de suasagnçào, na egreja do Senhor Rom Jesus.Ao visitar a Sé da mesma cidade M recebido

pelo Arcebispo e seu cabido. No Porto S. Ex.

comprou e enco nmendou um avultado numerode obras clássicas portuguezas. Fm Lisboa temS. Ex. Revma. pregado diversas vezes comgeral appíausode seus ouvintes,,e seus sermõeslem sido devidamente apreciados pela im-

prensa calholica de Lisboa.A respeito deum destes sermões, eis o que

lemos no jornal a Nação, de Lisboa, de 22 deJaneiro próximo passado :

u putra festividade.^ Tivemos no domingo

passado o prazer de ouvir a pai ivra eloqüentee inspirada do Exm. e Revm. Sr. llispo doHio Janeiro,

«Sua Fx. Revma. mostrou-se u o theologeconsumado, e ser-muito familiarisado com osescriptos dos Boutores da Egreja, muito espe-ciahnente o Doutor Angélico S. Thomaz deAquiuo.

a SuaEx. subio á tribuna sagrada pela ter-cairá e ultima vez. em Lisboa, na egreja deS. Luiz, liei de França ; para*discorrer,sobre aGraça Divina, assumpto dillicillinio de que nàotèm* íratedo os nossos oradores sagrados.

«Sua Ex. Revma. tem estylo fácil, imagensexpíendi Ias, uuceào religiosa e linguagem liar-nioniça.

a O auditório era numeroso e maior seria se acopiosa Chuva, e talvez lambem uai pouco íiescolha ih\ hora nào obsta.sem a mais crês-cida concorrência.

« A noticia dè que um Bispo sobe á tribunasagrada é sempre muito festejada pelos lieisdo palriarchado que nào estão costumados aver este espectaculo edificante e piedoso: assima noticia de que Sua Exma. Revma. nos davatào grata novidade causou muilo mais .prazerparque o publico religioso c letrado de Por-lugal tem jà conhecimento dos seus escriptos,como por exemplo a Pastoral annunciando oJubileu do Concilio que é, como_ cremos, amelhor que se escreveu no nosso idioma, »

lal é o juizo (pie a imprensa de Lisboa faza respeito do Sr. IL Pedro Maria de Lacerda.

Em Lisboa o nosso digno Prelado tem resi-'dido na casa dos \h)x>\>. Padres da Congre-gaçào da Missão, onde lem sido visitado poruni graude numero de pessoas gradas.

Donativos para o Santo Padre.—Temos re-cebido os seguintes donativos para o SantoPadre:Uma peceadora 1$500P. D.R 2S090D. Anua Maria Nunes 3.3000Alexandre Luiz Rodrigues . . 3SQ001). Anua Flausina õ$0L)M. .1. F. 15.S000Miguel, portuguez, por si. sua mu-

ther e seus filhos, 42í$00:)

Somma. . . 71 $500\. B. A quantia de 76JJ0OO enviada pelo

Sr. Joaquim Silverio do* lieis e publicada non. (> desta folha, foi reunida da maneira se-guinte :José de Queiroz Ma*carenhas. . . õOgOOOJoaquim Silverio dos Reis. ... '20.S000

Antônio Kamos de Queiroz. . . 5f>000Marianna Cândida de Queiroz. . . 1$0G3

Somma. . . 7fSXK)— o Illm. e Revm. Monsenhor Vigário Ge-

gil communica-nos que recebeu para o SantoPadre 03 donativos seguintes, por mão do\U\i\. Padre-Mestre Fr. Joào Baptista deSanta Rosa:João Durão Anzeer 20$000Manoel José Alves da Silva . . 105000José Antônio Gonçalves Liberalli. l0j£0G0M ume! Teixeira de Sampaio . . 10S000Joaquim Antônio Teixeira Machado. ÍOSOOOAntônio Rodrigues C. da Silva. lOgOODJoào Guilherme Vlabtert .... 1Q£Q00Manoel José VT*ira de Faria. . 5£0ü)Antônio M. de Paula liamos. . 10§QOOJo*é da Costa Pimenta 5$000Albino Ferreira de Oliveira . . 5JO00

Transporte. . .De uma subscripção agenciada pelo

Bevd. Padre Albino Pinto Fer-reira na freguezia do Espirito-Santo da Barra Mansa, cuja rela-cão nominal publicaremos no se-jrüinte numero, o Monsenhor Vi-gario Geral recebeu mais a quantiade

Soturna. . .

LuõgOOO

270^000

3753)00

Offerta.r-Fomos obseqúiadqs com psÂpon-lamentos Relativos d RoUtuica appliwdu aolíra zil, e com as Investigações D is!-ricas eScientijkas sobre o Mu$ê>\ ínrphial e Nacionaldo Ho de Janeiro, fructos do^ incessantes Ira-balhos scie.nlificos do muito illustrado e dis-ti nelo Sr. Or. LadjslâÒ Netto. Agradecendo aS. S. a preciosa offerta qüe nos fez, nos émuito agradável consignar em nossa folha umvoto de nossa c/msideraeào ao moco talentoso etrabalhador.

Baptismo.—-0 Revd; Padre Manoel Josó vian-na administrou n: dia 12 do corrente, na ca-pella de Nossa Senhora da Conceição d.x fazendada Birra [S; João do Príncipe), o bacrnmentodoBaplismo a um Chitn adulto', que abraçou oCàtholicismo e tomou na pia baptismal o nomede Matheus. Foi padrinha o lilm. Sr. ManoelJosé Vianna e madrinha a Exma. Sm. 1). Ma-ria Feliciana da Silva Vianna, proprietários damesma fazenda.

Xota no Cardeal Antonem.i.—Recorornen-damos a leitura da interessante nota do Ivirn0.Cardeal Antonelli, a qual se acha publicadaneste numero. I'.' um documento de summaimportância, e que só agora é que tem sidoreproduzido pela imprensa européa.

O Bispo de Mogüncia.—E'-nos impossiv< 1 re-produzir as cartas Pasloraes que o episcopado'Curopeo tem publicado a respeito da invasão deRoma. Entretanto abrimos uma excepçào emfavor da Pastoral do Bispo de Moguiicia, aqual se recommenda pela profundeza de pen-samentos e energia de phrase, com (pie o illus-tre Prelado soube Iratar a questão.

Chamamos para ella a attenção dos leitores.

Mini*terio do [mperiO. — Concedeu-se aopadre Joào Rap ti sta de Carvalho Oaítroj vi-gario coitado da freguezia de Nossa Senliora.loAmparo do Riachâo, na província do Sergipe,arcebispado da Bahia, um annorde licença como vencimento da respectiva congrua paratratar de sua saúde ; deixando sacerdote que osubstitua de approvação do Revd. metropoli-tano.

— Declarou-se ao vigário da freguezia do-SanfAnna de*la cidade, que lendo a lei n. 100de23de Abril de 1^40 feito expr/ssa mençãoda administração das obras da nova matriz porparle da irmandade do Santissimo Sacramentoda mesma freguezia fica anlori*ado o thesoureiroda dita irmandade a receber Iodas as quantiase titulos qv^ para tal fi n se acham em sen po-der.—Côuimunicou-se ao provedor da irmau-áòdç. ao inspector da caixa da àlnortisaçào eaos presidentes do banco do Brazil e da com-panhia de seguros Fidelidade.

—Em 6 do corrente declarou-se ao Gover-nador do Bispado de Pernambuco que, creadauma freguezia em território desmembrado deou-tra, a nova parochia é a que deve ser postaem concurso.

—Por decreto de 28 do mez lindo foi no-meado official da ordem'da Rosa o padre Lou-renço de Albuquerque Loyola, vigário cnlladoda freguezia de Nos<a Senhora do O' de Goya-na, província tie Pernambuco, re conformi-dade com » 2a parte do § 3o do art. 0o do de-creio n. 2853 de 7 de Dezembro de 186 L

105S003 TYP. DO APÓSTOLO, RUA JíOVA DO OUVIDOR, 16 18.