líquidos serosos

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Líquidos Serosos Líquidos Serosos Cavidade Pleural (pulmonar) Cavidade Pericárdica (cardíaca) Cavidade Peritoneal (abdominal) Estas cavidades são revestidas por duas membranas serosas: Membrana parietal (parede da cavidade) Membrana visceral (órgãos do interior da cavidade) Tem o nome de seroso o líquido situado entre as membranas e que servem para lubriflcá - las (contato direto durante o movimento), normalmente sua quantidade é pequena, pois as velocidades de produção e de reabsorção são proporcionais. Passam em 24h pela cavidade pleural 700 ml de liquido e só pode ficar de 20 a 50 ml, e por isso a importância dos linfáticos da visceral, porque se não, acumularia liquido na cavidade. FORMAÇÃO • Os líquidos serosos são formados como ultrafiltrados do plasma sem participação de nenhum outro material formado pelas células das membranas. • A pequena quantidade de proteína filtrada é retirada pelo sistema linfático. 1 É importante então ressaltar que as duas pleuras reabsorvem liquido, só que uma manda direto para a circulação sistêmica e a outra para o pulmão, para fazer a nutrição dos capilares pulmonares. As células mesoteliais fazem parte

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Page 1: LíQuidos  Serosos

Líquidos Serosos

Líquidos Serosos

Cavidade Pleural (pulmonar)Cavidade Pericárdica (cardíaca)Cavidade Peritoneal (abdominal)

Estas cavidades são revestidas por duas membranas serosas:

Membrana parietal (parede da cavidade)

Membrana visceral (órgãos do interior da cavidade)

Tem o nome de seroso o líquido situado entre as membranas e que servem para lubriflcá - las (contato direto durante o movimento), normalmente sua quantidade é pequena, pois as velocidades de produção e de reabsorção são proporcionais.

Passam em 24h pela cavidade pleural 700 ml de liquido e só pode ficar de 20 a 50 ml, e por isso a importância dos linfáticos da visceral, porque se não, acumularia liquido na cavidade.

FORMAÇÃO

• Os líquidos serosos são formados como ultrafiltrados do plasma sem participação de nenhum outro material formado pelas células das membranas.

• A pequena quantidade de proteína filtrada é retirada pelo sistema linfático.• A produção e a reabsorção dos líquidos estão sujeitas a pressões hidrostáticas e coloidais exercidas pelos

capilares que irrigam as cavidades

O aumento da pressão hidrostática dos capilares venosos, o que ocorre na Insuficiência Cardíaca, acumula liquido retrogradamente na circulação, o que aumenta a pressão hidrostática, mas os linfáticos da parietal não conseguem reabsorver essa quantidade toda de liquido que acaba por se acumular na cavidade pleural.

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É importante então ressaltar que as duas pleuras reabsorvem liquido, só que uma manda direto para a circulação sistêmica e a outra para o pulmão, para fazer a nutrição dos capilares pulmonares. As células mesoteliais fazem parte da histologia de ambas as pleuras.

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COLETA

Os líquidos para exame laboratorial são colhidos por aspiração com agulha nas respectivas e cavidades

Cavidade Pleural (pulmonar) - Toracocentese

Cavidade Pericárdica (cardíaca) - Pericardiocentese

Cavidade Peritoneal (abdominal) - Paracentese

Geralmente a quantidade colhida é grande para cada seção do laboratório

• Contagem celular: amostra com anticoagulante.• Cultura: tubo estéril• Análises bioquímicas: amostra heparinizada e não heparinizada (coagulação espontânea)

Transudatos e Exsudatos

• Transudatos: Derrame se deve a um distúrbio sistêmico que rompeo equilíbrio entre filtração e reabsorção — como as alterações na pressão hidrostática citadas pela insuficiência cardíaca congestiva ou pela insuficiência nefrótica. São resultantes de um processo mecânico.

• Exsudatos: São os produzidos por quadros que comprometem diretamente as membranas de determinada cavidade, inclusive infecções e neoplasias

A classificação de um líquido seroso como Transudato ou Exsudato pode ser um importante passo para o diagnóstico e a evolução das análises

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ANALISES TRANSUTADO EXUDATO

APARÊNCIA TRANSPARENTE OPACO

DENSIDADE <1,015 >1,015

PROTEÍNA TOTAL <3,0 G/dL > 3,0 G/dL

PROTEÍNAS; RELAÇÃO LÍQUIDO

/SORO

< 0,5 > 0,5

DESIDROGENASE LÁTICA (DHL)

< 200 UI > 200 UI

LDH SÉRICA: RELAÇÃO LÍQUIDO

/SORO

< 0,6 > 0,6

CONTAGEM CELULAR < 1000/ uL > 1000/ uL

COAGULAÇÃO ESPONTÂNEA

AUSENTE POSSÍVEL

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Líquido Pleural

A cavidade pleural é revestida pelos mesotélios das pleuras visceral e parietal. Normalmente, contém uma pequena quantidade de líquido, dito pleural, o que permite o movimento de uma membrana contra a outra.

O líquido pleural é um filtrado plasmático produzido continuamente pela pleura parietal. Quando ocorre acúmulo de líquido, é denominado derrame pleural, que é o resultado do desequilíbrio entre a produção e a reabsorção do líquido.

O líquido pleural é secretado e reabsorvido constantemente.

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Derrame pleural

Derrame pleural é o acúmulo de uma quantidade anormal de líquido no espaço pleural.

As muitas causas de derrames pleurais são classificadas baseando-se em sua etiologia e no conteúdo do líquido

Têm como causas principais:

as pleurites, muitas vezes devido tuberculose;broncopneumonias emboliasderrame hemorrágico pós traumático.

Também como causas, pode-se citar neoplasias, síndrome nefrótica e insuficiência cardíaca.

A parede torácica é puncionada durante a aspiração de líquido pleural (toracocentese) para a obtenção de uma amostra para análise ou para aliviar compressão pulmonar e sofrimento respiratório.Objetivos:Determinar a causa da efusão pleural.

SINTOMAS

Os sintomas mais freqüentes são:

• dor pleurítica• tosse seca• dispnéia• insuficiência respiratória• cianose. • diminuição da sonoridade à ausculta pelo estetoscópio e à percussão• o lado do derrame se apresenta com retração de pele entre as costelas.

COLETA - TORACOCENTESE

Preparo do paciente:Verificar o histórico do paciente com relação a hipersensibilidade à anestesia local.Solicitar ao paciente para não tossir, não respirar profundamente, nem mover-se durante o teste, para minimizar o risco de lesão pulmonar. Método:Punção aspirativa da parede torácica sob anestesia local.Valores de referência:Normalmente, a cavidade pleural mantém pressão negativa e contém menos que 20 mL de líquido seroso.

Punção aspirativa da parede torácica sob anestesia local.

A punção pleural é feita pela introdução de uma agulha naquela cavidade

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• Sempre que possível o procedimento deve ser realizado em local adeouado (sala de cirurgia), pois podem ocorrer complicações.

• Respeitar o triângulo de punção e drenagem que permite maior proximidade entre a pele e a pleura e drenar na linha axilar média. O triãngulo de punção é um espaço compreendido entre a borda lateral do músculo grande dorsal e a borda do músculo peitoral maior e o rebordo costal. Dentro deste incisar sobre a linha axilar média;

• Não utilizar espaços muito altos (usar preferencialmente o 5º ou 6º espaço Intercostal);

Punção aspirativa da parede torácica sob anestesia local.

Tangenciar a borda superior das costelas, para evitar lesão dos vasos e nervos intercostais, o que provocaria uma hemorragia, além da dor.

• Fazer a anestesia da pele e da pleura corretamente.

• Introduzir a agulha de punção, aspirando a seringa, para a verificação da localização da agulha (se dentro ou fora da cavidade pleural)

• A toracocentese envolve três riscos importantes: a laceração da artéria intercostal, a infecção o pneumotórax.

Acidente de punção deve ser diferenciado do Hemotórax (lesão traumática) e da lesão de membrana (Neoplasia)

Análise do líquido pleural

pH

Valor normal é 7,6

. A demonstração de pH inferior a 7.2 pode indicar a necessidade de lntubação torácica e o uso de antibióticos em casos de (pneumonia).

É mais freqüente observar pH acima de 7.4 nas neoplasias Se o pH for 6.0 há indício de ruptura esofágica, com infiltração de suco gástrico.

EXAME BIOQUÍMICO

Amilase

Níveis de amilase acima dos níveis séricos indicam a presença de pancreatite aguda, pseudocisto de pâncreas, ruptura esofágica ou, em alguns casos, derrames de origem maligna.

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GlicoseA diminuição dos níveis de glicose a valores inferiores a 60 mg/dL ou um índice glicose líquido pleural/glicose soro inferior a 0,5 são mais freqüentes e acentuadas nos derrames pleurais da artrite reumatóide e nos macroscopicamente purulentos (empiemas). Em neoplasias, tuberculose, lúpus eritematoso sistêmico e infecções bacterianas não-purulentas, apresentam valores baixos em um pequeno número de casos.

LDH

É um dos parâmetros para diagnóstico diferencial entre exsudatos e transudatos. Os níveis de LDH são sempre analisados em relação aos valores séricos (líquido pleural/soro), obtendo-se um índice que é maior do que 0,6 nos exsudatos e menor do que 0,6 nos transudatos. A presença de níveis diminuídos de LDH durante a evolução dos processos inflamatórios indica uma boa evolução e um bom prognóstico. Em contrapartida, níveis aumentados indicam uma evolução inadequada e sugerem que se mude para uma conduta terapêutica mais agressiva.

A desidrogenase láctica (LDH) é a enzima que catalisa a conversão reversível do lactato para piruvato. Sendo a reação de oxidação uma parte integral da passagem glicolítica do metabolismo carbohidrato, o LDH está presente em todo o tecido do corpo. Há cinco isoenzimas de LDH em quantidades variáveis no tecido humano e cada tecido, tem uma composição de isoenzimas característica.A combinação da determinação de LDH total e o padrão de isoenzima são diagnosticamente utilizados. Níveis elevados de LDH sérico podem ser causados por dano em quase todo tecido. Algumas vezes o nível de LDH total é elevado em um contexto que deixa a origem do tecido evidente tal como anemia megaloblástica, hemólise, distrofia muscular, ou mononucleose infecciosa. Em outras situações, a análise da isoenzima é útil para distinguir infarto do miocárdio dos problemas do pulmão ou fígado, e detectar hemólise no momento da hipoplasia da medula óssea.

Proteínas

A determinação dos níveis de proteínas no líquido pleural só tem significado clínico como um dos dados utilizados para diferenciar os exsudatos dos transudatos.

O transudato acontece por fatores mecânicos, como aumento da pressão hidrostática ou diminuição da pressão oncótica, que influenciam o processo de formação e reabsorção dos líquidos e apresentam níveis protéicos 50% menores do que os do plasma.

O exsudato acontece por aumento da permeabilidade capilar e diminuição da reabsorção linfática, e apresenta níveis protéicos maiores. Os transudatos são geralmente bilaterais e são encontrados na cirrose hepática, na síndrome nefrótica e na insuficiência cardíaca congestiva. Os exsudatos são mais freqüentemente unilaterais e aparecem nas infecções bacterianas, neoplasias e doenças do colágeno.

EXAME CITOLÓGICO

A análise citológica é composta de duas etapas distintas:

• a citometria, em que é feita a análise quantitativa das células,

• a citologia, em que é feita a contagem diferencial em lâmina corada.

A presença de células de aspecto morfológico suspeito determina a indicação de citopatologia para células neoplásicas.

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Comumente encontram-se células mesoteliais nos processos inflamatórios. A presença de eosinofilia (>10%) pode resultar de diferentes causas, como reação a drogas, síndromes de hipersensibilidade, doenças reumatológicas, traumatismos, infarto pulmonar e doença de Hodgkin. Nessas situações, pode ser observada a presença dos cristais de Charcot-Leyden, derivados dos eosinófilos.

CITOMETRIA CITOLOGIA

<1.000 leucócitos/mm3        0 hemácias/mm3

POLIMORFONUCLEARES 25% MONONUCLEARES 80%

<1.000 leucócitos/mm3        0 hemácias/mm3

PREDOMÍNEO DE POLIMORFONUCLEARES

PATOLOGIAS DO LÍQUIDO PLEURAL

Causas Comuns de Derrame Pleural

• Insuficiência cardíaca • Concentração baixa de proteínas no sangue • Cirrose • Pneumonia • Blastomicose • Coccidioidomicose • Tuberculose • Histoplasmose • Criptococose • Abcesso sob o diafragma • Artrite reumatóide • Pancreatite • Embolia pulmonar • Tumores • Lúpus eritematoso sistêmico • Cirurgia cardíaca • Traumatismo torácico • Drogas como a hidralazina, a procainamida, a isoniazida, a fenitoína, a clorpromazina e, raramente, a nitrofurantoína, a bromocriptina, o dantroleno e a procarbazina • Colocação inadequada de sondas de alimentação ou de cateteres intravenosos

HIDROTORAX

É o acúmulo de liquido na cavidade pleural e pode ser representado porm transudato ou exsudato.

a) Transudato: distúrbios nos fatores hidrodinâmicos que regulam o fluxo delíquido pleural (Insuficiência cardíaca: mais lado direito; hipoproteinemia).

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b) Exsudato : aumento da permeabilidade capilar sanguinea ou de de obstrução do fluxo linfático.- Causas: pleurites e neoplasias.Quilotórax

Um derrame pleural leitoso ou quilosoQuase sempre de origem linfática com taxa de triglicerídes excedendo 115 mg/dl.

É provocado por lesão traumática ou neoplásica (linfoma) ao ducto torácico. O conteúdo lipídico do líquido é AUMENTADO ; gotículas sudanofílicas de gordura são vistas ao microscópio.

Unitorax

Coleção de urina presumivelmente produzida por drenagem linfática de acúmulos peri-renais na cavidade pleural, pH = 3,0

Derrames parapneumônicos

Envolvimento inflamatório da pleura visceral adjacente freqüentemente resulta em pleurisia aguda e na produção de um derrame pleural seroso exsudativo.

O líquido contém muitos neutrófilos e pode conter bactérias. Derrames parapneumônicos são provocados por bactérias, mas pequenos derrames também podem ocorrer com Pneumonia virótica ou por micoplasma. Derrames pleurais viróticos também podem ocorrer sem Pneumonia evidente.

Pneumotórax

É o acúmulo anormal de ar entre o pulmão e uma membrana (pleura) que reveste internamente a parede do tórax. Este espaço, que normalmente é virtual, se chama espaço pleural.

Pode ser traumático ou espontânea (quase sempre pela ruptura de bolhas subpleurais.

Outras causas tuberculose. enfisema, abscessos, micoses;

Pleurites

Seguem-se a inflamações pulmonares, infartos ou cânceres. Em poucos casos acompanha doenças sistêmicas.

Morfologicamentea) Serosas: tuberculoseb) Fibrinosas: pneumonias, lnfartos, abscessos, bronquiectasia infectada.c) Hernorrágicas: tumores, tuberculose pleural, grandes infartos pulmonares (fibrino-purulentas).d) PuruIentase) Combinadas: virótico.

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LÍQUIDO PERICÁRDICO

O pericárdio mantém o coração em posição, impede que este se encha demasiadamente de sangue e o protege das infecções torácicas.

Em raros casos, ocorre ausência congênita do pericárdio ou este apresenta áreas frágeis ou orifícios em sua estrutura. Esses defeitos são perigosos, pois o coração ou um vaso sangüíneo importante pode formar uma protuberância (herniação) através de um orifício do pericárdio, tornando-se encarcerado e isto pode levar à morte em poucos minutos.

Por isso, esses defeitos comumente são reparados cirurgicamente e, caso a reparação não seja possível, pode ser realizada a remoção de todo o pericárdio. Além dos defeitos congênitos, as doenças do pericárdio podem ter como causa infecções, lesões e tumores que se disseminaram.

Derrames pericárdicos

Os derrames pericárdicos decorrem sobretudo de alterações na permeabilidade das membranas, por infecção (pericardite), neoplasia ou comprometimento metabólico.

PericarditeAs pericardites, geralmente, são secundárias a distúrbios no ou próximo ao coração, mas às vezes são produzidos por distúrbios sistêmicos ou por metástases de neoplasias que se localizam em órgãos distantes. A pericardite primária é rara e quase sempre de origem viral.

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As diversas etiologias geralmente provocam pericardite aguda, sendo representante da pericardite crônica a formas fúngicas e a tuberculose.

Pericardite Aguda

A pericardite aguda é uma inflamação do pericárdio que apresenta um início súbito e que é freqüentemente dolorosa.

A inflamação faz com que o líquido (plasma) e os produtos do sangue (como fibrina, eritrócitos e leucócitos) depositem-se no espaço pericárdico.

A pericardite aguda possui muitas causas, desde infecções virais (as quais podem ser dolorosas mas de breve duração e, em geral, não produzem efeitos duradouros) até o câncer, o qual é potencialmente letal.

Outras causas incluem a AIDS, infarto do miocárdio, cirurgia cardíaca, lúpus eritematoso sistêmico, doença reumatóide, insuficiência renal, lesões, radioterapia e escape de sangue de um aneurisma da aorta (dilatação da aorta com enfraquecimento de sua parede).

A pericardite aguda também pode ser um efeito colateral de certas drogas, como anticoagulantes e penicilina.

A pericardite aguda, geralmente, se manifesta com dor constritiva, continua que aumenta com a inspiração profunda, rotação do tórax. O alivio ocorre com a posição genu-peitoral.

Pericardite Crônica

A pericardite crônica é a inflamação resultante do acúmulo de líquido no pericárdio ou do espessamento do pericárdio.

Ela apresenta um início gradual e persiste durante um longo período.

Os sintomas da pericardite crônica são a dispnéia (dificuldade respiratória), tosse (porque a pressão elevada nas veias dos pulmões empurra o líquido para os sacos aéreos) e fadiga (porque o coração funciona de modo deficiente)

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AAGENTES NÃO INFECCIOSOS

1. Idiopática2. Infarto agudo do miocárdio3. Traumática4. Doenças imunológicas5. Neoplasias primárias ou metastáticas6. Irradiação iônica7. Aneurisma roto da aorta 8. Medicamentos9. Outras

AAGENTES INFECCIOSOS

1. Vírus2. Bactérias - Gonococo3. Fungos - Blastomicose - Histoplasmose4. Bacilo - Tuberculose5. Protozoário - Amebiase - Toxoplasmose

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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

As características bioquímicas e citologia do líquido pericárdico obtido por pericárdiocentese, permitem a inferência diagnóstica da etiologia da pericardite.

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Cor

Nos distúrbios metabólicos, o liquido aspirado é transparente. O mais comum, porem, é encontrar turvação produzida por infecção e neoplasia. Encontra-se liquido leitoso quando o sistema linfático está comprometido. A presença de líquido com filamentos sangüíneos é freqüente quando a lesão da membrana é causada por tuberculose e tumores.

Exame citológico e bioquímico

Se a contagem de leucócitos supera 1000/mm3 células há indicio de infecção.

Assim como ocorre com o líquido pleural, alta porcentagem de neutrófilos indica endocardite bacteriana.

O exame citológico do líquido pericárdico para detecção de células neoplásicas é parte importante da análise.

Baixos níveis de glicose indicam infecção bacteriana e neoplasia.

Normalmente não se procede à coloração de Gram e a culturas, a menos que se suspeite de endocardite bacteriana.

Marcadores Tumorais

ACE- Antígeno CarcinoembrionárioOs níveis de ACE no liquido pericárdico apresentam excelente correlação com os estudos citológicos

Antígeno Carcinoembrionário (CEA ou ACE) é uma proteína normalmente encontrada apenas em pequenas quantidades no sangue de pessoas saudáveis, mas ela se torna elevada em algumas pessoas que têm câncer ou condição não cancerosa (benignidade).

O CEA tem sido amplamente utilizado como auxiliar no diagnóstico e tratamento do câncer. Os níveis séricos considerados normais variam de 2,5 a 5 ng/ml. Geralmente, níveis séricos menores que 10 ng/ml são encontrados em doenças não malignas como:

1. doenças hepáticas: alcoolismo, hepatite crônica ativa, doença biliar primária; 2. doenças do trato digestivo: úlcera péptica, pancreatite, diverticulite, doença inflamatória intestinal; 3. doenças pulmonares: bronquite; 4. outras doenças: insuficiência renal, tabagismo.

Acúmulo de líquido na cavidade peritoneal

O acúmulo de líquido na cavidade peritoneal é chamado ascite: esse liquido é comumente denominado ascítico, e não peritoneal .

PeritônioO peritônio - dividido em parietal e visceral –

É uma membrana serosa formada por uma única camada de células mesoteliais sustentadas por um tênue estrato de tecido fibro-elástico rico em agregados de tecido linfo-reticular composto por linfócitos e macrófagos. O tecido

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fibro-elástico de sustentação é rico em fibroblastos, histiócitos, mastócitos e linfócitos, mas a irrigação da membrana peritonial é escassa.A membrana peritoneal tem uma vasta superfície (2m2) e função biológica importante, de transporte (convecção: uréia e creatinina e difusão: eletrólitos) que pode ser perturbada por drogas, inflamação e infecção, em geral, afetando o fluxo sangüíneo e a área funcional efetiva.

Resposta ao trauma

A superficie peritoneal responde à lesão com reação inflamatória inespecífica, de forma idêntica a qualquer outra estrutura do organismo.

A resposta peritoneal à agressão é comparável à resposta inflamatória sistêmica e usa idênticos mecanismos de interação humoral e celular associada à exagerada produção local de citocinas pró-inflamatórias além da liberação de histaminas pelos mastócitos peritoneais, em quantidade que depende da gravidade da lesão e destruição da superficie mesotelial.

ASCÍTE - é a presença de líquido na cavidade peritoneal.

PATOLOGIAS DO PERITÔNEO

Ascite / pneumoperitônio / hemoperitôneoPeritonites Cistos e neoplasias

Quais as causas de ascite?

São múltiplas as causas de ascite.

A cirrose alcoólica do fígado é entre nós a causa mais frequente de ascite, mas outras doenças do fígado, doenças do coração, do rim, do peritônio e do pâncreas podem causar ascite. 

Como se descobre a causa da ascite ?

O médico tem ao seu dispor várias técnicas para descobrir qual a causa da ascite. A observação do aspecto do líquido ascítico, a sua análise bioquímica e bacteriológica, o estudo dos órgãos ( fígado, coração, rim ) que podem estar envolvidos são etapas que o médico trilha para chegar à causa da ascite.

Tabela 1 - Causas de ascite

Causa Pacientes (%)Doença hepática parenquimatosa 78

Oncológica 12Falência cardíaca 5

Tuberculose 2Pancreática 1

Nefrogênica (ascite por diálise) 0,6Clamídia 0,6Nefrótica 0,6

Peritonite cirúrgica na ausência de doença hepática 0,6

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A ascite é a complicação mais comum da cirrose hepática, sendo responsável por aumento da morbidade e mortalidade nestes pacientes.Peritonite bacteriana espontânea (PBE) e insuficiência renal são as suas principais complicações.

Peritonite bacteriana espontânea (PBE)

O sobrecrescimento bacteriano e a alteração da barreira de permeabilidade intestinal favorecem a translocação bacteriana. As bactérias passam do intestino para os linfonodos mesentéricos permitindo a penetração das bactérias dos vasos linfáticos para o sangue, atingindo, então, o LA.

Coleta

EXAME MACROSCÓPICO

Transudatos

São claros e com coloração amarelo-pálida

Insuficiência Cardíaca congestivaCirroseSindrome Nefrótica

Exsudatos

São opacos ou turvos

Peritonite bacterianaTuberculoseHepatopatias

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Coleta de uma pequena amostra de líquido através de uma punção com agulha através da parede abdominal, procedimento denominado paracentese diagnóstica.

O método mostrou acurácia diagnóstica para o hemoperitônio e, por vezes, evidenciava a perfuração de vísceras ocas.

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NeoplasiasTraumasPancreatitePode apresentar restos de alimento ou estar verde (bile)- perfuração do TGI

Ás vezes se introduz solução salina normal para que esta atue como lavagem na detecção de lesões abdominais que ainda não tenham ocasionado o acúmulo de líquido.

A análise do líquido fornece resultados precisos na detecção de hemorragia intra-abdominal por traumatismos abrupto: o número de hemácias e leucócitos ajudam a decidir se há necessidade de cirurgia ou não. Classificação e causas mais freqüentes

Serosa: insuficiência cardíaca, hipertensão porta, estados carenciais, processos renais. Serofibrinosa: peritonite, tuberculose.Biliosa: perfuração de vias biliaresPurulenta: peritonite aguda.Hemorrágica: tuberculose peritoneal, neoplasias.Quilosa: obstrução com estase de grandes troncos linfáticas, ruptura de vasos linfáticos.

A contagem normal de hemácias em geral fica abaixo de 100.000/mm3

► A ocorrência de contagem elevada pode indicar traumatismo, hemorrágico.

► Caso o liquido se mostre sanguinolento a olho nu, pode não ser necessário fazer a contagem. A contagens normal de leucócitos é inferior a 500/mm3 , e esse número aumenta na peritonite bacteriana e na cirrose.

► Para distinguir esses dois quadros, deve-se fazer uma contagem absoluta de granulócitos: valores superiores a 250/mm3 indicam infecção.

► O exame citológico para detecção de células neoplásicas é importante na detecção de metástases.

A dosagem de ACE (Antígeno Carcinoembrionário) e os níveis do antígeno CA 125 no líquido peritoneal podem fornecer informações importantes no diagnóstico de neoplasias:

► a presença de antígeno CA-125 com resultado negativo de ACE indica que a origem da neoplasia está nos Ovários, nas trompas ou no endométrio.

CA 125

A proteína CA 125 é produzida por uma variedade de células, particularmente por células de câncer de ovário.

Um nível elevado de CA 125 após um tratamento para câncer de ovário sugere que algumas células de câncer ainda estão no corpo. Menos comumente, níveis de CA 125 no sangue podem ser elevados em pacientes com câncer de mama ou coloretal.

Os níveis também podem ser altos em mulheres grávidas; em mulheres que têm condição benigna como endometriose, cistos de ovário, ou fibróides; ou em pessoas com cirrose, hepatite ou pancreatite.

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O CA 125 é o MT utilizado principalmente como para câncer de ovário, sendo também útil para câncer de endométrio e endometriose.

O valor de referência é de 35 U/ml na maioria dos trabalhos científicos, podendo ser considerado 65 U/ml quando o objetivo é uma maior especificidade.

Tratamento da ascite

Baseado na fisiopatologia da ascite, seu tratamento deve ser alicerçado nos seguintes fundamentos:

restrição de sódio na dietauso de diuréticos, paracentese terapêutica seriada com reposição de expansor colóide (como albumina), TIPS (Transjugular Intrahepatic Portosystemic Shunt) - colocação de próteses (tubos especiais) intra-hepáticas transplante hepático.

Marcadores Tumorais

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