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Pontifícia Universidade Católica – PUC RIO Departamento de Química LABMAM – Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais Monitoramento de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos e n-alcanos em amostras de água e tecidos de peixe da Baía de Guanabara- RJ Aluno: Leonardo Lomba Resende Orientador: Angela de Luca Rebello Wagener Co-Orientador: Adriana Haddad Nudi 1) Introdução: Na atualidade, o aumento de fontes de poluição em rios, mares e solos tem exigido um maior controle e fiscalização em relação aos níveis de contaminantes lançados na natureza e o ambiente aquático é um dos ecossistemas que mais sofre impactos causados pela ação antrópica, uma vez que constitui o compartimento final de vários produtos gerados pela atividade humana (AKAISHI, 2003). Sendo estes ambientes de certa maneira o reflexo das atividades que ocorrem ao seu redor, o que influencia diretamente na fauna e na flora, já que conforme mais expostos estiverem a agentes contaminantes ambientais, maior serão os danos a esse ecossistema. Dessa forma, pesquisas mais avançadas sobre esses impactos tem levado a obtenção de dados mais precisos e confiáveis sobre os níveis de poluição, permitindo que se determinem as suas possíveis origens e fontes dos contaminantes e avaliar melhor as medidas preventivas ou corretivas em dadas situações. O objetivo do presente estudo foi monitorar os níveis de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) e de n-alcanos presentes em amostras de água e em tecidos de peixes, oriundos da Baía de Guanabara, a fim de estimar as suas concentrações e possíveis fontes e origens; correlacionar com dados pretéritos realizados na mesma área, para verificar se houve ou não um aumento desses contaminantes, e avaliar a bioacumulação de HPAs nos tecidos. Amostras de água foram coletadas em cinco pontos diferentes da Baía de Guanabara e de tecidos de peixes coletados em três pontos. As determinações foram realizadas por cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas (CG-EM) e por cromatografia gasosa com detector de chamas (CG-DIC), respectivamente. 2) Fundamentos Teóricos 2.1) Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos são compostos orgânicos, contendo somente carbono e hidrogênio, de dois ou mais anéis benzênicos fundidos. Eles são componentes do petróleo e formam-se, ainda, na combustão incompleta de matéria orgânica. Apresentam grande importância ambiental, devido a sua toxicidade e persistência no ambiente marinho. Órgãos nacionais e internacionais, responsáveis pela regulação ambiental, reconhecem os perigos em potencial da ocorrência dos HPAs no ambiente, uma vez que mais de 30 HPAs e seus derivados apresentam efeitos carcinogênicos. Isto faz deles a maior classe conhecida de compostos carcinogênicos. Além disso, os HPAs apresentam uma ampla distribuição no meio ambiente, são compostos lipofílicos altamente persistentes e possuem elevada tendência à bioacumulação (NEFF, 1979; BJøRSETH e RAMDAHL, 1985).

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Departamento de Química

LABMAM – Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais

Monitoramento de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos e n-alcanos em amostras de água e tecidos de peixe da Baía de Guanabara- RJ

Aluno: Leonardo Lomba Resende Orientador: Angela de Luca Rebello Wagener

Co-Orientador: Adriana Haddad Nudi 1) Introdução: Na atualidade, o aumento de fontes de poluição em rios, mares e solos tem exigido um maior controle e fiscalização em relação aos níveis de contaminantes lançados na natureza e o ambiente aquático é um dos ecossistemas que mais sofre impactos causados pela ação antrópica, uma vez que constitui o compartimento final de vários produtos gerados pela atividade humana (AKAISHI, 2003). Sendo estes ambientes de certa maneira o reflexo das atividades que ocorrem ao seu redor, o que influencia diretamente na fauna e na flora, já que conforme mais expostos estiverem a agentes contaminantes ambientais, maior serão os danos a esse ecossistema. Dessa forma, pesquisas mais avançadas sobre esses impactos tem levado a obtenção de dados mais precisos e confiáveis sobre os níveis de poluição, permitindo que se determinem as suas possíveis origens e fontes dos contaminantes e avaliar melhor as medidas preventivas ou corretivas em dadas situações.

O objetivo do presente estudo foi monitorar os níveis de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) e de n-alcanos presentes em amostras de água e em tecidos de peixes, oriundos da Baía de Guanabara, a fim de estimar as suas concentrações e possíveis fontes e origens; correlacionar com dados pretéritos realizados na mesma área, para verificar se houve ou não um aumento desses contaminantes, e avaliar a bioacumulação de HPAs nos tecidos. Amostras de água foram coletadas em cinco pontos diferentes da Baía de Guanabara e de tecidos de peixes coletados em três pontos. As determinações foram realizadas por cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas (CG-EM) e por cromatografia gasosa com detector de chamas (CG-DIC), respectivamente.

2) Fundamentos Teóricos

2.1) Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs)

Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos são compostos orgânicos, contendo somente carbono e hidrogênio, de dois ou mais anéis benzênicos fundidos. Eles são componentes do petróleo e formam-se, ainda, na combustão incompleta de matéria orgânica. Apresentam grande importância ambiental, devido a sua toxicidade e persistência no ambiente marinho.

Órgãos nacionais e internacionais, responsáveis pela regulação ambiental, reconhecem os perigos em potencial da ocorrência dos HPAs no ambiente, uma vez que mais de 30 HPAs e seus derivados apresentam efeitos carcinogênicos. Isto faz deles a maior classe conhecida de compostos carcinogênicos. Além disso, os HPAs apresentam uma ampla distribuição no meio ambiente, são compostos lipofílicos altamente persistentes e possuem elevada tendência à bioacumulação (NEFF, 1979; BJøRSETH e RAMDAHL, 1985).

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2.2) Propriedades Físico-Químicas

As propriedades físicas e químicas dos HPAs estão relacionadas à massa molecular (NEFF, 1979; McELROY et al., 1989). O aumento da massa molecular dos HPAs, diminui a sua solubilidade, e também os leva a resistir mais às reações de oxidação, redução e vaporização. Como resultado, a distribuição e efeitos dos HPAs no ambiente diferem nos sistemas biológicos. Podem-se distinguir duas classes de HPAs, ao que se referem as suas propriedades físicas, químicas e biológicas: a dos compostos de baixa massa molecular (2-3 anéis) e aquela que inclui os compostos de alta massa molecular (4-7 anéis aromáticos) (Neff, 1979; McElroy et al., 1989 apud NUDI, 2005).

A geração antropogênica dos HPAs, através das atividades relacionadas ao petróleo, tem introduzido anualmente no ambiente, grandes quantidades de HPA, resultando na contaminação dos ecossistemas, uma vez que estes compostos não são degradados pela maioria dos microorganismos, devido à complexa estrutura química e baixa solubilidade em água (JONHSEN et al., 2005).

Os HPAs presentes no petróleo normalmente apresentam substituintes alquilados, os quais são mais abundantes que os HPAs não substituídos. Dos hidrocarbonetos presentes no petróleo, os HPAs são os compostos que apresentam maior toxicidade ao meio ambiente. Os hidrocarbonetos de baixo peso molecular apresentam intenso efeito tóxico agudo, já que possuem uma elevada hidrofilicidade, alta volatilidade e consequentemente uma biodisponibilidade (GESAMP, 1993) 2.3) Fontes de HPAs em ambiente aquático e sua origem

Os HPAs podem ser produzidos, basicamente, por: pirólise de matéria orgânica em altas temperaturas; diagênese de material orgânico sedimentar em temperaturas baixas ou moderadas; biosíntese direta por microorganismos ou plantas (NEFF, 1979).

Consideráveis quantidades de HPAs lançados ao meio marinho são originárias de fontes antropogênicas (KENNISH, 1997). Dentre as quais, se destacam como principais fontes os efluentes industriais, lançamento de esgotos (pluviais e domésticos), incineração de lixo, derrames de óleo, produção de asfalto, creosoto e deposição atmosférica, através da queima de combustíveis fósseis (CLARK, 1997). Porém, certas fontes naturais como a síntese biológica, erupções vulcânicas, queima de florestas, formação de combustíveis fósseis e a extrusão natural do solo, também são responsáveis por quantidades significativas destes compostos (McELROY et al., 1989).

A maioria destes HPAs que entram nos ambientes aquáticos permanece relativamente próxima às suas fontes, decrescendo quase que logaritmicamente com a distância da origem. Desta forma, a maior parte dos HPAs encontrados nos ambientes aquáticos está localizada em rios, estuários e águas costeiras (NEEF, 1979).(Figura 2.3-1)

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Figura 2.3-1. Distribuição dos hidrocarbonetos no meio aquático. Fonte: LIMA(1996).

2.4) Bioindicadores

Bioindicadores são organismos capazes de indicar a qualidade ambiental do ecossistema em que vivem através da bioacumulação (acumulação nos tecidos) dos contaminantes ou dos seus metabólitos em quantidades proporcionais às concentrações no ambiente. A concentração nos tecidos fornece uma medida de exposição e, às vezes, do efeito tóxico de um determinado composto químico (RAND et al., 1995; WALKER et al., 1997).

Uma boa forma de se avaliar a exposição aos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos com maior exatidão é através da detecção dos compostos em tecidos ou fluidos biológicos de organismos aquáticos (WATSON et al., 2004). A escolha de peixe como biomonitor foi devido ao fato de exercerem um papel fundamental para a população, seja pela a sua cormercialização ou pelo consumo próprio. Também pode ser atribuído ao seu papel na cadeia alimentar e pela sua abundância na Baía de Guanabara, além de possuírem um metabolismo eficaz na biotransformação e na eliminação de HPAs, sendo estes não acumulados no tecido (PEDRETE, 2010).

2.4.1) Espécies escolhidas como bioindicadoras

Micropogonias furnieri (Corvina)- é um consumidor terciário, alimentando-se de organismos bentônicos, como pequenos peixes e crustáceos (HAIMOVICI, 1997). (Figura 2.4.1-1)

Mugil lisa (Tainha) – contrastando com a corvina, essa espécie é herbívora (consumidor primário), alimentando-se vegetais presentes na coluna de água ou sobre o sedimento de fundo (HAIMOVICI, 1997. (Figura 2.4.1-2)

Genidens Genidens (Bagre) – As espécies dessa família geralmente se alimentam no fundo e possuem uma dieta onívora, apesar da maioria apresentar tendências para alimentação carnívora, alimentando-se de pequenos moluscos e invertebrados. Os machos apresentam

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o hábito de incubar os ovos, que são carregados na cavidade bucal até o canal de seu desenvolvimento (AZEVEDO et al., 1999). (Figura 2.4.1-3)

Figura 2.4.1-1. Corvina Figura 2.4.1-2. Tainha

Figura 2.4.1-3. Bagre

3) Área de estudo:

O sistema estuarino da Baía de Guanabara está localizado no estado do Rio de Janeiro, entre as coordenadas 22º 40’00” e 23º 00’S - 43º 00’ e 43º 18’W (Figura 3-1). O clima na região é tropical semi-úmido, com chuvas abundantes no verão e temperaturas médias elevadas (26º C). Já os invernos são secos e com temperaturas mais amenas (21º C) (http://br.weather.com). A bacia de drenagem da baía, que inclui praticamente toda região metropolitana do Rio de Janeiro, possui uma área total de aproximadamente 4.000 km2, com 35 rios e canais que contribuem com um fluxo médio anual de 100 m3s-1 (Marques-Junior et al., 2009). Dentre estes rios, Guapi-Macacu (1253,1 km2), Cacerebu (846,7 km2) e Iguaçu-Sarapuí (755,3 km2 ) possuem as maiores bacias de drenagem, que formam deltas estuarinos cobertos por extensos manguezais (Coelho, 2007). A superfície da baía mede 371 km2, com um volume total de água estimado de 3,06x10 9 m3 e uma extensão máxima de 38 km que parte da Ponta de Copacabana até a foz do rio Magé (Kjerfve et al., 1997). A desembocadura é estreita (1.6 km), entretanto, seu tamanho aumenta consideravelmente em direção ao interior, cuja largura máxima registrada é de 29 km entre os rios São João de Meriti e Guapi-Macacu (JICA, 1994).

A Baía de Guanabara apresenta uma grande circulação de navios, os quais em grande maioria vêm atracar no porto do Rio de Janeiro. Tanto essa grande circulação, mas como também o despejo de esgotos domiciliares e industriais, os derrames de óleo, assoreamento e a presença de contaminantes químicos, como os HPAs, em suas águas têm contribuído para o aumento de sua poluição (Marques-Junior et al., 2009). A Figura 3-1 apresenta as principais fontes de hidrocarbonetos na Baía de Guanabara.

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Figura 3-1. Fontes de hidrocarbonetos na Baía de Guanabara. Adaptado de JICA, 1994.

As amostragens foram feitas em cinco pontos da Baía de Guanabara, os quais foram

escolhidos devido a sua maior importância e também de contrastar de forma clara os locais que recebem maior ou menor influência dos contaminantes.

Pela classificação de MAYR e colaboradores (1998), as áreas estudadas de acordo com a qualidade da água foram (Figura 3-2): • Boca da barra (BG-01) - Entrada da baía – área com maior influência de águas costeiras limpas, portanto, considerada a estação mais limpa; • Marina da Gloria (BG-02) – Área considerada de moderadamente a muito poluída. Destacam-se como principais fontes de poluição para este ponto o despejo de esgoto urbano, contaminantes liberados pelas embarcações e lixo doméstico; • Porto do Rio de Janeiro (BG-05) - Área considerada intensamente poluída. Apresenta um intenso trafego de embarcações, além da influencia do despejo de esgoto urbano e de lixo; • Porto de Niterói (BG-06) - Área considerada intensamente poluída. Caracterizada por forte deterioração ambiental; • Vão Central da Ponte Rio-Niterói (BG-07) - Canal principal de navegação, onde se espera encontrar as melhores condições de qualidade da água em função da contribuição de águas limpas costeiras.

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Estação de coletaFoto: F. Moraes

Vão central da Ponte Rio-Niterói

Porto de Niterói

Marina da GlóriaBoca da Barra

Porto do RJ

Figura 3-2. Estações de amostragens na Baía de Guanabara: Boca da Barra (BG-01), Marina da Glória (BG-02), Porto do Rio de Janeiro (BG-05), Porto de Niterói (BG-06) e Vão central da Ponte Rio-Niterói (BG-07).

4) Metodologia

4.1) Amostragem As amostragens foram realizadas nos dias 09 e 13 de março de 2012. No primeiro

dia coletaram-se triplicatas de amostras de água em dois pontos da Baía de Guanabara, no Porto de Niterói (BG-06) e no Vão Central da Ponte Rio-Niterói (BG-07). No segundo dia foram tanto coletados peixes (três espécies distintas), quanto triplicatas de amostras de água em novos pontos: Marina da Glória (BG-02), Porto do Rio de Janeiro (BG-05) e Boca da Barra (BG-01).

4.2) Procedimento analítico para determinação dos hidrocarbonetos aromáticos

(HPAs), alifáticos e totais de petróleo (HTP) em amostras de água

Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, considerados nesse trabalho, foram os 16 compostos prioritários segundo a USEPA (16 HPA USEPA: naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno, fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, criseno, benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno, indeno(1,2,3-c,d)pireno, dibenzo(a,h)antraceno, benzo(ghi)perileno) em função de suas comprovadas características mutagênicas e carcinogênicas e também dibenzotiofeno, perileno e benzo(e)pireno, além dos seguintes HPAs alquilados: C1 a C4 naftalenos, C1 a C3 fluorenos, C1 a C3 dibenzotiofenos, C1 a C4 fenantrenos, C1 e C2 pirenos, e C1 e C2 crisenos. Na fração dos hidrocarbonetos alifáticos foram quantificados os compostos resolvidos e não-resolvidos, cujo somatório representa os hidrocarbonetos alifáticos totais. Os alifáticos resolvidos incluem os n-alcanos individuais (do n-C12 ao n-C40), os isoprenóides pristano e fitano e outros picos não identificados no cromatograma. Os compostos ditos não-resolvidos

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são identificados no cromatograma como uma elevação da linha base, e são chamados, em conjunto, de mistura complexa não resolvida (MCNR). A MCNR é quantificada pela área entre a elevação da linha base e a posição “normal” desta, a qual, por sua vez, é obtida pela análise cromatográfica do solvente puro (n-hexano). A metodologia utilizada na determinação de hidrocarbonetos em água é baseada no método EPA 8015B (para hidrocarbonetos alifáticos e TPH) e EPA 8270D com modificações (para hidrocarbonetos policíclicos aromáticos).

A. Extração

Uma vez no laboratório, a água foi submetida ao procedimento de extração dos hidrocarbonetos. O protocolo utilizado para tal é baseado no método EPA 3510, onde 150 mL de MeCl2 foram adicionados na amostra de água (4 L). A extração foi realizada por agitação vigorosa (150 rpm) e constante da mistura por cerca de 3 minutos em mesa agitadora, seguida de repouso por 10 min. A fase orgânica foi recolhida em frasco de vidro e todo o procedimento repetido por mais duas vezes (100 mL), totalizando o uso de 350 mL de solvente.

Antes de iniciar a extração, foram adicionados os seguintes padrões subrogados de F1 e F2, referentes à análise de água. A adição destes padrões tem como objetivo o acompanhamento do desempenho da metodologia empregada, que é considerada adequada caso a recuperação situe-se na faixa entre 40 e 125 % (SAUER & BOEHM, 1995).

B. Fracionamento, identificação e quantificação.

As frações alifática e aromática foram separadas por cromatografia líquida em coluna de sílica/alumina (7 g de alumina desativada a 2 %, 10g de sílica desativada a 5 % e 1 g de sulfato de sódio em coluna de vidro de 30 cm de comprimento com 1,3 cm de diâmetro interno). Inicialmente a coluna foi eluída com 50 mL de hexano para a obtenção dos hidrocarbonetos saturados (F1). A fração contendo os HPAs (F2) foi eluída em seguida com a adição de 100 mL de mistura hexano:diclorometano (1:1). Os extratos foram concentrados em evaporador rotatório e fluxo de N2. Após a concentração, as amostras foram avolumadas a 1 mL e foram adicionados os padrões internos de quantificação para os HPAs. Na fração F1 foram quantificados os n-alcanos individuais (n-C12 ao n-C40), os isoprenóides (fitano e pristano), os picos resolvidos e a mistura complexa não resolvida (MCNR), como segue:

- n-alcanos: somatório de n-C12 ao n-C40 mais os isoprenóides pristano e fitano;

- Picos Resolvidos: somatório de n-C12 ao n-C40, pristano e fitano e mais todos os picos resolvidos;

- Hidrocarbonetos saturados: somatório dos resolvidos mais a MCNR

Os hidrocarbonetos alifáticos foram identificados e quantificados, pelo método de padronização interna, utilizando-se como padrão interno o n-C24d (em concentração igual a 2500 ng/mL). A concentração da MCNR foi obtida com detector de ionização por chama (CG/DIC), segundo o método EPA-8015B, utilizando as condições resumidas na tabela 2.2.1-1. O limite de quantificação e de detecção da análise de TPH, relacionado ao volume extraído, foi de 1,2 µg L-1 de amostra. A identificação dos n-alcanos individuais segue o Método EPA 8015 e foi realizada por cromatografia gasosa com detector de ionização por chama (CG/DIC) com a injeção de mistura-padrão contendo n-alcanos de 12 a 40 átomos de carbono, além dos isoprenóides fitano e pristano.

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Tabela 2.2.1-1. Condições cromatográficas para determinação de TPH.

Equipamento Cromatógrafo Termo Finnigan – Modelo Focus GC, com detector DIC - Estação de dados: ChromQuest 4.1

Coluna: J&W DB 5 (30 m x 0,32 mm x 0,25 µm)

Gases: Carreador: Make-up: Detector:

Hélio: 2 mL⋅min-1 Nitrogênio: 25mL⋅min-1 Ar: 175 mL⋅min-1; Hidrogênio: 15 mL⋅min-1

Temperatura: Injetor: Detector: Coluna:

280 ºC 290 ºC 50 ºC (0,75 min), taxa: 6 ºC⋅min-1 até 310 ºC (20 min)

Para a quantificação dos hidrocarbonetos alifáticos foram calculados os fatores de resposta relativos (FRR) dos n-alcanos individuais em relação ao n-C24d. Os FRRs foram obtidos pela equação 1, a partir da injeção da mistura-padrão usada para determinação do tempo de retenção de cada composto. A mistura complexa não resolvida (MCNR) foi quantificada pelo FRR médio de todos os n-alcanos. A faixa de resposta linear do FRR foi verificada rotineiramente pela injeção da mistura-padrão na faixa de concentração de 150 a 2.500 ng mL-1 para n-alcanos individuais. A concentração da MCNR foi obtida por cromatografia gasosa com detector de ionização por chama (CG/DIC), segundo o método EPA-8015B.

c

pi

pi

c

C

C

A

AFRR ×= (Equação 1)

onde: Ac e Cc = área e concentração, respectivamente, do composto em questão Api e Cpi = área e concentração, respectivamente, do padrão interno (n-C24d)

As condições cromatográficas para determinação de hidrocarbonetos alifáticos seguem as mesmas apresentadas para a determinação de HTP (Tabela 1). O limite de detecção dos n-alcanos individuais, considerando-se o volume médio extraído foi de 0,007 µg L-1. A metodologia utilizada para a determinação dos HPAs, por cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massas, seguiu, com algumas modificações, o método EPA-8270D. O equipamento foi calibrado utilizando-se oito soluções (5, 10, 20, 50, 100, 200, 400 e 1.000 ng mL-1) contendo os 16 HPAs controlados pelo método (naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno, fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, criseno, benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno, indeno(1,2,3-c,d)pireno, dibenzo(a,h)antraceno, benzo(ghi)perileno), 2-metilnaftaleno, 1-metilnaftaleno, dibenzotiofeno, 2,3-dimetilnaftaleno, perileno, benzo(e)pireno) e os padrões internos deuterados (naftaleno-d8, acenafteno-d10, fenantreno-d10, criseno-d12 e perileno-d12) em concentração igual a 100 ng mL-1. Os HPAs alquilados contemplados pelo método EPA são: 1-metil- e 2- metilnaftaleno, C2 a C4-naftalenos, C1 a C3-fluorenos, C1 a C4-fenantrenos, C1 a C3-dibenzotiofenos, C1 e C2-pirenos, C1 e C2-crisenos. Devido à dificuldade de obtenção de padrões de HPAs alquilados, estes foram determinados utilizando-se a curva de calibração do homólogo não alquilado, com a exceção do 1- e 2- metilnaftaleno os quais foram incluídos nas curvas de calibração, e do C2-naftalenos, que foram quantificados pelo 2,3-dimetilnaftaleno. A Tabela 2.2.1-2, resume as condições instrumentais utilizadas na determinação dos HPAs individuais.

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Tabela 2.2.1-2. Condições instrumentais para determinação de HPAs individuais.

Equipamento EM - Finnigan modelo Polaris Q GC – Finnigan modelo TraceGC

Coluna J&W DB-5msMSD (30 m, 0,25 mm de di e 0,25 µm de filme)

Programa de temperatura

50 °C durante 5 min 50 °C⋅⋅⋅⋅min-1 até 80 °C 6 °C⋅min-1 de 80 °C a 280 °C 280 °C durante 25 min

Gás de arraste hélio 1,2 mL⋅min-1 Volume de Injeção 2 µL

O limite de quantificação, para cada composto contemplado pelo método, considerando-se o volume de amostra extraída (cerca de 4 L) foi 0,56 ng L-1 de amostra. O limite de detecção, para cada composto contemplado pelo método, relacionado ao volume extraído, variou de 0,04 a 0,18 ng L-1 de amostra de acordo com a Tabela 2.2.1-3.

Tabela 2.2.1-3 – Limites de detecção e de quantificação, em ng L-1, dos hidrocarbonetos

contemplados pelo método.

Composto LD LQ

N 0,04 0,56 1MN 0,05 0,56 2MN 0,07 0,56 C2N 0,07 0,56 C3N 0,07 0,56 C4N 0,07 0,56 Aceft 0,08 0,56 Ace 0,04 0,56 Flu 0,07 0,56

C1Flu 0,07 0,56 C2Flu 0,07 0,56 C3Flu 0,07 0,56 DBT 0,12 0,56

C1DBT 0,12 0,56 C2DBT 0,12 0,56 C3DBT 0,12 0,56

Fen 0,11 0,56 C1Fen 0,11 0,56 C2Fen 0,11 0,56 C3Fen 0,11 0,56 C4Fen 0,11 0,56

Ant 0,08 0,56 Ft 0,04 0,56 Pi 0,12 0,56

C1Pi 0,12 0,56 C2Pi 0,12 0,56 BaA 0,18 0,56 Cri 0,18 0,56

C1Cri 0,18 0,56 C2Cri 0,18 0,56 BbFt 0,12 0,56 BkFt 0,15 0,56 BePi 0,08 0,56 BaPi 0,10 0,56 Per 0,15 0,56 I-Pi 0,12 0,56

DBahA 0,10 0,56 BghiPe 0,09 0,56

Legenda: N:Naftaleno; 2MN: 2Metilnaftaleno; 1MN: 1Metilnaftaleno; C2N: C2 naftalenos; C3N: C3 naftalenos; C4N: C4 naftalenos; Ace: Acenafteno; Aceft: Acenaftileno; Flu: Fluoreno; C1Flu: C1 fluorenos; C2Flu: C2 fluorenos; C3Flu: C3 fluorenos; DBT: Dibenzotiofeno; C1DBT: C1 dibenzotiofenos; C2DBT: C2 dibenzotiofenos; C3DBT: C3 dibenzotiofenos; Fen: Fenantreno; C1Fen: C1 fenantrenos: C2Fen: C2 fenantrenos: C3Fen: C3 fenantrenos: C4Fen: C4 fenantrenos: Ant: Antraceno; Ft: Fluoranteno; Pi: Pireno; C1Pi: C1 pirenos; C2Pi: C2 pirenos; BaA: Benzo(a)antraceno; Cri: Criseno; C1Cri: C1 crisenos; C2Cri: C2 crisenos; BbFt: Benzo(b)fluoranteno; BkFt: benzo(k)fluoranteno; BePi: Benzo(e)pireno; BaPi: Benzo(a)pireno; Per: Perileno I-Pi: Indeno(1,2,3-cd)pireno; DbahA: Dibenzo(a,h)antraceno; BghiPe: Benzo(ghi)perileno.

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4.3) Análise da Biota

No laboratório, foram realizados as medidas de comprimento e massa dos organismos coletados e os dados estão reportados no ANEXO I. Os tecidos das amostras de peixe foram filetados manualmente e colocados em potes de alumínio previamente descontaminados que foram congelados até a análise. As amostras foram liofilizadas (durante 5 dias). Após a liofilização, estas foram maceradas em moinho de bola e em seguida submetidas ao processo de extração em sistema de Soxhlet utilizando-se diclorometano por 24h (o padrão paraterfenil foi utilizado como surrogate). Após a extração, foi retirada uma alíquota do extrato para a determinação do teor de lipídeos e no restante do extrato, iniciou-se a etapa de clean up passando-se o mesmo pela coluna de alumina (coluna grossa) a qual retira o excesso de gordura presente na amostra.

Tendo concluído esta etapa, as frações de F1 e F2 seguiram o mesmo procedimento adotado para o extrato das amostras de água.

5) Resultados e Discussões 5.1) A análise da água Os resultados resumidos das determinações dos hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos nas amostras de água são apresentados na Tabela 5-1. Tabela 5.1. Resultados de hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos em amostras de água da Baía de Guanabara. Resultados expressos em ng.L-1 e µg.L-1, respectivamente.

Data 16HPA ΣHPA Total de n-alcanos Hidrocarbonetos

Resolvidos MCNR Total de alifáticos HTP

MCNR/Res

Boca da Barra mar-12 16,82 44,87 0,71 1,05 5,94 6,99 56,69 5,63

Boca da Barra mar-12 30,31 59,68 0,73 1,16 1,14 2,30 10,07 0,98

Boca da Barra mar-12 39,60 96,37 6,34 13,20 70,45 83,65 95,42 5,34

Marina da Glória mar-12 44,66 122,40 0,14 0,26 3,26 3,53 10,24 12,47

Marina da Glória mar-12 45,22 124,70 0,50 1,07 7,25 8,32 18,51 6,80

Marina da Glória mar-12 29,30 58,34 0,14 0,18 3,12 3,30 26,50 17,49 Porto do Rio de

Janeiro mar-12 31,64 55,47 0,21 0,54 1,13 1,67 18,07 2,11 Porto do Rio de

Janeiro mar-12 50,03 139,61 0,46 2,29 16,59 18,88 84,31 7,24 Porto do Rio de

Janeiro mar-12 40,95 93,48 0,40 1,28 2,40 3,69 50,32 1,87

Porto de Niterói mar-12 41,02 98,13 0,82 1,45 2,99 4,44 7,21 2,06

Porto de Niterói mar-12 39,27 41,88 6,76 12,91 77,19 90,11 120,42 5,98

Porto de Niterói mar-12 51,01 91,66 4,22 8,35 36,91 45,26 51,13 4,42 Vão Central da Ponte Rio-Niterói mar-12 31,82 207,99 0,39 2,48 2,89 5,37 12,88 1,16 Vão Central da Ponte Rio-Niterói mar-12 18,13 46,22 0,03 0,90 0,45 1,35 3,90 0,50 Vão Central da Ponte Rio-Niterói mar-12 24,67 44,03 0,02 1,06 0,47 1,53 4,31 0,44

Total de n-alcanos = ∑ C12 ao C40 mais os isoprenóides pristano e fitano Hidrocarbonetos Resolvidos = ∑ C12 ao C40 mais os isoprenóides pristano e fitano e os picos resolvidos MCNR = picos não resolvidos Total de alifáticos = ∑ MCNR mais os Hidrocarbonetos Resolvidos

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5.1.1) Concentrações de hidrocarbonetos alifáticos

Através da análise dos dados, observa-se uma baixa concentração de alifáticos totais em todas as estações, variando de 1,35 µg.L-1 do Vão Central da Ponte Rio-Niterói (BG07) para 90,11 µg.L-1 do Porto de Niterói (BG06). A estação do Porto de Niterói obteve a maior concentração de hidrocarbonetos alifáticos. O somatório do total de n-alcanos variou de 0,4 (Vão Central) a 12 µg.L-1 (Porto do Rio de Janeiro) (Figura 5.5-1). A distribuição e a variação das determinações dos alifáticos totais e HTP (hidrocarbonetos totais de petróleo) podem ser melhores visualizadas na Figura 5.5-2.

Figura 5.1-1. Somatório do total de n-alcanos por amostra nas diferentes estações amostradas.

BG01 BG02 BG05 BG06 BG07

Pontos

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

n-a

lca

nos

(ug

.L-1

)

Total de alifáticos: F(4;10) = 1,3819; p = 0,3080;

HTP: F(4;10) = 1,3349; p = 0,3227;

Total de alifáticos Outliers

Extremes

HTP Outliers

Extremes

Co

nce

ntr

açã

o (µ

g.L-1

)

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Figura 5.1-2. Box plot da distribuição dos n-alcanos nas amostras de água. BG01-Boca da Barra; BG02-Marina da Gloria; BG05 - Porto do Rio de Janeiro; BG06 - Porto de Niterói; BG07 - Vão Central da Ponte Rio-Niterói.

A relação entre a mistura complexa não resolvida e os hidrocarbonetos resolvidos (MCNR/Resolvidos) representa um bom indicativo de fonte, os quais abaixo de 4 representa material petrogênico degradado e acima de 4, origem petrogênica (contaminação crônica por petróleo) (SIMONEIT & MAZUREK, 1982; SIMONEIT, 1985). Portanto percebe-se que as estações dos portos do Rio de Janeiro e Niterói, assim como a entrada da baía apresentam um quadro de poluição atual como também foi caracterizado que as áreas já vêm sofrendo com este processo crônico de contaminação petrogênica. Há alguns pontos, por outro lado, que foram bem explícitos quanto a sua origem, o Vão central da ponte Rio-Niterói sendo material petrogênico degradado e a Marina da Glória, alifáticos de origem petrogênica. O somatório dos n-alcanos foi maior na BG06, variando de 0,71 a 6,76 µg.L-1, apresentando essa variação devida a uma amostra que possui uma alta concentração.

5.1.2) Concentrações de hidrocarbonetos aromáticos

Através dos dados obtidos da análise das amostras de água da Baía de Guanabara, verificou-se baixas concentrações de HPAs na área de estudo. O somatório dos 16 HPAs considerados prioritários pela USEPA variou de 17 (Boca da Barra) a 51 ng.L-1 (Porto do Niterói). A soma de todos os HPAs quantificados nestas amostras, 38 compostos ao todo, variou de 42 (Porto do Niterói) a 208 ng.L-1 (Vão Central). De acordo com a figura 5.1.2-1, é perceptível que há uma maior concentração de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos nas áreas do Porto do Rio de Janeiro e do Porto de Niterói, que se deve em parte pela contaminação de petróleo oriunda da grande circulação de embarcações nessas regiões e por uma forte deterioração ambiental ao seu redor. A Marina da Glória também apresentou uma alta concentração de HPAs, que deve ter como principais causas o intenso tráfego de embarcações e o grande volume de esgoto nela despejado. As três áreas citadas também são prejudicadas com a menor renovação de suas águas, o que já ocorre nos outros dois pontos da coleta que se encontram no canal central.

Figura 5.1.2-1. Somatório dos 16 HPAs prioritários nas diferentes estações amostradas.

Co

nce

ntr

açã

o (µ

g.L-1

) C

on

cen

tra

ção

g.L-1

)

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As médias do total e dos 16 HPAs prioritarios pode ser observadas na figura 5.1.2-2. Não foram observadas diferenças significativas entre as concentrações de HPAs na água entre as estações estudadas (p >0,05).

BG01 BG02 BG05 BG06 BG07

Pontos

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

250

300

350

HP

As

(ng.

L-1

)

16HPA: F(4;10) = 2,6475; p = 0,0965;

SHPA: F(4;10) = 0,2591; p = 0,8975;

16HPA Outliers Extremes SHPA Outliers Extremes

Figura 5.1.2-2. Box plot da distribuição dos HPAs nas amostras de água. BG01-Boca da Barra; BG02-Marina da Gloria; BG05 - Porto do Rio de Janeiro; BG06 - Porto de Niterói; BG07 - Vão Central da Ponte Rio-Niterói.

De acordo com Silva (2004) para diferenciar HPAs originados em combustão

daqueles de origem petrogênica, podem ser usados índices baseados na razão da concentração de HPAs selecionados. Assim, pode-se usar a razão entre HPAs de baixa massa molecular e HPAs de alta massa molecular, onde valores menores que 1 sugerem fonte de contaminação por combustão. Pode-se usar também as razões entre componentes homólogos como Fenantreno e Antraceno, Benzo(a)antraceno e criseno (Lima, 2001). Aplicando algumas destas razões com os dados de água da BG percebe-se que há mistura de fontes na área (Tabela 5.1.2-1).

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Tabela 5.1.2-1. Aplicação de razões diagnósticas para origem de fonte em matriz de água da BG.

Pontos/razão Fen/Ant

(A) Fluoranteno/

Pireno (B) Bz(a)antrac/ Criseno (C)

C1Fenantreno/ Fenantreno(D)

∑outros 3-6 anéis / ∑ Alqui (E)

Ft/(Ft+Pi) (F)

Ft+Pi/ (Ft+Pi)+C1Pi

(G)

Fen+Ant/ (Ant+Fen)+C1Fen (H)

Ant/ (Ant+Fen)

(I)

BaA/ (BaA+Cri)

(J)

I-Pi/(I-Pi+BghiPe)

(K)

%16 HPAs/Σ

HPAs (L)

Boca da Barra 159,11 1,04

1,68 0,40 0,51 1,00 0,37 0,01

37,49

23,03 1,17 2,62 2,48 0,79 0,54 1,00 0,30 0,04 0,72 0,61 50,79

69,96 1,08

1,16 0,42 0,52 0,72 0,47 0,01 1,00 0,61 41,09

Marina da Glória 19,64 1,37 0,00 1,10 0,37 0,58 0,76 0,49 0,05

0,62 36,49

21,75 1,43 0,00 1,32 0,38 0,59 0,77 0,44 0,04

0,60 36,26

37,18 1,38 0,00 0,30 0,89 0,58 0,73 0,77 0,03

0,63 50,23

Porto do Rio de Janeiro

33,42 1,25 2,99 1,04 0,97 0,56 1,00 0,50 0,03 0,75 0,63 57,04

11,72 1,57 0,00 1,60 0,46 0,61 0,77 0,40 0,08 1,00 0,63 35,83

36,44 1,44 2,55 1,00 0,53 0,59 0,77 0,51 0,03 0,72 0,66 43,81

Porto de Niterói 18,56 0,83 1,26 1,44 0,71 0,45 0,69 0,42 0,05 0,56 0,57 41,80

6,42 0,89 1,57 0,00 12,19 0,47 1,00 1,00 0,13 0,61 0,58 93,78

11,60 0,98 4,14 1,28 1,31 0,49 0,67 0,46 0,08 0,81 0,63 55,65

Vão Central 34,34 1,07 2,35 2,09 0,14 0,52 0,59 0,33 0,03 0,70 0,62 15,30

44,91 1,02 0,00 0,89 0,26 0,51 1,00 0,54 0,02 1,00

39,22

1,13 14,97 1,08 0,88 0,53 1,00 0,48 0,00 0,94 0,61 56,04

A: SOCLO (1986),GSCHWEND and HITES (1981); B: SICRE et al (1987); BAUMARD et al (1997); C:GSCHWEND and HITES (1981); D: BUDZINSKI et al. (1995),PRAHL and CARPENTER (1983); E: WANG et al (1999); F; G; H; I; J; K. Yunker (2002) L: Irwin et al (1997).

Legenda:

Origem Petrogênica (contaminação crônica por petróleo)

Petrogênico degradado

combustão petroleo

combustão madeira

Pirolítico

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Ao comparar os dados do presente estudos com PEDRETE (2010), observa-se uma

maior concentração de HPAs (Tabela 5.1-3), mas que ainda estão bem abaixo dos limites estipulados pela CONAMA 357/2005. Esta maior concentração de HPAs encontradas serve como alerta, para possíveis futuras medidas preventivas ou corretivas. Vale ressaltar que, o trabalho realizado pela UFRJ (2000) foi posterior ao derramamento do óleo MF380 em 18 de janeiro de 2000 (aproximadamente 1280m3). As outras áreas escolhidas para comparação também sofrem uma intensa influência antrópica. Tabela 5.1-3. Comparação dos dados de HPAs encontrados no presente estudo com o reportado na literatura.

Localização Data Nº HPAs Faixa (ng.L-1) Referência

Baía de Guanabara JAN 00 16 76 – 328 UFRJ (2000)

Baía de Guanabara JAN 00 32 1185 - 5446 UFRJ (2000)

Baía de Guanabara SET/OUT 10 16 0,9 – 10,4 PEDRETE (2010)

Baía de Guanabara SET/OUT 10 38 1,5 – 20,4 PEDRETE (2010)

Baía de Guanabara MARÇO 12 16 17-51 Presente estudo

Baía de Guanabara MARÇO 12 38 42-208 Presente Estudo

Estuário do Danúbio AGO 95 14 0,183 – 0,214 MALDONADO et al (1999)

Baía de Daya, China AGO 99 16 4.228 – 29.325 ZHOU e MASKAOUI (2003)

Estuário do Rio Sena, França

OUT 93 11 4 – 26 FERNANDES et al (1997)

Baía de Xiamen, China JUL 00 16 106 – 945 ZHOU et al (2000)

Baía de S. Francisco, USA 93 a 01 25 5 - 147 OROS et al (2006)

De acordo com a Resolução CONAMA (Nº 357/2005), os valores reportados para alguns compostos em água salobra (de Classe I), como criseno, dibenzo(a,h)antraceno, benzo(a)antraceno, benzo(a)pireno, benzo(k)fluoranteno, benzo(b)fluoranteno e indeno(1,2,3cd)pireno, são em 18 ng.L-1.Todos os valores obtidos para estes compostos citados foram abaixo do valor permitido para este estudo.(Os dados brutos de n-alcanos e HPAs nas amostras de água e peixes estão apresentados nos ANEXOS II e III, respectivamente). 5.2) Análise da biota

O resumo dos resultados das determinações dos hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos nas amostras de peixes na Tabela 5.2-2, bem como os fatores de bioconcentração.

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Tabela 5.2-2. Resultados de hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos em amostras de peixes da Baía de Guanabara. Resultados expressos em ng.g-1 e µg.g-1, respectivamente.

16HPA ΣHPA Total de n-alcanos Hidrocarbonetos

Resolvidos MCNR Total de alifáticos

FBC 16HPA

FBC ΣHPA

MCNR/Res

BG-01 Corvina (M.furnieri) mar-12 4,99 18,58 0,77 7,13 7,46 14,58 0,17 0,28 1,05

BG-01 Corvina (M.furnieri) mar-12 18,58 42,29 0,90 3,61 6,21 9,82 0,64 0,63 1,72

BG-01 Corvina (M.furnieri) mar-12 5,55 15,99 0,52 3,45 6,71 10,16 0,19 0,24 1,95

BG-01 Corvina (M.furnieri) mar-12 2,37 7,39 0,53 4,55 7,95 12,50 0,08 0,11 1,75

BG-01 Bagre(G.genidens) mar-12 9,68 37,37 0,75 5,98 14,56 20,54 0,33 0,56 2,44

BG02 Corvina (M.furnieri) mar-12 4,01 10,51 0,96 7,65 16,90 24,55 0,10 0,10 2,21

BG02 Corvina (M.furnieri) mar-12 0,03 2,92 0,81 6,05 10,42 16,47 0,00 0,03 1,72

BG02 Corvina (M.furnieri) mar-12 0,03 4,38 0,91 8,66 16,47 25,13 0,00 0,04 1,90

BG05 Corvina (M.furnieri) mar-12 3,57 13,43 0,77 5,98 10,98 16,96 0,09 0,14 1,84

BG05 Corvina (M.furnieri) mar-12 4,43 14,97 1,21 8,10 20,13 28,24 0,11 0,16 2,48

BG05 Corvina (M.furnieri) mar-12 4,43 14,81 1,02 7,15 18,38 25,54 0,11 0,15 2,57

BG05 Corvina (M.furnieri) mar-12 6,17 14,03 0,68 3,16 4,59 7,75 0,15 0,15 1,46

BG05 Tainha (M. liza) mar-12 22,80 49,09 1,81 9,05 23,86 32,90 0,56 0,51 2,64

Total de n-alcanos = ∑ C12 ao C40 mais os isoprenóides pristano e fitano Hidrocarbonetos Resolvidos = ∑ C12 ao C40 mais os isoprenóides pristano e fitano e os picos resolvidos MCNR = picos não resolvidos Total de alifáticos = ∑ MCNR mais os Hidrocarbonetos Resolvidos FB = Fator de Bioconcentração= ΣHPA do organismo/ ΣHPA da água

5.2.1) Teor de lipídeos

O teor de lipídeos foi determinado através de método gravimétrico. Após a extração, as amostras foram concentradas à 1 ml no turbo Vap; em seguida avolumadas à 10 ml, das quais se retirou alíquotas de 2 ml com pipeta automática e transferiu para vidros de relógio previamente pesados, que posteriormente foram levados à estufa até que obtivessem peso constante, com variação máxima de aproximadamente 0,00100g. A partir dessa massa final, se calculou o teor de lipídeo como segue:

Pam = Peso da amostra após a secagem Pf = Peso do frasco ( vidro de relógio) Pex = Peso obtido da extração O teor de lipídeo determinado para cada peixe e a sua referente estação está expressa na Tabela 5.2.1-1.

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Tabela 5.2.1-1. Teor de lipídeos nas diferentes espécies de peixes coletadas na Baía de Guanabara no presente estudo. Tabela Teor de Lipídeos Código Amostra (espécie) %Lipídeo B027LEO_0312 BG01- Boca da Barra Corvina (M.furnieri) 3, 3555 B028LEO_0312 BG01- Boca da Barra Corvina (M.furnieri) 1, 7304 B029LEO_0312 BG01- Boca da Barra Corvina (M.furnieri) 3, 1392 B030LEO_0312 BG01- Boca da Barra Corvina (M.furnieri) 2, 3463 B031LEO_0312 BG01- Boca da Barra Bagre (G.genidens) 4, 7754 B032LEO_0312 BG02- Marina da Glória Corvina (M.furnieri) 1, 8136 B033LEO_0312 BG02- Marina da Glória Corvina (M.furnieri) 2, 9286 B034LEO_0312 BG02- Marina da Glória Corvina (M.furnieri) 2, 4731 B035LEO_0312 BG05-Porto do Rio de Janeiro Corvina (M.furnieri) 2, 5614 B036LEO_0312 BG05-Porto do Rio de Janeiro Corvina (M.furnieri) 4, 3649 B037LEO_0312 BG05-Porto do Rio de Janeiro Corvina (M.furnieri) 3, 7611 B038LEO_0312 BG05-Porto do Rio de Janeiro Corvina (M.furnieri) 1, 1844 B039LEO_0312 BG05-Porto do Rio de Janeiro Tainha (M. liza) 8,5629

O teor de lipídeos pode estar relacionado com o teor de HPAs presentes nos tecidos dos peixes, pois existe a tendência dos HPAs se acumularem em compartimentos lipídicos (NEFF, 1979). No presente estudo, a tainha M. liza foi a espécie que apresentou maior concentração de HPA e de teor de lipideo, corroborando com NEFF (1979). A corvina (M.furnieri) apresenta uma taxa de metabolização maior que as outras espécies, devido ao menor teor de lipídios, na qual foi observada uma menor concentração de HPAs. Já a espécie M. liza (tainha) apresenta a menor taxa de metabolização, devido ao maior teor de lipídios entre as espécies (PEDRETE, 2010). Portanto, quanto maior a concentração do teor de lipídeo, mais fácil será a biocumulação de HPAs no peixe.

5.2.2) Concentrações de hidrocarbonetos alifáticos

É notório a baixa concentração de alifáticos totais em todas as três estações, variando de 7,75 a 32,90 µg.L-1 (figura 5.2.2-1). A estação do Porto do Rio de Janeiro teve a maior concentração de hidrocarbonetos alifáticos. No entanto, não foi observada uma diferença significativa nas concentrações dos n-alcanos nos peixes entre as estações amostradas (p>0.05).

Ao aplicar a relação entre a mistura complexa não resolvida e os hidrocarbonetos resolvidos (MCNR/Resolvidos) observou-se que existe uma mistura de fontes na área da Baía de Guanabara (tabela 5.2-2).

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5.2.3) Concentrações de hidrocarbonetos aromáticos

A soma dos 16 HPAs prioritários variou de 0,03 a 22,80 ng.g-1 e a de todos os HPAs foi de 2,92 à 49,09 ng.g-1 (figura 5.2-3). Não houve correlação referente às concentrações determinadas na água e na biota. Algo bastante justificável, pois o peixe apresenta uma alta mobilidade, não podendo relacionar diretamente com as concentrações de HPAs e n-alcanos determinadas nas águas em cada estação dos mesmos. A Tainha foi a espécie que obteve maior concentração de HPAs e n-alcanos, o que pode estar ligado ao seu alto teor de lipídeo.

Figura 5.2-3. Somatório do total e dos 16 HPAs priorotários nas diferentes estações

amostradas. Bagre: barra verde escura (16 HPA) e clara (total de HPA); Tainha: barra laranja escura (16 HPA) e clara (total de HPA); Corvina: barra azul escura (16 HPA) e clara (total de HPA).

Figura 5.2.2-1. Somatório dos n-alcanos nas diferentes estações amostradas. Corvina: barra azul; Bagre: barra verde escura; Tainha: barra laranja.

Co

nce

ntr

açã

o d

e n

-alc

an

os

(µg.

g, p

.s.)

Co

nce

ntr

açã

o (ng

.g)

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Foram observadas diferenças significativas entre as concentrações de HPAs, Anova,

teste F com p<0,05 tanto para os 16 HPAs, quanto para o ΣHPAs (Figura 5.2-4).

BG-01 Corv ina BG-01 Bagre BG02 Corv ina BG05 Corv ina BG05 Tainha

0

20

40

60

80

100H

PA

s (n

g.g-1

, p.s

.)

F(4;8) = 4,3544; p = 0,04;

F(4;8) = 5,2879; p = 0,02;

16HPA Outliers Extremes SHPA Outliers Extremes

Figura 5.2-4. Box plot da distribuição dos HPAs nas amostras de peixes. BG01-Boca da Barra; BG02-Marina da Gloria; BG05 - Porto do Rio de Janeiro.

Atualmente, no Brasil, não existe legislação que estabeleça os níveis de HPAs em

alimentos. Em 1993, foram estabelecidas pela NOAA (National Oceanic and Atmospherec Administration), por ocasião do derrame do Exxon Valdez, as seguintes concentrações de

HPAs (peso úmido) para avaliação da contaminação em amostras de peixes: <10 µg kg-1 -

livres de contaminação; 10 a 99 µg kg-1- minimamente contaminadas; 100 a 1000 µg kg-1 -

moderadamente contaminadas e >1000 µg kg-1 - altamente contaminadas. Portanto, as amostras de biota referente a esse estudo se encontram minimamente contaminadas. Os peixes possuem a capacidade de biotransformar rapidamente os HPAs, por hidroxilação e conjugação, tornando-os compostos mais hidrofílicos, sendo rapidamente excretados. Assim, após a exposição aos HPAs, estes somente são frequentemente encontrados na bílis, sob a forma de metabólitos solúveis em água, enquanto que apresentam níveis praticamente indetectáveis nos músculos e em outros tecidos. Consequentemente, níveis HPAs parentais em tecidos não provém uma avaliação adequada de exposição aos HPAs (BASTOS 2001). Futuramente serão feitas análises em bile de peixes a fim de se obter dados mais concisos sobre a contaminação da Baía de Guanabara.

5.2.4) Bioconcentração

O fator de bioconcentração variou de 0 a 0,64 para os HPAs prioritários e de 0,03 a 0,63 para o total de HPAs (tabela 5.2.1.1). Essa baixa bioconcentração pode estar relacionada ao fato dos peixes detoxicar rápido, eliminando boa parte dos HPAs de seus tecidos. Assim,

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mascarando a sua real contaminação, que pode ser obtida de forma mais concreta na análise da bile do peixe.

6) Conclusão

Os valores de HPAs encontrados em água estão abaixo do observado na literatura reportada para a Baía de Guanabara e para outros estuários poluídos do mundo. As concentrações obtidas desses compostos também estão abaixo do valor permitido pela Resolução CONAMA 357/2005.

Não foram observadas correlações entre os níveis de HPAs determinados nas amostras de água e tecidos de peixes analisados.

Ao contrário do esperado, a estação que recebe maior aporte de águas consideradas limpas (Boca da Barra) não foi à área com a menor concentração de HPAs, fato que pode ser relacionado ao período do dia em que foi realizada a amostragem (maré vazante). Não foi observado a bioconcentração destes compostos nas amostras de peixes analisadas, o que provavelmente está relacionado ao seu mecanismo de detoxicação do organismo. Desta forma, serão feitas análises das bíles das respectivas espécias estudadas a fim de se obter uma melhor caracterização ambiental da área.

As razões diagnósticas para ambas as matrizes (água e biota) indicaram uma mistura de fonte na área avaliada (aportes petrogênico e pirolíticos), que corrobora com a área da BG que é sujeita a diferentes atividades antrópicas, tais como intenso tráfego de embarcações, diversos tipos de indústrias em seu entorno, além de atividades de exploração e prospecção de petróleo. Comparado com dados da literatura nos mesmos locais, encontrou-se concentrações superiores de HPAs em ambas as matrizes.

Através desse estudo, reafirma-se a necessidade de se trabalhar de uma forma mais sustentável, minimizando ao máximo as emissões de contaminantes e controlando as já existentes, o que pode ser feito através de uma intensificação do monitoramento de HPAs e n-alcanos presentes na natureza. Possibilitando que se realizem medidas corretivas ou até preventivas, caso haja algum desastre ambiental ou até mesmo inibindo pequenas fontes de poluições antes que tomem grandes proporções.

Novas amostragens serão realizadas a fim de obter uma melhor caracterização da área e a compreensão dos padrões de distribuição dos HPAs em ambientes estuarinos.

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8) Agradecimentos:

Agradeço a todo equipe LABMAM por todo suporte e ajuda quando sempre precisei. Agradeço em especial: a Doutora Angela Wagener pela grande oportunidade de realizar uma iniciação científica num laboratório de ponta e com uma equipe de alunos e professores de primeira qualidade; a Doutora Adriana Haddad que sempre me apóia e incentiva em minhas empreitadas no campo científico, como por todo o seu conhecimento passado a mim; a minha amiga Doutora Daniela Batista que me ajudou desde o início desse trabalho em muito para realizar um trabalho de qualidade; a aluna de mestrado Thaís Pedrete sempre muito prestativa e pronta a ajudar, o que fez bastante por mim nesse trabalho; as minhas grandes amigas do LABMAM Keith Palmeira e Lígia Carla, que tornaram os meus dias de trabalho sempre mais agradáveis; aos técnicos: Felipe, Celso, Wellington, Ivy Vitor por jamais negarem se quer um ajuda, sempre com muita paciência e dispostos a ajudar; e também aos demais funcionários e estudantes desse grande laboratório: Carla Sette, Professor Scott, Flávia, Núbia, Ricardo, Lilian, Aída, Laura, Letícia, Cristiane, Carlos.

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ANEXO I. Ficha biométrica e identificação das amostras de peixes da BG. Estação: BG01 - Boca da Barra - 13/03/2012

Estação: BG02 - Marina da Glória - 13/03/2012

Estação: BG05 - Porto do Rio de Janeiro - 13/03/2012

Indivíduo

Total (cm)

Padrão (cm)

Peso (g) Sexo EM

Bile retirada

Material gástrico (%)

Nº do Vial/Bile

Código LABMAM

Micropogonias furnieri (Corvina) 1 39 35 640 M M SIM 30% 2 B027LEO_0312 2 30 26 320 M EM SIM 50% 1 B028LEO_0312 3 29 25 280 M EM SIM 20% 3 B029LEO_0312 4 29 24 215 M EM SIM 50% 4 B030LEO_0312

Genidens genidens (Bagre) 6 38 33 680 M M SIM 90% 5 B031LEO_0312

Indivíduo Total

(cm)

Padrão

(cm)

Peso

(g) Sexo EM

Bile

retirada

Material

gástrico

(%)

Nº do

Vial/Bile

Código

LABMAM

Micropogonias furnieri (Corvina)

1 28 24,5 195 M EM NÃO 80% --- B032LEO_0312

2 25 22 190 F EM SIM 50% 8 B033LEO_0312

3 28,5 25 275 F EM SIM 40% 3 B034LEO_0312

Indivíduo Total (cm)

Padrão (cm)

Peso (g) Sexo EM

Bile retirada

Material gástrico (%)

Nº do Vial/Bile

Código LABMAM

Micropogonias furnieri (Corvina) 1 28 25 215 M EM NÃO 50% --- BG035LEO_0312 2 17 15 95 F I NÃO 30% --- BG036LEO_0312 3 21 18 90 M I NÃO 20% --- BG037LEO_0312 4 32 28,5 420 M M SIM 30% 6 BG038LEO_0312

Mugil Liza (Tainha) 5 31 44 1.695 M M SIM 30% 7 BG039LEO_0312

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ANEXO II. Resultados das determinações de n-alcanos em amostras de água e peixes Tabela 1 – Resultados de hidrocarbonetos alifáticos, em µg L-1, nas amostras de água.

Composto A144 BG06

A145 BG06

A146 BG06

A147 BG07

A148 BG07

A149 BG07

A150 BG01

A151 BG01

C12 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C13 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C14 <0,015 <0,015 <0,007 <0,007 <0,015 <0,007 <0,015 <0,015

C15 <0,007 <0,007 <0,015 0,064 0,031 0,022 0,056 0,046

C16 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C17 <0,007 <0,007 <0,007 0,016 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

Pristano <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C18 <0,007 <0,015 <0,015 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

Fitano <0,007 0,086 0,027 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C19 <0,007 0,118 0,065 <0,007 <0,007 <0,007 <0,015 <0,007

C20 <0,007 0,494 0,181 0,016 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C21 <0,015 0,303 0,170 0,025 <0,007 <0,007 0,040 0,025

C22 <0,007 0,363 0,097 0,027 <0,007 <0,007 0,044 0,042

C23 0,023 0,474 0,187 0,037 <0,007 <0,007 0,050 0,099

C24 0,016 0,439 0,235 0,045 <0,007 <0,007 0,061 0,136

C25 0,123 0,682 0,415 0,043 <0,007 <0,007 0,079 0,124

C26 0,021 0,697 0,512 0,034 <0,007 <0,007 0,083 0,088

C27 0,148 0,726 0,614 0,031 <0,007 <0,007 0,089 0,067

C28 0,039 0,582 0,514 0,024 <0,007 <0,007 0,088 0,054

C29 0,319 0,518 0,473 0,025 <0,007 <0,007 0,081 0,046

C30 0,017 0,410 0,301 <0,007 <0,007 <0,007 0,041 <0,015

C31 0,111 0,331 0,236 <0,007 <0,007 <0,007 <0,015 <0,007

C32 <0,007 0,232 0,115 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C33 <0,007 0,172 0,079 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C34 <0,007 0,081 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C35 <0,007 0,048 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C36 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C37 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C38 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C39 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C40 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 Total de n-alcanos 0,815 6,756 4,220 0,386 0,031 0,022 0,709 0,727

Hidrocarbonetos Resolvidos 1,452 12,912 8,348 2,484 0,900 1,064 1,054 1,159

MCNR 2,986 77,195 36,914 2,886 0,453 0,469 5,937 1,138 Total de alifáticos 4,438 90,107 45,263 5,370 1,352 1,533 6,990 2,298

HTP 7,211 120,421 51,126 12,884 3,899 4,306 56,691 10,075

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Tabela 1 (Cont.) – Resultados de hidrocarbonetos alifáticos, em µg L-1, nas amostras de

água.

Composto A152 BG01

A153 BG02

A154 BG02

A155 BG02

A156 BG05

A157 BG05

A158 BG05

C12 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C13 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C14 <0,015 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 0,017 0,017

C15 0,087 0,016 <0,015 <0,007 0,206 0,270 0,365

C16 <0,015 <0,015 <0,007 <0,007 <0,007 <0,015 <0,015

C17 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

Pristano <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C18 0,051 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

Fitano 0,088 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C19 0,122 <0,007 <0,015 <0,007 <0,007 <0,015 <0,007

C20 0,235 <0,007 0,023 <0,007 <0,007 <0,015 <0,007

C21 0,214 <0,015 0,031 <0,007 <0,015 0,028 0,018

C22 0,197 <0,007 0,028 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C23 0,323 <0,015 0,034 <0,015 <0,007 <0,015 <0,007

C24 0,402 <0,015 0,041 <0,015 <0,007 <0,015 <0,007

C25 0,635 0,024 0,064 0,020 <0,007 0,023 <0,007

C26 0,717 0,019 0,062 0,022 <0,007 <0,015 <0,007

C27 0,809 0,021 0,069 0,030 <0,007 0,034 <0,007

C28 0,680 0,022 0,057 0,031 <0,007 0,018 <0,007

C29 0,604 0,035 0,066 0,040 <0,007 0,045 <0,015

C30 0,455 <0,007 0,023 <0,007 <0,007 0,011 <0,007

C31 0,341 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 0,016 <0,007

C32 0,211 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C33 0,136 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C34 0,030 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C35 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C36 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C37 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C38 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C39 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007

C40 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 <0,007 Total de n-alcanos 6,338 0,137 0,499 0,143 0,206 0,461 0,400

Hidrocarbonetos Resolvidos 13,199 0,262 1,067 0,178 0,537 2,291 1,284

MCNR 70,453 3,264 7,253 3,121 1,134 16,587 2,403 Total de alifáticos 83,652 3,526 8,320 3,299 1,671 18,878 3,687

HTP 95,422 10,242 18,513 26,502 18,075 84,314 50,319

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Tabela 2 – Resultados de hidrocarbonetos alifáticos, em µg g-1, nas amostras de peixes.

Composto BG01 Corvina (M.furnieri)

BG01 Corvina (M.furnieri)

BG01 Corvina (M.furnieri)

BG01 Corvina (M.furnieri)

BG01 Bagre

(G.genidens)

BG02 Corvina (M.furnieri)

C12 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

C13 <0,010 0,009 <0,005 <0,005 <0,010 <0,005

C14 0,041 0,018 0,032 0,028 0,038 0,026

C15 0,017 <0,005 0,012 <0,010 0,028 0,014

C16 0,011 0,013 <0,010 <0,010 <0,010 <0,010

C17 0,025 0,033 0,015 0,016 0,051 <0,010

Pristano 0,042 0,052 0,036 0,024 0,069 0,014

C18 0,011 <0,010 <0,010 <0,005 0,019 <0,010

Fitano 0,015 0,016 0,012 <0,010 0,021 0,011

C19 0,012 0,016 <0,010 <0,010 0,050 <0,010

C20 0,009 <0,010 <0,010 <0,010 0,026 <0,010

C21 0,012 0,023 0,013 0,012 0,027 0,014

C22 0,029 0,043 0,032 0,028 0,039 0,042

C23 0,052 0,088 0,059 0,060 0,064 0,079

C24 0,069 0,129 0,089 0,098 0,085 0,121

C25 0,051 0,095 0,066 0,082 0,082 0,092

C26 0,028 0,063 0,039 0,047 0,037 0,057

C27 0,021 0,040 0,017 0,025 0,027 0,029

C28 0,019 0,038 0,015 0,027 0,023 0,053

C29 0,042 0,052 0,024 0,041 0,030 0,207

C30 0,017 0,032 0,014 0,023 0,017 0,098

C31 0,206 0,084 0,043 0,016 0,013 0,082

C32 <0,010 0,019 <0,010 <0,010 <0,010 0,023

C33 0,044 0,027 <0,005 <0,005 <0,010 <0,010

C34 <0,005 0,011 <0,005 <0,005 <0,010 <0,010

C35 <0,005 <0,010 <0,005 <0,005 <0,005 <0,010

C36 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

C37 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

C38 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

C39 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

C40 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

Total de n-alcanos 0,773 0,902 0,519 0,526 0,745 0,961 Hidrocarbonetos Resolvidos 7,125 3,609 3,447 4,548 5,975 7,647

MCNR 7,457 6,208 6,708 7,952 14,562 16,899 Total de alifáticos 14,581 9,817 10,155 12,499 20,537 24,546

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Tabela 2 (Cont.) – Resultados de hidrocarbonetos alifáticos, em µg g-1, nas amostras de

peixes.

Composto BG02 Corvina

(M.furnieri)

BG02 Corvina (M.furnieri)

BG05 Corvina (M.furnieri)

BG05 Corvina (M.furnieri)

BG05 Corvina (M.furnieri)

BG05 Corvina (M.furnieri)

BG05 Tainha (M. liza)

C12 <0,010 <0,005 <0,010 <0,010 <0,010 0,002 0,087

C13 <0,010 <0,010 <0,010 <0,010 <0,010 0,006 0,101

C14 0,042 0,036 0,038 0,044 0,050 0,009 0,052

C15 0,017 0,017 0,018 0,019 0,019 0,017 0,033 C16 <0,010 <0,010 <0,010 0,012 <0,010 0,009 0,025

C17 0,015 0,012 0,021 0,020 0,018 0,011 0,020

Pristano 0,020 0,014 0,032 0,027 0,024 <0,005 <0,005

C18 <0,010 <0,010 <0,010 <0,010 <0,010 <0,005 0,041 Fitano <0,010 0,011 <0,010 0,014 0,012 <0,005 0,047

C19 <0,010 <0,010 0,012 0,014 0,013 0,008 0,139

C20 0,011 0,013 0,013 0,017 0,016 0,006 0,213

C21 0,017 0,020 0,021 0,033 0,029 0,013 0,170 C22 0,042 0,051 0,047 0,086 0,065 0,038 0,121

C23 0,082 0,102 0,099 0,185 0,135 0,075 <0,010

C24 0,134 0,159 0,143 0,284 0,197 0,117 <0,005

C25 0,120 0,151 0,111 0,226 0,158 0,097 0,158 C26 0,059 0,073 0,053 0,103 0,071 0,060 0,132

C27 0,037 0,065 0,032 0,042 0,041 0,028 0,115

C28 0,040 0,058 0,037 0,024 0,039 0,030 0,087

C29 0,082 0,079 0,051 0,027 0,075 0,040 0,082 C30 0,042 0,026 0,027 0,019 0,028 0,027 0,058

C31 0,035 0,020 0,012 0,017 0,027 0,045 0,060

C32 0,014 <0,010 <0,010 <0,010 <0,010 0,014 0,026

C33 <0,010 <0,005 <0,005 <0,010 <0,005 0,012 0,020 C34 <0,010 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 0,009 0,012

C35 <0,010 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 0,008 0,011

C36 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,010

C37 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 C38 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

C39 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

C40 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005 <0,005

Total de n-alcanos 0,810 0,906 0,767 1,212 1,017 0,682 1,811 Hidrocarbonetos Resolvidos 6,050 8,660 5,976 8,102 7,154 3,156 9,045

MCNR 10,424 16,470 10,982 20,133 18,384 4,593 23,856 Total de alifáticos 16,474 25,130 16,957 28,235 25,537 7,749 32,901

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ANEXO III. Resultados das determinações de HPAs em amostras de água e peixes Tabela 1 – Resultados de HPAs, em ng L-1, nas amostras de água.

Amostra Br

analítico A144 BG06

A145 BG06

A146 BG06

A147 BG07

A148 BG07

A149 BG07

A150 BG01

NAF 4,10 1,47 0,69 1,58 3,00 5,57 1,75 1,72

C1NAF 2,00 3,21 0,24 3,46 6,91 8,80 5,55 4,26

C2NAF 0,00 3,70 0,00 4,20 5,50 5,48 4,50 2,80

C3NAF 0,00 4,73 0,00 3,12 5,10 2,30 1,43 2,56

C4NAF 0,00 4,51 0,00 2,21 4,09 1,48 1,02 1,38

ACENAFTY 0,00 0,18 0,00 0,30 0,43 0,00 0,02 0,00

ACE 0,00 0,16 0,00 0,00 0,22 0,12 0,00 0,01

FLUOR 0,00 0,86 0,00 0,37 0,74 0,54 0,19 0,17

C1FLUOR 0,00 0,00 0,00 0,00 2,82 0,00 0,00 0,00

C2FLUOR 0,00 0,00 0,00 0,00 10,01 0,00 0,00 0,00

C3FLUOR 0,00 0,00 0,00 0,00 24,73 0,00 0,00 0,00

DBZTIOF 0,00 0,68 0,00 0,40 0,63 0,18 0,16 0,24

C1DBZTIOF 0,00 3,33 0,00 2,71 5,19 1,78 0,00 4,55

C2DBZTIOF 0,00 5,00 0,00 3,11 10,75 0,00 0,00 0,00

C3DBZTIOF 0,00 0,00 0,00 0,00 18,39 0,00 0,00 0,00

FEN 1,15 3,85 0,71 2,62 4,32 3,11 2,68 2,07

C1FEN 0,00 5,55 0,00 3,36 9,03 2,76 2,90 3,48

C2FEN 0,00 8,16 0,00 5,00 22,91 2,39 3,07 4,71

C3FEN 0,00 4,71 0,00 4,72 21,06 2,36 0,00 4,08

C4FEN 0,00 0,00 0,00 0,00 13,62 0,00 0,00 0,00

ANT 0,00 0,21 0,11 0,23 0,13 0,07 0,00 0,01

FLUORAN 0,00 5,59 3,20 5,17 4,35 3,60 4,27 5,13

PIR 0,00 6,75 3,60 5,30 4,06 3,53 3,77 4,92

C1PIR 0,00 5,57 0,00 5,14 5,96 0,00 0,00 0,00

C2PIR 0,00 4,77 0,00 0,00 8,03 0,00 0,00 0,00

Bz(a)ANT 0,00 1,86 2,40 2,85 2,19 1,58 1,76 0,00

CRIS 0,00 1,47 1,53 0,69 0,93 0,00 0,12 0,00

C1CRIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

C2CRIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Bz(b)FLUOR 0,00 0,00 4,70 6,37 2,56 0,00 1,85 1,89

Bz(k)FLUOR 0,00 0,00 1,40 1,41 0,34 0,00 0,57 0,90

Bz(e)PIR 0,00 2,65 2,19 2,99 1,44 0,58 0,72 0,00

Bz(a)PIR 0,00 2,49 2,82 2,83 0,00 0,00 0,00 0,00

Perileno 0,66 0,55 0,18 0,26 0,00 0,00 0,00 0,00 Indeno(123-cd)PIR 0,00 7,09 7,65 9,81 5,28 0,00 4,67 0,00

DBz(ah)ANT 0,00 3,74 5,00 5,61 0,00 0,00 0,00 0,00

Bz(ghi)PERIL 0,00 5,31 5,45 5,87 3,28 0,00 3,03 0,00

16HPA 5,26 41,02 39,27 51,01 31,82 18,13 24,67 16,82

ΣΣΣΣ38HPA 7,92 98,13 41,88 91,66 207,99 46,22 44,03 44,87

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Pontifícia Universidade Católica – PUC RIO

Departamento de Química

LABMAM – Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais

Tabela 1 (Cont.) – Resultados de HPAs, em ng L-1, nas amostras de água.

Amostra A151 BG01

A152 BG01

A153 BG02

A154 BG02

A155 BG02

A156 BG05

A157 BG05

A158 BG05

NAF 2,57 8,70 7,02 6,57 2,15 1,28 5,52 6,26

C1NAF 1,69 10,32 10,72 9,33 3,57 3,67 6,11 7,65

C2NAF 1,20 8,35 8,25 8,32 2,25 3,02 5,52 6,55

C3NAF 0,94 7,15 6,99 7,12 1,61 2,86 5,02 5,64

C4NAF 0,49 4,21 5,57 6,74 1,67 1,63 4,91 4,36

ACENAFTY 0,00 0,31 1,26 0,95 0,00 0,04 0,42 0,19

ACE 0,00 0,85 0,75 1,11 0,06 0,73 0,82 1,16

FLUOR 0,00 0,84 1,56 1,46 0,26 0,54 0,89 1,00

C1FLUOR 0,00 0,00 3,62 4,06 1,22 0,00 2,80 0,00

C2FLUOR 0,00 0,00 7,54 9,32 0,00 0,00 6,33 0,00

C3FLUOR 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

DBZTIOF 0,06 0,93 0,75 0,84 0,02 0,37 0,71 0,57

C1DBZTIOF 1,72 2,97 5,15 3,34 2,30 1,91 3,72 3,20

C2DBZTIOF 0,00 0,00 2,48 3,04 1,42 0,00 4,81 0,00

C3DBZTIOF 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

FEN 1,60 4,42 4,99 4,68 2,00 2,87 4,62 4,10

C1FEN 3,97 5,14 5,48 6,16 0,61 2,99 7,40 4,12

C2FEN 7,32 5,54 7,22 7,49 4,52 4,34 12,99 8,20

C3FEN 6,78 3,99 4,80 4,87 3,45 2,14 10,85 3,68

C4FEN 4,46 0,00 0,00 0,00 1,57 0,00 6,13 0,00

ANT 0,07 0,06 0,25 0,22 0,05 0,09 0,39 0,11

FLUORAN 5,44 5,11 7,32 8,04 6,02 5,68 10,56 7,68

PIR 4,64 4,73 5,35 5,61 4,37 4,55 6,74 5,31

C1PIR 0,00 3,75 4,10 4,11 3,90 0,00 5,27 3,98

C2PIR 0,00 3,91 3,90 3,76 0,00 0,00 5,43 3,78

Bz(a)ANT 1,45 1,75 0,00 0,00 0,00 1,41 1,99 1,43

CRIS 0,56 0,00 1,12 1,36 0,19 0,47 0,00 0,56

C1CRIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

C2CRIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Bz(b)FLUOR 1,69 1,47 2,12 2,12 1,82 2,18 3,15 2,29

Bz(k)FLUOR 0,22 0,44 0,47 0,59 0,68 0,00 1,00 0,00

Bz(e)PIR 0,73 0,50 1,18 0,98 0,93 0,89 1,57 0,79

Bz(a)PIR 0,00 0,03 0,19 0,00 0,00 0,00 0,56 0,00

Perileno 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Indeno(123-cd)PIR 4,73 4,49 5,32 5,19 5,30 5,27 4,95 5,00

DBz(ah)ANT 4,35 3,48 3,62 3,84 3,28 3,43 5,50 3,23

Bz(ghi)PERIL 2,98 2,92 3,31 3,48 3,11 3,10 2,94 2,63

16HPA 30,31 39,60 44,66 45,22 29,30 31,64 50,03 40,95

ΣΣΣΣ38HPA 59,68 96,37 122,40 124,70 58,34 55,47 139,61 93,48

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Pontifícia Universidade Católica – PUC RIO

Departamento de Química

LABMAM – Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais

Tabela 2 – Resultados de HPAs, em ng g-1, nas amostras de peixes.

Composto BG01 Corvina (M.furnieri)

BG01 Corvina (M.furnieri)

BG01 Corvina (M.furnieri)

BG01 Corvina (M.furnieri)

BG01 Bagre (G.genidens)

BG02 Corvina (M.furnieri)

BG02 Corvina (M.furnieri)

NAF 4,52 4,18 5,12 2,37 2,51 4,01 0,03

1ME_NAF 0,64 1,35 0,57 <LQ 0,61 <LQ <LD

2Me_NAF 2,51 3,12 2,32 1,12 1,06 1,64 <LD

C2_NAF 5,37 8,22 4,39 2,42 7,08 3,03 1,24

C3_NAF 3,12 3,87 2,00 0,94 4,68 1,17 0,93

C4_NAF 1,95 1,81 1,15 0,54 3,76 0,66 0,71

ACENAFTY <LQ 0,52 <LQ <LQ 0,68 <LQ <LD

ACE 0,47 0,53 0,43 <LQ <LQ <LQ <LQ

FLUOR <LQ 0,53 <LD <LD 0,52 <LD <LD

C1_FLUOR <LQ 1,20 <LQ <LQ 2,18 <LQ <LQ

C2_FLUOR <LD <LD <LD <LD <LQ <LD <LD

C3_FLUOR <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

DBZTIOF <LQ 0,94 <LQ <LQ 0,90 <LQ <LQ

C1_DBZTIOF <LD <LD <LD <LD 0,72 <LD <LD

C2_DBZTIOF <LD 1,66 <LD <LD 6,23 <LD <LD

C3_DBZTIOF <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

FEN <LD 1,64 <LD <LD 1,98 <LD <LD

C1_FEN <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C2_FEN <LD 1,54 <LD <LD <LD <LD <LD

C3_FEN <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C4_FEN <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

ANT <LD 0,47 <LD <LD 0,95 <LD <LD

FLUORAN <LQ 1,55 <LQ <LQ <LD <LQ <LQ

PIR <LD 1,31 <LD <LD 1,67 <LD <LD

C1_PIR <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C2_PIR <LD <LD <LD <LD 0,47 <LD <LD

Bz(a)ANT <LD 7,83 <LD <LD <LD <LD <LD

CRIS <LD <LD <LD <LD 1,37 <LD <LD

C1_CRIS <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C2_CRIS <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Bz(b)FLUOR <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Bz(k)FLUOR <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Bz(e)PIR <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Bz(a)PIR <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Perileno <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD Indeno(123-cd)PIR

<LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

DBz(ah)ANT <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Bz(ghi)PERIL <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD

16 HPA 4,99 18,58 5,55 2,37 9,68 4,01 0,03

S HPA 18,58 42,29 15,99 7,39 37,37 10,51 2,92

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Pontifícia Universidade Católica – PUC RIO

Departamento de Química

LABMAM – Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais

Tabela 2 (Cont.) – Resultados de HPAs, em ng g-1, nas amostras de peixes.

Composto BG02 Corvina (M.furnieri)

BG05 Corvina (M.furnieri)

BG05 Corvina (M.furnieri)

BG05 Corvina (M.furnieri)

BG05 Corvina (M.furnieri)

BG05 Tainha (M. liza)

NAF 0,03 3,57 4,43 4,02 2,47 8,41

1ME_NAF <LD 0,48 0,45 0,44 0,67 1,90

2Me_NAF <LQ 1,80 2,16 1,96 1,58 4,32

C2_NAF 2,29 4,28 4,49 4,60 3,67 8,97

C3_NAF 1,26 2,10 2,21 2,13 0,91 1,51

C4_NAF 0,79 1,20 1,21 1,25 <LQ 1,39

ACENAFTY <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 0,87

ACE <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

FLUOR <LD <LD <LD <LD <LQ <LQ

C1_FLUOR <LQ <LQ <LQ <LQ 0,47 4,21

C2_FLUOR <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C3_FLUOR <LD <LD <LD <LD <LQ <LD

DBZTIOF <LQ <LQ <LQ <LQ 0,55 2,08

C1_DBZTIOF <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C2_DBZTIOF <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C3_DBZTIOF <LD <LD <LD <LD <LD <LD

FEN <LD <LD <LD <LD 0,83 3,65

C1_FEN <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C2_FEN <LD <LD <LD <LD <LD 1,90

C3_FEN <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C4_FEN <LD <LD <LD <LD <LD <LD

ANT <LD <LD <LD <LD <LQ 0,82

FLUORAN <LQ <LQ <LQ <LQ 1,50 4,75

PIR <LD <LD <LD <LD 0,75 3,05

C1_PIR <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C2_PIR <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Bz(a)ANT <LD <LD <LD <LD <LD <LD

CRIS <LD <LD <LD <LD <LD <LQ

C1_CRIS <LD <LD <LD <LD <LD <LD

C2_CRIS <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Bz(b)FLUOR <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Bz(k)FLUOR <LD <LD <LD <LD 0,62 <LD

Bz(e)PIR <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Bz(a)PIR <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Perileno <LD <LD <LD <LD <LD <LD

Indeno(123-cd)PIR <LD <LD <LD <LD <LD <LD

DBz(ah)ANT <LD <LD <LQ <LD <LD <LD

Bz(ghi)PERIL <LD <LD <LD <LD <LD 1,24

16 HPA 0,03 3,57 4,43 4,02 6,17 22,80

S HPA 4,38 13,43 14,97 14,40 14,03 49,09