metalurgia física prof. dr. guilherme verran · 6 representação esquemática dos deslocamentos...

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1 - Transformação Martensítica é uma reação de deslizamento que ocorre sem difusão de matéria. - Pode ocorrer em sistemas nos quais existe uma transformação invariante, controlada por difusão, a qual pode ser suprimida por meio de um rápido resfriamento. Aula 20: Transformações Martensíticas Metalurgia Física Prof. Dr. Guilherme Verran - Formadas por placas lenticulares que dividem os grãos da matriz; estas partículas se tocam, mas nunca se cruzam uma com a outra. - Grande velocidade de crescimento das placas; quase um terço da velocidade do som. Aula 20: Transformações Martensíticas Metalurgia Física Prof. Dr. Guilherme Verran A energia de ativação para o crescimento de uma placa é muito baixa.

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Page 1: Metalurgia Física Prof. Dr. Guilherme Verran · 6 Representação esquemática dos deslocamentos que dão origem a uma placa martensítica: Aula 20: Transformações Martensíticas

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- Transformação Martensítica é uma reação dedeslizamento que ocorresem difusãode matéria.

- Pode ocorrer em sistemas nos quais existe umatransformação invariante, controlada por difusão, a qualpode ser suprimida por meio de um rápido resfriamento.

Aula 20: Transformações Martensíticas

Metalurgia FísicaProf. Dr. Guilherme Verran

- Formadas por placaslenticulares que dividem os grãosda matriz; estas partículas se tocam, mas nunca se cruzamuma com a outra.

- Grande velocidade de crescimento das placas; quase umterço da velocidade do som.

Aula 20: Transformações MartensíticasMetalurgia FísicaProf. Dr. Guilherme Verran

A energia de ativação para o crescimento de uma placa é muito baixa.

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• Adifusional ( a martensita tem a mesma composição química que a forma anterior)

• Insupressível por têmpera (a transformação ocorre por mais rápido que seja o resfriamento)

• A temperatura de Ms independe da velocidade de resfriamento.

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• A nova fase não cresce ⇒ não há transformação por nucleação e crescimento.

• Não há transformação isotérmica⇒ formação de martensita para com o parada no resfriamento.

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• A martensita é dura, resistente e frágil porque não possui estrutura cúbica (é tetragonal) e todo o C permanece em solução sólida

Escorregamento não ocorre facilmente.

• Os elementos de liga tendem a diminuir Ms

(exceções Co e Al)

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• A martensita é muito sensível ao teor de C

Quanto maior for o % de C ⇒ martensita mais dura

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• Ms = temperatura de início da transformação martensítica

Austenita se transforma em Martensita

M s depende do tamanho de grão T.G.

⇒ Quanto > T.G. > M s

Mais fácil de cizalhar

• Mf = temperatura na qual a transformação martensítica virtualmente se completa.

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(a) Martensita ferro – carbonoem um aço com conteúdo médiode carbono, 370 x.

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(b) Martensita formada ao temperar uma liga de Fe, 16 % Cr, 12 % Ni, numa temperatura de – 196 º C, 7100 x.

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Micrografia mostrando a estrutura martensitica. Os grãos aciculares são da fase martensita, as regiões brancas são de

austenita não transformada. 1220 x.

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Diagrama TTT para o aço eutetóide.

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Representação esquemática dos deslocamentos que dãoorigem a uma placa martensítica:

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(a) Deslocamento primário. (b) Deslocamento secundário distribuído por maclagem fina.

Formas de Martensita

• Martensita em Ripas (Lath)

• Martensita Lenticular (placas)

• Martensita em Lâminas

Ripas que nucleiam e crescem paralelas Alta densidade de discordâncias

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Estrutura Martensítica em aço temperado

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A Martensita no Sistema Ferro – Carbono

Dureza máxima versos o conteúdo de carbono para aços totalmente endurecidos.

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Revenimento da Martensita

- Primeira etapa (temp. amb. até 200 º C), a martensitanum precipitado de transição cuja composição varia deFe2C a Fe3C.

- Segunda etapa (de 200 a 300 º C), qualquer austenitaretida se decompõe em bainita (mescla fina de ferrita ecementita).- Terceira etapa (de 260 a 360 º C), a martensita debaixo carbono e o carbonetoε, se decompõe em ferrita ecementita.

- Quarta etapa, (de 360 até a temperatura eutetóide, 723º C), se produz uma esferoidização e um crescimentodas partículas de carboneto.

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MEV de aço temperado e revenido a 5940C, mostrando a Martensita Revenida (partículas de cementita em matriz

de ferrita, 9300x.

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Variações nas propriedades mecânicas dos aços em função do teor de C para aços com microestrutura

formada por perlita fina.

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Variação nos valores de dureza dos aços com diferentes microestruturas em função do teor de C.

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Variação na ductilidade dos aços com diferentes microestruturas em função do teor de C.

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Variação nos valores de dureza dos aços em função de variações na microestrutura.

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Variação na Tensão de escoamento, no limite Maximo de resistência e na ductilidade para um aço 4340 temperado

em óleo em função da temperatura de revenimento.

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Variação na dureza em função do tempo de revenimento para um aço 1080 (eutetóide).

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Possíveis transformações envolvendo a decomposição da austenita.

Linhas Cheias

Transformações com Difusão

Linhas Interrompidas

Transformações sem Difusão

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