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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Aline Jubiliane Marin Daiana Aparecida Borbolato Gabriela da Silva Versi PATRIMÔNIO PÚBLICO: Escrituração, Administração, Controle e Transparência Prefeitura Municipal de Promissão Promissão SP LINS SP 2013

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Ciências Contábeis

Aline Jubiliane Marin

Daiana Aparecida Borbolato

Gabriela da Silva Versi

PATRIMÔNIO PÚBLICO: Escrituração,

Administração, Controle e Transparência

Prefeitura Municipal de Promissão

Promissão – SP

LINS – SP

2013

1

ALINE JUBILIANE MARIN

DAIANA APARECIDA BORBOLATO

GABRIELA DA SILVA VERSI

PATRIMÔNIO PÚBLICO: Escrituração, Administração, Controle e

Transparência

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof.° Me. Everton Rodrigo Salvático Custódio e orientação técnica da Prof.° Ma. Heloisa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2013

2

Marin, Aline Jubiliane; Borbolato, Daiana Aparecida; Versi, Gabriela da Silva

Patrimônio público: escrituração, administração, controle e transparência / Aline Jubiliane Marin; Daiana Aparecida Borbolato; Gabriela da Silva Versi. – – Lins, 2013.

105p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2013.

Orientadores: Everton Rodrigo Salvático Custódio; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Contabilidade Pública. 2. Patrimônio Público. 3. Transparência da Gestão Pública. I Título.

CDU 657

M289p

3

ALINE JUBILIANE MARIN

DAIANA APARECIDA BORBOLATO

GABRIELA DA SILVSA VERSI

PATRIMÔNIO PÚBLICO: Escrituração, Administração, Controle e

Transparência

Monografia Apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Everton Rodrigo Salvático Custódio

Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba

- UNIMEP

Assinatura: _________________________

1º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: __________________________

2º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: __________________________

4

Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus que é a razão de estar aqui concluindo esse

curso, e me dar a capacidade de finalizar uma monografia.

Dedico também à minha família que é meu porto seguro, meus pais, Aparecido Valdair e

Maria Odília, e meus irmãos, Hellen e Matheus, que não mediram esforços para contribuir com minha

formação, por todo amor, carinho e incentivo, e souberam entender a importância deste momento de trabalho que por

tantas vezes justificou minha ausência.

As minhas amigas, em especial a Gabriela Versi, que me ajudou e me incentivou a cada

semestre que eu era capaz, me mostrou em cada dificuldade que não era tão difícil assim, era apenas

insistir e persistir que iria conseguir. A Daiana Borbolato que também esteve pesquisando e

aprendendo todos esses anos, e crescendo a medida do desenvolvimento deste trabalho e a Flavia

Gonçalves que não pode estar nessa monografia mais sempre esteve nos apoiando, nos ajudando em

todas as pesquisas. Aos colegas de sala, que estivemos juntos esses 4 anos.

E aos Professores que dedicaram seu trabalho e seu tempo para nos ensinar, e não se

hesitaram em explicar novamente, até que pudéssemos entender todo conteúdo. Para futuramente

sermos profissionais diferenciados no mercado de trabalho.

Aline Jubiliane Marin

5

Dedico primeiramente a Deus, por me iluminar e abençoar minha trajetória.

Ao meu pai Florisvaldo de Assis, e minha mãe Maria, pelo apoio e por tudo que sempre

fizeram por mim, pela simplicidade, exemplo, amizade e carinho, fundamentais na construção do meu

caráter. Amo vocês!

A minha irmã Daniela, e cunhado Fabio, por estar sempre presente comigo, me apoiando e

incentivando nas minhas lutas. A minha sobrinha Natalia, que sempre chegou com seu sorriso

irradiante, tirando minha ansiedade, minha tristeza sempre me animando, que foi um presente de

Deus, que chegou para animar nossas vidas. Amo muito vocês!

Ao meu avô Sebastião (in memory), que infelizmente não pode estar presente neste momento

tão feliz na minha vida, mas que não poderia de deixar de dedicar a ele, que devo tanto por seus

ensinamentos e valores passados. Obrigada por tudo! Saudades eternas! Sempre vou levar no coração.

A toda minha família que é à base da minha vida, sinônimo de amor, dedicação e

compreensão.

A minha amiga Gabriela pela amizade, companheirismo, paciência e motivação durante esses

anos de muita vitoria e dedicação. Amiga você foi porto seguro, na hora em que pensei que não daria

certo e você acreditou e incentivou-nos a alcançar o que sonhamos.

A Minha amiga Flavia pela amizade e companheirismo em todos esses anos, pelos seus

inúmeros conselhos que sempre disponibilizou e pelas palavras de estimulo, valeu Flá as conversas e

conselhos. A você amiga Aline que neste ano difícil não foi só uma companheira de faculdade, mas

uma amiga que me deu força e teve paciência comigo.

Aos amigos que conquistei durante esses anos de faculdade, sempre contando com eles,

obrigada pela amizade de vocês.

A todos os professores e principalmente a Heloisa e o Everton, por me proporcionar o

conhecimento, e por tanto que se dedicaram a mim, não somente por terem me ensinado, mas por terem

feito aprender.

Daiana Aparecida Borbolato

6

Dedico à conclusão deste trabalho a Deus, pela vida e por sempre me amparar, me abençoar e

me iluminar todos os dias da minha vida.

Aos meus amados pais Lúcia e Paulo, pelo exemplo de vida, educação, respeito, caráter e

dedicação a família, por me educar, compreender, instruir e apoiar sem medir esforços. Amo muito

vocês! Meus tesouros, minha razão de viver!

A minha amada e talentosíssima irmã Fernanda pela imensa paciência dedicada a mim

durante todo o curso, estando sempre disponível ao meu lado e disposta a compartilhar seu imenso

conhecimento. Sua voz me encanta e seus passos me guiam. Minha amiga, meu orgulho, amo muito

você!

Ao meu cãozinho Joe Caramelo, que me recepcionava todos os dias tarde da noite com

carinha de sono, mas de rabinho abanando, revigorando minhas energias e ressaltando a simplicidade

da vida.

Aos amigos de sala que aprenderam, suaram e cresceram comigo, sobretudo a Flávia, amigona

que tive o prazer de desfrutar de sua sabedoria, alegria e amizade. Saiba que seu lugar neste trabalho

é insubstituível. Conte comigo no que precisar!

As amigas de grupo Daiana e Aline pelo comprometimento, esforço, dedicação e

principalmente pela amizade, construída a base de muita risada, comida e momentos felizes.

Aos professores, especialmente Everton Custódio e Heloísa pela orientação, esclarecimento e

principalmente paciência ao longo do curso e na conclusão deste trabalho.

Gabriela da Silva Versi

7

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por esse momento, porque sem a sua benção e

proteção não seria possível a conclusão deste curso, uma realização pessoal e

profissional.

Aos familiares que nos apoiaram e incentivaram a todo o momento. Que

sem o apoio de vocês nada disso seria possível.

Aos amigos, que nos ajudaram em momentos difíceis, e compreenderam

que este curso era uma realização muito especial em nossas vidas, e sempre

que precisávamos estavam à disposição para nos ajudar sem medir esforços.

Aos professores, pela sabedoria transmitida a nós em todos esses anos.

Ao professor Everton Custódio, nosso orientador, que dedicou tempo e

paciência para a realização deste trabalho. E com todo seu conhecimento nos

ajudou para nossa formação acadêmica e pessoal.

Enfim, a todos que participaram direta ou indiretamente nos criticando

positivamente ou nos ajudando de qualquer forma possível para nosso trabalho

ser realizado.

Aline, Daiana e Gabriela

8

RESUMO

A contabilidade pública encontra-se baseada na Lei 4.320/64, de 17 de março de 1964, e segue normas gerais para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Como qualquer contabilidade aplicada, segue os princípios que passaram a ser aceitos e seguidos por todos, e hoje constitui a principal teoria que sustenta e fundamenta a contabilidade. O Patrimônio Público é o conjunto de bens e direitos, mensurável em dinheiro, que pertence à União, a um Estado, a um Município ou Empresa Pública, estruturado em três grupos: ativo, passivo e patrimônio liquido. No ativo não circulante imobilizado encontram-se os bens públicos, caracterizados como bens mantidos para o uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, ou para fins administrativos. Para a execução do controle dos bens públicos faz-se uso de ferramentas documentais e da tecnologia de informação. Aliada no controle patrimonial, a tecnologia da informação contribui também no controle e na transparência da gestão pública, que garante não somente que os recursos públicos sejam utilizados de maneira clara, mas também desperta a participação popular no controle social. O presente objeto de estudo tem por trato a análise da importância do ativo imobilizado quanto ao aspecto de responsabilidade, utilização e controle dentro de uma instituição pública municipal, tendo em vista as rotinas do cumprimento das legislações atinentes a Administração Pública. Nesse aspecto, demonstram-se na Prefeitura Municipal de Promissão os registros efetuados mediante a aquisição e remanejamento de um Patrimônio Público, o controle realizado sobre esses bens e a evidenciação dos gastos públicos a sociedade.

Palavras-chave: Contabilidade Pública. Patrimônio Público. Transparência da Gestão Pública.

9

ABSTRACT

Public Accounting is based on the Law 4.320/64, of March 17, 1964, and follows the general rules for the preparation and control of budgets and balance sheets of the Union, States, Federal District and Municipalities. Like any accounting applied, it follows the principles that were accepted and followed by all, and today is the main theory that sustain with solid basis the accounting. The Public Property is the set of goods and rights, measurable in money, which belongs to the Union, a State, a Municipality or a Public Company, divided into three groups: assets, liabilities and net worth. In noncurrent fixed assets the public goods are characterized as assets, which a held for use in the production or supply of goods or services or for administrative purposes. In order to keep track of public goods its necessary the use of documentary tools and technology information. Allied to control sheet, information technology also contributes to control and transparency in public management, which ensures not only public resources are used clearly, but also arouses people's participation interest in social control. This present object of study is to treat the analysis of the importance of permanent assets as the aspect of responsability, use and control within a Public Institution, in view of compliance the routines of the laws pertaining to Public Administration. In this aspect, shows scene the City Hall Promissão, with records made through the acquisition and relocation of a Public Property, the control exercised over these goods and the disclosure of public expenditures to society. Key-words: Public Accounting. Public Property. Transparency in Public Management.

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estação Hector Legru ........................................................................ 21

Figura 2: Imigração japonesa............................................................................ 21

Figura 3: Antiga Igreja Matriz ............................................................................ 22

Figura 4: Igreja Matriz ....................................................................................... 23

Figura 5: Promissão outrora.............................................................................. 24

Figura 6: Promissão atual ................................................................................. 24

Figura 7: Brasão do Município de Promissão ................................................... 25

Figura 8: Câmara Municipal de Promissão outrora ........................................... 28

Figura 9: Câmara Municipal de Promissão atual .............................................. 29

Figura 10: Prefeitura Municipal de Promissão .................................................. 30

Figura 11: Portal da Transparência ................................................................... 33

Figura 12: Portal da Transparência - Receitas ................................................. 34

Figura 13: Portal da Transparência - Despesas ............................................... 35

Figura 14: Estrutura de Controle ....................................................................... 43

Figura 15: Modelos de plaquetas ...................................................................... 67

Figura 16: Local da plaqueta em armários, estantes e arquivos ....................... 67

Figura 17: Local da plaqueta em mesas e cadeiras .......................................... 68

Figura 18: Local da plaqueta em computadores e impressoras........................ 68

Figura 19: Local da plaqueta em automóveis ................................................... 69

Figura 20: Local da plaqueta em obras de arte................................................. 69

Figura 21: Modelo de inventário ........................................................................ 70

Figura 22: Modelo de Termo de Responsabilidade .......................................... 71

Figura 23: Modelo de Nota de Baixa de bens patrimoniais ............................... 72

Figura 24: Estrutura do Sistema ....................................................................... 79

Figura 25: Sistema de Contabilidade Pública Integrado ................................... 81

Figura 26: Sistema de Controle Patrimonial ..................................................... 81

Figura 27: Ambiente de Cadastro de Bens Patrimoniais .................................. 82

Figura 28: Ambiente de Movimentação de Bens .............................................. 83

Figura 29: Corrigindo Cadastro Patrimonial ...................................................... 84

Figura 30: Modelo de Pedido de Empenho da PMP ......................................... 88

Figura 31: Modelo de Nota de Empenho da PMP............................................. 89

Figura 32: Modelo da Plaqueta do Patrimônio da PMP .................................... 92

11

Figura 33: Fluxo do processo patrimonial ......................................................... 93

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Mesa Diretora e Vereadores ............................................................ 29

Quadro 2: Dirigentes da Prefeitura Municipal de Promissão ............................ 30

Quadro 3: Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal de Promissão ....... 31

Quadro 4: Princípios de Contabilidade aplicados ao Setor Público .................. 49

Quadro 5: Eventos provenientes de incorporação ............................................ 62

Quadro 6: Eventos provenientes de desincorporação ...................................... 65

Quadro 7: Ferramentas de apoio para o Sistema de Informação ..................... 74

Quadro 8: Cadastro auxiliares e suas funções ................................................. 86

12

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas

APIMEC – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do

Mercado

BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo

CFC – Conselho Federal de Contabilidade

CMD – Cronogramas Mensais de Desembolsos

CPC – Comitê de Pronunciamentos Técnicos

ERP – Enterprise Resources Planning

FIPECAFI – Fundação Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

IASB – Internacional Accounting Standards Board

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

IFRS – Interncional Financial Reporting Interpretations Committee

LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias

LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal

LOA – Lei Orçamentária Anual

MBA – Metas Bimestrais de Arrecadação

MCASP – Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público

NBCs – Normas Brasileiras de Contabilidade

NBCT – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas

NOB – Ferrovia Noroeste do Brasil

PCASP – Plano de Contas Aplicado ao Setor Público

PMP – Prefeitura Municipal de Promissão

PPA – Plano Plurianual

RGF – Relatório da Gestão Fiscal

RREO – Relatório Resumido da Execução Orçamentária

Siafem – Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e

Municípios

Siafi – Sistema Integrado de Administração Financeira

Sige – Sistemas Integrados de Gestão Empresarial

Serpro – Serviço Federal de Processamento de Dados

STN – Supremo Tribunal Nacional

13

TCU – Tribunal de Contas da União

TI – Tecnologia da Informação

14

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17

CAPÍTULO I – A PREFEITURA MUNICIPAL DE PROMISSÃO...................... 20

1 CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE PÚBLICA ................................... 20

1.1 Descrição legal ....................................................................................... 20

1.2 O Município de Promissão ..................................................................... 20

1.2.1 Símbolos do Município ........................................................................... 25

1.2.1.1 Brasão ................................................................................................... 25

1.2.1.2 Hino....................................................................................................... 26

1.2.2 Localização ............................................................................................ 26

1.2.3 Relevo, clima e vegetação ..................................................................... 26

1.3 Estrutura Organizacional ........................................................................ 27

1.4 A Câmara Municipal de Promissão ........................................................ 28

1.5 Prefeitura Municipal de Promissão ......................................................... 30

1.5.1 Dirigentes ............................................................................................... 30

1.5.2 Estrutura administrativa do Município de Promissão .............................. 31

1.6 O Portal Eletrônico ................................................................................. 32

1.6.1 Transparência Pública ............................................................................ 32

1.6.1.1 Receitas e Despesas ............................................................................ 34

1.6.1.2 Prestação de Contas ............................................................................ 36

1.7 Secretaria de Finanças........................................................................... 36

1.7.1 Setor de Contabilidade ........................................................................... 36

1.7.2 Financeiro ............................................................................................... 37

1.8 Secretaria de Administração .................................................................. 38

1.8.1 Licitação e Compras ............................................................................... 38

1.8.2 Controle Patrimonial ............................................................................... 39

1.8.3 Informática .............................................................................................. 40

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................. 41

2 CONTABILIDADE PÚBLICA E O PATRIMÔNIO PÚBLICO ................. 41

2.1 Administração Pública ............................................................................ 41

2.1.1 Ética e controle na administração pública .............................................. 43

15

2.2 Contabilidade Pública ............................................................................. 45

2.2.1 A contabilidade pública .......................................................................... 47

2.2.2 Conceito de contabilidade pública .......................................................... 48

2.2.3 Princípios fundamentais aplicados ao setor público ............................... 49

2.3 Patrimônio .............................................................................................. 51

2.3.1 Patrimônio público .................................................................................. 52

2.3.1.1 Ativo Imobilizado ................................................................................... 53

2.3.1.2 Ativo Imobilizado Público ...................................................................... 53

2.4 Gestão da informação pública ................................................................ 56

2.4.1 Siafi e Siafem ......................................................................................... 57

2.4.2 Transparência ........................................................................................ 58

2.4.3 Acompanhamento e responsabilidade do gestor ................................... 60

2.5 Gestão Patrimonial ................................................................................. 62

2.5.1 Incorporação .......................................................................................... 62

2.5.2 Movimentação ........................................................................................ 64

2.5.3 Manutenção e Conserto ......................................................................... 64

2.5.4 Desfazimento ou desincorporação ......................................................... 64

2.6 Sistema de Controle Patrimonial ............................................................ 65

2.6.1 Nota fiscal ............................................................................................... 66

2.6.2 Marcação patrimonial ............................................................................. 66

2.6.3 Inventário ................................................................................................ 69

2.6.4 Termo de Responsabilidade ................................................................... 70

2.6.5 Nota de Baixa de Bens ........................................................................... 72

2.7 Sistemas Integrados de Gestão Empresarial ......................................... 72

2.7.1 O Sistema de Informação e suas ferramentas de apoio ........................ 73

CAPÍTULO III – CONTABILIDADE, PATRIMÔNIO PÚBLICO E A

PREFEITURA MUNICIPAL DE PROMISSÃO ................................................. 76

3 CONTABILIDADE PÚBLICA E O PATRIMÔNIO PÚBLICO NA

PREFEITURA MUNICIPAL DE PROMISSÃO ................................................. 76

3.1 Introdução .............................................................................................. 76

3.2 Administração na Prefeitura Municipal de Promissão ............................ 77

3.3 Contabilidade e o Controle Patrimonial .................................................. 77

3.3.1 Sistema de Controle Patrimonial ............................................................ 78

16

3.3.1.1 Cadastro de Bens ................................................................................. 82

3.3.1.2 Movimentação dos bens ....................................................................... 83

3.3.1.3 Ficha Cadastral ..................................................................................... 84

3.3.1.4 Alteração do cadastro patrimonial ......................................................... 84

3.3.1.5 Tabelas ................................................................................................. 85

3.3.1.6 Auxiliares .............................................................................................. 86

3.3.1.7 Relatórios .............................................................................................. 87

3.3.1.8 Parâmetros do Sistema ......................................................................... 87

3.4 Processo de Pedido e Compra do Ativo Imobilizado .............................. 87

3.5 Registro e Controle do Patrimônio Público na Prefeitura Municipal de

Promissão ......................................................................................................... 90

3.6 Percurso do Bem Patrimonial Público .................................................... 92

3.7 Parecer Final .......................................................................................... 95

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 96

CONCLUSÃO ................................................................................................... 97

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 98

APÊNDICES ................................................................................................... 101

17

INTRODUÇÃO

A Contabilidade Pública é um ramo da Ciência Contábil que registra,

controla e estuda os atos e fatos administrativos e econômicos operados no

patrimônio de uma entidade pública, sem, contudo, deixar de seguir os

preceitos básicos e fundamentais da contabilidade. Assim, seu objeto de

estudo é a gestão do patrimônio das entidades públicas com ação nos três

níveis de governo: federal, estadual e municipal.

Presente em todo o processo de gestão, a contabilidade pública

encontra-se na fase de planejamento, execução e também de controle. É uma

extraordinária ferramenta de prestação de contas e de geração de informações,

pautadas na transparência, que podem auxiliar o gestor na tomada de decisão,

ocasionando beneficio para a sociedade.

A Lei n° 4.717/65 que regula a ação popular, em seu Art. 1°, §1°

denomina como Patrimônio Público o conjunto de bens e direitos, mensurável

em dinheiro, que pertence à União, a um Estado, a um Município, a uma

autarquia ou empresa pública. (BRASIL, 1965)

Conceitua-se ativo imobilizado público como item tangível que é

mantido para o uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, ou para

fins administrativos, inclusive os decorrentes de operações que transfiram para

a entidade os benefícios, riscos e controle desses bens. A regulamentação do

Patrimônio Público se dá por meio da Norma Brasileira de Contabilidade

Aplicada ao Setor Público – NBC T 16.2 denominada Patrimônio e Sistemas

Contábeis, que apresenta o conceito de Patrimônio Público, sua classificação

na ótica contábil e os sistemas de informação contábil. (CFC, 2012)

Gerir em âmbito público não é somente garantir o bom funcionamento da

administração interna, mas também realizar ações que promovam a máxima

excelência no controle do patrimônio da sociedade. O recurso administrado

pelo gestor é a informação.

Segundo Teixeira (2008), a Gestão da Informação é um processo que

consiste nas atividades de busca, identificação, classificação, processamento,

armazenamento e disseminação de informações, independentemente do

formato ou meio em que se encontra, ou seja, físico ou digital.

18

Seu designo é oferecer informações fidedignas às pessoa que delas

necessitam, no momento certo, para que seja efetuado a partir delas, a tomada

de decisão.

A Tecnologia da Informação (TI) e os mecanismos de controle interno na

Administração Pública como a nota fiscal, a marcação patrimonial, o inventário,

a nota de baixa de bens e o termo de responsabilidade se tornarão aparelhos

de transparência permitindo que os recursos públicos sejam utilizados de

maneira clara, podendo ser conhecido por todos, possibilitando inclusive, o

envolvimento popular na gestão destes recursos.

A pesquisa teve como objetivo conhecer os registros efetuados mediante

a aquisição e remanejamento de um Patrimônio Público e o controle realizado

sobre esses registros, para poder analisar os impactos que o controle bem

executado sobre o Patrimônio Público causa na aprovação das contas

públicas, expondo, por fim, a forma como a aquisição dos bens públicos é

disponibilizada para a sociedade.

Decorrente do exposto, somando-se a pesquisa exploratória realizada,

questiona-se: A escrituração e o controle do Patrimônio Público contribuem

para uma melhor fiscalização e aprovação das contas públicas na Prefeitura

Municipal de Promissão?

Surgiu, então, a seguinte hipótese: a escrituração e o controle do

Patrimônio Público contribuem para uma melhor fiscalização e aprovação das

contas públicas na Prefeitura Municipal de Promissão, possibilitando

consequentemente um maior grau de transparência.

Para comprovar a hipótese levantada, foi realizada uma pesquisa de

campo na Prefeitura Municipal de Promissão (PMP), no período de fevereiro a

outubro de 2013, utilizando os métodos descritos no Capítulo III.

O presente trabalho é constituído de três capítulos;

Capítulo I – aborda a evolução histórica da Prefeitura Municipal de

Promissão.

Capítulo II – exibe o embasamento teórico a respeito da contabilidade

pública e do patrimônio público, aprofundando-se nos sistemas de controle,

fiscalização e transparência.

Capítulo III - demonstra a pesquisa realizada na Prefeitura Municipal de

Promissão, sobre patrimônio público englobando sua escrituração,

19

administração, controle e transparência, ou seja, o processo percorrido pelo

bem público e a contribuição que o seu controle pode gerar na aprovação das

contas públicas na Prefeitura Municipal de Promissão.

Finalizando, apresentam-se a Proposta de Intervenção e a Conclusão.

20

CAPÍTULO I

A PREFEITURA MUNICIPAL DE PROMISSÃO

1 CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE PÚBLICA

1.1 Descrição legal

Promissão, o Distrito de Paz, foi criado em 1919, com nome de Hector

Legru, uma homenagem ao banqueiro que financiou a construção da Ferrovia

Noroeste do Brasil, alterando em 1921 para Promissão, por desejo de seus

habitantes que consideravam a terra promissora, em virtude de seu rápido

desenvolvimento.

1.2 O Município de Promissão

Na história da Prefeitura Municipal de Promissão, os primeiros

povoadores da região compreendida entre os rios Tietê, Feio e Dourado, onde

mais tarde a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil lançou os seus trilhos em

direção ao oeste, foram os foragidos da revolução de 1842, mineiros das

famílias dos Castilhos, Ferreiras e Goularts, que deixaram seus nomes ligados

a inúmeras cidades de São Paulo.

As únicas vias de penetração e comunicação eram os referidos cursos

fluviais, que facilitaram o estabelecimento dos colonizadores em terras antes

ocupadas pelos índios coroados e caingangues.

Como em outras frentes do sertão paulista, o contato com os primitivos

habitantes quase sempre foi violento, o simples extermínio do indígena ou sua

fuga para outras regiões.

Em 1908, a estrada de ferro chegou às terras da fazenda Patos, onde

construiu uma estação de parada e deixaram seus funcionários Benedito

Bueno e seu genro, conhecido como João Portador, primeiro habitantes do

local.

21

Figura 1: Estação Hector Legru

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013

Na estação de Hector Legru chegaram outros desbravadores, como

João Ramos da Silva, que se estabeleceu com um pequeno comércio, ou José

do Vale e Francisco Gimenes, que construíram uma casa de madeira para um

modesto hotel.

Em 1917, chegaram os primeiros imigrantes japoneses e italianos,

desenvolvendo atividades agrícolas e industriais, principalmente ligadas ao

café e, em 1918, Alonso de Andrade, auxiliado por seu irmão Carlos de

Andrade, fez um loteamento e colocou à venda alguns lotes.

Figura 2: Imigração japonesa

F

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013

22

A partir de então, o vilarejo expandia-se pela parte baixa da linha da

estrada de ferro, destacando-se como negociante Hemerlindo de Sá. Os

proprietários das terras superiores e inferiores da linha da estrada de ferro

dividiram seus patrimônios em quarteirões e datas.

O povoamento rural aumentou rapidamente e, em pouco tempo, cerca

de 800 famílias de agricultores plantaram suas lavouras, dando inicio a

abundante produção de cereais.

Em 1928, foi doada, verbalmente pelo Sr. René Laurent um terreno em

que a igreja matriz foi construida, não temos dados sobre o inicio da construção

e nem da inauguração da antiga matriz. Era voltada para a esplanada da

estrada de ferro e os trilhos da Noroeste do Brasil (NOB) passavam à sua

direita.

A igreja foi demolida, em seu lugar foi construída, pela Prefeitura, a

Praça João XXIII e no terreno trocado por ela, a paroquia construiu o Barracao

do Cruzeiro.

Figura 3: Antiga Igreja Matriz

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

23

Uma nova Matriz foi construída, sua inauguração aconteceu no dia 24 de

dezembro de 1941, depois disso a igreja passou por duas grandes reformas:

uma em 1963 e a outra em 1975. Em 2005, foi trocado o telhado, refeito o piso

e a pintura.

Figura 4: Igreja Matriz

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

Em 1919, era o Distrito de Paz de Hector Legru, pertencendo à cidade

de Penápolis. Em 1924, foi elevado à condição de município, mudando o nome

para Promissão e, em 1944, tornou-se Comarca.

Recebeu a antonomásia “Canaã da Noroeste” não apenas pela relação

bíblica com o nome, mas pelo desenvolvimento alcançado, em tão pouco

tempo de existência, quando comparada aos demais municípios que se

formavam na mesma época.

24

Figura 5: Promissão outrora

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

Tendo a agricultura como sua primeira riqueza seguida pela pecuária, o

município, ao longo do tempo, foi beneficiado pela construção de uma usina

hidrelétrica e outros empreendimentos, como a usina de açúcar e álcool, os

frigoríficos e grandes empresas.

Figura 6: Promissão atual

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

25

1.2.1 Símbolos do Município

Os símbolos municipais são as bandeiras e os brasões, que podem ser

concebida de acordo com cada entidade pela qual, o brasão ou a bandeira,

está sendo representada pelo município.

1.2.1.1 Brasão

O Brasão de Promissão foi elaborado recebendo características

baseadas na historia do lugar e traduzidas em linguagem heráldica, pela Lei nº

441 e n° 442, ambas de, 10 de agosto de 1959.

A coroa que se encontra em cima do Brasão significa Escudo Sanítico

ou Francês moderno filetado de ouro e encimado pela coroa mural, privativa

das municipalidades e esquartelados.

O Brasão de Promissão é alicerçado por um ramo de café frutificado à

esquerda e, à direita, algodão em suas cores naturais, representando as

riquezas agrícolas do município e atados por um laço verde, símbolo de

esperança.

No listão de prata em tipo bastão, de goles os dizeres: “Honeste

Pugnavimos, Justitia Vicimus” (Com honestidade lutamos, com justiça

venceremos), tendo à destra, 1919, de goles, ano em que foi criado o distrito

de Hector Legru, e à sinistra, 1923, também de goles, ano em que, pela lei n°

1934, de 29 de novembro de 1923 foi criado o município de Promissão.

Figura 7: Brasão do Município de Promissão

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

26

1.2.1.2 Hino

A composição do Hino do município de Promissão é de Lourdes Vina da

Silva e a melodia de José Nilo Valle.

O Hino traz em seu canto o crescimento imenso da terra promissora, a

riqueza da terra, os índios que habitavam o solo gentil, a grandeza espiritual do

povo e a recordação da antiga “Canaã da Noroeste”, quando foi “o maior centro

da imigração”.

1.2.2 Localização

Examinando o mapa do Estado de São Paulo, verifica-se que Promissão

está incrustada na região Noroeste, a meio caminho de Bauru e Araçatuba.

Estende-se por 759.821 hectares de terra, que conduzem a 782 km2 e com um

perímetro urbano abrangendo 7.598.211,85 m2. Sua área verde é de

305.712,32 m2 e a de preservação, de 345.150, 53 m2.

O centro da cidade encontra-se à altitude de 425 metros em relação ao

nível do mar. A distância compreendida entre a sede do município e a capital

do Estado é de 460,00 km por via rodoviária.

Promissão se liga a Avanhandava e Guaiçara, situada a 20 quilômetros

de sua sede municipal, por meio da vicinal Kitizo Utyama. O município conta

também com a vicinal Shuei Uetsuka, que faz a interligação com a rodovia

Marechal Rondon e com a via de acesso Major Antônio Dinalli, que liga o

centro urbano a BR 153, com destino a São José do Rio Preto.

1.2.3 Relevo, clima e vegetação

O revelo encontra-se no mapa geomorfológico do Estado de São Paulo,

o território de Promissão faz parte do Planalto Central Paulista, no seu trecho

centro-ocidental, que apresenta colinas amplas e baixas, recobertas pelo

arenito Bauru.

A rede hidrográfica pertence à bacia do Paraná, e contempla os rios

Tietê, Feio, Patos, Dourados, Barra Mansa, Ribeirão dos Patos, observando-se

estreito paralelismo tanto entre os rios principais, como em seus afluente e

27

subafluentes, que deslizam quase mansamente em seus leitos calcados no

arenito Bauru. Em alguns trechos tem a tranquilidade de suas águas quebrada

pela presença do basalto, originando corredeiras como a de Lajes, no rio Tietê,

onde foi construída a barragem da hidrelétrica, e a Corredeira, no Ribeirão dos

Patos.

O município de Promissão possui clima tropical úmido com estação

chuvosa no verão e seca no inverno. A temperatura média do mês mais frio é

inferior a 18°C e a do mês mais quente ultrapassa a 22°C e o total das chuvas

no mês mais seca não ultrapassa a 30mm.

A vegetação original do município de Promissão era representada pela

Floresta Latifoliada Tropical. Atualmente restam-se apenas 2%, sob a forma de

pequenos remanescentes isolados, predominando a vegetação secundária,

nem sempre de feições bem definidas.

1.3 Estrutura Organizacional

Atualmente o município de Promissão possui uma população em media

de 35.674 habitantes, conforme os dados estatísticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE, 2013).

A coleta de lixo é realizada em 100% da zona urbana e incluí a varrição

de rua, o lixo proveniente das indústrias e o lixo hospitalar de todos os

estabelecimentos de saúde do município.

O município está localizado no planalto ocidental paulista, no centro da

região Noroeste. Sua área é delimitada ao norte pelo rio Tietê, ao sul pelo rio

Feio e a leste e oeste pelos afluentes e subafluentes desses dois rios,

totalizando uma área de 787 quilômetros quadrados, a cidade pertence â

região administrativa de Bauru e a região de governo de Lins, e faz fronteira

com Ubarana e Adolfo, ao norte; Getulina, ao sul; Alto Alegre, Avanhandava e

Barbosa, a oeste; e Guaiçara, a leste.

A base da economia de Promissão sempre foi à agricultura. Com a

introdução da pecuária, motivada pela crise do café, essas duas atividades

dominam o panorama econômico local, gerando grandes números de

empregos.

28

O município conta com 63 indústrias, sendo sete de médio ou grande

porte, dessas indústrias, três tem destaque na economia do estado e do país,

com números representativos de exportações. São elas: Marfrig frigorifico

através de parceria com empresas como o Carrefour, Assai e Bombril, que

possui unidades espalhadas por todo o Brasil; Promilat, laticínio que pertence à

rede Habib’s e a Renuka do Brasil, usina de álcool e açúcar.

1.4 A Câmara Municipal de Promissão

Na data 25 de abril de 1924, às 16 horas no Paço Municipal, reuniram-se

alguns cidadãos promissenses, diplomados Vereador na forma das Leis em

vigor na época, na ocasião, assumiu a presidência o Vereador mais velho, Dr.

Arthur Franco, obedecendo ao Regimento Interno da Câmara Municipal de São

Paulo, a fim de elegerem um Presidente e um Secretário provisório, além de

uma comissão de três membros para se proceder à verificação dos Poderes

dos Vereadores e outra comissão para proceder à verificação dos poderes da

primeira comissão.

Figura 8: Câmara Municipal de Promissão outrora

Fonte: Câmara Municipal de Promissão, 2013.

29

A Câmara Municipal é órgão fiscalizador dos atos do Poder Executivo.

Tem como sua jurisdição: dar posse ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos

vereadores, aprovar as peças orçamentárias municipais, Plano Plurianual

(PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA),

respeitando os prazos de regresso à Prefeitura conforme a Lei Orgânica.

Figura 9: Câmara Municipal de Promissão atual

Fonte: Câmara Municipal de Promissão, 2013.

Quadro 1: Mesa Diretora e Vereadores

Cargo Nomes

Presidente José Aparecido Gargaro

Vice – Presidente Paulo Fabiano Zambom da Silva Borges

1° Secretário João Balduíno dos Santos Neto

2° Secretário Edson Riohey Yassunaga

Vereadores

Antônio Carlos de Sena Dias

Artur Manoel Nogueira Franco

Carlos Januário

Eduardo Augusto de Almeida

Luís Gustavo Torres de Souza

Marcos Antônio Souza Simões

Reginaldo Gonçalves dos Santos

Ricardo Barbosa Rigato

Romildo Aparecido Calsavara

Fonte: Câmara Municipal de Promissão, 2013.

30

1.5 Prefeitura Municipal de Promissão

A Prefeitura Municipal de Promissão localiza parte de seus serviços e

secretarias em sede própria no centro da cidade, Avenida Pedro de Toledo, n°

386, além deste prédio da Administração Municipal existem outros imóveis

alugados na cidade ocupados pelas secretarias municipais. O prefeito atual do

município é o Sr. Hamilton Foz e a Vice–Prefeita a Sra. Sueli Simões.

Figura 10: Prefeitura Municipal de Promissão

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013

1.5.1 Dirigentes

A equipe de dirigentes da Prefeitura Municipal de Promissão em 2013 é

composta conforme o quadro:

Quadro 2: Dirigentes da Prefeitura Municipal e Promissão

(continua)

Secretarias Dirigentes

Gabinete do Prefeito Hamilton Foz

Gabinete Vice Prefeito Sueli Gonçalves Michelan Simões

31

(conclusão)

Secretaria da Agricultura Claudio Correia Dadazio

Secretaria da Assistência Social Denis Cunha

Secretaria da Cultura Cleuza Luchiari

Secretaria da Educação Sueli Gonçalves Michelan Simões

Secretaria do Fundo Social de

Solidariedade Marcia Foz

Secretaria do Meio Ambiente Tania Chamma Capelanes

Secretaria do Esporte, Cultura, Lazer e

Turismo. Francisco Cardin

Secretaria da Saúde Dra. Estelita Pacheco

Secretaria de Obras e Serviços João Marçal

Secretaria do Planejamento Roberto Gradella

Secretaria do Desenvolvimento

Econômico Social Aparecido Rodrigues

Secretaria do Transporte Celso Minoro

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

1.5.2 Estrutura administrativa do Município de Promissão

A estrutura administrativa da Prefeitura de Promissão é composta por

secretárias, que por sua vez se subdivide em setores conforme o quadro:

Quadro 3: Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal de Promissão

(continua)

Secretarias Setores

Gabinete do Prefeito

Chefia de Gabinete

Coordenadoria Municipal de Comunicação

Coordenadoria Municipal de Modernização Administrativa

Defesa Civil

Divisão de Projetos e Convênios

Fundo Social de Solidariedade

Gabinete da Vice–Prefeita

Secretaria da

Educação Divisão de Cultura

32

(conclusão)

Secretaria de Esporte,

Lazer e Cultura Setor de Projeto Social e Esportivo

Secretaria da Saúde

CAPS – Centro de Apoio Psico-social

Saúde Bucal

Saúde da Comunidade

Vigilância Epidemiológica e Imunização

Vigilância Sanitária

Secretaria de Obras e

Serviços

Divisão de Limpeza Pública

Divisão da Manutenção dos Cemitérios

Divisão de Vilas Públicas

Divisão Municipal de Trânsito

Secretaria Municipal de

Negócios

Administrativos

Departamento de Recursos Humanos

Divisão de Almoxarifado

Divisão de Assessoria e Apoio Técnico

Divisão de Licitação e Compras

Divisão de Protocolo

Secretaria Municipal

Planejamento

Setor de Arrecadação

Setor de Cadastro Técnico

Setor de Contabilidade

Setor de Controladoria

Setor da Dívida Ativa

Setor de Fiscalização Tributária

Tesouraria

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

1.6 O Portal Eletrônico

1.6.1 Transparência Pública

A transparência pública é a divulgação das ações governamentais a

milhões de brasileiros, além de contribuir para o fortalecimento da democracia,

prestigia e desenvolve as noções de cidadania. As páginas de Transparência

Pública dão continuidade às ações de governo voltadas para o incremento da

transparência e do controle social, com objetivo de divulgar as despesas

33

realizadas pelos órgãos e entidades da Administração Pública, informando

sobre execução orçamentária, licitações, contratações e convênios.

Dessa forma, conforme dispõe a Portaria Interministerial nº 140, de 16

de março de 2006, cada órgão e entidade deve ter sua própria Página de

Transparência com informações detalhadas.

O Portal de transparência da Prefeitura Municipal de Promissão é assim

estruturado:

Figura 11: Portal da Transparência

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

As páginas do Portal de Transparência Pública da PMP destacam, em

relatórios, os dados mensais, inclusive com a especificação das normas

34

relativas aos gastos. O cidadão também tem o acesso às informações tais

como:

a) Planejamento orçamentário: Plano Plurianual – PPA, Leis

Diretrizes Orçamentárias – LDO e Lei Orçamentária Anual – LOA;

b) Execução orçamentária: receitas, despesas, transferências,

relatórios e listagem;

c) Prestação de contas: balanços e relatórios;

d) Responsabilidade fiscal: RREO – Relatório Resumido da

Execução Orçamentária, RGF – Relatório da Gestão Fiscal;

e) Instrução Normativa 28: relatórios.

1.6.1.1 Receitas e Despesas

As receitas e despesas também são encontradas no portal de

transparência, ao qual a população tem acesso a toda informação e prestação

de conta que acontece com a Prefeitura Municipal de Promissão.

Figura 12: Portal da Transparência - Receitas

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

35

A Receita integrante no Portal da PMP visa verificar a situação do

controle existente sobre o lançamento, a cobrança e a arrecadação das

receitas, sua contabilização e observância da legislação pertinente. Para

acessar as informações das receitas, o usuário devera informar o exercício e a

entidade, e terá informação das receitas acumuladas durante o ano, e a

especificação de cada receita e o valor total de cada uma delas.

Figura 13: Portal da Transparência - Despesas

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

As Despesas, por sua vez, têm o objetivo de constatar se na realização

dos gastos públicos, estão sendo observados os princípios da legalidade,

legitimidade, economicidade, moralidade, eficiência e eficácia, bem como

possibilitar uma visualização da utilização dos recursos públicos.

No portal, ao acessar as informações irá abrir uma página, da

transparência pública, que deverá ser informado o exercício e a entidade para

36

ver as informações desejadas das despesas, o total de cada uma delas e a

escolha de qual despesa deseja acessar para ver as informações.

Por fim, a receita e a despesa podem ser acompanhadas em detalhes

no portal de transparência que traz ainda a atualização diária dessas

informações. Use a pesquisa para acompanhar os recursos públicos e conferir

os gastos diretos da Prefeitura Municipal de Promissão.

1.6.1.2 Prestação de Contas

A prestação de contas é uma informação que é oferecida ao cidadão, a

respeito do modo como seu dinheiro foi utilizado. É o mínimo que o cidadão

tem direito, no tocante à condução dos seus negócios, por parte dos que dele

receberam delegação.

O responsável da prestação de conta é o administrador público, que

passa as informações para os cidadãos, de como foi aplicado o dinheiro dos

impostos pagos.

O Portal eletrônico da Prefeitura Municipal de Promissão consiste em

uma ferramenta de prestação de contas, que demonstra passo a passo a

movimentação das contas públicas. As informações inseridas são pautadas em

documentos comprobatórios que garantem com fidedignidade a realidade

exposta à população.

1.7 Secretaria de Finanças

A Secretaria de Finanças constitui o órgão da Administração Pública

responsável por exercer a Administração Tributária, através do lançamento,

controle, cobrança e arrecadação de tributos municipais, exerce ainda a

Administração Financeira e Contábil, através da arrecadação de recursos

externos como: pagamento, registro e controle dos atos administrativos

financeiros gerados pelo Município e terceiros.

1.7.1 Setor de Contabilidade

37

O setor de contabilidade tem por objetivo gerar informações precisas e

fundamentais para auxiliar o gestor na tomada de decisão. No campo público o

objetivo não difere, ou seja, as informações contábeis permitem à

administração pública maior controle e clareza na tomada de decisão e

prestação de conta.

Para determinar seus dados sobre as despesas, receitas, orçamentos e

créditos públicos a contabilidade pública utiliza-se dos sistemas: orçamentário,

financeiro, patrimonial, de compensação, bem como dos princípios contábeis,

respeitando sempre o método das partidas dobradas.

A ciência contábil atua na administração pública em quase todas as

etapas desde a previsão e execução orçamentária, registro dos fatos

contábeis, emissão de relatórios (financeiros, econômicos e patrimoniais) até

no controle interno.

No âmbito público as informações disponibilizadas pela contabilidade

pública são indispensáveis para a administração pública cuja gestão deve gerar

dados que permitem aos controladores internos e externos, acesso e fácil

compreensão. Assim, nessa vertente de informações precisas e claras, institui

a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei Complementar n°101, de 4 de

maio de 2000) que normaliza a necessidade de prestação de contas.

Na Prefeitura Municipal de Promissão destaca-se a informação sobre a

contabilidade e a situação do patrimônio, que vão apresentar em decorrência

de fenômenos de natureza econômica, onde cada decisão do gestor altera a

circunstância do patrimônio, transformações estas, que deverão ser refletidas

pelas demonstrações contábeis.

1.7.2 Financeiro

O principal instrumento financeiro é o orçamento. O orçamento é o

demonstrativo de recursos financeiros colocados à disposição de atividades

especificas num certo prazo. É utilizado para a tomada de decisão de custos e

destinação de recursos em várias alternativas de ação.

O orçamento na Prefeitura Municipal de Promissão é o demonstrativo,

item a item, das receitas e despesas, estabelecendo custos para atividade-

38

meio e atividades-fim e para novos investimentos. É a peça fundamental para a

correta destinação de recursos.

1.8 Secretaria de Administração

A Secretaria de Administração tem por atribuições coordenar, controlar e

executar a administração, promover ações para qualificação permanente do

servidor, elaborar e desenvolver ações para captação de profissionais no

mercado de trabalho e manutenção nos quadros da Prefeitura. É responsável

também pela elaboração e desenvolvimento de programas de atenção à saúde

e segurança dos servidores.

1.8.1 Licitação e Compras

Exigida por lei, a licitação é o procedimento administrativo adotado pela

administração pública para convocar, por meio de edital ou convite,

fornecedores para exposição de propostas que sejam vantajosas para o erário

público.

A celebração com terceiros deve ocorrer por meio de processo

transparente, isto é, deve haver igualdade entre os participantes na disputa

pelo objetivo licitado. A licitação tem por objetivo o cumprimento do princípio

constitucional da isonomia permitindo a participação ampla de concorrentes no

certame. Assim esse procedimento visa contratar a proposta vantajosa

resguardando os direitos dos futuros contratados.

A aquisição ou compras compreende todas as atividades ou funções

necessárias ao processo de compra de materiais. No serviço público, tal

processo pode ser feito através de compra direta ou de licitação. Esse

subsistema abrange as seguintes funções: gestão de estoque; normalização;

padronização; especificação; classificação; codificação; catalogação e

aquisição.

As compras de material para reposição de estoque entre outras para

atender as necessidades específicas de qualquer unidade deverão, em

principio, ser efetuadas, através do Departamento de Administração ou da

unidade com atribuições equivalentes ou ainda pelas correspondentes

39

repartições que, no território nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou

seccionais (delegacias, distritos, entre outros).

Na Prefeitura esse processo é utilizado através de uma solicitação, de

um pedido de compra na unidade pública, encaminhado por meio de oficio ao

setor de compras da prefeitura. Que em estudo e avaliação emiti um processo

de licitação e, ao termino deste, o setor de compras fará o pedido de empenho

e posteriormente a nota de empenho. É somente após a emissão da nota que a

prefeitura poderá realizar a compra ou a contratação de um serviço.

1.8.2 Controle Patrimonial

O controle patrimonial na PMP se dá através do registro de todos os

bens móveis, adquiridos por recursos orçamentários e não orçamentários, que

estão à disposição do Campus para a realização de suas atividades. Para a

eficácia do controle patrimonial é fundamental a atualização constante dos

registros de entrada, atualização, movimentação e saída de bens do acervo

patrimonial.

A operação de entrada é realizada através do Tombamento, as

alocações internas são realizadas através da Transferência e da Movimentação

e a operação de saída é realizada através da Baixa de bens. Visando preservar

a qualidade das informações, todo bem permanente deverá ser indicado

individualmente, estar vinculado a um local específico e sob a responsabilidade

de um servidor.

A verificação dessas informações, bem como a qualidade do serviço

realizado pelo Setor de Patrimônio, é concretizada através dos Inventários e

deve ser controlado todo o acervo da Instituição, seja de bens móveis ou

imóveis.

O sistema utilizado no controle patrimonial, na Prefeitura Municipal de

Promissão é o Fiorilli, um software que conduz o usuário aos procedimentos de

registros e manipulação de dados, por meio de uma apresentação simples e

funcional do sistema, que auxilia e facilita a gestão pública. Esse sistema é

interligado em todos os setores responsáveis na prefeitura, através de uma

rede, onde oferece mais facilidade para a apresentação e avaliação dos fatores

40

e ocorrência dentro da prefeitura, onde torna eficiente o processo de controle

de bens oficiais ou de bens móveis ou imóveis.

1.8.3 Informática

A Informática presta suporte no uso de recursos computacionais aos

funcionários da Prefeitura e da Câmara Municipal, contando hoje com um

parque computacional extenso e distribuído por diversas áreas da Prefeitura e

da Câmara. A prefeitura deve prestar contas à população e publicar suas

contas de forma simples em local visível e de fácil acesso para todos os

cidadãos.

A Informática da Câmara Municipal de Promissão têm como missão a

informatização e a modernização do Poder Legislativo Municipal e, neste

sentido, têm se esforçado para atingir tal objetivo.

De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 48 e 49, a

prefeitura deve, ainda, incentivar a participação popular na discussão de planos

e orçamentos.

O Portal da Transparência tornam públicas todas às práticas da

administração da Prefeitura Municipal de Promissão. A sociedade em geral

tem, no endereço eletrônico, informações referentes às receitas e despesas

realizadas pelas entidades da Administração Direta e Indireta.

41

CAPÍTULO II

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2 CONTABILIDADE PÚBLICA E O PATRIMÔNIO PÚBLICO

2.1 Administração Pública

Ao trabalhar questões relacionadas à esfera pública faz-se necessário

discutir a abordagem conceitual de administração pública.

A Constituição Federal de 1988, vigente até os dias atuais, trouxe aos

municípios autonomia ficando em igualdade jurídica com os Estados, a União e

o Distrito Federal. Com tal autonomia, os municípios passaram a realizar todos

os tipos de decisões locais, sem depender de autorizações do Governo

Estadual e Federal.

Segundo o autor Heilio Kohama:

A Administração Pública é todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. Administrar é gerir os serviços públicos; significa não só prestar serviço, executá-lo, como também, dirigir, governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil. (KOHAMA, 2010, p. 9).

Meirelles (2001), de forma simplificada, entende como Administração

Pública, a gestão dos bens e dos interesses reconhecidos como da sociedade

no âmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos tanto do Direito

como da Moral, objetivando o bem comum.

Ambos os conceitos relacionam como finalidade o alcance de metas,

conseguidas por meio de órgãos ou atividades, convencionalmente chamados

de Administração, focando sempre sua gestão no bem comum, ou seja, na

satisfação das necessidades públicas.

Para realizar os serviços e atividades que garantem a satisfação das

necessidades da população, devido à complexidade das tarefas e a expansão

territorial, o Estado por meio do chefe do Poder executivo divide suas tarefas,

centralizando algumas e delegando outras, é a chamada administração direta e

indireta, respectivamente.

42

Esta divisão é exposta no Art. 4° do regulamento da Administração

Pública, o Decreto-lei n° 200 de 25 de fevereiro de 1967:

Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços

integrados na estrutura administrativa da Presidência da

República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as

seguintes categorias de entidades, dotadas de

personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista;

d) Fundações públicas.

Parágrafo único. As entidades compreendidas na

Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja

área de competência estiver enquadrada sua principal

atividade. (BRASIL, 1967)

Para Andrade (2008, p. 15), administração direta consiste no “conjunto

de atividades e serviços que são integrados na estrutura administrativa da

Presidência da República, do Governo do Estado ou da Prefeitura Municipal”.

A administração indireta, por sua vez, é caracterizada como a

descentralização dos serviços públicos, realizado através das entidades com

personalidade jurídica própria, independência administrativa orçamentária e

financeira.

Por fim, ressalta-se que o campo de atuação da Administração Pública,

conforme delineado pela organização da execução dos serviços, compreende

os órgãos da Administração Direta e os da Administração Indireta.

De acordo com Andrade, entende-se por empresa pública:

Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, capital exclusivo e direção do Poder Público, seja União, Estado ou Município, que utiliza órgão da administração indireta, criados por lei, para desempenhar atividades de natureza empresarial... (ANDRADE, 2002, p. 17).

Regida pela contabilidade comercial, as empresas públicas devem estar

em conformidade com a Lei n° 6.404/76, conhecida como Lei das Sociedades

43

por Ações. São exemplos de empresa pública, o Banco do Brasil, a Petrobrás e

as Prefeituras Municipais.

2.1.1 Ética e controle na administração pública

Desde que o Brasil passou a ser um Estado Democrático, tornou-se

claro que os bens e receitas do Estado não seriam mais vistos como pertences

do soberano, mas como pertencente a toda coletividade para atendimento das

necessidades desta.

Assim sendo, o controle assumiu um papel importante na administração,

impondo limites à atuação do governo e orientando a melhor utilização dos

recursos disponíveis de forma organizada e ponderada.

O controle da administração pública é evidenciado pela seguinte

estrutura:

Figura 14: Estrutura de Controle

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Nota-se que há três tipos de controle: o interno, exercido pela própria

Administração sobre seus órgãos e suas entidades da Administração Indireta;

44

externo, exercido por um órgão ou entidade que não pertence a estrutura da

Administração; e social, exercida por todos os cidadãos que compõem a

sociedade.

Segundo Pascoal (2009, apud QUINTANA et al., 2011), além dos

controles existentes dentro dos órgãos, é imprescindível que a fiscalização da

forma como os recursos foram e estão sendo aplicados, seja feita por uma

instituição autônoma e independente. Desse modo, surge no Brasil o controle

externo.

A Constituição Federal em capítulo específico destinado a “Fiscalização

Contábil, Financeira e Orçamentária” refere-se ao controle externo nos

seguintes termos:

Art 70. A fiscalização contábil, financeira e orçamentária,

operacional e patrimonial da União e das entidades da

administração direta e indireta, quanto à legalidade,

legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e

renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso

Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de

controle interno de cada Poder.

[...] Art 71. O controle externo, a cargo do Congresso

Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de

Contas da União... (BRASIL, 1988).

Vê-se que em âmbito federal, o controle externo é de competência do

Congresso Nacional com o auxilio do Tribunal de Contas da União (TCU). Já

em âmbito estadual e municipal, tal controle é exercido pelas Assembleias

Legislativas, em se tratando de Estados, e pela Câmara dos Vereadores, em

se tratando de Municípios. Em ambos os casos, o Tribunal de Contas do

Estado ou o Tribunal de Contas do Município, quando houver, deve auxiliar.

Assim sendo, o Congresso Nacional delega, por meio de leis e,

principalmente pelo Orçamento, os meios e os mandatos para que a

Administração Pública alcance objetivos políticos, econômicos e sociais. Este é

o princípio fundamental do controle externo. Para aumentar esse controle

exercido pelo Congresso, a Constituição Federal o TCU.

45

Sob a ótica da Lei n° 4.320/64 o controle da execução orçamentária

compreende:

Art. 75. O controle da execução orçamentária

compreenderá:

I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação

da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a

extinção de direitos e obrigações;

II - a fidelidade funcional dos agentes da Administração,

responsáveis por bens e valores públicos;

III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em

termos monetários e em termos de realização de obras e

prestação de serviços. (BRASIL, 1964).

Prosseguindo em seus artigos a Lei delega o controle interno ao Poder

Executivos os três tipos de controle mencionados acima no art. 75 e o controle

externo ao Poder Legislativo, que terá por objetivo verificar a probidade da

administração, a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos e o

cumprimento da Lei de Orçamento.

2.2 Contabilidade Pública

A Contabilidade nas empresas públicas tem o mesmo respaldo que a

Contabilidade para as empresas privadas. Evidencia a situação daqueles que

arrecadam receitas, efetuam despesas, administram ou guardam bens

confiados à Fazenda Pública.

É uma extraordinária ferramenta de prestação de contas e de geração

de informações, pautadas na transparência, que podem auxiliar o gestor na

tomada de decisão, ocasionando beneficio para a sociedade.

A Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964 é o aparelho que norteia e

fundamenta a Contabilidade de direito Público, estabelecendo normas quanto à

contabilização dos atos e fatos da Administração pública, à elaboração e

controle dos orçamentos e das demonstrações imprescindíveis para o

acompanhamento da execução orçamentária e da composição patrimonial dos

entes da Federação.

46

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), no cumprimento de sua

atribuição privativa, edita as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) que

devem ser adotadas por todos os profissionais da contabilidade no Brasil. Para

o Setor Público há o NBC 16, isto é, as Normas Brasileiras aplicadas ao Setor

Público que são convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade

para o setor Público.

Em se tratando de contabilidade internacional vive-se um momento de

transição, onde busca-se harmonizar a contabilidade do mundo aos padrões

internacionais.

No Brasil a ferramenta empregada para efetuar essa transição é o

Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Criado pelo Conselho Federal

de Contabilidade através da Resolução nº 1.055/05 o CPC é composto por seis

entidades: Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA);

Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado

(APIMEC NACIONAL); Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA); Conselho

Federal de Contabilidade (CFC); Instituto dos Auditores Independentes do

Brasil (IBRACON); e Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e

Financeiras (FIPECAFI).

Art. 3º O Comitê de Pronunciamentos Técnicos – CPC

tem por objetivo o estudo, o preparo e a emissão de

Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de

Contabilidade e a divulgação de informações dessa

natureza, para permitir a emissão de normas pela

entidade reguladora brasileira, visando à centralização e

uniformização do seu processo de produção, levando

sempre em conta a convergência da Contabilidade

Brasileira aos padrões internacionais. (CFC, 2005)

Esta unificação facilitará a geração e a interpretação de informações

financeiras, aumentará a transparência e a comparabilidade, possibilitará a

realização de investimentos globais assim com a execução de financiamentos

de baixo custo, e o mais importante, passará confiabilidade em seus dados.

47

2.2.1 A contabilidade pública

A Contabilidade Pública e o Orçamento Público surgiram em 1217, na

Inglaterra por meio da Carta Magna outorgada pelo Rei João Sem Terra, na

qual em seu texto estabelecia que, somente o conselho comum possuía o

direito de instituir tributos ou auxílio no Reino, exceto os com a finalidade de

resgatar a pessoa do Rei, tornar seu filho primogênito cavaleiro ou casar sua

filha mais velha, e quanto aos auxílios, estes teriam de ser razoáveis em seu

montante. Com tal medida, os gastos da coroa só eram liberados mediante

autorização do conselho comum criado pelo rei.

No Brasil a Contabilidade Pública se originou em 1808, por meio de um

alvará publicado no reinado de D. João VI que criava o Erário Régio e

estabelecia normas de contabilidade por partidas dobradas.

Na Constituição de 1824 a registros de exigências de elaboração de

orçamentos formais por parte das instituições imperiais:

Art. 172. O Ministro de Estado da Fazenda, havendo

recebido dos outros Ministros os orçamentos relativos às

despesas das suas Repartições, apresentará na Câmara

dos Deputados anualmente, logo que esta estiver reunida,

um Balanço geral da receita e despesa do Tesouro

Nacional do ano antecedente, e igualmente o orçamento

geral de todas as despesas publicas do ano futuro, e da

importância de todas as contribuições, e rendas publicas.

(BRASIL, 1824)

Apesar de constar na Constituição Federal, tal dispositivo não foi

implantado por se entender ser muito complexo e avançado.

A obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração anual dos

Balanços Gerais se deu em 1850 mediante a promulgação da Lei que instituiu

o Código Comercial.

Nos dias atuais a Contabilidade Pública encontra-se respaldada pela Lei

n° 4.320/64, a Lei Complementar n° 101/00, conhecida como Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF) e o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor

48

Público (MCASP), um instrumento orientador dos procedimentos contábeis,

financeiro, orçamentários e patrimoniais públicos.

2.2.2 Conceito de contabilidade pública

Para entender a contabilidade pública, se tratando esta, de um ramo da

contabilidade , faz-se necessário primeiramente conceituar contabilidade.

D´auria (1967, apud PADOVEZE, 2007) conceitua contabilidade como

ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro

relativos aos atos e fatos da administração econômica. Vê-se que a

contabilidade esta presente em todo o processo de gestão, encontra-se na fase

de planejamento, execução e também de controle.

A diferença entre a Contabilidade das empresas privadas e da

Contabilidade das empresas públicas está na permissão da execução de suas

atividades e na apuração do resultado. Pois, enquanto nas empresas privadas

faz-se o que a lei não proíbe, nas empresas públicas, faz-se somente o que a

lei autoriza. E enquanto nas empresas privadas utiliza-se o patrimônio para

gerar lucro, nas empresas públicas o patrimônio é gerido para proporcionar

bem-estar social.

Nesses termos a Contabilidade Pública é uma especialização da Ciência

Contábil que registra, controla e estuda os atos e fatos administrativos e

econômicos operados no patrimônio de uma entidade pública, sem, contudo,

deixar de seguir os preceitos básicos e fundamentais da contabilidade.

Lima e Castro (2000, p. 16) complementam que “a Contabilidade Pública

é o ramo da Contabilidade que tem por objetivo aplicar os conceitos, Princípios

e Normas Contábeis na gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos

Órgãos e Entidades da Administração Pública”.

Para Araújo e Arruda (2009) a Contabilidade Pública tem por fim

selecionar, estudar, registrar, interpretar, orientar, controlar, resumir e

demonstrar os fatos que afetam o patrimônio estatal, levando em conta que seu

objeto de estudo é a gestão do patrimônio das entidades públicas com ação

nos três níveis de governo: federal, estadual e municipal.

49

2.2.3 Princípios fundamentais aplicados ao setor público

Mediante a resolução n° 750/93, alterada pela Resolução n° 1.282/10,

emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) foi instituído os

Princípios de Contabilidade:

Art. 3º São Princípios de Contabilidade:

I) o da ENTIDADE;

II) o da CONTINUIDADE;

III) o da OPORTUNIDADE;

IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

V) (Revogado)

VI) o da COMPETÊNCIA; e

VII) o da PRUDÊNCIA. (CFC, 2010)

Com a evolução significativa da contabilidade pública no Brasil, que hoje

utiliza modernos recursos tecnológicos da comunicação e informação, os

princípios, por consistirem em pilares sustentadores, são estendidos à

Contabilidade Pública.

Quadro 4: Princípios de Contabilidade aplicados ao Setor Público

(continua)

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAÇÃO LEGAL –

RESOLUÇÃO N° 750/93

APLICABILIDADE NO

SETOR PÚBLICO

Entidade

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE

reconhece o Patrimônio como objeto da

Contabilidade e afirma a autonomia

patrimonial, a necessidade da

diferenciação de um Patrimônio

particular no universo dos patrimônios

existentes, independentemente de

pertencer a uma pessoa, um conjunto de

pessoas, uma sociedade ou instituição

de qualquer natureza ou finalidade, com

ou sem fins lucrativos.

Cada entidade possui

personalidade jurídica

própria, assim cada ente

que tem orçamento

próprio e administre

recursos públicos e

presta conta dos

mesmos, deve elaborar

suas demonstrações

contábeis de forma

particularizada.

50

(conclusão)

Continuidade

Art. 5º O Princípio da Continuidade

pressupõe que a Entidade continuará

em operação no futuro e, portanto, a

mensuração e a apresentação dos

componentes do patrimônio levam em

conta esta circunstância.

Mesmo a administração

pública sendo realizadas

por gestão, suas

atuações deve ser

ininterrupta e por tempo

indefinido.

Oportunidade

Art. 6º O Princípio da Oportunidade

refere-se ao processo de mensuração

e apresentação dos componentes

patrimoniais para produzir informações

íntegras e tempestivas.

Os registros devem ser

oportunos, ou seja,

fidedignos e corretos.

Registro pelo

Valor Original

Art. 7º O Princípio do Registro pelo

Valor Original determina que os

componentes do patrimônio devem ser

inicialmente registrados pelos valores

originais das transações, expressos em

moeda nacional.

Os bens, direitos e

obrigações integrantes do

patrimônio público serão

registrados e avaliados

pelos seus valores de

entrada.

Competência

Art. 9º O Princípio da Competência

determina que os efeitos das

transações e outros eventos sejam

reconhecidos nos períodos a que se

referem, independentemente do

recebimento ou pagamento.

As despesas e receitas

necessitam ser registram

no momento que são

merecidas. Logo,

pertence ao exercício

financeiro, as receitas

efetivamente arrecadadas

e as despesas nele

empenhada.

Prudência

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA

determina a adoção do menor valor

para os componentes do ATIVO e do

maior para os do PASSIVO, sempre

que se apresentem alternativas

igualmente válidas para a quantificação

das mutações patrimoniais que alterem

o patrimônio líquido.

Adotando o

conservadorismo, carece

aguardar uma maior

despesa e uma menor

receita.

Fonte: Adaptado de Araújo e Arruda, 2009.

51

Os princípios contábeis estão em processo de modernização,

adequando-se as normas internacionais denominadas International Financial

Reporting Interpretations Commitee (IFRS) que são emitidas pelo International

Accounting Standards Board (IASB) com o objetivo de desenvolver um único

conjunto de normas contábeis globais de alta qualidade.

As mudanças nas normas brasileiras começaram com a sanção da Lei

nº 11.638/07 e com a Criação do CPC. O CPC realiza estudos e emitem

pronunciamentos, orientações e interpretações sobre inúmeros assuntos

contábeis já adequados às normas internacionais de contabilidade. Trata-se de

um guia do profissional contábil.

2.3 Patrimônio

Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculadas a uma

pessoa física ou jurídica. Para Fortes (2011, p. 210) “é do patrimônio que

advém a maioria dos conceitos utilizados na contabilidade”.

Silva (2004) alerta que não é qualquer conjunto de bens, direitos e

obrigações que compõem o patrimônio, para constituí-lo faz-se necessário

cumprir dois requisitos básicos:

Sejam componentes de um conjunto que possua conteúdo econômico avaliável em moeda. Exista interdependência dos elementos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a uma entidade que vise alcançar determinados fins. (SILVA, 2004. p. 244).

A prática destes conceitos revela um patrimônio que é composto pelo

ativo, subtraindo deste o passivo. O ativo compreende a somatória dos bens

mais os direitos e o passivo as obrigações de uma pessoa física ou jurídica.

Kohama (2010) considera que a interpretação real de patrimônio é até

certo ponto, lógica, pois não se pode compreender o patrimônio como sendo

apenas os bens e direitos pertencentes a uma pessoa, seja ela física ou

jurídica, mas também contempla a parte passiva, composta pelos

compromissos a serem pagos a curto, médio ou longo prazo. Se não for dessa

forma, evidenciará uma visão errônea, fora da realidade patrimonial da pessoa.

52

2.3.1 Patrimônio público

Patrimônio Público conforme conceitua a Lei n° 4.717, de 29 de junho de

1965 que regula a ação popular, em seu Art. 1°, §1° é o conjunto de bens e

direitos, mensurável em dinheiro, que pertence à União, a um Estado, a um

Município, a uma autarquia ou empresa pública.

Uma concepção mais ampla é dada pelas Normas Brasileiras Aplicadas

ao Setor Público:

Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens,

tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos,

formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados

pelas entidades do setor público, que seja portador ou

represente um fluxo de benefício, presente ou futuro,

inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração

econômica por entidades do setor público e suas

obrigações. (MINISTÉRIO DA FAZENDA..., 2012, p. 13).

Contabilmente o Patrimônio Público é estrutura em três grupos: ativo,

passivo e patrimônio líquido.

Os Ativos compreendem recursos que a entidade pública possui, do qual

se espera que resulte em benefício econômico futuro. Os Passivos por sua vez

são obrigações em que se espera que haja saída de recursos capazes de gerar

benefícios econômicos. Já o Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da

entidade depois de deduzidos todos seus passivos.

Neste contexto, ressalta-se que o patrimônio público somente distingue-

se do privado no tocante ao possuidor do patrimônio, que não caso da pública,

pertence a uma entidade pública de Administração direta ou indireta.

Kohama adverte quanto ao entendimento de patrimônio:

“do ponto de vista da Contabilidade Pública, deve ser entendido como patrimônio público somente aquele passível de contabilização, [...], pois as coisas que parecem evidentes, inevitáveis, cristalinas, à primeira vista, em termos públicos nem sempre seguem a regra geral”. (KOHAMA, 2010. p. 175).

As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas (NBC T) 16.2 trata do

patrimônio e dos Sistemas Contábeis. Norma esta, que apresenta a

53

classificação dos elementos patrimoniais em ativo e passivo circulante e não

circulante, assim como cria critérios para a sua classificação.

A NBC T 16.2 (CFC, 2012) ressalta que, o que determina a

classificação de um ativo ou passivo em circulante ou não circulante é a sua

conversibilidade e exigibilidade. Dessa forma entende-se por ativo circulante,

aqueles que possuem capacidade de transformação do bem ou direito em

moeda, até o final do próximo exercício financeiro. Por outro lado, o passivo

circulante é as obrigações vencíveis até o próximo exercício seguinte. Os

demais ativos e passivos são classificados como não circulante.

2.3.1.1 Ativo Imobilizado

Marion (2008, p. 66) apresenta como ativo imobilizado “... bens

destinados à manutenção da atividade principal da empresa ou exercidos com

essa finalidade”.

Os direitos classificados no imobilizado podem ter por objeto conforme

Santos et al. (2004, p. 48), “bens corpóreos, móveis ou imóveis, ou bens

incorpóreos, tais como direito de exploração de processo de indústria e marca

de comércio”.

Logo, o ativo imobilizado consiste em bens como as instalações,

máquinas e equipamentos, imóveis de uso, móveis e utensílios e veículos, que

apresentam os recursos aplicados na exploração do objeto social e na

manutenção das atividades da companhia.

2.3.1.2 Ativo Imobilizado Público

Conceitua-se ativo imobilizado público como item tangível que é mantido

para o uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, ou para fins

administrativos, inclusive os decorrentes de operações que transfiram para a

entidade os benefícios, riscos e controle desses bens.

A NBC T 16.10 aprovada pela Resolução CFC n° 1.137/08, expõe

quanto a avaliação e mensuração do imobilizado da seguinte forma:

54

O ativo imobilizado, incluindo os gastos adicionais ou

complementares, é mensurado ou avaliado com base no

valor de aquisição, produção ou construção.

Quando os elementos do ativo imobilizado tiverem vida

útil econômica limitada, ficam sujeitos a depreciação,

amortização ou exaustão sistemática durante esse

período, sem prejuízo das exceções expressamente

consignadas.

Quando se tratar de ativos do imobilizado obtidos a título

gratuito deve ser considerado o valor resultante da

avaliação obtida com base em procedimento técnico ou

valor patrimonial definido nos termos da doação. (CFC,

2008).

De acordo com o Código Civil Brasileiro, de 10 de janeiro de 2002:

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional

pertencentes às pessoas jurídicas de direito público

interno; todos os outros são particulares, seja qual for a

pessoa a que pertencerem. (BRASIL, 2002b).

O MCASP apresenta que imobilizado é composto pelos bens móveis e

imóveis:

Bens Móveis- compreende o valor da aquisição ou

incorporação de bens corpóreos, que têm existência

material e que podem ser transportados por movimento

próprio ou removidos por força alheia sem alteração da

substância ou da destinação econômico-social, para a

produção de outros bens ou serviços. São exemplos de

bens móveis as máquinas, aparelhos, equipamentos,

ferramentas, bens de informática (equipamentos de

processamento de dados e de tecnologia da informação),

móveis e utensílios, materiais culturais, educacionais e de

comunicação, veículos, bens móveis em andamento,

dentre outros.

55

Bens Imóveis- compreende o valor dos bens vinculados

ao terreno que não podem ser retirados sem destruição

ou dano. São exemplos deste tipo de bem os imóveis

residenciais, comerciais, edifícios, terrenos, aeroportos,

pontes, viadutos, obras em andamento, hospitais, dentre

outros. (MINISTÉRIO DA FAZENDA..., 2012, p. 62).

Os bens imóveis classificam-se ainda em bens de uso comum do povo,

bens de uso especial e bens dominicais.

Conforme Andrade (2002) os bens de uso comum do povo, refere-se

àqueles que são utilizados por qualquer indivíduo, como por exemplo, os mares

e rios. Os de uso especial, por sua vez, são aqueles destinados à execução de

serviços públicos e administrativos, como escolas e hospitais. Já os bens

dominicais, são representados pelos bens que não possuem uma destinação

específica, podendo se for móvel ser tangível, palpável ou intangível, sem

representação real.

Tal conceituação é estabelecida no Código Civil no art. 99 em seus

incisos I, II e III:

I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares,

estradas, ruas e praças;

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos

destinados a serviço ou estabelecimento da administração

federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de

suas autarquias;

III - os dominicais, que constituem o patrimônio das

pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito

pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

(BRASIL, 2002).

Conforme os autores, o patrimônio público é constituído de bens, que

são classificados segundo sua destinação. Dessa forma os bens que possuem

utilização geral pelos cidadãos são denominados bens de uso comum do povo.

Os bens de uso especial são aqueles destinados ao uso específico da

Administração. Por fim os bens dominicais representam bens pertencentes ao

56

Poder Público, todavia não são usados para fins de serviço público, destinam-

se na sua maioria a produzir renda. Os bens de uso especial, assim como os

bens dominicais, constituem o patrimônio econômico ou administrativo do

Município. Devendo, portanto, ser evidenciados no balanço patrimonial do

Município e incorporados ao seu patrimônio.

2.4 Gestão da informação pública

Cada organização seja ela pública ou privada, possui um público-alvo

para o qual atua produzindo bens ou serviços, habitualmente denominado

cliente. No caso de empresas, este público é o consumidor, enquanto que para

a organização pública, o público-alvo, em sua instância final, é o cidadão. O

recurso administrado em ambos os casos é a informação.

A informação contábil pública, assim como qualquer informação contábil,

é dada por meio de documentos comprobatórios e seus usuários são os órgãos

controladores, como o Tribunal de Contas, e todos aqueles que se

interessarem.

Entende-se como gestão pública o conjunto de ações que se relacionam

não apenas para o bom funcionamento da administração interna, mas sim para

a máxima excelência no controle do patrimônio da sociedade.

Gestão é o ato de gerir certos recursos que têm destinação vinculada. O objetivo da gestão é o de separar recursos, principalmente, os recursos vinculados a fundos, dos recursos do tesouro ordinário e dos recursos das indiretas, para que se tenha o acompanhamento desses recursos dentro do Sistema. (FORTES, 2011. p. 50).

O uso da Tecnologia da Informação (TI) pelo setor privado busca

explorar ao máximo os benefícios dessa tecnologia para obter vantagem

competitiva em relação aos concorrentes através da eficácia organizacional,

internamente à organização, e da competitividade, no ambiente externo da

organização.

Mesmo que as organizações públicas não tenham interesses em ganhos

de competitividade, o uso da tecnologia da informação continua sendo uma

ferramenta imprescindível, pois acarreta agilidade nos processos que são

evidenciados por meio do aumento na eficácia organizacional e principalmente

57

melhora o atendimento da população e também os serviços prestados aos

cidadãos.

Segundo Teixeira (2008), a Gestão da Informação é um processo que

consiste nas atividades de busca, identificação, classificação, processamento,

armazenamento e disseminação de informações, independentemente do

formato ou meio em que se encontra, ou seja, físico ou digital.

Seu designo é oferecer informações fidedignas as pessoa que delas

necessitam, no momento certo, para que seja efetuado a partir delas, a tomada

de decisão.

No setor público há dois sistemas utilizados para controlar e processar, a

execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil de uma esfera de

governo, são eles denominados: Sistema Integrado de Administração

Financeira do Governo Federal (Siafi) e o Sistema de Administração Financeira

para os Estados e Municípios (Siafem).

2.4.1 Siafi e Siafem

O Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) como expõem

Lima e Castro (2000, p. 79) foi “implantado pelo Governo Federal com o

objetivo de promover a modernização e a integração dos sistemas de

programação financeira, de execução orçamentária e de contabilidade em seus

Órgãos e Entidades Públicas”.

Há também o Sistema Integrado de Administração Financeira para

Estados e Municípios (Siafem) que possui as mesmas características que o

Siafi, porém sua aplicação é desenvolvida pelos Governos Estaduais e

Municipais.

Para Fortes (2011), dentre os grandes objetivos dos Sistemas

Integrados estão:

a) permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva

de informações gerenciais destinadas a todos os níveis da

Administração Pública;

b) padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão de

recursos;

c) integrar e compatibilizar as informações no âmbito federal;

58

d) proporcionar a transparência dos gastos públicos.

Desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados

(Serpro) o Siafi/Siafem proporciona o acompanhamento das atividades

relacionadas com a administração financeira dos recursos da União, permitindo

de todas as Unidades Gestoras acessem essas informações de forma on-line

ou off-line.

Para que uma informação ou uma escrituração seja inserida no Siafi ou

no Siafem é necessária à apresentação dos documentos comprobatórios.

Documentos estes, que estão contidos no próprio sistema, e os principais

aproveitados são: Darf Eletrônico, Guia de Recebimento, Nota de Programação

Financeira, Nota de Dotação, Nota de Empenho e a Nota de Lançamento.

Esses sistemas têm como função evidenciar a transparência na

administração pública.

2.4.2 Transparência

A Transparência das finanças públicas é uma importante contribuição

para a Lei de Responsabilidade Fiscal, ela se dá através de participações da

população na realização de audiências abertas ao público, também através das

prestações de contas efetuadas e seu respectivo parecer prévio. Tudo deve ser

publicado e exposto a população, sem alteração de dados.

Conforme esclarece o Art. 48 da Lei Complementar 101 de maio de

2000:

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão

fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em

meios eletrônicos de acesso público: os planos,

orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as

prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o

Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o

Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas

desses documentos.

Parágrafo único. A transparência será assegurada

também mediante incentivo à participação popular e

realização de audiências públicas, durante os processos

59

de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes

orçamentárias e orçamentos. (BRASIL, 2000a).

A Lei Complementar n°131/09, acrescenta medidas ao Art. 48 da LRF,

por meio dos incisos I, II e III, expondo as ferramentas utilizadas para garantir e

reforças a obrigatoriedade da transparência.

I – incentivo à participação popular e realização de

audiências públicas, durante os processos de elaboração

e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e

orçamentos;

II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento

da sociedade, em tempo real, de informações

pormenorizadas sobre a execução orçamentária e

financeira, em meios eletrônicos de acesso público;

III – adoção de sistema integrado de administração

financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de

qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e

ao disposto no art. 48-A. (BRASIL, 2009).

O art. 49 da mesma lei reforça:

As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo

ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no

respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico

responsável pela sua elaboração, para consulta e

apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

(BRASIL, 2000a).

No decorrer da Lei, são apresentadas outras ferramentas de auxílio à

transparência como a realização de audiências públicas na Comissão mista

permanente de Senadores e Deputados ou equivalente às Casas Legislativas

estaduais e municipais, referida no § 4º do art. 9º, ao final dos meses de maio,

setembro e fevereiro, promovem a exposição de informações importantes.

Buscam avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre pelo

Poder Executivo.

60

O art. 56, §3° afirma, ainda que será dada ampla divulgação dos

resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas pelo respectivo

Tribunal de Contas.

De acordo com Silva (2004), a TI também é uma aliada na busca pela

transparência dos gastos públicos, pois se tratando de um meio que viabiliza a

gestão das receitas, despesas e do patrimônio pública, ela permite o

acompanhamento pelos cidadãos das aplicações que estão sendo realizadas

com os recursos arrecadados.

Todos esses aparelhos de transparência permitem que os recursos

públicos sejam utilizados de maneira clara, podendo ser conhecido por todos,

possibilitando inclusive, o envolvimento popular na gestão destes recursos.

Ressalta-se que a transparência não se dá pela simples publicação das

demonstrações, é necessário que a população compreenda as informações ali

exposta para que assim possa realizar plenamente o controle social.

2.4.3 Acompanhamento e responsabilidade do gestor

Reconhece-se segundo Fortes (2011, p. 227) por agente responsável,

“... a pessoa física que utiliza, arrecada, guarda, gerencia ou administra

recursos, bens e valores públicos em cada ente da federação na Administração

Direta e Indireta”.

Em se tratando de bens públicos tem-se a figura do gestor de bens

patrimoniais, indivíduo caracterizado pela guarda, utilização e conservação dos

bens patrimoniais.

A esse profissional é incumbido as seguintes funções:

a) Receber do almoxarifado cópia do formulário de requisição de Suprimento; b) Preencher a ficha de cadastral do bem; c) Realizar o cadastro no Sistema de Patrimônio; d) Emitir o formulário Termo de Responsabilidade; e) Fixar a plaqueta de patrimônio no bem; f) Encaminhar o Termo de Responsabilidade ao Almoxarifado; g) Manter em arquivo cópia do Termo de Responsabilidade, acompanhado da respectiva documentação; h) Comunicar, através de circular, os bens que se encontram em disponibilidade; i) Promover inventário periódico e anual; j) Efetuar as transferências dos bens; k) Promover a baixa de bens alienáveis;

61

l) Expedir Certidão Negativa de Baixa Patrimonial. (BULGARI, 2002, p. 56).

Na esteira do processo de transparência e responsabilidade fiscal

instituído pela Lei Complementar no 101/00 (LRF), foi publicada, também no

ano de 2000, mais precisamente em 19 de novembro, a Lei n° 10.028, que

estabeleceu e tipificou os crimes e infrações administrativas passíveis de

cometimento pelos agentes públicos contra as leis de finanças públicas no

exercício de seus mandatos.

Art. 5o Constitui infração administrativa contra as leis de

finanças públicas:

I – deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e

ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal, nos

prazos e condições estabelecidos em lei;

II – propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não

contenha as metas fiscais na forma da lei;

III – deixar de expedir ato determinando limitação de

empenho e movimentação financeira, nos casos e

condições estabelecidos em lei;

IV – deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos

prazos da lei, a execução de medida para a redução do

montante da despesa total com pessoal que houver

excedido a repartição por Poder do limite máximo.

(BRASIL, 2000).

O agente que praticar as infrações acima previstas será punido com

multa equivalente a trinta por cento dos vencimentos anuais, sendo o

pagamento de responsabilidade pessoal.

Tal infração será processada e julgada pelo Tribunal de Contas a que

competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa jurídica

de direito público envolvido.

Há ainda a Instrução Normativa n° 205, de 8 de abril de 1988 que em

seu art. 10° aborda quanto ao responsáveis em caso de desaparecimento de

bens:

62

Todo servidor público poderá ser chamado à

responsabilidade pelo desaparecimento do material que

lhe for confiado, para a guarda ou uso, bem como pelo

dano que, dolosamente ou culposamente, causar a

qualquer material, esteja ou não sob sua guarda.

(BRASIL, 1988).

Uma vez identificado o responsável, este deverá arcar com as despesas

de recuperação do bem, ou substitui-lo por outro com as mesmas

características, ou ainda, indenizar m dinheiro a quantia correspondente ao

valor atualizado do item.

A cada servidor, que porventura, se desvincular do cargo, função ou

emprego, deverá ser efetuada uma verificação física de cada material

permanente e realizado um novo Termo de Responsabilidade.

2.5 Gestão Patrimonial

O Manual de Administração Patrimonial de Bens Móveis do Ativo

Permanente (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2012, p.11) orienta que gestão

patrimonial corresponde às atividades realizadas ao gerir um patrimônio, ou

seja, incorporação, tombamento, registro, guarda, controle, movimentação,

preservação, baixa ou desincorporação.

2.5.1 Incorporação

Caracteriza-se como incorporação, a inclusão de um bem no acervo

patrimonial do Estado, bem como a adição do seu valor à conta do ativo

imobilizado.

As incorporações de bens que compõem o patrimônio do Estado podem

provir de vários tipos de fatos geradores. São eles: a compra, a permuta, a

doação, a apropriação, a locação, o comodato, o leasing e a transferência.

Quadro 5: Eventos provenientes de incorporação

63

EVENTO CONCEITO

Compra

É a incorporação de um bem que tenha sido adquirido por uma

Unidade Administrativa, de acordo com os critérios estabelecidos em

instrumentos legais.

Doação É a incorporação de um bem cedido por terceiro ao Estado, em caráter

definitivo, sem envolvimento de transação financeira.

Permuta

É a incorporação no acervo patrimonial do Estado de um bem

pertencente a terceiros que foi objeto de troca por outro bem,

pertencente ao Estado.

Apropriação

É a incorporação de um bem patrimonial fabricado ou construído pelo

Estado, realizada mediante a identificação precisa de seu valor,

através da apropriação de seu custo de produção ou fabricação.

Locação

É a incorporação temporária, para fins de inclusão no cadastro geral

do Estado, dos bens pertencentes a terceiros que estejam alugados

ou arrendados ao Estado, que ficarão em condição especial até que

haja a devolução dos mesmos ao término do contrato.

Comodato

É a incorporação temporária, para fins de inclusão no cadastro geral

do Estado, de bens pertencentes a terceiros, emprestado para o

Estado a titulo gratuito por tempo determinado.

Leasing

É a incorporação de bens no acervo patrimonial do Estado sob a

forma de arrendamento mercantil, ou seja, bens alugados ao Estado,

com a opção de adquiri-lo, ou não, ao final do prazo do contrato.

Transferência É a incorporação de bens movimentados de uma Unidade

Administrativa para outra, em caráter definitivo.

Fonte: elaborado pelas autoras, 2013.

Logo ao executar a incorporação deve ser realizado o tombamento, que

nada mais é do que o ato de destinação de uma numeração ao bem. O bem,

logo após tombado, deve adquirir uma marcação física, ou seja, ter afixada

uma plaqueta em um local visível. O número de identificação é único e

intransferível.

A fixação de placas para marcação física deve estar em local visível e

não atrapalhar a visão de nenhuma outra informação constante no bem.

O tombamento deve ser realizado sempre no momento em que o bem

entra fisicamente na instituição e envolve desde o lançamento dos bens no

64

Sistema Patrimonial até a assinatura e arquivamento dos Termos de

Responsabilidade.

2.5.2 Movimentação

É todo procedimento onde os bens patrimoniais incorporados no

Sistema são transferidos de responsabilidade ou movimentados fisicamente,

seja dentro da própria unidade gestora ou entre unidades gestoras ou terceiros.

A movimentação ocorrida dentro da própria unidade ou entre unidade as

unidades gestoras é denominada transferência interna. A movimentação

registrada para além dos órgãos que compõem a estrutura administrativa do

município e considerada transferência externa.

Toda movimentação tem como pré-requisito o preenchimento do Termo

de Responsabilidade.

2.5.3 Manutenção e Concerto

Os bens, quando necessitar de manutenção ou concerto, poderão ser

movimentados para fora das instalações ou dependências onde estão

localizados. A esta ação é dado o nome de saída provisória e só ocorre

mediante autorização.

Neste caso, a unidade de patrimônio, para efeito de controle, deverá

emitir o Termo de Movimentação de Bens Móveis, sendo indicada a razão da

movimentação, como Manutenção ou Reparo. Este Termo deverá ser emitido

em duas vias ficando uma com a unidade de patrimônio do órgão e outra com a

unidade de localização do bem.

2.5.4 Desfazimento ou desincorporação

É a operação de baixa de um bem pertencente ao acervo patrimonial do

Estado, e consequente retirada do seu valor do ativo imobilizado. Processo que

deve estar de acordo com as legislações vigentes e autorizado pelo dirigente

da unidade gestora.

65

Um bem poderá ser baixado decorrente de alienação, permuta, perda

total, comodato, transferência e sinistro.

Quadro 6: Eventos provenientes de desincorporação

EVENTO CONCEITO

Alienação

Operação de transferência do direito de propriedade do material,

mediante venda, permuta ou doação, quando da ocorrência de

obsoletismo, inadequação ou imprestabilidade do bem.

Permuta Desincorporação de um bem patrimonial pertencente ao Estado que

foi objeto de troca por outro bem patrimonial pertencente a terceiros.

Perda total

Consiste na formalização, para fins contábeis, da desincorporação de

bens que já não existem fisicamente, ou que os mesmos, existindo

fisicamente, estão em elevado estado de inservibilidade.

Comodato

Desincorporação de um bem pertencente ao acervo patrimonial do

Estado, que tenha sido cedido a uma entidade qualquer, sem

envolvimento de transação financeira.

Transferência

Desincorporação de um bem que tenha sido transferido de uma

Unidade Administrativa para outra do mesmo sistema, em caráter

definitivo.

Sinistro

Desincorporação de um bem que tenha seu estado de conservação

totalmente danificado por incêndio, inundação, esmagado por queda

de árvore ou assemelhados.

Fonte: elaborado pelas autoras, 2013.

Como já visto, o bem na sua aquisição recebe um número de

identificação disponível em uma plaqueta acoplada ao bem, ato denominado de

tombamento. Ao efetuar a baixa, a plaqueta deve ser removida e o número de

identificação não poderá ser utilizado por nenhum outro bem.

2.6 Sistema de Controle Patrimonial

O controle patrimonial que central apenas no controle físico dos bens, a

partir das publicações das Portarias do Supremo Tribunal Nacional (STN) n°

406 e 828 passou a ser responsável também pelo controle do patrimônio

66

público, ativo imobilizado, por meio da mensuração de seu valor contábil e

valor reconhecido, além de serem depreciados mensalmente.

Cabe às Unidades Administrativas a execução do controle dos bens

patrimoniais que tenham sido por ela adquiridos ou em cuja posse de acharem.

Silva (2004) elenca como principais meios de controle: nota fiscal, ficha

individuais de bens patrimoniais, marcação patrimonial, inventários, nota de

baixa de bens patrimoniais e termo de responsabilidade.

2.6.1 Nota fiscal

O que é nota fiscal é um documento fiscal que registra a transferência de

propriedade de algum bem, expondo todas as informações necessárias para

comprovar, desde os pagamentos de impostos até a entrega do item

descriminado na nota.

Para isso, na nota há a descrição do bem, o valor, a quantidade, a

unidades de medidas, dados do emitente e os dados do destinatário.

O recebimento de um material permanente, só será permitido mediante

apresentação de documentos hábeis, que deverão constar informações

referentes à descrição do item, quantidade, unidade de medida e o preço tanto

unitário quanto total.

Recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é

entregue ao órgão público no local previamente

designado, não implicando em aceitação. Transfere

apenas a responsabilidade pela guarda e conservação do

material, do fornecedor ao órgão recebedor. (BRASIL,

1988).

2.6.2 Marcação patrimonial

Caracteriza-se pela aplicação no bem, de plaqueta de identificação, na

qual conterá o número de tombamento.

O local da aplicação da plaqueta deverá ser de fácil visualização,

evitando áreas que possam acarretar na deterioração da plaqueta ou que

67

possam curva-la e dobra-la e ainda garanta que nenhuma informação

constante no bem seja tampada.

Em caso de perda, descolagem ou deterioração da plaqueta, o órgão

onde o bem está localizado deverá comunicar impreterivelmente o fato à sua

Gerência Setorial de Patrimônio, com vista à sua reposição.

Figura 15: Modelos de plaquetas

Fonte: Bulgari (2002, p. 45)

Para cada tipo de bem há um local apropriado para a colocação da

plaqueta, a fim de garantir sua fácil visibilidade.

Figura 16: Local da plaqueta em armários, estantes e arquivos

F

Fonte: Manual de administração de bens móveis ([s.d.], p. 13).

68

Nota-se que em arquivos de aço ou estantes recomenda-se a fixação na

parte frontal superior esquerda, no caso de armários é na parte lateral superior

esquerda.

Figura 17: Local da plaqueta em mesas e cadeiras

Fonte: Manual de administração de bens móveis ([s.d.], p. 13).

Neste grupo de bem a plaqueta deve ser fixada na parte frontal central,

contrária à posição de quem usa o bem.

Figura 18: Local da plaqueta em computadores e impressoras

Fonte: Manual de administração de bens móveis ([s.d.], p. 14).

69

Em computadores e impressoras a plaqueta deve ser fixada no lado

externo direito, em relação a quem opera a máquina.

Figura 19: Local da plaqueta em automóveis

Fonte: Manual de administração de bens móveis ([s.d.], p. 15).

Os automóveis recebem a plaqueta na parte lateral direita do painel de

direção, em relação ao motorista, na parte mais sólida, não removível, e nunca,

em acessórios.

Figura 20: Local da plaqueta em obras de arte

Fonte: Manual de administração de bens móveis ([s.d.], p. 16).

Neste caso, a colocação deve ser feita de modo a não tirar a estética

nem diminuir o valor comercial da obra

Em esculturas, por exemplo, deve se afixar a plaqueta na base,

enquanto que em quadros, ela deve ser colocada na parte de trás, lateral

direita.

2.6.3 Inventário

70

De acordo com Silva (2004, p. 260) conceitua-se inventário como “a

relação (lista, rol, arrolamento) de todos os elementos ativos e passivos

componentes do patrimônio com a indicação do valor desses elementos...”

Figura 21: Modelo de inventário

Fonte: Bulgari (2002, p. 47)

2.6.4 Termo de Responsabilidade

Termo de Responsabilidade é um documento pelo qual dá-se a alguém

a responsabilidade de guarda, zelo e controle dos bens guardados sob o olhar

Nº DE PATRIMÔNIO VALOR R$

ASSINATURA DO RESPONSÁVELDATA DA REALIZAÇÃO ___/____/____

DESCRIÇÃO

PREFEITURA MUNICIPAL DE

INVENTÁRIO

INVENTÁRIO DE BENS PATRIMONIAIS

TOTAL ....................

71

desta. Todos os bens móveis devem ser resguardados por Termo de

Responsabilidade, devidamente atualizado, demonstrando a descrição do bem,

o tombamento, o valor e o agente responsável pela sua guarda. Os termos de

Responsabilidade devem ser atualizados toda vez que ocorrer mudança do

agente responsável pelos bens.

Figura 22: Modelo de Termo de Responsabilidade

UNIDADE:

ITEM PATRIMÔNIO

DATA/RESPONSÁVEL

TERMO DE RESPONSABILIDADE - MATERIAL PERMANENTE

ESPÉCIE

RESPONSÁVEL

NOME:

CARGO/FUNÇÃO:

CÓDIGO:

QUALQUER ALTERAÇÃO OCORRIDA COM O MATERIAL (TRANSFERÊNCIA, DANO, EXTRAVIO)

DEVERÁ SER COMUNICADO A SEÇÃO DE PATRIMÔNIO, FICANDO O DETERTOR DESTE TERMO

RESPONSÁVEL PELOS FATOS OMITIDOS.

A SEÇÃO DE PATRIMÔNIO FICARÁ RESERVADO O DIREITO DE VISTORIAR O MATERIAL SEMPRE

QUE JULGAR NECESSÁRIO.

___/___/___

Fonte: Bulgari (2002, p. 64).

72

2.6.5 Nota de Baixa de Bens

Registro de desincorporação de um bem patrimonial do ativo

permanente e do cadastro, ocorrido por alienação, doação, extravio e

destruição.

Figura 23: Modelo de Nota de Baixa de bens patrimoniais

Fonte: Bulgari (2002, p. 48).

2.7 Sistemas Integrados de Gestão Empresarial

Os Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (Sige), também

denominado de ERP (Enterprise Resources Planning) – Planejamento de

Recursos Empresariais, constituem os sistemas de informações gerenciais

que têm como meta principal reunir todas as informações necessárias para a

gestão da empresa.

Esses sistemas unem e integram todos os subsistemas componentes dos sistemas operacionais e dos sistemas de apoio à gestão, por meio de recursos da tecnologia de informação, de forma tal que todos os processos de negócios da empresa possam ser visualizados em termos de um fluxo dinâmico de informações que perpassam todos os departamentos e funções. (PADOVEZE, 2007 p. 48).

73

O Sige é segmentado em diversos subsistemas especialistas para cobrir

todos os setores e necessidades informais da empresa.

Para alcançar a integração total, todos os subsistemas são interligados

computacionalmente, através do conceito de banco de dados e outros

conceitos computacionais que permitem a navegabilidade dos dados.

O sistema opera com uma base de dados comum, no coração do

sistema. O banco de dados interage com todos os aplicativos do sistema, desta

forma, elimina-se a redundância e redigitação de dados, o que assegura a

integridade das informações obtidas.

Trata-se assim, de um banco de dados único, operando em uma

plataforma comum que interage com um conjunto integrado de subsistemas,

consolidando todas as operações do negócio em um simples ambiente

computacional.

A aplicação do Sige ocasiona no chamado processo educacional de

seus participantes, pois os responsáveis pela implantação de cada subsistema

têm que, necessariamente, trocar informações com os demais responsáveis

pelos outros subsistemas.

Essa troca de informação exige o conhecimento dos subsistemas mais

próximos, funcionando como um precioso instrumento de capacitação,

treinamento e desenvolvimento do pessoal envolvido.

Independente do sistema que usa, uma grande empresa possui

necessariamente uma identidade, uma personalidade própria. Dessa forma, os

módulos do Sige são parametrizáveis, para que possam ser ajustados às

condições e características dos negócios e processos de cada empresa.

Ressalta-se que tal parametrização não poderá ir, de forma alguma, contra a

estrutura conceitual básica em que cada módulo foi construído.

O sucesso de uma empresa, além de toda sua competitividade, vem

também de sua personalidade, de sua maneira de participar do mercado. O

sistema existe para incrementar a empresa e a razão de ser do negócio jamais

será satisfazer os requisitos de um sistema.

2.7.1 O Sistema de Informação e suas ferramentas de apoio

74

O Sige possibilita a utilização de inúmeras ferramentas que aumentam

não só a integração como também a velocidade do processamento das

informações. Alguns instrumentos são tão benéficos que são considerados

vitais e diferenciais dentro do sistema de informação.

Quadro 7: Ferramentas de apoio para o Sistema de Informação

FERRAMENTA CONCEPÇÃO

Leitura Ótica

É o processo mais econômico, rápido, versátil e seguro para a

entrada de dados no sistema. O equipamento ótico muito utilizado

é o leitor de código de barras.

Scannerização

Tecnologia de copiagem de documentos, com palavras, números

ou imagens transformando-os em entradas de dados para o

sistema de informação.

Multimídia Incorporação de som e imagem ao sistema.

Wirelless

Entendida como a comunicação sem fio baseada em rádio

frequência. Oferece conectividade sem nenhuma ligação fixa,

como cabos ou fibras óticas.

Dispositivos

Portáteis

Equipamentos que permitem conexão direta com a Internet,

viabilizando acesso remoto às informações corporativas. São

representados pelos telefones celulares, pagers, palmtops e

notebooks.

Coletores

eletrônicos de

dados

Captura automática de dados de diversas origens, como cartão de

ponto de trabalho automático, sistema de controle de pessoal e

equipamentos computadorizados.

Correio

Eletrônico

Recurso que permite compor, enviar e receber mensagens através

de sistemas eletrônicos de comunicação. As mais notórias formas

usadas são o e-mail, caracterizado pela troca de informações

entre usuários por meio de computador e a intranet, uma rede

interna de informações baseada na tecnologia da internet,

permitido apenas a usuários registrados.

Fonte: elaborado pelas autoras, 2013.

Nota-se que o Sistema de Informação estra enquadrado como um dos

diversos mecanismos para garantir a transparência dos atos de gestão,

sobretudo permitindo o acesso da sociedade às contas dos gestores públicos e

75

a ativa participação nos rumos administrativos. Assim, sua utilização é exigida

pela Lei Complementar 101 em seu art. 48, que estipula a obrigatoriedade

quanto a necessidade de manutenção de um sistema integrado que cuide da

execução orçamentária e financeira, bem como a publicidade destas

informações, em tempo real, de maneira eletrônica e virtual para toda a

população.

76

CAPÍTULO III

CONTABILIDADE, PATRIMÔNIO PÚBLICO E A PREFEITURA MUNICIPAL

DE PROMISSÃO

3 CONTABILIDADE PÚBLICA E O PATRIMÔNIO PÚBLICO NA

PREFEITURA MUNICIPAL DE PROMISSÃO

3.1 Introdução

A pesquisa surgiu com objetivo de demonstrar como é realizado a

aquisição, remanejamento, registro e controle de um Bem Público e,

principalmente, como é feita a exposição desses dados a população, que

quando feita corretamente, garante não só a transparência como também uma

melhor fiscalização e aprovação das contas públicas.

Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes métodos e

técnicas:

Método de estudo de caso, por meio de um estudo de caso realizado na

Prefeitura Municipal de Promissão, no período de fevereiro a outubro de 2013,

analisando os aspectos voltados ao Patrimônio Público, observando a

escrituração, administração, controle e transparência.

Método de observação sistemática, através do qual foram observados e

acompanhados os procedimentos aplicados aos Bens Públicos, referente às

aquisições, cadastramentos, chapa de identificação, inventário, instrumentos

de controle do patrimônio, assim como o termo de responsabilidade.

Método histórico, através do qual foram ressaltados os dados históricos

da Prefeitura Municipal de Promissão envolvendo o Patrimônio Público, como

suporte para o desenvolvimento do assunto pesquisado.

Para a eficácia da aplicação dos métodos, foram utilizadas as seguintes

técnicas:

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A);

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);

Roteiro de Entrevista com o Responsável Administrativo (Apêndice C);

77

Roteiro de Entrevista com o Responsável pelo Setor de Patrimônio

(Apêndice D).

3.2 Administração na Prefeitura Municipal de Promissão

Conforme delineado no capítulo II, ao município é atribuída competência

para legislar sobre assuntos de interesse local, para suplementar a legislação

federal e estadual no que couber e a competência dita comum, exercida pelos

diversos entes federativos, representada por longo rol de temas que devem ser

objeto de ação por essas esferas.

Desse modo, a Prefeitura Municipal de Promissão, gerida para

proporcionar bem-estar social e maior transparência em suas atividades,

executa todos os procedimentos de acordo com as Leis e padrões exigidos

para garantir uma gestão correta e eficaz.

3.3 Contabilidade e o Controle Patrimonial

Há os objetivos básicos da PMP no campo político/constitucional, que é

proporcionar o bem estar social, com a garantia do fácil acesso da comunidade

à saúde, educação, lazer, através da correta e eficiente aplicação dos recursos

públicos, bem como da busca contínua de novos recursos que venham a

garantir melhores condições de vida à população, enquanto no campo

administrativo/financeiro é gerenciar os recursos públicos com obediência aos

limites (mínimos e máximos) fixados pela legislação (federal, estadual e

municipal) aplicável à matéria, como também buscar a melhor aplicação

(financeira e social) dos recursos auferidos, visando à maximização dos

mesmos.

O controle interno da Prefeitura Municipal de Promissão busca suprir as

seguintes necessidades:

a) garantir a memória do órgão que, não obstante a constante troca de

seus gestores, decorrente de pleitos políticos, deve ter garantida a

continuidade da sua existência;

78

b) garantir a padronização dos procedimentos de controle, independente

da manutenção ou troca dos servidores que o operacionalizam, bem

como dos gestores aos quais as informações são prestadas;

c) conhecer, a qualquer tempo, a instituição – receitas, despesas,

resultados históricos, estrutura administrativa, pessoal, patrimônio;

d) acompanhamento, em tempo real, da programação estabelecida nos

instrumentos de planejamento (Planos Plurianuais - PPA, Lei de

Diretrizes Orçamentárias – LDO, Leis Orçamentárias Anuais – LOA,

Metas Bimestrais de Arrecadação – MBA e Cronogramas Mensais de

Desembolso – CMD);

e) constante busca de equilíbrio nas contas públicas;

f) exigência da correta aplicação administrativa e financeira dos recursos

públicos;

g) evitar fraudes, desvios e erros cometidos por gestores e servidores

em geral;

h) busca do atingimento de metas de aplicação de percentuais mínimos

e máximos impostos pela legislação em vigor;

i) busca do atingimento de metas de aplicação de recursos vinculados

(convênios, programas e fundos) a objetivos específicos, tendo em

vista a proibição de desvio de finalidade dos mesmos;

j) obrigatoriedade de prestar contas à sociedade (através dos órgãos

fiscalizadores, entre eles os tribunais de contas) imposta a todos

aqueles que, de alguma forma, gerenciam ou são responsáveis pela

guarda de dinheiro ou bens públicos.

3.3.1 Sistema de Controle Patrimonial

O sistema aplicado para controle dos bens públicos e melhor gestão na

Prefeitura Municipal de Promissão denomina-se como Fiorilli, um Sistema de

Contabilidade Pública Integrado.

Este sistema busca fornecer aos gestores públicos atuante na Prefeitura

de Promissão, assim como a toda a sociedade, uma ferramenta de realização

de controle patrimonial eficiente.

79

Com a sua utilização, o gestor público tem total controle das informações

relacionadas ao patrimônio público da sua entidade para poder valorar o ativo

da entidade, o que lhe permitirá tomar decisões mais coerentes com a

realidade, garantindo-se, como consequência, uma otimização no emprego dos

recursos públicos. Ao mesmo tempo, esse controle patrimonial melhora a

qualidade e a consistência das informações prestadas a toda a sociedade, de

modo a tornar mais eficiente o exercício da cidadania e o atendimento das

verdadeiras necessidades públicas.

Seu escopo apresenta uma estrutura que interliga todos os setores

responsáveis na esfera municipal através de rede, onde oferece mais facilidade

para apresentação e avaliação dos fatores e ocorrências dentro da prefeitura

com o objetivo de tornar mais eficiente o processo de controle de bens oficiais,

tanto móveis como imóveis.

Figura 24: Estrutura do Sistema

Fonte: elaborado pelas autoras, 2013.

Assim ao iniciar é possível selecionar a esfera em que se pretende

trabalhar:

Contas: auxilia nos lançamentos e registros da execução, permitindo

controle inteligente de todos os compromissos, sem deixar de atender todas as

exigências legais.

Compras: inicia e conduz o usuário em todo o processamento de

compras, com a simples formalização de um pedido de compra, passando por

80

todo o processo de licitação, todas as fases da despesa, registros de entradas

e saídas de almoxarifado e controle de frota.

Patrimônio: permite administrar a área de patrimônio acompanhando a

movimentação física e financeira, fazendo uma atualização automática e global

dos bens nas variações econômicas e no balanço patrimonial.

Diário/Razão: registra o fluxo de lançamentos nos quatro sistemas

(orçamentário, financeiro, patrimonial e econômico) isolados e conjuntos para

cada fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional,

obtendo automaticamente o resultado de balanço e seus anexos, utilizando

simultaneamente tanto o plano de contas local como os diversos modelos

adotados pelos Tribunais de Contas Estaduais.

Balanço: produz, sem interferência do usuário, todos os demonstrativos

de balanço anual nos quatro sistemas, tanto de balanço consolidado, não

consolidado, de fundos, autarquias ou de um simples vínculo entre despesa e

receita. Analisa, imprime e aponta eventuais divergências nos balanços.

Ensino: todos os demonstrativos para atendimento dos dispositivos e

normas legais. Análises e demonstrativos para acompanhamento diário,

decendial, mensal e trimestral, norteando a correta aplicação dos recursos

vinculados ao ensino.

Lei Complementar 101: todos os demonstrativos da Lei de

Responsabilidade Fiscal, nos moldes das Portarias do Ministério da Fazenda,

do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Contas Estaduais, com

periodicidade pré-estipulada pelo usuário, para adoção de medidas e

cumprimento das exigências legais.

Homepage: processa dados e prepara automaticamente a página para

divulgação na internet, gerando todos os demonstrativos exigidos pelo Tribunal

de Contas da União e pela LRF em formato HTML ou PDF.

Orçamento: integrado ao PPA e à LDO o orçamento foi programado para

processar todos os demonstrativos exigidos pelas normas legais. Faz análises

de aplicações vinculadas e produz demonstrativos individualizados por fundos

ou empresas públicas.

PPA/LDO: foi programado para servir de suporte ao processo de

planejamento permanente do município, processar e produzir todos os

demonstrativos exigidos pelas normas legais.

81

Figura 25: Sistema de Contabilidade Pública Integrado

Fonte: Fiorilli, 2013.

No módulo Patrimônio tem-se um menu que contem opções para iniciar

novos cadastros de bens públicos, acessar a movimentação dos bens já

cadastrados, a ficha completa de cada bem e se necessário poderá ser feita a

modificação nos dados cadastrais através de uma opção de alteração

cadastral. Contêm também tabelas complementares, conteúdo auxiliar e por

fim a opção utilitários.

Figura 26: Sistema de Controle Patrimonial

Fonte: Fiorilli, 2013.

82

3.3.1.1 Cadastro de Bens

Os cadastros de bens são lançados no exercício atual, informando a

data real da sua aquisição, independentemente do ano em que esse item foi

adquirido ou movimentado. Concomitantemente é necessário que seja

denominado um responsável competente pela guarda e pela manutenção

desses bens patrimoniais. Esse responsável deve registrar, de forma analítica,

as informações relativas a cada bem que compõe o patrimônio da entidade.

Para o registro de um novo bem patrimonial são preenchidos os campos

detalhados na figura a seguir:

Figura 27: Ambiente de Cadastro de Bens Patrimoniais

Fonte: Fiorilli, 2013.

Para efetuar o cadastro do bem, inicialmente há um número sequencial,

cuja qual o próprio software informa de acordo com os cadastros realizados.

Após é selecionado o grupo no qual o bem será alocado e o número de

identificação que constará na plaqueta.

A partir de então são inseridas a descrição completa do bem, sua origem

(compra ou doação), o número da nota fiscal, a data de aquisição, o número do

83

Processo Administrativo, o número da licitação, o código patrimonial segundo o

Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP), o tipo do bem, sua

situação e por fim os dados do fornecedor e da garantia, caso essa exista.

Ainda no âmbito de cadastro podem-se incluir informações adicionais se

necessário, conferir o histórico de manutenção do bem, o empenho e até

mesmo fotos.

3.3.1.2 Movimentação dos bens

Com o passar do tempo, os bens patrimoniais podem sofrer

transferências entre unidades, ajustes de valores, depreciações e baixas.

Esses fatos são considerados como movimentações que são realizadas nos

bens patrimoniais.

Todas as movimentações realizadas nos bens patrimoniais são

registradas na mesma sequência em que elas são lançadas no sistema. O

sistema valida a data do lançamento, não permitindo que seja lançada uma

movimentação com data inferior à última data de movimentação já lançada.

Figura 28: Ambiente de Movimentação de Bens

Fonte: Fiorilli, 2013.

84

Vê-se que na movimentação, há a descriminação do grupo e da chapa

do bem que se pretende mover, o local de destinação, a transferência do plano

de contas ao qual ele pertence atualmente para o outro plano de contas

desejado, o valor ajustado e o número do documento que permitiu a

movimentação.

É importante ressaltar que nessa mudança o número de identificação do

bem que está alocado na plaqueta mantém-se o mesmo.

3.3.1.3 Ficha Cadastral

Sempre que necessário, há a possibilidade de imprimir a ficha de

qualquer cadastro armazenado no banco de dados do sistema.

A impressão disponibilizará o número de identificação, o grupo que ele

pertence, a origem, a descrição, o código patrimonial de acordo com o PCASP,

a localização inicial, a localização atual, o tipo do bem, sua situação, o

fornecedor, a data de aquisição, o número da nota fiscal, o número do

empenho, o ano do empenho, o valor empenhado, o identificador de uso e até

as fotos do bem, quando disponível no cadastro.

Há ainda o recurso de impressão apenas dos cadastros dos bens que

foram baixados.

3.3.1.4 Alteração do cadastro patrimonial

Se porventura observar-se que há alguma informação equivoca no

cadastro do bem no sistema, a ferramenta de alteração cadastral pode ser

acionada.

Após acionada, primeiramente localiza-se o cadastro a ser modificado

por meio do número da chapa.

Uma vez localizado, o sistema evidencia as informações já adicionadas,

permitindo corrigir o campo de origem, código patrimonial, tipo do bem, data de

aquisição, valor de aquisição e fornecedor.

Figura 29: Corrigindo Cadastro Patrimonial

85

Fonte: Fiorili, 2013.

3.3.1.5 Tabelas

O âmbito das tabelas é dedicado a inserção de cadastro de grupos,

unidades, subunidades, fornecedores e de comissão.

Grupos: o cadastro de grupos tem como finalidade criar grupos

diferentes para determinados bens patrimoniais e, além disso, obter um melhor

controle na identificação de cada bem patrimonial.

Unidades: são as secretarias ou os setores do município de Promissão

ao qual são destinados os bens patrimoniais adquiridos, independentemente da

sua origem.

Subunidade: são os departamentos das secretarias ou os setores de

Promissão.

Fornecedores: aloca todos os dados dos fornecedores, do mesmo modo

que esta em outros módulos do sistema, como mencionada, por exemplo, de

contas e compras.

86

Comissão: geralmente formada sempre que há a necessidade de

reestabelecer o controle da situação ou do valor dos bens patrimoniais do ente

federado. Recomenda-se que seja composta por no mínimo três membros ou

ainda que o número de membros sejam impares, para que não há forma de

ocorrer empate na tomada de decisão.

3.3.1.6 Auxiliares

Em auxiliares são encontradas todas as telas de cadastros necessárias

para definir o tipo ou a situação dos bens patrimoniais que estão sendo

cadastrados ou movimentados. É essas informações a base do sistema, é a

partir delas que ele funciona.

Realiza-se o cadastro do tipo de bens, situações de bens, tipos de

ajustes e por fim tipos de baixa.

Todos os cadastros acima consistem são realizados preenchendo dois

campos: código e descrição.

Quadro 8: Cadastro auxiliares e suas funções

CADASTRO FUNÇÃO EXEMPLO DE CADASTRO

Tipo de bens

Define o bem com base

nas suas características

gerais.

Equipamentos

Móveis e utensílios

Aparelhos e utensílios domésticos

Situação de bens Informa o estado de

conservação dos bens.

Novo

Bom

Precários

Tipos de ajustes

Define os tipos de ajuste

que poderão ser

realizados em uma

movimentação de bens.

Reavaliação

Depreciação

Valor Recuperável

Tipos de baixa Informa o motivo da baixa

de um bem.

Vendido

Roubado

Inservível

Emprestado em comodato

Fonte: elaborado pelas autoras, 2013.

87

3.3.1.7 Relatórios

Em relatórios é possível emitir os principais relatórios, proporcionando

informações relevantes e consistentes, pautadas com base nos lançamento

dos cadastros e das movimentações efetivadas no sistema.

Acessando o item relatório pode-se conseguir a relação de bens

patrimoniais, a totalização dos bens, o termo de responsabilidade, termo de

transferência, bem como os históricos tanto de movimentação como de

manutenção.

3.3.1.8 Parâmetros do Sistema

Os parâmetros oferecem as configurações iniciais do sistema permitindo

aos usuários definir a forma como o sistema deve agir.

Dentre as parametrizações está a de usar cadastro de foto, permitir

chapa duplicada no cadastro de bens, obrigatoriedade de informação código

patrimonial, trazer chapa sequencial automaticamente e bloqueio de

determinados lançamentos e movimentações.

3.4 Processo de Pedido e Compra do Ativo Imobilizado

As formas de aquisição de bens públicos podem ser regidas pelo direito

privado ou regidas pelo direito público, e sempre deverá estar presentes o

interesse público e a obediência às disposições da Lei nº 8.666/93.

Ressaltando que a aquisição de bens móveis exige justificativa, licitação e o

respectivo processo de compra e, após, o correspondente registro patrimonial.

O processo de pedido e compra de um ativo imobilizado para uma

unidade pública é realizado através da solicitação da mesma através de um

oficio encaminhado ao setor de compras da prefeitura em estudo, onde o

mesmo estabelece o processo de licitação, ou seja, processo composto de

diversos procedimentos que têm como meta princípios constitucionais como a

legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência, com o

intuito de proporcionar à Administração a aquisição, a venda ou uma prestação

88

de serviço de forma vantajosa, ou seja, menos onerosa e com melhor

qualidade possível, podendo ser definida como "eficiência contratória".

Ao concluir o processo de licitação, o setor de compras fará o pedido de

empenho e posteriormente a Nota de Empenho.

Com base na Lei Federal nº 4.320/64, é vedada a realização de despesa

sem prévio empenho, toda e qualquer despesa em instituições públicas, deve

necessariamente estar empenhada para somente após, a mesma ser

realizada.

Para atender a Lei e padronizar os procedimentos internos da instituição,

existe o Pedido de Empenho, documento que serve para solicitar a autorização

do ordenador de despesa para que seja emitida uma Nota de Empenho.

No pedido de empenho deve constar: identificação do processo de

aquisição/contratação que originou a despesa, número sequencial do pedido

de empenho, dados do credor, órgão, unidade, projeto/atividade, natureza da

despesa, fonte do recurso, objetos, quantidades e respectivos valores unitários

e por fim o total.

Figura 30: Modelo de Pedido de Empenho da PMP

PREFEITURA PROMISSÃO Av. Pedro de Toledo, 386 – Centro

Pedido de Empenho

Contrato: Data de Vigência Fornecedor: CNPJ: Insc. Estr.: Insc. Munic.: Endereço: Nº Bairro: CEP: Telefone:

Centro de Custo Interessado:

Solicitação Nº: Processo Licitatório Nº Modalidade Nº:

AUTORIZAÇÃO: Pela presente autorizamos a empresa acima discriminada a fornecer os materiais/serviços abaixo especificados para uso deste órgão

público nas condições preestabelecidos nos termos da Lei Federal nº 8.666/93

Local da Entrega: Finalidades:

Cond. Pagamentos:

Itens Produto/ Descrição Marca Unid Quant $ Unit Valor

Total Pedido: Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

89

O Empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente que

cria para o Estado a obrigação de pagamento. Desse modo, a Nota de

empenho é o documento que materializa o empenho, ou seja, empenho é o ato

enquanto a nota de empenho é o documento que o materializa. Somente em

casos especiais, previstos em legislações específicas é que poderá ser

dispensada a emissão da Nota de Empenho.

Há na Nota de Empenho a descriminação dos dados do credor, a

especificação e a importância da despesa, bem como a redução desta do saldo

da dotação própria.

Figura 31: Modelo de Nota de Empenho da PMP

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

90

É somente após a emissão da Nota de Empenho é que a prefeitura

poderá realizar a compra ou a contratação de um serviço.

Ao concluir o Empenho, o setor de compras efetuará a Liquidação do

bem adquirido, que consiste na verificação do direito adquirido, efetuado

através da conferencia dos dados contidos nos documentos comprobatórios

como, por exemplo, a Nota Fiscal.

Seu objetivo é apurar a origem e o objeto que se deve pagar, a

importância exata a pagar e a quem se deve pagar tal importância.

Descriminada e conferidas tais informações a Tesouraria efetua o

pagamento.

A informação referente à compra ou aquisição de um bem será lançada

no sistema de controle patrimonial quando o mesmo já estiver com o

pagamento efetuado.

Nota-se que cabe aos responsáveis da unidade solicitante encaminhar

seus pedidos ao setor de compras da prefeitura, para que a mesma possa

efetuar todos os processos de acordo com as normas exigidas pela Lei.

3.5 Registro e Controle do Patrimônio Público na Prefeitura Municipal de

Promissão

Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101) e as normas

de contabilidade para gestão pública, os governos mudaram o enfoque da

gestão, o qual deixou de ser apenas orçamentário e passou a ser também

patrimonial, exigindo assim um maior controle quantitativo e qualitativo dos

bens públicos.

O controle patrimonial se dá através do registro adequado de todos os

bens móveis e imóveis, adquiridos por recursos orçamentários e não

orçamentários que estão à disposição da Prefeitura Municipal de Promissão

para a realização de suas atividades.

Para a eficácia desse controle é fundamental o ajustamento constante

dos registros de entrada, atualização, movimentação e saída de bens do

acervo patrimonial. Visando preservar a qualidade das informações, todo bem

permanente deverá ser identificado individualmente, estar vinculado a um local

específico e sob a responsabilidade de um servidor da PMP.

91

A verificação dessas informações, bem como da qualidade do serviço

executado pelos Setores de Patrimônio, é feita através da realização de

Inventários.

Todos os bens patrimoniais da PMP devem ser controlados, seja de

bens móveis ou imóveis. Esses inventários por sua vez ao final de cada

período são impressos e encadernados, ressaltando que todo conteúdo

discriminado ao seu conteúdo é totalmente fornecido pelos dados do Sistema

de Controle Patrimonial da PMP, fator esse que exige ainda mais cautela,

exatidão e eficácia nas informações. Caso a prefeitura não apresente os livros

de inventario na data estabelecida para avaliação, a mesma terá que pagar

multa.

Para um controle ainda mais efetivo dos patrimônios na PMP, são

utilizadas as plaquetas contendo o número de identificação para cada bem

patrimonial.

De acordo com o bem adquirido, serão lançadas no sistema todas as

informações do mesmo para que se possa alocar a ele o número do patrimônio

que terá sua plaqueta como referencia.

Através do sistema de controle patrimonial os setores responsáveis

terão acesso de uma forma mais eficaz e rápida sobre a situação atual do bem,

assim como sua origem, utilização e onde esta situado.

Todas as plaquetas possuem o mesmo modelo e sua numeração é

sempre sequencial. O modelo das plaquetas antigamente era de formato oval

possuindo a cor verde.

A plaqueta utilizada pela PMP possui formato retangular com as cores

azul e prata para escrita. Observando que cabe ao prefeito que estiver no

comando da prefeitura permanecer ou determinar outro modelo.

Nota-se os seguintes aspectos para sua afixação:

a) fácil visualização para efeito de identificação;

b) evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta;

c) evitar fixar a plaqueta em partes que não ofereçam boa aderência;

d) evitar áreas que possam acarretar a deterioração da plaqueta;

e) não fixar a plaqueta apenas por uma das extremidades;

f) não fixar a plaqueta em locais ou acessórios que possam ser

removidos;

92

g) observar se a plaqueta não está sendo fixada sobre alguma

indicação importante do bem.

Figura 32: Modelo da Plaqueta do Patrimônio da PMP

Fonte: Prefeitura Municipal de Promissão, 2013.

3.6 Percurso do Bem Patrimonial Público

A evidenciação do acervo patrimonial é fundamentada na atualização

constante dos registros, preservando a qualidade dessas informações, tendo

em vista que a falta de integridade, em tempo hábil, na produção e na

divulgação das informações contábeis pode fazer com que essas informações

deixem de ser relevantes.

Por tudo isso, os registros e controles dos bens patrimoniais, assim

como o seu gerenciamento, necessitam de ações planejadas. Para tanto, é

fundamental que este registro, controle ou gerenciamento seja centralizado

num setor especifico, que na Prefeitura Municipal de Promissão chama-se

Setor de patrimônio.

Como qualquer outro setor, o setor de patrimônio possui um

responsável, e a este responsável é delegada a responsabilidade por todos os

bens patrimoniais.

Sendo assim, o responsável pelo Setor de patrimônio está presente em

todo o percurso executado por um bem patrimonial, desde a sua aquisição,

passando pela transferência, pelo desfazimento até a evidenciação e a

prestação de contas.

O percursor realizado pelo bem é evidenciado no fluxograma a seguir:

93

Figura 33: Fluxo do processo patrimonial

Fonte: elaborado pelas autoras, 2013.

INICIO

NECESSIDADE DISPONIBILIDADE

FINANCEIRA

SETOR DE

LICITAÇÃO

EDITAL ASSINATURA DE

CONTRATAÇÃO EMPENHO

RECEBIMENTO

DO BEM

DESLOCAMENTO A

SECRETARIA

SOLICITANTE

LIQUIDAÇÃO

TRANFERÊNCIA

AQ

UIS

IÇÃ

O

TERMO DE

TRANSFERÊNCIA

BAIXA RELAÇÃO DE BENS

NOTA

DE

BAIXA

DE

SF

AZ

IME

NT

O

CONFERÊNCIA DA

SITUAÇÃO DOS

BENS

INVENTÁRIO RELAÇÃO DE

BENS ATUALIZADA

PR

ES

TA

ÇÃ

O D

E

CO

NT

AS

FIM

MO

VIM

EN

TA

ÇÃ

O

94

A aquisição inicia-se da necessidade evidenciada por alguma secretaria

ou setor, onde é identificado o bem que se necessita. Definido a necessidade,

verifica-se se há disponibilidade financeira para a aquisição. Se positiva, o

setor de licitação emiti um edital para a realização do pregão.

No edital consta: o número do processo licitatório, o objeto de aquisição,

as condições para participação e os documentos de habilitação para a

participação, a proposta de venda, o local, data e horário do credenciamento e

abertura das propostas, a fonte do recurso/dotação orçamentária, a forma de

pagamento, a minuta do contrato e as sanções administrativas para falsos

credenciamentos.

Discorrido o processo licitatório e escolhido o fornecedor, tem-se a

assinatura do contrato. O próximo passo é o empenho, que cria ao município a

obrigação de pagamento e é oficializado através da Nota de Empenho.

A entrega do bem é acompanhada pelo responsável pelo setor

patrimonial afim de que possa conferi-lo, e somente após a conferência e

adequação das características exposta no edital, ele assina a Nota Fiscal.

Antes de direcionar o bem a secretária ou setor que o solicitou o responsável

ainda insere-o no sistema, observado as características expostas na Nota

Fiscal, emplaca-o e gera o Termo de Responsabilidade, para que seja

assinado pelo responsável pelo departamento onde o bem será destinado.

Verificada o cumprimento das condições constadas no edital e no

contrato é feita a liquidação e não obstante o pagamento.

Findado o processo de aquisição, o bem esta sujeito à movimentação,

quando apurado que deixou de atender as necessidades, estando assim, livre

para eventuais transferências de setores, secretarias ou departamentos. Caso

isto aconteça é emitido o Termo de Transferência. A mudança de localidade do

bem deve ser alterada no cadastro do mesmo no sistema, mantendo-o

atualizado.

Quando não mais útil, o bem é desincorporado do acervo patrimonial da

Prefeitura e baixado no sistema. Para isso é confeccionado uma nota de baixa,

ressalta-se que o bem não pode deixar de estar incluso na relação de bens

baixados.

A prestação de contas se da através da evidenciação dos bens

constantes no acervo patrimonial do município. Anualmente o responsável do

95

setor patrimonial executa a conferência da situação dos bens, informando e

atualizando no sistema o seu estado de conservação. O documento que

relaciona todos os bens do acervo é o inventário. É a partir do inventário que se

tem a relação dos bens atualizada, por onde se sabe os bens que entraram e

os que saíram.

3.7 Parecer Final

Pela observação dos aspectos analisados, vê-se que a Contabilidade

aplicada ao Patrimônio Público na esfera Municipal é de extrema importância

para garantir que todas as informações repassadas à sociedade apresentem-

se de maneira clara e exata, e estejam subsidiadas de acordo com a legislação

vigente com total transparência criando assim mecanismos que auxiliam o

processo democrático dando abertura para a participação popular. É

fundamental que tudo seja publicado e exposto a população, sem que nenhum

dado seja alterado.

Deste modo, concluímos que diante ao tema abordado aplicado a

Prefeitura Municipal de Promissão, a mesma cumpre com plena

responsabilidade todas as normas estabelecidas de acordo com as Leis e os

padrões da Contabilidade Pública, demonstrando com total precisão e

transparência, todas as informações e relatórios através de um site disponível a

toda população, visando sempre estabelecer melhorias ao município com o

apoio e participação da sociedade.

96

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Diante da Pesquisa realizada na Prefeitura Municipal de Promissão,

referente ao Patrimônio Público englobando a escrituração, administração,

controle e transparência observou-se que a Prefeitura cumpre com plena

responsabilidade todas as normas estabelecidas de acordo com as Leis e os

padrões da Contabilidade Pública, demonstrando com transparência, todas as

informações e relatórios através de um site disponível a toda população.

Todavia nota-se que não esta despertada na população o desejo de

acompanhamento da gestão pública, através das participações nas seções

ordinárias e extraordinárias na Câmara Municipal ou do acompanhamento das

contas públicas por meio do portal de transparência. Visando melhorias ao

município com o apoio e participação da sociedade, assim propõe que:

a) o município incentive a divulgação das audiências públicas com o

intuito de aumentar a participar popular do processo de elaboração

do orçamento, demonstrando a importância da participação e os

resultados que poderão ser alcançados;

b) o município divulgue todos os balanços e demonstrações financeiras

e orçamentárias no site da PMP, de forma simples para que os leigos

consigam entender estes documentos, visando assim transparência;

c) o município invista em ferramentas tecnológicas de apoio no controle

do patrimônio público por meio do sistema de informação como

dispositivos portáteis que permitem conexão direta com a Internet,

viabilizando acesso remoto às informações corporativas.

97

CONCLUSÃO

Neste estudo, evidenciamos que a Contabilidade Publica é uma

especialização da ciência contábil que tem por finalidade registrar, controlar e

estudar os atos e fatos administrativos e econômicos operados no patrimônio

de uma entidade publica que tem sua ênfase na gestão do patrimônio de

entidades publicas com ação nos três níveis de governo federal, estadual e

municipal.

Administrar em âmbito público não é exclusivamente garantir o bom

funcionamento da administração interna, mas também realizar ações que

promovam a máxima excelência no controle do patrimônio da sociedade. E

para que isso ocorra de uma maneira mais fácil e eficaz, os gestores contam

com o auxilio do sistema de informação, que é uma extraordinária ferramenta

que nos possibilita verificar e analisar com clareza e transparência as

prestações de contas e geração de informações que garantem que as tomadas

de decisões não sejam precipitadas ou erronias.

Para se ter uma maior visão e entendimento, relacionamos o órgão

público “Prefeitura Municipal de Promissão” o qual nos demonstrou que os

objetivos principais da contabilidade pública é proporcionar o bem estar social,

com a garantia do fácil acesso da comunidade e da correta e eficiência

aplicação dos recursos públicos.

Conclui-se por fim, que a Gestão Pública tem a necessidade de garantir

a padronização dos procedimentos de controles de acordo com as Leis

vigentes, para que os cidadãos possam conhecer a qualquer tempo a

instituição, os relatórios financeiros e orçamentários como receitas, despesas e

balanço. Os resultados devem ser apresentados com acompanhamento real da

programação estabelecida nos instrumentos de planejamento, sempre em

constante busca de equilíbrio nas contas publicas,assim ter plena certeza nas

decisões para que se evita fraudes, desvios e erros cometidos por gestores e a

obrigatoriedade de prestação de contas à sociedade sem que nenhum dado

seja alterado.

98

REFERÊNCIAS

ANDRADE, N. A. Contabilidade pública na gestão municipal. São Paulo: Atlas, 2002. ARAÚJO, I; ARRUDA, D. Contabilidade pública: da teoria à prática. 2. ed. rev. e atualizada. São Paulo: Saraiva, 2009. BRASIL. Constituição (1824). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao24.htm> Acesso em 12 de maio de 2013. ______. Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm> Acesso em 15 de maio de 2013. ______. Lei Federal n° 4.717, de 29 de junho de 1965. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4717.htm> Acesso em 12 de maio de 2013. ______. Decreto-Lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0200.htm> Acesso em 17 de maio de 2013. ______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em 15 de maio de 2013. ______. Lei Complementar n° 101, de 4 de mio de 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm> Acesso em 14 de maio de 2000. ______. Lei Federal n° 10.028, de 19 de outubro de 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10028.htm> Acesso em 15 de maio de 2013. ______. Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm> Acesso em 14 de maio de 2013. ______. Lei Federal nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/legislação>. Acesso em: 11 de maio de 2013. ______. Ministério de Estado do Controle e da Transparência; Ministério de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão. Portaria Interministerial nº 140, de 16 de março de 2006. Disponível em:

99

<http://www.cgu.gov.br/Legislacao/Arquivos/Portarias/portaria_interministerial.pdf> Acesso em 24 de agosto de 2013. ______. Lei Federal nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm> Acesso em 22 de setembro de 2013. BULGARI, R. Patrimônio. Instituto Brasileiro de administração Pública – IBRAP: Ribeirão Preto, 2002. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n° 750, de 29 de dezembro de 1993. Disponível em: <http://www.crcsp.org.br/portal_novo/legislacao_contabil/resolucoes/Res750.htmAcesso> Acesso em 18 de maio de 2013. ______. Resolução n° 1.055, de 07 de outubro de 2005. Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/PrevencaodaCorrupcao/Integridade/IntegridadeEmpresas/arquivos/RES_1055.pdf> Acesso em 21 de setembro de 2013. ______. Normas Brasileiras de Contabilidade: contabilidade aplicada ao setor público - NBCs T 16.1 a16.11. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2012. Disponível em: <http://50.97.105.38/~cfcor495/wordpress/wpcontent/uploads/2013/01/Setor_P%C3%BAblico.pdf>Acesso em 14 de maio de 2013. FIORILLI. Guia do usuário. Disponível em: <http://www.fiorilli.com.br/site.htm> Acesso em 25 de agosto de 2013. FORTES, J. Contabilidade pública. 10. ed. Brasília: Franco & Fortes, 2011. GOVERNO DO ESTADO DO ACRE. Manual de administração de bens móveis. Acre, [s.d.]. Disponível em: http://www.florestadigital.acre.gov.br/wps/wcm/connect/21a95c0043a1ca5fb3f5bf58119a6522/Manual+de+Administracao+de+Bens+Moveis.pdf?MOD=AJPERES Acesso em 22 de setembro de 2013. IBGE. População e Área territorial oficial. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/tabelas_pdf/Sao_paulo.pdf> Acesso em 25 de agosto de 2013. KOHAMA, H. Contabilidade pública: teoria e prática. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LIMA, D. V; CASTRO, R. G. Contabilidade pública: integrando União, Estados e Municípios. São Paulo: Atlas, 2000. MARION, J. C. Contabilidade básica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2001.

100

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Manual de administração patrimonial de bens móveis do ativo permanente. Manaus, 2012. Disponível em <http://www.ifam.edu.br/portal/images/file/MANUAL%20PATRIMONIO%20IFAM.pdf> Acesso em 22 de setembro de 2013. MINISTERIO DA FAZENDA; SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de contabilidade aplicado ao setor público. 5. ed. Brasília, 2012. PADOVEZE, C. L. Sistema de informações contábeis: fundamentos e análise. 5. ed, São Paulo: Atlas, 2007. QUINTANA, A. C. et al. Contabilidade pública: de acordo com as normas brasileiras de contabilidade aplicada ao setor público e a lei da responsabilidade fiscal. São Paulo: Atlas, 2011. REYES, M. R. A. Promissão, sua história e sua gente. São José do Rio Preto: Lagos, 2008. ______. Promissão, sua história e sua gente. Atualizado. São José do Rio Preto: Lagos, 2012. SANTOS, J. L. et al. Contabilidade geral. São Paulo: Atlas, 2004. SILVA, L. M. Contabilidade governamental: um enfoque administrativo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004. TEIXEIRA, H. O que é Gestão da Informação? Blog Chapa Branca. [s.l.] 3 set. 2008. Disponível em: <http://comunicacaochapabranca.com.br/?p=179> Acesso em 18 de maio de 2013.

101

APÊNDICES

102

APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

O objetivo principal do estudo de caso é estudar a escrituração e

controle do patrimônio público, com a finalidade de registrar as fiscalizações e

a transparência. Serão apresentados os métodos e técnicas de pesquisa

utilizadas na coleta de dados, assim como as dificuldades e facilidades

encontradas.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado:

a. Contabilidade Pública;

b. Demonstrar o Patrimônio Público e Ativo Imobilizado;

c. Acompanhamento e a Responsabilidade do Gestor;

d. Recebimento e o Controle dos Bens;

e. Depoimento de gerente e funcionário na área de atuação da empresa;

f. Serão relatados os métodos de análise da empresa: localização,

histórico e função.

1.2 Discussão

Será relacionada a teoria dos primeiros capítulos com a prática

observada na empresa.

1.3 Parecer final sobre o caso, e sugestões sobre manutenção ou

modificações de procedimentos.

103

APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

I IDENTIFICAÇÃO

Empresa:________________________________________________________

Localidade:______________________________________________________

Ramo de Atividade:________________________________________________

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Histórico da empresa;

2 Patrimônio Público e Transparência de Informação;

3 Exigências das Operações Fiscais e Legislação;

4 Contabilidade Pública;

5 Estrutura Patrimonial da empresa;

6 Ativo Imobilizado.

104

APÊNDICE C – Roteiro de entrevista para o Responsável Administrativo

I IDENTIFICAÇÃO

Empresa:________________________________________________________

Função:_________________________________________________________

Localização:_____________________________________________________

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 De que forma a Contabilidade Pública pode contribuir para inibir desvios

do dinheiro público?

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

2 Em relação à capacitação e a qualificação desses profissionais

contábeis, como seria o treinamento ideal para a reciclagem dos

conhecimentos?

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

3 Quais são as principais dificuldades enfrentadas pelos contadores que

atuam na área pública?

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

4 Quais as demonstrações contábeis definidas no campo de aplicação das

entidades do setor público?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 Como deve ser feito o registro contábil das transações do setor público?

_______________________________________________________________

105

APÊNDICE D - Roteiro de entrevista para o Responsável do Setor de

Patrimônio

I IDENTIFICAÇÃO

Empresa:________________________________________________________

Função:_________________________________________________________

Localização:_____________________________________________________

II PERGUNTAS ESPECIFICAS

1 De que forma a contabilidade precisa ficar atenta aos registros

contábeis?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Ela precisaria se adaptar em algumas normas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Quais seriam essas normas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Os municípios com a população inferior a cinquenta mil habitantes

poderá divulgar o Relatório Fiscal em período diferente da regra geral?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 Qual é o método utilizado no acompanhamento e na avaliação dos bens

dos ativos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________