Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

1ª Edição: 1995

2ª Edição: maio/2010

Revisão:

Adriana Santos e Nicibel Silva

Capa e Diagramação:

Matheus Freitas

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ApresentAção

Muitos são aqueles que têm chorado por esta-rem sofrendo injustiças, fome, solidão, dores físicas, decepções, falta de paz, enfim, que choram lágrimas amargas sem qualquer esperança. Deus, no seu infini-to amor, fala da alegria de chorar o choro do arrepen-dimento, o choro pela sede de justiça, pelo desejo de ver estabelecida a paz no mundo e o amor entre os homens. E este choro é alegre porque restaura a alma, vivifica o espírito, traz esperança, aproxima o homem do seu criador.

Felizes os que choram é um livro maravilhoso, pois tem uma mensagem de Deus para você. Ele

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conhece o seu choro, sabe o que acontece no ín-timo do seu coração. Não sabemos se você tem chorado de alegria ou de tristeza, mas o Deus Onipotente sabe. A nossa oração é para que Ele sonde o seu coração, veja se há alguma tristeza e o guie pelo caminho da alegria. E que o Espírito Santo de Deus leve-o, no decorrer dessa leitura, a uma comunhão plena com Ele, por meio daque-le que veio ao mundo, morreu em seu lugar, tem uma coroa para lhe dar e amou a todos os que choram: Jesus Cristo, o filho de Deus. A Ele seja dada toda honra, toda glória e todo louvor!

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Introdução

Neste livro quero meditar com você a respei-to de um dos mais belos textos do evangelho de Mateus que são as bem-aventuranças, descritas em Mateus 5.1-12. Se pudéssemos ver uma es-cadaria em cujo topo tivesse a felicidade plena e absoluta, haveríamos de encontrar pelo menos nove degraus nessa escada. E poderíamos dizer que cada um desses degraus seria uma das bem-aventuranças.

“Bem-aventurado” significa feliz, e “bem-aven-turança” é felicidade. Nós não usamos muito a palavra “bem-aventurado”, mas usamos demais

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a palavra feliz. Feliz aniversário, feliz ano novo é algo que costumamos dizer e desejar aos outros, mas quase nunca mencionamos a palavra bem-aventurado nesse contexto. Ela tem pouca acei-tação no nosso contexto linguístico. Ore, querido, para que essa palavra se torne viva em nós. Essa é a minha oração:

“Pai, venha vivificar a tua Palavra segundo a ri-queza que ela possui. Conceda-me, ó Deus, a unção e a liberdade que ela possui. Conceda-me, ó Deus, a unção e a liberdade do teu Espírito, para dividi-la com graça, para que o teu Espírito me console, me exorte e me edifique. Ó Deus, que esta Palavra se transforme em Palavra viva. Que o seu consolo seja comigo, não apenas nessa hora, mas sempre. Em nome de Jesus! Amém!”

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Homem deve cHorAr?

A nossa cultura latino-americana trouxe para nós uma mensagem, que não é bíblica, de que “ho-mem não chora”. Ensinamos, muitas vezes, aos nos-sos filhos, homens, que eles não devem chorar. Eu ouvi isso muitas vezes em minha vida e creio que alguém já tenha dito isso a você.

Já as mulheres são chamadas de “manteiga der-retida”, “chorona”, não é assim?! E é tão interessante que sempre que vou atender uma irmã no gabinete pastoral, a primeira coisa que ela faz é tirar o lenço

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e falar: “Pastor, o senhor não se importa se eu cho-rar?” Aí começa o choro. E algumas delas até dizem: “Não repare, sou uma manteiga derretida”. Tudo isso é consequência da nossa cultura, cujos valores vão sendo repassados de geração em geração. Mas, já vimos também homens que choram. E não é vergo-nha nenhuma um homem chorar, mesmo no con-texto da nossa sociedade machista.

Nós, os cristãos, temos de entender que vive-mos dentro de outro contexto. Você pode ser lati-no-americano, mas é também parte do Reino de Deus. E, no Reino de Deus, não é vergonha nenhu-ma chorar. Deus nos deu as lágrimas para chorar-mos. Ele não nos deu essa capacidade de extravasar nossas dores e alegrias para ficar guardada dentro de nós. Absolutamente! Precisamos começar a en-tender que devemos viver a plenitude da Palavra de Deus. O homem que foi mais homem neste mun-do foi Jesus Cristo. No evangelho de João, capítulo 1, verso 35, está escrito que Jesus chorou. Se Jesus chorou é bobagem você querer falar que não vai chorar. Você precisa parar também de falar para seu filho que homem não chora. Menino não deve ser manhoso. Isso é outra coisa. Mas, que deve e pode

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chorar, pode. Da mesma forma em relação ao sexo feminino, não é sábio e saudável dizer às meninas, às nossas filhas, que elas têm de fechar mais a boca porque são “choronas” demais. Ainda que sendo mais emotivas, privá-las de chorar é privá-las de se derramarem diante de Deus.

Entretanto, uma das coisas que não vai existir lá no céu, querido, é choro. Chorar é só enquanto estamos aqui na Terra. Por enquanto, você pode chorar à vontade. Diz a Bíblia que “Deus enxugará dos nossos olhos toda lágrima”, porque no céu não vai existir motivo de choro. Aqui nós choramos, ou por muita alegria, ou por muita tristeza, e isso acon-tece em determinadas ocasiões, porque o mundo sofre as consequências do pecado. Por essas razões, é que choramos.

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Jesus, Homem compAssIvo

No Livro de Lucas, capítulo 7, verso 13, está escrito que Jesus encontrou a viúva de Naim chorando e disse-lhe: “Não chores.” Isso porque Ele iria mudar a circunstância que causava aque-le choro em sua vida. O marido já havia morrido e, agora, seu filho único, estava ali, morto, e ela estava indo sepultá-lo. Jesus aproximou-se dela dizendo: “Mulher, não chores!” É a única ocasião em que encontramos o Senhor dizendo a alguém que não chorasse.

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Por que àquela mulher Ele disse: “Não chores?” É porque ele iria eliminar o motivo pelo qual ela cho-rava. O aguilhão seria arrancado, a cadeia rompida, e a corrente que a prendia, quebrada. Por isso, Ele disse: “Não chores!” Mas como não chorar em um enterro, diante do quadro da morte, da separação? Após dizer àquela mulher que não chorasse, Ele se voltou para o cadáver do seu filho, dizendo: “Jovem, eu digo-te: levanta-te!” E o moço levantou-se. Em João 14.6 é dito que Jesus Cristo é o caminho, a ver-dade e a vida. Era a vida que entrava naquele moço e por isso ele se pôs de pé. Por isso, Jesus dissera àquela mulher: “Não chores.”

O que o Senhor Jesus nos fala na passagem de Mateus 5 das bem-aventuranças é que, na escalada para a felicidade, o primeiro degrau é o da absoluta dependência de Deus (Mt 5.3). Só subirá essa esca-daria aquele que reconhecer e dizer que não existe bem algum nele mesmo, que é carente, necessitado e totalmente dependente de Jesus.

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o verdAdeIro sentIdo de

cHorAr

O segundo degrau da escalada da felicidade é um paradoxo tremendo. Jesus nos fala da felicida-de de chorar. Normalmente achamos que o sinal da felicidade nunca poderia ser o choro. Mas Ele diz: “Felizes os que choram, porque serão consolados.” (Mt 5.4.) No reino deste mundo, aqueles que não têm o Senhor, que ainda não conhecem esta experiên-cia viva da redenção e do caminhar com Cristo, não

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sabem o que é a felicidade e nem o que é o choro no Espírito.

No mundo parece haver uma indústria tremen-da de fazer rir. A sociedade faz de tudo para que não choremos. Milhões em dinheiro são gastos para que ninguém chore: são filmes, novelas, programas de TV, shows, livros, revistas etc. Há todo um aparato para fa-zer o homem rir – homem aqui no sentido genérico, homem e mulher – e para que ele não se lembre das suas misérias, dos seus problemas, dos seus pecados. Mas Jesus diz: “Bem aventurado os que choram!”

Vivemos em um mundo de prazeres, em que os princípios básicos são felicidade, alegria e divertimen-to. Mas a verdadeira felicidade, do ponto de vista de Deus, não é essa que vem com o riso, como o mun-do proclama. A verdadeira felicidade vem por trás do choro. Explico. O que significa chorar nesta passagem de Mateus 5? O que será que Jesus quis dizer quando proclamou esta palavra? Como pode ser feliz a pessoa que chora? Para responder a estas perguntas, quero começar dizendo o que Jesus não disse com esta pa-lavra. Ele não disse ficar triste, ter um semblante que inspire piedade, ou julgar-se vítima e ostentar uma máscara de miserável, de pobrezinho. Também não

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significa demonstrar infelicidade, mesmo com a per-da de um ente querido. Lembro-me de um irmão car-rancudo que estava em um velório. Ele virou-se para o menino que chorava pela morte do pai e disse-lhe que não chorasse. A criança respondeu: “Ele não era o seu pai. Era o meu pai”.

No verso 3 de Mateus 5 vemos também o Se-nhor dizer: “Bem-aventurados são os pobres de espí-rito porque deles é o reino dos céus.” A Palavra afirma também em Romanos 14.17: “O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Es-pírito Santo.” Ser pobre de espírito não é ser pobre de dinheiro, desprovido de recursos. Absolutamen-te! Pobreza de espírito é atitude do coração. É co-locar-se diante de Deus, numa dependência total e absoluta dele. É reconhecer que Deus é a única fon-te de vida e de bênçãos. E a expectativa do coração de Deus é que seus filhos sejam pobres de espírito. Pobreza de espírito é, pois, essencialmente, uma qualidade espiritual, que é desenvolvida em nós por meio da visão que temos de Deus. E à medida que vemos o Senhor e a nós mesmos, e reconhece-mos nossa real condição, essa qualidade espiritual flui quando contemplamos Jesus.

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“Felizes os que choram.” Esta bênção vem para aqueles que têm um senso profundo da sua pe-caminosidade e reconhecem que a alegria e a fe-licidade, que são complementações da vida, não dependem necessariamente de situações e cir-cunstâncias. Estas não devem determinar o nosso espírito ou influenciar a nossa comunhão com o Se-nhor ou o nosso estado de alma. Pelo contrário! As bênçãos vêm para aqueles que se rendem, que se entregam, totalmente à vontade do Senhor. Esses não precisam fazer qualquer esforço para produzi-rem o fruto do Espírito, porque o Espírito do Senhor vai levá-los a manifestarem os seus frutos e a sua qualidade de vida.

Quando caminhamos com Jesus, compreende-mos o que Ele quis dizer com o “serão consolados” em relação aos que choram. É quando a pessoa chora pela sua própria miséria, pelos seus próprios pecados, quando sente, muitas vezes, a sua incapa-cidade de viver os princípios da Palavra. Aquele que se arrepende e chora diante do Senhor é motivado a olhar para o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

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É precIso ser sensível

A real felicidade vem em decorrência do fato de se ter sensibilidade, pois uma das coisas mais tristes é a pessoa ser insensível. É quando se perde até a própria capacidade de chorar. Ao contrário, quan-to mais se caminha com o Senhor, quanto mais se torna íntimo dele, a pessoa fica cada vez mais sen-sível ao Espírito e mais chora mediante a sua ma-nifestação. É interessante repararmos o verbo que Jesus usou ao dizer: “Bem-aventurados os que cho-ram.” No grego existem várias expressões e vários

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sentidos para chorar. A que Ele usou aqui é no sen-tido do choro compulsivo, o choro da pessoa que perdeu um ente querido. Não é simplesmente a lágrima silenciosa que escorre pela face. É o choro compulsivo, que abafa dentro de nós. É chorar pe-los pecados e desventuras dos outros. Pela falta de arrependimento daqueles que rejeitam o Salvador. Bem-aventurados os que choram por si mesmos, pelas suas falhas, pelos seus pecados, pelas suas incapacidades, por reconhecerem a sua insignifi-cância diante da grandeza de Deus. Porém, mais bem-aventurados são os que choram pelo mundo, pelos outros. Quando você ouve que um irmão caiu, pecou, qual é o seu sentimento? Pegar as pedras e atirá-las nele? Ou chorar porque ele caiu, ter aquela empatia tão profunda de chorar por ele e com ele?

Nesses dias, querido, Deus quer realmente levar a sua Igreja àquela posição de Noiva, mas não uma Noiva rasgada, esfarrapada, feia e suja. O Senhor está preparando a sua Noiva, mudando-lhe as ves-tes, embelezando-a, adornando-a. Adorno! Adorno significa jóia, beleza. Assim quer o Senhor que a sua Noiva, a Igreja, vá alcançando a sua plenitude. En-tão, a glória dele haverá de cobrir toda a Terra. Por

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isso, o Senhor tem trabalhado o nosso espírito. E o Senhor proclama a cada um de nós: “Bem-aventura-dos os que choram.”

Quando você ouvir falar de guerras, não diga simplesmente que isso é bom, porque é sinal de que Jesus está voltando. Chore, querido, pelos milhares que estão sendo mortos, por aqueles que sofrem com a guerra. Identifique-se com eles. Não existe expressão maior de amor do que quando você che-ga e diz: “Vim chorar com você.” Quantas vezes o ma-rido abandona a esposa, ou a esposa abandona o marido, os dois não querem ouvir conselhos algum, cada um está para um lado! Você pode chorar com essas pessoas, fazer como um colega meu, pastor, que chegou a uma casa onde o filho único havia morrido e, quando alguém lhe abriu a porta, disse-lhe que tinha ido chorar com eles. Entrou, não falou nada, chorou, chorou, chorou... E foi-se embora.

Há um cântico que diz:“Há momentos que as palavras não resolvem Mas o gesto de Jesus na cruzDemonstra amor por nós. Foi no calvário

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Que Ele sem falarMostrou ao mundo inteiroO que é amar.Aqui no mundo As desilusões são tantasMas existe uma esperançaÉ que Cristo vai voltar”.

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ele vAI enxugAr todA

lágrImA

Os motivos de choro são tantos, querido. Mas existe uma esperança: Cristo vai voltar! Aleluia! Ele vai enxugar toda lágrima. Não haverá mais lem-branças das coisas passadas, das traições, das faltas, das doenças. Isso porque Cristo vai voltar, pois no calvário, Ele, como Cordeiro mudo perante seus tos-quiadores, mostrou o que é amar, identificando-se conosco, os pecadores. Isso sim é que é amar!

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Existem algumas orações, querido, que você não vai conseguir articular. São orações que você faz diante de Deus com lágrimas. E há uma promes-sa na Bíblia de que Deus recolhe as nossas lágrimas em um odre. Ele recolherá cada uma das nossas lá-grimas (Sl 56.8). Daí, a promessa: “Bem-aventurados os que choram porque serão consolados.”

Repare, irmão, que Jesus não disse: “Bem-aven-turados os que choram para que”, mas “porque”. Em muitas ocasiões, Deus deseja que vejamos o arco-íris, que é o símbolo da harmonia e da aliança. E as nossas lágrimas nos servem de prisma, como as go-tas de chuva, para decompor a luz do sol, formando, muitas vezes, o arco-íris, pois nunca vemos as coisas tão bonitas, tão claras, como quando as vemos atra-vés das lágrimas.

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A BíBlIA provA A efIcácIA dAs

lágrImAs

A Palavra diz que o Senhor era um “homem de dores, e que sabe o que é padecer; e como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso” (Isaías 53.3). “Jesus chorou” diz também a Palavra.

Quantas vezes Deus ouve o choro! Deus sempre ouve aquela oração muda, feita por meio de lágri-mas. Agar, escrava de Sara, esposa de Abraão, e do

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qual tivera um filho, Ismael, havia sido desprezada. Estava sozinha no deserto, vendo o filho morrer de sede. E a Palavra diz em Gênesis 21.16: “Afastando-se, foi sentar-se defronte, à distância de um tiro de arco; porque dizia: Assim, não verei morrer o menino; e, sentando-se em frente dele, levantou a voz e cho-rou.” Aquela mãe não poderia fazer nada pelo seu filho que iria morrer. Mas, no verso 17 é dito que Deus ouviu a voz do menino. E a criança foi liberta. Agar chorou e saiu daquela situação.

Algumas vezes você vê o seu filho rebelde, o seu casamento se desfazendo, um parente mal-sucedido... Chore! Chore pelos seus queridos. Quando você cho-ra, significa que você está realmente colocando todo o seu ser naquele problema.

Ainda no livro de Gênesis, capítulo 27, versos 36 a 38, está escrito: “Disse Esaú: Não é com razão que ele se chama Jacó? Pois já duas vezes me enganou: tirou-me o direito de primogenitura, e agora usurpa a bênção que era minha. Disse ainda: Não reservastes, pois nenhuma bênção para mim? Então respondeu Isaque a Esaú: Eis que o constituí em teu senhor, e todos os seus irmãos lhe dei por servos; de trigo e de mosto o apercebi; que me será dado fazer-te agora, meu filho? Disse Esaú a seu pai: Aca-

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so tens uma única bênção meu pai? Abençoa-me, tam-bém, a mim, meu pai. E, levantando Esaú a voz, chorou.” Toda bênção que, por direito, pertencia a Esaú, Jacó havia usurpado e levado. Agora não lhe restava nada, nenhuma bênção. Naquele momento, Esaú chorou.

Nós temos grande facilidade de desistir! Normal-mente tendemos, com muita facilidade, logo ao pri-meiro ataque do adversário, a jogar a toalha no ringue. Não seja assim querido! Você deve lutar até o fim. Por isso, a Palavra diz em Apocalipse 2.10: “[...] Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Seja fiel até você morrer! Seja fiel sempre, enquanto viver. Não descan-se, não desista! Vejamos o que nos conta 1 Samuel 1.7: Elcana tinha duas mulheres. Uma tinha filhos, a outra, Ana, não os tinha. Diz o verso 7: “E assim o fa-zia ele de ano em ano; e, todas as vezes que Ana subia à Casa do SENHOR, a outra a irritava; pelo que chorava e não comia.” Você pode estar vivendo uma situação semelhante a esta, de seu marido estar com outras mulheres. A outra mulher de Elcana irritava Ana, mas esta não brigava, não ia até a mulher tirar satisfação.

A Palavra nos diz que Ana chorava diante do Senhor. E Deus viu as suas lágrimas. Nos versos 19 e 20 lemos: “[...] e, lembrando-se dela o SENHOR, ela

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concebeu e, passado o devido tempo, teve um filho, a quem chamou Samuel, pois dizia: do SENHOR o pedi.” Ana chorou e, por isso, se foi lembrada diante do Senhor. “O choro pode durar uma noite, mas a ale-gria vem ao amanhecer”, afirma Davi no Salmo 30.5. “Bem-aventurados os que choram, porque serão con-solados.” (Mt 5.4.)

No mesmo livro, em 1 Samuel, capítulo 11, ve-mos que uma tribo do povo de Israel estava viven-do um momento muito difícil. As pessoas de Jabes-Gileade foram sitiadas pelo inimigo e aquela tribo não tinha como avançar na batalha, pois a ordem do comandante inimigo era de que os deixariam vivos, mas que lhes vazariam o olho direito para se-rem envergonhados. Imagine querido, o povo de Is-rael, ficando com um olho cego, tendo a visão redu-zida à metade! O que iriam fazer? 1 Samuel 11.2 diz: “Porém Naás, amonita, lhes respondeu: farei aliança convosco, sob a condição de vos serem vazados os olhos direitos, trazendo assim eu vergonha sobre todo Israel.”

O que o inimigo mais gosta de encontrar é uma brecha. Usando uma expressão bem popular, é quando um cristão “pisa na bola”: dá um cheque

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sem fundo, compra e não paga. O inimigo está aí, nestes dias, querendo trazer vergonha sobre o povo de Deus, querendo “vazar o nosso olho direito”.

Mas, naquela situação, o que fez o povo de Deus? Versos 3 e 4: “Então os anciãos de Jabes lhes disseram: concede-nos sete dias para que enviemos mensageiros por todos os limites de Israel e, não ha-vendo ninguém que nos livre, então, nos entregare-mos a ti. Chegando os mensageiros a Gibeá de Saul, relataram o caso ao povo. Então, todo o povo chorou em voz alta.” Se você ler todo o texto, vai ver o li-vramento dado por Deus. Repare, o povo não disse que ia lutar, ou coisa assim. O povo chorou. E Deus viu as suas lágrimas e lhes proveu o livramento.

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os Homens do AntIgo

testAmento cHorAvAm

Em 2 Samuel 3.15 é dito acerca de um homem que perdeu a mulher. “Então, Is-Bosete mandou tirá-la a seu marido, a Paltiel, filho de Laís. Seu marido a acompanhou, caminhando e chorando após ela, até Baurim. Disse Abner: Vai-te, volta. E ele voltou.” Quan-do Mical foi levada, o marido foi atrás, caminhando e chorando.

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Conversando com uma irmã, esta me contou a história de sua amiga que há alguns anos se sepa-rou do marido. Ela me dissera que os dois se sepa-raram por causa do orgulho. Nenhum deles deu o braço a torcer. Nenhum dos dois se propôs a cho-rar e dizer: “Volta!” Quantas vezes uma pessoa está apenas esperando que o outro diga “volta!”, mas o orgulho é tão grande! E não existem mais lágrimas.

Em 2 Samuel 15.30 vemos um motivo forte para o choro: a traição e o abandono. “Seguiu Davi pela encosta das Oliveiras, subindo e chorando. Tinha a ca-beça coberta e caminhava descalço; todo o povo que ia com ele, de cabeça coberta, subiu chorando.” Davi tinha sido traído pelo próprio filho, Absalão, e havia perdido o trono. Estava passando por momentos terríveis. Por isso, subia a montanha chorando, des-calço, e os companheiros iam-no acompanhando e chorando também. Devemos chorar com os que choram.

Caminhando um pouquinho na Bíblia, vamos ler 2 Reis 8.11. Vejamos o que aconteceu quando Elizeu olhou para Hazael: “Olhou Elizeu para Hazael e tanto lhe fitou os olhos, que este ficou embaraçado; e cho-rou o homem de Deus.” Elizeu chorou pelo que Ha-

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zael haveria de fazer, pois o Espírito Santo, naquele momento, lhe fizera revelações. No capítulo 20, ver-so 3 do mesmo livro, vemos que o rei Ezequias esta-va doente. “Lembra-te, Senhor, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração, e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssi-mo.” O Senhor viu essas lágrimas e concedeu o quê? A cura para Ezequias.

Vamos ler o Salmo 137.1-7:“Às margens dos rios de Babilônia, nós nos assen-

távamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pe-diam canções, e os nossos opressores que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos alguns dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha?” “E chorávamos”, diz o sal-mista.

Amado leitor, satanás, o mundo e a carne são nossos opressores. São eles os nossos inimigos, que para nos enganar, procuram nos fazer rir, ofere-cendo-nos banquetes e orgias que enchem nossos olhos. Mas naquilo que eles podem nos oferecer, a alegria é tão efêmera! É uma alegria passageira, que

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não atinge o coração. É como se você estivesse às margens de Jerusalém, à margem daquela gostosa comunhão com Deus, onde estão todas as bênçãos que o Senhor tem para sua vida, e sem poder des-frutar delas.

Se você não estiver em comunhão com o Senhor, não adianta. Tudo à sua volta pode sorrir, que não vai transmitir nada para você. Mas se você estiver em comunhão com Ele, você poderá estar em qual-quer lugar. Por mais solitário que esteja, até mesmo no fundo de um cárcere, como estavam Paulo e Silas, a alegria do Senhor inundará todo o seu ser. Eles estavam ali, com as mãos e os pés amarrados, as costas marcadas pelo chicote, mas diz a Palavra, que oravam e cantavam louvores a Deus, porque sabiam que o Senhor está no trono. Muitas vezes, choramos, mas a Palavra diz: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.”

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vIvA A doce pAz do

espírIto

O que é consolo? O consolo, amado, é a realida-de da vida do Espírito Santo em nós. Por isso, Ele é chamado de o Consolador. Aqui no mundo as desilusões são tantas... O Senhor disse: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16.3.)

Jesus se identificou em plenitude conosco. Ele sabe quando e o quanto sofremos, porque Ele se fez

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carne como nós, para que, hoje, não fique apenas nos vendo sofrer, de braços cruzados, ao longe, sem fazer nada por nós. Ele se aproxima, chora conosco e transforma o nosso choro em uma alegria gran-diosa, pois “o choro pode durar uma noite, mas a ale-gria vem ao amanhecer.” (Sl 30.5.) Aquilo que o tem motivado a chorar vai desaparecer, não se esqueça disso, querido. O amanhecer já vem, o sol da justiça já nasce sobre você, as trevas vão desaparecendo, o brilho e a alegria da face do Senhor haverão de contagiá-lo. Que você possa alcançar a vitória do Senhor, reconhecendo que Jesus disse que enxu-gará dos seus olhos toda lágrima, não apenas lá no céu, mas também, aqui mesmo, na Terra.

Querido, neste momento, faça esta oração:“Nosso Deus e Pai, sei que o grande desejo do teu

coração é que eu tenha um coração quebrantado diante de ti. Tu és aquele que ouve o meu lamento e o meu clamor. Oh! Senhor, tens ouvido, no decorrer dos anos, tantas pessoas aflitas, clamando pela tua gra-ça. Te bendigo porque o Senhor tem sido compassivo, bom e misericordioso, e tem enxugado todas as lágri-mas. Que eu tenha sempre um coração quebrantado diante de ti. Abençoa a tua Igreja, ó Deus, e que o Se-

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nhor me dê, a cada dia, o sentimento de solidariedade pelos meus irmãos, por essa tua grande família. Que possamos caminhar juntos, levando as cargas uns dos outros, para a glória do nome do Senhor. Pai, sei que a vitória é minha, pelo sangue glorioso do Cordeiro de Deus. Aceita a minha gratidão, no nome de Jesus. Amém, amém!”

Deus abençoe!

Pr. Márcio Valadão

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Jesus te AmA e Quer

vocÊ!

1º PASSO: Deus o ama e tem um plano maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigê-nito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)

2º PASSO: O Homem é pecador e está

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separado de Deus. “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)

3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus, para o conflito do homem. “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo 14.6.)

4º PASSO: É preciso receber a Jesus em nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-beram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“ (Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Je-sus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será sal-vo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salva-ção.” (Rm 10.9-10.)

5º PASSO: Você gostaria de receber a Cristo em seu coração? Faça essa oração de decisão em voz alta:

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“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o meu pecado de estar longe dos teus caminhos. Abro a porta do meu coração e te recebo como meu único Salvador e Senhor. Te agradeço por-que me aceita assim como eu sou e perdoa o meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro dos teus planos para minha vida, amém”.

6º PASSO: Procure uma igreja evangé-lica próxima à sua casa.

Nós estamos reunidos na Igreja Batista da Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.

Nossa igreja está pronta para lhe acom-panhar neste momento tão importante da sua vida.

Nossos principais cultos são realizados aos domingos, nos horários de 10h, 15h e 18h horas.

Ficaremos felizes com sua visita!

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão

CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG

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