modelagem e análise dinâmica de dispositivos dstatcom usando o
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MODELAGEM E ANÁLISE DINÂMICA DE DISPOSITIVOS DSTATCOMUSANDO O SIMPOWERSYSTEMS PARA MATLAB/SIMULINK
Walmir Freitas∗[email protected]
André Morelato França∗[email protected]
∗Departamento de Sistemas de Energia Elétrica, Universidade Estadual de CampinasCaixa Postal 6101, 13083-852, Campinas, São Paulo, Brasil
ABSTRACT
This work presents a study about dynamic modeling andanalysis of DSTATCOM (Distribution Static SynchronousCompensator) devices. The objectives are to analyze the dy-namic performance of these devices and mainly present sim-plified and detailed models. Such study is carried out uti-lizing the SimPowerSystems for use with Matlab/Simulink.The paper is written as a tutorial, thus, all necessary in-formation to implement the models is explicitly presented.Two application examples of the models developed are dis-cussed. In the first one, the detailed model model is em-ployed to evaluate the influence of the capacitor size on theharmonic generation, whereas a study about the influence ofa DSTATCOM on the stability performance of induction gen-erators connected to distribution systems is carried out usingthe simplified model.
KEYWORDS: Custom Power, DSTATCOM, dynamic simu-lation, SimPowerSystems.
RESUMO
Neste trabalho apresenta-se um estudo sobre modela-gem e análise dinâmica de dispositivos tipo DSTATCOM(Distribution Static Synchronous Compensator). Os ob-jetivos são analisar o desempenho dinâmico desses equi-pamentos e sobretudo introduzir modelos computacionaisdetalhados e simplificados. Os modelos são implementa-dos utilizando o pacote SimPowerSystems para uso com oMatlab/Simulink em razão da grande aceitação desta ferra-menta computacional no ambiente acadêmico. O desenvol-vimento é realizado na forma de um tutorial para facilitar
o uso desses modelos por pesquisadores, educadores e es-tudantes. Dois exemplos de aplicação desses modelos sãoapresentados. O modelo detalhado é empregado para anali-sar o impacto do dimensionamento do capacitor de correntecontínua na geração de harmônicos pelo DSTATCOM. Aopasso que um estudo sobre a influência de um DSTATCOMna estabilidade de geradores de indução conectados direta-mente em redes de distribuição é realizado usando o modelosimplificado.
PALAVRAS-CHAVE : Custom Power, DSTATCOM,SimPowerSystems, simulação dinâmica.
1 INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento de componentes de eletrônica de po-tência e de técnicas de controle e supervisão, diversos novosequipamentos baseados em eletrônica de potência têm sidopropostos para uso em redes de distribuição com o objetivode melhorar a qualidade de energia elétrica e a confiabilidadedesses sistemas. Tais equipamentos são denominados generi-camente como dispositivosCustom Power (Hingorani, 1995;Song e Johns, 1999; Acha et al., 2002; CIGRÉ WorkingGroup 14.31, 2002). Entre os diversos equipamentos existen-tes e propostos, aqueles que empregam o conceito de conver-sor fonte de tensão são os que apresentam maior flexibilidadee rapidez de resposta. O conversor fonte de tensão, de formasimplificada, é um equipamento que conecta um circuito decorrente contínua a um circuito de corrente alternada por in-termédio de chaves autocomutadas,e.g. GTO (Gate Turn-Off Thyristor) e IGBT (Insulated Gate Bipolar Transistor).A tensão obtida na saída do conversor, lado de corrente al-
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ternada, pode ser ajustada através do controle dos ângulos dedisparo e de corte das chaves. Controlando-se a tensão alter-nada na saída do conversor é possível realizar diversas mo-dificações no desempenho dos sistemas de distribuição. Umequipamento pertencente a essa classe de dispositivos, cujautilização tem aumentado recentemente, é o DSTATCOM(Distribution Static Synchronous Compensator). Por conse-guinte, esse é o dispositivo escolhido para ser analisado nestetrabalho.
Antes da instalação desses equipamentos em uma determi-nada rede de distribuição de energia elétrica, é necessário re-alizar uma série de estudos dinâmicos. Diversas ferramentasde simulação de transitórios eletromagnéticos são adequa-das para essa tarefa, por exemplo, ATP, PSCAD/EMTDC,SimPowerSystems. O SimPowerSystems é uma ferra-menta computacional relativamente recente que acompa-nha, na forma de umBlockset, a plataforma computacionalMatlab/Simulink (TransÉnergie Technologies Inc., 2002). Éinegável que o Matlab/Simulink tem se tornado bastante po-pular no ambiente acadêmico em razão da grande flexibili-dade e facilidade de uso. Portanto, neste trabalho, modelosdinâmicos trifásicos de dispositivos DSTATCOM são imple-mentados utilizando o SimPowerSystems. Tais modelos sãodesenvolvidos na forma de um tutorial. Todos os detalhese diagramas são apresentados para possibilitar a utilizaçãoimediata dos modelos por outros pesquisadores, educadorese estudantes.
Neste trabalho, analisa-se um DSTATCOM empregado paracontrole de tensão ou de fator de potência. Além disso, oconversor do DSTATCOM é diretamente controlado,i.e. oângulo e a magnitude da tensão de referência do conversorsão fornecidos pelo controlador (Hingorani e Gyuyi, 1999).O conversor analisado aqui é constituído por IGBTs/diodose a tensão na saída do conversor é controlada utilizando téc-nicas de modulação PWM (Pulse-Width Modulation). Mo-delos detalhados, em que as chaves estáticas, o capacitor decorrente contínua e o gerador de sinais PWM são explicita-mente representados, e modelos simplificados, baseados emfontes trifásicas de tensão, são apresentados. A vantagemdo modelo simplificado é permitir que passos de integraçãomaiores sejam utilizados sem sacrificar a precisão, caso aanálise de geração de componentes harmônicos não seja deinteresse. Adicionalmente, o modelo simplificado pode serutilizado tanto em estudos de transitórios eletromagnéticos,em que as variáveis nodais são representadas por valores ins-tantâneos, quanto em estudos de estabilidade transitória comgeradores de corrente alternada, em que as variáveis da redesão representadas por fasores. Dois exemplos de aplicaçãodesses modelos são apresentados. O impacto do dimensi-onamento do capacitor de corrente contínua na geração deharmônicos pelo DSTATCOM é analisado usando o modelodetalhado. Enquanto que o modelo simplificado é empregado
para analisar o impacto de um DSTATCOM na estabilidadede geradores de indução conectados diretamente em redes dedistribuição.
Este trabalho está organizado como segue. As principaiscaracterísticas do SimPowerSystems são analisadas na Se-ção 2. Na Seção 3, discute-se o princípio de funcionamentode um DSTATCOM, assim como as estruturas dos controla-dores investigados. Na Seção 4, apresenta-se a implemen-tação do modelo computacional de um DSTATCOM usandoo SimPowerSystems juntamente com resultados de simula-ções. Um exemplo de aplicação do modelo detalhado é dis-cutido na Seção 5. Na Seção 6, analisa-se o uso do modelosimplificado.
2 SIMPOWERSYSTEMS
Análise de transitórios eletromagnéticos em sistemas deenergia elétrica através de simulação digital vem sendo in-vestigada intensivamente desde a década de 60. Duranteeste período, várias metodologias de modelagem e solu-ção das equações da rede elétrica têm sido propostas, sendoque, de forma simplificada, os principais métodos podem serclassificados como análise nodal, análise nodal modificadaou análise por variáveis de estado. Programas que empre-gam análise nodal são fundamentados na metodologia pro-posta por Dommel em seu clássico artigo (Dommel, 1969).Dois representantes dessa classe de ferramentas de análisesão o ATP (Alternative Transients Program) e o EMTDC(ElectroMagnetic Transients for DC), os quais são denomi-nados neste trabalho de forma genérica como programas dotipo EMTP (Electromagnetic Transient Program). Tais pro-gramas empregam o método trapezoidal de integração nu-mérica com passo fixo. Outro programa bastante conhecidoque emprega análise nodal modificada com passo de integra-ção variável é o SPICE (Simulation Program with IntegratedCircuit Emphasis). Embora este programa seja bem ade-quado para simulações de complexos circuitos de eletrônicade potência, seu desempenho com sistemas de energia elé-trica envolvendo diversas máquinas rotacionais não é tão ade-quado. Por outro lado, o SimPowerSystems emprega análiseatravés de variáveis de estado para estudos de transitórios emsistemas elétricos e eletromecânicos (TransÉnergie Techno-logies Inc., 2002). O SimPowerSystems é um conjunto de bi-bliotecas contendo diversos componentes de sistemas de po-tência para ser utilizado juntamente com o Matlab/Simulink.Em razão da grande aceitação do ambiente Matlab/Simulinkno meio acadêmico, neste trabalho, os modelos de disposi-tivos DSTATCOM são desenvolvidos utilizando-se tal ferra-menta.
O conjunto de bibliotecas do SimPowerSystems é bastantecompleto, fornecendo modelos de diversos componentes derede, por exemplo, elementos RLC concentrados; cargas
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não-lineares; diversos modelos de máquinas elétricas e con-troles associados; modelos de linhas de transmissão e cabosconcentrados (modeloπ-equivalente) e distribuídos (modelode Bergeron); disjuntores (circuit breakers); componentesde eletrônica de potência e controles associados; etc. Taiscomponentes podem ser utilizados em conjunto com mode-los existentes no Simulink, assim como com modelos desen-volvidos pelo usuário empregando Simulink, Matlab (arqui-vos .m), linguagem de programação Fortran ou C. Uma van-tagem da versão 2.3 do SimPowerSystems, que é empregadaneste trabalho, é permitir a realização de estudos tanto de si-mulação eletromagnética, em que as variáveis da rede são re-presentadas por valores instantâneos, quanto de estabilidadetransitória, em que as variáveis da rede são representadas porfasores. Além disso, ao contrário da maioria dos programasdo tipo EMTP, há um mecanismo de inicialização das va-riáveis das máquinas elétricas e controles associados usandoum fluxo de carga. A estrutura lógica do SimPowerSystemsé simplificadamente discutida a seguir.
Inicialmente, é necessário construir o circuito utili-zando os componentes existentes nas bibliotecas doSimPowerSystems (powerlib) e do Simulink, assim comocomponentes definidos pelo usuário. A partir desse ponto, asimulação é automatizada conforme segue:
• a funçãopower2sys divide os blocos que compõemo sistema em blocos pertencentes ao Simulink e blocospertencentes ao SimPowerSystems. Então os parâme-tros da rede são obtidos e a topologia é analisada. Osblocos pertencentes ao SimPowerSystems são divididosem blocos lineares e não-lineares e para cada nó elétricoé dado um número automaticamente.
• após a topologia da rede ter sido obtida, a funçãocirc2sys constrói o modelo de variáveis de estado,como descrito em (1), considerando a parte linear docircuito. Todos os cálculos de regime permanente einicialização das variáveis são efetuados neste instante,inclusive os dos controladores das máquinas elétricas,através de um fluxo de carga (Load Flow).
x = Ax + Buy = Cx + Du (1)
• se a opção de discretizar o sistema tiver sido escolhida,o modelo de variáveis de estado em (1) é discretizadoutilizando o método Tustin (Chen, 1999).
• então a simulação é iniciada, interconectando os mode-los lineares e não-lineares, existentes ou definidos pelousuário, conforme representado na Figura 1.
Como pode ser observado na Figura 1, os componentesnão-lineares do circuito são modelados através de relações
tensão-corrente (v × i). Usualmente, elementos não-linearessão modelados por fontes de correntes não-lineares conec-tadas em derivação, porém, o uso de fontes de tensão tam-bém é possível, como será visto neste trabalho. A saída doprograma são as variáveis elétricas, mecânicas e de controleescolhidas pelo usuário.
O modelo de variáveis de estado pode ser solucionado em-pregando tanto abordagens discretas quanto contínuas (Chen,1999). Além disso, na versão 2.3, pode-se solucionar asequações que representam a rede elétrica utilizando o mé-todo fasorial, em que as variáveis nodais são representadaspor fasores. Conseqüentemente, as equações de rede tornam-se algébricas, diminuindo drasticamente o tempo de simula-ção. As equações diferenciais podem ser solucionadas utili-zando um dos diversos métodos de integração existentes noSimulink, os quais empregam tanto algoritmos com passo deintegração fixo quanto variável. O melhor método de solu-ção (discreto, contínuo ou fasorial), considerando precisãoe tempo de processamento, depende das características docircuito e dos fenômenos a serem analisados. Comentário si-milar é válido para qual método de integração utilizar. Nassimulações apresentadas neste trabalho, optou-se por utilizara abordagem de modelagem discretizada com o algoritmode integração Runge-Kutta de quarta ordem. Essa opçãomostrou-se eficiente do ponto de vista de precisão e tempode simulação.
3 DISPOSITIVOS DSTATCOM
Um DSTATCOM consiste de um conversor fonte de tensãoconectado em derivação na rede de distribuição via um trans-formador de acoplamento, como esquematicamente repre-sentado na Figura 2. Esta configuração permite que o dispo-sitivo forneça ou consuma potência ativa e reativa de formacontrolada. A troca de potência reativa com a rede é reali-zada variando-se a magnitude da tensão alternada gerada nasaída do conversor, assim como ocorre em compensadoressíncronos, enquanto que a troca de potência ativa é efetuadavariando-se o ângulo da tensão gerada. No caso de não haverum elemento de armazenamento de energia do lado de cor-rente contínua, só é possível realizar compensação reativa,
entradas(u)
i v
variaveis de saıda
escolhidas pelo
usuario
x = Ax + Bu
y = Cx + Du
modelos nao-lineares
circuito linear
Figura 1: Interconexão entre os modelos lineares e não line-ares.
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Va Vb Vc
zaij
zbij
zcij
VA
VB
VC
transformador
Vdc
i j
converso
r
rede de
distribuicao
Figura 2: Diagrama esquemático de um DSTATCOM.
tanto indutiva quanto capacitiva, de forma contínua. Em re-des de média tensão, geralmente, o tipo de chave autocomu-tada empregada no desenvolvimento de conversores fonte detensão é o IGBT, diminuindo as perdas de chaveamento. Adi-cionalmente, a capacidade de potência destes equipamentosé relativamente baixa. Por conseguinte, técnicas de chave-amento PWM podem ser empregadas para diminuir a gera-ção de componentes harmônicos de baixa ordem. As prin-cipais aplicações de um DSTATCOM são controle de ten-são, controle de fator de potência, compensação de corren-tes harmônicas e redução deflicker (Hingorani, 1995; Songe Johns, 1999; Haque, 2001; Sensarma et al., 2001; Junget al., 2002; Choma e Etezadi-Amoli, 2002; Anaya-Lara eAcha, 2002; Acha et al., 2002). Aqui, um DSTATCOM pro-jetado para manter tensão terminal ou fator de potência cons-tante é analisado. Além disso, o elemento do lado de correntecontínua do conversor é um capacitor. Observe que algumasvariáveis nas figuras apresentadas neste trabalho são escritasutilizando uma notação em língua inglesa, por exemplodcparadirect current. Isso foi adotado para manter uma certacoerência na apresentação dos diagramas dos modelos im-plementados em SimPowerSystems, pois as bibliotecas sãooriginalmente identificadas por nomes em inglês, os quaisnão foram alterados para permitir que tais componentes se-jam prontamente identificados.
O modelo geral do controlador do DSTATCOM atuandocomo regulador de tensão analisado neste trabalho é mos-trado na Figura 3, o qual é baseado na estrutura rotacionalde referência dq0. Isso permite obter uma melhor precisãoquando comparado com técnicas fundamentadas em estru-turas estacionárias de referência (Acha et al., 2002). Nestafigura,VABC são as tensões trifásicas terminais,Iabc são ascorrentes trifásicas injetadas pelo DSTATCOM,Vrms é o va-lor rms (root mean square) trifásico da tensão terminal,Vdc
é a tensão contínua no capacitor e os sobrescritos∗ represen-tam valores de referência. Tal controlador emprega um PLL
+−
+
−
+
−
+
−
Iabc(pu)
VABC (pu)
V ∗abcVrms(pu)
V ∗rms(pu)
Vdc(pu)
V ∗dc
(pu)
Id
Iq
I∗d
I∗q
V ∗d
V ∗q
φ
φ
abc
abc
dq0
dq0
PLL
PI
PI
PI
PI
droop
Figura 3: Controlador de um DSTATCOM atuando como re-gulador de tensão.
(Phase Locked Loop) para sincronizar a tensão alternada nasaída do conversor com a componente fundamental da faseAda tensão terminal. Portanto, o PLL fornece o ânguloφ paraa transformação abc-dq0 (e dq0-abc). Há quatro reguladoresPI, cujas funções são descritas a seguir. O primeiro regula-dor PI é responsável por controlar a tensão terminal atravésda troca de potência reativa com a rede de corrente alternada.A saída desse regulador é a referência de corrente reativaI∗q ,a qual é limitada entre +1 pu capacitiva e -1 pu indutiva, as-sim a capacidade de compensação do DSTATCOM é consi-derada de forma simplificada. Este regulador tem uma carac-terística em declive (droop), usualmente±5%, que permite atensão terminal variar ligeiramente. Isso é adotado para evi-tar um comportamento oscilatório do controlador (Hingoranie Gyuyi, 1999). Um outro regulador PI é responsável pormanter constante a tensão contínuaVdc no capacitor atravésda troca de uma pequena quantidade de potência ativa coma rede elétrica, compensando as perdas do conversor e dotransformador de acoplamento. Este regulador PI fornece areferência de corrente ativaI∗d . Os outros dois reguladoresPI determinam as tensões de referência de eixo diretoV ∗
d eem quadraturaV ∗
q do conversor, as quais são enviadas parao gerador de sinal PWM após uma transformação dq0-abc.Finalmente,V ∗
abc são as tensões trifásicas desejadas na saídado conversor em pu.
O modelo geral do controlador do DSTATCOM atuandocomo regulador de fator de potência investigado aqui é apre-sentado na Figura 4. Esse controlador é bastante similar aocontrolador de tensão previamente apresentado. A principaldiferença é o regulador de troca de potência reativa, o qualgeralmente é ajustado para fornecer toda a demanda de po-tência reativa da instalação do consumidor,i.e. operação comfator de potência unitário. Por conseguinte, a potência reativade referênciaQ∗ é fixada igual a zero eQ é a potência reativamedida no ponto de fornecimento do consumidor. Os outroselementos deste controlador foram explicados previamente.
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Um exemplo prático da instalação de um DSTATCOM paracontrole de fator de potência é um DSTATCOM com capa-cidade de compensação de 8 MVAr instalado junto a umaparque eólico de 24 MW na Dinamarca, cujo sistema decontrole é ajustado para garantir que o parque eólico operecom fator de potência unitário (Sobrink et al., 1998; Jenkinset al., 2000).
4 IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONALDO DSTATCOM
Nesta seção, o DSTATCOM e os controladores associadossão implementados utilizando o SimPowerSystems. Comomencionado, duas classes de modelos são analisadas. Noprimeiro caso, denominado modelo detalhado, o conversorfonte de tensão, o capacitor de corrente contínua e o gera-dor de sinais PWM são explicitamente representados. No se-gundo caso, denominado modelo simplificado, o conversor eo gerador de sinais PWM são representados por um conjuntode três fontes de tensão controláveis e a dinâmica do capaci-tor de corrente contínua é simulada através de um conjuntoalgébrico-diferencial de equações. A vantagem do modelosimplificado é permitir que passos de integração maiores se-jam utilizados sem sacrificar a precisão, desde que análiseharmônica não seja de interesse. Tal modelo é adequadotanto para estudos de transitórios eletromagnéticos quanto deestabilidade transitória.
4.1 Modelo Detalhado
O diagrama da implementação do modelo detalhado doDSTATCOM usando SimPowerSystems é mostrado na Fi-gura 5, considerando o caso de um controlador de tensão.Tal modelo é composto por um conversor fonte de tensão de6 pulsos usando IGBTs/diodos, um gerador de sinais PWM,um filtro passivo, um controlador de tensão e equipamentos
+−
+
−
+
−
+
−
Iabc(pu)
VABC (pu)
V ∗abcQ(pu)
Q∗(pu)
Vdc(pu)
V ∗dc
(pu)
Id
Iq
I∗d
I∗q
V ∗d
V ∗q
φ
φ
abc
abc
dq0
dq0
PLL
PI
PI
PI
PI
droop
Figura 4: Controlador de um DSTATCOM atuando como re-gulador de fator de potência.
de medidas de corrente e tensão. O blocoUnit Delay en-tre o controlador de tensão e o conversor é necessário paraeliminar o laço (loop) algébrico. Isso introduz um atraso deum passo de integração entre as variáveis do controlador edo conversor. Caso tal atraso não seja utilizado, o tempo desimulação crescerá consideravelmente. De fato, programasdo tipo EMTP também introduzem um atraso de um passode integração nos controladores implementados pelo usuá-rio. É importante destacar que o modelo do conversor e dogerador de sinais PWM são pré-existentes na biblioteca doSimPowerSystems.
A implementação do controlador de tensão utilizando blocosdo Simulink e do SimPowerSystems é mostrado na Figura 8.A maioria desses blocos são pré-existentes nas bibliotecas doSimPowerSystems e podem ser prontamente identificados apartir da figura. A multiplicação do sinal de corrente por -1 épara levar em consideração o sentido de injeção de potênciaativa e reativa adotado neste trabalho. Valores negativos depotência reativa indicam que o DSTATCOM está injetandopotência na rede, ao passo que, valores positivos indicam queo DSTATCOM está consumindo potência a partir da rede.
4.2 Modelo Simplificado
No caso do modelo simplificado, o conversor, o filtro pas-sivo e o gerador de sinais PWM são substituídos por um con-junto de três fontes de tensão controláveis. Tais fontes detensão são controladas pelo sinalV ∗
abc fornecido pelo regu-lador escolhido (tensão ou fator de potência constante). Po-rém, o valor da tensão trifásica na saída do conversor, emVolts, é dependente da tensão no elemento de corrente con-tínua,i.e. Va = KVdcV
∗a , Vb = KVdcV
∗b e Vc = KVdcV
∗c ,
em queK depende do tipo de conversor empregado. Porconseguinte, é importante representar adequadamente a di-nâmica do elemento de corrente contínua. Isto pode ser re-alizado, aplicando-se o princípio de conservação de energia,pelo qual a potência instantânea nos terminais de correntealternada do conversor deve ser igual à potência instantâneanos terminais de corrente contínua, desprezando-se as perdasdo conversor (Hingorani e Gyuyi, 1999). Tal princípio podeser matematicamente expresso por:
VdcIdc = VaIa + VbIb + VcIc (2)
em queIdc é a corrente no capacitor de corrente contínua.Além disso, a relação entreVdc eIdc é dada pela equação (3),sendoC o valor do capacitor de corrente contínua.
Vdc = − 1C
∫Idcdt (3)
A solução do conjunto de equações algébricas-
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VABC (pu)
Iabc (pu)
Vdc(pu)
Vabc*
Voltage Controller
+- v
Vdc
V
V - pu
A
B
C
pulses
+
-
Universal Bridge
z1
Unit Delay
Vdc
A
B
C
a
b
c
Filters
Signal(s) Pulses
DiscretePWM Generator
10000uF
5Iabc (pu)
4VABC (pu)
3Vc
2Vb
1Va
VABC(pu)
Iabc (pu)
Vdc (V)
Figura 5: Modelo detalhado de um DSTATCOM usandoSimPowerSystems.
diferenciais (2) e (3) pode ser obtida de forma iterativausando o SimPowerSystems como mostrado na Figura 6. OblocoUnit Delay no laço de realimentação é necessáriopara eliminar oloop algébrico. O valor das condiçõesiniciais do bloco Unit Delay e Discrete-TimeIntegrator deve ser fixado com o valor da tensãocontínua em regime permanente.
A implementação do modelo simplificado do DSTATCOMusando o SimPowerSystem é mostrado na Figura 7, assu-mindo o caso de regulador de tensão. Nessa figura, há umcontrolador de tensão como descrito na Figura 8, um con-junto de três fontes de tensão controláveis e um modelo doelemento de corrente contínua como apresentado na Figura 6.Note que as correntes injetadas pelo DSTATCOM são medi-das e os valores enviados para o modelo do elemento de cor-rente contínua. Além disso, entre o controlador de tensão eas fontes de tensão controláveis há um blocoUnit Delaypara eliminar oloop algébrico, assim como o valor de refe-rência da tensão trifásica é multiplicado por um fatorK paralevar em conta a relação entre o valorrms da tensão de saída,o índice de modulação (ma) e a tensão contínua de um con-versor fonte de tensão de seis pulsos com modulação PWM.
Pac = Pdc
Vdc
Idc1
Vcc
z1
Unit Delay
Tz-1
Discrete-TimeIntegrator
-K-
-1/C2
Iabc
1Vabc
Figura 6: Modelo da dinâmica do capacitor de corrente con-tínua usando SimPowerSystems.
Os modelos do DSTATCOM controlado por fator de potên-cia são completamente simulares aos modelos discutidos an-teriormente. A única mudança necessária é trocar o blocoVoltage Controller nas Figuras 5 e 7 por umcontrolador defator de potência como descrito na Figura 4.
|||||||||||||||||||||||||
ControllableVoltage Sources
|||||||||||||||||||||||||
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
VABC (pu)
Iabc (pu)
Vdc (pu)
Vabc*
Voltage Controller
signal
+
-
Vc
signal
+
-
Vb
signal
+
-
Va
VV - pu
z1
Vdc+
i
-Ic
+i
-Ib
+i
-Ia
Kem
Vabc
Iabc
Vdc
DC link model
5Iabc (pu)
4VABC (pu)
3C
2B
1A
VABC (pu)
Iabc (pu)
Figura 7: Modelo simplificado de um DSTATCOM usandoSimPowerSystems.
4.3 Resultados de Simulações
O diagrama da rede elétrica modelada usando oSimPowerSystems para analisar o desempenho de umDSTATCOM atuando como regulador de tensão é apresen-tado na Figura 9. Trata-se de uma rede de distribuição de25 kV e 60 Hz com um alimentador. A subestação de 25 kVe nível de curto-circuito de 100 MVA é representada por umafonte de tensão trifásica em série com uma impedância indu-tiva. Essa subestação alimenta uma carga variável através deum alimentador representado por três impedâncias RL sériescom acoplamento mútuo. Um DSTATCOM é conectado narede através de um transformador 25/2 kV ligado emYg/∆.Os seguintes eventos dinâmicos são simulados. Inicialmente,a tensão fornecida pela subestação (Programmable Source)permanece em seu valor nominal,i.e. 25 kV, e não hánenhuma carga conectada no alimentador. No instante desimulação t = 200 ms a chave S1 é fechada e no instantet = 500 ms a chave S2 é fechada, diminuindo a tensão ter-minal da barra B2, sendo que ambas as chaves permanecemfechadas até o fim da simulação. No instante t = 800 ms,o valor da fonte de tensão da subestação é aumentado para30 kV, permanecendo nesse valor até o fim da simulação.Com isso o valor da tensão na barra B2 eleva-se subitamente,sendo que tal evento pode representar o controle de tensãode uma subestação através da mudança detap’s de umtransformador, por exemplo. É claro que sem a instalaçãode um DSTATCOM a tensão da barra de carga B2 variarábastante durante esses eventos. Portanto, o objetivo é instalarum DSTATCOM para minimizar tais variações de tensãonessa barra. A capacidade de compensação do DSTATCOMé 5 MVAr, a freqüência de chaveamento do PWM é 3 KHz,o valor do capacitor de corrente contínua é 10.000µF e atensão contínua é igual a 4 kV.
Na Figura 10, apresenta-se o comportamento dinâmico dovalor rms da tensão terminal da barra de carga B2 para os ca-sos sem DSTATCOM, com DSTATCOM representado pelo
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1Vabc*
dq0
sin_cosabc
dq0_to_abcTransformation
abc
sin_cosdq0
abc_to_dq0
Vrms
Vrms*
VDC
VDC_ref 0
V0
ma
Vrms (pu)
Vrms* (pu)
Iq*
PI / droopVT Regulator
Iq (pu)
Iq* (pu)Vq*
PI Iq Regulator
Id (pu)
Id* (pu)Vd*
PI Id Regulator
Vdc (pu)
Vdc* (pu)
Id_ref
PIVDC Regulator
hypot
Idq
Idq (pu)
-1
-1
-1
abc
Mag
Phase
Discrete 3-phasePositive-SequenceFundamental Value
Vabc (pu)
Freq
wt
sin_cos(wt)
Discrete 3-Phase PLL
em
3Vdc (pu)
2Iabc (pu)
1VABC (pu)
Id
Iq modulation index
Figura 8: Controlador de um DSTATCOM atuando com regulador de tensão.
Powergui
-Discrete,
Ts = 5.556e-006 s.
VA
VB
VC
ProgramableSource
25 kV / 100 MVA
Vabc
Iabc
P&Q
Va
Vb
Measures ofVoltage
A
B
C
A
B
C
Line1 km
Vabc
Iabc
Harmonicmeasures
a
b
c
VABC (pu)
Iabc (pu)
DSTATCOM
B2B1
A
B
C
a
b
c
5 MVA25 kV / 2 kV
A B C
A B C
S2
A B C
A B C
S1
A B C
5 MW 2 MVAr
A B C
10 MW 5 MVAr
Iabc (pu/5 MVA)
VABC
Figura 9: Diagrama da rede empregada para analisar o modelo do DSTATCOM controlado por tensão.
modelo detalhado e com DSTATCOM representado pelo mo-delo simplificado. As linhas tracejadas horizontais indicamo valor permissível de variação da tensão em regime per-manente (±5%; 0,95/1,05 pu). É possível verificar que apresença do DSTATCOM minimiza as variações de tensão.Neste caso, excetuando-se breves transitórios, o valor rms datensão terminal permanece dentro da faixa permitida. Porém,o fato mais importante aqui é verificar que o uso do modelodetalhado ou do modelo simplificado leva aos mesmos resul-tados. Na Figura 11, tem-se representado o comportamentoda troca de potência ativa e reativa entre o conjunto trans-formador/DSTATCOM e a rede de corrente alternada. Comomencionado, convencionou-se que consumo de potência re-ativa pelo DSTATCOM é representado por valores positivos,ao passo que geração de potência reativa é representado porvalores negativos. Durante toda a operação do DSTATCOMo consumo de potência ativa é bem reduzido, variando entre80 kW e 150 kW, o suficiente para atender as perdas do con-versor e do transformador. É possível verificar também queno início de cada transitório esse consumo varia para man-ter a tensão do capacitor constante. Em relação à troca depotência reativa, inicialmente não há troca, visto que o valorda tensão da barra B2 é 1 pu. Após o chaveamento da pri-meira carga, o DSTATCOM passa a injetar potência reativana rede e quando a chave S2 é fechada a injeção de potên-
cia reativa chega ao limite de capacidade do DSTATCOM,sendo importante lembrar que parte dessa potência reativaé consumida pelo transformador de acoplamento. Por con-seguinte, a capacidade efetiva de compensação de reativoscapacitivos é de aproximadamente 4,8 MVAr. Quando o va-lor de tensão da subestação aumenta, o DSTATCOM passa aconsumir potência reativa (operação indutiva). Nesse caso, acapacidade de compensação de reativos indutivos, levando-se em consideração o transformador, é de aproximadamente5,2 MVAr. É interessante observar que o modo de opera-ção do DSTATCOM passa de completamente capacitivo paracompletamente indutivo muito rapidamente – aproximada-mente 3 ciclos. Nota-se que as respostas de potência ativae reativa são praticamente as mesmas independentementedo modelo utilizado. O comportamento dinâmico da ten-são do capacitor de corrente contínua é mostrado na Fig. 12,a qual permanece praticamente constante em 4 kV. Nova-mente, verifica-se que as respostas obtidas a partir de ambosos modelos são similares.
O instante de chaveamento dos IGBTs no modelo detalhadoé determinado utilizando interpolação, ou seja, mesmo se umchaveamento ocorrer entre dois passos de integração, tal cha-veamento é simulado com precisão. Porém, o tamanho dopasso de integração deve ser escolhido suficientemente pe-
Revista Controle & Automação/Vol.16 no.2/Abril, Maio e Junho 2005 193
0.2 0.4 0.6 0.8 10.8
0.85
0.9
0.95
1
1.05
1.1
1.15
1.2
tempo (s)
tens
ao te
rmin
al (
pu)
sem DSTATCOMmodelo detalhadomodelo simplificado
Figura 10: Comportamento dinâmico da tensão terminal.
0.2 0.4 0.6 0.8 1
−4
−2
0
2
4
6
tempo (s)
pote
ncia
ativ
a e
reat
iva
inje
tada
(M
W ;
MV
Ar)
modelo detalhadomodelo simplificado
Q
P
Figura 11: Potência ativa (P) e reativa (Q) trocada entre oconjunto DSTATCOM/transformador e a rede elétrica.
queno para evitar que vários chaveamentos ocorram entredois passos de integração. A freqüência da rede simuladaé 60 Hz e a freqüência de chaveamento do PWM foi adotadaigual a 3000 Hz. Conseqüentemente, um chaveamento podeocorrer a cada 5,556 microssegundos (1/60/3000 segundo).Assim, o modelo detalhado requer um passo de integração decerca de 5,556 microssegundos para apresentar uma precisãoadequada. Por outro lado, o modelo simplificado foi simu-lado utilizando um passo de integração 50 vezes maior,i.e.277,778 microssegundos (50/60/3000 segundo). Portanto,teoricamente, é possível obter um ganho no tempo de pro-cessamento de cerca de 50 vezes utilizando o modelo simpli-ficado. Outra vantagem do modelo simplificado é a possibili-dade de utilizá-lo junto com o método de solução fasorial, ca-racterística introduzida na versão 2.3 do SimPowerSystems.Neste caso, o aumento da velocidade de processamento podeser ainda maior.
Na figura 13, apresenta-se o diagrama da rede elétrica utili-zada para realização dos testes com um DSTATCOM contro-lado por fator de potência, que é similar à rede analisada noexemplo anterior. A principal diferença são os eventos simu-
0.2 0.4 0.6 0.8 13600
3700
3800
3900
4000
4100
4200
tempo (s)
tens
ao n
o ca
paci
tor
(V)
modelo detalhadomodelo simplificado
Figura 12: Comportamento dinâmico da tensão contínua.
lados. Inicialmente há apenas uma carga conectada na barraB2 consumindo 1 MVAr de potência reativa indutiva; no ins-tante t = 300 ms a chave S1 é fechada e o consumo de potên-cia reativa indutiva total na barra B2 passa a ser de 3 MVAr.No instante t = 600 ms, a chave S2 é fechada e a barra B2passa a injetar 2 MVAr de potência reativa capacitiva na rede.Por simplicidade, todas as cargas são representadas por ummodelo de impedância constante, portanto, na realidade, osvalores de potência consumida/fornecida descritos acima va-riam com o quadrado da tensão terminal. Para evitar o pa-gamento de penalidades relacionadas com o consumo exces-sivo de potência reativa, um DSTATCOM controlado por fa-tor de potência é instalado junto ao ponto de fornecimento doconsumidor, o qual é conectado na rede através de um trans-formador de 25/2 kV ligado emYg/∆. Esse DSTATCOM écontrolado de forma a manter operação com fator de potênciaunitário na instalação do consumidor.
Na Figura 14, tem-se o comportamento da potência reativafornecida (consumida) pela rede elétrica para a barra B2 noscasos sem DSTATCOM e com DSTATCOM representadopelo modelo detalhado e simplificado. Como pode ser visto,quando não há um DSTATCOM, a potência reativa reque-rida (ou fornecida) pela carga varia bastante e, conseqüente-mente, o fator de potência também varia. Por outro lado, coma instalação de um DSTATCOM, a rede de distribuição nãoprecisa mais fornecer reativos para a barra B2 ou consumiro excesso, exceto durante breves transitórios. Na Figura 15são mostrados o comportamento da potência ativa e reativaconsumidas da (ou fornecidas para a) rede elétrica pelo con-junto DSTATCOM/transformador. Nota-se que o consumode potência ativa durante todo o período de simulação é pe-queno, cerca de 100 kW. Em relação à potência reativa, ini-cialmente o DSTATCOM injeta 1 MVAr de reativos capaci-tivos na rede para atender o consumo da carga da barra B2.No instante t = 300 ms, essa injeção aumenta para aproxi-madamente 3 MVAr. Ao passo que no instante t = 600 ms,o DSTATCOM passa a fornecer cerca de 2 MVAr de potên-
194 Revista Controle & Automação/Vol.16 no.2/Abril, Maio e Junho 2005
Powergui
-Discrete,
Ts = 5.556e-006 s.
Vabc
Iabc
P&Q
Vabc (V)
Iabc (A) Q (pu)
MeasuresVT & QL
A
B
C
A
B
C
Line1 km
A
B
C
VABC (pu)
Iabc (pu)
Q (pu)
DSTATCOM
B2
B1
A
B
C
a
b
c
5 MVA25 kV / 2 kV
N
A
B
C
25kV100MVA
A B C
A B C
S2
A B C
A B C
S1
A B C
4 MW 2 MVAr
A B C
4 MW 1 MVAr
A B C
0 MW 5 MVAr
Iabc (pu/5 MVA)
VABC
Figura 13: Diagrama da rede empregada para analisar o modelo do DSTATCOM controlado por fator de potência.
0.2 0.4 0.6 0.8 1−4
−3
−2
−1
0
1
2
3
4
tempo (s)
pote
ncia
rea
tiva
cons
umid
a (M
VA
r)
sem DSTATCOMmodelo detalhadomodelo simplificado
Figura 14: Potência ativa fornecida pela rede de distribuição.
cia reativa capacitiva. Na Figura 16, apresenta-se a respostade tensão no capacitor de corrente contínua, a qual perma-nece praticamente constante por todo o período de simula-ção. Note que novamente os resultados são praticamente osmesmos independentemente do modelo utilizado.
Neste caso, o modelo detalhado também foi simulado uti-lizando um passo de integração de 5,556 microssegundos(1/60/3000 segundo). Por outro lado, durante a simulaçãodo modelo simplificado, empregou-se um passo de integra-ção de 166,67 microssegundos (30/60/3000 segundo). Nestecaso, não foi possível utilizar um passo de integração maiorcom o modelo simplificado sem reduzir a precisão em razãodo chaveamento do capacitor no instante t = 600 ms, o queacarreta transitórios de alta freqüência. Apesar disso, o ga-nho no tempo de processamento é ainda considerável.
0.2 0.4 0.6 0.8 1−4
−3
−2
−1
0
1
2
3
4
tempo (s)
pote
ncia
ativ
a e
reat
iva
inje
tada
(M
W ;
MV
Ar)
modelo detalhadomodelo simplificado
Q
P
Figura 15: Troca de potência ativa (P) e reativa (Q) entre oconjunto DSTATCOM/transformador e a rede elétrica.
5 IMPACTO DO DIMENSIONAMENTO DOCAPACITOR DE CORRENTE CONTÍ-NUA NA GERAÇÃO DE HARMÔNICOS
Nesta seção, um exemplo de aplicação do modelo detalhadoé apresentado e discutido. Uma das influências do dimensio-namento do capacitor de corrente contínua diz respeito à ge-ração de tensões e correntes harmônicas pelo DSTATCOM.Quanto maior o capacitor, menoresripples de correntes con-tínuas ocorrem, melhorando a performance do dispositivo noitem geração de harmônicos. Para analisar tal questão é ne-cessário utilizar um índice numérico que permita avaliar aquantidade de harmônicos gerados pelo DSTATCOM. Exis-tem diversos índices que indicam a performance de um con-versor em relação à qualidade de injeção de componentesharmônicos. Um desse índices é o THD (Total HarmonicDistortion), o qual é definido por (Rashid, 1993):
Revista Controle & Automação/Vol.16 no.2/Abril, Maio e Junho 2005 195
0.2 0.4 0.6 0.8 13600
3700
3800
3900
4000
4100
4200
tempo (s)
tens
ao n
o ca
paci
tor
(V)
modelo detalhadomodelo simplificado
Figura 16: Comportamento dinâmico da tensão contínua.
THD =1V1
( ∞∑n=2,3,...
V 2n
)1/2
(4)
Na expressão acima, o subscrito1 indica componente funda-mental en = 2, 3, ... indica os componentes com freqüên-cias múltiplas. Esse índice de performance usualmente éaplicado para tensões. É importante relatar que nas simula-ções realizadas para investigar a geração de harmônicas peloDSTATCOM o sistema foi discretizado utilizando um passode integração de 1µs para garantir a precisão dos resulta-dos. Para verificar a influência do capacitor no índice THDde tensão foram realizadas inúmeras simulações em que o ta-manho do capacitor foi variado de 25µF a 10.000µF comdegraus de 25µF, ou seja, foram necessárias 400 simulações.Como o objetivo é verificar somente a influência do capaci-tor no índice THD de tensão, o filtro na saída do conversorfoi eliminado nesses testes. A rede empregada e os eventosdinâmicos simulados são os mesmos do caso analisado naseção anterior em que o DSTATCOM atua como um regula-dor de tensão. Além disso, geralmente o DSTATCOM apre-senta características de geração de harmônicos diferentes nomodo de operação capacitivo,i.e. quando ocorrem afunda-mento de tensão, e indutivo,i.e. quando ocorre elevação detensão. Portanto, nas simulações a seguir, optou-se por anali-sar o índice THD em dois instantes distintos das simulações:t = 0,750 ms (operação capacitiva) e t = 0,950 ms (opera-ção indutiva). Para facilitar a execução do teste, utilizou-sea capacidade do Matlab de passar parâmetros para modelosimplementados no Simulink através da área de trabalho. As-sim o script a seguir foi desenvolvido para realizar esse es-tudo parametrizado de forma automática sem intervenção dousuário:
Ts = 1e-6 ; % passo de int.Ta = 1 ; % const. de capturaV750 = ceil(0.750/Ts/Ta); % índices do vetor V
V950 = ceil(0.950/Ts/Ta); % correspondentes a% t = 750 e 950 ms
C = 25e-6 ; % valor inicial do cap.Cmax = 10000e-6 ; % valor máximo do cap.CT = ceil(Cmax/C) ; % número de simulações
for i=1:CTsim(’rede1_DS1b’) ; % execução do modeloVTHD(i,1) = Vthds(V750) ; % armazenamento dasVTHD(i,2) = Vthds(V950) ; % variáveis de interesseC = C + 25e-6 ; % aumento do valor
% do capacitorend
É importante destacar que é possível realizar diversos estu-dos paramétricos utilizando tal recurso do Matlab/Simulink,inclusive relacionados aos ajustes dos parâmetros de contro-ladores PI. Na Figura 17, mostra-se o impacto do dimensio-namento do capacitor no índice THD da tensão de linhaVab.Pode-se observar, com base na figura, que inicialmente o di-mensionamento do capacitor tem grande influência na gera-ção de tensões harmônicas. Porém, a partir de um certo pontonão é possível melhorar o índice THD através do aumentodo capacitor, neste caso aproximadamente 500µF. É interes-sante notar que em relação ao índice THD da tensão de linha,realmente o DSTATCOM injeta mais harmônicos na rede nomodo de operação capacitivo, ou seja, quando há afundamen-tos de tensão. Esse teste paramétrico levou cerca de 4,2 horaspara ser realizado usando o recursoSimulink Accelerator emum PC não dedicado,i.e. executando simultaneamente ou-tras tarefas, com processador Pentium III, clock de 450 MHz,384 MBytes de memória RAM e sistema operacional LinuxRed Hat 7.1, lembrando que o passo de integração adotadofoi de 1µs e o tempo de simulação total de 1 segundo.
0 2000 4000 6000 8000 100000.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
indi
ce T
HD
da
tens
ao V
ab n
a ca
rga
(%)
capacitancia (µ F)
operacao capacitivaoperacao indutiva
Figura 17: Índice de performance THD da tensão na carga(Vab).
196 Revista Controle & Automação/Vol.16 no.2/Abril, Maio e Junho 2005
Powergui-Discrete,
Ts = 0.0005 s.
+
-v VB4
a1b1c1
a2b2c2
SubstationTransformers
132/33 kV
ABC
A B C
L45
AB
C
A B
C
L34
A
B
C
A
B
C
L24
ABC
A B C
L23
ABC
Generator/Transformer
ABC
DSTATCOMTransformer
Measurements
A
B
C
A
B
C
CB2
A
B
C
A
B
C
CB1
B533 kV
B433 kV
B333 kV
B233 kV
A
B
C
FaultABC
3-Phase Fault
A B C
Load 4 12 MW 3 MVAr
A B C
Load 3 24 MW 5 MVArA B C
Load 2 6 MW 2 MVAr A B C
Load 158 MW12 MVAr
(a) sistema teste
6c2
5b2
4a2
3c1
2b1
1a1
A
B
C
a
b
cTransformer2132kV/33kV
A
B
C
a
b
cTransformer1132kV/33kV
B1132 kV
N
A
B
C
132 kV1500 MVA
(b) subsistema subestação
A
B
C
a
b
c
Transformer33kV/690V1
10.005s+1
Transfer Fcn
wr
Te
VT
-0.822674
Tm
sqrt(u(1)^2 + u(2)^2)
Positive SeqenceVoltage
m
vs_qd
wm
Te
MachinesMeasurement
Demux
B6690 V
A
B
C
Tm
m
Asynchronous Machinepu Units
A B C
10 MVAr
3C
2B
1A
(c) subsistema gerador de indução
Voltage andCurrent Measures
Vabc
Iabc
P&Q
A
B
C
Vabc (pu)
Iabc (pu)
DSTATCOM
B72 kV
A
B
C
a
b
c
5 MVA33 kV / 2 kV
3C
2B
1A
Iabc (pu)
Vabc (pu)
(d) subsistema DSTATCOM
Figura 18: Diagrama da rede empregada para analisar a influência de um DSTATCOM na estabilidade de um gerador deindução.
6 IMPACTO DE DISPOSITIVOS TIPODSTATCOM NA ESTABILIDADE DEGERADORES DE INDUÇÃO
Recentemente, o interesse por geração distribuída tem au-mentado consideravelmente em razão da reestruturação dosetor de energia elétrica, necessidade de aproveitamentode diferentes fontes primárias de energia, avanços tecnoló-gicos e maior conscientização sobre conservação ambien-tal (Jenkins et al., 2000). Nesse contexto, o emprego de ge-radores de indução em usinas térmicas, hidráulicas e eólicastambém tem aumentado em razão da simplicidade e baixocusto inicial e de manutenção (Jenkins et al., 2000). Taismáquinas requerem uma fonte de excitação externa para ge-ração de tensão. Nas instalações mais simples, a potênciareativa necessária para o funcionamento de geradores de in-dução é fornecida por um banco fixo de capacitores (Jenkinset al., 2000). Em instalações com capacidade mais ele-vada, pode-se utilizar equipamentos baseados em eletrônica
de potência para fornecer parte da potência reativa neces-sária para o funcionamento do gerador de indução (Jenkinset al., 2000). O DSTATCOM é um dispositivo que tem sidoutilizado para tal propósito. Nesse caso, tais equipamentossão usualmente controlados para manter tensão ou fator depotência constante (Sobrink et al., 1998; Jenkins et al., 2000).Assim, nesta seção, o modelo simplificado do DSTATCOMé utilizado para investigar o impacto deste dispositivos naestabilidade transitória de um gerador de indução conectadodiretamente em uma rede de distribuição.
O diagrama da rede modelada no SimPowerSystems é mos-trado na Figura 18. Tal rede consiste em um sistema desubtransmissão de 132 kV, 60 Hz, alimentando uma redede distribuição de 33 kV através de dois transformadores de132/33 kV conectados em∆/Yg. Nesse sistema há um ge-rador de indução conectado na barra 6 com capacidade de30 MW, o qual é ligado à rede via um transformador de690/33 kV com conexãoYg/∆. Nas simulações analisandoo impacto de um DSTATCOM, tal dispositivo foi conectado
Revista Controle & Automação/Vol.16 no.2/Abril, Maio e Junho 2005 197
à rede via um transformador de 33/2 kV ligado emYg/∆como mostrado na Figura 18. Nos casos simulados sem oDSTATCOM, um banco trifásico de capacitores com capa-cidade de 10 MVAr foi instalado junto aos terminais do ge-rador. Por simplicidade, as cargas foram modeladas comoimpedância constante.
Para investigar o impacto de um DSTATCOM na estabili-dade transitória de um gerador de indução, um curto-circuitotrifásico é aplicado na barra B4 em t = 500 ms e eliminadoem 12 ciclos através da desconexão do ramo B2-B4. Nestecaso, o gerador de indução está injetando 25 MW na rede ea capacidade do DSTATCOM é de 10 MVAr. As respostasda tensão terminal do gerador de indução para os casos semDSTATCOM e com DSTATCOM controlado por tensão epor fator de potência são apresentadas na Figura 19. Verifica-se que, na presença do DSTATCOM, o sistema torna-se está-vel, independentemente da forma de controle adotada. Nes-tes casos, o DSTATCOM age como uma fonte variável de re-ativos, melhorando a performance dinâmica do gerador de in-dução. Observa-se também que o uso do DSTATCOM comocontrolador de tensão permite uma recuperação ligeiramentemais rápida da tensão terminal do gerador. Além disso, atensão terminal pós-falta é igual a 0,997 pu, no caso com oDSTATCOM atuando como regulador de tensão, e 0,974 pu,no caso com o DSTATCOM atuando como regulador de fatorde potência.
Pode-se explicar a diferença do comportamento da tensãoterminal para os casos com regulador de tensão e com regu-lador de fator de potência analisando o comportamento dapotência reativa injetada pelo DSTATCOM em cada caso.Na Figura 20, apresenta-se a potência reativa injetada peloDSTATCOM na rede. Lembrando que, neste trabalho, adota-se que valores negativos (positivos) de potência reativa inje-tada indicam operação capacitiva (indutiva). Verifica-se queantes da falta, o controlador de fator de potência injeta maisreativos na rede do que o controlador de tensão, 6,7 MVAr e5,2 MVAr respectivamente. Durante a falta, ambos os contro-ladores praticamente perdem a capacidade de compensaçãodevido à redução da tensão terminal. Após a falta, o regula-dor de tensão passa a injetar mais reativos do que o reguladorde fator de potência, 9,9 MVAr e 6,9 MVAr respectivamente.
Uma importante questão relacionada com o melhoramentoda estabilidade de geradores distribuídos é determinar o au-mento da potência crítica,i.e. a máxima potência ativa queo gerador pode injetar mantendo uma resposta estável. As-sim, diversas simulações foram realizadas para determinaro aumento da potência crítica considerando diferentes tem-pos de eliminação de falta e capacidade de compensação doDSTATCOM. A mesma contingência descrita anteriormenteé considerada. Os resultados estão resumidos na Tabela 1.Observa-se que o uso do DSTATCOM como um controlador
0 1 2 3 4 50
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
tempo (s)
tens
ão te
rmin
al (
pu)
sem DSTATCOMDSTATCOM controlado por tensãoDSTATCOM controlado por fator de potência
Figura 19: Tensão terminal do gerador de indução.
0 1 2 3 4 5−12
−10
−8
−6
−4
−2
0
2
tempo (s)
potê
ncia
rea
tiva
inje
tada
(M
VA
r)
DSTATCOM controlado por tensãoDSTATCOM controlado por fator de potência
Figura 20: Potência reativa injetada pelo DSTATCOM.
de tensão resulta em maior ganho na margem de estabilidade.
7 CONCLUSÕES
Este trabalho apresentou um estudo sobre modelagem e aná-lise dinâmica de dispositivos tipo DSTATCOM usando oSimPowerSystems. Os resultados de simulação mostraramque esses equipamentos podem melhorar o desempenho deredes de distribuição de energia elétrica. Concluiu-se queos modelos simplificados apresentados neste trabalho podemser utilizados com grande precisão, caso a análise de gera-ção de componentes harmônicos não seja de interesse, e sig-nificativa redução de esforço computacional. Tais modelospodem ser utilizados durante estágios iniciais de desenvolvi-mentos desses dispositivos. O uso do SimPowerSystems per-mite que estudantes desenvolvam, de forma bastante simples,modelos capazes de simular com grande precisão a perfor-mance desses equipamentos. Todos os detalhes dos modelosdesenvolvidos foram apresentados para viabilizar a prontautilização destes por pesquisadores, professores e estudantes.Dois exemplos de aplicação, um usando o modelo detalhadoe outro usando o modelo simplificado, foram apresentados ediscutidos.
198 Revista Controle & Automação/Vol.16 no.2/Abril, Maio e Junho 2005
Tabela 1: Potência crítica injetada pelo gerador de indução considerando diferentes tempos de eliminação da falta.Potência crítica (MW)
Tempo de Sem DSTATCOM controlado DSTATCOM controladofalta DSTATCOM por tensão por fator de potência
(ciclos) 5 MVA 10 MVA 15 MVA 5 MVA 10 MVA 15 MVA9 25.7 27.5 29.1 30.0 27.2 28.6 29.912 23.5 25.1 26.4 27.4 24.9 26.1 27.215 21.8 23.2 24.1 25.7 23.0 24.1 24.718 20.4 21.6 22.9 24.1 21.5 22.5 23.7
8 AGRADECIMENTO
Os autores gostariam de agradecer à Fundação de Amparoà Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo suportefinanceiro fornecido para o desenvolvimento deste trabalho.
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