liana de holanda viana barros (ifrn); roberto josé monteiro de souza (ifrn )

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O estudo em questão visa apresentar um procedimento experimental associado a um instrumento projetado para dinamizar o processo de análise física da água, tendo como premissa fundamental a participação de atores sociais em uma proposta de conscientização voltada para o monitoramento autônomo sobre a qualidade da água no rio Pitimbu, o qual pertence à bacia hidrográfica do rio Pirangi. Pretende-se, com base no uso da tecnologia social proposta, relacionar as dimensões: técnico-científica, ambiental, social e econômica, a partir da construção de um aparelho capaz de medir, com precisão de 0,3% a 0,5%, a densidade de fluidos em geral, e mais especificamente, da água. Liana de Holanda Viana Barros (IFRN); Roberto José Monteiro de Souza (IFRN) e-mails: lianaviana17@ yahoo.com.br ; [email protected] Uso de tecnologia social para o monitoramento da qualidade da água no rio Pitimbu em Natal – RN A inclusão de atores sociais pertencentes a um grupo escolar do ensino fundamental do Instituto Brasil, situado no Pitimbu (Natal/RN), permitiu que cada participante recebesse orientações acerca da importância da preservação do meio ambiente, sobretudo os recursos hídricos, assim como técnicas simples de monitoramento, fazendo uso também do instrumento de medição da densidade, denominado densímetro magnético, o qual foi desenvolvido por Souza para este fim. ASSIS, J.B.L. (2007), Controle social no saneamento: perspectiva para uma cidade saudável, Natal, Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Município do Natal, 138 p. FOX, R.W., MCDONALD A.T. (1998), Introdução à Mecânica dos Fluidos, Rio de Janeiro, LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 662 p. FUNASA (2002), Textos de Epidemiologia para Vigilância Ambiental em Saúde, Brasília, Fundação Nacional da Saúde, 132 p. LEME, F.P. (1990), Teoria e Técnicas de Tratamento de Água, Rio de Janeiro, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), 608 p. PETTA, R.A. (2005), SIG APLICADO À ANÁLISE DAS RELAÇÕES DA QUALIDADE DA ÁGUA E RISCO EM SAÚDE PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE NATAL (RN), Goiânia, Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, INPE, p. Figura 1 – Mapa da bacia hidrográfica do rio Pitimbu. 1 - INTRODUÇÃO 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS A capacidade de envolver a comunidade, tornando-a apta a produzir atores sociais inseridos na questão ecológica é algo que mostrou ser cada vez mais necessária neste estudo. O uso da tecnologia social, visando aproximar o cidadão comum do ambiente de pesquisa acadêmica, ainda que de maneira informal, também estimula a gestão participativa. E, deste modo, ao levar o conhecimento simples das técnicas e ferramentas de fácil uso e acesso aos habitantes das regiões próximas às margens do rio, ainda que alguns sejam moradores de condomínios residenciais construídos sob a égide da ocupação imobiliária vigente, é possível contemplar uma realidade onde o saber tecnológico social poderá fortalecer o engajamento voluntário para que mais e mais pessoas busquem conhecer a realidade dos recursos naturais da região, e conseqüentemente possam monitorar mudanças na qualidade do ambiente, a fim de que tenham respaldo técnico para exigir ações gestoras que garantam a sustentabilidade. Neste sentido, os comitês de bacias hidrográficas necessitam de maior participação social, o que pode ser alcançado por meio de atividades comunitárias como a que foi descrita neste estudo, analisando junto com crianças em fase escolar, as características de seus mananciais, para que a consciência ecológica não se perca nos discursos acadêmicos que muitas vezes não realizam mudanças realistas no pensamento coletivo. 4 - ESTRÁTEGIAS DE CAMPO 5 - REFERÊNCIAS 2 - CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA A água que abastece a cidade do Natal provem basicamente de duas reservas naturais: a lagoa de Extremoz, que supre a zona norte, e a lagoa do Jiqui, atendendo à zona sul da cidade. Alguns poços também fazem parte das fontes de abastecimento, contudo a principal preocupação atualmente tem sido atribuída à presença de indústrias e outros empreendimentos próximos aos afluentes do rio Pitimbu que seguem rumo à lagoa do Jiqui (Fig. 1), onde são despejados resíduos indesejáveis ao longo de seus 37 km de extensão, cuja profundidade varia de 0,5 m a 1,5 m, produzindo uma vazão de 1500 m³/h (segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Pitimbu), podendo afetar drasticamente a qualidade da água a ser tratada para chegar às torneiras dos moradores da zona sul da cidade. 3 - ANÁLISES E DISCUSSÕES Foram selecionados cinco pontos por onde o rio faz seu percurso para analisar o nível de comprometimento na qualidade da água, como mostra a tabela abaixo: Tabela 1 – Pontos de coleta de água no rio Pitimbu. Figura 3 – Crianças manuseando o densidmetro magnético. Fluxograma com as estratégias de desenvolvimento do estudo Figura 2: estratégias adotadas neste estudo. Figura 4 Seminário realizado com alunos do Instituto Brasil acerca da atividade realizada sobre o rio Pitimbu. Com base nos resultados obtidos por meio da medição realizada com uso do densímetro magnético nas águas do rio Pitimbu, verificou-se que não há diferenças significativas quanto à densidade, assim como em relação às demais propriedades físicas analisadas, exceto pela condutividade elétrica no ponto 5, cujo valor mais elevado deve-se provavelmente à proximidade daquele ponto com o litoral, onde a salinidade é maior que na região interiorana do estado, tendo em vista que o rio Pitimbu, após efluir da lagoa do Jiqui passando a ser chamado de rio Pium (onde foi feita a referida coleta, a 3,2 km do litoral), e mais adiante recebendo o nome de rio Pirangi, segue seu curso até finalmente alcançar a foz na costa atlântica, entrando em contato com águas salinas.

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Uso de tecnologia social para o monitoramento da qualidade da água no rio Pitimbu em Natal – RN. Liana de Holanda Viana Barros (IFRN); Roberto José Monteiro de Souza (IFRN ) e-mails: lianaviana17@ yahoo.com.br ; [email protected]. 1 - INTRODUÇÃO. 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Liana de Holanda Viana Barros (IFRN); Roberto José Monteiro de Souza (IFRN )

O estudo em questão visa apresentar um procedimento experimental associado a um instrumento projetado para dinamizar o processo de análise física da água, tendo como premissa fundamental a participação de atores sociais em uma proposta de conscientização voltada para o monitoramento autônomo sobre a qualidade da água no rio Pitimbu, o qual pertence à bacia hidrográfica do rio Pirangi. Pretende-se, com base no uso da tecnologia social proposta, relacionar as dimensões: técnico-científica, ambiental, social e econômica, a partir da construção de um aparelho capaz de medir, com precisão de 0,3% a 0,5%, a densidade de fluidos em geral, e mais especificamente, da água.

Liana de Holanda Viana Barros (IFRN); Roberto José Monteiro de Souza (IFRN) e-mails: [email protected]; [email protected]

 

Uso de tecnologia social para o monitoramento da qualidade da água no rio Pitimbu em Natal – RN

A inclusão de atores sociais pertencentes a um grupo escolar do ensino fundamental do Instituto Brasil, situado no Pitimbu (Natal/RN), permitiu que cada participante recebesse orientações acerca da importância da preservação do meio ambiente, sobretudo os recursos hídricos, assim como técnicas simples de monitoramento, fazendo uso também do instrumento de medição da densidade, denominado densímetro magnético, o qual foi desenvolvido por Souza para este fim.  

ASSIS, J.B.L. (2007), Controle social no saneamento: perspectiva para uma cidade saudável, Natal, Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Município do Natal, 138 p.

FOX, R.W., MCDONALD A.T. (1998), Introdução à Mecânica dos Fluidos, Rio de Janeiro, LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 662 p.

FUNASA (2002), Textos de Epidemiologia para Vigilância Ambiental em Saúde, Brasília, Fundação Nacional da Saúde, 132 p.

LEME, F.P. (1990), Teoria e Técnicas de Tratamento de Água, Rio de Janeiro, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), 608 p.

PETTA, R.A. (2005), SIG APLICADO À ANÁLISE DAS RELAÇÕES DA QUALIDADE DA ÁGUA E RISCO EM SAÚDE PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE NATAL (RN), Goiânia, Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, INPE, p. 2313-2321.

Figura 1 – Mapa da bacia hidrográfica do rio Pitimbu.

1 - INTRODUÇÃO 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A capacidade de envolver a comunidade, tornando-a apta a produzir atores sociais inseridos na questão ecológica é algo que mostrou ser cada vez mais necessária neste estudo. O uso da tecnologia social, visando aproximar o cidadão comum do ambiente de pesquisa acadêmica, ainda que de maneira informal, também estimula a gestão participativa. E, deste modo, ao levar o conhecimento simples das técnicas e ferramentas de fácil uso e acesso aos habitantes das regiões próximas às margens do rio, ainda que alguns sejam moradores de condomínios residenciais construídos sob a égide da ocupação imobiliária vigente, é possível contemplar uma realidade onde o saber tecnológico social poderá fortalecer o engajamento voluntário para que mais e mais pessoas busquem conhecer a realidade dos recursos naturais da região, e conseqüentemente possam monitorar mudanças na qualidade do ambiente, a fim de que tenham respaldo técnico para exigir ações gestoras que garantam a sustentabilidade. Neste sentido, os comitês de bacias hidrográficas necessitam de maior participação social, o que pode ser alcançado por meio de atividades comunitárias como a que foi descrita neste estudo, analisando junto com crianças em fase escolar, as características de seus mananciais, para que a consciência ecológica não se perca nos discursos acadêmicos que muitas vezes não realizam mudanças realistas no pensamento coletivo.

4 - ESTRÁTEGIAS DE CAMPO

5 - REFERÊNCIAS

2 - CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

A água que abastece a cidade do Natal provem basicamente de duas reservas naturais: a lagoa de Extremoz, que supre a zona norte, e a lagoa do Jiqui, atendendo à zona sul da cidade. Alguns poços também fazem parte das fontes de abastecimento, contudo a principal preocupação atualmente tem sido atribuída à presença de indústrias e outros empreendimentos próximos aos afluentes do rio Pitimbu que seguem rumo à lagoa do Jiqui (Fig. 1), onde são despejados resíduos indesejáveis ao longo de seus 37 km de extensão, cuja profundidade varia de 0,5 m a 1,5 m, produzindo uma vazão de 1500 m³/h (segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Pitimbu), podendo afetar drasticamente a qualidade da água a ser tratada para chegar às torneiras dos moradores da zona sul da cidade.

3 - ANÁLISES E DISCUSSÕES

Foram selecionados cinco pontos por onde o rio faz seu percurso para analisar o nível de comprometimento na qualidade da água, como mostra a tabela abaixo:

Tabela 1 – Pontos de coleta de água no rio Pitimbu.

Figura 3 – Crianças manuseando odensidmetro magnético.

Fluxograma com as estratégias de desenvolvimento do estudo

Figura 2: estratégias adotadas neste estudo.

Figura 4 – Seminário realizado com alunos do Instituto Brasil acerca da atividade realizada sobre o rio Pitimbu.

Com base nos resultados obtidos por meio da medição realizada com uso do densímetro magnético nas águas do rio Pitimbu, verificou-se que não há diferenças significativas quanto à densidade, assim como em relação às demais propriedades físicas analisadas, exceto pela condutividade elétrica no ponto 5, cujo valor mais elevado deve-se provavelmente à proximidade daquele ponto com o litoral, onde a salinidade é maior que na região interiorana do estado, tendo em vista que o rio Pitimbu, após efluir da lagoa do Jiqui passando a ser chamado de rio Pium (onde foi feita a referida coleta, a 3,2 km do litoral), e mais adiante recebendo o nome de rio Pirangi, segue seu curso até finalmente alcançar a foz na costa atlântica, entrando em contato com águas salinas.