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XII Simposio Iberoamericano sobre planificación de sistemas de abastecimiento y drenaje “MICROGERAÇÃO HIDRELÉTRICA EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA UTILIZANDO BOMBAS FUNCIONANDO COMO TURBINA” Renato Swerts Carneiro Dias Jr. (1), Gustavo Meirelles Lima (2), Augusto Nelson Carvalho Viana (3), Edson da Costa Bortoni (4) (1) S.O.ESCO Serviços de Consultoria e Engenharia, Incubadora de Empresas de Base Tecnológica INCIT, Itajubá, MG, Brasil. [email protected] (2) S.O.ESCO Serviços de Consultoria e Engenharia, Incubadora de Empresas de Base Tecnológica INCIT, Itajubá, MG, Brasil. [email protected] (3) Universidade Federal de Itajubá UNIFEI, Instituto de Recursos Naturais IRN, Grupo de Energia GEN. Itajubá, MG, Brasil, [email protected] (4) Universidade Federal de Itajubá UNIFEI, Centro de Excelência em Eficiência Energética EXCEN, Itajubá, MG, Brasil, [email protected] RESUMO Muitos sistemas de abastecimento de água possuem um potencial de geração hidrelétrica intrínseco à sua operação, permitindo redução de custos através da autoprodução de energia. O uso de bombas funcionando como turbina e motor operando como gerador apresenta vantagens técnicas, operacionais e econômicas comparado a outros grupos geradores. No entanto sua aplicação requer o correto levantamento do potencial hidráulico, seleção de componentes e atender aos requisitos técnicos para interligação a rede elétrica. Este trabalho apresenta estudos para implantação de um sistema de microgeração distribuída utilizando grupo gerador bomba funcionando como turbina (BFT), analisando as normas relacionadas e testes em laboratório. Palavras-chave: Eficiência Energética, Microgeração Distribuída, Bombas Funcionando como Turbina, Gerador de Indução, Sistemas de Abastecimento de Água. ABSTRACT Many water supply systems have a potential for hydropower generation intrinsic to their operation, allowing cost reduction through self-generation of energy. The use of pumps running as a turbine and motor operating as generator offers technical, operational and economical advantages compared to other generators groups. However its application requires the correct survey of the hydraulic potential, selection of components and technical requirements for interconnection to the power grid. This paper presents studies to implement a micro generation system using pump a turbine (PAT) and induction generator, analyzing the related regulations and standards and laboratory tests. Key words: Energy efficiency, Distributed Micro Generation, Pump as Turbines (PAT), Induction Generator, Water Supply Systems. SOBRE EL AUTOR PRINCIPAL Renato Swerts Carneiro Dias Jr. Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), onde atualmente participa do programa de Mestrado em Engenharia Elétrica. Tem como linhas de pesquisa e áreas de interesse: Eficiência Hidroenergética e Geração de Energia. Atua em projetos de eficiência energética, ensaios de usinas hidrelétricas e sistemas de microgeração de energia. Gerente de projetos na empresa incubada S.O.ESCO, participa como pesquisador em projetos do Centro de Excelência em Eficiência Energética (EXCEN) e Grupo de Energia (GEN), na UNIFEI.

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“MICROGERAÇÃO HIDRELÉTRICA EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA UTILIZANDO BOMBAS FUNCIONANDO COMO TURBINA”

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  • XII Simposio Iberoamericano sobre planificacin de sistemas de abastecimiento y drenaje

    MICROGERAO HIDRELTRICA EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE GUA UTILIZANDO BOMBAS FUNCIONANDO

    COMO TURBINA

    Renato Swerts Carneiro Dias Jr. (1), Gustavo Meirelles Lima (2), Augusto Nelson Carvalho

    Viana (3), Edson da Costa Bortoni (4)

    (1) S.O.ESCO Servios de Consultoria e Engenharia, Incubadora de Empresas de Base Tecnolgica INCIT, Itajub, MG, Brasil. [email protected]

    (2) S.O.ESCO Servios de Consultoria e Engenharia, Incubadora de Empresas de Base Tecnolgica INCIT, Itajub, MG, Brasil. [email protected]

    (3) Universidade Federal de Itajub UNIFEI, Instituto de Recursos Naturais IRN, Grupo de Energia GEN. Itajub, MG, Brasil, [email protected]

    (4) Universidade Federal de Itajub UNIFEI, Centro de Excelncia em Eficincia Energtica EXCEN, Itajub, MG, Brasil, [email protected]

    RESUMO

    Muitos sistemas de abastecimento de gua possuem um potencial de gerao hidreltrica intrnseco sua

    operao, permitindo reduo de custos atravs da autoproduo de energia. O uso de bombas funcionando

    como turbina e motor operando como gerador apresenta vantagens tcnicas, operacionais e econmicas

    comparado a outros grupos geradores. No entanto sua aplicao requer o correto levantamento do potencial

    hidrulico, seleo de componentes e atender aos requisitos tcnicos para interligao a rede eltrica. Este

    trabalho apresenta estudos para implantao de um sistema de microgerao distribuda utilizando grupo

    gerador bomba funcionando como turbina (BFT), analisando as normas relacionadas e testes em laboratrio.

    Palavras-chave: Eficincia Energtica, Microgerao Distribuda, Bombas Funcionando como Turbina,

    Gerador de Induo, Sistemas de Abastecimento de gua.

    ABSTRACT

    Many water supply systems have a potential for hydropower generation intrinsic to their operation, allowing

    cost reduction through self-generation of energy. The use of pumps running as a turbine and motor operating

    as generator offers technical, operational and economical advantages compared to other generators groups.

    However its application requires the correct survey of the hydraulic potential, selection of components and

    technical requirements for interconnection to the power grid. This paper presents studies to implement a

    micro generation system using pump a turbine (PAT) and induction generator, analyzing the related

    regulations and standards and laboratory tests.

    Key words: Energy efficiency, Distributed Micro Generation, Pump as Turbines (PAT), Induction

    Generator, Water Supply Systems.

    SOBRE EL AUTOR PRINCIPAL

    Renato Swerts Carneiro Dias Jr. Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal de Itajub (UNIFEI),

    onde atualmente participa do programa de Mestrado em Engenharia Eltrica. Tem como linhas de pesquisa e

    reas de interesse: Eficincia Hidroenergtica e Gerao de Energia. Atua em projetos de eficincia

    energtica, ensaios de usinas hidreltricas e sistemas de microgerao de energia. Gerente de projetos na

    empresa incubada S.O.ESCO, participa como pesquisador em projetos do Centro de Excelncia em

    Eficincia Energtica (EXCEN) e Grupo de Energia (GEN), na UNIFEI.

  • INTRODUO

    O uso racional de energia ganha cada vez mais

    importncia em todo o mundo, e os mais diversos

    setores da economia tm buscado solues no s

    para uma melhor eficincia energtica em seus

    processos, mas tambm buscando aproveitar cada

    vez mais as fontes de gerao disponveis. Neste

    contexto o crescente desenvolvimento tecnolgico

    de sistemas de gerao de energia tem favorecido a

    expanso da produo em pequena escala, prxima

    ao local de consumo, utilizando principalmente

    fontes renovveis como solar, elica, hidrulica e

    biomassa. Este tipo de produo conhecido por

    microgerao ou gerao distribuda.

    De acordo com LIMA (2012), em sistemas de

    abastecimento de gua os grandes consumidores de

    energia so as estaes elevatrias, e, portanto, so

    as unidades do sistema onde h maior preocupao

    em implementar medidas de eficincia energtica.

    Porm, muitos sistemas se beneficiam de uma

    topografia privilegiada, realizando a captao e

    distribuio de gua por gravidade, evitando os

    gastos com bombeamento. Entretanto, toda a energia

    potencial disponvel dissipada, seja em vlvulas

    redutoras de presso ou em reservatrios. Assim,

    toda a energia disponvel que poderia ser

    aproveitada acaba sendo desperdiada.

    Atualmente ainda existem barreiras de ordem

    tcnica, econmica e regulamentar que dificultam a

    implantao destas microcentrais. Entretanto a

    microgerao pode trazer grandes benefcios a

    diferentes setores da economia, desde que a energia

    produzida seja consumida localmente. Estes

    benefcios podem ser maximizados quando a fonte

    de energia desperdiada no processo. No caso de

    sistemas de abastecimento de gua esta perda

    resultado do controle de presso nas tubulaes, seja

    ela atravs de vlvulas redutoras de presso ou

    reservatrios.

    Os custos da gerao de energia nestes casos so

    reduzidos, j que diversos componentes necessrios

    j existem no local, tais como tubulaes, vlvulas e

    cmara de carga. Porm, devido baixa potncia

    disponvel encontrada nestes locais, o custo dos

    equipamentos de gerao, representados pelo

    conjunto turbina e gerador, pode inviabilizar o

    projeto. Uma alternativa encontrada para reduzir o

    custo utilizar uma bomba funcionando como

    turbina (BFT) e o motor de induo como gerador.

    Neste trabalho foram realizados estudos acerca do

    levantamento de potencial energtico em sistemas de

    abastecimento de gua utilizando grupos geradores

    bombas funcionando como turbina. Alm disso,

    foram realizados testes em bancada de laboratrio

    para analisar o comportamento da BFT e do gerador

    de induo frente aos requisitos tcnicos para

    conexo a rede eltrica de distribuio de energia.

    MICROGERAO DISTRIBUDA

    De maneira geral a microgerao est relacionada a

    gerao de energia de forma descentralizada e

    prxima aos pontos de consumo. Comparado ao

    modelo de gerao centralizada atravs de grandes

    usinas, a gerao distribuda apresenta diversas

    vantagens:

    Reduo de perdas na transmisso da energia;

    Melhor aproveitamento de fontes renovveis de gerao;

    Ideal para locais com baixa densidade populacional ou de difcil acesso da rede

    eltrica;

    Maior estabilidade da tenso; Melhor planejamento de expanso da oferta

    de energia;

    Aumento da confiabilidade no abastecimento;

    Reduo dos impactos ambientais.

    No entanto, sua aplicao ainda enfrenta barreiras de

    ordem tcnica, regulamentar, econmica e

    informativa que ainda devem ser superadas para que

    este modelo se desenvolva ainda mais. Entre as

    principais dificuldades pode-se citar:

    Complexidade da operao da rede, que passa a ter fluxo bidirecional;

    Alterao nos procedimentos de operao, controle e proteo da rede de distribuio;

    Controle da tenso, especialmente em perodos de baixa demanda;

    Alterao dos nveis de curto-circuito das redes;

    Qualidade da energia da rede; Intermitncia da gerao seja pela incerteza

    da disponibilidade de combustvel (vento,

    radiao, gua, etc.), seja pela falha dos

    equipamentos;

    Alto custo de implantao e tempo de retorno elevado dos investimentos.

    Regulamentao

    No Brasil, a Microgerao Distribuda foi definida

    pela Resoluo 482/2012 da Agncia Nacional de

    Energia Eltrica (ANEEL) como sendo qualquer

    central geradora de energia eltrica, com potncia

    instalada menor ou igual a 100 kW e que utilize

    fontes com base em energia hidrulica, solar, elica,

    biomassa ou cogerao qualificada conectada na

  • rede de distribuio por meio de instalaes de

    unidades consumidoras.

    Esta mesma resoluo estabelece as condies gerais

    para o acesso de microgerao distribuda aos

    sistemas de distribuio de energia eltrica, e definiu

    ainda o Sistema de Compensao de Energia

    Eltrica, no qual a energia ativa injetada por unidade

    consumidora com micro ou minigerao distribuda

    cedida, por meio de emprstimo gratuito,

    distribuidora local e posteriormente compensada

    com o consumo de energia eltrica ativa dessa

    mesma unidade consumidora ou de outra unidade

    consumidora de mesma titularidade.

    Os requisitos tcnicos e operacionais para acesso a

    rede eltrica de distribuio so estabelecidos pelos

    Procedimentos de Rede PRODIST. Estes requisitos estabelecem os requisitos mnimos, e so

    complementados por normas tcnicas nacionais e

    internacionais. As concessionrias e distribuidoras

    podem ainda definir critrios prprios para acesso a

    sua rede de distribuio.

    MICROCENTRAIS HIDRELTRICAS

    De acordo com o Manual de Diretrizes para Estudos

    e Projetos de Pequenas Centrais Hidreltricas, da

    ELETROBRS as microcentrais hidreltricas so

    definidas como aproveitamentos hidreltricos de at

    100 kW de potncia instalada como apresenta a

    Tabela 1. Podem ser caracterizados ainda de acordo

    com sua queda, em baixa, mdia ou alta.

    Tabela 1. Classificao de hidreltricas Classificao Potncia P (kW)

    Micro P < 100

    Mini 100 < P < 1.000

    Pequenas 1.000 < P < 30.000

    As microcentrais hidreltricas desenvolvem um

    papel importante no fornecimento de energia a

    comunidades isoladas no atendidas pelas redes de

    distribuio de energia. Estes pequenos

    aproveitamentos principalmente so caracterizados

    como a Fio dgua, onde a vazo de gua utilizada no aproveitamento menor que a vazo de

    estiagem do rio. Nestes casos as barragens e

    reservatrios tm apenas a funo de desviar a gua

    resultando em menores impactos sociais e

    ambientais.

    De maneira geral, alm da barragem e cmaras de

    aduo de gua, compem uma microcentral os

    condutos, grupo gerador com suas protees e

    controles, e linha de transmisso at os pontos de

    consumo. O custo dos equipamentos de gerao,

    representados pelo conjunto turbina e gerador uma

    desvantagem da microgerao, que pode inviabilizar

    o projeto. Uma forma de minimizar os gastos iniciais

    da microgerao seria a utilizao de equipamentos

    de srie, que possuem um custo reduzido. Esses

    equipamentos podem ser, por exemplo, uma bomba

    funcionando como turbina (BFT) e um motor de

    induo como gerador. O preo do grupo gerador

    nestes casos bastante inferior ao de grupos

    convencionais, o que representa um aumento

    significativo da viabilidade econmica de uma

    microcentral hidreltrica.

    Bombas Funcionando Como Turbina

    Apesar de desempenharem processos opostos,

    quando comparados os aspectos construtivos e

    hidrulicos, as bombas e turbinas assemelham-se. O

    mesmo acontece quando a comparao feita entre

    motores e geradores. A Figura 1 apresenta uma

    comparao entre uma bomba, onde fornecida

    energia mecnica para que esta seja convertida em

    energia de presso (mquina geratriz), enquanto que

    a turbina recebe energia de presso, convertendo-a

    em energia mecnica (mquina motriz).

    Figura 1. Comparao entre a operao de uma turbina e uma bomba.

  • De acordo com VIANA (2012) a grande vantagem

    da utilizao de bombas funcionando como turbina

    seu custo reduzido, que de 2 a 3 vezes inferior aos

    custos de uma turbina convencional, j que so

    produzidas em srie devido sua ampla utilizao

    em diversos setores como saneamento e irrigao.

    Por esta razo pases como EUA, Alemanha e

    Frana vm utilizando bombas e motores para gerar

    energia eltrica em pequenos aproveitamentos. Alm

    do custo reduzido, a utilizao dos grupos BFTs para gerao de energia apresenta outras vantagens:

    Maior disponibilidade de peas de reposio;

    So simples e robustas; Possuem uma ampla faixa de operao,

    podendo ser aplicada a diferentes tipos de

    aproveitamentos;

    Rapidez no fornecimento do equipamento; Instalao mais simples; A bomba e o motor podem ser adquiridos

    em conjunto, com acoplamento direto,

    reduzindo as perdas na transmisso de

    potncia atravs de correias, por exemplo.

    Entretanto, ao contrrio das turbinas convencionais,

    as bombas no possuem nenhum dispositivo para

    controle da vazo, de forma que a rotao se

    mantenha praticamente constante, mesmo que haja

    variao da demanda. Assim, necessrio que a

    BFT opere com vazo e altura constantes.

    Gerador De Induo

    Assim como a bomba operando em reverso traz

    vantagens tcnicas e econmicas, tambm o motor

    de induo pode ser utilizado como gerador eltrico.

    Esta aplicao ainda mais atrativa para conjuntos

    motobomba do tipo monobloco, onde a bomba e o motor compem um nico equipamento, sem

    necessidade de acoplamento.

    Os geradores de induo assncronos, ou

    simplesmente gerador de induo so mquinas

    assncronas que requerem uma fonte externa de

    corrente (reativa) de magnetizao necessria para

    estabelecer o campo magntico no entreferro entre o

    rotor e o estator do gerador. Sem esta fonte os

    geradores de induo no so capazes de gerar

    potncia eltrica, e devem operar sempre em

    paralelo com um sistema eltrico, uma mquina

    sncrona ou um capacitor que possa suprir a

    necessidade de reativo.

    Sob algumas condies o gerador de induo pode

    continuar a gerar potncia eltrica depois da

    remoo da rede eltrica. Este fenmeno, conhecido

    como autoexcitao, pode ocorrer quando h

    capacitncia em paralelo suficiente para promover a

    excitao da mquina e a carga conectada ter

    caracterstica resistiva. Esta capacitncia externa

    pode ser parte do sistema de gerao alternativa ou

    podem ser capacitores para correo do fator de

    potncia, localizados na rea do sistema eltrico com

    o qual est interligado.

    Quando conectado diretamente com a rede de

    distribuio os geradores de induo devem operar a

    uma velocidade de rotao determinada pela

    mquina motriz e ligeiramente maior que a

    velocidade necessria para o exato sincronismo.

    Abaixo da velocidade de sincronismo estas

    mquinas operam como motor de induo, e

    portanto se tornam uma carga no sistema eltrico ao

    qual est conectado. Deve ser observado que h um

    intervalo de rotao acima da velocidade sncrona no

    qual o rendimento muito baixo. Este efeito

    causado pelas perdas fixas relacionadas ao baixo

    nvel de potncia gerada nestas baixas velocidades.

    Outro aspecto relevante a rotao mxima. Caso

    seja atingido um valor mximo estabelecido, o

    gerador deve ser desconectado da rede e um sistema

    de controle deve atuar para frear a turbina. A

    desconexo necessria para a segurana eltrica do

    gerador no caso de uma falha e tambm segurana

    da equipe de manuteno da concessionria, que

    pode precisar desligar o gerador ao prestar servios

    na rede.

    Independente da carga, os geradores de induo

    solicitam potncia reativa da rede e podem afetar

    negativamente a regulao de tenso no circuito ao

    qual est conectado. Portanto o gerador de induo

    um consumidor de reativo do sistema. Assim,

    importante considerar a adio de capacitores

    buscando melhorar o fator de potncia e reduzir o

    consumo de reativo da rede.

    O processo de conexo do gerador com a rede

    eltrica bastante simples, e no requer um

    procedimento especial para sincronizar com o

    sistema eltrico. Tecnicamente o rotor colocado

    para girar no mesmo sentido que o campo magntico

    est girando, o mais prximo possvel da rotao

    sncrona para evitar choques desnecessrios de

    velocidade e tenso. Um fenmeno similar a

    conexo de motores ou transformadores a rede

    eltrica ir resultar em uma troca transitria de

    potncia ativa e reativa entre carga e gerador.

    Seleo Do Grupo Gerador

    Segundo VIANA (2012), diversos autores

    propuseram diferentes abordagens buscando

    estabelecer uma metodologia de dimensionamento

  • da bomba e do motor. Devem-se observar alguns

    pontos:

    O rendimento de uma BFT e gerador de induo inferior ou no mximo igual ao da

    bomba e motor.

    A BFT deve operar com vazo e queda superiores aos valores nominais da bomba

    para se obter o mesmo rendimento

    A rotao de trabalho ser maior que a rotao nominal, principalmente na

    operao interligada.

    Os mtodos considerados mais prticos e com

    melhores resultados so aqueles baseados na rotao

    especfica da bomba, onde se considera que uma

    bomba com a mesma rotao especfica ir operar

    em condies de vazo e altura similares como

    turbina. (VIANA, 2012).

    POTENCIAL HIDRELTRICO EM

    REDES DE ABASTECIMENTO DE GUA

    Determinar o potencial disponvel em um

    determinado ponto da rede de distribuio de gua

    requer o conhecimento do sistema de tratamento e

    distribuio de gua e tambm o seu funcionamento

    para que assim o fornecimento de gua no seja

    prejudicado.

    Os trabalhos de LIMA (2012) propem uma

    metodologia para determinao do potencial

    hidroeltrico em um sistema de abastecimento de

    gua, e mostrou que o potencial energtico em

    sistemas de abastecimento de gua est presente em

    diferentes pontos do sistema, como captaes de

    gua bruta, distribuio entre reservatrios e at

    mesmo diretamente na rede de distribuio, em

    vlvulas redutoras de presso (VRP).

    Deve-se determinar a vazo e queda disponvel, de

    forma a operar em um ponto constante. Segundo

    LIMA (2012) algumas medidas podem ser tomadas

    visando melhorar o aproveitamento nas redes de

    distribuio de gua:

    Utilizao de by-pass e VRP em adutoras por gravidade, a fim de manter a BFT em

    um ponto de operao constante,

    aumentando a confiabilidade para o

    atendimento da carga;

    Alterao na operao de reservatrios que recebem gua atravs de adutoras por

    gravidade, com o objetivo de maximizar a

    potncia disponvel;

    Utilizar BFTs especficas para diferentes perodos do dia no lugar de VRPs,

    melhorando o controle de presso na rede.

    Vazo De Projeto

    Para definir qual a vazo de projeto necessrio

    conhecer as variaes da vazo aduzida. Para tal

    pode ser realizado um monitoramento atravs de

    macromedidores ou com outros equipamentos de

    medio de vazo, como tubos de Pitot ou sensores

    ultrassnicos.

    Para que a vazo seja determinada com maior

    preciso recomenda-se que os dados coletados se

    estendam por um perodo de um ano. Caso no seja

    possvel, podem-se utilizar os dados do perodo de

    menor consumo, que ocorre normalmente no

    inverno. Assim, com os dados coletados possvel

    criar uma curva de permanncia de vazes aduzidas,

    como ilustra a Figura 2.

    Figura 2. Exemplo de curva de permanncia

    de vazes

    A vazo de projeto neste caso foi definida como

    aquela que ocorre 100 % do tempo. Desta forma o

    grupo gerador, que deve ser instalado em um by-

    pass, ir trabalhar sempre com vazo constante,

    enquanto que o restante da vazo necessria

    controlado na tubulao principal.

    Altura De Queda Lquida

    A altura de queda lquida pode ser determinada pela

    medida de presso no ponto de interesse. Caso no

    seja possvel, pode-se obter a medida de presso

    neste ponto atravs da diferena entre a queda bruta

    e as perdas de carga ao longo dos condutos.

    A queda bruta, bem como o perfil e o comprimento

    das adutoras podem ser obtidos atravs de

    levantamentos topogrficos do local, utilizando

    equipamentos como Estao Total ou DGPS

    (Differential Global Positioning System Sistema de Posicionamento Global Diferencial).

    A Figura 3 e a Figura 4 apresentam exemplos de

    perfil transversal e longitudinal e as cotas de um

    levantamento realizado em uma adutora entre a

  • tomada na captao dgua e a estao de tratamento (ETA).

    Figura 3. Exemplo de perfil transversal de

    uma adutora.

    Figura 4. Exemplo de perfil longitudinal de

    uma adutora.

    Demanda De Potncia Eltrica

    A medio da demanda de potncia permite

    conhecer o comportamento da carga a ser atendida

    pela microcentral. Caso a potncia gerada seja maior

    que a consumida, o excedente ser creditado ao

    consumidor, conforme sistema de Compensao de

    Energia. A Figura 5 ilustra a curva de carga de uma

    ETA, e mostrando que o neste caso o potencial de

    gerao superior as necessidades de consumo da

    carga local.

    A medio pode ser realizada atravs da instalao

    de analisadores de energia junto ao ponto de

    conexo ou quadro de distribuio de energia.

    Outras informaes podem ser obtidas atravs do

    estudo das faturas de energia, como tarifas

    praticadas, histrico de consumo e encargos e

    sazonalidade.

    Figura 5. Exemplo de curva de carga

    REGULAMENTAO DO ACESSO A

    REDE ELTRICA DE DISTRIBUIO

    No Brasil as condies de acesso de microgerao

    distribuda aos sistemas de distribuio de energia

    eltrica so estabelecidas atravs da Resoluo

    Normativa 482, de 17 de abril de 2012, elaborada

    pela Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL. Esta resoluo complementa o Mdulo 3

    dos Procedimentos de Distribuio PRODIST, tambm elaborados pela ANEEL, que trata

    especificamente do Acesso ao Sistema de Distribuio. Estes dois documentos foram revisados e alterados atravs da Resoluo

    Normativa 517, de 11 de dezembro de 2012.

    Neste contexto, define-se a Microgerao

    Distribuda como sendo qualquer central geradora de

    energia eltrica, com potncia instalada menor ou

    igual a 100 kW e que utilize fontes com base em

    energia hidrulica, solar, elica, biomassa ou

    cogerao qualificada conectada na rede de

    distribuio por meio de instalaes de unidades

    consumidoras.

    Solicitao e Parecer de Acesso

    O PRODIST parte do princpio que qualquer um

    conectado rede de distribuio considerado

    Acessante, seja ele consumidor, central geradora,

    distribuidora ou agente importador ou exportador de

    energia. E define como Acessada, a distribuidora de

    energia eltrica em cujo sistema eltrico o Acessante

    conecta suas instalaes.

    Para central geradora classificada como

    microgerao distribuda, so obrigatrias as etapas

    de solicitao de acesso e parecer de acesso. A

    solicitao de acesso um requerimento formulado

    pelo Acessante Acessada, que apresenta o projeto

    das instalaes de conexo e solicita conexo ao

    sistema de distribuio. O parecer de acesso um

  • documento apresentado pela Acessada que consolida

    os estudos e avaliaes de viabilidade da solicitao

    de acesso requerida e que informa ao Acessante o

    ponto de conexo com suas caractersticas e

    condies de acesso, os clculos e participaes

    financeiros, as tarifas de uso aplicveis, os prazos, o

    modelo de Acordo Operativo, as responsabilidades

    do Acessante e eventuais informaes sobre

    equipamentos e cargas susceptveis de provocar

    danos no sistema de distribuio.

    Sistema de Compensao de Energia Eltrica

    O Acessante que aderir ao sistema de compensao

    de energia eltrica ir ceder a ttulo de emprstimo

    gratuito a sua energia ativa injetada para a

    distribuidora, passando a unidade consumidora a ter

    um crdito em quantidade de energia ativa a ser

    consumida por um prazo de 36 meses.

    No faturamento da unidade consumidora integrante

    do sistema de compensao de energia eltrica, o

    consumo de energia ativa a ser faturado ser a

    diferena entre a energia consumida e a injetada, por

    posto tarifrio. O excedente que no tenha sido

    compensado dever ser utilizado nos ciclos de

    faturamento subsequentes.

    Caso haja postos tarifrios, ou seja, perodos de

    ponta ou fora de ponta, e a energia ativa injetada em

    um determinado posto tarifrio seja superior

    consumida, a diferena dever ser utilizada para

    compensao em outros postos tarifrios dentro do

    mesmo ciclo de faturamento, devendo ser observada

    a relao entre os valores das tarifas de energia.

    Ponto de Conexo

    O ponto de conexo do Acessante com microgerao

    o ponto de entrega da unidade consumidora e que

    estabelece fronteira entre as instalaes do

    Acessante e da Acessada.

    Este ponto definido pelo critrio do menor custo

    global. Para chegar a este custo necessria uma

    avaliao de alternativas tecnicamente equivalentes

    para a nova conexo, onde ser escolhida aquela de

    menor custo global de investimentos, considerando

    as instalaes de conexo de responsabilidade do

    Acessante, os reforos nas redes de distribuio e

    transmisso e os custos das perdas eltricas.

    A escolha do ponto de conexo implica na escolha

    do nvel de tenso de conexo do Acessante,

    devendo ser consideradas as faixas de potncia

    apresentadas na Tabela 2.

    Tabela 2. Nveis de tenso Potncia Instalada

    Nvel de Tenso de Conexo

    < 10 kW Baixa Tenso (monofsico, bifsico ou trifsico)

    10 a 75 kW Baixa Tenso (trifsico)

    75 a 500 kW Baixa Tenso (trifsico) / Mdia Tenso

    Sistema de Proteo

    O sistema de proteo deve ser projetado para

    proteger tanto a gerao distribuda contra falhas

    originadas na rede, como tambm proteger a rede

    contra falhas originadas no sistema de gerao. A

    Tabela 3 indica os requisitos mnimos do ponto de

    conexo da microgerao distribuda para potncias

    at 100kW.

    Tabela 3. Requisitos mnimos em funo da

    potncia instalada Equipamento

    Elemento de desconexo. Sim

    Elemento de interrupo. Sim

    Transformador de acoplamento. No

    Proteo de sub e sobretenso. Sim

    Proteo de sub e sobrefrequncia. Sim

    Proteo contra desequilbrio de corrente.

    No

    Proteo contra desequilbrio de tenso.

    No

    Sobrecorrente direcional. No

    Sobrecorrente com restrio de tenso.

    No

    Rel de sincronismo. Sim

    Anti-ilhamento. Sim

    Estudo de curto-circuito. Sim

    Ilhamento

    O esquema de operao ilhado caracterizado pela

    carga sendo suprida unicamente atravs de gerao

    distribuda, resultando em um subsistema de

    distribuio isolado do restante do sistema, chamado

    de microrrede.

    Para operao ilhada devem ser feitas uma srie de

    estudos e avaliaes tcnicas para que as condies

    de qualidade da energia sejam garantidas. O

    resultado far parte do acordo operativo, contendo as

    condies e instrues para a situao e quais as

    normas de segurana necessrias.

    Como citado na Tabela 3, as conexes de

    microgerao distribuda devem dispor de um

    sistema automtico de deteco de ilhamento aliado

    ao equipamento que desfaz o paralelismo,

    desconectando a gerao da rede quando necessrio.

    Isto porque a ilha pode deixar o sistema instvel,

  • assim, se ganha em continuidade do fornecimento de

    energia, mas se perde em qualidade de energia.

    Alm disso, esta instabilidade pode ser prejudicial a

    equipamentos, causando prejuzos ainda maiores do

    que a interrupo no seu fornecimento.

    Medio

    O sistema de medio para microgeradores deve

    atender s mesmas especificaes exigidas para

    unidades consumidoras conectadas no mesmo nvel

    de tenso, mas acrescido da funcionalidade de

    medio bidirecional de energia eltrica ativa. Para

    instalaes em baixa tenso, a medio bidirecional

    pode ser realizada utilizando dois medidores

    unidirecionais: um para medir a energia eltrica

    ativa consumida e outro para a gerada, como

    apresenta a Figura 6.

    Figura 6. Arranjo de medidores

    unidirecionais

    Qualidade da Energia

    Os procedimentos relativos a nveis de tenso e

    frequncia, fator de potncia, harmnicos, flutuaes

    e variaes de tenso, o Acessante deve seguir o

    Mdulo 8 do PRODIST, que aborda a qualidade da

    energia eltrica.

    Com relao s distores harmnicas o valor de

    referncia em baixa tenso de 10% para distoro

    harmnica total de tenso. As correntes harmnicas

    causam problemas tanto no sistema de distribuio

    de energia como na instalao, por exemplo:

    sobreaquecimento de cabos e equipamentos,

    diminuio do desempenho de motores, operao

    errnea de disjuntores, rels e fusveis, etc.

    Frequncia

    O sistema de microgerao deve, em condies

    normais de operao e em regime permanente,

    operar dentro dos limites de frequncia situados

    entre 59,9 Hz e 60,1 Hz. Em caso de distrbios, deve

    obedecer ao constante da Tabela 4, de acordo com o

    PRODIST em seu Mdulo 8.

    Tabela 4. Requisitos de Operao da Frequncia

    Frequncia no Ponto de Conexo

    Tempo Mximo de Desligamento

    f < 57,5 5 s

    57,5 < f < 58,5 10 s

    58,5 < f < 59,5 30 s

    59,5 < f < 60,5 Faixa aceitvel de

    operao.

    60,5 < f 63,5 10 s

    ESTUDOS EXPERIMENTAIS

    Com o objetivo de analisar o comportamento do

    grupo gerador bomba funcionando como turbina e

    gerador de induo operando interligado a rede

    eltrica, foram realizados testes em uma bancada

    montada junto ao LHPCH Laboratrio Hidrulico de Pequenas Centrais Hidreltricas, da Universidade

    Federal de Itajub UNIFEI. A bancada consiste de um conjunto motobomba de

    3cv (2,2 kW) funcionando como turbina e gerador

    de induo conectado a rede eltrica trifsica, com

    tenso nominal de 220V. O circuito hidrulico da

    bancada possui ainda um outro conjunto motobomba

    acionado por inversor de frequncia, este com a

    funo de fornecer a potncia hidrulica ao grupo

    gerador, permitindo variar parmetros de entrada da

    turbina (vazo e presso).

    O grupo gerador foi conectado a rede eltrica do

    prprio laboratrio. Variando os parmetros de

    entrada da turbina, o grupo gerador foi levado

    rotao sncrona, quando foi interligado a rede

    eltrica atravs de um disjuntor. A partir deste ponto

    a variao da rotao leva ao controle da potncia

    gerada.

    As grandezas eltricas foram medidas atravs de um

    analisador de energia instalado no ponto de conexo.

    Foi utilizado ainda um tacmetro tico para medio

    da velocidade de rotao do eixo. A Figura 7

    apresenta os pontos de rotao de acordo com a

    potncia.

  • Figura 7. Velocidade de rotao de acordo

    com a potncia gerada

    Nveis de Tenso

    Os requisitos de operao da tenso para instalaes

    atendidas em 220V so apresentados na Tabela 5.

    Requisitos de Operao da Tenso.Tabela 5.

    Tabela 5. Requisitos de Operao da Tenso.

    Tenso de Atendimento

    Faixa de Variao da Tenso (V)

    Crtica V

  • Figura 10. Distoro Harmnica de Tenso

    Observou-se ainda que transitrios hidrulicos

    podem levar a oscilaes na rede eltrica. Ressalta-

    se assim a necessidade do correto dimensionamento

    do grupo gerador com base no conhecimento do

    comportamento do sistema, que deve ser constante.

    Frequncia

    Assim como a tenso, na operao interligada a

    frequncia imposta pelo sistema eltrico

    interligado. Como ilustra a Figura 11, os valores de

    frequncia se mantiveram dentro dos limites

    estabelecidos para regime permanente, entre 59,9 Hz

    e 60,1 Hz.

    Figura 11. Variao da frequncia

    Proteo

    As microcentrais distribudas devero possuir as

    protees mnimas previstas na Tabela 3. Alm

    destas as distribuidoras de energia podem

    estabelecer suas prprias especificaes tcnicas

    para acesso a sua rede de distribuio. A Figura 12

    apresenta um diagrama unifilar proposto para a

    conexo de sistemas de microgerao, onde se

    verifica as seguintes funes de proteo:

    Figura 12. Diagrama unifilar da conexo com a rede

    de distribuio.

    Verificao de sincronismo (25) Temporizador de religamento (62) Sobrecorrente instantneo/temporizado

    (50/51)

    Subtenso (27) Sobretenso (59) Subfrequncia (81/O) Sobrefrequncia (81/U)

    Figura 12. Diagrama unifilar da conexo

    com a rede de distribuio.

    Percebe-se a necessidade de rels de sincronismo

    para garantir que o paralelismo seja feito nas

    condies ideais e um rel de tempo de reconexo

    que s permita que o paralelismo seja refeito aps o

    tempo de reconexo definido. obrigatria a

    instalao de um Dispositivo de Seccionamento

    Visvel DSV entre o seu sistema e o sistema da distribuidora, capaz de encerrar o paralelismo entre

    ambos. Deve ser capaz de realizar manobra sob

    carga e ser instalado de forma que fique acessvel

    distribuidora para eventual necessidade de

    desconexo durante manuteno em seu sistema.

    No caso das microcentrais hidreltricas, deve ser

    previsto ainda um sistema de proteo mecnica,

    responsvel por interromper o fluxo de gua na

    ocasio de falhas ou manuteno. Esta proteo

    pode ser feita atravs de vlvula na entrada do grupo

    gerador BFT, ou atravs de comporta instalada na

    entrada do conduto.

    O gerador de induo assncrono apresenta ainda

    uma proteo natural ao ilhamento. Uma vez que

    depende da rede eltrica para suprimento de reativo,

    caso haja o desligamento o grupo gerador tambm

    deixar de fornecer energia. Com o uso de banco de

    capacitores a proteo deve ser ajustada para

    garantir os nveis adequados de tenso.

  • CONCLUSES

    Nos estudos realizados foi constatado que nos

    sistemas de captao, tratamento e distribuio de

    gua existe um potencial hidreltrico a ser

    aproveitado. Devido existncia de componentes de

    uma central, tais como cmara de carga e condutos

    forados os custos de instalao podem ser

    reduzidos.

    O uso de grupos motobomba operando como

    geradores uma alternativa vivel tcnica e

    economicamente, no entanto sua especificao e

    seleo requer conhecimento de parmetros da rede

    de gua, para que esta opere com vazo e presso

    estveis e permitam cessar o fluxo de gua em caso

    de atuao da proteo eltrica ou servios de

    manuteno.

    Atravs de testes em laboratrio foi analisado o

    comportamento de um grupo gerador BFT

    fornecendo energia a uma rede eltrica de

    distribuio. Comprovou-se que o gerador de

    induo apresenta vantagens para operao

    interligada, como a facilidade de sincronismo e

    robustez. Sua operao no afetou a qualidade da

    energia da rede com relao a distores

    harmnicas, nveis de tenso e de frequncia. Ficou

    comprovada a necessidade da utilizao de banco de

    capacitores para correo de fator de potncia

    mostrou-se necessria para atingir os limites

    especificados.

    Por fim, este trabalho contribui na disseminao das

    microcentrais hidreltricas como uma grande

    oportunidade de eficincia energtica e uso racional

    de energia no setor de saneamento.

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