liberdade - colégio montessori santa terezinha · quais aspectos são elementares para que uma...

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"Liberdade é o espaço que a felicidade precisa." "Liberdade é o espaço que a felicidade precisa." Santa Terezinha I R O S S E T N O M O I G É L O C XIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR ...uma homenagem a Fernando Sabino! FERNANDO SABINO "O menino é o pai do Homem" FERNANDO SABINO "O menino é o pai do " Homem 2018

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Page 1: Liberdade - Colégio Montessori Santa Terezinha · quais aspectos são elementares para que uma pessoa tenha dignidade. Ela precisa alimentar-se, vestir-se, ter onde morar, ter acesso

"Liberdadeé o espaço que

a felicidadeprecisa."

"Liberdadeé o espaço que

a felicidadeprecisa."

Santa Terezinha

IROSSETNOM OI

GÉLO

C

XIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR...uma homenagem a Fernando Sabino!

FERNANDO SABINO

"O meninoé o pai

do Homem"FERNANDO SABINO

"O meninoé o pai

do " Homem

2018

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APRESENTAÇÃO

Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos

e suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o

fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e

nos expressamos para o mundo.

Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos

abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.

Palavra é sentimento.

Estamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação

instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.

Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra

representativa do talento, dedicação e criatividade.

Somos palavras...

NEUZA MARIA SCATTOLINIMantenedora e Diretora

PREFÁCIOTemos, enquanto seres civilizados, sociais e democráticos, alguma clareza sobre

quais aspectos são elementares para que uma pessoa tenha dignidade. Ela precisa

alimentar-se, vestir-se, ter onde morar, ter acesso à educação e saúde de qualidade.

Além disso, consideramos importantes fatores como a liberdade individual, o amparo

judicial, o direito à crença e à opinião. O que dificilmente passa pela nossa cabeça é o

direito à arte e à literatura, brilhantemente pontuado pelo nosso saudoso e querido

Antônio Cândido. A fabulação é parte integrante da história da humanidade, de forma

inconsciente, sabemos que não é possível viver apenas no plano da realidade. O contato

com a arte, com a escrita e com a leitura nos humaniza, tornando-se, então, um direito

alienável. Da mesma forma, a capacidade de expressão, que nos possibilita abrir os

caminhos para autorreflexão e para autonomia enquanto cidadãos.

Profª Leticia Amoroso

ANTONIO CANDIDO, do ensaio “O direito à literatura”

“a literatura tem sido um instrumento poderoso de instrução e educação, entrando

nos currículos, sendo proposta a cada um como equipamento intelectual e afetivo. Os

valores que a sociedade preconiza, ou os que considera prejudicais, estão presentes

nas diversas manifestações da ficção, da poesia e da ação dramática. A literatura

confirma e nega, propõe e denuncia, apoia e combate, fornecendo a possibilidade de

vivermos dialeticamente os problemas.”

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SUMÁRIO

XIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

os6 Anos - Fundamental11

12

14

17

18

21

20

18

16

14

12

A VINGANÇA DOS IRMÃOS - Henrique Santos Martines

23

24

22

A MINHA CACHORRINHA TUCA - Bruna Canela Dias

CATARINA POR CATARINA - Catarina Bosco Tavares

A ROMÃ - Isabella Matos Xavier Lima

UM COELHINHO JOGADOR - Maria Eduarda Guilhen CazarinoO SAPO MEDROSO - Sarah Lucchesi Yamaguti Nunes

O MUNDO QUADRADO - Bruno Teles Guimarães

O MEDO - Catherine de Faria Vieira

A CACHORRA FALANTE - Guilherme Akira Ferreira Shinohara

O PIQUENIQUE DE DESPEDIDA - Henrique Einger Cores

MALU POR MALU - Maria Luiza Perestrelo Mendes

GREGORY E SEU MELHOR AMIGO SANSÃO - Maria Stheani de Camargo

O ACIDENTE DE SKATE - Pietra Sophia Pereira Cruz

UMA MISSÃO ARRISCADA - Alexandre Ito Kawaguchi

os7 Anos - Fundamental

28

30

32

35

36

36

38

34

30

29

27 CARNAVAL - Amanda Mariano da Costa Pessoa

MATAR A HIDRA DE LERNA - Gustavo Bernardes Credie e Guilherme Urbieta Aued

ADEUS, FAMÍLIA! - Laura Barros Eisinger

O QUE ESTÁ ERRADO COM ESTA CASA? - Lucas Castro Orbite

DIA NA NATUREZA - Pedro Macedo Mesquita e Guilherme Pereira Pazini de Freitas

A RETOMADA DA PAZ - Amira Nascif de Oliveira

HERÓIS DA FAMÍLIA STEN - Giulia Onishi Felix

VIAGEM DOS SONHOS - Isabelle Yasmim Martinez Martins

INFÂNCIA - Lunna dos Santos Mano

A RAINHA DO PENTÁGONO - Mariana Sayuri Fugimura Akinaga e Alice Santos Bulhões

UM ASSALTO INESPERADO - Vivian Alves Ruffier

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SUMÁRIO

XIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

os9 Anos - Fundamental

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48

50

51

52

50

49

46

45

OS ESTRANHOS CÓDIGOS - Marco Antonio Hatzemarkou Ricordi

SENSAÇÃO SEM DEFINIÇÃO - Arthur D'Elboux

UNIDOS PELA LEITURA - Júlia Lencastre dos Santos

ZONA DE CONFORTO - Laura de Almeida Biassio

O AMOR É ÚNICO - Maria Gabriela Amaral Shintate

TELETRANSPORTE ENTRE MUNDOS - Cintia Sayuri Nozawa

ELES CHEGARAM AQUI - Isabella Lopes Herrera

VIDA DIGITAL - João Pedro Klouczek Santana Bulhões DiasO MELHOR AMIGO DO HOMEM - Vivian Negrini Portes de Almeida

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57

56

a1 Série - Ensino MédioHUMOR - Caio Wakai

CIDADES: AS TELAS DA ARTE URBANA - Izabela Hiromi Kague

os8 Anos - Fundamental41

42

42

41

AMAR NÃO É FÁCIL - Caio Yamashita Hazime

AMOR, VOCÊ É... - Beatriz Bosco Tavares

AMOR - Beatriz Naomi Aoki Nishida

A PROVA DO AMOR - Thales Kenji O. Bastos

POLÍTICA NO FUTEBOL: ALIENAÇÃO OU PROTESTO? - Aline Garcia

58POLÍTICA NO FUTEBOL: ALIENAÇÃO OU PROTESTO? - Aline GarciaCOMO COMECEI A ESCREVER - Crônica de Fernando Sabino

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SUMÁRIO

XIII PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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64

64

66

63

61

65

a2 Série - Ensino Médio

FUTEBOL E ALIENAÇÃO - Beatriz Reis

CRIME - 7 X 1 – EDUCAÇÃO - Carlos Akio Yonamine

VENDE-SE UMA BOA PRIMEIRA IMPRESSÃO - Rodrigo Volpe Baistin

POLÍCIA, PRESENTE! - Vitória Aranha de Medeiros

NÃO É NÃO - Maria Eduarda Salles Trevizani

O CICLO VICIOSO DO CONSUMISMO - Amanda Lima Stricagnolo

69

74

76

70

a3 Série - Ensino Médio

76

78

77

FAMÍLIA COMO REFLEXO DA SOCIEDADE - Giovana Credie

DESCANSE EM PAZ SENHORA PADRÃO - Giovana Mirna Gonçalves

VÍTIMAS DA ESPERANÇA - Laura Wakai

ATIVISMO VIRTUAL: PASSANDO A LIMPO - Maria Julia Segura de Azevedo

SENSIBILIDADE ESPORTIVA - Paula Naomi Yonamine

SAUDADES DE CASA - Priscila Cesarino Taddone

O PADRÃO DA MINORIA - Giulia Pereira Santos

UM OUTRO LADO DO CONSUMISMO - Fernanda Ribeiro

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Fundamental6anosos Henrique

Alexandre

Isabella

Maria Eduarda

Sarah Bruna

Catarina

Catherine

HenriqueBruno

Maria Luiza

Maria Sthefhani

Pietra

Guilherme

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Professora Maria Inez F. de Jesus

Fundamental6anosos

Heróis verdadeiros, heróis fictícios... ser um herói não é nada fácil,

mas e inventar um herói? Um herói com características escolhidas por nós,

pensando nos problemas que existem hoje no mundo, como a poluição, a

violência nas grandes cidades, a fuga dos refugiados, os políticos desonestos...

Criados em lugares comuns a todos nós!oNossos alunos, mesmo estando apenas no 6 Ano, demonstram já saber o que

querem para o seu próprio futuro e o da humanidade, sem esquecer o que são e

valorizando a sua origem, o seu passado tão recente, a sua pequena história e o

que sonham para um futuro brilhante, que se inicia neste princípio de

adolescência, valorizando a natureza e tudo o que nos cerca. Esses são os nossos

alunos que ainda, há bem pouco tempo, “estavam na barriga da mamãe” e hoje já

fazem parte da “turma do prédio”, como eles mesmos gostam e se orgulham de

chamar.

A própria história, a história dos amigos de classe, momentos de transição, as

novas responsabilidades, os heróis que parecem resolver todos os problemas,

as pequenas nuances da natureza... quanta imaginação têm esses meninos e

meninas com asas imensas, alçando voos que prometem ser emocionantes, já

que são abastecidos pelo inesgotável combustível dos sonhos!

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A VINGANÇA DOS IRMÃOS

Os dois moravam numa floresta com vários animais, pois seus pais morreram

num acidente e tinham uma casa na árvore. A floresta era perigosa e tinha vida

própria. Quando eram menores, moravam num orfanato, mas foram expulsos porque

um dia Kary derrubou café na menina mais mimada, então ela e seu irmão ficaram

furiosos e contaram para a diretoria. Depois disso, viraram seus inimigos.

Henrique Santos Martines

Depois de alguns meses, os irmãos se

mudaram definitivamente para esta

cidade, onde juraram proteção e cuidados

eternos a todos.

Era uma vez dois irmãos bem diferentes, não só por serem um menino e uma

menina, mas também por possuírem poderes sobre-humanos. A menina tinha poder

de telepatia, de sinergia, podia voar, era muito inteligente e seu nome era Kary. Já o

menino tinha poder de controlar a água, o fogo, o ar, a natureza, a terra e seu nome era

Elementar.

Depois de um tempo que estavam por lá, os irmãos Kary e Elementar olharam

para cima e viram uma estranha fumaça. Chegaram o mais rápido possível onde

estava a suspeita fumaça e foi quando eles se encontraram com os irmãos malignos.

O centro da cidade já estava parcialmente destruído, então Kary usou a sua telepatia

para levitar um carro que estava estacionado ali próximo e o jogou para cima de Mary,

mas ela usou um poderoso feitiço que duplicava o mesmo automóvel e jogou essa

réplica para cima de Kary.

Ao final da batalha, os irmãos jogaram os corpos dos vilões para

as plantas se alimentarem, como adubo

orgânico. Feito isso, os irmãos saíram para

ajudar os sobreviventes, usando seus

poderes e, ao mesmo tempo, reconstruindo

a cidade, com o maior cuidado para

recuperar todos os detalhes.

Os irmãos do bem estavam agora em uma difícil posição, mas, já no fim da

batalha, quando a cidade estava quase que totalmente destruída, os vilões foram

detidos pelos irmãos, numa manobra rápida e decisiva.

Os irmãos do orfanato também eram diferentes. A menina era feiticeira, como

em Harry Potter, podia fazer vários feitiços e seu nome era Mary. Seu irmão era como

se fosse feito de borracha, podia se esticar todo, transformar-se em objetos e seu

nome era Felipe. Eles foram até a cidade mais próxima da floresta onde Kary e

Elementar estavam morando e começaram a destruí-la.

Elementar usou suas plantas para segurar Felipe, mas este se esticou como um

elástico gigante, segurou Elementar e o jogou em um prédio.

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Alexandre Ito Kawaguchi

UMA MISSÃO ARRISCADA

Strafe é um adolescente de 15 anos, corajoso e habilidoso, que usa uma armadura

alienígena, hiper tecnológica. Já Blazenucle é um adulto de 35 anos,

muito forte e esperto, que tem poderes como voar e

de causar uma fusão nuclear.

Em uma madrugada, nosso herói Strafe

estava rondando pelas ruas da cidade,

quando captou, no seu ultra radar, uma

emissão alienígena, perto do laboratório

Rogue, onde ele estuda tecnologia

alienígena.

Usando seu propulsor hipersônico,

chegou até o local e viu um alienígena, perto

do laboratório, que lhe falou:

“Se a gente descer agora, esse cachorro vai correr atrás de nós!”

Pietra Sophia Pereira Cruz

Nó dois tiramos a sorte no “dois ou um” para ver quem desceria primeiro e, no final

das contas, eu acabei sendo a escolhida. Nessa hora a coragem foi embora e o medo

veio com tudo. Mesmo com todo esse medo, subi no skate e o Pietro me empurrou.

No começo eu fiquei com medo, mas depois que eu percebi que eu tinha controle

sobre o skate, o medo passou e eu desci numa boa.

Quando chegou a hora de descer a ladeira, estávamos nós dois decidindo quem

desceria primeiro. A ladeira em questão, fica em uma rua deserta na cidade de São

Paulo.

- Vamos agora!

Depois disso nós fomos para casa e o valentão ficou um bom tempo sem descer a

ladeira de skate.

Eu também falei isso para o Pietro, mas ele me disse que eu era medrosa demais e

que aquele cachorro nem ligaria para a gente. Então, ele todo valentão, desceu a

ladeira e não deu outra: o cachorro saiu correndo atrás dele e ele, com medo, tentou

parar o skate, perdeu o equilíbrio e bateu a cabeça.

Descemos e subimos por várias vezes a tal ladeira, depois de um curto tempo,

apareceu na rua uma mulher com seu cachorro que, neste momento, estava sem a

guia, então eu pensei:

O ACIDENTE DE SKATE

Há uns três anos, eu estava na casa do meu pai, em um final de semana, e do nada o

filho da minha madrasta, o Pietro, me chamou para brincarmos de descer a ladeira de

skate e eu, toda corajosa, falei:

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Neste momento, Strafe disparou uma rajada iônica, mas o alienígena rebateu o

disparo com sua espada demoníaca, atingindo-o então. Strafe, que acabou por levar

um impacto colossal, saiu voando do local.

- Curve-se perante mim ou o destruirei!

Strafe respondeu:

- Eu nunca me curvarei a você!

O alienígena entrou no laboratório Rogue, pegou o mapa alienígena para o

planeta Genisir e depois disparou uma rajada de fogo que destruiu o laboratório.

- Você está bem?

Strafe respondeu:

- Acho que sim!

- Quando estava me recuperando, vi o banco de dados dos alienígenas da minha

armadura e vi que o nome dele era Magnarok, um alienígena demoníaco, do mal. E se

ele quer ir para o planeta Genisis, é porque ele deve querer o metal do planeta e foi

esse metal que foi usado na minha armadura. Se ele conseguiu se fundir com o metal,

ele se tornará quase invencível! – Explicou Blazenude.

Então os dois pegaram uma nave alienígena do laboratório Rogue e foram até o

planeta. Quando chegaram lá, tudo estava arrasado, então foram até o lugar onde se

produzia o metal e encontraram Magnarok se aproximando do metal, então Strafe

usou seu soco a jato no Magnarok, mas não surtiu efeito.

Magnarok socou Strafe, fazendo-o voar. Então Blazenude disparou rajadas

nucleares, mas desta vez Magnarok desviou e soltou fogo, fazendo com que

Blazenude se machucasse. Entretanto, depois de muita luta e, mesmo estando

machucado, Blazenude venceu Magnarok, levando-o à prisão, de onde o vilão nunca

mais saiu.

Os dois puderam voltar para casa, onde finalmente puderem viver em paz e em

segurança..

Blazenude ajudou Strafe a se levantar e disse:

De repente, Blazenude chegou voando e disparou rajadas nucleares que fizeram

o alienígena fugir.

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Estávamos todos em casa, felizes, brincando, quando eu, arteira como nunca,

peguei um caqui chocolate da fruteira, o mordi e saí correndo pela casa.

Hoje, em minha família, brincamos falando sobre esta história, na qual eu mesma

me salvei!

Fomos rapidamente para o hospital e, chegando lá, o médico me examinou e deu o

diagnóstico de corpo estranho parado no começo do esôfago.

Ela me pegou no colo e fez várias manobras na esperança de que eu expelisse o

pedaço daquela fruta, entretanto nada adiantou.

Quando eu tinha por volta de um ano e meio, dava muitos sustos nos meus pais

porque engasgava facilmente e com muitas coisas, como por exemplo, com a aliança,

com pedaço de manga e com um pedaço de caqui, que eu contarei a seguir.

Enquanto aguardava, desci do colo da minha mãe e fui brincar com a minha irmã

Bia e com as outras crianças que estavam por ali, aguardando como eu. Nisso eu

fiquei relaxada e com sede, bebi água e o caqui desceu pelo meu esôfago, direto para

o meu estômago, sozinho.

Catarina Bosco Tavares

CATARINA POR CATARINA

Foi então que comecei a babar, babava tanto que molhava toalhas e mais toalhas,

pois não conseguia engolir minha própria saliva.

O médico indicou a retirada do corpo estranho (o pedaço de caqui) através de

uma endoscopia, para isso eu precisaria ficar em jejum a partir daquele momento,

pois eu seria anestesiada para fazer o exame.

Minha mãe me pediu para cuspi-lo, mas já era tarde demais, já o tinha “engolido”,

porém o pedaço de caqui parou na minha garganta, não descia para o meu estômago

e nem voltava para a boca, estava realmente “entalado”.

UM COELHINHO JOGADORMaria Eduarda Guilhen Cazarino

- Nossa! Que lindo! Mas o que será

isso? – Pimpo começou a pular – Sabe,

Pimpo, às vezes queria muito que você

falasse! – Disse Andreia, suspirando e

segurando a pedra junto ao peito.

Em um belo dia, Andreia e seu coelho chamado Pimpo estavam

brincando no jardim de sua casa. Jogavam bola e ela

caiu um pouco longe, em uma moita. Quando

Andreia foi procurá-la, encontrou uma pedra

que se parecia com uma esmeralda, então

ela disse para Pimpo:

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- Para nos teletransportar para a minha ilha, de onde vim... pim! - Então Pimpo

estalou os dedos e eles foram lançados para a tal ilha misteriosa.

- Sim, mas ele não é o verdadeiro Neymar, ele sente tanta inveja do famoso

jogador, que quer dominar o mundo, usando esse nome, tornando-se assim mais

importante que o próprio jogador! – Explicou Pimpo.

- E para que serve essa pedra, Pimpo? – Perguntou Andreia.

- Só eu falo e meus amigos também! Eu sou de uma ilha mágica e pertenço ao

malvado Doutor Neymar! Eu preciso voltar a minha ilha ou ele irá me procurar e me

levar de volta para lá! – Exclamou Pimpo.

Já que Pimpo e Andreia venceram, o Doutor Neymar foi obrigado a ir embora,

deixando seu coelho em seu verdadeiro lar, a sua ilha mágica. Entretanto, Pimpo

presenteou Andreia com a pedra mágica, para que todas as vezes que quisesse vê-lo,

era só estalar os dedos que ela chegaria lá e eles poderiam brincar sempre que

quisessem.

- Vamos, temos que vencê-lo! – Disse Andreia – Mas como poderemos fazer isso?

- Nossa! – Gritou Andreia assustada – Mas coelhos não falam a nossa língua!

Espere, você nunca foi mesmo um coelho normal... inclusive apareceu aqui, em minha

casa, do nada, sem explicação!

- Fechado! – Aceitaram Andreia e Pimpo.

Eles começaram a partida e, logo no início, o Doutor Neymar saiu na frente,

fazendo um gol. Entretanto, no segundo tempo, Andreia e Pimpo viraram o placar,

alcançando um placar final de 3 a 1.

- Mas eu falo, Andreia! – Respondeu Pimpo, repentinamente.

- Mas... Neymar não é o jogador? – Estranhou Andreia.

- Fechado! – Aceitou o vaidoso Doutor Neymar – Mas se eu vencer, vocês

passarão a ser parte das minhas cobaias!

- Só há um jeito, jogando futebol com ele e vencendo-o! – Explicou Pimpo. - Oh,

Doutor Neymar, jogaremos futebol com você e, se ganharmos a partida, você vai,

definitivamente, embora daqui! – Declarou Pimpo.

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- Vocês são assim sim, porque você acabou de brigar comigo...

- É que a princesa com a qual eu estava era muito chata, não deixava eu falar com

ninguém. Eu até falei com a bruxa para me enfeitiçar para ela não me reconhecer

jamais e aqui estou!

Então o sapo olhou bem para mim e falou:

- Esse é o seu amado, princesa! Beije-o e vocês se casarão!

- Ok... eu vou ajudar você!

Eu estava mentindo e o levei para o castelo de sua princesa, onde falei:

Neste momento eu falei com muita raiva:

Ela, muito feliz, o beijou e ele se transformou num lindo príncipe.

- Já entendi... Entretanto, você não pode falar isso das princesas porque eu

também sou uma princesa e, juntamente com as outras princesas, não somos assim

como você diz... Olha, VOCÊ NÃO PODE FALAR ISSO!

Dias depois eles se casaram e viveram felizes para

sempre.

Sarah Lucchesi Yamaguti Nunes

Certa tarde, eu estava fazendo as minhas lições de casa, quando me surpreendi

com uma voz fina e metálica que dizia:

- Esconda-me, por favor! Não quero me transformar em um príncipe e muito

menos me casar com uma princesa!

O SAPO MEDROSO

Era um pequeno sapo verde que, dizendo isso, saltou e foi cair bem ao lado de meu

caderno de onde falou novamente:

- Não quero me casar com uma princesa toda arrumadinha, perfeita e que mande

em mim!

Eu gritei de susto e não sabia como aquele sapo falava, ali, bem diante de mim,

mas ele continuou falando, então eu lhe disse:

- Acalme-se! Eu não vou fazer nada!

Eu também me acalmei, mas pensei um pouco e falei:

- Espere aí, eu também sou uma princesa! Minha mãe sempre me falou isso... E

como assim você não quer se casar com uma princesa? Qual é o seu problema?

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Era uma vez um menino que se chamava Gregory e seu animal de estimação, um

cão chamado Sansão.

GREGORY E SEU MELHOR AMIGO SANSÃOMaria Sthefhani de Camargo

Gregory e Sansão, então, armaram um plano incrível para livrarem-se de Júlia.

Entretanto, o que os dois não contavam é que Julia estava em um hotel onde havia

uma dúzia de seguranças armados e outros no quarto de Júlia.

Quando eles chegaram ao quarto de Júlia e foram abrir a porta, perceberam que

havia mais de cinco pessoas no quarto e que algo estranho acontecia ali, então

Sansão achou que era a hora de usar um de seus superpoderes, ficando invisível e, ao

abrir a porta para entrar, começou um tiroteio e foram balas para todos os lados. A

sorte foi que Sansão mandara Gregory esconder-se no corredor. Sansão saiu

rapidamente dali, levando consigo Gregory.

Hoje Sansão e sua família vivem muito

b e m , fe l i ze s e s e m a m e a ç a s , s e m

perseguições e ele só usa os seus

superpoderes quando é para ajudar

alguém.

Milhões de pessoas começaram a bater na porta da casa deles, ameaçando-os,

mas também havia uma mulher por trás de tudo isso, seu nome era Júlia, pois ela

queria ficar com o Sansão de qualquer jeito, já que este animal poderia valer muito.

Quando a família estava de férias, Gregory percebeu que estavam sendo

perseguidos por uma mulher desconhecida e ele comentou com o Sansão que ele

tivera uma ideia para acabar com aquela perseguição.

Sansão já estava muito cansado de todo aquele assédio e decidiu que iria se livrar

de Júlia, afinal, só assim ele e sua família teriam paz.

Eles, aproveitando a aparência de um garoto e seu cachorrinho, conseguiram

passar pelos seguranças da entrada, chegando ao elevador.

Sansão era um cachorrinho adorável, mas o que seu dono não sabia era que ele

tinha adquirido superpoderes. Quando Gregory e seus pais descobriram esse

segredo, a vida deles começou a se tornar uma bagunça.

No outro dia, quando estavam voltando das férias, viram Júlia que começou a

persegui-los novamente, agora de carro. Desta vez, Júlia estava sozinha, então

Sansão se concentrou muito e tentou virar o carro e, por mais estranho

que possa parecer, ele conseguiu e a Júlia desapareceu de vez, como

num passe de mágica, no ar, como se entrasse

em algum portal de outra dimensão. Ninguém

suspeitou de nada.

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O MEDO

Um dia, em uma escola, os alunos estavam fazendo a lição normalmente,

concentrados no horário, esperando o sinal tocar. E, quando o sinal tocou, todos

começaram a falar, gritar, rir, pular e já estavam preparados para sair, mas antes que

eles saíssem, a diretora entrou na sala toda feliz, deixando todos com medo, achando

que seriam suspensos por algo que fizeram, porém não era nada disso. Como todos

estavam calados, a diretora resolveu falar:

- Bom dia! Calma, crianças! Antes de tudo, não

há nada de errado, nada do que vocês possam

estar pensando... eu vim aqui avisá-los que

iremos fazer um estudo do meio em uma

floresta aqui por perto. O conteúdo desse

trabalho é aprendermos um pouco sobre

a mata Atlântica. Iremos sortear os

grupos que farão os trabalhos amanhã.

Agora estão liberados.

No dia seguinte, foram sorteados os

grupos.

Catherine de Faria Vieira

O PIQUENIQUE DE DESPEDIDA

Eu me chamo Pedro, tenho dez anos, a mesma idade dos meus melhores amigos,

Júlia e Matheus. O Matheus é muito engraçado, gentil e é um amigo em quem eu

posso confiar. Já a Júlia é mais séria, mas interage muito bem conosco, que somos

meninos. Eu sou engraçado também e um pouco inteligente.

Henrique Ettinger Cores

Com o piquenique preparado, ligamos para a Júlia, pedindo para ela vir ao quintal

da casa do Matheus. Quando ela chegou, eu apenas enxerguei lágrimas escorrendo

pelo rosto dela, pois ficou muito emocionada.

Hoje a Júlia continua morando em São Paulo e eu e o Matheus ainda moramos em

Fortaleza, mas a nossa amizade continua, pois sempre foi muito bom sermos amigos.

A comida, como sempre, estava uma delícia. Quando o piquenique acabou e havia

chegado a hora dela ir embora, nós demos um abraço bem forte em nossa amiga e

dissemos adeus.

Matheus é meu vizinho, por isso, todos os dias estamos aprontando juntos por aí.

A Júlia mora no mesmo quarteirão que nós moramos, em Fortaleza, mas os pais dela

querem se mudar para a cidade de São Paulo, para terem mais oportunidades de

emprego e um estudo mais privilegiado para Júlia. Então eu e o Matheus, pensamos

em fazer um piquenique de despedida com pratos da minha mãe, que eu acho

espetaculares.

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- E aí, João, lembra-se da história que lhe contei?

Então, ele respondeu-lhe:

O menino ficou apavorado só em pensar que o grupo poderia encontrar o tal

monstro, naquela floresta. Creusa sabia que João tinha pavor de monstros, mas ela

apenas queria saber até que ponto ele suportaria.

Quando o dia do estudo do meio chegou, Creusa quis saber se o João era mesmo

corajoso e perguntou-lhe:

- Sim... claro que eu me lembro!

O ônibus chegou, eles partiram e chegaram pouco depois à entrada da floresta

onde aconteceria o estudo do meio. João estava muito estranho, parecia assustado,

mas, ao mesmo tempo, tentava disfarçar, olhando para baixo, mas o medo dele era

tanto, que agora ele só olhava para frente e, a todo momento, dizia ter visto algo

escuro atrás de uma árvore, algo se mexendo mais adiante e ficava aterrorizado.

No fim do estudo do meio, João afirmou, por várias vezes, para Creusa ter visto

algo estranho, como um monstro.

Rindo, Creusa explicou a ele:

- João, aquilo foi mentira! O vulto preto, que você afirmou ter visto, era a Jéssica,

correndo entre as árvores com uma roupa preta, já que ela é do nosso grupo! Você

estava fora da sala quando foram sorteados os grupos. Meu primo, Jéssica e eu

combinamos de não lhe falar nada a respeito. Foi tudo uma brincadeira!

João ficou surpreso e, ao mesmo tempo, sem graça, mas depois riu da brincadeira

e do próprio medo, mas afirmou que o seu medo por monstros demoraria a passar.

Creusa teve sorte, pois seu primo, que estudava na mesma sala que ela, e o

melhor amigo dele, João, caíram no grupo dela. Isso foi sorte apenas por um tempo,

até quando Creusa contou ao João que, naquela mesma floresta, havia um homem

que vira um monstro muito alto, com garras e dentes afiados e os pelos do corpo

eram compridos e negros.

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O pequeno Jony desceu as escadas e entrou no portal e apareceu diante do

terrível dragão. Ele lutou bravamente, vivendo um momento emocionante em sua

vida, até conseguir derrotá-lo e, quando a luta terminou, ele abriu o portal e percebeu

que, no lugar do dragão, apareceu um ovo. Ele pulou no

portal e voltou para o seu mundo, onde decidiu

que nunca mais jogaria aquele jogo.

Ele acordou, tomou o café, como sempre fazia, e foi direto para o seu quarto jogar

Minecraft, mas enquanto ele jogava, aparecia uma mensagem e, quando ele foi clicar

para ler a tal mensagem, ele acabou sendo sugado pela tela do computador.

Jony era um menino comum, muito alegre que não tinha nada de diferentes dos

outros meninos. Ele gostava muito, mas muito mesmo de jogar videogame,

principalmente do jogo Broforce, mas seu jogo preferido era o Minecraft. Ele jogava

tanto que chegou a passar o dia inteiro jogando. Até que um dia tudo isso mudou.

Ele só acordou depois de um tempo e, quando acordou, viu que estava dentro do

mundo de blocos. Ele ficou espantado e muito feliz ao mesmo tempo, então ele já

sabia que o que fazer. Ele coletou recursos, dentro do jogo, para fazer uma casa e uma

cama, onde acabou dormindo.

Bruno Teles Guimarães

O MUNDO QUADRADO

Quando acordou, viu que já era dia e que seria melhor não ficar muito tempo

naquele jogo, pois o conhecia muito bem e sabia que os zumbis faziam parte dele. Foi

nesse momento que ele percebeu que não estava sozinho: um zumbi, como ele

previa, apareceu parado, bem ali, na frente de sua cama. Ele sacou rapidamente uma

espada que estava em sua cintura e acabou com o zumbi, com golpes certeiros, mas

quase recebeu uma mordida daquele ser repugnante... Ficou com muito medo de

encontrar outros zumbis.

Saiu rapidamente daquela casa e foi até uma vila que ficava ali por perto. Dirigiu-

se até um simpático ancião que lhe disse como voltar para o seu mundo. Ele deveria

matar o dragão que ficava no fim do jogo. Os aldeãos forneceram-lhe todos os

equipamentos necessários para essa luta e disseram-lhe que havia um portal de

passagem embaixo de seus pés, por onde ele pularia muitas fases, chegando ao lugar

onde vivia o tal dragão.

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A MINHA CACHORRINHA TUCABruna Canela Dias

Certa tarde, eu estava sozinha em casa, vendo tevê, quando ouvi um barulho de

copo se quebrando vindo da cozinha.

- Oi, meu nome é Tuca. Fui pegar um copo de água gelada, mas o copo escorregou

da minha mão e se quebrou.

Fiquei muito assustada e, ao mesmo tempo, feliz por não ter sido uma

assombração ou algo do tipo, mas uma cachorrinha linda, que, ainda por cima, sabia

falar!

Larguei tudo e fui correndo até a cozinha e, quando eu olhei, fiquei espantada,

porque havia uma cachorrinha, de não mais de 20 centímetros, uma Jack Russel que,

para me assustar mais ainda, falou comigo:

Quando eu estava limpando o chão da cozinha, a minha mãe chegou, me deu um

“oi” e me disse:

- Bruna, o que é esse copo quebrado aqui na cozinha?

- Oi, desculpe-me, mamãe! Eu fui pegar um copo de água e acabei deixando o copo

cair no chão!

Mas minha mãe viu a Tuca, a cachorrinha, e disse:

- Bruna!! O que é essa cachorra na minha casa?

Ela não resistiu ao meu jeitinho e aceitou, então nós fomos ao Pet Shop comprar

todas as coisinhas da Tuca e ficamos felizes para sempre, mas a minha cadelinha só

conversava comigo, ficando sendo esse o nosso segredinho!

Eu, fazendo carinha de coitada, disse:

- Mamãe, podemos ficar com ela? Eu juro que eu vou cuidar dela direitinho!

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- Sim, falo! Um cientista me aplicou um soro da inteligência máxima, então eu fugi,

fui até a escola onde você estuda, aprendi muitas coisas por lá, sem ser notada e o

segui até aqui!

Eu, meio sem graça, disse:

- Desculpe-me! Só estava com sede porque hoje está muito quente... deixe que eu

limpo!

A cachorra, abaixou a cabeça e disse:

A cachorra, toda feliz, me disse:

E saiu pela porta... Nunca mais eu a vi!

Muito surpreso com a situação, eu olhei para ela e disse:

Então eu falei:

A cachorra, aproximando-se mais de mim, disse:

- Mas isso é inacreditável! Bom.. já que você tem inteligência máxima, pode me

ajudar na minha lição de casa que, aliás, eu estava fazendo agora mesmo!

Guilherme Akira Ferreira Shinohara

A cachorra, intrigada com o que eu dissera, falou:

Eu estava em casa, sozinho, concentrado na minha lição de casa, quando, de

repente ouvi um barulho de copo se quebrando, vindo da cozinha.

A CACHORRA FALANTE

- Eu só queria pegar um copo de água porque estou com sede e o deixei cair da

minha mão... Você pode pegar água para mim?

Pensei que a minha mãe já havia voltado do supermercado, mas quando cheguei

na cozinha, deparei-me com uma cachorrinha, de uns vinte centímetros, mais ou

menos, da raça Jack Russel, que olhou para mim e disse:

- Mas, ma... ma... ma... você fala?

- Claro que não! Você é mesmo muito folgado! Faça-a você mesmo! Qual é o seu

nome, hein?

- Meu nome é Guilherme e esse copo que você quebrou era o mais legal que eu

tinha!

Neste momento, achei muito engraçado a cachorra indo em direção à vassoura e

falei:

- Deixa que eu mesmo limpo isso! Já que você é bem

diferente e pode ter alguma reação com esse

esforço todo e piorar ou dar alguma reação.

Tó, pegue esse picolé e vá embora! Minha

mãe está quase voltando do supermercado!

- Que bom, Guilherme! Você é mesmo

muito legal! Voltarei aqui muitas vezes

para lhe ver! Tchauzinho!

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Minha madrinha voltou melhor do banheiro e não quis saber de voltar àquele

brinquedo nunca mais.

- Cadê a minha câmera? – Perguntou o meu pai instantaneamente.

- Cadê o banheiro? – Quis saber a minha madrinha, que estava passando mal com

todo aquele movimento.

No fim o meu pai encontrou a câmera, mas minha mãe não encontrou mais os

meus óculos, então entre as opções que o rapaz responsável pelo departamento de

“Achados e perdidos” nos mostrou, ela ficou com um modelo bem parecido com os

meus óculos, para não ficarmos com o prejuízo e eu fui de novo nesse brinquedo

arrebatador.

- Cadê os óculos da Malu?

MALU POR MALUMaria Luiza Perestrelo Mendes

Durante esse percurso, minha mãe estava com dois óculos de sol pendurados na

camisa que ela usava, um era o meu e o outro era o dela, porém ela só sentiu cair um

deles. Meu pai estava com a câmera fotográfica no pescoço, mas percebeu que era,

na verdade, só o cordão e ficou preocupado. Quando acabou o percurso todo, minha

mãe disse:

- Cadê a fila para ir de novo? – Eu perguntei imediatamente.

Um dia eu estava em um brinquedo em Orlando, juntamente com meu pai Álvaro,

com minha mãe, Márcia, e com a minha madrinha. Nós entramos, pegamos a fila e, em

seguida, entramos no carrinho. Nós não sabíamos que brinquedo era, então

descobrimos: uma MONTANHA RUSSA NO ESCURO, mas fomos assim mesmo, já

que não tínhamos opção...

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Os nomes até combinam!

Que até poderia ser uma nação!

Pena que é bem cara,

Isabella Matos Xavier Lima

A ROMÃ

A poesia é especial,

Já a romã é universal!

Tão gostosa ela é,

E eu não tenho o dinheiro,

Nem para o café!

Lá em Roma a consumiam

Tão vermelha ela é

Sempre foi especial,

Ela é rica em vitaminas

A Bela conhecida como B,

Além do Felipe Ferro e do Caio Cálcio,

Que nos dão forças para viver...

Ela é comestível,

E até no deserto é infalível,

Sabemos que nos traz o amor,

Tem a A, conhecida como Alípio,

Acabando com a pior dor...

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Fundamental7anosos

Guilherme

Pedro

Gustavo

Guilherme

Amanda

Laura

Lucas

Alice

Lunna

Amira

Mariana

Isabelle

Giulia

Vivian

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Fundamental7anosos

Professora Maria Inez F. de Jesus

Criar narrativas de aventuras, usando o fantástico e a ficção, como dar

características humanas a animais e opinar sobre fatos atuais, como a crise

política e econômica atual em nosso país.osOs alunos dos 7 Anos homenageados deste ano conseguiram expressar os

seus melhores sentimentos, emocionando-nos e enchendo-nos de alegria por

descobrir talentos tão jovens, cheios de criatividade e de valores essenciais para

uma vida social ética e correta.

Com o objetivo de diferenciar enredo de história, nas narrativas

ficcionais os textos produzidos seguem uma sequência linear, com uma

disposição cronológica, ou não linear, usando a inversão de ordem, com saltos no

tempo, elipses e cortes, surpreendendo-nos pela criatividade.

Deixar que o outro se “apodere” da própria história ao narrar a sua história em

3ª pessoa do discurso ou contando a história do outro como se fosse ele próprio,

narrando em 1ª pessoa um enredo que não foi vivido por ele mesmo, uma

experiência que resultou em textos envolventes.

Perceber a poesia como meio de demonstrar a opinião de uma forma

divertida ou sensível, além de conhecer os poderes de mitos gregos que

influenciam a nossa cultura atual.

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As ruas ficam lotadas

Espanta qualquer tristeza!

Todas as escolas de samba

De cor e de muita alegria,

Sempre na mesma sintonia!

Que acontece em fevereiro!

Todos sambando sem parar,

Pelo povo brasileiro,

Inúmeras fantasias,

Amanda Mariano da Costa Pessoa

Super-heróis e princesas,

CARNAVAL

Uma época tão esperada

Essa festa, o Carnaval,

Toda essa alegria,

Vão se apresentar na avenida

Carros alegóricos enormes,

É sempre a coisa mais linda!

Mas dá para aproveitar!

Alguns vão pra avenida,

Outros vão viajar!

Pela notícia final,

No desfecho, todos esperam

A escola vencedora

Mereceu este Carnaval!

São apenas quatro dias,

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Na hora elas perceberam que tudo

aquilo tratava-se de uma pegadinha. As

duas faziam aniversário no mesmo dia,

mas Marisa fazia 16 e Chris, 14. Até o tio

Charles, que elas acreditavam estar morto,

estava ali.

- Parabéns para vocês!

Ao sair da cama e ficar em pé, Chris tropeçou em uma maleta. Ela a pegou, abriu-a

e verificou o conteúdo. Eram várias fotos da família e, entre elas, havia uma foto das

duas garotas mortas!

- Chris, o que foi isso agora? Vá investigar!

- Ok. – Concordou Chris, já que sabia que não conseguiria dormir sem revelar

aquele mistério.

Enquanto Marisa ia perdendo o ar, pelo susto, Chris percebeu uma luz vinda de

fora do quarto. Uma luz fraca, como uma vela, que passava por baixo da porta.

Chris passou sua tensão para Marisa, pois falava a verdade. Como já estava bem

tarde, foram dormir.

- Os mordomos estão dormindo, Marisa! Já a janela está fechada! Como poderia

ter sido a porta?

Chris levou Marisa junto para investigarem aquela misteriosa luz. Ambas,

chorando e rezando, chegaram ao final do corredor, onde havia uma mesa grande e

redonda.

Deitaram juntas, em uma cama de casal, quando de repente, ouviram outro

barulho.

Então, perceberam que a família delas

estava toda ali, toda reunida, em volta da

mesa, e um deles disse:

Lucas Castro Orbite

Nesse momento, o barulho de alguém correndo invadiu aquele cômodo. Em

seguida, a porta bateu com força. Chris começou a chorar.

Ao ouvirem um barulho no andar de cima da casa, resolveram investigar e, quando

chegaram, não viram nada:

Marisa e Chris não entendiam o porquê de serem as únicas herdeiras do tio

Charles, mas precisavam desvendar o mistério que envolvia aquela que seria, a partir

de agora, a casa onde passariam a viver em Los Angeles.

O QUE ESTÁ ERRADO COM ESTA CASA?

- Marisa, nosso tio disse algo sobre essa casa antes de morrer?

- Na verdade sim, Chris! Ele disse que sua filha dizia ver pessoas no quarto dela.

- Não precisa chorar, Chris! Nós temos mordomos aqui! Provavelmente foram

eles que saíram correndo e a porta batendo, foi o vento.

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- Como vocês fizeram as fotos de nós duas mortas? – Quis saber Marisa.

- Ora, Fotoshop, querida! – Revelou Creusa, avó das meninas, que ria animada.

Depois desse dia, Marisa e Chris nunca mais acreditara em “casas mal-

assombradas!”

VIAGEM DOS SONHOSIsabelle Yasmim Martinez Martins

Já fazia algumas semanas, meu avô falava que nós iríamos viajar, até brincava

falando que “a pé para o interior de São Paulo, visitar os parentes de minha bisavó!”

Chegou o grande dia. Estávamos indo até o aeroporto e, na hora de fazer o check

in, o moço que trabalhava lá perguntou:

Meus tios, desde os meus 4 anos, prometiam que me levariam para a Disney

quando eu estivesse com 10 anos e eles cumpriram a promessa.

Quando eu li a palavra “Disney”, fiquei maluca e meu avô me falou:

“Salisbury Hotel New York, Disney...”

- Qual será o destino, senhor?

Eu fiquei muito feliz e animada. Foram dez horas cansativas de voo e, quando

chegamos lá, fomos direto para a alfândega. Perguntaram os nossos destinos nos

Estados Unidos.

Na véspera da volta para o Brasil e aniversário da minha tia, fomos para o quarto

deles comemorar. Cantamos “Parabéns”, depois eles me contaram que, no dia

seguinte, iriam para a Disney.

Nem acreditei no que estava acontecendo... eu iria, finalmente, para

a Disney, mas essa já é outra história...

- Esse é o nome completo do hotel, Bel...

Eu desconfiei, mas acreditei nele e aproveitei a viagem. No segundo dia em que

estávamos por lá, encontrei os meus tios (e padrinhos) e minha priminha, eu fiquei

mais feliz do que já estava. Fomos para a Estátua da Liberdade, ao Central Park, à

Times Square, entre outros pontos turísticos.

- Nova York! – Disse o meu avô, sorrindo.

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Até nas coisas mais simples.

Você brinca, pula e corre,

Até não aguentar mais!

Depois vai para casa, morrendo de fome,

E pede comida para os seus pais!

É ver a felicidade,

Infância é a melhor parte da vida

E comigo ela sempre estará presente,

As boas memórias dessa fase maravilhosa,

Levarei para sempre em minha mente.

Queremos nos livrar,

Não vemos o mal das pessoas

Mas quando a perdemos,

INFÂNCIALunna dos Santos Mano

Algo que, quando temos,

No tempo queremos voltar!

Infância é ingenuidade,

A família Sten estava refugiada numa

cidade distante da sua, com medo da morte.

John tem oito anos e poderia estar feliz,

jogando bola com os amigos, mas agora

só quer a paz. Adam já é um adolescente

de 18 anos, que era perverso quando mais

jovem, mas com o tempo, aprendeu a lidar

com a vida e as difíceis situações que

surgiram com o início da guerra.

HERÓIS DA FAMÍLIA STENGiulia Onishi Felix

Os jovens irmãos sabiam que aquela seria a única oportunidade para salvarem a

sua família e a sua cidade.

A invasão continuava, então eles decidiram se arriscar, mas com medo de

fracassar e desapontar a família.

Deve estar se perguntando quem são eles? Bom, vou contar um pouco sobre eles.

John e Adam Sten são irmãos sérios, que nasceram numa família rica, com grande

influência na sociedade, mas que enfrentava um grande

problema: a guerra, o que fez com que perdessem

quase tudo o que tinham.

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- Mas e os outros? Nossos amigos e vizinhos? Estão todos em situação

deplorável. – Perguntou John para o irmão Adam.

- John, vamos até o presidente pedir ajuda, corra! – Pediu Adam.

- O avião que trazia a sua família, infelizmente sofreu uma pane e caiu no mar,

próximo a uma ilha. Eles sobreviveram, mas estão ilhados e, se não agirmos rápido,

eles poderão morrer. – Explicou o militar.

- E agora? – Disse Adam, desolado, chorando.

Eles foram, passaram frio, fome e tristeza sem notícias de seus familiares, mas o

presidente os atendeu. Eles explicaram tudo e ele. Já a par da situação, muito

divulgada na imprensa local, enviou à Síria, ajuda humanitária e de produtos de

primeira necessidade, como alimentos, água, medicamentos e roupas.

- Terão de ficar. Infelizmente não poderão suprir as necessidades básicas de

todos! – Lamentou Adam.

Um dia os dois acharam duas passagens para a Índia e os pais acharam melhor

que eles fossem só, para garantirem o futuro num país onde predominava a paz.

Os dias passaram e os meninos estavam muito ansiosos para a chegada de sua

família.

- Adam! – Chamou um dos soldados – Venha aqui, por favor!

- O que houve? – Quis saber o rapaz.

- Cuide de seu irmão! Estamos iniciando as buscas! – Disse o militar, retirando-se.

No outro dia os meninos foram levados ao encontro de seus pais, que já estavam

bem instalados e sem ferimentos graves. O encontro foi emocionante e os meninos

abraçaram seus pais fortemente.

Quando chegaram lá. Foram até as autoridades locais, em busca de abrigo e de

alimentos, então explicaram-lhes toda a história pela qual os dois passaram.

Penalizadas, as autoridades indianas deram suporte a eles e decidiram que

buscariam a sua família, tirando-os do caminho da guerra.

Hoje todos estão muito bem abrigados, arranjaram moradia, emprego e escola

para as crianças e vivem muito bem no novo país que os acolheu. A guerra continua e

só as pessoas de todas as partes do mundo poderão salvar a Síria e

todo o seu povo.

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Desci correndo as escadas para ver quem era, mas não havia ninguém na porta,

apenas um pacote com o meu nome. Abri-o e era uma espada com um bilhete que

dizia “Um lembrete para o seu último dia como criança.”

Peguei-a e, meio incrédulo, levei-a ao meu quarto, deixei-a guardada no lugar

onde ficariam os presentes que eu receberia mais tarde, durante a minha festa de

aniversário; na verdade, durante a minha última festa de aniversário.

Infelizmente a festa chegou ao fim, me despedi dos meus amigos com um forte

abraço em cada um deles. Quando todos os convidados

da festa foram embora, fui ao meu quarto com o

meu pai, ver e guardar os meus presentes.

No começo da festa estava tudo indo muito bem, fiquei correndo com os meus

amigos, comendo cachorro-quente e sorvetes, mas quando chegou ao final da festa

fui ficando triste, pois me lembrava que teria de deixar de ser criança e nem poderia

aproveitar os presentes legais que acabara de ganhar.

- Quanto presente, hein filho?

- E esta espada? Mas que beleza. Esta

eu não tinha visto.

- É.

- Pai, - Tento falar, mas meu pai me

interrompe, ainda segurando a espada.

- E como pesa! Parece de verdade. É de

metal mesmo. Quem foi que deu?

ADEUS, FAMÍLIA!Laura Barros Eisinger

No dia 9 de janeiro de 2010, eu cheguei no mundo e a primeira coisa que reparei foi

um homem velhinho. Fiquei assustado com ele, portanto foi por isso que eu comecei

a chorar ao nascer. Os médicos começaram a me balançar para tentar me acalmar e,

quanto mais eu chorava, mais esse senhor ia se aproximando, parecia que ele estava

tentando me dizer algo, mas eu não estava conseguindo entender.

Depois de passados 6 anos, esse mesmo homem voltou, mas, dessa vez, eu

entendi o que ele tanto queria me dizer. Ele me disse que quando eu completasse 7

anos de vida, me tornaria um “Thunder Boy” e teria que deixar de ser criança, além de

deixar, para sempre, a minha família e amigos, mas para me lembrar disso, me

mandaria, próximo ao meu aniversário, uma espada como um sinal.

Meu dia começou normalmente. Acordei cedo, ansioso pela festa, tomei o meu

café da manhã, escovei os dentes, me troquei e foi quando ouvi a campainha tocar.

Então me perguntei:

Então o grande dia chegou e era o dia da minha festa de aniversário de 7 anos.

Seria finalmente nesse dia que eu me tornaria um “Thunder Boy”.

- Quem será assim tão cedo?

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Mas tento continuar contando o que estava acontecendo:

- Nós nunca mais vamos ver você?

- Pai, eu sou o “Thunder Boy”.

Fui caminhando para o corredor e vi meu pai descendo as escadas, assustado,

indo em direção a minha mãe.

Então tirei a espada do meu pai e disse-lhe:

- Garoto Trovão.

- Espere. Esta espada... estava escrito. Eu a receberia quando fizesse sete anos.

Hoje ela veio. É um sinal. Devo assumir meu destino. A espada passa de um novo

“Thunder Boy” a cada geração. Tem sido assim desde que ele caiu do céu, no Vale

Sagrado de Ben Tael, há sete mil anos e foi empunhada por Ramil, o primeiro

“Thunder Boy”.

- “Thunder Boy”?

E minha voz foi engrossando a cada vez que eu falava. Meu pai, ainda incrédulo,

disse:

- Era sobre isso que eu queria falar com você.

- Muito bem, meu filho, agora vamos para a cama... – disse ele me direcionando

para a minha cama.

-Certo, filho, mas agora vamos...

- Vou ter de sair de casa. Quero que você explique isso à mamãe. Vai ser duro para

ela. Conto com você para apoiá-la. Diga que... era o meu destino.

- Claro que sim. A espada do “Thunder Boy” está a serviço do bem e da justiça.

Enquanto vocês forem pessoas boas e justas, poderão contar com a minha ajuda.

- Ainda bem... – disse o meu pai, meio conformado.

Então houve um trovão que fez estremecer a casa.

Dirigi-me à janela do meu quarto, ergui a espada em forma de cruz e gritei para o

céu “RAMIL!”. Eu vi a espada se iluminar, mudando da sua cor original para a cor azul e

parecia que estava passando uma energia estranha para o meu corpo e, em questão

de segundos, fiquei invisível; parecia não ter controle sobre mim.

Para entender melhor o que estava acontecendo, fui pela parte de

fora da casa, voando literalmente em direção à

janela da sala. Tentei ouvir o que os meus pais

conversavam, mas não conseguia. De

repente uma luz verde ficou sobre o meu

corpo e me sugou para dentro de uma

espécie de nave alienígena.

Hoje, sempre que tenho oportunidade,

visito os meus pais e eles têm muito orgulho

de seu único filho.

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Eles estavam num acampamento, no meio da mata Atlântica; ficaram na mesma

tenda, com a mesma monitora, Helenice, que era muito inteligente e bem tagarela.

DIA NA NATUREZA

Rapidamente, Helenice e as crianças fugiram correndo, até encontrarem uma

cachoeira que, embora fosse bonita, era perigosa, devido a força de suas águas.

Agora, um pouco mais distantes da onça, seria necessário pularem de pedra em

pedra, até chegarem ao outro lado. Vitor gritou:

Logo em seguida, Marina andou lentamente entre as rochas e conseguiu

atravessar. Era a vez de Gabriela. Ela teve medo, gritou um pouco, mas ao ver-se no

meio da cachoeira, ela tropeçou e foi levada pela

correnteza.

Depois de uma breve e dramática

despedida, eles continuaram a caminhar

sem saberem aonde estavam indo.

Pedro Macedo Mesquita e Guilherme Pereira Pazini de Freitas

- Eu vou primeiro! – E foi tropeçando em quase todas as pedras.

Quando notaram sinal de chuva, a

t u r m a s e a b r i g o u n a fl o r e s t a , a t é

encontrarem, milagrosamente, o resto dos

campistas, que estavam à procura deles.

Durante uma caminhada programada, a turma de Helenice, distraidamente, se

afastou do resto do grupo para observar uma planta exótica, quase extinta, segundo

suas anotações. Quando perceberam que estavam perdidos, os campistas

começaram a tremer e a suar frio. Tentaram retornar por onde vieram, mas, no

caminho, encontraram uma bifurcação. O caminho certo era o da direita, mas a placa

que deveria orientá-los, estava coberta por plantas nativas e eles acabaram

escolhendo o trajeto da esquerda, justamente o caminho que os afastaria ainda mais

do grupo.

Marina chorava, enquanto Helenice

atravessava, deixando a onça para trás.

Após uma hora e meia de caminhada, encontraram um lago pequeno, porém

profundo. O grupo tentou apanhar alguns peixes, pois começavam a ficar com fome,

entretanto acabaram avistando um jacaré na outra margem. Eles fugiram dali o mais

rápido possível e, acidentalmente, entraram no território de uma onça pintada que,

distraída, perdeu um porco-do-mato que estava prestes a ser devorado. Irritada, a

onça foi atrás deles.

Foi num dia qualquer das férias de verão que aconteceram os fatos que estou

prestes a narrar. Havia um garoto conhecido como Vitor e duas meninas chamadas

Gabriela e Marina. O menino gostava de travessuras e de adrenalina, já as meninas

gostavam de conversar entre si. No entanto, todos adoravam aventuras.

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A turma ficou feliz e decidiram assar alguns marshmellows, pois sabiam que

aquela aventura deveria terminar com muita alegria.

Assim que chegaram no acampamento, ficaram surpresos e felizes ao

encontrarem Gabriela sã e salva, graças a sua habilidade de nadar muito bem. Todos

se secaram, se aqueceram, alimentaram-se, conversaram sobre a perigosa aventura

que viveram, até que alguém perguntou à Gabriela como ela sobrevivera.

- Ora, esqueceram que sou campeã municipal de natação? – relembrou Gabriela.

Vivian Alves Ruffier

UM ASSALTO INESPERADO

O dia amanheceu chuvoso em Natal, Rio Grande do Norte e, infelizmente, a praia

de manhã não iria acontecer.

Minha mãe resolveu ir se trocar para caminhar na praia e, pouco depois eu, meu

pai e minha irmã subimos para nos trocarmos para irmos à piscina.

Quando descemos, minha mãe já estava na praia e não nos preocupamos, mas ela

estava demorando e resolvemos ir atrás. Na praia não a encontramos; então

procuramos pelo saguão e nas salas de entretenimento, mas... nada!

Um tempo depois fomos na praia novamente e lá estava ela, sem óculos, sem

aliança e sem sacola de praia; havia ocorrido um assalto!

Reclamamos com o segurança, que ativou a polícia e prenderam o ladrão, mas não

recuperamos as coisas, pois para disfarçar, o danado jogou tudo no mar!

Eu e minha família resolvemos ficar na sala de jogos do hotel, enquanto a chuva

passava e em pouco mais de uma hora, o sol já estava brilhando.

No fim tudo acabou bem, arma e ladrão presos e, principalmente, minha família

bem!

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A RAINHA DO PENTÁGONOMariana Sayuri Fugimura Akinaga e Alice Santos Bulhões

Hércules, filho de Zeus e da mortal Alcmena, era o desafiante de Hipólita, por

causa dos doze trabalhos que a deusa Hera, havia determinado para ele. Capturar o

cinturão da Rainha Hipólita era o nono trabalho de Hércules.

Capturar o cinturão de ouro de Hipólita, a “rainha do Pentágono” era uma tarefa

das mais difíceis para o grande herói grego Hércules, pois nenhum guerreiro era tão

feroz como Hipólita e seu time, intitulado de “As Amazonas”.

Depois da luta, Hércules chamou um Uber e foi até a casa de Euristeu, avisá-lo

sobre sua vitória, via Whatsapp, e este passou para Hera o resultado do nono

trabalho destinado a Hércules.

Hipólia desconhecia a força sobre-humana de seu oponente Hércules. Os dois

lutaram ferozmente dentro do Pentágono durante um longo tempo, até que

Hércules, finalmente, venceu a a rainha Hipólita.

Os jovens irmãos sabiam que aquela seria a única oportunidade para salvarem a

sua família e a sua cidade.

Amira Nascif de Oliveira

A invasão continuava, então eles decidiram sair da Síria, enfrentar grandes

desafios e, por fim, trazer a paz à sua cidade e à família novamente. Para isso teriam

de enfrentar o vasto e perigoso Mar Mediterrâneo, portanto tinham que aprender a

conviver com pessoas diferentes deles e ainda aprender a falar uma língua

totalmente diferente.

Então despediram-se da família e embarcaram em um bote, repleto de pessoas,

para assim começarem uma travessia perigosa, que colocaria suas vidas em risco,

em meio ao enorme mar.

A RETOMADA DA PAZ

John e Adam estavam certos de que seguiam em direção à Itália, mas à noite o

tempo fechou e os céus deixaram claro o imenso temporal que se

aproximava. Horas depois, a chuva deixou o mar

revolto e as ondas estavam cada vez maiores.

O bote perdeu-se em seu rumo; crianças

choravam agarradas a seus pais, outras,

enjoadas, vomitavam; adultos pedindo

por socorro e o condutor rezava para que

a c h a s s e m u m a i l h a o m a i s rá p i d o

possível, pois não sabia até quando aquela

p e q u e n a e i n o f e n s i v a e m b a r c a ç ã o

aguentaria.

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Depois de muito nadarem, chegaram ao seu destino, pegaram o tesouro,

juntamente com outros sobreviventes, e, alguns dias depois foram resgatados,

sendo levados de volta a sua terra natal.

John e Adam logo pensaram que aquilo seria a salvação de todos ali e que

precisavam chegar até lá, mas a embarcação, agora já muito perto da praia, havia

chegado ao seu limite, não aguentaria mais nada, então resolveram abandonar o

bote e seguir nadando em direção à ilha.

Depois de horas de desespero, avistaram uma luz bem distante e resolveram

seguir até lá. Não sabiam se era um farol ou uma grande embarcação, mas tinham

certeza de que seria uma chance de se salvarem daquele imenso mar revolto cercado

de mistérios.

Passaram a noite seguindo aquela luz até que perceberam se tratar de uma

pequena ilha. A luz vinha, inacreditavelmente, de peças de ouro jogadas na praia.

Eram joias, adornos, cálices, tudo em ouro ali, abandonado na areia daquela pequena

praia.

Lá estando, eles reuniram a família e mudaram-se para uma pequena cidade nas

montanhas, onde não havia chegado a guerra. Com a venda das peças em ouro,

conseguiram pagar as dívidas e construíram uma nova e tranquila vida, pois sabiam

que ali estava o mais valioso tesouro.

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Ambos voltaram para casa sendo idolatrados pela multidão. Ao chegar em casa,

Hera ficou furiosa com Hércules e ordenou a ele que realizasse o terceiro trabalho,

mas essa já é outra história.

Gustavo Bernardes Credie e Guilherme Urbieta Aued

Há muito, muito tempo Hércules, o grande herói grego, recebeu 12 trabalhos de

Hera, a esposa de Zeus. O trabalho mais difícil de todos era, sem dúvida alguma, o de

matar a Hidra de Lerna, pois ela era uma serpente de nove cabeças e, ao cortarem

uma de suas cabeças, nasciam duas outras no mesmo lugar, tornando o trabalho

inútil e humanamente impossível.

MATAR A HIDRA DE LERNA

Durante o trabalho, além da ajuda de Lolau, Hércules também tinha o incentivo de

uma torcida e, a cada vez que ele cortava uma das cabeças da Hidra, a torcida gritava

o seu nome.

Entretanto Hércules, que tinha uma inteligência e uma força sobre humana, foi

fazer este, que era o segundo e o mais difícil de todos os trabalhos da lista; então teve

de contar com a ajuda de Lolau, o seu sobrinho.

Quando Hércules cortava uma das cabeças, Lolau queimava-a com uma tocha

gigante, imediatamente, impedindo assim que o sangue se espalhasse e nascessem

outras cabeças no lugar e, quando finalmente, o trabalho em conjunto terminou, com

todas as cabeças cortadas e carbonizadas, a torcida gritou o nome de Hércules,

enaltecendo-o.

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Thales

Beatriz

Caio

Beatriz

Fundamental8anosos

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Fundamental8anosos

Professora Adriana Lilian Garcia

Quando tomamos consciência de

mundo, somos capazes de escolher decisões acertadas e, ao mesmo tempo,

termos uma observação mais crítica sobre o que é apresentado como verdade

dentro das realidades sociais. Por isso, a leitura e a escrita podem promover o

amadurecimento intelectual e cultural que nos possibilita enxergar a sociedade de maneira

diferenciada, contribuindo para que esta possa evoluir em prol da humanização do ser e da própria

natureza.

A produção escrita é muito mais que um ato de representação linguística, ela é um instrumento

que pode possibilitar uma “libertação” intelectual para o ser social. E é com base nestes preceitos

que o Colégio promove com muita satisfação o Concurso “Jovem Escritor”, para que seus alunos

tenham a oportunidade de vivenciar o quanto a leitura e a escrita viabilizam seu desenvolvimento

comunicativo, interpretativo e intelectual, além de promover a interação entre professor e aluno, já

que através desta dinâmica pode-se estabelecer além das prerrogativas afetivas, técnicas e

estruturais, uma possibilidade de diálogo sobre as experiências compartilhadas a partir das leituras

e das produções realizadas. Esta interação também tem uma abrangência muito significativa

quando se possibilita através da premiação uma relação de leitura parceira, que fundamenta e

estrutura a práxis leitora e o desenvolvimento criativo e crítico do aluno. Por isso é proposto aqui, a

valorização das redações realizadas pelos alunos para que cada vez mais haja esta interação e se

perpetue entre os pares sociais a valorização da formação leitora, comunicativa e linguística do

educando. Promover desafios, contestações, entusiasmo pela descoberta das possibilidades

interpretativas, linguísticas e principalmente a da plurissignificação das ideias é o caminho para

intensificar a reflexão sobre as próprias perspectivas existenciais. A produção escrita não pode ser

uma “pedra fundamental”, mas deve ser a “chave” para a descoberta da capacidade

representativa do pensar humano.

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AMAR NÃO É FÁCILCaio Yamashita Hazime

O amor

é a união de duas mentes

diferentes

é a união de sonhos

é a perseverança para a felicidade.

carinho, confiança

“Eu faria isso”

apenas te olha

teu par te traz segurança

É algo difícil,

e te derrete.

Parece fácil amar,

quem vê, olha e pensa

devemos compreender e

Mas em compensação,

aceitar a opinião do outro.

E não pede de volta

Beatriz Bosco Tavares

sentimento carente,

AMOR, VOCÊ É...

Sentimento feliz,

Sentimento que cresce,

que sobe e desce,

de enlouquecer a mente.

mas me diz que nunca

e que ainda é capaz

Tenho certeza:

rejeitado por muitos,

porém envolvente.

O senhor não mente,

vai largar a gente?

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É igual confiança,

um dia acaba.

aquela que um dia corre.

É fácil para os fortes,

Acaba de um dia para o outro,

É igual água,

Beatriz Naomi Aoki Nishida

como fios.

Cresce como cabelos

Cresce como rios

difícil para os fracos.

a última que morre.

É igual esperança,

AMOR

A maioria não passa

Sem companheiros

carinhosos

A PROVA DO AMOR

A conquista é para dois

Por não serem virtuosos

E vivem de tristezas

Um desafio para cada pessoa

Mas para os vencedores

Com alegria e paixão

Thales Kenji O. Bastos

Não há nenhuma solidão

Para ver se ela merece

O Amor é um teste

Alguém que lhe traga vida boa

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Fundamental9anosos

Arthur

Cintia

Vivian

Marco Antonio

João Pedro

Júlia

Laura

Maria Gabriela

Isabella

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Fundamental9anosos

Professora Adriana Lilian Garcia

Quando tomamos consciência de

mundo, somos capazes de escolher decisões acertadas e, ao mesmo tempo,

termos uma observação mais crítica sobre o que é apresentado como verdade

dentro das realidades sociais. Por isso, a leitura e a escrita podem promover o

amadurecimento intelectual e cultural que nos possibilita enxergar a sociedade de maneira

diferenciada, contribuindo para que esta possa evoluir em prol da humanização do ser e da própria

natureza.

A produção escrita é muito mais que um ato de representação linguística, ela é um instrumento

que pode possibilitar uma “libertação” intelectual para o ser social. E é com base nestes preceitos

que o Colégio promove com muita satisfação o Concurso “Jovem Escritor”, para que seus alunos

tenham a oportunidade de vivenciar o quanto a leitura e a escrita viabilizam seu desenvolvimento

comunicativo, interpretativo e intelectual, além de promover a interação entre professor e aluno, já

que através desta dinâmica pode-se estabelecer além das prerrogativas afetivas, técnicas e

estruturais, uma possibilidade de diálogo sobre as experiências compartilhadas a partir das leituras

e das produções realizadas. Esta interação também tem uma abrangência muito significativa

quando se possibilita através da premiação uma relação de leitura parceira, que fundamenta e

estrutura a práxis leitora e o desenvolvimento criativo e crítico do aluno. Por isso é proposto aqui, a

valorização das redações realizadas pelos alunos para que cada vez mais haja esta interação e se

perpetue entre os pares sociais a valorização da formação leitora, comunicativa e linguística do

educando. Promover desafios, contestações, entusiasmo pela descoberta das possibilidades

interpretativas, linguísticas e principalmente a da plurissignificação das ideias é o caminho para

intensificar a reflexão sobre as próprias perspectivas existenciais. A produção escrita não pode ser

uma “pedra fundamental”, mas deve ser a “chave” para a descoberta da capacidade

representativa do pensar humano.

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Estava estacionada nada mais nada menos do que uma espécie de nave espacial.

E habitada! Dois seres voadores saíram dela para examinar o local. A menina,

corajosa e curiosa, foi em busca de respostas. Mas quando escapou de casa pela

janela, um clarão seguido por risadas foi presenciado por ela.

Era uma quarta-feira, e Luísa tinha aula no dia seguinte. Por isso, quando eram

21h00, ela foi se deitar. Estava exausta, mas sem conseguir descansar. Já havia

perdido a conta de quantas vezes havia acordado de pequenos cochilos. Uma dessas

acordadas se deu por conta do frio: a janela estava aberta. Luísa se levantou para

fechá-la, mas ao colocar sua atenção no quintal de sua casa, se deparou com algo

inédito.

ZONA DE CONFORTO

- Seja bem-vinda a Edadivon. Essa é uma dimensão com intuito de mostrar às

pessoas que sair de sua zona de conforto e tentar coisas novas é saudável.

Recebemos um chamado vindo de ninguém menos do que você mesma. Luísa, você

soube que poderia ser mais, apenas não sabia como. Seres humanos têm essa

carcterística de querer “deixar do jeito que está”. Não podemos mantê-la aqui por

muito tempo, então aqui está um presentinho.

Tonta e depois de um novo clarão, Luísa acordou em sua cama. Não conseguiu

pegar no sono de novo. Dessa vez, porque havia algo embaixo de seu travesseiro.

Algo do formato de um livro, originalmente em uma língua distinta, agora, traduzido.

Ao abrir os olhos, percebeu que estava dentro do veículo alienígena, cercada por

meia dúzia de seus viajantes. Sem entender nada, Luísa foi vítima de uma enxurrada

de perguntas em uma língua distinta. Assim que perceberam sua dificuldade, o

menor deles se dirigiu ao painel de controle e acionou o tradutor automático.

Laura de Almeida Biassio

Uma vez que perguntas dos dois lados foram respondidas, Luísa foi levada

rapidamente à dimensão de seus novos amigos. Ficou fascinada pelo fato de haver

livros por toda parte.

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Marco Antonio Hatzemarkou Ricordi

Chegando lá vimos um objeto muito brilhante e estranho, levamos para a escola

escondido dentro da mochila e quando o colocamos no chão e puxamos um laço que

havia nele, uma espécie de tubo pulou da caixa. Curiosos, eu e Lucas

queríamos saber o que tinha dentro do tubo.

Ao abrirmos o tubo vimos que tinha uma

carta muito velha escrita através de códigos.

Fomos correndo na informática da escola e

ficamos bastante tempo tentando achar o

significado daqueles códigos, mas não

conseguimos achar nada sobre aquilo.

A p ó s m a i s o u m e n o s u m a s e m a n a

tentando desvendar o significado daquele

código misterioso, decidimos desistir e

deixamos o objeto na minha casa.

OS ESTRANHOS CÓDIGOS

Foi numa quarta-feira quando tudo começou. Eu e meu amigo Lucas estávamos

indo para a aula de Educação Física quando vimos algo muito brilhante caindo do céu,

o objeto era tão brilhante que quase nos cegava. O objeto caiu muito rápido atrás da

escola, fugimos do porteiro da escola para ir ver o que era aquele misterioso objeto.

Ele nos faz bem

Até quando anoitece queremos a presença dele

“O AMOR É ÚNICO “

Queremos que o hoje seja o para sempre

Apesar de ser uma palavra tão breve

Ele nos traz maior vivência

Com a qual vem junto felicidade e tristeza

Mesmo quando nos machuca

Maria Gabriela Amaral Shintate

É um sentimento tão intenso

Ele nos amadurece

Desde quando amanhece

O amor é algo maior

O amor é minha, sua, sobrevivência

Nos faz hartos

É tão bom quando ele vem

Ele é contraditório.

E ao mesmo tempo é leve

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Após alguns meses, nós estávamos andando normalmente pela escola quando

pisamos num local onde percebemos que o chão era oco. Quando nós olhamos para o

chão, vimos que era uma espécie de tampa que havia lá. Com muita força,

conseguimos abrir a tampa e achamos uma folha onde estava escrita a tradução

daqueles códigos que havíamos achado.

Após ficarmos muito tempo traduzindo a carta descobrimos o que estava escrito

lá. A carta estava nos dando a coordenada de um local abandonado e também nos

dizia que teriam pessoas nos esperando para combatê-las. Nós dois fugimos

novamente da escola, porém, fomos algumas horas antes da aula acabar. Fomos

correndo para o local indicado para combatermos as pessoas que já estavam lá.

Foram 5 desafios. Os 4 primeiros foram de luta corporal, no 5° desafio tivemos que

fazer uma guerra de paintball, o qual foi mais difícil. No final dos desafios ganhamos

mais uma coordenada, um objeto estranho e 5 moedas também estranhas que não

sabíamos para que serviam.

Fomos para o próximo local indicado e também tivemos que passar 5 desafios,

porém eles eram mais difíceis. Os 4 primeiros eram de Kung-Fu e o 5° desafio era uma

guerra com armas de verdade. (esse último desafio foi mais complicado). No final

ganhamos mais uma coordenada, mais um objeto estranho e 10 moedas também

estranhas.

Após irmos para mais 2 lugares, fizemos todos os desafios e os ganhamos. Ao

final de tudo, ficamos com 4 objetos estranhos, 75 moedas também estranhas e uma

carta que dizia em códigos que deveríamos levar os 4 objetos para lá. Chegando lá,

deixamos os objetos e ficamos escondidos para ver o que aconteceria e quem iria lá

para buscá-los.

No momento em que menos esperávamos, uma espécie de nave espacial pousou

e de dentro dela desceu um alienígena. Ele pegou os objetos e quando estava

retornando para a nave, Lucas deu um grito. O ser de outro mundo nos achou e

começou a falar conosco. Ele nos disse que fomos verdadeiros guerreiros e que no

mundo dele os guerreiros ganhavam a medalha do dragão. Ele pegou esta tal

medalha e nos deu. Perguntamos para que serviam aquelas moedas

estranhas e ele nos disse que no mundo dele

aquelas moedas valem muito, mas que aqui na

Terra não valem nada. Após uma longa e

estranha conversa, nos despedimos dele e

voltamos para a casa, dividimos as

moedas entre nós e guardamos de

lembrança daquela incrível aventura

doida e estranha. Após isso tudo, nunca

mais ouvimos falar sobre nada parecido.

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ELES CHEGARAM AQUIIsabella Lopes Herrera

Neste dia, 26 de outubro, ocorreu o aparecimento de 12 novas naves, que

julgamos ser de extraterrestres.

Os lugares onde pousaram eram os mais diversos como: Angola, China, Brasil,

Chile, Canadá entre outros, porém não estabelecemos nenhuma relação entre eles.

Cada país investigou as naves de diferentes formas. O Canadá, por exemplo, se

aproximou e a observou por uma semana.

A nave tinha um dispositivo que abria uma porta a cada dezoito horas, por onde a

equipe entrou, vestindo roupas térmicas que além de flexíveis, isolavam baixas e

altas temperaturas e também impediam a contaminação.

Sem respostas a tantas perguntas feitas, os agentes entraram em ação. Em uma

expedição, foram convocados dois tradutores para tentar entender sua língua, um

agente do FBI e dois biólogos e físicos.

Os ETs foram chamados de heptapodes, pois tinham sete pés e falavam uma

língua de sinais que demorou muito para ser compreendida pelos pesquisadores e

tradutores.

A pessoa mais importante dessa equipe era Mary Baiken, que mais tarde, depois

de várias e várias visitas à nave extraterrestre, começou a ter visões sobre o futuro.

Depois de aproximadamente um mês, a nave foi embora, sem dizer seu propósito

na Terra. E Mary aceitou viver uma aventura com Robert, mesmo sabendo o final

dessa história.

Em uma dessas visões a tradutora vê Robert, outro integrante da equipe muito

próximo a ela se casando com ela própria; porém, após o casamento, ele desmaia e

fica em coma, o que fez Mary sofrer muito.

Após a visão, a tradutora fez uma nova expedição à nave quadrada, porém

sozinha, e lá pergunta se as visões eram feitos deles e se elas eram reais. Friamente,

respondem que sim às duas perguntas.

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Quando Maria estava lendo o quinto livro se deu conta de que já estava

escurecendo e correu para fechar tudo.

Eles haviam pegado os livros, pois adoravam ler, mas tinham poucos e os que

tinham, todos já haviam lido.

Era um dia chuvoso de outono em Maywater, uma pequena cidade no Sul da

Califórnia. Maria Edith, como de costume, estava lendo vários livros sentada em sua

cama. Já tinha lido três livros e não era nem meio dia. Seu quarto era todo feito de

livros, mesas de livros, estantes de livros para guardar mais livros. Era livro para

todos os lados.

Vendo que eles não queriam fazer nada de ruim, Maria Edith entendeu a situação

deles, pois ela amava ler e assim decidiu que ficariam juntos lendo e aprendendo

cada vez mais sobre tudo.

Quando a menina acordou estava em um lugar estranho, rodeada de seus livros e

os monstros que para a surpresa dela estavam lendo também. Quando viram que ela

tinha acordado, foram explicar tudo.

Voltou para seu quarto e começou a ler, quando ela passou a ouvir barulhos na

sala de leitura e na porta de entrada. Preocupada e com medo, decidiu ir ver o que era

aquele barulho. Quando estava na ponta da escada se deparou com enormes e

amedrontadoras figuras de monstros de um olho só que estavam roubando todos os

livros. Quando um deles se deparou com Maria ali vendo tudo, atacou ela fazendo-a

desmaiar.

UNIDOS PELA LEITURAJúlia Lencastre dos Santos

Ela estava sozinha em casa; era uma casa grande e assim como seu quarto, era

cheia de livros. Seu pai era professor de Literatura e sua mãe escrevia contos de

terror.

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TELETRANSPORTE ENTRE MUNDOSCintia Sayuri Nozawa

Eu vivia na correria do dia a dia; fazia tudo sem dar atenção aos detalhes, não me

importava se meus atos prejudicavam outras pessoas. Vivia sob pressão. Até que um

dia eu desmaiei e quando acordei tudo estava diferente: era como se eu não

conseguisse tocar os objetos, e meu corpo já não era mais feito de carne e osso.

Até o dia em que percebi que aquele outro mundo era como um jogo em que a

minha única saída era alcançando o objetivo final. Mas eu não sabia qual era ele.

Tentei de tudo: me exercitei, fiz amigos, mas nada adiantava. Chegou um ponto que

eu desisti, já que os esforços não valiam mais a pena. Fechei os olhos, me livrei de

tudo aquilo que estava me fazendo mal, abri-os.

De repente aquele fantasioso mundo, simplesmente, desapareceu. Tudo voltara

ao normal: eu podia tocar em tudo, conseguia sentir minha pele, até o tempo era o

mesmo de antes de eu desmaiar no meio da minha cozinha. Quando refleti e percebi

que o objetivo final era eu me sentir bem comigo mesma.

Feito uma louca, saí a perguntar o que era aquele lugar que se parecia com a

realidade, mas que era muito mais colorido. Porém a única resposta que obtive foi:

“Olá! Estamos na nossa fantástica escola! Qual o seu nome?”, e logo após, surgia um

sorriso no rosto de quem respondia.

Com o passar do tempo, eu fui me acostumando com aquela ideia; eu ainda não

gostava de ninguém, mas estava aprendendo a ser mais gentil e menos “dia a dia”.

Um sentimento complicado

Não dá pra descrever só com palavras

Esse tal sentimento de amar.

Arthur D’ Elboux

SENSAÇÃO SEM DEFINIÇÃO

Pois pode lhe causar dor

É aquele ao qual chamamos de amor

Não necessariamente é bom

É incrível pra qualquer amante.

O amor brinca com o coração

É algo difícil de explicar

Mesmo que por uma simples canção

Um sentimento belo e forte

Mesmo sendo mal compreendido

Transforma sua cabeça

Mas acaba sendo bem gratificante

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João Pedro Klouczek Santana Bulhões Dias

Por estes motivos, percebemos que a internet é como um oceano onde vivemos

na superfície sendo facilmente pescados pelas redes dos pescadores. As redes

sociais são perigosas, mas não por si só, e sim pela ganância.

Cada dia mais, a tecnologia está presente em nossas vidas por meio das redes

sociais, smartphones, computadores pessoais e até mesmo em nossos

eletrodomésticos. O mundo está se digitalizando e as pessoas também,

preocupando –se cada vez mais com o que é digital do que com a vida real.

Por meio desta alienação, paramos de sermos clientes das redes sociais e

viramos produtos na mão de empresas que vêm ditando como devemos pensar, em

quem devemos votar, o que devemos comer e quem devemos ser. Pessoas não bem

intencionadas podem usar isso para o mal, aliciando crianças e adolescentes que

costumam passar mais tempo nas redes sociais se expondo, e além disso, são

pessoas que estão em formação da personalidade e do discernimento e que podem

até serem influenciadas com mais facilidade.

VIDA DIGITAL

Hoje em dia as pessoas usam as redes sociais para serem o que não são, pensam e

opinam com o que não concordam para agradar os outros e também para causar uma

boa imagem, por isso acabam até esquecendo a realidade, e isto se torna uma forma

de alienação.

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Fez carinho no cachorro, que estava comendo, e foi embora.

Numa bela tarde, Dylan, um garoto de 16 anos, moreno e alto, estava passeando

pelo Central Park. Durante o caminho, avistou um cachorro de rua procurando

comida no lixo. Então, foi até ele e disse:

Vivian Negrini Portes de Almeida

Quando entrou num bar e perguntou ao dono, recebeu a resposta:

Desde este dia, os dois viam-se sempre de manhã e acabavam se divertindo

muito, como melhores amigos. Porém, certo dia, Dylan não encontrou seu amigo no

local em que ele, o cachorro, sempre o esperava. Neste momento, começou a entrar

em pânico e sair perguntando a várias pessoas se sabiam ou se tinham visto o cão.

Dylan saiu correndo e chorando. Quando chegou no local, disse:

- Oi, amigão! Eu tô aqui! Descanse em paz! Saiba que você mudou a minha vida e

que, realmente, o cachorro é o melhor amigo do homem!

- Ei, amigão! Vem aqui! – falou tirando um pequeno sanduíche de sua mochila.

No dia seguinte, em sua caminhada matinal pelo mesmo lugar, Dylan percebeu

que o cachorro estava seguindo-o. Assim que abaixou para fazer carinho, o cãozinho

pulou nele e começou a lambê-lo para mostrar seu afeto pelo garoto.

O MELHOR AMIGO DO HOMEM

- Ah sim! Este cachorro já estava muito velho e judiado. Acabou morrendo ontem à

noite, aqui em frente. Ia chamar você, pois vi o bem que fez a ele, mas não te

encontrei. Portanto, levei-o ao “Save the Animals” e pedi que esperassem, até 24

horas, um garoto procurá-lo. Então, vai lá!

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Ensino Médio1sériea

Izabela

Aline

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Ensino Médio1sériea

Professora Leticia Amoroso Gregio

Exercitar os olhos para a linguagem subjetiva e mergulhar nas

profundezas do sentido não é uma tarefa fácil, mas é fundamental para a nossa

formação e jornada enquanto cidadãos, seres atuantes, críticos e empáticos.

Saber posicionar-se, duvidar do que está na superfície, vestir a máscara de

oxigênio e imergir para buscar, lá no fundo, o que nos aparece escondido e

revela-se como tesouro: o pensamento crítico. Esse é o alicerce de nossas aulas

de redação. Mas a aventura não termina aí. Mais difícil ainda é sobreviver à

ressaca e transformar toda essa subjetividade em textos robustos, formais e

argumentativos. Certamente, como podemos constatar pelas produções que

aqui seguem, essa competência nossos alunos têm de sobra. Como marujos

incansáveis, encararam muitos temas debatidos ao longo do semestre: futebol

e política, grafite, humor, consumismo, intervenção militar, violência contra a

mulher, pessoas desaparecidas, ciberativismo, crise habitacional etc. Até

mesmo a aula de Biologia serviu de inspiração para uma simpática história

infantil. Ser jovem hoje é saber manter o equilíbrio frente a uma enorme onda de

informações que passa e leva tudo com ela. O resultado? É o que vemos adiante.

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Mesmo que o comediante em questão não esteja mal intencionado com relação

ao humor, ou até visando proporcionar uma crítica social, existem indivíduos que

podem interpretar essa piada, teoricamente ingênua, como impulso para levá-la a

outro patamar e usá-la de forma discriminatória e com objetivo de ofender ou até

violentar o grupo alvo. Ou seja, aquela comédia sem fins ofensivos acaba se

transformando em ódio. E, de acordo com os artigos terceiro e quinto da

constituição federal, é necessário limitar o humor quando este instiga violência e

discriminação ou preconceito, ou se faz desse um problema insignificante.

HUMORCaio Wakai

Um assunto alvo de muita discussão na atualidade é o humor “preconceituoso”

por assim dizer, se este é capaz de afetar um pensamento e o quanto ele pode ser

protegido pela chamada liberdade de expressão. Este tema é muito polêmico, pois

há os que pensam que não existe problema em usar este tipo de humor, que é apenas

uma sátira com algo que já existe, e há os que pensam o contrário, que estas piadas

podem sim ofender e que deve haver um limite para esta liberdade. A partir do

momento em que o humor instiga discriminação e violência real para com as

minorias, essas piadas precisam cessar. Além de que existem maneiras mais

inteligentes de se fazer comédia.

Existem muitas outras maneiras mais inteligentes de comédia que não sendo

atingindo as minorias, como, por exemplo, retratar situações do dia a dia, histórias

engraçadas que aconteceram com o falante, política etc. Além disso, piadas

preconceituosas tendem a ser categorizadas como humor fácil, aquele que qualquer

um seria capaz de fazer sem esforço e por isso não é muito prestigiado. Por outro

lado, humoristas que usam mais da criatividade podem ficar mais populares e

respeitados.

Não existe uma gama muito variada de soluções plausíveis para este problema. A

mais óbvia e eficiente delas seria o alerta aos comediantes de que aqueles que

usarem deste tipo de humor serão penalizados, além de apoiar aqueles

que realmente usam da comédia inteligente seja financeiramente ou

com propagandas, por meio do estado ou até

iniciativas privadas. Assim, teremos uma

sociedade mais justa, porém, sem abrir mão

da diversão.

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A democracia dá o direito a todos de exporem seus posicionamentos políticos e

os jogadores não são exceções. Com a grande repercussão que o futebol tem no país,

a opinião política deles pode influenciar o torcedor, porém, isso não é

necessariamente ruim, pois promoverá mais debates sobre o assunto e, de alguma

forma, fará com que o governo fique mais atento à opinião da população.

Além disso, durante muitos anos, o esporte foi um dos principais meios de

alienação, sendo facilmente colocado em um patamar de importância igual ou maior

que o da política. De modo que, na copa de 70, por exemplo, o governo se aproveitou

da vitória brasileira para fazer propaganda da ditadura. Ainda hoje se utiliza o futebol

como forma de esquecer ou acobertar algo que não pode ser ignorado: a política. Por

isso, ao invés de deixar que a política do “pão e circo” prospere, os jogadores e

torcedores podem mostrar seu descontentamento por intermédio de um dos

maiores meios de controle.

Com isso, o esporte, embora ainda hoje seja uma forma de alienação, pode ser

utilizado como uma forma de protesto em massa, discordando dos abusos

governamentais e encorajando a população a discutir ainda mais sobre os assuntos

que regem nosso país.

POLÍTICA NO FUTEBOL: ALIENAÇÃO OU PROTESTO?Aline Garcia

Futebol e política são duas das coisas mais presentes na vida dos brasileiros em

geral. Ainda há o pensamento de que é ruim discutir esses assuntos por causa das

divergentes opiniões. Porém, dada a presente situação política do Brasil, acredita-

se que, agora, mais do que nunca, devemos debater. Afinal, o esporte foi e ainda é um

meio de forte alienação e, justamente por causa disso, ele também pode ser um meio

de protesto.

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Muitas pessoas ainda pensam que o grafite é apenas um nome diferente dado à

pichação e acabam não considerando nenhum dos dois arte. Mas, também, há

pessoas que consideram o grafite arte, e essa discordância causa polêmica e

discussões. A pichação no Brasil é considerada crime ambiental, e, como o grafite

muitas vezes é confundido com ela, atos ignorantes acontecem. Em fevereiro de

2016, grafiteiros foram torturados no Rio de Janeiro por simplesmente estarem

doando sua arte e trabalho para a cidade.

Izabela Hiromi

CIDADES: AS TELAS DA ARTE URBANA

O grafite já foi considerado crime, na época da ditadura militar foi utilizado para

pedir Diretas Já, mas, hoje em dia, não é mais. As pessoas que o veem da maneira que

deve ser visto acreditam que o grafite é uma arte que está inserida na nossa cultura

desde a década de 80. Entretanto, essa forma de protesto só foi reconhecida como

arte em 2011.

A arte é uma forma de expressão que nos faz sentir sensações, impressões e que,

por isso, nos humaniza. Ela está presente em tudo. O grafite é um tipo de arte, a arte

da rua, em que os desenhos são as obras primas, as quais são inscritas em muros e

paredes de uma cidade, que nesse caso, seriam a tela da obra.

Estabelece-se, então, que o grafite é um gênero da arte urbana, e a pichação, que

geralmente nos remete a política e a reclamações, é considerada crime, por

degradar a cidade.

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Quando eu tinha 10 anos, ao narrar a um amigo

uma história que havia lido, inventei para ela um fim

diferente, que me parecia melhor. Resolvi então escrever as minhas próprias histórias.

Durante o meu curso de ginásio, fui estimulado pelo fato de ser sempre dos melhores

em português e dos piores em matemática – o que, para mim, significava que eu tinha

jeito para escritor.

Naquela época os programas de rádio faziam tanto sucesso quanto os de televisão

hoje em dia, e uma revista semanal do Rio, especializada em rádio, mantinha um

concurso permanente de crônicas sob o titulo “O Que Pensam Os Rádio-Ouvintes”. Eu

tinha 12, 13 anos, e não pensava grande coisa, mas minha irmã Berenice me animava a

concorrer, passando à máquina as minhas crônicas e mandando-as para o concurso.

Mandava várias por semana, e era natural que volta e meia uma fosse premiada.

Passei a escrever contos policiais, influenciado pelas minhas leituras do gênero. Meu

autor predileto era Edgar Wallace. Pouco depois passaria a viver sob a influência do livro

mais sensacional que já li na minha vida, que foi o Winnetou de Karl May, cujas aventuras

procurava imitar nos meus escritos.

Mas nada se pode comparar à ajuda que recebi nesta primeira fase dos escritores de

minha terra Guilhermino César, João Etienne Filho e Murilo Rubião - e, um pouco mais

tarde, de Marques Rebelo e Mário de Andrade, por ocasião da publicação do meu

primeiro livro, aos 18 anos.

A partir dos 14 anos comecei a escrever histórias “mais sérias”, com pretensão

literária. Muito me ajudou, neste início de carreira,ter aprendido datilografia na velha

máquina Remington do escritório de meu pai. E a mania que passei a ter de estudar

gramática e conhecer bem a língua me foi bastante útil.

De tudo, o mais precioso à minha formação, todavia, talvez tenha sido a amizade que

me ligou desde então e pela vida afora a Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende e Paulo

Mendes Campos, tendo como inspiração comum o culto à Literatura.

Crônica de Fernando COMO COMECEI A ESCREVER

SABINO

FERNANDO SABINO

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Maria Eduarda

Beatriz

Carlos

Rodrigo

Vitória

Amanda

Fernanda

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Professora Leticia Amoroso Gregio

Exercitar os olhos para a linguagem subjetiva e mergulhar nas

profundezas do sentido não é uma tarefa fácil, mas é fundamental para a nossa

formação e jornada enquanto cidadãos, seres atuantes, críticos e empáticos.

Saber posicionar-se, duvidar do que está na superfície, vestir a máscara de

oxigênio e imergir para buscar, lá no fundo, o que nos aparece escondido e

revela-se como tesouro: o pensamento crítico. Esse é o alicerce de nossas aulas

de redação. Mas a aventura não termina aí. Mais difícil ainda é sobreviver à

ressaca e transformar toda essa subjetividade em textos robustos, formais e

argumentativos. Certamente, como podemos constatar pelas produções que

aqui seguem, essa competência nossos alunos têm de sobra. Como marujos

incansáveis, encararam muitos temas debatidos ao longo do semestre: futebol

e política, grafite, humor, consumismo, intervenção militar, violência contra a

mulher, pessoas desaparecidas, ciberativismo, crise habitacional etc. Até

mesmo a aula de Biologia serviu de inspiração para uma simpática história

infantil. Ser jovem hoje é saber manter o equilíbrio frente a uma enorme onda de

informações que passa e leva tudo com ela. O resultado? É o que vemos adiante.

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POLÍCIA, PRESENTE!Vitória Aranha

O Brasil é um país populoso, mas de grande extensão territorial, mesmo assim a

população tende a se concentrar nas grandes capitais, que já não suportam o

aglomerado, fazendo com que surjam as favelas, conjuntos de moradias

predominantemente pobres. Esses lugares carregam uma carga cultural de tráfico

de drogas, violência e marginalização, ainda que não resumidos apenas a isso.

Entretanto, a solução desses problemas não está em aumentar mais ainda o poder

da polícia.

Além de música, dança e outros elementos culturais, as comunidades brasileiras

também têm um histórico de drogas, armas e abusos, que chegam a corromper

crianças, levando-as a cometer atos ilegais. Nesse cenário, quem detém o poder são

os chefes de tráfico, aos quais os moradores sempre devem recorrer quando há

algum problema. Então, caso a polícia tente assumir seu posto de soberanos na

favela, o resultado são tiroteios, homicídios e histórias para se lamentar, sem que

nada tenha sido resolvido.

A polícia é essencial para manter a ordem e a segurança de determinado local,

desde que haja consciência de seus limites e deveres. Para que haja organização e

bem-estar, os policiais devem ser mais uma peça ativa da comunidade e não os

detentores do poder absoluto. Paralelamente, as comunidades devem

se organizar e promover ações para seus moradores, ativando e

cobrando acessos a educação, saúde, cultura e

lazer a todos.

Os casos de mortes de ativistas que procuram melhorar as condições das

comunidades são vários, como o de Marielle Franco, moradora do Rio de Janeiro,

vereadora, mulher e negra que, junto a seu motorista, Anderson Gomes, foi

executada. Marielle era contra a ação clandestina de policiais no país e sua morte

sensibilizou e movimentou pessoas de todo o Brasil. Até a Organização das Nações

Unidas (ONU) pediu para que investigassem mais a fundo o ocorrido, pois

explicações superficiais não foram suficientes. Esse caso reacendeu o debate sobre

o papel do governo na segurança das favelas, ainda mais com a intervenção militar no

Rio de Janeiro.

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No ano de 2017, a Rede Globo de Televisão transmitiu, no horário nobre, a novela

“A Força do Querer”. Nessa obra, um dos núcleos retratava a vida de uma mulher que,

acidentalmente, entrou para o tráfico de drogas e, juntamente a isso, passou a

frequentar um ambiente extremamente hostil e perigoso: a favela. Essas

comunidades são diariamente assoladas por tiroteios, gerados pelo incessante e

desnecessário conflito entre as forças militares e os traficantes, os quais foram

abandonados pelo Estado, sem muito acesso ao estudo (em várias situações), sendo

necessário, com uso de forças de educação e melhora de infraestrutura, acabar com

essa desumana e lastimável realidade.

O governo deve, portanto, elaborar ações militares meticulosamente,

planejando cada movimento e, principalmente, melhorar o direcionamento de

verbas, focando nos 6% da população que vivem em condições inviáveis e

insalubres, utilizando o dinheiro gerado pelos impostos

para investir na construção de escolas,

h o s p i t a i s , c e n t r o s c u l t u ra i s e o u t ra s

i n s t i t u i ç õ e s v o l t a d a s p a r a o b o m

desenvolvimento. Dessa forma, o Estado irá

fornecer melhores condições ao país e,

consequentemente, serão dadas mais

oportunidades a indivíduos menos

privilegiados, com a batalha contra a

marginalização de promissores jovens.

Há, também, a precária situação de várias famílias brasileiras, gerada por causa

de uma grave negligência para com o sistema público do país, em que a educação se

apresenta, em vários casos, como um empecilho para a evolução da nação visto que,

diversas vezes, não há transporte adequado para os estudantes e sequer é oferecido

um bom material. Fatores limitantes como os descritos levam milhares de jovens a

não frequentarem escolas e, portanto, viabilizam o aliciamento para grupos

malfeitores.

Carlos Akio

Apesar de, em comunidades carentes, haver diversas pessoas ligadas ao crime,

também existem indivíduos que evitam sair de suas casas para não serem atingidos

por balas perdidas saídas de diversos confrontos. O medo não deveria limitar a

população, mas, infelizmente, ações como a intervenção no Rio de Janeiro, por

exemplo, aparentam ter surtido um efeito negativo, impulsionando ações

criminosas ao invés de desestimulá-las. Assim, deve-se pensar na proteção dos

inocentes, viabilizando a retirada, por parte do governo, de todos que não estejam

ligados a atividades ilícitas, garantindo moradias em locais seguros e confortáveis.

CRIME - 7 X 1 - EDUCAÇÃO

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Manifestações políticas em meio ao futebol, como o caso do ex jogador do

Corinthians, Walter Casagrande, que diz que em 1982 fez um show para pedir a

redemocratização no Brasil, são muito importantes, visto que estamos em um país

movido pela cultura da paixão, isto é, da emoção. Trazer a política para o esporte

pode fazer o torcedor brasileiro ter mais o uso da razão e diminuir certa alienação e

analfabetismo político, pois participarão ou pelo menos terão mais acesso à

informação sobre o assunto.

Eventos esportivos foram criados há séculos, em Roma, quando o Imperador da

época mandou construir o Coliseu. Sua intenção era fazer o povo se distrair,

desviando a atenção do Império. Ele dizia: “Dê ao povo comida e diversão que eles

esquecem o resto”. Esse tipo de alienação se perpetuará caso não haja interação

entre futebol e a política, pois as pessoas continuarão a consumir o entretenimento

oferecido, sem antes se importar com questões políticas que influenciam muito

mais suas vidas que o futebol, por exemplo.

Dessa forma, fica evidente a importância da política inserida no futebol, e em

esportes no geral, visto que influenciará as pessoas positivamente. Muitos terão

acesso ao entretenimento, mas sem que isso cause alienação e, por consequência,

ao analfabetismo político.

Vivemos em um país em que o futebol está enraizado. Faz parte da cultura

brasileira ter paixão por tal esporte, ir a estádios, torcer e defender seu time. Já

quando se trata de política, poucos são aqueles interessados em conversar e/ou

debater, o que causa o chamado “analfabetismo político”. Com essa cultura bem

antiga, fica evidente a importância de unir o futebol à política.

Beatriz Reis

FUTEBOL E ALIENAÇÃO

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NÃO É NÃOMaria Eduarda Salles Trevizani

O documentário “Chega de Fiu Fiu” mostra como a presença das mulheres nos

espaços públicos é marcada por inseguranças. Em uma sociedade em que a mulher

vem conquistando seus diretos de igualdade, as ruas ainda refletem a cultura do

machismo, por meio de assédios verbais e físicos.

Uma pesquisa online realizada pelo blog Think Olga mostrou que de 7.762

participantes, 99,6% afirmam já terem sido alvos de algum tipo de assédio nas ruas.

Esses dados demonstram que o medo de ter sua privacidade invadida é real e

presente na vida das vítimas, um medo que muitas vezes é gerado devido a sua

condição de gênero.

Uma solução para diminuição desses casos é o governo brasileiro incrementar

leis com penas maiores para os assediadores, criação de aplicativos em que a vítima

consegue denunciar e ter acesso a relatos de outras que superaram o medo e

denunciaram o assédio. A mulher não deve se calar diante da sociedade. Não é Não!

Basta o homem aceitar que as mesmas não são objetos sexuais ou vítimas frágeis.

Há pessoas que ainda justificam esse ato pela vestimenta da vítima, por ser

muito curta ou decotada, porém, esse conceito vai contra os direitos de liberdade de

expressão. Segundo a constituição, o cidadão tem o direito de usar a roupa que

deseja sem se tornar uma vítima; contudo, muitas mulheres optam por roupas que

não mostram o corpo por segurança e medo.

Fernanda Ribeiro

Após a industrialização, foi criada uma mentalidade de que quanto mais se

consome mais se tem garantias de bem-estar e de valorização. O consumismo

consegue estar presente em todos os lugares do mundo, já que na atualidade as

pessoas são avaliadas pelo que têm e não pelo que são. Além disso, colabora com o

aumento da violência, podendo ser causada por pessoas de classe baixa

devido seu baixo poder aquisitivo.

UM OUTRO LADO DO CONSUMISMO

Alguns falam que é a força que move o

dinheiro, outros dizem que pode ser a causa

de tanta fome no mundo, mas esse tal

consumismo é uma forma ruim de se viver.

A alegria momentânea que a pessoa

sente ao comprar algo que tinha o desejo

de ter é rapidamente substituída pela

frustração de ainda não ter o bastante. Faz

com que o indivíduo realize qualquer coisa

para ter aquele objeto que tanto almeja.

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Vê-se que as pessoas tendem a avaliar o grau de importância social umas das

outras, à primeira vista e em curto período. Isto, somente com base em roupas,

calçados, acessórios e telefone celular, sendo que quanto mais caros forem os itens

maior o valor atribuído à pessoa. Isto ocorre devido à valorização do poder de

consumo, algo remanescente do pensamento americano logo após a Primeira

Guerra Mundial, chamado “American way of life”.

Comprar e exibir itens para os outros

avaliarem e assim assumirem o grau de

importância como consumidor é prática

comum da atualidade. Mesmo não sendo

necessários, tais itens são comprados

desenfreadamente por diversas pessoas,

em diferentes locais do mundo globalizado,

pelo mesmo motivo.

VENDE-SE UMA BOA PRIMEIRA IMPRESSÃORodrigo Volpe Battistin

Desse modo, adquirir bens que proporcionem um aumento do prestígio social,

aos olhos dos outros, torna-se o objetivo principal do consumidor, muitas vezes em

detrimento da compra de produtos realmente necessários. As mercadorias

adquiridas somente para manter a estética são, ainda, frequentemente caras

demais para a renda do comprador. Isso é comprovado pela divergência entre os

conceitos de “consciência de classe” e “consciência de status” do

sociólogo Max Weber, já que a maioria desconheceria

sua classe, mas não seu status.

O atual mundo globalizado caracteriza-se, em sua maioria, pelo consumo

exacerbado e até mesmo viciante, operado pelo capitalismo e gerido pelo

materialismo, vista a valorização social dos bens materiais. A necessidade sentida

pela sociedade de manter um status elevado é a força motriz do consumismo

desenfreado e sem sentido.

Levando-se em consideração esses aspectos, o consumismo é um grande fator

de contribuição para amplas problemáticas, como o aumento da violência. O mundo

em que hoje vivemos está ficando bem mais perigoso do que já é.

Sabe-se que o consumismo impulsivo das pessoas contribui também no

aumento da violência. São registrados casos de furtos, roubos, estupros (não muitos

comuns, mas possíveis de acontecer) e até mortes. Podem ser causados por pessoas

de classe baixa, que não têm condições financeiras de comprar muitos objetos

dados como “na moda”, por desejo e/ou inveja de ter as mesmas coisas que um

indivíduo de classe média alta obtém.

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O CICLO VICIOSO DO CONSUMISMOAmanda Lima Stricagnolo

Após a revolução industrial, o mundo nunca mais foi o mesmo. A industrialização

agilizou o processo de fabricação, gerando produtos mais acessíveis às camadas

populares. Desde então, as pessoas compram excessivamente, como uma saída de

emergência. Se estão felizes, compram para comemorar, se estão tristes, compram

para se sentirem melhor. No entanto, nem todos que se deixam levar por esses luxos

têm condições de bancá-los, tendo que trabalhar mais para pagar suas dívidas. Com

o trabalho intenso, a pessoa se esgota e, para compensar seu cansaço, compra,

iniciando assim um ciclo vicioso.

A publicidade é o maior meio para o capitalismo atingir seu objetivo. Este método

é o mais eficaz e lucrativo para as empresas anunciantes, principalmente quando é

direcionado às crianças, pois são consumistas em massa e fáceis de influenciar.

Como diz o ditado, “a propaganda é a alma do negócio”. Por esta razão, somos

bombardeados por imagens ou jingles inesquecíveis e extremamente criativos,

capazes de nos conquistar. E não para por aí, até mesmo o design de shoppings é

pensado para que passemos na frente de inúmeras vitrines, apenas para trocar de

escada rolante.

Compreendemos, então, que o consumismo é um fruto do capitalismo, no qual a

sociedade se submete a qualquer situação para obter algo desnecessário que

deseja e a publicidade é a maior arma para este processo, influenciando desde

crianças até idosos. Como defendeu George Owell, “ A massa mantém a marca, a

marca mantém a mídia e a mídia controla a massa”.

A sociedade do consumo é um termo utilizado para representar os avanços e a

produção do sistema capitalista, no qual o desenvolvimento econômico e social é

pautado pelo consumismo, compulsão que leva o indivíduo a comprar de forma

ilimitada e sem necessidade bens e mercadorias. Este consumo desesperado e

compulsivo faz com que o cidadão se sinta encaixado nos padrões do mundo

consumista, quando na verdade isto é um falso prazer e realmente uma ilusão.

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Ensino Médio3sériea

Giovana

Giulia

Giovana

Laura

Maria Júlia

Priscila

Paula

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Ensino Médio3sériea

Professora Leticia Amoroso Gregio

Exercitar os olhos para a linguagem subjetiva e mergulhar nas

profundezas do sentido não é uma tarefa fácil, mas é fundamental para a nossa

formação e jornada enquanto cidadãos, seres atuantes, críticos e empáticos.

Saber posicionar-se, duvidar do que está na superfície, vestir a máscara de

oxigênio e imergir para buscar, lá no fundo, o que nos aparece escondido e

revela-se como tesouro: o pensamento crítico. Esse é o alicerce de nossas aulas

de redação. Mas a aventura não termina aí. Mais difícil ainda é sobreviver à

ressaca e transformar toda essa subjetividade em textos robustos, formais e

argumentativos. Certamente, como podemos constatar pelas produções que

aqui seguem, essa competência nossos alunos têm de sobra. Como marujos

incansáveis, encararam muitos temas debatidos ao longo do semestre: futebol

e política, grafite, humor, consumismo, intervenção militar, violência contra a

mulher, pessoas desaparecidas, ciberativismo, crise habitacional etc. Até

mesmo a aula de Biologia serviu de inspiração para uma simpática história

infantil. Ser jovem hoje é saber manter o equilíbrio frente a uma enorme onda de

informações que passa e leva tudo com ela. O resultado? É o que vemos adiante.

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O desaparecimento não pode ser um número empilhado em um banco de dados,

nem um caso entre os inúmeros boletins de ocorrência. São nomes, são histórias, são

os resultados de se morar em um país violento. Os desaparecimentos

são pessoas desesperadas e pessoas que desistiram; são famílias

com fé e famílias sem esperança alguma; são as

esposas, os maridos, os filhos, as mães, os

pais, os namorados e os amigos, que

sobrevivem congelados pensando naquele

último dia e tentando entender, contando

os meses, os anos e o tempo, confinados

na dor de não saber, pendurados entre

esperança e desespero, procurando e se

perguntando “se e quando alguém vai voltar”.

O fim da ditadura militar trouxe uma redução da preocupação da sociedade e do

governo em relação aos casos de desaparecimento, contudo, o fenômeno ainda é

real e constante, e não é corretamente investigado. Sem suspeitas e sem provas, e

diversas vezes contando apenas com a esperança, a família e os amigos são os

únicos que continuam na busca, procurando por um nome e por um fim. Exemplos

disso são os sites criados e a divulgação nas redes sociais.

Sabe-se através das mídias o quanto é comum a investigação de homicídios, a

resolução de um crime, o julgamento de um assassino. Pouco se fala dos

desaparecimentos, dos eventos incomuns e sem explicação, dos casos que não se

classificam como crime e das pessoas que tiveram a vida transformada pelo

desaparecimento de alguém querido. Pouco se comenta a respeito das famílias

exercendo um papel que o governo não cumpre, feito policiais e investigadores, indo

atrás dos desaparecidos que constam em registros e listas, como a das 71796

pessoas que não voltaram para casa apenas no ano passado.

Calcula-se que 190 pessoas somem por dia no Brasil, e que São Paulo se encontra

no topo da lista, apesar de ser considerado como um Estado seguro. As causas

podem variar, desde desaparecimento por vontade própria até sequestro e

homicídio, mas os números conservam-se os mesmos, bem como o descaso e a falta

de interesse do governo em dar nome a esse tipo de perda.

VÍTIMAS DA ESPERANÇALaura Wakai

A solução não consiste apenas em reforçar a integração dos órgãos para que os

dados se cruzem, como é necessário também uma maior vigilância da lei e

comprometimento com a verdade, sem omiti-la ou manipula-la. A tecnologia atual

pode contribuir com um sistema melhor de organização de dados, bem como com a

construção de sites para grupos de apoio e divulgação dos desaparecidos.

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Enquanto era criança, Mimi gostava muito de brincar de esconde-esconde com

seus irmãos dentro de sua casa, e ela sempre se escondia muito bem. Mas, um dia, a

formiguinha quis saber se existia alguma coisa além do formigueiro porque sempre

que via seus tios aos domingos, eles diziam que às segundas-feiras precisariam

trabalhar, e sempre voltavam ao fim da tarde segurando seus capacetes de operário

e suas lanternas. A pequena formiguinha começou a ficar curiosa, mas ela não deu

muita importância no início.

- Sim. Para eu poder trabalhar igual aos meus irmãos.

- Mas você não pode trabalhar Mimi! Você é uma princesa!

-Mamãe, a senhora se esqueceu de deixar minhas ferramentas no meu quarto.

Priscila Cesarino

- Vai ver tem algum encanamento solto em um dos túneis do formigueiro. -

pensou.

-Ferramentas?

SAUDADES DE CASA

Era uma vez, em um jardim muito bonito, um formigueiro. Nesse formigueiro,

moravam mais de mil formigas, e todas eram muito amigas. Tudo parecia normal

naquela manhã, exceto por um motivo: a formiga rainha havia descoberto que estava

grávida e passou a achar que o formigueiro era muito pequeno. Quando seus bebês

nasceram, ela ordenou que todos os seus ajudantes trabalhassem até tarde para que

sua casa ficasse cada vez maior. A formiga rainha deu à luz vários bebês e, dentre

todos os filhotinhos, estava Mimi, a mais velha de seus irmãos e também a mais nova

princesa do formigueiro.

Conforme o tempo foi passando, Mimi percebeu que sua mãe, a rainha, decidiu

enviar seus irmãos para trabalhar, e todos eles ganharam capacetes e lanternas, mas

ela não os recebeu. Muito confusa com a situação, a formiguinha foi até sua mãe

perguntar por que haviam se esquecido de lhe entregar um capacete e uma lanterna.

- Nem se eu quiser, a senhora não vai deixar?

- Escute, minha filha. Em uma casa grande como a nossa, vivemos todos em

sociedade. Cada um tem uma responsabilidade. Alguns

concertam os encanamentos, outros buscam

comida e as princesas, como você, se

preparam para um dia tomarem conta de

tudo o que acontece aqui dentro. Essa é a

profissão mais importante de todas, filha.

- Mas... E quanto a sair para além dos

túneis do formigueiro?

- Em hipótese alguma! Nem rainhas,

muito menos princesas como você podem

sair!

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- Por quê? Eu já sou grande!

- Chega de perguntas. Eu preciso trabalhar.

Mimi saiu do quarto da rainha e ficou pensando. Ela não podia trabalhar, mas

seus irmãos podiam. Então, ela teve uma ideia:

E foi isso que ela fez. Em todos os almoços em família, Mimi perguntava a seus

irmãos mais novos o que eles faziam no trabalho e como era sair de dentro do

formigueiro, e eles lhe contavam tudo.

- Logo quando a gente sai, o chão é verde! Eles chamam aquilo de grama, e às

vezes eu vejo até algumas flores, que são muito coloridas e muito cheirosas. –disse

um deles.

- E também tem muitas folhas e flores bonitas lá fora, aquelas que alimentam os

fungos que comemos. Você só precisa tomar cuidado com os predadores. Não pode

ficar lá fora durante a noite. -Disse o outro

- Eu adoraria poder sair daqui igual a vocês, mas acho que a mamãe nunca

deixaria.

- Por que você não tenta?

- Você quer dizer fugir?

- Vamos lá, Mimi! Vai ser legal! Nós iremos te ajudar!

- Tudo bem, mas a mamãe não pode desconfiar de nada.

- Não vamos deixar. Amanhã de manhã colocaremos um capacete e uma lanterna

no seu quarto. Vista eles antes de sair, senão todo mundo vai saber que é você. Vamos

amanhã bem cedinho.

- Tudo bem. Não vou desapontá-los!

- Já que eu não posso sair daqui, eu vou pedir aos meus irmãos que me contem

tudo sobre lá fora!

No dia seguinte, Mimi fez exatamente como combinado. Acordou bem cedinho,

colocou seu capacete e sua lanterna e saiu de seu quarto. Quando encontrou seus

irmãos, eles já estavam prontos para trabalhar e todos foram em direção à saída. A

formiguinha estava muito ansiosa e não parava de falar de suas expectativas com a

experiência.

Quando saíram do formigueiro, o chão era

realmente verde e mais à frente, havia um

enorme canteiro cheio de flores, bonitas e

cheirosas, iguais às que seu irmão tinha lhe

falado no dia anterior. Ela se sentiu livre.

Saiu correndo pelo campo e subindo nas

flores. Quando estava lá no alto, viu bem

de longe as formigas que trabalhavam

aumentando o tamanho do formigueiro.

Curiosa, Mimi foi até lá.

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- Será que eu posso ajudar?

Dentro do formigueiro, sua mãe procurava por ela, até que perguntou para seus

dois irmãos mais novos.

- Desculpe, mamãe. Achamos que ela tivesse voltado com as formigas

construtoras, não sabíamos que ela pudesse se perder!

- Claro que pode!

- Tem certeza? Vocês não a levaram para fora, levaram?

- Nós encontramos os tijolos aqui no chão. Depois é só carregá-los até aqui e

colocar um em cima do outro até ficar do jeito que a rainha pediu.

- Como vocês fazem isso? -Perguntou ela, espantada.

Mimi ficou muito feliz e começou a procurar tijolos em todo lugar. Sempre que

encontrava um, corria para encaixá-lo na parede. Infelizmente, ela acabou se

distanciando demais e quando voltou, não havia mais ninguém ali. A formiguinha

ficou preocupada e correu para a entrada do formigueiro, mas a porta já estava

trancada. O sol começou a se pôr e isso começou a assustá-la.

- Meninos, vocês viram Mimi?

Somente depois da pergunta eles se lembraram de que não a viram voltar, mas

achavam que ela tinha feito amizade com as construtoras e que havia voltado com

elas.

- Não a vimos mamãe.

- O que vamos fazer?

- Alguém? Socorro! Socorro! Abram a porta, por favor!

E os meninos foram. Olharam em todos os quartos, todos os corredores,

banheiros e salas até chegarem ao portão.

- Quem está ai? Sou eu, Mimi! Abram a porta, por favor!

- A mamãe sabe, não é?

Apesar de muito assustada, a

formiguinha sabia que essa seria a melhor

forma de resolver todo o problema.

- Escute! Alguém está pedindo socorro! Parece vir do lado de fora da porta.

Preocupados, os meninos destrancaram a

porta e Mimi pode finalmente entrar. Seus

irmãos lhe deram um abraço e disseram que

estavam muito felizes que ela estava a salvo.

- Mimi?

- Meninos! Vocês sabiam que lá fora tem muitos predadores a essa hora?! Ela

deve estar com muito medo!

- Sabe. Desculpe Mimi. Ela pediu para

você ir até o quarto dela para conversar.

-Vocês irão até o portão e irão procurá-la em todo o lugar!

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- Eu já decidi. Vou embora amanhã e vou construir o formigueiro mais lindo que a

senhora já viu!

- Eu tenho muitas outras irmãs. Você pode pedir a uma delas.

- Esse presente é para você lembrar todos os dias da sua antiga casa e começar a

construir o seu castelo a partir dele.

- E quem te disse que eu quero ser uma princesa? Eu não quero viver presa aqui

para sempre! Eu quero construir minha casa!

E assim foi feito. Com a ajuda de suas irmãs construtoras, Mimi enterrou o

tijolinho no chão e, daquele único pedaço, com muito esforço e persistência, ergueu

seu próprio castelo. A pequena e frágil formiguinha nunca imaginou que de uma parte

tão pequenininha de sua antiga casa ela pudesse construir o maior e mais bonito

formigueiro do mundo. Hoje, Mimi já se tornou uma linda adulta e pode sair para

visitar sua mãe e seus irmãos sempre que sente saudades.

- Eu vou. Prometo.

- Vá arrumar suas malas, então, querida.

- E quem vai ser a nossa princesa?

- Tome cuidado, filha.

- O que foi?

- Mamãe, a senhora queria conversar comigo?

- Mimi...

No dia seguinte, já com as malas prontas, Mimi colocou seu chapéu e foi até o

salão de festas para se despedir de todos com um grande sorriso.

- Mimi, venha aqui. – disse sua mãe

- Quero te dar um presente.

A rainha, então, entregou à Mimi um lindo embrulho com um tijolinho do

formigueiro e disse:

- Onde você estava com a cabeça?! Fugir desse jeito, filha! Isso não é

comportamento de uma princesa!

- Obrigada, mamãe. Eu te amo e vou sentir muitas saudades.

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O nascimento desse novo padrão desencadeou uma grande mudança na forma

como as pessoas enxergam seus corpos e como as marcas e a moda passam a

percebê-los. Deixa-se de considerar o corpo tanto feminino quanto masculino como

uma extensão do homem em si para tratá-los como um objeto de decoração, desejo,

que deve ter certo formato, certo tamanho, sem considerar biotipos ou saúde; dessa

forma, as modelos das grandes marcas, assim como as peças, são em sua maioria

magras, “malhadas”, cópias inatingíveis da Senhora Padrão. Nesse momento, chega-

se a alguns problemas, o primeiro deles é a noção irreal de perfeição atrelada ao

pertencer ao padrão; em segundo lugar, tem-se a ideia da cópia, a forma como tantas

pessoas fazem de tudo para se encaixarem e se tornarem iguais a Ela com a

justificativa de buscarem sua identidade, sem saberem que, com o tempo, esse

conceito que deveria ser individual passe a se tornar algo coletivo e assim os

indivíduos se tornam uma grande massa doente com uma pseudoidentidade.

DESCANSE EM PAZ, SENHORA PADRÃOGiovana Mirna Gonçalves

Outro problema fruto da transformação dessa Senhora é a grande inversão de

valores na contemporaneidade. Pode-se perceber que ter uma aparência dentro do

que é hoje considerado belo se tornou mais importante do que ter saúde, já que

muitos distúrbios alimentares como anorexia e bulimia são utilizados como recurso

para o emagrecimento, além do que parecer são e feliz é mais importante e está

acima do ser ou do ter qualquer coisa. Assim, a relação do indivíduo com a beleza na

contemporaneidade é mais um exemplo do clichê: o ter

está acima do ser e acima dos dois tem-se o

parecer; ser algo, pensar algo, buscar algo é

sufocado por essa máscara na qual está

estampada o rosto dela, que torna o

indivíduo proprietário de uma certa

aparência, de certos traços que tornam

irrelevante aos outros o que tal objeto

está sufocando.

A beleza e o corpo sempre foram alvos de uma certa admiração ou de uma certa

objetificação. Tempos atrás, a noção de beleza corporal estava relacionada a um

corpo com curvas e dobras, já que essas demonstravam para quem observasse que a

pessoa tinha acesso à comida e assim evidenciava sua riqueza, digna de um status

elevado. Na contemporaneidade, tal relação foi desfeita e uma nova foi

estabelecida. A Senhora Padrão cujo corpo tinha curvas e gorduras passou por uma

bariátrica e agora tem um corpo “malhado”, sem curvas ou dobras, dieta rígida e

cartão fidelidade na academia.

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Como consequência de novas cirurgias, surgiram movimentos com o feminismo:

luta contra gordofobia e racismo, palestras, representatividade e informações. A

Senhora Padrão se encontra internada com um quadro negativo; seu marido, Senhor

Insegurança, ao ficar sabendo, sofreu um ataque cardíaco e encontra-se

hospitalizado. Corre riscos. Desse modo, com o aumento de uma luta contra essa

extrema relação de dependência entre o indivíduo e a beleza, a tentativa de acabar

com essa noção do belo padronizado, indispensável, faz com que, aos poucos, a

Senhora Padrão deixe de existir para que assim possamos estabelecer o novo

padrão de não focar só no que é externo, de não transformar a busca pela beleza no

motor da existência e, além disso, para que possamos tirar essa máscara que abafa

toda uma sociedade doente.

Dessa maneira, apesar de um longo histórico de cirurgias para que pudesse

seguir as novas tendências e para que conseguisse influenciar as pessoas de outras

formas, Ela encontra-se, hoje, em uma situação de risco. Apesar da antiga relação

entre o homem e a sua própria estética como forma de se valorizar ou de ser

valorizado pelo outro, chega-se a um tempo no qual variadas lutas fazem de tudo na

tentativa de acabar com a ideia de um padrão de beleza e, dessa forma, com o

c o n c e i t o d e b e l o c o m o a l g o e n g e s s a d o , t a l c o m o s e o b s e r vo u a t é a

contemporaneidade. Talvez, então, como foi dito anteriormente, os homens e

mulheres voltem a ter suas próprias identidades assim como passem a admirar sua

própria beleza. Descanse em paz, Senhora Padrão!

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ATIVISMO VIRTUAL: PASSANDO A LIMPO

O ativismo na internet também traz maior acesso à informação por meio de

campanhas, como as que circularam nas redes sociais na época do carnaval de 2018,

que incentivava o respeito às mulheres e a denúncia contra o assédio. Além desta,

são lançadas constantemente campanhas de prevenção contra DST’s, doação de

sangue, reciclagem, entre outras.

Maria Julia Segura de Azevedo

Diante da era digital em que se vive, a internet se tornou um dos maiores meios de

comunicação e manifestação universais, visto que é usada por boa parcela da

população mundial. Simultaneamente, com a gradativa tendência de se discutir

questões socioculturais e políticas, as redes sociais adquiriram um papel

importante na disseminação e democratização desses debates.

O debate, além de trazer discussões mais conteudistas, também pode assumir

um caráter de utilidade pública; isso somado à acessibilidade por meio da internet

pode avançar muito no caminho para mais mentes pensantes, mais pessoas

saudáveis e mais tolerância entre os diferentes.

Um dos grandes benefícios de se ter as redes de comunicação como meio de

ativismo é que as pessoas de diferentes níveis econômicos, intelectuais e sociais

podem se conectar, fato que é garantido pelo cada vez mais amplo acesso à internet.

Com a participação desses vários recortes populacionais nas discussões online, os

debates podem ficar mais completos e inclusivos e menos elitizados, tendo em vista

as diferentes vivências e opiniões que podem surgir de um mesmo tema.

O PADRÃO DA MINORIA

Para a sociedade brasileira de consumo atual, a beleza (melhor caracterizada por

estética) passou a ser artigo de primeira necessidade, como aponta Baudrillard. Os

anabolizantes, esteroides, anfetaminas, entre outros, são usados com frequência

para alcançar a magreza, os músculos e o corpo padrão mesmo que

representem somente a minoria dos brasileiros.

Giulia Pereira Santos

Os influenciadores digitais, atrizes e

atores compartilham, em suas redes sociais,

fotos e vídeos exibindo corpos magros

(muitas vezes com a ajuda de edições) e

m o s t r a m s e u e s t i l o “ F i t n e s s ”

(teoricamente saudável) de vida. A

necessidade da rotina de exercícios e da

boa alimentação deixou de ser uma questão

de saúde para virar um requisito necessário

para a aceitação social do indivíduo.

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SENSIBILIDADE ESPORTIVAPaula Naomi Yonamine

Num mundo em que o esporte está presente na vida de todos os cidadãos e os

melhores atletas possuem grande visibilidade, é fácil reconhecer a aparição de

movimentos políticos nesse meio. Entretanto, é preciso cautela para que seus

objetivos não sejam distorcidos no decorrer da caminhada.

Todos, numa democracia, possuem o direito à liberdade de expressão: podem

exibir suas ideologias publicamente. Essa premissa é válida, inclusive, para o esporte.

Por mais que pensem que este serve somente como entretenimento, uma válvula de

escape, que deveria se abster de assuntos sérios, como a política, é um direito do

cidadão expor suas opiniões. Além disso, nada há de mais natural para atletas

famosos que o desejo de, devido à influência que exercem sobre os espectadores e a

mídia, transmitir ideias. Um exemplo disso são os esportistas Tommie Smith e John

Carlos, que ficaram conhecidos por terem repetido, em 1968, o gesto dos Panteras

Negras, enfatizando a necessidade de ampliação da luta contra o racismo.

O problema é que, apesar de uma manifestação política parecer pertinente, ainda

é preciso, antes de concretizá-la, levar em conta o ambiente em que isso será feito. Os

torcedores de, por exemplo, times de futebol, sobretudo os brasileiros, são

extremamente apaixonados: veem o esporte como religião. Somando esse fato às

ideias apresentadas por jogadores, pode-se obter como resultado

milhares de pessoas brigando, de modo irracional,

com unhas e dentes, por um pensamento

político da mesma maneira que tratam o

esporte.

No mundo das ideias, portanto, uma

manifestação política é eterna, imutável e

universal. Transposta, porém, para o

mu n do s e n s íve l , e la s o fr e dis t o r ç õ e s

c a r a c t e r í s t i c a s d e s t e , s u s c i t a d a s ,

primordialmente, nesse caso, pela paixão ao

esporte.

A sociedade consumista e padronizada cria indivíduos alienados que não

percebem o objetivo da indústria da beleza, acreditam nesse padrão de vida e são

esmagados pelos preços e efeitos colaterais causados pelos produtos ingeridos.

Esse modelo de beleza praticamente inalcançável é favorável para as indústrias

de cosméticos, roupas, academias de ginásticas e abre portas para novas redes de

lojas de produtos nomeados (já que muitas vezes fazem partem de uma propaganda

enganosa) como saudáveis. Esses comércios pressionam o indivíduo a consumir

sempre mais e de maneira constante, lucrando do começo da dieta até as

consequências prejudiciais que pode causar.

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FAMÍLIA COMO REFLEXO DA SOCIEDADEGiovana Credie

Culturalmente, é muito difícil ocorrer uma mudança coletiva tão repentina e

duradoura, devido aos valores e ao conservadorismo instaurados e ainda presentes,

portanto, essa nova representação da família é realizada por meio de um processo

lento, porém estruturado, de modo a se enraizar na sociedade. Anteriormente, a

“família tradicional” era representada assim como em uma das músicas dos Titãs, em

que ela abrangia, a grosso modo, apenas “papai”, “mamãe” e “titia”. Atualmente, a

mídia possui um papel crucial na construção de um pensamento mais respeitoso e

menos violento que, por meio de propagandas, novelas, programas televisivos,

rádios, jornais, dentre outros, é um fator influenciador na formação de opiniões da

população.

Partindo deste princípio de responsabilidade midiática, incluindo as redes

sociais, essa quebra dos tabus de gerações passadas pode ser concretizada por

meio destes meios de comunicação, que abrangem a grande massa populacional e

possuem grande papel influenciador. Em contrapartida, a mídia utiliza-se de sua

repercussão e de seu impacto para se promover, o que acaba no âmbito econômico,

em que os interesses financeiros superam a real

intenção.

Em meio à ampla diversidade cultural e social inerentes à sociedade

contemporânea, ainda se presenciam comportamentos e pensamentos

preconceituosos em relação aos novos modelos instituídos. Dito isto, a família

moderna representa uma ruptura de paradigmas, a ressignificação de conceitos e a

desconstrução de ideologias antes presentes a fim de uma reestruturação social.

No âmbito jurídico, já se alcançaram amplas conquistas relacionadas à

pluralidade do significado de instituição familiar, garantindo, assim, direitos que

antes eram comprometidos. Como exemplo deste avanço, tem-se a consumação do

casamento homoafetivo que, após anos de luta, foi aprovada, e a própria Lei Maria da

Penha, que considera família “a comunidade formada por indivíduos que são ou se

consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade

expressa”.

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RIOSSETNOM

OIGÉL

OC

Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegas das

demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica, pela

presença constante e incentivo diário.

Coordenadora Pedagógica (Fundamental II e Médio) - Ivete Fierro Araújo Segabinazzi

Mantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria Scattolini

Orientadora Educacional (Fundamental II e Médio) - Branca Denigres Fausto

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA

Professora Maria Inez Ferreira de Jesus

Professora Silvana E. O. da Matta Vívolo

Professora Adriana Lilian Garcia

Professora Leticia Amoroso Gregio

Professora Valéria Maceis

Professor Lucas Medrado

DESIGNER GRÁFICO - Silvio da Matta