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Terapia Comportamental e Cognitiva em ambiente hospitalar Marcelo da Rocha Carvalho

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Page 1: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Terapia Comportamental e Cognitiva em

ambiente hospitalar

Marcelo da Rocha Carvalho

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Marcelo da Rocha Carvalho

Psicoterapeuta Comportamental e Cognitivo, Especialista pela USP, Professor Convidado da Pós-Graduação em Terapia Comportamental e

Cognitiva pela FMUSP/AMBAN/HC. Especialista em Terapia Racional Emotiva Comportamental pelo

Albert Ellis [email protected]

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Não precisa ficar preocupado em copiar

Tudo está no link abaixo e com outros conteúdos:

http://migre.me/tBsJ1

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Pensamentos sobre a Aprendizagem

• “Eu não estou tentando mudar as pessoas. Tudo o que eu quero fazer é mudar é o mudo que eles vivem”. B. F. Skinner

• “Psicologia comportamental é a ciência de extrair hábitos ausentes em ratos”. Douglas Busch

• “As crianças nunca foram muito boas em ouvir os mais velhos, mas nunca falharam em imitá-los”. James Baldwin

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O que pensamos sobre as TCC

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Excessos Comportamentais

Esta classe de comportamentos ocorre e é descrita como problemática pelo paciente ou pelo seu informante porque excessos em frequência, intensidade, duração ou ocorrência surgem sob dadas condições.

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Por que indicamos que as pessoas façam terapia?

Qual o benefício que o indivíduo tem ao fazer terapia psicológica?São garantidos os efeitos positivos?É importante para o leigo saber que abordagem que ele fará em terapia?Como que a Medicina lida com seus novos saberes?É igual na Psicologia?Como explicar para uma equipe médica sobre os benefícios da psicoterapia?

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O que é a TCC?É um termo genérico que se refere a Terapias que incorporam tanto intervenções comportamentais: induções diretas para diminuir as condutas e emoções disfuncionais modificando o comportamento; como intervenções cognitivas: intentos para diminuir as condutas e emoções disfuncionais modificando as avaliações e padrões de pensamentos do indivíduo.

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Onde encontrar sobre o que falaremos…

Capítulos para leitura:Dois – avaliação

cognitivo comportamental completa;

Seis – terapia da depressão.

Doze – resolução de problemas e terapia breve em TCC

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PressupostoAmbos os tipos de intervenções se baseiam na suposição de que a aprendizagem anterior está produzindo atualmente consequências desadaptativas e que o propósito da terapia consiste em reduzir o mal estar ou a conduta não desejada, desaprendendo o aprendido ou proporcionando a experiência de aprendizagens novas, mais adaptativas e funcionais.

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Suposições de Ingram e Scott (1990) sobre a TCC

1. Os indivíduos respondem a representações cognitivas dos acontecimentos ambientais em vez dos acontecimentos em si.

2. A aprendizagem é mediada cognitivamente.

3. A cognição media a disfunção psicológica e comportamental (a cognição afeta as emoções e a conduta, como vice-versa)

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Suposições de Ingram e Scott (1990) sobre a TCC

4. Algumas formas de pensamentos (ou cognições) podem ser registradas e avaliadas.

5. A modificação das cognições podem substituir as emoções e condutas e

6. Tanto os procedimentos cognitivos como comportamentais para mudança são desejáveis e podem se integrar nas intervenções.

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As oito perguntas de LazarusReações ou sentimentos ambivalentes ou conflitantes.

Comportamentos desajustados.

Informações incorretas: crenças irracionais.

Falta de informação: deficiência, ignorância, ingenuidade, etc.

Pressões e demandas interpessoais.

Disfunções biológicas.

Estressores externos fora da rede interpessoal imediata: condições sociais inadequadas, meio ambiente insalubre, etc.

Experiências traumáticas: abuso sexual, sequestro, etc.

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Troca de informações integradas

Informações médicas: anamnese, diagnóstico, prescrição e expectativas do tratamento psicofarmacológico.

Informações históricas: história de vida do paciente.Queixas a serem tratadas: paciente, família e trabalho.Uso de teste psicológicos e inventários.Análise funcional dos problemas do paciente.Resultado das primeiras intervenções.Foco e cuidado com a Redução do Stress e Qualidade de

Vida do paciente.

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Como complicar a vida...• Há pessoas que além de sofrer com a depressão

e ansiedade, dedicam parte do seu tempo se autocondenando quanto ao seus problemas. Ou seja “criando um sintoma neurótico em relação a seus sintomas”.(Ellis, A. – Como conquistar sua própria felicidade, pág. 11)

• Mudar, inicialmente, significa aceitar sua condição.

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Modelo TCC simplificado

TCC

Seus Pensamentos

SuasEmoções

SeusComporta-mentos

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O modelo cognitivo comportamental

Cognição Afeto Comportamento

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Paradigma de Ellis

A CB

Evento ativador Crenças Consequências

Ativanting event Beliefs Consequences

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Três preposições fundamentais da TC:

A atividade cognitiva influencia o comportamento.

A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada.

O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva.

(Dobson, 2001; apud Knapp, 2004)

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O que a TCC faz?No tratamento em Terapia

Comportamental e Cognitiva ajude-se o individuo a reconhecer padrões de pensamento inadequado e comportamento disfuncional. Através da discussão sistemática e tarefas comportamentais cuidadosamente estruturadas para ajudar os pacientes a avaliar e modificar tanto seus pensamentos, quanto seus comportamentos em questão.

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TCC ou TCC’s?provém da somatória de diversas atividades

científicas e formas de atuação clínicas como: psicologia experimental, análise do comportamento, psicologia cognitiva, terapia comportamental racional-emotiva, terapia multimodal, psicoterapia analítico-funcional, entre outras; este conjunto, agregado em evoluções históricas, metodológicas, aplicações clínicas e experimentais, dão corpo a Terapia Comportamental e Cognitiva (TCC) e a mantém atuante.

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Treinamento focado na rotina hospitalar

Familiarização do aluno com as normas e objetivos da instituição e com as características, rotinas e procedimentos da enfermaria. Desenvolvimento de habilidades no uso de técnicas de modificação de comportamento conforme a demanda dos procedimentos e condições necessárias aos processos de diagnóstico, tratamento e recuperação do paciente. Desenvolvimento de habilidades para compor equipes interdisciplinares. Treino em critérios óticos de abordagem ao paciente e familiares, de coleta de informações, de registro em prontuários e de discussões clínicas de equipe. Aprendizado das características das patologias em questão, dos procedimentos necessários ou disponíveis ao tratamento em cada situação e do impacto da doença e do tratamento na vida e condições psicológicas do paciente assistido. Treino no uso de técnicas de intervenção e adaptação às especificidades de cada paciente, de cada patologia e das histórias clínica e psicossocial.

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Mudança: Resposta Humana(Prochaska e Di Clemente)

Nível de Conscientizaçã

o

Nível de Resposta

Inércia

Indecisão

Rejeição

Adaptação

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Prós e Contras e sua correlação com os Estágios de Mudança

Contemplação

Contras

PrósPré-Contemplação

Preparação

Ação

Manutenção

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Risco de Recaídas

Técnicas adequadas as fases dos processos de mudança

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Técnica de Resolução de Problemas: objetivos gerais

Seus objetivos são, segundo Hawton e col.(1997):1) Ajudar pacientes a identificar os

problemas como causas da disforia;2) Ajudá-lo a reconhecer os recursos que

possuem para abordar suas dificuldades;

3) Ensinar-lhes um método sistemático de superar problemas atuais;

4) Incrementar seu senso de controle sobre os problemas;

5) Oferecer-lhes um método para lidar com problemas futuros.

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Passos na Avaliação para Resolução de Problemas

1. Identificar os problemas do paciente.2. Identificar os recursos do paciente – pontos fracos e apoios.3. Obter informações de outras fontes.4. Decidir se a resolução de problemas é apropriada.5. Decidir quanto às disposições práticas – quem estará

envolvido, número provável de sessões, duração, tempo, etc.

6. Estabelecer um contrato terapêutico que inclua responsabilidades do paciente e do terapeuta na resolução de problemas.

Hawton, K. e Kirk, J, (1997)

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Lista de checagem de áreas-problema potenciais

1. Relacionamento com o parceiro ou cônjuge.

2. Relacionamento com outros membros da família, particularmente filhos jovens.

3. Emprego ou estudos.4.Finanças.5. Moradia.6. Questões legais.

7. Isolamento social e relacionamento com amigos.

8. Uso de álcool ou drogas.

9. Saúde psiquiátrica.10. Saúde física.11. Ajuste sexual.12. Privação ou perda

eminente.

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Inventários e testes como linha de base para comparação de resultadosBDI, BAI, Crenças Irracionais de Ellis,

ISSL (Inventário de Sintomas de Stress Lipp (Casa do Psicólogo), Inventário de Young (versão longa), Assertividade, IHS (Inventário de Habilidade Sociais – Casal Del Prette/Casa do Psicólogo), Escala do Sono, Inventário do Medo (Wolpe).

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Primeira ConsultaItem ConteúdoRapport (5 minutos) Controle de EstímulosQue trouxe você aqui?(25 minutos)

Análise funcional rápida do Problema em questão: quando começou, melhorou, piorou, etc. Situar-se no tempo e no espaço para o surgimento do problema.

Resumo sobre o que o paciente descreveu e apresentar o que a terapia comportamental e cognitiva.(10 minutos)

Pode ser usado material feito previamente para leitura em casa.

Regras do atendimento – Contrato terapêutico(5 minutos)

Pode ser usado material feito previamente para leitura em casa.

Dúvidas e lição de casa.(5 minutos)

Biblioterapia/Leitura. Inventários.Lista de Queixas e Linha da Vida.

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Atuação da TCCCliente é ativo no processoTerapeuta ativo (sem ser intrusivo)Importância do vínculo Comportamento verbal + adjacentesSessões estruturadas (flexível) sujeitas a

constantes avaliações da análise funcional.

Tempo limitado (considerando cada caso)

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Modelos de relação terapêutica

Riba & Balon, 2005

Page 38: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Por que medicar?Paciente estável é melhor para uma boa terapia...

O efeito da boia no naufrágio...Aprender comportamentos novos sobre a

suspensão dos sintomas, artificial, bom ou respeitoso com o paciente?

Carlos Drummond de Andrade: “A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional!”

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Planejamento do TratamentoComunicação direta no planejamento dos resultados entre psiquiatra e psicoterapia.Psiquiatra e psicoterapeuta: ações complementares.Feedback constante sobre o tratamento médico: a frequência da psicoterapia como observação da evolução clínica.Dentro do Hospital Geral a comunicação com a equipe é central. Pesquisar o que a equipe acredita que a Psicologia poderia ajudar em lidar com o tratamento: frente ao paciente e a família.

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Por que um modelo combinado de tratamento?

Aspectos do tratamento colaborativo

Positivos NegativosTer mais tempo com o médicoMelhor uso dos recursos disponíveisTer “o melhor de dois mundos”Apoio mútuo dos profissionaisMaior aderência ao tratamentoMaior acesso a historia do pacienteMaior rede de suporte

Diferenças interdisciplinaresProblemas de comunicaçãoInterpretação errônea de efeitos colateraisTransferência e contratransferênciaRiscos legais aumentadosProblemas éticos“Interpretação” de alguns sintomas

Riba & Balon, 2005

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Psicoterapia Cognitiva e Comportamental

Psicodiagnóstico: BDI-I, Inventário de Crenças Irracionais, ISSL, Teste Desiderativo, HTP, Hamilton e outras escalas;

Anamnese ou Histórico de Vida (Lazarus);Análise funcional do comportamento suicida;Informações sobre pensamentos automáticos e

disfuncionais;Estímulo a auto-observação e relatos da vida diária ao

terapeuta: modelagem à Técnica Clínica Cognitiva;Ativação do Paciente: gradual (não aversiva e

reforçadora) – voltado ao auto-reforço e não ao reforço arbitrário

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Psicoterapia Cognitiva e Comportamental

Organização ambiental: agenda; itens semanais; discussão de tópicos (queixas); exercícios de casa e experimentos comportamentais;

Enfrentamento Cognitivo;Relaxamento Físico;Atividades físicas: exaustão do corpo por ele mesmo, não

pelo pensamento; Identificação de pensamentos automáticos negativos e

esquemas:Emoções desagradáveis,Situações em que ocorrem eAssociação a outros pensamentos negativos.

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Psicoterapia Cognitiva e Comportamental: foco permanente.

Testar os pensamentos negativos;Comparação funcional do aprendizado

histórico/ambiental pelo paciente de esquemas disfuncionais;

Identificar suposições disfuncionais:Não refletem a realidade da

experiência humana;São rígidas, hipergeneralizadas e

extremas;Impedem a concretização dos

objetivos ao invés de facilitá-los;Sua transgressão está associada a

emoções extremas e excessivas;São relativamente inacessíveis a

experiência comum.

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Indicações

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Metas gerais do atendimento

Estabelecer o relacionamento.Evocar esperança.Proporcionar ao paciente compreensão

preliminar do modelo.Estabelecer um esquema de trabalho

para testá-lo na prática.

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Estrutura das sessões subsequentes.

1. Estabelecer a agenda.2. Itens semanais:

Exame dos eventos desde a última sessão.Feedback da sessão anterior.Revisão dos exercícios de casa:

Resultados? Dificuldades? O que foi aprendido?

3. O(s) tópico(s) mais importante(s) do dia:Estratégias específicas.Problemas específicos.Problemas a longo prazo.

Enumerar por ordem de prioridade.

Page 47: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Estrutura das sessões subsequentes.

4. Exercício(s) de casa:Tarefa?Fundamentos lógicos?Dificuldades previstas?

5. “Feedback”:Compreensão?Reações?

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A comunicação é fundamental – regras para um tratamento

conjunto: Riba & Balon, 2005, Gabbard, 2006

Quanto melhor conhecer o colega melhor Que pior momento para conhecer alguém que numa crise Falar de sua formação ajuda a conhecer e ser conhecido

É importante ter um “salvo conduto” para troca de informação entre os cuidadores Formulários assinado do paciente são a melhor opção

A comunicação deve ser direta, regular e frequente Mesmo quando o paciente estiver estável Sempre em crises ou qualquer coisa que mude o tratamento

Trabalhar conjunto (e com o paciente) para determinar o plano de tratamento. Se houver diferença de diagnóstico, o entendimento deve ser

alcançado antes do tratamento prosseguir.

O paciente não deve ser um mensageiro.

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Exemplos de cooperaçãoBenzodiazepínicos e terapia de exposiçãoAumento da dose “sedar” paciente mais agressivoAjuste de dose para reduzir reatividade autonômicaRedução da dose para permitir algum grau de

ansiedadeReduzir “Belle Indifférence”...

Cuidado: Efeitos colaterais no início da medicação podem ser vistos como resistência à psicoterapia.

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Exemplos de cooperaçãoConstruindo motivação para psicoterapia

Expectativas não realistas acerca da medicaçãoO sistema de crenças do paciente interfere na

resposta à medicaçãoConstruindo motivação para farmacoterapia

“boia para o afogado”Possibilidade de vivenciar experiências diferentesPensamentos obsessivos e o modelo de Mindfullness

(A.C.A.L.M.E.-S.E.)Modelo “Policial bom, Policial mal” na interação

Psiquiatra-Psicoterapeuta

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Suposições da Terapia Cognitiva• Os pacientes têm acesso aos

sentimentos com um breve treinamento.

• Os pacientes têm acesso a pensamentos e imagens com um breve treinamento.

• Os pacientes têm problemas identificáveis a serem focalizados.

• Os pacientes estão motivados a fazer tarefas de casa e a aprender estratégias de autocontrole.

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Suposições da Terapia CognitivaOs pacientes podem se engajar em

comportamento colaborativo com o terapeuta em poucas sessões.

As dificuldades no relacionamento terapêutico não são um foco maior de problemas

Todas as cognições e todos os padrões de comportamento podem ser modificados por análise empírica, discurso lógico, experimentação, passos graduais e prática.

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Diferenças entre métodos

Terapia Cognitiva: Beck e os pensamentos disfuncionais.Maior complexidade, ligado aos

transtornos psiquiátricos e menos embativa.

Terapia Racional Emotiva Comportamental: Ellis e as crenças irracionais.Menor complexidade, mais embativa

e ligado a questões de neuroticismo.

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Indicações

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Modelo Cognitivo de Beck

“De acordo com Beck, as pressuposições centrais sobre o si mesmo e o mundo, formadas do início da infância, permanecem inconscientes devido aos mesmos mecanismos normais, não patológicos, através dos quais outros hábitos de pensamento e comportamento tornam-se automáticos”.

Page 56: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Modelo Cognitivo de Beck“Ele treinou os pacientes a aumentar a

percepção de seu fluxo de consciência” contínuo, expondo os pensamentos automáticos rígidos que precediam suas respostas emocionais características. Beck, então, ensinou aos pacientes procedimentos para utilizar a razão a fim de combater esses“pensamentos automáticos” disfuncionais. Ele defendeu um diálogo ativo com os pacientes, em vez da escuta passiva, por meio do qual ele treinava os pacientes a desenvolver argumentos empíricos, baseados na realidade, para combater as distorções em seu pensamento”.

Page 57: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Modelo Cognitivo de Beck“As emoções são vistas como

informativas, na medida em que elas refletem a natureza das tentativas dos pacientes de construir significado a partir de suas experiências. Da mesma forma, a resistência é vista como uma forma de autoproteção em certos pontos da terapia, nos quais o terapeuta ameaça os processos básicos de organização dos pacientes”.

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Diagrama CognitivoDesenvolvimento

Crenças Fundamentais

Pressupostos, Regras, Expectativas e Atitudes

Estratégias Compensatórias

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Diagrama CognitivoSituação

Pensamento Automático

Significado

Sentimento

Comportamento

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Page 62: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Qual é a tríade cognitiva?

Ambiente Futuro

Eu

DEPRESSÃOAvaliação negativa de:• si - mesmo,• ambiente e• do futuro.

ANSIEDADEAvaliação catastrófica de:• si – mesmo como sem estratégias,• ambiente é perigoso e• do futuro como incerto.

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Inventário de BeckPontuação Estado da

Depressão00-09 pontos Ausência de

Depressão10-19 pontos Depressão

Reativa/Leve20-28 pontos Depressão

Moderada/DistimiaAcima de 28

pontosDepressão Grave

ou Severa

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Foco da TCC

O maior impulso da terapia cognitivo-comportamental é em direção à compreensão da natureza e do desenvolvimento do repertório comportamental de um indivíduo e dos processos cognitivos que o acompanham.

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Indicação

Page 66: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Modelo Cognitivo Comportamental

Sintomas Fisiológicos

Experiência Subjetiva

Respostas Comportamentais

Avaliação Cognitiva Mal

Adaptada

Crenças Mal Adaptadas

Processos de Atenção

Gatilho

Page 67: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Modelo Cognitivo Comportamental

Sintomas Fisiológicos

Experiência Subjetiva

Respostas Comportamentais

Avaliação Cognitiva Mal

Adaptada

Crenças Mal Adaptadas

Processos de Atenção

Gatilho

Modificação da Situação

Meditação, Relaxamento, Respiração Profunda

Modificação da Atenção

Psicoeducação e Reestruturação

Cognitiva

Modificação Comportamental

Ativação Comportamental

Exposição

Aceitação

Relaxamento e Respiração Profunda

Diminuição da Reatividade

Page 68: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Terapia cognitiva: esquemaCrenças

nuclearesAtivação de esquemas

Situação Pensamentos Reações

Crenças Intermediárias

EmocionalComportamental

Fisiológica

Page 69: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Mais uma indicação

Page 70: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Atuação da TCCCliente é ativo no processoTerapeuta ativo (sem ser intrusivo)Importância do vínculo Comportamento verbal + adjacentesSessões estruturadas (flexível) sujeitas a

constantes avaliações da análise funcional.Tempo limitado (considerando cada caso)

Page 71: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Adaptação as Metáforas frente a clínicaSharp, um foco “Multimodal” novo (1999)

Metáfora do

Reforço

Metáfora do

Déficits das

Habilidades Sociais

Metáfora do

Desamparo

Aprendido

Metáfora da

Distorção Cognitiva

Metáfora do Auto-Manejo

Metáfora da

Modelagem Social

Avaliação Comportamental e Cognitiva

Page 72: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Metáfora do ReforçoO que reforça este

comportamento inadequado?

Quais seriam as consequências que o comportamento é função?

Quem reforça a conduta do paciente?

Quais são as contingências que sustentam este comportamento?

Page 73: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Metáfora dos Déficits das Habilidades Sociais

Quais comportamentos faltam em seu repertório que viabilizariam sua melhora?

Que comportamentos sociais são complicadores nas relação com as pessoas e seu meio?

Quais os déficits de comportamentos e em quais ambientes eles se localizam?

Como facilitar o aprendizado de comportamentos assertivos?

O que oferecer de modelo e treino?

Ele é passivo ou agressivo em sua expressão social?

Page 74: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Metáfora do Desemparo Aprendido Em que experiências o paciente

aprendeu “um senso de incontrabilidade” em sua vida?

Como se estabeleceu o seu desamparo?

O que é para ele aversivo e intransponível?

Como isto afeta as outras áreas de sua vida?

Houve generalização do evento de desamparo?

Qual a relação entre seu comportamento problema e o desamparo?

Page 75: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Metáfora das Distorções Cognitivas Como o paciente interpreta a sua

vida? Eventos conflitantes? Quais são seus erros cognitivos? Como interferir na fala do

paciente para formas mais esperançosas e passíveis de enfrentamento do problema?

Quais são suas regras e suposições?

Quais seus esquemas disfuncionais precoces?

Quais são as crenças irracionais ou demandas do paciente e da família?

Page 76: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Metáfora do Auto-ManejoO que o paciente diz para

si frente a situações em que seu desempenho é favorável e o que diz quando não, que mantem seu desempenho apesar das consequências?

É possível muda-los?Como ele reage com novas

formas de interpretação sobre os eventos?

Page 77: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Metáfora da Modelagem Social

Quais são seus modelos de vida?

O que ele tem de referencia positiva?

Que modelos cooperam para seu problema atual?

Quem ele imita de forma encoberta?

Page 78: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Metáfora da relação interpessoal entre o paciente e o terapeuta.

Como o paciente lida com do terapeuta?

Qual emoção e comportamento estão mais presentes na relação?

Qual é a evolução da relação produtiva para modificação do problema?

Quais são comportamento clinicamente relevantes visto também no cotidiano do paciente?

Page 79: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Cérebro Tri único – MacLean (1973)

Cérebro

Reptílico

Cérebro Mamífero

CérebroNeo-mamífero

Page 80: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

“Estresse é a resposta do organismo às demandas a ele impostas”

Hans Selye (1936)

“Se o Stress for bem compreendido e controlado, pode, até certo ponto, ser favorável, pois prepara o organismo para lidar com situações difíceis da vida. Do contrário propicia o adoecimento. A pessoa com níveis altos de estresse não raciocina com clareza, é irritada e com pouca paciência, prejudicando sua tomada de decisões e com baixa resolução de problemas”.

Marilda E.N. Lipp

Page 81: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Todos os organismos são expostos à riscos no curso de suas vidas:destruição do organismodestruição do seu “nicho” social

A teoria dos 3F’s:Fight (Lutar)Flight (Fugir)Freeze (Congelar)

Stress

Page 82: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Conceito de estresseTodos organismos, de bactérias ao

homem desenvolveram mecanismos para lidar com mudanças significativas no seu ambiente interno ou externo: chamados de estressores.

Page 83: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Categorias de estressores que os seres humanos vivenciam

Eventos vitais.Estresse crônico.Eventos traumáticos.

Page 84: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Componentes do Treino de Controle do Stress

1. Avaliação do nível e da sintomatologia do stress.

2. Avaliação de estressores externos e autoproduzidos.

3. Treino comportamental-cognitivo inclui:• Mudança do estilo cognitivo;• Redução da excitabilidade emocional;• Redução da excitabilidade física;• Treino de assertividade e afetividade;• Treino em resolução de problemas;• Autocontrole da ansiedade;• Manejo da hostilidade e irritabilidade;• Administração do tempo.• Redução do Padrão Tipo A do comportamento.

Page 85: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Componentes do Treino de Controle do Stress

4. Mudança de estilo de vida com relação a:• Atividade física;• Nutrição;• Relaxamento.

5. Plano de prevenção a recaída.6. Seguimento para incentivar a adesão ao

tratamento.(Lipp e Malagris, In.: Rangé, 2001)

Page 86: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Quadrantes da Vida...

Saúde Afetiva

Profissional Social

Page 87: Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016

Níveis do Estresse

Alerta

Resistência

Quase-Exaustão

Exaustão

Adoecimento Emocional e/ou Físico.O Adoecimento físico obedece a história genética do indivíduo em questão: vulnerabilidades.Sintomas sempre físicos no inicio do

estresse, mas com a cronicidade do estresse, há o aumento dos sintomas emocionais: ansiedade e depressão se destacam – desamparo aprendido. (Seligman, Martin)

Modelo da Stress: Lipp, M.N.

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04 Pilares do Controle do Stress

AtividadeFísica

AlimentaçãoEquilibrada

Relaxamento Modificaçãodos Pensamentos

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BibliografiaBandura, Albert – Modificação do Comportamento. Interamericana, Rio de Janeiro, 1979.Barlow, David (Org.) – “Manual Clínico dos Transtornos Psicológicos”, Artes Médicas, 1999.Beck, A. e col – “Terapia Cognitiva da Depressão”, Artes Médicas, 1979/1997.Caballo, V. – MANUAL DE TÉCNICAS DE TERAPIA E MODIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO. Ed. Santos, 1996.Caballo, V.E. – Manual de avaliação e treinamento das habilidades sociais. Ed. Santos, 2003.Ellis, A. e Becker, I. – A CONQUISTA DA FELICIDADE. Record, 1982.Ellis, Albert – COMO VIVER COM UM NEURÓTICO: em casa e no trabalho. Artenova, 1976.Ellis, A. & Lange, A. – FIQUE FRIO! Ed. Best Seller, 1997.Ellis, A. – OVERCOMING DESTRUTIVE BELIEFS, FEELINGS AND BEHAVIORS. Prometheus Books, 2001.Goldberg, E. – O CÉREBRO EXECUTIVO: Lobos frontais e a mente Civilizada. Imago, 2002.Everly, G. & Rosenfeld, R. (1979) THE NATURE AND TREATMENT OF THE STRESS RESPONSE, New York: Plenum Press.

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BibliografiaGonçalves, O. – TERAPIAS COGNITVAS: teorias e práticas. Biblioteca das Ciências do Homem, 2000.Hawton, K. e col – “Terapia Cognitiva-Comportamental dos Transtornos Psiquiátrico – um guia prático”, Martins Fontes, 1997;Knapp, P. – TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA PRÁTICA PSIQUIÁTRICA. Artmed, 2004.Krumboltz, J. e Krumboltz, H. – Modificação do Comportamento Infantil. EPU, São Paulo, 1977.Lipp, Marilda(org) – “O Stress está dentro de você” – Editora Contexto, 2000.Lipp, M. E. N. (2000 ) INVENTÁRIO DE SINTOMAS PARA ADULTOS DE LIPP. São Paulo: Casa do Psicólogo.Lipp, M. e Malagris, L. – O STRESS EMOCIONAL E SEU TRATAMENTO. In: Rangé, B. – PSICOTERAPIA COGNITVO-COMPORTAMENTAIS: um diálogo com a psiquiatria. Artmed, 2001.

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Bibliografia RecomendadaSeligman, M. – “Aprenda a ser Otimista”. Nova Era e Record, 1992.Seligman, M. – “Desamparo: sobre depressão, desenvolvimento e morte”. Hucitec-Edusp, 1977.Selye, H. (1965) STRESS : A TENSÃO DA VIDA. Trad. de Frederico Branco. 2ª ed. , S.P.: IBRASA.Simon, Ryad – Psicoterapia Breve Operacionalizada: Teoria e Técnica. Casa do Psicólogo, 2005.Young, Jeffrey – “Terapia cognitiva do transtornos de personalidade: uma abordagem focada no esquema”. ArtMed, 2003.