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O ELITE RESOLVE UNIFESP 2008 - LÍNGUAS

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LÍNGUA PORTUGUESA

QUESTÃO 01 Considere o texto e analise as três afirmações seguintes.

I. A frase Toda criança deve ser assistida quanto ao seu direito à atenção e ao carinho dos adultos está correta quanto aos sentidos propostos no texto e também quanto à regência. II. Deve-se interpretar a referência do pronome você como criança, conforme sugerido pelo título do texto. III. As duas orações que compõem as perguntas estabelecem entre si relação de adversidade. Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III.

Resolução Alternativa D I. Correta. O verbo assistir, quando transitivo direto, significa “dar assistência”, sentido coerente com o texto, que defende o apoio à criança. Já as regências indiretas de “à atenção” e “ao carinho” referem-se ao substantivo “direito”, que rege preposição a. II. Correta. Certamente, o referente do pronome você é criança porque, posteriormente, as atitudes solicitadas dizem respeito ao universo infantil: papai, mamãe, fazer um desenho... III. Incorreta. A relação que se estabelece é de confirmação, não de adversidade: as orações se complementam, não se contrariam.

Texto INSTRUÇÃO: Considere o trecho de notícia seguinte para responder às questões de números 02 e 03.

Polícia investiga troca de bebê por casa A polícia do Paraná está investigando três casos de doação ilegal de bebês no Estado, que teriam sido trocados pelos pais por material de construção, cestas básicas e por uma casa.

(Folha de S.Paulo, 10.06.1999.)

QUESTÃO 02 Comparando o primeiro texto, De criança para criança, com o texto da notícia, é correto afirmar que a atitude dos pais a) viola o exposto naquele texto, já que eles não obtiveram vantagens pessoais com a doação. b) confirma o que vem exposto naquele texto, já que os bebês foram doados para que tivessem uma vida melhor. c) contradiz o que vem exposto naquele texto, já que os bebês não foram devidamente respeitados. d) nega o que vem exposto naquele texto, já que a adoção não violou o direito dos bebês. e) confirma o que vem exposto naquele texto quanto à doação, que é ilegal, mas necessária.

Resolução Alternativa C a) Incorreta, pois os pais dos bebês tiveram uma óbvia vantagem pessoal (ganharam bens materiais) com a doação. b) Incorreta: nada no texto indica que os bebês doados teriam uma vida melhor; logo, afirmar isso é uma extrapolação do sentido do texto, o que não deve ser feito em uma prova de interpretação. c) Correta: ao contrário do que se defende no texto da questão 01, os pais não assumiram os deveres que tinham com os filhos. O texto da

questão afirma, inclusive, que os cuidados devem vir “de preferência do papai e da mamãe”, preceito que foi claramente desrespeitado pelos pais citados na notícia. d) Incorreta: a adoção violou os direitos dos bebês de receber cuidados de seus próprios pais; além disso, nada garante que as pessoas que os receberam pretendem cuidar deles como seus próprios filhos. e) Incorreta: o texto da questão 01 não afirma em momento algum que a doação de bebês é necessária.

QUESTÃO 03 Tendo em vista que a investigação policial não estava concluída na época da publicação da notícia, o emprego da forma verbal teriam sugere que os casos investigados eram a) fantasiosos. b) possíveis. c) confirmados. d) contraditórios. e) idealizados.

Resolução Alternativa B Os verbos, conjugados no pretérito imperfeito do indicativo, comumente assumem valor de possibilidade. Dessa forma, sem uma certeza de determinado fato, o locutor não se compromete com a afirmação. É o caso do texto: sem a conclusão da investigação policial, o jornal se utiliza dessa forma verbal (teriam) para não se responsabilizar por uma possível veiculação de notícia enganosa.

Texto INSTRUÇÃO: As questões de números 04 a 08 baseiam-se no texto de Moacyr Scliar.

A casa das ilusões perdidas Quando ela anunciou que estava grávida, a primeira reação

dele foi de desagrado, logo seguida de franca irritação. Que coisa, disse, você não podia tomar cuidado, engravidar logo agora que estou desempregado, numa pior, você não tem cabeça mesmo, não sei o que vi em você, já deveria ter trocado de mulher havia muito tempo. Ela, naturalmente, chorou, chorou muito. Disse que ele tinha razão, que aquilo fora uma irresponsabilidade, mas mesmo assim queria ter o filho. Sempre sonhara com isso, com a maternidade — e agora que o sonho estava prestes a se realizar, não deixaria que ele se desfizesse.

— Por favor, suplicou. — Eu faço tudo que você quiser, eu dou um jeito de arranjar trabalho, eu sustento o nenê, mas, por favor, me deixe ser mãe.

Ele disse que ia pensar. Ao fim de três dias daria a resposta. E sumiu.

Voltou, não ao cabo de três dias, mas de três meses. Àquela altura ela já estava com uma barriga avantajada que tornava impossível o aborto; ao vê-lo, esqueceu a desconsideração, esqueceu tudo — estava certa de que ele vinha com a mensagem que tanto esperava, você pode ter o nenê, eu ajudo você a criá-lo.

Estava errada. Ele vinha, sim, dizer-lhe que podia dar à luz a criança; mas não para ficar com ela. Já tinha feito o negócio: trocariam o recém-nascido por uma casa. A casa que não tinham e que agora seria o lar deles, o lar onde — agora ele prometia — ficariam para sempre.

Ela ficou desesperada. De novo caiu em prantos, de novo implorou. Ele se mostrou irredutível. E ela, como sempre, cedeu.

Entregue a criança, foram visitar a casa. Era uma modesta construção num bairro popular. Mas era o lar prometido e ela ficou extasiada. Ali mesmo, contudo, fez uma declaração:

— Nós vamos encher esta casa de crianças. Quatro ou cinco, no mínimo.

Ele não disse nada, mas ficou pensando. Quatro ou cinco casas, aquilo era um bom começo.

(Moacyr Scliar, Folha de S.Paulo, 14.06.1999.) QUESTÃO 04

No texto, a idéia de ilusões perdidas diz respeito à a) realização da maternidade que, na verdade, não atinge a sua plenitude. b) desolação da jovem mãe ao ver que a casa recebida não era luxuosa como concebera. c) alegria da mãe com a casa e à superação da tristeza pela doação da criança. d) melancolia da mãe por programar todas as crianças que teria para trocar por casas. e) certeza do homem de que a mulher não formará com ele um lar na casa nova.

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Resolução Alternativa A a) Correta. No texto, a mulher deseja ser mãe, e realiza tal feito. No entanto, a maternidade não se realiza plenamente porque ela se vê obrigada a doar o filho, não podendo efetivar seu papel maternal. b) Incorreta. A mãe desejava ter o filho, não ganhar a casa. Portanto, não há idealização, por parte dela, do imóvel a ser recebido. c) Incorreta. A mãe não se vê feliz com a casa, tampouco supera a tristeza por ter doado sua criança. d) Incorreta. A mãe se vê animada com a possibilidade de filhos no futuro, e não deseja trocá-los por casas: quer realizar plenamente a maternidade. O desejo de novos imóveis é do pai. e) Incorreta. Tal certeza do pai não diz respeito às ilusões perdidas: ele não idealiza nada e é o responsável por não formar uma família na casa: ele almeja vender suas crianças por novas casas no futuro.

QUESTÃO 05 O casal age de modo contrário aos sentimentos comuns de justiça e dignidade. No contexto da narrativa, tais comportamentos explicam-se a) pela falta de amor que há entre a mulher e o companheiro, fazendo com que tudo que os rodeia se torne um negócio vantajoso. b) pelo amor exagerado que a mulher sente e pela confusão de sentimentos que o companheiro vive na descoberta desse amor. c) pelo ódio exagerado que a mulher sente do companheiro e pela forma displicente e pouco amável como ele a vê. d) pela submissão exagerada da mulher ao companheiro e pela forma mesquinha e interesseira como ele resolve as coisas. e) pela forma irresponsável com que a mulher age em relação ao companheiro, o que o faz tomar atitudes impensadas.

Resolução Alternativa D a) Incorreta: não fica claro no texto que há falta de amor entre as duas metades do casal, mas, principalmente, não há nenhum outro “negócio vantajoso” mencionado no texto. Seria errado, portanto, dizer que tudo o que os cerca se caracteriza por ser um bom negócio. b) Incorreta: não há no texto indicações de um “amor exagerado” sentido pela mulher. Além disso, o companheiro dela de modo algum passa por uma “confusão de sentimentos”: ainda que ele tenha mais de um sentimento (primeiro desagrado, depois irritação), eles são coerentes entre si, não confusos. c) Incorreta: embora haja realmente displicência na forma como o homem trata a mulher, ela não demonstra ódio pelo companheiro, mesmo tendo seu pedido negado. d) Correta: a principal característica da mulher é justamente a submissão, como comprovado no trecho “e ela, como sempre, cedeu”. E ele prova resolver as coisas de forma mesquinha e interesseira, pois, além de trocar o primeiro filho por uma casa, planeja fazer o mesmo com os próximos. e) Incorreta: embora a mulher seja acusada de irresponsabilidade pelo companheiro, o contexto nos permite concluir que essa é uma acusação falsa, pois a “culpa” da gravidez é de ambos. Além disso, a atitude do marido não é impensada, pois ele se ausenta de casa durante três meses para só então voltar com o plano de trocar a criança. O lapso de tempo permite concluir que ele se informou e planejou a atitude, o que é confirmado pelo fato de ele pretender repeti-la em outras ocasiões.

QUESTÃO 06 Ele não disse nada, mas ficou pensando. Quatro ou cinco casas, aquilo era um bom começo. As duas frases finais do texto deixam evidente que ter mais filhos a) é uma possibilidade pouco atraente para o casal que, por hora, já conquistou algo à custa de sofrimento. b) será para o casal uma forma de alcançar a felicidade, já que a mulher e seu companheiro poderão ter a casa cheia de crianças. c) pode tornar-se lucrativo na ótica do companheiro, embora a mulher ainda veja isso com olhos sonhadores. d) se torna uma forma de compensar o episódio pouco feliz da doação do primeiro filho do casal. e) não alteraria em nada a vida do casal, já que não haveria como fazer os dois esquecerem a criança doada.

Resolução Alternativa C a) Incorreta. Para o homem, não houve sofrimento por ter trocado o filho por uma casa, apenas a mãe sentiu-se mal por isso. Além disso, para ambos, ter mais filhos no futuro seria atraente, mas por razões distintas: o pai deseja trocá-los por novos imóveis; a mãe quer constituir uma família. b) Incorreta. Para a mulher a afirmativa é válida; para o homem, contudo, ter mais filhos significa vendê-los por novas casas. c) Correta. Para o homem, quatro ou cinco filhos poderiam lhe render quatro ou cinco casas. Para a mulher, contudo, ainda havia a ilusão de que ela poderia realizar-se plenamente como mãe. d) Incorreta. Para o homem, a doação foi bem sucedida: ele lucrou uma casa. Para a mulher, contudo, novos filhos realmente poderiam compensar-lhe o sofrimento por ter doado sua criança. e) Incorreta. Para ambos, a vida mudaria: a mulher sonha com a felicidade da maternidade plena e o homem visa ao lucro de novas casas com a venda das crianças.

QUESTÃO 07 Eu faço tudo que você quiser, eu dou um jeito de arranjar trabalho, eu sustento o nenê, mas, por favor, me deixe ser mãe. Mantida a mesma forma de tratamento e supondo que a frase fosse proferida pelo homem, ela assumiria a seguinte forma: a) Faças tudo que eu quero, dês um jeito de arranjar trabalho, sustentas o nenê, que eu te deixo ser mãe. b) Faz tudo que eu quero, dê um jeito de arranjar trabalho, sustenta o nenê, que eu lhe deixo ser mãe. c) Faz tudo que eu quero, dá um jeito de arranjar trabalho, sustenta o nenê, que eu deixo você ser mãe. d) Faça tudo que eu quero, dá um jeito de arranjar trabalho, sustente o nenê, que eu lhe deixo ser mãe. e) Faça tudo que eu quero, dê um jeito de arranjar trabalho, sustente o nenê, que eu a deixo ser mãe.

Resolução Alternativa E A questão pede que a oração seja passada para a voz do homem, mantendo a mesma forma de tratamento. Pela presença do termo “você” na oração original, podemos concluir que essa forma é a da 3ª pessoa do singular (atenção: embora o termo “você” se refira à pessoa com quem se fala (2ª), ele segue a conjugação da 3ª pessoa). Portanto, basta escolher, entre as alternativas, aquelas que contêm as formas aceitas pela gramática normativa nessa forma; pelo contexto, é possível saber qual é o modo de cada um dos verbos: Verbo “Fazer”, imperativo, 3ª pessoa: “faça” (as formas “faz” e “faças” pertencem à conjugação da 2ª pessoa do singular); Verbo “Dar”, imperativo, 3ª pessoa: “dê” (novamente, “dá” e “dês” se referem à 2ª pessoa); Verbo “Sustentar”, imperativo, 3ª pessoa: “sustente” (“sustenta” e “sustentes” ocorrem na 2ª pessoa); O pronome oblíquo “me”, na primeira pessoa, tem a função de objeto direto e irá se transformar em “a” quando passado para a terceira pessoa; a outra possibilidade, “lhe”, cumpre função de objeto indireto, sendo equivalente, portanto, à forma “a mim”, que não aparece na oração original.

QUESTÃO 08 No texto, há muitas retomadas pronominais, basicamente expressas pelos pronomes ele e ela. Isso não gera ambigüidade principalmente porque a) se alternam os pronomes com sinônimos. b) as referências dos pronomes são muito restritas. c) as formas verbais estão todas no mesmo tempo. d) todos os pronomes poderiam ser omitidos. e) as frases curtas limitam a interpretação.

Resolução Alternativa B As referências dos pronomes ele e ela são demasiadamente restritas: o primeiro refere-se ao homem, pai da criança, e o segundo refere-se à mulher, mãe da criança, não havendo possibilidade de confusão referencial. Os tempos verbais em nada colaboram para a compreensão do texto, tampouco a extensão das frases.

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Texto INSTRUÇÃO: Considere trecho da Bíblia para responder às questões de números 09 e 10.

E disse [Deus]: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara escutava à porta da tenda, que estava atrás dele. E eram Abraão e Sara já velhos, e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres.

Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho? (...)

E concebeu Sara, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha falado.

(www.bibliaonline.com.br, Gn 18, 10-12; 21, 2.)

QUESTÃO 09 No trecho, afirma-se que Abraão e Sara já estavam adiantados em idade e que a Sara já havia cessado o costume das mulheres. Essas expressões são a) eufemismos, que remetem, respectivamente, à velhice e ao ciclo menstrual. b) metáforas, que remetem, respectivamente, à idade adulta e ao vigor sexual. c) hipérboles, que remetem, respectivamente, à velhice e à paixão feminina. d) sinestesias, que remetem, respectivamente, à decrepitude e à sensualidade. e) sinédoques, que remetem, respectivamente, à idade adulta e ao amor.

Resolução Alternativa A a) Correta. Eufemismos suavizam expressões agressivas, e é o que ocorre no texto bíblico: “adiantados em idade” substitui a velhice e “havia cessado o costume das mulheres” refere-se à interrupção do ciclo menstrual. b) Incorreta. Metáforas são uma comparação subentendida. Seria o caso em “meu pai é um leão”, significando “bravo como um leão o é”. c) Incorreta. Hipérboles exageram determinadas expressões: seria o caso em “chorou rios de lágrimas”. d) Incorreta. Sinestesias são a relação entre os cinco sentidos. Seria o caso em “olhos aveludados”: visão + tato. e) Incorreta. Sinédoque é um caso especial nas metonímias, em que se troca a palavra que indica o todo de um ser por outra que indica apenas uma parte dele. Seria o caso em “o rebanho tinha mil cabeças”.

QUESTÃO 10 Em • Assim, pois, riu-se Sara consigo... • ... que Deus lhe tinha falado. a conjunção pois tem valor ........... e o pronome lhe refere-se ao termo ............ Os espaços devem ser preenchidos, respectivamente, com a) conclusivo e Abraão. b) explicativo e Sara. c) causal e Sara. d) explicativo e Abraão. e) condicional e Abraão.

Resolução Alternativa A A conjunção pois tem valor conclusivo, já que, no contexto, poderia ser substituída por “então”. Sara riu depois de saber que seria mãe, à revelia da natureza dos corpos seu e do marido. Já o pronome lhe refere-se a Abraão porque Deus conversou apenas com ele: Sara ouviu tudo à porta da tenda.

Texto INSTRUÇÃO: Considere a tirinha para responder às questões de números 11 a 13.

QUESTÃO 11

O termo hedonismo, na fala do pai de Calvin, está relacionado a) à sua busca por valores mais humanos. b) ao seu novo ritmo de vida. c) à sua busca por prazer pessoal e imediato. d) à sua forma convencional de viver. e) ao seu medo de enfrentar a realidade.

Resolução Alternativa C a) Incorreta: nada na tira indica que o pai de Calvin busca valores mais humanos; pelo contrário, ele parece interessado apenas em sua satisfação pessoal. b) Incorreta: não há elementos na tira que indiquem haver um novo ritmo de vida na atividade do pai de Calvin. Ao que tudo indica, ele faz a mesma atividade todo final de semana. c) Correta: “Hedonismo” significa justamente a busca por prazer individual e imediato, o que está em consonância com o contexto da tira, em que o pai de Calvin se dedica, em seus fins de semana, a uma atividade que ele pratica sozinho e que lhe dá prazer. d) Incorreta: o próprio fato de acrescentar ao termo “hedonismo” o adjunto adnominal “dos fins de semana” mostra que essa não é a forma convencional de vida do pai de Calvin, mas sim uma válvula de escape para sua atividade cotidiana. e) Incorreta: não há, na tira, indicações de que o pai do Calvin tenha medo de enfrentar a realidade. Além disso, a presença do verbo “adoro” permite concluir que a relação dele com o hedonismo é positiva, não negativa, como o termo ‘medo’ sugere.

QUESTÃO 12 Assinale a alternativa correta, tendo como referência todas as falas do menino Calvin. a) O emprego de termos como gente e tem é inadequado, uma vez que estão carregados de marcas da linguagem coloquial desajustadas à situação de comunicação apresentada. b) Calvin emprega o pronome você não necessariamente para marcar a interlocução: antes, trata-se de um recurso da linguagem coloquial utilizado como forma de expressar idéias genéricas. c) O emprego de termos de significação ampla — como noção, tudo, normal — prejudica a compreensão do texto, pois o leitor não consegue entender, com clareza, o que se pretende dizer. d) O pronome eles é empregado duas vezes, sendo impossível, no contexto, recuperar-lhe as referências. e) O termo bem é empregado com valor de confirmação das informações precedentes.

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Resolução Alternativa B a) Incorreta. É verdade que “gente” e “tem” são marcas de linguagem coloquial, contudo, perfeitamente adequadas ao contexto de um diálogo oral. b) Correta. O “você”, no contexto, não se refere apenas ao interlocutor de Calvin, o Tigre, mas sim a um alguém genérico: o Tigre, o leitor da tira, uma pessoa qualquer,... c) Incorreta. O emprego de tais termos está em perfeita sintonia com o quadrinho: não há prejuízo na compreensão do leitor. d) Incorreta. O contexto é suficiente para recuperar as referências dos pronomes: ambos referem-se a “pais”. e) Incorreta. O termo “bem”, empregado por Calvin, não confirma as informações anteriores, mas introduz a fala subseqüente.

QUESTÃO 13 Em — E correr uns bons 20 km! — o termo uns assume valor de a) posse. b) exatidão. c) definição. d) especificação. e) aproximação.

Resolução Alternativa E O termo “uns” é um artigo indefinido, cujo valor, como o próprio nome já indica, normalmente é o de indefinição. Portanto, facilmente poderia ser substituído pela expressão “mais ou menos”, indicando aproximação: o homem correrá cerca de 20 km, não exata ou especificamente.

Texto INSTRUÇÃO: As questões de números 14 a 17 baseiam-se no texto de Mário de Andrade.

É por causa do meu engraxate que ando agora em plena desolação. Meu engraxate me deixou.

Passei duas vezes pela porta onde ele trabalhava e nada. Então me inquietei, não sei que doenças mortíferas, que mudança pra outras portas se passaram em mim, resolvi perguntar ao menino que trabalhava na outra cadeira. O menino é um retalho de hungarês, cara de infeliz, não dá simpatia alguma. E tímido, o que torna instintivamente a gente muito combinado com o universo no propósito de desgraçar esses desgraçados de nascença. “Está vendendo bilhete de loteria”, respondeu antipático, me deixando numa perplexidade penosíssima: pronto! Estava sem engraxate! Os olhos do menino chispeavam ávidos, porque sou um dos que ficam fregueses e dão gorjeta. Levei seguramente um minuto pra definir que tinha de continuar engraxando sapatos toda a vida minha e ali estava um menino que, a gente ensinando, podia ficar engraxate bom.

(Mário de Andrade, Os Filhos da Candinha.)

QUESTÃO 14 A desolação por que passa o narrador resulta a) do sumiço do engraxate, por quem o narrador, ao valer-se dos serviços, criara certa afeição. b) da ausência do engraxate, de cujos serviços, mesmo precários, aquele se valia. c) da presença do menino hungarês, pouco aberto ao diálogo, em substituição obrigatória ao antigo engraxate. d) do sumiço do engraxate com quem ele evitava a todo custo criar laços afetivos. e) da necessidade dos serviços do tímido menino hungarês, que certamente não chegaria a ser bom engraxate.

Resolução Alternativa A a) Correta. Conforme podemos confirmar no trecho das duas primeiras linhas do texto: “É por causa do meu engraxate que ando agora em plena desolação. Meu engraxate me deixou”. b) Incorreta. Pelo hábito e pela preferência declarados pelo narrador, pode-se depreender que os serviços prestados pelo engraxate não eram precários. c) Incorreta. Embora o menino hungarês fosse antipático, sua presença apenas incomodava, não havendo, em relação a isso, menção à ‘desolação’ por que passa o narrador. d) Incorreta. Afinal, o termo desolação, logo ao início do texto, indica que laços afetivos foram criados entre o narrador e o engraxate que sumiu. e) Incorreta. Pois afirma o contrário do que aparece sugerido ao fim do texto, quando o narrador diz: “... a gente ensinando, podia ficar engraxate bom.”.

QUESTÃO 15 A timidez do engraxate despertava no narrador um sentimento de a) pena dele e daqueles que, como ele, também viviam mal. b) repulsa por ele e pelos de sua condição de mal nascido. c) enternecimento por ele e pelos mal-nascidos, por sua natural infelicidade. d) distanciamento dele e daqueles que o viam com interesse. e) indignação com ele e com aqueles que pouco faziam para progredir.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. Afinal, de acordo com o narrador, os mal-nascidos, como é o menino hungarês, despertam repulsa e suscitam certa hostilidade da parte do narrador e não ‘pena’ como se afirma em tal alternativa; b) Correta. De acordo com o que foi afirmado acima; c) Incorreta. Não há menção ao enternecimento no texto; d) Incorreta. Afinal, não se trata de distanciamento. Além disso, pode-se dizer que há uma ambigüidade em tal alternativa. Pois, não se pode dizer ao certo se o pronome ‘o’ se refere ao menino hungarês ou ao próprio narrador; e) Incorreta. Pois, extrapola o que é dito no texto, uma vez que não há qualquer menção à qualquer falta de esforço para se mudar de vida (como fica sugerido pelo trecho ‘pouco fazem para progredir’).

QUESTÃO 16 É correto afirmar que a) o narrador ficou sem engraxate, mas queria encontrar o menino para agradecer pelos bons serviços que recebera. b) o menino hungarês é antipático, pois se refere, com ironia, ao outro que, um dia, já esteve trabalhando ao seu lado como engraxate, prestando serviços ao narrador. c) a possibilidade de ficar definitivamente sem seu engraxate, que poderia lograr êxito no novo emprego, perturbava demais o narrador. d) o espírito generoso do narrador com o engraxate, ficando freguês e dando gorjetas, não foi suficiente para evitar ser maltratado pelo menino. e) a forma dissimulada como o menino hungarês trata o narrador naquele momento difícil mostra-o como se estivesse se divertindo com a situação.

Resolução Alternativa C a) Incorreta, pois extrapola o que se lê no texto: não há menção a nenhum desejo de agradecimento por parte do narrador; b) Incorreta, pois não há nenhuma ironia e sim apenas certa antipatia, na visão do narrador, na fala do menino hungarês; c) Correta. Não é dito que o narrador se preocupe com a possibilidade de o engraxate lograr êxito em seu novo emprego, entretanto, a principal preocupação do narrador é ficar definitivamente sem seu engraxate e o motivo é o novo emprego deste, o que faz com que este item seja o mais compatível com a idéia central do texto. d) Incorreta. Realmente o habitual comportamento do narrador (se mantinha ‘fiel’ a um engraxate e costumava dar gorjetas) deveria torná-lo um ótimo eventual freguês aos olhos do menino hungarês. Entretanto, o menino não maltrata o narrador, apenas desperta repulsa e suscita certa antipatia da parte do narrador, principalmente por ser um “desgraçado de nascença”. e) Incorreta. Pois, extrapola o que se lê no texto. Afinal, não há menção alguma à dissimulação por parte do menino hungarês.

QUESTÃO 17 Assinale a alternativa correta. a) Respeitando-se os sentidos do texto, a primeira frase pode ser parafraseada por: Embora meu engraxate tenha me deixado, ando agora em plena desolação. b) Em — Os olhos do menino chispeavam ávidos... — a forma verbal significa observavam placidamente. c) Na norma padrão, a frase — Meu engraxate me deixou. — também pode assumir a forma: Me deixou meu engraxate. d) A frase — “Está vendendo bilhete de loteria”, respondeu antipático... —, em discurso indireto, assume a forma: Respondeu antipático que estaria vendendo bilhete de loteria. e) A frase — ... ali estava um menino que, a gente ensinando, podia ficar engraxate bom. — na norma padrão, na primeira pessoa do plural, assume a seguinte forma: ... ali estava um menino que, se nós ensinássemos, poderia tornar-se bom engraxate.

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Resolução Alternativa E a) Incorreta. A presença do termo “embora” indica uma relação adversativa, ou seja, de contradição entre as duas idéias (a partida do engraxate e a desolação do autor). No texto, porém, a relação que se estabelece entre elas é causal: o autor está desolado porque seu engraxate o deixou. b) Incorreta. A forma verbal “chispeavam” tem sentido oposto a “observavam placidamente”. A primeira indica um olhar ativo e nervoso, enquanto a segunda se refere a uma observação calma. Pelo contexto, é possível perceber que a atitude do menino se encaixa no primeiro sentido, porque ele demonstra interesse pelo narrador, já prevendo as gorjetas que poderá receber no futuro. c) Incorreta. A norma padrão não aceita o uso da próclise no início da oração, assim flexão sugerida deveria ser com o uso da ênclise, como em: “Deixou-me meu engraxate”. d) Incorreta. no discurso indireto, a oração seria “respondeu antipático que estava vendendo bilhete de loteria”. O uso da forma “estaria” é incorreto porque ela indica uma ação possível, ao contrário da forma “está”, presente na oração original, que se refere a uma ação concreta. e) Correta. a forma “a gente” é equivalente ao termo “nós”; a construção “a gente ensinando” exprime uma condição, da mesma forma que “se nós ensinássemos”, embora esta última seja preferida pela norma padrão, pela presença da conjunção condicional “se”, que aumenta a clareza do enunciado; a forma “podia” é comumente usada, na linguagem coloquial, como sinônimo de “poderia”. Esta última forma é mais aceita por não permitir confusão com a conjugação do pretérito imperfeito, que também é “podia”; por fim, o termo “tornar-se” substitui com vantagens a palavra “ficar”, pois indica não apenas o resultado final do processo, mas também dá a idéia de transformação, coerente com o contexto do excerto usado na questão.

QUESTÃO 18 Sobre Mário de Andrade e a Semana de 22, afirma-se: I. A Semana desencadeou na cultura brasileira um período que Mário denominou orgia intelectual, favorecida pelas mãos da burguesia culta do Rio de Janeiro e de São Paulo, da qual ele era um representante. II. Apesar de estar em contato com as novas tendências das artes, Mário manteve-se fiel àqueles que os modernistas chamaram de conservadores, em geral os parnasianos, dos quais sua obra recebe influência decisiva. III. Ao contrário de Oswald, que era irreverente em relação à dominação cultural européia, Mário não tinha um projeto literário em que houvesse preocupação significativa com a cultura nacional. Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III.

Resolução Alternativa A A questão apresentou certa dificuldade por mencionar em I a relação entre Mário de Andrade e a burguesia culta do Rio de Janeiro. Tal ‘circunstância’ só se tornou mais conhecida a partir de publicações muito recentes, que se baseiam em estudos sobre a Correspondência mantida por Mário de Andrade. Não fazendo parte, portanto, dos estudos tradicionais sobre o Modernismo, em nível de Ensino Médio. I. Verdadeira. Afinal, o folclorista e musicólogo Mário de Andrade, de fato, usou tal expressão (orgia intelectual) em referência à Semana de Arte Moderna. Além disso, a Semana e a atividade da maior parte dos artistas participantes de tal evento, realmente, são marcadas por certo elitismo social e cultural. Embora, curiosamente, defendessem declaradamente uma popularização ‘abrasileiradora’ da cultura nacional, como sugere a utópica frase de Oswald de Andrade: “a massa ainda comerá do biscoito fino que fabricamos”. II. Falsa. Afinal, Mário de Andrade foi o grande intelectual, crítico e analítico do movimento modernista. Além disso, escreveu a revolucionária obra-prima Macunaíma, que segundo Oswald de Andrade é o grande marco da inovação antropofágica. III. Falsa. Afinal, enquanto Oswald de Andrade tenha viajado para Europa de onde trouxera muitas idéias e posturas; Mário de Andrade, por sua vez, viajou pelo Brasil, coletando matéria prima para seus estudos musicais, folclóricos e literários – o que pode ser confirmado na rapsódia Macunaíma – herói sem nenhum caráter, em que a geografia, a cultura, a língua, a fauna e a flora nacionais aparecem como um mosaico surrealista.

QUESTÃO 19 Leia a charge.

Assinale a alternativa em que a frase mantém o sentido da resposta do policial. a) Achei algo. b) Achei alguma coisa. c) Achei algum futuro. d) Não achei futuro algum. e) Não achei muita coisa.

Resolução Alternativa D a) Incorreta: a fala do policial, no contexto, tem sentido negativo. Exatamente o contrário do que é proposto nesta alternativa; b) Incorreta: pelo mesmo motivo da alternativa A; vale notar, inclusive, que “algo” e “alguma coisa” são sinônimos; portanto, se a alternativa A fosse correta, a B também seria. c) Incorreta: a expressão “algum futuro” é oposta a “nenhum futuro”; a primeira indica presença de futuro e a segunda indica ausência. d) Correta: “Não achei futuro algum” significa exatamente o mesmo que “nenhum futuro” no contexto da tira: ambas dão ênfase à inexistência de futuro contido na bolsa do menino. e) Incorreta: “Não achei muita coisa” implica que se achou alguma coisa, o que não se pode afirmar pelo contexto da tira nem pela fala do policial.

Texto INSTRUÇÃO: As questões de números 20 a 23 referem-se ao texto seguinte. No ensino, como em outras coisas, a liberdade deve ser questão de grau. Há liberdades que não podem ser toleradas. Uma vez conheci uma senhora que afirmava não se dever proibir coisa alguma a uma criança, pois ela deve desenvolver sua natureza de dentro para fora. “E se a sua natureza a levar a engolir alfinetes?” indaguei; lamento dizer que a resposta foi puro vitupério. No entanto, toda criança abandonada a si mesma, mais cedo ou mais tarde engolirá alfinetes, tomará veneno, cairá de uma janela alta ou doutra forma chegará a mau fim. Um pouquinho mais velhos, os meninos, podendo, não se lavam, comem demais, fumam até enjoar, apanham resfriados por molhar os pés, e assim por diante — além do fato de se divertirem importunando anciãos, que nem sempre possuem a capacidade de resposta de Eliseu. Quem advoga a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. Deve existir um elemento de disciplina e autoridade: a questão é até que ponto, e como deve ser exercido.

(Bertrand Russell, Ensaios céticos.)

QUESTÃO 20 Do ponto de vista do autor, fica claro que a liberdade a) é essencial à criança e sua falta é prejudicial, quando não se entende o porquê da restrição. b) não deve ser concebida de forma absoluta, havendo necessidade de que sejam coibidos os excessos. c) é um modo de a criança desenvolver-se de forma independente, quando criada sem restrições. d) deve ser tolerada para que não haja prejuízo ao desenvolvimento pessoal e social da criança. e) serve para atos de prejuízo pessoal, por isso não possui nada que seja realmente bom à criança.

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Resolução Alternativa B a) Incorreta. Que a liberdade é essencial e que sua falta é prejudicial é verdadeiro, mas a justificativa (“quando não se entende o porquê da restrição”) não é citada como argumento em nenhum ponto do texto. b) Correta. Na opinião do autor, a liberdade é positiva, mas precisa de limites, como evidenciam os trechos: “(...) a liberdade deve ser questão de grau. (...) Há liberdades que não podem ser toleradas. (...) Deve existir um elemento de disciplina e autoridade”. c) Incorreta. Muito pelo contrário, o texto critica tal ponto de vista, como podemos observar no trecho: “No entanto, toda criança abandonada a si mesma, mais cedo ou mais tarde engolirá alfinetes, tomará veneno, cairá de uma janela alta ou doutra forma chegará a mau fim.” d) Incorreta. O texto defende a liberdade não absoluta, especialmente em crianças: “No ensino, como em outras coisas, a liberdade deve ser questão de grau. Há liberdades que não podem ser toleradas. (...) toda criança abandonada a si mesma (...) chegará a mau fim.” e) Incorreta. A liberdade é defendida, ainda que não de forma absoluta: “No ensino, como em outras coisas, a liberdade deve ser questão de grau. Há liberdades que não podem ser toleradas. (...) Deve existir um elemento de disciplina e autoridade: a questão é até que ponto, e como deve ser exercido.”

QUESTÃO 21 As liberdades não toleradas a) dizem respeito a fatos externos ao ambiente escolar. b) comprometem o rendimento escolar da criança. c) representam riscos à integridade da criança e de adultos. d) impedem que a criança se desenvolva plenamente. e) são exemplos de disciplina e autoridade.

Resolução Alternativa C a) Incorreta. Dizem respeito, também, a fatores intrínsecos ao ambiente escolar: “No ensino, como em outras coisas, a liberdade deve ser questão de grau.” b) Incorreta. Subentende-se do texto que os limites serão positivos às crianças, também no rendimento escolar: “Quem advoga a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. Deve existir um elemento de disciplina e autoridade”. c) Correta. As “liberdades não toleradas” são aquelas que podem prejudicar, física ou moralmente, crianças e adultos: “Há liberdades que não podem ser toleradas. (...) toda criança abandonada a si mesma, mais cedo ou mais tarde engolirá alfinetes, tomará veneno, cairá de uma janela alta ou doutra forma chegará a mau fim. Um pouquinho mais velhos, os meninos, podendo, não se lavam, comem demais, fumam até enjoar, apanham resfriados por molhar os pés, e assim por diante — além do fato de se divertirem importunando anciãos.” d) Incorreta. Ao contrário, segundo o autor, a imposição de alguns limites às crianças seria benéfico para elas, contribuindo para seu pleno desenvolvimento, o qual não seria atingido caso tais liberdades fossem toleradas. e) Incorreta. As liberdades não autorizadas não exemplificam disciplina e autoridade, mas disciplina e autoridade são essenciais para inibir as liberdades não autorizadas: “Há liberdades que não podem ser toleradas. (...) Deve existir um elemento de disciplina e autoridade.”

Texto INSTRUÇÃO: As questões de números 22 e 23 baseiam-se na frase — Quem advoga a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta.

QUESTÃO 22 O termo advoga deve ser entendido como a) impõe. b) afirma. c) estuda. d) exige. e) defende.

Resolução Alternativa E O verbo “advogar” significa “defender”. Apenas pelo contexto, seria difícil chegar a uma conclusão acertada caso não se soubesse dessa peculiaridade. O verbo “estudar” é o único que realmente não encontraria paralelo interpretativo. Os outros todos seriam leituras possíveis, mas equivocadas devido à acepção semântica do termo em questão.

QUESTÃO 23 Substituindo-se Quem por As pessoas que, obtém-se: a) As pessoas que advoga a liberdade da educação não querem dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. b) As pessoas que advogam a liberdade da educação não quer dizerem que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes derem na veneta. c) As pessoas que advogam a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. d) As pessoas que advogam a liberdade da educação não querem dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. e) As pessoas que advogam a liberdade da educação não querem dizerem que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes derem na veneta.

Resolução Alternativa D A substituição do “quem” por “as pessoas que” implica em ter um sujeito plural, obrigando que os verbos sejam flexionados em número. Contudo, as locuções verbais não podem ser flexionadas em ambos os verbos (nesse caso, apenas o primeiro sofre alteração). Assim, apenas a alternativa D é possível, com as alterações em negrito: “As pessoas que advogam a liberdade da educação não querem dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta.”

Texto INSTRUÇÃO: O poema de Alberto Caeiro é base para responder às questões de números 24 e 25.

A Criança que Pensa em Fadas A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas Age como um deus doente, mas como um deus. Porque embora afirme que existe o que não existe Sabe como é que as cousas existem, que é existindo, Sabe que existir existe e não se explica, Sabe que não há razão nenhuma para nada existir, Sabe que ser é estar em algum ponto Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.

QUESTÃO 24 Nos versos, fica evidente o perfil do heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, pois ele a) entende que o homem está atrelado a uma visão subjetiva da existência. b) volta-se para o mundo sensível que o rodeia como forma de conceber a existência. c) concebe a existência como apreensão dos elementos místicos e indefinidos. d) não acredita que a existência possa ser definida em termos de objetividade. e) busca na metafísica a base de uma concepção da existência subjetiva.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. Alberto Caeiro não define a experiência sensorial em termos de subjetividade, mas propõe uma aceitação da existência tal qual ela se apresenta, sem que se façam questionamentos sobre as suas razões de ser como forma de buscar a verdadeira objetividade. b) Correta. Caeiro valoriza a apreensão do mundo sensível, embora o poema não seja o melhor exemplo disso, uma vez que nele a criança acredita em fadas, as quais não são objetos presentes na realidade sensível. Entretanto, justamente por acreditar em fadas é que Caeiro atribui às crianças a qualidade de “deus doente”. Além disso, os versos 4, 5 e 6 claramente exaltam a concepção de apreender o mundo sensível sem analisá-lo, afinal, Caeiro atribui a qualidade de “deus” à criança justamente porque ela “Sabe que existir existe e não se explica”. c) Incorreta. Embora apareça um exemplo de elemento místico no poema, o que se destaca na obra de Caeiro não é a valorização do místico, mas sim a ausência de necessidade de explicação para os fenômenos da existência. d) Incorreta. A busca de Caeiro pela apreensão do mundo através da experiência sensorial pode ser definida como a busca pela verdadeira objetividade do mundo. e) Incorreta. Caeiro considera que a metafísica, ou seja, a tentativa de explicação da natureza em termos lógicos e abstratos, é inútil e em nada auxilia na compreensão da realidade, que em última análise não pode ser compreendida, apenas sentida.

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QUESTÃO 25 O teólogo Leonardo Boff, em entrevista à revista Filosofia, diz: Eu me lembro agora, sábado, de um menino de oito anos, que veio e me disse: “Vô, por que as coisas existem?” A filosofia começa com isso. Respondi que elas existem porque existem. E aí até citei um poeta, Angelus Silesius: “A flor floresce por florescer / Não pergunta se a olham / E sorri pro universo. A rosa é sem porquê.” E ele disse: “E eu? O que eu faço aqui nesse mundo?” Oito anos de idade e já colocou as questões da metafísica fundamentais.

(Filosofia – ciência & vida, Ano 1, n.º 05.) No poema de Caeiro, o ponto de vista de Silesius, com o qual concorda Boff, é a) confirmado, pois o eu lírico entende que a existência está ligada a um deus. b) negado, pois o eu lírico entende que se deve evitar o questionamento da metafísica. c) negado, pois o eu lírico entende que a existência é uma grande falta de razão. d) confirmado, pois o eu lírico entende que o existir por si só já basta. e) negado, pois o eu lírico entende que não se apreende a realidade senão por intermédio de um deus.

Resolução Alternativa D a) Incorreta. Afinal, nem Silesius nem Caeiro mencionam a existência de um deus: no poema de Caeiro existe apenas uma comparação entre a criança e um “deus doente”, nada mais. b) Incorreta. Uma vez que ambos propõem uma rejeição à metafísica. c) Incorreta. Embora se possa dizer que o eu-lírico do poema de Caeiro associe a ‘existência’ a ‘uma grande falta de razão’, isso também ocorre com Silesius. d) Correta. Afinal, de fato, há coincidência nos modos como Caeiro e Silesius compreendem o modo de ser dos seres, ou seja, como as coisas existem. Para ambos, a existência se dá de modo gratuito, despropositado e sem motivo. E com isso, bastar-se-ia a si mesma. e) Incorreta. Afinal, para o eu-lírico de Caeiro, a realidade deve ser apreendida pelos sentidos. Caeiro rejeita a idéia de um deus mediador de qualquer experiência humana. O panteísmo de Caeiro o faz distanciar-se de posturas religiosas como a sugerida nesta alternativa.

Texto INSTRUÇÃO: Para responder às questões de números 26 a 30, leia o texto de Lygia Fagundes Telles.

Que se chama solidão Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas

nesse chão movediço, as minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho de goiabada ou ao piano; tocando suas valsas. E tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nossa casa e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer instável mas sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia explicou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava sempre sendo removido de uma cidade para outra como promotor. Ou delegado. Então minha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois, arrumar as malas.

— Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? perguntou minha pajem Maricota. Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respondi e ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque a Inês é morta, quem é essa tal de Inês?

Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspinhando o bagaço. (...)

— Corta mais cana, pedi e ela levantou-se enfurecida: Pensa que sou sua escrava, pensa? A escravidão já acabou!, ficou resmungando enquanto começou a procurar em redor, estava sempre procurando alguma coisa e eu saía atrás procurando também, a diferença é que ela sabia o que estava procurando, uma manga madura? Jabuticaba? Eu já tinha perguntado ao meu pai o que era isso, escravidão. Mas ele soprou a fumaça para o céu (dessa vez fumava um cigarro de palha) e começou a recitar uma poesia que falava num navio cheio de negros presos em correntes e que ficavam chamando por Deus. Deus, eu repeti quando ele parou de recitar. Fiz que sim com a cabeça e fui saindo, Agora já sei.

(Lygia Fagundes Telles, Invenção e Memória.)

QUESTÃO 26 De acordo com o texto, entende-se que o chão da infância da narradora é marcado a) pela incômoda viuvez da tia. b) pela ausência do pai. c) pelo convívio com família e pajens. d) pelo medo da escravidão. e) pela indiferença das pajens.

Resolução Alternativa C É necessário perceber que todas as alternativas trazem elementos citados no texto, contudo, logo nos primeiros períodos do primeiro parágrafo, fica claro quais são os elementos que, para a narradora, marcaram seu chão da infância, ou seja, foram, para ela, mais significativos: o convívio com a família (materializada pela mãe e pela tia viúva) e as pajens. Observe o trecho: “Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho de goiabada ou ao piano; tocando suas valsas. E tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nossa casa e que repetia que meu pai era um homem instável.”

QUESTÃO 27 Entende-se que a relação da narradora com a pajem baseia-se a) na tolerância entre elas, embora a narradora quase não consiga conter sua raiva com os descasos da pajem. b) na tensão entre elas, embora a pajem deva respeito à narradora, pois tem uma relação profissional com a família. c) na indiferença entre elas, pois tanto a narradora deixa de responder como a pajem deixa de atender-lhe o pedido. d) na rivalidade entre elas, fato que se comprova pela agressividade da pajem que sonhava estar no lugar da narradora. e) na proximidade entre elas, pois a pajem, por exemplo, externa seus sentimentos de desagrado, quando se vê incomodada por algo.

Resolução Alternativa E a) Incorreta. Não há tolerância entre as duas, haja vista a forma agressiva como a pajem dirige-se à narradora, a qual, por sua vez, mostra-se calma, não com raiva. b) Incorreta. Não se pode afirmar que há tensão entre as duas, uma vez que, no contexto, a agressividade da pajem pode ser atribuída à sua personalidade ou mau humor. Além disso, a reação da menina, um tanto ingênua, porém despreocupada, não denota tensão, apesar da agressividade da pajem. A relação de causa e efeito entre ser funcionária da família e dever respeito não faz sentido, sendo baseada numa idéia preconceituosa, afinal, significaria que se a pajem não fosse funcionária da família, talvez não precisasse respeitar a menina, quando, na verdade, numa relação civilizada, as duas deveriam se respeitar independente do tipo de relação estabelecida entre elas. c) Incorreta. Não há indiferença: a narradora não responde por que não sabe tais respostas e a pajem, ao não atender-lhe o pedido e responder-lhe com agressividade, não demonstra indiferença. d) Incorreta. Nada há, no texto, que indica que a pajem deseje tomar o lugar da narradora: ela apenas não se coloca como escrava. e) Correta. A agressividade da pajem, associada à despreocupação da menina, demonstra proximidade entre as duas, proximidade esta que permite à pajem externar seus sentimentos e, inclusive, fazer perguntas de natureza pessoal à menina, demonstrando ausência de preocupação com as formalidades presentes em relações mais distantes. Deve-se ressaltar, portanto, que proximidade não significa necessariamente cortesia ou bons tratos e, neste caso, é demonstrada mais pela ausência de preocupação com certas formalidades e pelo desprendimento da pajem, que ocasiona certa agressividade gratuita.

QUESTÃO 28 Na resposta enfurecida da pajem à narradora, repete-se a forma verbal pensa. Essa resposta permite entender que ela a) não pretende mais cortar cana naquele momento. b) se vê na obrigação de atender o pedido. c) está, na verdade, fazendo uma brincadeira. d) não compreendeu ao certo o que lhe foi pedido. e) se dispõe a atender o pedido com prontidão.

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Resolução Alternativa A a) Correta. Tal fato comprova-se pelo fato de a pajem não atender ao pedido da narradora, tendo-se levantado e passado a procurar algo. b) Incorreta. Tanto a pajem não se vê obrigada a atender ao pedido que o mesmo efetivamente não é atendido: ela não continua a cortar cana para a narradora. c) Incorreta. Não é uma brincadeira, mas uma resposta verdadeiramente agressiva, tanto que a pajem não atende ao pedido da narradora. d) Incorreta. Tanto o pedido foi compreendido como a pajem, explicitamente, negou-se a atendê-lo. e) Incorreta. A questão não é a prontidão: a pajem simplesmente recusa-se a atender ao pedido da narradora.

QUESTÃO 29 Leia as estrofes seguintes. I.Quando uma noite, estando descuidados

Na cortadora proa vigiando, Uma nuvem que os ares escurece, Sobre nossas cabeças aparece. Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo; Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo. “— Ó Potestade, disse, sublimada: Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor coisa parece que tormenta?”

II.Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que de martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra. E após fitando o céu que se desdobra Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: “Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!...”

III. Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!

No texto, a narradora comenta que seu pai recitava uma poesia que falava num navio cheio de negros presos em correntes e que ficavam chamando por Deus. Observando I, II e III, é correto afirmar que os versos recitados pelo pai estão transcritos apenas em a) I: trata-se do poema A Camões, de Manuel Bandeira. b) I: trata-se do poema Os Lusíadas, de Luiz Vaz de Camões. c) II: trata-se do poema O Monstrengo, de Fernando Pessoa. d) II: trata-se do poema O navio negreiro, de Castro Alves. e) III: trata-se do poema Mar português, de Álvaro de Campos.

Resolução Alternativa D Na verdade, esta questão foi elaborada de um modo um tanto confuso. Além de identificar o poema mencionado pelo pai da narradora do texto Invenção e Memória, de Lygia Fagundes Telles, como sendo o poema O Navio Negreiro, de Castro Alves, o aluno precisaria compreender o modo estranho como foram redigidas as alternativas. a) Incorreta. Afinal, embora, os versos apresentados em I pertençam ao poema “A Camões” de Manuel Bandeira, eles não têm nenhuma relação com os versos citados pelo pai da narradora, do texto de Lygia Fagundes Telles. b) Incorreta. Pois, embora o texto citado em I dialogue com a obra de Camões e, mais particularmente, com a epopéia Os Lusíadas, o aluno deveria se lembrar que a estrofe fixa usada por Camões em tal obra é a oitava real, na qual, 10 decassílabos são rimados conforme o esquema: ABABABCC. Ora, no poema citado em I, temos decassílabos brancos (sem rimas). c) Incorreta. Afinal, o fragmento II é trecho de Navio Negreiro, de Castro Alves.

d) Correta. Afinal, associa corretamente o título (Navio Negreiro) ao trecho apresentado em II. Além, é claro, de relacionar-se de modo correto à citação feita pelo pai da narradora no texto de Lygia Fagundes Telles. e) Incorreta. Pois, além de não se relacionar à supramencionada citação, ainda atribui erroneamente a autoria de Mar Português a Álvaro de Campos. Na verdade, tal poema é parte da poesia ortônima de Fernando Pessoa, isto é, aquela assinada por ele mesmo, sem uso de heterônimos.

QUESTÃO 30 O texto de Lygia Fagundes Telles apresenta marcas características do projeto literário da autora, ligado à ficção a) do realismo fantástico. b) documentária urbano-social. c) regionalista. d) metafísica. e) intimista e psicológica.

Resolução Alternativa E a) Incorreta. O realismo fantástico se caracteriza pela presença, em um cenário aparentemente banal, de algum elemento extraordinário, inexplicável pela razão convencional. Não há esse elemento no texto que serviu como base para a questão. b) Incorreta. Não há um aspecto de documentário no texto citado, que se foca nas experiências pessoais da autora. O texto documentarista tende à objetividade e à descrição mais distanciada dos locais e eventos. c) Incorreta. Não aparecem no texto características da ficção regionalista, como o uso de termos específicos de determinado espaço geográfico-social ou mesmo a descrição das particularidades desse espaço. d) Incorreta. A metafísica diz respeito à explicação objetiva e abstrata da realidade, o que não aparece no texto de Lygia: este é concentrado na percepção subjetiva do que a cerca, sem tentativas de racionalizar o mundo. O próprio título da obra de onde foi retirado o excerto, Invenção e Memória, depõe contra a presença de uma explicação objetiva dos eventos. e) Correta. A ênfase no texto é dada às impressões íntimas da protagonista e não à ação; o tempo predominante é o interior e não o exterior, objetivo (características de narrativa psicológica). Em vários momentos, os eventos são relatados não de modo direto, mas dando ênfase à forma como a narradora os enxergou; todos os demais personagens são definidos pela impressão que a protagonista tem deles (exemplos de narrativa intimista).

INGLÊS

Texto INSTRUÇÃO: As questões de números 31 a 35 referem-se ao texto seguinte.

Dengue fever: Millions at risk as a new outbreak of dengue fever sweeps Latin America

Apr 19, 2007 – There is no vaccine. There is also no good way to treat it – just fluids and the hope that the fever will break. At first it seems like a case of severe flu, but then the fever rises, accompanied by headaches, excruciating joint pain, nausea and rashes. In its most serious form, known as dengue hemorrhagic fever (DHF), it involves internal and external bleeding and can result in death. Fuelled by climate change, dengue fever is on the rise again throughout the developing world, particularly in Latin America.

According to the World Health Organization, dengue is now endemic in more than 100 tropical and sub-tropical countries around the world, affecting some 50 million people a year, mostly in urban or semi-urban areas. A further 2.5 billion, two-fifths of the world’s population, are considered “at risk”. About 500,000 people, many of them children, are believed each year to develop a form of DHF serious enough to require treatment in hospital. Worldwide, 2.5% of DHF cases die; without proper care, the proportion can exceed 20%.

Anyone who survives an infection by one of the four viruses that cause the disease gains lifelong immunity from that virus. But subsequent infection by another variant increases the risk of developing DHF, which is becoming much more common in Latin America. In Mexico, for example, just one in 50 cases was

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hemorrhagic six years ago, says José Ángel Córdoba Villalobos, Mexico’s secretary of health. Now one in five is.

Last year just over 500,000 cases of dengue were reported in Latin America, including more than 14,000 hemorrhagic cases, 187 of which resulted in death. This year nearly 200,000 dengue cases have already been reported, including 2,693 cases of DHF. At least 37 people have died, including 11 in Paraguay and 17 in Brazil.

The dengue viruses are transmitted to humans through the bite of a female Aedes mosquito, which acquires the viruses while feeding, normally on the blood of an infected person. Given that there is no known preventive treatment or anti-viral cure, the only practical way to prevent the viruses’ spread is to eliminate the Aedes mosquitoes by preventing them from breeding.

In Mexico, the house-to-house programme mounted by the government to get people during the rainy season to remove rubbish and standing water where mosquitoes breed has been extended year-round – with some success. The number of dengue cases reported this year is well down on last year, but the rainy season – the main breeding time for the mosquitoes – has yet to come.

(www.economist.com. Adaptado.)

QUESTÃO 31 Os sintomas iniciais da dengue a) são febre alta, dor na nuca e vômito intermitente. b) causam dores nas juntas devido a pequenas hemorragias. c) são semelhantes aos de uma gripe forte. d) são precursores de hemorragia interna que leva à morte. e) devem ser tratados com ingestão de líquidos e antitérmicos.

Resolução Alternativa C A resposta para a questão se encontra logo na terceira linha do texto, em que lemos: “At first it seems like a severe flu.(...)”, que, em português significa “No início se parece com uma gripe forte.” Portanto, a alternativa correta é a C.

QUESTÃO 32 Dengue fever a) does not have an efficient vaccine, but there are some preventive treatments. b) presents a higher incidence in rural and scarcely populated areas. c) is endemic mainly among people who live near rivers. d) may be transmitted through human contact or the Aedes mosquito bite. e) may be caused by four variants of virus.

Resolução Alternativa E a) Incorreta, pois “does not have an efficient vaccine, but there are some preventive treatments.” significa que não haveria vacina mas que haveria alguns tratamentos preventivos, o que é negado pelo trecho “Given that there is no known preventive treatment (…) ”, o qual significa “Dado que não há tratamento preventivo conhecido (…)”. b) Incorreta, pois, logo no Segundo parágrafo temos o trecho: “dengue is now endemic (…) affecting (…) mostly in urban or semi-urban areas”, segundo o qual a maioria dos casos de dengue são em áreas urbanas e semi-urbanas. c) Incorreta, pois a alternativa afirma que a dengue atingiria principalmente pessoas que vivem próximas a rios, no entanto, o texto não faz referências a rios e afirma, na verdade, que a dengue está atingindo muitas pessoas, impulsionado pelas mudanças de clima. d) Incorreta porque a dengue não pode ser transmitida simplesmente pelo contato humano, apenas pela picada do mosquito infectado. e) Correta. Logo no início do terceiro parágrafo do texto, encontra-se o trecho: “Anyone who survives the infection by one of the four viruses that cause the disease(...)”, ou seja, “Qualquer pessoa que sobrevive à infecção por um dos quatro vírus que causam a doença (...)”, ou seja, há quatro variantes de vírus que provocam a doença, como afirma a alternativa.

QUESTÃO 33 Segundo a OMS, a população mundial que corre o risco de contrair dengue é de a) 2,5 bilhões de pessoas. b) 50 milhões de pessoas. c) 50 mil pessoas. d) 500 mil crianças. e) 20% da população de 100 países.

Resolução Alternativa A O número pedido é o de pessoas que correm o risco de contrair dengue, portanto o trecho que possui a resposta é o seguinte, encontrado no segundo parágrafo do texto: “A further 2.5 billion, two-fifths of the population, are considered ‘at risk’.(...)”, que pode ser traduzido por: “Outros 2,5 bilhões, dois quintos da população mundial, são considerados ‘em risco’.(...)”.

QUESTÃO 34 The DHF, the most serious form of dengue, a) does not develop in people who have gained lifelong immunity from the virus. b) develops in 20% of cases in Mexico at present. c) caused the death of 20% of people worldwide. d) resulted in 2,693 deaths in Latin America. e) has affected mainly people in Brazil and Paraguay.

Resolução Alternativa B No terceiro parágrafo do texto temos: “Anyone who survives the infection by one of the four viruses that cause the disease gains lifelong immunity from that virus. But subsequent infection by another variant increases the risk of developing DHF, which is becoming much more common in Latin America. In Mexico, for example, just one in 50 cases was hemorrhagic six years ago, says José Angel Córdoba Villalobos, Mexico’s secretary of health. Now one in five is.” Em português: “Qualquer um que sobreviva à infecção por um dos quatro vírus ganha imunidade daquele vírus. Mas infecções subseqüentes por outras variantes aumentam o risco de DHF, que está se tornando muito mais comum na América Latina. No México, por exemplo, apenas um em cada 50 casos era hemorrágico há seis anos, diz José Angel Córdoba Villalobos, secretário de saúde do México. Agora um em cada cinco é.” O parágrafo discorre sobre este risco de novas infecções, e a última linha possui a resposta coerente com a alternativa B, porém o entendimento de todo o parágrafo era necessário, pois a última linha continha um referente contextual que dependia do restante do trecho.

QUESTÃO 35 A única maneira prática de evitar a disseminação do vírus da dengue é por meio de a) tratamentos preventivos de saúde pública intensivos. b) programas de cura com antivirais disponíveis para as populações de risco. c) campanhas governamentais para alertar a população sobre os sintomas. d) medidas para evitar a proliferação do mosquito Aedes. e) programas domiciliares como o mexicano, que ocorre durante a época de chuvas.

Resolução Alternativa D No quinto parágrafo do texto pode-se ler: “The dengue viruses are transmitted to humans through the bite of a female Aedes mosquito,(…) the only practical way to prevent the viruses’ spread is to eliminate the Aedes mosquitoes by preventing them from breeding.” Em português: “Os vírus da dengue são transmitidos a humanos através da picada da fêmea do mosquito Aedes,(...) a única forma prática de impedir a proliferação dos vírus é eliminar os mosquitos Aedes, evitando a sua procriação.” A alternativa D é uma paráfrase deste trecho do texto e, sendo esta a única maneira de evitar a proliferação do vírus, todas as demais alternativas ficam automaticamente eliminadas.

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Texto INSTRUÇÃO: As questões de números 36 a 41 referem-se ao texto seguinte.

Tracing the Cigarette’s Path From Sexy to Deadly By Howard Markel, MD

In contrast to the symbol of death and disease it is today, from the early 1900s to the 1960s the cigarette was a cultural icon of sophistication, glamour and sexual allure – a highly prized commodity for one out of two Americans.

Many advertising campaigns from the 1930s through the 1950s extolled the healthy virtues of cigarettes. Full-color magazine ads depicted kindly doctors clad in white coats proudly lighting up or puffing away, with slogans like “More doctors smoke Camels than any other cigarette.”

Early in the 20th century, opposition to cigarettes took a moral rather than a health-conscious tone, especially for women who wanted to smoke, although even then many doctors were concerned that smoking was a health risk. The 1930s were a period when many Americans began smoking and the most significant health effects had not yet developed. As a result, the scientific studies of the era often failed to find clear evidence of serious pathology and had the perverse effect of exonerating the cigarette.

The years after World War II, however, were a time of major breakthroughs in epidemiological thought. In 1947, Richard Doll and A. Bradford Hill of the British Medical Research Council created a sophisticated statistical technique to document the association between rising rates of lung cancer and increasing numbers of smokers. The prominent surgeon Evarts A. Graham and a medical student, Ernst L. Wynder, published a landmark article in 1950 comparing the incidence of lung cancer in their nonsmoking and smoking patients at Barnes Hospital in St. Louis. They concluded that “cigarette smoking, over a long period, is at least one important factor in the striking increase in bronchogenic cancer.” Predictably, the tobacco companies derided these and other studies as mere statistical arguments or anecdotes rather than definitions of causality.

In the 1980s, scientists established the revolutionary concept that nicotine is extremely addictive. The tobacco companies publicly rejected such claims, even as they took advantage of cigarettes’ addictive potential by routinely spiking them with extra nicotine to make it harder to quit smoking. And their marketing memorandums document advertising campaigns aimed at youngsters to hook whole new generations of smokers.

(www.nytimes.com/2007/03/20/health. Adaptado.)

QUESTÃO 36 Segundo o texto, o cigarro de tabaco a) era associado a valores positivos em todas as décadas do século 20. b) era rejeitado mais por motivos morais do que por razões de saúde no início do século 20. c) era considerado um produto altamente cômodo por um em cada dois americanos. d) era recomendado por médicos em campanhas políticas, como símbolo de sofisticação. e) começou a ser mais consumido por mulheres do que por homens no fim do século 20.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. O penúltimo parágrafo do texto afirma que após a Segunda Guerra Mundial se iniciaram descobertas que passaram a associar o cigarro a câncer de pulmão “In 1947 (...) document the association between rising rates of lung cancer and increasing numbers of smokers” e, segundo o último parágrafo, a partir dos anos 80 a nicotina passou a ser considerada extremamente viciante. b) Correta, conforme demonstra o seguinte trecho do terceiro parágrafo: “(…)Early in the 20th century, opposition to cigarettes took a moral rather than a health-conscious tone(…)”, cuja tradução é “(…) No início do século 20, a oposição ao cigarro adquiriu um tom moral ao invés de um tom de consciência de saúde (...)” c) Incorreta. A alternativa é uma tradução equivocada do final do primeiro parágrafo do texto, que diz: “a highly prized commodity for one out of two Americans.”, ou seja, “um produto altamente apreciado por um em cada dois americanos”, sendo que o substantivo “commodity”, neste caso funciona como falso cognato.

d) Incorreta. A alternativa distorce o trecho do texto que cita campanhas de cigarros utilizando “médicos vestidos de branco (...)” ao dizer que seriam campanhas políticas. e) Incorreta. Não há nada no texto que sustente um maior consumo de cigarros por mulheres do que por homens em qualquer época. A única citação que faz referência a gêneros, masculino ou feminino, é “opposition to cigarettes took a moral rather than a health-conscious tone, especially for women who wanted to smoke”, que significa “a oposição ao cigarro tomou um tom moral ao invés de consciente da saúde, especialmente para mulheres que queriam fumar”.

QUESTÃO 37 No trecho do terceiro parárafo do texto – … although even then many doctors were concerned that smoking was a health risk. – a palavra although significa, em português, a) portanto. b) exceto. c) enquanto. d) conforme. e) embora.

Resolução Alternativa E “Although” é uma conjunção de contraste, ou seja, liga termos ou frases de um texto através de uma idéia de oposição, portanto a resposta adequada é a alternativa E. “Embora” é a única conjunção de contraste do grupo. Poderia haver confusão em relação à alternativa B, pois “exceto” também é conjunção, porém o sentido desta é de exclusão, não sendo este o sentido aplicado no texto.

QUESTÃO 38 No trecho do sexto parágrafo – The tobacco companies publicly rejected such claims… – a expressão such claims refere-se a a) nicotine is extremely addictive. b) extra nicotine. c) tobacco companies. d) statistical arguments or anecdotes. e) quit smoking.

Resolução Alternativa A O termo que se deve considerar para a compreensão do referente solicitado é mais amplo que aquele apresentado pelo enunciado, assim, para responder corretamente o que se pede é indispensável a retomado do trecho completo: “(...) In the 1980s, scientists established the revolutionary concept that nicotine is extremely addictive. The tobacco companies publicly rejected such claims (…)”. Em português: “(…) Nos anos 80, cientistas estabeleceram o conceito revolucionário que nicotina é extremamente viciante. As empresas de tabaco rejeitaram publicamente tais afirmações (...)”, assim, as afirmações a que o texto se refere são aquelas sobre o fato da nicotina ser extremamente viciante. NOTA: Esta questão é sobre referentes textuais. Isso ocorre quando o autor do texto faz uso de pronomes como “isso, este, aquele, aquilo”, entre outros, para fazer citação a algo já dito anteriormente, de modo a evitar a repetição de termos. Por exemplo: “Paulo é um bom aluno, estuda muito. Faz isso porque quer ingressar nas melhores universidades”. Neste caso, “Isso” refere-se a “estudar”. Este tipo de questão é muito recorrente tanto nas provas de língua portuguesa quanto nas de língua inglesa.

QUESTÃO 39 In the excerpt of the fifth paragraph – Predictably, the tobacco companies derided these and other studies as mere statistical arguments or anecdotes rather than definitions of causality. – the expression rather than can be substituted, without changing its meaning, for a) because of. b) such as. c) instead of. d) so that. e) due to.

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Resolução Alternativa C A expressão “rather than” indica alternância entre duas coisas ou pessoas, ou seja, expressa preferência. Uma tradução para “rather than” seria “ao invés de”. A expressão que tem um significado semelhante é “instead of” que possui a mesma tradução: “ao invés de”. a) Incorreta. “because of” significa “por causa de”; b) Incorreta. “such as” significa “tal como” ou “tais como”; d) Incorreta. “so that” significa “para que”/“de modo que”; e) Incorreta. “due to” significa “devido a”.

QUESTÃO 40 No trecho do último parágrafo do texto – And their marketing memorandums document advertising campaigns aimed at youngsters to hook whole new generations of smokers. – a palavra to indica a) causalidade. b) exemplificação. c) ressalva. d) finalidade. e) condição.

Resolução Alternativa D A tradução completa do trecho é: “E os seus [das companhias] memorandos de marketing documentam campanhas direcionadas a jovens para fisgar novas gerações inteiras de fumantes.” “To” no trecho em questão indica a razão pela qual está sendo feita a propaganda, cuja finalidade é “fisgar novas gerações inteiras de fumantes” (“hook whole new generations of smokers”).

QUESTÃO 41 Richard Doll and Bradford Hill a) were the first scientists to develop epidemiological thought. b) created a scientific breakthrough in 1947 when they applied statistics to explain daily life facts. c) proved, in the British Medical Research Council, that the number of smokers was constantly increasing. d) statistically related rising rates of both smokers and lung cancer. e) studied medical documents provided by The British.

Resolução Alternativa D a) Incorreta, pois os estudos Richard Doll e A. Bradford Hill citados no texto não fazem referência a “pensamento epidemiológico”. b) Incorreta, pois a palavra “breakthrough” quer dizer “descoberta”, enquanto o texto em questão faz referência a um estudo estatístico relacionando dois fatos, não se tratando de uma descoberta. c) Incorreta, uma vez que o estudo consistia em relacionar o crescimento do número de fumantes (assumido como verdadeiro, conforme se pode inferir do texto) com o crescimento da incidência de câncer de pulmão. d) Correta. A alternativa D é uma paráfrase do trecho a seguir, retirado do quinto parágrafo: “(...) Richard Doll and A. Bradford Hill of the British Medical Research Council created a sophisticated statistical technique to document the association between rising rates of lung cancer and increasing numbers of smokers.(…)” Em português: “(…) Richard Doll e A. Bradford Hill do British Medical Research Council criaram uma técnica estatística sofisticada para documentar a associação entre taxas crescentes de câncer de pulmão e o número crescente de fumantes (...)” e) Incorreta, pois o trabalho em questão consistiu de “sofisticadas técnicas estatísticas”, não havendo referência ao “estudo de documentos médicos” citado na alternativa.

Texto INSTRUÇÃO: As questões de números 42 a 45 referem-se ao texto seguinte.

Brazil president: Ethanol production boom won’t harm Amazon (AP) Rio de Janeiro – Brazil’s president said his nation’s

booming ethanol business won’t hurt the Amazon rain forest, dismissing criticism that the alternative fuel could cause deforestation. Silva, referring to concerns raised during his European visit last week, said Monday that it is unjustified to think that increased production of sugar cane for ethanol could prompt more jungle clearing. He said that Amazon weather conditions aren’t favorable for the sugar cane used to produce ethanol.

While there are few sugarcane-ethanol plantations in the Amazon, environmentalists have voiced concerns that a global ethanol boom could accelerate rain forest destruction if trees are cleared to make room for crops. Some soy plantations in central Brazil are being transformed to sugarcane ethanol operations and environmentalists say that could lead soy farmers to move into the Amazon for their crop, which is also in high demand worldwide, particularly from China. Cuba’s Fidel Castro and Venezuela’s Hugo Chavez have irked Brazilians by arguing that ethanol production would cause hunger by shifting food crops to energy use – an allegation Silva denies. But they have not focused on environmental complaints.

Brazilian ethanol makers produced 17 billion liters (4.5 billion gallons) last year, and exported 3.4 billion liters (900 million gallons). Billions of dollars are pouring into the nation to increase production. Brazil is the world’s No. 1 sugar producer and exporter, and the leading exporter of ethanol made from sugarcane. It also is the world’s second-largest ethanol producer, trailing the United States, and is ramping up production of soybean based biodiesel.

(www.iht.com/articles/ap/2007/07/10/business. Adaptado.)

QUESTÃO 42 Os ambientalistas a) estão preocupados com o desmatamento das florestas tropicais devido ao aumento do consumo mundial de etanol. b) consideram que plantações de cana-de-açúcar e soja tomarão o lugar das florestas subtropicais. c) acusam o governo brasileiro de promover o etanol em vez de se preocupar com produtos destinados à alimentação. d) apóiam as reivindicações dos presidentes de Cuba e da Venezuela a respeito do etanol. e) concordam com o presidente do Brasil, que é contra o desmatamento da Amazônia para fins agropecuários.

Resolução Alternativa A a) Correta. No Segundo parágrafo podemos encontrar o trecho que menciona a preocupação dos ambientalistas com relação ao “boom” global do etanol. Vejamos a seguinte frase: “…environmentalists have voiced concerns that a global ethanol boom could accelerate rain forest destruction if trees are cleared to make room for crops.”. Traduzindo temos: “… ambientalistas levantaram preocupações de que um forte crescimento global do etanol poderia acelerar a destruição da floresta tropical, se árvores forem cortadas para dar espaço para plantações”. b) Incorreta, pois menciona que as duas plantações, tanto a de cana-de-açúcar, quanto a de soja tomarão o lugar da floresta tropical, quando na verdade na continuação do trecho mencionado no item A, podemos ver que, ao contrário, ambientalistas se preocupam pelo fato de que algumas plantações de soja no Brasil central estão sendo substituídas pela plantação de cana e isso poderá fazer com que as plantações de soja busquem lugar na Amazônia: “Some soy plantations in central Brazil are being transformed to sugarcane ethanol operations and environmentalists say that could lead soy farmers to move into the Amazon for their crop...” c) Incorreta. De acordo com a alternativa, os ambientalistas acusariam o governo brasileiro de promover o etanol ao invés de se preocupar com produtos destinados à alimentação, quando na verdade os responsáveis por tais acusações são Fidel Castro e Hugo Chavez, o que pode ser visto no seguinte trecho no 3º parágrafo: “Cuba’s Fidel Castro and Venezuela’s Hugo Chavez have irked Brazilians by arguing that ethanol production would cause hunger by shifting food crops to energy use…” d) Incorreta, pois diz que os ambientalistas apóiam Fidel Castro e Hugo Chávez, o que não é verdade, como pudemos ver no item C. e) Incorreta, uma vez que, segundo esta, os ambientalistas concordam com o presidente Lula quanto ao desmatamento devido a atividades agropecuárias, sendo que tais atividades não foram mencionadas no texto.

QUESTÃO 43 O Brasil a) é o segundo produtor de biodiesel de soja. b) produz açúcar e etanol de cana para consumo interno da China e dos Estados Unidos. c) ultrapassou os Estados Unidos na produção de etanol de cana-de-açúcar. d) exporta pouco açúcar em relação a sua produção, embora seja o maior produtor. e) é o maior exportador de açúcar e o segundo produtor mundial de etanol.

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Resolução Alternativa E a) Incorreta. A referência do texto ao biodiesel de soja diz apenas “[Brazil] is ramping up production of soybean based biodiesel.”, ou seja, o Brasil está aumentando sua produção de biodiesel a base de semente de soja. b) Incorreta. O texto não faz referência aos destinos da exportação de açúcar e etanol de cana brasileiros. c) Incorreta. De acordo com o texto: “It also is the world’s second-largest ethanol producer, trailing the United States (…)”, ou seja, o Brasil é o segundo maior produtor de etanol, atrás apenas dos Estados Unidos. Na verdade, o Brasil é o maior exportador do etanol de cana, mas não o maior produtor. d) Incorreta, pois o Brasil é o maior exportador de açúcar, além disso, não há dados no texto que permitam comparar os volumes de produção de açúcar do Brasil destinados ao mercado interno versus externo. e) Correta. A alternativa resume as últimas linhas do texto: “(...) Brazil is the world’s No. 1 sugar producer and exporter, and the leading exporter of ethanol made from sugarcane. It also is the world’s second-largest ethanol producer (…)” Traduzindo, temos: “(…) O Brasil é o 1o do mundo em produção e exportação de açúcar, e o maior exportador de etanol feito de cana-de-açúcar. É também o segundo maior produtor de etanol.”

QUESTÃO 44 O presidente do Brasil usou o seguinte argumento para rebater as críticas dos ambientalistas: a) a soja é plantada no Brasil central e não na Amazônia. b) o clima da Amazônia é inadequado para o cultivo da cana-de-açúcar. c) a soja e a cana usadas para a alimentação não serão utilizadas para produzir combustível. d) a produtividade das usinas de etanol será aumentada sem a necessidade de estender as áreas plantadas. e) o etanol de cana é mais eficiente que o etanol de milho, produzido nos Estados Unidos.

Resolução Alternativa B Logo no final do primeiro parágrafo, temos: “He said that Amazon weather conditions aren’t favorable for the sugar cane used to produce ethanol.”, que em português significa: “Ele (o presidente) disse que as condições climáticas da Amazônia não são favoráveis à cana-de-açúcar usada para produzir etanol.”. Esta afirmação é resumida na alternativa B.

QUESTÃO 45 No trecho do segundo parágrafo do texto – Some soy plantations in central Brazil are being transformed to sugarcane ethanol operations and environmentalists say that could lead soy farmers to move into the Amazon for their crop, which is also in high demand worldwide, particularly from China. – a palavra which refere-se a) ao etanol de cana. b) aos produtores de soja. c) à soja. d) à Amazônia. e) à China.

Resolução Alternativa C Deve-e atentar ao fato que o pronome “which” só pode fazer referência a objetos, coisas; portanto a alternativa B é imediatamente descartada. Traduzindo o trecho temos: “Algumas plantações de soja no Brasil central estão sendo transformadas em cana de açúcar para produção de etanol e ambientalistas dizem que isso poderia levar fazendeiros de soja a mudar-se para a Amazônia por causa dos grãos [de soja], que também estão com alta demanda ao redor do mundo, particularmente da China.”, daí conclui-se que o termo “which” faz referência à soja.

REDAÇÃO

Proposta Leia os textos a seguir, auxiliares ao desenvolvimento de sua redação. TEXTO 1

TEXTO 2

No Brasil, a cada ano, mais de 100 mil crianças não completam o seu primeiro ano de vida. Entre 2 mil e 3,5 mil mães morrem das conseqüências da falta de atendimento de qualidade durante a gravidez, o parto e o pós-parto. Os riscos para a mãe e seu filho aumentam por insuficiência de micronutrientes como vitamina A e iodo, por alta incidência de desmame precoce antes dos seis meses de vida, por falta de informações adequadas sobre os cuidados necessários ou por falta de acesso a serviços básicos de saneamento...

Os cuidados têm de começar antes mesmo de a criança nascer. A mulher grávida precisa fazer pelo menos seis consultas pré natais e de orientações sobre como garantir o melhor começo de vida a seu bebê.

Os pais, outros familiares e toda a comunidade devem participar do desenvolvimento da criança desde a gestação. É importante que o pai acompanhe a criança também durante e após o parto, no momento da amamentação, em todas as etapas de seus primeiros anos de vida.

O Unicef apóia a capacitação e a sensibilização de profissionais de saúde, parteiras tradicionais, prefeitos e secretários de saúde com o objetivo de aumentar e melhorar os serviços de atendimento para o pré-natal, parto e pós-parto.

No País, nos últimos anos, houve um crescimento importante dos índices de aleitamento materno, mas a média de aleitamento materno exclusivo é apenas de 38,8 dias. A recomendação é de que os bebês sejam amamentados exclusivamente no peito durante 180 dias. As crianças, quando não mamam no peito da mãe, ficam mais vulneráveis a doenças como diarréia e infecções respiratórias.

Nos seus primeiros anos de vida, a principal referência da criança é a família com a qual ela vive. É da família que ela vai receber apoio afetivo, alimentação, cuidados de saúde. É com a família que ela vai aprender a falar, brincar, cantar, interagir com os outros. A criança precisa do pai e da mãe. Homens e mulheres estimulam na de maneira diferente. A criança também precisa de serviços públicos que garantam sua saúde, educação, lazer e que protejam seus direitos. Cuidar de crianças pequenas não é fácil. (...)

(www.unicef.org/brazil) TEXTO 3

Educação Infantil

A educação da criança de zero a seis anos é um direito constitucional e, ao mesmo tempo, um compromisso assumido pelo Brasil no Marco de Ação de Dacar. Considerando a importância desta faixa de idade, a primeira meta de Educação para Todos é expandir e aperfeiçoar o cuidado e a educação abrangentes na primeira infância, especialmente para as crianças mais vulneráveis e desfavorecidas.

Assim, a Unesco tem dedicado esforços para efetivar o direito a uma educação de qualidade para crianças, desde seus primeiros anos de vida. Trata-se, no Brasil, de uma política de

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abrangência crescente: segundo dados do IBGE, cerca de 9% das crianças de zero a três anos freqüentam creches, e 52% das crianças de quatro seis anos freqüentam pré-escolas. O Plano Nacional de Educação (PNE), em consonância com os princípios da Educação para Todos, estabelece metas relevantes de expansão e de melhoria da qualidade da educação infantil. (...)

A contribuição da Unesco tem se dado por meio de várias ações, como adoção de uma linha editorial na área da educação infantil, incluindo a tradução de notas sobre políticas de vários países (...)

(www.unesco.org.br) Texto 4

O mundo contemporâneo sofre com uma série de problemas,

cuja solução, necessariamente, caberá àqueles que hoje são crianças. Por isso, pensar em um mundo melhor no futuro significa pensar e adotar agora uma série de ações – algumas até bastante urgentes.

A partir das informações apresentadas e do conhecimento da realidade da infância brasileira, elabore um texto dissertativo, em prosa, analisando e discutindo criticamente:

OS CUIDADOS COM A INFÂNCIA DE HOJE PARA UM MUNDO MELHOR NO FUTURO

Comentários

O tema da redação não apresentou surpresa ao candidato bem preparado: a idéia de que o cuidado com as crianças hoje definirá o futuro é bastante recorrente e já foi expressa, de forma muito parecida com esta de agora, em um tema do ENEM. Uma leitura atenta da prova de Língua Portuguesa, aliás, irá revelar que o tema “criança” foi usado em uma série de questões, que poderiam ser usadas como uma coletânea adicional para aprofundar ainda mais as idéias do candidato. O texto 1, na verdade uma charge de autoria do desenhista Angeli, mostra de forma irônica os elevados índices de mortalidade infantil e, ao mesmo tempo, a dificuldade de elaborar formas de incentivar o lazer e o desenvolvimento saudável das crianças, especialmente as de baixa renda. Já o texto 2 oferece dados concretos sobre a mesma situação descrita no texto 1 (a mortalidade infantil). Afirma que 100 mil crianças com menos de 1 ano morrem no Brasil anualmente e descreve uma série de cuidados necessários para diminuir esse número, que devem ser tomados desde antes do nascimento. A ênfase nos conselhos ajuda a caracterizar o texto como um manual voltado aos pais, mas o candidato deverá compreender que não é interessante, em sua redação, repeti-los na forma de uma proposta para a solução do problema. É mais útil aproveitar o curto espaço disponível para a redação (cerca de 30 linhas) para analisar as causas do problema, se for esse o recorte temático escolhido. O texto 3 foca o problema da universalização da educação infantil. Ele menciona o projeto Educação para Todos, desenvolvido pela Unesco, que envolve a melhoria da qualidade e do acesso ao ensino pelas crianças de 0 a 6 anos de idade. É possível estabelecer uma relação entre os textos 2 e 3, já que aquele fala da garantia de sobrevivência das crianças e este trata do esforço para dar a elas um futuro melhor, quebrando assim o círculo vicioso segundo o qual as crianças que tiveram condições de vida precárias serão adultos condenados a dar a seus filhos as mesmas condições. A tira de Ziraldo que serviu como o texto 4 é o mais abstrato entre todos os excertos, pois não fala diretamente das crianças, mas sim da relação condicional entre a situação do presente e a do futuro. Se o presente não for modificado, o futuro dificilmente será melhor ou talvez

nem existirá: é o que podemos concluir da fala de Junim, no terceiro quadrinho. Alguns dos possíveis recortes temáticos seriam: - Cuidados com a educação das crianças - Cuidados com a sobrevivência das crianças - Relação entre o investimento nas crianças e o desenvolvimento econômico do país - Motivos para o descaso com as crianças - O descaso com as crianças como prova da falta de planejamento e suas conseqüências para o futuro Vale ainda enfatizar que para um ótimo desempenho, deve-se lembrar que o primeiro passo na elaboração de um projeto de texto no modelo Unesp/Fuvest/Unifesp/UFSCar é a escolha de um recorte temático, ou seja, de um aspecto do tema a ser discutido na redação. Note que a importância de se escolher um recorte temático é poder desenvolvê-lo com profundidade; a escolha do recorte não implica, portanto, uma redação mais curta, mas sim um texto que, embora aparentemente limitado em termos de abrangência, será bem desenvolvido dentro do recorte escolhido.

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O ELITE possui compromisso real com o seu sucesso. Por isso, afirmamos com segurança que o ELITE é um curso realmente sério,

dedicado e tem os melhores alunos. Veja por que:

SÉRIO

Somente um curso realmente sério se preocupa com seus alunos em cada detalhe. Um exemplo disso são as turmas 100% direcionadas do ELITE: se é tão óbvio que é muito melhor, por

que ninguém fez isso antes?

DEDICADO

Que outro curso tem simulados semanais, até 46 aulas por semana, plantões de dúvidas de todas as disciplinas todas as semanas, orientação e acompanhamento dos estudos

individualizados, grupos de estudos orientados...?

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Somente os melhores alunos, realmente preocupados em aprender e desenvolver-se, enfrentam o desafio de ter mais aulas, aulas mais aprofundadas, mais simulados e mais atividades em geral,

que acontecem no ELITE...

O resultado não poderia ser outro:

Turma MEDICINA:

• 78% de aprovados

• 50 aprovações em MEDICINA (de 90 alunos!)

• 32 aprovações em MEDICINAS PÚBLICAS

Turma ENGENHARIA:

• 79% de aprovados • 30% entre os 10 primeiros da

carreira

Turma TOPHUMANAS:

81% de aprovados

Turma ITA/IME/AFA:

• 88% de aprovados, todos em públicas

• 67% dos aprovados de Campinas no IME

• O único a aprovar no ITA da região

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MAIORIA ABSOLUTA DE NOSSOS ALUNOS É APROVADA!