o uso do véu

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1 O uso do véu na liturgia (culto) por Amauri R. Ferreira *Os Textos foram extraídos da versão bíblica traduzida para o Português por João Ferreira de Almeida, Edição Corrigida e Revisada. Fiel ao Texto Original, Edição 2007. [ACF2007 - Almeida Corrigida e Fiel 2007], acompanhados dos Textus Receptus. *palavras entre colchetes nos versículos bíblicos citados, significam que estas palavras foram adicionadas pelo tradutor para dar um maior entendimento aos textos traduzido por ele, não estão nos manuscritos originais, mas se apoiam na interpretação particular do tradutor a partir do contexto. Liturgia é o conjunto dos elementos e práticas do culto religioso. Há passagens e fatos na bíblia do uso do véu sobre o rosto, sobre a cabeça, no tabernáculo, no templo, na liturgia e como exponente de amargura e obscurecimento, e vezes traduzidas por cabelo, manto, coberta, invólucro, cortina, mantilha..., pois o tradutor sempre dará a esta palavra uma adequação ao texto mediante seu entendimento pelo contexto, por isso dever-se-á buscar o sentido do uso de cada palavra que se refere a cobertura. Na síntese, o véu sempre é usado para cobrir ou ocultar, sendo que ao cobrir ou ocultar este poderá se tornar até mesmo um ornamento majestático. Ele ocorre mais de cinqüenta vezes na bíblia, ora usado por profetas, mulheres, pelo Senhor na construção do Tabernáculo ou concebida como expressão delatora do mal. Seria muito cansativo citá-los todos, adotando o texto áureo como decisão, citaremos somente os de relevância e que igualmente venham a contribuir e dar esclarecimento ao texto áureo referente às mulheres na liturgia.

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Page 1: O uso do véu

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O uso do véu na liturgia (culto)

por Amauri R. Ferreira

*Os Textos foram extraídos da versão bíblica traduzida para o Português por João Ferreira de

Almeida, Edição Corrigida e Revisada. Fiel ao Texto Original, Edição 2007. [ACF2007 - Almeida

Corrigida e Fiel 2007], acompanhados dos Textus Receptus.

*palavras entre colchetes nos versículos bíblicos citados, significam que estas palavras foram

adicionadas pelo tradutor para dar um maior entendimento aos textos traduzido por ele, não estão

nos manuscritos originais, mas se apoiam na interpretação particular do tradutor a partir do contexto.

Liturgia é o conjunto dos elementos e práticas do culto religioso.

Há passagens e fatos na bíblia do uso do véu sobre o rosto, sobre a cabeça, no

tabernáculo, no templo, na liturgia e como exponente de amargura e obscurecimento, e

vezes traduzidas por cabelo, manto, coberta, invólucro, cortina, mantilha..., pois o tradutor

sempre dará a esta palavra uma adequação ao texto mediante seu entendimento pelo

contexto, por isso dever-se-á buscar o sentido do uso de cada palavra que se refere a

cobertura. Na síntese, o véu sempre é usado para cobrir ou ocultar, sendo que ao cobrir ou

ocultar este poderá se tornar até mesmo um ornamento majestático. Ele ocorre mais de

cinqüenta vezes na bíblia, ora usado por profetas, mulheres, pelo Senhor na construção do

Tabernáculo ou concebida como expressão delatora do mal. Seria muito cansativo citá-los

todos, adotando o texto áureo como decisão, citaremos somente os de relevância e que

igualmente venham a contribuir e dar esclarecimento ao texto áureo referente às mulheres

na liturgia.

Page 2: O uso do véu

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TEXTO ÁUREO. I Coríntios 11 [ACF2007]

1 SEDE meus imitadores, como também eu de Cristo.

2 E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como

vo-los entreguei.

3 Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da

mulher; e Deus a cabeça de Cristo.

4 Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria

cabeça.

5 Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria

cabeça, porque é como se estivesse rapada.

6 Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher

é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.

7 O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a

mulher é a glória do homem.

8 Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.

9 Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do

homem.

10 Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.

11 Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no SENHOR.

12 Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher,

mas tudo vem de Deus.

13 Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?

14 Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo

crescido?

15 Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar

de véu.

16 Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de

Deus.

Diferençando o uso do véu nos textos bíblicos:

.vestimenta, coberta, coberta (para ocultamento) = ( k ̂ecuwth ) כסות (1

(Gn 20:16 [ACF2007])

“E a Sara disse: Vês que tenho dado ao teu irmão mil [moedas] de prata; eis que ele te seja

por véu dos olhos para com todos os que contigo [estão], e até para com todos os [outros];

e estás advertida.”

Este véu supracitado está num sentido emblemático de reparação, de Abimeleque para

com Sara e Abraão, por um erro cometido. A aceitação de suas dádivas levaria Abraão a

crer na inviolabilidade presente da castidade de sua mulher decorrente do infeliz fato. A

expressão “por véu dos olhos” harmoniza-se com o véu em que as mulheres diante de seu

noivo se declaravam guardada de impurezas e invioladas em sua conduta moral e

corpórea. Em Gn 32:20 a expressão de Jacó “aplacarei” [כפר ( kaphar )] está na mesma

acepção de reconciliar, purificar, expiar o erro, trazer a paz.

Véu nestes contextos não é um artefato, e sim procedimentos lógicos perfeitamente

definidos que levam à solução de um problema aparente. O véu de I Cor 11, não é para

ressarcir um dano ou cobrir uma ofensa, tem o caráter de entender as possibilidades das

mulheres inda mais, sendo um sinal de poderio e não de cobrir uma vergonha ou dano.

.invólucro, chale = ( tsa Ìiyph ) צעיף (2

Page 3: O uso do véu

3 (Gn 24:65 [ACF2007])

E disse ao servo: Quem [é] aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? E o

servo disse: Este [é] meu senhor. Então tomou ela o véu e cobriu-se.

Rebeca cobre-se com véu [invólucro] o rosto, e segundo a tradição judaica do matrimônio

que prima o varão, a prometida ou correspondente não demonstra em sua apresentação

primeira sua formosura ou forma exterior, pois uma moça que se singulariza em sua forma

exterior inicialmente não demonstra ponderar as veredas da vida conjugal,

desfavoravelmente comprova ser formada de ideias preconcebidas e alimentadas pela falta

do conhecimento real sobre o assunto em questão.

O ato de Rebeca cobrir-se com o véu, caracterizava que o fundamental entre um homem e

uma mulher não seria a atração física, o estereótipo, o efêmero, e sim a integridade interior

em seus valores. Orgulhosamente Rebeca não queria ser incompreendida por Isaque, de

pensar que ela foi escolhida por sua beleza exterior e não segundo suas qualidades e

prestimosidade como veem no contexto, ”Seja, pois, que a donzela, a quem eu disser:

Abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber

aos teus camelos; esta [seja] a quem designaste ao teu servo Isaque, e que eu conheça

nisso que usaste de benevolência com meu senhor”. (Gn 24:14 [ACF2007]).

O servo mais velho de Abraão inda na expectativa para saber se o SENHOR havia

prosperado a sua jornada ou não, esperou que ela ainda desse de beber a todos os

camelos, sendo o sinal que pediu a Deus, subsequentemente depositou o pendente e as

pulseiras nas mãos de Rebeca, embora inda não glorificasse a Deus, o glorificou quando

soube de quem ela era filha, “E ela lhe disse: Eu sou a filha de Betuel, filho de Milca, o qual

ela deu a Naor. Disse-lhe mais: Também temos palha e muito pasto, e lugar para passar a

noite. Então inclinou-se aquele homem e adorou ao SENHOR,” (Gn 24:24,25, 26

[ACF2007]).

A partir deste momento sua missão se completou em partes, uma donzela, uma da mesma

parentela, e assim carecia agora ter permissão dos pais da moça e também a vontade dela

em partir ou não, pois disse Abraão; “Se a mulher, porém, não quiser seguir-te, serás livre

deste meu juramento; somente não faças lá tornar a meu filho” (Gn 24:8 [ACF2007]). O

servo manifestou o mesmo pensar aos familiares da donzela “Então disse eu ao meu

senhor: Porventura não me seguirá a mulher” (Gn 24:39 [ACF2007]), a resposta a sua

duvida não tardou,...“Então responderam Labão e Betuel, e disseram: Do SENHOR

procedeu este negócio; não podemos falar-te mal ou bem. Eis que Rebeca está diante da

tua face; toma-a, e vai-te; seja a mulher do filho de teu senhor, como tem dito o SENHOR.”

(Gn 24:50, 51 [ACF2007]).

Observemos que o véu que Rebeca usou ao encontrar-se com Isaque não era um véu de

uso litúrgico usado no serviço de culto a Deus, era parte de um cerimonial de casamento e

usado para cobrir o rosto simbolizando a idoneidade da moça, diferente do véu usado na

igreja de Corinto que era usado para cobrir somente o cabelo.

(Gn 38:14 [ACF2007])

Então ela tirou de sobre si os vestidos da sua viuvez e cobriu-se com o véu e envolveu-se,

e assentou-se à entrada das duas fontes que [estão] no caminho de Timna, porque via que

Selá já era grande, e ela não lhe fora dada por mulher.

Temos aqui outro caso, desta vez o véu [artefato] foi usado para confundir e ocultar em prol

de uma causa justa, Tamar suspeitava que seu sogro pudesse não cumprir em tempo

suficiente o dever do levirato antes mesmo de uma morte súbita. O dever do levirato (Dt

25.5-10) consistia na norma de obrigar um homem a casar-se com a viúva de seu irmão

Page 4: O uso do véu

4 quando este não deixava descendência masculina, ela então resolve por seus próprios

meios conseguir os benefícios de tal edito (Dt 25.5-10), os meios usados parecem legais,

fora acontecido após a morte da esposa de Judá por nome “Sua”, não se caracterizando

adultério. O não cumprimento do edito faria com que a família de Judá fosse envergonhada

diante dos anciães da cidade como “a casa dos descalçados”, é clássico bíblico não

difamar toando como índole de seus chamados justos. Como exemplo, José ao saber que

Maria estava grávida antes mesmo de conhecê-la, não obstante podendo expô-la segundo

a lei, optou em deixa-la secretamente representando assim ser um homem justo, “Então

José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente.”

(Mt 1:19 [ACF2007]), de igual modo procedeu Tamar secretamente.

O véu que Tamar usou não a confundiu com uma prostituta secular, pois as tais não

usavam véu, Judá ao vê-la a teve por prostituta religiosa, ou seja, o motivo era mesmo

religião, Judá só não concebia que se referia a sua própria religião, a dos Hebreus, quanto

ao dever do levirato que ele já deveria ter cumprido para com Tamar.

O motivo em que as mulheres usavam o véu na cidade de Corinto (I Cor 11) também era

religioso, o motivo não era devido à prostituição no local, a bíblia não traz nenhuma

referência que comprove esta teoria, o próprio texto nos diz que era por causa dos anjos

[verso 10] e qualquer informação acertada fora da própria bíblia há consternação, “A Bíblia

é toda a revelação Divina que necessitamos. Tudo o que for revelado sem o apoio das

Escrituras é falso.” (O Pregador Eficaz – CPAD, pág. 72).

Não podemos apoiar que seria o mesmo véu usado por Tamar o das irmãs em Corinto, o

usado por Tamar cobria o seu rosto, cabelo e cabeça, era um invólucro, e o das irmãs em

Corinto cobria somente o cabelo deixando o rosto descoberto a serem reconhecidas.

Tamar usou o invólucro fora do templo, a irmãs em Corinto dentro do templo, Tamar usou

para disfarce e as irmãs como sinal de poderio.

O VÉU NA IGREJA DE CORINTO

Foram destinadas somente aos irmãos de Corinto as cartas de Paulo e as

orientações?

Sabendo que devemos ter somente a bíblia como principal referencia, “A Bíblia é toda a

revelação Divina que necessitamos. Tudo o que for revelado sem o apoio das Escrituras é

falso.” (O Pregador Eficaz – CPAD, pág. 72). No capítulo primeiro da carta aos Corintos

podemos ler; “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus,

chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor

Jesus Cristo, [Senhor] deles e nosso” (1Co 1:2 [ACF2007]). Nos mostra este verso que é

endereçada a toda igreja de Deus em todo lugar, seja no Brasil ou na Grécia ou em

qualquer época.

Gl 3:28 [ACF2007]

“Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque

todos vós [sois] um em Cristo Jesus”.

Vamos expor o texto de 1 Cor 11: 1 ao 16 por partes sanando eventuais dúvidas, mas

antes não deixemos de ouvir Gl 3:28. Ao dissertar 1 Cor 11: 1 ao 16 não podemos nos

esquecer de que em Cristo Jesus não há homem e nem mulher, macho ou fêmea, e assim

não podemos inferiorizar as mulheres frente aos homens. Devemos nos recomendar de

que Cristo veio remir, sanar e restaurar tudo o que se perdeu no Éden, homem e mulher.

Page 5: O uso do véu

5 Não somente a pessoa deles como também os seus adequados direitos que se perderam e

por vezes ainda se perdem na vida social, futuro e tudo que os cinge. A execração para

todos nós é realidade vigente, mas Cristo é a nossa realidade que veio para dar a

reabilitação, reparar falta, falha, crime..., expiar (Gn 3:15).

Frente a isto não podemos pesar sobre a mulher um mal que lhe trouxe consequência a

partir do Éden quando na verdade Jesus veio libertá-la de todo o sofrimento e opressão. Na

essência do entendimento, ao mesmo tempo em que veio a maldição já havia vindo à

absolvição em gênero, ou seja, a quebra antecipada da maldição (a promessa) quando

dito, (Gn 3:15 [ACF2007]) “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a

sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”

Como resultado de seu erro o homem por sua vez transpiraria para alcançar o pão, no

entanto a mulher o tem ajudado não deitando todo o peso sobre os seus ombros quanto a

isto, antes tem saído cedo para o trabalho e o defendido como adjutora em todas as suas

extensões. Doutro feitio, quando o homem alimenta toda a sentença fenomenal dada a

mulher no Éden torna-se injusto, injusto ao articular que esta terá de se manter em sujeição

pelo o que aconteceu no passado custe o que custar. Se isto permanecesse escrito no

Gênesis de fato, não supondo se estaria mal interpretando-o, nesta proposição é o mesmo

que dizer, Cristo não poderá libertá-la e nem mesmo a libertou da consequência de todo o

seu pecado num ascendente raciocínio culpabilizador. Ao tentar compreender o texto que

iremos dissertar com raciocínio culpabilizador, nada perceberá da veridicidade coexistente,

antes absurdos abrolharão em suas mentes no proveito de 1 Cor 11: 1 ao 16.

Absurdos bíblicos proferidos sobre 1 Cor 11: 1 ao 16

-Dizem que: *A mulher deve usar o véu pelo fato de ela ser a glória do homem.

*O véu é sinal de poderio do marido sobre a esposa: 1 Cor. 11.10, complementado com

Gen. 24.65

*A mulher se apresentar com a sua cabeça coberta, fica evidente que somente uma cabeça

está descoberta e assumindo o governo da igreja.

Tudo isto provém de más interpretações, a questão não é sobre a pessoa da mulher ou de

que ela deva cobrir a cabeça ou o rosto, todo o texto é dirigido ao fato da mulher ter o

cabelo comprido ou não, cobri-lo ou não. Tanto que se a mulher seguir a opção de raspar

ou cortar curto, não será necessário fazer o uso do véu (verso 6). Todo o texto mantém a

mulher livre em Cristo Jesus para fazer o que quiser no Senhor, e neste estudo veremos a

fundamentação real do uso do véu. Lembramos que o homem não tem a opção de cobrir o

cabelo, mesmo que este seja curto ou comprido, enfim, a mulher não deve cobrir o cabelo

com o véu por causa do homem e sim por causa dos anjos (verso 10), sendo assim as que

optam em serem careca ou de cabelo curto radical, não estão obrigadas ao uso do véu

(verso 6), ou seja, não são obrigadas a demostrarem que estão submissas aos homens e

que somente há uma cabeça descoberta na igreja e que são eles que estão no governo da

igreja, no caso os homens. Somente as de cabelo comprido deve demostrar submissão aos

homens e exemplificar que eles são cabeças naquele momento? Por isso tenho por

absurdo tais interpretações bíblicas.

Page 6: O uso do véu

6 -Dizem que: *O ensinamento envolvia apenas a mulher casada, e não se fala nada da

mulher solteira.

Não é verdade, a própria bíblia responde como temos visto no verso 5 que diz; “toda a

mulher”, ou seja, a solteira, a casada, a viúva, a divorciada, a noiva, as mais novas ou mais

velhas, desde que seja uma mulher.

-Dizem que: *Que é sinal de submissão ao homem no culto e por que os anjos estão

presentes quando se ora e profetiza?

Se for para demonstrar tal submissão aos homens, por que quando os homens não estão

presentes elas continuam a fazerem uso do véu? Se o motivo fosse este, sozinhas em

oração não deveriam usar o véu, então.

-Dizem que: *Que se encontra uma vez escrito em uma única passagem o uso do véu, e

por isto não se deve dar tanto crédito ou acatar.

Não procede tal argumentação, pois Deus disse a Adão e Eva somente uma vez, “Mas da

árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela

comeres, certamente morrerás” (Gn 2:17 [ACF2007]).

Jesus também disse somente uma vez, “Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito

Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo”, (Mc 3:29 [ACF2007]). Não é por

isto que deixaremos de acatar ou de dar crédito, se Deus falou basta uma vez. Quem tem

ouvidos ouça!

-Dizem que: *A natureza tem dotado a mulher com cabelo comprido como uma cobertura

permanente, assim ela deve seguir, ou imitar, a natureza, providenciando uma cobertura

temporária.

Imitar não é o movedor do imperativo uso do véu, a mulher dotada de cabelo comprido pela

natureza não acentua o caráter do mando, pois o cabelo cobre a cabeça quando o véu é

para cobrir o cabelo segundo o contexto. Este pensamento como iremos ver, destoa e falta

coesão para com o verso 10 onde a causa são os anjos.

I Coríntios cap. 11 verso por verso explicados.

1 SEDE meus imitadores, como também eu de Cristo.

(1Co 11:1 [TR]) μιμηται μου γινεσθε καθως καγω χριστου

Imitar é reproduzir ou tentar reproduzir fielmente as características de alguém, e

uma das características de Paulo era a de combater os costumes judaicos e pagãos, de

pregar contra o valor de rituais e usos que não estão presentes no cristianismo e na Graça.

Paulo fala do uso do véu para a igreja de Cristo, logo se segue, se alguém é combatente

dos uniformes da lei não poderia estar impondo usos e costumes como uso do véu no texto

de I Cor 11. Este é o primeiro indício de que o uso do véu não são usos e costumes de

judeus ou gregos, no entanto Paulo diz que a mulher “deve” usar o véu (verso 10),

apresentando assim a causa (anjos).

2 E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como

vo-los entreguei.

(1Co 11:2 [TR]) επαινω δε υμας αδελφοι οτι παντα μου μεμνησθε και καθως παρεδωκα υμιν

τας παραδοσεις κατεχετε

Page 7: O uso do véu

7

Paulo esta enaltecendo o povo por darem ouvidos a ele, ao ensinamento, a

determinação, a ordem, a prescrição dada por ele. Seguir as prescrições médicas é seguir

os preceitos do médico, e Paulo os louva por reterem, ou seja, por entenderem e terem

guardado na memória tal determinação dada por ele, nos mostrando que o uso do véu na

liturgia não era combatido por Paulo, pelo contrario, era pregado por ele. No grego

παραδοσις (paradosis - preceitos) constitui substâncias de ensinos comunicadas

oralmente ou escritas, e que devem ser reverenciadas tanto quanto os Dez Mandamentos.

3 Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da

mulher; e Deus a cabeça de Cristo.

(1Co 11:3 [TR]) θελω δε υμας ειδεναι οτι παντος ανδρος η κεφαλη ο χριστος εστι κεφαλη δε

γυναικος ο ανηρ κεφαλη δε χριστου ο θεος

A palavra “Mas”, usa-se para corroborar [fortalecer] o que a pessoa acabou de dizer, e

apesar de os louvarem e reconhecer que guardavam os preceitos (paradosis) ele diz;

contudo quero que saibais algo mais, ou seja, que acrescente a tudo que vos passei este

conhecimento, entendimento concernente ao uso do véu, que Cristo é a cabeça de todo o

homem e o homem a cabeça de toda a mulher.

“Cabeça” é uma metáfora usada por Paulo com o significado de proeminência,

principalidade e senhorio, inda baseado na doutrina do Gênesis bíblico, o que não

poderemos entrechocar este raciocínio com Gl 3:28 [ACF2007] “Nisto não há judeu nem

grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós [sois] um em

Cristo Jesus”.

Se Paulo diz que é por causa dos anjos que a mulher deve usar véu, também é pelo

mesmo motivo que ele está nos trazendo este raciocínio. E este raciocínio também está

efetivamente ligado aos anjos quando em Cristo não há divisão de macho ou fêmea, sendo

ambos, um em unidade perfeita. Paulo quer que entendamos que a mulher deve usar véu

na liturgia diante dos anjos e não diante de Deus ou dos homens, se a causa do uso do véu

são os anjos, este raciocínio de ser cabeça e glória também está ligado aos anjos.

Pois os anjos presentes na criação observam a classificação divina quanto aos sexos desta

criação por serem guardiões a favor dos que haveriam de herdar a Salvação (Hb 1:14), há

preceitos em que a mulher deve seguir e que pertence somente a ela como o que se

encontra em (1Tm 2:15 [ACF2007]) “Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer

com modéstia na fé, no amor e na santificação." (Ef 5:24 [ACF2007]) “De sorte que, assim

como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a

seus maridos”.

Há sim distinção de sexos quanto à ordem natural e espiritual, mas não é uma realidade no

âmbito celestial, anjos auxiliam as mulheres espirituais para o cumprimento das coisas das

mulheres, e aos homens espirituais para o cumprimento das coisas dos homens, homens

não devem fazer uso do particular de mulheres e mulheres não devem fazer uso do

particular de homens, sendo violação aos princípios bíblicos.

Só entendendo devidamente este fato é que Gl 3:28 não irá chocar-se com o entendimento

supracitado por Paulo, ou seja, anjos agem em nossa esfera natural espiritual, baseados

nos ditames bíblicos, pois qualquer violação dos mesmos constituem-se em pecado e

consequentemente os anjos não agirão em favor de obstinados.

*Observação, note que este ofício específico dos anjos se aplica aos que hão de herdar a

Salvação ( Hb 1:14 ), aos membros da igreja de Cristo, não significando que um anjo não

poderá exercer outros mandos Divinos exclusivos.

Page 8: O uso do véu

8 A igreja é composta por macho e fêmea dentro de uma mesma esfera, e isto é observado

pelos anjos como algo natural e ordinatório, embora no âmbito celestial não haja sexo, nem

macho ou fêmea, e Nele somos todos perfeitamente iguais.

Os anjos se fazem presentes e observam a igreja estando prontos a servi-la (ver Ef 3:10,; 1

Pe 1:12; Hb 1:14), por isso saber compor-se diante deles é também parte de um “culto

racional” oferecido à Deus quando são ministros de Deus delegados.

(Rm 12:1 e 2 [ACF2007]) “ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que

apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, [que é] o vosso

culto racional.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do

vosso entendimento, para que experimenteis qual [seja] a boa, agradável, e perfeita

vontade de Deus.”

O cabelo é uma das partes do corpo da mulher de Deus que está em sacrifício vivo

invariável. O cabelo é um seguimento de sua própria pele sendo irremediavelmente parte

do seu próprio corpo e autômato componente na liturgia quando crendo ela com um

entendimento renovado pelo Espírito Santo o dever de usá-lo, assim efetivará a sua liturgia

racional elevada à Deus (culto).

4 Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria

cabeça.

(1Co 11:4 [TR]) πας ανηρ προσευχομενος η προφητευων κατα κεφαλης εχων καταισχυνει

την κεφαλην αυτου

O homem que cobre sua cabeça, não está discernindo ou distinguindo tudo o que

mencionamos na explanação do verso anterior (verso 3), desconhece o fato de que anjos

em nossa esfera agem no Corpo (igreja) de Cristo (Hb 1:14), (Sl 138:1), (1Co 4:9), (Ec 5:6),

(Mt 1:20), (Mt 18:10), (At 8:26), (At 10:22), (At 12:7), (I Cor 4:9), (Gl 3:19), enfim, (Hb 1:7

[ACF2007]).

“E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de

fogo”.

O culto é racional, e por isso o homem espiritual deve discernir na ordem natural a

presença dos anjos não cobrindo sua cabeça causando confusão, mesmo embora em

Cristo não haja distinção entre homem e mulher (Gl 03:28). Ter o varão tal atitude desonra

a sua própria proeminência mostrando dentro da Igreja que é falto de entendimento e

alienado à realidade da questão dos anjos, demonstrando não ter discernimento quanto às

verdades espirituais da presença dos anjos em todo o momento na vida dos santos e no

culto a Deus, ou seja, cobrir e não cobrir a cabeça é somente uma questão terrena

espiritual e não uma realidade no âmbito celestial, também de extrema importância.

Devemos entender que há questões terrenas que são espirituais e que há questão

explicitamente celestial. Para uma melhor compreensão vamos a passagem de João 3

onde Jesus de Nazaré diz a Nicodemos que aquele que não nascer da água e do Espírito

não pode entrar no reino de Deus e o que é nascido da carne é carne e do Espírito é

espírito (verso 5 e 6). Isto tudo que Jesus disse é terreno, sendo o celestial o Reino de

Deus. Nicodemos quando pergunta, (Jo 3:9 [ACF2007]) “Nicodemos respondeu, e disse-

lhe: Como pode ser isso?”, a resposta de Cristo comprova que tudo o que havia dito seria

terreno (Jo 3:12 [ACF2007]) “Se vos falei de [coisas] terrestres, e não crestes, como

crereis, se vos falar das celestiais?”. Em suma, algo terreno poderá ser mundano ou de

ordem espiritual e jamais celestial por enquanto, pois para Deus não há nada impossível.

(Lc 1:37 [ACF2007]) “Porque para Deus nada é impossível.”

Page 9: O uso do véu

9 5 Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria

cabeça, porque é como se estivesse rapada.

(1Co 11:5 [TR]) πασα δε γυνη προσευχομενη η προφητευουσα ακατακαλυπτω τη κεφαλη

καταισχυνει την κεφαλην εαυτης εν γαρ εστι και το αυτο τη εξυρημενη

Esta expressão usada refere-se a uma condição emocional, psicológica ou moral da

mulher no momento litúrgico, sem o véu ela estaria demonstrando o seu modo próprio de

encarar a situação e aos acontecimentos em relação aos anjos, ou seja, está sendo

licenciosa desonrando sua própria pessoa (cabeça). Violando o entendimento correto das

coisas, no autômato, está se desonrando seguindo ordens como se destituída de

consciência, raciocínio, pois é atitude imprópria da serva de Deus não saber discernir a

questão dos anjos para assim prestar um culto racional a Deus. Como já vimos, em foco, a

mulher deve usar o véu na oração e culto por causa dos anjos e não devido a Deus (Gl

03:28) ou aos homens (1Co 11:10).

Para a mulher é coisa indecente rapar tanto quanto não discernir a importância de se ter

que cumprir o uso do véu sobre o cabelo na questão dos anjos, por isso a expressão “como

se estivesse rapada”, querendo nos dizer que é muito mais indecente não entender a

questão dos anjos, ignorar ou discordar da necessidade do uso do véu mediante aos fatos.

6 Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher

é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.

(1Co 11:6 [TR]) ει γαρ ου κατακαλυπτεται γυνη και κειρασθω ει δε αισχρον γυναικι το

κειρασθαι η ξυρασθαι κατακαλυπτεσθω

Paulo ao usar a palavra “portanto” quis dizer; “assim sendo”, e quando diz “tosquie-

se também”, está apresentando uma solução e não uma loucura ou alienação aos fatos,

tanto que logo nos leva a analisarmos a questão da mulher na sociedade de que é

vergonhoso tosquiar-se ou rapar-se. É intenso neste verso que a questão não é a mulher

cobrir a cabeça por submissão ao homem, e sim o cabelo por causa dos anjos (verso 10),

tanto que ela tem a opção de rapar-se ou tosquiar-se e não fazer uso do véu.

Não fazendo uso do véu poderíamos dizer que ela não precisaria mais demostrar

submissão aos homens na igreja por ter rapado ou cortado curto radical o cabelo?

Por que só as mulheres de cabelo comprido teriam de por o véu como sinal submissão aos

homens?

Por isso esta interpretação de que a mulher deve usar o véu como sinal de submissão ao

homem não resulta num entendimento fulgente cristão.

Este sexto verso magnificamente mostra que a mulher cortar radical o cabelo ou raspá-lo

não é pecado, Paulo não estaria dizendo para a mulher que não se cobre com véu cortar

radical o cabelo ou raspá-lo se esta atitude fosse episódio de pecado.

[*tosquiar-se (cortar muito curto, radical). *rapar-se (ação de limpar, cortar rente o pelo, com

navalha)].

Repercuto, “Paulo ao usar a palavra “portanto” quis dizer; “assim sendo”, e quando diz

“tosquie-se também”, está apresentando uma solução e não uma loucura ou alienação aos

fatos, tanto que logo nos leva a analisarmos a questão da mulher na sociedade de que é

vergonhoso tosquiar-se ou rapar-se.”

7 O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a

mulher é a glória do homem.

(1Co 11:7 [TR]) ανηρ μεν γαρ ουκ οφειλει κατακαλυπτεσθαι την κεφαλην εικων και δοξα θεου

υπαρχων γυνη δε δοξα ανδρος εστιν

Page 10: O uso do véu

10

8 Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.

(1Co 11:8 [TR]) ου γαρ εστιν ανηρ εκ γυναικος αλλα γυνη εξ ανδρος

9 Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do

homem.

(1Co 11:9 [TR]) και γαρ ουκ εκτισθη ανηρ δια την γυναικα αλλα γυνη δια τον ανδρα

A mulher não é a imagem e glória de Deus, e por isso ela deve cobrir a cabeça?

Não é nascente o aforismo no verso 7 “o homem é o cabeça” ante (Gn 1:27 [ACF2007]) “E

criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”,

pois ambos foram criados por Deus, não criou Deus a mulher para o homem em primeiro

plano, antes criou um para o outro e tudo e todos em harmonia inclusive animais e plantas,

pois disse o SENHOR Deus: “Não é bom que o homem esteja só”, (Gn 2:18).

Deus não pensou na mulher para o homem em primeiro plano, pensou na situação dele

não estar só, ou seja, criou a mulher para que a partir dela não estivesse só, não criou a

mulher para ser dele. Na integra o homem não poderia ficar só na face da terra, seria bom

que tivesse amigos, irmãos, sobrinhos, mãe, pai, companheiros para o trabalho e com

quem projetar e unir forças para viver a vida. Mas para chegar a isto teria de se ter um

ponto de partida onde tudo se concluiria dentro da ordem criadora do gênesis, crescei e

multiplicai. Para isto, Adão sendo homem, criou Deus a mulher, se houvera criado a mulher

primeiro, também não seria bom que a mulher vivesse só, do mesmo modo teria criado o

homem, não para ela, mas para que ela não vivesse só a partir dele.

Não é bom que o homem ou até mesmo a mulher esteja só, e não significa sexo e possuir

alguém para si quando isto Deus falou. Significa viver em família, amor e união com o

próximo no presente e futuro. É desagradável um servo ou serva de Deus ao ler Gn 2:18

pensar minusculamente em sexo, prazer e no poder de possuir alguém para o seu próprio

ego no corpo e na alma. Após este episódio de gênesis houve e há homens e mulheres

que não fazem sexo, e por se portarem assim não constitui estarem sós, pois eles têm

amigos, vizinhos, família e outras pessoas que na sociedade lhes prestam serviços como

professores, médicos, motorista e ainda suporte espiritual como pastores, padres e demais

irmão na fé. O prelúdio de Gn 2:18 é particularmente um problema inicial que já foi

resolvido quando Deus criou a “varoa” que após o pecado se tornou “Eva”.

Não seria justo Deus criar a mulher menos favorecida ou menos racional, ao observarmos

vemos que as ordens e os domínios dados antes do pecado foram aos dois sem distinção

de sexo ou de suposta grande valorização alocada ao homem. (Gn 1:28 [ACF2007]) “E

Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e

sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o

animal que se move sobre a terra”, ou seja, Deus sortiu uma ajudadora comparável a ele e

jamais inferior, demonstrando ser um Deus a favor da vida, liberdade.

E porque Paulo fala que esta mulher é a glória do homem?

A princípio um era a glória do outro, todos e tudo de Deus. Havia a perfeição na

convivência, mas vindo o pecado surgiu a bifurcação, tanto que a qualificação dado pelo

“varão” logo após o surgimento da mulher antes do pecado como já citei, foi o de “varoa”,

significando serem semelhantes, “varão e varoa”. Logo após o pecado foi dado por Adão a

esta varoa o denominativo de Eva=vida [חוה Chavvah ], que é um causativo, justo por ser

“mãe” [אם ’em], que no hebraico tem o significado de “ponto de partida ou divisão”

(bifurcação). O surgimento deste ponto de partida mudam os acontecimentos, a mulher

passa a ser sujeita ao homem como consequência de seu erro e não por aceitar

passivamente a dominação, embora ela deva segundo (1Tm 2:14 e 15 [ACF2007]) “E Adão

Page 11: O uso do véu

11 não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á,

porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação”,

o substantivo “modéstia” inserida pelo tradutor vem do grego σωφροσυνη [sophrosune],

que equivale ao estado de conservar-se em estabilidade mental, com moderação e

autocontrole. Justo por que é impossível que alguém tendo de suportar pela expressão

condicional usada “se permanecer”, sinta-se com isto concretizada em não poder partir em

referência ao seu estado e condição em que vive. É majoritária a lei da liberdade para

todos por ter e possuir os votos bíblicos imprescindíveis à alma escravizada e aprisionada

devido ao pecado.

Paulo nos versos 7, 8 e 9, novamente remonta o raciocínio à doutrina do Gênesis bíblico e

no verso 10 a causa de tudo [anjos].

Onde no Gênesis [anjos] se faziam presentes adquirindo conhecimento no

desenvolvimento do quadro da criação do macho e fêmea, dos animais e botânica, de tudo

ante o seu Criador e implicações. Também por meio da contemplação adveio aos anjos a

informação da ordem de todas as coisas criadas, a de compreender o certo e o errado, o

bem e mal. Contemplação abalizada na circunspecção da criação cuja operação depende

da intervenção consciente da vontade de todos em harmonização sem a exclusão do Seu

Criador no corpo de regras e das diligências estabelecidas.

Os anos ao considerarem a criação, passam a serem formados e aperfeiçoados quanto à

ordem e igualmente o que seria a desordem da mesma. Dentro deste contexto todo Paulo

arremete aos irmãos e irmãs o discernimento da ordem criadora inicial, de que a mulher

não é a glória do varão antes de ambos pecarem, porquanto a “varoa” saiu de dentro do

“varão” ( Gn 2:21,22,23 ), na “Bíblia Literal do Texto Tradicional Anotada” diz exatamente

assim; E Adão disse: "Esta [é] agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta

será chamada varoa, porquanto foi tomada de dentro do varão." (Gn 2:23 [LTT2009]).

Após a desobediência e desordem, passa a ser necessária uma nova ordem à

reestabelecer dando continuidade, surgi então a reordenação criadora no Gênesis. É

dentro desta reordenação que se encontra a ordem devida na liturgia pregada por Paulo,

não a idéia de que a mulher é inferior ou que em Cristo a mulher continua não liberta da

consequência de seu erro lá no Éden que assinalou de um modo geral a situação de sua

alma (Gn 3:16 [ACF2007]) “E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua

conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te

dominará.” Pode-se dizer que a mulher continua a sofrer dor em sua conceição, mas isto é

natural e não espiritual, e quando a bíblia diz que toda a criação geme e não só ela, mas

nós mesmos (Rm 8:23, 23), entre outras esta passagem também cita o aumento doloroso

da mulher na conceição e o suor do homem seguindo a reordenação que passou a ser

chamado de natural por nós, o que não era a princípio. Mas a questão de escravidão na

alma, opressão sentimental espiritual, onde a lei da liberdade em Cristo Reina, não deverá

ser mantida. É majoritária a lei da liberdade para todos por ter e possuir os votos bíblicos

imprescindíveis, Cristo é tudo em vós. (Jo 8:36 [ACF2007]) “Se, pois, o Filho vos libertar,

verdadeiramente sereis livres”.

É consequente sofrermos aflições por meio de fatores externos e não entre nós, o servo e a

serva não deve oprimir sua irmã ou irmão, devem respeitar a lei da liberdade da alma e do

espírito e levarem a carga um dos outros.

Quando um homem sujeita a mulher ou acha que esta deve a ele alguma glória, o faz

submissa sem razão não discernindo todas as coisas. A mulher é adjutora e o homem nada

é também sem a mulher, ou seja, Paulo explica a ordem na criação para a ordem no culto,

mas adverte e determina que sejam todos iguais diante de Deus (1Co 11:11 e 12

[ACF2007]) “Todavia, nem o homem [é] sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no

Page 12: O uso do véu

12 Senhor. 12 Porque, como a mulher [provém] do homem, assim também o homem [provém]

da mulher, mas tudo vem de Deus”.

É por esta razão toda explicada e por questão da criação, que a mulher deve fazer uso do

véu, sendo só uma questão de ordem no mundo natural contemplado e servido pelos anjos

(1Co 11:9 [ACF2007]) “Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas

a mulher por causa do homem. 10 Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça [sinal de]

poderio, por causa dos anjos”.

A palavra “portanto” (verso 10) significa assim sendo, por conseguinte, por causa disto e

consequentemente, ou seja, usar véu é uma consequência de fatores externos e naturais

da nossa esfera de convívio, nunca por motivos espirituais e devoção a homem ou

submissão de alma a qualquer homem. Embora o respeito e o amor sejam precisados e

mútuos nos irmãos não devendo ser confundidos quando parte da mulher em relação ao

homem como equivalência de submissão, o fator uso do véu nunca é em sujeição ao

homem e sim por causa dos anjos.

10 Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça [sinal de] poderio, por causa dos anjos.

(1Co 11:10 [TR]) ( δια τουτο οφειλει η γυνη εξουσιαν εχειν επι της κεφαλης δια τους

αγγελους )

Este verso 10 é a chave do contexto todo. A palavra “portanto” é o mesmo que dizer

“por causa disto”, ou seja, Paulo conclui o assunto dizendo; “por causa disto a mulher

deve”, precisa, é obrigada não havendo probabilidade de isenção e sim um débito

decorrente no evento. Talvez o que muitos não observam é a simples palavra “deve” no

verso, e se deve terá de preencher o débito usando o véu. O uso do “portanto” mostra que

este versículo é uma conclusão do que o apóstolo estava abordando, na estimativa

presença real dos anjos na liturgia.

Deve ter sobre a cabeça “poderio” [ εξουσια - exousia ], ou seja, direito ou poder de

ordenar, de agir, de se fazer obedecer, liberdade para se fazer como se quer. Esta palavra

“exousia”, não deriva de governar, domínio e poder, posse e comando. Não é isso o que

Paulo quis dizer, “Exousia” deriva de se expandir, retesar, arrojar, projetar para frente,

esticar, ou seja, o uso do véu é para projetar a mulher, ter o direito de ordenar e o poder de

agir na liturgia, culto. É improfícuo a mulher fazer uso do véu não podendo agir como os

homens obram no serviço de culto.

Não receber tal poderio estando com o véu, e não tendo prestígio da irmandade masculina

para poder agir sem restrição, é inculto a irmã encontrar-se utilizando o véu na liturgia. Há

igrejas em que as mulheres fazem uso do véu não podendo pregar a palavra, subir na

tribuna, batizar ou ordenar qualquer outra coisa, estas irmãs fazem o uso do véu no modo

fantasioso, como se o véu que usam não lhes concedesse poderio algum ou nem mesmo o

reconhecimento da irmandade masculina para o serviço de culto. Uma liderança zelosa que

dá autoridade apropriada a Palavra de Deus, deve antes bispar o que tão claro conservar-

se no verso 10, o poderio que a mulher recebe ao fazer uso do véu.

11 Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no SENHOR.

(1Co 11:12 [TR]) ωςπερ γαρ η γυνη εκ του ανδρος ουτω και ο ανηρ δια της γυναικος τα δε

παντα εκ του θεου

12 Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher,

mas tudo vem de Deus.

(1Co 11:11 [TR]) πλην ουτε ανηρ χωρις γυναικος ουτε γυνη χωρις ανδρος εν κυριω

Page 13: O uso do véu

13 Os versos 11 e 12 conjuminam com a vontade de Deus inicial de Gênesis antes do

pecado, por isso Paulo diz “todavia”, ou seja, em todo o caminho ou desta forma. O uso do

véu por causa dos anjos não tem o significado de ser inferior no SENHOR, quando o

homem não independe da mulher e nem a mulher independe do homem. As traduções

bíblicas em geral traduzem χωρις – choris por “sem” ou “independente”, denotando que a

mulher não é separada do homem e muito menos o homem se destaca da mulher.

Paulo apregoa submissão das mulheres aos maridos no convívio conjugal na conjuntura

social da época e cultura, inculca explicitamente sua subordinação ao homem na relação

do casamento deste século (Efésios 5:22, Colossenses 3:18 , 1 Pedro 03:01), mas não na

liturgia. Deixa claro ao dizer que somos todos iguais no SENHOR, homens e mulheres,

“nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no SENHOR”, ambos em a

mesma plataforma.

Se antes do pecado a mulher proveio do homem e se há nisto alguma glória para o mesmo

(verso 12), vemos que após o pecado, “todos os homens” derivando da mulher inclusive o

Salvador bem como as demais mulheres, seria então uma glória maior que a do homem

sem contar que esta também concebeu do mais Sagrado, do Espirito Santo. Outro fator a

isto, é que após a consequência do pecado a mulher é imediatamente convocada a

conceber “o” Semente de Deus, quando o homem e a serpente permanecem desolados no

contexto sem prévia participação. Mas em nada disto há uma importância na real totalidade

da humanidade, “tudo vem de Deus” como um propósito Divino, conclui Paulo.

Se Paulo convivesse em nossa atual conjuntura social, apregoaria que homem e mulher

devem ser submissos um ao outro na vida conjugal para uma ordem mais humana e justa

igualitariamente no SENHOR, absoluta em matéria política, social e cívica. Justo pelo

adequado casamento de direitos iguais deste século, impetrar superioridades na

compreensão dos casais mais civilizados em combinar-se e harmonizar-se melhormente

frente aos problemas sociais de sua época, civil e religioso.

13 Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?

(1Co 11:13 [TR]) υμιν αυτοις κρινατε πρεπον εστι γυναικα ακατακαλυπτον τω θεω

προσευχεσθαι ;

14 Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo

crescido?

(1Co 11:14 [TR]) η ουδε αυτη η φυσις διδασκει υμας οτι ανηρ μεν εαν κομα ατιμια αυτω εστι

15 Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar

de véu.

(1Co 11:15 [TR]) γυνη δε εαν κομα δοξα αυτη εστιν; οτι η κομη αντι περιβολαιου δεδοται

αυτη

Não importando se a mulher está num culto público ou em secreto, ao fazer uso do véu ela

está em conformidade com o que se espera da sua apresentação por causa dos anjos, ou

seja, decentemente?

Após tornar claro e inteligível a questão do véu, Paulo diz; “Julgai”, não para deliberar como

juiz, nem de supor e nem de emitir parecer, e sim considerar. E ao considerar, está nos

conforme-os com o que se espera da mulher. Orar a Deus sem o véu? É conveniente

[decente - πρεπω - prepo] (verso 13) manifestar-se a Deus sem o véu? Sim ou não?

Observemos a resposta lógica do verso 14 a seguir; “Ou não vos ensina a mesma natureza

que é desonra para o homem ter cabelo crescido?”. A conjunção “ou”, serve para ligar as

orações desta homilia, indicando: obedecendo à mesma ordem.

Page 14: O uso do véu

14 No verso 15 Paulo faz citação ao cabelo da mulher no qual deu motivos nos versos

anteriores para cobri-lo com o véu (verso 6). Vemos que na homilia Paulo deu razões

obvias para cobri-lo, vemos no verso 15 ele defender as mulheres que querem ter o cabelo

crescido por ser-lhes honroso, assim como não poderia contra dizer-se no que disse no

verso 6 “...se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu”.

Ou seja, Paulo não poderia no verso 6 pedir o uso do véu quando pela natureza é

indecente ela ter cabelo curto, e no verso 15 exonerar o véu por causa do seu próprio

cabelo comprido. É obtuso pensar que o uso do cabelo comprido substitui o véu quando o

contexto do véu é para cobrir o cabelo comprido e não a cabeça.

O que induzem as pessoas a arrazoarem erroneamente e não acertar toda a questão do

véu é não ter descoberto na leitura que o véu não é para cobrir a cabeça da mulher e sim o

cabelo comprido que ela possui (reler dissertação feita do verso 6 para melhor entender).

Paulo não poderia ter dito no verso 6 “ que ponha o véu” se o motivo não fosse o próprio

cabelo comprido na questão, sendo que se rapasse não teria de usar o véu (verso 6). Logo

segue que o cabelo não foi lhe dado em lugar de véu na liturgia se não somente no uso

natural (natureza) com Paulo mesmo discorre; “Ou não vos ensina a mesma natureza que

é desonra para o homem ter cabelo crescido, mas ter a mulher cabelo crescido lhe é

honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu” (na natureza). Natureza é o

conjunto de elementos do mundo natural em que vive o ser humano, homem e mulher, e

liturgia é o universo espiritual deste ser, de adorar em espírito e em verdade (João 4:23).

Paulo nunca tirou o direito das mulheres de querer ter cabelo crescido pela sua natureza,

pois dentro do mundo natural lhe é honroso, indecente (vergonhoso) seria tirá-lo, uma

intratabilidade. Solução, que ponha o véu (verso 6).

Pormenorizando..., não significa que ao ter pela natureza a mulher cabelo crescido é

motivo de ela usar o não o véu, ou por ser isto ao menos algum exemplo a ser seguido na

liturgia.

16 Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de

Deus.

(1Co 11:16 [TR]) ει δε τις δοκει φιλονεικος ειναι ημεις τοιαυτην συνηθειαν ουκ εχομεν ουδε αι

εκκλησιαι του θεου

17 Nisto, porém, que vou dizer-vos não [vos] louvo; porquanto vos ajuntais, não para

melhor, senão para pior.

(1Co 11:17 [TR]) τουτο δε παραγγελλων ουκ επαινω οτι ουκ εις το κρειττον αλλ εις το ηττον

συνερχεσθε

18 Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões;

e em parte o creio.

(1Co 11:18 [TR])πρωτον μεν γαρ συνερχομενων υμων εν τη εκκλησια ακουω σχισματα εν

υμιν υπαρχειν και μερος τι πιστευω

19 E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem

entre vós.

(1Co 11:19 [TR])

δει γαρ και αιρεσεις εν υμιν ειναι ινα οι δοκιμοι φανεροι γενωνται εν υμιν

Sabemos que o uso do véu não é costume apregoado por Paulo, verso 10 diz que é um

dever. Neste verso 16, “costume”, se refere as contendas como uma particularidade de

Page 15: O uso do véu

15 algumas pessoas na igreja de Corintos rezingada por Paulo nos versos 17, 18, 19 e

anteriores;

(1Co 1:10 [ACF2007]) “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo,

que digais todos uma mesma [coisa], e [que] não haja entre vós dissensões; antes sejais

unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer”.

(1Co 1:11 [ACF2007]) “Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da

família de Cloé que há contendas entre vós”.

(1Co 3:3 [ACF2007]) “Porque ainda sois carnais; pois, [havendo] entre vós inveja,

contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?”

Observe que Paulo fala que “se alguém quiser ser contencioso”, não diz que na igreja todos

são contenciosos, ao comentar haver nela “sinceros” (verso 19). A colocação de Paulo foi

sábia ao dizer “não temos tal costume, nem as igrejas de Deus”, denotando ser costume

particular de alguns somente, não sendo a dele e nem das igrejas de Deus.

Ligando o elo perdido pela igreja cristã.

Uma vez entendido a causa do uso do véu em sua abrangência parcial, resta ainda saber o

que antipatiza a mulher ter cabelo comprido diante dos anjos na liturgia.

Antes, por que existem e o que são os anjos?

*Teologia dos anjos tem como enfoque principal estudar a existência, ministério e presença

dos anjos na vida dos que servem e temem a Deus. A ênfase sobre esta doutrina, porém,

tem gerado sérios problemas, levando os incautos, inclusive, a prestar culto aos seres

angélicos. [*DIC. TEOL. autor Claudionor Correia de Andrade].

O ministério dos anjos é determinado pelo próprio vocábulo anjo, operam de acordo com a

justiça de Deus não estando subordinados a nossa vontade embora cuidem dos filhos de

Deus, (Hb 1:14 [ACF2007]) “Não são porventura todos eles espíritos ministradores,

enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Sl 34:7 [ACF2007])

“O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.” e (At 5:19; 12:7; Ap

7:1-3).

São enviados para punir (cf Ex 12:13; 2 Sm 24:17; At 12:23; Ap 8:2; 15:1; 16:1).

A palavra anjo “αγγελος-aggelos” tem uma origem, vem de um sentido e tem um ensejo em

sê-la, pois é a junção do verbo primário grego “αγω-ago” com a palavra “αγελη-agele”. A

palavra “αγω-ago” significa conduzir pelas mãos a um lugar determinado, a palavra “αγελη-

agele” denota quantidade, companhia, rebanho. Sendo assim a palavra anjo significa

aquele que conduz um rebanho pelas mãos, no caso pessoas a um destino seguro.

Só entendendo as junções das palavras “ago+agele”, que deram origem a palavra anjo

“aggelos”, é que poderemos entender por que no livro do Apocalipse a palavra foi

endereçada ao “anjo da igreja”, e do por que se faz uso deste termo àquele que preside na

comunidade. Não é complexo, mas é surpreso ver toda esta relação entre anjos, homens,

Deus, Lei e evangelho, Cristo e a igreja.

Por tudo isto e não só por isso, durante toda a história humana os anjos ganharam este

autônimo como o resultado de suas funções expeditivas com os desígnios Divinos de guiar

os homens. Ou seja, de guiar um rebanho a Deus até que viesse a posteridade a quem a

promessa tinha sido feita, até a plenitude dos tempos (Gal 3:19: 4:4). Não só por isso como

disse, mas também de guiar para fora do perigo. Os anjos não só guiaram os homens até a

vinda de Jesus na plenitude dos tempos como interveem na história da igreja, e equivalem

em completude a uma manifestação plenamente Divina, observam, acompanham a

ampliação e amplidão do evangelho no mundo participando efetivamente (ver Ef 3:10, 1 Pe

1:12).

Page 16: O uso do véu

16

Para melhor entender o que antipatiza a mulher ter cabelo comprido diante dos anjos na

liturgia, qual a relação do homem com o cabelo da mulher?

Biblicamente os homens são deuses;

-(Sl 82:6 [ACF2007]) “Eu disse: Vós [sois] deuses [heb. אלהים (’elohiym )], e todos vós filhos

do Altíssimo.”

-Jo 10:34-35-36 (ACF2007) “Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu

disse: Sois deuses [gr. θεος ( theos )]? Pois, se [a lei] chamou deuses àqueles a quem a

palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada, Àquele a quem o Pai

santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?”

A mulher tem o cabelo comprido segundo a natureza e não segundo os propósitos de

Deus, mas por ser agradável a ela, aos homens e a sociedade tanto a religiosa como a

comum, a reconhecem e a adotam, enfim, passa a lhe é honroso. Desta forma agrada a

homens (deuses-senhores) em termos gerais. Por isso ao se apresentar diante de Deus,

estando presentes seus santos anjos que nos assistem nas assembleias para o culto

racional em que glorificam a Deus pela Sua multiforme sabedoria que se encontra na igreja

de Cristo (Ef 3:10), num deverá adentrar carregando este sinal (cabelo comprido) à

presença de Deus sabendo que segundo o uso natural lhe é honroso, justo por agradar

outros senhores (deuses) em termos gerais. Então que tenha o véu como sinal de poderio,

cobrindo o cabelo em reconhecimento e discernimento, sem perder a honra natural em tê-

lo. Deus é amor e não afligirá a mulher naquilo em que lhe é uma honra ter, bastando ela

fazer o uso do véu, discernindo tudo não desonrará a sua própria cabeça (I Coríntios 11:5),

dando toda a devoção e honra unicamente em totalidade a Deus.

Se lhe é vergonhoso segundo o uso natural tosquiar ou raspar o cabelo, que ponha o véu

segundo o amor Divino (1 Coríntios 11:6). Amor este, sabendo Deus ser uma glória e honra

à sua filha ter o cabelo comprido, não exige sacrifício triste em ato substitutivo ao sacrifício

vivo, santo e agradável a Deus que é o culto racional (Rom 12:1), discernindo com

entendimento, ordem e decência as questões terrenas e espirituais.

Shallon Oneg Sabbat, amém...

Amauri R. Ferreira.

2014