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Page 1: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA
Page 2: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

Alessandra Bosquilha

Márcio Pelegrini

2a Edição

Page 3: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

EXPEDIENTEEditor Responsável Italo Amadio

Coordenadora de Produção Editorial Katia F. AmadioAssistente Editorial Edna Emiko Nomura

Autora Alessandra BosquilhaMárcio Pelegrini

Projeto Gráfico e Diagramação EXATA EditoraçãoIlustrações Fabiana Fernandes

Capa Antonio Carlos VenturaRevisão Ariadne Escobar Branco da Silva

Kimie ImaiSérgio Torres

Al. Afonso Schmidt, 879 – Santa TerezinhaCep 02450-001 – São Paulo – SP

www.rideel.com.br – e-mail: [email protected]

© Copyright – todos os direitos reservados à:

Proibida qualquer reprodução, seja mecânica ou eletrônica, total ou parcial,sem a permissão expressa do editor.

2 4 6 8 9 7 5 3 19 0 3

Bosquilha, Alessandra Minimanual compacto de física : teoria e prática / Alessandra Bosquilha, Márcio

Pelegrini. — 2. ed. rev. — São Paulo : Rideel, 2003.

ISBN 85-339-0587-4

1. Física - Estudo e ensino I. Pelegrini, Márcio. II. Título.

03-4708 CDD-530.7

Índices para catálogo sistemático:1. Física : Estudo e ensino 530.7

Page 4: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

Apresentação

Estudar Física é conhecer a própria natureza que nos cerca.Para atender a esse propósito, desenvolvemos o Minimanual

Compacto de Física — Teoria e Prática, de maneira contextualizadae interdisciplinar, para que o leitor possa ter uma visão ampla desuas aplicações, e de como o conhecimento da Física nos auxilia aentender melhor o nosso mundo, bem como a compreender o de-senvolvimento de avanços tecnológicos, cujas ramificações vão desdeo seu emprego na engenharia civil até na medicina.

Ele traz o conteúdo de Física contemplado no Ensino Mé-dio, e vai desde a introdução à Física, passando pela mecânica,calor, óptica, acústica, eletricidade e finalizando com magnetismo.

Cada capítulo fornece um conteúdo teórico bem como exer-cícios resolvidos, que mostram como utilizar na prática os concei-tos estudados. Além disso, oferece uma grande quantidade de exer-cícios, incluindo os de vestibulares de todo o país e Enem, paraque você avalie sua compreensão dos conceitos e possa se prepa-rar para o vestibular.

O livro também traz um encarte colorido de 32 páginas, espe-cialmente desenvolvido para fornecer a você, leitor, algumas idéiasdo emprego da Física em áreas cotidianas, explicando, por exemplo,porque ocorre o fenômeno da Inversão Térmica tão comum em gran-des metrópoles, como e porque ocorrem as marés, os eclipses solare lunar, entre outros fenômenos que indicarão o caminho para quevocê desenvolva seu senso crítico e estenda sua compreensão arespeito do mundo que o cerca.

Esperamos que este livro atenda os seus objetivos e o con-duza de forma agradável pelos fascinantes caminhos da Física.

O Editor

Page 5: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

S u m á r i o

CAPÍTULO 1 – Introdução .................................................................... 111. Grandezas físicas e unidades ........................................................ 122. Algarismos significativos ................................................................ 133. Notação científica ........................................................................... 144. Grandezas escalares e vetoriais .................................................... 15

CAPÍTULO 2 – Cinemática ................................................................... 191. Introdução ...................................................................................... 192. Ponto material, movimento e repouso............................................ 193. Espaço e variação do espaço ........................................................ 214. Velocidade média e velocidade instantânea .................................. 235. Movimento uniforme (MU) .............................................................. 27

CAPÍTULO 3 – Movimentos variados e uniformemente variados ......... 351. Movimento Variado ......................................................................... 352. Movimento Uniformemente Variado (MUV) .................................... 373. Equação de Torricelli ...................................................................... 414. Aceleração da gravidade................................................................ 42

CAPÍTULO 4 – Cinemática vetorial ....................................................... 471. Introdução ...................................................................................... 472. Movimento balístico ....................................................................... 47

CAPÍTULO 5 – Dinâmica ...................................................................... 551. Introdução ...................................................................................... 552. Grandezas da dinâmica ................................................................. 553. Lei de Hooke .................................................................................. 564. Leis de Newton .............................................................................. 585. Referenciais inerciais ..................................................................... 616. Descrição de forças ....................................................................... 63

CAPÍTULO 6 – Movimentos Curvilíneo, Periódico e Circular Uniforme ....... 731. Movimento curvilíneo ..................................................................... 732. Movimento periódico ...................................................................... 783. Movimento Circular Uniforme (MCU) ............................................. 81

Page 6: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

CAPÍTULO 7 – Gravitação e Movimento dos Astros ............................. 891. Introdução ...................................................................................... 892. Lei da Gravitação Universal ........................................................... 903. Leis de Kepler ................................................................................ 91

CAPÍTULO 8 – Energia Mecânica ......................................................... 971. Introdução ...................................................................................... 972. Trabalho de uma força constante ................................................... 973. Trabalho de uma força qualquer ..................................................... 994. Trabalho de uma força elástica..................................................... 1015. Potência ....................................................................................... 1026. Energia ......................................................................................... 1047. Conservação da energia .............................................................. 1048. Energia cinética ............................................................................ 1059. Forças conservativas ................................................................... 10710. Energia potencial ....................................................................... 10711. Sistemas conservativos ............................................................. 109

CAPÍTULO 9 – Quantidade e Movimento ........................................... 1141. Definição ...................................................................................... 1142. Impulso de uma força constante .................................................. 1143. Teorema do impulso ..................................................................... 1154. Aplicação das fórmulas para movimentos retilíneos .................... 1155. Quantidade de movimento de um sistema................................... 1176. Conservação da quantidade de movimento................................. 1187. Quantidade de movimento nos choques...................................... 1198. Choques elásticos e inelásticos ................................................... 1199. Coeficiente de restituição ............................................................. 120

CAPÍTULO 10 – Equilíbrio dos Sólidos ............................................... 1271. Introdução .................................................................................... 1272. Centro de massa de um corpo ..................................................... 1273. Equilíbrio de um ponto material ................................................... 1294. Momento (torque) de uma força ................................................... 1305. Equilíbrio de um corpo extenso.................................................... 131

CAPÍTULO 11 – Equilíbrio dos Fluidos ............................................... 1361. Fluidos .......................................................................................... 1362. Pressão ........................................................................................ 136

Page 7: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

3. Densidade .................................................................................... 1384. Lei de Stevin ................................................................................ 1405. Princípio de Pascal ...................................................................... 1426. Experiência de Torricelli – outras unidades de pressão ............... 1457. Princípio de Arquimedes .............................................................. 146

CAPÍTULO 12 – Escalas de Temperatura –Comportamento Térmico da Matéria ............................................... 1541. Temperatura ................................................................................. 1542. Estados de agregação da matéria ............................................... 1583. Comportamento térmico dos corpos sólidos ............................... 1584. Comportamento térmico dos líquidos .......................................... 1625. Comportamento térmico dos gases ............................................. 165

CAPÍTULO 13 – Calor ......................................................................... 1701. Introdução .................................................................................... 1702. Fonte térmica ............................................................................... 1703. Propagação de calor .................................................................... 1724. Calor sensível e calor latente ....................................................... 1755. Capacidade térmica e calor específico ........................................ 1806. Calorimetria – Trocas de calor ..................................................... 185

CAPÍTULO 14 – Óptica ....................................................................... 1901. Introdução .................................................................................... 1902. Fontes de luz e velocidade da luz ................................................ 1903. Cores ............................................................................................ 1924. Meios de propagação................................................................... 1925. Princípios da óptica ...................................................................... 1936. Sombra e penumbra .................................................................... 1937. Reflexão, refração e absorção ..................................................... 1948. Estudo da reflexão da luz ............................................................. 1959. Espelho plano .............................................................................. 19710. Espelhos esféricos ..................................................................... 19911. Estudo da refração da luz .......................................................... 21212. Lentes esféricas ......................................................................... 224

CAPÍTULO 15 – Ondas ....................................................................... 2431. Movimento Harmônico Simples (MHS) ........................................ 2432. Movimento ondulatório ................................................................. 248

Page 8: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

3. Reflexão de ondas ....................................................................... 2594. Refração de ondas ....................................................................... 2625. Interferência ................................................................................. 2666. Ondas estacionárias .................................................................... 2677. Difração ........................................................................................ 2688. As ondas sonoras ........................................................................ 2729. Reflexão do som – reforço, reverberação e eco........................... 27710. Refração ..................................................................................... 27911. Efeito Doppler ............................................................................ 279

CAPÍTULO 16 – Eletricidade ............................................................... 2851. Carga elétrica ............................................................................... 2852.. Lei de Coulomb ........................................................................... 2923. Campo elétrico ............................................................................. 2994. Potencial elétrico .......................................................................... 3045. Capacidade de um condutor ........................................................ 3136. Corrente elétrica ........................................................................... 3157. Potência elétrica ........................................................................... 3198. Energia elétrica ............................................................................ 321

CAPÍTULO 17 – Magnetismo .............................................................. 3251. Introdução .................................................................................... 3252. Propriedade de inseparabilidade dos pólos ................................. 3263. Comportamento magnético das substâncias ............................... 3264. Campo magnético ........................................................................ 3275. Classificação das substâncias magnéticas .................................. 3286. Imantações permanente e transitória .......................................... 3297. A experiência de Oersted ............................................................. 3298. Lei de Biot-Savart ......................................................................... 3319. Campo elétrico em uma espira circular........................................ 33310. Campo magnético em um solenóide.......................................... 33511. Força sobre uma carga em movimento em um campo magnético .................................................................................. 34112. Força magnética em um condutor retilíneo................................ 34713. Força magnética entre dois condutores paralelos ..................... 349

CAPÍTULO 18 – Ondulatória ............................................................... 3541. Ondas eletromagnéticas .............................................................. 354Gabarito ........................................................................................... 362

Page 9: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

11Capítulo 1

INTRODUÇÃOO homem sempre se sentiu atraído pela diversidade de fe-

nômenos naturais que observa. Procurando ordenar esses fe-nômenos, criou uma série de sistemas, como a religião, a artee a ciência, que são conjuntos de conhecimentos organizadosde maneira particular e racional.

A Física é a ciência das coisas naturais. Ao mergulhar suaatenção na Física, você deve saber que está entrando em con-tato com a própria natureza que o cerca. Estudar Física é ob-servar e entender melhor os fenômenos da natureza, que fa-zem parte do nosso dia-a-dia.

Este livro aborda, basicamente, o que chamamos de FísicaClássica, englobando a mecânica, a óptica, o calor, a acústi-ca, a eletricidade e o magnetismo, temas esses conhecidospela ciência desde o final do século XIX.

As teorias quântica e da relatividade só foram elaboradas apartir do início do século XX, originando a chamada FísicaModerna.

As leis da Física são generalizações de observações e de re-sultados experimentais. As leis de Newton sobre a gravitaçãouniversal, por exemplo, tiveram como base diversas observa-ções: a trajetória dos planetas no sistema solar, o movimento decorpos próximos à superfície da Terra, as variações diárias e sa-zonais das marés e outros fenômenos cotidianos.

Page 10: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

12Capítulo 1

Grandeza física Unidade de medidaComprimento metro (m)Massa quilograma (kg)Tempo segundo (s)Corrente elétrica ampère (A)Temperatura termodinâmida Kelvin (K)Quantidade de matéria mol (mol)Intensidade luminosa candela (cd)

Usualmente, expressam-se as leis da Física por meio deequações matemáticas. Por isso, para compreender a Física énecessário empregar procedimentos matemáticos, que o leitordeve dominar como ferramenta imprescindível.

1. Grandezas físicas e unidades

Grandeza física é um conceito primitivo relacionado àpossibilidade de medida, como comprimento, tempo, massa,velocidade e temperatura, entre outras unidades.

As leis da Física exprimem relações entre grandezas. Me-dir uma grandeza envolve compará-la com algum valor unitá-rio padrão. Por exemplo, para medir a distância entre doispontos quaisquer, é necessário utilizar uma unidade padrão,como uma régua de um metro. Quando dizemos que uma dis-tância é de 10 metros, estamos dizendo que essa distância éigual a dez vezes o tamanho da régua, isto é, que a réguacabe 10 vezes nessa distância. Se disséssemos apenas que adistância é igual a 10, não seríamos compreendidos.

Desde 1960 foi adotado o Sistema Internacional de unidades(SI), que estabeleceu unidades padrão para todas as grandezasimportantes, uniformizando seu emprego em nível internacional.

As unidades fundamentais do SI estão relacionadas na ta-bela a seguir:

As unidades derivadas das fundamentais serão apresenta-das no decorrer do livro.

Page 11: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

13Capítulo 1

0 1 2 3 4

L � 4,05

duvidoso duvidoso

0 1 2 3 4 5

L � 4,50

2. Algarismos significativos

Ao medir o comprimento de uma barra com uma régua di-vidida em milímetros, podemos escrever essa medida da se-guinte maneira:

A medida apresenta três algarismos significativos, sendo o úl-timo chamado algarismo duvidoso. Observe que o algarismo du-vidoso diz respeito à precisão do instrumento de medição utili-zado, no caso, a régua. A precisão para a régua vai até o milíme-tro. Assim, o décimo de milímetro é chamado “duvidoso”.

Exemplos de operação:Qualquer operação que envolva um algarismo duvidoso tem

resultado duvidoso. Os algarismos duvidosos estão destacados:3,67 � 3,8 � 7,47Como os dois últimos algarismos são duvidosos, a respos-

ta correta é: 7,4 (dois algarismos significativos).Uma medida nunca deve ser apresentada com mais de um

algarismo duvidoso.

Exemplo

3,672 � 2,44

Solução

O resultado será 6,112, mas como uma medida não pode ter maisde um algarismo duvidoso, a resposta correta é 6,11.

Page 12: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

14Capítulo 1

1. Efetue as operações a seguir, expressando os resultados em algaris-mos significativos.a) 4,567 � 4,87609 c) 476 � 76,2b) 2 � 3,213 d) 21,4 � 376,2

3. Notação científica

Para expressar mais facilmente números muito grandes oumuito pequenos, utiliza-se o recurso das potências de 10.

102 � 100, 100 � 1, 10�3 � 0,001Desta maneira, o número 3.450.000 pode ser assim ex-

presso: 3,45 � 106.

Prefixo SímboloFator pelo qual a unidade

é multiplicadaexa E 1018

peta P 1015

tera T 1012

giga G 109

mega M 106

quilo k 103

hecto h 102

deca da 10deci d 10�1

centi c 10�2

mili m 10�3

micro m 10�6

nano n 10�9

pico p 10�12

femto f 10�15

atto a 10�18

Page 13: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

15Capítulo 1

direção

módulo

sentido

Utilizando a notação científica, é possível expressar osnúmeros sempre com a quantidade correta de algarismossignificativos.

Na notação científica, deve-se usar um número entre 1 e10 como multiplicador da potência de 10. No exemplo cita-do, usou-se 3,45 (que está entre 1 e 10).

4. Grandezas escalares e vetoriais

As grandezas escalares são aquelas definidas por um valornumérico e por uma unidade e as grandezas vetoriais sãoaquelas que, para serem definidas, necessitam de um valornumérico, de unidade, de direção e de sentido.

Por exemplo: para definir o deslocamento de um automó-vel em uma determinada situação, dizemos o seguinte: deslo-cou-se 200 km na direção São Paulo–Rio de Janeiro, no senti-do Rio de Janeiro.

Para simplificar as operações envolvendo grandezasvetoriais, utiliza-se a entidade geométrica denominada vetor.

O vetor se caracteriza por possuir módulo, direção e senti-do, e é representado geometricamente por um segmento dereta orientado.

Representamos graficamen-te um vetor por uma letra, so-bre a qual colocamos uma seta:

→A (lê-se vetor A)O módulo do vetor representa seu valor numérico e é indi-

cado utilizando-se barras verticais:

� �→A (lê-se módulo do vetor A)

� �→A � A

Na representação gráfica, o comprimento do segmentoorientado em uma determinada escala corresponde aomódulo do vetor.

Page 14: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

16Capítulo 1

Vetores com a mesma

direção e mesmo sentido

Vetores com a mesma

direção e sentidos opostos

Vetores com

direções diferentes

4.1. Decomposição de um vetor

Consideremos um vetor e um sis-tema cartesiano ortogonal. Podemosdecompor o vetor, projetando-o so-bre os eixos x e y, gerando as com-ponentes do vetor em relação a esteseixos.

Pode-se calcular as componentes vetoriais utilizando asoperações trigonométricas relacionadas ao ângulo de inclina-ção do vetor.

Y

X0

v→

vX→

vY→

Y

X0

vY→ v

vX→

Vetores iguais devem ter módulo, direção e sentidoiguais. Vetores opostos têm mesmo módulo, direção e sen-tidos contrários:

Em relação a esse gráfico, podemos afirmar que:

sen � �

cateto opostohipotenusa

�vvy ⇒ vy � v � sen �

cos � �

cateto adjacentehipotenusa

�vvx ⇒ vx � v � cos �

Page 15: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

17Capítulo 1

Y

X0

v→

Exemplos

a) Decomponha o vetor representadoao lado, nos eixos x e y.

b) Determine as componentes horizontais e verticais dos vetoresabaixo.

Dados sen 30° � 0,5, sen 45° � 0,707, cos 30° � 0,866 e

cos 45° � 0,707.

1) 2)

Solução Y

X

v→

vY→

vX→

45°

Y

X

v→

� v � � 2,00

30°

Y

X

v→

� v � � 3,00

Solução

b.1) vx � v � cos 45° ⇒ vx � 2 � 0,707 ⇒ vx � 1,41

vy � v � sen 45° ⇒ vy � 2 � 0,707 ⇒ vy � 1,41

b.2) vx � v � cos 30° ⇒ vx � 3 � 0,866 ⇒ vx � 2,59

vy � v � sen 30° ⇒ vy � 3 � 0,500 ⇒ vy � 1,50

Page 16: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

18Capítulo 1

2. Um barqueiro precisa atravessar o rio com seu barco. Ele decidefazê-lo de modo que sua trajetória seja perpendicular à corrente-za. Sabendo-se que os módulos da velocidade do barco e dacorrenteza são

vB � 6 ms

e

VC � 4 ms

,

determine omódulo develocidaderesultante.

3. Determine, dado o esquema abaixo, os módulos das componen-tes do vetor ( v→ ) nos eixos x e y, respectivamente.

Dados: sen 30° = 0,5,

cos 30° = 32

e

� �v u→�10 .

a) 5 e 3 c) 5 e 5 3 e) 10 3 e 5

b) 5 3 e 5 d) 10 e 32

y

x0

vy→ v

vx→

30°

Page 17: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

19Capítulo 2

CINEMÁTICA

1. Introdução

A cinemática é a parte da Física que estuda os movimentosdos corpos. As grandezas básicas usadas na cinemática são ocomprimento e o tempo, relacionados com as unidades metro(m) e segundo (s) do SI.

2. Ponto material, movimento e repouso

Um corpo é considerado ponto material quando suas di-mensões físicas podem ser desprezadas para o estudo de seumovimento em uma determinada situação.

As dimensões de um avião cargueiro, por exemplo, nãopodem ser desprezadas se o que estiver sendo estudado for omovimento desse avião ao fazer manobras na pista do aeropor-to; se, entretanto, esse mesmo avião estiver sendo estudado emalgum ponto da rota de vôo Brasil–Japão, suas dimensões po-dem ser desprezadas, podendo a aeronave ser considerada umponto material.

A posição de um ponto material em um determinado siste-ma é definida por meio de coordenadas em relação a umreferencial. Vamos considerar, por exemplo, um ônibus que seaproxima de uma pessoa que está à espera no ponto: paraessa pessoa, o ônibus está em movimento, pois se aproxima

Page 18: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

20Capítulo 2

Para definir a posição de um ponto material em uma situa-ção qualquer, precisamos de um sistema de coordenadascartesianas com três dimensões. Nos casos estudados nestecapítulo, teremos um ponto se locomovendo ao longo de umatrajetória conhecida; assim, bastará medir apenas uma coor-denada sobre a trajetória para definir a posição, conformepode ser visto na figura a seguir.

Posição definida

por três coordenadas

Posição definida por uma

coordenada sobre uma trajetória

dela; porém, para um passageiro que está sentado dentro doônibus, o veículo está em repouso, pois não se afasta nem seaproxima dele. Portanto, o estudo do movimento dependesempre do referencial adotado.

Com isso, conclui-se que um corpo está em movimentoquando sua posição em relação a um referencial muda ao lon-go do tempo. Se a posição não muda, dizemos que o corpoestá em repouso.

Considerando um ponto material em movimento, denomi-namos trajetória ao conjunto de posições ocupadas por esseponto ao longo do tempo. A figura a seguir mostra a trajetóriade um projétil lançado por um canhão.

Page 19: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

21Capítulo 2

No caso do movimento de um carro ao longo de uma es-trada, a trajetória é previamente conhecida: é a própria estra-da. A este tipo de estudo chamamos cinemática escalar.

3. Espaço e variação do espaço

Espaço é uma grandeza que caracteriza a posição de umponto material sobre uma trajetória.

Para que possamos medir o espaço, temos que adotar umsentido positivo para a trajetória e um referencial, chamadoorigem dos espaços.

Representado por S, o espaço correspondente a um deter-minado ponto é a medida algébrica (com sinal positivo ou ne-gativo) do segmento da trajetória que vai da origem até o pon-to. A posição do ponto definido como origem corresponde aoespaço igual a zero (S � 0). Veja a figura a seguir:

A partir de agora, a grandeza tempo será representada por t.Considere um ponto material P em movimento: no instan-

te t1, sua posição é dada pelo espaço S1; no instante t2 – poste-rior a t1 – pelo espaço S2. No intervalo de tempo entre estesdois instantes ocorreu uma variação de espaço. Esta variaçãopode ser determinada pela diferença entre S1 e S2.

A letra grega delta (�) é usada pararepresentar diferenças, desta maneira:

Intervalo de tempo: �t � t2 � t1

Variação de espaço: �S � S2 � S1

Page 20: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

22Capítulo 2

�S � 0 (S2 � S1) �S 0 (S2 S1)

Exemplo

Um automóvel parte da origem A. Após 2 h, ele está na posição B;após mais 5 h, na posição C, conforme a figura a seguir. Consideran-do o sentido de A para B como positivo, determinar a variação do es-paço e seus respectivos intervalos de tempo nas situações abaixo:

a) A para B;

b) B para C;

c) A para C.

Solução:

a) �tA � t2 � t1 � 2 � 0 ⇒ �tA � 2 h

�SA � S2 � S1 � 180 � 0 ⇒ �SA � 180 km

b) �tB � t2 � t1 � 5 � 0 ⇒ �tB � 5 h

�SB � S2 � S1 � (�270) � (180) ⇒ �SB � �450 km

c) �tC � �tA � �tB � 2 � 5 ⇒ �tC � 7 h

�SC � �SA � �SB � 180 � 450 ⇒ �SC � �270 km

O intervalo de tempo é sempre positivo, uma vez que con-sideramos a contagem do tempo a partir de uma origem emt � 0. A variação do espaço, como pode ser visto na figura aseguir, pode ser positiva ou negativa, dependendo do sentidodo movimento em uma determinada trajetória.

Page 21: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

23Capítulo 2

4. Velocidade média e velocidade instantânea

É muito comum, ao assistirmos a uma corrida de automó-veis, ouvirmos o locutor dizer qual foi a velocidade média doscarros em uma determinada volta ou mesmo em toda a corri-da. Isto não significa, porém, que aquela tenha sido a veloci-dade do carro em todo o percurso.

Define-se velocidade média de um móvel como o quocienteentre a variação do espaço e o intervalo de tempo gasto.

vm = S

t��

a) Tomando a cidade A como origem, determine os espaços cor-respondentes entre a origem e B, C, D e E.

b) Um automóvel parte de A às 14 h e chega a B às 18 h. Qual foia variação do espaço e o intervalo de tempo?

c) Um automóvel parte de C a 0 h e chega a E às 4 h. Qual foi avariação do espaço e o intervalo de tempo?

d) Qual a variação do espaço sofrida por um ônibus que vai de Epara B?

e) Qual a variação do espaço sofrida por uma motocicleta que vaide D para B?

1. O mapa abaixo mostra um trecho de uma rodovia. Os númerosrepresentam os marcos em quilômetros e o sentido positivo épara leste.

Page 22: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

24Capítulo 2

A velocidade instantânea (v) de um móvel é a velocidademédia medida em um intervalo de tempo muito pequeno, ten-dendo a zero. Podemos defini-la, matematicamente, como aoperação limite:

vStt

���� →0

lim

Alguns valores de velocidades médias em kmh

⎛⎝

⎞⎠

Solução

v S

tS St t

v kmhm m�

��

��

��

�� �2 1

2 1

260 10015 13

1602

80⇒

Deriva dos continentes 3,6 � 10�9

Uma pessoa caminhando 5

Velocidade máxima permitida100nas estradas brasileiras

Velocidade do som no ar 1.200

Velocidade de rotação da1.650Terra no Equador

Luz no vácuo 1,08 � 109

Exemplo

Um automóvel passou pelo marco 100 km de uma estrada às 13 h. Às15 h, ele estava no marco 260 km. Qual foi a velocidade média doautomóvel neste trecho de estrada?

Page 23: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

25Capítulo 2

Quando vemos a medida determinada pelo velocímetro deum automóvel em um determinado instante, o que estamosvendo na realidade é a medida da velocidade instantânea,uma vez que o velocímetro indica a velocidade do carro acada instante.

A unidade de velocidade média e de velocidade instantâ-

nea no SI é o metro por segundo ms

⎛⎝

⎞⎠ .

No Brasil, usamos o quilômetro por hora kmh

⎛⎝

⎞⎠ como

unidade de velocidade. A relação entre o quilômetro por horae o metro por segundo pode ser facilmente descrita:

1 1

3 61 3 6km

hms

ms

kmh

� �,

,⇒

Exemplos

a) Um carro de Fórmula 1 descreve um movimento em que sua velo-

cidade instantânea é de 288 kmh

. Determine o valor da velocida-

de em ms

.

Solução

v km

hms

v ms

� � �288 2883 6,

⇒ 80

b) Um projétil é lançado a 25 ms

. Calcule a velocidade do projétil

em kmh

.

Solução

v � 25 ms

� 25 � 3,6 kmh

⇒ v � 90 kmh

Para converter kmh

em ms

, basta dividir o valor em km/h pelo

fator de conversão 3,6. Para a transformação inversa – converterms

em kmh

– basta multiplicar o valor em ms

por 3,6.

Page 24: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

26Capítulo 2

5. Na trajetória ao lado, um pontomaterial vai de A para C e volta pa-ra B. Adotando t � 0 s na partida,ele chega a C em t � 5 s e retorna aB em t � 10 s. Determine:a) os espaços percorridos de A para C e de C para B;

b) a velocidade média do ponto material entre t � 0 s et � 5 s, entre t � 5 s e t � 10 s e entre t � 0 s e t � 10 s.

2. (Fuvest-SP) Um barco é erguido24 m no interior de um eclusa, numintervalo de tempo de 40 min. Suavelocidade média de ascensão é:

a) 18 ms

c) 5 � 10�3 ms

b) 2,5 � 10�3 ms

d) 10�2 ms

e) 7,2 � 10�3 ms

3. Às 8h20min, um automóvel se encontrava no marco 210 km deuma rodovia. Às 9h01min40s, o mesmo automóvel estava nomarco 260 km. Determine:a) a variação de espaço realizada pelo automóvel;

b) o intervalo de tempo decorrido;

c) a velocidade média em ms

e em kmh

.

4. A figura abaixo mostra um trecho de uma ferrovia. Um trem sai daestação A às 12 h, passando por B às 12h30min e chegando a C às17h30min. Quais os intervalos de tempo para cada parte do percur-so e suas respectivas velocidades médias, bem como a velocidademédia total para o trajeto completo?

Page 25: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

27Capítulo 2

6. Na figura ao lado, demons-tramos o trajeto de um mó-vel que vai do ponto A paraB em linha reta e depoisretorna para A pelo cami-nho indicado. Consideran-do a velocidade média de A

para B, 5 kmh

e o tempo

de retorno 7 h, determine:

a) o tempo gasto no trecho de A para B;

b) a velocidade média de B para A.

7. Um trem de carga, com 180 m de comprimento, entra em um tú-nel e, 30 s depois, a extremidade de seu último vagão sai dessetúnel. Sabendo que o trem mantém uma velocidade média de

25 ms

, determine o comprimento do túnel.

5. Movimento Uniforme (MU)

O movimento uniforme pode ser definido como aquele emque um móvel tem velocidade instantânea constante e igual àvelocidade média para qualquer intervalo de tempo. No MU,o móvel percorre distâncias iguais em intervalos de tempoiguais. Se a trajetória for retilínea, o movimento é chamadomovimento retilíneo e uniforme (MRU).

Por exemplo: se um corpo for impulsionado no espaçoe nada existir que se oponha ao seu movimento, ele entraráem MRU.

5.1. Função horária do MUUm móvel em movimento uniforme sobre sua própria tra-

jetória, tem sua distância alterada ao longo do tempo em rela-ção a um referencial em repouso. A equação matemática querelaciona a variação do espaço com o tempo é chamada defunção horária.

Page 26: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

28Capítulo 2

No instante t0 � 0 s, o espaço é S0 (espaço inicial); no ins-tante t, o espaço é S. Então, temos:

S � S0 � v � t

Quando a velocidade instantânea de um móvel é positiva,ou seja, quando ele está se deslocando a favor do sentidoescolhido como positivo na trajetória, seu movimento é cha-mado progressivo; quando ele está se deslocando em sentidocontrário ao determinado como positivo, tem velocidade ins-tantânea negativa e seu movimento é denominado retrógrado.

Exemplos

a) O espaço de um móvel em MU varia conforme a equaçãoS � 40 � 20t (unidades do SI). Determine o espaço inicial e a ve-locidade do móvel.

Solução

O espaço inicial correspondente a t0 � 0 s é S0 � 40 km. A velo-cidade é o mult ipl icador do tempo t na equação, portanto

temos: v � 20 ms

.

b) Um móvel está em MU, obedecendo a equação S � �3 � 30t (SI).

Determine:

1. O espaço inicial; 2. a velocidade; 3. o espaço percorrido após20 s; 4. o instante em que o móvel passa pela origem dos espaços.

Solução

b.1) S0 � �3 m

b.2) v � 30 ms

b.3) S � �3 � 30 � 20 ⇒ S � 597 m

b.4) 0 � �3 � 30t ⇒ t � 0,1 s

c) Duas cidades distam 250 km entre si. Da cidade A parte um cami-nhão em direção a B, e da cidade B parte um caminhão em direção aA. Considerando que um dos móveis tem velocidade constante igual

Page 27: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

29Capítulo 2

a 40 kmh

e o outro 60 kmh

, em quanto tempo os caminhões irão se

encontrar e a que distância da cidade A será o ponto de encontro?

Solução

SA � 0 � 40t e SB � 250 � 60t

No ponto de encontro SA � SB, logo: 40t � 250 � 60t

t �

250100

⇒ t � 2,5 h tempo de encontro.

SA � 40 � 2,5 ⇒ SA � 100 km

Distância do ponto de encontro da cidade A.

5.2. Representação gráfica no MUÉ muito comum representar graficamente a equação horá-

ria do MU. A seguir temos alguns exemplos.

Exemplos

O enunciado abaixo vale para os exemplos a, b e c.A posição de um móvel varia conforme os gráficos a seguir. Determi-ne sua equação horária.

a)Solução

v m

s�

��

6 24 0

1

⇒ S � 2 � t

movimento progressivo.

Page 28: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

30Capítulo 2

d) Sobre uma trajetória retilínea, um móvel se movimenta de acordocom o gráfico abaixo. Determine o tipo de movimento em cadatrecho indicado no gráfico e a velocidade média entre 0 e 10 s.

Solução

de 0 a 4 s → movimento progressivo

de 4 a 8 s → movimento retrógrado

de 8 a 10 s → repouso

v S

tv m

sm m���

�� �

��

�� �

6 010 0

610

0 6⇒ , .

b)

Solução

v m

s�

�� �

0 1020 0

0 5,

S � 10 � 0,5t

movimento retrógrado

Solução

Como �S � 0, o móvel está

em repouso

v ms

� 0⎛⎝

⎞⎠ ,

logo:

S � 5 � 0 � t ou S � 5

c)

Page 29: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

31Capítulo 2

O falso paradoxo de Aquiles e a tartarugaParadoxo: “Aquiles vai disputar uma corrida com uma tar-taruga, sendo que esta partirá com a vantagem de R metros,porém Aquiles atinge a velocidade igual ao dobro da que atartaruga alcança”.No século V, quando este paradoxo foi formulado, aindanão se compreendia muito bem o fato de que a soma de in-finitos termos de uma progressão geométrica, cujos termostendem a zero, resulta em um valor, e por esse motivo con-cluíram que Aquiles nunca poderia alcançar a tartaruga,pois, quando este chegasse ao ponto em que a tartaruga es-tava, esta estaria a sua frente e assim sucessivamente.Se sintetizarmos as informações desse problema em umgráfico, colocando o tempo no eixo horizontal e a distân-cia no eixo vertical, podemos demonstrar a “falsidade doparadoxo”.

Adaptado de http://ime.usp.br

Aquiles

Tartaruga

Nesse ponto, Aquilesalcançará a tartaruga

distância

tempo

R

t t t 1 2 3

Page 30: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

32Capítulo 2

Nessa situação pode-se considerar, com boa aproximação, que omovimento da bola é retilíneo e uniforme. Considerando essaaproximação, pode-se afirmar que o tempo decorrido entre o gol-pe do jogador e o toque da bola no chão é de:

a) 1,7 s b) 263 s c)

335 s d)

435 s e)

535 s

10. Para cada função horária abaixo, determine o valor do espaçoinicial e da velocidade (SI).

a) S � �2t c) S � 10 � 4t

b) S � �10 � t d) S � 2t � 1

8. Um avião está em MU. O espaço percorrido em t � 0 h é 2.500 km.No instante t � 1,6 h, o espaço percorrido é 3.620 km.

a) Determine a velocidade do avião.

b) Escreva a equação horária do movimento.

c) Em que posição o avião se encontra em t � 4,5 h?

d) Em que instante o avião atinge a posição igual a 7.400 km?

9. (UFMG) Marcelo Negrão, numa partida de vôlei, deu uma corta-

da na qual a bola partiu com uma velocidade de 126 kmh

35 ms

⎛⎝

⎞⎠ . Sua mão golpeou a bola a 3,0 m de altura, sobre a

rede, e ela tocou o chão do adversário a 4,0 m da base da rede,como mostra a figura.

Page 31: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

33Capítulo 2

c) d)

12. Construa o diagrama do espaço pelo tempo para cada funçãoabaixo (SI).

a) S � 10t c) S � 2 � 3t e) S � �4 � 3t

b) S � �7 � 5t d) S � 2 � 10t

13. (UFBA) Dois barcos, A e B, desenvolvem, em águas paradas, velo-

cidades vA � 6 ms

e vB � 5 ms

. Eles partem no mesmo instante

de uma plataforma, subindo um rio cuja correnteza tem velocidade

constante v � 3 ms

. O barco A passa sob uma ponte e, 8min20s

depois, passa o barco B. Determine, em km, a distância entre aponte e a plataforma.

11. Determine a função horária dos diagramas a seguir.

a) b)

Page 32: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

34Capítulo 2

14. Um móvel em movimento uniforme tem velocidade de 5 ms

. No

instante t � 0 s, ele se encontra a 20 m da origem da trajetória,conforme mostra a figura. Para um movimento retrógrado, a fun-ção horária que o caracteriza é dada por:

a) S � �20 � 5t c) S � �20 � 5t e) S � 20 � 5t

b) S � 5 � 20t d) S � 20 � 5t

15. Duas partículas A e B se movimentam sobre uma mesma trajetóriaretilínea segundo o gráfico a seguir. Podemos afirmar que suasequações horárias são, respectivamente:

a) SA � 50 � 20t; SB � 20 � 14t

b) SA � 20 � 50t; SB � 10 � 20t

c) SA � 20 � 20t; SB � 50 � 14t

d) SA � 20 � 20t; SB � 10 � 50t

e) SA � 20 � 50t; SB � 50 � 14t

16. (UFES) Um atirador ouve o ruído de uma bala atingindo um alvo

3 s após dispará-la com velocidade de 680 ms

. Sabendo que a

velocidade do som é de 340 ms

, a distância entre o atirador e oalvo é, em metros:

a) 340 c) 1.020 e) 2.040

b) 680 d) 1.530

Page 33: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

35Capítulo 3

MOVIMENTOS VARIADOS EUNIFORMEMENTE VARIADOS

1. Movimento Variado

Denomina-se movimento variado qualquer movimento noqual a velocidade varie ao longo do tempo. Para descrever deque maneira a velocidade varia, utilizamos a grandeza físicachamada aceleração.

Considere um ponto material em movimento variado. Noinstante t1, a velocidade desse ponto material é v1; no instan-te t2, sua velocidade é v2. A variação da velocidade �v e o in-tervalo de tempo correspondente �t são:

�v � v2 � v1 e �t � t2 � t1

Define-se aceleração média como o quociente entre a va-riação da velocidade e o intervalo de tempo correspondente:

αm

vt

���

A unidade de aceleração no SI é ms2

.

A aceleraçäo instantânea pode ser entendida como uma ace-leração média para um intervalo de tempo muito pequeno, ten-dendo a zero. Isto corresponde à operação matemática limite:

Page 34: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

36Capítulo 3

α �

���

limt

vt→0

Em uma corrida de Fórmula 1, por exemplo, vemos o auto-móvel, em uma única volta, frear e acelerar muitas vezes.Durante a largada, percebemos que a velocidade aumenta aolongo do tempo, ao passo que durante a freagem a velocidadediminui com o passar do tempo. Estas duas situações definemo que chamamos de movimento acelerado e movimento retar-dado.

O sinal matemático da velocidade tem relação com o sen-tido do movimento em uma determinada trajetória. Os sinaismatemáticos da velocidade e da aceleração para os diferentesmovimentos estão relacionados abaixo:

Velocidade Aceleração

Movimento acelerado positiva positiva

Movimento acelerado negativa negativa

Movimento retardado positiva negativa

Movimento retardado negativa positiva

Para facilitar a memorização, podemos dizer que:• No movimento acelerado, o valor absoluto da velocida-

de aumenta ao longo do tempo. Os sinais da velocidade e daaceleração são iguais.

• No movimento retardado, o valor absoluto da velocida-de diminui ao longo do tempo. Os sinais da velocidade e daaceleração são contrários.

Exemplos

a) Um móvel passa por um ponto A no instante t1 � 0 s, com a velo-

cidade de 5 ms

. Ao passar por B, no instante t2 � 3 s, sua veloci-

Page 35: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

37Capítulo 3

dade é de 20 ms

. Determine a aceleração média e descreva o mo-vimento.

Solução

α αm m

vt

v vt t

ms

���

��

��

��2 1

2 12

20 53 0

5⇒

O movimento é acelerado.

b) Considere o mesmo enunciado do exemplo a, mudando os valores

da velocidade: 10 ms

para o ponto A e 4 ms

para o ponto B.

Solução

α αm m

vt

ms

���

��

�� �

4 103 0

22

O movimento é retardado.

2. Movimento Uniformemente Variado (MUV)

Chamamos Movimento Uniformemente Variado (MUV) omovimento em que a velocidade varia de modo uniforme aolongo do tempo, isto é, aquele em que ocorrem variações develocidade iguais em intervalos de tempo iguais.

A aceleração instantânea, neste movimento, é sempre amesma e igual à aceleração média.

Se a trajetória é retilínea, o movimento é denominado Re-tilíneo Uniformemente Variado (MRUV).

2.1. Função horária do MUVA exemplo da equação horária do MU vista no Capítulo 2,

a equação horária para o MUV é:

v � v0 � α � t

em que v é a velocidade no instante t, v0 é a velocidade noinstante t � 0 (velocidade inicial) e α é a aceleração.

Page 36: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

38Capítulo 3

Exemplos

a) Um móvel se locomove obedecendo a equação v � 4 � 5t (SI). Qualé a velocidade inicial do móvel, a aceleração e o tipo de movimento?

SoluçãoAnalisando a equação horária dada, temos: a velocidade inicial

do móvel é v0 � 4 ms

e a aceleração vale � �5ms2 . Quando a

velocidade assume o mesmo sinal da aceleração, temos um mo-vimento acelerado; quando estes sinais são contrários, o movimentoé retardado. Na equação dada, o movimento se caracteriza comoacelerado quando t � 0,8 s e como retardado para 0 t 0,8 s,pois α é sempre negativo; v, por sua vez, é positivo até t � 0,8 s enegativo a partir desse instante.Observação: O instante em que a velocidade é nula, ou seja,quando t � 0,8 s, marca a transição entre o movimento retardadoe o acelerado.

b) Um móvel se desloca com uma velocidade de 5 kmh

. Em um deter-

minado instante, passa a acelerar 2 mmin2

. Qual será sua equação

horária e sua velocidade após 1 h?

Solução

Sua velocidade inicial é v0 � 5 kmh

. Após t � 0, sua aceleração

passa a ser α � 2 mmin2

ou α � 7,2 kmh2

.

A equação horária pode ser escrita como:

v � 5 � 7,2t kmh

⎛⎝

⎞⎠

A velocidade do móvel após 1 h do instante inicial vale:

v � 5 � 7,2 � 1 ⇒ v � 12,2 kmh

2.2. Função do espaço no MUVÀ medida que um móvel descreve um MUV, sua posição

varia sobre a trajetória. No instante t � 0, o móvel ocupa umaposição dada pelo espaço inicial S0; no instante posterior t, a

Page 37: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

39Capítulo 3

posição do móvel corresponde ao espaço S. Pode-se provarque o espaço S se relaciona com o tempo, no MUV, pela se-guinte fórmula:

S S v t t

� � � �

0 0

2

2

Exemplo

a) Um móvel realiza um MUV obedecendo a equação S � 10 � 9t �+ 2t2 (SI). Determine o espaço e a velocidade iniciais, a aceleraçãodo movimento, a função horária da velocidade, o instante em queo móvel muda de sentido e aquele em que o móvel passa pela ori-gem da trajetória.

Solução

O espaço inicial vale S0 � 10 m, a velocidade inicial,

v0 � �9 ms

, e a aceleração do movimento, α � 4 ms2

. A função

horária da velocidade v � v0 � α � t, pode ser escrita comov � �9 � 4t.

No instante em que o móvel muda de sentido, a velocidade énula. Logo:

0 � �9 � 4t ⇒ t � 94

⇒ t � 2,25 s

No instante em que o móvel passa pela origem, o valor do espaçoS é nulo. Logo: 2t2 � 9t � 10 � 0

Resolvendo a equação do 2º grau, encontramos como resposta doisinstantes em que o móvel passa pela origem: t1 � 2,5 s e t2 � 2,0 s.

1. Um móvel parte do repouso e, após 10 s, sua velocidade é de 6 ms

.

Sabendo-se que a aceleração do móvel é constante, qual a equa-ção horária da velocidade deste móvel e sua velocidade após 8 s?

2. Determine o espaço inicial, a velocidade inicial e a aceleraçãodados pelas equações abaixo (unidades SI):a) S � �30 � 2t � 5t2 c) S � 5t � 2t2

b) S � 10t2 d) S � 4 � t � 0,5t2

Page 38: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

40Capítulo 3

Solução

O coeficiente linear da reta é igual ao valor numérico de v0. Logo,

v0 � 25 ms

.

O coeficiente angular da reta é numericamente igual ao valor daaceleração. Logo:

tg m

sms

θ α��

�� �

20 05 1

4 42 2

A equação horária pode ser escrita como v � �5 � 4t

3. Para cada equação do exercício anterior, descreva a equação davelocidade e calcule a velocidade após 2 s.

4. Um ônibus se move com velocidade de 50 kmh

. Quando ele pas-

sa pelo marco 100 km de uma rodovia, começa a acelerar e, em1 h, passará pelo marco 180 km. Qual será a aceleração do ôni-bus e sua velocidade aproximada quando atingir o marco 120 km?

2.3. Representação gráfica no MUVA representação gráfica da equação da velocidade no

MUV será uma reta de inclinação não-nula. Chamamos coe-ficiente linear a ordenada do ponto em que a reta corta o eixoda velocidade e coeficiente angular a tangente do ângulo for-mado entre a reta e o eixo dos tempos.

Exemplos

O enunciado a seguir vale para os exemplos a e b.

a) A posição de um móvel varia conforme o gráfico abaixo. Determi-ne sua equação horária.

Page 39: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

41Capítulo 3

b)

Solução

v0 � 25 ms

, tg θ �

25 00 5

52

�� �

ms

⇒ α � �5ms2

A equação horária pode ser escrita como v � 25 � 5t

* Evangelista Torricelli (1608-1647)Físico e matemático italiano, discípulo de Galileu. Uma de suas invenções mais importantesfoi o barômetro, aparelho destinado à medição da pressão atmosférica.

3. Equação de Torricelli*

A partir das funções horárias do espaço e da velocidade domovimento uniformemente variado, obtemos a equação querelaciona diretamente o espaço com a velocidade.

v2 � v02 � 2α(S � S0)

Esta equação é conhecida como equação de Torricelli.

Exemplos

a) Um corpo tem velocidade inicial de 4 ms

, variando uniformemen-

te para 10 ms

após um percurso de 7 m. Determine a aceleração

desse corpo.

Solução

v0 � 4 ms

, v � 10 ms

, S � 7 m, S0 � 0

v2 � v02 � 2α(S � S0) ⇒ 102 � 42 � 2α(7 � 0) ⇒ α � 6 m

s2

Page 40: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

42Capítulo 3

Exemplos

a) Um corpo é abandonado de cima de uma ponte e chega ao solo em 2 s.Determine a altura da ponte e a velocidade do corpo ao atingir o chão.

Solução

α � 10 ms2

, t � 2 s, v0 � 0 ⇒ v � v0 � αt ⇒ v � 10 � 2 ⇒

⇒ v � 20 ms

(velocidade do corpo ao atingir o chão)

⇒ S � S0 � v0t �αt2

2⇒ S �

10 22

402

2�� ⇒

⇒ S � 20 m (altura da ponte)

b) Um trem trafega com velocidade de 80 kmh

, quando o maquinista

recebe um aviso de parada de emergência. Determine a aceleraçãoque deve ser imposta para a parada total em 100 m.

Solução

v0 � 80 kmh

, S � 100 m � 0,1 km, v � 0, S0 � 0

v2 � v02 � 2α(S � S0) ⇒ 0 � 22,22 m

s� 2α100 ⇒

0 � 493 ms

� 2α ⇒ α α�

��

493200

2 52

2

m sm

ms

/,⇒ �

4. Aceleração da gravidade

Todos os corpos exercem, uns sobre os outros, uma atra-ção denominada gravitacional.

Quando um corpo é abandonado de uma determinada al-tura, ele cai, devido à ação da atração gravitacional (gravida-de local). Seu movimento é chamado queda livre.

Nos lançamentos verticais e na queda livre, o movimentodo corpo será uniformemente variado, pois esse corpo sofrerá amesma aceleração, devido ao efeito da gravidade. Essa acelera-ção é chamada aceleração da gravidade. O valor da aceleraçãoda gravidade e da Terra no nível do mar é g � 9,8 m

s2.

Page 41: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

43Capítulo 3

b) Um corpo é lançado verticalmente para cima, com velocidade de

40 ms

. Determine o tempo que esse corpo leva para chegar até aaltura máxima e o valor desta altura.

Solução

v0 � 40 ms

, α � �10 ms2

A altura máxima será atingida quando v � 0, logo:

v � v0 � αt ⇒ t � 4010

⇒ t � 4 s

A altura máxima será:

S � S0 � v0t � αt2

2⇒ S � 40 � 4 �

10 42

2� ⇒ S � 80 m

5. (UFSE) Uma partícula tem velocidade escalar variável dada pelaequação v � 3 � 6t. Sabe-se que no instante t � 0 s, a partícula es-tava num ponto situado a 6 m do ponto de referência zero, por ondea partícula ainda vai passar. Considere que as unidades representa-das na equação são do SI. A equação horária para a partícula é:a) e � 6 � 3t � 6t2 d) e � �6 � 3t � 3t2

b) e � 6 � 3t � 3t2 e) e � �6 � 3t � 6t2

c) e � �6 � 3t � 3t2

6. (UFAC) Um corpo cai livremente de uma altura de 80 m. O tempogasto para chegar ao solo é de:a) 4 s b) 6 s c) 8 s d) 12 s e) 16 s

7. (UFSC) O gráfico ao la-do representa as acele-rações de um corpo mó-vel que percorre uma tra-jetória retilínea, em ummesmo sentido.Assinale as afirmativas cor-retas:

Page 42: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

44Capítulo 3

8. A velocidade no instante da chegada é:

a) 5 ms

b) 7,5 ms

c) 10 ms

d) 15 ms

9. A distância total percorrida é igual a:

a) 400 m b) 425 m

c) 450 m d) 475 m

10. (UFPA) Dados os dois gráficos espaço–tempo ao lado para doiscarros que se movem segundo trajetórias retilíneas, podemosconcluir que:

a) No trecho AB , o corpo encontra-se obrigatoriamente parado,ou em repouso na origem.

b) No trecho BC , o corpo inicia seu movimento com aceleraçãopositiva e velocidade constante.

c) No trecho CD, o corpo possui um movimento retilíneo, unifor-memente acelerado.

d) No trecho DE , a aceleração varia com o tempo, e o movimen-to não é mais retilíneo e uniformemente acelerado.

e) No trecho FG, o corpo diminui sua aceleração até anulá-la. Omovimento então é uniformemente retardado.

Enunciado para as questões 8 e 9.

(UFAM) O gráfico a seguir representa a velocidade de um animal emcorrida, desde o instante da partida (t � 0 s) até a chegada final (t � 80 s).A aceleração no trecho I é o dobro da aceleração no trecho III.

Page 43: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

45Capítulo 3

11. (UFPR) Dois corpos de pesos diferentes são abandonados no mesmoinstante e da mesma altura. Não levando em conta a resistência do ar:a) os dois corpos caem com a mesma velocidade em cada instan-

te, mas com acelerações diferentes;b) o corpo de menor volume chegará antes no solo;c) o corpo mais pesado chegará antes no solo.d) o corpo mais pesado chegará ao solo depois do outro;e) os dois corpos caem com a mesma velocidade em cada instan-

te e com a mesma aceleração.

a) o carro B possui maior aceleração;b) o carro A possui maior aceleração;c) os carros andam sempre juntos;d) os dois carros possuem

velocidades iguais emcada instante;

e) a velocidade do carro Aé sempre menor que ado B, em cada instante.

12. (Enem–MEC) Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho típicode um corredor padrão é representado pelo gráfico a seguir:

Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a velocidade docorredor é aproximadamente constante?

Page 44: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

46Capítulo 3

Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a velocidade docorredor é aproximadamente constante?

a) Entre 0 e 1 segundo. d) Entre 8 e 11 segundos.

b) Entre 1 e 5 segundos. e) Entre 12 e 15 segundos.

c) Entre 5 e 8 segundos.

13. (Enem–MEC) Em que intervalo de tempo o corredor apresentaaceleração máxima?

a) Entre 0 e 1 segundo. d) Entre 8 e 11 segundos.

b) Entre 1 e 5 segundos. e) Entre 9 e 15 segundos.

c) Entre 5 e 8 segundo.

Page 45: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

47Capítulo 4

CINEMÁTICA VETORIAL

1. Introdução

A cinemática vetorial pode descrever quaisquer movimentos,independentemente de conhecer-se previamente as trajetórias.

As grandezas vetoriais não podem ser confundidas com asescalares, que possuem conotação distinta. Devemos fazerum esforço para visualizar as questões propostas a seguir demaneira “espacial”, para que, com a adição das ferramentasmatemáticas, o entendimento seja completo.

2. Movimento balístico

Neste tipo de movimento, podemos analisar lançamentosoblíquos e horizontais de corpos sob a ação da gravidade.

Consideremos, inicialmente, o lançamento oblíquo a seguir:

Page 46: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

48Capítulo 4

No gráfico, vemos um corpo P, lançado com velocidade ini-cial v0

→, que faz com a horizontal um ângulo θ, chamado ângu-

lo de tiro. Para facilitar o estudo do movimento de P ao longoda trajetória, utilizamos a análise das projeções do movimentonos eixos x e y, sendo desprezada a resistência do ar.

O ponto P sofre a ação da aceleração da gravidade g→ . Noeixo x, a projeção de g→ é nula; logo, o movimento de P noeixo x é Retilíneo e Uniforme (MRU). No eixo y temos a açãode g→ , que é �g (usando convencionalmente a orientação doeixo y para cima); assim, o movimento de P é Retilíneo Uni-formemente Variado (MRUV).

x � v0x � t e y � v0y � t �

g t� 2

2

Para calcular a velocidade em qualquer instante, devemosconsiderar que a componente horizontal da velocidade doponto P é constante e vale:

vx � v0 � cos θ

A componente vertical da velocidade do ponto P variacom o tempo, conforme a equação:

vy � v0y � g � t

Podemos também escrever a equação de Torricelli para omovimento de P no eixo y:

vy2 � v0y

2 � 2g � �y

Das fórmulas anteriores, obtém-se a equação da trajetória,que é:

y � tg θ � x �

g

vx

2 02 2

2

� cos θ

Page 47: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

49Capítulo 4

A equação da trajetória é de segundo grau em x e, portan-to, a trajetória é uma parábola.

A velocidade em um ponto qualquer é obtida com a apli-cação do teorema de Pitágoras:

O tempo de subida equivale ao intervalo de tempo decor-rido desde o instante do lançamento até o instante em que omóvel atinge o vértice da parábola. Neste instante, a compo-nente vertical da velocidade é nula; logo, podemos concluir:

0 � v0 � sen θ � g � tPortanto:

t

v sengs �

�0 θ

O tempo de descida é igual ao de subida; assim, o tempototal é:

t

v sengT ��2 0 θ

v2 v vx

2y2� �

Page 48: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

50Capítulo 4

A altura máxima h é obtidapor meio da equação deTorricelli aplicada ao movi-mento vertical de P, e permitecalcular h admitindo-se vy � 0quando �y igual a h.

Assim:

0 � v0y2 � 2g � h ⇒

⇒ v02 � sen2 θ � 2g � h ⇒

h

v seng

�� �0

2 2

2

O alcance horizontal é obtido pela função horária do movi-mento horizontal de P, quando o tempo é igual ao tempo total:

a

v seng

�� �0

2 2

O alcance máximo é obtido sabendo-se que o ângulo detiro máximo é θ � 45°. Então, o alcance máximo é dado por:

a

vgmáx � 0

2

Nessas condições, a altura máxima atingida é obtida por:

h

vg

ou ha

� �02

4máx

4

No caso do lançamento horizontal, o ângulo de tiro é nuloe, portanto, v0x � v0 e v0y � 0.

Orientando o eixo y para baixo, temos:

Page 49: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

51Capítulo 4

Exemplos

a) Um avião voa horizontalmente

com velocidade de 110 ms

a

1.500 m de altitude. Num certoinstante, o piloto lança um paco-te de alimentos e remédios. Dado

g � 10 ms2

, determine:

1) o instante, a partir do lança-mento, em que o pacote atingeo solo;

2) a que distância da vertical em que o pacote foi lançado ele atingeo solo;

3) a velocidade com que o pacote atinge o solo.

Solução

a.1) No instante em que o pacote atinge o solo, y � 1.500 m.

y �12

� gt2 ⇒ 1.500 � 5t2 ⇒ t �17,32 s

a.2) x � v0 � t ⇒ x � 110 � 17,32 ⇒ x � 1.905,3 m

a.3) Ao atingir o solo a velocidade resultante é v0 � 110 m/s e avelocidade vertical vy:

vy � g � t ⇒ vy � 10 � 17,32 � 173,2 ms

v2 � v02 � vy

2 ⇒ v2 � 1102 � 173,22 ⇒ v � 205,2 ms

x � v0 � t

y

g t�

� 2

2

vy� g � t

Page 50: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

52Capítulo 4

b) Um corpo é lançado obliquamente no vácuo, com velocidade ini-

cial de módulo 50 ms

. O ângulo de tiro é de 60°. Considerando

g � 10 ms2

, determine:

1) as componentes vertical e horizontal da velocidade inicial e omódulo da velocidade;

2) as funções horárias do movimento na horizontal e na vertical;

3) a equação da trajetória;

4) a altura máxima e o alcance horizontal;

5) o tempo total até o corpo atingir o solo.

Solução

b.1) vx � v0 � cos θ ⇒ vx � 50 � 0,5 ⇒ vx � 25 ms

vy � v0 � sen θ ⇒ vy � 50 � 0,866 ⇒ vy � 43,3 ms

v2 � 252 � 43,32 ⇒ v2 � 625 � 1.874,9 ⇒

⇒ v2 � 2.499,9 ⇒ v � 50 ms

b.2) Na horizontal o movimento é uniforme, logo:

x � vx � t ⇒ x � 25t

Na vertical temos MUV, logo:

y � v0y � t � 12

αt2 ⇒ y � 43,3t � 5t2

b.3) Eliminaremos t das equações horárias do item anteriorpara obter a equação da trajetória, logo:

t x

�25 ;

y x x

� � �43 325

525

2

, ⎛⎝

⎞⎠ ⇒ y � 1,73x � x2

125

b.4) Altura máxima:

h

v seng

��0

2 2

2θ ⇒

h �

�50 0 7520

2 , ⇒ h � 93,7 m

Page 51: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

53Capítulo 4

Alcance horizontal:

a

v seng

��0

2 2θ ⇒ a �

�50 0 86610

2 , ⇒ a = 216,5 m

b.5) t

v sengT ��2 0 θ

⇒ tT �

� �2 50 0 86610

, ⇒ tT � 8,66 s

1. (Unesp-SP) A escada rolante que liga a plataforma de uma estaçãosubterrânea de metrô ao nível da rua move-se com velocidade

constante de 0,80 ms

.

a) Sabendo-se que a escada tem uma inclinação de 30o em rela-ção à horizontal, determine, com o auxílio dos dados abaixo, acomponente vertical de sua velocidade.

Dados: sen 30o � 0,50, sen 60o � 0,867, cos 30o � 0,867 e cos60o � 0,500.

b) Sabendo-se que o tempo necessário para que um passageiroseja transportado pela escada do nível da plataforma ao nívelda rua é de 30 segundos, determine a que profundidade se en-contra o nível da plataforma em relação ao nível da rua.

2. (UECE) Aline anda 40 m para o leste e certa distância X para onorte, de tal forma que fica afastada 50 m do ponto de partida. Adistância percorrida para o norte foi de:a) 20 m b) 30 m c) 35 m d) 40 m

3. (UF Uberaba-MG) Uma bola é chutada segundo uma direção queforma um ângulo de 45o com a horizontal. Desprezando-se a re-sistência do ar, no ponto mais alto que a bola atinge, a intensida-de de:a) sua velocidade é zero;b) sua aceleração é zero;c) sua velocidade é mínima, mas diferente de zero;d) sua aceleração é mínima, mas diferente de zero;e) n.d.a.

Page 52: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

54Capítulo 4

b) e)

c)

4. (UFGO) Uma esfera rola sobre uma mesa horizontal, abandona-acom velocidade inicial V0 e toca o solo após 1 s. Sabendo-se quea distância horizontal percorrida pela bola é igual à altura da

mesa, a velocidade V0, considerando-se g � 10 ms2

, é de:

a) 1,25 ms

c) 20,00 ms

e) 2,50 ms

b) 10,00 ms

d) 5,00 ms

5. Quais das figuras propostas representa a trajetória percorrida pelabola depois de deixar a mesa?

a) d)

6. (Fuvest-SP) Adote g � 10ms2 . Uma pessoa sentada num trem,

que se desloca numa trajetória retilínea a 20 ms

, lança umabola verticalmente para cima e a pega de volta no mesmo níveldo lançamento. A bola atinge uma altura máxima de 0,80 m emrelação a este nível. Ache:

a) o valor da velocidade da bola, em relação ao solo, quando elaatinge a altura máxima;

b) o tempo durante o qual a bola permance no ar.

Page 53: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

55Capítulo 5

DINÂMICA

1. Introdução

A dinâmica é a parte da mecânica que estuda as causasque produzem e/ou modificam os movimentos dos corpos.

Devemos a Galileu Galilei* o estudo científico do movimen-to dos corpos, introduzindo métodos experimentais na Física, ouseja, a observação, a medição e o estabelecimento de leis físicasque regem os fenômenos.

Tomando como ponto de partida os trabalhos de Galilei ede Johannes Kepler, Isaac Newton estabeleceu três princípios.A partir desses princípios, ele desenvolveu a primeira teoriaconsistente sobre os movimentos dos corpos, que foi denomi-nada Mecânica Clássica. Estes princípios são chamados de“Leis de Newton” ou “Leis da Dinâmica”.

2. Grandezas da dinâmica

A grandeza que mede a intensidade da interação entre oscorpos é chamada força. O resultado dessa interação é a va-riação da velocidade, a aceleração, que será maior ou menorem função da massa (quantidade de matéria agregada) doscorpos envolvidos.

* Galileu Galilei (1564-1642)Nascido em Pisa, na Itália, é considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos.

Page 54: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

56Capítulo 5

Em resumo, as grandezas básicas da dinâmica são a força,a massa e a aceleração.

A força e a aceleração são grandezas vetoriais; a massa,uma grandeza escalar. A soma das forças totais que agem so-bre um corpo denomina-se força resultante. Caso a força re-sultante seja nula, diz-se que o corpo está em equilíbrio.

No SI utilizam-se as seguintes unidades:

• aceleração – ms2

;

• massa – quilograma (kg);• força – newton (N).A unidade newton é, por definição, a força que, aplicada a

um corpo de 1 kg, provoca a aceleração de 1 ms2

.

3. Lei de Hooke

Quando aplicamos uma força em um ponto material, oúnico efeito que observamos é a aceleração. Quando o corpoé extensível, podemos observar outro efeito além da acelera-ção: a deformação do corpo.

Há vários fenômenos nos quais o efeito mais importante éa deformação, como no caso das molas.

Robert Hooke experimen-tou a aplicação de forças emmolas e verificou que a defor-mação sofrida pela mola (dimi-nuição ou aumento de seucomprimento inicial) era dire-tamente proporcional à forçaaplicada, até um certo limite.

F � k � x , onde F é a força aplicada, x é o valor da defor-mação sofrida e k é a constante elástica damola.

Page 55: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

57Capítulo 5

A constante da mola depende de suas características físi-cas, de ser mais ou menos rígida. A unidade dessa constante é

o newton por metro Nm

⎛⎝

⎞⎠ .

A partir da utilização desses conhecimentos fo-ram construídos aparelhos de laboratório para me-dir força, chamados dinamômetros.

O dinamômetro é composto por uma mola deconstante elástica conhecida, destinada a sofrer aaplicação de uma força desconhecida. O valor daforça aplicada pode ser lido sobre uma escala queestá relacionada à deformação no comprimentooriginal da mola.

Exemplos

a) Qual é a força aplicada a uma mola que está estendida em 3 cm deseu comprimento original, sabendo-se que a constante da mola é

k � 500 Nm

?

Solução

F � k � x ⇒ F � 500 � 0,03 ⇒ F � 15 N

b) Na mesma mola do exemplo anterior, aplicou-se uma força decompressão de 50 N. Qual foi a deformação sofrida pela mola?

Solução

xFk

x� �⇒ 50500 ⇒ x � 0,1 m ⇒ x � 10 cm

c) Qual é a constante da mola que será usada em um amortecedor,que pode ser comprimido no máximo 5 cm quando acionado poruma força de 1.500 N?

Solução

k F

xk� �⇒ 1500

0 05.,

⇒ k � 30.000 Nm

Page 56: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

58Capítulo 5

* Isaac Newton (1642-1727)Físico e matemático inglês, foi responsável pela criação do cálculo. Considerado o pai da FísicaClássica, estabeleceu as bases da Física até o século XX.

4. Leis de Newton

4.1. Primeira Lei de Newton*

Um corpo livre da ação de forças ou está em repousoou realiza movimento retilíneo e uniforme.

A tendência que um corpo possui de permanecer em re-pouso ou em MRU, quando em equilíbrio, é uma propriedadedenominada inércia.

Quanto maior a massa de um corpo, maior sua inércia emais difícil a ação de tirá-lo do repouso ou do MRU.

Exemplos

a) Quando um trem parte, o passageiro sente seu corpo atirado paratrás em relação ao sentido do movimento, pois sua tendência épermanecer em repouso em relação ao solo. Ao segurar-se, ele re-cebe uma força que o acelera juntamente com a composição.

b) Quando estamos nos locomovendo em um determinado veículo efreamos, sentimos que nosso corpo é arremessado para a frente, ouseja, tendemos a continuar o movimento por inércia.

c) Se um corpo estiver no vácuo, livre da atração gravitacional e deoutras forças, ao sofrer a ação de uma força instantânea ou impul-so, este corpo entrará indefinidamente em movimento retilíneo euniforme.

4.2. Segunda Lei de Newton

A resultante das forças sobre um corpo produz umaaceleração de tal modo que

F m a→ →

� � , onde →F é a força

aplicada, m é a massa do corpo e a→ é a aceleração.

Page 57: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

59Capítulo 5

F→

V→

a→

F→

V→

a→

a→ e v→ têm o mesmo sentido:movimento acelerado.

a→ e v→ têm sentidos opostos:movimento retardado.

4.3. Peso de um corpoA força exercida pela Terra sobre os corpos é chamada

peso, o qual pode ser expresso por →P m� �

→a ,onde→P é o

peso do corpo, m, a massa, e a→ , a aceleração da gravidade.

O sistema técnico de unidades utiliza o quilograma-força(kgf) para medir a intensidade da força. Esta unidade é defini-da pelo peso de um corpo de massa 1 kg em um local de ace-leração da gravidade g � 9,800665

ms2 . Logo:

1 kgf � 9,80665 N

Ou seja, um corpo de massa 1 kg pesa 1 kgf; outro de mas-sa 2 kg pesa 2 kgf e assim por diante.

É muito comum dizermos que alguém pesaum determinado valor em quilogramas. Na verdade, essemodo de expressão não é correto, pois o peso é uma grande-za vetorial, uma força. Estará correto se dissermos o valorem quilograma-força (kgf). Quando usamos quilograma,estamos nos referindo a uma grandeza escalar que é a mas-sa, ou seja, a medida quantitativa da resistência à acelera-ção, a inércia.

A força e a aceleração têm a mesma direção e o mesmosentido, conforme pode ser observado a seguir:

Observacao:`~

Page 58: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

60Capítulo 5

4.4. Terceira Lei de Newton

A toda ação corresponde uma reação, de mesmo mó-dulo, mesma direção e sentido oposto.

Então, uma pessoa que possui massa 50 kg na Terra, pesariaem

Mercúrio → 180 N Lua → 83,5 NJúpiter → 1.290 N Sol → 13.700 N

A aceleração da gravidade em outros planetas

A tabela a seguir nos fornece os valores aproximados dasacelerações da gravidade, em m

s2, nos planetas do sistema

solar, além de no Sol e na Lua.

Mercúrio 3,6 Saturno 11,3Vênus 8,6 Urano 11,4Terra 9,8 Netuno 11,5Marte 3,7 Sol 274Júpiter 25,8 Lua 1,67

Exemplos

a) A Terra atrai os corpos com uma força, que é o peso do corpo(ação). Por este princípio, vemos que o corpo atrai a Terra comforça de mesma intensidade e direção, mas com sentido oposto(reação).

b) Quando chutamos uma bola, aplicamos uma força (ação) sobre elaque é correspondida com outra força (reação), aplicada sobre nos-so pé. Observe que, se chutarmos uma bola com peso elevado,sentiremos esse efeito de maneira mais aguda em nosso pé.

Page 59: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

61Capítulo 5

5. Referenciais inerciais

Denominamos referencial inercial a um referencial para oqual a Primeira Lei de Newton é sempre válida. Tomando umponto para o qual um corpo em “equilíbrio” está em repousoou em MRU, este ponto é um referencial inercial.

Por exemplo: uma árvore plantada próxima a um ponto deônibus. Esta árvore pode ser usada como referencial inercial emrelação aos móveis que trafegam em sua proximidade. Uma bolasolta dentro de um vagão de trem que não esteja em repouso ouMRU não pode ser adotada como referencial inercial, pois elaestará sofrendo aceleração devido ao movimento do trem.

Em função do movimento de rotação, a Terra não pode seradotada como referencial inercial. Nos problemas em que otempo de duração é bem inferior a 24 h, podemos desprezaresse movimento e adotar a Terra como referencial inercial.

Exemplos

a) Um corpo está em MRU. Podemos afirmar que o corpo está rece-bendo ação de:1) forças responsáveis por seu movimento;2) forças que, somadas, são nulas;3) uma aceleração constante.

Solução

Para um corpo em MRU, temos aceleração nula; por conseguinte,a ação resultante de forças sobre o corpo também é nula. Assim, aalternativa correta é a 2.

b) Uma força constante é aplicada em um objeto apoiado sobre umplano perfeitamente liso e horizontal, imprimindo-lhe determinadaaceleração. No momento em que esta força é retirada, o corpo:1) pára após diminuição gradual da velocidade;2) adquire aceleração negativa até parar;3) adquire movimento acelerado;4) continua movimentando-se com velocidade igual à do momen-

to em que a força foi retirada.

Page 60: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

62Capítulo 5

F1 � 30 N→

F2 � 40 N→

90°

Solução

Pela Primeira Lei de Newton, quando a força é retirada, não ha-vendo outra força envolvida, o corpo se movimenta em MRU. En-tão, a alternativa correta é a 4.

c) Um corpo de massa 5 kg, inicialmente em repouso, é submetido àação de uma força de 30 N. Qual é a aceleração que o corpo ad-quire, desprezando-se outras interações?

Solução

F � m � a ⇒ a � 305

⇒ a � 6 ms2

d) Um corpo de 5 kg, em re-pouso, é submetido ao es-quema de forças mostradona figura ao lado. Qual serásua velocidade após 5 s,desprezando-se outras inte-rações quaisquer?

Solução

� � � � � � � �F F F FR R→ → → →2

12

22 2� � ⇒ � 302 � 402

⇒ � �FR→

� 50 N

a �505

� 10 ms2

⇒ v � v0 � at ⇒

v � 10 � 5 ⇒ v � 50 ms

e) A massa de uma pessoa é 65 kg. Determine seu peso na Terra e na

Lua, sabendo que a aceleração da gravidade na Terra é de 9,8 ms2

e na Lua, de 1,6 ms2

.

Page 61: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

63Capítulo 5

Solução

P � m � g

PTERRA � 65 � 9,8 ⇒ PTERRA � 637 N

PLUA � 65 � 1,6 ⇒ PLUA � 104 N

f) Uma pedra está apoiada sobre uma mesa. A Terra aplica-lhe umaforça a que chamamos peso da pedra. A superfície da mesa reagesobre a pedra com força:

1) de mesma intensidade, direção e sentido;

2) de mesma intensidade, direção e sentido oposto;

3) com a intensidade do peso multiplicado por g.

Solução

Pela lei da ação e reação, a mesa aplicará sobre a pedra uma for-ça de mesma intensidade e direção, com sentido contrário. As-sim, 2 é a alternativa correta.

g) Um corpo de 1,5 kg está em MUV com aceleração 10 ms2

. Qual éa resultante das forças que atuam sobre esse corpo?

Solução

F � m � a ⇒F � 1,5 � 10 ⇒ F � 15 N

6. Descrição de forças

6.1. Força de tração em um fioUm fio tenso aplica, sobre o ponto em que está preso, uma

força que denominamos tração. A força de tração tem a mes-ma direção que o fio e o sentido de uma extremidade a outra.Caso o fio seja uniforme (ideal), as trações nas duas extremi-dades terão o mesmo módulo.

Page 62: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

64Capítulo 5

6.2. Força normal e força de atritoConsidere um corpo de peso

→P em repouso sobre uma su-

perfície horizontal. Aplicando ao corpo uma força→F , que

tende a deslocá-lo na direção horizontal, observaremos queuma força tenderá a dificultar-lhe o movimento devido àrugosidade entre as superfícies.

F→

F→

P→

P→

N→

R→

Fat→

R→

� N→

� Fat→

N→

: reação normal

Fat→

: força de atrito devido a irregularidade entre as superfícies de contato.

As forças que agem sobre o corpo devido à interação coma superfície têm uma resultante

→R que pode ser decomposta

em N→ →

e Fat. O vetor →N é a reação normal à superfície e equili-

bra o peso P→

. O vetor Fat→

é denominado força de atrito e seusentido é sempre contrário ao do movimento ou à tendênciade movimento do corpo em relação à superfície.

O atrito é denominado estático quando inexiste movimen-to do corpo em relação à superfície. Quando há movimento, oatrito é chamado dinâmico.

A força de atrito estático varia com a intensidade da forçaaplicada ao corpo e é máxima na iminência do início do movi-mento desse corpo. Para que o corpo entre em movimento é pre-ciso vencer a ação da força de atrito estático máxima. Uma veziniciado o movimento, a força de atrito terá intensidade constan-te e será denominada força de atrito dinâmico. Esta força tem in-tensidade menor que a força de atrito estático máxima.

Page 63: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

65Capítulo 5

Exemplos

a) Um corpo de massa 3 kg é puxado horizontalmente sobre um pla-no com uma força de intensidade 9 N. O coeficiente de atrito entreo corpo e o plano é 0,25. Determine a aceleração do corpo, consi-

derando g � 10 ms2

.

Solução

A força de atrito estático máxima e a força de atrito dinâmi-co têm intensidades diretamente proporcionais à intensidadeda força normal de compressão entre os corpos que se atritam.

A força de atrito estático é calculada pelo produto entre ocoeficiente de atrito estático (μe) e a intensidade da força nor-mal. Já a força de atrito dinâmico é dada pelo produto entre ocoeficiente de atrito dinâmico (μd) e a intensidade da forçanormal. Os coeficientes de atrito (μe e μd) dependem da natu-reza das superfícies em contato e são adimensionais.

N

Fatd

F

P

F FR→ → →

� � Fatd ⇒ Fatd � �d � N ⇒⇒ N � P � m � g

Fatd � 0,25 � 3 � 10 ⇒ Fatd � 7,5 N

FR � 9 � 7,5 ⇒ FR � 1,5 N

a �FmR ⇒ a �

1 53,

� a � 0,5 ms2

Valores aproximados de coeficientes de atrito estático (Me)e cinético (Mc) entre alguns materiais

Materiais Me McCobre e ferro 1,1 0,3

Borracha e concreto 1,0 0,8Vidro e vidro 0,9 0,4

Aço e aço 0,7 0,6Madeira e madeira 0,3 a 0,5 0,2

Gelo e gelo 0,1 0,03

Page 64: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

66Capítulo 5

P

P

TT

T

TT

T

T

T

T�

T�

T�

T�A

1

2

A

b) Um corpo de massa m, apoiado em um plano horizontal com coe-ficiente de atrito estático 0,4, entra em movimento com a aplica-ção de uma força horizontal de 12 N. Qual será a massa do corpo,

considerando-se g � 10 ms2

?

Solução

Fate é ligeiramente menor que 12 N; logo:

Fate � �e � N ⇒ N � 120 4,

� 30 N

N � P ⇒ m � Ng

⇒ m � 3010

⇒ m � 3 kg

c) Determine a força T que deve seraplicada ao fio 1 do sistema aolado, para que fique em equilíbrio.A massa do corpo A é de 25 kg. Opeso das polias e os atritos podemser desprezados.

Solução

Sendo R o módulo da força resultante sobre a polia, temos:

R � 2T � T�

R � 0 ⇒ T� � 2T �

Sendo R� o módulo da força resultantesobre o corpo A, temos:

R� � T� � P

R� � 0 ⇒ T� � P �

Das equações � e �, temos:

2T � P ou T � P2

, mas

P � m � g � 25 � 10 ⇒ P � 250 N

Logo: T � 125 N

Este dispositivo multiplica por 2 a força aplicada.

Page 65: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

67Capítulo 5

6.3. Força de resistência do arQuando um corpo se move, ele recebe influência do meio em

que está agregado. Se o corpo está na água ou no ar, estes elemen-tos aplicam forças que se opõem ao movimento do corpo.

Para o movimento no ar, a força de resistência tem intensi-dade igual a FR � K � v2, em que K é a constante aerodinâmi-ca do corpo e v é o módulo da velocidade instantânea.

A constante aerodinâmica depende da forma do corpo e

sua unidade é

Nm s2�

2 .

Exemplos

a) Analise o movimento de um pára-quedas, calculando teoricamen-te sua velocidade máxima durante o trajeto de um pára-quedistado salto até a chegada ao solo.

SoluçãoInicialmente, a velocidade de queda aumenta devido à ação da gravi-dade. Sendo FR � K � v2 a força de resistência do ar, conforme a veloci-dade aumenta a aceleração total diminui. Quando a força de resistên-cia é igual ao peso do conjunto pára-quedas e pára-quedista, a veloci-dade não aumenta mais e atinge um valor limite até o final do trajeto.

v P

Klim. �

b) Adotando o peso de um pára-quedista como 800 N e

K � 100

Nm s2�

2, determine a máxima velocidade do pára-que-

das, que tem peso 40 N.

Solução

vlim.2 �

800 40100

� ⇒ vlim. � 2,89 ms

d) Um guindaste, alça uma carga de peso 5,5 ton. Qual o módulo datração do cabo de aço que suspende o corpo?

SoluçãoT � P � m � g ⇒ T � 5.500 � 10 ⇒ T � 55 kN

Page 66: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

68Capítulo 5

F→

A

B

c) Aplica-se uma força de intensidade 20 N a um bloco A, conformea figura ao lado. O bloco A tem massa 3 kg e o bloco B, massa1 kg. Despreze outras forças deinteração e determine a acelera-ção do sistema, bem como aforça que o bloco A exerce nobloco B.

SoluçãoPara calcular a aceleração, podemos considerar os dois blocoscomo um só, de massa 4 kg. Os pesos e as forças normais se equi-libram. Assim, temos:

F � m � a ⇒ 20 � 4 � a ⇒ a � 5 ms2

Para calcular a intensidade da força que o bloco A exerce em B, bas-ta aplicar a aceleração do conjunto isoladamente sobre o bloco B:

F � 1 � 5 ⇒ F � 5 N

d) Os blocos A e B estão ligados por um fioideal que passa por uma polia de atritodesprezível. Considere que a superfícieonde B está apoiado é horizontal e deatrito também desprezível. As massas deA e B são, respectivamente, 3 kg e 2 kg.Determine a aceleração dos corpos e atração do fio que os une.

SoluçãoA representação das forças émostrada ao lado:PA � mA � g ⇒ PA � 3,0 � 10 � 30 NRA � mA � a ⇒ PA � T � mA � a �RB � mB � a ⇒ T � mB � a �� � � ⇒ PA � (mA � mB)a ⇒⇒ 30 � (3,0 � 2,0)a ⇒ a � 6,0 m

s2

T � mB � a ⇒ T � 2,0 � 6,0 ⇒ T � 12 N

A

B

A

B

T

PA

Page 67: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

69Capítulo 5

T1 T2

T2

PB

T1

PA

D

A B

e) Qual a aceleração de um blocoabandonado sobre um plano incli-nado, conforme a figura ao lado,desprezando-se o atrito?

Solução

Pt � P � sen θ, Pn � P � cos θRN � 0 ⇒ N � P � cos θ � 0

Rt � P � sen θ

Devido a Rt, teremos uma aceleraçãoescalar; logo:

P � m � g ⇒ Rt � m � g � sen θ ⇒⇒ m � a � m � g � sen θ ⇒⇒ a � g � sen θ

f) Na figura ao lado, as polias e os fiossão ideais. A massa do corpo A éigual a 20 kg e o dinamômetro Dtem massa desprezível. Sabendo-seque o corpo A desce com velocida-de constante, que os atritos são des-

prezíveis e que g � 10 ms2

, deter-

mine a massa do corpo B e a leiturado dinamômetro.

Solução

Sendo a velocidade constante, aaceleração será nula; logo, o pesodo corpo B será igual ao de A.

mB � 20 kg

A leitura do dinamômetro será:

T2 � T1 � PA � PB

T2 � mA � g � 20 � 10 ⇒ g � 200 N ⇒ T2 � 200 N

Pt � P � sen �Pn � P � cos �

Pn

Pt

��P

N

D

A B

Page 68: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

70Capítulo 5

g) Dois corpos A e B, de massas 4 kg e 6 kg, respec-tivamente, estão ligados por um fio ideal e sempeso, que passa por uma polia sem atrito e de

peso desprezível. Adotando g � 10 ms2 , determi-

ne a aceleração dos corpos, a tração no fio queune os corpos A e B e a tração no fio OC que sus-tenta o sistema.

Solução

O peso de A é 40 N e de B, 60 N.Sendo o peso de A menor que o peso de B, a aceleração de A épara cima e a de B, para baixo. Para o corpo A, temos:

T � PA � mA � a ⇒ T � 40 � 4,0 � a �

Para o corpo B, temos:

PB � T � mB � a ⇒ 60 � T � 6,0 �

Somando-se as equações � e �:

60 � 40 � (6,0 � 4,0)a ⇒ a � 2,0 ms2

Para determinar as trações solicitadas,fazemos o seguinte:

T � 40 � 4,0 � 2,0 ⇒ T � 48 N

Assim, a tração OC vale:

T� � 2T ⇒ T�� 96 N

A

B

T�→

T→

T→

PA

PB

O

C

T�

T T

1. (Fuvest-SP) O motor de um foguete de massa m é acionado em uminstante em que ele se encontra em repouso sob ação da gravidadeg constante. O motor exerce uma força constante perpendicular àforça exercida pela gravidade. Desprezando-se a resistência do ar ea variação da massa do foguete, podemos afirmar que, no movi-mento subseqüente, a velocidade do foguete mantém:a) mesmo módulo;b) módulo constante e direção constante;

Page 69: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

71Capítulo 5

A

c) módulo constante e direção variável;

d) módulo variável e direção constante;

e) módulo variável e direção variável.

Enunciado para as questões 2 e 3

(ITA-SP) O peso do bloco de ferrosuspenso na extremidade do dinamô-metro é de 1,6 N, mas o dinamômetromarca 2 N.

2. O elevador pode estar:

a) subindo com velocidade constante;

b) em repouso;

c) subindo e aumentando a velocidade;

d) descendo com velocidade constante;

e) descendo e aumentando a velocidade.

3. Na questão anterior, o módulo da aceleração do elevador poderiaser aproximadamente:

a) zero b) 2,5 ms2

c) 5 ms2

d) 10 ms2

e) n.d.a.

4. No sistema da figura ao lado, o bloco A possui massa 10 kg e oscoeficientes de atrito estático e dinâmico entre o bloco A e a

mesa são de 0,3 e 0,25, respectivamente. Considere g � 10 ms2

e

despreze o atrito da roldana. A massa pendurada é de 4 kg e o sis-tema está em equilíbrio.

O valor da força de atrito que estáatuando sobre o bloco A é de:

a) 60 N

b) 12 N

c) 10 N

d) 30 N

e) 40 N

Page 70: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

72Capítulo 5

A

B mg

F

5. No sistema apresentado na figura, não háforças de atrito e o fio tem massa desprezí-vel. São dados: F � 600 N; mA � 20 kg;mB � 15 kg; g � 10 m

s2. A tração no fio e

a aceleração do sistema valem, respectiva-mente:

a) 372 N; 11,4 ms2

b) 258 N; 17,1 ms2

c) 150 N; 30 ms2

d) 150 N; 15 ms2

e) 344 N; 12,8 ms2

6. (UFES) A aceleração gravitacional na superfície da Terra é de

10 ms2 e na de Júpiter, 30 m

s2 . Um objeto de 60 kg de massa na

superfície da Terra apresentará, na superfície de Júpiter, massa de:

a) 20 kg b) 60 kg c) 180 kg d) 600 kg e) 1.800 kg

7. Um bloco de 4 kg que desliza sobre um plano horizontal está sujei-to a uma força F1 � 20 N, horizontal e para a direita, e F2 � 10 N,horizontal e para a esquerda. A aceleração do corpo é de:

a) 2,5 ms2 b) 5 m

s2 c) 10 ms2 d) 4 m

s2 e) 8 ms2

8. (UFSC) Um corpo cujo peso é 100 Nestá suspenso por uma mola de cons-tante elástica K, desconhecida. Quan-do o corpo distender a mola em 0,1 m,estará apoiado no prato de uma balan-ça, que indicará, então, uma leitura de95 N.

Qual é, em Nm , a constante elástica

da mola?

95 N

100 N

Page 71: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

73Capítulo 6

reta normal

reta tangente

trajetória

a→→

at→

acp

MOVIMENTOS CURVILÍNEO,PERIÓDICO E CIRCULAR UNIFORME

1. Movimento curvilíneo

Na cinemática vetorial, analisamos a aceleração vetorialdecompondo o vetor aceleração segundo as direções normale tangencial à trajetória. As componentes obtidas desta opera-ção têm características específicas.

acp→

– aceleração centrípeta:indica a variação da direçãoda velocidade ao longo dotempo;

a t→ – aceleração tangencial:indica a variação do móduloda velocidade ao longo dotempo.

Assim, podemos afirmar que a aceleração vetorial →a é asoma vetorial da aceleração centrípeta →

a cp e da aceleração

tangencial a t→ .

→a � acp→

� a t→

Page 72: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

74Capítulo 6

A força resultante F→

sobre o móvel sob aceleração a→

pode ser calculada da seguinte maneira:

F→

� m � a→ ⇒ F→

� m( →a cp

� →at) ⇒ F

→� m � →

a cp� m � →a

t

O produto de m � →a cp é chamado de força resultante cen-

trípeta Fcp

→, e o produto de m � →a t

, de força resultante tangen-

cial, Ft

→. Logo:

F→

� Fcp→

� Ft→

Analogamente ao que vimos quanto às funções específicas

de →acp

e a t→ , temos:

Fcp→

– ocasiona a variação de direção da velocidade;

Ft→

– ocasiona a variação do módulo da velocidade.

Ft

F→

Fcp

reta normal

reta tangente

Os módulos das forças resultantes são obtidos a partir dasfórmulas já conhecidas:

acp �vr

2

⇒ Fcp �

m vr� 2

onde r é o raio de curvatura da trajetória,

at � �α� �

��

vt

⇒ Ft � m � �α�

e α, a aceleração escalar.

Page 73: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

75Capítulo 6

NP

R

Exemplos

a) Determine a força resultante sobre um automóvel que faz uma cur-

va de 10 m de raio com aceleração escalar constante de 2,0 ms2

,

num instante em que sua velocidade é de 5,0ms . A massa do au-

tomóvel é de 1.200 kg.

Solução

α � 2,0 ms2

, m � 1,2 � 103 kg, v � 5ms , r � 10 m

Ft � mα � 1,2 � 103 � 2,0 � 2,4 � 103 N

Fcp �

m vr�

�� �

� �2 3 2

31 2 10 510

3 0 10,

,

F2 � Ft2 � F2

cp ⇒ F2 � (2,4 � 103)2 � (3,0 � 103)2 ⇒⇒ F � 3,8 � 103 N

b) Um motociclista realiza um movimento circular em um plano ver-tical no interior de um globo da morte. A soma das massas do ho-mem e da moto é de 1.000 kg. O raio do globo é de 5,0 m. Deter-mine a intensidade da reação normal N que o piso aplica na motona posição mais elevada, sabendo que a velocidade escalar da

moto nesta posição é de 10ms . Adote g � 10 m

s2.

Determine também a mínima velocidade que o motociclista deveter para conseguir percorrer o globo.

Solução

Podemos representar a situação na figura a seguir.

Logo:

N � P � m vr

2⇒ N � m v

r

2� P ⇒

⇒ N �

1 0 10 10 05 0

32

, ,,

� �⎛

⎝⎜⎞

⎠⎟� (1,0 � 104) ⇒

⇒ N � 1 � 104 N

Page 74: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

76Capítulo 6

60°A B

C

v

60°

P

Pcos 60°

normal

T

A velocidade mínima pode ser calculada da seguinte maneira:

N � 0 [limite de aderência] ⇒ Fcp � P � 0 ⇒ Fcp � P ⇒

⇒ m � vr

2� m � g ⇒ v �

g r� ⇒ v �

10 0 5 0, ,� ⇒

⇒ v � 7,1ms

c) Um carro de massa 1.000 kg percorre, com velocidade de

108 kmh

, uma curva de raio 150 m. Determine o mínimo valor do

coeficiente de atrito lateral, entre os pneus e a pista, para que ocarro não derrape.

Solução

108 kmh

� 108 �1 0003 600..

ms

� 30 ms

Fat � m � vr

2, N � m � g ⇒ Fat μ � N

m �vr

2 μ � m � g ⇒ μ �

vr g

2

�⇒

⇒ μmin �

vr g

2

�⇒ μmin �

301 10 10

2

2� �⇒ μmin � 0,9

Fat

N

P

d)Uma esfera de massa 2 kg,presa a um fio ideal de com-primento 0,40 m, oscila numplano vertical. Determine aintensidade da força de traçãono fio na posição C, indicadana figura, onde a velocidade

da esfera é de 4ms .

T � P � cos 60° � m v

r�

2⇒

⇒ T � 20 � 12

� 2 � 4 00 40

2,,

⇒⇒ T � 90 N

Solução

Page 75: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

77Capítulo 6

Fc

centro

P

P

N

e) Um automóvel de massa 800 kg percor-

re, com velocidade de 25ms , uma cur-

va de raio 100 m, em uma estrada ondea margem externa é mais elevada que ainterna. Determine o ângulo de sobrele-vação da pista com a horizontal paraque o carro consiga efetuar a curva in-dependentemente da força de atrito.

Considere g � 10 ms2

.

Solução

tg θ �FPcp ⇒ tg θ �

m vr

m g

2

⇒ tg θ �

vr g

2

�⇒

⇒ tg θ �

251 0 10 10

2

2, � �⇒ tg θ � 0,625 ⇒ θ � 32°

1. (UFSE) Uma esfera de massa m, presa àextremidade de um fio fixo pela outraponta, gira num plano horizontal (pêndulocônico). Sendo g a aceleração local dagravidade, o módulo de tração do fio é:

a) m � g d) m � g/sen θb) m � g � sen θ e) m � g/cos θc) m � g � cos θ

Page 76: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

78Capítulo 6

2. Movimento periódico

2.1 Período e freqüênciaMovimento periódico é o movimento que se repete em in-

tervalos iguais de tempo. Exemplos: movimentos dos pontei-ros de relógios, movimento de pêndulos etc.

2. Um caminhão transporta em sua carroceria, uma carga de 2,0 t.Determine, em newtons, a intensidade da força normal exercida

pela carga sobre o piso da carroceria, quando o veículo, a 30 ms

,passa pelo ponto mais baixo de uma depressão com 300 m de

raio. Dado: g � 10 ms2

.

a) 2,6 � 104 c) 3,0 � 104 e) 2,0 � 103

b) 2,0 � 104 d) 3,0 � 103

3. Um avião descreve um loop num plano vertical, com velocidade

de 720 kmh

. Para que, no ponto mais baixo da trajetória, a inten-sidade da força que o piloto exerce no banco seja o triplo de seupeso, é necessário que o raio do loop seja de:a) 1,5 km b) 2,0 km c) 1,0 km d) 2,5 km e) 3,0 km

4. Um automóvel, de massa 1.000 kg, descreve uma curva cujo raio éde 250 m, em uma estrada plana e horizontal. O coeficiente deatrito entre os pneus e a estrada vale 0,5. Qual a velocidade máxi-ma, em que o automóvel pode alcançar nesta curva sem derrapar?a) 70 b) 45 c) 17,5 d) 105 e) 35

5. (Fuvest-SP) A figura mostra, num planovertical, parte dos trilhos do percursocircular de uma montanha-russa deum parque de diversões. A velocidademínima que o carrinho deve ter aopassar pelo ponto mais alto da trajetó-ria, para não desgrudar dos trilhos,vale, em metros por segundo:

a) 20 b) 40 c) 80 d) 160 e) 320

8 mg→

Page 77: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

79Capítulo 6

Período (T) é o intervalo de tempo no qual o movimento serepete.

Freqüência (f) é o número de vezes que o movimento serepete em uma unidade de tempo.

Podemos relacionar matematicamente a freqüência e o pe-ríodo da seguinte maneira:

f �1T

No SI, o período é medido em segundos (s) e a freqüência,em Hertz (Hz), de tal modo que:

1 Hz � 1s

É muito comum usarmos, para o sistema técnico de unida-des, a medida da freqüência como rotações por minuto, ourpm, que equivale a:

1 rpm � 160

Hz

Exemplos

a) Um motor executa 3.600 rpm. Determine sua freqüência em hertze seu período, em segundos.

Solução

A freqüência do motor é 3.600 rpm, ou seja, o motor executa3.600 rotações a cada minuto. Assim, será necessário calcular onúmero de rotações que ele executará em um segundo para co-nhecermos sua freqüência:

f �3 600

60. ⇒ f � 60 Hz

T �1f

�1

60⇒ T � 0,017 s

Page 78: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

80Capítulo 6

S

RC O (origem)

P (t)

b) Um satélite artificial completa 12 voltas em torno da Terra em24 h. Qual o período, em horas, de rotação do satélite em torno daTerra?

Solução

T � 24 h/12 voltas ⇒ T � 2 h

2.2. Grandezas angularesConsideremos um móvel em trajetória circular de raio R e

centro C, orientada no sentido anti-horário, por exemplo.

O é a origem dos espa-ços e P, a posição do móvelnum instante t.

O espaço angular ϕ é oângulo de vértice C que serelaciona ao arco de traje-tória OP+ . Sendo o arco OP+

o espaço S, o ângulo ϕ emradianos é dado por:

ϕ �SR ou S � ϕ � R

Para que seja possível determinar a posição do móvel aolongo da trajetória indicada, utilizaremos o espaço S ou o es-paço angular ϕ.

No SI, a unidade de medida de ângulos é o radiano (rad).

2.3. Velocidade angularDefine-se velocidade angular média, ωm, no intervalo de

tempo t1 a t2, como a relação entre o deslocamento angular�ϕ e o intervalo de tempo �t:

ωm �

ϕt

Page 79: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

81Capítulo 6

A velocidade angular instantânea é o limite para o qualtende a velocidade angular média quando o intervalo de tem-po �t tende a zero.

ω � �

�t t→0lim

ϕ

A unidade de velocidade angular no SI é o radiano por se-

gundorads

⎛⎝

⎞⎠ .

CR

��

�s

P2 (t2)

P1 (t1)

2.4. Relação entre velocidade escalar e velocidade angularA partir do que já estudamos, podemos concluir, com o

auxílio da figura abaixo, algumas relações:

Dividindo ambos os mem-bros da equação pelo intervalode tempo �t e aplicando o limi-te com �t tendendo a zero, te-mos:

v � R � ω

Assim, podemos relacionaro módulo da aceleração cen-trípeta em função da velocida-de angular como se segue:

ac �vR

2

⇒ ac �

RR

2 2� ω ⇒

⇒ ac � ω2 � R

3. Movimento Circular Uniforme (MCU)

No MCU, o período é o intervalo de tempo necessáriopara que o corpo execute uma volta completa.

�S � R � �ϕ

Page 80: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

82Capítulo 6

A velocidade angular relaciona-se com o período por meio

da fórmula ω �2πT

.

Como T � 1f

, temos ω � 2πf .

3.1. Equação horária do MCUTomando a equação horária do MU e dividindo ambos os

membros pelo raio R, teremos:

SR

SR

vR

t� � �0

Chamemos:

SR

SR

vR

� � �ϕ ϕ ω, ,00 ⇒ ϕ � ϕ0ωt

3.2. Aceleração angularSe a velocidade angular variar ao longo do tempo, o movi-

mento circular será denominado variado. A grandeza quemede a variação da velocidade angular com o tempo é a ace-leração angular. A aceleração angular média é dada por:

�m �

��ωt

A aceleração angular instantânea é o limite para o qualtende a aceleração angular média quando o intervalo de tem-po tende a zero:

� � lim

��t t→0ω

A unidade da aceleração angular no SI é rad/s2.

Com base nas fórmulas a seguir, podemos relacionar aaceleração escalar com a aceleração angular:

γm �

��ωt

, �v � R � �ω ⇒ γm �

�� �v

R t⇒

��

vt

� R � γm

αm � R � γm

Page 81: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

83Capítulo 6

Passando ao limite quando (�t) tende a zero, temos:

α � R � γ

3.3. Movimento Circular Uniformemente Variado (MCUV)Considere um móvel em MUV, numa trajetória circular

orientada no sentido anti-horário com origem em O. Seja S0 oespaço inicial e V0, a velocidade escalar inicial. Em um ins-tante posterior t, seja S o espaço e v, a velocidade escalar.

Como o móvel considerado está em MUV, podemos escrever:

S � S0 � v0 � t �

α � t 2

2v � v0 � α � t, v2 � v0

2 � 2 � α � �S

Sabemos que a cada grandeza escalar corresponde umaangular; logo:

S → ϕv → ωα → γ

As funções horárias para o MCUV são:

ϕ � ϕ0 � ω0 � t �

γ � t 2

2,

ω � ω0 � γ � t e ω2 � ω02 � 2 � γ � �ϕ

a relação entre radianos e graus é estabele-cida por:

2π � rad � 360°

3.4. Transmissão de movimentoÉ muito comum vermos transmissões de movimento de

uma roda (polia) para outra em vários tipos de máquinas. A li-gação dessas rodas pode ser feita por contato (engrenagensdentadas) ou por correias.

Observacao:`~

Page 82: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

84Capítulo 6

C

O

P

Q

r � 0,5 m

6�

Em ambas as situações, os pontos na periferia das rodastêm a mesma velocidade escalar. Sendo RA e RB os raios dasrodas A e B e ωA e ωB suas velocidades angulares, respectiva-mente, podemos estabelecer as seguintes relações:

ωA � RA � ωB � RB ou fA � RA � fB � RB

Exemplos

a) Um corpo descreve um movimento circular uniforme, completan-do uma volta a cada 5 s. Qual é sua velocidade angular média?

Solução

ωm �

ϕt

, �ϕ � ϕ � ϕ0 � 2π rad (1 volta)

ωm �

25π rad

s⇒ ωm � 0,4π rad

s

b) Um móvel A parte de P e percorre a circunferência com velocida-

de constante de 3ms

, no sentido horário. Adotando a origemcomo ponto O, determine a função horária angular do movimentoe em que instante ele passa por Q pela primeira vez.

Solução

v � 3ms

r � 0,5 m

ω �3

0 5,⇒ ω � 6

rads

ϕ0 �

�6

⇒ ϕ �π6

+ 6t

Em ϕ temos ϕ � π; logo:

π �

�6

� 6t ⇒⇒ t � 0,14π s

c) Duas polias, de raios 250 mm e 500 mm, giram solidárias em ummesmo eixo, que gira a 1.800 rpm. Qual a velocidade das correiasque passam por estas polias?

Page 83: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

85Capítulo 6

Solução

v � R � ω, ω � 2πf

v � 2πf � R

v1 � 2π �1 800

60.

� 0,250 ⇒ v1 � 15π ms

v2 � 2π �1 800

60.

� 0,500 ⇒ v2 � 30π ms

d) (Enem-MEC) As bicicletas possuem uma corrente que liga uma co-roa dentada dianteira, movimentada pelos pedais, a uma coroa lo-calizada no eixo da roda traseira, como mostra a figura. O númerode voltas dadas pela roda depende do tamanho relativo das coroas.

Solução

Se a coroa dianteira for maior que a traseira, uma volta da primei-ra significa mais voltas da segunda. Se encaixam nessa descriçãoos itens a e b. Mas o enunciado pede o maior número de pedala-das, logo a correta é a alternativa a.

Em que opção abaixo a roda traseira dá o maior número de voltaspor pedalada?a) c) e)

b) d)

Page 84: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

86Capítulo 6

e) Um satélite artificial completauma órbita a cada 3 h. Saben-do-se que o satélite se encontraa 2.400 km em relação àsuperfície da Terra, determinara velocidade do satélite.

Dado: raio da Terra: 6.400 km.

Solução

Para determinar a velocidade, aplicamos a expressão:

v

2T

�π γ

Com base no enunciado, temos que

T � 3 h e r � rt � h � 6.400 � 2.400 � 8.800 km

Assim

v �

2 8.8003

π � ⇒ v � 18.430kmh

f) Determine a velocidade angular do movimento de rotação da Ter-ra. Sabendo que o raio da Terra vale 6.400 km, determine tam-bém a velocidade escalar de um ponto no equador terrestre.

Solução

Como o período de rotação da Terra é T � 24 h ou T � 86.400 s,temos:

ω �2πT

�2

86 400π

.⇒ ω � 7,2 � 10�5 rad

s

Para um ponto no equador, temos:

r � 6.400 � 103 m

Logo:

v � ω � r � 7,2 � 10�5 � 6.400 � 103 ⇒ v � 460 ms

Page 85: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

87Capítulo 6

6. (Unesp-SP) Segundo uma estatística de tráfego, nas vésperas deferiado passam por certo posto de pedágio 30 veículos por minu-to, em média.

a) Determine a frequência média da passagem de veículos (dê aresposta em Hz).

b) Determine o período médio da passagem de veículos (dê a res-posta em segundos).

7. O raio da polia acoplada ao pedal de uma bicicleta é igual a9 cm, e a catraca da roda traseira, a 3 cm. Em um dado trecho deum percurso, um ciclista dá quatro voltas por segundo no pedal.Quantas voltas por segundo dá a roda traseira da bicicleta?

8. Um móvel descreve um MCUV numa circunferência de raio igual

a 20 cm. No instante t � 0, a velocidade angular é de 4,0 rads

e,

10 s após, é de 12 rads

. Determine:

a) a aceleração angular;

b) a aceleração escalar;

c) a velocidade angular no instante t � 30 s.

9. (Vunesp-SP) A fachada de uma loja tem um relógio cujo ponteirodos segundos mede 2,0 m de comprimento. A velocidade da ex-tremidade desse ponteiro, em m

s, é de aproximdamente:

a) 0,1 b) 0,2 c) 0,5 d) 1,0 e) 5,0

10. (F.M.Pouso Alegre-MG) A figu-ra mostra um sistema de trêsengrenagens acopladas, cadauma girando em torno de umeixo fixo. Os dentes das engre-nagens são de mesmo tamanhoe o número de dentes ao longode sua circunferência é o se-guinte: X � 18 dentes, Y � 8dentes, Z � 12 dentes.

XY Z

Page 86: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

88Capítulo 6

Se a engrenagem X dá 8 voltas, a engrenagem Z dará:

a) 144 b) 18 c) 12 d) 8 e) 4

11. (Fuvest–SP) Num toca-fitas, a fita F do cassete passa em frente à ca-

beça de leitura C com uma velocidade constante v � 4,80 cms

.

O diâmetro do núcleo dos carretéis vale 2,0 cm. Com a fita completa-mente enrolada num dos carretéis, o diâmetro externo do rolo de fitavale 5,0 cm. A figura abaixo representa a situação em que a fita come-ça a se desenrolar do carretel A e a se enrolar no núcleo do carretel B.

Enquanto a fita é totalmente transferida de A para B, o número derotações completas por segundo (rps) do carretel A:

a) varia de 0,32 a 0,80 rps

b) varia de 0,96 a 2,40 rps

c) varia de 1,92 a 4,80 rps

d) permanece igual a 1,92 rps

e) varia de 11,5 a 28,8 rps

12. (Vunesp-SP) Um farol marítimo projeta um facho de luz contínuo,enquanto gira em torno do seu eixo à razão de 10 rotações porminuto. Um navio, com o costado perpendicular ao facho, estáparado a 6 km do farol. Com que velocidade um raio luminosovarre o costado do navio?

a) 60 ms

b) 60 kms

c) 6,3 kms

d) 630 ms

e) 1 kms

Page 87: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

89Capítulo 7

GRAVITAÇÃO

E MOVIMENTO DOS ASTROS

1. Introdução

A observação do céu, a movimentação dos astros e a dura-ção dos dias desde há muito tem sido uma preocupação dahumanidade por motivos bastante práticos, como as épocasde plantio e colheita entre outras.

Os astrônomos da Anti-güidade perceberam que asestrelas mantinham-se fixasno céu enquanto sete astrosmovimentavam-se. Existemvários modelos que tratamdo movimento dos astros.Dois deles julgavam que oscorpos celestes giravam emtorno da Terra em órbitascirculares: o de Ptolomeu(século II d.C.) e o dos gre-gos (Aristóteles – século IVa.C.). Sistema geocêntrico

(Aristóteles e Ptolomeu)

Page 88: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

90Capítulo 7

Mas esse modelo era insuficiente para descrever de manei-ra satisfatória o movimento dos planetas, uma vez que verifi-cou-se que a velocidade dos mesmos não era constante.

Então, por volta de 1500 d.C., Nicolau Copérnico (1473-1543) idealizou o modelo heliocêntrico explicando de manei-ra satisfatória os fenômenos celestes.

Anos após a morte de Copérnico, Tycho Brahe observou porcerca de 20 anos o movimento dos astros. Os dados obtidos des-sas observações foram tabelados e formaram a base para o traba-lho de Johannes Kepler (século XVII) que era seu discípulo.

Leia sobre a Exploração Espacial no Encarte Colorido.

2. Lei da Gravitação Universal

Isaac Newton demonstrou que as três leis de Kepler (quese baseavam em observações) poderiam ser deduzidas a par-tir de sua lei de gravitação:

F � G

m m

d�

�1 22

* Johannes Kepler (1571-1630)Astrônomo alemão que analisou e pesquisou por 17 anos os dados observacionais de TychoBrahe, e formulou a partir deles três leis do movimento dos planetas, dando origem à mecâ-nica celeste.

Page 89: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

91Capítulo 7

em que d é a distância entre as partículas e G é a constante dagravitação universal que vale para o SI:

G � 6,67 � 10�11

N mkg� 2

2

Isaac Newton concluiu que as forças gravitacionais eram res-ponsáveis por manter os planetas em órbitas em torno do Sol.

3. Leis de Kepler

3.1. Primeira Lei de Kepler

Em seu movimento em torno do Sol,os planetas descrevem órbitas elípticas,sendo um dos focos ocupado pelo Sol.

De acordo com esta lei, a distância entre os planetas até oSol é variável. O ponto da trajetória mais próximo do Sol cha-ma-se periélio; o ponto mais distante, afélio.

planeta

SolF1

afélio periélioF1

3.2. Segunda Lei de Kepler

A reta que une os centros deum planeta e o Sol percorre

áreas iguais em tempos iguais.

Page 90: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

92Capítulo 7

P1 (t1)P2 (t2)

periélio

Sol

afélio

A

A velocidade de translação de um planeta ao redor do Solnão é constante, sendo máxima próxima ao periélio e mínimapróxima ao afélio.

3.3. Terceira Lei de Kepler

O quadrado do período de revolução dequalquer planeta é proporcional ao cubo da

distância média desse planeta ao Sol.

O que pode ser traduzido na fórmula

TR

2

3� k

onde T é o período do planeta, R é a distância média do pla-neta ao Sol e k é uma constante válida para todos os planetasque giram em torno do Sol.

No estudo elementar de gravitação, as órbitas são conside-radas circulares.

Na figura acima, vemos que um planeta desloca-se da posiçãoP1 até P2 em um intervalo de tempo �t � t2 � t1. Considere A a áreapercorrida nesse intervalo de tempo. Essa lei é dada pela fórmula:

A � K � �t

A constante K (depende do planeta) é denominada veloci-dade areolar do planeta.

Page 91: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

93Capítulo 7

Exemplos

a) Determine o período, em anos terrestres, de um planeta hipotético quegravita em torno do Sol a uma distância 5 vezes maior que a da Terra.

Solução

Terra → R1, T1

planeta → R2, 5R1

T

R

T

SR12

13

22

13

�( ) ⇒ T2 � 11,2T1

Ou seja, 11,2 anos terrestres.

b) Um corpo de massa 8.000 kg está a 3.000 km da superfície da Ter-ra. Determine a força de atração entre ambos, considerando a mas-sa 6,0 � 1029 kg e o raio da Terra 6,4 � 106 m.

As leis de Kepler valem, de modo geral, para quaisquercorpos que gravitem em torno de outro de massa bem maior,como satélites artificiais que se movimentam em torno da Ter-ra, por exemplo.

Planeta Distância Período de Período de Diâmetro Massa emmédia do rotação em translação em (quilomêtro) relação àplaneta torno do torno do Sol ou da Terraao Sol próprio eixo duração do

(unidades ano (unidadesterrestres) terrestres)

Mercúrio 58.000.000 59,0 dias 88,0 dias 4.800 0,05Vênus 108.000.000 249,0 dias 224,7 dias 12.200 0,81Terra 150.000.000 23,9 horas 365,3 dias 12.700 1,00Marte 230.000.000 24,6 horas 687,0 dias 6.700 0,11Júpiter 780.000.000 19,8 horas 11,9 anos 143.000 317,80Saturno 1.440.000.000 10,2 horas 29,5 anos 120.000 95,20Urano 2.900.000.000 10,8 horas 84,0 anos 48.000 14,50Netuno 4.500.000.000 15 horas 164,8 anos 45.000 17,20Plutão 6.000.000.000 6,4 dias 248,4 anos 3.500 0,08

Considerações sobre o sistema solarApresentamos a seguir, uma tabela de dados sobre o

sistema solar:

Page 92: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

94Capítulo 7

Terra (MT)

Lua (ML)

d

x

FT→

FL→

nave (m)

FT � FL

G

M m

xG

M m

d x

M

x

M

d xT L T L �

�� �

��

�2 2 2 2( ) ( )⇒

Como MT � 81 ML, temos:

81 81 1 9

102 2 2 2

M

x

M

d x x d xx dL L�

��

��

( ) ( )⇒ ⇒

1. (UFPI) Suponha que tenha sido descoberto um novo planeta no siste-

ma solar com raio orbital 5 � 1011 m. Sendo K � 3,2 � 10�19 sm

2

3 o

valor da constante de Kepler, pode-se afirmar que o período de revo-lução do novo planeta é:a) 2 � 108 s c) 1,75 � 109 s e) 4 � 109 sb) 2,6 � 108 s d) 2,8 � 109 s

Solução

F � G �

m m

d1 2

2

F � 6,7 � 10�11 �

6 10 8 10

3 10 6 4 10

29 3

3 6 2

� � �

� � �( , )⇒ F � 7,8 � 104 N

c) Uma espaçonave trafega numa trajetória retilínea que une os cen-tros da Terra e da Lua. Calcule a que distância do centro da Terraestará a nave quando a força exercida pela Terra sobre ela for amesma que a da Lua. Dê a resposta em função da distância d, queé a distância entre os centros da Terra e da Lua.Dados: massa da Terra 81 vezes maior que a da Lua.

Solução

Page 93: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

95Capítulo 7

Sol

QP

Com relação aos módulos das velocidades desse cometa nos pon-tos P e Q, vp e vq, e aos módulos das acelerações nesses mesmospontos, ap e aq, pode-se afirmar que:

a) vp vq e ap aq d) vp � vq e ap aq

b) vp vq e ap � aq e) vp � vq e ap � aq

c) vp � vq e ap � aq

4. (UFSE) Considere a massa de um corpo T � 900 vezes a de outroR. A distância entre os dois centros de massa destes corpos é d.Num ponto P, na reta definida por estes centros, a ação gravita-cional resultante, devido a estes corpos, é nula. As dimensões deT e de R são extremamente menores do que d. A distância entre Pe T vale:

a) 3334

� d c) 3132

� d e) 2930

� d

b) 3233

� d d) 3031

� d

2. (Fuvest-SP) A melhor explicação para o fato de a Lua não cair so-bre a Terra é que:

a) a gravidade terrestre não chega até a Lua.

b) a Lua gira em torno da Terra.

c) a Terra gira em torno de seu eixo.

d) a Lua também é atraída pelo Sol.

e) a gravidade da Lua é menor que a da Terra.

3. (UFMG) A figura abaixo representa a órbita elíptica de um come-ta em torno do Sol.

Page 94: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

96Capítulo 7

R

S

5. (UFMG) A figura ao lado mostra doissatélites artificiais, R e S, que estão emórbitas circulares de mesmo raio, emtorno da Terra. A massa do satélite R émaior do que a do satélite S.

Com relação ao módulo das velocida-des, vr e vs, e os períodos de rotação,Tr e Ts, pode-se afirmar que:

a) vr vs e Tr � Ts d) vr � vs e Tr � Ts

b) vr vs e Tr � Ts e) vr � vs e Tr � Ts

c) vr � vs e Tr � Ts

6. Um satélite artificial terrestre, cuja massa é de 250 kg, descreveuma trajetória circular com velocidade constante em módulo. A

aceleração centrípeta sobre o satélite é de 6ms2 . Qual é, em N,

o módulo da força da atração gravitacional da Terra sobre o sa-télite?

a) zero c) 1.500 e) 15.000

b) 0,024 d) 3.000

7. (Uneb-BA) Considere um planeta com massa igual ao dobro damassa da Terra e raio três vezes menor que o raio da Terra. Se aaceleração da gravidade na superfície da Terra é g, na superfíciedo planeta em questão, a aceleração da gravidade é:

a) 9g b) 18g c) 1,5g d) 6g e) 0,6g

8.(UFMG) A velocidade de um satélite artificial, numa órbita circular

de raio 1,0 � 107 m, é de 6,3 � 103 ms

. A aceleração da gravidade,

em qualquer ponto dessa órbita, é igual a:

a) zero c) 0,25 ms2 e) 6,3

ms2

b) 0,16 ms2 d) 4,0

ms2

Page 95: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

97Capítulo 8

ENERGIA MECÂNICA

1. Introdução

Nos capítulos anteriores, estudamos problemas que po-diam ser resolvidos com a aplicação das leis de Newton. Nes-sas situações, a aceleração escalar dos corpos se apresentavaconstante e os demais cálculos decorrentes foram resolvidoscom as fórmulas do MUV. Em muitos casos, a aceleração é va-riável e as fórmulas utilizadas até aqui não são mais válidas.Várias dessas questões são resolvidas com base nos conceitosde trabalho e energia que serão estudados a seguir.

2. Trabalho de uma força constante

Consideremos uma força F→

, cujo ponto de aplicação sedesloca de A para B, sendo d

→ o vetor deslocamento corres-

pondente. Seja θ o ângulo formado entre os vetores F→

e d→

.Define-se trabalho da força F

→ no deslocamento d

→ pela

fórmula:τ � F � d � cos θ

O trabalho é uma grandeza escalar.Em função do ângulo θ, o

trabalho pode ser positivo, ne-gativo ou nulo. d

F→

�A B

Page 96: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

98Capítulo 8

F→

d→A B

0 � 90°� � 0

trabalho motor

F→

d→A B

� � 90°� � 0

trabalho nulo

F→

d→A B

� 090° � 180°

trabalho resistente

F→

60°

Quando o trabalho é positivo, devemos chamá-lo motor;quando negativo, resistente; quando a força F

→ for perpendi-

cular ao deslocamento d→

, o trabalho da força F→

será nulo.

No SI, a unidade de trabalho é o joule (J).

1 J � 1 N � m

Exemplos

a) Um homem arrasta uma mesa aplicando uma força de intensidade250 N utilizando uma corda, que forma um ângulo de 60° com ahorizontal. Qual será o trabalho da força para um percurso de 8 m?

Solução

τ � 250 � 8 � cos 60° ⇒⇒ τ � 1.000 J

O trabalho desta força é motor.

Page 97: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

99Capítulo 8

Fat

�→

d→

F→

Ft

→�

origem A

b) Uma peça desliza sobre uma superfície plana e sofre a ação deuma força de atrito de intensidade 2 N. Qual será o trabalho daforça de atrito para um deslocamento de 2 m?

Solução

τ � 2 � 2 � cos 180° ⇒⇒ τ � �4 J

O trabalho dessa força é resistente.

c) Qual o trabalho necessário para erguer uma carga de 200 kg a 2 m

de altura? Considere g � 9,8ms2 .

Solução

Os vetores força aplicada e deslocamento têm mesmo sentido e di-reção; logo, o ângulo entre os vetores é nulo.

τ � m � g � d � cos θ ⇒ τ � (200 � 9,8) � 2 � cos 0 ⇒⇒ τ � 3.920 J

3. Trabalho de uma força qualquer

Já vimos que o trabalho de uma força F→

no deslocamentod→

vale τ � F � d � cos θ.

Considere a figura a seguir, onde a componente Ft→

da for-ça F

→ na direção do deslocamento d

→é denominada compo-

nente tangencial.

Assim, o trabalho da for-ça F

→no deslocamento de-

finido pelo vetor d→

podeser escrito como:

τ � Ft � d

Page 98: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

100Capítulo 8

Ft

AO B xd

A

200 400 600 800

1.100

x (m)

F(N)

1.000 1.200

�4,0 � 106

2,0 � 106

No caso de uma força variá-vel, o cálculo do trabalho podeser feito pelo método gráfico.

Considere o gráfico cartesia-no da força tangencial Ft em fun-ção da posição x ao longo dodeslocamento. O trabalho da for-ça F

→ entre duas posições A e B

quaisquer é numericamente igualà área determinada entre a curvae o eixo horizontal.

Exemplo

a) Uma composição ferroviária se desloca sob a ação de uma forçamotriz, conforme o gráfico a seguir. Determine o trabalho total daforça motriz no trecho de 0 a 1.200 m.

Solução

Para x entre 0 e 200 m, temos:

A1 �

200 2 0 102

6� �,� 2,0 � 108 J

Para x entre 200 e 1.000 m, temos MU; logo, o trabalho é nulo.

Para x entre 1.000 e 1.100 m, temos:

A2 �

100 4 0 102

6� � �( , )� 2,0 � 108 J

A � |τ| (numericamente)

Page 99: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

101Capítulo 8

F

F→

situaçãoinicial

x

0

F

A

x deslocamento

força

Para x entre 1.100 e 1.200 m, temos:A3 � 100 � (�4,0 � 106) � �4,0 � 108

Portanto, o trabalho da força motriz no trecho de 0 a 1.200 m édado por:τ � A1 � A2 � A3

τ � 2,0 � 108 � (�2,0 � 108) � (�4,0 � 108) ⇒ τ � �4,0 � 108 J

4. Trabalho de uma força elástica

A deformação de uma mola é dita elástica quando, retira-da a ação da força que produziu a deformação, ela volta à po-sição inicial.

Nessas condições, aplicando-se uma força F→

, a mola res-

ponde com uma força reativa dita elástica Fel.→

, que se opõe à

deformação, tendendo a trazer a mola para a posição inicial.

Pela lei de Hooke, temos:

Fel. � k � x

onde k é a constante elástica da mola. A unidade de k no SI é Nm

.

Sendo a intensidade da força elástica variável, o trabalho écalculado pelo método gráfico:

Calculando a área A, temos:

τ �

�k x2

2

Page 100: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

102Capítulo 8

O trabalho da força é motor quando restitui a mola à posi-ção inicial, e resistente quando a mola é alongada ou compri-mida pela ação de outra força.

Exemplos

a) Uma mola tem k � 150 Nm

. O comprimento natural da mola é

0,25 m. Determine o trabalho da força elástica quando a mola éalongada até o comprimento 0,35 m.

Solução

τ

150 (0,10)2

�� �

2⇒ τ � �0,75 J , trabalho resistente

b) Supondo que da mola do exercício anterior seja retirada a ação daforça que a alongou, qual será o trabalho da força elástica que arestitui ao comprimento original?

Solução

τ � 0,75 J , trabalho motor

5. PotênciaConsideremos uma força F

→ que realiza um trabalho τ em

um intervalo de tempo �t. Define-se potência média Pm daforça F

→, no intervalo de tempo �t, como a relação entre o tra-

balho e o intervalo de tempo,

P

tm ��τ

Outra maneira de representar a potência média é a seguinte:

Pm �

τ�

��

�tF d

t⇒ Pm � F � vm

No SI, a potência é medida em watt (W):

1 W � 1 Js

O múltiplo quilowatt (kW) é muito usado na prática:1 kW � 1.000 W � 103 W

Page 101: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

103Capítulo 8

10 30

100

P (w)

t (s)

Em um gráfico cartesiano da potência em função do tem-po, a área da figura formada entre a curva da potência e oeixo dos tempos é numericamente igual ao valor absoluto dotrabalho realizado. Esta propriedade vale para potências cons-tantes ou não, ao longo do tempo.

Exemplos

a) Calcule a potência média de uma força que realiza um trabalho de2.000 J em 40 s.

Solução

P

tm ��

�τ 2 000

40. ⇒ Pm � 50 W

b) Um corpo sobe um plano inclina-do sem atrito, puxado por uma for-ça F

→ paralela ao plano. A potên-

cia da força em função do tempo édada pelo gráfico ao lado. Deter-mine o trabalho realizado pela for-ça no intervalo de tempo 30 s.

Solução

Considere A, a área formada pela figura entre a curva representa-tiva da força e o eixo dos tempos.

τ � �A�, A � 100 � 10 �

100 202� ⇒ τ � 2.500 J

1. (UFSC) Um homem ergue um bloco de 100 N a uma altura de2,0 m em 4,0 s, com velocidade constante. Qual a potência, emwatts, desenvolvida pelo homem?

2. Um motor de 50 kW de potência aciona um veículo durante umahora. O trabalho desenvolvido pelo motor é de:

a) 5 kW c) 5 � 104 J e) 1,8 � 108 J

b) 50 kW d) 1,8 � 105 J

Page 102: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

104Capítulo 8

0

2

4

1 2 3 4 5 6 7 8 9

10

F (N)

E (dm)

3. (UFSE) Um balde cheio d’água é deslocado para cima, em movi-mento vertical, por uma força resultante F

→, cuja intensidade va-

ria com o deslocamento, conforme o gráfico abaixo:

Durante o deslocamento de zero dm a 10,5 dm, o trabalho exe-cutado pela força que atua sobre o balde, é, em joules, igual a:

a) 28 b) 19 c) 14 d) 2,8 e) 1,4

6. Energia

Energia é o trabalho que pode ser obtido de um sistema. Aenergia pode ser classificada em vários tipos. Em mecânica, temosa energia cinética, que é associada ao movimento do corpo, e aenergia potencial, que é associada à posição que o corpo ocupaem relação a um referencial. Se um corpo está em repouso a umaaltura h qualquer, ele possui energia potencial; ao ser abandona-do, essa energia se transforma em energia cinética, de movimento.

A unidade de energia é a mesma do trabalho.

7. Conservação da energia

A energia nunca é criada ou destruída. Ela se transformade um tipo em outro ou outros. Em um sistema isolado, o totalde energia existente antes de uma transformação é igual aototal de energia obtido depois da transformação. Esse é o cha-mado princípio de conservação da energia.

Page 103: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

105Capítulo 8

Uma pilha transforma energia química em elétrica; ummotor a combustão, energia química em mecânica; um freio,energia mecânica em térmica etc.

8. Energia cinética

A energia cinética é a energia associada a um corpo emmovimento. Sendo m a massa do corpo e v sua velocidadenum determinado instante, a energia cinética do corpo édada por:

Ec �12

m � v2

A HidreletricidadeA hidreletricidade é a energia gerada a partir do aproveita-mento da energia mecânica de grandes porções de água, oque pode ser observado no esquema a seguir.

Nesse caso, em particular, temos a energia potencial gravi-tacional da água acumulada na represa sendo transformadaem energia cinética à medida que ela é conduzida peloduto até a turbina.Atualmente, a maior usina hidrelétrica do mundo é a deItaipu, no Rio Paraná.

Page 104: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

106Capítulo 8

8.1. Teorema da energia cinéticaO trabalho da força resultante sobre um corpo num deter-

minado deslocamento é igual à variação da energia cinéticado corpo neste deslocamento.

Se o corpo se moveu do ponto A para o ponto B e a forçaresultante realizou um trabalho τ neste deslocamento, temos:

τ �EcB � EcA

5 10 15 20 S (m)

1

2

3

�1

�2

�3

F (N)

Exemplos

a) Um corpo de massa m � 5 kg desloca-se com velocidade inicial de

20 ms

. Sob a ação de uma força, sua velocidade passa a 50 m/s.Determine o trabalho realizado por essa força durante o tempo desua atuação.

Solução

τ � E Ec cB A� ⇒ τ �12

� 5 � 502 �12

� 5 � 202 ⇒

⇒ τ � 5.250 J

b) O gráfico ao lado representa aação de uma força sobre um cor-po de massa 3 kg que se moveem linha reta. Na posição S � 0,ele está em repouso. Calcule suavelocidade em S � 20 m.

Solução

O trabalho total será a soma das áreas no gráfico. Logo:

AT � 2 � 10 �

2 52

2 52

��

� ⇒ AT � 20 ⇒ τ � 20 J

τ � Ec2� Ec1

⇒ 20 � 12

� 3 � v2 �12

� 3 � 02 ⇒

⇒ v � 3,6 ms

Page 105: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

107Capítulo 8

9. Forças conservativas

Força conservativa é aquela cujo trabalho depende unica-mente dos pontos de partida e chegada, independentementeda trajetória realizada entre os pontos.

Como exemplo de forças conservativas, temos a forçagravitacional (peso), a força elástica e a força elétrica.

10. Energia potencial

Consideremos um corpo sob a ação de uma força conser-vativa F

→, posicionado em um ponto A. Um outro ponto, O, é

considerado referencial para a medida da energia potencial;logo, no ponto O a energia potencial é nula. Caso o corpo sedesloque de A até O, haverá um trabalho τ realizado pela for-ça F

→. Assim, o trabalho que se pode obter depende de A. De-

pendendo do ponto onde o corpo se encontra, a força conser-vativa poderá realizar mais ou menos trabalho, tomando Ocomo referencial. O trabalho que fica armazenado no siste-ma, enquanto o corpo está na posição A, denomina-se energiapotencial.

10.1. Energia potencial gravitacionalConsideremos o trabalho da força peso na figura abaixo.

v0 � 0

h

A

B

m

Na posição A, o corpo não possui energia cinética, e sim acapacidade potencial de tê-la. Dessa maneira, na posição A ocorpo tem uma energia, relacionada à sua posição, ainda não

Page 106: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

108Capítulo 8

transformada em cinética. Ela é chamada de energia potencialgravitacional e é medida pelo trabalho realizado pelo pesoquando o corpo passa da posição A para a posição B:

Ep � m � g � h

10.2. Energia potencial elásticaUma mola apresenta um comprimento natural. Comprimida

por uma força F→

, sofre uma deformação x. O trabalho realiza-do para deformar a mola é dado por:

τ �

k x2

2�

Este trabalho representa a energia potencial armazenadana mola. Tomando como referência a mola em sua posiçãonatural, temos:

Ep �

k x2

2�

Exemplos

a) Uma caixa d’água localizada no décimo andar de um prédio está a32 m de altura. Quando cheia, a caixa tem 4.500 � de água. Calcu-le a energia potencial da porção de água em relação ao solo.

Solução

Ep � m � g � h ⇒ Ep � 4,5 � 103 � 10 � 32 ⇒ Ep � 1,44 � 106 J

b) Distendendo uma mola de constante elástica k � 80Nm em 5 cm,

qual será o valor da energia potencial elástica armazenada por

essa mola?

Solução

Ep �

k x2

2� ⇒ Ep �

80 0 052

2� ( , ) ⇒ Ep � 1,0 � 10�1 J

Page 107: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

109Capítulo 8

A

h1h2B

C

11. Sistemas conservativos

Quando nos referimos a um sistema, estamos falando deuma porção do Universo que está sob observação. Os sistemasem questão são conjuntos de corpos que interagem entre si.

Nos sistemas conservativos, somente forças conservativasrealizam trabalho. Nesse tipo de sistema, toda a diminuiçãode energia potencial corresponde a um aumento de energiacinética, e vice-versa. Dessa maneira, a soma da energia ciné-tica com a energia potencial é constante.

Chamamos de energia mecânica a soma da energiacinética com a energia potencial de um determinado corpo.

Em � Ec � Ep

Em um sistema conservativo, a energia mecânica é sempreconstante.

Exemplos

a) Na montanha-russa esquematizada abaixo, o carrinho parte do re-pouso no ponto A. Determine a velocidade do carrinho nos pontosB e C. Dados: g � 10 m

s2 , h1 � 25 m e h2 � 10 m. Considere o sis-tema conservativo.

SoluçãovA � 0 ⇒ EmA

� EcA� EpA

⇒ EmA� EpA

� m � g � h1 ⇒⇒ EmA

� EmB

EmB

� EcB� EpB

⇒ 0 ⇒ m � g � h1 �

m v2

B2� ⇒

⇒ vB2 � 2g � h1 � 2 � 10 � 25 ⇒ vB � 22,4

ms

5002

� 10 � 10 � vc2

2⇒ vc � 17,3

ms

Page 108: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

110Capítulo 8

h

A

B

3,0 m/s

mv→

b) Uma esfera é lançada vertical-mente para cima, com veloci-

dade de 3,0ms a partir do pon-

to A, como indica a figura aolado. Considere o sistema conser-

vativo e g � 10 ms2 . Qual será a

altura atingida pela esfera?

Solução

E Em mB A

� , vA � 3,0ms , vB � 0

E Em pB B

� � m � g � h ⇒ E Em cA A

m g h

m vh

vg

hA A � � ��

� ��

2 2 2

2 23 02 10

⇒ ⇒ ⇒,

h � 0,45 m

c) Um corpo de massa m atingeuma mola com velocidade v,como mostra a figura ao lado.Determine a deformação damola até o corpo parar. O siste-ma é conservativo para a cons-tante elástica da mola k.

Solução

Situação A → inicial,

Situação B → final, v � 0 e mola comprimida

E E E E E E m v k xc p c p c pA A B B A B

� � � ��

��0 0 2 2

2 2⇒ ⇒ ⇒

⇒ x v m

k� �

Page 109: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

111Capítulo 8

4. (UFRRJ) Um goleiro chutauma bola que descreve umarco de parábola, comomostra a figura ao lado.No ponto em que a bolaatinge sua altura máxi-ma, pode-se afirmar que:a) a energia potencial é

máxima;b) a energia mecânica é nula;c) a energia cinética é nula;d) a energia cinética é máxima.e) nada se pode afirmar sobre as energias, pois não conhecemos

a massa da bola.

5. Qual será o trabalho realizado por uma força que age em um cor-

po de massa 2,0 kg, que teve sua velocidade alterada de 1,0ms

para 5,0ms ?

a) 4,0 J b) 8,0 J c) 26,0 J d) 12,0 J e) 24,0 J

6. (Unesp-SP) Um bloco de ma-deira de massa 0,40 kg, manti-do em repouso sobre uma su-perfície plana, horizontal eperfeitamente lisa, está com-primindo uma mola contrauma parede rígida, como mos-tra a figura.

Quando o sistema é liberado, a mola se distende, impulsiona obloco e este adquire, ao abandoná-la, uma velocidade final de

2,0ms . Determine o trabalho da força exercida pela mola, ao se

distender completamente:

a) sobre o bloco; b) sobre a parede.

Page 110: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

112Capítulo 8

B

A

C0,1 m

0,4

m

C A B

7. (Cesgranrio-RJ) Três corpos idênticos de massa M deslocam-se en-tre dois níveis, como mostra a figura: A caindo livremente, B des-lizando ao longo de um tobogã e C descendo uma rampa, sendoque em todos os movimentos, as forças dissipativas podem serdesprezadas. Com relação ao trabalho (W) realizado pela forçapeso dos corpos, pode-se afirmar que:

a) WC � WB � WA d) WC � WB � WA

b) WC � WB � WA e) WC WB � WA

c) WC � WB � WA

8. Na figura, representamos uma pista em que o trecho final ABC éum arco de circunferência. Larga-se o carrinho no topo da pista.

Admitindo-se g � 9,8 ms2

e a massa do carrinho 1 kg, determine:

a) a energia cinética no ponto A;

b) o trabalho realizado pelo peso no percurso de A até B.

9. (UFPI) Ao colidir com uma mola ideal de constante elástica k � 100Nm ,

em repouso, sobre uma superfície horizontal, um corpo de massa igual

a 2 kg possui velocidade de 4ms . Após comprimir a mola em 50 cm,

Page 111: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

113Capítulo 8

x � 50 cm

x � 0V � 1,0 m/s

V0 � 4,0 m/s→

5,0

m

P

Q

sua velocidade é reduzida para 1ms . Supondo ásperas as superfícies

de contato e g � 10 ms2

, o valor do coeficiente de atrito cinético entre

as partes em contato corresponde a:

a) 50 J e 15 ms d) 3.500 J e 10

ms

b) 350 J e 5,0 ms e) 3.500 J e 20

ms

c) 700 J e 10 ms

a) 0,25 b) 0,30 c) 0,35 d) 0,40 e) 0,60

10. (UFMG) Um esquiador de massa m � 70 kg parte do ponto P edesce pela rampa mostrada abaixo. Suponha que as perdas de

energia por atrito sejam desprezíveis e considere g � 10 ms2

.

A energia cinética e a velocidade do esquiador quando ele pas-sa pelo ponto Q, que está 5,0 m abaixo do ponto P, são, res-pectivamente:

Page 112: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

114Capítulo 9

QUANTIDADE DE MOVIMENTO

1. Definição

Quantidade de movimento é uma grandeza vetorial defini-da como o produto da massa do corpo por sua velocidade.

Sendo m a massa e v→ a velocidade, temos:

Q→

� � m v→

A unidade da quantidade de movimento no SI é o kg � m/s.

2. Impulso de uma força constante

Consideremos um ponto material sob a ação de uma força→F constante, durante um intervalo de tempo �t.

Impulso é uma grandeza vetorial definida como I t→ →

� �F Δ .A unidade do impulso no SI é o N�s.No caso da força

→F constante, o

gráfico da intensidade da força emfunção do tempo se apresenta deacordo com o gráfico ao lado.

A área A é numericamente igual àintensidade do impulso I no intervalode tempo �t.

Quando a força →F tiver direção constante, essa regra será

válida mesmo com a intensidade da força variável.

Força

A

F

0 Tempot2t1

Page 113: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

115Capítulo 9

3. Teorema do impulso

O impulso da força resultante sobre um corpo durante umdeterminado intervalo de tempo é igual à variação da quanti-dade de movimento do corpo no mesmo intervalo de tempo.

Sendo→I o impulso da força resultante entre os instantes t1 e

t2, e → →Q e Q1 2 as respectivas quantidades de movimento, temos:

I Q Q→ → →

� �2 1

Observe que 1 N � s � 1 kg � ms

4. Aplicação das fórmulas para movimentos retilíneos

No movimento retilíneo, temos as forças na mesma direção domovimento; logo, as grandezas podem ser consideradas escalares.

Define-se um sentido positivo para o movimento, e os ve-tores cujo sentido concorda com essa definição são substi-tuídos por escalares positivos; os vetores cujo sentido é con-trário à definição estabelecida são substituídos por escalaresnegativos.

Desta maneira, temos:

Q � m � vI � F � �t

Q � Q2 � Q1

Exemplos

a) Qual o impulso de uma força constante de módulo 150 N que agedurante 2 s sobre um corpo?

Solução

I � F � �t ⇒ I � 150 � 2 ⇒ I � 300 N�s

Page 114: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

116Capítulo 9

b) Dado o seguinte gráfico da forçaem função do tempo, que repre-senta a ação de uma força variávelque age sobre um corpo, determi-ne o impulso no intervalo de 1 a4 s e de 4 a 5 s.

Solução

I � �A� ⇒ A1 4 2 3

1 32

1 22� � � �

��

� ⇒⇒ A1�4 � 6,5 ⇒ I1�4 � 6,5 N�s

A4�5 � �2 � 1 ⇒ I4�5 � �2 N�s

c) Um móvel em MR desloca-se, obedecendo à função horária a se-guir. A massa do corpo é 25 kg. Calcule o módulo da quantidade demovimento da partícula no instante t � 5 s.

S � 5,0t � 4,0t2 (SI)

Solução

Da equação, temos: v0 � 5,0 ms

, α � 8,0 ms2

. Logo:

v � 5,0 � 8,0t ⇒ para t � 5 s, temos v � 45 ms

Q � m � v ⇒ Q � 25 � 45 ⇒ Q � 1,125 � 103 kg � ms

d) Um corpo de massa 2,0 kg realiza um MR com velocidade escalar

2,0 ms

. Sob a ação de uma força paralela à trajetória e no sentido

do movimento, sua velocidade passa a 6,0 ms

. Essa força foi aplica-

da durante 2,0 s. Qual a intensidade do impulso desta força e a in-

tensidade da mesma?

Solução

I→ → →

Q Q2 1� � ⇒ I m m→ → →

� � � � v v2 1

I � 2,0 � 6,0 � 2,0 � 2,0 ⇒ I � 8,0 N � s

I � F � �t ⇒ F �

8,02,0

⇒ F � 4,0 N

F (N)

3

�2

1 2 3 4 50 f (s)

Page 115: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

117Capítulo 9

e) O gráfico abaixo mostra a intensidade da força resultante sobre umcorpo de 3,0 kg de massa que se move inicialmente em direção esentido iguais aos da força. No instante t � 0, a velocidade do cor-

po é 2,0 ms

.

Determine sua velocidade no instante t � 8 s.

F (N)

25

1 2 3 4 5 6 7 8 t (s)

Solução

A área do gráfico representa numericamente a intensidade do im-pulso. Logo:

� �I A� � � �

�5 25

3 252

⇒ I � 162,5 N�s

I � Q2 � Q1 � m � v2 � m � v1 ⇒ v1 = 2,0 ms

,

m � 3,0 kg ⇒ 162,5 � 3,0 � v2 � 3,0 � 2,0 ⇒ v2 � 56,2 ms

5. Quantidade de movimento de um sistema

Dado um sistema de n corpos, cujas quantidades de mo-vimento são Q Q Qn

→ → →1 2, ..., , a soma vetorial dessas quantida-

des de movimento constitui a quantidade de movimento totaldo sistema.

Q Q Q Qsist n

→ → → →. � � � �1 2 ...

Se todos os vetores tiverem a mesma direção, teremos:

Qsist. � Q1 � Q2 � ... � Qn

Page 116: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

118Capítulo 9

6. Conservação da quantidade de movimento

Considere um sistema de pontos materiais P1, P2, ..., Pn, demassas m1, m2, ..., mn, respectivamente. Sejam v

→11, v

→12, ..., v n

→1

suas velocidades num certo instante t1 e v v v n→ → →

21 22 2, , ..., , emum instante posterior t2.

Aplicando o teorema do impulso a cada ponto, obtemos:

I m v m v→ → →

1 1 21 1 11� � � �

I m v m v→ → →

2 2 22 2 12� � � �...................................

I m v m vn n n n n→ → →

� � � �2 1

Somando-se membro a membro essas igualdades, teremos:

I I I n→ → →

1 2� � � �...

� (m1 � v→

21� m2 � v→

22 � ... � mn � v n→

2 )� (m1 � v

→11� m2 � v

→12� ... � mn � v n

→1 )

Pelo princípio da ação e reação, os impulsos das forças inter-nas se anulam mutuamente e, supondo o sistema isolado, temos:

I I I n→ → →

1 2 0� � � �...

Nessas condições:m1 � v

→21� m2 � v

→22 � ... � mn � v n

→2

� m1 � v→

11� m2 � v→

12� ... � mn � v n→

1

Logo:

Q Qfinal inicial

→ →�

Assim, em um sistema isolado, a quantidade de movimen-to do sistema é constante.

Exemplos

a) Um projétil de massa 5,0 kg é disparado na direção horizontal,

com velocidade de 550 ms

, por um canhão de massa 2.200 kg,

em repouso. Determine a velocidade de recuo do canhão.

Page 117: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

119Capítulo 9

Solução

Q Qantes depois→ →

� � 0

m1 � v→1� m2 � v→2� 0 ⇒ m1 � v→1� m2 � v→2� 0 ⇒⇒ 5,0 � 550 � 2.200 � v2 � 0 ⇒ v2 � �1,25 m

s

b) Dois astronautas X e Y estão em repouso no espaço, livre da açãode forças. Em um dado momento, eles se empurram mutuamente ese separam. O astronauta X, de massa Mx � 85 kg, adquire veloci

dade vx � 2,5 ms

. Determine o módulo da velocidade adquirida

pelo astronauta Y, sendo sua massa, My igual a 60 kg.

Solução

0

→ →Q Qantes depois� � 0 ⇒Mx � vx � My � vy � 0 ⇒ 85 � 2,5 � 60 vy � 0 ⇒ vy � 23,5 m

s

7. Quantidade de movimento nos choques

Para que possamos aplicar o princípio da conservação daquantidade de movimento aos choques, precisamos de umsistema isolado, ou seja, de um sistema no qual não hajainterações relevantes com forças externas a ele.

Para um choque entre dois corpos A e B, num sistema iso-lado, temos:

Q Q Q QA B A B→ → → →

� � � � �

Sendo os choques na mesma direção e adotando-se umsentido positivo, podemos definir escalarmente a fórmula:

QA � QB � Q�A� Q�B oumA � vA � mB � vB � mA � vA� � mB � vB�

8. Choques elásticos e inelásticos

Choque elástico é o choque em que não há a presença deforças dissipativas. Não existem choques dessa natureza nouniverso macroscópico, apenas no universo microscópico ouno nível das partículas atômicas.

Page 118: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

120Capítulo 9

Choque inelástico é o choque no qual há a presença deforças dissipatipativas, como calor, som etc. Um choque total-mente inelástico (anelástico) é aquele em que os corpos per-manecem unidos no instante posterior ao choque.

9. Coeficiente de restituição

Consideremos duas esferas A e B realizando um choque direto.As propriedades elásticas dos corpos envolvidos em cho-

ques são caracterizadas por uma grandeza chamada coeficien-te de restituição.

O coeficiente de restituição e é definido como o quocien-te entre o módulo da velocidade relativa de afastamento doscorpos imediatamente após o choque e o módulo da velocida-de relativa de aproximação imediatamente antes do choque.

e

velocidade relativa após o choquevelocidade relativa antes do choque

� � �

� �

O coeficiente de restituição é adimensional e varia de 0 a 1.Quando o valor é 1, temos um choque perfeitamente elástico.

mM

h

O pêndulo balístico

O pêndulo balístico é o dispo-sitivo mais antigo usado na de-terminação da velocidade deprojéteis. Criado no séculoXVIII, é estruturado com umbloco de massa M suspensopor fios de massa desprezível,conforme mostra a figura aolado. O projétil de massa m élançado horizontalmente com velocidade v e aloja-se nobloco. Dessa maneira, ele se desloca a uma altura h.

Page 119: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

121Capítulo 9

Exemplos

a) Uma esfera de massa m � 5,0 kg e velocidade v � 3,0 ms

, choca-secom outra esfera idêntica, inicialmente em repouso. Admitindo-se o cho-que elástico e frontal, determine a velocidade das esferas após o choque.

Solução

mA � vA � mB � vB � mA � v�A � mB � v�B

5,0 � 3,0 � 0 � 5,0 v�A � 5,0 v�B ⇒ v�A � v�B � 3,0 �

como o choque é elástico, e � 1. Logo:

e �

v vv v

B A

A B

� � �

�� 1 ⇒

v vB A� � �

5 0,� 1 ⇒

⇒ v�B � v�A � 5,0 �

� → � x ⇒ v�A � (5,0 � v�A) � 3,0 ⇒ v�A � �1,0 m/s

v�B � (�1,0) � 5,0 ⇒ v�B � 4,0 m/s

Para determinarmos a velocidade do projétil, temos:

m � v � (M � m) � v ⇒ v

m vM m

��

��

A energia cinética após a colisão é convertida em energiapotencial quando o corpo constituído do bloco e do projé-til atinge a altura h, logo:

( )( )

M mv M m g h

�� � � �

22 ⇒

v � �2g h �

Substituindo � em � temos:

m vM m

�� �2g h ⇒

v

M mm

��

�2g h

Page 120: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

122Capítulo 9

b) Um corpo A, de massa mA � 5,0 kg e velocidade vA � 20 ms

, choca-se

com um corpo B, de massa mB � 3,0 kg e velocidade vB � 25 ms

, que

se movia na mesma direção e no mesmo sentido. Sabendo-se que o cho-

que foi anelástico, determine a velocidade do conjunto após o choque.

Solução

mA � vA � mB � vB � (mA � mB) � vAB

⇒ 5,0 � 20,0 � 3,0 � 25,0 � (5,0 � 3,0) � vAB

⇒ vAB � 21,9 ms

c) Considere duas esferas A e B, realizando um choque frontal. A se-guir, representamos as esferas antes e imediatamente depois dochoque. Determine o coeficiente de restituição para cada caso.

a)

b)

c)

d)

Solução

a) e

v vv v

B A

A B�

� � �

��

�0

6,0 1,0⇒ e � 0

b) e

v vv v

B A

A B�

� � �

��

2,0 1,05,0 1,0

⇒ e � 0,75

c) e

v vv v

B A

A B�

� � �

��

2,0 1,04,0 1,0

⇒ e � 0,20

d) e

v vv v

B A

A B�

� � �

��

2,0 4,04,0 2,0

⇒ e � 1,0

A A6,0 m/s 1,0 m/sB B 2,0 m/s

antesA A5,0 m/s 1,0 m/sB 1,0 m/s 2,0 m/sB

antesA A4,0 m/s

1,0 m/s

B 1,0 m/s 2,0 m/sB

antesA A4,0 m/s

2,0 m/s

B 2,0 m/s 4,0 m/sB

antes

depois

depois

depois

depois

Page 121: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

123Capítulo 9

1. (Cesgranrio-RJ) Num rinque de patinação no gelo, horizontal esem atrito, estão os patinadores A e B, de mesma massa, 40 kg,imóveis. Cada um deles segura uma bola de 0,4 kg de massa. Pas-sados alguns instantes, eles arremessam a bola com velocidade

de 10 ms

, sendo o arremesso de A paralelo ao rinque, e o de B,

perpendicular a este. Imediatamente após o arremesso, os módu-los das velocidades dos patinadores A e B são, respectivamente,

iguais a ms

⎛⎝

⎞⎠ :

a) zero e zero c) 0,1 e zero e) 0,4 e 0,4b) zero e 0,1 d) 0,1 e 0,1

2. (Fuvest–SP) Um menino de 40 kg está sobre um skate, que se

move com velocidade constante de 3,0 ms

numa trajetóriaretílinea e horizontal.Defronte de um obstáculo,ele salta e após 1,0 s caisobre o skate que durantetodo o tempo manteve ve-

locidade de 3,0 ms

.Desprezando-se eventuaisforças de atrito, calcule:

d) Um projétil de massa m � 15,0 g atinge um corpo de teste de10,0 kg do aparelho pêndulo balístico. A medida da altura h foi de5,0 cm. Determine a velocidade do projétil antes do impacto.

Solução

v

M mm

��

� �2g h

v �� �

�� � � �

�10,0 15,0

15,0

( ), ,

10

102 10 0 5 0 10

3

32 ⇒

⇒ v � 667,7 ms

Page 122: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

124Capítulo 9

F (N)

2,0

4,0

0 0,10 0,20 0,30 0,400

T (S)

a) a altura que o menino atingiu no seru salto, tomando comoreferência a base do skate;

b) a quantidade de movimento no ponto mais alto de suatrajetória.

Enunciado para as questões 3 a 5.

(UFSE) Uma bola, com massa 800 g, ao ser chutada, é submetidaa uma força que varia com o tempo, conforme o gráfico abaixo.

A bola estava em repouso no início da interação (arredondar oscálculos para 3 algarismos significativos sempre que o resultadoimplicar em mais de 3).

3. A energia transferida para a bola pelo chute foi, em joules, umvalor mais próximo de:

a) 1,4 b) 2,9 c) 3,2 d) 5,2 e) 6,4

4. O impulso recebido pela bola durante a interação foi, em N�s,igual a:

a) 0,800 b) 1,00 c) 1,30 d) 1,40 e) 1,50

5. A velocidade da bola no fim da interação é, em ms

, mais próxi-ma de:

a) 1,88 b) 1,65 c) 1,42 d) 1,15 e) 0,723

Page 123: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

125Capítulo 9

a) 0,50 ms

, para a esquerda; d) 0,50 ms

, para a direita;

b) 1,0 ms

, para a esquerda; e) 1,0 ms

, para a direita.

c) nula;

7. (Fuvest-SP) Um vagão A de massa 10.000 kg move-se com veloci-

dade igual a 0,4 ms

sobre trilhos horizontais sem atrito, até coli-

dir com outro vagão B de massa 20.000 kg, inicialmente em re-pouso. Após a colisão, o vagão A fica parado. A energia cinéticafinal do vagão B vale:

a) 100 J c) 400 J e) 1.600 J

b) 200 J d) 800 J

8. A quantidade de movimento de uma partícula de massa 400 g tem

módulo 1.200 g � ms

. Nesse instante, a energia cinética da partí-

cula é, em joules:

a) 9,0 b) 1,2 c) 3,0 d) 1,8 e) 0,8

6. (UFPI) Na figura abaixo, o peixe maior, de massa M � 5,0 kg,

nada para a direita a uma velocidade v � 1,0 ms

, e o peixe

menor, de massa m � 1,0 kg, se aproxima dele a uma veloci-

dade u � 8,0 ms

, para a esquerda. Após engolir o peixe me-

nor, o peixe maior terá velocidade de (despreze qualquerefeito de resistência da água):

Page 124: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

126Capítulo 9

0,80 m

1,20 m

9. Um avião a jato voa a 720 kmh

. Um pássaro de 1,0 kg choca-se

perpendicularmente contra o vidro dianteiro inquebrável da cabi-ne do avião. Que força é aplicada ao vidro, se o choque dura ummilésimo de segundo?

10. (Unesp-SP) Uma bala atingeum bloco de madeira de0,990 kg colocado a 0,80 mdo solo sobre uma mesa planahorizontal e perfeitamente lisa(ver figura ao lado).

A bala disparada horizontal-mente contra o bloco em repou-so alojou-se nele, e o conjunto(bala � bloco) foi lançado comvelocidade v, atingindo o solo a1,20 m da borda da mesa.

a) Adotando-se g � 10ms2 , determine a velocidade v do conjunto,

ao abandonar a mesa. Despreze a resistência e o empuxo do ar.

b) Determine a velocidade com que a bala atingiu o bloco, saben-do-se que sua massa é igual a 0,010 kg.

Page 125: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

127Capítulo 10

xO

y

EQUILÍBRIO DOS SÓLIDOS

1. Introdução

Para que se possa estudar o equilíbrio dos corpos, é funda-mental que se estudem algumas características dos mesmos.Quando aplicamos uma força a um corpo extenso, temos queconsiderar em que ponto do corpo esta força é aplicada, paraque seja possível estudar o fenômeno.

2. Centro de massa de um corpo

Determinados corpos possuemuma forma tal que, para estudá-los,é necessário determinar um pontoque possa representar a massa to-tal do corpo, ou seja, o centro demassa. O mesmo se aplica quandotemos vários corpos em conjunto,como se fora um único.

Para determinar o centro de massa de um conjunto depontos materiais em um único plano, consideramos um con-junto de pontos materiais P1, P2, ... Pn, de massas m1, m2, ...,mn. Em relação a um sistema cartesiano, estes pontos estãonas posições (x1, y1), (x2, y2), ..., (xn, yn) do gráfico a seguir.

O → centro de massa

Page 126: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

128Capítulo 10

Centro de massa é o ponto cujas coordenadas x e y sãodadas pelas médias ponderadas das coordenadas x e y dos di-versos pontos, sendo as massas dos corpos os pesos na média.Assim:

x

m x m x m xm m m

n n

n�

� �

� � �1 1 2 2

1 2

......

y

m y m y m ym m m

n n

n�

� �

� � �1 1 2 2

1 2

......

Um conjunto de corpos em um sistema isolado pode serestudado externamente como se fora um só corpo, tomando-se como base o seu centro de massa.

Exemplo

a) Dado o sistema de pontosmateriais ao lado, determi-nar o centro de massa dosistema, uma vez que amassa de A é 2 kg, a de B é1 kg e a de C é 5 kg.

y2

y

x

yn

m1

P1

x1 xn

mnPn

x2

m2

P2

y1

x

y

2

A

B

C

3

1�2

�2

4

Page 127: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

129Capítulo 10

Solução

x �

� � � � � �

� �

2 2 1 4 5 22 1 5

( ) ⇒ x � �

14

y �

� � � � � �

� �

2 3 1 3 5 22 1 5

( ) ⇒ y � �

38

CM � �

14

38

,⎛⎝

⎞⎠

3. Equilíbrio de um ponto material

Para que um ponto material esteja em equilíbrio, bastaque a força resultante sobre ele seja nula.

Serão analisadas, agora, apenas situações em que as forçasestão no mesmo plano. Podemos analisar o sistema, decompon-do as forças atuantes em um par de eixos perpendiculares, comorigem no ponto de referência onde se queira analisar. Dessamaneira, a somatória das forças nos dois eixos tem que ser nula.

Exemplo

Supondo o sistema ao lado em equilíbrio, calcu-le a tração nos fios A e B.

P � 100 N

OA

60° B

Solução

P

60°

TB

TB

Tp

Tp

TA TA

TB

TP

TA 60°

Page 128: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

130Capítulo 10

Σx � TB � cos 60° � TA � 0 ⇒ T

TA

B�2

Σy � TB � sen 60° � TP � 0 ⇒

⇒ T NB �

100sen 60

115,5°

TA � 115,5

257,75 N� ⇒ TA � 57,7 N; TB � 115,5 N

4. Momento (torque) de uma força

Define-se o momento de uma força em relação a um pon-to O, também chamado pólo, como o produto da intensidadeda força F

→ pela distância d do pólo à linha de ação da força.

M � �F � d M � �F � d

d d

O O

F→

F→

� �

Por convenção, adota-se o sinal positivo para o momentoem que a força tende a gerar, em torno do pólo, rotação nosentido anti-horário; quando a força tende a gerar, em tornodo pólo, rotação no sentido horário, adota-se o sinal negativo.

Exemplo

a) Calcule o momento produzi-do pelas forças indicadas nafigura ao lado, e mostre qualdelas é mais eficiente pararetirar a porca indicada.

0,2 m0,1 m

0,1 m

F1

F2

F3

�F1� � �F2

� � �F3�

Page 129: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

131Capítulo 10

⎧⎪⎨⎪⎩Solução

M1 � �F1 � 0,2

M2 � �F2 � 0,3 ⇒ M3 � M2 � M1

M3 � �F3 � 0,4

A força F3 é mais eficiente, pois produz maior torque sobre a porca.

No exemplo acima, quanto maior a haste da ferramenta, uma vezaplicada a força na extremidade da haste, menor será a força ne-cessária para girar a porca. A esse efeito dá-se o nome de efeitode alavanca.

Utilidades da alavancaO efeito de alavanca tem uma infinidade de aplicaçõespráticas, uma vez que, com uma pequena força e a utiliza-ção de um braço de alavanca, podemos obter momentosou torques consideráveis.Outro exemplo de torque está na caixa de câmbio de um au-tomóvel, que é constituída de elementos mecânicos quecompatibilizam o torque e a velocidade do motor com a ne-cessidade de torque e velocidade nas rodas. Observe que, emuma “subida”, utilizamos a chamada primeira marcha paraobter alto torque e, em conseqüência, obtemos baixa veloci-dade. Não conseguimos que o automóvel vença a “subida”na quinta marcha, que é de baixo torque e alta velocidade.

5. Equilíbrio de um corpo extenso

Para que um corpo extenso esteja em equilíbrio, devemser satisfeitas as condições:

• a soma vetorial das forças que agem sobre o corpo deveser nula;

• a soma dos momentos das forças que agem sobre o cor-po, em relação a um ponto qualquer, deve ser nula.

Page 130: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

132Capítulo 10

x

A B

O

y

B

C

A

45°

P→

45°

45° 45°

T→

T→

F→

P→

F→

P→

Exemplos

a) Dois meninos estão sentados nas extremidades de uma gangorra de3,6 m de comprimento. O garoto da extremidade A tem 25 kg de mas-sa, e o da extremidade B, 20kg. Determine os compri-mentos x e y indicados na fi-gura para que a gangorra fi-que em equilíbrio no pontode apoio.

Solução

ΣM0 � 0 ⇒ PA � x � PB � y ⇒ 25x � 10y �

x � y � 3,6 m ⇒ x � 3,6 � y �

� → � ⇒ 25 (3,6 � y) � 20y ⇒ y � 2 m

x � 2 � 3,6 ⇒ x � 1,6 m

b) Na figura ao lado, mostramos uma estruturaem que a barra AB é rígida e o fio BC é ideal.Sendo o peso da carga P � 200 N, determinea tração no fio BC e as componentes horizon-tal e vertical da força na articulação A.

Solução

ΣFx � 0 ⇒ F � cos 45° � T � cos 45° � 0

ΣFy � 0 ⇒ F � sen 45° � T � sen 45° � P � 0

F � cos 45° � T � cos 45° ⇒ F � T

F � sen 45° � T � sen 45° � P

2 F � sen 45° � P

Page 131: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

133Capítulo 10

F P

sen senN�

��

�2 45200

2 45° °� 141,4

T � F � 141,4 N ⇒ T � 141,4 N

Fx � F � cos 45° � 100 N ⇒ Fx � 100 N

Fy � F � sen 45° � 100 N ⇒ Fy � 100 N

1. (UFRRJ) Na figura abaixo suponhaque o menino esteja empurrandoa porta com uma força F1 � 5 N,atuando a uma distância d1 � 2 mdas dobradiças (eixo de rotação) eque o homem exerça uma forçaF2 � 80 N a uma distância de10 cm do eixo de rotação.Nestas condições, pode-se afir-mar que:a) a porta estaria girando no sentido de ser fechada;b) a porta estaria girando no sentido de ser aberta;c) a porta não gira em sentido algum;d) o valor do momento aplicado à porta pelo homem é maior que

o valor do momento aplicado pelo menino;e) a porta estaria girando no sentido de ser fechada, pois a massa

do homem é maior do que a massa do menino.

2. (UFSC) A barra da figura abaixo é homogênea, com 8,0 m de compri-mento e 18,0 N de peso. A 2,0 m da extremidade B é colocado umpeso de 8,0 N.Na situação deequilíbrio, cal-cule o móduloda reação que oapoio B exercena barra. Dê suaresposta emnewtons.

BA

6,0 m 2,0 m

Page 132: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

134Capítulo 10

A B

3. Duas pessoas carregam um pacote que pesa 500 N, suspenso emuma barra AB de peso desprezível, de 2,0 m de comprimento,cujas extremidades apóiam-se em seus ombros. O pacote está a0,6 m da extremidade A. A força aplicada pela extremidade B aoombro do carregador será de:

a) 250 N

b) 150 N

c) 300 N

d) 350 N

e) 100 N

4. (UFSC) Os três corpos da figura a seguir têm massas respectiva-mente iguais a 4, 3 e 2 kg. Eles estão colocados sobre uma barrarígida e de peso desprezível, que se encontra sobre um apoiocentral. Qual a distância x3 (em metros), em relação ao ponto O,onde devemos colocar a massa m3, para que o sistema permane-ça em equilíbrio na horizontal?

m1

x1 � 10 m x2 � 10 m

m3m2

x3 � ?

O4 kg 2 kg 3 kg

5. (Unicamp–SP) O bíceps é um dos músculos envolvidos no pro-cesso de dobrar nossos braços. Esse músculo funciona num siste-ma de alavanca como é mostrado na figura a seguir. O simplesato de equilibrarmos um objeto na palma da mão, estando o bra-ço em posição vertical e o antebraço em posição horizontal, é oresultado de um equilíbrio das seguintes forças: o peso P do obje-to, a força F que o bíceps exerce sobre um dos ossos do antebra-ço e a força C que o osso do braço exerce sobre o cotovelo. A dis-tância do cotovelo até a palma da mão é de a � 0,30 m e a dis-

Page 133: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

135Capítulo 10

tância do cotovelo atéo ponto em que o bí-ceps está ligado a umdos ossos do antebraçoé de d � 0,04 m. O ob-jeto que a pessoa estásegurando tem massam � 2,0 kg. Desprezeo peso do antebraço eda mão.

a) Determine a força F que o bíceps deve exercer no antebraço.b) Determine a força C que o osso do braço exerce nos ossos do

antebraço.

6. (Enem-MEC) Um portão está fixo em um muro por duas dobradi-ças A e B, conforme mostra a figura, sendo P o peso do portão.

Caso um garoto se dependure no portão pela extremidade livre, esupondo que as reações máximas suportadas pelas dobradiças se-jam iguais,

a) é mais provável que a dobradiça A arrebente primeiro que a B.

b) é mais provável que a dobradiça B arrebente primeiro que a A.

c) seguramente as dobradiças A e B arrebentarão simultaneamente.

d) nenhuma delas sofrerá qualquer esforço.

e) o portão quebraria ao meio, ou nada sofreria.

Page 134: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

136Capítulo 11

EQUILÍBRIO DOS FLUIDOS

1. Fluidos

Fluidos são corpos que não apresentam forma própria.Quando despejamos um fluido em um recipiente, ele ad-

quire a forma desse recipiente.Os líquidos e os gases são considerados fluidos.Os gases têm o volume variável e preenchem totalmente o

volume do recipiente que os contém, ao passo que os líquidostêm volume quase invariável, ou seja, são praticamenteincompressíveis.

2. Pressão

Consideremos uma superfície de área A sobre a qual sedistribui perpendicularmente um sistema de forças de resul-tante igual a F

→.

Chamamos de pressão média na superfície em questão, oqüociente entre o módulo da força e a área da superfícieconsiderada.

p F

Am �

Page 135: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

137Capítulo 11

área A

Para um sistema de forças com distribuição uniforme so-bre a superfície, a pressão média será igual à pressão em qual-quer ponto.

p F

A�

No SI, a unidade de pressão é o pascal (Pa), que equivale a

um Newton por metro quadrado Nm2

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟ .

1 Pa � 1 Nm2

Exemplo

a) Uma área de 1,5 m2 está submetida a uma pressão uniforme de10 Pa. Qual a força total, em newtons, que age sobre a superfície?

Solução

F � p � A ⇒ F � 10 � 1,5 ⇒ F � 15 N

2.1. Pressão atmosféricaA Terra está envolta por uma camada de gases, o ar, cha-

mada atmosfera. Como o ar também tem peso, ele exerce umapressão sobre a superfície da Terra chamada pressão atmosfé-rica. No nível do mar, a pressão atmosférica vale 1,0 � 105 Pa.Este valor é chamado de pressão atmosférica normal.

Atmosfera (atm) é outra unidade usada como medida paraa pressão.

1 atm � 1,0 � 105 Pa

Page 136: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

138Capítulo 11

3. Densidade

Consideremos um corpo de massa m e volume V. A densida-de do corpo é definida como o quociente da massa pelo volume.

d m

V�

A unidade para a densidade no SI é o quilograma por

metro cúbico kg

m3

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟.

Lembramos que a unidade litro (�) também é muito usadapara a medida de volume, equivalendo a:

1� � 1 dm3 � 1,0 � 10�3 m3

Apresentamos, a seguir, uma tabela de densidades para vá-rios materiais:

Exemplos

a) Um bloco de massa 20 kg ocupa um volume de 0,02 m3. Qual é ovalor de sua densidade?

Solução

d m

Vd d

kg

m� � � �⇒ ⇒20

0 021 0 103

3,,

Materiais Densidade kg

m3

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

Ar (20°C e 1 atm) 1,2Álcool etílico 0,79 � 103

Gelo 0,92 � 103

Água 1,00 � 103

Vidro 2,60 � 103

Alumínio 2,70 � 103

Ferro 7,60 � 103

Mercúrio 13,60 � 103

Ouro 19,30 � 103

Platina 21,40 � 103

Page 137: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

139Capítulo 11

b) Determine a massa de um litro de água e de um litro de mercúrio.

Solução

Massa de 1 � de água:

dágua � 1,0 � 103 kg

m3 ⇒ Vágua � 1,0 � 10�3 m3

m � d � V ⇒ m � 1,0 � 103 � 1,0 � 10�3 ⇒ m � 1,0 kg

Massa de 1� de mercúrio:

dmercúrio � 13,6 � 103 kg

m3

m � d � V ⇒ m � 13,6 � 103 � 1,0 � 10�3 ⇒ m � 13,6 kg

c) Uma força de 25 N é exercida por um martelo na cabeça de um prego,cuja área de contato com uma superfície de madeira é de 0,30 mm2.Calcule, em Pa, a pressão exercida pela ponta do prego na madeira.

Solução

A � 0,30 mm2. Convertendo essa área de mm2 para m2, temos3,0 � 10�7 m2.

p F

Ap p� �

�� �

�⇒ ⇒25

1010

77

3,08,3 Pa

d) Para determinar a pureza de uma peça de ouro de 5,02 g, mergulhou-se a peça em um recipiente graduado contendo água. Pela diferençado nível da água antes e depois de mergulhar a peça, determinou-se ovolume da peça em 0,26 cm3. A peça é realmente de ouro?

Solução

mp � 5,02; g � 5,02 � 10�3 kg;

Vp � 0,26 cm3 � 2,6 � 10�7 m3

d

mV

dpp

pp� �

�⇒ ⇒5,02

2,6

10

10

3

7

⇒ dp � 1,93 � 104 kg

m3

A peça é de ouro, pois apresenta a mesma densidade desse metal.

Page 138: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

140Capítulo 11

4. Lei de Stevin

Considerando um líquido emequilíbrio no interior de um recipi-ente, sendo pA e pB as pressões nospontos A e B, a diferença das pres-sões é diretamente proporcional àdensidade (d) do líquido, à acelera-ção da gravidade local (g) e à dife-rença de nível entre os pontos (h).

pB � pA � d � g � h

Como conseqüência dessa lei, dois pontos no mesmo nívelestarão sujeitos à mesma pressão, atendendo à condição deequilíbrio do líquido.

Quando a superfície do líquido está sujeita à ação da pres-são atmosférica, o cálculo da pressão no ponto P é realizadocom base na seguinte fórmula:

p � patm � d � g � h

hA

B

P

h

Patm

A parcela d � g � h da equaçãoacima é chamada pressão hidros-tática ou efetiva, e p, pressão totalou absoluta.

ptotal � patm � phidrostática

O gráfico ao lado representaessa fórmula.

Leia sobre As Marés no Encarte Colorido.

P

hO

Patm

Page 139: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

141Capítulo 11

Exemplos

a) Um peixe de água salgada está submerso no mar a 50 m de profun-didade, em um local onde a pressão atmosférica é de 1,0 atm. Sa-

bendo-se que a densidade da água do mar é d � 1,03 � 103 kg

m3 e

g � 10ms2 , determine a pressão a que o peixe está submetido.

Solução

p � patm � d � g � h e patm � 1,0 � 105 Pa

p � 1,0 � 105 � 1,03 � 103 � 10 � 50 ⇒ p � 6,15 � 105 Pa

b) Um tubo foi enchido com dois líquidos diferentes, água e óleo.Após o equilíbrio do sistema, temos a situação abaixo:

14 cmyx

9 cm

8 cm

água

óleo

Calcule a densidade do óleo usado no sistema.

Solução

p d g h

p d g hp px atm o

y atm ax y

� � � �

� � � ��

p

p1

2

⎫⎬⎭

do � g � (9 � 10�2) � 1,0 � 103 � g � (14 � 10�2 � 8 � 10�2) ⇒

⇒ do � 6,7 � 102 kg

m3

c) Sabendo-se que o barômetro é uminstrumento usado para a medidada pressão atmosférica, baseado nalei de Stevin e de acordo com a fi-gura ao lado, determine a pressãolocal (SI). Dados: densidade do mer-

cúrio d � 13.600kg

m3 , g � 10 ms2

e h � 50 cm.

h

vácuo

mercúrio

Page 140: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

142Capítulo 11

18 cm

vácuo

Solução

patm � d � g � h ⇒ patm � 1,36 � 104 � 10 � 50 � 10�2 ⇒⇒ patm � 6,8 � 104 Pa ou patm � 6,8 � 10�1 atm

d) Na figura ao lado, vemos umrecipiente com gás rarefeito eum medidor de pressão (manô-metro) de mercúrio acoplado.Calcule a pressão do gás (SI)utilizando d e g do exemploanterior.

Solução

p � d � g � h ⇒ p � 1,36 � 104 � 10 � 18 � 10�2 ⇒⇒ p � 2,4 � 104 Pa

5. Princípio de Pascal*

Tome-se uma esfera oca provida de orifícios tampados commaterial adequado e cheia de líquido, sendo possível aplicarpressão por meio de um êmbolo, conformemostra a figura a seguir. Ao ser acionado oêmbolo em um determinado instante, to-dos os tampões se soltam simultaneamen-te, provando que a pressão exercida peloêmbolo se transmite uniformemente portodo o líquido e paredes do recipiente.

O princípio de Pascal é uma conseqüência da lei de Stevin.

A variação de pressão provocada em um ponto de umlíquido se transmite integralmente a todos os pontos do lí-quido e as paredes do recipiente que o contém.

* Blaise Pascal (1623-1662)Matemático, físico, filósofo religioso e homem de letras nascido na França.

Page 141: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

143Capítulo 11

S1 S2

F1

F2

S1 S2

�x2�x1

F1

F2

Este princípio tem apli-cação prática na prensahidráulica, esquematizadaao lado, largamente utili-zada no dia-a-dia.

Aplicando-se sobre asuperfície S1 uma forçaF1→

, haverá sobre o líquidoum acréscimo de pressãodado por:

ΔP

FS

� 1

1

.

O acréscimo de pressão se transmite para o líquido e exer-ce pressão sobre a superfície maior S2. Assim, temos:

ΔP

FS

FS

FS

� �2

2

1

1

2

2⇒

As forças atuantes na prensa hidráulica têm intensidadesdiretamente proporcionais às áreas dos êmbolos.

A prensa hidráulica é utilizada em situações onde é neces-sário, com a aplicação de uma força de pequena intensidade,obter forças de grande intensidade, como nos elevadores depostos de troca de óleo para veículos, prensas de fardos etc.

Observe que o volume de líquido deslocado do primeirorecipiente, após o movimento dos êmbolos, passa a ocuparo recipiente maior. Logo, o deslocamento dos êmbolos seráinversamente proporcional à suas respectivas áreas:

Δx1 � S1 � Δx2 � S2

Page 142: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

144Capítulo 11

Exemplos

a) Uma prensa hidráulica consta de dois tubos cujas áreas são 10 cm2

e 50 cm2, respectivamente. Aplica-se no êmbolo do cilindro menoruma força de intensidade 50 N. Determine a força exercida peloêmbolo maior e o seu deslocamento para cada 5,0 cm do êmbolomenor.

Solução

Para o cálculo da força exercida pelo embolo maior, temos:

FS

FS

F F N1

1

2

22 2

5010

50 250� � � �⇒ ⇒

Para o deslocamento solicitado, temos:

Δx1 � S1 � Δx2 � S2 ⇒ S2

1050

��5,0 ⇒ S2 � 1,0 cm

b) Um elevador de veículos é acionado por um cilindro de 45 cm2 deárea útil, no qual se pode aplicar uma força máxima de 1.200 N. Oóleo pelo qual é transmitida a pressão é comprimido em um outrocilindro de 765 cm2. Qual é a capacidade de levantamento do ele-

vador? Dê a resposta em quilogramas. Use g � 10 ms2

.

Solução

F

FS

S F N21

12 2

31 20045

765 10� � � � � �⇒ . 20,4

CN

kg

s

��20,4 10

10

3

2

⇒ C � 2,04 � 103 kg ou 2,04 ton

c) Uma bomba de alta pressão bombeia óleo hidráulico por um enca-namento que o leva a um pistão de área útil 80 cm2. Sabendo-se

que o óleo é mantido pela bomba a uma pressão de 500 N

cm2 , de

termine a força que o pistão tem condições de exercer. Considerequaisquer perdas desprezíveis.

Solução

p F

SF N

cmcm F N� � � � �⇒ ⇒500 80 10

22 44,0

Page 143: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

145Capítulo 11

6. Experiência de Torricelli — outras unidades de pressão

O instrumento utilizado por Torricelli para sua experiênciaconsta de um tubo de aproximadamente 1 m, completamentecheio de mercúrio, invertido em uma cuba que também con-tém mercúrio. Liberando-se o tubo, o nível do mercúrio desceaté chegar a uma altura de 76 cm, conforme a figura a seguir,no caso de a experiência ter sido realizada no nível do mar,

onde g = 9,8 ms2

, e à temperatura de 0 °C. Acima do mercúrio,

forma-se a chamada câmara barométrica, onde encontramospraticamente vácuo.

Na experiência descrita, apressão atmosférica na superfí-cie do líquido é equilibradapela pressão que exerce a co-luna de mercúrio com 76 cm.

As colunas líquidas, como otubo do barômetro (instrumentoutilizado para a medida de pres-são) de Torricelli, exercem umapressão que não depende do diâ-metro do tubo. Por essa razão, é comum medir a pressão atmos-férica em unidades correspondentes à altura de colunas líquidas.

A pressão atmosférica normal corresponde a uma colunade mercúrio com 76 cm de altura, medida a 0°C em um local

de g � 9,8 ms2 . Essa medida constitui a unidade atmosfera

normal ou simplesmente atmosfera (atm). Sua equivalênciacom a unidade centímetro de mercúrio (cmHg) ou milímetrode mercúrio (mmHg), também chamada Torricelli (torr), a uni-dade SI, é apresentada a seguir:

1 atm � 76 cmHg � 760 mmHg

1 atm � 1,013 � 105 Nm2

h � 76 cm

câmarabarométrica

Page 144: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

146Capítulo 11

volume de líquidodeslocado pelo corpo

Com base nessa experiência, Arquimedes estabeleceu oseguinte princípio:

Um corpo mergulhado em um fluido em equilíbrio, re-cebe um empuxo vertical, de baixo para cima, cuja inten-sidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.

Tomando um fluido de densidade constante, temos:

E � Pf (Pf � peso do fluido deslocado)

* Arquimedes (287-212 a.C.)Inventor e matemático grego. Principalmente conhecido como notório matemático e contribuidorpara diversos ramos da Física.

Para uma temperatura ambiente normal e para qualquerponto da superfície da Terra, costuma-se, na prática, tomar aleitura da coluna de mercúrio como medida direta da pressãoatmosférica, sem efetuar correções.

7. Princípio de Arquimedes*

Um corpo, ao ser mergulhado em um líquido, aparente-mente tem seu peso diminuído, chegando às vezes a ser total-mente anulado quando o corpo flutua. Esse fenômeno ocorredevido a uma força que atua de baixo para cima, aplicadapelo líquido sobre o corpo, sempre que o mesmo é mergulha-do. A essa força chamamos empuxo (E).

Tomando um recipiente graduado contendo água, conformea figura abaixo, mergulha-se nele um corpo. É possível observarque a presença do corpo deslocou um determinado volume (V)de líquido.

Page 145: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

147Capítulo 11

Sendo V1 o volume do fluido deslocado e df , a densidadedo fluido, temos:

Pf � df � Vf � g

Logo:

E � df � Vf � g

Para o caso de mergulho de corpos em líquidos, temos trêssituações distintas:a) O corpo é mais denso que o líquido, logo, o mesmo fica to-

talmente imerso e o volume do líquido deslocado é igualao volume do corpo.

Pc � E ⇒ dc � dL,

Onde Pc é o peso do corpo, dc, a densidade do corpo, e dL,a densidade do líquido.

b) O corpo tem a mesma densidade do líquido, logo, o mes-mo fica totalmente imerso e o volume do líquido deslocadoé igual ao volume do corpo.

Pc � E ⇒ dc � dL

As forças que agem sobre o corpo são nulas, seja qual for aprofundidade do corpo imerso.

c) O corpo é menos denso que o líquido; logo, o corpo ficaráparcialmente imerso e sujeito, de início, à ação de uma for-ça resultante de baixo para cima, denominada forçaascensional, até que, à medida que o corpo vai emergindoe o volume do líquido deslocado diminui – e, por conse-guinte, a força ascensional também diminui –, o equilíbrioé atingido. Quando o equilíbrio é atingido, o volume do lí-quido deslocado será menor que o volume do corpo.

Pc E ⇒ dc dL

(antes do equilíbrio)

Page 146: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

148Capítulo 11

Exemplos

a) Um corpo de 300 cm3 está totalmente submerso em água, apoiadono fundo de um recipiente. Sabendo-se que a densidade do corpo

é igual a 6.000kg

m3 , determine a força que o corpo exerce no fun-

do desse recipiente. Considere g � 10ms2 .

Solução

A força solicitada será o peso do corpo, subtraído do empuxo aoqual o mesmo está submetido. Logo:

F � P � EP � m � g � dc � Vc � gP � 6.000 � 300 � 10�6 � 10 ⇒ P � 18 NE � dL � VL � gE � 1.000 � 300 � 10�6 � 10 ⇒ E � 3 N

F � 18 � 3 ⇒ Fp � 15 N

A flutuabilidade dos balõesO ar tem sua densidade reduzida ao ser aquecido. Como oar dentro do balão é aquecido por uma chama, quando elese dilata, parte do ar escapa e o que permanece dentro dobalão tem sua densidade reduzida.Pelo fato de o ar externo sermais denso que o interno aobalão, o empuxo sobre o ba-lão será maior que seu peso,fazendo-o flutuar, e, regulan-do-se a temperatura do ar in-terno, o balão sobe ou desce.

Page 147: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

149Capítulo 11

b) Um bloco com peso Pc � 2.700 N, flutua com 60% de seu volumesubmerso. Determine a densidade do líquido (dL) no qual o blocoestá parcialmente submerso.

Solução

Pc � E � 2.700 N

E � dL � VL � g ⇒ VL � 0,6 � 0,5 m3 � 0,3 m3

dL �

�2 700

10.

0,3 ⇒ dL � �900kg

m3

c) Um corpo totalmente imerso em mercúrio está em equilíbrio. Cal-cule o peso desse corpo, sabendo-se que o volume deslocado foi

de 30 cm3. Considere g � 10ms2 .

Solução

E � Pc ⇒ dc � dL � 13,6 � 103 kg

m3

Vc � Vdeslocado � 30 cm3

Pc � E � dL � VL � g ⇒ Pc � 13,6 � 103 � 30 � 10�6 � 10

⇒ Pc � 4,08 � 10�1 N

1. (Unicamp-SP) Ao serem retirados 128 litros de uma caixa d’águade forma cúbica, o nível da água baixa 20 centímetros.

a) Calcule o comprimento das arestas da referida caixa.

b) Calcule sua capacidade em litros (1 litro equivale a 1 decíme-tro cúbico).

2. Sabendo-se que a densidade de um dado óleo comestível é

0,8g

cm3 , pergunta-se:

a) Quanto pesa o óleo contido em uma lata de 900 ml?

b) Quantas latas de 900 ml são necessárias para armazenar180 kg de óleo?

Page 148: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

150Capítulo 11

4. (UFSE) Dois líquidos A e B, não miscí-veis, foram colocados dentro de umrecipiente como na figura ao lado.

O gráfico que melhor representa a va-riação da pressão P nos pontos no in-terior dos líquidos em função da dis-tância à superfície, Y, é:

a) c) e)

b) d)

ar

A

B

0

h

Y

2h

P

P

0 Y

P

P2

0 h 2h Y

P1

P

P2

P1

0 h 2h Y

P

P2

P1

0 h 2h Y

P

P2

P1

0 h 2h Y

3. (Unicamp–SP) Um mergulhador persegue um peixe 5,0 m abaixo dasuperfície de um lago. O peixe foge da posição A e se esconde emuma gruta na posição B, conforme mostra a figura:

Sabendo-se que a pres-são atmosférica na su-perfície da água é igual a

P � 1,0 � 105 Nm2 , res-

ponda:

a) Qual a pressão sobreo mergulhador?

b) Qual a variação depressão sobre o peixenas posições A e B?

(Adote g � 10ms2 )

Page 149: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

151Capítulo 11

5. (UFMG) Observe a figura querepresenta o corte de um ele-vador hidráulico.

Este elevador possui dois pis-tões, o menor com área A1 e omaior, com área A2 � 16 A1.

Se um corpo de massa M for colocado sobre o pistão maior, serápreciso, para equilibrar o conjunto, colocar sobre o pistão menorum outro corpo cuja massa deverá ser igual a:

a) M16

b) M4

c) M d) 4M e) 16M

6. (UFMG) Um certo volume de água é colocado num tubo U, abertonas extremidades. Num dos ramos do tubo, adiciona-se um líquido dedensidade menor do que a da água, o qual não se mistura com ela.

Após o equilíbrio, a posição dos dois líquidos no tubo está corre-tamente representada pela figura:

a) c) e)

b) d)

A1 A2

água

água

água

água

água

7. (Cesgranrio-RJ) Colocou-se um recipiente com água sobre um dospratos de uma balança. A seguir, mergulhou-se na água do reci-piente uma pedra, suspensa por um fio preso a um suporte fixo. Abalança desequilibrou-se do lado do recipiente, ao mesmo tempoque o nível d’água subiu. Em seguida, retirou-se água até a balan-ça ficar equilibrada. Pode-se afirmar que o volume de água retira-da é igual ao (à):

Page 150: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

152Capítulo 11

Dados: densidade da água � 1,0g

cm3

densidade da pedra � 3,0g

cm3

a) volume da pedra;

b) dobro do volume da pedra;

c) triplo do volume da pedra;

d) metade do volume da pedra;

e) terça parte do volume da pedra.

8. (Fuvest-SP) Uma esfera de volume 0,6 cm3 tem massa m1 � 1,0 g.Ela está completamente mergulhada em água e presa, por um fiofino, a um dos braços de uma balança de braços iguais, comomostra a figura a seguir. É sabido que o volume de 1,0 g de águaé de 1,0 cm3. Então, a massa mL que deve ser suspensa no outrobraço da balança, para mantê-la em equilíbrio, é:

a) 0,2 g

b) 0,3 g

c) 0,4 g

d) 0,5 g

e) 0,6 g

9. (UFSC) Assinale as afirmações corretas.

a) A pressão atmosférica nos diferentes pontos da superfície daTerra é variável e depende da altitude considerada.

b) O teorema de Arquimedes só pode ser utilizado para corposcompletamente mergulhados na água.

c) Num mesmo plano horizontal e no mesmo líquido em repouso,todos os pontos estão sujeitos a pressões iguais.

d) Num mesmo líquido e num mesmo lugar, a pressão hi-drostática varia linearmente com a profundidade, isto é, a pres-são é tanto maior quanto maior for a profundidade.

mL

m1

� �

Page 151: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

153Capítulo 11

e) A pressão exercida sobre um líquido se transmite igualmenteem todas as direções.

f) A prensa hidráulica é um dispositivo multiplicador de força eque tem seu funcionamento baseado no princípio de Pascal.

10. (Unicamp–SP) A atração gravitacional da Lua e a força centrífugado movimento conjunto de rotacão da Lua e da Terra são as prin-cipais causas do fenômeno das marés. Essas forças fazem comque a água dos oceanos adquira a forma esquematizada (e exage-rada) da figura a seguir. A influência do Sol no fenômeno das ma-rés é bem menor, mas não disprezível, porque, quando a atraçãodo Sol e da Lua se conjugam, a maré torna-se mais intensa.

a) Quantas marés altas ocorrem em um dia, em um mesmo local?

b) Como estará a maré no Brasil quando a Lua estiver bem acimado Japão?

c) Faça um desenho mostrando a Terra, a Lua e o Sol na situação emque a maré é mais intensa. Qual é a fase da Lua nessa situação?

11. (Unesp-SP) Considere o princípio de Arquimedes aplicado às si-tuações descritas e responda.

a) Um submarino está completamente submerso, em repouso, semtocar no fundo do mar. O módulo do empuxo exercido pela águano submarino é igual, maior ou menor que o peso do submarino?

b) Quando o submarino passa a flutuar, em repouso, na superfíciedo mar, qual o novo valor do empuxo exercido pela água nosubmarino, em relação à situação anterior?

Page 152: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

154Capítulo 12

ESCALAS DE TEMPERATURA –COMPORTAMENTO TÉRMICO

DA MATÉRIA

1. Temperatura

As partículas que constituem os corpos se agitam continua-mente. Por exemplo: se observarmos um corpo sólido qualquer,como uma barra de ferro, macroscopicamente não haverá movi-mento aparente. No campo microscópico, no entanto, as molé-culas se movimentam continuamente em seus campos de ação.

Temperatura é a grandeza que mede a maior ou menor in-tensidade dessa agitação, chamada agitação térmica.

1.1. Escalas termométricasPara a graduação do termômetro de mercúrio, instrumento

destinado à medição de temperatura, usamos a escala Celsius,oriunda dos antigos graus centígrados que atribuíam os valo-res 0 °C e 100 °C às temperaturas de fusão e ebulição daágua, sob pressão normal, que correspondem a dois pontos daaltura h do termômetro. O intervalo entre esses dois pontos édividido em 100 partes.

Page 153: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

155Capítulo 12

Celsius Kelvin

ebuliçãoda água

fusãoda água

zero absoluto

100 °C 373 K

273 K

0 K

0 °C

�273 °C

TKTC

Existe uma determinada temperatura na qual a agitaçãomolecular atinge um valor mínimo. Essa temperatura é conhe-cida como zero absoluto e é a menor temperatura possível.

O zero absoluto corresponde a aproximadamente �273,15 °C.A escala de temperatura Kelvin*, escala absoluta, atribui o

valor zero de temperatura ao zero absoluto e tem, por normasinternacionais, uma série de valores de referência.

A relação entre as escalas Celsius e Kelvin é mostrada aseguir:

Nos países de língua inglesa, ainda é comum o uso da es-cala Fahrenheit, na qual as temperaturas de fusão do gelo eebulição da água, sob pressão normal, são 23 °F e 212 °F, res-pectivamente, dividindo o intervalo entre esses pontos em180 partes. A fórmula de conversão para a escala Celsius édada a seguir:

T

Tc

F�

�5 1609

* William Thompson Kelvin (1824-1907)Físico escocês, que resolveu várias questões, tal como propor a escala de temperaturaabsoluta.

Tc � TK � 273

Page 154: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

156Capítulo 12

15

TA

TC (C°)�15

Exemplos

a) Um termômetro de mercúrio foi graduado a partir das medidas� � 1 cm para o ponto de fusão e � � 10 cm para o ponto de ebu-lição. Determine o comprimento x correspondente a 30 °C.

Solução

� �

� �

1cm

10 cm

→→

T C

T C

0

100

°°

⎫⎬⎭

x �

��

110 1

30 0100 0

⇒ x � 3,7 cm

b) Quais são as temperaturas Celsius e Kelvin correspondentes a 14 °F?

Solução

T TC F

532

9�

� ⇒

TC ��

�14 32

95

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

⇒ TC � �10 °C

TK � 273 � 10 ⇒ TK � 263 K

c) Um termômetro graduado na escala Celsius e outro na escalaFahrenheit atingem o mesmo valor numérico quando mergulhadosem um líquido. Determine o valor da temperatura medida.

Solução

TC � A °C e TF � A °F ⇒

T TC F

532

9�

� ⇒

A A5

329

�� ⇒ A � �40 °C � �40 °F

d) O gráfico ao lado representa indica-ções de temperatura em um termô-metro A, com as correspondentesindicações de um termômetro gra-duado na escala Celsius.

Determine a fórmula de conversãoentre as indicações de escala dosdois termômetros.

Page 155: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

157Capítulo 12

60

95

0

X

C�5

�10

20

0

X C

100

Solução

T T

T TC A

A C

� � �

� �

0 15

0 15

⇒⇒

⎫⎬⎭

TA � �15 � TC

1. (UFRR) Colocam-se em um mesmo recipiente três termômetros: umCelsius, um Fahrenheit e um Kelvin. Aquece-se o sistema até que avariação de leitura fornecida pelo termômetro Celsius seja de 45 °C.Quais as variações de leitura obtidas pelos outros termômetros?

a) 81 °F, 113 K c) 113 °F, 81 K e) 45 °F, 81 K

b) 81 °F, 45 K d) 113 °F, 45 K

2. Comparando-se a escala X deum termômetro com a escala C(Celsius), obtém-se o gráficode correspondência entre asmedidas representado ao lado.Considerando o gráfico, noponto de fusão do gelo o ter-mômetro X marca:

a) �5 b) �10 c) 10 d) zero e) n.d.a.

3. (UFAC) A temperatura de uma máquina na escala Fahrenheit é de122 °F. Qual é sua temperatura na escala Celsius?

a) 40 °C b) 46 °C c) 50 °C d) 60 °C e) 80 °C

4. Duas escalas termométricas estãorelacionadas na figura ao lado,uma em °X e a outra em °C(Celsius).Qual a indicação na escala Celsiusquando a escala X marcar 5 °X?

a) 15 °C d) 5 °C

b) 30 °C e) n.d.a.

c) 50 °C

Page 156: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

158Capítulo 12

2. Estados de agregação da matéria

Classicamente, existem três estados distintos de agregaçãoda matéria – estados sólido, líquido e gasoso –, estabelecidospor Aristóteles.

No estado sólido, há uma forte coesão molecular, resultan-do em forma e volume bem caracterizados.

No estado líquido, a força de coesão molecular é menosintensa, resultando em volume definido mas em forma variá-vel. O líquido assume a forma do recipiente que o contém.

No estado gasoso, a força de coesão é muito fraca; assim,volume e forma são indefinidos. Nesse estado, a substância sedistribui por todo o espaço para ela disponível.

O estado em que uma substância se apresenta dependedas condições de temperatura e pressão a que ela está sub-metida. Podemos utilizar a água pura como exemplo. Sobcondições normais de pressão, a água está no estado sólidoem temperaturas inferiores a 0 °C, no estado líquido entre0 °C e 100 °C e no estado gasoso em temperaturas acima de100 °C.

3. Comportamento térmico dos corpos sólidos

À medida que aumenta a temperatura de um corpo,aumenta a amplitude de suas agitações ou vibrações mo-leculares e, em conseqüência desse fato, as distâncias médiasentre as moléculas aumentam, alterando as dimensões físicasdo corpo que tem seu volume aumentado (dilatação). Quandoa temperatura do corpo diminui, temos o efeito contrário: adiminuição do volume (contração).

3.1. Dilatação térmica linearTomando o comprimento de uma barra L0 na temperatura

T0 e ocorrendo um aumento na temperatura, que passa a valer

Page 157: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

159Capítulo 12

Material α (°C�1) Material α (°C�1)Alumínio 2,4 � 10�5 Ferro 1,2 � 10�5

Latão 2,0 � 10�5 Aço 1,2 � 10�5

Prata 1,9 � 10�5 Platina 0,9 � 10�5

Ouro 1,4 � 10�5 Vidro 0,9 � 10�5

Cobre 1,4 � 10�5 Vidro pirex 0,3 � 10�5

Alguns efeitos da dilataçãoEm estruturas que sofrem dilataçãotérmica, tais como em pontes, tri-lhos de trem e estradas de concreto,é necessário que sejam incluídas noprojeto as chamadas juntas de dila-tação.

T, o comprimento passa a valer L. A fórmula para o fenômenoserá:

L � L0(1 � α � �T)se:

�L � L � L0 ⇒ �L � L0 � α � �T

O coeficiente de proporcionalidade α é uma caracterís-tica do material e é denominado coeficiente de dilataçãotérmica linear.

α �

�� �L

L T0

A unidade de α é 1/ °C ou °C�1.Na tabela a seguir, podemos conhecer o coeficiente de di-

latação térmica linear de vários materiais:

Page 158: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

160Capítulo 12

Exemplos

a) Um trilho de ferro tem comprimento inicial de 100 m a uma tem-peratura de 15 °C. Qual a variação de comprimento para umacréscimo de temperatura de 20 °C?

Solução

�L � L0 � α � �T ⇒ �L � 100 � 1,2 � 10�5(20 � 15) ⇒⇒ �L � 6,0 � 10�3 m

b) Qual o coeficiente de dilatação térmica linear de uma barra queaumenta um milésimo de seu comprimento a cada 2 °C de eleva-ção da temperatura?

Solução

�T � 2 °C

L � L0 � L0 � 10�3 ⇒ �L � L0 � 10�3

�� �L

L T0⇒

α �

�LL

03

0

102

⇒⇒ α � 5 � 10�4 °C�1

c) Uma barra de ferro está a 20 °C e tem o comprimento de 10 cm.A barra deverá ser encaixada perfeitamente em um sistema quelhe oferece um espaço de 9,998 cm. Para quantos graus Celsius abarra deve ser resfriada, no mínimo, para atender à condição es-tipulada?

Solução

T C

L cm

C

0

5 1

20

10

� � �

� � � �

0,002

1,2

°

°

⎬⎪

⎭⎪

� ���

T LLα 0

� ��

� ��T

0,002

1,2 10,00010 5⇒ �T � �16,7 °C

�T � T � T0 ⇒ T � 20,0 � 16,7 ⇒ T � 3,3 °C

A barra deve ser resfriada para 3,3 °C.

Page 159: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

161Capítulo 12

3.2. Dilatação térmica superficialPara uma placa de área A0 e temperatura T0, se a tempe-

ratura muda para T a área será A. Assim, vale a relação:

A � A0 (1 � β � �T)

onde β depende do material e é o coeficiente de dilatação tér-mica superficial do material. O valor desse coeficiente é pra-ticamente o dobro do coeficiente de dilatação linear para to-dos os materiais.

β � 2α

3.3. Dilatação térmica volumétricaPara um bloco de volume V0 e temperatura T0, se a tempe-

ratura muda para T o volume será V. Assim, vale a relaçãoV � V0(1 � γ � �T) , onde γ depende do material e é o coefici-ente de dilatação térmica volumétrica do material. O valordesse coeficiente é praticamente o triplo do coeficiente de di-latação térmica linear para todos os materiais.

γ � 3α

Os coeficientes de dilatação térmica podem ser relaciona-dos da seguinte maneira:

α β γ1 2 3

� �

É conveniente observar que a dilatação térmica de um cor-po sólido oco se dá como se o corpo fosse maciço. Dada umaesfera oca, sua dilatação volumétrica é a mesma que ocorreriase a esfera fosse maciça. Da mesma maneira, um orifício feitoem uma placa aumenta com a temperatura, como se o orifíciofosse preenchido com o material da placa.

Exemplos

a) Uma chapa metálica bastante fina tem sua área aumentada em0,1% quando aquecida em 80 °C. Determine os coeficientes de di-

Page 160: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

162Capítulo 12

latação térmica superficial, linear e volumétrica do material queconstitui a chapa.

Solução

� � � � � �

� �

� �

A A T

A A

T C

03

010

80°

⎬⎪

⎭⎪

β ��

�1080

30

0

AA

⇒ β � 1,250 � 10�5 °C�1

α �β2

⇒ α � 6,250 � 10�6 °C�1

g � 3α ⇒ γ � 1,875 � 10�5 °C�1

b) Uma placa fina de ouro a 25 °C tem um orifício circular de diâme-tro igual a 30 cm. Qual o diâmetro do orifício se a temperatura foraumentada em 150 °C?

Solução

A � A0 � (1 � β � �T) ⇒

π πd2 2

4 4�

30 (1 � 2,8 � 10�5 � 150) ⇒ d � 30,06 cm

c) Uma esfera oca de cobre a 20 °C tem um volume interno de 1 m3.Qual o novo volume interno se a temperatura da esfera passar a serde 120 °C?

Solução

V � V0 (1 � γ � �T) ⇒ V � 1 � (1 � 4,3 � 10�5 � 100) ⇒⇒ V � 1,004 m3

4. Comportamento térmico dos líquidos

Para os líquidos, só se con-sidera a dilatação térmica vo-lumétrica, uma vez que os lí-quidos não têm forma própria.

Apresentamos ao lado umatabela com os coeficientes dedilatação térmica volumétricade alguns líquidos

Líquidos γ (°C�1)água 20,7 � 10�5

éter 165,6 � 10�5

glicerina 48,5 � 10�5

mercúrio 18,2 � 10�5

álcool etílico 74,5 � 10�5

Page 161: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

163Capítulo 12

Para que se possa medir seu coeficiente de dilatação térmica,o líquido deve estar contido em um recipiente graduado. É im-portante lembrar que, quando a temperatura varia, tanto o lí-quido quanto o recipiente têm seus volumes alterados.

Chamamos de variação de volume aparente (�Vap) o valorlido no recipiente graduado após uma variação de temperatu-ra �T. Sendo �Vf a variação do volume do frasco e �V a varia-ção de volume real do líquido, obtemos �V � �Vap � �Vf.

Como V0 é o volume inicial do líquido, chegamos aV � V0(1 � γ � �T) ⇒ �V � V0 � γ � �T, onde γ é o coeficientede dilatação real do líquido. Considerando γap o coeficientede dilatação aparente, temos �Vap � V0 � γap � �T.

Tomando γf como o coeficiente de dilatação do recipiente,chegamos a

�Vf � V0 � γf � �TPortanto,

γ � γap � γf

Exemplos

a) Um frasco graduado de vidro contém álcool etílico a 10 °C, comvolume determinado em 80,0 dm3. Aquecendo o conjunto até60 °C, qual será o novo volume do álcool etílico?

Solução

V � V0 � (1 � γ � �T) ⇒ V � 80,0 � (1 � 74,5 � 10�5 � 50)

⇒ V � 83,0 dm3

b) Um frasco de vidro graduado contém água. A 20 °C é determinadoum volume de 50,00 cm3. Aquecendo-se o conjunto até 80 °C, de-termina-se o novo volume em 50,55 cm3. Determine o coeficientede dilatação volumétrica da água nesse intervalo.

Solução

T C ml

T C ml T C0 20

80 0

� �

� �

� �

� �

V 50,00

V 50,55V 0,55 ml

60

ap

ap°°

⎫⎬⎭⎪ °

⇒⇒

Page 162: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

164Capítulo 12

O comportamento anômalo da águaSe considerarmos uma porção de água sob pressão normala 0 �C, e, em seguida, aumentarmos a temperatura para 4 �C,verificaremos a diminuição de seu volume, fenômeno aoqual denominamos contração.Se continuarmos aquecendo essa porção de água, observa-remos o aumento de seu volume, ao qual denominamos di-latação.A seguir podemos observar o que foi descrito anteriormen-te por meio de gráficos.

�Vap � V0 � γap � �T ⇒ � �

�ap0,55

50,00 60⇒

⇒ γap � 1,83 � 10�4 °C�1

γf � αvidro � 3 � 2,7 � 10�5 °C

γ � γap � γf ⇒ γ � 1,83 � 10�4 � 2,7 � 10�5 ⇒⇒ γ � 2,1 � 10�4 °C�1

T (°C)4

1

d (g/cm3)

T (°C)4

V

Vmin

O da esquerda representa a densidade e o da direita, o vo-lume da água em função da temperatura.

Page 163: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

165Capítulo 12

Para uma determinada massa de água à temperatura de 4 �C,temos um volume mínimo e, por conseguinte, uma densi-dade máxima.Esse comportamento anômalo da água é explicado pelascaracterísticas especiais de sua natureza química.Pelas razões descritas, podemos entender por que, em umclima frio, os lagos congelam superficialmente, enquantoque no fundo a água permanece em estado líquido, a 4 °C.Como a densidade da água é máxima nessa temperatura,ela permanece no fundo, não havendo possibilidade deequilíbrio térmico em função da diferença de densidade.

5. Comportamento térmico dos gases

Para estudar o comportamento dos gases, adotamos ummodelo hipotético, chamado gás ideal, que se baseia nas se-guintes hipóteses:

• Gás é um conjunto de moléculas em movimento caóti-co, que chocam-se elasticamente entre si e com as paredes dorecipiente que as contém, não exercendo ação mútua, excetonas colisões.

• O volume próprio das moléculas pode ser desprezadoquando comparado com o volume ocupado pelo gás.

Sendo o volume do gás ideal V, a pressão p e a temperaturaabsoluta T, estando o gás em equilíbrio, podemos afirmar que:

• O volume do gás é o mesmo do recipiente que o contém.• Do movimento molecular que provoca choques contínuos

contra a parede do recipiente, resulta uma pressão. O valordessa pressão é o qüociente da força média aplicada pelo gásàs paredes e à área das paredes.

• A temperatura absoluta do gás é diretamente proporcio-nal à energia cinética média de translação de suas moléculas.

Page 164: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

166Capítulo 12

É muito importante observar que um gás real se aproximadas condições ideais quanto mais elevada for sua temperaturae mais baixa for sua pressão.

O volume de um gás ideal à pressão constante varia damesma maneira que o volume dos sólidos e líquidos:

�V � γp � V0 � �T ou V � V0(1 � γp � �T)

O coeficiente de proporcionalidade (γp) não depende danatureza do gás, sendo denominado coeficiente de dilataçãotérmica do gás sob pressão constante. Seu valor é de

γ p C� �1

2731°

Analogamente, a variação da pressão de um gás a volumeconstante vale �p � γp � p0 � �T ou p � p0 (1 � γv � �T).

O coeficiente de proporcionalidade γv não depende da na-tureza do gás, sendo denominado coeficiente de variação dapressão a volume constante. Seu valor é

γ v C� �1

2731°

Exemplos

a) Num recipiente onde é possível variar o volume livremente, há819 cm3 de gás ideal submetido à temperatura de 80 °C. Qual será onovo volume do gás se ele for resfriado para �20 °C?

Solução

V0 � 819 cm3

T C

T CT C0 80

20100

� �� � �

°°

⎫⎬⎭

°

V � v0 (1 � γp � �T) ⇒ V � � �819 1 1

273100( )⎛

⎝⎞⎠ ⇒

⇒ V � 519 cm3

Page 165: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

167Capítulo 12

folga

b) A pressão medida em um determinado volume constante de gásperfeito, quando sua temperatura é de 0 °C, vale 1 atm. Quando atemperatura do gás for elevada a 50 °C, qual será a nova pressãoencontrada?

Solução

p0 � 1,0 atm

T C

T CT C0 0

5050

�� �

°°

⎫⎬⎭

°

p � p0(1 � γv � �T) ⇒ p � � �1 1 1

27350⎛

⎝⎞⎠ ⇒ p � 1,2 atm

5. (UFBA) Uma ponte de 100 m de comprimento é composta deduas vigas de ferro, como ilustra a figura a seguir. No local daponte, a diferença de temperatura entre inverno e verão é de50 °C. Calcule, em centímetros, a folga que deve ser deixada en-tre as duas partes daponte, no inverno, paraque a dilatação do ferronão a danifique no ve-rão. Coeficiente térmicode dilatação linear doferro: 1,0 � 10�5 °C�1.

6. (UFAC) A chapa de um determinado metal tem área de 3,2 m2

à temperatura de 22 °C; sabendo-se que o coeficiente linear do metalé 25 � 10�6 °C�1, calcule sua área quando a temperatura for de 82 °C.

7. (UFSE) Uma barra metálica sofre acréscimo de 0,06% em relaçãoao seu comprimento inicial quando sua temperatura sofre umavariação de 40 °C. O coeficiente de dilatação linear médio dessemetal, nesse intervalo de temperatura, é, em °C:

a) 12 � 10�5 c) 6,0 � 10�5 e) 1,2 � 10�5

b) 8,0 � 10�5 d) 1,5 � 10�5

Page 166: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

168Capítulo 12

8. (UFSE) Os comprimentos X, Y e Z tomados sobre uma arruela,cuja temperatura é 20 °C, estão indicados no esquema ao lado.Aquecendo-se a arruela a 100 °C, X, Y e Z sofrem variações. Assi-nale a alternativa da tabela que indica a variação correta de cadacomprimento.

X Y Za) aumenta aumenta aumentab) aumenta aumenta diminuic) aumenta diminui aumentad) diminui aumenta aumentae) aumenta diminui diminui

9. (UFGO) Uma esfera de ferro de 10,00 cm de raio está apoiada so-bre uma argola de alumínio de 9,99 cm de raio, mantida na hori-zontal e a 0 °C. Sendo o coeficiente de dilatação volumétrica doferro 3,6 � 10�5 °C�1 e o coeficiente de dilatação superficial doalumínio 4,8 � 10�5 °C�1, pergunta-se:a) Em que temperatura do conjunto a esfera cairá através da argola?b) Supondo a esfera de alumínio e a argola de ferro, em que tem-

peratura a esfera cairá?

10. (Unimep-SP) Um frasco de vidro está totalmente cheio com200 cm3 de mercúrio a 20 °C. O conjunto é aquecido a 70 °C.

Qual o volume do mercúrio que será transbordado?

Coeficiente de dilatação térmica volumétrica do vidro:2,7 � 10�5 °C�1 e do mercúrio: 1,8 � 10�4 °C�1.

a) 2,07 cm3 c) 9,0 cm3 e) 1,53 cm3

b) 0,9 cm3 d) 15,3 cm3

11. (UFSC) O pneu de um automóvel foi regulado de forma a manteruma pressão interna de 21 libras-força por polegada quadrada, auma temperatura de 14 oC. Durante o movimento do automóvel,no entanto, a temperatura do pneu elevou-se a 55 °C. Determinea pressão interna correspondente, em libras-força por polegadaquadrada, desprezando-se a variação de volume do pneu.Considere o pneu cheio de gás ideal.

X Y

Z

Page 167: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

169Capítulo 12

A B

12. (PUC-RJ) Uma porca está muito aper-tada num parafuso. O que você devefazer para afrouxá-la?a) é indiferente esfriar ou esquentar a

porca;b) esfriar a porca;c) esquentar a porca;d) é indiferente esquentar ou esfriar o

parafuso;e) esquentar o parafuso.

13. Um gás real se aproxima do modelo ideal quando:a) sua pressão for elevada e a temperatura, baixa;b) seu volume for o mais elevado possível;c) sua temperatura for elevada e a pressão, baixa;d) sua pressão for a mais baixa possível.

14. (Cesgranrio-RJ) A figura ao lado representa uma lâmina bimetá-lica. O coeficiente de dilatação linear do metal A é a metade docoeficiente de dilatação linear de B. À temperatura ambiente,a lâmina está na vertical. Se a temperatura for aumentada em200 °C, a lâmina:a) continuará na vertical;b) curvará para a frente;

c) curvará para trás;d) curvará para a direita;

e) curvará para a esquerda.

15. (UFPA) Quando resfriamos uma determinada massa de água de 4 °Caté 0 °C, ocorre que:a) o volume e a densidade da água aumentam;

b) o volume aumenta e a densidade diminui;c) o volume e a densidade diminuem;

d) o volume diminui e a densidade aumenta;

e) o volume permanece constante e a densidade aumenta.

Page 168: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

170Capítulo 13

CALOR

1. Introdução

Calor é uma forma de energia que é transferida de um cor-po para outro devido à diferença entre suas temperaturas.

À medida que a temperatura dos corpos se iguala, cessa atransferência de energia, e nessa situação é atingido o equilí-brio térmico.

O termo calor é usado para indicar a energia transferida deum corpo ou sistema a outro, não sendo usado para indicar aenergia que um corpo possui.

A unidade de calor Q, no sistema SI, é o joule (J). As uni-dades mais usadas, no entanto, são a caloria (cal) e seu múlti-plo, o quilocaloria (kcal).

1 cal � 4,18 J1 kcal � 103 cal

2. Fonte térmica

Denomina-se fonte térmica ou de calor, um sistema quepode fornecer um fluxo de energia calorífica (calor) sem que suatemperatura varie. A chapa de um fogão elétrico pode fornecercalor continuamente com a mesma temperatura, por exemplo.

Page 169: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

171Capítulo 13

Uma fonte térmica tem “potência” ou “fluxo calorífico”determinado pelo quociente da quantidade de calor fornecidaQ, pelo intervalo de tempo Δt.

P

Qt

��

As unidades de fluxo ou potência calorífica são a caloria

por segundo cals

⎛⎝

⎞⎠ , a caloria por minuto cal

min⎛⎝

⎞⎠ e a unida-

de SI, watt (W), equivalente ao joule por segundo Js

⎛⎝

⎞⎠ .

Exemplos

a) Uma fonte fornece 50 cal a cada minuto. Determine a potência dafonte em watt. Dado: 1 cal � 4,18 J.

Solução

PQ

P��

� �t

⇒ 50 cal1 min

50 calmin

ou

P �

�4,18 5060

⇒ P � 3,5 Js

ou P � 3,5 W

b) A potência de um chuveiro elétrico é 4.000 W. Determine a capa-cidade de fornecimento de calor em calorias por minuto, conside-rando o chuveiro como fonte ideal.

Solução

P � 4.000 Js

⇒ P cal

� �4 000 60.

min4,18⇒

⇒ P � 57,4 kcalmin

As calorias dos alimentosO número de calorias de um alimento é dado pela somadas calorias transferidas ao organismo pelas gorduras, pro-teínas e hidratos de carbono consumidas.

Page 170: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

172Capítulo 13

3. Propagação de calor

Como já vimos, para que haja propagação de calor é ne-cessário haver diferença de temperatura entre dois corpos ousistemas.

O calor se propaga do corpo de temperatura mais alta parao de temperatura mais baixa.

A propagação de calor ocorre por três processos diferentes:• condução;• convecção;• irradiação.

3.1. Condução térmicaCondução térmica é a transferência de energia do movimen-

to (vibração) entre as moléculas de um sistema. Por exemplo: umbastão de aço que, ao ser aquecido em uma extremidade, após

A seguir estão alguns alimentos e bebidas e seus valorescalóricos:

Chocolate (200 g) 940 calFeijão (250 g) 850 calArroz (250 g) 940 calCachorro quente 290 calHambúrguer 260 calMilk shake de chocolate 380 calGarrafa de cerveja 300 calMaçã 80 cal

Assim a preocupação em ter uma alimentação balan-ceada e a prática de exercícios deve ser uma constante navida de todos para manter a boa saúde e a boa forma.

Page 171: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

173Capítulo 13

algum tempo, tem sua temperatura aumentada em toda sua ex-tensão. As moléculas do material, do lado que está sendo aque-cido, recebem energia e começam a aumentar sua vibração rapi-damente. Essa vibração vai se estendendo ao longo da barra atéa outra extremidade.

Dependendo do material, o processo de condução é maisrápido ou mais lento. Os materiais nos quais a condução é rápi-da são denominados condutores; aqueles nos quais a conduçãoé demorada são os isolantes ou mau condutores. Como condu-tores podemos citar o aço, o alumínio, o cobre etc.; como iso-lantes, a borracha, a lã de vidro, o amianto, o isopor etc.

Esse conceito tem muitas aplicações. Quando precisamosque uma peça qualquer mantenha sua temperatura, podemosrevesti-la com um material que seja isolante térmico, comouma capa de isopor para uma garrafa de cerveja que deseja-mos conservar gelada. Há situações em que precisamos decondução rápida de calor, como em um aquecedor qualquerou um radiador automotivo, que deverá ser construído comum material que seja bom condutor.

A Lei de Fourier rege fenômenos de condução de calor en-tre dois pontos separados por um meio qualquer, desde quenão haja variação de temperatura ao longo do tempo nessespontos. Considere uma barra de comprimento L e secçãotransversal A, isolada em sua extensão, cujas extremidadesestejam em contato com dois sistemas com temperaturas T1 eT2 constantes.

A

L

T1 T2

isolante

Page 172: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

174Capítulo 13

O fluxo de calor que se propaga pela barra é dado pelafórmula:

P

L K

A(T T1 2� �� )

A constante K em

cals cm C� � ° é chamada coeficiente de

condutibilidade térmica do material que constitui a barra.O valor numérico da constante é alto para condutores e baixopara isolantes, conforme podemos observar nos valores apre-sentados abaixo:

Exemplos

a) Uma barra cujo coeficiente de condutividade térmica é

0,8

cals cm C� � ° , tem 1,0 m de comprimento e secção transversal

de 20 cm2. A barra é isolada nas laterais e tem uma de suas extre-midades imersa em um líquido a 5 °C e a outra em um líquido a80 °C. Determine o fluxo de calor ao longo da barra.

Solução

P K

A T TL

� ��( )1 2 ⇒

P � �

� �0,8

20 80 5100( ) ⇒ P � 12 cal

s

b) Uma placa de borracha, de espessura 1,0 cm e área de 0,2 m2,separa dois recipientes com temperaturas de 25 °C e 85 °C, res-pectivamente. Determine o fluxo de calor através da placa deborracha.

Materiais K

cals cm C � � °

⎛⎝

⎞⎠

Cobre 0,97Ferro 0,12Borracha 0,00045Ar 0,000055Água líquida 0,00143

Page 173: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

175Capítulo 13

Solução

P K

A T TL

� ��( )1 2 ⇒

P � �

� �0,00045

1,02 000 85 25. ( )

⇒ P � 54 cals

3.2. Convecção térmicaA convecção térmica se caracteriza nos fluidos, ou seja, lí-

quidos, gases e vapores, motivada pela diferença de densida-de entre as porções do fluido em um determinado sistema.

Considerando uma chaleira de cozinha cheia de água queestá sendo aquecida sobre a chama de um fogão, observamosque a porção de líquido mais próxima à chama recebe calor etem sua densidade diminuída, fazendo com que essa porçãomigre para a parte superior da massa líquida. Esse movimentogera uma corrente ascendente de líquido quente e descenden-te de líquido frio. Essa é a chamada corrente de convecção.

Leia sobre A Inversão Térmica no Encarte Colorido.

3.3. Irradiação térmicaChama-se irradiação à transmissão de energia entre dois

sistemas, que ocorre por meio de raios infravermelhos, semque haja um contato físico entre eles e, por conseguinte, ummeio material de propagação.

Ao observarmos a estrutura de uma garrafa térmica, vemosque a superfície interna da peça, que recebe o líquido quente,é espelhada. Isso é feito para que os raios infravermelhos se-jam refletidos, minimizando o efeito da diminuição de tempe-ratura do líquido interno por efeito da irradiação térmica.

4. Calor sensível e calor latenteCalor sensível é o calor trocado por um determinado siste-

ma com outro ou outros, que provoca mudanças de tempera-tura. Quando aquecemos uma cuba com água, essa água temsua temperatura alterada. A quantidade de calor responsávelpor essa mudança de temperatura é o calor sensível.

Page 174: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

176Capítulo 13

100

130

0

�10

Q (cal)

T (°C)

A

B

C

DE

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5

Dada uma porção de água em ebulição, se continuarmoscedendo calor a essa porção, começará a ocorrer a vaporiza-ção. A porção do líquido que é convertida em vapor recebeuenergia calorífica para alterar seu arranjo molecular conformeo novo estado físico. Essa quantidade de energia ou calor échamada calor latente de vaporização. O calor latente nãopropicia aumento de temperatura, e sim mudança de estado.

O calor latente é função das características da substânciapara cada mudança de estado sofrida e depende, ainda, dapressão a que a substância está submetida.

Para a água submetida à pressão normal, o calor latente defusão e de vaporização valem, respectivamente:

LF � 80 calg

e LV � 540 calg

Considerando m, a massa de uma substância que muda deestado e L, o calor latente dessa mudança, a quantidade decalor Q envolvida é dada por:

Q � m � L

Para ilustrar esse conceito, elaboramos um gráfico carte-siano T (°C) x Q (cal) para a água à pressão normal em umprocesso de aquecimento:

Page 175: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

177Capítulo 13

No gráfico:A – aquecimento do gelo; Q1, Q3, Q5 – calor sensível;B – fusão; Q2 – calor latente trocadoC – aquecimento da água; na fusão;D – vaporização; Q4 – calor latente trocadoE – aquecimento do vapor; na vaporização.

Agora, analisemos a mesma situação para o resfriamentoda água à pressão normal:

100

130

0

�10

Q (cal)

T (°C)

AB

C

D

E

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5

A – resfriamento do vapor; Q1, Q3, Q5 – calor sensível;B – condensação; Q2 – calor latente trocadoC – resfriamento do líquido; na condensação;D – solidificação; Q4 – calor latente trocadoE – resfriamento do gelo; na solidificação.

Observe que, se uma substância muda seu estado com oganho de uma determinada quantidade de calor latente, parareverter o processo é necessário que ela perca a mesma quan-tidade de calor.

Page 176: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

178Capítulo 13

As quantidades de calor latente de condensação e calorlatente de solidificação da água à pressão normal valem:

LC � �540 calg

e LS � �80 calg

O sinal negativo significa, convencionalmente, que asubstância perde calor na mudança de estado.

Exemplos

a) Apresentamos a seguir um gráfico de aquecimento de uma determina-da substância pura, inicialmente em estado gasoso. A massa da subs-tância aquecida é de 1.000 g. São dados o calor latente de vaporiza-

ção da substância, LV � 250calg

, e o

calor latente de fusão, LF � 50calg

.

Determine as temperaturas de con-densação e solidificação da substân-cia e as quantidades de calor troca-das para cada mudança de estado.

Solução

A temperatura de condensação: TC � 110 °C .

A temperatura de solidificação: TS � �20 °C .

A quantidade de calor trocada na condensação vale:

Q � 1.000 g �

�250 calg

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

⇒ Q � �250 kcal

A quantidade de calor trocada na solidificação vale:

Q � 1.000 g �

�50 calg

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

⇒ Q � �50 kcal

b) O gráfico apresenta a variação com o tempo da temperatura de500 g de uma substância pura, em estado inicial sólido. Até o ins-tante 14 min, a substância está em contato com uma fonte térmica

de potência 800 calmin

. Após 14 min, a fonte é retirada.

110

�20Q (cal)

T (°C)

Page 177: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

179Capítulo 13

Determine:

1) a temperatura de fusão;

2) o calor latente de fusão;

3) a temperatura de soli-dificação;

4) o calor latente de soli-dificação.

Solução

b.1) Parando de aumentar a temperatura durante o fornecimentode calor pela fonte, há a indicação de que está ocorrendo amudança de estado da substância. A temperatura de fusãocorresponde ao primeiro patamar da representação gráfica(temperatura constante); logo:

TF � 80 °C .

b.2) A fusão demora um intervalo de 2 min. A potência da fonte é

P � 800 calmin

; logo:

Q � 800 � 2 � 1.600 cal

Esse valor é a quantidade de calor recebida durante a fusão. Ocalor latente de fusão vale:

Q � m � LF ⇒ LF �Qm

LF �1.600500 � 3,2

calg

b.3) Sendo a fonte desligada, o corpo passa a perder calor até quese solidifique no próximo patamar do gráfico, que equivale à

temperatura de TS � 80 °C

b.4) O calor latente de solidificação representa a situação inversado cálculo do calor latente de fusão; logo:

LS � �3,2calg

100

90

60

40

20

120

0 t (min)

T (°C)

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Page 178: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

180Capítulo 13

5. Capacidade térmica e calor específico

Consideremos um sistema que receba uma determinadaquantidade de calor Q, que propicie uma mudança de tempe-ratura �T sem mudanças de estado. Define-se como capacida-de térmica ou calorífica C do sistema a relação:

C

QT

��

A unidade usual da capacidade térmica é a caloria por

grau Celsius calC°

⎛⎝

⎞⎠ .

Se uma determinada porção de uma substância recebe 50 cale sua temperatura varia de 5 °C, sua capacidade térmica vale:

C

calC

�505 °

⇒ C � 10 calC°

A capacidade térmica mede numericamente a quantidadede calor produzida por uma variação unitária de temperaturaem um determinado corpo.

No exemplo citado anteriormente, a cada 10 cal que a por-ção de substância recebe, sua temperatura aumenta em 1 °C.

Tomando um corpo de massa m e capacidade térmica C,define-se capacidade térmica específica ou calor específico cda substância que constitui o corpo como sendo:

c C

m�

A unidade usual de calor específico é o quociente da calo-

ria pelo produto grama vezes grau Celsius

calg C� °

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

.

Admitindo-se a massa da substância do exemplo anteriorcomo 50 g, seu calor específico vale:

c

cal Cg

�10

50/ ° ⇒ c � 0,2

calg C� °

Page 179: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

181Capítulo 13

O calor específico é a medida numérica da quantidade decalor que propicia uma variação unitária de temperatura emuma unidade de massa da substância.

No exemplo anterior, a massa de 1 g da substância devereceber 0,2 cal para que sua temperatura aumente em 1°C.

O calor específico é uma grandeza que depende da natu-reza da substância e de seu estado de agregação.

Para a água, temos os seguintes valores de calor específico:

Estado da água c

calg C� °

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

sólida 0,5líquida 1gasosa 0,48

Citamos, abaixo, o calor específico em caloria por grama epor grau Celsius para outras substâncias nas condições ambien-tes (20 °C e 1 atm):

Substância c

calg C� °

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

Álcool 0,58Chumbo 0,031Ferro 0,11Vidro 0,20Alumínio 0,22

Leia sobre o Calor Específico da Água e Sua Influência noClima no Encarte Colorido.

Page 180: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

182Capítulo 13

Exemplos

a) Um corpo recebe 5.000 kcal e sua temperatura varia de 10 °C para250 °C. Qual é a capacidade térmica do corpo?

Solução

C

QT

��

⇒ C �

5 000 10250 10

3. ⇒ C � 20,8 kcalC°

b) Um corpo de 1 kg recebe 2.000 cal para que sua temperatura seeleve 50 °C. Quais são a capacidade térmica do corpo e o calorespecífico da substância que o constitui?

Solução

Sua capacidade térmica vale:

C

QT

��

⇒ C �

2 00050. ⇒ C � 40 cal

C°O calor específico da substância vale:

c C

m� ⇒

c ��

401 103

⇒ c � 0,04cal

g C°

c) A capacidade térmica de 200 g de um líquido é 45 calC°

. Qual é acapacidade térmica de 500 g do mesmo líquido?

Solução

c cal

g C� �

45200

0,225°

(calor específico do líquido)

C � c � m ⇒ C � 0,225 � 500 ⇒ C � 112,5 calC°

1. Assinale a(s) afirmativa(s) correta(s).Para que haja fluxo de calor entre um corpo e outro, é necessárioque os corpos:a) tenham calores específicos diferentes;b) tenham temperaturas diferentes;c) tenham diferentes quantidades de calor;d) tenham capacidades térmicas diferentes.

Page 181: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

183Capítulo 13

2. Se há fluxo de calor de um corpo A para outro B, podemos afir-mar que:

a) a capacidade térmica de A é maior que a de B;

b) B é melhor condutor que A;

c) a temperatura de A é maior que a de B;

d) a temperatura de B é maior que a de A;

e) a capacidade térmica de A é menor que a de B.

3. Assinale a alternativa falsa.

a) A energia solar chega até nós por radiação.

b) A condução térmica é a transferência de calor molécula a mo-lécula ou átomo a átomo.

c) A convecção ocorre basicamente para os sólidos e líquidos.

d) O calor se transfere de um lado a outro de uma barra metálicaaquecida em uma extremidade por condução.

4. (UFRS) No interior de uma geladeira, a temperatura é aproxima-damente a mesma em todos os pontos graças à circulação do ar.O processo de transferência de energia causado por essa circula-ção de ar é denominado:

a) radiação; c) condução; e) reflexão.

b) convecção; d) compressão;

5. Considerando a temperatura ambiente 20 °C, o contato dos péscom um piso de ardósia parece mais frio que com um piso demadeira. Isto acontece porque:

a) a madeira está sempre mais quente que o ambiente;

b) a ardósia está sempre mais fria que o ambiente;

c) o calor dos pés se transfere mais rapidamente para a ardósia,em virtude da maior condutividade térmica desse material emrelação à madeira;

d) a madeira possui maior condutividade térmica do que a ardósia;

e) a madeira é isolante térmico.

Page 182: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

184Capítulo 13

20

50

0 5

T (°C)

t (min)

6. Ao esmerilhar uma peça de ferro, um serralheiro é atingido porfagulhas de ferro incandescentes e não se queima. Isso aconteceporque as fagulhas:

a) têm calor específico elevado;

b) estão mudando de estado;

c) têm capacidade térmica muito pequena;

d) têm alta capacidade térmica;

e) têm calor específico pequeno.

7. Para que um andarilho do deserto suporte melhor o calor, é me-lhor que ele esteja:

a) vestido com qualquer roupa;

b) totalmente nu;

c) com roupas de lã;

d) com roupas de tecido de algodão bem fino.

8. (PUC-RS) A propagação de calor em dias frios, a partir de um con-dicionador de ar, numa sala, se dá principalmente por:

a) convecção d) irradiação e condução

b) irradiação e) irradiação, convecção e condução

c) condução

9. (UFSE) A temperatura de um corposólido de massa igual a 100 g estárepresentada no gráfico ao lado,em função do tempo t.Se o calor específico da substânciade que o corpo é feito vale

0,80 calg C°

, o número de calorias

que o corpo recebeu por minuto é:

a) 3,2 � 102 c) 4,8 � 102 e) 2,4 � 103

b) 4,0 � 102 d) 8,0 � 102

10. Uma placa de cortiça de espessura 3 cm e área 10 cm2, separadois sistemas cuja diferença de temperatura é 30 °C.

Page 183: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

185Capítulo 13

Sendo 0,00013

cals cm C� � °

, o coeficiente de condutividade tér-

mica da cortiça, determine o fluxo de calor conduzido através daplaca em calorias por minuto.

11. (Cesgranrio-RJ) Para a refrigeração do motor de um automóvel,tanto pode ser usado ar como água. A razão entre a massa de ar ea massa de água para proporcionar a mesma refrigeração no mo-tor do automóvel deverá ser igual a:

Dados: Car � 0,25

calg C� ° e Cágua � 1,0

calg C� °

a) 0,25 c) 1,2 e) 4,0

b) 1,0 d) 2,5

6. Calorimetria – Trocas de calor

Combinando as fórmulas já estudadas para capacidade tér-mica e calor específico, temos:

C

QT

e c Cm

��

� ⇒ Q � m � c � �T

A fórmula obtida anteriormente é chamada fórmula geralda calorimetria. Ela nos permite calcular a quantidade de ca-lor Q trocada por um corpo de calor específico c, ao sofreruma variação de temperatura �T.

A variação de temperatura �T é sempre dada pela diferen-ça entre a temperatura final menos a inicial, o que definirá osinal de Q como positivo ou negativo. Se o corpo receber ca-lor, Q será positivo. Se o corpo perder calor, Q será negativo.

A soma das quantidades de calor trocadas por doiscorpos isolados, até o estabelecimento do equilíbrio tér-mico, é zero.

Muitas experiências práticas em calorimetria são feitas emrecipientes chamados calorímetros.

Page 184: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

186Capítulo 13

Os calorímetros são isolados termicamente para evitar per-das de calor, de tal forma que não haja interferência do mes-mo nas trocas de calor em seu interior. Na prática, o isola-mento térmico ideal é impossível; por isso, é definida a capa-cidade térmica do calorímetro, para que as experiências reali-zadas em seu interior cheguem a resultados satisfatórios.

Exemplos

a) São colocados, dentro de um calorímetro a 10 °C, 50 g de água

pura a 25 °C. Sendo a capacidade térmica do calorímetro 1,5 calC°

,determine a temperatura de equilíbrio.

Solução

A quantidade de calor trocada pelo calorímetro é:

Q1 � C � �T ⇒ Q1 � 1,5 � (TF � 10) ⇒ Q1 � 1,5TF � 15

A quantidade de calor trocada pela água é:

Q2 � m � c � �T ⇒ Q2 � 50 � 1 � (TF � 25) ⇒Q2 � 50TF � 1.250

Somando as quantidades de calor, temos:

Q1 � Q2 � 0 ⇒ 1,5TF � 15 � 50TF � 1.250 � 0 ⇒⇒ TF � 24,6 °C

b) Determine a quantidade de calor que 1� de água deve perder parareduzir sua temperatura de 80 °C para 5 °C.

Solução

Q � m � c � �T ⇒ Q � 1.000 � 1 � (5 � 80) ⇒ Q � 275 kcal

c) Calcule a quantidade de calor necessária para transformar 100 gde gelo a �10 °C em água líquida a 20 °C. Dados: o calor especí-

fico do gelo, 0,50 calg C° ; o calor latente de fusão do gelo, 80 cal

g;

e o calor específico da água líquida, 1,0 calg C° . Mostre a represen-

tação gráfica da curva de aquecimento do processo.

Page 185: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

187Capítulo 13

Solução

Para o aquecimento do gelo, temos:Q1 � m � c � �T ⇒ Q1 � 100 � 0,5 � (10) ⇒ Q1 � 500 cal

Para a fusão do gelo, temos:Q2 � m � L ⇒ Q2 � 100 � 80 ⇒ Q2 � 8.000 cal

Para o aquecimento da água líquida, temos:Q3 � m � c � �T ⇒ Q3 � 100 � 1 � (20) ⇒ Q3 � 2.000 cal

A quantidade de calor total necessária no processo é:QT � Q1 � Q2 � Q3 ⇒ QT � 500 � 8.000 � 2.000 ⇒⇒ QT � 10,5 kcal

Para a representaçãográfica pedida, temos:

T (°C)

20

�10

0 10,58,50,5 Q (Kcal)

12. (UFMG) Um bloco de gelo de 80 g foi colocado em um calorí-metro, bem-isolado, contendo 50 g de água. Depois de várias ho-ras, observou-se uma situação final na qual havia, ainda, 80 g degelo no interior do calorímetro. Pode-se concluir, desta experiên-cia, que:

a) a condutividade térmica do gelo é igual à da água;

b) as quantidades de calor contidas na água e no gelo, na situa-ção final, tornaram-se iguais;

c) a temperatura final do gelo e da água era de 0 °C;

d) o calor específico do gelo é igual ao calor específico da água;

e) o calor latente de fusão do gelo é maior do que a energia con-tida na água.

Page 186: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

188Capítulo 13

13. (PUC-SP) Observe as figuras a seguir sobre a formação de brisasmarítima e terrestre.

Durante o dia, o ar próximo à areia da praia se aquece mais rapi-damente do que o ar próximo à superfície do mar. Dessa forma, oar aquecido do continente sobe e o ar mais frio do mar desloca-separa o continente, formando a brisa marítima. À noite, o ar sobreo oceano permanece aquecido mais tempo do que o ar sobre ocontinente, e o processo se inverte. Ocorre então a brisa terrestre.Dentre as alternativas a seguir, indique a que explica, correta-mente, o fenômeno apresentado

a) É um exemplo de convecção térmica e ocorre pelo fato de aágua ter um calor específico maior do que a areia. Dessa for-ma, a temperatura da areia se altera mais rapidamente.

b) É um exemplo de condução térmica e ocorre pelo fato de aareia e a água serem bons condutores térmicos. Dessa forma, ocalor se dissipa rapidamente.

c) É um exemplo de irradiação térmica e ocorre pelo fato de aareia e a água serem bons condutores térmicos. Dessa forma, ocalor se dissipa rapidamente.

d) É um exemplo de convecção térmica e ocorre pelo fato de aágua ter um calor específico menor do que a areia. Dessa for-ma, a temperatura da areia se altera mais rapidamente.

e) É um processo de estabelecimento do equílibrio térmico eocorre pelo fato de a água ter uma capacidade térmica des-prezível.

Page 187: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

189Capítulo 13

14. (UFCE) Considere uma certa massa M de gelo a 0 °C, que deve sermisturada com igual massa M de água a uma certa temperaturainicial T. Qual deve ser essa temperatura, em °C, de modo que nofinal se tenha unicamente água a 0 °C? Considere o calor espe-

cífico da água como 1cal

g C° e o calor latente de fusão do gelo,

L � 80calg

.

15. (UFSE) O calor de combustão de uma substância é a quantidadede calor que ela fornece por unidade de massa que sofre combus-tão total. Sabendo-se que o calor de combustão do álcool é de

6.400 calg

, pode-se afirmar que a massa mínima de álcool a ser

utilizada como combustível para fundir um bloco de gelo de 400 ga 0 °C é, em gramas, de:a) 2,0 c) 1,6 � 10 e) 4,0 � 102

b) 5,0 d) 6,4 � 10

16. (UFMS) Uma pessoa ingere 1,5 � de água a 7 °C por dia e a tem-peratura de seu corpo é 37,0 oC. Considerando que um litro de

água equivale a 1.000 g e que seu calor específico é 1,0 calg C°

,

determine a quantidade de calor perdido por uma pessoa, pordia, em quilocalorias, devido unicamente à ingestão de água.

17. (UFPI) Num calorímetro que contém 1.000 g de água a 20 °C, in-troduzimos 500 g de gelo a �16 °C. O calorímetro é de cobre esua massa é de 280 g. Supondo que não haja perdas de calor, atemperatura final do sistema e a massa de gelo fundida são, res-pectivamente:a) 0 °C e 300 g c) 0 °C e 202 g e) 0 °C e 200 gb) 1 °C e 280 g d) 2 °C e 400 g

O calor específico do cobre é 0,0286 calg C°

.

Page 188: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

190Capítulo 14

ÓPTICA

1. Introdução

O sentido da visão nos proporciona a percepção do mun-do à nossa volta. É por meio desse sentido que, em um relan-ce, recebemos inúmeras informações específicas e minucio-sas. Dessa maneira, a luz é o agente que nos permite ver osobjetos. É, também, uma forma de energia radiante, que sepropaga pelo espaço.

A parte da Física que estuda o comportamento da luz é aóptica geométrica.

2. Fontes de luz e velocidade da luz

Para que possamos ver um objeto, por exemplo, é neces-sário que este seja uma fonte de luz, que pode ser:

Primária – são primárias as fontes que emitem luz própria,como o Sol, uma chama, uma lâmpada acesa etc.

Secundária – apenas refletem a luz de fontes primárias.Todos os objetos iluminados são fontes secundárias.

Uma fonte luminosa é chamada puntiforme quando suasdimensões podem ser desprezadas em relação às distânciasque a separam de outros corpos; caso contrário, é chamadaextensa. A lâmpada acesa de um poste, vista por um passageiro

Page 189: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

191Capítulo 14

através da janela de um avião, é uma fonte puntiforme, aopasso que a mesma lâmpada, vista por alguém que atravessa arua, por exemplo, é uma fonte extensa.

A luz se propaga com uma velocidade muito grande. A ve-locidade da luz é função do meio de propagação. Para ovácuo, a velocidade de propagação da luz vale:

c � 3,0 � 108 ms ou c � 300.000

kms

Em um meio material, a velocidade da luz é menor que novácuo e seu valor depende do tipo de luz que se propaga.

Exemplos

a) A Terra dista 15 � 107 km do Sol. Qual o tempo de percurso da luzdo Sol até a Terra?

Solução

V � c �dtΔ ⇒ Δt �

dc ⇒ Δt �

15 10

3 0 10

10

8

�,⇒

⇒ Δt = 500 s ou 8 min 20 s

b) Qual é a duração do percurso da luz de uma fonte até um objetoque está a 10 m da mesma?

Solução

Δt �dc

⇒ Δt �

103 0 108, �

⇒ Δt � 3,3 � 10�8 s

c) Um ano-luz é definido como sendo a distância que a luz percorreem um ano no vácuo. Essa unidade é usada para medir distânciasmuito grandes, como as astronômicas. Determine a distância daTerra até a estrela Alfa-Centauri, sabendo-se que a luz de Alfa-Centauri chega até a Terra em quatro anos e meio.

Solução

Um ano-luz vale:

d � 365 � 24 � 3.600 � 3 � 108 m ⇒ d � 9,46 � 1012 km

Page 190: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

192Capítulo 14

luz branca vermelhoalaranjadoamareloverdeazulanilvioleta

A luz vermelha é a que se propaga mais rapidamente; a vio-leta é aquela que tem propagação mais lenta.

Toda luz que sofre dispersão em um prisma é chamadapolicromática, pois contém várias cores. A luz que não sofredispersão é chamada monocromática, ou seja, contém apenasuma cor.

4. Meios de propagação

Um meio é chamado transparente à luz quando nele a luzse propaga por distâncias consideráveis e segundo trajetóriasbem definidas, com formas geométricas determinadas. O vá-cuo, o ar, pequenas espessuras de água ou vidro, por exem-plo, são transparentes.

Denomina-se translúcido o meio no qual a luz se propagaatravés de distâncias consideráveis, mas segundo trajetóriasestatisticamente irregulares, de formas imprevisíveis. O vapord’água, o vidro leitoso e o papel vegetal são alguns exemplosde meios translúcidos.

Assim, Alfa-Centauri está distante da Terra:

x � 4,5 � 9,46 � 1012 km ⇒ x � 4,26 � 1013 km

3. Cores

Se a luz branca for dispersa em um prisma de vidro, pode-mos verificar que ela é decomposta em luzes, conforme mos-tra a figura a seguir.

Page 191: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

193Capítulo 14

Quando a luz praticamente não consegue se propagaratravés de um meio, ele é denominado opaco. A madeira e osmetais são exemplos de materiais opacos, a não ser que apre-sentem espessura muito pequena.

5. Princípios da óptica

5.1. Princípio da propagação retilínea da luzNas situações analisadas, podemos considerar que em um

meio homogêneo e transparente a luz se propaga sempre emtrajetórias retilíneas.

Para representar a propaga-ção da luz entre dois pontos,utilizamos, em nossos estudos,a idéia do raio de luz.

5.2. Princípio da independência dos raios de luzUm raio de luz não interfere na propagação de outro.

5.3. Princípio da reversibilidade dos raios de luzQuando o sentido de propagação da luz é invertido, sua

trajetória não muda.

raios de luz

espelho

espelho

6. Sombra e penumbra

A formação das sombras é a prova do princípio da propa-gação retilínea da luz. A seguir, apresentamos uma represen-tação geométrica da sombra. No caso de uma fonte de luzpuntiforme, temos:

Page 192: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

194Capítulo 14

fontepuntiforme

corpo opaco

sombra

anteparo

fonteextensa

corpo opaco sombra

anteparo

penumbra

No caso de uma fonte extensa, ocorre uma região de som-bra e outra de penumbra:

Leia sobre Eclipses no Encarte Colorido.

7. Reflexão, refração e absorção

Quando uma “porção de luz”, que se propaga em um de-terminado meio, atinge a superfície de outro meio, podemocorrer vários fenômenos simultâneos: a reflexão, a refração ea absorção.

7.1. ReflexãoQuando a luz que se propaga em um determinado meio

atinge uma superfície e retorna para o meio em que estava, di-zemos que a luz sofreu reflexão.

Page 193: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

195Capítulo 14

normal

i r

i � r

Considere uma superfície perfeitamente polida, plana e re-gular, atingida por um feixe incidente de raios paralelos deluz. Este feixe irá se refletir também em raios paralelos.Nesse caso, chamamos a reflexão de regular ou especular.

Caso a superfície não seja regular, quando atingida por umfeixe incidente de raios paralelos, haverá raios de luz refleti-dos em várias direções. Nesse caso, chamamos a reflexão dedifusa.

regular difusa

7.2. Refração e absorçãoUma parcela de um feixe de luz monocromática, atingindo

uma superfície de fronteira entre dois meios homogêneos etransparentes, como o ar e a água, sofre reflexão; outra parce-la é absorvida pelo meio; o restante muda seu meio de propa-gação e é chamado luz refratada.

Essa porção de luz refratada muda sua velocidade de propa-gação em função do novo meio e pode ter sua direção alterada.

8. Estudo da reflexão da luz

A reflexão da luz é regida por duas leis:Primeira – O raio incidente, a

reta normal à superfície de frontei-ra entre os dois meios, e o raiorefletido estão no mesmo plano,ou seja, são coplanares.

Segunda – O ângulo de reflexãoé igual ao ângulo de incidência.

Page 194: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

196Capítulo 14

Exemplo

a) Um raio luminoso incide sobre uma super-fície plana e polida, segundo um ângulo de30° com a normal, conforme a figura aolado. Determine o ângulo de reflexão quan-do a superfície gira no sentido horário em10° em relação ao ponto O e o ângulo degiro do raio refletido após o movimento.

Solução

Quando a superfície sofre o giro, o mesmo se dá com a reta nor-mal; logo, o novo ângulo de incidência será:

normal

30�

30�

10�

10��

N N�

r�

situação inicialsituação final

r

i

i

� � � �

� � � �

30 10 40

r

° ° °

°40

Na situação inicial, o ângulo formado entre o raio incidente e orefletido vale:

� � 2 � 30° � 60°

Após o giro, o raio incidente e orefletido formam um ângulo de:

�� � 2 � 40° � 80°

O raio incidente se mantéminalterado; logo, o ângulo degiro será dado por:

Δ � �� � � � 80° � 60° ⇒⇒ Δ � 20°

30�

i r

r�

i r

O

Page 195: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

197Capítulo 14

9. Espelho plano

Chamamos espelho plano uma superfície regular que tema capacidade de refletir intensamente a luz.

Se um ponto luminoso é disposto diante de um espelhoplano, os raios de luz oriundos do ponto serão refletidos peloespelho. Caso um observador esteja olhando para o espelho,terá a impressão de que a luz observada por ele tem origemno ponto P� (“saindo” do espelho).

d d�

P�P

O ponto P’ é chamado ponto imagem virtual e o ponto lu-minoso P, de ponto objeto real.

A distância d do ponto objeto real ao espelho e d�, do pon-to imagem virtual ao espelho, são iguais.

Quando o objeto posto diante do espelho for extenso, aimagem será igual ao objeto (I � O).

Para o caso de um objeto extenso, apesar de a imagem e oobjeto serem iguais, o lado direito do objeto será o esquerdoda imagem e vice-versa. Se você observar sua imagem no es-pelho, verá que, ao movimentar a mão direita, a imagem mo-vimentará a esquerda.

Exemplos

a) Um homem se coloca diante de um espelho plano a uma distânciade 5 m. Qual será a velocidade de afastamento da imagem caso o

homem se afaste do espelho a 1 ms

?

Page 196: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

198Capítulo 14

Solução

O movimento de afastamento da imagem será simultâneo ao deafastamento do homem, porém em sentido contrário. Consideran-do positiva a velocidade de afastamento do homem, a velocidadede afastamento da imagem será de:

v � � 1 ms

b) Uma pessoa de 1,70 m está em pé diante de um espelho plano dis-posto verticalmente. Qual a altura mínima que deve ter o espelhopara que a pessoa veja sua imagem de corpo inteiro?

Solução

Na figura a seguir, temos a representação do enunciado:

d d

B�

A�A

h

he

B

O

Para que a imagem possa ser vista por inteiro, os segmentos A O�

e B O� têm que passar pelo espelho. Sendo he a mínima altura doespelho, temos:

hd

hd

h hee2 2

� �⇒ ⇒ he �1,70

2 ⇒ he � 0,85 m

c) De que forma deve ser pintada a palavra “AMBULÂNCIA” na fren-te de um veículo, para que um motorista de um automóvel que es-teja trafegando na frente da ambulância possa olhar no espelhoretrovisor de seu automóvel e ler a palavra refletida corretamente?

Solução

A M B U L Â N C I A

Page 197: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

199Capítulo 14

10. Espelhos esféricos

Espelho esférico é uma calota esférica espelhada em umaface. Quando a superfície refletora é a parte interna da calota,o espelho é chamado côncavo. Quando a superfície refletoraé a parte externa da calota, o espelho é chamado convexo.

convexo côncavo

Na figura abaixo, vemos os elementos geométricos maisimportantes de um espelho esférico:

�eixo principal

espelho

R

C

V

V – vértice ou centro dacalota esférica;C – centro de curvatura;R – raio de curvatura;� – ângulo de abertura.

Os espelhos esféricos de pequeno ângulo de abertura for-necem imagens nítidas; conforme o ângulo vai aumentando,menos nítida vai ficando a imagem.

O foco de um espelho esférico é um ponto do eixo princi-pal pelo qual passam os raios refletidos ou seus prolongamen-tos, quando incidem raios luminosos paralelos ao eixo princi-pal do espelho, nas proximidades do vértice.

Page 198: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

200Capítulo 14

Para o espelho convexo, o foco é um ponto imagem virtual,já que é definido pelo cruzamento dos prolongamentos dos raiosrefletidos. Para o espelho côncavo, o foco é um ponto imagemreal, definido pelo cruzamento dos raios luminosos refletidos.

A distância entre o foco (F) e o vértice (V) do espelho é de-nominada distância focal (f).

CFV C F V

espelho côncavo espelho convexo

Para os espelhos esféricos, podemos definir a relação

R � 2f

sendo R o raio de curvatura do espelho.

10.1. Estudo das imagens nos espelhos esféricosPara que seja possível estudar as imagens formadas por um

espelho esférico a partir de um ponto objeto, apresentamosalgumas particularidades:

Situação 1Espelho côncavo Espelho convexo

CF CF

Todo raio que incide passando pelo centro de curvaturareflete-se sobre si mesmo.

Page 199: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

201Capítulo 14

CF CF

CF CF

CFV CFV

Todo raio que incide paralelamente ao eixo principal refle-te passando pelo foco.

Situação 3Espelho côncavo Espelho convexo

Todo raio que incide no vértice de um espelho reflete detal modo que o ângulo de incidência e o ângulo de reflexãosão iguais em relação ao eixo principal.

Situação 4Espelho côncavo Espelho convexo

Situação 2Espelho côncavo Espelho convexo

Page 200: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

202Capítulo 14

Todo raio que incide passando pelo foco reflete paralela-mente ao eixo principal.

Exemplos

a) A figura ao lado apre-senta um sistema comum espelho esféricocôncavo e um objetolocalizado entre o focoe o vértice do espelho.Represente a constru-ção gráfica da imagem.

Solução

Para representar a imagem de B, utilizamos a representação deum raio de luz incidente, com direção que contém o centro decurvatura, que reflete sobre si mesmo. Também usamos a repre-sentação de um raio de luz que incide paralelamente ao eixoprincipal e reflete passando pelo foco.

C F

B

A

C F

B

B�

A

Obtivemos uma imagem virtual em B�. Para obter a imagem de A(A�), é só traçar uma perpendicular ao eixo principal, passandopor B�.

C F

B

B�

A�A

Page 201: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

203Capítulo 14

Solução

Usaremos o mesmo método descrito no exemplo a.

CF

B

B�

A�A

A imagem formada é direita, virtual e reduzida.

O espelho convexo é usado em retrovisores de motocicletas,pois, diminuindo as imagens formadas, ele aumenta o campo vi-sual do usuário.

c) A figura a seguir apresenta um sistema com um espelho esféricocôncavo e um objeto. Represente a construção gráfica da imagemformada.

CF

B

A

O espelho formou uma imagem direita (não-invertida), virtual eampliada. Para corpos situados entre o foco e o vértice, o espelhocôncavo produz uma imagem com dimensões maiores que oobjeto.

O espelho côncavo pode ser usado como espelho de aumento.

b) A figura abaixo apresenta um sistema com um espelho esféricoconvexo e um objeto. Represente a construção gráfica da imagemformada.

Page 202: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

204Capítulo 14

C F

B

A

Solução

B�

A�

C F

B

A

VF

A imagem é real, invertida e reduzida.

Resumindo o que foi visto, temos:

A imagem fornecida por um espelho convexo de um objeto real ésempre uma imagem virtual, direita e menor que o objeto. No es-pelho côncavo, conforme a posição do objeto em relação ao cen-tro de curvatura e foco principal, podemos ter imagens reais, vir-tuais, direitas e invertidas.

Uma situação particular digna de nota ocorre quando um objetoreal é colocado com sua base no foco principal de um espelhocôncavo, conforme a figura abaixo.

Neste caso, os raios de luz que partem de qualquer ponto do ob-jeto, após a reflexão, são paralelos entre si. A imagem, para estecaso, é chamada de imprópria, ou seja, não se forma.

Page 203: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

205Capítulo 14

Para exemplificar, apresentamos os seguintes esquemascom todas as dimensões referentes ao objeto e à imagem, e osvalores das abscissas e das ordenadas, de acordo com o siste-ma de referência de Gauss.

2 cm

6 cm

60 cm 20 cm

10 cm

40 cm

20 cm

20 cm

V

luz

p, p�

0, i

V

luz

p, p�

0, i

10.2. Relações algébricas para imagens nos espelhos esféricosÉ possível determinar algebricamente as características das

imagens em espelhos esféricos.Para relacionar as posições do objeto e da imagem em re-

lação ao espelho esférico, é comum adotar-se o sistema de re-ferência de Gauss, conforme mostra o esquema abaixo:

p � 60 cm p � 20 cmp� � �20 cm p� � 40 cmo � 6 cm o � 10 cmi � 2 cm i � �20 cm

Page 204: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

206Capítulo 14

Observe que a imagem real tem abscissa positiva e a ima-gem virtual, negativa.

imagem real: p� � 0imagem virtual: p� 0

Admitindo-se p e o como sempre positivos, a abscissa daimagem p� e sua ordenada i têm sempre sinais contrários.Logo:

imagem real é invertida: p� � 0; i 0imagem virtual é direita: p� 0; i � 0

Sendo R o raio de curvatura do espelho, temos:

espelho côncavo: f �R2

espelho convexo: f � �R2

Para as abscissas p e p� e as ordenadas o e i, vale a relação:

io

pp

� ��

A relação entre as ordenadas i e o é chamada aumento li-near transversal da imagem (A).

A �io

Nas condições apresentadas, é válida a equação:

1 1 1f p p

� ��

Essa equação é chamada equação de Gauss ou equaçãodos pontos conjugados. A equação relaciona as abscissas coma distância focal do espelho.

Page 205: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

207Capítulo 14

Exemplos

a) Um espelho convexo tem 40 cm de raio de curvatura. Caso umobjeto de 5 cm de altura seja colocado a 30 cm do espelho, ondese formará sua imagem e com que tamanho?

Solução

O valor da distância focal f é dado por:

f � �R2

(espelho convexo). Sendo R � 40 cm:

f � �402

� �20 cm

O valor de p é 30 cm. Aplicando a equação de Gauss para os va-lores apresentados, temos:

1 1 1 1

201

301

f p p p� �

� �� �

�⇒

( )⇒ p� � �12 cm

A imagem é virtual, pois está localizada atrás do espelho (p� 0).

Para o cálculo do tamanho da imagem, aplicamos a equação doaumento linear transversal:

io

pp

i� �

�� �

�⇒5

1230

( ) ⇒ i � 2 cm

A imagem é direita em relação ao objeto, pois i e o tem o mesmosinal.

b) Um objeto de 10 cm de altura é colocado a 20 cm do vértice deum espelho côncavo, cujo raio mede 50 cm.

Qual é a distância da imagem ao vértice do espelho e o tamanhodessa imagem?

Solução

Aplicando a equação de Gauss, temos:

p cm

R cm f cm

� � �

20

50 502

25⇒ ⇒⎫⎬⎪

⎭⎪

125

120

1 100� ��

� � �p

p cm⇒A imagem está a 100 cm do vértice e é virtual.

Page 206: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

208Capítulo 14

Aplicando a equação do aumento linear transversal, temos:

io

pp

i� �

�� �

�⇒10

10020

( ) ⇒ i � 50 cm

A imagem é direita e tem altura de 50 cm.

1. (UFPA) Na manhã do dia 3 de novembro de 1994, uma grandesombra em forma de círculo, com 200 km de diâmetro, cobriuuma parte da região sul do Brasil. Em torno deste círculo de som-bra formou-se um gigantesco anel de penumbra, estendendo-seaté o norte do país. A formação destas regiões de sombra e pe-numbra, que correspondem respectivamente aos eclipses total eparcial do Sol, deve-se principalmente à:

a) difração da luz do Sol em torno da Lua;

b) independência dos raios luminosos;

c) reflexão e refração da luz do Sol, respectivamente;

d) interferência luminosa;

e) propagação retilínea da luz.

2. (UFPB) A distância entre uma pessoa e sua imagem, formada porum espelho plano, é 200 cm. Se esta pessoa se aproximar 60 cmdo espelho, a distância entre ela e sua imagem passará a ser de:a) 60 cm b) 80 cm c) 100 cm d) 120 cm e) 140 cm

3. (UFSCAR-SP) Os refletores das antenas parabólicas funcionam comoespelhos esféricos para a radiação eletromagnética emitida por saté-lites retransmissores, loca-lizados em órbitas estacio-nárias, a cerca de 36.000km de altitude. As figurasrepresentam uma minian-tena parabólica, onde E é orefletor e F é o receptor, lo-calizado num foco secun-dário do refletor.

Page 207: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

209Capítulo 14

CARINA CARINA ANIRACCARINAR

C F

V

B

A C F

B

A

V

C F

V

B

A C F

V

B

A

a) Copie o esquema e represente o traçado da radiação eletromág-nética proveniente do satélite retransmissor que incide no refle-tor E e se reflete, convergindo para o foco secundário F (faça umdesenho semelhante ao traçado dos raios de luz). Coloque nes-sa figura uma seta apontando para a posição do satélite.

b) Nas miniantenas parabólicas o receptor é colocado no foco se-cundário e não no foco principal, localizado no eixo principaldo refletor, como ocorre nas antenas normais. Por quê?Sugestão: Lembre-se de que a energia captada pelo refletor daantena é diretamente proporcional à área atingida pela radia-ção do satélite.

4. Utilizando-se de um espelho plano retrovisor, um motorista vêum caminhão que trafega atrás de seu carro. Observando certainscrição pintada no pára-choque do caminhão, o motorista vê aseguinte imagem: CARINA.Pode-se concluir que a inscrição pintada no pára-choque é:a) d)b) e)c) CARINA

5. Construa graficamente a imagem do objeto AB, classificando-aem real ou virtual e em direita ou invertida.a) b)

c) d)

Page 208: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

210Capítulo 14

e)

CF

V

B

A

F

C

figura 1

V

F

C

figura 2

V

6. A imagem não-invertida formada por um espelho côncavo de umobjeto real é:

a) virtual e menor que o objeto;

b) virtual e maior que o objeto;

c) real e maior que o objeto;

d) real e menor que o objeto;

e) do mesmo tamanho que o objeto e no plano focal.

7. (UFMG) O farol de um automóvel é constituído de um espelhocôncavo e de uma lâmpada de dois filamentos I e II. Nas figuras 1e 2, V, F e C são, respectivamente, o vértice, o foco e o centro decurvatura do espelho.

Quando o farol está em luzbaixa, apenas o filamento Iestá ligado, e a luz é refleti-da no espelho paralelamen-te ao seu eixo óptico, comona figura 1.

Quando o farol está em luzalta, apenas o filamento IIestá ligado, e o feixe de luzrefletido é um pouco diver-gente, como na figura 2.

Page 209: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

211Capítulo 14

Pelas indicações do esquema, o valor absoluto de X, em cm, éigual a:

a) 3,00 b) 7,50 c) 10,0 d) 15,0 e) 20,0

10. Um espelho côncavo de raio de curvatura 20 cm, fornece a ima-gem de um objeto colocado entre o centro de curvatura e o focoprincipal. Se afastarmos o objeto 5 cm do espelho, sua imagemreal se formará a 20 cm do vértice. Determine a distância inicialdo objeto ao espelho.

10,0 cm XI

O

E

Para que o farol funcione de acordo com estas descrições, a posi-ção dos filamentos deve ser:

a) o filamento I em C e o filamento II à direita de C;

b) o filamento I em C e o filamento II entre C e F;

c) o filamento I em F e o filamento II entre F e C;

d) o filamento I em F e o filamento II entre F e V;

e) o filamento I em V e o filamento II entre V e F.

8. (UFSC) Com os dados forneci-dos na figura ao lado (espelhocôncavo), calcule a que dis-tância do vértice (V) se encon-tra a imagem do objeto (O).

C – Centro de curvatura

9. (UFSE) Um espelho esférico côncavo (E) de distância focal30,0 cm, bem como o objeto (O) e a respectiva imagem (I),conjugada pelo espelho, estão representados no esquema abaixo.

VC

30 cm

20 cm

O

Page 210: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

212Capítulo 14

1

2

Com base na refração da luz encontramos a explicação paravários fenômenos ópticos. Por exemplo: um peixe que nada emágua rasa nunca está exatamente no lugar onde é visto, mas sem-pre um pouco deslocado. Isso ocorre por causa da refração.

11.1. Índice de refraçãoSejam v1 e v2 as velocidades de propagação de uma radia-

ção luminosa em dois meios transparentes 1 e 2, respectiva-mente. Pode-se demonstrar que a mudança de direção dosraios de luz ao atravessarem a fronteira de separação dos doismeios é uma conseqüência da variação de velocidade de pro-pagação da luz para cada meio. Define-se o índice de refra-ção (n) do meio 1 em relação ao meio 2 como:

n1�2 �vv

1

2

O índice de refração é uma grandeza adimensional. O ín-dice de refração de um meio em relação ao vácuo é denomi-nado índice de refração absoluto. Os índices de refração ab-solutos dos meios 1 e 2 são, respectivamente:

n1 �cv1

, n2 �cv2

⇒ n1 � v1 � n2 � v2 � c ,

em que c é a velocidade da luz no vácuo, sendo c � 300.000 km/s.

11. Estudo da refração da luz

Quando um raio luminoso incide perpendicularmente nasuperfície de separação de dois meios, não há mudança de di-reção em sua propagação no novo meio, o que ocorre quandoa incidência é oblíqua.

Page 211: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

213Capítulo 14

Nos meios materiais, a velocidade de propagação da luz ésempre menor que no vácuo; logo, o índice de refração paraos meios materiais é sempre maior que a unidade.

O índice de refraçãoabsoluto de um meio indi-ca quantas vezes a veloci-dade de propagação daluz é menor que no vácuo.

Apresentamos no qua-dro alguns valores de ín-dices de refração absolu-tos para a luz caracteriza-da em freqüência médiada faixa visível pelo olhohumano.

Podemos também determinar o índice de refração relativode um meio 1 em relação a um meio 2 pela fórmula:

n1�2 �nn

1

2

Entre dois meios considerados, diz-se mais refringente oque apresenta maior índice de refração, e menos refringente oque apresenta menor índice de refração.

Exemplos

a) Uma determinada luz monocromática apresenta num meio mate-

rial uma velocidade de 2,0 � 108 ms

. Sabendo-se que a velocidade

da luz no vácuo é 3,0 � 108 ms

, determine o índice de refração

deste meio material para a luz em questão.

Solução

n �cv

⇒ n �

3 0 10

2 0 10

8

8

,

,

�⇒ n � 1,5

Substância nAr 1,000292CO2 1,000334Gelo 1,310Água 1,333Glicerina 1,470Vidro crown leve 1,516Diamante 2,417

Page 212: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

214Capítulo 14

b) Tomando a tabela de índices de refração absolutos apresentada,calcule o índice de refração relativo entre o gelo e a glicerina e a

velocidade da luz nos dois meios. Considere c � 3,0 � 108 ms

.

Solução

O índice de refração relativo entre gelo e glicerina vale:

ngelo�gl. �1 3101 470,,

⇒ ngelo�gl. � 0,891

A velocidade da luz no gelo vale:

vgelo �

cr

��3 0 10

1 310

8,,

⇒ vgelo � 2,3 � 108 ms

A velocidade da luz na glicerina vale:

vgl. �

cr

��3 0 10

1 470

8,,

⇒ vgl. � 2,04 � 108 ms

11.2. Lei de Snell-DescartesConsidere a figura abaixo, que mostra um raio de luz incidindo

na superfície de fronteira entre dois meios e sofrendo refração:

i é o ângulo de incidência e r,o de refração. O raio inciden-te, a reta normal e o raio refra-tado estão no mesmo plano.

A lei de Snell-Descartes enun-cia que a razão entre os senosdos ângulos de incidência e re-fração é constante.

sen isen r

� n2�1 ou sen i � n1 � sen r � n2

A constante n2�1 é o índice de refração do meio 2 em rela-ção ao meio 1.

Leia sobre Como se Formam as Miragens no Encarte Colorido.

M1

M2

raioincidente

retanormal

raiorefratado

i

r

Page 213: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

215Capítulo 14

A

B

30°

45°

raioincidente

raiorefratador

i

N

raiorefletido

M2

M1

Exemplos

a) Um raio luminoso que se propaga no ar incide na superfície de umdeterminado líquido. Sabendo-se que o ângulo de incidência é de30° e o de refração é de 22°, com a ajuda da tabela de índices derefração apresentada neste capítulo, determine qual é a substâncialíquida em questão.

Dados: sen 30° � 0,500 e sen 22° � 0,375.

Solução

nar � 1

sen 30° � nar � sen 22° � n ⇒ 0,5 � 1 � 0,375 � n ⇒⇒ n � 1,333

O líquido em questão é a água.

b) A figura ao lado representa a traje-tória de um raio luminoso propa-gando-se do meio A para o meio B.Determine o índice de refração re-lativo do meio A em relação ao B.

Dados: sen 30° � 0,500 e sen 45° � 0,707.

Solução

sen i � nA � sen r � nB ⇒

nn

sen rsen i

A

B� ⇒

⇒ nA�B �0 7070 500

,,

⇒ nA�B � 1,414

11.3. Reflexão total e ângulo limite

Analisamos, a seguir, o quepode ocorrer quando a luzpassa de um meio mais refrin-gente para um menos refrin-gente, como o vidro e o ar.

Page 214: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

216Capítulo 14

Sendo n1 � n2, o ângulo derefração r é maior que o de in-cidência i. Podemos constatarque uma parte da luz é refleti-da e a outra, refratada.

Aumentando-se o ângulo deincidência, pode-se fazer comque o ângulo de refração fiqueigual a 90°. Na situação descri-ta, o ângulo de incidência é de-nominado ângulo limite (L).

Não ocorre refração para umângulo de incidência maior queo ângulo limite L. Toda a luz in-cidente é refletida. Esta situaçãoé denominada reflexão total.

Para calcular o ângulo limite, deve-se aplicar a lei deSnell-Descartes com o ângulo de refração igual a 90° e, con-seqüentemente, i � L. Nestas condições:

sen Lsen

n

sensen L n ou sen L

nn

90

90 1

2 12 1

2

°

⎫⎬⎪

⎭⎪

� ��

Há instrumentos ópticos, como a máquina fotográfica e al-guns tipos de binóculos, que utilizam o fenômeno da reflexãototal por meio de sistemas chamados prismas de reflexão total.

Exemplos

a) Determine o seno do ângulo limite para a fronteira dos meios vi-dro–água.

Solução

O índice de refração do vidro é nv � 1,51 e da água, na � 1,33.

Logo:

sen L �nágua

vidron⇒ sen L � 1 33

1 51,,

⇒ sen L � 0,88

N

M2

M1

i � L

N

M2

M1

r � 90°

i � L

Page 215: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

217Capítulo 14

b) O maior ângulo de incidência que permite à luz passar de um lí-quido para um determinado sólido transparente é 60°. Determineo índice de refração do sólido em relação ao líquido.

Dado: sen 60° �32

.

Solução

O ângulo limite é 60°; logo, sen L � sen 60° � 32

Relacionando o índice do sólido ns e do líquido nL, vem:

sen L =

nn

nn

S

L

S

L⇒ �

32

A fibra ópticaComo exemplo de aplicação da reflexão total, citamos

a fibra óptica. A fibra óptica pode ser comparada a um fiode cobre que transmite a energia elétrica, mas é constituídabasicamente de vidro e transmite a energia luminosa.A fibra óptica consiste de um núcleo de vidro com eleva-do índice de refração e de uma casca, feita de um vidrocom índice de refração menor.Um feixe luminoso que penetra na fibra vai sofrendo suces-sivas reflexões totais na superfície de separação dos dois ti-pos de vidro e, assim, se propagando a grandes distâncias,com ínfima perda de energia.

A fibra óptica tem aplicação nas telecomunicações, na me-dicina etc. Nas telecomunicações, um filamento ópticopode transmitir mais de dez mil ligações telefônicas simul-

Page 216: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

218Capítulo 14

tâneas, facilitando esse tipo de operação, cada vez mais so-licitada pelo mundo da informática. As transmissões de si-nais entre computadores e sistemas, via telefone, tornam-secomuns. A Internet, por exemplo, pode ligar computadoresno mundo inteiro a uma infinidade de informações contidasem cada um dos outros computadores conectados à Rede.Outra aplicação comum das fibras ópticas, em grande ex-pansão atualmente, é a transmissão de programas de televi-são por cabo óptico.Muito usado também na medicina, um filamento ópticopode penetrar com facilidade no corpo humano, levandosinais ópticos que permitem manipulações cirúrgicas e exa-mes de vários tipos.

Leia sobre Dispersão Luminosa no Encarte Colorido.

11.4. Refração atmosféricaA atmosfera terrestre é rarefeita em grandes altitudes e

densa em baixas altitudes. Sabemos que o índice de refração émaior quanto maior a densidade; logo, a luz de um astro, ob-servada na Terra, vai se refratando à medida que atravessa ascamadas atmosféricas e, por conseguinte, desviando-se de suadireção original, até atingir o observador.

imagem

objeto atmosfera

observadorna superfície

Terra

Page 217: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

219Capítulo 14

30°

arágua

11. (UFPB) Um raio luminoso, proveniente dofundo de uma piscina, atinge a superfícieplana da água, como mostra a figura aolado. Parte da luz é refletida e parte é re-fratada no ar. O ângulo entre o raio refleti-do e o raio refratado é:

a) menor que 30°; d) entre 120o e 150°;

b) entre 30o e 60°; e) entre 150o e 180°.

c) entre 60o e 120°;

12. (PUC–SP) Um satélite artificial, em órbita fora da atmosfera ter-restre, transmite para a Terra um sinal de freqüência de 100 MHz,de um programa de TV, com os preparativos para a entrevista deum ex-ministro. Dois receptores, um no continente e outro numsubmarino no fundo do mar, sintonizam a freqüência de 100 MHzpara tentar captar sinal da TV. Considerando o índice de refraçãoda água como 1,3, pergunta-se, respectivamente: os dois recepto-res poderão captar o sinal? Com que comprimento de onda (λA) osinal chegará ao submarino?

Considere a velocidade da luz no ar e no vácuo: 3 � 103 ms .

a) Os dois receptores captarão o sinal, pois a sua freqüência nãoé alterada quando a onda muda de meio de propagação:λA � 2,3 m.

Page 218: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

220Capítulo 14

b) Somente o receptor tarrestre captará o sinal, porque a freqüên-cia de onda muda ao atravessar a água; λA � 2,3 m.

c) Nenhum dos dois receptores captará o sinal, porque a freqüên-cia da onda muda ao passar do vácuo para o ar e do ar para aágua.

d) Somente o receptor submarino captará a transmissão, pois afreqüência da onda muda ao atravessar a atmosfera mas nãomuda na água; λA � 5 m.

e) Somente o receptor terrestre captará o sinal, porque o compri-mento de onda muda ao atravessar a água; λA � 3 m.

13. (Cesgranrio-RJ) Um raio de sol S incide em P sobre uma gota dechuva esférica de centro O. Qual das opções representa correta-mente o trajeto do raio luminoso através da gota?

I

II

III

IVV

S

O

a) I b) II c) III d) IV e) V

14. A visão de imagens especulares, semelhantes a poças d’água, emestradas nos dias quentes, é explicada como sendo:

a) Reflexão total, pois a camada de ar junto ao leito da estrada,estando mais quente que as camadas superiores, apresenta ín-dice de refração maior.

b) Reflexão total, pois a camada de ar junto ao leito da estrada,estando mais quente que as camadas superiores, apresenta ín-dice de refração menor.

Page 219: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

221Capítulo 14

c) Refração total.

d) Reflexão total da luz no asfalto da estrada.

e) Nenhuma das anteriores.

15. (PUC–MG) Escolha a opção que relacione fenômenos óticos en-volvidos na formação do arco-íris.

a) difração, refração, reflexão;

b) refração, reflexão, dispersão;

c) dispersão, interferência, polarização;

d) reflexão, difração, dispersão;

e) difração, interferência, polarização.

16. (UFRN) Ainda hoje, no Brasil, alguns índios pescam em rios deáguas claras e cristalinas, com lanças pontiagudas, feitas de ma-deira. Apesar de não saberem que o índice de refração da água éigual a 1,33, eles conhecem, a partir da experiência do seu dia-a-dia, a lei da refração (ou da sobrevivência da natureza) e, porisso, conseguem fazer a sua pesca.

Page 220: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

222Capítulo 14

A figura acima é apenas esquemática. Ela representa a visão que oíndio tem da posição em que está o peixe. Isto é, ele enxerga opeixe como estando na profundidade III. As posições I, II, III e IVcorrespondem a diferentes profundidades numa mesma vertical.

Considere que o peixe está praticamente parado nessa posição.Para acertá-lo, o índio deve jogar sua lança em direção ao ponto:

a) I b) II c) III d) IV

17. Um pescador, em um barco, olha verticalmente para baixo emáguas límpidas e tranqüilas. Ele vê um peixe que parece situar-sea 30 cm de distância da superfície livre da água. Em que profun-didade se encontra realmente o peixe?

Dado: índice de refração relativo da água para o ar � 43

.

18. (UFMG) A figura ao lado mostra umfeixe de luz incidindo sobre umaparede de vidro que está separandoo ar e a água.

Os índices de refração são 1,00 parao ar, 1,50 para o vidro e 1,33 para aágua.

ar vidro água

Page 221: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

223Capítulo 14

ar vidro água

ar vidro água

ar vidro água

ar vidro água

19. (UFAM) Uma fibra óptica consiste basicamente em um filamentolongo e delgado, de vidro ou plástico transparente, sendo muitoutilizada em medicina para exames minuciosos do interior de ór-gãos como o coração e o estômago. A luz é enviada pela fibraóptica até o órgão, sem escapar através das paredes do filamento.O fenômeno óptico capaz de explicar o funcionamento da fibraóptica é a:

a) reflexão total b) difusão c) refração d) dispersão

20. (UMC-SP) Considere as seguintes proposições:

I. A imagem de um objeto, fornecida por um espelho plano, serásempre do mesmo tamanho do objeto.

II. Espelhos esféricos de pequena abertura, com raios incidentespróximos ao eixo principal e pouco inclinados em relação a estemesmo eixo, são sistemas praticamente estigmáticos.

III. As fibras ópticas transmitem a luz ao longo de distâncias apre-ciáveis, sem perdas, graças ao fenômeno da reflexão total.

A alternativa que melhor representa a trajetória do feixe de luzpassando do ar para a água é:

a) c)

b) d)

Page 222: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

224Capítulo 14

a) Somente I é correta; II e III são incorretas.b) Somente II é correta; I e III são incorretas.c) Somente III é correta; I e II são incorretas.d) Todas são corretas.e) Todas são incorretas.

12. Lentes esféricas

A reflexão da luz em uma fronteira esférica produz imagensnítidas de objetos, o que resulta na utilização de espelhos esfé-ricos. A refração em uma fronteira esférica também produzimagens, redundando na utilização das lentes esféricas.

A lente esférica é um conjunto de três meios homogêneose transparentes, separados por duas superfícies não simultanea-mente planas.

As superfícies de separação da lente são denominadas fa-ces. As faces da lente ou são ambas esféricas ou uma é esféri-ca e a outra é plana.

As lentes são utilizadas em inúmeros instrumentos ópticos,como em lunetas, óculos, binóculos, lupas e microscópios.As lentes que consideramos aqui são as que têm os meios ex-tremos idênticos e o intermediário é mais refringente. O maiscomum são lentes de vidro imersas em ar.

Os elementos geométricos principais das lentes são mos-trados abaixo.

C1

R1

C2

R2

XC1

R1

X

X – eixo principal da lente;C1 e C2 – centros de curvatura das faces;R1 e R2 – raios de curvatura das faces.

Page 223: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

225Capítulo 14

Chamam-se lentes delgadas as lentes cuja espessura émuito menor que os raios de curvatura das faces. Somente aslentes delgadas produzem imagens nítidas; são estigmáticas.

Representamos as lentes delgadas da seguinte maneira:

lente delgada convergente lente delgada divergente

biconvexa côncavo-convexa plano-convexa

bicôncava convexo-côncava plano-concava

12.1. Tipos de lentesPodemos individualizar dois grupos de lentes: lentes con-

vergentes, que convergem um feixe luminoso incidente para-lelo ao eixo principal, e o das lentes divergentes, que diver-gem o feixe incidente paralelo ao eixo principal. A seguir,apresentamos tipos de lentes separadas de acordo com gruposcitados:

Page 224: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

226Capítulo 14

O ponto de intersecção da lente com o eixo principal é de-nominado centro óptico.

12.2. Focos de uma lente esférica delgada

Fazendo incidir um fei-xe de luz, paralelo ao eixoprincipal, sobre uma lenteconvergente, a luz se con-centra em um ponto F so-bre o eixo principal. Esseponto é o foco-imagem dalente. A distância entre ofoco e a lente é a distânciafocal da lente (f).

Se colocarmos sobre oeixo principal de uma lenteconvergente uma fonte deluz puntiforme, estando afonte no foco da lente, tere-mos luz emergente numfeixe paralelo ao eixo prin-cipal da lente. Esse ponto échamado de foco-objeto dalente.

Resumindo, temos para a lente delgada convergente:

F

foco-imagem

f

F

foco-objeto

f

F F�

foco-objeto foco-imagem

luz

FF�

foco-objetofoco-imagem

luz

Page 225: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

227Capítulo 14

Em uma lente convergente, os focos são reais, pois estãono cruzamento efetivo dos raios luminosos. Em uma lente di-vergente, os focos são virtuais, pois estão no cruzamento dosprolongamentos dos raios luminosos.

Convenciona-se que, para uma lente convergente, que temfocos reais, a distância focal é positiva; para a lente divergen-te, que tem focos virtuais, a distância focal é negativa.

Fazendo incidir um fei-xe de luz paralelo ao eixoprincipal, sobre uma lentedivergente, a luz se disper-sa de forma que os prolon-gamentos dos raios se cru-zem em um ponto. Esseponto é o foco-imagem.

O foco-objeto é umponto do outro lado da len-te, à mesma distância que ofoco-imagem. Caso incidaum feixe convergente deluz, cujo vértice esteja nofoco-objeto, o feixe emer-gente será paralelo.

Resumindo, temos para a lente delgada divergente:

F�

f

f

F�

FF�

foco-objeto foco-imagem

luz

F F�

foco-objetofoco-imagem

luz

Page 226: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

228Capítulo 14

O O

Caso uma das lentes apresentadas seja imersa em um meiomais refringente que o meio que a constitui, a lente sofreráuma inversão em seu comportamento óptico.

12.3. Vergência ou convergência de uma lentePor definição, vergência ou convergência C de uma lente é

dada pelo inverso de sua distância focal f.

C �1f

A unidade de vergência é a dioptria (di), que correspondeao inverso do metro (m�1).

Para uma lente convergente, a vergência é positiva, comoa distância focal; para a lente divergente, a vergência é ne-gativa.

Podemos calcular a vergência em função dos raios de cur-vatura das duas faces R1 e R2, dos índices de refração da lente(n2) e do meio que a envolve (n1), pela seguinte fórmula:

C �

nn R R

2

1 1 21 1 1

� �⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

Para aplicar essa fórmula, convenciona-se que a face con-vexa tem raio positivo e a face côncava, raio negativo.

Seja em lente convergente ou divergente, nenhum raioluminoso que passar pelo centro óptico da lente sofrerádesvio.

Page 227: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

229Capítulo 14

Exemplos

a) Seja um feixe de raios paralelos ao eixo principal de uma lente di-verge após tê-la atravessado. O prolongamento dos raios de luz secruzam num ponto situado a 20 cm do centro óptico da lente. De-termine a distância focal e a vergência da lente.

Solução

A distância focal da lente é igual ao módulo da distância que se-para o ponto do eixo principal, onde passam os prolongamentosdos raios luminosos emergentes, ao centro óptico da lente. Seuvalor será negativo, pois trata-se de uma lente divergente ou seja,

f � �20 cm.

A vergência da lente vale:

C �1f

⇒ C �

10 20� ,

⇒ C � �5,0 di

b) Uma lente tipo biconvexa tem faces com raios de curvatura iguaisa 25 cm cada uma. Sabendo-se que a lente está imersa em ar, cujoíndice de refração vale 1,0 e que o índice de refração da lente vale1,5, determine a distância focal e a vergência da lente.

Solução

A vergência da lente vale:

C �

nn R R

2

1 1 21 1 1

� �⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

⇒ ⇒C � � �

1 51 0

1 10 25

10 25

,, , ,

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟ C � 0,5 � 8,00 ⇒

⇒ C � 4,0 di

A distância focal vale:

f �1C

⇒ f � 14 0,

⇒ f � 25 cm

c) Na figura a seguir, temos a representação de uma lanternaconstruída com um espelho côncavo e uma lente plano-convexa,ambos com distância focal 10 cm. Entre eles, instala-se, pelos meios

Page 228: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

230Capítulo 14

Solução

A fonte luminosa deve coincidir com o foco do espelho e da len-te; logo:

F

L E

O V

CE

fL de

FL

fL � foco da lente

fe � foco do espelho

de � 2fe ⇒ de � 2 � 10 ⇒ de � 20 cm

O esquema da situação pode ser visto na figura a seguir:

OF

V

10 cm 20 cm30 cm

adequados, uma fonte de luz com dimensões desprezíveis, de modoque o feixe emergente seja constituído exclusivamente por raios pa-ralelos ao eixo principal. Determine a posição entre a lente e o es-pelho em que deve ser colocada a fonte puntiforme, elaborando umesquema da situação. Utilizando o esquema, mostre a distância en-tre o vértice do espelho e o centro óptico da lente.

Page 229: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

231Capítulo 14

12.4. Determinação geométrica de imagens em lentes

A imagem fornecida por uma lente esférica delgada é de-terminada pela luz que parte do objeto situado à frente deuma face e atravessa a lente.

Considere um objeto AB colocado sobre o eixo principalde uma lente convergente ou divergente. Para obter grafica-mente a imagem A�B�, traçamos a trajetória dos raios lumino-sos que partem da extremidade superior do objeto (A). Paratanto, basta considerar um raio luminoso paralelo ao eixoprincipal que é refratado na direção do foco e um raio lumi-noso que incide na direção do centro óptico. Na figura abai-xo, temos a construção de imagem A�B� do objeto AB, emuma lente divergente:

OF F�

A

B

A�

B�

A imagem construída por uma lente divergente de um ob-jeto real é sempre virtual, direita e menor que o objeto.

Para uma lente convergente,adotam-se dois pontos referen-ciais (A e A�), situados no eixoprincipal à distância que vale odobro da distância focal, confor-me esquema ao lado.

O ponto A é denominado pon-to antiprincipal objeto A e o pontoA�, antiprincipal imagem A�.

2f 2f

f f

A F F A�

Page 230: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

232Capítulo 14

OF

C

D

C�

D�

A

Para o objeto posicionado antes do ponto antiprincipal ob-jeto, a imagem formada é real, invertida e menor que o obje-to. Esse sistema óptico é usado, por exemplo, nas máquinasfotográficas e em filmadoras. Para esses aparelhos, uma lenteconvergente projeta uma imagem real, invertida e menor queo objeto a sua frente, sobre um filme. Outro exemplo impor-tante é o próprio globo ocular, que possui vários elementos(córnea, cristalino etc.) que funcionam como uma lente con-vergente com a função de projetar, sobre a retina, uma ima-gem real, invertida e menor que um objeto real.

OF FD

C�

D�

A A�

Para um objeto posicionado entre o ponto antiprincipalobjeto e o foco da lente, temos a formação de uma imagemreal, invertida e maior que o objeto. Exemplos de aplicaçãodessas lentes são as máquinas de projeção de slides e projeto-res cinematográficos.

Com o auxílio dos pontos antiprincipal objeto A e antiprin-cipal imagem A�, podemos estudar vários tipos de formaçãode imagens nas lentes convergentes, representadas pelos es-quemas a seguir.

Page 231: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

233Capítulo 14

Na figura anterior, vemos o esquema de uma lupa ou lentede aumento, que consiste em uma lente convergente, sendo oobjeto colocado entre o foco objeto e a lente. A imagem obti-da é virtual, direita e maior que o objeto.

12.5. Relações algébricas de imagens em lentes

Como no caso dos espelhos,podemos determinar algebrica-mente o tamanho da imagemproduzida por uma lente. Paraatingirmos este objetivo, ado-tamos o esquema de referênciade Gauss.

• Sistema de cooordenadaspara os objetos: os objetos loca-lizados do lado da luz incidentesão reais e têm abscissa positi-va; aqueles localizados no ladooposto da luz incidente são vir-tuais e têm abscissa negativa.

• Sistema de coordenadas para as imagens: as imagens lo-calizadas do lado oposto da luz incidente são reais e têmabscissa positiva; aquelas localizadas no lado da luz inciden-te são virtuais e têm abscissa negativa.

O

luz

O

luz

OF FD

C�

D�

C

observador

Page 232: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

234Capítulo 14

O

2 cm

4 cm5 cm 10 cm

O

2 cm4 cm

5 cm

10 cm

Para exemplificar, apresentamos abaixo um exemplo comvalores:

I)p � 10 cmp� � �5 cmo � 2 cmi � 4 cm

Considere a figura a seguir:

Op

p’

o

i

II)

p � 5 cmp� � 10 cmo � 2 cmi � �4 cm

Dessa figura, podemos obter, por semelhança de triângu-los, a relação:

io

pp

� ��

Page 233: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

235Capítulo 14

Aplicando a equação de Gauss, temos:

1 1 1 1 1

251

3010 575f p p p p

� �� �

� ��

�⇒ ⇒ ⇒1 ,

⇒ p� � 250 cm

O anteparo deve ser colocado à distância de 250 cm atrás dalente.

A relação entre as ordenadas do objeto e da imagem defi-ne o aumento linear transversal da imagem:

A �io

As abscissas do objeto e da imagem relacionam-se com adistância focal da lente pela equação de Gauss:

1 1 1f p p

� ��

Exemplos

a) Uma fonte luminosa está a 30 cm de uma lente convergente dedistância focal igual a f � 25 cm. Determine a que distância dalente deve ser colocado um anteparo a fim de se obter sobre eleuma imagem real e nítida do objeto, bem como o aumento lineartransversal.

Solução

O esquema abaixo mostra a construção geométrica da imagem dafonte:

OA F

P�

A�

i

o

Page 234: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

236Capítulo 14

Para o cálculo do aumento linear transversal da imagem, temosque determinar o tamanho da imagem formada; logo:

io

pp

i� �

�� �⇒ ⇒

155030

i � �124,5 cm

A imagem formada é real, invertida e maior que o objeto. O au-mento linear transversal vale:

A = io

⇒ A �

�11524,5 ⇒ A � �8,3

b) Existem muitas máquinas fotográficas populares que utilizam obje-tiva de 35 mm (distância focal de 35 mm). Determine a posição daobjetiva quando a máquina está regulada para fotografar um obje-to a longa distância e para um objeto a 1,0 m de distância.

Solução

A objetiva da máquina é uma lente convergente ou um conjuntodelas. A imagem deve se formar sobre o filme, para que a fotoseja nítida.

Para objetos a grande distância, podemos considerar que a dis-tância é muito maior que a distância focal da lente.

Utilizando a equação de Gauss:

1 1 1f p p

� ��

Como p é muito maior que f, a parcela 1p

pode ser desprezada,logo:

1 1f p

��

⇒ p� � f

A imagem se forma a uma distância igual à distância focal; logo,a objetiva deve ficar a 35 mm do filme.

Para um objeto a 1,0 m de distância, temos:

1 1 1 1

351

1 0001

f p p p� �

�� �

�⇒

.⇒ p� � 36,3 mm

Para este caso, a objetiva deve ficar posicionada a, aproximada-mente, 36,3 mm do filme.

Page 235: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

237Capítulo 14

35 mm

filme

máquina regulada para um objeto muito distante

36,3 mm

filme

máquina regulada para um objeto a 1,0 m de distância

c) Tendo uma lupa com distância focal de 30 cm, a que distânciadeve ser colocado um objeto para que a imagem seja vista comaumento de três vezes?

Solução

Sendo a lupa uma lente convergente, o objeto deve ser colocadoentre o foco e o centro óptico. O aumento linear transversal éA � 3; logo:

io

pp

� ��

� 3 ⇒ p� � �3p

Aplicando a equação de conjugação, temos:

130

1 13

� ��p p

⇒ p � 20 cm

O objeto deve ser colocado a 20 cm da lupa.

e) Temos um projetor de slides com objetiva de 10,0 cm de distân-cia focal. Determine a posição em que deve ser colocado o slidepara que sua imagem possa ser projetada numa tela a 1,0 m dedistância da lente. Qual será o aumento produzido pela lenteneste caso?

A seguir, apresentamos o esquema do que foi desenvolvido nesteexemplo.

Page 236: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

238Capítulo 14

lâmpadaslide

p p� � 1,0 m

Solução

Apresentamos, abaixo, um esquema da situação.

Aplicando a equação de conjugação, temos:

110 0

1 1100,

� �p

⇒ p � 11,1 cm

O slide deve ser colocado a 11,1 cm da lente. O aumento dadopela lente será:

A �

io

pp

� �� ⇒ A �

10011 1,

⇒ A � �9,0

Leia sobre A Visão Humana e Seus Defeitos no EncarteColorido.

21. Um aluno deseja realizar uma experiência que consiste emacender um palito de fósforo, concentrando, com apenas umalente, um feixe de luz solar na cabeça desse palito de fósforo. Oaluno dispõe de quatro lentes de vidro, cujos perfis são mostra-dos a seguir:

A B C D

Page 237: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

239Capítulo 14

O estudante poderá usar as lentes:

a) A e B somente; d) B e C somente;

b) A e C somente; e) B e D somente.

c) A e D somente;

22. (UFPA) A convergência em dioptrias de uma lente biconvexa deraios 30 cm e 60 cm feita de material cujo índice de refração vale1,5 é:

a) 0,4 b) 1,2 c) 1,8 d) 2,5 e) 3,5

23. (UFSC) Assinale a alternativa correta. A figura abaixo representaum objeto O, colocado sobre o eixo principal de uma lente con-vergente L, cujas distâncias focais se encontram assinaladas.

Nesta situação, a imagem será:

a) virtual, direita e menor; e) real, direita e menor;

b) virtual, invertida e menor; f) real, direita e maior;

c) virtual, direita e maior; g) real, invertida e menor.

d) real, invertida e maior;

24. Para uma lente divergente, sendo o objeto real, pode-se afirmarque:

a) Jamais ela forma a imagem de qualquer objeto.

b) Ela só forma imagem real, qualquer que seja a distância do ob-jeto.

c) Ela forma sempre imagem virtual e menor que o objeto.

d) A imagem será sempre no plano focal, para qualquer distânciado objeto.

e) A imagem será real e virtual, dependendo da distância do objeto.

F F

O

Page 238: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

240Capítulo 14

O

L E

30 cm 20 cm

25. (UFSE) Um estudante pretende construir um projetor de slides ca-seiro. Na sua montagem, a distância do slide à lente é de 5 cm;por isso, ele deve usar uma lente:

a) Divergente, de vergência maior que 20 dioptrias.

b) Divergente, de vergência igual a 10 dioptrias.

c) Divergente, de vergência menor que 5 dioptrias.

d) Convergente, de vergência menor que 5 dioptrias.

e) Convergente, de vergência maior que 20 dioptrias.

26. (UFES) No sistema óptico indicado na figura, a lente L é conver-gente e tem distância focal f � 10 cm. O espelho E é plano e oobjeto O tem altura h � 3 cm.

a) Determine, em relação à lente, as posições da imagem realproduzida pela lente e pelo espelho.

b) Calcule os tamanhos das imagens.

27. (UFSC) Uma lente convergente projeta uma imagem real a 0,72 mda posição do objeto. Qual a distância focal da lente, em cm, sa-bendo-se que a imagem é 5 vezes maior que o objeto?

28. (Covesp-PB) Um objeto de al-tura H está colocado a 5 cmde uma lupa cuja distância fo-cal é 10 cm. Quantas vezesmaior que H será a imagem doobjeto?

29. Tem-se duas lentes delgadas convergentes iguais, de distância fo-cal f, colocadas paralelamente entre si e com eixos ópticos coin-cidentes, de tal forma que um dos focos de uma coincida com um

f

H

Page 239: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

241Capítulo 14

X

Y

F1

L2L1

O2O1

F�2F�1 � F2

a) XY está no plano focal f1 da primeira lente;

b) XY está em posição tal que XO1

12

F O1 1� .

30. (UFPA) O olho humano pode ser considerado, de forma simplifi-cada, como um sistema óptico que atua como uma lente bicon-vexa. Para que a imagem de um objeto se forme sempre na retina,é necessário que a vergência do globo ocular se altere. Um obje-to muito distante (no infinito) pode se aproximar de um observa-dor até o ponto próximo, distância mínima necessária para visãodistinta. Para uma pessoa de visão normal, o ponto próximo podeser assumido como 25 cm. A variação desta vergência do globoocular durante o processo é denominada amplitude de acomoda-ção visual.

retina

cristalino

nervoóptico

córnea

eixoóptico

Com base no enunciado, responda:

a) Quais as características da imagem formada na retina?

dos focos da outra. Dado um objeto frontal XY, desenhe uma ima-gem conjugada pela associação, quando:

Page 240: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

242Capítulo 14

b) Enquanto o objeto se aproxima do olho do observador, o queacontece com os raios de curvatura da lente do globo ocular?(Não se alteram, aumentam ou diminuem?)

c) Quanto vale a amplitude de acomodação visual para uma pes-soa normal?

31. O ponto remoto de uma pessoa encontra-se a 50 cm de seusolhos. Podemos afirmar que:

a) A pessoa deve usar uma lente convergente de �3,0 di.

b) A pessoa deve usar uma lente divergente de �3,0 di.

c) A pessoa é míope e deve usar lentes divergentes de �2,0 di.

d) A pessoa é hipermétrope e deve usar lentes divergentes de�2,0 di.

e) A pessoa é míope e deve usar lentes convergentes de �2,0 di.

32. (UFPI) Um objeto é colocado auma distância d � 40 cm deum olho humano, como mostraa figura ao lado. Para que aimagem se forme sobre a retina,a distância focal efetiva doolho deve ser:

a) 1,5 cm c) 1,82 cm e) 2,35 cm

b) 1,73 cm d) 2,05 cm

33. (UFPA) O defeito da visão humana que é corrigido usando lenteesférica divergente é:

a) astigmatismo; d) presbiopia;

b) daltonismo; e) miopia.

c) hipermetropia;

34. Uma pessoa só consegue ler um jornal a uma distância de 50 cmdo mesmo. Qual deve ser a distância focal das lentes de um ócu-los para que esta pessoa possa usá-lo e ler o jornal a uma distân-cia de 25 cm?

OF

40 cm2,5 cmf

Page 241: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

243Capítulo 15

ONDAS

1. Movimento Harmônico Simples (MHS)

Consideremos um sistema com um corpo de massa m pre-so à extremidade de uma mola de constante elástica k, confor-me a figura abaixo.

m

k

O sistema está livre da ação de forças dissipativas.Se o corpo for deslocado de sua posição de equilíbrio, os-

cilará em torno da posição de equilíbrio inicial, descrevendoum movimento retilíneo e periódico chamado de movimentoharmônico simples.

No MHS, a abscissa x que determina a posição do corpooscilante, medida a partir do ponto de equilíbrio, é denomi-nada elongação. O valor máximo da elongação recebe onome de amplitude (A). Nas extremidades da trajetória domóvel, os valores de x são x � A e x � �A.

O MHS é um movimento periódico e, por conseguinte,possui uma freqüência f e um período T.

Page 242: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

244Capítulo 15

Como já vimos, a freqüência é o número de vezes que omovimento se repete por unidade de tempo. Sua unidade noSI é o hertz (Hz). O período é o intervalo de tempo no qual omovimento se repete. Sua unidade no SI é o segundo (s).

Para o MHS, podemos definir as relações:

f �1T ω � 2πf

A grandeza ω é denominada pulsação e sua unidade no SIé o hertz (Hz).

A função horária do MHS é dada por:

x � A � cos (ωt � ϕ0)

A constante ϕ0 é denominada fase inicial e descreve a situa-ção do sistema no instante zero. Ao argumento ωt � ϕ0, cha-mamos fase.

No SI, a unidade da fase inicial é o radiano (rad) é o da

pulsação, radiano por segundo rads

⎛⎝

⎞⎠ .

Exemplos

a) Um corpo preso a uma mola oscila com amplitude 0,30 m, tendofase inicial igual a π rad. Sendo o período de oscilação do corpo8π � 10�2 s, determine a função horária da elongação desse movi-mento.

Solução

A amplitude é dada por A � 0,3 m, a fase inicial é π rad. A pulsa-ção é obtida da seguinte maneira:

ω �2πT

⇒ ω �

28 10 2

ππ � �

⇒ ω � 25 rad/s

Logo, a função horária é: x � 0,30 � cos (25t � π)

b) Um corpo realiza um MHS cuja função horária é:

x � 5 cos

π π2

t �⎛⎝

⎞⎠

Page 243: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

245Capítulo 15

Determine a amplitude, a pulsação, a fase inicial, o período e afreqüência para este movimento.

Solução

Da equação horária do MHS, x � A � cos (ωt � ϕ0), temos a am-

plitude A � 5 m , a pulsação ω �π2

rads

, a fase inicial ϕ0 � π

e para o cálculo do período temos:

ω �2πT

⇒ T � 2

2

ππ

⇒ T � 4 s

Para a freqüência: f � 1T

⇒ f � 14

⇒ f � 0,25 Hz

1.1. A velocidade e a aceleração no MHSA velocidade no MHS varia com o tempo segundo a função:

v � �ω � A � sen (ωt � ϕ0)

Nos pontos de inversão (extremos da trajetória), a velocidadese anula. O valor máximo da velocidade é atingido nos instantesem que a abscissa x é nula, ou seja, no ponto médio da trajetóriaonde sen (ωt � ϕ0) tem valor numérico igual à unidade.

vmáx � ωA ou vmáx � �ωA

A aceleração escalar no MHS varia com o tempo segundoa função:

α � �ω2 � A � cos (ωt � ϕ0)

Confrontando essa fórmula com a da elongação, obtemos:

α � �ω2 � x

Logo, a aceleração se anula onde a elongação se anula,isto é, no ponto médio da trajetória. A elongação é máximaonde a aceleração é mínima, e vice-versa.

αmáx � ω2 � A

Page 244: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

246Capítulo 15

elongação (x) �A 0 �A

velocidade (v) 0 ωa ou �ωa 0

aceleração (α) �ω2 � A 0 �ω2 � A

Exemplo

Para a equação de um móvel em MHS:

x � 0,5 � cos

π πt �4

⎛⎝

⎞⎠

Descreva a equação horária da velocidade e da aceleração.

Solução

A amplitude tem o valor A � 0,5 m; a pulsação vale ω � π rads

;

a fase inicial vale ϕ0 �π4

rad.

Logo, podemos escrever a equação da velocidade:

v � �π � 0,5 � sen

� ��t4

⎛⎝

⎞⎠ ou v � �0,5π � sen

π πt�

4⎛⎝

⎞⎠

A equação da aceleração é dada por:

α � �0,5π2 � cos

π πt�4

⎛⎝

⎞⎠

1.2. Período no MHSConsiderando o sistema com mola já visto, podemos rela-

cionar a elongação com a força elástica F→

a que o corpo estásujeito, da seguinte maneira:

F � �k � xA aceleração no MHS, α, é dada por α � �ω2 � x e, pela

dinâmica, sabemos que:F � m � α

Podemos resumir o que foi discutido da seguinte maneira:

Page 245: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

247Capítulo 15

L

Logo:k � m � ω2

A pulsação no MHS é dada em função do período por:

ω �2πT

Portanto:

k � m � 22π

T⎛⎝

⎞⎠ ⇒ T � 2π m

k

O período só depende da massa do corpo e da constanteelástica da mola.

Um sistema oscilatório muitoimportante é o pêndulo simples.Para oscilações de pequena am-plitude, o pêndulo descreve umMHS.

Sendo T o período, g a acele-ração da gravidade e L o compri-mento do pêndulo, temos:

T � 2π Lg

Para o pêndulo simples, o período não depende da massado corpo suspenso.

Exemplos

a) Um corpo de massa 3,2 kg, oscila preso à extremidade de uma

mola de constante elástica k � 20 Nm

. Determine o período desta

oscilação.

Solução

T � 2π mk

⇒ T � 2π 3 220, ⇒ T � 0,8π s

Page 246: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

248Capítulo 15

b) Um pêndulo simples, de comprimento 40 cm, realiza oscilações de

pequena amplitude em um local onde g � 10 ms2

. Determine o pe-ríodo destas oscilações.

Solução

T � 2π Lg

⇒ T � 2π 0 4010, ⇒ T � 0,4π s

2. Movimento ondulatório

Considere um meio material qualquer em que associamos,a cada um de seus pontos, uma ou mais grandezas físicas.Quando alteramos pelo menos uma dessas grandezas, dize-mos que o meio está sofrendo uma perturbação.

A perturbação sofrida pelo meio poderá se propagar atra-vés desse mesmo meio. Essa propagação constitui uma onda.

O exemplo mais simples de onda é aquele que ocorrequando jogamos uma pedra em um lago de águas tranqüilas.O ponto atingido pela pedra sofrerá uma perturbação, ou seja,receberá uma determinada quantidade de energia mecânica.A partir do ponto atingido, observaremos uma onda se propa-gando. O ponto perturbado volta à posição inicial após poucotempo, mas a onda continua a se propagar.

A propagação de uma onda não transporta matéria e simenergia. No exemplo descrito, caso haja uma bóia flutuandona água, observaremos que ela, ao ser atingida pela onda,apenas repete o movimento do primeiro ponto perturbado,sem ser transportada com a onda.

2.1. Tipos de ondas• Onda mecânica: originária da deformação de um meio

material (ondas na superfície de líquidos, onda sonora, ondasnuma corda esticada etc.).

• Onda eletromagnética: originária de cargas elétricasaceleradas (ondas luminosas, raios gama, raios X etc.).

Page 247: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

249Capítulo 15

Quanto à direção de propagação, temos:• Onda transversal: a vibração do meio é perpendicular à

direção de propagação (ondas luminosas, ondas em uma cor-da tensa etc.).

• Onda longitudinal: a vibração do meio ocorre na mesmadireção que a propagação (por exemplo: onda sonora, ondase propagando em uma mola perturbada com um impulso lon-gitudinal em sua extremidade etc.).

2.2. Dimensões da propagaçãoDe acordo com o número de direções em que uma deter-

minada onda se propaga em um meio, ela pode serunidimensional, bidimensional ou tridimensional.

Apresentamos, a seguir, alguns exemplos.

A onda está se propagando apartir da extremidade de uma cor-da tensa: é uma onda unidimen-sional e transversal (direção demovimento do ponto A perpendi-cular à direção de propagação daonda).

A

A

AA

A

A

A

A

A

B

B

B

B

B

B

B

A onda em uma mola se origina deum empurrão em sua extremidade.Considerando o movimento do pontoB e outros na horizontal, a onda éunidimensional e longitudinal (dire-ção do movimento do ponto B namesma direção de propagação daonda).

Page 248: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

250Capítulo 15

A onda bidimensional dareta transversal é formada aoperturbarmos a superfície deuma porção de água comuma régua.

frente de onda reta

raio de onda

régua

frente de onda circular

membranavibrante

frente de onda plana

raio de onda

raio de onda

frente de onda esférica

A onda bidimensional cir-cular transversal é criada aoperturbarmos um ponto dasuperfície de uma porção deágua.

A onda tridimensionalplana é provocada por umamembrana vibrante.

A onda tridimensional es-férica é gerada por uma fontesonora.

Page 249: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

251Capítulo 15

d

A

A

B

B

20 40t � 3 s

120

40

t � 1 s

Nas figuras anteriores, representamos as frentes de onda,que são um conjunto de pontos do meio em ação simultânea,bem como os raios da onda, que são linhas de orientação paraindicar o sentido e a direção de propagação da onda.

A velocidade de propagação de uma onda é dada peloquociente do deslocamento de uma determinada frente de on-da pelo intervalo de tempo.

Considere uma onda que sepropaga em uma corda, confor-me é mostrado ao lado:

A velocidade de propagaçãoda onda é dada por:

v �

dt�

Exemplo

Um corpo de pequenas dimensões cai sobre a superfície de um tan-que com água. Considere t � 0, o instante em que o corpo atinge asuperfície e que a onda circular formada tem diâmetro de 40 cm emt � 1 s e 120 cm em t � 3 s, e determine a velocidade de propaga-ção da onda.

Solução

d cm

t sv

� � � ��

40

3 1 1402

⎫⎬⎭

⇒ v cms

� 20

Page 250: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

252Capítulo 15

fonteem

MHS

v

A

2.3. Ondas periódicas para uma corda tensaUma onda é dita periódica quando a perturbação que a

gerou se repete periodicamente.O diagrama a seguir representa uma onda periódica pro-

pagando-se em uma corda tensa.

Em que:λ – é o comprimento da onda, que é a menor distância en-

tre dois pontos que possuem o mesmo movimento no mesmoinstante (pontos em fase).

A – é a amplitude, que é o máximo deslocamento de umponto do meio em relação à sua posição de equilíbrio.

O movimento de propagação na corda é uniforme, sendo va velocidade de propagação. Aplicando-se o conceito de cál-culo de velocidade de propagação, temos:

v S

tSt T

vT

���

� �

� ��

⎫⎬⎭

λ λ⇒ ,

em que T é o período do movimento dos pontos do meio.Das fórmulas anteriores, podemos calcular a freqüência da

onda, que equivale à freqüência com que uma determinada

fonte gera a perturbação. Como f �1T

, temos:

v � λ � f

Page 251: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

253Capítulo 15

• Independentemente do meio, a freqüência de uma ondaé igual à freqüência da fonte que a emitiu.

• A velocidade de uma onda mecânica não depende dafreqüência da onda que se propaga, apenas das característicasdo meio.

• Os pontos do meio que constituem uma frente de ondaestão em fase.

• As frentes de onda estão separadas por uma distânciaque é igual ao comprimento de onda λ.

• Para comprimentos de onda muito pequenos, é utilizadaa unidade ängstron (Å). Esta unidade vale:

1 Å � 10�10 m• A energia transportada pela onda não depende de v, f ou

λ, apenas da amplitude (A) da onda, que corresponde à ampli-tude do MHS realizado pela fonte.

Exemplos

a) Uma fonte ligada a uma corda tensa gera 10 ondas completas em 5segundos. Qual o período, a freqüência e a velocidade de propa-gação das ondas que têm comprimento de onda igual a 30 cm?

Solução

O período da onda é igual ao número de ciclos gerados por uni-dade de tempo; logo:

10 ciclos — 5 s

1 ciclo — T ⇒ T � 510

⇒ T � 0,5 s

A freqüência vale:

f � 1T

⇒ f � 10 5,

⇒ f � 2 Hz

A velocidade de propagação é igual a:

v � λ � f ⇒ v � 0,30 � 2 ⇒ v � 0,6 ms

ou v � 60 cms

Observacoes importantes:`~

Page 252: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

254Capítulo 15

1. Para um corpo em MHS, podemos dizer que:

a) A aceleração tem módulo máximo no ponto médio da trajetória.

b) A velocidade é nula no ponto médio da trajetória.

c) A aceleração se anula nos pontos extremos da trajetória.

d) A velocidade tem módulo máximo no ponto médio da trajetória.

e) A aceleração e a velocidade se anulam no mesmo instante.

2. O comprimento de um pêndulo simples é duplicado, ao mesmotempo que a massa pendular tambem á dobrada. Nessas condi-ções, podemos afirmar que o período das oscilações desse pêndu-lo, para pequenas oscilações:

a) duplica;

b) quadruplica;

c) fica inalterado;

d) é multiplicado por raiz quadrada de dois;

e) reduz-se à metade;

f) reduz-se a um quarto.

3. O relógio de meu avô tem um pêndulo com haste metálica rígidalonga e um corpo sólido na extremidade. Em períodos de calorforte, vovô costuma acertar o relógio com mais freqüência. Per-gunta-se: o que ocorre com o relógio nesses períodos de calor?

b) O ouvido humano é sensível a ondas mecânicas sonoras entre20 Hz e 20 kHz, aproximadamente. Determine o maior e o menorcomprimento de onda que sensibiliza o ouvido humano no ar.

A velocidade de propagação da onda sonora no ar é 340 ms

.

Solução

λ �vf

⇒ λmáx �34020

⇒ λmáx � 17 m

λmin �

34020 103�

⇒ λmin � 1,7 � 10�2 m

Page 253: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

255Capítulo 15

a) Pára de funcionar com freqüência.

b) Adianta.

c) Atrasa.

d) Adianta e atrasa sem critério.

4. (UFSC) Observando os 4 pêndulosda figura, pode-se afirmar que:

a) O pêndulo A oscila mais deva-gar que o pêndulo B.

b) O pêndulo A oscila mais deva-gar que o pêndulo C.

c) O pêndulo B e o pêndulo Dpossuem mesma freqüência deoscilação.

d) o pêndulo B oscila mais devagar que C.

e) o pêndulo C e o pêndulo D possuem mesma freqüência de os-cilação.

5. (UFSC) A equação de um movimento harmônico simples é:

x � 10 � cos

1003

π πt �⎛⎝

⎞⎠ , onde x está expresso em centímetros e

t em segundos.

Determine o valor numérico da razão (quociente) entre a fre-qüência e a amplitude deste movimento, expresso em hertz porcentímetro.

6. (UFPI) Dada a equação da posição para um MHS,

y � 10 � cos

π π2 3

t �⎛⎝

⎞⎠ , em unidade do MKS, pode-se afirmar que

a amplitude, o período e o ângulo de fase valem, respectivamente:

a) 10m; 4 s; π3

rad c) 5π; π π2 3

; rad e) 5 m; 8 s; 320°

b) 10; 4; 60° d) 900 m; 900t; 60°

7. Um corpo de massa 900 g executa um MHS de 2,4 s de períodoquando pendurado na extremidade de uma mola. Caso o corpo

A

10 cm 15 cm 10 cm 15 cm

1 kg

2 kg

3 kg

3 kg

B C D

Page 254: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

256Capítulo 15

seja substituído por outro de massa 400 g, qual será o novo perío-do de oscilação?

8. O pêndulo de Foucault consistia em uma esfera de 28 g pendura-da na cúpula do Panthéon de Paris por um fio de 67 m de compri-mento.

Sabe-se que o período T da oscilação de um pêndulo simples estárelacionado com seu comprimento L e com a aceleração da gravi-dade g, pela equação:

T � 2π Lg

a) Qual o período de oscilação do pêndulo de Foucault? Despre-ze as frações de segundo.

b) O que aconteceria com o período deste pêndulo se dobrásse-

mos sua massa? (Adote 10 � π e g � 10 ms2

.)

9. (UFAM) Existe uma variedade muito grande de fenômenosondulatórios na natureza. Os olhos e os ouvidos são bons exem-plos de receptores de ondas luminosas e sonoras, respectivamen-te. Na propagação de uma onda há transporte de:

a) massa e quantidade de movimento;

b) quantidade de movimento e energia;

c) energia e massa;

d) partículas e vibrações.

10. (Fuvest–SP) Um navio pa-rado em águas profundasé atingido por uma cristade onda (elevação máxi-ma) a cada T segundos. Aseguir o navio é posto emmovimento, na direção esentido de propagaçãodas ondas e com a mes-ma velocidade delas.

Page 255: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

257Capítulo 15

Nota-se, então (veja a figura), que ao longo do comprimento L donavio cabem exatamente três cristas. Qual a velocidade do navio?

a) LT3

b) LT2

c) LT

d) 2LT

e) 3LT

11. Assinale a afirmativa correta:a) Uma onda, ao passar de um meio para outro, tem sua freqüên-

cia alterada.b) Uma onda, ao se propagar, leva consigo partículas do meio.c) As ondas mecânicas se propagam no vácuo.d) A velocidade de propagação de uma onda depende do meio

em que se propaga.e) O som não é uma onda mecânica.

12. (UFMS) A figura abaixo ilustra um trecho de um pulso ondulatóriosenoidal.

Se a freqüência é 60 Hz, podemos afirmar corretamente que:a) o comprimento da onda é igual ao comprimento AB.b) o comprimento da onda é igual a 4 cm.c) o período do movimento ondulatório é igual a 1/60s.d) a velocidade de propagação da onda é 240 cm/s.e) a velocidade de propagação da onda é 120 cm/s.

13. (UFMG) Um conta-gotas situado a uma certa altura acima da su-perfície de um lago deixa cair sobre ele uma gota d’água a cadatrês segundos.Se as gotas passarem a cair na razão de uma gota a cada dois se-gundos, as ondas produzidas na água terão menor:a) amplitude; d) timbre;b) comprimento de onda; e) velocidade.c) freqüência;

4 cm

2 cm2 cm

A C

B

Page 256: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

258Capítulo 15

14. (UFMG) Esta figura mos-tra parte de duas ondas, Ie II, que se propagam nasuperfície da água de doisreservatórios idênticos.

Com base nesta figura,podemos afirmar que:

a) A freqüência da onda I é menor do que a da onda II, e o com-primento de onda de I é maior que o de II.

b) As duas ondas têm a mesma amplitude, mas a freqüência de I émenor que a de II.

c) As duas ondas têm a mesma freqüência, e o comprimento deonda é maior na onda I do que na onda II.

d) Os valores da amplitude e do comprimento de onda sãomaiores na onda I do que na onda II.

e) Os valores da freqüência e do comprimento de onda sãomaiores na onda I do que na onda II.

15. (UMC-SP) A figura representa o perfil de uma onda transversalque se propaga ao longo de um fio elástico.

C

B F

D H

10 cm

35 cm

E0

G

Determine, no SI:

a) a amplitude da onda;

b) o comprimento da onda;

c) a velocidade de propagação da mesma, sabendo-se que suafreqüência é igual a 125 Hz ou seu período é 0,008 s.

I

II

Page 257: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

259Capítulo 15

3. Reflexão de ondas

Uma onda que se propaga em um determinado meio, quan-do encontra a superfície de fronteira com outro meio, pode so-frer reflexão, refração ou absorção, simultaneamente ou não.

Analisemos uma onda unidimensional que se propaga emuma corda tensa, conforme a figura abaixo. Estando a cordafixada em uma superfície rígida, ao atingir o ponto P, a onda érefletida.

P

P

f1

f2

Observe que a onda refletida é invertida em relação à on-da incidente, ou seja, a onda refletida sofreu inversão de fase.Este fenômeno se explica pela lei da ação e reação.

Caso a corda seja fixada a uma argola que possa se deslo-car livremente em uma haste vertical, conforme a figura aseguir, quando a onda atingir o ponto P a argola sofrerá umaelevação e sua conseqüente queda produzirá uma onda refle-tida não-invertida.

P

P

f1

f2

Page 258: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

260Capítulo 15

O estudo do comportamento de ondas bidimensionais etridimensionais será simplificado se analisarmos os raios deonda, em vez das frentes de onda.

Representamos, abaixo, uma onda que se propaga na su-perfície da água, atingindo uma superfície plana.

i r

i r

Nondas incidentes ondas refletidas

em que i é o ângulo de incidência, r o de reflexão e N é a nor-mal à superfície.

A exemplo da óptica, temos:• o raio incidente, o refletido e a normal estão no mesmo plano;• o ângulo de reflexão é igual ao de incidência.No fenômeno da reflexão não há variação da freqüência,

da velocidade de propagação e do comprimento de onda.

Exemplos

a) Uma onda, com o perfil abaixo, se propaga por uma corda tensa,fixa em uma parede no ponto P, da esquerda para a direita. A par-tir do instante representado na figura, a onda leva 0,5 s para atin-gir P. Determine a velocidade de propagação da onda e seu perfilapós 2,0 s.

A B P

4 cm 12 cm

Page 259: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

261Capítulo 15

SoluçãoA velocidade da onda vale:

v �120 5

cms,

⇒ v � 24 cms

O perfil da onda após 2 s equivale ao perfil da onda refletida apartir do ponto P. Seu perfil é:

b) Uma frente de onda plana se propaga na superfície da água com ve-

locidade de 0,5 ms

. No instante t � 0, uma frente de onda AB está

na posição indicada na figura abaixo.

Considere sen 30° � 0,5 e cos 30° �32

. Depois de quanto

tempo, a partir de t � 0, a frente atingirá o ponto P, após atingir asuperfície refletora?

4 cm 72 cm

P

A

B

60°1 m

3 m

A‘

B‘P

0

60° 60°30°

1 m

3 m

Solução

Representamos a situação na figura abaixo:

Page 260: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

262Capítulo 15

A distância percorrida pela onda é OP ; logo:

sen 30° �1

OP⇒ OP � 1

0 5,⇒ OP � 2 m

Como a velocidade da onda é 0,5 ms

, temos:

v �

OPt�

⇒ �t �2

0 5,⇒ �t � 4 s

4. Refração de ondas

Refração é o fenômeno que ocorre quando o meio de pro-pagação de uma onda é modificado.

Na refração, há alteração na velocidade de propagação daonda (v) e no seu comprimento de onda (λ). A freqüência da on-da não muda.

Considere uma corda tensionada por uma força F→

. Essacorda tem seção transversal S1 em um trecho e S2 em outro,sendo S2 � S1. Produzindo uma onda no conjunto, a onda irá sepropagar com velocidade dada por:

v �

Fd S�

onde d é a densidade do material e S, a área da seção trans-versal da corda.

1

2

�1 �2

F→

Como no trecho 1 a corda tem menor seção transversalque no trecho 2, temos:

v2 v1

Page 261: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

263Capítulo 15

Sλ2

λ1

v1

v2

1

2

Sabendo que a freqüência é constante, temos:

f �

v v1

1

2

2��

Logo, a onda refratada tem menor comprimento de ondaque a incidente:

λ2 λ1

Na análise em questão, temos uma onda unidimensional.Para este caso, a onda refratada tem a mesma direção da inci-dente, o que pode não ocorrer para ondas bidimensionais etridimensionais.

Representamos, na figura abaixo, uma onda que se propa-ga no meio � com velocidade v1 e passa para o meio � comvelocidade v2, sendo v2 v1.

Observe que ocorre uma mudança na direção e no com-primento da onda.

Para a situação anterior, onde representamos apenas umraio de onda, temos:

S

N

v1

v2

1

2

i

r

em que i é o ângulo de incidência, r o ângulo de refração e Na normal.

Page 262: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

264Capítulo 15

λ1

λ2

S

v1

1

v2

2

Para a situação anterior, pode-se provar que vale a relação:

sen isen r

vv

� 1

2

Como a freqüência não se altera, temos:

sen isen r

ff

sen isen r

��

��

λλ

λλ

1

2

1

2⇒

Caso o ângulo de incidência seja perpendicular, não hámudança de direção.

Para ondas luminosas, como já vimos em óptica, vale a Leide Snell-Descartes:

sen i � n1 � sen r � n2

em que n1 é o índice de refração do meio � e n2 é o índice derefração do meio �.

Exemplos

a) Uma onda de 20 Hz se propaga por uma corda tensa com veloci-

dade de 10 ms

. A corda, em um determinado ponto, tem sua den-

sidade alterada de d1 para d2. Pergunta-se: qual o comprimento daonda original e a velocidade de propagação no trecho de densida-de d2, sabendo-se que o comprimento de onda neste trecho se alte-ra para 0,8 m?

Page 263: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

265Capítulo 15

Solução

Para o cálculo do comprimento de onda original, usamos arelação:

f �

v1

1�⇒ λ1 �

1020

⇒ λ1 � 0,5 m

A velocidade de propagação v2, no trecho de densidade d2, vale:

f �v2

2λ⇒ v2 � 20 � 0,8 ⇒ v2 � 16 m

s

b) Um fio de material resistente é tensionado em 60,5 N. O fio temsecção transversal constante igual a 2,50 � 10�4 m2 e densidade

igual a 2,0 � 103 kg

m3 . Determine a velocidade de uma onda trans-

versal que se propague neste fio.

Solução

v �

Fd S�

⇒ v �

60 5

2 0 10 2 5 103 4,

, ,� � � − ⇒

⇒ v � 121 ⇒ v � 11 ms

c) Uma onda propaga-se em um dado meio material A. A onda atingea fronteira do meio A em relação ao meio B, formando um ângulode 45° com a reta normal à superfície. Sabendo-se que a velocida-

de da onda no meio A é de 300 ms

, qual a velocidade de propaga-

ção no meio B, onde a onda é refratada formando um ângulo de30° com a normal à superfície?

Solução

sen isen r

vv

sensen v

� �1

2 2

4530

300⇒ ⇒°°

v2 � 150 2 ms

Page 264: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

266Capítulo 15

f1

f2

f3

Neste caso, dizemos que a interferência é construtiva.• Quando as ondas produzem efeitos opostos:

Neste caso, dizemos que a interferência é destrutiva.Quando há interferência em ondas luminosas, ocorrem

pontos brilhantes onde a interferência é construtiva e escurosonde a interferência é destrutiva. No caso de ondas sonoras,há um aumento ou diminuição da intensidade sonora confor-me a interferência.

f1

f2

f3

5. Interferência

Denomina-se interferência a sobreposição dos efeitos devárias ondas. Podemos descrever o fenômeno da interferênciapor meio de duas propriedades fundamentais:

• O efeito resultante de duas ou mais ondas é igual à somados efeitos que cada uma produz isoladamente.

• Após o contato entre duas ou mais ondas, uma onda mantéma mesma forma que teria se a interferência não tivesse ocorrido.

Abaixo, verificamos alguns exemplos de interferência.• Quando os efeitos são concordantes:

Page 265: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

267Capítulo 15

6. Ondas estacionárias

A onda estacionária caracteriza-se pela ocorrência de in-terferência entre duas ondas de mesma freqüência e amplitu-de, que se propagam ao longo de uma mesma direção em sen-tidos opostos.

Representamos, a seguir, uma onda periódica que se pro-paga em uma corda tensa a partir de uma extremidade, a ondarefletida na extremidade fixa e a superposição de ambas emum mesmo instante.

B

C DA E

DC

BD

EB C

A

B

C

D

E A E

onda original

A

B

C

D

A E

D CB D

E

B

CAB

C

D

E A E

onda refletida

A

B

C

D

EA

AA

B

C

D

EB B C D EC D E

onda resultante

A

Os pontos onde a amplitude é nula são chamados de nósou nodos da onda estacionária. Os pontos onde a amplitude émáxima são chamados ventres da onda.

Page 266: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

268Capítulo 15

0,20 m

0,50 m

Solução

De acordo com a figura, temos:

λ2

� 0,20 m ⇒ λ � 0,40 m

a �A2

⇒ a � 0 502, ⇒ a � 0,25 m

Logo, o comprimento das ondas que se superpõem vale 0,40 m ea amplitude, 0,25 m. A freqüência das ondas vale:

f �vλ ⇒ f � 12

0 40,⇒ f � 30 Hz

7. Difração

Considere uma fonte sonora atrás de uma barreira acústicaqualquer, conforme a figura a seguir.

B D

C

DB

EA

Como o movimento harmônico sim-ples dos pontos da corda é rápido, asimagens apresentadas na figura anteriorse superpõem à nossa vista. Dessa ma-neira, a figura ao lado representa a visua-lização do aspecto da onda estacionária.

A distância entre os nós vale meiocomprimento de onda.

Exemplo

a) A figura abaixo representa o perfil de uma onda estacionária. De-termine o comprimento das ondas que se superpõem, sua amplitu-de e sua freqüência, sabendo-se que a velocidade de propagação é

de 12 ms

.

Page 267: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

269Capítulo 15

* Christiaan Huygens (1629–1695)Físico, matemático e astrônomo holandês. Uma de suas maiores contribuições foi a Teoriaondulatória da luz publicada em 1678.

a

b

Não há caminho direto livre entre o ouvinte e a fonte so-nora, embora o ouvinte consiga ouvir, pois a onda sonora, dealguma maneira, “contornou” o obstáculo.

Esse fenômeno é denominado difração e ocorre com ondasbidimensionais e tridimensionais.

A explicação do fenômeno encontra apoio no princípio deHuygens*, com o seguinte enunciado:

Os pontos de uma frente de onda podem ser considera-dos como novas frentes de onda.

16. Na figura ao lado, vemos umaonda que se propaga por uma cor-da tensa a partir de uma extremi-dade e reflete-se após atingir oponto de fixação:

A onda refletida sofre inversão defase. Podemos atribuir o fato à:

a) lei da refração das ondas;b) lei de Snell-Descartes;

Page 268: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

270Capítulo 15

Uma onda transversal se propaga da corda 1 para a corda 2. Nacorda da esquerda, a velocidade é v1, o comprimento de onda éλ1 e a freqüência é f1. Na corda da direita, essas grandezas são v2,λ2 e f2, respectivamente. Pode-se afirmar que:

a) f1 � f2 e v1 � v2 d) f1 � f2 e λ1 � λ2

b) λ1 � λ2 e v1 � v2 e) λ1 � λ2 e v1 � v2

c) v1 � v2 e f1 � f2

19. A figura mostra uma corda excitada nas extremidades por doispulsos de mesma amplitude e duração, viajando em sentidosopostos. Indique a figura que melhor representa o aspecto da cor-da no intervalo de tempo em que estão se superpondo.

1 2

c) lei de ação e reação;

d) mudança da freqüência após a reflexão;

e) mudança do comprimento de onda após a reflexão.

17. Quando uma onda se propaga de um meio material para outro denatureza distinta, podemos afirmar que:

a) A velocidade de propagação é a mesma para os meios.

b) A freqüência varia proporcionalmente à velocidade de propa-gação nos dois meios.

c) O comprimento da onda sofre variação de um meio para outro.

d) A freqüência é constante e é igual ao qüociente da velocidadede propagação pelo comprimento de onda.

e) O ângulo de incidência é igual ao de refração quando for dife-rente de 0°.

18. (UFMG) Observe a figura abaixo que representa duas cordas, sen-do a da esquerda menos densa que a da direita.

Page 269: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

271Capítulo 15

20. Uma onda de luz de freqüência f � 5,0 � 1014 Hz passa do vácuopara um bloco de vidro, cujo índice de refração para esta fre-qüência é n � 1,5. Sabendo-se que a velocidade da luz no vácuoé dada aproximadamente por c � 3,0 � 108 m/s, calcule o compri-mento da onda no vidro.

Dado: 1 Å � 10�10 m

a) 5.000 Å b) 6.000 Å c) 4.000 Å d) 2.000 Å e) 3.000 Å

21. Quando ocorre interferência entre duas ondas, há pelo menosuma mudança em relação às ondas resultantes. Tal mudança sedá em relação a(o):

a) período; c) amplitude; e) comprimento de onda.

b) freqüência; d) fase;

22. (UFSE) A figura abaixo representa uma configuração de ondas es-tacionárias em uma corda com as extremidades fixas. O compri-mento de onda correspondente, em cm, é de:

a) b) c)

d) e)

120 m

a) 24 b) 30 c) 48 d) 60 e) 120

23. (UFPA) Uma corda vibrante de freqüência 180 Hz produz ondasestacionárias, cuja menor distância entre dois nós é 14 cm. No SI,a velocidade destas ondas é:

a) 13 b) 25,2 c) 50,4 d) 128,5 e) 642,8

Page 270: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

272Capítulo 15

A

B

24. (Cesgranrio-RJ) Um movimentoondulatório propaga-se para a di-reita e encontra o obstáculo AB,onde ocorre o fenômeno represen-tado na figura ao lado, que é de:a) difração; d) refração;b) difusão; e) polarização.c) dispersão;

8. As ondas sonoras

8.1. Natureza das ondas sonorasO som é uma forma de energia; é uma onda mecânica lon-

gitudinal que, ao se propagar, abala o meio de propagação (oar, geralmente). Por exemplo: ao gerarmos um som em um de-terminado ponto, as moléculas de ar próximas ao ponto sãocomprimidas. Essa compressão é uma perturbação que vai sepropagando ao longo do meio, originando uma onda sonora.Nosso aparelho auditivo, ao ser atingido por esta onda sono-ra, transforma a variação de pressão sofrida pela onda em es-tímulo nervoso que, ao chegar ao cérebro, nos dá a sensaçãoauditiva.

Por ser uma onda mecânica, o som não se propaga no vácuo.Sabe-se, por meio de experimentos, que uma onda mecâ-

nica só sensibiliza o ouvido humano na faixa de 20 Hz a20 kHz. Esses limites variam de indivíduo para indivíduo e,por isso, podemos encontrar valores ligeiramente diferentesdos aqui apresentados.

Quando a onda do tipo sonora possui freqüência menorque 20 Hz, dizemos que é um infra-som. Quando a freqüên-cia é maior que 20 kHz, temos um ultra-som.

Podemos classificar as ondas sonoras em dois grandes grupos:• os sons;• os ruídos.

Page 271: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

273Capítulo 15

Forma de onda de um som

O som é uma onda periódica com certa harmonia; o ruídoé uma onda sonora desarmônica. A seguir, representamos umaonda típica de um som e de um ruído.

Forma de onda de um ruído

Leia sobre O Ultra-Som no Encarte Colorido.

8.2. Velocidade de propagaçãoA exemplo de todas as ondas, a velocidade de propagação

da onda sonora depende do meio. Quanto mais próximas aspartículas de um meio estão umas das outras, mais veloz seráa propagação da onda. Dessa maneira, a velocidade das on-das sonoras é maior nos sólidos e menor nos gases.

vsólidos � vlíquidos � vgases

Como as características dos materiais mudam com a tem-peratura, a velocidade de propagação do som em um determi-nado meio varia com a temperatura. Por exemplo: a 15 °C, a

velocidade de propagação do som no ar é de 340 ms

; na

água, de 1.450 ms

; e no ferro, de 5.130 ms

.

8.3. Qualidade do som

8.3.1. AlturaA altura é a qualidade que nos permite caracterizar o som

como grave ou agudo, estando relacionada à freqüência do som.

Page 272: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

274Capítulo 15

área S

FI �

PS

Um som é tanto mais grave quanto menor for a freqüênciae tanto mais agudo quanto maior a freqüência. O som da vozdo homem é normalmente mais grave (100 a 200 Hz) que avoz da mulher (200 a 400 Hz).

8.3.2. IntensidadeA intensidade nos permite classificar o som como forte ou

fraco. Esta qualidade é relacionada com a energia transporta-da pela onda. A energia, por sua vez, se relaciona diretamen-te com a amplitude da onda.

A sensação auditiva não varia de forma linear com a ener-gia transportada pela onda. Assim, definem-se dois tipos deintensidade: a intensidade energética (física) e a intensidadefisiológica (nível sonoro).

A intensidade física do som (I) é o quociente da potên-cia emitida pela fonte (P) pela área (S) onde o som é encon-trado em determinado instante.

A unidade de I é o watt por metro quadrado Wm2

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

.

A menor intensidade audível é denominada I0, e vale

10�12 Wm2

. Este valor também é chamado de limiar de

audibilidade.

Page 273: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

275Capítulo 15

O nível sonoro (L) é uma grandeza medida em bel (B) oudecibel (dB), definida pela relação:

L � 10 � log II0

(dB)

Este nível é conhecido como SIL (Sound Intensity Level) ouNS (nível sonoro).

Silêncio!A exposição prolongada a ruídos superiores a 85 decibéisprovoca a perda gradativa da audição. A seguir são listadosalguns níveis sonoros comuns em nossa vida cotidiana.

Relógio de parede 10 dBConversa à meia voz 40 dBRua com tráfego intenso 70 a 90 dBBuzina a ar 100 dBEstádio do Morumbi lotado na hora do gol 100 dBAvião a jato aterrissando 140 dB

8.3.3. TimbreO timbre é uma qualidade do som que permite ao ouvido

humano distinguir dois sons de mesma altura e intensidadeemitidos por instrumentos diferentes.

O timbre está relaciona-do com a forma de onda dosom. Ao lado, vemos a re-presentação de uma mesmanota musical emitida porfontes diferentes, que secaracterizam por timbresdiferentes.

Timbres diferentes

Timbres diferentes

Page 274: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

276Capítulo 15

A diferença sentida é devida ao fato de ouvirmos o som re-sultante da superposição de vários sons de freqüências dife-rentes; no entanto, o som ouvido equivale ao de menor fre-qüência, denominado som fundamental. Os sons que acom-panham o som fundamental caracterizam o timbre da fonte esão denominados sons harmônicos.

Exemplos

a) Uma fonte sonora emite ondas de comprimento de onda igual a5 m no ar, onde a velocidade de propagação é 340

ms . Essas on-

das são audíveis pelo ouvido humano?

Solução

Sabe-se que a mínima freqüência audível é em torno de 20 Hz. Ovalor da freqüência correspondente a um comprimento de ondade 5 m vale:

f �vλ

⇒ f � 3405

⇒ f � 68 Hz

Como a freqüência vale 68 Hz, está dentro da faixa de sonsaudíveis.

b) Uma pessoa ouve o som de um trovão 1,5 s após ver o relâmpago.Determine a distância aproximada do observador do local ondecaiu o raio.

Dado: velocidade do som no ar: 340ms .

Solução

Como a velocidade da luz no ar é muito maior que a do som, po-demos considerar que a propagação da luz é instantânea. Como avelocidade é dada pelo quociente da distância percorrida pelointervalo de tempo, temos:

d � v � �t ⇒ d � 340 � 1,5 ⇒ d � 510 m

c) Sabendo-se que no interior de uma estação ferroviária a intensida-

de sonora é de 10�2 Wm2

, determine o nível sonoro nesta estação.

Page 275: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

277Capítulo 15

Considere I0 � 10�12 Wm2

.

Solução

L � 10 � log II0

⇒ L � 10 � log

1010

2

12

�⇒ L � 100 dB

d) Determine a intensidade física correspondente ao nível sonoro deum avião a jato aterrissando, que corresponde a 140 dB. Conside-

re I0 � 10�12 Wm2

.

Solução

L � 10 � log II0

⇒ 140 � 10 � log II0

⇒ 14 � log II0

⇒ 1014 �

I10 12�

⇒ I � 102 Wm2

9. Reflexão do som – reforço, reverberação e eco

Quando uma onda sonora encontra um obstáculo, ou seja,uma superfície de separação entre dois meios, vários fenôme-nos podem acontecer simultaneamente ou não:

• reflexão: o som volta ao meio original;• refração: o som muda de meio de propagação;• absorção: o som é absorvido, podendo extinguir-se.Apresentamos a seguir a reflexão.A reflexão pode provocar três tipos de fenômenos: reforço,

reverberação e eco, dependendo do intervalo de tempo entrea chegada dos sons diretos e refletidos.

Sabemos que, quando um impulso sonoro nos atinge o ou-vido, a sensação que provoca dura aproximadamente um dé-cimo de segundo (0,1 s), logo:

• o reforço ocorre quando o intervalo de tempo entre achegada do som direto e o refletido é praticamente nula;

Page 276: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

278Capítulo 15

• a reverberação ocorre quando o intervalo de tempo entre achegada do som direto e a do refletido é pouco inferior a 0,1 s;

• o eco ocorre quando o intervalo de tempo entre a chega-da do som direto e do som refletido é superior a 0,1 s.

Leia sobre o Sonar e o Reconhecimento do Fundo Oceâni-co no Encarte Colorido.

Exemplos

a) Um homem dá um grito de grande intensidade. Este ruído se refle-te em um obstáculo a uma determinada distância do homem. Sa-

bendo-se que a velocidade do som no ar é 340ms , determine a

que distância deveria estar o obstáculo para que o homem pudes-se observar os fenômenos da reverberação e do eco.

SoluçãoPara que se dê o fenômeno da reverberação, o tempo de retornoda onda refletida tem que ser pouco menor que 0,1 s; logo:

2d � v � �t ⇒ d �

340 0 12� , ⇒ d � 17 m

A distância deve ser pouco inferior a 17 m, logo d 17 m .

Observe que a distância é multiplicada por dois, devido à consi-deração do percurso de ida e volta.

Para que se observe o eco, o tempo deve ser maior que 0,1 s;logo:

d � 17 m

b) O som se propaga na água com velocidade de 1.450ms . Nesse

meio, qual deve ser a distância entre uma pessoa e a barreira refle-tora, para que ela possa ouvir seu eco?

Solução

2d � v � �t ⇒ d �

1 450 0 12

. ,� ⇒ d � 72,5 m

A condição será satisfeita quando d � 72,5 m.

c) Um navio, no oceano Pacífico, usa o sonar para determinar a pro-fundidade da região onde se encontra naquele instante. O tempo

Page 277: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

279Capítulo 15

da emissão do pulso sonoro até a volta é de 2,0 s. Considere a ve-

locidade do som na água salgada sendo de 1.500ms . Qual a pro-

fundidade na região pesquisada?

Solução

2d � v � �t ⇒ d �

1 500 2 02

. ,� ⇒ d � 1.500 m

10. Refração

A refração das ondas sonoras é regida pelos princípios jáestudados para a refração das ondas em geral.

11. Efeito Doppler

Quando a fonte da onda e o receptor estão se movendo umem relação ao outro, a freqüência observada pelo receptor nãoé a mesma da freqüência da fonte. Quando eles se aproximamum do outro, a freqüência observada é maior que a da fonte;quando os dois se afastam, a freqüência observada é menor quea da fonte. Este fenômeno é denominado efeito Doppler.

Por exemplo: quando uma buzina ou sirene de um móvel seafasta ou se aproxima, um observador percebe as variações dealtura do som, ou seja: quanto mais longe, mais grave o som;mais perto, mais agudo. Isso ocorre porque, quando há umaaproximação da fonte em relação a um ouvinte em repouso,esse ouvinte recebe maior número de frentes de onda por uni-dade de tempo, conforme mostra a figura a seguir:

ouvinte

Page 278: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

280Capítulo 15

No caso de afastamento da fonte temos a situação contrá-ria, menor números de frentes de onda por unidade de tempo,conforme mostra a próxima figura:

ouvinte

Sendo f a freqüência real emitida, vf, a velocidade da fon-te, v0, a velocidade do observador, e vs, a velocidade do som,a freqüência fr ouvida pelo observador será:

fr � f �

v vv v

s

s f

�0

Para a utilização desta fórmula, devemos adotar a seguin-te convenção de sinais:

ouvintefonte

Vf

Vf

Vo

Vo

O efeito Doppler também pode ocorrer para ondas lu-minosas, provocando desvio da cor. Evidentemente, as ve-locidades envolvidas devem ser da ordem de grandeza davelocidade da luz.

Page 279: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

281Capítulo 15

Exemplos

a) Uma ambulância passou por uma pessoa parada. O som ouvidocaiu de 1.080 Hz para 900 Hz. Considerando a velocidade do som

no ar 340ms , determine a velocidade da ambulância e a freqüên-

cia real da fonte.

Solução

A freqüência ouvida na aproximação é de 1.080 Hz, logo:

fr � f �

vv v

s

s f�⇒ 1.080� f �

340340 � vf

Para o afastamento, temos:

fr � f �

vv v

s

s f�⇒ 900 � f �

340340 � vf

Dividindo membro a membro as duas equações obtidas, temos:

1 080900

340340

.�

vv

f

f⇒ 1,2(340 � vf) � 340 � vf ⇒

⇒ 2,2vf � 68 ⇒ vf � 30,9 m/s ou vf � 111kmh

Logo, a freqüência da fonte vale:

1.080 � f �

340340 30 9� , ⇒ f � 981,8 Hz

b) A freqüência do som emitido por uma fonte vale 3.000 Hz. Se a

fonte se aproxima do observador com velocidade de 50 ms

em re-

lação à Terra, e este se aproxima da fonte com velocidade de

5,0 ms

também em relação à Terra, qual a freqüência por ele ouvi-

da? Considere a velocidade do som no ar 340 ms

.

Solução

fr � f �

v vv v

s

s f

�0 ⇒ fr � 3.000 �

340 5 0340 50

, ⇒

⇒ fr � 3.000 � 345280

⇒ fr � 3.569 Hz

Page 280: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

282Capítulo 15

25. (UFMS) Assinale a(s) opção(ões) correta(s).a) As ondas sonoras se propagam com velocidade que depende

do meio (sólido, líquido ou gasoso).b) O fenômeno conhecido como eco está associado à reflexão

das ondas sonoras.c) O ouvido humano é capaz de ouvir sons de qualquer freqüência.d) As ondas sonoras são ditas transversais.e) A velocidade de uma onda sonora é sempre maior que a velo-

cidade da luz.

26. (UFPA) Um observador percebe sons produzidos pelas marteladasnos trilhos de uma estrada de ferro, pelos trilhos e pelo ar comdiferença de 2 segundos. Sendo a velocidade do som nos trilhos5.000 m/s e no ar 340 m/s, a distância em metros, entre o obser-vador e o local do conserto dos trilhos, é de aproximadamente:a) 147 b) 173 c) 530 d) 670 e) 730

27. (UFSE) Você ouve um solo de violão. Para ouvir melhor, você sesenta mais próximo do músico pois, dessa maneira, o som vaiatingir os seus ouvidos com maior:a) freqüência; d) intensidade;b) comprimento de onda; e) altura.c) velocidade;

28. (UFMS) Partindo dos sons mais agudos e dirigindo-se para sonsmais graves de uma escala musical, as ondas sonoras apresentamuma diminuição progressiva de:a) comprimento de onda; d) freqüência;b) velocidade; e) amplitude;c) elongação; f) período.

29. (UFPA) Sabe-se que sons muito fortes podem causar a sensaçãode dor num ouvido humano normal (limiar da dor), enquanto quesons muito fracos nem sequer podem ser percebidos (limiar daaudibilidade). Em termos de intensidade, os primeiros são, pelomenos, um trilhão de vezes (1.000.000.000.000) mais fortes que

Page 281: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

283Capítulo 15

140

130

120

110

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

os últimos. Tomando o limiar da audibilidade como referência, onível sonoro, em decibéis, no limiar de dor é:

a) 1.000.000.000.000 c) 120 e) 12

b) 1.000 d) 100

30. (UFPA) A figura representa valorestípicos de nível sonoro expressosem decibéis (dB). As setas indicamos níveis sonoros, produzidos porum motor de automóvel e pelas tur-binas de um avião em funcionamen-to. Pergunta-se:

a) Sendo o limiar da audição corres-pondente a uma intensidade de

10�12 Wm2 , quanto vale a inten-

sidade sonora produzida por um

automóvel, em Wm2 ?

b) Quantas vezes a intensidade so-nora produzida por um avião émaior que o limiar da audição?

c) Quantos automóveis idênticos,em funcionamento, são necessá-rios para produzir o mesmo nívelsonoro de um avião?

31. (UFBA) De acordo com a mecânica ondulatória, é correto afirmarque:

a) Uma onda sonora qualquer que seja sua freqüência, é percep-tível a um ouvido humano normal.

b) O fenômeno conhecido como eco está associado à refração deondas sonoras.

c) As ondas sonoras não sofrem difração.

Page 282: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

284Capítulo 15

d) Duas ondas sonoras superpostas podem produzir silêncio emdeterminados pontos do espaço.

e) Não ocorre efeito Doppler em ondas sonoras, caso o observa-dor e a fonte se desloquem com a mesma velocidade e nomesmo sentido.

32. (UFPA) As ultra-sonografias têm se revelado como importantes re-cursos para obtenção de imagens dos órgãos internos do corpohumano. Um transdutor (fonte de ultra-som), quando colocadosobre a pele de um paciente, emite o ultra-som e detecta a ondarefletida (eco) para produzir a imagem. A velocidade das ondasultra-sônicas em tecidos moles do nosso corpo é de, aproximada-mente, 1.500 m/s.Com base nestes dados, responda:a) Se uma ultra-sonografia é feita com uma freqüência de 5 MHz,

qual o comprimento de onda, em milímetros (mm), desse ultra-som nos tecidos moles do corpo do paciente?

b) Se o retardamento do eco (tempo necessário para o ultra-som sair da fonte, refletir-se no órgão-alvo e retornar aoponto de partida) é de 8 � 10�5 s, qual a distância, em centí-metros (cm), do órgão-alvo até a superfície da pele onde seencontra o transdutor?

33. (UFSC) Um automóvel, cuja buzina emite um som de 1.000 Hz,se move em linha reta e se afasta de um observador fixo. O sompercebido pelo observador tem freqüência igual a 850 Hz. Qual éa velocidade do automóvel, em m/s? Considere vsom � 340 m/s.

34. (UFPI) O som de sirene de um carro-patrulha estacionado noacostamento de uma rodovia é mais agudo (maior freqüência)para os motoristas que estão se aproximando do carro patrulha emais grave (menor freqüência) para aqueles que estão se afastan-do do carro-patrulha. Este fato é uma conseqüência:a) do princípio da superposição dos efeitos;b) da reverberação do som;c) da ressonância do som;d) do efeito Doppler;e) do transporte de energia através das ondas.

Page 283: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

285Capítulo 16

ELETRICIDADE

1. Carga elétrica

Observa-se experimentalmente, na natureza da matéria, aexistência de uma força com propriedades semelhantes à forçagravitacional, embora atue em condições diferentes. Esta forçaé denominada força elétrica. Todos os corpos que exercem for-ças elétricas possuem o que chamamos de carga elétrica.

A unidade de carga elétrica no SI é o coulomb (C)*.

1.1. Carga elementarTodos os corpos são formados por átomos. Cada átomo é

composto por várias partículas. Especificamente, vamos dis-cutir a respeito dos prótons e elétrons.

Os átomos contêm um núcleo com uma determinada car-ga elétrica convencionada positiva. Esta carga é devida à pre-sença dos prótons, que são partículas dotadas de carga elétri-ca. Ao redor do núcleo há partículas com cargas elétricas con-vencionadas negativas, denominadas elétrons.

Em geral, um átomo é eletricamente neutro, ou seja, temquantidades iguais de carga elétrica negativa e positiva, ou deelétrons e prótons.

* Charles Augustin de Coulomb (1736–1806).Físico francês. Entre outras contribuições, Coulomb estabeleceu a lei que descreve a força entrecargas elétricas, a chamada “Lei de Coulomb”.

Page 284: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

286Capítulo 16

Os prótons estão contidos na estrutura dos átomos e encer-ram praticamente toda a massa do átomo, pois a massa de umpróton é aproximadamente 2.000 vezes maior que a do elétron.

Nos elétrons, dependendo do elemento, as ligações com aestrutura do átomo são mais fracas, possibilitando seu desliga-mento da estrutura. Quando isso ocorre, o átomo perde seuequilíbrio de cargas elétricas, provocando dessa maneira umapredominância de carga.

A carga elétrica de um elétron é numericamente igual à de umpróton e vale e � 1,6 � 10�19 C e é denominada carga elementar.

Os corpos dotados de carga elétrica (q) possuem valores decarga múltiplos da carga elementar (e); logo,

q � n � e

onde n é a diferença numérica entre prótons e elétrons no corpo.

1.2. Eletrização por atritoEletrizar consiste em dotar um corpo inicialmente neutro

de carga elétrica, por meio de um método de eletrização.

�����

��

���

��

��

��

� ��

��

��

Considere um bastão de vidro e um pedaço de lã, amboseletricamente neutros. Em cada um destes corpos os númerosde elétrons e prótons são iguais. Quando os corpos sãoatritados, um determinado número de elétrons do vidro passapara a lã. Em conseqüência, a lã fica eletrizada negativamen-te e o vidro, positivamente.

Page 285: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

287Capítulo 16

vidro

vidro

��

����

��

��

��

Há materiais com maior facilidade de ceder elétrons queoutros. A seqüência desses materiais é:

vidro → lã → papel → seda → madeira → âmbar → enxofreEssa série é chamada triboelétrica (tribo vem do grego e

significa ação de esfregar).Cientes disso, podemos entender melhor por que ao esfregar-

mos a lã no bastão de vidro esse fica eletrizado positivamente.Considere que, por este processo, ele-

trizemos dois bastões de vidro e os utilize-mos na montagem a seguir:

O bastão está suspenso de modo apermitir que se movimente livremente. Setomarmos o outro bastão e o aproximar-mos do bastão suspenso, vamos observarque ocorrerá uma repulsão entre os doiscorpos.

Se aproximarmos do bastão suspenso ocorpo de lã usado na eletrização, vamosobservar que ocorrerá uma atração entre osdois corpos.

vidro� �

� � � �

� �

vidro

��

��

���

���

� ����

������

� LãA conclusão da experiência é que:

Cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e cargas elétri-cas de sinais contrários se atraem.

Page 286: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

288Capítulo 16

�� �

���

�� �

���

����

���

Isolantes são os materiais em que não háfacilidade de movimentação de cargas elétri-cas. Quando um isolante, como a borracha ouo vidro é eletrizado, as cargas elétricas livrespermanecem onde surgiram.

Os isolantes também são chamados dielétricos.

1.4. Ligação com a TerraPara os fenômenos elétricos, a Terra atua como um reserva-

tório inesgotável de elétrons. Quando um condutor eletrizadonegativamente é ligado à Terra, os elétrons livres passam para aTerra e o condutor se descarrega, voltando à neutralidade. Casoo corpo esteja eletrizado positivamente, elétrons da Terra pas-sam para ele, também fazendo-o voltar à neutralidade.

O símbolo normalmente usado para a liga-ção de um corpo à Terra está indicado ao lado:

Caso um condutor eletrizado entre em contato com umcondutor neutro com dimensões muito maiores que as dele,ele se descarregará.

1.3. Condutores e isolantesDenominam-se condutores os materiais que permitem a

movimentação de cargas elétricas. Os metais geralmente sãocondutores de eletricidade, porque neles podem ser encontra-dos elétrons livres, ou seja, elétrons fracamente ligados às es-truturas atômicas. Estes elétrons podem ser deslocados comfacilidade com a ação de uma força externa.

Em um condutor eletrizado, as cargas elétricas livres sãodeslocadas para sua superfície, uma vez que elas se repelemumas às outras.

Page 287: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

289Capítulo 16

����

����

���

��

��

���

��

� �

� �

���

A AB A BB

1.5. Eletrização por contatoUm condutor neutro, em contato com um corpo eletriza-

do, também ficará eletrizado. Parte da carga elétrica do con-dutor eletrizado é transferida para o corpo inicialmente neu-tro, até que ambos entrem em equilíbrio de cargas elétricas.

Esse resultado demonstra o chamado princípio da conser-vação da carga elétrica: num sistema eletricamente isolado, asoma das cargas elétricas é constante.

Caso os corpos sejam rigorosamente iguais, sendo a cargainicial do corpo A igual a q, a carga final dos corpos após o

contato será q2

.

1.6. Eletrização por induçãoO fenômeno consiste em eletrizar um corpo sem colocá-lo

em contato direto com o corpo eletrizado.Tomando um condutor (A) inicialmente neutro e o aproxi-

mando do bastão de vidro eletrizado anteriormente, observa-mos uma separação de cargas no corpo A, conforme mostra afigura a seguir:

� � ��� ��

��

��

���

A

Caso o corpo inicialmente neutro seja ligado à Terra, have-rá transferência de elétrons da Terra para o corpo, que, apósser desligado da Terra, ficará eletrizado.

� ������

� ��

� �

��A A

Page 288: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

290Capítulo 16

Considere agora a situação a seguir, na qual os condutoresA e B sofrem indução da barra eletrizada:

����

��

���

���

���

A B

Afastando a barra C e os corpos A e B, inicialmente neu-tros, eles ficarão eletrizados.

� �

�A B

1.7. Atração de corpos neutrosUma pequena esfera metálica muito leve é suspensa por

um fio igualmente leve. Quando um bastão eletrizado é apro-ximado, ocorre uma separação de cargas na esfera e, em con-seqüência, a esfera é atraída pelo bastão.

����

���

���

��

xy

Fa→

Fr→

Da situação descrita, concluímos que a força de atraçãoentre as cargas positivas e negativas Fa

→é de maior intensidade

que a força de repulsão entre as cargas positivas Fr→

, pois a dis-tância x é menor que a distância y.

Um fenômeno muito conhecido que exemplifica a atraçãode um corpo neutro é o do pente que, passado no cabelo, seeletriza por atrito e pode atrair pequenos pedaços de papel.

Page 289: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

291Capítulo 16

��

���

� �� �

� �

� ���

� �

Exemplos

a) Duas esferas metálicas bastante leves estãopenduradas por fios isolantes em ambienteseco.

Uma barra metálica eletrizada positiva-mente é encostada ao conjunto e depoisafastada. Sabendo-se que as esferas esta-vam eletricamente neutras antes da aproxi-mação, qual deve ser a posição das esferasapós o afastamento da barra?

Solução

Quando a barra é encostada, ocorre eletri-zação do conjunto; logo, há transferênciade elétrons das esferas para a barra. Quan-do a barra é afastada, as esferas estarãoeletrizadas positivamente e sofrerão repul-são, se separando.

b) Na figura abaixo, temos um dispositivochamado eletroscópio de folhas. Sãoduas lâminas metálicas delgadas, ligadaspor uma haste condutora a uma esferametálica.

Estando o sistema inicialmente neutro, des-creva o que acontece ao aproximarmos daesfera um corpo eletrizado negativamente.

Solução

Aproximando o corpo eletrizado da esfe-ra, ocorre indução e separação de cargasno conjunto, resultando no afastamentodas lâminas.

Este dispositivo serve para indicar se um cor-po qualquer está eletrizado ou neutro.

� � ��� � �

��

� �

� �

��

esfera

haste

lâmina

Page 290: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

292Capítulo 16

c) Um corpo A é atritado em outro B. Após a operação, o corpo A ad-quire carga elétrica de 3,2 � 10�6 C. Qual a carga adquirida pelocorpo B e quantos elétrons foram trocados pelos corpos?

Solução

O corpo B adquire a mesma carga numérica de A; logo, a cargado corpo será:

qB � �3,2 � 10�6 C ou qB � �3,2 μC

O número de elétrons transferidos é múltiplo da carga elementar,logo:

q � n � e ⇒ n �

3 2 10

1 6 10

6

19

,

,

�⇒ n � 2 � 1013 elétrons

d) Duas esferas metálicas idênticas são postas em contato. Antes docontato, o corpo A possuía carga elétrica de �1 μC e o corpo B, de5 μC. Qual a carga final dos corpos após a separação e a cargatransferida de um corpo a outro?

Solução

As cargas se somam no momento do contato, logo:

q � qA � qB ⇒ q � �1 � 10�6 � 5 � 10�6 ⇒ q � 4 μC

Como as esferas são iguais, após a separação, a carga de cada es-fera será:

qA � qB �92

⇒ qA � qB �

4 102

6� �

⇒ qA � qB � 2 μC

A transferência de carga é igual à variação de carga de qualqueruma das esferas, assim:

qT � q qfinal inicialA A

� ⇒ qT � 2 � 10�6 � (�1 � 10�6) ⇒⇒ qT � 3 μC

2. Lei de Coulomb

Consideremos duas cargas puntiformes q1 e q2, isto é, cor-pos eletrizados cujas dimensões podem ser desprezadas emcomparação com distâncias que os separam de outros corposeletrizados, conforme a figura a seguir.

Page 291: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

293Capítulo 16

em que F é a intensidade da força elétrica, q1 e q2 são os va-lores das cargas, r é a distância que as separa e K, denomina-da constante eletrostática, é uma constante de proporciona-lidade que depende do meio onde as cargas se encontram.

A constante elétrostática no vácuo vale:

K � 9 � 109

N m

C

� 2

2

Exemplos

a) No sistema ao lado,temos três cargas elé-tricas puntiformes novácuo.

� �

��

� �

r

q1 q2 F→

F→

F→

F→

F→

F→

As forças elétricas quese manifestam nestas cargassão de ação mútua. Elasobedecem o princípio daação e reação, têm mesmaintensidade e direção e sen-tidos opostos, agindo emcorpos distintos.

Charles Coulomb, em1780, provou experimental-mente que:

A intensidade da força de interação entre duas cargaselétricas puntiformes é diretamente proporcional ao pro-duto dos valores absolutos das duas cargas e inversamenteproporcional ao quadrado da distância entre elas.

A fórmula da lei de Coulomb é:

F � K

� � � �q q

r1 2

2

qA qC qB

10 �C �5 �C 8 �C

2,0 m 1,0 m

Page 292: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

294Capítulo 16

qCFAC

→FBC

As cargas extremas A e B têm posição fixa. Determine a intensida-de da força resultante sobre a carga C.

Solução

Para a situaçãoproposta, temos:

A força elétrica resultante sobre a carga C é:

F F FR AC BC→ → →

� � ⇒ FR � K

q q

r

q q

rB C

BC

A C

AC

��

�2 2

⎝⎜⎞

⎠⎟⇒

⇒FR �9� 109

8 10 5 10

1 0

10 10 5 10

2 0

6 6

2

6 6

2

� � ��

� � �� � � �

, ,

⎝⎜

⎠⎟ ⇒

⇒ FR � 0,25 N

b) Para a situação proposta no exemplo anterior, a que distância acarga C deveria ficar de A, para que houvesse equilíbrio de forçassobre a carga C?

Solução

Na situação de equilíbrio, as forças que agem sobre C têm a mes-ma intensidade; logo:

q q

r

q q

rB C

BC

A C

AC

��

�2 2 ⇒

8 10 5 10 10 10 5 106 6

2

6 6

2

. � � � �� ��

� � �

r rBC AC

4 52 2r rBC AC

� ⇒ rAC �52

rBC

Como: rAC � rBC � 3 m ⇒ rBC � 3 � rAC, logo:

rAC � 52

(3 � rAC) ⇒ rAC � 1,58 m

A distância que separa a carga C da carga A deve ser de aproxi-madamente 1,58 m.

Page 293: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

295Capítulo 16

As forças que agem em C valem:

�FBC� � �FAC� � 9 � 109 �

( , )

,

10 0 10

1 0

6 2

2

� �

⇒ �FBC� � �FAC� � 0,9 N

Pela lei dos cossenos, podemos calcular a força resultante; portanto:

F F FR AC BC2 2 2

� � � 2 � FAC � FBC � cos 60° ⇒⇒ FR

2 � 2 � 0,92 � 2 � 0,9 � 0,9 � 0,5 ⇒ FR � 9,0 � 10�1 N

Observe que o exercício foi resolvido desta maneira para efeitosde demonstração, pois, como o triângulo é equilátero e as forçasentre as cargas têm mesmo módulo, a força resultante temmódulo igual às demais.

1. (UFPA) Considere as afirmativas a seguir.

1) Na forma de eletrização por contato, os corpos adquirem car-gas de sinais contrários.

2) Na forma de eletrização por contato, o corpo inicialmente neutroficará sempre com carga de mesmo sinal do corpo que o eletriza.

1 m

1 m 1 m

�10,0 μC

10,0 μC 10,0 μCC

B

A

60° 60°

60°

FBC FR

FAC

c) Nos vértices de um triânguloequilátero ABC, conforme a fi-gura, são fixadas três cargas elé-tricas puntiformes no vácuo. Olado do triângulo mede 1,0 m.Determine a força resultante nacarga C.

Solução

Para o sistemaproposto, temos:

Page 294: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

296Capítulo 16

3) Na forma de eletrização por atrito, os corpos atritados adqui-rem cargas iguais e de mesmo sinal.

4) Na forma de eletrização por atrito, os corpos atritados adqui-rem cargas iguais em módulo e de sinais contrários.

São corretas:

I) 1 e 4 II) 2 e 4 III)1 e 3 IV) 1 V) 2 e 3

2. (UFPI) Dois corpos puntiformes eletrizados com cargas de sinaisopostos, de valores �q e �2q, são separados pela distância d.Qual das figuras seguintes melhor representa as forças de intera-ção elétrica entre estes corpos?

a)

b)

c)

d)

e)

3. (UFSC) Assinale a(s) afirmação(ões) correta(s). As esferas, na figu-ra abaixo, estão suspensas por fios de seda. A carga elétrica da es-fera A é positiva. A carga elétrica do bastão isolante B e da esferaC são, respectivamente:

a) positiva e positiva;

b) positiva e negativa;

c) positiva e neutra;

d) neutra e positiva;

e) negativa e positiva;

f) negativa e negativa;

g) neutra e negativa.

�q �2q

�q �2q

�q �2q

�q �2q

�q �2q

d

����

A B C

Page 295: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

297Capítulo 16

3 m

45° 45°

q1 q2

I II

III

B

B

A

A

BA

4. (UFSE) Considere o experimento com dois condutores esféricos, Ae B, montados em suportes isolantes conforme esquema abaixo.

I. O condutor A, positivamentecarregado, é aproximado docondutor B que está ligado àTerra.

II. Mantendo-se os condutoresA e B próximos, mas não en-costados, corta-se a ligação docondutor B com a Terra.

III. Afasta-se o condutor A docondutor B.

É correto afirmar que, pelo experimento, o condutor:

a) B foi eletrizado com cargas negativas.

b) B foi eletrizado com cargas positivas.

c) A perdeu toda a carga.

d) B foi eletrizado por contato.

e) B não foi eletrizado.

5. (UFMS) Duas cargas elétricas, de mesma massa (m � 10�3 kg) e demesmo sinal, estão suspensas nas extremidades de dois fios demassa desprezível, conforme a figura. Sendo q1 � 5 � 10�7 C e su-pondo que o sistema fique em equilíbrio quando as cargas se man-têm separadas a 3 m, qual o valor da razão (quociente) q2/q1?

Dados: sen 45° � cos 45° � 22

;

g � 10 ms2

; K � 9 � 109

N m

C

� 2

2

6. (UFSE) Duas cargas puntiformes iguais, de valor q � 3,0 � 10�6 C,separadas por 1,0 m, repelem-se com uma força de 3,6 � 10�2 N.

Page 296: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

298Capítulo 16

Isto significa que, nestas condições, a constante de propor-cionalidade (K) existente na lei de Coulomb, em Nm2/C2, seriaa) 9,0 � 109 c) 4,0 � 109 e) 3,0 � 109

b) 7,2 � 109 d) 3,6 � 109

7. (Mackenzie-SP) Duas cargas elétricas puntiformes, Q1 e Q2,atraem-se mutuamente com uma força de intensidadeF � 5,4 � 10�2 N, quando estão no vácuo (K0 � 9 � 109 N � m2/C2),a 1,0 m de distância uma da outra. Se Q1 � 2 μC, Q2 vale:a) �3 μC b) �0,33 μC c) 0,5 μC d) 2 μC e) 3 μC

8. (UFPA) Dois íons positivos com cargas puntiformes repelem-secom uma força de origem elétrica de 3.000 dinas quando novácuo e afastados por uma distância de 150 cm. Sabendo-seque a carga total deles vale 6 μC, afirma-se que a carga decada um tem valor aproximado respectivamente, em μC:a) 3 e 3 c) 2 e 4 e) 2,5 e 3,5

b) 1 e 5 d) 1,25 e 5,75Observação: 1 N � 105 dina.

9. (UFAC) Duas cargas elétricas Q1 � 2 C e Q2 � 6 C encontram-seno vácuo, separadas por uma distância de 3 m. A força de inte-ração entre as cargas é de:

a) 4 � 109 N c) 12 � 109 C e) 18 � 109 C

b) 6 � 109 N d) 16 � 109 C

10. (UFSE) Um eletroscópio é carregado negativamentee, como conseqüência, suas lâminas se afastam,como indica a figura ao lado.Observa-se que, sem que algo se aproxime doeletroscópio, suas lâminas aos poucos vão se fe-chando. Uma explicação possível para esse fato se-ria que essas lâminas, com o tempo:a) absorvem nêutrons do ar; d) perdem elétrons para o ar;

b) absorvem elétrons do ar; e) perdem prótons para o ar.

c) perdem nêutrons para o ar;

Page 297: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

299Capítulo 16

3. Campo elétrico

Para que seja compreendido o mecanismo de ação das for-ças elétricas, deve-se conhecer o conceito de campo elétrico.

Considere uma carga elétrica puntiforme positiva A, fixadaem um determinado ponto do espaço. Pela lei de Coulomb,caso outra carga elétrica B seja colocada na região da cargaA, qualquer que seja a distância entre elas, haverá umainteração entre ambas, resultando em uma força FB

→.

Na região do espaço que envolve a carga elétricapuntiforme (no caso em questão), onde outras cargas ficamsujeitas a forças de origem elétrica, dizemos que há um cam-po elétrico.

Caso seja substituída a carga B por outra C, teremos a for-ça FC

→ atuando; substituindo a carga C por outra D, teremos a

força FD→

e assim por diante. As razões entre as forças e os va-lores das respectivas cargas são constantes, isto é:

Fq

Fq

Fq

B

B

C

C

D

D

→ → →

� � � ... � constante

A constante citada é uma grandeza vetorial e tem a deno-minação de vetor campo elétrico. Este vetor se relaciona comcada ponto do campo elétrico. Desta maneira, considere queem uma região do espaço onde exista um campo elétrico, emum ponto P qualquer deste campo, seja colocada uma cargapuntiforme de valor q; nestas condições, vale a relação

E F

q→

em que E→

é o vetor campo elétrico no ponto P e F→

é a forçaque age sobre a carga q.

O valor da intensidade do campo elétrico no ponto P serádado por:

Page 298: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

300Capítulo 16

E �

Fq� �

A unidade do SI para a força F→

é o newton (N) e para acarga elétrica q, é o coulomb (C). A unidade oficial de intensi-

dade do campo elétrico, no entanto, é o volt por metro Vm

⎛⎝

⎞⎠ .

Da fórmula dada para o vetor campo elétrico, vem:

E F

q

→→

� ⇒ F q E→ →

� �

Analisando o sentido dos vetores, temos:

• para q � 0, E e F→ →

têm o mesmo sinal;

• para q 0, E e F→ →

têm sinais contrários;

• E e F→ →

têm sempre a mesma direção.

Exemplos

a) Em um ponto P de um campo elétrico, o vetor atua conforme fi-

gura abaixo e tem intensidade 8,0 � 105 NC . Determine a intensi-

dade, a direção e o sentido da força elétrica que atua sobre umacarga elétrica puntiforme q colocada em P, quando o valor dacarga é 4,0 � 10�5 C.

Solução

A força elétrica que atua na carga vale:

F q E→ →

� � ⇒ F→

� 4,0 � 10�5 C � 8,0 � 105 NC

⇒ F→

� 32 N

Quando a carga é positiva, a direção e o sentido da força são osmesmos do campo elétrico; para a carga negativa, a direção daforça é a mesma do campo elétrico e o sentido é contrário.

Page 299: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

301Capítulo 16

3.1. Características do vetor campo elétricoConsidere uma carga elétrica puntiforme Q, colocada em

um ponto fixo. Caso seja colocada no campo elétrico geradopor Q uma carga elétrica puntiforme q no ponto P, teremosuma força de interação. Sendo a distância que separa as duascargas r, podemos deduzir a fórmula para o cálculo do campoelétrico da seguinte maneira:

FK Q q

rF q

E KQ

r

� �

� �� �

� �

� �2

2E

⎫⎬⎪

⎭⎪

Logo, a intensidade do campo elétrico, no campo de umacarga puntiforme Q fixa, é inversamente proporcional ao qua-drado da distância do ponto onde se quer determinar a inten-sidade do campo e a carga fixa, bem como diretamente pro-porcional ao valor da carga.

Quanto à direção e ao sen-tido do vetor campo elétrico,temos o seguinte: quando acarga geradora do campo é po-sitiva, o vetor tem o sentido deafastamento da carga; quandonegativa, o sentido é de apro-ximação. A direção será a dareta que passa pelo ponto delocalização da carga fixa Q e pelo ponto P onde se quer deter-minar o campo elétrico.

Para o caso de termos várias cargas puntiformes Q1, Q2,Q3, ..., Qn, gerando campo elétrico em um ponto P, o vetorcampo elétrico resultante será dado pela soma vetorial dosvetores campo elétrico E E E E M

→ → → →1 2 3, , , ..., , que as cargas ge-

ram separadamente no ponto P.

E E E E E M→ → → → →

� � � � �1 2 3 ...

r

P

Q

r

P

Q

E→

E→

Page 300: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

302Capítulo 16

Exemplos

a) Determine a intensidade, a direção e o sentido do vetor campoelétrico resultante no ponto P da figura a seguir.

Solução

A intensidade do campo elétrico gerado por QA é:

E � K

� �Q

r2 ⇒ EA � 9 � 109 �

3 0 10

3 0

6

2

,

,

� �

⇒ EA � 3,0 � 103 NC

A intensidade do campo elétrico gerado por QB é:

EB � 9 � 109 �

2 10

2

6

2

� �

⇒ EB � 4,5 � 103 NC

O vetores campo elétrico podem ser representados da seguintemaneira:

Logo, o vetor campo elétrico resultante no ponto P têm a mesmadireção e o mesmo sentido dos vetores campo elétrico das cargasQA e QB. A intensidade deste vetor vale:

E � EA � EB ⇒ E � (3,0 � 4,5) � 103 NC

⇒ E � 7,5 � 103 NC

b) Determine a intensidade, a di-reção e o sentido do vetorcampo elétrico resultante noponto P da figura ao lado.

5,0 m

2,0 m

PQA � 3,0 μC QB � �2,0 μC

QA QBP

EA

EB

1,0 m

1,0 m1,0 m

QA � 1,0 μC QB � 1,0 μC

P

Page 301: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

303Capítulo 16

Solução

A direção e o sentido do vetor resultanteserão como na representação ao lado.Os vetores campo elétrico devidos a cadacarga têm intensidades de:

EA � EB � 9 � 109 �

1 0 10

1 0

6

2

,

,

� �

⇒ EA � EB � 9,0 � 103 NC

A intensidade do vetor campo elétrico resultante pode ser calcu-lada fazendo-se uso da lei dos cossenos, considerando-se que osvetores

→ →E e EA B têm mesma intensidade; logo:

E2 � E EA B

2 2� � 2 � EA � EB � cos 120° ⇒ E2 � 3 ⇒ E A

2

⇒ E2 � 3(9,0 � 103)2 ⇒ E � 1,56 � 104 NC

11. (UFPA) No ponto A situado no campo de uma carga puntiforme Qpositiva, o vetor campo elétrico é representado pela seta indicadana figura. Qual das setas pro-postas representa corretamen-te o vetor campo elétrico noponto B?a) d)

b) e)

c)

120° EAEB

P

E→

A B C

1 m 1 m 1 m

q1 q23 m 2 mA

12. (UFPB) Duas cargas q1 � 3 � 10�9 C e q2 � 8 � 10�9 C estão distri-buídas como mostra a figura.

Determine, em NC

, o módulo do campo elétrico gerado por es-

tas cargas no ponto A. Dado K � 9 � 109

N m

C

� 2

2.

Page 302: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

304Capítulo 16

13. (UFMG) Um ponto P está situado à mesma distância de duas car-gas, uma positiva e uma negativa, de mesmo módulo.

A opção que melhor representa a direção e o sentido do campoelétrico criado por essas cargas, no ponto P, é:

a) c)

b) d)

e) O campo elétrico é nulo em P.

4. Potencial elétrico

4.1. Energia potencial elétricaConsideremos um campo elétrico uniforme E

→ gerado por

duas placas paralelas uniformemente eletrizadas com cargaselétricas de sinais contrários.

Caso uma carga elétrica puntiforme q � 0 seja abandona-da em um ponto P da placa positiva, a carga sofrerá a ação deuma força dada por:

F q E→ →

� �

A carga se movimentará sob a ação da força e atingirá aplaca negativa em um ponto R qualquer.

No ponto R, a carga atinge a placa negativa com uma de-terminada energia cinética; portanto, no ponto P, ponto departida, a carga possui potencial elétrico. No deslocamento

E→

P

E→

P

E→

P

E→

P

Page 303: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

305Capítulo 16

�q�Qfixa

referência

RPr

r0

F→

da carga, a energia potencial elétrica vai se transformando emenergia cinética. Assim, a força elétrica atuante na partículatem característica conservativa.

Como a força elétrica é conservativa, o trabalho da forçaindepende da trajetória, logo, podemos concluir que:

τPR � F � d ⇒ τPR � q � E � d

Assim, é possível afirmar que a energia potencial elétricadiminui ao longo do deslocamento de cargas elétricas numcampo elétrico.

Imagine outra situação, na qual temos duas cargas elétri-cas puntiformes, Q e q, separadas por uma distância r. Estan-do a carga Q fixa, teremos a ação de forças sobre a carga q,que se movimentará, caracterizando um trabalho.

Logo, a energia potencial elétrica no ponto P pode ser ca-racterizada da seguinte maneira:

EpotP � τPR � �τRP ⇒ EpotP � K

Q qr

KQ q

r �

��

0

Considerando a distância r0 tendendo ao infinito, a energiapotencial elétrica de q no ponto P do campo de uma cargafixa Q é dado por:

EpotP � K

Q qr�

Para cargas de mesmo sinal, a energia potencial elétricaserá positiva; do contrário, negativa. A energia potencial da

Page 304: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

306Capítulo 16

carga diminui à medida que se afasta da carga originária docampo elétrico de mesmo sinal e aumenta à medida que seafasta de outra de mesmo sinal.

4.2. Determinação do potencial elétricoConsiderando que a energia potencial elétrica adquirida

por uma carga puntiforme q, ao estar num ponto P de umcampo elétrico, é diretamente proporcional ao valor da carga

q, podemos verificar que vale a relaçãoE

qpotP

� constante,

em que EpotP é o valor da energia potencial elétrica no pontoP e q é o valor da carga elétrica que está no ponto P.

O qüociente definido pela relação dada é chamado poten-cial elétrico.

VP �E

qpotP

Desta fórmula, podemos deduzir a equação que determinao valor do potencial elétrico em um ponto P que está à distân-cia r da carga Q geradora do campo em P.

VP �E

qpotP =

KQ q

rq

⇒ VP � KQr

Podemos concluir que o potencial elétrico independe dovalor da carga q e depende da carga Q, do meio e da distânciado ponto à carga Q.

A unidade do potencial elétrico no SI é o joule porcoulomb, denominada volt (V).

1 V �11

JC

Page 305: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

307Capítulo 16

O potencial elétrico em umponto P sujeito ao campo elé-trico devido à ação de váriascargas fixas é a soma algébricados potenciais que as cargasoriginam separadamente noponto P, conforme o exemplopara duas cargas caracterizadona figura ao lado.

VP � K

Qr

KQr

1

1

2

2�

�( )

Exemplos

a) Em uma região sob a ação de um campo elétrico, uma carga elétri-ca puntiforme é levada de um ponto muito distante até um deter-minado ponto P. Considerando que as forças elétricas realizaramum trabalho de �100 J sobre a carga, determine a energia poten-cial elétrica da carga no ponto P.

Solução

A energia potencial elétrica mede o trabalho das forças elétricasno deslocamento da carga do ponto P ao infinito. Como o traba-lho realizado pela força foi o de trazer a carga de um ponto mui-to distante para P, valendo este trabalho �100 J, a energia poten-cial elétrica no ponto P vale 100 J.

b) Em um campo elétrico, uma carga puntiforme q � 5,0 � 10�6 C édeslocada de um ponto P ao infinito, realizando um trabalho motorigual a 50 J. Determine o potencial elétrico do ponto P.

Solução

O trabalho realizado pelas forças elétricas para deslocar uma car-ga q de um ponto P ao infinito mede a energia potencial elétricaque a carga q possui em P; logo:

EpotP � 50 J

�Q1

�Q2

P

r1

r2

Page 306: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

308Capítulo 16

O potencial elétrico em P vale:

VP �E

qpotP ⇒ VP �

505 0 10 6, � �

⇒ VP � 1,0 � 107 V

c) Na figura ao lado, as cargas elé-tricas estão no vácuo. Determineo potencial elétrico no ponto P.

Solução

Como o potencial elétrico emP será o resultado da soma al-gébrica dos potenciais elétri-cos devido às cargas envolvi-das, temos:

VP � K�

��

� � � �� � �( ) ( ) ( )3 101,0

K 1 101,0

+K 3 101,0

6 6 6⇒

⇒ VP � 9 � 109 � 10�6 � (3 � 1 � 3) ⇒ VP � 9 � 103 � (�1) ⇒⇒ VP � �9 � 103 V

4.3. Diferença de potencial (ddp)Considere uma carga q no campo elétrico de Q, conforme

a figura. Uma vez que a carga q foi deslocada do ponto A parao ponto B, houve a realização de um trabalho da força elétri-ca. Como a força elétrica é conservativa, o trabalho é igual àdiferença entre a energia potencial elétrica inicial e a final.Sendo VA o potencial elétrico de A e VB o potencial elétrico deB, temos:

EpotA� q � VA e EpotB � q � VB, logo τAB � q � (VA � VB).

A diferença de potencial, VA � VB, é normalmente represen-tada por U e é chamada diferença de potencial elétrico (ddp).

P

3 μC

�3 μC

�1 μC

1,0 m1,0 m

1,0 m

q

Q

(fixa)

A BF→

Page 307: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

309Capítulo 16

0,5 m

0,2 m

A QB

O valor de U entre os pontos A e B é a relação entre o traba-lho da força elétrica e a carga.

Considerando U positivo, temos VA � VB; logo, a energiapotencial elétrica de uma carga positiva é maior em A do queem B; portanto, a carga positiva q movimenta-se de A para B,ou seja, no sentido dos potenciais menores.

Assim, as cargas elétricas positivas se movimentam no sen-tido dos potenciais menores e as cargas elétricas negativas, nosentido dos potenciais maiores.

4.4. A unidade elétron-volt (eV)Considere um elétron se deslocando entre dois pontos, nos

quais a ddp vale 1 V.O trabalho da força elétrica neste deslocamento tem inten-

sidade 1 elétron-volt (1 eV).Em unidades do SI, temos:

1 eV � 1,6 � 10�19 J

Exemplos

a) Em um campo elétrico de uma carga Q � 2,0 � 10�5 C no vácuo, sãofixados dois pontos A e B, conforme mostra a figura.

Para estas condições determine:

• os potenciais elétricos de A e B e a ddp entre A e B;

• o trabalho da força elétrica para deslocar uma carga de1 � 10�6 C de A para B;

• considerando que a carga tenha sido abandonada em repouso noponto A, qual energia cinética a carga terá em B?

Page 308: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

310Capítulo 16

Solução

Os potencias elétricos nos pontos A e B, VA e VB, bem como a ddpentre A e B são calculados como se segue.

VA � KQrA

⇒ VA � 9 � 109 �

2 0 100 2

5,,

� �

⇒ VA � 9,0 � 105 V

VB � KQrB

⇒ VB � 9 � 109 �

2 0 100 5

5,,

� �

⇒ VB � 3,6 � 105 V

U � VA � VB ⇒ U � (9,0 � 3,6) � 105 ⇒ U � 5,4 � 105 V

O trabalho da força elétrica solicitado vale:

τAB � q � U ⇒ τAB � 1 � 10�6 � 5,4 � 105 ⇒ τAB � 0,54 J

Pelo teorema da energia cinética, a diferença da energia cinéticaentre os pontos A e B é igual ao trabalho realizado no desloca-mento; como a energia cinética em A é zero, temos:

τAB � ECB� ECA

⇒ τAB � ECB⇒ ECB

� 0,54 J

b) Um próton é acelerado a partir do repouso por uma ddp de 106 V.Sendo a massa do próton igual a 1,7 � 10�27 kg e sua carga1,6 � 10�19 C, determine a energia cinética final que ele obtém, emjoules e elétron-volt.

Solução

O trabalho da força elétrica que age sobre o próton, ao ser acele-rado por uma ddp de 106 V é igual a 106 eV, conforme definiçãode elétron-volt (eV).

Pelo teorema da energia cinética, partindo o próton do repouso, otrabalho realizado é igual à energia cinética final; logo:

ECfinal � 106 eV

Como 1 eV � 1,6 � 10�19 J, temos:

ECfinal � 1,6 � 10�19 � 106 J ⇒ ECfinal � 1,6 � 10�13 J

Page 309: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

311Capítulo 16

16. (UFES) A figura mostra um capa-citor de placas planas, paralelas,separadas por uma distância pe-quena em relação às dimensõesdas placas. Um elétron se despren-de da placa negativa, a partir dorepouso, e atinge a placa positivacomo indicado. A massa e a cargado elétron valem, respecti-vamente, m � 9 � 10�31 kg eq � �1,6 � 10�19 C, e seu peso éconsiderado desprezível.

Nota: ddp entre as placas � 180 V

d � 1 � 10�3m

V0 � 180 V

�����������

�����������

14. (UFAC) Qual o trabalho para transportar uma carga de 18 C deum ponto cujo potencial é de 58 V para outro de 25 V?

15. (UFPI) Uma partícula carregada tendomassa m e a carga q � 0, penetranuma região entre duas placas metáli-cas paralelas com uma velocidade v0,cuja direção é perpendicular às pla-cas, como mostra a figura ao lado.

Os potenciais das placas da esquerdae da direita, separadas pela distânciad, são respectivamente V � 0 e 0 volt.Quando a partícula atravessa a regiãoentre as placas sob ação exclusiva daforça elétrica, sua energia cinética so-fre uma variação de:

a)

12 0

2m v� c)

� �q Vd

e) �q � V

b)

� �q Vd

d) �q � V

0

d

m

V � 0

q � 0

v0

Page 310: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

312Capítulo 16

PB

C

A

a) Qual é o módulo, a direção e o sentido do campo elétricono capacitor?

b) Qual o módulo da velocidade do elétron ao atingir a placapositiva?

17. (UFBA) A figura abaixo representa um condutor metálico, eletrica-

mente carregado, em equilíbrio eletrostático. Um próton p, com

carga igual a 1,6 � 10�19 C e massa aproximadamente igual a

1,6 � 10�27 kg, é lançado de A, com velocidade 8 � 104 ms

e atin-

ge o condutor, em B, com velocidade de 6 � 104 ms

. O potencial

elétrico do ponto A, em relação ao infinito, vale 36 V, e apenas a

força elétrica é considerada.

Nessas condições, é correto afirmar que:

a) A carga elétrica do condutor é negativa.

b) No trajeto AB, à medida que a energia cinética do prótondiminui, a sua energia potencial elétrica aumenta, na mes-ma proporção.

c) A intensidade do campo elétrico no ponto C, dentro do con-dutor, é nula.

d) O vetor campo elétrico é perpendicular à superfície do condu-tor, em qualquer ponto desta superfície.

e) O potencial elétrico do ponto B, em relação ao infinito, vale100 V.

f) A diferença de potencial entre B e C é nula.

Page 311: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

313Capítulo 16

Exemplo

Determine a densidade de cargas de um condutor eletrizado comárea de 10 cm2 e carga de 5 � 10�4 C.

Solução

� �QS

⇒ � �

5 10

10 10

4

4

�⇒ � � 0,5 C

m2

5.2. Poder das pontasUma conseqüência da maior concentração de cargas em

áreas pontiagudas é o fato de o campo elétrico nesta regiãoser mais intenso, o que pode provocar alguns fenômenos elé-tricos. Esta propriedade é conhecida como poder das pontas.

Considere um bastão eletrizado imerso em ar, com uma for-ma variável, conforme a figura.

E→

� � � � � � � � �

� � � � � � � � �

� � � � � � �

� � � � � � �

5. Capacidade de um condutor

5.1. Densidade elétricaÉ possível definir três tipos de densidade elétrica: a linear,

a superficial e a volumétrica. Para os condutores, será aborda-da a densidade superficial.

A densidade elétrica superficial de um condutor eletri-zado é dada pelo quociente entre a quantidade de cargas Qe a área S de sua superfície.

� �QS

A densidade de cargas em um condutor, como já vi-mos, depende também da sua forma e será sempre maiorem áreas pontiagudas.

Page 312: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

314Capítulo 16

O campo elétrico gerado na ponta do bastão, por sermais intenso do que em outras regiões, pode ionizar os áto-mos do ar que estejam em sua proximidade. O processo deionização de um isolante consiste no deslocamento de al-guns de seus elétrons por meio da ação intensa de um campoelétrico que os torna livres. Após o isolante estar ionizado,ele passa a ser condutor.

Leia sobre Os Relâmpagos e o Pára-Raios no Encarte Co-lorido.

18. Assinale a alternativa correta.

a) Densidade elétrica linear é a razão da quantidade de cargaspela área superficial de um condutor.

b) O formato de um condutor não tem influência sobre sua densidade.

c) A densidade elétrica em um condutor só depende do materialque o constitui.

d) A densidade elétrica em um condutor depende de sua forma física.

e) n.d.a.

19. A maior parte dos pára-raios utilizados é do tipo Franklin. Estespára-raios são montados com a finalidade de proteger edificaçõescontra descargas elétricas. Para que esta finalidade seja atingida,é necessário aterrar o pára-raios em um sistema conveniente. Ofuncionamento do pára-raios está ligado ao fenômeno:

a) da ionização do ar, devido a condições climáticas;

b) da condutividade do solo;

c) do poder das pontas;

d) da propagação das faíscas;

e) de ionização da estrutura do pára-raios.

20. (UFGO) Um raio elétrico atinge uma cerca aterrada, e paradospróximo a esta estão um fazendeiro descalço e uma vaca em con-

Page 313: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

315Capítulo 16

6. Corrente elétrica

6.1. Noções sobre corrente e circuito elétricoAs cargas elétricas podem se mover no vácuo ou em meios

materiais. Cargas elétricas em movimento ordenado consti-tuem a corrente elétrica.

Para que seja possível o estabelecimento da corrente elé-trica, é necessário que haja um percurso ao longo do qualpossa existir a movimentação das cargas.

tato direto com o solo. O raio se“espalha” no solo próximo da cercaem todas as direções, conforme a fi-gura, formando superfícies equipo-tenciais concêntricas radiais e de-crescentes linearmente a partir dacerca. Nestas condições, pode-seesperar que:a) A vaca tenha, para qualquer posição, uma corrente atravessan-

do seu corpo.b) O homem seja eletrocutado (receba um choque) se estiver com os

dois pés próximos e perpendiculares ao sentido de propagação.c) A vaca seja eletrocutada se estiver perpendicular ao sentido de

propagação.d) Se o homem estiver sobre uma mesma superfície equipotencial

(os dois pés), ele não seja eletrocutado, pois duas superfíciesequipotenciais nunca se cruzam.

e) O homem seja eletrocutado, pois está num potencial diferentedo da Terra.

f) Haja sempre uma ddp entre o calcanhar e os dedos dos pés dohomem.

Nota: O fenômeno descrito neste exercício chama-se tensão depasso e ocorre principalmente quando há dificuldade de propaga-ção da corrente elétrica por uma determinada porção do solo pró-xima do ponto de aterramento, no caso, a cerca.

Page 314: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

316Capítulo 16

F

ddp

� � � �

F

ddp

Os meios materiais que apresentam maior possibilidade deservir como campo para o estabelecimento da corrente elétricasão os condutores, como ligas metálicas, alguns gases ionizados,alguns líquidos etc. Os meios que apresentam dificuldade paraesta locomoção são materiais isolantes, como borracha, deter-minadas composições plásticas, gases não-ionizados etc.

Outra condição fundamental para o estabelecimento deuma corrente elétrica entre dois pontos de um meio é a dife-rença de potencial entre os mesmos (ddp).

Um conjunto de elementos destinados a permitir a passa-gem ordenada da corrente elétrica é chamado circuito elétrico.

Na figura a seguir, vemos uma pilha comum ligada a umalâmpada por fios condutores, constituindo um circuito.

A chave F, mostrada na figura, tem a função de abrir e fe-char o circuito. Quando a chave é fechada, a corrente elétricaestabelecida pela diferença de potencial da pilha flui atravésdo circuito, acendendo a lâmpada. Quando a chave é aberta,a corrente elétrica é interrompida.

No caso citado, as cargas em movimento são os elétronslivres dos condutores do circuito.

Resumindo:• Um dispositivo, chamado gerador ou fonte, produz uma

diferença de potencial (ddp).• Os pólos do gerador, estando conectados a um circuito

fechado, permitem o estabelecimento de uma corrente elétri-ca, ou seja, há um fluxo de cargas elétricas pelo circuito.

Page 315: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

317Capítulo 16

� � �

��

É muito importante o sentido em que a corrente elétricaflui em um circuito. Os elétrons livres fluem do pólo negativoda bateria para o positivo. Por convenção, no entanto, adota-se o sentido da corrente elétrica como se as cargas em movi-mento fossem as positivas.

6.2. Intensidade da corrente elétricaConsidere um condutor onde uma corrente elétrica está fluindo:

Uma seção reta do condutor é atravessada por uma quan-tidade de cargas nq num intervalo de tempo �t. A intensidadeda corrente elétrica é determinada pelo quociente da cargapelo intervalo de tempo:

i =

n qt

No SI, a intensidade da corrente é medida em ampère (A).

1 A � 1 Cs

Na prática, é muito usado também o miliampère (mA) e omicroampère (μA).

1 mA � 10�3 A1 μA � 10�6 A

O instrumento usado para medir a intensidade da correnteelétrica é o amperímetro e a diferença de potencial (ddp), ovoltímetro.

Exemplo

Em um condutor flui uma corrente elétrica de intensidade 1,6 mA.Determine a carga elétrica que atravessa uma seção transversal do

Page 316: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

318Capítulo 16

Solução

A carga elétrica solicitada vale:

nq � i � �t ⇒ nq � 1,6 � 10�3 � 10 ⇒ nq � 1,6 � 10�2 C

O número de elétrons correspondente vale:

n �

1 6 10

1 6 10

2

19

,

,

�⇒ n � 1,0 � 1017 elétrons

Nota: Para facilitar a interpretação dos circuitos elétricos são uti-lizados alguns símbolos para os elementos de circuito.

� �A V

gerador amperímetro voltímetro

chave interruptora lâmpada fusível

Correntes contínua e alternadaA diferença entre corrente contínua e corrente alternada éque a primeira não varia ao longo do tempo, enquanto asegunda sim.Quando ligamos um aparelho elétrico residencial, seja elequal for, a corrente elétrica que o alimenta pela ddpfornecida por uma tomada elétrica residencial é alternada.Isso se deve à característica alternada da ddp fornecida pe-las companhias de distribuição de energia elétrica a resi-dências. O mesmo se dá para os demais consumidores deenergia, como a indústria e o comércio em geral.A ddp fornecida por uma pilha ou bateria automotiva écontínua, ou seja, não varia ao longo do tempo. Quandoalgum aparelho ou dispositivo é ligado a uma fonte destetipo, a corrente que o alimenta é contínua.

condutor durante 10 s, bem como o número de elétrons. Conside-re a carga elementar igual a 1,6 � 10�19 C.

Page 317: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

319Capítulo 16

Já sabemos que a diferença de potencial entre dois pontosé igual à razão entre o trabalho realizado pela força elétrica euma carga elétrica q. Portanto, podemos concluir que:

U � τq

⇒ τ � U � q

Substituindo este resultado na equação que define a po-tência, temos:

P �

Ut�

q

Mostramos, a seguir, gráficos típicos para correntes alterna-da e contínua em função do tempo.

Para atender aos propósitos desse livro, estaremos semprenos referindo à corrente contínua.

7. Potência elétrica

Potência, por definição, é a razão entre o trabalho realizadoe o intervalo de tempo decorrido na realização deste trabalho.

P �

τ�t

i i

t

t

corrente contínua corrente alternada

Page 318: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

320Capítulo 16

Aparelho Forma de energia finalMotor elétrico mecânicaLâmpada luminosaChuveiro elétrico calorífica

Os aparelhos elétricos têm especificações quanto à potên-cia nominal e tensão nominal ou ddp. Isto significa que, se oaparelho for ligado na ddp nominal, sua potência de trabalhoserá a nominal. Se essas especificações não forem atendidas,o aparelho provavelmente sofrerá algum tipo de dano.

A razão entre a carga q e o intervalo de tempo �t fornece aintensidade de corrente elétrica, assim:

P � U � i

A potência elétrica é dada pelo produto da diferença depotencial pela intensidade da corrente elétrica.

No SI, a potência elétrica é medida em watt (W).

7.1. Potência nominalA maioria dos aparelhos elétricos utilizados transforma

energia elétrica em outras formas de energia.Como exemplos, podemos citar:

Exemplos

a) Qual a potência elétrica de uma lâmpada ligada a um circuito elé-trico com ddp de 24 V, sendo que a corrente elétrica estabelecidana lâmpada vale 625 mA?

Solução

P � U � i ⇒ P � 24 � 625 � 10�3 ⇒ P � 15 W

b) Um chuveiro elétrico opera com potência nominal de 4.000 W.Calcule a corrente elétrica que atravessa o chuveiro quando esteestá ligado a uma ddp de 220 V e a outra de 110 V.

Page 319: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

321Capítulo 16

Exemplos

a) Qual a energia elétrica consumida por uma lâmpada de 100 W em10 horas de funcionamento? Considere as perdas desprezíveis.

Solução

E � P � �t ⇒ E � 100 � 10 ⇒ E � 1 kWh

b) Numa residência estão ligadas 3 lâmpadas de 100 W, um ferro elé-trico de 500 W e uma geladeira de 400 W.

110 V100 W 100 W 100 W 500 W 400 W

FE GL

Solução

Para uma tensão de 110 V, temos:

i �PU

⇒ i � 4 000220. ⇒ i � 18,2 A

Para uma tensão de 220 V, temos:

i � PU

⇒ i � 4 000110. ⇒ i � 36,4 A

8. Energia elétrica

A energia elétrica é dada pelo produto da potência pelo in-tervalo de tempo.

E � P � �t

A energia elétrica é usualmente medida em watt-hora ouem quilowatt-hora (kWh), que vale:

1 kWh � 1.000 WhLeia sobre a Lâmpada Incandescente e a Fluorescente no

Encarte Colorido.

Page 320: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

322Capítulo 16

A ddp da rede elétrica é de 110 V. Despreze as eventuais perdas edetermine a corrente elétrica total que está sendo fornecida a essaresidência. Determine também a energia elétrica consumida casoestes aparelhos fiquem ligados por 2 horas.

Solução

A potência total e a corrente elétrica consumida pela instalaçãopodem ser determinadas como se segue:

PT � (3 � 100) � 500 � 400 � 1.200 W

i �PUT ⇒ i �

1 200110. ⇒ i � 10,9 A

A energia consumida será de:

E � P � �t ⇒ E � 1.200 � 2 ⇒ E � 2,4 KWh

21. (UFPA) Ao ligarmos um interruptor de uma lâmpada incan-descente comum, a lâmpada acende imediatamente. Isso ocor-re porque a corrente elétrica nos fios condutores é constituídapor:

a) Movimento de cargas elétricas negativas com alta velocidade(300.000 km/s – velocidade da luz no vácuo).

b) Movimento de cargas elétricas negativas com alta velocidade,porém inferior à velocidade da luz no vácuo.

c) Movimento de cargas elétricas positivas e negativas com altavelocidade, porém inferior à velocidade da luz no vácuo.

d) Movimento de cargas elétricas positivas com baixa velocidade,mas em bloco, ou seja, as cargas, ao longo de todo o fio, movi-mentam-se ao mesmo tempo.

e) Movimento de cargas elétricas negativas com baixa velocida-de, mas em bloco, ou seja, as cargas, ao longo de todo o fio,movimentam-se ao mesmo tempo.

Page 321: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

323Capítulo 16

Esse “gato” consiste em algumas espirais de fio colocadas próxi-mas a uma linha de corrente elétrica alternada de alta voltagem.Nas extremidades do fio que forma as espirais, podem ser liga-das, por exemplo, lâmpadas, que se acendem. Explique o princí-pio de funcionamento desse “gato”.

23. (UFSC) Um fio condutor é percorrido por uma corrente elétricaconstante de 0,25 A. Calcule, em coulombs, a carga que atraves-sa uma secção reta do condutor, num intervalo de 160 s.

24. (UFPB) Um condutor é per-corrido por uma corrente elé-trica cuja intensidade variacom o tempo, conforme o grá-fico ao lado.Determine, em C, a carga queatravessa o condutor no inter-valo de 0 a 4 s.

25. (UFSE) Um condutor é percorrido por uma corrente elétrica con-tínua de 0,4 A. Sabendo-se que a carga do elétron é1,6 � 10�19 C, o número de elétrons que passa por uma secçãotransversal desse condutor, em um minuto, é:

a) 0,4 � 1020 d) 3,2 � 1020

b) 0,8 � 1020 e) 6,4 � 1020

c) 1,5 � 1020

I (A)

t (s)

4

2

2 40

22. (UFMG) A figura mostra um tipo de “gato”, prática ilegal e extre-mamente perigosa usada para roubar energia elétrica.

Page 322: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

324Capítulo 16

IIII

II

26. (UFMG) Estes circuitos representam uma pilha ligada a duas lâm-padas e uma chave interruptora.

Símbolos Aparelhos Potência (Watts)LP Lâmpada 100TV Televisor 50LQ Liquidificador 250FE Ferro elétrico 2.500

b) Qual será a voltagem, em volts, aplicada ao FE, se apenas eleestiver ligado no circuito?

c) Qual será a leitura do amperímetro, em ampères, quando ape-nas TV e LQ estiverem ligados no circuito?

d) Se o ferro elétrico ficar ligado por 1/2 hora, quanto tempo, emhoras, o televisor deve ficar ligado para consumir a mesmaquantidade de energia que o ferro?

LP TV LQ FE

A

100 volts

A alternativa que representa o(s) circuito(s) em que a ação da cha-ve apaga ou acende as duas lâmpadas, simultaneamente, é:a) I b) II c) III d) I e II e) I e III

27. (UFPA) A figuraao lado mostra oesquema de umcircuito elétrico,simulando a ins-talação de ele-t r o d o m é s t i c o sem uma rede elé-trica de correntecontínua, cuja tensão é 100 V. Cada um deles pode ser ligado edesligado do circuito, por um interruptor. A tabela indica a potên-cia elétrica de cada equipamento. Responda:

a) Se todos os aparelhosindicados no circuitoestiverem ligados, qualserá a voltagem, emvolts, aplicada ao FE?

Page 323: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

325Capítulo 17

MAGNETISMO

1. Introdução

Os fenômenos magnéticos são conhecidos desde a Anti-guidade. Os antigos chineses já utilizavam determinadas pe-dras, como a magnetita, para obter orientações de rotas paraviagens. Estas pedras, quando suspensas por um barbante, as-sumem posição definida, com uma extremidade apontandosempre para o norte e a outra, para o sul magnético da Terra.

Os materiais que apresentavam as características descritasforam chamados de ímãs. Eram constituídos basicamente deóxido de ferro. Atualmente, são chamados genericamente deímãs naturais, uma vez que os ímãs também são fabricados.

Os ímãs apresentam duas regiões distintas, denominadaspólos, que se caracterizam por comporta-mentos opostos. A uma das regiões, denomi-na-se pólo norte; à outra, pólo sul.

Verifica-se que dois ímãs em forma debarra, quando aproximados um do outro, re-agem com força de repulsão quando pólosiguais são aproximados, e com força de atra-ção quando os pólos opostos são apro-ximados.

Leia sobre Imãs e Suas Aplicações no En-carte Colorido.

S N S N

→F

→F

S N S N

→F

Page 324: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

326Capítulo 17

2. Propriedade de inseparabilidade dos pólos

Um pólo não existe isoladamente. Caso um ímã seja divi-dido em vários pedaços, de cada pedaço será obtido um novoímã, com pólos norte e sul.

Na verdade, as partículas elementares que constituem todas assubstâncias possuem características magnéticas. No estudo domagnetismo, é possível referir-se a elas como ímãs elementares.

3. Comportamento magnético das substâncias

Podemos classificar as substâncias em magnéticas e não-magnéticas.

As substâncias magnéticas permitem que seus ímãs ele-mentares tenham um sentido de orientação total ou parcial-mente concordante, de maneira permanente ou não, graças auma ação externa. Logo, os ímãs naturais são estruturadoscom substância magnética cujos ímãs elementares possuemorientação concordante e permanente.

Como exemplos de substâncias magnéticas temos o ferro,o níquel, o aço etc.

As substâncias não-magnéticas não permitem a orientaçãode seus ímãs elementares. Exemplos: a madeira, o alumínio, oplástico etc.

S

S

N

N

corpo com ímãs elementares parcialmente orientados

corpo com ímãs elementaresnão-orientados

corpo com ímãs elementaresorientados

S NS N

S N

N S

N S

N S N SN S

N S

NS

NS

N S

N S

N S N S

N S

N S N S N S N S N S N S

N S N S N S N S N S

N S N S N S N S N S

S NS N

S N S N

S N

S N S N S N

S N

S NS NS N

Quando uma substância tem seus ímãs elementares orien-tados, dizemos que ela está imantada.

Page 325: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

327Capítulo 17

4. Campo magnético

A exemplo do campo elétrico produzido por um corpo ele-trizado, na região que envolve um ímã se estabelece um cam-po magnético ao qual se associa um vetor campo magnéticoB→

. Este vetor é chamado de vetor indução magnética.

A intensidade do vetor indução magnética é medida no SIna unidade tesla (T).

As linhas de campo magnético em um ímã apresentam-seconforme a figura a seguir.

N SB1→

B3→

B2→

B4→

Esta configuração pode ser facilmente comprovada, colocando-se uma folha de papel sobre um ímã e jogando-se pequenaslimalhas de ferro sobre a folha.

S N

Observe que cada linha de campo magnético, tambémchamada de linha de indução, começa no pólo norte e termi-na no sul.

Page 326: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

328Capítulo 17

O pólo norte de uma agu-lha magnética colocada emum determinado ponto de umcampo magnético, indica osentido do vetor B

→ no ponto.

Sua direção é tangente à linhade campo.

Um campo magnético éuniforme quando o vetor cam-po magnético é constante emtodos os pontos do campo.Suas linhas de campo são para-lelas e igualmente espaçadas.

5. Classificação das substâncias magnéticas

As substâncias magnéticas são imantadas quando estãosob a ação de um campo magnético. A este fenômeno, cha-mamos indução magnética. Essas substâncias podem ser clas-sificadas por sua facilidade de imantação. Dessa maneira, te-mos a seguinte classificação:

1ª – Substâncias ferromagnéticas: são aquelas que apre-sentam facilidade de imantação quando em presençade um campo magnético. Exemplos: ferro, cobalto,níquel etc.

2ª – Substâncias paramagnéticas: são aquelas em que aimantação é difícil quando em presença de um cam-po magnético. Exemplos: madeira, couro, óleo etc.

3ª – Substâncias diamagnéticas: são aquelas que seimantam em sentido contrário ao vetor de induçãomagnética a que são submetidas. Corpos formadospor estas substâncias são repelidos pelo ímã quecriou o campo magnético. Exemplos: cobre, prata,chumbo, bismuto, ouro etc.

→B

P

S

N

→B

Page 327: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

329Capítulo 17

6. Imantações permanente e transitória

Ímãs permanentes são aqueles que, uma vez imantados,conservam suas características magnéticas. Determinados cor-pos de aço, como uma chave de fenda, têm esse comporta-mento. Uma vez aproximada de um forte campo magnético, achave de fenda passa a atrair pequenos corpos metálicos, per-manecendo assim por longo tempo.

Ímãs transitórios são aqueles que, quando submetidos aum campo magnético, passam a funcionar como ímãs; assimque cessa a ação do campo, ele volta às características ante-riores. Ao aproximarmos um ímã de uma porção de pregos,um prego passa a atrair o outro; quando cessa a ação do cam-po, a atração entre os pregos também cessa.

7. A experiência de Oersted

Em 1820, o físico dinamarquês H.C. Oersted observou queuma corrente elétrica fluindo através de um condutor desvia-va uma agulha magnética colocada em sua proximidade.

Quando a corrente elétrica ise estabelece no condutor, aagulha magnética assume umaposição perpendicular ao planodefinido pelo fio e pelo centroda agulha. Em cada ponto docampo, o vetor B

→ é perpendicu-

lar ao plano definido pelo pontoe o fio. As linhas de induçãomagnética são circunferênciasconcêntricas com o fio.

O sentido das linhas de campo magnético gerado porcorrente elétrica foi estudado por Ampère, que estabeleceuuma regra para determiná-lo, conhecida como regra da mãodireita.

E

R

� �

i

bússola

Page 328: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

330Capítulo 17

→B

i

i i i i

Segure o condutor com a mão direita e aponte o polegarno sentido da corrente. Os demais dedos dobrados fornecemo sentido do vetor B

→.

Nas figuras a seguir, será utilizada a seguinte simbologia:• o símbolo � representa um vetor perpendicular ao plano

da folha de papel e orientado para fora;• o símbolo � representa um vetor perpendicular ao plano

da folha de papel orientado para dentro.Utilizando esta simbologia, para um fio condutor no plano

da folha de papel, temos:

A mesma visão em perspectiva:

→B

→B

i

i

i

(vetor induçãosaindo da folha)

(vetor induçãoentrando na folha)

i

Page 329: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

331Capítulo 17

8. Lei de Biot-Savart

A intensidade do vetor campomagnético, em qualquer ponto docampo magnético produzido poruma corrente elétrica percorrendoum fio condutor, é proporcional àintensidade da corrente e inversa-mente proporcional à distância doponto ao fio, logo, podemos definir:

B K i

r� �

em que a constante K depende do meio em que o condutor

está contido e vale K �

μπ2

, sendo μ a permeabilidade mag-

nética do meio. Substituindo na fórmula anterior temos:

B i

r� �

μπ2

Esta fórmula é chamada de lei de Biot-Savart.Para o vácuo, o valor de μ é igual a:

μ π0

74 10� ��� T mA

Exemplos

a) Um condutor reto e extenso novácuo é percorrido por umacorrente elétrica de 5 A. Calcu-le o valor da intensidade dovetor indução magnética em umponto P que dista 20 cm docondutor. Indique o sentido dovetor.

→B

riP

iP

20 cm

Page 330: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

332Capítulo 17

Solução

Pela regra da mão direita, ovetor tem o sentido indicadona figura ao lado:

A intensidade de B→

vale:

B i

rB�

�� �

��

�μ ππ

07

24 10

25

0 2⇒

,⇒ B � 5 � 10�6 T

b) Dois condutores são percorridos por correntes elétricas e dispostoscomo na figura a seguir.

Determine a intensidade do vetor B→

no ponto P e suas característi-cas. O meio é o vácuo.

Solução

A intensidade do vetor indução magnética B1, relacionada aocondutor 1, vale:

B1

74 102

20 2

��

��π

π ,⇒ B1 � 2 � 10�6 T

A intensidade do vetor indução magnética B2, relacionada aocondutor 2, vale:

B2

74 102

100 5

��

��π

π ,⇒ B2 � 4 � 10�6 T

Como os vetores têm sentido contrário à intensidade do vetor re-sultante B, vale:

B � B2 � B1 ⇒ B � (4 � 2) � 10�6 ⇒ B � 2 � 10�6 T

A direção do vetor é perpendicular ao plano formado pelos doisfios e o sentido é “entrando” no plano descrito do papel b.

→Bi

P

2 AP

20 cm 50 cm

10 A

Page 331: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

333Capítulo 17

9. Campo elétrico em uma espira circular

Considere uma espira circu-lar de raio R e centro C, percor-rida por uma corrente elétrica.

As linhas de campo entrampor um lado da espira e saempelo outro, podendo este senti-do ser determinado pela regrada mão direita.

A direção do vetor induçãomagnética nos pontos do planoda espira é perpendicular aeste plano, o que pode ser ob-servado na figura ao lado.

Observe que a espira têm dois pólos. O lado onde B→

“en-tra” é o pólo sul; o outro, o norte.

A intensidade do vetor B→

no centro da espira vale:

B i

R� �μ

2

Caso haja várias espiras jus-tapostas (N) formando uma bobi-na chata, a intensidade do vetorB→

no centro da bobina vale:

B N i

R� � �μ

2

R

C

i

i

i

i

C

S

N

R

i iB→

i

Exemplos

a) Dada uma espira circular no vácuo comraio de 4π cm, sendo percorrida por umacorrente elétrica de 2,0 A no sentido indi-cado na figura, determine as característi-cas do vetor B

→ no centro da espira.

Page 332: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

334Capítulo 17

i1

i2R2

R1

Solução

A intensidade de B→

no centro da espira vale:

B i

RB� � � � �

� �

�μ π

π24 10 2

2 4 107

2⇒ ⇒ B � 105 T

A direção é perpendicular ao plano da espira e o sentido, “saindodo papel” (,).

b) Duas espiras circulares concên-tricas são percorridas por cor-rentes de intensidades i1 e i2,sendo seus raios R1 e R2, respec-tivamente.Em que condições o campomagnético resultante no interiorda espira será nulo?

Solução

Como os vetores indução magnética relacionados com cadaespira têm sentidos opostos, a condição de nulidade do vetor re-sultante será conseguida quando as intensidades dos vetores B1 eB2 forem iguais, logo:

B B

RiR1 2

1

2

22 2� � � �⇒ ⇒μ μi1

ii

RR

1

2

1

2�

c) Uma bobina chata é formada por 50 espiras circulares de raio 10πcm. Calcule a intensidade da corrente elétrica na espira para que ocampo magnético em seu centro seja 10�5 T.

Solução

Para esta situação, temos:

B N i

R� � �μ

2⇒ 10�5 � 50 � 4π � 10�7 �

i2 10 20 2� � �π

⇒ i � 0,1 A

Page 333: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

335Capítulo 17

A B

ii �

→BN S

A regra para se determinar o sentido do campo é a regra damão direita.

Sendo N o número de espiras existentes no comprimento �do solenóide, a intensidade do vetor indução magnética uni-forme no interior do dispositivo é dada por:

B

N i�

� �μ �

Exemplo

a) Um solenóide de 1.000 espiras por metro está no vácuo e é percor-rido por uma corrente de 5,0 A. Qual é a intensidade do vetorindução magnética no interior do solenóide?

10. Campo magnético em um solenóide

O solenóide é um dispositivo em que um fio condutor éenrolado em forma de espiras não justapostas.

O campo magnético produzidopróximo ao centro do solenóide –ou bobina longa – ao ser percorridopor uma corrente elétrica i, é prati-camente uniforme. O dispositivo secomporta como um ímã, no qual o

pólo sul é o lado por onde “entram” as linhas de campo e o ladonorte, o lado por onde “saem” as linhas de campo.

Page 334: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

336Capítulo 17

Solução

B

N iB�

� � �

� � ��μ π�

⇒ 4 10 10 51 0

7 3

,⇒ B � 2π � 10�3 T

Leia sobre O Eletroímã no Encarte Colorido.

1. (UFPA) A bússola é utilizada desde o século XIII para orientaçãode navegadores marítimos. O funcionamento deste instrumentode navegação baseia-se no fato de que...

a) a Terra, sendo um grande ímã, mantém a agulha da bússolasempre na direção desejada.

b) sob ação do “ímã Terra”, a agulha da bússola mantém-se apro-ximadamente na direção norte–sul.

c) sua agulha magnética alinha-se sempre na direção que o via-jante deve seguir.

d) a agulha magnética da bússola é orientada pelo viajante paraindicar sempre a direção norte–sul.

e) o pólo norte da agulha magnética aponta exatamente para opólo norte geográfico da Terra.

2. (UFSC) Assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

a) Pólos magnéticos de mesmo nome se atraem, enquanto pólosde nomes contrários se repelem.

b) Num campo magnético uniforme, as linhas de indução magnéticasão retas paralelas igualmente espaçadas e igualmente orientadas.

c) As linhas de indução magnética “saem” do pólo norte e “che-gam” ao pólo sul.

d) As linhas de indução magnética, do campo magnético produzi-do por uma corrente i, que percorre um condutor reto, são ra-mos de parábolas situadas em planos paralelos ao condutor.

e) No interior de um solenóide, o campo de indução magnéticapode ser considerado como uniforme e têm a direção do seueixo geométrico.

Page 335: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

337Capítulo 17

3. (UFPI) O ímã em forma de barra da figura foi partido em dois pedaços.

N

S

A figura que melhor representa a magnetização dos pedaços re-sultantes é:

a) b) c) d) e)N

N N

S

S S

S S

S

N

N

N

4. Relacione os elementos abaixo.III – DiamagnéticoIII – FerromagnéticoIII – Paramagnético1 – Se imanta facilmente sob ação de um campo magnético.2 – Se imanta em sentido contrário ao campo magnético que o gerou.3 – Os ímãs elementares não se orientam com facilidade.A relação correta dos elementos acima é:a) I,1; II,2; III,3 d) I,2; II,3; III,1b) I,3; II,1; III,2 e) I,3; II,2; III,1c) I,2; II,1; III,3

5. (UFPR) Em 1820, Oersted descobriu que, ao passar uma correnteelétrica através de um fio retilíneo, a agulha imantada de umabússola, próxima ao fio, movimentava-se. Ao cessar a corrente, aagulha retornava a sua posição original. Considere a agulha de

Page 336: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

338Capítulo 17

fio

uma bússola colocada num plano horizontal, podendo mover-selivremente em torno de um eixo vertical fixo. Suponha que elaesteja próxima de um fio condutor muito longo colocado na ver-tical, conforme a figura.

É correto afirmar que:

a) Quando passa uma corrente elétrica pelo fio, é gerado umcampo magnético que tende a alinhar a agulha imantada coma direção deste campo.

b) Ao inverter-se o sentido da corrente elétrica no fio, a agulhatende a inverter sua orientação.

c) A intensidade do campo magnético num ponto do espaço, ge-rado pela corrente no fio, será tanto maior quanto mais distan-te o ponto estiver do fio.

d) As linhas de força do campo magnético gerado pela corrente nofio são semi-retas com origem no fio e perpendiculares a ele.

e) A posição original da agulha da bússola indica, na ausência decorrentes elétricas ou outros campos magnéticos, a direção dacomponente horizontal do campo magnético terrestre.

f) O fenômeno físico citado no enunciado é conhecido comoindução eletromagnética e é descrito pela lei de Faraday.

6. (UFMG) Esta figura mostra uma pequenachapa metálica imantada que flutua so-bre a água de um recipiente. Um fio elé-trico está colocado sobre este recipiente.O fio passa a conduzir uma intensa corrente elétrica contínua, nosentido da esquerda para a direita.

NS

Page 337: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

339Capítulo 17

i

NS

SN

i

i

NS

NS

i

NS

i

7. (UFSE) A figura representa um condutor retilíneo extenso percor-rido por uma corrente contínua i.

i

O

A orientação do campo magnético B gerado por este condutor,em O, é:a) paralela ao condutor, dirigida para a direita;b) paralela ao condutor, dirigida para a esquerda;c) perpendicular ao plano da figura, dirigida para fora;d) perpendicular ao plano da figura, dirigida para dentro.

i i iP

20 cm 20 cm 20 cm

8. (UFMG) Essa figura mostra três fios paralelos, retos e longos, dis-postos perpendicularmente ao plano do papel, e, em cada um de-les, uma corrente i. Cada fio separadamente, cria em um ponto a20 cm de distância dele, um campo magnético de intensidade B.

A alternativa que melhor representa a posição da chapa metálicaimantada, após um certo tempo, é:

a) d)

b) e)

c)

Page 338: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

340Capítulo 17

P

M N

→B

P

M N

→B

P

M N

→B

P

M N

→B

P

M N

O campo magnético resultante no ponto P, devido à presença dostrês fios, terá intensidade igual a:

a)B3 b)

B2 c) B d)

53B

e) 3 B

9. (UFMG) A figura mostra dois fios M eN, paralelos, percorridos por correntesde mesma intensidade, ambas saindoda folha de papel. O ponto P está amesma distância dos dois fios.

A opção que melhor representa a direção e o sentido corretospara o campo magnético, que as correntes criam em P, é:

a) c)

b) d)

e) Esse campo é nulo.

10. Uma espira circular no vácuo é percorrida por uma corrente de10A. Sendo o raio da espira igual a 10 cm, a intensidade do vetorcampo magnético no centro da espira, em 10�5 T, vale:

(Permeabilidade magnética no vácuo, B→

).

a) 4π b) π c) 2π d)π2 e) 8π

11. (UFAM) O campo magnético da Terra é análogo ao campo mag-nético originado por:a) Uma espira circular percorrida por uma corrente contínua.b) Uma espira circular percorrida por uma corrente alternada.c) Um fio condutor reto percorrido por uma corrente contínua.d) Um fio condutor reto percorrido por uma corrente alternada.

Page 339: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

341Capítulo 17

12. (UFSC) Ao passar-se um pente plástico pelos cabelos observa-seque após, o pente atrai pequenos pedaços de limalha de ferro.Este fenômeno ocorre porque o pente induz:a) um campo elétrico na região entre o pente e a limalha;b) um campo magnético sobre os pedaços de limalha;c) uma corrente elétrica entre os pedaços de limalha;d) uma diferença de potencial entre seus dentes;e) cargas de mesmo sinal na limalha.

13. No circuito ao lado, o geradorestá ligado a um solenóide de200 espiras por metro com re-sistência elétrica 5,0 ohms.Sabendo-se que

μ π0

74 10� ��� T mA

,

determine a intensidade do ve-tor indução magnética no inte-rior do solenóide em 10�5 T.

a) 16π b) 40π c) 8π d) 1,8π e) 2π

11. Força sobre uma carga em movimento em um campo magnético

Verifica-se experimentalmente que, quando uma cargaelétrica de valor q move-se em um campo magnético, ficasubmetida à ação de uma força. Esta força é denominada for-ça magnética ou força de Lorentz.

Considere uma carga q positiva movimentando-se com veloci-dade v→ em um campomagnético de induçãoB→

. Verifica-se que a car-ga sofre ação de uma for-ça magnética Fm

→, cuja

direção é perpendicularao plano formado por B

e também a v→ .

2 V

4 �

→B →

v

→vsen �

→Fm

Page 340: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

342Capítulo 17

A intensidade da força magnética é proporcional a B, q, ve ao seno do ângulo formado entre v→ e B

→. Temos então a se-

guinte fórmula:

Fm � �q� � v � B � sen �

O sentido do vetor força magnética é dado pela regra damão esquerda, conforme a figura a seguir.

O indicador representa o sentido de B→

, o dedo médio, osentido de v→ , e o polegar, o sentido de F

Para uma carga elétrica negativa, o sentido da força seráoposto ao fornecido pela regra da mão esquerda.

Exemplos

a) Caracterize a força magnética que atua sobre a carga q em cadacaso, conforme as figuras.

I) III)→B

→v

q

→B

→v

q

→B

→v

q

q

N S→v

II) IV)

B→

v→

Fm→

Page 341: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

343Capítulo 17

→Fm

→B

q

→v

,

→Fm →

B

→v

qb

→Fm

→B

→v

q,

→Fm

→B

→v

q

N S,

b) Uma carga elétrica puntiforme de 30 � 10�6 C, com velocidade de

100 ms

, penetra em um campo magnético uniforme de 0,1 T, for

mando um ângulo de 60° com o mesmo. Determine a intensidadeda força que passa a atuar sobre a carga.

Solução

F � q � V � B � sen θ ⇒ F � 30 � 10�6 � 100 � 0,1 � sen 60° ⇒⇒ F � 2,6 � 10�4 N

Leia sobre A Aurora Boreal no Encarte Colorido.

11.1. Conseqüências da ação da força magnéticaConsidere uma carga q penetrando em um campo magné-

tico uniforme para as seguintes situações:I. A carga penetra formando um ângulo de 0° ou 180° com ocampo magnético.

Como o seno desses ângulos é nulo, a carga não sofre açãoda força magnética.

→B

→B

→v

→vq q

Solução

Usando a regra da mão esquerda em todos os casos, temos:

I) III)

II) IV)

sen θ � 0 ⇒ Fm � 0

Page 342: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

344Capítulo 17

→Fm

→B

→v

II. A carga penetra formando um ângulo de 90° com o campomagnético.

Como o seno de 90° tem va-lor unitário, a força magnéticaassume intensidade máxima.

Como a intensidade daforça é constante e normal aovetor velocidade e sendo o mo-vimento plano, a carga realiza-rá um movimento circular euniforme.

sen θ � 1 ⇒ F v Bm→

� � �� �q

O raio R da circunferência descrita pelo movimento dacarga nessas condições pode ser calculado sabendo-se que aforça magnética assume o mesmo valor da força centrípeta nomovimento circular e uniforme. Como a força centrípeta vale

m vR� 2

, temos:

F F q v B m vRm c� � � ��⇒ ⇒� �

2

R m v

q B�

��� �

,

em que m é a massa da partícula carregada com carga q e R éo raio da circunferência que representa a trajetória da carga.

Como o período T no MCU vale 2πm

v , substituindo em R

temos:

T

Vm vq B

T mB q

� ��

��

�2 2π π

� � � �⇒

III. A carga é lançada obliquamente ao campo magnético.Para esse caso, a velocidade se decompõe em duas. Uma

componente tem a direção de B→

e causa um movimento retilí-neo e uniforme (MRU); a outra componente tem a direção per-pendicular a e causa um movimento circular e uniforme (MCU).

Page 343: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

345Capítulo 17

→F

→v→B

θ

→v

q

P

→B

d

fenda

A superposição do MRU edo MCU resulta em um movi-mento helicoidal e uniforme.Sua trajetória forma uma figuradenominada hélice cilíndrica.

Exemplos

a) Uma partícula de massa 10�8 kg e car-ga 2,0 � 106 C é lançada perpendicular-mente a um campo magnético unifor-me de intensidade 1.000 T com veloci-

dade 104 ms

.

Sabendo-se que a partícula atinge o pon-to P da placa, determine o sinal da cargae a distância entre o ponto P e a fenda.

Solução

Pela regra da mão esquerda, determinamos o sentido da força econcluímos que o sinal da carga é positivo.

A distância da fenda ao ponto P vale:

R m v

q Bd�

��

��

� �

�⇒ ⇒2

10 10

2 10 10

8 4

6 3 d � 2,5 cm

b) Uma partícula onde a relação qm

vale 2 � 106 Ckg

é acelerada a

partir do repouso por uma ddpde 102 V. A partícula penetraem um campo magnético uni-forme de indução 2,0 � 10�1 T,conforme mostra a figura.Determine a velocidade de pe-netração no campo elétrico, adistância entre o ponto de en-trada e saída do campo mag-nético e o tempo de permanên-cia da partícula na região docampo magnético.

→B

→v

q

dU � 100 V

Page 344: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

346Capítulo 17

Solução

O trabalho realizado pela força elétrica que acelera a partícula édado pelo produto da carga pela ddp; logo:

τ � qU

O trabalho realizado entre o ponto de partida da partícula e o pontode entrada no campo magnético vale a diferença entre a energiacinética nestes dois pontos. Como a velocidade inicial é nula, temos:

q m vU �

� 2

2Logo, a velocidade vale:

v

q Um

2 2�

� ⇒ v2 � 2 � 2 � 106 � 102 ⇒ v � 2 � 104 ms

A distância entre o ponto de entrada e saída da partícula do cam-po magnético tem o valor de:

R m v

q Bd

���

��

� � � �⇒

22 10

2 10 2 10

4

6 1⇒ d � 10 cm

O tempo de permanência equivale a meio período do MCU descri-to, sob a influência do campo magnético. Assim:

T m

B qt T m

B q�

�� �

22

π π� � � �

⇒ ⇒Δ Δt �

� � � �

π2 10 2 106 1

⇒ Δt � 2,5π � 10�6 s

c) Uma carga elétrica de 1,0 � 10�6 C penetra em uma região na qual

existe um campo elétrico uniforme de intensidade 2,0 � 103 Vm

e um campo magnético, tam-bém uniforme, de intensidade1,0 � 10�2 T. Calcule a velocida-de de penetração da partículana região sob ação dos camposelétrico e magnético para quenão haja desvio na trajetória dapartícula. O meio é o vácuo.

→B

→E

→v

→v

q

Page 345: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

347Capítulo 17

→Fm

→Ep

→vq

→B

→Fm

θ�

Solução

A ação da força elétrica Fe e da força magnética Fm

está representada ao lado:

Para que a situação seja possível, a força elétrica temde ter a mesma intensidade da força magnética; logo:

Fm � Fc ⇒ B � �q� � v = �q� � E ⇒ v

EB

� ⇒

⇒ ⇒v �

� �

2 0 10

1 0 10

3

2

,

, v � 2,0 � 105 m

s

12. Força magnética em um condutor retilíneo

Um condutor retilíneo, quandoatravessado por uma corrente elétri-ca e submetido à ação de um cam-po magnético, sofre a ação de umaforça magnética.

Como a corrente elétrica é umconjunto de cargas em movimento or-denado, a força a que o condutor fica sujeito é a resultante doconjunto de forças que atuam nas cargas em movimento.

Considere n o número de cargas q que atravessam o con-dutor em um determinado intervalo de tempo Δt e � o compri-mento do condutor considerado.

Sobre a carga q, temos a seguinte atuação de força magnética:

F�m � �q � � v � B � sen θSobre o condutor, temos:

Fm � m � F�m

Fm � m � �q � � v � B � sen θSendo a velocidade o quociente do comprimento pelo in-

tervalo de tempo, obtemos:

F m q

tB senm � � � � �� � �

Δθ

Page 346: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

348Capítulo 17

Solução

As situações são resolvidas com a aplicação da regra da mão esquerda.

I) Fm→

� 0 II) Fm→

� 0 III) � Fm→

IV) Fm→

⎯ →⎯⎯V) � Fm

b) Um condutor é suspenso em um campo magné-tico B

→ por dois fios de peso desprezível, confor-

me mostra a figura ao lado. Qual a intensidadedo campo magnético para que a tração nos fiosseja nula? O condutor tem massa 1,0 � 10�2 kg ecomprimento 0,5 m e a intensidade da corrente

que o atravessa vale 1,0 A. Dado g � 10ms2 .

SoluçãoA força magnética, nestas condições, deve ser igual ao peso dofio. Logo:Fm � P ⇒ B � i � � � sen θ � m � g ⇒

B �

� �

�1 0 10 101 0 0 5

2,, ,

⇒⇒ B � 2 � 10�1 T

→P

i

→B

Como n q

t� � �Δ

i� é igual à corrente elétrica i, chegamos a:

Fm � B � i � � � sen θ

O sentido da força é determinado pela regra da mão es-querda, substituindo a velocidade v pela corrente i.

Exemplos

a) Caracterize a força magnética sofrida pelo condutor nas situaçõesa seguir, onde existe a ação do campo magnético B

→.

I) II) III)

→B

i →Bi →

B

i

→B

i i

→BIV) V)

Page 347: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

349Capítulo 17

→Fm1

→Fm2

i2

i1

→B1

→B2

d

B

id21

2� �

μπ

B

id12

2� �

μπ

13. Força magnética entre dois condutores paralelos

Considere dois fios condutores paralelos de comprimentosiguais e separados pela distância d, percorridos pelas corren-tes i1 e i2, respectivamente. Sejam B

1 o vetor indução magné-tica produzido por i1 onde está i2 e B

2, o vetor indução mag-nética produzido por i2 onde está i1. Os vetores B

1e B→

2 têmsentidos determinados pela regra da mão esquerda. As intensi-dades de B

1 e B→

2 são dadas por:

Como os campos magnéticos estão em planos perpendicu-lares aos fios, temos:

F B i Fi i

dm m1 2 1 11 2

2� � � � �

�� � �⇒ μ

π

As forças magnéticas a que os fios são submetidos têm omesmo valor. Assim:

F

i idm � ��

�μπ2

1 2 �

Page 348: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

350Capítulo 17

b) Dois condutores retos estão dispostos conforme a figura.

O comprimento do condutor 2 é muito grande. Sendo

μ π0

74 10� ��� T mA

, determine a força de interação entre os dois

50 A10 A

2

1

0,5 m

1,0 m

A força será de atração quando as correntes forem no mes-mo sentido; de repulsão, quando em sentidos opostos.

→Fm

→Fm

→Fm

i2i1

→B2

→B1

i2i1

Exemplos

a) Dois fios retos e paralelos de grande comprimento estão separadospor uma distância de 20 cm. As correntes que percorrem os fiossão de valor igual a 10 A no mesmo sentido. Determine a forçamagnética por unidade de comprimento entre os fios.

Considere μ π0

74 10� ��� T mA

.

Solução

F i i

dF

pm m

� �� �

��

��

μπ

π2

4 102

1020 10

1 27 2

2⇒ ⇒

F Nm

m

�� �10 4

Page 349: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

351Capítulo 17

condutores e a intensidade do vetor indução magnética que, devi-do ao condutor 2, age no condutor 1.

Solução

A força de interação vale:

F

i idm �

��

��

22 1

π�

⇒ ⇒Fm �

��

��

�4 102

50 101 0

0 57π

π ,,

⇒ Fm � 5,0 � 10�5 N

A intensidade do vetor indução magnética solicitado tem o valor de:

B i

dB

p� � �

��

�μπ

π2

4 102

501 0

7

⇒,

⇒ B � 1,0 � 10�6 T

14. (UFSC) Uma carga elétrica puntiforme move-se num campo mag-nético e sofre a ação de uma força devida à ação deste campo.Considerando esta força, é correto afirmar que:a) A força é diretamente proporcional à velocidade da carga elétrica.b) A força é diretamente proporcional ao calor específico da car-

ga elétrica.c) A força é diretamente proporcional à intensidade da indução

magnética.d) A direção e o sentido da força dependem da direção e do sen-

tido do movimento da carga elétrica.e) A força independe da carga elétrica e da velocidade.

R T

15. (UFPI) A figura mostra a trajetória de duas partículas, R e T, numcampo magnético uniforme que aponta perpendicularmente dapágina para o leitor.

Podemos concluir que as cargas elétricas de R e T são, respectiva-mente:

a) � e � b) � e � c) � e � d) � e � e) 0 e 0

Page 350: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

352Capítulo 17

→V

→U

região decampo magnéticouniforme

16. (UFSC) Uma carga elétrica negativa, aoatravessar uma região de campo magnéti-co, perpendicular à sua velocidade,como mostra a figura:

a) será desviada para baixo do plano dapágina;

b) será desviada para fora da página;c) será desviada para dentro da página;d) será desviada para cima, no plano da página;e) descreverá uma trajetória circular em sentido anti-horário;f) descreverá uma trajetória circular no sentido horário;g) descreverá uma trajetória helicoidal.

17. (Unesp-SP) Uma partícula de pequena massa e eletricamentecarregada, movimentando-se da esquerda para a direita com veloci-dade constante v→ , entra numa região em que há um campo magné-tico uniforme. Devido à ação deste campo sobre a carga, a partícu-la descreve uma semicircunferência e retorna para a esquerda comvelocidade u→ , paralela a v→ , com

u v→ →

� como mostra a figura.

→B

→v

a) Qual a direção das linhas deste campo magnético?

b) Explique porque � � � �u v

→ →� .

18. (UFPI) Quais devem ser o módulo, a direção e o sentido do campomagnético entre as placas do capacitor plano de placas paralelas,mostrado na figura, para que um elétron ao penetrar perpendicular-

mente à direção do campo elétrico � �B→

� 1,5 � 102 NC , com velo-

cidade v � 5,0 � 105 ms , execute um movimento ao longo de

uma trajetória reta?

Page 351: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

353Capítulo 17

a) B � 2,0 � 10�2 T, perpendicular à página, apontando para den-tro (penetrando na folha).

b) B � 3,0 � 10�4 T, horizontal, apontando para a direita.c) B � 3,0 � 10�4 T, vertical, apontando para cima.d) B � 3,0 � 10�4 T, perpendicular à página, apontando para fora

(saindo da página).e) B � 2,0 � 10�4 T, horizontal, apontando para a esquerda.

→E

19. (UFPA) A figura mostra dois fios con-dutores paralelos e horizontais A e B,muito longos, separados por uma dis-tância d = 1,0 cm, num plano vertical.Os fios são percorridos por correnteselétricas de intensidade iA e iB, respec-tivamente.Dado: permeabilidade magnética novácuo:

μ π0

74 10� ��� T mA

.

a) Representa-se ao lado, uma vista frontal de doisfios. As correntes iA e iB saem do plano do papel.Marque na figura uma seta indicando a direçãoe o sentido do campo magnético produzido pelofio A no local em que se encontra o fio B e umaseta indicando a direção e o sentido da forçamagnética que o fio B exerce sobre o fio A;

b) Considere que o fio B pesa 0,05Nm e que a intensidade da

corrente iB é igual a 25 A. Qual seria a intensidade da correnteiA, em ampère, necessária para que a força magnética de A so-bre B equilibrasse o peso de B?

iB

iA

B

A

d

B

A

d

Page 352: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

354Capítulo 18

ONDULATÓRIA

1. Ondas eletromagnéticas

1.1. Natureza das ondas eletromagnéticasQuando uma carga elétrica é acelerada, ocorre a formação

de um campo elétrico caracterizado pelo vetor E→

e de umcampo magnético caracterizado pelo vetor indução magnéti-ca B

→. Como esses campos são variáveis ao longo do tempo, a

variação determina uma perturbação eletromagnética indivi-dualizada na forma de uma onda eletromagnética que se pro-paga no espaço.

O vetor de campo elétrico E→

e o vetor de indução magné-tica B

→ têm direções perpendiculares, como representado na

figura abaixo.E

direção depropagação

elétrico

magnético

B

Page 353: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

355Capítulo 18

Uma onda eletromagnética não depende de meio materialpara propagar-se; assim, ela se propaga no vácuo, onde sua

velocidade é máxima e vale 300.000kms . Nos meios mate-

riais, a velocidade é sempre inferior à citada.

1.2. Tipos de ondas eletromagnéticasOs vários tipos de ondas eletromagnéticas diferem umas

das outras unicamente pela freqüência e comprimento deonda. A gama de freqüências abrangidas pelas ondas eletro-magnéticas é chamada espectro eletromagnético.

O olho humano é sensível à radiação* eletromagnética decomprimento de onda entre 3,6 � 10�7 m e 7,8 � 10�7 m, nafaixa da luz visível. O termo luz também é usado para carac-terizar ondas pouco afastadas da luz visível, como a luzinfravermelha e a ultravioleta.

Não há limites para o comprimento de onda das ondaseletromagnéticas.

A descrição completa das ondas eletromagnéticas se baseianas leis da eletricidade e do magnetismo, conforme a teoria deJames Clerb Maxwell estabelecida em meados do século XIX.

Dentro da faixa de luz visível, os diferentes tipos de luzes(cores) monocromáticas se distribuem assim:

* O termo radiação é muito usado e significa energia a se propagar no espaço ou em um meiomaterial; logo, a onda eletromagnética é uma radiação.

� (vácuo)Å

7.800 Å

3.600 Å

3,8 � 1014

8,3 � 1014

f (Hz)

Raios infravermelhosLuz vermelhaLuz alaranjadaLuz amarelaLuz verdeLuz azulLuz anilLuz violetaRaios ultravioleta

Page 354: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

356Capítulo 18

Freqüência Hz Comprimento de onda, m

1023—

1022— —10�14

1021— —— Raios gama —— —10�13

1020— —10�12

1019— —10�11

1018— ——— Raios X ——— —10�10 1Å

1017— —10�9 0 1 mm

1016— —— Ultravioleta ——— —10�8

1015— VISÍVEL —10�7

1014— —10�60 1 mm

1013— —— Infravermelho —— —10�5

1012— —10�4

1011— —10�3

1010— ——— Ondas curtas ——— —10�2 01 cm

1090— —10�1

1080— Televisão e FM —1 1 m

1070— ——— Ondas em AM —— —101

1 MHz1060— —102

1050— —103 01 km

1040— ——— Ondas longas ——— —104

1 kHz 1030— —105

1020— —106

1020— —107

⎧⎪⎪⎪⎪⎨⎪⎪⎪⎪⎩

⎧⎪⎪⎪⎪⎨⎪⎪⎪⎪⎩

⎧⎪⎨⎪⎩⎧⎪⎨⎪⎩

⎧⎪⎪⎪⎨⎪⎪⎪⎩

⎧⎪⎪⎨⎪⎪⎩

⎧⎪⎪⎪⎨⎪⎪⎪⎩

⎧⎪⎪⎪⎪⎨⎪⎪⎪⎪⎩

⎧⎪⎪⎪⎪⎨⎪⎪⎪⎪⎩

⎧⎪⎨⎪⎩⎧⎪⎨⎪⎩

⎧⎪⎪⎪⎨⎪⎪⎪⎩

⎧⎪⎪⎨⎪⎪⎩

⎧⎪⎪⎪⎨⎪⎪⎪⎩

Page 355: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

357Capítulo 18

1.3. PolarizaçãoNormalmente, uma fonte luminosa emite luz constituída

por ondas eletromagnéticas que apresentam vibrações em di-versos planos perpendiculares a cada raio de onda. A luz queapresenta as condições descritas é denominada luz natural.

Onda polarizada é uma onda que passa a apresentar vibra-ções em um único plano.

A figura a seguir mostra um processo simplificado de pola-rização da luz.

luz natural luz polarizadapolarizador

A estação transmissora, em freqüência própria, emite ondasque carregam uma variedade enorme de informações. Estasondas são captadas por meio de antenas próprias e trans-formadas em som e/ou imagem.

O princípio do funcionamento de televisores e rádiosEsses aparelhos têm como base de funcionamento uma esta-ção transmissora e um aparelho receptor de ondas magnéticas.

Page 356: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

358Capítulo 18

Z

YX

E→

E→

E→

B→

B→

B→

t � 0

t � 0

,75

s

t � 0,25 s

t � 0

,5 s

O polarizador funciona como uma espécie de filtro que sópermite a passagem das vibrações em determinado plano.Caso uma luz polarizada incida em outro polarizador e estenão esteja alinhado com o plano da luz polarizada, não have-rá emergência de luz.

Toda onda transversal que tenha vibrações em mais de umplano perpendicular a um raio de onda pode ser polarizada. Aseguir, apresenta-mos um exemplode uma ondatransversal a sepropagar em umacorda tensa emdois planos, pas-sando por um dis-positivo polari-zador tipo fenda.

Observe que as ondas sonoras, por serem longitudinais,não sofrem polarização.

Leia sobre os Raios Laser no Encarte Colorido.

1. (UFBA) A figura abaixo representa uma onda eletromagnética, decomprimento de onda igual a 10�10 m, propagando-se na direçãox, em um meio material. E

→ representa o campo elétrico oscilante,

B→

, o campo magnético oscilante, e t, o tempo em 10�18 s.

Page 357: MINIMANUAL COMPACTO DE FÍSICA

359Capítulo 18

Assim sendo, pode-se afirmar que:

a) A onda é longitudinal.

b) A velocidade de propagação da onda vale 2 � 108 ms

.

c) No vácuo, a onda se propagaria com maior velocidade do queem um meio material qualquer.

d) Os campos elétrico e magnético estão em fase.

e) A onda poderia se propagar em qualquer meio.

2. (UFGO) A luz e o som estão fortemente relacionados com doisimportantes sentidos do homem: a visão e a audição. Os órgãosresponsáveis pela percepção da luz e do som, .os olhos e os ou-vidos, recebem energia transportada pelas ondas luminosas epelas ondas sonoras, respectivamente. Existem diferenças funda-mentais entre estes dois tipos de ondas. Considerando as carac-terísticas ondulatórias da luz e do som, pode-se afirmar que:

a) As ondas sonoras são ondas mecânicas e as luminosas são on-das eletromagnéticas.

b) O vácuo é o melhor meio para propagação da luz e do som.

c) O fato de se poder continuar escutando o ruído de um carroque virou uma esquina, mesmo sem continuar a vê-lo, é devi-do ao som poder difratar-se.

d) Ao passarem do ar para a água, a onda sonora aumenta sua ve-locidade de propagação e a onda luminosa diminui.

e) Num relâmpago, os efeitos sonoros e luminosos são simultâne-os, porém são percebidos por uma pessoa normal, em instantesdiferentes, devido à diferença entre a velocidade de propaga-ção do som e da luz.

f) As transmissões radiofônicas (ondas de rádio que vão da antenada estação até a antena de seu rádio) são feitas por ondas eletro-magnéticas e as ondas do rádio até o ouvinte são ondas sonoras.

3. Um forno de microondas é projetado para, mediante um processode ressonância, transferir energia para os alimentos que necessi-tamos aquecer ou cozer. Nesse processo de ressonância, as molé-

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360Capítulo 18

culas de água do alimento começam a vibrar, produzindo calornecessário para o cozimento ou aquecimento. A freqüência dasondas produzidas pelo forno é da ordem de 2,45 � 109 Hz, que éigual à freqüência de vibração das moléculas de água.

a) Qual o comprimento das ondas produzidas no interior doforno?

b) Por que não é aconselhável utilizar invólucros metálicos paraenvolver os alimentos que serão levados ao forno?

4. (UFPA) Considere as afirmativas abaixo:

1) Os raios X são ondas eletromagnéticas com freqüências maio-res que as da radiação ultravioleta.

2) A radiação infravermelha tem comprimento de onda intermedi-ário entre microonda e luz vermelha.

3) As microondas são ondas eletromagnéticas que permitem ofuncionamento de radar.

4) Os raios X têm comprimentos de onda situados na faixa do es-pectro visível.

São corretas:

a) 1, 2 e 3 c) 1, 3 e 4 e) 3 e 4

b) 1, 2 e 4 d) 2, 3 e 4

5. (UFPA) Quando você olha uma radiografia, observa que na chapaas posições correspondentes aos ossos são mais claras. Isto se deveao fato de que nos corpos constituídos por átomos mais pesados:

a) ocorre a difração do raio X;

b) há microonda;

c) é menor a absorção de raio X;

d) é maior a absorção de raio X;

e) ocorre reflexão dos raios X.

6. (UFRS) Associe cada descrição com o nome pelo qual o fenôme-no é conhecido.

1 – Difração 2 – Dispersão 3 – Polarização

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( ) Luz monocromática que passa por uma pequena fenda, propa-ga-se em muitas direções e forma uma figura de interferêncialuminosa variável.

( ) Quando um feixe de luz incide na superfície de uma lâmina devidro plana e lisa, para um determinado ângulo de incidência,a parte da luz que é refletida se propaga com o campo elétricodessa radiação oscilando em uma única direção.

a) 1-2 b) 1-3 c) 2-1 d) 2-3 e) 3-2

7. (UFPI) As cores observadas em uma bolha de sabão são causadasprincipalmente por:

a) pigmentos; c) absorção; e) interferência.

b) reflexão; d) polarização;

8. (UFSC) Assinale a(s) afirmativa(s) correta(s).

a) Um dos fenômenos que caracteriza uma onda transversal e adistingue de uma onda longitudinal é a polarização.

b) A luz e o som têm caráter ondulatório, mas a luz pode ser po-larizada e o som não, porque o som necessita de um meio ma-terial para se propagar e a luz não.

c) No vácuo, todas as ondas eletromagnéticas possuem a mesmavelocidade e o mesmo comprimento de onda.

d) Luzes de cores diferentes têm freqüências diferentes.

e) O comprimento de onda de uma determinada luz monocro-mática independe do meio no qual ela se propaga.

f) O índice de refração de uma substância homogênea é medidoem angströns no Sistema Internacional de unidades.

9. (UFPI) A natureza transversal das ondas eletromagnéticas é com-provada pela:

a) refração; c) reflexão; e) interferência.

b) polarização; d) difração;