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Pequeno Compndioda Igreja Apostlica Ortodoxa

Contente: O que a Ortodoxia. Quem fundou a Igreja Ortodoxa? Como se organizou a Igreja Ortodoxa? Onde est expressa claramente a Doutrina Crist? Onde se encontram as fontes da Doutrina Ortodoxa? Podemos resumir o que foi dito? Quem so os Santos Padres? O que quer dizer: a Igreja uma vida misteriosa em Cristo? O que quer dizer: a Igreja o Corpo Mstico de Cristo? O que quer dizer: a Igreja existe em ns? A Igreja um mistrio e um Sacramento? Como sabemos das resolues da Igreja Catlica Ortodoxa? O que temos ainda como Histria da Igreja? Por que se empresta tanto valor ao Conclio Ecumnico? E a Ortodoxia hoje? Concluindo... por que Sou Ortodoxo?

O que a Ortodoxia (palavra grega que significa Doutrina Reta)? a autntica Religio Crist, pregada no Oriente por Nosso Senhor Jesus Cristo, transmitida pelos Apstolos e seus sucessores e conservada e ensinada pela Igreja Ortodoxa, atravs dos sculos, em toda a sua autntica pureza. a doutrina reta, contida na Sagrada Escritura, sem aumentar, nem diminuir nada, na Tradio e nos 7 primeiros Conclios Ecumnicos. a Doutrina ensinada e pregada pela Igreja Ortodoxa para glorificar a Deus e salvar as almas, segundo a Vontade de Jesus Cristo. Ortodoxo quem segue a Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo e os ensinamentos da Igreja Ortodoxa, mais exatamente, aquele que segue a reta Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta Doutrina e Religio ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo, difundida e propagada pela Igreja Ortodoxa chama-se "A Ortodoxia."Quem fundou a Igreja Ortodoxa?A Igreja Ortodoxa foi fundada unicamente por Nosso Senhor Jesus Cristo, sobre os doze Apstolos, na cidade de Jerusalm, quando o Esprito Santo, prometido, desceu em forma de lnguas de fogo sobre os Apstolos, no cenculo, no dia de Pentecostes. E estavam l a Virgem Maria, os Apstolos e discpulos reunidos (Atos 1:13-15). Esta foi a primeira Comunidade Crist ou de crentes em Nosso Senhor Jesus Cristo. A primeira Igreja divina e sobrenatural instituda para salvao dos homens. Cristo permanece com sua Igreja at a consumao dos sculos. Ele o seu nico cabea e chefe. Existe s uma autoridade suprema: Jesus Cristo, seu fundador, verdadeiro Homem. Desde Jerusalm, o Evangelho foi propagado pelos Apstolos, nos pases vizinhos. E foi em Antioquia que os seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo foram chamados, pela primeira vez, Cristos (Atos 11:26).Como se organizoua Igreja Ortodoxa?Santo Incio de Antioquia (sc. I D.C). o primeiro autor cristo a enumerar os bispos, presbteros e diconos como trs graus do ministrio cristo, essa hierarquia fixou-se na tradio da Igreja na sua organizao. De fato, os ortodoxos atribuem a autoridade mxima ao colgio dos bispos, concedendo um destaque aos Patriarcas como guardio especial das fontes de verdade da Igreja. A Igreja Ortodoxa possui a autntica Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo, tal como saiu dos seus lbios e foi pregada pelos Apstolos no primeiro sculo da era crist, pratica seus mandamentos e vive a vida da graa, que nos deixou nos sacramentos, aps sua morte e Ressurreio e os ensinamentos dos 7 primeiros conclios, para que alcancemos a vida eterna. A Igreja a depositria da Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo e a continuadora da obra da Salvao, do amor e da conquista da vida eterna, por toda a terra. Deus prometeu Igreja a assistncia do Divino Esprito Santo, no cair e no ensinar o rro e "Eu permanecerei convosco at os confins dos sculos." A administrao dos fiis cristos era exercida pelos Bispos, Presbteros e Diconos e em cada regio h uma autoridade maior, chamada Patriarca. O mundo cristo, nos primrdios do cristianismo tinha cinco Patriarcados (a Pentarquia). Em ordem cronolgica: Patriarcado de Jerusalm, Patriarcado de Antioquia, Patriarcado de Alexandria, Patriarcado de Constantinopla e Patriarcado de Roma; todos eles tinham iguais direitos e eram independentes na administrao; ao Patriarcado de Roma foi dado o ttulo de "Primus inter pares," por ser Roma, na poca, a capital do imprio (conf. 1.o Conclio Ecumnico, art. 36), ficando assim, na ordem hierrquica: os Patriarcados de Roma, da Nova Roma - Constantinopla, de Antioquia, de Alexandria e de Jerusalm; mas, a mais alta autoridade da Igreja Crist, ainda era o Conclio Ecumnico, cujas decises so obrigatrias para todas as Igrejas Crists.Onde est expressaclaramente a Doutrina Crist?As bases da verdadeira doutrina cristo foram assentadas no Primeiro Conclio Ecumnico, convocado por Constantino, o Grande Imperador de Constantinopla e de todo o Oriente, na cidade de Nicia, no ano de 325. Os 318 Santos Padres compuseram o "Credo ou smbolo da F, que em pequenas palavras, expressa claramente nossa crena e doutrina crist. Este Credo foi completado em seus ltimos artigos no Conclio Ecumnico de Constantinopla (ano 381) e por isso se chama Credo ou Smbolo da F Niceno-Constantinopolitano. O triunfo do Cristianismo se produziu trs sculos depois da morte de Jesus Cristo, com a paz decretada por Constantino, Imperador de Roma. At ento o Cristianismo vivia nas catacumbas, s escondidas e sem prestgio da verdadeira liberdade de celebrar todos os seus atos religiosos e aprendiam a conhecer a Cristo (Livro dos Atos dos Apstolos). Mais tarde, foram convocados outros Conclios Ecumnicos (sete) reafirmando neles os verdadeiros dogmas cristos.Onde se encontram as fontesda Doutrina Ortodoxa?As fontes de onde extramos a nossa F Ortodoxa so duas: a Sagrada Escritura e Santa Tradio. A revelao dada por Deus ao homem sobre o que deve crer e praticar para agradar a Deus e conseguir sua salvao eterna se acham unicamente nestas duas fontes. A nica que interpreta e ensina esta Revelao a Igreja, pois, assim estabeleceu Nosso Senhor Jesus Cristo e, uma prova de segurana de que estamos na Verdade, pois Jesus Cristo prometeu sua assistncia a seus Apstolos e a sua Igreja. A Bblia a Palavra de Deus revelada aos homens por meio dos patriarcas, profetas (V.T). e apstolos (N.T.), ou os escritos do Antigo e Novo Testamento.Podemos resumir o que foi dito?A Igreja Ortodoxa viu a Luz l na Palestina, com Jesus Cristo, expandiu-se com os Apstolos e cimentou-se sobre o sangue dos mrtires. A Igreja Ortodoxa no morre, porque descansa sobre Jesus Cristo e tem a promessa de que existir at os confins dos sculos. Em vo seus inimigos e todos os impiedosos trataram de destru-la, de neg-la ou de persegu-la. A Igreja Ortodoxa, semelhana de seu Divino Mestre e fundador Jesus Cristo, desde seu nascimento mesmo, no ano 33 d.C. padeceu e sofreu terrveis perseguies sob o Imprio Romano, passando pelos otomanos e at nossos dias sofre a mais violenta das perseguies daqueles que se omitem em querer conhec-la. O Sangue de infinidade de mrtires havia selado e provado ao mundo a sublimidade de seu amor e perfeio e a verdade de sua Doutrina Divina. Apesar de tudo, sempre subsistiu e triunfou. Ela vive e viver eternamente em Cristo e seguir confiante em suas palavras: "Eu estarei no meio de vs at a consumao dos sculos. As portas do inferno no prevalecero contra Ela."Onde se encontra manifesta: A Sagrada Escritura?

A Tradio Apostlica?

A Tradio, encontramo-la manifestada em: 1.o - Os sete Conclios Ecumnicos; 2.o - Os Santos Padres e Escritores Cristos; 3.o - Smbolo dos Apstolos; 4.o - Smbolo Niceno-Constantinopolitano; 5.o - As Liturgias da Igreja; 6.o - O Magistrio Permanente da Igreja; 7.o - A Legislao Eclesistica.

A Ortodoxia a Igreja de Cristo sobre a terra. A Igreja de Cristo no s uma instituio, mas uma vida nova com Cristo e em Cristo dirigida pelo Esprito Santo.Quem so os Santos Padres?Desde os primeiros sculos do Cristianismo houve grandes pensadores que puseram sua inteligncia a servio de Cristo e sua doutrina. Tais personagens vazaram sua cincia e profundos conhecimentos em escritos, onde explicavam a nova F e a defendiam dos ataques de seus inimigos e hereges. Sempre na Igreja de Jesus Cristo, houve hereges e heresias: Docetas, Gnsticos, Arianos, Eutiquianos, Monotelistas, Maniqueus, Iconoclastas,... que a Igreja condenou, em vrios Conclios, estabelecendo a verdadeira F. Entre os principais escritores e expositores do cristianismo primitivo temos dois grupos: os Padres Apostlicos, sucessores imediatos dos Apstolos e os Grandes escritores: a Didaqu, o Pastor de Hermas, Santo Incio, So Policarpo, Papias, etc, e os Santos Padres, que defenderam e sistematizaram a verdadeira doutrina da Igreja Ortodoxa, como: So Baslio, o Grande, So Joo Crisstomo, So Cirilo de Alexandria, So Cirilo de Jerusalm, So Gregrio Nazianzeno, So Gregrio de Nissa, Orgenes e Santo frem, o Siraco, o historiador Eusbio, So Joo Damasceno, que foi o primeiro a compendiar de modo sistemtico toda a Teologia Ortodoxa; no Ocidente encontramos os seguintes Santos Padres: Santo Agostinho de Hipona, So Jernimo, Santo Ambrsio, Santo Hilrio de Poitiers, So Gregrio Magno, So Leo Magno, etc. O perodo desta era patrstica crist abrange desde o ano 100 at o ano 900 d.C.. A Igreja tem grande venerao por esses sbios, tanto por sua santidade como por sua cincia, constituindo-os testemunhos verdicos e inquestionveis do primitivo cristianismo, junto com os Conclios, a principal fonte da Tradio Divina e Apostlica.O que quer dizer: a Igreja umavida misteriosa em Cristo?A Ortodoxia a Igreja de Cristo sobre a terra, uma nova vida com Cristo e em Cristo, dirigida pelo Esprito Santo. A luz da ressurreio de Cristo reina sobre a Igreja e a alegria da ressurreio, do triunfo sobre a morte, compenetra-se n'Ela. O Senhor ressuscitado vive conosco e nossa vida na Igreja uma vida misteriosa em Cristo. Os "Cristos" levam este nome precisamente porque eles so de Cristo; eles vivem em Cristo e Cristo vive neles. A encarnao no unicamente uma idia ou uma doutrina; antes de tudo um fato que se produziu uma vez no tempo, mas que possue toda a fora da eternidade. E esta Encarnao perpetua, sem confuso, as duas naturezas: a natureza Divina e a natureza humana, que forma a Igreja.O que quer dizer: a Igreja o Corpo Mstico de Cristo?A Igreja o Corpo Mstico de Cristo, enquanto unidade de vida com Ele. Expressa-se a mesma idia quando se d Igreja o nome de Esposa de Cristo ou Esposa do Verbo. A Igreja, enquanto Corpo de Cristo no Cristo-Deus-homem, pois Ela no mais que sua humanidade; mas a vida em Cristo e com Cristo, a vida de Cristo em ns: "No sou mais eu quem vive, Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). A Igreja, em sua qualidade de Corpo de Cristo, que vive da vida de Cristo, por Ele mesmo o domnio, onde est presente e onde opera o Divino Esprito Santo, porque Ela o Corpo de Cristo. Eis aqui, porque se pode definir a Igreja como uma vida bendita no Esprito Santo: diz-se algumas vezes tambm, que Ela o Esprito Santo, que vive na humanidade. A Igreja a obra da Encarnao do Verbo, Ela Encarnao: Deus se assimila natureza humana se assimila natureza divina. a deificao (Zeosis) da natureza humana, consequncia da unio de duas naturezas em Cristo. Ento, a Igreja o Corpo de Cristo: pela Igreja ns participamos da vida divina da Santssima Trindade. Ela a vida em Cristo, logo, a Igreja o Corpo de Cristo, que permanece indissoluvelmente unida Santssima Trindade.O que quer dizer: a Igreja existe em ns?A Igreja uma experincia de vida. "Vinde e vede": no se concebe a Igreja s como instituio a que pertencem os batizados, mas uma experincia de vida onde os batizados encontram com o Pai, onde os cristos vm glorificar, render graas e pedir a ajuda deste Pai carinhoso pronto a ajudar os filhos. A essncia da Igreja a vida divina, revelando-se na vida das criaturas. A Igreja pela Encarnao de Nosso Senhor Jesus Cristo e pela fora do Esprito Santo em Pentecostes, transmite a vida espiritual, escondida no "homem secreto," na "cmara interior" do seu corao.A Igreja um mistrio e um Sacramento?A vida da Igreja a vida da f, pela qual as coisas deste mundo se tornam transparentes, existe por sobre a natureza, compatvel com a idia deste mundo, fazendo dela um objeto de f. "Eu creio na Santa Igreja Catlica e Apostlica." O homem por ela se torna universal, sua vida em Deus se une vida de toda a criao, escortina-se para o amor csmico. Esta Igreja, que une no somente os vivos, mas, tambm os mortos, as hierarquias dos anjos do mundo e do homem. Ela se perde na eternidade - Eu estarei convosco at os confins dos sculos. Certamente a Igreja no alcana a plenitude de sua existncia a no ser depois da Encarnao do Verbo, mas foi concebida pelo Verbo e foi fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo. A vida indivisvel da Igreja, a vida da f, est indissoluvelmente unida s formas terrestres. Ela tem um comeo na histria e estabeleceu a "Nova Aliana" entre Deus e os homens (Arc. Sergio Boulgakoff - L'Ortodoxie - Cap. 1 Sous le titre "L'glise). Por isso, tem o poder de proclamar a Verdade. Os Conclios so, antes de tudo, a expresso tangvel do esprito de "conciliaridade," e a realizao da Igreja, de sua verdade. No necessrio considerar um Conclio como uma instituio toda exterior, que proclama por via de autoridade uma lei divina ou eclesistica, uma verdade por outra parte inacessvel aos membros isolados da Igreja. necessrio recordar sempre que o Conclio, seja ou no ecumnico, no mais que um rgo exterior, estabelecido para a proclamao infalvel da verdade e institudo para ele. Este princpio nos levaria a concluir que a Igreja, antes dos Conclios e sem Conclios, "Catlica e infalvel." Ela subordinaria a um ato externo, tal qual assemblia eclesistica, ao do Esprito Santo. S a Igreja pode dar testemunho da verdade e conhec-la em sua "Conciliaridade," em sua identidade em si mesma. A quem pertence o poder de proclamar a verdade doutrinal? Ao poder eclesistico, combinado entre os irmos do episcopado. Mas esta proclamao, o rgo do poder eclesistico no se torna por si mesmo o possuidor da infalibilidade. Este no pertence mais que Igreja em sua ecumenicidade. O poder eclesistico (Conclio dos Bispos) o rgo legal da proclamao da verdade e que a conscincia mesma da Igreja, expresso da verdade. Ele, o Conclio se torna de alguma maneira de um todo, em prol de todos (Sergio Boulgakoff, cap. III, La Hierarchie Eclesiastique - L'Orthodoxie).Como sabemos das resoluesda Igreja Catlica Ortodoxa?Para responder a essa pergunta devemos reunir as seguintes fontes de informaes:- As Sagradas Escrituras; - O Direito Apostlico (Nomocanon: Regras da lei); - As disposies e artigos dos Conclios Ecumnicos; - As disposies eclesisticas permanentes.A Igreja Ortodoxa, para sua reta organizao e administrao, possui seu Direito Cannico Ortodoxo, chamado Nomocanon, rgo que regula seu funcionamento. O Direito Cannico: "ensinai aos homens a observar tudo aquilo que Eu os vos tenho ensinado" (Mt 28:20). por sua divina constituio que a Igreja, como guardi da Lei Divina, tem o direito de estabelecer cnones (canon Regra), de julgar e se necessrio de julgar e de aplicar sanes: "Quem vos escuta, a Mim escuta; quem vos despreza, a Mim despreza" (Lc 10:16). Desde suas origens, a Igreja tem conscincia de sua responsabilidade e de sua ordem histrica: o Conclio de Jerusalm regulou as questes relativas aos cristos de origem judaica (At 15:22). So Paulo se refere s questes das assemblias, s qualidades requeridas pelos bispos, ao uso dos carismas. Durante os trs primeiros sculos, a Igreja empregou o direito de resolver as questes eclesisticas e esse costume se encontra na Didaqu (fim do sc. 1.o e princpio do sculo 2.o), a tradio apostlica de Hiplito (princpio do sc. 3.o), a Didasclia dos Apstolos (at o ano 250), as constituies Apostlicas (at 380).O que temos aindacomo Histria da Igreja?Com o Sculo IV, a Igreja entra no tempo dos Conclios regulares. Muitas colees nos do os histricos dos Cnones (por exemplo a Coleo de Joo, o Escolstico, no ano 550). A harmonia dos poderes da Igreja e do Imprio, explica a presena do Direito Eclesistico, nas colees jurdicas do Imprio de Teodsio ou de Justiniano (Digesto Novas, etc.). Mais tarde, apareceram os trabalhos dos canonistas Balsamon, Zonares, etc.. A Ortodoxia no possui um cdigo unificado, mas tem cdigos locais que remontam Idade Mdia. Na Igreja Ortodoxa a autoridade mxima se constitue no Conclio Ecumnico, cujas decises abrangem toda a Igreja de Cristo. A infalibilidade se acha na Igreja inteira, representada na reunio de todos os bispos em conclio. Historicamente, o perodo dos Conclios Ecumnicos representa para os ortodoxos um perodo "normativo." A Igreja Ortodoxa reconhece sete Conclios Ecumnicos:ConclioAno d.C.Doutrina

1.o - Nicia 325 Divindade de Jesus Cristo. Condenao de rios

2.o - Constantinopla I 381 Divindade do Esprito Santo. Condenao de Macednio

3.o - feso 431 Maternidade Divina de Maria. Condenao de Nestrio. Em Cristo uma Hipstase, a Divina.

4.o - Calcednia 451 Dualidade da natureza em Jesus Cristo: Condenao de Eutiques, que ensinava o monofisismo.

5.o - Constantinopla II 553 Condenou as obras escritas pelos seguidores do herege Nestrio.

6.o - Constantinopla III 680 Dualidade de Vontades em Jesus Cristo, no contrariadas uma pela outra, mas a vontade humana sujeita vontade Divina. Condenao do Monotelatismo.

7.o - Nicia II 787 Condenao do Iconoclasmo.

No 7.o Conclio Ecumnico, o de Nicia II (787), defeniu-se a doutrina Ortodoxa das imagens (cones).Por que se empresta tantovalor ao Conclio Ecumnico?O Conclio local uma reunio de pastores e doutores da Igreja, mas no de todo mundo cristo. O valor Conclio Ecumnico universal. Os Santos Apstolos deram o primeiro exemplo destas reunies, comparecendo ao primeiro Conclio Apostlico em Jerusalm, presidido por So Tiago Apstolo. A Igreja uma reunio de crentes unidos na comunho da f Ortodoxa, na Legislao Divina, na sagrada instituio do Sacerdcio e nos Sagrados Sacramentos. Temos a certeza de que Nosso Senhor Jesus Cristo o nico cabea da Igreja, porque assim nos ensina So Paulo.: "Porque ningum pode por outro fundamento, fora aquele que j est posto, o qual Jesus Cristo" (I Cor 3:11).E a Ortodoxia hoje?A Igreja Ortodoxa Una, porque um s corpo espiritual, tem um s cabea, Jesus Cristo, est animada por um s Esprito de Deus. A unidade se expressa na mesma f, na Comunho, nas oraes e nos Sacramentos. Santa como sua base: Nosso Senhor Jesus Cristo, e porque nela mora o Esprito Santo, que a santifica, e porque frutos santos. Catlica, Universal ou Ecumnica: abrange a todos os fiis, de todos os lugares, de todos os povos ou regies. Est aberta para todo aquele que deseja se unir a Ela (Mt 28:18-12). Apostlica, porque conserva sem interrupo a doutrina de Jesus Cristo, e dos Dons do Esprito Santo, desde os tempos dos Apstolos. Hoje a Igreja Ortodoxa renasceu, com novos impulsos, dando as naes da terra. A pentarquia ainda se constitue dos Patriarcados de Jerusalm, Alexandria, Antioquia e Constantinopla...Concluindo... por que Sou Ortodoxo?Sou Ortodoxo porque perteno sociedade de fiis Cristos unidos pela F Ortodoxa e vivem conforme aquilo que Ela ensina, obedece aos seus Pastores em tudo o que acontece Glria de Deus e Salvao da alma. Sou Ortodoxo porque vivo e pratico a f e a virtude na Igreja. Considero-me membro dela, por meio do Santo Batismo; assisto s Igrejas Ortodoxas, a seus cultos e sacerdotes; acerco-me dos Santos Sacramentos; escuto a Voz de Deus atravs de seus Vigrios; trato de viver da Graa que se derrama continuamente sobre todos os seus filhos. Sou Ortodoxo, porque amo ao verdadeiro Deus, a Jesus Cristo, seu Filho Unignito, e ao Divino Esprito Santo; amo e procuro seguir sua Doutrina, seguindo assim o que ensina e prega a Santa Igreja Catlica Apostlica Ortodoxa. Sou Ortodoxo porque creio exatamente no que os Apstolos ensinaram. Sou Ortodoxo porque creio nas verdades que a Ortodoxia ensina e se acham contidas no Credo Niceno-Constantinopolitano, onde se afirma: Creio em Um s Deus, Pai Onipotente, Criador do Cu e da terra, de tudo o que visvel e invisvel; E em um s Senhor Jesus Cristo, Filho Unignito de Deus, nascido do Pai antes de todos os sculos. Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus Verdadeiro, gerado e no criado, Consubstancial ao Pai, por quem foram feitas todas as coisas; Que desceu dos Cus por causa de ns homens, e para a nossa salvao; e encarnou-se pelo Esprito Santo, na Virgem Maria e se fez homem; E foi crucificado por nossa causa, sob o poder de Pncio Pilatos, padeceu e foi sepultado. E ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E subiu aos cus e sentou-se direita do Pai. E novamente vir com glria, para julgar os vivos e os mortos e cujo Reino no ter fim. E no Esprito Santo, Senhor Vivificante, que do Pai procede e que com o Pai e o Filho adorado e glorificado, e que falou pelos profetas; E em Uma Igreja, Santa, Catlica e Apostlica; Confesso, tambm, um s Batismo para remiso dos pecados; E espero a ressurreio dos mortos; E a vida do sculo futuro. AMM.A Ortodoxia

Contedo: A Ortodoxia. Igreja Una, Santa, Catlica e Apostlica. A Sagrada Escritura e a Santa Tradio. As diferenas doutrinais entre a Igreja Ortodoxa e a Romana. O que significa ser ortodoxo. A fundao da Igreja Ortodoxa. A separao das Igrejas Ortodoxa e Romana. A fidelidade Ortodoxa e a salvaguarda inclume da F.

A Ortodoxia a autntica religio crist pregada pelo Nosso Senhor Jesus Cristo, transmitida pelos Apstolos aos seus sucessores e aos fiis e preservada zelosamente na sua pureza pela Igreja Ortodoxa atravs dos sculos. a doutrina certa e justa, compreendida, sem redues nem acrscimos, nas Sagradas Escrituras, na Tradio e nos Sete Conclios Ecumnicos. a doutrina ensinada e pregada pela Igreja Ortodoxa para glorificar a Deus e salvar as almas, segundo a vontade de Cristo.Chama-se ORTODOXIA a doutrina que observa os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, reverenciados e transmitidos pela Igreja Ortodoxa.Igreja Una, Santa, Catlica e ApostlicaA Igreja Ortodoxa a sociedade, baseada na f dos doze Apstolos, dos fiis cristos que obedecem aos pastores cannicos e vivem unidos pelos elos da Doutrina, das Leis de Deus, da Hierarquia divinamente instituda e da prtica dos Sacramentos.A Igreja Ortodoxa professa a Doutrina autntica de Nosso Senhor Jesus Cristo, tal e qual nos foi revelada e exercida pelos Apstolos no primeiro sculo da era crist, na Palestina e nas cidades de Jerusalm, Damasco e Antioquia. Esta doutrina obedece aos mandamentos, procede de acordo com a vida da Graa que Cristo nos legou por Sua morte e edificou pelos sacramentos; cr na vida eterna, observa os ensinamentos dos Sete Conclios Ecumnicos e persiste estreitamente unida aos seus pastores, bispos e demais sacerdotes ortodoxos, continuadores em linha recta da obra dos Apstolos. Reconhece como Chefe nico da Igreja, sem representantes ou legatrios, Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos dirige, ensina e eleva. depositria da Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo e prossegue em todo o mundo a Sua obra de amor e Salvao. Ensina as verdades nas quais devemos crer firmemente, os deveres que havemos de cumprir e os meios a aplicar para nos moralizar e santificar.A Igreja Ortodoxa Oriental rene as quatro caractersticas que distinguem a Verdadeira Igreja: Una, Santa, Catlica e Apostlica. Durante vinte sculos, manteve inalterveis os sacramentos, as prprias doutrinas e os mesmos pastores que so sucessores dos Apstolos. A designao Ortodoxa procede do facto de ela crer e ensinar correctamente a doutrina do Cristo. Conservou-se exemplarmente na doutrina, desde a pregao de Nosso Senhor Jesus Cristo, at aos dias de hoje. A primazia de honra da Igreja desempenhada pelo Patriarca Ecumnico de Constantinopla.Deus prometeu Sua Igreja a assistncia do Esprito Santo e a Sua unio com ela at a consumao dos sculos, a fim de no cair no erro nem falhar nos seus ensinamentos.A Sagrada Escriturae a Santa TradioAs fontes de onde se extrai a F Ortodoxa so: a Sagrada Escritura e a Santa Tradio.A Sagrada Escritura a Doutrina de Deus revelada ao gnero humano por intermdio dos patriarcas, dos profetas e dos apstolos, e est consignada no Antigo e no Novo Testamentos.Ao lermos a Sagrada Escritura, as palavras dos profetas e dos apstolos penetram nos nossos coraes como se fossem verdades proferidas pelos prprios lbios desses santos homens, apesar dos sculos e milnios decorridos desde a data do registro dessas obras divinas.O mais antigo meio de divulgao da Revelao Divina foi a Santa Tradio. Desde os tempos do primeiro homem, Ado, at Moiss, no havia nenhuma Sagrada Escritura. Nosso Senhor Jesus Cristo, o prprio Salvador, transmitiu aos Apstolos os seus divinos ensinamentos atravs de sermes e parbolas, e no por meio de livros. Assim, no comeo, procederam os Santos Apstolos que divulgaram, oralmente, as Verdades Divinas, edificando deste modo as bases da Santa Igreja. A razo do registro da Sagrada Escritura foi para conservar, de maneira precisa e inaltervel, a Revelao Divina.A Santa Tradio o conjunto de verdades reveladas por Deus, mas no consignadas na Sagrada Escritura; so transmitidas oralmente de gerao em gerao. Hoje, encontramo-la divulgada, por escrito ou por smbolos, nos conclios, liturgias, costumes, monumentos, pinturas, leis eclesisticas, bem como atravs de sentenas e epstolas ensinadas pelos Santos Pais da Igreja.Em resumo, a Tradio Apostlica encontra-se manifestada:a) nos Sete Conclios Ecumnicos;b) nas Obras Crists dos Santos Pais da Igreja c) no Smbolo dos Apstolos;d) no Smbolo Niceno-Constantinopolitano;e) no Smbolo de Santo Anastcio;f) na Liturgia da Igreja;g) nos monumentos, pinturas e arqueologia cristos;h) nos livros simblicos da Ortodoxia:1 - a confisso ortodoxa de Pedro Moghila;2 - a confisso ortodoxa de Dositeu, Patriarca de Jerusalm, 1672; e3 - o catecismo de Filareto de Moscovo.i) no magistrio permanente da Igreja;j) na legislao eclesistica; el) nos costumes e usos cristos.Mesmo que tenhamos a Sagrada Escritura, devemos seguir a Santa Tradio, que est directamente ligada a ela e unida Revelao Divina. A prpria Sagrada Escritura no-lo ensina: "Ento, irmos, sede firmes e conservai as tradies que lhes foram ensinadas, seja por palavras, seja por epstolas" (Tes 2:15).As diferenas Doutrinaisentre a Igreja Ortodoxa e a RomanaA diferena fundamental a questo da infalibilidade papal e a pretensa supremacia universal da jurisdio de Roma, que a Igreja Ortodoxa no admite, pois ferem frontalmente a Sagrada Escritura e a Santa Tradio.Existem, ainda, outras distines, abaixo relacionadas em dois grupos bsicos:a) diferenas gerais; eb) diferenas especiais.Para termos uma ideia dessas diferenas, vejamos o seguinte esquema, de cuja leitura se infere uma possibilidade de superao, quando pairar acima das paixes o esprito de fraternidade que anima o trabalho dos verdadeiros cristos.Diferenas Gerais:So dogmticas, litrgicas e disciplinares. A Igreja Ortodoxa s admite sete Conclios, enquanto a Romana adopta vinte. A Igreja Ortodoxa discorda da procedncia do Esprito Santo do Pai e do Filho; unicamente do Pai que admite. A Sagrada Escritura e a Santa Tradio representam o mesmo valor como fonte de Revelao, segundo a Igreja Ortodoxa. A Romana, no entanto, considera a Tradio mais importante que a Sagrada Escritura. A consagrao do po e do vinho, durante a missa, no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, efectua-se pelo Prefcio, Palavra do Senhor e Epclese, e no pelas expresses proferidas por Cristo na ltima Ceia, como ensina a Igreja Romana. Em nenhuma circunstncia, a Igreja Ortodoxa admite a infalibilidade do Bispo de Roma. Considera a infalibilidade uma prerrogativa de toda a Igreja e no de uma s pessoa. A Igreja Ortodoxa entende que as decises de um Conclio Ecumnico so superiores s decises do Papa de Roma ou de quaisquer hierarcas eclesisticos. A Igreja Ortodoxa no concorda com a supremacia universal do direito do Bispo de Roma sobre toda a Igreja Crist, pois considera todos os bispos iguais. Somente reconhece uma primazia de honra ou uma supremacia de facto (primus inter pares). A Virgem Maria, igual s demais criaturas, foi concebida em estado de pecado original. A Igreja Romana, por definio do papa Pio IX, no ano de 1854, proclamou como "dogma" de f a Imaculada Concepo. A Igreja Ortodoxa rejeita a agregao do "Filioque," aprovado pela Igreja de Roma, no Smbolo Niceno-Constantinopolitano. A Igreja Ortodoxa nega a existncia do limbo e do purgatrio. A Igreja Ortodoxa no admite a existncia de um Juzo Particular para apreciar o destino das almas, logo aps a morte, mas um s Juzo Universal. O Sacramento da Santa Uno pode ser ministrado vrias vezes aos fiis em caso de enfermidade corporal ou espiritual, e no somente nos momentos de agonia ou perigo de morte, como praticado na Igreja Romana. Na Igreja Ortodoxa, o ministro habitual do Sacramento do Crisma o Padre; na Igreja Romana, o Bispo, e s extraordinariamente, o Padre. A Igreja Ortodoxa no admite a existncia de indulgncias. No Sacramento do Matrimnio, o Ministro o Padre e no os contraentes. Em casos excepcionais, ou por graves razes, a Igreja Ortodoxa acolhe a soluo do divrcio. So distintas as concepes teolgicas sobre religio, Igreja, Encarnao, Graa, imagens, escatologia, Sacramentos, culto dos Santos, infalibilidade, Estado religioso...Diferenas especiais:Alm disso, subsistem algumas diferenas disciplinares ou litrgicas que no transferem dogma doutrina. So, nomeadamente, as seguintes: 1-Nos templos da Igreja Ortodoxa s se permitem cones. 2-Os sacerdotes ortodoxos podem optar livremente entre o celibato e o casamento. 3-O baptismo por imerso. 4-No Sacrifcio Eucarstico, na Igreja Ortodoxa, usa-se po com levedura; na Romana, sem levedura. 5-Os calendrios ortodoxo e romano so diferentes, especialmente, quanto Pscoa da Ressurreio. 6-A comunho dos fiis efectuada com po e vinho; na Romana, somente com po. 7-Na Igreja Ortodoxa, no existem as devoes ao Sagrado Corao de Jesus, Corpus Christi, Via Crucis, Rosrio, Cristo-Rei, Imaculado Corao de Maria e outras comemoraes anlogas. 8-O processo da canonizao de um santo diferente na Igreja Ortodoxa; nele, a maior parte do povo participa no reconhecimento do seu estado de santidade. 9-Existem, somente, trs ordens menores na Igreja Ortodoxa: leitor, aclito e sub-dicono; na Romana, quatro: ostirio, leitor, exorcista e aclito. 10-O Santo Miro e a Comunho na Igreja Ortodoxa efectuam-se imediatamente aps o Baptismo. 11-Na frmula da absolvio dos pecados no Sacramento da Confisso, o sacerdote ortodoxo absolve no em seu prprio nome, mas em nome de Deus - "Deus te absolve de teus pecados"; na Romana, o sacerdote absolve em seu prprio nome, como representante de Deus - "Ego absolvo a peccatis tuis...." 12-A Ortodoxia no admite o poder temporal da Igreja; na Romana, um dogma de f tal doutrina.Os Dez MandamentosA Santa Igreja Catlica Apostlica Ortodoxa conservou os dez mandamentos da Lei de Deus na sua forma original, sem a menor alterao. O mesmo no sucedeu com o texto adoptado pela Igreja Catlica Apostlica Romana, no qual os dez mandamentos foram arbitrariamente alterados, tendo sido totalmente eliminado o segundo mandamento e o ltimo dividido em duas partes, formando dois mandamentos distintos. Esta alterao da Verdade constitui um dos maiores erros teolgicos desde que a Igreja Romana cindiu a unio da Santa Igreja Ortodoxa no sculo XI. Esta modificao nos dez mandamentos, introduzidos pelos papas romanos, foi motivada pelo Renascimento das artes. Os clebres escultores daquela poca tiveram um amplo leque de actividades artsticas, originando obras de grande valor. No obstante, as esculturas representando Deus, a Santssima Virgem Maria, os santos e os anjos estavam em completo desacordo com o segundo mandamento de Deus. Havia, pois, duas alternativas, ou impedir a criao de esttuas ou suprimir o segundo mandamento. Os papas escolheram esta ltima soluo, caindo em grave erro.O que significa ser Ortodoxo ortodoxo quem pertence sociedade dos fiis cristos que, unidos pela f ortodoxa, seguem os ensinamentos e a doutrina da Igreja Ortodoxa e obedecem aos seus Pastores em tudo o que concernente Glria de Deus e Salvao da alma. ortodoxo quem vive a f e pratica as virtudes pregadas pela Igreja Ortodoxa, qual passou a pertencer por meio do Baptismo ministrado por seus sacerdotes; quem assiste nas Igrejas Ortodoxas a todas as cerimnias, recebe os sacramentos, escuta a voz de Deus atravs dos pastores e empenha-se em viver do culto e da Graa derramada sobre todos os crentes. ortodoxo quem ama o Verdadeiro Deus e ama a Jesus Cristo e a Sua doutrina, conforme o ensina a Santa Igreja Catlica Apostlica Ortodoxa. Em outra ordem de consideraes, chamado ortodoxo aquele que cr rectamente (a palavra grega "ortodoxia" significa Doutrina Recta).A fundaoda Igreja OrtodoxaFundada por Cristo sobre a f de seus doze Apstolos, a Igreja Ortodoxa nasceu no ano 33 da era crist, dia de Pentecostes, quando o Esprito Santo apareceu aos Apstolos reunidos no Cenculo como lnguas de fogo. A Igreja Crist Ortodoxa nasceu com Cristo e seus Apstolos e no com Fcio no ano 858, nem com Miguel Cerulrio, em 1054, como equivocada e erroneamente alguns propagam.A Igreja Ortodoxa surgiu na Palestina com Jesus Cristo, expandiu-se com os Apstolos e edificou-se sobre o sangue dos mrtires. No teve a sua origem na Grcia ou noutra regio ou pas que no seja a Palestina. Ela no morre, porque vive e descansa em Cristo e tem a promessa divina de que existir at o fim dos sculos. Em vo os seus inimigos e todos os corifeus da impiedade tentaram destru-la, neg-la, persegu-la. semelhana de seu Divino Mestre e fundador Nosso Senhor Jesus Cristo, a Igreja Ortodoxa, desde o seu nascimento, tem padecido e sofrido terrveis perseguies debaixo do jugo do Imprio romano, passando pelo muulmano e turco, at nossos dias. O sangue de uma infinidade de mrtires tem selado e provado ao mundo a sublimidade do seu amor, a perfeio e a veracidade da sua doutrina divina. Apesar de todas as campanhas, sempre subsistiu e triunfou. Vive e viver eternamente em Cristo e, confiante, seguir com Suas palavras: "Eu estarei convosco at a consumao dos sculos, e as portas do inferno no prevalecero contra Ela."Foi na cidade de Antioquia onde os primeiros crentes em Jesus Cristo comearam a chamar-se, pela primeira vez, Cristos, denominao que usamos at hoje (At XI,26). Logo aps, a prdica crist chegou at Roma, capital do Imprio Romano, onde o Apstolo So Paulo formou a primeira comunidade crist, constituda por vrias famlias que ele enumera e sada na sua Epstola aos Romanos, Captulo XVI. Da cidade de Roma, o Evangelho foi propagado por todo o Ocidente e outras partes do mundo.Os bispos exerciam a administrao dos cristos; aquele que mais autoridade tinha na sua regio usava o ttulo de Patriarca. Eram cinco os Patriarcas que o mundo cristo tinha nos primeiros sculos: o de Roma, o de Constantinopla, o de Alexandria, o de Antioquia e Jerusalm. Todos eles, com iguais direitos, eram independentes na administrao das suas respectivas regies e, iguais entre si, considerando-se o primeiro entre iguais "primus inter pares," o Patriarca de Roma, pela condio de ser a capital do Imprio (I Conclio Ecumnico, art. 6; II Conclio Ecumnico, art. 3; IV Conclio Ecumnico, art. 28; VI Conclio Ecumnico, art.36). A mais alta autoridade da Igreja Crist era, e ainda continua a s-lo, o Conclio Ecumnico, cujas decises so obrigatrias para toda a Igreja.O triunfo do Cristianismo teve lugar no terceiro sculo aps a morte de Cristo, motivado pela paz decretada por Constantino, Imperador de Roma. At ento, o Cristianismo vivia nas catacumbas, locais onde eram celebrados todos os actos religiosos e se aprendia a religio de Cristo (Actos dos Apstolos). Desde aquela era, a Igreja segue o seu caminho atravs do mundo, pregando a doutrina de Jesus Cristo.A separao das Igrejas Ortodoxa e RomanaEm primeiro lugar devemos realar que a Igreja Ortodoxa nunca se separou de nenhuma outra Igreja. Ela permanece em linha recta desde Nosso Senhor Jesus Cristo e seus Apstolos. Jamais se afastou, atravs dos sculos, da autntica e verdadeira doutrina ensinada pelo Divino Mestre. Dela separaram-se outras Igrejas, mas ela no se afastou nunca de ningum ou da linha recta traada por Jesus Cristo. A Igreja Ortodoxa una, ontem, hoje e amanh - sempre a mesma. Cristo assinalou-lhe o caminho a seguir, e ela observou-o e cumpriu-o sem se afastar nunca do mandato de Cristo.Triste e doloroso acontecimento na Igreja de Cristo foi a separao das Igrejas Ortodoxa e Romana, que por mil anos permaneceram unidas. So mltiplas e complexas as causas; psicolgicas, polticas, culturais, disciplinares, litrgicas e, at dogmticas. Todavia, bem certo e historicamente demonstrado que a separao definitiva no se processou com o Patriarca Fcio, no sculo IX, nem com o Patriarca Miguel Celurrio, no sculo XI (1054). Apesar das divergncias havidas entre ambas as Igrejas, principalmente a questo do Filioque e dos Blgaros, a unidade foi mantida. Os Patriarcas Orientais e Ocidental permaneceram em comunho, pelo menos parcial e, mesmo em Constantinopla, as Igrejas e mosteiros latinos continuaram a existir.A diviso foi efectuada durante vrios sculos. A origem desse facto histrico teve como verdadeira causa a pretenso de Carlos Magno (sculo VIII - ano 792) de contrair casamento com a Princesa Irene de Bizncio e no conseguir seu objectivo. Ressentindo-se com a recusa, atacou os orientais, atribuindo-lhes erros que no tinham, nos livros chamados Carolinos, apoiado pelos telogos da corte de Aix-la-Chapelle. Essa atitude prejudicou profundamente a vida entre ambas as Igrejas, no obstante haver o prprio Papa desaprovado a ocorrncia.A ruptura definitiva e verdadeira produziu-se na poca das Cruzadas, que foram totalmente nefastas para as relaes entre as duas partes da Cristandade. Os bispos orientais foram substitudos por latinos. O golpe de graa nos vestgios de unidade que ainda existiam foi dado, principalmente, pela famosa Quarta Cruzada, em 1198. A armada veneziana, que transportava os Cruzados para a Terra Santa, desviou-se at Constantinopla, e cercou a "Cidade Guardada por Deus." Relquias, museus, obras de arte, e tesouros bizantinos, saqueados pelos Cruzados para a Terra Santa, enriqueceram, inteiramente, todo o Ocidente. At um patriarca veneziano, Toms Marosini, se apossou do assento de Fcio, de acordo com o Papa Inocncio III.A mentalidade do sculo XX, mesmo no Ocidente, no pode deixar de recordar-se com profunda revolta e indignao, dos actos dos cruzados contra os fiis da Ortodoxia neste infeliz Oriente, mormente em Constantinopla, no ano de 1204, quando lanaram o Imperador Alexe V do cume do Monte Touros, matando-o. Destituram o Patriarca legalmente escolhido, Joo e, no seu lugar, colocaram um cidado de nome Toms Marosini. Em Antioquia, no ano de 1098, despojaram o Patriarca legtimo, Joo e, no seu lugar, colocaram um de nome Bernard. Em Jerusalm, compeliram o Patriarca legal, Simo, a afastar-se da S e substituram-no por um chamado Dimper.Os abusos dos cruzados devem ser considerados, no mnimo, actos de inimizade, alm de violao do direito. Vieram ao Oriente, alegando a "salvao dos lugares santos das mos dos muulmanos rabes," mas o objectivo era bem outro. Quando passaram por Constantinopla e a ocuparam na tera-feira, 13 de abril de 1204, depois de um cerco mortfero que durou sete meses, ficaram deslumbrados com sua civilizao e riquezas, atacaram os seus habitantes, assaltaram os seus museus e lojas, roubaram os seus palcios e igrejas, destruram a nobre cidade do Bsforo e incendiaram-na, depois de praticarem actos de rapina e pilhagem, no deixando nenhum objecto de valor ou utenslio de utilidade domstica.Os cruzados permaneceram em Constantinopla de 1204 a 1261, quando foram obrigados a evacu-la, no dia 15 de agosto, festa da Assuno de Nossa Senhora, pelo General Alexe Estratigopolos, sob o governo do Imperador Miguel Palelogos, que reconquistou a Capital. Depois, os cruzados foram definitivamente aniquilados na Palestina em 1291.O cisma estava consumado e, apesar dos desejos e dos esforos conjugados nesse sentido, no houve nenhuma possibilidade de sanar a ruptura at ao dia de hoje. A esperana de unio no conseguiu converter-se em feliz realidade, como todos apelavam. Essa nsia motivou trs conclios: de Bai, Aplia, em 1098; de Leo, em 1274; e de Florena, entre 1438 e 1439. Infelizmente, porm, no se conseguiu, em nenhum deles, a ansiada unio de todos os cristos numa nica Igreja, debaixo de uma s autoridade: Cristo. Somente Deus e as oraes faro possvel a unio de ambas as Igrejas. Todos os esforos que se realizam actualmente em todo o mundo sero em vo e condenados ao fracasso se no se apoiarem na orao e no sacrifcio. necessrio, inicialmente, que se eliminem e desapaream totalmente os ataques, as pregaes condenatrias e o tratamento de hereges e cismticos prodigalizados, abundantemente, pela Igreja de Roma contra a Igreja Ortodoxa. (Aps o ltimo Conclio Ecumnico de Roma, cessaram os ataques contra a Igreja Ortodoxa e aos demais cristos). absolutamente imprescindvel reconhecer que a Igreja Ortodoxa no uma ovelha desgarrada que vive no erro e nas trevas. Pedimos a Deus para que as palavras de Cristo, "um s rebanho guiado por um s pastor," sejam um dia, uma feliz realidade.A Fidelidade Ortodoxae a salvaguarda inclume da FA Igreja Ortodoxa manteve sem acrscimos nem redues a Lei que lhe foi confiada. Em trs ocasies, So Paulo recomendou ao discpulo Timteo que mantivesse a f, inclume e imaculada, tal como a recebera, dizendo-lhe:"Eu te exorto diante de Deus... que guardes este mandamento sem mcula nem repreenso at a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo" (I: VI-13 e 14)."Timteo! Guarda o que te foi confiado, evitando conversas vs e profanas e objeces da falsa cincia, a qual tendo alguns professado, se desviaram da f" (I: VI-20 e 21)."Conserva o modelo de ss palavras que de mim ouviste na f e no amor que h em Cristo Jesus. Guarda o bom depsito com o auxlio do Esprito Santo que habita em ns" (II: I-13 e 14).Um comentador das Epstolas apresentou o seguinte conceito:Quem recebe um depsito, cumpre restitu-lo pessoa que lho confiou. Um depsito no propriedade do depositrio; este deve rep-lo, completo, sem redues nem modificaes. O depsito, que a f, muito precioso por constituir o direito de Deus, revelado humanidade. Cabe a todo crente e, especialmente, aos mestres, que sejam fiis na guarda desse depsito e transmiti-lo inclume e sem alteraes queles que lhes sucedero.Timteo, o discpulo dilecto do Apstolo So Paulo que o sagrou Bispo de feso, cidade situada no corao fervilhante da Anatlia, era igual aos primazes orientais, guardies dos conselhos dos mestres, que os transmitiram aos sucessores sem nenhuma alterao. Os estudiosos da histria do Oriente e os pesquisadores da verdade reconhecem que os homens do Oriente zelam com todo o rigor pelo que se lhes confia, mormente quando o objecto confiado uma questo de f, relacionada com o que representa as contas a serem prestadas no Dia do Julgamento.feso, que teve em Timteo o seu primeiro bispo, permaneceu durante longo tempo como a vanguarda do cristianismo. Nela se realizou o VI Conclio Ecumnico. Os seus numerosos bispos contriburam para a grandeza da Igreja, que deles se orgulha atravs dos sculos. O Bispo Marcos, um dos seus sbios prelados, de atitudes nobres e corajosas na defesa do cristianismo, compareceu ao Conclio de Florena, em 1439, batendo-se quase sozinho, sem medo e sem vacilao, com a maioria constituda de antagonistas, em defesa da f confiada pelos seus antecessores.O bispo Marcos no era, no Oriente, o nico prelado ntegro e leal, zeloso pela pureza da f; Como ele existiram numerosas e nobres personalidades. Assim, todas as deliberaes dos Conclios Ecumnicos, arquivadas pela Igreja Ortodoxa, sem acrscimos ou redues, foram a maior prova e o mais santo testemunho da conservao da f, s e intacta, na Igreja do Oriente.Os Fundamentosda Religio OrtodoxaBispo Alexandre (Mileant).Traduzido por Novia Vasilisa (Lesna)/ Natalia J. Martynenko

Contedo: O que o Credo. Dados histricos. O Credo. Em que ns cremos segundo o Credo. Sobre a Igreja e os Sacramentos. Sobre a ressurreio dos mortos. Sobre a vida eterna.

O que o Credo?A palavra latina credo, significa "creio." Na Igreja Ortodoxa, o credo geralmente chamado de Smbolo da F, que significa "expresso" ou "confisso" da f.O Credo uma orao onde est redigida, breve e concretamente a verdade fundamental da religio ortodoxa.Uma pessoa sem f, como um cego. A f d pessoa uma viso espiritual, para ajud-la a perceber o sentido do que acontece sua volta; como e porque tudo foi criado, qual o objetivo da vida, o que est correto e o que no est e para o que devemos nos empenhar.Desde os tempos antigos, os cristos tm usado o credo para serem lembrados sobre os fundamentos da F Ortodoxa. Na igreja antiga, existiam vrios credos, mas eram curtos. Porm, no sculo IV, apareceram ensinamentos falsos sobre o Filho de Deus e o Esprito Santo. Ento, foi necessrio completar todos estes credos e definir mais claramente os ensinamentos da Igreja.Dados histricosO Credo que ns vamos explicar aqui, foi composto pelos Pais do primeiro e do segundo Conclio Ecumnico.No primeiro Conclio Ecumnico, foram escritas as primeiras sete componentes do credo. No segundo, foram escritas as cinco restantes. O primeiro conclio ecumnico deu-se na cidade de Nica, no ano 325 da era crist, com a finalidade de aprovar o ensinamento dos apstolos sobre o Filho de Deus contra o ensinamento de Ario, que considerava que o Filho de Deus fra criado pelo Pai e por isso no o verdadeiro Deus. O segundo conclio ecumnico, deu-se na cidade de Constantinopla, no ano 381 D.C., para aprovar o ensinamento dos apstolos contra o falso (ensinamento) de Macednio que rejeitava o valor Divino do Esprito Santo. Segundo as duas cidades onde se deram esses conclios, o Credo chama-se "Niceo-Constantinopolitano."O Credo consiste em 12 partes: a primeira fala de Deus Pai, da segunda stima fala-se de Deus Filho, a oitava fala de Deus Esprito Santo, a nona fala da Igreja, a dcima do Batismo, a dcima-primeira e a dcima-segunda - da ressurreio dos mortos e da vida eterna.O Credo1. Creio em um s Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do cu e da terra, de todas as coisas visveis e invisveis.2. E em um s Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, Unignito, nascido do Pai antes de todos os sculos: Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, no criado, consubstancial ao Pai, por Ele todas as coisas foram feitas.3. Por ns homens, e pela nossa Salvao, desceu dos Cus e encarnou pelo Esprito Santo e pela Virgem Maria e se fez homem.4. Foi crucificado por ns sob Pncio Pilatos, padeceu e foi sepultado.5. E ressuscitou ao terceiro dia conforme as escrituras,6. subiu aos Cus, e se sentou direita do Pai.7. De novo h de vir em Sua glria, para julgar os vivos e os mortos, e o Seu Reino no ter fim.8. E no Esprito Santo, Senhor que d vida, procede do Pai e com o Pai e o Filho, igualmente adorado e glorificado, e que falou pelos profetas.9. Na Igreja uma, santa, catlica e apostlica.10. Professo um s batismo, para remisso dos pecados.11. Espero a ressurreio dos mortos,12. e a vida do sculo futuro. Amm.Em que ns cremos segundo o Credo?Ns comeamos o credo com a palavra "creio," porque a essncia das nossas convices religiosas no se baseia numa experincia exterior, mas sim na recepo das verdades oferecidas por Deus. Os objetos ou fenmenos do mundo espertou no podem ser verificados em laboratrio nem se podem provar pelo meio de uma lgica - eles entram na esfera da experincia religiosa individual de cada pessoa. Porm, quanto mais uma pessoa progride na sua vida espiritual, por exemplo: quanto mais ela reza, pensa em Deus e pratica boas aes, mais evolui a sua experincia religiosa e mais claras e evidentes se tornam para ela as verdades da religio. Deste modo, a f para uma pessoa crente torna-se um objeto da sua experincia individual.Cremos que Deus a plenitude da perfeio: Ele o Esprito inteiramente perfeito, eterno, Todo-poderoso e Sbio. Deus est em todo lado, v e sabe tudo mesmo antes que algo acontea, Ele infinitamente bom, justo e santssimo. Ele no tem necessidade de nada e a razo principal de tudo o que existe.Cremos que Deus uno no Seu ser e trade de pessoas (isto , o verdadeiro Deus apareceu a ns como o Pai, o Filho e o Esprito Santo), que a Trindade, consubstancial e inseparvel. O Pai no nasce nem provem de outra Pessoa (da Trindade), o Filho nasceu do Pai antes dos sculos, e o Esprito Santo provem do Pai antes dos sculos.Cremos que todas as Pessoas ou hipstases de Deus, so iguais entre si na perfeio, grandeza, poder e glria Divina, ou seja, - ns cremos que o Pai o Deus verdadeiro e perfeito, e que o Filho o Deus verdadeiro e perfeito, e que o Esprito Santo o Deus verdadeiro e perfeito. Por isso, nas oraes ns louvamos ao mesmo tempo o Pai, o Filho e o Esprito Santo como um s Deus.Cremos que todo o mundo invisvel e visvel foi criado por Deus. Primeiro, Deus criou o mundo invisvel, o grande mundo dos anjos ou, como se diz (na Bblia "cu)," depois, criou o nosso mundo material ou fsico (na Bblia - "terra"). Deus criou o mundo fsico do nada, contudo no foi de repente, mas pouco a pouco, durante perodos de tempo que na Bblia se chamam "dias." Deus criou o mundo sem ter indispensabilidade ou necessidade dele, mas pela sua benevolncia, para que outros seres criados por Ele desfrutem da vida. Sendo infinitamente bom, Ele criou tudo bom. O mal no mundo provm do abuso da livre vontade que Deus deu aos anjos e as pessoas. Assim, por exemplo, o diabo e os seus demnios antes eram anjos bons, mas eles se revoltaram contra Deus e se tornaram maus. Da, foram expulsos do paraso e formaram o seu prprio reino do mal que se chama "inferno." Desde esse tempo eles incitam as pessoas a pecar e so os inimigos da nossa salvao.Cremos que Deus tem tudo em Seu poder, ou seja, que Ele dirige tudo e leva tudo para um bom destino. Deus ama-nos e preocupa-se conosco como uma me com o seu filho. Por isso, nenhum mal pode acontecer pessoa que confia em Deus.Cremos que o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, pela nossa salvao, desceu dos cus e encarnou pelo Esprito Santo e pela Virgem Maria. Sendo Deus desde a infinidade, nos dias do Rei Herodes tomou a nossa natureza humana, - a alma e o corpo e por isso Ele , ao mesmo tempo, o verdadeiro Deus e o verdadeiro Homem ou Deus-homem. Ele rene na mesma pessoa duas naturezas, a Divina e a humana. Essas naturezas estaro Nele para sempre sem modificao, no se misturando nem se transformando numa outra natureza.Cremos que o Senhor Jesus Cristo vivendo na terra, com o Seu ensinamento, exemplos e milagres, iluminou o mundo, ou seja, ensinou os homens em que que eles devem acreditar e como devem viver para entrarem na vida eterna. Com as Suas oraes ao Pai, com a absoluta realizao da vontade Dele, com o Seu sofrimento e a morte na cruz Ele venceu o diabo, resgatou o mundo do pecado e da morte. Com a Sua ressurreio, Ele ps incio nossa ressurreio. Subindo com o Seu corpo aos Cus, o que aconteceu no quadragsimo dia depois da ressurreio dos mortos, o Senhor Jesus Cristo se sentou " direita do Deus Pai," ou seja, como Deus-homem, Ele tomou o mesmo poder com o Seu Pai e a partir da comanda juntamente com Ele os destinos do mundo.Cremos que o Esprito Santo, provendo do Deus Pai desde o incio do mundo, juntamente com o Pai e com o Filho d existncia e vida a todas as criaturas e dirige tudo. Ele a fonte da abenoada vida espiritual tanto para os anjos como para as pessoas, e ao Esprito Santo deve-se honra e glria igualmente ao Pai e ao Filho. No Velho Testamento, o Esprito Santo falava atravs dos profetas, depois, no incio do novo testamento Ele falava atravs dos apstolos, e agora age na igreja crist, direcionando os pastores da igreja e os cristos ortodoxos para a verdade.Cremos que Jesus Cristo para a salvao de todos os que crem Nele, criou aqui na terra a Igreja enviando aos apstolos o Esprito Santo no dia de Pentecostes. Desde ento, o Esprito Santo permanece na igreja, nessa comunidade abenoada de cristos com f, e a guarda na pureza do ensinamento de Cristo. Alm disso, a beno do Esprito Santo que permanece na Igreja, purifica os que se arrependem dos seus pecados, ajuda os crentes a progredir nas boas aes e os abenoa.Cremos que a Igreja Una, Santa, Catlica (Universal) e Apostlica. Ela Una, porque todos os cristos ortodoxos, mesmo pertencendo a diferentes igrejas do local, formam uma famlia juntamente com os anjos e os santos nos Cus. A unio da Igreja baseia-se na unio da f e da beno. A Igreja Santa, porque os seus filhos fiis so santificados com a palavra de Deus, a orao e os sacramentos Sagrados. A igreja Catlica (Universal), porque est dedicada s pessoas de todos os tempos e de todas as nacionalidades. A Igreja Apostlica, porque guarda o ensinamento dos apstolos, recepo sacerdotal, que desde o tempo dos apstolos at ao nosso tempo passada de Bispo para Bispo no sacramento da Ordenao. Segundo a promessa do nosso Salvador, a Igreja permanecer invencvel pelos inimigos at ao final da existncia do mundo.Cremos que no sacramento do Batismo, se perdoam todos os pecados e que atravs desse sacramento a pessoa se torna membro da igreja, ao qual est aberto o caminho para outros dos seus sacramentos salvadores. No sacramento da Crisma, dada ao crente a beno do Esprito Santo; no sacramento da penitncia ou Confisso so perdoados os pecados cometidos na idade madura; no sacramento da Comunho que acontece durante a Liturgia, os crentes comungam o verdadeiro Sangue e Corpo de Cristo; no sacramento do Matrimnio, estabelece-se uma unio inseparvel entre o marido e a mulher; no sacramento da Ordenao, os servidores da igreja, sacerdotes diconos e bispos so ordenados para servir a Igreja; no sacramento da Uno, oferecida a cura doenas espirituais e fsicas.Cremos que antes do fim do mundo, Jesus Cristo, acompanhado pelos anjos vir de novo terra em glria. E ento, todos pela Sua palavra ressuscitaro, ou seja, acontecer o milagre no qual as almas das pessoas mortas voltaro para os corpos que lhes pertenciam antes de morrerem, e todas elas voltaro vida. Durante a ressurreio dos corpos dos justos, tanto os ressuscitados como os vivos se renovaro e sero espiritualizados, como o corpo ressuscitado de Cristo. Depois da ressurreio, todas as pessoas comparecero ao Julgamento de Deus, para que cada uma receba segundo o que fez enquanto viveu no seu corpo, o bem ou o mal. Depois do Julgamento, os pecadores que no se arrependeram, iro para o martrio eterno, - e os justos para a vida eterna. Assim comear o Reino de Cristo que no ter fim.Com uma s palavra, "Amm," testemunhamos o fato de que recebemos de todo o corao e que consideramos verdadeira essa profecia da religio Ortodoxa.O Credo lido pela pessoa que recebe o batismo, durante a realizao desse sacramento. No batismo de um beb, o Credo lido pelos padrinhos. Alm disso, o Credo cantado na igreja durante a Liturgia e deve ser lido todos os dias nas oraes da manh. Uma leitura atenciosa do Credo tem grande influncia na nossa f. Isso acontece porque o credo no apenas uma frmula da religio, mas uma orao. Dizendo a palavra "creio," com disposio para a orao, e as outras palavras do credo, ns damos vida e fortificamos a nossa f em Deus e em todas as verdades que o credo contm. por isso que to importante para um cristo ortodoxo ler o Credo todos os dias, ou pelo menos regularmente.Orao- O respiro da almaBispo Alexandre (Mileant).Traduzido por Novia Vasilisa (Lesna)/ Natalia J. Martynenko

Contedo: O que a orao. Tipos de orao. Como se deve rezar. O que pedir a Deus. Quando se deve rezar. Os frutos da orao.

O Que a oraoA alimentao e o descanso so indispensveis para sustentar sua vida fsica. A sabedoria, a arte e a cultura, de um modo geral, enriquecem as qualidades da alma da pessoa. A orao revela na pessoa o lado espiritual mais alto da sua natureza.Deus ama a Sua criao, ama a cada um de ns e Ele o nosso Pai celeste. Tal como natural dos filhos o desejo de ver os seus pais e conversar com eles, assim deve ser natural a ns, vontade de se comunicar e conversar com Ele, espiritualmente. Esta venerante conversa da pessoa com Deus chama-se orao. A alma juntando-se com Deus durante a orao, junta-se tambm com o mundo dos anjos e dos santos. Segundo as palavras de So Joo de Kronstad , "a orao a ligao de ouro da pessoa-crist, peregrina e estrangeira aqui na terra, com o mundo espiritual do qual faz parte, e sobretudo com Deus - a fonte da vida."A orao acompanhada muitas vezes de palavras venerantes e de outros gestos exteriores de venerao: o sinal da cruz, genuflexes, vnias, e outros. Porm, a orao pode se elevar sem palavras e sem outras aparies exteriores. Essa a orao profunda interior que conhecida pela experincia de muitos cristos dedicados.Tipos de oraoDurante a orao, o cristo expe perante Deus toda a sua alma: louva Deus pela Sua altssima perfeio, agradece pela misericrdia e pede conforme as necessidades. Da temos os principais trs tipos de orao: o louvor, o agradecimento e o pedido.Louvor - o mais absoluto e desinteresseiro tipo de orao. Quanto mais puro e impecvel o ser, mais se refletem nele as altssimas perfeies de Deus, e refletindo-se, evocam involuntariamente palavras extasiadas de louvor e glria. Assim, os anjos nos Cus louvam Deus sem cessar com um canto de louvor. "O louvor" - diz o Bispo Teofano Hermesista - no uma fria viso das propriedades de Deus, mas sim um vivo sentimento delas com alegria e admirao.Agradecimento - manifesta-se na pessoa pela recepo de bnos de Deus. Nasce naturalmente numa alma grata e sensvel. Dos dez leprosos que foram curados pelo Salvador, apenas um samaritano voltou para Lhe agradecer (Lucas 17:12-19).O tipo de orao mais habitual o pedido que revelado na pessoa pela conscincia da sua fraqueza e falta de experincia. Devido s paixes, a nossa alma est doente e fraca. Por isso, na orao indispensvel pedir a Deus perdo pelos pecados e ajuda para superar as nossas faltas. s vezes, o pedido evocado pela ameaa de algum perigo, alguma necessidade, etc. O pedido inevitvel devido a nossa fraqueza e agrada ao Senhor (Mateus 7:7, Joo 16:23). Contudo, se a orao tm predominantemente um s carter de pedido e se a voz de louvor e de agradecimento praticamente no so ouvidas, isso indica que o nosso nvel de progresso, espiritual e moral est bem baixo.Os diferentes tipos de orao, freqentemente se juntam entre si. Uma pessoa pede a Deus pelas suas necessidades e ao mesmo tempo louva-O pela Sua grandeza, bondade e agradece-Lhe por se poder direcionar a Ele to ousadamente como ao seu misericordioso Pai.Os mais solenes cantos de louvor da igreja, se tornam freqentemente, pedidos enternecidos ("Glria a Deus nas alturas," "A Ti Deus louvamos"). E, s vezes, acontece o contrrio: as mais humildes splicas acabam com uma gloriosa harmonia de um canto de louvor e agradecimento. Assim so muitos dos Salmos como por exemplo: o 146, 149 e outros.Como se deve rezarAntes de comear a rezar deve-se livrar de todas as ocupaes e deveres habituais, reunir os pensamentos, como se fechasse a porta da sua alma para tudo o que terrestre, e direcionar toda a sua ateno para Deus.Estando perante a face de Deus e imaginando vivamente a Sua grandeza, quem reza ,deve sentir uma profunda conscincia da sua indignidade e fraqueza. "Orando deve-se imaginar toda a criao como nada perante Deus, e unicamente Deus - Tudo" (So Joo de Kronstad). Um moralizante exemplo da disposio do orador, o Salvador apresentou-nos na parbola do publicano que fora perdoado por Deus pela sua humildade (Lucas 18:9-14).A humildade de um cristo no d origem ao desnimo nem ao desespero, pelo contrrio, ela reune-se com a forte f na bondade e onipotncia do nosso Pai celeste. Apenas uma orao com f pode ser ouvida por Deus: "Tudo quanto em orao pedirdes, crede que recebestes e ser assim convosco" (Marcos 11:24). Aquecida pela f, a orao de um cristo torna-se dedicada. Ele tem em mente o testamento de Jesus Cristo, que deve-se rezar sempre e no desanimar (Lucas 18:1), tem em mente a Sua promessa: "Pedi, e dar-se vos-; buscai, e achareis; batei, e abrir-se vos-" (Mateus 7:7). As imagens Evanglicas da mulher canania que pediu a Cristo cura da sua filha (Mateus 15:21-28), da pobre viva que conseguiu justia de um juiz injusto (Lucas 18:2-8), e outros casos semelhantes a este do testemunho da grande fora da orao. Mesmo que a orao no seja logo ouvida, o orador no se deve desesperar e nem perder o nimo: Isso, uma prova e no um recuso. Por isso Jesus Cristo disse: "batei," para mostrar que mesmo se Ele no abre logo as portas da Sua misericrdia deve se aguardar com uma clara esperana" (Crisstomo). O verdadeiro cristo, continuar a rezar com uma fora e dedicao incorruptas, at convencer o Senhor e trazer para si a Sua misericrdia . Como o patriarca Jac, que disse ao desconhecido com quem lutava: "no te deixarei ir se no me abenoes," e, de fato, ele recebeu a beno de Deus (Gnesis 32:26).Como o Senhor o nosso Pai celeste, somos todos irmos. Ele receber a nossa orao, apenas quando tivermos uma disposio verdadeiramente fraternal e benevolente para com as pessoas, quando destruirmos todas as maldades, inimizades, cobrirmos com o perdo os aborrecimentos e fizermos as pazes com todos: "Quando estiverdes orando se tendes alguma coisa contra algum, perdoai, para que o vosso Pai celeste perdoe as vossas ofensas" (Marcos 11:25).O que pedir a DeusSo Isaque, o srio, disse o seguinte a respeito do que se deve pedir a Deus: "No sejas imprudente nos teus pedidos para no enfureceres Deus com a tua falta de senso, s razovel para te habilitares a dons gloriosos. Pede aquilo que tem valor a Aquele que alheio sovinice, e recebers o que tem valor segundo o teu razovel desejo. Salomo pediu sabedoria e juntamente com ela recebeu o reino terrestre, porque pediu com senso ao grande Rei. Elizeu pediu uma exclusiva beno do Esprito Santo em relao a que possua o seu mestre, e o seu pedido no foi recusado. Quem pede algo insignificante ao Rei rebaixa a Sua honra."O grande mestre da orao o nosso Salvador. A orao acompanha todos os fatos importantssimos da Sua vida terrestre. O Senhor reza ao receber o batismo de Joo (Lucas 3:21); passa uma noite inteira em orao antes da escolha dos apstolos (Lucas 6:12); reza durante a transfigurao (Lucas 22:41), e reza na cruz. A ltima palavra do Senhor antes de morrer, foi uma orao (Lucas 23:46). Sob a impresso inspirante do Salvador a rezar, um dos discpulos direcionou-se a Ele com um pedido: "Senhor ensinai-nos a rezar" (Lucas 11:1). E como resposta a isso, o Senhor deu-lhe uma orao curta no tamanho mas rica no contedo, a tal maravilhosa orao, que at hoje rene todo o mundo cristo. Essa orao chama-se "Pai Nosso" ou "Orao Dominical." Ela nos ensina sobre o qu e em que ordem que devemos rezar. Direcionando-nos para Deus: "Pai nosso," consideramo-nos seus filhos e em relao um ao outro - irmos, por isso no rezamos apenas por ns, mas por todas as pessoas. "Santificado seja o Teu Nome" - pedimos para que o Teu Nome seja sagrado para todos e que todas as pessoas louvem o Nome de Deus com as suas palavras e os seus atos. "Venha a ns o Teu Reino." O Reino de Deus comea no interior de cada pessoa religiosa, quando a beno de Deus entrando nela, a purifica e transfigura o seu mundo interior. Juntamente com isso, a sensao da presena de Deus, rene todas as pessoas e os anjos numa grande famlia espiritual, chamada Reino de Deus ou da Igreja. Para que o bem se difunda entre as pessoas preciso pedir: "Seja feita a Tua vontade assim na terra como no Cu" - ou seja, que tudo no mundo se faa segundo a inteiramente boa e a mais sbia vontade de Deus, e que ns as pessoas, igualmente de bom grado, realizemos a vontade de Deus aqui na terra, como a realizam os anjos no Cu. "O po nosso de cada dia nos dai hoje" - Dai-nos hoje, tudo o que indispensvel para a alimentao do nosso corpo; o que acontecer conosco amanh ns no sabemos: necessitamos apenas do po dirio, ou seja, de cada dia, que indispensvel para manter a nossa existncia. "E perdoa-nos as nossas dvidas assim como ns perdoamos aos nossos devedores," estas palavras so explicadas por So Lucas, que as escreve da seguinte forma: "E perdoa-nos os nossos pecados" (Lucas 11:4). Nossos pecados so dvidas, porque ao pecarmos no realizamos o que devemos, e nos tornamos devedores perante Deus e as pessoas. Este pedido insinua-nos com uma fora especial, a necessidade de perdoar ao prximo todas as ofensas: no perdoando aos outros, no ousamos pedir perdo a Deus pelos nossos pecados, no ousamos rezar com as palavras da orao do Senhor. "E no nos deixes cair em tentao" - verificao das nossas foras morais por meio da inclinao para qualquer ato impuro. Aqui, ns pedimos a Deus para nos prevenir da queda, se uma tal prova das nossas foras inevitvel e indispensvel. "Mas livra-nos do mal" - de toda a maldade e do seu culpado - o diabo. A orao acaba com a certeza na realizao daquilo que fora pedido, pois a Deus pertence o Reino eterno, o poder e a glria.Desse modo, o Pai Nosso rene em si tudo sobre o que se deve rezar, ensina-nos a colocar todas as nossas necessidades na ordem correta: primeiro pedir a beno mais alta - a glria de Deus, a difuso do bem entre as pessoas e a salvao da nossa alma. Depois pedir pelas necessidades da vida quotidiana. "Em relao a elas, no Lhe vamos ensinar o meio de nos ajudar," diz So Joo (Crisstomo). "Se as pessoas que nos defendem, falam por ns perante os juizes deste mundo, dizemos apenas os nossos atos e deixamos a eles o meio de defesa, mais ainda devemos agir dessa forma em relao a Deus, Ele prprio sabe bem o que melhor para ti." Alm disso, devemos nos entregar inteiramente vontade de Deus, "seja feita a Tua vontade." O exemplo tal orao, deixou-nos o prprio Salvador. Ele rezava no jardim de Getsmani, o seguinte: "Meu Pai, se possvel passe de Mim este clice! Todavia no seja como Eu quero, e, sim, como Tu queres" (Mateus 26:39).Quando se deve rezarO apstolo Paulo nos ensina: "Orai sem cessar" (1 Tes. 5:17). preciso rezar naqueles claros e altos momentos, quando a alma recebe assistncia das alturas, e direcionando-se ao cu sente necessidade da orao. preciso rezar em todas as horas que so indicadas para a orao (de manh e noite), mesmo que nos parea no estarmos dispostos a rezar nesse momento. Se no o fizermos, a capacidade de rezar se perde, assim como se enferruja uma chave que no utilizada. Para que a nossa alma se conserve religiosamente fresca, preciso impor como objetivo, rezar regularmente, independentemente de termos ou no vontade de rezar. Deve-se comear e acabar com a orao qualquer boa ao. Em relao a isso, o livro de orao um indispensvel companheiro de viagem. Os cristos ortodoxos, devem rezar todos os dias, de manh e noite, antes de dormir.Alm da freqente orao em casa, existe tambm a orao comunal na igreja. Sobre ela o Senhor fala o seguinte: "Onde estiverem dois ou trs reunidos em Meu Nome, a estou Eu no meio deles" (Mateus 18:20). Desde o tempo dos apstolos, a orao comunal mais importante tem sido a Liturgia, que era realizada na igreja aos domingos, onde os crentes com um s corao, louvam Deus. Os ofcios comunais tm uma grande fora espiritual.Os frutos da oraoA orao, como um agricultor, cultiva a seara do nosso corao e o torna capaz de receber influncias celestes para criar frutos abundantes de virtudes e perfeio. Ela atrai a graa do Esprito Santo a ns e com isso fortifica a nossa f, esperana e amor. Ela ilumina a nossa mente fortificando a vontade de qualquer boa inteno e contenta o corao no tempo de tristeza e sofrimento. Resumindo, a orao traz tudo o que contribui para o nosso verdadeiro bem.A orao, segundo o ensinamento dos Santos Pais, "o respiro da alma," e faz um grande bem para a pessoa. "O dom da orao," ou seja, o saber rezar concentradamente de todo o corao, um dos mais preciosos dons espirituais. O misericordioso Senhor d esse dom pessoa como assiduidade pelo seu esforo na orao.Sobre a OraoDo Livro de Tefano Hermesista"O Que a Vida Espiritual e Como Ns Devemos Dispor dela"Bispo Tefano Hermesista Sobre A OraoTraduzido por Poslushnitza Vasilisa (Lesna)/ Peter Martininko

Conteudo: A Cincia da orao. Desconcentrao das idias durante a orao. Arrefecimento. A orao curta. O tempo necessrio para a radicao da constante lembrana de Deus. A orao como regra. Regra da orao formada pela orao curta. A indispensabilidade de se esforar bastante antes que veja resultado. indispensvel se forar a rezar. Preparao para a orao. Ocupaes da vida. Despertar no corao algum sentimento por Deus. Negligncia e pressa durante a orao. Ainda sobre a pressa na orao. A regra de orao dependente de uma durao determinada. Orao - a raiz de tudo. Ainda sobre a indispensabilidade da orao por prprias palavras. Conselhos individuais, idias e indicaes de outras cartas.

I. A Cincia da orao (da carta 15).Escreve-me que rezou com dedicao e se acalmou, recebendo uma certeza interior de que vai ser livre daquilo que a maava; e depois, na verdade tudo se resolveu.Lembre-se como rezou aqui e tente rezar sempre assim, para que a orao venha do corao e no apenas da boca ou do pensamento...No lhe vou esconder, mesmo que j tenha rezado assim, dificilmente conseguir rezar assim sempre, tal orao doada por Deus, ou despertada pelo Anjo da guarda. Ela aparece e desaparece, mas disso no podemos concluir que podemos deixar de nos esforar por ela. Ela aparece quando algum se esfora, a quem no se esfora ela no aparece. Ns vemos que os santos se esforavam muito pela orao e com o seu esforo criavam em si um esprito de orao. A imagem de como eles conseguiam isso foi deixada por eles nos seus livros. Tudo o que nos foi dito compe a cincia da orao, que a cincia das cincias. Mais tarde vamos falar dessa cincia, agora toquei no assunto s de passagem. E ajunto ainda: no h nada mais importante do que a orao, ou seja, devemos nos esforar por ela o mais dedicadamente possvel. Que Deus lhe ajude em tal esforo.II. Desconcentrao das idias durante a orao (da carta 31).O pensamento desconcentra-se durante a leitura das oraes - O que fazer? Disso ningum est livre. Mas a no h pecado, e sim inoportunidade. Isso torna-se pecado quando algum desenvolve idias inoportunas propositadamente. E quando elas fogem despropositadamente, qual a culpa? A culpa aparece, quando algum repara que as idias no esto no lugar e continua a desenvolv-las. preciso que seja assim: quando uma idia comea a escapar, coloque-a logo no seu devido lugar.Para que no tempo da orao, as idias se desconcentrem menos preciso concentrar-se em rezar com calor; e para isso - antes de comear as oraes - preciso aquecer a alma refletindo e fazendo vnias.Habitue-se a rezar com as suas prprias palavras. Como por exemplo, as oraes da noite consistem em: agradecer a Deus pelo dia e por tudo, com que se encontrou durante o dia, de bom ou de mau. preciso ter penitncia por tudo que foi feito de mau durante o dia, pedir perdo, prometendo modificar-se no dia seguinte e pedir a Deus defesa durante o sono. Diga tudo isto a Deus do seu pensamento e do seu corao. As oraes da manh consistem em: agradecer a Deus pelo sono, pela renovao das foras e pedir-Lhe que durante o dia a ajude a fazer tudo em Sua glria. E isso diga a Ele de todo o seu corao e pensamento. E tambm, de manh e noite, diga a Deus as suas necessidades, mais as da alma, e se for preciso as exteriores, dizendo-Lhe como uma criana: - Senhor, vs a minha fraqueza e falibilidade, ajuda, e cura-me! Tudo isso ou do gnero pode ser dito perante Deus pelas suas prprias palavras no recorrendo ao livro de orao. E isso pode ser melhor. Experimente, se der resultado, pode deixar o livro de orao, se no der, preciso rezar com o livro, se no a orao pode acabar completamente sem sentido.Para rezar pelo livro e se concentrar nas idias e aquecer o corao, preciso tempo livre - alm de rezar, sente-se e medite bem sobre o contedo de cada orao e sinta-as. Quando comear a l-las depois disso na orao - da manh ou da noite - todos os sentimentos e idias que conseguiu obter enquanto refletia, vo se renovar e aquecer o corao. Nunca leia oraes apressadamente. E mais: esforce-se por aprender oraes de-cr. Isso ajuda muito a no se distrair durante a orao. E preciso aprender a rezar como a qualquer outro trabalho.III. Arrefecimento. (da carta 42).O inimigo desta disposio radical, consequentemente o inimigo mais grave, voc definiu bem-o arrefecimento. coisa mais amarga! Mas saiba que nem toda a diminuio de calor o destruidor do arrefecimento. Ele pode aparecer em consequncia da queda de foras fsicas, ou doena. Tanto uma como outra - no faz mal, passa. Grave o arrefecimento que resulta do prepositado desvio vontade de Deus, com paixo a algo que no divino, em oposio conscincia que nos tenta explicar e fazer parar. Isso amortece o esprito e corta a vida espiritual. isso que deve temer mais, tema como o fogo, como a morte. Ele pode resultar em consequncia da perda de ateno em si e a perda do temor de Deus. A isso tenha ateno para evitar tamanho mal. O que diz respeito aos casos de arrefecimento despropositado, resultante da queda de foras ou doena, existe uma nica regra: aguentar, no infringindo os habituais costumes pios, mesmo que eles sejam feitos sem nehum gosto. Quem aguenta isso pacientemente, afasta-se logo do arrefecimento e o corao volta a ter o habitual zlo. Tome isso em ateno e mantenha a partir de agora duas coisas em mente: em primeiro lugar, de maneira nenhuma deixar arrefecer o seu zlo, e em segundo, em caso de arrefecimento despropositado - puxar e puxar pelos costumes habituais tendo a certeza que essa realizao fria das coisas vai fazer voltar a vitalidadde e o calor do esforo.IV. A orao curta (da carta 42).Para ser mais fcil habituarmo-nos a lembrar sempre de Deus, os cristos zelosos tm uma maneira especial, concretamente - repetir sem parar uma curta orao - de duas ou trs palavras. A maior parte das vezes ela " Senhor, tem piedade! " - "Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim pecador! ." Se voc nunca ouviu falar disso, ouve-o agora e se nunca agiu assim, comece ento desde j.V. O tempo necessrio para a radicaoda constante lembrana de Deus (da carta 43).Inspiro-a! Comece dedicadamente e continue sem interromper - logo alcanar o que procura. Estabelecer se h uma venerante ateno unicamente em Deus- e com ela vir a paz interior. Digo: logo, entretanto, no ser depois de um dia ou dois. Ser preciso meses se no forem anos!Pea a Deus, e Ele Prprio a ajudar.VI. A orao como regra (da carta 49).Voc pergunta sobre a regra da orao. Sim, preciso ter regra, devido nossa fraqueza, para que de um lado a nossa preguia no se estique e do outro o nosso zlo se mantenha em medida. Os mais nobres da orao tinham regra e mantinham-na. - Cada vez eles comeavam pelas oraes estabelecidas, e se depois lhes ia ao encontro a orao independente eles deixavam-nas e rezavam com a sua prpria orao. Se eles assim faziam quanto mais ns o temos que fazer. Sem oraes estabelecidas nem sabemos mesmo como rezar. Se elas no existissem ficaramos mesmo sem orao alguma.Entretanto, no preciso arranjar muitas oraes. Um nmero pequeno de oraes rezadas como devem ser, melhor do que muitas oraes rezadas com pressa, o que dificil de aguentar, se a sua quantidade no medida do esforo.Para si acho inteiramente suficiente a realizao, de manh e noite, das oraes que esto estabelecidas nos livros, as da manh e antes de deitar. S que tente l-las cada vez com a mxima ateno e respectivos sentimentos. Para ter mais progresso nisso, no tempo livre esforce-se por l-las todas, considerar e sentir, para que quando comear a l-las na sua regra da orao, lhe sejam conhecidos os pensamentos e sentimentos sagrados que se encontram nelas. Orao no significa apenas lr as oraes, mas sim, reproduzir em si o seu contedo , e diz-las como se elas viessem da nossa mente e do nosso corao.Depois de considerar e sentir as oraes, esforce-se por decor-las para j no se preocupar com o livro e com a luz quando chegar o tempo da orao, para que no tempo da sua execuo, no se distraia com o que os olhos vem, e para que seja mais favorvel o contato interior com Deus. Voc ver o muito que isso ajuda. E tambm muito importante o fato de que em qualquer lugar ou situao como se tivesse o livro de orao consigo.Preparando-se assim, quando rezar, preocupe-se em guardar o seu pensamento das vaporizaes (de idias) e o seu sentimento da frieza e indiferena, tentando de todas as maneiras concentrar a ateno e aquecer o sentimento. Depois de cada orao faa vnias, quantas achar necessrio, com a sua palavra sobre a necessidade que sinta ou com a habitual orao curta. Com isso o tempo de orao prolonga-se, mas a sua fora aumenta. Reze mais tempo por si, principalmente quando acabar as oraes escritas, pedindo perdo pela distrao despropositada, e entregando-se a Deus para todo o dia.Tambm durante o dia deve manter a orao com ateno a Deus. Para isso, como j foi dito vrias vezes - lembrana de Deus, e para isso - a orao curta. bom, muito bom aprender de cr alguns salmos e l-los durante o trabalho ou entre os trabalhos, as vezes em vez da orao curta, refletindo. Isto um costume dos antigos cristos posto em prtica ainda por So Pakrnio e Santo Antnio.Passando assim o dia, reze noite com mais ateno e dedicao, aumente as vnias, e os seus pedidos a Deus e de novo entregando-se a Deus v se deitar com a orao curta na lngua, e adormea com ela ou com a leitura de algum salmo.Que salmos deve decorar? Decore aqueles que lhe cairem no corao quando os lr. Para uns, certos salmos tem mais estmulo do que outros. Comece por: Tem misericrdia de mim, Deus (salmo 50 (51), depois, Bendize minha alma ao Senhor (salmo 102 (10), Louvai ao Senhor ou minha alma (salmo 145 (146), - os salmos que se cantam na liturgia; - ainda os salmos iniciais das oraes antes da santa comunho: O Senhor meu pastor (salmo 22 (23), Do Senhor a terra e a sua plenitude (salmo 23 (24)), Amo ao Senhor porque ele ouvio a minha voz (salmo 115 (116), o primeiro salmo Apressa-Te Deus em me livrar (salmo (69/70, os salmos das horas... entre outros. Leia o livro dos salmos e escolha.Decorando tudo isto voc vai permanecer com o armamento todo de orao. Quando aparecer algum pensamento que a confunda, tenha pressa em se direcionar ao Senhor, com a orao curta ou com a leitura de algum salmo - especialmente: Apressa-Te Deus em me livrar.. e a nuvem que a confunde desaparece logo.A tem tudo sobre a regra da orao, e ainda repito: - lembre-se, que tudo isto para facilitar, o mais importante - permanecer conscientemente perante Deus no seu corao, com venerao e cair aos seus ps com dr.VII. Regra da orao formada pela orao curta (da mesma carta).Veio-me cabea dizer-lhe mais isto! Pode limitar a sua regra da orao apenas com vnias, a orao curta e as suas prprias palavras. Comece a fazer vnias dizendo: Senhor, tem piedade! ou outra orao expressando a sua necessidade, louvor ou agradecimento a Deus. Para que a preguia no entre nisso, preciso determinar a quantidade de oraes, ou o tempo que a orao deve durar, ou uma e outra coisa juntas.Isso indispensvel porque todos ns temos uma singularidade incompreensvel. Quando, por exemplo, estamos ocupados com algo exterior, as horas passam num minuto, mas quando comeamos a rezar, nem um minuto passa e j nos parece que estamos rezando por muito tempo. Essa idia no prejudicial quando a orao realizada segundo uma regra estabelecida. Quando algum reza s fazendo vnias e dizendo a orao curta, a apresenta-se uma grande tentao, pode fazer parar a orao que mal comeou, deixando uma falsa certeza de que a orao foi como deve ser. Por isso os oradores benvoles para no se submeterem a essa mentira inventaram o rosrio, que se oferece para uso a aqueles que no querem rezar pelo livro mas, por si. Utiliza-se ele assim: dizem -Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim pecador, ou pecadora e passam um rosrio entre os dedos, dizem outra vez e passam outro e etc- durante cada orao fazem uma vnia, baixando-se ou caindo ao cho, como quiserem ou ento nos rosrios pequeninos baixando-se e nos rosrios grandes caindo ao cho. A a regra baseia-se num determinado nmero de oraes com vnias, onde podem entrar outras oraes ditas pelas suas palavras. Para que a no se deixe enganar pela pressa, ao dizer as oraes e a fazer vnias, ao determinar a quantidade de vnias, determina-se tambm o tempo de orao, para cortar com a pressa, e se ela aparecer complete o tempo acrescentando novas vnias.Quantas vnias devemos fazer por cada orao, ns temos no livro Sliedovannaia psaltir: no final, e em duas propores - para os dedicados e para os preguiosos ou ocupados. Os monges experientes que ainda hoje vivem em dependncias de conventos em celas caractersticas. Por exemplo: no Valaani ou Solovki, realizam assim todas as missas. Se quiser, ou se alguma vez quiser, pode realizar a sua regra dessa maneira. Mas primeiro esforce-se por realizar como est escrito, pode ser que no haja necessidade de estabelecer uma nova regra. Mas para qualquer caso mando-lhe um rosrio. Voc faa assim! Repare quanto tempo passa durante as suas oraes da manh, e da noite, depois sente-se, diga a sua orao curta pelo rosrio, e veja quantas oraes diz durante o tempo que costumava ser preciso para a orao. Esse nmero que seja a medida da sua regra. No faa isso durante as oraes mas faa com a mesma ateno. Depois realize a sua regra de p e fazendo vnias.Ao lr isto, no pense que a estou a mandar para o convento. Sobre a orao pelo rosrio eu prpria ouvi pela primeira vez de uma pessoa da sociedade e no de um monge. Muitos homens e mulheres rezam assim. Isso lhe vai ser preciso. Quando rezar com oraes que decorou, de outras pessoas, e no a comover, pode rezar desta maneira um dia ou dois, depois reze outra vez com as oraes que decorou, e assim - alternadamente.E ainda repito: A natureza da orao consiste em erguer a mente e o corao para Deus. Estas regras so para ajudar. No podemos passar sem elas, somos fracos.VIII. A indispensabilidade de se esforarbastante antes que veja resultado (da carta 48).Escreve-me que no consegue organizar os seus pensamentos, fogem todos e a orao no vai como gostaria que fosse; e de dia entre outras ocupaes, encontros com outros, quase no se lembra de Deus.No pode ser de repente, preciso esforar-se bastante para colocar os pensamentos no lugar, pelo menos um pouco; da maneira como voc o esperava: mal comea j tem tudo, - nunca acontece.IX. indispensvel se forar a rezar. (da mesma carta).Voc tem um livro de conversas do santo Macrio do Egito. Leia a conversa nmero 19 - sobre o fato de que os cristos precisam se forar para qualquer boa ao. A est escrito que " preciso se forar a rezar se no tem orao de esprito," e que "nesse caso Deus vendo que a pessoa se esfora muito e que se prende contra a vontade do seu corao, (ou seja, prende os seus pensamentos) d-lhe a verdadeira orao," ou seja sem distrao, organizada, profunda, quando o pensamento no se afasta de Deus. Mal o pensamento comea durante a orao, comece a estar com Deus sem se afastar, j no vai querer se distanciar Dele, porque com isso est ligada uma espcie de doura, da qual voc prova e no quer outra.O esforo que se deve utilizar aqui exatamente, j o disse vrias vezes: no soltar os pensamentos propositadamente, e quando fugirem sem que o queira, voltar a p-los no lugar, repreendendo-se com arrependimento e mgoa por tal desorganizao. O Santo Klimacus, sobre isso diz que " preciso fixar o seu pensamento forosamente nas palavras da orao."Quando decorar as oraes como lhe escrevi na carta anterior, pode ser que a coisa v melhor. O ideal seria ir Igreja, a se abriria mais facilmente o esprito de orao, porque a est tudo direcionado para isso; mas para si isso no d jeito. Ento esforce-se em casa por aprender a rezar sem distrao e o resto do tempo permanecer com Deus quanto puder. Decorando as oraes, no se esquea de se aprofundar em cada palavra e sent-la, assim quando rezar, essas palavras vo atrair a sua ateno e aquecer o sentimento da orao.X. Preparao para a orao (carta 48).Faa ainda isto. No se ponha a rezar de repente, depois dos deveres da casa, conversas, corridas, mas preparando-se um pouco para estar devidamente perante Deus.Estabelea em si um sentimento de necessidade de orar exatamente nessa hora, porque pode no haver outra. No se esquea de renovar na conscincia as suas necessidades espirituais, e mais prximo a sua necessidade atual - concentrao dos pensamentos na orao, com o desejo de encontrar consolao para elas, - unicamente em Deus. Quando tiver no corao a conscincia e sensao destas necessidades, Ele Prprio no deixar os pensamentos fugirem, mas a obrigar a rogar ao Senhor por eles. Mais que tudo voc sentir a sua inteira incapacidade, que se no fosse Deus estaria completamente perdida. Se algum est em perigo, e tem perante si a face capaz de o livrar desse perigo, ser que apesar disso vai olhar para os lados? No cair perante ela e rogar? Assim ser consigo quando comear a orao com o sentimento de que est em perigo e consciente de que unicamente Deus a pode livrar desse perigo.Por trs de todos ns existe um pecado - qualquer trabalho, por menor que seja, comeamos com alguma preparao, mas a orao comeamo-la de passagem - e temos pressa em acab-la como se fosse um trabalho de passagem parte de todos os outros, e no o mais importante deles. De onde que quer conseguir a concentrao das idias e sensaes durante a orao nessas circunstncias? por isso que ela corre balda, desorganizadamente.No - faa o favor de negar a si nesse pecado, e de nenhuma maneira reze s de passagem. Meta na cabea que essa relao orao um crime, um crime horrvel - penal. Considere a orao como o primeiro dos seus deveres, e tenha-a assim no corao. Ento comece a orao como o primeiro dever e no como um entre outros.Esforce-se, Deus ser seu ajudante. Mas ateno, tem que realizar aquilo que vos escrito. Se comear, logo-logo ver o fruto. Esforce-se por sentir a doura da verdadeira orao. Quando sentir, isso vai atrair e inspir-la para a orao, difcil e atenciosa.XI. Ocupaes da vida. (da carta 49).Ns temos uma credibilidade, que quase geral, de que mal comeamos os trabalhos de casa, ou fora, saimos da rea dos trabalhos divinos ou que agradem a Deus. Por isso quando nasce o desejo de se louvar Deus ou se fala nisso, normalmente junta-se com isso a idia de que assim, tem que fugir da sociedade, fugir de casa - para o deserto ou para a floresta.Mas nem uma coisa nem outra assim. Os deveres da vida e da sociedade, dos quais depende a existncia de casas e comunidades, foram estabelecidos por Deus e a sua realizao no uma fuga para a rea que no agrada Deus mas sim, a de caminhar em deveres divinos. Tendo essa falsa credibilidade, todos agem assim, preocupados com os deveres da vida e da sociedade, no se preocupando nem um pouco de pensar em Deus. Vejo que essa credibilidade se apoderou de ti. Faa o favor de se livrar dela, e aumente a certeza de que tudo o que voc faz agora,em casa ou fora, como filha, como irm e como cidad, divino e agrada a Deus; porque para tudo relacionado com isso existem os prprios mandamentos. E o seguimento deles, como pode no agradar a Deus? Com essa credibilidade voc torna-os desagradveis para Deus, porque no os realiza com a disposio que Deus desejava que eles fossem realizados. Voc no est a fazer trabalhos divinos divinamente. Eles perdem-se de graa - e ainda afastam o pensamento de Deus.Corrija isso, e a partir de agora comece a fazer todos esses deveres com a conscincia de que para faz-los - existe um mandamento e faa como cumpre um mandamento de Deus. Se pensar assim, nenhuma ocupao de vida vai afastar seus pensamentos de Deus, mas, pelo contrrio, vai aproxim-lo a Ele. Todos somos escravos de Deus. A cada um Ele deu um espao e um dever, e observa como que cada um o cumpre. Ele est em todo o lado, e tambm olha por ti. Tenha isso na cabea, e faa cada dever como se lhe fosse ordenado por Deus. Qualquer que seja esse dever.Faa assim as coisas da casa. Quando vem algum de fora ou voc vai para fora, tenha na cabea em primeiro lugar que, foi Deus quem lhe mandou essa pessoa e observa se voc a recebe ou age com ela divinamente, e em segundo - que Deus lhe confiou esse trabalho fora de casa, e observa se voc o faz como Ele quer que o faa. Se voc se dispuser assim, nem os deveres da casa, nem os de fora, vo distrair a sua ateno em Deus, pelo contrrio, vai segur-la junto Dele, e faz-la refletir como fazer determinado trabalho para agradar a Deus. Vai fazer tudo temendo Deus e esse temor vai segurar o seu pensamento inseparvel Dele.Faa o favor de acertar bem o que que agrada a Deus, dentro ou fora da famlia, utilizando para se orientar, livros nos quais esto indicados os deveres obrigatrios para cada lugar. Acerte isso bem -para que nas atuais regras de vida e da sociedade, possa reconhecer o que foi trazido pela confuso, paixes e adultrio. Depois da sua tomada deciso de louvar a Deus, lgico que se afaste disso, sem precisar que a lembrem.XII. Despertar no corao algum sentimento por Deus (da carta 52).Gostaria de entrar mais depressa nesse paraso? Faa o seguinte: no deixe a orao enquanto no despertar em si algum sentimento por Deus seja: venerao, agradecimento, magnificidade, humildade, quebrantao ou esperana...XIII. Negligncia e pressa durante a orao (da carta 71).Onde que se foi a sua orao? Ela parecia ter comeado bem e voc at j sentia a sua boa ao no corao. Eu vou lhe dizer onde que ela se foi. Tendo rezado uma ou duas vezes com esforo e calor, e no Santo Srgio e tendo sentido uma rpida ajuda em consequncia da orao, voc pensou que a sua orao j se tinha fixado e que no tem necessidade de se preocupar muito com ela: que ela vai bem por si mesma. Dando lugar a tal idia, voc comeou a rezar negligente e apressadamente e deixou de prestar ateno aos pensamentos. Por isso a ateno foi diminuindo, os pensamentos dispersavam-se para todo o lado, e a orao no era sentida no corao. Agiu assim uma ou duas vezes e a orao desapareceu por completo. Co