letra uber
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CURSO EM UBERLÂNDIA MINISTRADO PELA EDITORA SARAIVATRANSCRIPT
Estudos de Letramento
• Parte de um movimento maior “Social Turn” (ou “Virada Social”):
indivíduo e seus processos mentaisX
interação e a prática social
“os estudos já não mais pressupunham efeitos universais do letramento, mas pressupunham que os efeitos estariam correlacionados às práticas sociais e culturais dos diversos grupos que usavam a escrita”(Kleiman, 1995, p.16).
Mudança de enfoque supostos efeitos universais
do letramento usos da escrita em diferentes contextos.
desvincular os estudos da língua escrita de usos escolares;
distinguir as múltiplas práticas de letramento da prática de alfabetização
(Kleiman, 2007, p. 1-2).
Letramento• Não é um método de ensino: reinterpretação de
pesquisas das ciências sociais para a escola.
• Não é alfabetização: mas a inclui. Alfabetização é uma prática de letramento dentre outras. É possível participar de práticas letradas sem ser alfabetizado.
• Não é uma habilidade: envolve um conjunto de habilidades e competências.
O que é letramento• Engloba processos de desenvolvimento, impacto e o uso dos
sistema da escrita nas sociedades.
“conjunto de práticas de uso da escrita que vinham modificando profundamente a sociedade, mais amplo do que as práticas escolares de uso da escrita, incluindo-as, porém”.
(Kleiman, 2005, p.21)
• Práticas sociais de uso da escrita: ler e escrever só fazem sentido quando estudados e compreendidos no contexto das práticas sociais e culturais dos quais são uma parte e extrapolam o conhecimento do código da escrita.
“Atividades analíticas que estavam conosco há muito tempo têm de ser, na sociedade de hoje, complementadas com outras atividades porque o mundo mudou, as crianças mudaram, as experiências das crianças mudaram, e a escola não faz sentido tal como era naquela época”. (entrevista Angela Kleiman).
“O letramento envolve a imersão da criança, do jovem
ou do adulto no mundo da escrita [...] está relacionado
com os usos da escrita em sociedade e com o impacto da
língua escrita na vida moderna [...] o termo refere-se a
um conjunto de práticas de uso da escrita que vinham
modificando profundamente a sociedade, mais amplo do
que as práticas escolares de uso da escrita, incluindo-as,
porém.” (Kleiman, 2005, p.9-21)
Estudos de letramento
O conceito de letramento em sala de aula
Vivemos em uma sociedade que tem a escrita muito presente (uma sociedade letrada)
• pelas ruas (placas, outdoors, cartazes, etc);
• em casa (revistas, jornais, livros – há os rótulos, papéis de propaganda, correspondências, manuais de instrução, caixas de remédios, etc.);
• nos diferentes grupos sociais de que cada um pode fazer parte (igreja – bíblia, folhetos da igreja; grupos comunitários – teatro, música, reuniões; hospital/consultório médico – fichas, receitas, carteiras de vacinação; etc.).
A escola
• É também uma dessas esferas cujas práticas giram em torno da escrita e, mais especificamente, em torno do “conjunto de saberes e conhecimentos requeridos em práticas sociais letradas, tais como medição, cálculos de volumes, elaboração de maquetes, mapas e plantas (conteúdos matemáticos), e àqueles necessários para a participação em práticas discursivas de leitura e produção de textos de diversos gêneros” (Kleiman, 2007) .
O trabalho com textos
• Leitura com crianças que ainda não leem alfabeticamente
• Quem é o meu aluno? Com quais textos convive fora da escola?
A criança respondeu:
“Não importa! Acudam tia Maria!
Ela morreu ou está passando mal.”
(Exemplo retirado da Coleção Explorando o Ensino - Matemática /Ensino Fundamental, MEC, 2011, vol. 17)
Se por um lado, houve um descuido de quem elaborou a questão - por não fazer corresponder os valores reais do contexto e os valores tomados no problema -, por outro, tal descuido permitiu a esse aluno utilizar o senso
crítico da realidade para dar sentido à resposta desse problema.
Muitas vezes, quando a criança utiliza o senso crítico ela é considerada indisciplinada.
É preciso evitar contextualizações artificiais ou aquelas que não cumprem uma função significativa na melhoria do ensino e aprendizagem.
É esse tipo de aluno que queremos formar.
• A unidade mais relevante de
ensino é o texto, que não se deve
dar como pretexto para outras
atividades de ensino sobre a
língua ou sobre a escrita, mas
que se constitui em objeto de
estudo, por si mesmo.
O Texto na sala de aula
TEXTO
PCNs
Objeto de estudo, não pretexto.
Abordagem: Competências e
Habilidades
Saeb: Prova Brasil IDEB
Simave; PISA
Função Social:
Tema, Modo Composicional
e Estilo
Habilidades de leitura
• Identificação
• Levantamento de hipótese
• Comparação
• Dedução/ inferência
• Justificativa
• Explicação
• Análise
• Memorização
• Síntese
• Causalidade/efeito
• Interpretação
• Competências podem ser trabalhadas a partir das práticas sociais: sujeitos engajados que mobilizam recursos e estratégias para atingir determinado objetivo;
• Importância de que haja de fato necessidade para a leitura e a produção de textos;
• Projetos: textos com função social, leitura e produção significativas.
Competências e habilidades no
contexto escolar
“O desenvolvimento das capacidades linguísticas de ler eescrever, falar e ouvir com compreensão, em situaçõesdiferentes das familiares, não aconteceespontaneamente. Elas precisam ser ensinadassistematicamente e isso ocorre, principalmente, nosanos iniciais da Educação Fundamental.”
Pró-Letramento. Brasília: MEC/SEB, 2007. p. 14.
Gêneros orais
• Conversa telefônica
• Discussão em grupo
• Exposição oral
• Debate regrado
• Parlendas
• Notícia falada
• Conto maravilhoso
Exercício da cidadania• Importância de conhecer os mais diversos gêneros;
• Segurança e autonomia em relação à escrita – permitirá que seconheçam e se aprendam outros gêneros, ainda que não tenhamsido produzidos anteriormente;
• Importância de considerar a leitura e produção de textos como práticas discursivas, que não podem ser separadas dos contextos em que se desenvolvem – é o que acontece nas situações de comunicação da vida social.
• Prática social /desenvolvimento de projetos como ponto de partida.
Ingredientes:
- leite condensado (2 latas)- creme de leite (1 lata)- leite de coco (1 lata)- chocolate (2 barras)
Modo de preparo:
1- Numa panela coloque 2 latas de leite condensado, as barras de chocolate derretidas, leve ao fogo médio e cozinhe até dar ponto de brigadeiro consistente (10 minutos). Reserve.
2- Num liquidificador coloque 1 lata de creme de leite com soro, 1 vidro de leite de coco (200 ml) e bata bem. Acrescente o brigadeiro (reservado acima) e bata por + 5 minutos.
3- Em taças coloque o creme (feito acima) e leve à geladeira por +/- 3 horas. Decore e sirva em seguida.
● Tema (sentido concreto do enunciado)
● Modo composicional (estrutura)
● Estilo (uso da linguagem)
- Interlocução
- Meio de circulação ou suporte
Aspectos básicos para caracterizar um gênero:
Agrupamento de gêneros segundo o Grupo de GenebraDomínios sociais de
comunicação
Aspectos
Tipológicos
Capacidades de linguagens
dominantes
Cultura literária ficcional NARRAR
Mimesis de ação através da
criação da intriga no domínio
verossímil
Documentação e
memorização das ações
humanas
RELATAR
Representação pelo discurso de
experiências vividas, situadas no
tempo
Discussão de problemas
sociais controversos ARGUMENTAR
Sustentação, refutação e
negociação de tomadas de posição
Transmissão e
construção de saberes EXPOR
Apresentação textual de diferentes
formas dos saberes
Instruções e prescrições DESCREVER
AÇÕES
Regulação mútua de
comportamentos
Na perspectiva dos gêneros, trabalha-se também os tipos textuais tradicionais como a narração, descrição e a dissertação.
EXEMPLOS DE GÊNEROS ORAIS E ESCRITOSNARRAR RELATAR ARGUMENTAR EXPOR DESCREVER
Conto
maravilhoso
Conto de
fadas
Fábulas
Lenda
Narrativa de
aventura
Romance
Novela
Piada
paródia
Conto
Narrativa de
ficção
científica
Narrativa
mítica
Relatos de
experiência
vivida
Relatos de
viagem
Diário íntimo
Testemunho
Anedota
Autobiografia
Notícia
Reportagem
Curriculum
vitae
Crônica
mundana
Crônica
esportiva
Biografia
Textos de opinião
Diálogo
argumentativo
Carta de leitor
Carta de
reclamação
Carta de
solicitação
Deliberação
informal
Debate regrado
Editorial
Discurso de
defesa
Requerimento
Ensaio
Resenhas críticas
Texto expositivo
conferência
Artigo
enciclopédico
Entrevista de
especialista
Texto explicativo
Tomada de notas
Resumos de
textos expositivos
e explicativos
Resenhas
Relatório científico
Relato de
experiências
científicas
Instruções de uso
Instruções de
montagem
Receita
Regulamento
Regras de jogo
consignas
diversas
Textos prescritivos
As ações linguísticas do cotidiano sãosempre orientadas por um conjunto defatores que atuam no contexto situacional:
– Qual é a finalidade do texto?
– Que gênero pode ser utilizado?
Gênero e cidadania
A democratização do texto
O espaço da sala de aula é transformado em uma oficina de textos
de ação social, o que é viabilizado e concretizado pela realização de
projetos e pela adoção de algumas estratégias inovadoras.
Colocar em prática as habilidades desenvolvidas em cada tipologia : narrar, relatar, argumentar, expor e descrever ações.
Projetos
Objetivos pedagógicos
• Leitor/ interlocutor real, que exige um texto coerente, coeso e interessante;
Interdisciplinaridade
• Diferentes áreas são envolvidas na atividade, seja quanto à intersecção de conteúdos, seja quanto à busca de novos recursos de expressão.
• Por ter em vista o leitor/ interlocutor, o aluno se conscientiza danecessidade de revisar com cuidado o seu texto, de fazê-lolegível e compreensível e de adequá-lo a certa variedadelinguística, ao gênero e à situação.
Foi aí que nasci: Nasci na sala do 3º ano,
sendo professora D. Emerenciana Barbosa, que Deus tenha.
Até então, era analfabeto e despretensioso. Lembro-me:
nesse dia de julho, o sol que descia da serra era bravo e parado.
A aula era de Geografia, e a professora traçava no quadro-negro nomes
de países distantes. As cidades vinham surgindo na ponte dos
nomes, e Paris era uma torre ao lado de uma ponte e de um rio,
a Inglaterra não se enxergava bem no nevoeiro, um esquimó,
um condor surgiam misteriosamente, trazendo países inteiros. Então,
nasci. De repente nasci, isto é, senti vontade de escrever. Nunca pensara
no que podia sair do papel e do lápis, a não ser bonecos sem pescoço,
com cinco riscos representando as mãos. Nesse momento, porém,
minha mão avançou para a carteira à procura de um objeto, achou-o,
apertou-o irresistivelmente, escreveu alguma coisa parecida com a narração
de uma viagem de Turmalinas ao Pólo Norte.
Carlos Drumonnd de Andrade
“O projeto de letramento se origina de um interesse real na vida dos alunos
e sua realização envolve o uso da escrita, isto é, envolve a leitura de textos
que, de fato, circulam na sociedade e a produção de textos que serão lidos, em
um trabalho coletivo de alunos e professor, cada um segundo sua capacidade.
Assim, o projeto de letramento pode ser considerado como uma prática social
em que a escrita é utilizada para atingir algum outro fim, que vai além da mera
aprendizagem formal da escrita, transformando objetivos circulares como
‘escrever para aprender a escrever’ e ‘ler para aprender a ler’ [...]”. (Kleiman,
2009, p.4)
Projetos de Letramento
Escola Outras esferas Alfabetização Letramento
Aquisição e domínio do código;
ler/escrever para aprender a
ler/escrever
Situações comunicativas, socio-
históricas, culturalmente determinadas,
com finalidades específicas
Capacidade individual, competitiva Coletiva, cada um segundo sua
capacidadedivisão do trabalho
Homogênea, segundo uma instituição
dominante
Diversificada, segundo instituições,
identidade dos participantes
Textos de instrituições de prestígio
científico, literário, jornalístico
Todas as esferas: cotidiano, burocracia,
comércio, jornalístico, publicitário, etc.
Texto como objeto de análise:
atividades eminentemente analíticas
Texto como objeto cultural visando a
construção de sentido
Preparo para transferência a outras
atividades e contextos
Realização da tarefa específica: relação
entre prática e instituição
Separação oral - escrito Oral-escrito integrados, nos textos
multimodais produzidos na prática social
Uma proposta: projetos de Letramento
“um conjunto de atividades que se origina de um interesse real na vida dos alunos e cuja realização envolve o uso da escrita, isto é, a leitura de textos que, de fato, circulam na sociedade e a produção de textos que serão realmente lidos, em um trabalho coletivo de alunos e professor, cada um segundo sua capacidade (KLEIMAN, 2000, p. 238).
De aorcdo com uma peqsiusa de umauinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaulodrem as Lteras de uma plravaa etãso, a únciacsioa iprotmatne é que a piremria e útmliaLteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe seruma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe lersem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeoscdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo umtdoo.
8R1NC4ND0 N4 4R314.
3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35,P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45.QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4.
Colello, 2009
“O projeto de letramento se origina de um interesse real na
vida dos alunos e sua realização envolve o uso da escrita, isto é,
envolve a leitura de textos que, de fato, circulam na sociedade e
a produção de textos que serão lidos, em um trabalho coletivo
de alunos e professor, cada um segundo sua capacidade. Assim,
o projeto de letramento pode ser considerado como uma prática
social em que a escrita é utilizada para atingir algum outro fim,
que vai além da mera aprendizagem formal da escrita,
transformando objetivos circulares como ‘escrever para
aprender a escrever’ e ‘ler para aprender a ler’ [...]”.
(Kleiman, 2009, p.4)
Projetos de Letramento
O modo como organizamos o trabalho pedagógico está ligado ao sentido que atribuímos à escola e à sua função social; aos modos como entendemos a criança; aos sentidos que damos à infância e à adolescência e aos processos de ensino-aprendizagem..Em síntese, está ligado à nossa concepção de educação:
Educar para quê? Como?
Liga-se em consequência à construção de sujeitos cidadãos que cada vez mais adentram os espaços sociais.
CARTA PESSOAL
Assunto? Remetente? Destinatário? Local e
data? Linguagem? Vocativo? Despedida?
Assinatura? P.S. (post scriptum)? Formatação
do texto? Pontuação, ortografia e sintaxe?
Carta é diferente de e-mail?