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LElitIA-FfiTIMfi ÓrgQO Oficial da Diocese

Ano VII • N. Q 19 • Janeiro-Abril1999

DIRECTOR AMÉRICO FERREIRA

CHEFE DE REDACÇÃO

JOSÉ ALMEIDA SOUSA

ADMINISTRADOR HENRIQUE DIAS DA SILVA

CONSELHO DE REDACÇÃO BELMIRA DE SOUSA

JORGE GUARDA LUC/ANO CRISTlNO

MANUEL MELQUÍADES SAULGOMES

PERIODICIDADE QUADRIMESTRAL

PROPRIEDADE E EDIÇÃO DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO SEMINÁRIO DIOCESANO DE LEIRlA 2410 LEIRIA • TELEF. (044) 832760

ASSINATURA ANUAL- 2.000$00

LEIRIA-FÁTIMA, publicação quadri­mestral, que arquiva decretos e pro­visões, divulga critérios e normas de acção pastoral e recorda etapas im­portantes da vida da Diocese.

Impresso na GRÁFICA DE LEIRIA

Depósito Legal NI! 64587/93

Estatutos do Conselho Presbiteral.............................................. 5

"O Pai chama à Vida Eterna"

Da Mensagem do Santo Padre para o

36.' Dia Mundial de Oração pelas Vocações............................. 18

Nota Episcopal para a Quaresma............................................... 19

Nota do Conselho Pastoral Diocesano ........................................ 21

Comunicado do Conselho Presbiteral......................................... 23

"Mass Media: presença amiga ao lado de quem procura o Pai" Da Mensagem do Santo Padre para o

33.' Dia Mundial das Comunicações Sociais............................ 24

Comissão da Formação Permanente do Clero............................ 25

Peregrinação Diocesana a Fátima ..... ................ ......................... 27

Vida Eclesial

Ribeira do Fárrio homenageia o Rev. P. Benevenuto......... 29

Encontro de Crismados ....................................................... 29

Cáritas em Acção...................................... .................. .... ..... 30 Encontro Ecuménico............................................................ 30 Comunidades Neocatecumenais....................... .................. 31

Encontro de Religiosas em Fátima..................................... 31 Peregrinos ao encontro de Deus-Pai................................... 32 Reunião de Vigários.......... ................................................... 33

Cáritas - Plano de Acção para 1999........................................... 34

Apostolado Mundial de Fátima .................................................. 35

Imagens Peregrinas em 1999...................................................... 37

Semana Nacional da Vida ............................ .............................. 38

O idoso na Sociedade e na Família............................................. 39

M t d uB 'I' "d V't' 41 aque a a nova asL Lca era Lma .................................... ..

Os veneráveis servos de Deus: Francisco e Jacinta Marto......... 43

Ordenações ................................................................................... 46

Carta aos Artistas........................................................................ 46

Ofertórios na Diocese ................................................................... 47

Evocando D. Domingos de Pinho Brandão ................................ 53

Que Pastoral Missionária?.......................................................... 59

Do Sacramento da Penitência ..................................................... 63

Os Lugares da Celebração........................................................... 65

O Perfil e a Missão do Catequista............................................... 67

Aspectos Jurídicos da Unção dos Doentes.................................. 69

O papel do Capelão num Hospital.............................................. 72

Unidos ao Bispo e á Igreja Universal......................................... 73

ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

DECRETO Serafim de Sousa Ferreira e Silva, por graça de Deus e da Sé

Apostólica, Bispo da Diocese de Leiria-Fátima. Depois de aprovados em 25.01.92, os Estatutos do Conselho Pres­

biteral da Diocese de Leiria-Fátima estiveram em vigor durante dois mandatos.

Foram revistos cuidadosamente nos seus seis capítulos e vinte e nove artigos, que aprovamos e promulgamos nos termos do cân. 496 do Código de Direito Canónico.

Mandamos que a Câmara Eclesiástica proceda à convocação de cada círculo de eleitores para efeitos de eleiçâo dos seus representan­tes e nos mande as respectivas actas até finais de Abril, a fim de ser possível a reuniâo do novo Conselho Presbiteral no dia 21.06.99.

Leiria, 8 de Março de 1999.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

CAPÍTULO I NATUREZA, FINALIDADE E COMPETÊNCIA

Art.º L" (Noção e Presidéncia)

o Conselho Presbiteral da Diocese de Leiria-Fátima é o órgão representativo de todo o Presbitério, ao qual pertence o título de Se­nado do Bispo para o governo da Diocese. (1)

§ Único - O Bispo da Diocese é o Presidente nato do Conselho Presbiteral, ao qual preside, quer pessoalmente quer através de um seu delegado.

___________________________________________ 5

ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

Art.· 2.· (Natureza)

o Conselho Presbiteral é instrumento normal e expressão da participação de todos os presbíteros no único sacerdócio ministerial de Cristo e da sua comunhão hierárquica com a Ordem Episcopal. Por isso, nunca agirá sem a sua cabeça, que é o Bispo, e procurará ser sempre:

L" - Órgão vivo de verdadeira corresponsabilidade e de partici­pação do ministério episcopal. (3)

2.· - Lugar de encontro e de diálogo em que o Bispo ouvirá os seus padres sobre questões respeitantes à vida da Diocese.(4)

Art.· 3.· (Competência)

Como órgão consultivo de peculiar importãncia,(5) o Conselho Presbiteral deverá ser ouvido pelo Bispo.

§ 1 - Nos casos expressamente determinados pelo Direito, é ne­cessário o consentimento do Conselho Presbiteral.(6)

§ 2 - Em outros casos, o Bispo pode, se assim o entender, sub­meter qualquer decisão ao voto do Conselho Presbiteral, atribuindo­-lhe mesmo carácter deliberativo.(7)

Art.· 4.· (Finalidade básica)

É finalidade básica do Conselho Presbiteral ajudar eficazmen­te o Bispo na sua função de governo para a promoção do bem pasto­ral da porção do Povo de Deus que lhe foi confiada. (8)

Art.· 5.· (Objectivos)

Pertence ao Conselho Presbiteral tratar, não apenas das ques­tões que dizem directamente respeito à vida dos presbíteros, mas também de todas as outras, na medida em que nelas esteja envolvi-

6 __________ __ __ ________________________ __ __ _

ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

do o ministério que os presbíteros exercem para o bem da comunida­de eclesial. (9)

Art.· 6.º (Cooperação)

As funções do Conselho Presbiteral devem ser exercidas sem prejuízo das competências que o Direito atribui a outras instituições.

CAPÍTULO II COMPOSIÇÃO DO CONSELHO PRESBITERAL

Art.· 7.· (Representação)

Para que o Conselho Presbiteral seja, na medida do possível, expressão de todo o presbitério na Diocese, é necessário que seja cons­tituído por membros que correspondam:

1.º - aos diferentes ministérios pastorais; 2.º - às diferentes vigararias da Diocese; 3 . 0 - aos institutos religiosos clericais estabelecidos na Diocese.

§ Único - Os religiosos presbíteros e outros sacerdotes que têm cura de almas na Diocese ou nela exercem obras de apostolado sob a jurisdição do Bispo enquadram-se nos respectivos grupos represen­tativos, mencionados nos nºs lº e 22 do Artº 7º.

Art.º 8.º (Modo de composição)

A composição do Conselho Presbiteral será feita da maneira se­guinte:

1 . º - quanto aos membros natos, em razão dos cargos que exer­cem;

2.' - quanto aos representantes dos círculos, por eleição dos pa­dres que representam;

3 . º - quanto aos membros designados, por l ivre escolha do Bis­po. (10)

7

ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL ____________ _

Art.· 9.· (Os diversos membros)

Em conformidade com os artigos precedentes, o Conselho Pres­biteral terá a seguinte composição:

§ 1.. - Membros natos:

1 - Vigário Geral e Vigários Episcopais; 2 - Reitor do Seminário Diocesano; 3 - Chanceler da Cúria Diocesana; 4 - Presidente da Direcção da Fraternidade Sacerdotal.

§ 2.· - Membros eleitos pelos seguintes círculos:

1.· - um pelos presbíteros que integram a equipa formadora do Seminário Diocesano juntamente com os presbíteros que se dedi­cam predominantemente a actividades de ensino e formação;

2.· - um por cada equipa sacerdotal vicarial, constituída pe­los párocos e os outros presbíteros que prestam serviço na vigararia;

32 - um pela equipa sacerdotal do Santuário de Fátima; 4.2 - um pelos directores ou assistentes dos secretariados, co­

missões e movimentos de espiritualidade e apostolado laical; 5.· - dois pelos padres religiosos: um pelo círculo de Leiria e

outro pelo círculo de Fátima.

§ 3.· - Membros designados: por livre escolha do Bispo diocesa­no, sendo desejável que o seu número não ultrapasse o de 20% do nú­mero total dos membros.

CAPÍTULO III PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DO CONSELHO PRESBITERAL

Art.·lO.· (Eleitores e elegíveis)

Serão eleitores e elegíveis: 1." - Os sacerdotes incardinados na Diocese e ao seu serviço,

mesmo na situação de reforma.

8 _____________ ___ ____ _________________ _ _

ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

2.' - Os outros sacerdotes, religiosos ou não, com residência na Diocese e que nela exerçam legitimamente o seu múnus pastoral.

§ Único - Os membros natos não podem ser eleitos

Art.º11.º (Lista dos eleitores)

A Câmara Eclesiástica, em colaboração com o responsável pela convocação de cada círculo de eleitores, elaborará e comunicará a lis­ta dos presbíteros do círculo respectivo, para efeito de eleição dos re­presentantes no Conselho Presbiteral.

Art.º12.º (Um único círculo)

Cada presbítero pode pertencer só a um círculo de eleitores.

§ Único - Quando um sacerdote estiver ligado a vários círculos de eleitores em razão das diversas actividades que exerce, a prece­dência é determinada pela ordem dos círculos, segundo o Artº 90, § 2'.

Art.º 13.º (Modo de eleição)

As eleições dos membros referidos no Art.' 9.', § 2.' serão feitas por voto escrito e secreto, em assembleias especialmente convocadas para isso.

Art.º 14.º (Nova eleição)

No mês anterior ao termo do mandato dos membros do Conse­lho Presbiteral, as assembleias reunem-se para nova eleição em lo­cal, dia e hora fixados pelo responsável indicado no Artº 152 e comu­nicados por escrito com a antecedência mínima de quinze dias.

Art.º 15.º (Convocação dos colégios eleitorais)

Os colégios eleitorais serão convocados pelos responsáveis dos círculos, como segue:

_______________________________________ 9

ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

1- os presbíteros da equipa formadora do Seminário com os que se dedicam predominantemente a actividades de ensino e for­mação, pelo Reitor do Seminário;

2 - os padres de cada vigararia, pelo respectivo Vigário da Vara; 3 - os padres do Santuário de Fátima, pelo Reitor; 4 - os padres que exercem funções previstas no n.' 4 do § 2 do

Artº 9' pelo de mais idade; 5 - os padres religiosos do círculo de Leiria, pelo superior dos

Padres Franciscanos; 10 - os padres religiosos do círculo de Fátima, pelo superior da

comunidade mais antiga.

§ Único: No caso de impedimento dos responsáveis pelos diver­sos círculos, aqueles far-se-ão representar pelos seus legítimos de­legados ou substitutos.

Art.'16.' !Votação e delegação para votar)

Cada assembleia terá como presidente o responsável pela con· vocação, o qual escolherá um secretário e um escrutinador.

§ 1.' - Antes de se proceder à votação, dever-se-á fazer a chama­da dos votantes, de modo a poderem verificar-se as presenças e ainda a permitir uma melhor identificação de cada um pelos restantes.

§ 2.' - A assembleia só poderá funcionar, em primeira convoca· tória com dois terços dos eleitores. Meia hora depois daquela que ti· ver sido marcada, com a maioria dos eleitores.

§ 3.' - Se algum sacerdote estiver impedido, por motivo de força maior, de comparecer à eleição e desejar votar, poderá designar um seu delegado de entre os membros do círculo eleitoral, credenciando-o por carta pessoal dirigida ao presidente do círculo, onde fará menção da justificação da ausência e designação expressa da pessoa que o repre· sentará nas eleições. Se a assembleia aceitar a justificação, o delega­do designado votará por ele em todos os escrutínios.

§ 4.' - Não querendo aceitar a eventual eleição, o sacerdote au­sente deverá comunicá-lo previamente e por escrito ao responsável pela convocação do círculo eleitoral.

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_____________ ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

Art.º 17." (Escrutínio)

Considera-se eleito o sacerdote do círculo que obtiver maioria absoluta na primeira ou na segunda votação; não ficando nenhum eleito, a terceira votação será feita sobre os dois mais votados na se­gunda; se houver mais do que dois com o mesmo número de votos, a eleição far-se-á sobre os dois mais velhos na ordenação e, subsidia­riamente, na idade; em caso de igualdade de votos no terceiro escru­tínio, fica eleito o mais velho no sacerdócio e, subsidiariamente, na idade.

§ Único - No caso de o eleito não aceitar o cargo, proceder-se-á imediatamente a nova eleição.

Art." 18." (Acta da eleição)

Realizada a eleição, redigir-se-á uma acta, da qual constarão: a data, local e hora da reunião eleitoral; o nome do presidente, do se­cretário e do escrutinador; as presenças e o resultado da eleição, com os votos todos discriminados, por ordem decrescente. Esta acta será enviada à Câmara Eclesiástica dentro do prazo de três dias.

CAPÍTULO IV

MANDATO,E SUANATURE� DOS MEMBROS DO CONSELHO PRESBI TERAL

Art."19." (Duração do mandato)

O mandato dos membros do Conselho Presbiteral tem a dura­çâo de três anos.

§ 1.º - Nenhum membro pode ser eleito para mais de dois man­datos sucessivos.

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

§ 2. - O Bispo pode dispensar ou demitir qualquer dos mem­bros do Conselho, quando, a seu critério, houver razões graves pa­ra o fazer.

§ 3.' - Quando, por qualquer motivo, um dos membros eleitos deixar vago o seu lugar, proceder-se-á a nova eleição no respectivo círculo eleitoral.

Art." 20." (Cessação do Conselho)

Com a vacãncia da Sé Episcopal cessa o Conselho Presbiteral.

Art.º21." (Natureza do mandato)

Os membros do Conselho são representantes e não meros man­datários ou comissionados dos seus círculos; por isso, gozam da can­sequente autonomia em relação à consulta dos mesmos, isto é, têm na assembleia parecer e voto pessoais, ainda que devam ser cuida­dosos na preparação das reuniões, ouvindo sempre o grupo por que são delegados. (11)

§ 1.' - Para tornar efectiva a participação e corresponsabilida­de de todo o presbitério no Conselho, devem promover os contactos convenientes com os seus representados, pelos meios que reputem mais adequados.

§ 2.' - Devem ouvir igualmente os clérigos não presbíteros que, embora não sendo eleitores, se encontram a colaborar na pastoral dos seus círculos.

§ 3.' - Atendendo à natureza própria da Igreja, o Conselho Pres­biteral disponha-se a ouvir também os leigos, tendo fraternalmente em conta os seus desejos, reconhecendo a experiência e competência deles nos diversos campos da actividade humana. (12)

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_____________ ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

CAPÍTULO V

FUNCIONAMENTO DO CONSELHO PRESBITERAL

Art.- 22" (Competência do Presidente)

Compete ao Bispo, como Presidente do Conselho Presbiteral:

1.º - Promover as eleições dos membros do Conselho Presbite­ral e nomear outros membros que julgue convenientes para uma mais perfeita representação de todo o presbitério;

2.2 - Convocar as reuniões do Conselho; 3.2 - Fixar a respectiva agenda de trabalhos; 4 .. -Presidir pessoalmente ou por delegado nomeado expressa­

mente; 5 .. - Admitir a inserção de pontos que não constem da agenda; 6.' - Autorizar a admissão de peritos e de representantes "ad ca­

sum" nas reuniões do Conselho; 7.0 -Deliberar sobre as propostas e recomendações do Conselho; 8.'2 - Decidir sobre as comunicações a fazer, o seu conteúdo e o

modo de as divulgar; 9 .. - Informar o Conselho sobre a sequência dada às propostas

e recomendações do mesmo.

Art.- 23.­(Atribuições do Secretariado)

§ 1.0- O Conselho Presbiteral terá um Secretariado Permanen­te, composto pelo Secretário e por dois elementos, que, na medida do possível, se devem encontrar em situações ou ocupações complemen­tares, para que o mesmo Secretariado possa facilmente trabalhar em equipa.

§ 2.' - O Secretário será eleito pelos membros do Conselho, na primeira sessão. Os outros elementos do Secretariado serão de livre escolha do eleito, ratificada pelo Conselho.

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

§ 3.º - São atribuições do Secretariado:

1.' - Preparar e comunicar, de acordo com o Bispo, a agenda das sessões;

2.' - Executar o decidido pelo Conselho quanto à criação de co­missões e incentivar o trabalho das mesmas;

3.' - Elaborar, distribuir e receber textos e sugestões; 4.' - Redigir a acta de cada sessão e sujeitá-Ia à aprovação do

Conselho, no início de cada sessão; 5.' - Elaborar, de acordo com o Bispo, os respectivos comunica­

dos sobre os trabalhos de cada sessão; 6.' - Arquivar e transmitir ao Conselho seguinte toda a docu­

mentação referente às sessões do mesmo.

Art.-24 •• (As sessões do Conselho)

§ 1.' - O Conselho Presbiteral reunir-se-á ordinariamente três vezes por ano. em data a fIxar; e extraordinariamente quando convo­cado pelo Presidente, a seu critério, ou a pedido de, pelo menos, um terço dos seus membros e com a devida convocação do Presidente.

§ 2 ' - A agenda das sessões será estabelecida pelo Presidente com a colaboração do Secretariado Permanente e tendo em conta as sugestões do Presbitério.

§ 3.' - Se um grupo de dez padres, não pertencentes ao Conse­lho Presbiteral, desejar expôr um assunto ao Conselho, poderá fazê­-lo de acordo com o Bispo, mediante um representante "ad casum".

§ 4.' - A agenda de cada sessão, com a respectiva documenta­ção, deverá ser ordinariamente comunicada a todos os membros do Conselho com a antecedência de um mês, a não ser que a natureza do assunto não aconselhe a sua divulgação.

§ 5.º - O Conselho funcionará em reuniões plenárias ou parciais, conforme os casos.

1.' - As reuniões plenárias destinam-se especialmente a:

a) discutir um tema determinado;

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_____________ ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

b) apreciar os pareceres das comissões; c) tomar conhecimento das conclusões dos trabalhos de grupo; d) proceder a votações.

2.Q - As reuniões parciais destinam-se a discutir,em porme­nor,um tema proposto; e serão organizadas segundo critérios ade­quados a cada caso.

§ 6.· -A orientação das reuniões plenárias compete ao Secretá­rio, que poderá delegar essa função.

§ 7 .• - Em cada reunião plenária haverá um tempo destinado a assuntos "antes da ordem do dia".

§ 8 . · - As deliberações ou pareceres do Conselho serão expres­sos por maioria absoluta de votos na primeira e segunda votação; por maioria relativa na terceira votação.

1 . · - Em casos especiais, o Conselho, de acordo com o Presiden­te, poderá exigir uma maioria de dois terços.

2 .• - Nos casos mais importantes, as deliberações sejam toma­das por escrutínio secreto.

Art.· 25.· (Comissões do Conselho)

§ 1.. - O Conselho Presbiteral poderá constituir as comissões que julgar convenientes para o estudo dos diversos temas propostos, segundo critérios a estabelecer para cada caso.

§ 2. 2 - Cada comissão poderá agregar a si os peritos e consulto­res, padres ou leigos que forem considerados necessários, ou solici­tar-lhes o parecer, sem prejuízo do Art.· 22.º, 6.º.

§ 3.· - Compete às comissões:

1.. - Estabelecer a ligação conveniente com os outros órgãos ou instituições diocesanas afins;

2.· - Promover, eventualmente, contactos com outros membros ou comissões do Conselho ou com todo o Presbitério, se forem julga­dos necessários, combinando com o Secretário a forma de actuação;

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

32 - Elaborar em tempo oportuno os pareceres de que forem in­cumbidas, entregando-os no Secretariado com a antecedência bas­tante para poderem ser apreciados pelos membros do Conselho;

42 - Manter o Secretariado informado do andamento dos seus trabalhos e organizar o seu arquivo, que transmitirão ao mesmo Se­cretariado no termo do seu mandato.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art.º 26.º (Informação e especial reserva)

A fim de favorecer o clima indispensável de serenidade e de mú­tua confiança, os membros do Conselho observarão a discrição con­veniente sobre o andamento dos trabalhos, sem prejuízo da informa­ção que é devida a todos os membros do Povo de Deus, especialmente aos membros do Presbitério.

§ Único - Para isso, será necessário que, em certas matérias se­ja recomendada especial reserva.

Art.º 27.· (Dissolução)

Se o Conselho Presbiteral não desempenhar o múnus que lhe es­tá confiado para o bem da Diocese, ou dele abusar gravemente, o Bis­po diocesano, depois de consultar o Metropolita, pode dissolvê-lo; mas dentro de um ano deve constituí-lo de novo.

Art.º 28.· (Revisão)

Estes Estatutos devem ser revistos de cinco em cinco anos.

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_____________ ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

Art." 29." (Interpretação e lacunas)

Qualquer caso omisso ou duvidoso será decidido de harmonia com o Código de Direito Canónico, decretos conciliares Christus Do­minus e Presbyterorum Ordinis, Motu Proprio Ecclesiae Sanctae, Carta-Circular Presbyteri Sacra da Sagrada Congregação do Clero de 11 de Abril de 1970, os Decretos da Conferência Episcopal Portu­guesa para aplicação do novo Código de Direito Canónico de 25 de Março de 1985, ou por determinação do Presidente do Conselho.

FONTES E SIGLAS

PO - Concílio Ecuménico Vaticano II, decreto Presbyterorum Ordinis CDe - Código de Direito Canónico

CD - Concilio Ecuménico Vaticano n, decreto Christus Dominus ES - Motu propriu Ecclesiae Sanetae (AAS 58 (1966) 757-787) PS - Carta-Circular Presbyteri Sacra da Congregação do Clero (11.4.1970) CEP - Decretos da Conferência Episcopal Portuguesa para a aplicação do novo

Código de Direito Canónico, LUMEN 46 (1985) 148-149.

1) Cfr PO, 7; CD, n.º 27; ES, I, n.º 15, §1; PS, n.º 10 e conclusões l-a; CDC, cân. 495, §1

2) Cfr CDC, cân. 500, §3 3) Cfr CEP, Introdução; PO, n.' 7 4) Cfr CD, n.' 28; PS, n.'s 2, 5 5) Cfr PS, n.' 9 6) Cfr CDC, cân. 500, §2 7) Cfr PS, n.' 9 8) Cfr CDC, cân. 495, §1 9) Cfr PS, n.' 8

10) Cfr PS, n.' 7 11) Cfr CEP, 4 12) Cfr PO, 9

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, "O PAI CHAMA A VIDA ETERNA"

Da mensagem para o XXXVI Dia Mundial de Oração pelas Vocações

15 de Abril de 1999 - N Domingo da Páscoa

A celebração do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, progra­mado para o dia 25 de Abril de 1999, quarto domingo da Páscoa, cons­titui um novo apelo a considerar com atenção a um aspecto funda­mentaI da vida da Igreja: o chamamento ao ministério ordenado e à vida consagrada.

No caminho de preparação para o Grande Jubileu, o ano de 1999 abre os horizontes do crente para a perspectiva do próprio Cristo: a perspectiva do Pai que está nos céus (cf. MT 5, 45; Tertio mil/enio ad­veniente, 49) e convida a reflectir sobre a vocação que constitui o ver­dadeiro horizonte de todo o coração humano: a vida eterna. Precisa­mente a essa luz se revela toda a importância das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, com as quais o Pai Celeste. "do qual vem toda a dádiva e todo o dom perfeito" (Tg 1, 17), continua a enri­quecer a Sua Igreja.

Brota espontâneo do coração um hino de louvor: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (Ef 1, 3), pelo dom de inú­meras vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada, nas suas variadas formas, que nos concede, também neste século que es­tá a chegar ao fim.

Deus continua a mostrar-se Pai, por meio de homens e mulheres que, impelidos pela força do Espírito Santo, testemunham com a pa­lavra e com as obras, às vezes até com o martírio, a sua dedicação sem reservas ao serviço dos irmãos. Através do ministério ordenado de Bis­pos, Presbíteros e Diáconos, Ele oferece a garantia permanente da pre­sença sacramentaI de graças ao seu serviço específico, na unidade de um só corpo e na variedade de vocações, ministérios e carismas.

Ele derrama abundantemente o Espírito em seus filhos de adop­ção, manifestando claramente - nas várias formas de vida consagra­da - o seu amor de Pai, que quer atingir a humanidade inteira. É um amor, o Seu, que aguarda com paciência e acolhe em festa quem se afastou; que educa e corrige; que sacia a fome de amor de cada pes­soa. Ele continua a aponter horizontes de vida eterna que abrem o coração à esperança.

JOÃO PAULO II

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NOTA ESPISCOPAL PARA A QUARESMA

1. - Vai começar a quaresma. Este tempo quaresmal decorre desde 4' feira de cinzas (17/2) até à tarde de 5 ' feira da semana san­ta (114).

A quaresma, na perspectiva da Páscoa, é tempo de revisão e de penitência. Somos convidados a reflectir e a partilhar. Passado o carnaval, queremos reencontrar-nos. Para senTIOS mais humanos e fraternais.

Lembramos que continua em vigor o preceito do jejum e absti­nência. As várias formas de praticar este mandamento são comple­mentares. Mandamos que o semanário diocesano publique as normas de 1984 e pedimos que os Reverendos Párocos expliquem adequada­mente.

Para além do 'contributo penitencial' é aconselhada a 'renúncia quaresmal', que consiste na privação de algo supérfluo e que é enca­minhado para ajudar os mais necessitados. Na nossa diocese de Lei­ria-Fátima em 1998 a soma do contributo penitencial e da renúncia quaresmal foi de 10 325 907$50, dos quais uma parte foi enviada pa­ra S. Tomé e Príncipe.

Neste ano de 1999, a mesma percentagem será atribuída a um 'fundo de apoio aos meios de comunicação social da Igreja nos países africanos de expressão oficial portuguesa'. Este fundo será adminis­trado pela Conferência Episcopal Portuguesa e integra-se no plano geral de evangelização, desenvolvimento e solidariedade.

2. - Na forma do costume, a nossa diocese vai realizar a sua pe­regrinação anual a Fátima no 5." domingo da quaresma (21/3). Es­te ano, que na perspectiva do Grande Jubileu do Ano 2000 é consa­grado à Pessoa de Deus Pai, terá como tema "Ao encontro do Pai, fonte de vida".

O programa/horário seguirá o esquema habitual e será oportu­namente divulgado. Não esqueceremos que estamos em Sínodo e que 1999 é o ano das pessoas idosas.

3. - Para a mensagem quaresmal 99 o Papa João Paulo II esco­lheu o seguinte tema: "O Senhor preparará um banquete para todos os povos" (cfr. Is.25,6). E explica: "A quaresma faz-nos erguer o olhar

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NOTA EPISCOPAL PARA A QUARESMA

para além do presente, agora, apesar de "as realidades não serem definitivas") acrescenta o Papa.

"Este ano de preparação para o Grande Jubileu, continua João Paulo II, quer ajudar-nos a renovar a consciência de que Deus é o Pai" e impele-nos, numa lógica de serviço e de partilha, a "acolher os irmãos".

Em sintonia com este apelo do Papa, desejo a todos os Diocesa­nos de Leiria-Fátima um salutar tempo de quaresma, na conversão e na penitência, para a Páscoa da Ressurreição,

Leiria, 2 de Fevereiro de 1999, festa da Apresentação do Senhor,

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA Bispo de Leiria-Fátima

ALGUMAS DATAS DE MAIO

6-9 : 105." Curso de Cristandade de Homens,

12-13 : Peregrinação Internacional a Fátima, sob o tema: "Pai, perdoai-nos como nós perdoamos", sendo presi­dida pelo Sr, Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo,

16: É o 33 .. dia mundial das comunicações sociais, sob o tema da mensagem do Papa: "Mass media, presença amiga ao lado de quem procura o Pai" (cfr.Lumen 1999,2). (Corri­gir o n/Calendário),

18 : É o 79 .. aniversário natalício de João Paulo II.

20-23: 77 .. Curso de Cristandade de Senhoras,

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NOTA DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO

No seguimento de algumas propostas feitas no âmbito do Síno­do Diocesano que reflectem a necessidade de formação para os agen­tes da pastoral, o Conselho Pastoral Diocesano, reunido a 22 de Fe­vereiro de 1999, teve a oportunidade de discutir a actividade da Diocese de Leiria-Fátima nesta área,

Dos dados recolhidos junto dos vários serviços diocesanos é de salientar que existe uma profusão de actividades formativas quer pa­ra o clero quer para os leigos em geral, sendo que a maior parte de­las se refere a áreas específicas dentro do seu plano de actuação. To­davia, verifica-se qu e as iniciativas carecem duma articulação, coordenação e complementaridade entre si. A este facto acresce a falta de clarificação e definição das formações necessárias à Diocese bem como uma grande carência de formadores leigos e subaprovei­tamento daqueles que possuem habilitações que poderiam servir à formação de animadores para a Igreja.

A par da formação na Igreja, está a promoção do diálogo com a cultura. Na Diocese de Leiria-Fátima existem muitas instituições vocacionadas e com iniciativas que intervêm neste domínio. Ava­liando-as dum modo muito sumário, verifica-se que faltam ainda grupos de reflexão que promovam debates, jornadas e seminários so­bre questões de relação entre a fé e a cultura, contribuindo para is­so a falta de animadores específicos. Para ajudar a suprir esta ne­cessidade, propôs-se avançar com a clarificação do papel a atribuir ao Centro Diocesano de Formação e Cultura proposto pela Assem­bleia Sinodal na sua segunda sessão de trabalho.

Na área específica da pastoral familiar, foi dada a conhecer a ne­cessidade da criação de equipas e serviços dentro das próprias comu­nidades paroquiais que pudessem animar o sector. Neste âmbito, o Serviço de Apoio à Família está a envidar esforços para que haja uma sensibilização dos párocos e respectivas paróquias.

Motivado pelo momento de reflexão acerca das celebrações da fé que é tema do último guião sinodal, o Conselho Pastoral Diocesa­no (CPD) examinou também o modo como as celebrações eucarísti­cas são vividas nas comunidades paroquiais. Tendo em conta que o II Concflio do Vaticano insiste na renovação litúrgica e na adequa-

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NOTA DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO

ção das celebrações aos tempos hodiernos, houve da parte do CPD uma manifesta posição crítica em relação à situação actual. A Eu­caristia continua a celebrar-se duma forma pouco festiva e comuni­tária, se bem que, recentemente, tenham surgido muitos e bons exemplos, que podem servir como paradigma a outras comunidades.

Ficou ainda agendada uma outra reunião extraordinária do CPD a fim de discutir o papel do Bispo, por forma a preparar o Síno­do dos Bispos. Esta reunião terá como base o resumo do instrumen­to de trabalho distribuído aos vários membros.

ALGUMAS DATAS DE JUNHO

3 : Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.

3-6 : 3. " Congresso Eucarístico Nacional em Braga, sob o tema: "Jesus Cristo único Salvador do Mundo, Pão para a Vida Nova",

9-10 : Peregrinação Nacional das Crianças a Fátima, sob o tema: "Bendito seja Deus que é nosso Pai",

12-13 : Peregrinação Internacional a Fátima, sob o tema: "Recebestes de graça, dai de graça", presidida pelo Sr. Bispo D. António José Cavaco Carrilho.

12-13 : Mini-curso dos Cursos de Cristandade.

21 : Conselho Presbiteral.

27 : Ofertório para a Cadeira de S. Pedro.

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COMUNICADO DO CONSELHO PRESBITERAL

o Conselho Presbiteral da diocese de Leiria-Fátima reuniu-se no passado dia 8 de Fevereiro, no Seminário de Leiria, sob a presidência do bispo diocesano, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva. Durante to­do o dia, os membros deste órgão consultivo do Bispo Diocesano, reflec­tiram sobre diversos assuntos relacionados com a vida da Igreja, alguns deles propostos no momento e outros já devidamente agendados.

Dos assuntos de antes da ordem do dia, que ocuparam conside­rável parte do tempo, destacaram-se os seguintes:

- O Conselho foi informado sobre o processo relativo à igreja da San­tíssima Trindade, a construir no Santuário de Fátima, tendo ficado agen­dada para o dia 19 de Fevereiro uma visita guiada à exposição dos três projectos seleccionados, aberta a todos os padres residentes na Diocese;

- Adiantaram-se algumas sugestões para o bom funcionamento do novo Regulamento de Administração dos Bens da Igreja, que en­trou em vigor para toda a Diocese de Leiria-Fátima em Janeiro de 1998; partilharam-se experiências de adaptação ao novo sistema e de­finiram-se alguns pontos relativos à remuneração mensal do clero;

- Fez-se uma breve reflexão sobre os critérios a ter em conta pa­ra a criação de novas paróquias, de acordo com o Código de Direito Ca­nónico, e destacaram-se alguns aspectos: a extensão territorial e o nú­mero de fiéis, o tipo de comunidade cristã e as estruturas materiais.

O Conselho dedicou-se depois, longamente, à discussão e apro­vação da proposta de Regulamento do Tempo Sabático do Clero da Dio­cese de Leiria-Fátima. Trata-se da tentativa de concretizar uma ideia já antiga e que assenta na necessidade de dar aos presbíteros que es­tão ao serviço da Igreja a possibilidade de refazerem as suas energias físicas e espirituais, bem como de se actualizarem nas diferentes áreas da teologia e da pastoral. Abordou-se depois brevemente o último pon­to da agenda: Algumas ideias para o Plano Pastoral da Diocese de Lei­ria-Fátima. Por falta de tempo, ficou adiado para posteriores sessões.

Esta foi a última reunião ordinária deste Conselho, aguardando­-se agora a aprovação e publicação de novos Estatutos e a constitui­ção do novo Conselho para o próximo triénio.

Leiria, 10 de Fevereiro de 1999 o Secretariado Permanente

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«MASS MEDIA: PRESENÇA AMIGA AO LADO DE QUEM PROCURA O PAI»

Da Mensagem para o 33º Dia Mundial das Comunicações Sociais

16 de Maio de 1999

Escolhi como tema para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano ((Mass media: presença amiga ao lado de quem procura o Pai». O tema abrange duas questões: como podem os meios de comunicação co­laborar com Deus, em vez de agir contra Ele? E como podem os mass me­dia ser uma presença amiga para quem deseja a proximidade amorosa de Deus nas próprias vidas? Abrange também uma afirmação de facto e uma razão para dar graças: que, por vezes, os meios de comunicação tornem verdadeiramente possível, a quem procura Deus, ler duma maneira nova os dois livros, o da natureza, que é o reino'da razão, e o da revelação, a Bí­blia, que é o património da fé. Finalmente, o tema engloba um convite e uma esperança: que os responsáveis pelo mundo das comunicações sociais se empenhem a ajudar, e não a impedir, a busca do pleno sentido que es­tá no próprio âmago da vida humana.

Existir como ser humano significa procurar; e, como sublinhei na minha recente Encíclica Fides et Ratio, qualquer busca humana é, no fIm de contas, uma busca de Deus: "Fé e razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da ver­dade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele para que, conhecendo­-O, possa chegar também à verdade sobre si próprio».

O Grande Jubileu será uma celebração de Deus, que é o objecti­vo da busca de cada ser humano, uma celebração da misericórdia infinita que todos os homens e mulheres desejam, apesar de estarem muitas ve­zes marcados pelo pecado que, segundo a expressão de Santo Agostinho, é como procurar uma coisa boa no lugar errado (cf. Confissões, X, 38). Pe­camos, quando procuramos Deus onde Ele não pode ser encontrado.

Por conseguinte, ao falar 1,dos que procuram o Pai», o tema deste ano para o Dia Mundial das Comunicações Sociais fala de cada homem e de cada mulher. Todos procuram, mas nem todos no lugar justo. O tema reconhece a influência excepcional dos mass media na cultura contempo­rânea, e por conseguinte, a responsabilidade da mídia no testemunho da verdade acerca da vida, da dignidade humana, do significado autêntico da nossa liberdade e interdependência recíproca.

JOÃO PAULO II

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COMISSÃO DA FORMAÇÃO PERMANENTE

DO CLERO

No dia 3 de Março de 1999, na Casa Episcopal de Leiria, sob a presidência do Senhor Bispo, reuniram-se os padres Adelino Filipe Guarda, Anacleto Cordeiro Gonçalves Oliveira, Jorge Manuel Faria Guarda, Luís Inácio João e Virgílio do Nascimento Anrunes.

A abrir os trabalhos, D. Serafim justificou o convite dirigido a cada um dos presentes e perguntou-lhes se aceitavam constituir a Comissão da Formação Permanente do Clero. Todos aceitaram. Fi­cou assente que a nomeação é válida por três anos.

À pergunta pelos objectivos da Comissão, cada membro expri­miu a própria opinião, focando variados aspectos a ter em conta na for­mação permanente do clero. D. Serafim sintetisou as várias interven­ções apontando três hipóteses para definir a missão deste grupo:

A. Ser uma Comissão Diocesana para apoio e acompanhamen­to do clero em múltiplos aspectos;

B. Ser uma Comissão Diocesana da Formação do Clero, incluin­do não apenas o aspecto teológico-pastoral mas também a dimensão espiritual;

C. Ser uma Comissão de Formação Permanente centrando-se na dimensão teológico-pastoral.

Considerando que as possibilidades da comissão, dados os múlti­plos afazeres dos seus membros, são bastante limitados, concordou-se na hipótese C, entendendo-se que o campo teológico-pastoral deverá ser abrangente de outras dimensões que se revelem complementares e necessárias.

Como coordenador da Comissão foi nomeado o P. Jorge Guar­da, Vigário Geral, e para secretário o P. Virgílio Antunes, Reitor do Seminário.

Foi salientado ser prioritário criar em cada padre a exigência e o interesse pela formação permanente e pelo desenvolvimento da

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COMISSÃO DA FORMAÇÃO PERMANENTE DO CLERO _________ _

consciência de presbitério. Na formação permanente é necessário de­finir um projecto que preveja várias dimensões e alguma continuida­de. Importa igualmente reconhecer e estimular os interesses pes­soais de cada padre e valorizar a iniciativa de participar em acções de formação promovidas por outras entidades que não a Diocese.

A terminar, o senhor bispo apontou que a Comissão, além dos turnos de actualização, deveria promover jornadas no decurso do ano sobre temas de actualidade no âmbito cultural.

A próxima reunião ficou marcada para o dia 29 do corrente, às 15 horas no mesmo local. Nela deverá definir-se com maior preci­são os objectivos e delinear as actividades formativas para o presen­te ano.

P. Jorge Guarda

ALGUMAS DATAS DE JULHO

5 : Recolecçâo para o Clero, sob orientaçâo do P. Júlio Carrara, SCJ.

12-13 : Peregrinação Internacional a Fátima, sob o tema: "Há um só Deus e Pai de todos", presidindo o Sr. Bispo de Angra do Heroísmo, D. António de Sousa Braga.

13 : Aniversário da Dedicação da Sé Catedral de Leiria.

19-23 : 12 turno de retiros para o Clero, em Fátima, sob orientação do P. Dr. Domingos C. Monteiro Oliveira.

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PEREGRINAÇÃO DIOCESANA A FÁTIMA

Mais de 30 mil peregrinos partici param na 68" peregrinação da Diocese de Leiria-Fátima ao Santuário de Fátima, realizada no pas­sado dia 21 de Março. Muitos fizeram a sua caminhada a pé, em jor­nada de oração e penitência, entre os quais o nosso Bispo, D. Serafim.

O tema da peregrinação ,<Ao encontro do Pai, Fonte de Vida», as­sociando a caminhada da diocese, em Sínodo, à caminhada da I gre­ja Universal, no terceiro ano de preparação para o Jubileu do Ano 2000, foi um convite a reconhecer Deus como nosso Pai, que fala me­diante Seu Filho Jesus Cristo e pela voz silenciosa do Espírito San­to, no íntimo do nosso coração.

A peregrinação teve início na véspera, com um programa espe­cial para jovens.

Na manhã de domingo, os peregrinos concentraram-se, por vi­gararias, em cinco entradas diferentes de Fátima, e partiram em cor­tejo para o Santuário, fazendo a Via Sacra. Ao chegar ao Santuário, os peregrinos concentraram-se na Capelinha das Aparições para reza­rem o terço. Seguiu-se a Eucaristia, concelebrada por 76 sacerdotes.

Durante a homilia, D. Serafim informou, em primeira mão, que a Diocese de Leiria-Fátima está a organizar uma peregrinação ofi­cial à Terra Santa, na perspectiva do Grande Jubileu. A este propó­sito, serão dadas notícias, brevemente, através das paróquias.

Deitando um olhar aos países onde há problemas latentes, al­guns que sofrem os horrores d a violência e da guerra, em Timor, na Europa, na Ásia, em África (onde há 32 povos em guerra declarada), o Bispo de Leiria-Fátima pediu meio minuto de silêncio a todos os peregrinos, para que cada um pedisse à Mãe, e por Ela a Jesus Cris­to, o dom da paz.

Na comunhão, receberam a sagrada hóstia 1 1 mil fiéis. Um momento especial foi dedicado à Santa Unção, já que este

é também o Ano do Idoso, salientando a força e importância deste sa­cramento, não só em casos de morte eminente, mas em situações de doença grave ou idade avançada. Para tal, receberam o sacramento 12 doentes que haviam participado no retiro promovido pelo Movi­mento da Mensagem de Fátima. Foi, igualmente, exemplo da celebra­ção comunitária deste sacramento, aconselhada pela Igreja e que se quer renovar na Diocese.

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PEREGRINAÇÃO DIOCESANA A FÁTIMA

A celebração no recinto terminou, como é habitual, com a Pro­cissão de regresso da imagem de Nossa Senhora à Capelinha das Aparições.

Após o almoço de confraternização, os jovens, que já na véspera haviam iniciado a sua participação com trabalhos de grupo e um se­rão festivo, sob a orientação do Secretariado Diocesano da Pastoral Ju­venil, iniciaram a Festa-Mensagem, no Centro Paulo VI, sob o tema "Fontes da Vida para Caminhar" , baseada no 3º guião sinodal, que, se­gundo opiniões colhidas junto de alguns dos cerca de 1.300 jovens pre­sentes, agradou muito pelos conteúdos e dinamismo que apresentou.

A festa constou de várias representações, quadros, coreografias, momentos musicais, em que os sacramentos foram o tema chave.

No final, D. Serafim salientou a importância deste momento co­mo corolário de toda uma jornada de peregrinação da Diocese, em união e comunhão eucarística e fraternal. Frisou, depois, alguns dos conteúdos apresentados, como preocupação sua e de toda a Diocese, para que a renovação seja, de facto, uma realidade e convidou todos a uma proclamação de vontade e compromisso nessa renovação, em comunhão e responsabilidade.

A terminar, todos rezaram em agradecimento a Deus Pai pelos momentos importantes do dia e pelo Dom que foi a Peregrinação.

RECOMENDAÇOES

Todas a s paróquias devem ter n o ArquivolBiblioteca a revista LUMEN e o ÓRGÃO OFICIAL DA DIOCESE.

A Gráfica pode encarregar-se das respectivas encader­nações.

Também o anual "Calendário Diocesano" pode/deve ser arquivado.

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VIDA ECLESIAL

RIBEIRA DO FÁRRIO HOMENAGEIA O REV.º P. BENEVENUTO VIEIRA OLIVEIRA DIAS

No dia 31 de Dezembro pº p', último dia em que os lugares da Mata e Vale da Meda faziam parte da paróquia da Freixianda, os seus habitantes quiseram mostrar a sua gratidão ao P. Benevenuto que, durante 46 anos, serviu com dedicação aquelas povoações, ofe­recendo-Ihe uma salva de prata.

No dia 1 de Janeiro o Sr. Bispo, D. Serafim, presidiu à celebra­ção da Eucaristia na recém-criada paróquia de Ribeira do Fárrio, constituída por aquelas duas povoações, dando posse ao novo páro­co, Rev' P. Francisco Jorge. Durante a homilia dirigiu palavras ami­gas ao pároco cessante, palavras que suscitaram da assembleia uma prolongada salva de palmas que o homenageado, de pé, agradeceu.

Durante uma pequena festa convívio que se realizou após a Eu­caristia, foi ainda oferecido ao Rev.º P. Benevenuto um cálice de pra­ta lavrada, que este agradeceu, bem como todas as palavras de elo­gio que lhe foram dirigidas. Terminou citando S. Lucas (17,10). "uma vez feito o que se vos ordenou, dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer".

ENCONTRO DE CRISMADOS

Organizado pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil realizou-se no dia 9 de Janeiro de 1999 o encontro de jovens crisma­dos em 1998. Estiveram presentes cerca de 80 que reflectiram e par­ticiparam em algumas dinâmicas de trabalho sobre Deus Pai que ama cada pessoa como filho.

O Sr. Bispo, que esteve presente no início do encontro, saudou os presentes, recordou com eles o dia e a celebração do crisma de ca­da um e desejou um bom encontro para todos.

Pelas 16 horas houve a celebração da missa que foi presidida pelo Rev.º P. Virgilio Francisco. O tema proposto pelo Secretariado para este ano dedicado a Deus Pai -- "Tu és o meu filho muito ama­do" -- deu o tom à celebração com que terminou o encontro.

No final muitos dos participantes manifestaram-se desejosos de mais encontros como este.

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VIDA ECLESiAL

CÁRITAS EM ACÇÃO

No dia 10 de Janeiro, no centro paroquial de Ourém, uma equi­pa da Cáritas Diocesana de Leiria, reuniu-se com as comunidades paroquiais das vigararias de Caxarias e Ourém.

Um dos objectivos deste encontro de formação para a pastoral social foi uma maior aproximação com as paróquias mais interiores da diocese e o estabelecimento de laços mais fortes por forma a uni­rem esforços na área sócio caritativa. Por outro lado, esta jornada significou uma convergência de esforços de serviços que trabalham na mesma área, já que, o Conselho Central da Sociedade de S. Vicen­te de Paulo, o Movimento Mensagem de Fátima e a Comissão para a Pastoral da Saúde, se associaram à sua organização.

Com esta actividade, ficou criada uma "oportunidade mais fa­vorável para nos conhecermos a nós mesmos e às situações próprias de cada zona", segundo Ambrósio Santos, presidente da Cáritas Dio­cesana. Neste sentido, foi previamente feito um inquérito às paró­quias daquela zona sobre a actividade no campo sócio-caritativo. Do total de 13 paróquias, responderam 4 grupos paroquiais que se de­dicam à acção social. Foi com base nestes números e nas directivas apontadas pelo episcopado português na instrução pastoral "A Ac­ção Social da Igreja", publicada há um ano, que as conclusões do en­contro apontavam para o desenvolvimento de "esforços que condu­zam à melhoria de funcionamento ou à criação, em cada paróquia, de um serviço de acção social que se assuma como expressão permanen­te do compromisso e da partilha das comunidades cristãs e, entre ou­tras missões, assegure o conhecimento e o atendimento dos proble­mas sócio-familiares da paróquia, sem qualquer discriminação".

O encontro contou com a presença do bispo diocesano, D. Sera­fim, que se congratulou com o facto da acção ter sido bastante parti­cipada.

ENCONTRO ECUMÉNICO

Decorreu de 18 a 25 de Janeiro a Semana de Oração pela Uni­dade dos Cristãos, como vem acontecendo desde há muitas dezenas de anos. Este ano, realizou-se o Encontro Ecuménico Nacional, em

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VIDA ECLESIAL

Leiria, com a presença da Comissão Episcopal da Doutrina da Fé e o Conselho Português das Igrejas Cristãs.

O encontro realizou-se no Seminário Diocesano e terminou com uma celebração ecuménica, no dia 22 de Janeiro, no ginásio da casa. A presidência coube a um grupo constituído por dois bispos e um pa­dre católicos, um bispo da Igreja Lusitana, um pastor metodista e outro presbiterano.

COMUNIDADES NEOCATECUMENAIS

Por ocasião da passagem do 30º aniversário do início das Comu­nidades Neocatecumenais em Portugal, presidida pelo bispo da Dio­cese de Leiria-Fátima, D. Serafim, realizou-se no dia 8 de Março, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, uma grande reunião de bispos e presbíteros de todo o país entre os quais se encontrava o Senhor Núncio Apostólico em Lisboa.

O encontro centrou-se na urgência de assegurar o futuro da vi­da e missão da Igreja através da Nova Evangelização tão preconiza­da nos últimos tempos por João Paulo II. A entrada numa nova épo­ca da História Humana exige um novo rosto da Igreja com cristãos sintonizados com o Evangelho de Cristo e uma nova dinâmica apos­tólica alicerçada no anúncio da Boa Nova da Salvação.

Na tarde do dia anterior, realizou-se no pavilhão multiusos do Parque das Nações, em Lisboa, o 1Q Encontro Nacional das Comuni­dades Neocatecumenais que congregou cerca de 7 500 elementos vin­dos das várias dioceses do país.

ENCONTRO DE RELIGIOSAS EM FÁTIMA

O coordenador-geral do Sínodo, P. Jorge Guarda, esteve pre­sente num encontro de religiosas na Fátima, promovido pela Fede­ração dos Institutos Religiosos Femininos, onde proferiu uma confe­rência sobre o tema "O verdadeiro rosto de Deus".

Depois da apresentação do tema, estabeleceu diálogo com os participantes, em que surgiu uma questão sobre os meios oferecidos na Diocese para a formação e vivência do jubileu. A este propósito, o P. Jorge Guarda lembrou o guião sinodal e fez um apelo a uma malor

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VIDA ECLESIAL

participação por parte das comunidades religiosas constituindo gru­pos de reflexão e enviando ao Secretariado do Sínodo o resultado des­se trabalho e as suas propostas.

Neste encontro estiveram presentes cerca de uma centena da participantes das diferentes comunidades religiosas de Leiria-Fáti­ma, que manifestaram o desejo de uma participação mais activa na caminhada sinodal diocesana e no própria vida da Diocese. Por ou­tro lado, referiram a necessidade de a Diocese reconhecer a sua vi­vência religiosa como contributo válido para o seu crescimento e re­novação na fé, dentro do múnus que lhe é específico.

PEREGRINOS AO ENCONTRO DE DEUS-PAI

o ano de 1999 é o último do triénio preparatório do Terceiro Mi­lénio e debruça-se sobre o tema de Deus-Pai, a seguir aos anos so­bre Jesus Cristo (1997) e sobre o Espírito Santo (1998).

Veio neste sentido o tema do Encontro Nacional da APOAP (As­sociação Portuguesa de Organizadores e Animadores de Peregrina­ções): "Peregrinos ao Encontro de Deus-Pai», que decorreu em Fá­tima.

Estiveram presentes cerca de 50 membros da Associação, pon­do em comum as experiências mais positivas e os problemas senti­dos por cada um, na organização e animação das peregrinações.

O Encontro serviu também para reflexão acerca de como viver a peregrinação, como tempo e espaço de encontro com Deus, na sua preparação, organização, ambiente de toda a viagem e na sua esta­dia no Santuário.

Para além dos habituais debates, com intervenções dos associa­dos, salientamos as palavras proferidas por Frei Dr. Agostinho Leal, sobre "o Homem peregrino de Deus-Pai», e pelo Reitor do Santuá­rio de Fátima, Mons. Luciano Guerra, sobre a vivência do Jubileu do ano 2000, em Fátima. Em resumo, ficam as palavras do Pe. Artur de Matos, Presidente da Associação, sobre o tema do Encontro:

((A Pessoa do Pai, por vezes tão esquecida, é, afinal, a mais cen­tral na vida e na oração de Jesus e da Igreja. Descobrir Deus como o Pai do Pai-Nosso é entrar no mistério profundo da nossa filiação di­vina e no amor do Pai em que existimos nos movemos e somos)).

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VIDA ECLESIAL

REUNIÃO DE VIGÁRIOS

Conforme o estabelecido no calendário diocesano, Sua Ex.cia Rev.ma o Bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva reuniu com os padres vigários no passado dia 26 de Janeiro, na Casa Episcopal.

1. - Num conjunto de informações, destacam-se: realização da Ultreia Diocesana, em Minde, a 31 de Janeiro; o modo como decor­reu e se solucionou o processo da Domus Pacis, em Fátima; o nome da futura igreja-espaço de grandes dimensões, chamada Igreja da Santíssima Trindade, seu projecto e concretização; o estado de saú­de de alguns sacerdotes que, u se mantém estacionário, ou com acen­tuadas melhoras; o modo como decorreu o momento ecuménico da oração no passado dia 22 integrado no semana de Oração pela Uni­dade dos Cristãos, com a participação de outros pastores cristãos e boa participação de público; algumas linhas de orientação em ordem ao programa da celebração entre nós do Jubileu do Ano 2000.

2. - Durante algum tempo esteve presente o Rev. P. Virgílio do Rocio Francisco, assistente do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil que orientou uma reflexão sobre a actual situação dos jovens: assediados por variados e complexos dinamismos, de ordem estatal uns, de ordem ambiental outros, pouco lhes sobra para, como cris­tãos comprometidos que muitos querem ser, se dedicarem às tarefas que lhes são propostas numa linha de corresponsabilidade cristã, sendo urgente a formação de animadores de grupos para que não se dispersem energias.

3. - Fez-se uma análise breve ao trabalho das diferentes Vigara­rias, verificando-se que todas estão a realizar os seus programas, algu­mas com acentuada exuberância, de acordo com as suas capacidades.

4. - A reunião terminou com uma referência à Quaresma e sua celebração e, dentro do seu tempo, a realização da Peregrinação Dio­cesana ao Santuário de Fátima, a 21 de Março, com tema integrado na vivência do espírito do Sínodo Diocesano, cuja 3.' fase estamos a estudar.

Leiria, 28 de Janeiro de 1999

o Secretário Pe. Manuel Pedrosa Melquíades

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eÁRITAs

PLANO DE ACÇÃO PARA 1999

L Garantir a continuidade das actividades tradicionais da Cári­tas: atendimento, roupeiro, ajuda alimentar, colónia de férias de crianças, estadia de idosos.

2. Prosseguir os esforços de aproximação ãs paróquias em ordem à formação de grupos de acção social onde ainda não existam e contribuir para a sua dinamização e revigoramento onde já este­jam criados.

3. Promover, com outros organismos diocesanos afins, acções de formação dirigidas aos agentes de pastoral social das vigararias das Colmeias e Porto de Mós, em ordem ao aprofundamento das motivações e uma acção mais esclarecida.

4. Realizar na Casa do Pedrógão uma acção de formação de âmbito diocesano e de conteúdo teórico e prático, dirigida às pessoas que, nas suas casas, lidam diariamente com pessoas idosas, em ordem à melhoria da relação e qualidade de vida recíprocas.

5. Assinalar, de forma adequada, o Ano Internacional da Pessoa Idosa, junto dos idosos em estadia na Casa do Pedrógão.

6. Reforçar o equipamento da Casa do Pedrógão em ordem a responder às solicitações e necessidades do crescente número de utentes, nomeadamente com a aquisição de máquina de lavar louça com capacidade adequada, mesas de trabalho na sala de reuniões, instalação de divisórias na cave e aparelhos de aque­cimento para o inverno.

Cáritas Diocesana de Leiria

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APOSTOLADO MUNDIAL DE FÁTIMA

EXÉRCITO-AZUL

Estão ultrapassados os problemas entre a nossa Diocese, en­tidade can6nica e juridicamente responsável pela sede interna­cional do Exército Azul, e o ramo americano deste Movimento que reivindicava o direito de propriedade e o acesso à administração da Domus Pacis.

Depois da realização de várias negociações, os representan­tes do Exército Azul Americano acordaram na manutenção dos postos de trabalho e dos direitos adquiridos dos trabalhadores. Por seu lado os responsáveis da diocese de Leiria-Fátima com­prometeram-se a uma colaboração mais estreita com os america­nos no sentido de se promover a reorganização da Domus Pacis e a sua adequação mais clara à finalidade para que foi posta em ser­viço, em 1956.

As recentes negociações culminaram num acordo que signi­fica mais do que o ultrapassar do diferendo existente há vários anos, sendo antes uma reorganização da Domus Pacis que vai pas­sar a funcionar como Centro Internacional do Apostolado Mun­dial de Fátima, uma nova etapa na vida deste Movimento, s6 pos­sível depois da profunda reorganização do Exército Azul nos Estados Unidos promovida pela Conferencia Episcopal daquele país e que deverá culminar com a reestruturação a nível interna­cional, passando mesmo por elaboração de estatutos a submeter à aprovação do Conselho Pontifício dos Leigos.

Toda a polémica que veio a público sobre este caso, e que che­gou mesmo aos tribunais deveu-se, ao que tudo indica, ao desco­nhecimento mútuo.

Reposta a normalidade, os trabalhadores regressaram aos seus postos de trabalho.

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RECOLECÇÕES

SETEMBRO-DEZEMBRO

6 de Setembro - D. Manuel Pelino Domingues

4 de Outubro - P. Dr. Manuel Morujão, SJ

8 de Novembro - P. Dr. Manuel Saturino Gomes, SCJ

6 de Dezembro - P. Dr. Augusto Ascenso Pascoal

RETIROS

SETEMBRO-NOVEMBRO

20-24 de Setembro - P. Dr. Manuel Rocha Felício

18-22 de Outubro - P. Dr. Jorge Manuel Faria Guarda

15-19 de Novembro - P. Dr. Manuel Durães Barbosa, CSSp

22-26 de Novembro - P. Dr. Luís Rocha e Melo, SJ

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IMAGENS PEREGRINAS EM 1999

Para este ano de 1999, estão previstas as seguintes viagens das imagens da Virgem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima:

PRIMEIRA IMAGEM - Continua a sua grandiosa peregrina­ção pela Argentina, devendo regressar a Fátima no início do próxi­roo anQ.

SEGUNDA IMAGEM - Visita o Arciprestrado de Resende, diocese de Lamego, de 5 de Setembro a 12 de Dezembro. A peregri­nação enquadra-se no programa de preparação para o Jubileu do Ano 2000.

QUARTA IMAGEM - Peregrinação a Itália, promovida pelo Apostolado Mundial de Fátima, durante os meses de Abril, Maio e Junho. Estão previstas visitas às Dioceses de Catania, Alessandria, Pavia, La Spezia, Massa, Pisa, Livorno, Gorizia, Trento, Bolzano, Génova, Firenze, Viterbo, Pompei, Trapani, Foggia e Campobasso. A intenção é celebrar o 40.' aniversário da consagração da Itália ao Coração Imaculado de Maria, percorrendo o mesmo itinerário que a Virgem Paragrina fez naquele país, há 40 anos, de 25 _de Abril a 21 de Setembro de 1949 - a conhecida "PEREGRINAÇAO DAS MA­RAVILHAS".

Está também presvista uma visita à Vigararia de Valongo, dio­cese do Porto, de 26 de Setembro a 21 de Novembro.

Esta imagem deverá igualmente visitar a Arquidiocese de Yan­gon (Rangoon), Myanmar (antiga Birmânia), a partir do mês de De­zembro, na celebração do 50.' aniversário da passagem da Virgem Peregrina por aquele país.

QUINTA IMAGEM - Nos meses de Maio e Junho, esta imagem deverá visitar o Arciprestado do Sardoal, na diocese de Portalegre e Castelo Branco.

Está também prevista uma visita a Itália, às dioceses de Ca­tanzaro, Manfredonia e Monreale, nos meses de Outubro e Dezem­bro.

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SEMANA NACIONAL DA VIDA

Desde 1991, o Papa João Paulo II propôs, a partir de uma suges­tão dos Cardeais, a iniciativa de, em cada ano, se celebrar uma Festa da Vida, um Dia da Vida.

A Conferência Episcopal Portuguesa decidiu que, a partir de 1994, a 3" Semana de Maio seria, para a Igreja portuguesa, a "Sema­na da Vida", entregando à Comissão Episcopal da Família a tarefa de a organizar.

Em 1995, o Papa relembrou esta sugestão e apresentou-a na En­cíclica "Evangelium Vitre": "Nesta perspectiva e acolhendo a sugestão feita pelos Cardeais no Consistório de 1991, proponho que se celebre anualmente um Dia em defesa da Vida, nas diversas Nações, à seme­lhança do que já se verifica por iniciativa de algumas Conferências Episcopais. É necessário que essa ocorrência seja preparada e celebra­da com a activa participação de todas as componentes da Igreja local. O seu objectivo principal é suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida hu­mana em todos os seus momentos e condições, concentrando a aten­ção de modo especial na gravidade do aborto e da eutanásia, sem con­tudo transcurar os outros momentos e aspectos da vida que merecem ser, de vez em quando, tomados em atenta consideração, conforme a evolução da situação histórica sugerir>' (N° 85)

Em 1994, Ano da Famflia, o tema foi: "A Família e a Vida"; em 1995, "Toda a Vida pede Amor"; em 1996, "Respeitar a Vida é Amar o Homem"; em 1997, "A Criança na família dá mais Vida à Vida"; em 1998, "Vida, dom e responsabilidade".

Neste ano de 1999, o tema é: "A Vida é Dom em Todas as Ida­des". A vida humana é um dom em todas as suas etapas, desde a con­cepção até à morte natural. Neste ano de 1999 (16 a 23 de Maio), d'e­dicado especialmente aos mais idosos, queremos realçar o dom da vida na idade avançada. Numa sociedade que, em múltiplas circunstân­cias, marginaliza o idoso, queremos proclamar que a idade avançada é uma riqueza para o próprio e para a sociedade, muito especialmen­te para as novas gerações.

Presidente da C.E. da Família

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o IDOSO NA SOCIEDADE E NA FAMÍLIA

o ano de 1999 foi proclamado como Ano Internacional das Pes­soas Idosas como tema ·Uma Sociedade para todas as Idades".

A Comissão Episcopal da Famflia congratula-se com esta ini­ciativa e com o tema escolhido, que é também um programa de acção para a sociedade, para a família e para a Igreja.

1. Ao longo da vida, vamos adquirindo saber e experiência; por isso os que têm mais idade são portadores de um valioso património essencial para que a sociedade se construa e avance com firmeza e segurança para o futuro. Eles são elos fortes entre o passado e o fu­turo e contribuem para que o presente não seja esvaziado de memó­ria, de sentido e de orientação.

E, no entanto, os mais idosos são, muitas vezes, esquecidos e muitas vezes excluídos da vida social, considerados mais como um ·peso", numa sociedade que valoriza apenas a produtividade e o con­sumo. "Arrumados" em lares, tantas vezes sem as mínimas condi­ções materiais e afectivas, perdem a sua própria auto-estima e avan­çam rapidamente para uma morte sem dignidade.

São louváveis as iniciativas que têm sido tomadas, entre nós, para dar mais dignidade de vida aos mais idosos. É urgente, contu­do, ir mais longe, e promover a participação activa dos mais idosos na vida da sociedade, criando espaços de intervenção em que eles re­conheçam e desenvolvam as suas riquezas pessoais e o seu papel nas relações com outras gerações e, ainda, garantindo-Ihes os meios ma­teriais para que possam viver com dignidade, o que implica uma po­litica social mais corajosa.

2. Ê particularmente na família que os idosos devem encontrar o seu lugar, dando e recebendo afecto, contribuindo para o equilíbrio das relações infra-familiares através da sua experiência, serenidade, riqueza afectiva. Eles são, de facto, verdadeira charneira entre as ge­rações: levam os netos à escola, vigiam deveres e ambientes, no seu jeito de serem prestáveis, previnem vicissitudes, dialogam com sabe­doria, incutem persistência, encorajam a esperança, propõem ideais.

E, no entanto, muitas famílias, ou por egoísmo ou por incapaci­dade material, colocam os seus idosos em lares ou deixam-nos a vi-

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o IDOSO NA SOCIEDADE E NA FAMÍLIA

ver sós, não lhes proporcionando a convivência com os filhos e netos. Com esta exclusão perdem os idosos e perdem as famílias e, muito especialmente, os mais novos, para cuja educação seria desejável o relacionamento e a aprendizagem com os avós.

Uma autêntica política familiar tem de dar prioridade, já nes­te Ano Internacional do Idoso, à promoção da integração dos idosos na família, através de vários meios, entre os quais os benefícios fis­cais para as famílias que optem por integrar os seus idosos na sua vida familiar.

3. João Paulo II insiste sobre a necessidade da Igreja, na sua pastoral, estar atenta aos mais velhos e isto não só no campo assis­tencial, mas valorizando em todos os sectores a descoberta e o valor dos mais idosos, quer na sociedade, quer na Igreja e particularmen­te na família (Familiares Consortio, n. Q 27).

Também nas Igrejas, os mais idosos são portadores de um rico património de fé e de testemunho de perseverança corajosa de vida cristã, razão pela qual a sua missão no Igreja deve ser valorizada não só na liturgia, mas também na catequese, na acção caritativa e na dinamização da vida comunitária.

4. Dizem os africanos que "quando um velho morre é uma biblio­teca que arde". A construção de um mundo onde a competição, a for­ça, o poder, o "salve-se quem puder" campeiam, são necessários "va­lores doces", como lhes chamou o Cardeal Danneels. Eles, os mais velhos, serão construtores dum mundo mais compreensivo e mais humano, de uma civilização da ternura e do amor.

Saudamos todos aqueles que pela sua idade, viveram já muitas experiências: alegrias, esperanças, tristezas, desilusões. Saudamos, em particular, aqueles que se sentem abandonados, esquecidos, afas­tados da família e da sociedade. Convidamo-los a cultivar, dentro do possível, a alegria, o gosto da festa, o desejo de saber mais e a não per­derem a esperança jubilosa e a sua auto-estima. O seu património de saber, de experiência, de trabalho e de sofrimento merecem a nos­sa gratidão e a nossa solidariedade. Apelamos às famílias, à socieda­de, à Igreja, para que reconheçam a riqueza espiritual e afectiva, o lugar insubstituível e a missão essencial dos mais idosos.

Comissão Episcopal da Família

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MAQUETA DA NOVA "BASÍLICA" DE FÁTIMA

No dia 19 de Fevereiro decorreu no edifício Paulo VI, em Fáti­ma, uma sessão de apresentação da maqueta da nova "basflica" a to­dos os padres que fizeram questão de estarem presentes.

Neste dia os sacerdotes tiveram oportunidade de observar a ma­queta daquela que será, em princípio, a nova "basílica" ou igreja da Santíssima Trindade.

A nova "basílica", segundo os responsáveis pelo Santuário de Fátima, deverá situar-se ao cimo do actual Recinto do Santuário. O novo edifício, de forma circular, terá capacidade para 10 000 lugares sentados com um diãmetro de 94 metros. Sempre que não for neces­sária a disponibilidade dos 10.000 lugares, existe a possibilidade, através de muros artificiais, introduzidos no solo, de reduzir a capa­cidade da sala principal de oração para 3.000 lugares.

O ReVº. Cónego António Gameiro, presente na apresentação, manifestou a sua opinião favorável afinnando que a nova "basílica" irá ser "um espaço acolhedor para grandes grupos de fiéis que diri­gem a Fátima, conduzidos por Maria. Além das celebrações eucarís­ticas em ambiente de conforto e de condignas instalações, ali se irá manter a adoração permanente à Sagrada Eucaristia a celebração habitual do sacramento da Reconciliação. Forçados, até ao presente, à participação na liturgia sem o mínimo de condições - normalmen­te de pé e cansados - em celebrações demoradas, poderão finalmen­te sentir-se integrados em verdadeira assembleia litúrgica. Os res­ponsáveis pelo Santuário que, mais do que ninguém, sintonizam a vida dos peregrinos e as suas carências, merecem todo o nosso apoio neste arrojado projecto, até que ele se concretize totalmente, para glória de Deus e para o bem da Igreja."

O apuramento do anteprojecto da nova "basílica" foi efectuado entre os dias 17 e 19 de Dezembro do ano transacto, através de um júri que reuniu no Santuário da Fátima. Estejúri era constituído por sete elementos: Arquitecto Erich Corsepius, director do Serviço de Ambiente e Construções (SEAC) do Santuário; Professor Engenhei­ro Aristides Guedes Coelho, delegado do C91égio de Engenharia Ci­vil da Ordem dos Engenheiros; Arquitecto Angelo Luís Costa Silvei­ra, delegado do Ministério do Equipamento do Planeamento e da Administração do Território; Arquitecto Bertrand Lemaire, que as­sessorou o Santuário na organização do concurso (II Concurso Inter-

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MAQUETA NA NOVA BASÍLICA DE FÁTIMA � ___________ _

nacional da Arquitectura, organizado pelo Santuário da Cova da Iria); Professor Arquitecto Sebastião Formosinho Sanchez, ex-Pro­fessor da Faculdade de Arquitectura de Lisboa; Cónego José Ferrei­ra, Professor de Liturgia na Universidade Católica e membro do Se­cretariado Nacional de Liturgia, e o Reitor do Santuário de Fátima.

O júri, segundo os responsáveis do Santuário de Fátima, teve presente o parecer de uma "dúzia de técnicos, assessores nas várias especialidades, e também os trabalhos de duas equipas que avalia­ram o cumprimento do programa e outros requisitos, como a previ­são orçamental dos projectistas". O primeiro lugar, encontrado atra­vés de votação secreta, foi atribuído ao Arquitecto Alexandre Tomazis, de Atenas. Em segundo e terceiro lugar ficaram o Arquitec­to Gonçalo Byrne, de Lisboa, e o Arquitecto Tusquets Blanca, de Bar­celon�, respectivamente.

E de salientar que a opção vencedora implica o desnivelamen­to da Av. D. José Alves Correia da Silva, em toda a frente do Santuá­rio, solução que poderá ser da responsabilidade da Câmara Munici­pal de Ourém. Está também prevista a criaçâo de novas rotundas, uma antes e outra depois do desnivelamento.

PEREGRINAÇAO DIOCESANA ,

A TERRA SANTA Na 68." peregrinação diocesana a Fátima (21.03.99) o senhor

Bispo anunciou que a Diocese de Leiria-Fátima vai organizar uma peregrinação oficial à Terra Santa, de 7 a 14 de Dezembro próximo, integrada nas celebrações comemorativas do Grande Jubileu da Redenção.

Esta Peregrinação, para 180 pessoas, será verdadeiramen­te representativa da DIOCESE.

O seu início será na Sé Catedral com a celebração da Euca­ristia presidida pelo senhor Bispo, que fará parte do número dos peregrinos. No dia seguinte, já na Terra Santa, iniciar-se---á com a visita a Nazaré, incluindo a Igreja de S. José e Basílica da Anun­ciação onde será celebrada missa.

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OS VENERÁVEIS SERVOS DE DEUS:

FRANCISCO E JACINTA MARTO

Ao ser reconhecida a heroicidade das virtudes dos dois Pastori­nhos em 13 de Maio de 1989, a sua veneração (em privado) como san­tos passou a ser permitida pela Igreja.

Para a sua beatificação, isto é, para o culto público, o Código Ca­nónico exige que seja cientificamente provado um milagre obtido por sua intercessão.

Após um exame minucioso à Maria Emília Santos, realizado em Roma sob a direcção dos professores doutores Machiarelli, Romani­ni e Santoro, a sua cura foi reconhecida como inexplicável para a me­dicina na reunião da consulta médica da Congregação para as Cau­sas dos Santos presidida pelo Prof. Rafaello Cortesini e realizada a 28 de Janeiro de 1999.

Este caso terá ainda de submeter-se a uma consulta aos teólo­gos seguindo-se a Assembleia dos bispos e cardeais da Congregação. Finalmente será da competência do Santo Padre promulgar o decre­to da beatificação.

Os dois Pastorinhos passarão a ser os beatos mais jovens de to­da a história da Igreja moderna. S. Domingos Savio faleceu antes de completar 15 anos.

A senhora Maria Emília Santos tinha apenas 16 anos quando, em Outubro de 1946, foi internada com uma doença que a principio parecia ser uma gripe de febres altas. Após dois meses de permanên­cia no hospital disseram-lhe que devia ter sido uma febre reumáti­ca. Nunca mais se sentiu bem e trabalhava com dificuldade.

Dois anos mais tarde sentiu uma dor muito forte nas pernas que a impediu de caminhar. Esteve 17 meses no Hospital de Leiria e de lá foi transferida para o Sanatório de Outão onde iria permanecer mais 28 meses. Foi operada à coluna e aos joelhos e regressou a ca­sa sem qualquer melhoria.

Passaram dez anos durante os quais foi piorando. Quando já nem sequer conseguia arrastar-se, nem aguentar as dores, levaram­-na a consultar um ortopedista que a quis internar imediatamente

43

os VENERÁVEIS SERVOS DE DEUS

em Coimbra ou Lisboa. Ela por essa altura, já bastante farta de mé­dicos e hospitais, disse que não, mas como passados oito dias o mal se agravou teve de ser internada de urgência no Hospital da Univer­sidade de Coimbra. Foi submetida a nova operação à coluna verte­bral que agravou o quadro clínico. Ficou paraplégica. Em vista do fracasso é transferida para o Centro de Alcoitão onde, por meio de exercícios, consegue recuperar o movimente das mãos.

Dizem-lhe que o seu problema não tem cura e regressa a casa. Em consequência de um sintoma febril é mais uma vez interna­

da no Hospital de Leiria no dia 8/1/78, nos serviços médicos, onde permanece 6 anos. Depois é transferida para o Lar de São Francis­co. A partir daí e até 1987 não consulteu nenhum médico nem temou nenhum medicamente especial; apenas analgésicos quando as dores eram muito intensas.

Estava sempre deitada de costas na cama, com total insensibi­lidade da cintura para baixo. Só conseguia mexer as mãos e a cabeça.

Rezava, cantava, chorava e fazia renda, mas o desânimo, as do­res, e a grande dificuldade de aceitar a sua situação levam-na, como ela própria reconhece, a zangar-se e a rabujar com aqueles que a ser­viam e só lhe queriam fazer bem.

Levaram-na um dia, de ambulância - com grande dificuldade devido às dores de que padecia especialmente quando a moviam - a fazer um retiro para doentes, em Fátima. Foi então que começou a ter grande devoção pelos Pastorinhos e a fazer-lhes novenas constan­temente. Acabava uma novena e dois ou três dias depois começava outra. Assim foi até ao dia 25 de Março de 1987. No seu quarto, de­pois de rezar o terço e a novena disse: "Jacintinha,já só falta um dia para acabar mais uma novena e ainda nada .. . "

De repente começou a sentir um formigueiro nos pés e um ca­lor forte que a assustaram. Por estar totalmente insensível da cin­tura para baixo duvidou se estaria agora também a ficar sem juízo. Mas o formigueiro e o calor aumentavam e ouviu então uma voz de criança que lhe dizia: "Senta-te que tu podes". Como não reagiu, a voz repetiu: "Senta-te que tu podes" mas precisou de ouvir "Senta­-te que tu podes" aínda uma terceira vez para, num impulso, atirar com o cobertor para o lado e sentar-se na cama.

Passado o primeiro momento de choque pensou então que no

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OS VENERÁVEIS SERVOS DE DEUS

dia seguinte ninguém iria acreditar se ela dissesse que se tinha le­vantado sozinha, já que ainda nessa manhã se fartara de gritar com dores quando a tinham ido lavar.

Lembrou-se de chamar a empregada vigilante. Tocou à cam­painha e chamou, mas, segundo parece, mal conseguia falar. Por is­so quando a empregada chegou ao quarto, que estava às escuras, e lhe perguntou o que queria, ela teve que lhe pedir várias vezes que lhe acendesse a luz. Quando finalmente a luz foi acesa a empregada, espantada, começou a gritar ao vê-Ia sentada na cama. Foram cha­mar a Sr.' Directora e outras senhoras utentes para que todas vis­sem. Foi uma grande excitação em todo o Lar.

Depois deste acontecimento passou a utilizar uma cadeira de ro­das mas continuou a pedir aos Pastorinhos que a ajudassem a pôr-se de pé. Isso aconteceu no dia 20 de Fevereiro de 1989, aniversário da morte da Jacinta. A senhora Emília Santos levantou-se da cadeira de rodas, experimentou dar uma flexão aos joelhos, não sentiu qual­quer dor e começou a caminhar. Hoje, passados mais de dez anos, con­tinua a mover-se sem dificuldade e a poder fazer uma vida normal.

Fátima, 28.IV. 1999

ALGUMAS DATAS DE AGOSTO

2 : Recolecção para o Clero, sob orientação do Cón. Dr. José A. Godinho de Lima.

8-15 : Semana Nacional das Migrações.

12-13 : Peregrinação Internacional a Fátima, sob o tema: "Nativos e estrangeiros comum pertença a Deus, único Pai", presidindo D. Amédée Grab, bispo de Coire/Chur, Suíça.

16-20 : 2º turno de retiros para o Clero, sob orientação do P. Dr. Abílio Pina Ribeiro, CMF.

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ORDENAÇÕES As Ordenações na diocese passaram a ter uma calendarização fi­

xa. Serão no dia do encerramento da Semana dos Seminários, em No­vembro e no dia do encerramento da Semana das Vocações, em Abril.

No corrente ano este dia ocorreu a 25 de Abril. Um dia grande para a Igreja Diocesana, que viu subir 4 dos seus filhos ao altar da Sé Catedral onde receberam do seu Bispo, D. Serafim de Sousa Fer­reira e Silva, a Ordem do Presbiterado.

Foram eles: João Nuno de Pina Pedro e Manuel Vítor de Pina Pedro,

irmãos gémeos, naturais dos Pousos, onde nasceram em 17.12.1968. Entraram para o Seminário em 1994 .

José Henrique Domingues Pedrosa, natural de Monte Re­dondo, onde nasceu em 27.11 .1973 tendo entrado para o Seminário em 1985.

Orlandino Barbeiro Bom, natural de Amor, onde nasceu em 05.01. 1972. Entrou para o Seminário em 1984.

CARTA AOS ARTISTAS Como fizera já em mensagens especiais dirigidas às mulhe­

res, às crianças e aos trabalhadores, João Paulo II publicou agora uma Carta aos Artistas.

São três as perspectivas do diálogo que João Paulo II esta­belece com os artistas nesta sua carta pessoal: para além das pers­pectivas teológica e histórica, há também uma outra dimensão que atravessa todo o texto, centrada sobre a existência humana e a res­ponsabilidade e finalidade da arte - uma perspectiva que se pode classificar de ético-existencial.

Na dimensão ético-existencial, os leitores são convidados a "penetrarem com intuição criativa no mistério de Deus incarnado e, ao mesmo tempo, no mistério do homem.". Ao criar uma obra de ar­te - observa o Papa - "o artista reflecte não só aquilo que é, mas como é". Num apelo final, os artistas são convidados a descobrir "a profundidade da dimensão espiritual e religiosa, que sempre carac­terizou as artes nas suas formas mais expressivas",

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OFERTÓRIOS NA

DIOCESE

Ao longo de cada ano, ocorrem diversos ofertó­rios e cada um com uma finalidade específica, em to­das as igrejas e capelas onde se celebra a Missa aos Domingos e Dias Festivos.

Todos eles têm objectivos de partilha e solida­riedade, geral ou até universal, havendo apenas dois cujo âmbito se circunscreve à área Diocesana: Ofer­tórios, para a Igreja Diocesana e para o Seminário.

Os ofertórios, instrumentos de comunhão e par­tilha, dirigem-se para áreas tão diversas, como a educação, a solidoriedade, a protecção e conservação dos Lugares Santos, a ajuda aos meios de comunica­ção católica, às necessidades da Igreja a nível mun­dial, o apoio à Pastoral das Migrações e à evangeli­zação e assistência em terras de missão.

Estes ofertórios, nos trinta dias subsequentes à sua realização, devem ser enviados à Cúria diocesa­na, com referência discriminada dos donativos reco­lhidos em cada igreja e capela.

Também os Institutos Religiosos se associam a estes ofertórios.

Ajuntar aos donativos recolhidos em capelas e igrejas há ainda algumas ofertas particulares cujo peso no conjunto é pouco significativo.

Recentemente, foi criada a nova paróquia do Fárrio, até há pouco inserida na Frei::cianda e que vai passar a constar nos próximos relatórios.

_____________________________________________ 47

PARóaUIA

Albergaria dos Doze

Alburilel

Alearia

Aljubarrota

Alpedriz

Alqueidão da Serra

Alvados

Amor

Arrabal

ArrimaJ

Atouguia

Aloia

Bajouca

Barosa

Barreira

Batalha

Bidoeira

Boavista

Calvaria

Caranguejeira

Camide

Garvide

Casal dos Bernardos

Caxarias

Cercai

Coimbrão

Colmeias

Cortes

Espile

Fátima

Formigais

Freixianda

Gondemaria

Juncal

Leiria

Maceira

Marinha Grande

UNIVERSIDADE CAT6LICA

2729950

8 51 0 00

10 5SO 00

2200000

9 19950

20 922 SO

2 62000

30 000 00

29 SOO 00

-

1 5 00000

21 240 00

4700000

15 SOO 00

15 70000

6590000

1 1 542 00

21 500 00

20 000 00

SO 682 00

1 5 9SO 00

20 175 00

1 2 63000

SO 921 00

1 8 88850

18 277 SO

40 2SO 00

18 230 00

1 3 79000

12821500

9 50000

7368000

1 1 99000

3886600

22574500

59 523 SO

60 000 00

CARITAS

6066300

2535000

12 700 00

2023000

1 7 46600

53 21iQ 00

2 40000

4650000

37 500 00

19 063 00

1 3 1 71 SO

1 8 00000

60 000 00

15 500 00

2700000

98 700 00

16 20900

3500000

36 500 00

1 06 13800

1 5 S0000

23 00500

3628500

61 13300

21 83000

2867000

7075000

52 322 00

5460000

239 420 00

18 10000

101 69700

21 000 00

5723200

306 1 1 5 00

98 679 SO

88 800 00

CONTRIBUTO PENITENCIAL

90 00000

3775900

2572000

9000000

2380250

234 79000

85 00000

126 SOO 00

9700000

55 106 00

3858600

4495000

lliQ 000 00

15 00000

121 00000

24750000

10 2S000

1 1 0 00000

47 00000

137 76600

1 7 080 00

46 00000

207 16500

7838500

41 68350

37 849 SO

279 10000

66 SOO 00

5000000

379 539 SO

1 0 50000

496 945 00

SO 380 00

8625700

338 05000

187 13850

58 000 00

LUGARES SANTOS

4037500

1 1 300 00

5 04000

8 11 5 00

2 800 00

1 1 15500

-

2350000

1 2 00000

2779300

21 77000

-

2500000

8 00000

12 86500

3700000

I 4SO 00

8 00000

1 0 00000

31 35000

994200

4 700 00

32 8 1 0 00

52 000 00

21 641 00

5 12000

3875000

1 6 500 00

1 6 000 00

7250000

12 SOO 00

37 50000

1 0 00000

12 176 00

12900000

1 8 32000

3200000

COMUNICAÇÕES SOCIAIS

18 60500

7 05000

6 SOO 00

21 50000

9 60600

29 684 00

7 00000

25 00000

26 400 00

-

10 00000

19 517 00

1 6 200 00

10 50000

12 180 00

4532300

4 58600

-

20 000 00

44 7 1 7 00

1 1 5S000

1 6 84000

14 98500

32 216 00

1 5 44000

21 857 SO

3247500

18 175 00

14 37600

97 948 SO

8 700 00

6020000

19 46550

28 37000

181 310 00

6282000

7700000

48 __________________________________________ ___

SANTO PADRE MISSÕES IGREJA DIOCESANA

121 08700 36041 00 23 91000

13 000 00 1 3 25000 13 92000

1 4 93500 1 2 80000 6 50000

19 90000 20 000 00 20 000 00

12 67350 1 3 249 SO 9 265 00

34 69000 28 762 SO 25 98D 00

3 00000 4 50000 2 67000

33 500 00 35000 00 41 00000

29 100 00 24 82000 2700000

- - -

3839500 12 750 00 44 900 00

24 08500 1 4 63500 2617000

30 7SO 00 30 300 00 4350000

6 00000 7 500 00 1 1 00000

20 260 00 1 2 660 00 1 6 31 1 00

6289300 54 453 00 7276900

12 84000 10 40000 1 1 65500

2300000 - -

2200000 1 6 00000 16 00000

3353700 49 140 00 56 319 00

la 720 00 9 63500 1 5 80000

14 26000 1 4 85500 1 6 095 00

1 3 3 1 5 00 3421500 1 6 680 00

5225000 5481000 28 02000

15 492SO 19 15000 14 257 SO

17 00000 3967500 19 59000

6847000 42 260 00 52 605 00

1 5 58000 22 815 00 2406000

21 600 00 24 000 00 21 50000

12356200 97 04000 82617SO

1 2 00000 1 8 00000 10 00000

6034200 126 70000 6204000

1 1 36500 34 000 00 13 00000

1 5 77500 2 88000 23 300 00

146 3SO 00 122 520 00 173331 00

74 202 00 68 269 00 55 356 00

64 800 00 64 000 00 7600000

MISSOES

4676500

3502000

1 9 00000

8249000

1 5 51500

8400000

9 300 00

67 000 00

7000000

28 17000

28 000 00

3274000

77 800 00

16 000 00

3523000

177 970 00

-

34 000 00

2850000

121 604 00

5 2SO 00

24 802 00

51 93500

9340500

3208000

3356500

27508500

49 799 00

7654000

384 6 1 5 00

19 00000

348 50000

3022500

13230600

413 68700

1 17 865 00

15950000

SEMINÁRIO

2643600

1 4 0 1 5 00

1 5 000 00

7095000

16 420 00

3774500

15 00000

45 500 00

3423000

2640000

18 000 00

40 4SO 00

1 1 0 9SO oo

1450000

3635600

14709000

1 9 00000

31 00000

22 SOO 00

7000000

2600000

21 81000

2890000

97 390 00

2425500

3733600

62 350 00

29 375 00

4770000

246 001 00

27 500 00

259 065 00

3045500

54 237 00

468 239 00

106 204 00

14830000

TOTAIS

491 181 50

179 174 00

12874500

375 18500

129 997 00

56098900

131 490 00

473 500 00

38755000

156 532 00

24057250

241 78700

601 50000

1 1 9 50000

309 562 00

I 009 598 00

9793200

262 SOO 00

238 SOO 00

701 25300

13762700

202 542 00

44892000

600 53000

224 7 1 8 00

258 940 SO

96209500

3 1 3 356 00

340 106 00

I 851 458 50

14580000

I 62666900

231 88050

451 39900

2 504 347 00

848 377 SO

828 400 00

_____________________________________________ 49

PARÓQUIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

Marrazes 4777350

Matas 7 172 00

Meirinhas 19 60000

Memória 2847500

Mendiga -

Milagres 28 14350

Minde 35 214 00

Mira de Aire 1 2 56000

Monte Real 24 807 00

Monte Redondo 40781 00

OIilJal 2 80500

Ortigosa 2547300

Ourém-N.S. Piedade 40210 00

Ourém-N.S. Miseric. 60 13700

Parceiros 2700000

Palaias 65721 00

Pedreiras 2300000

Porto de Mós 5642350

Pousos 4000000

Regueira de Pontes 1 5 1 50 00

Reguengo do Fetal 2420000

Rio de Couros 2635000

Sti.Catanna da Serra 36 017 00

Sanla Eufémia 2000000

São Bento 3 66000

São Mamede 44971 00

S. Simão de Litém 4832000

Seiça 2307500

Serra de SI.!!António 3 27000

Serro Ventoso 6 24500

Souto da Carpalhosa 3842200

Urqueira 4469250

Vermoil 3052000

Vieira de Leiria 27 145 00

Santuário de Fátima 582391 00

TOTAIS 2 821 021 00

CÁRITAS

51 217 00

29 00000

2365000

4956000

10 623.50

4452000

6087400

2586000

41 16500

72081 50 36 142 00

33 89600

1 1 7 48000

7347500

40 00000

91 381 00

21 00000

6708800

47 6 1 7 50

2700000

27 2 1 0 00

4550000

10046000

4700000

5 15000

85 06400

5770000

33 091 00

6 1 1 7 00

7 100 00

6826400

6963250

3875000

4206250

1 61 8 98500

5 23220550

CONTRIBUTO PENITENCIAL

131 51250

5000000

6628000

152 31 0 00

36 50000

8293000

8986200

96 00000

8486500

15393000

4053900

8085500

16654500

24300000

12550000

12863200

91 000 00

131 25000

1 0 00000

5487500

1 12 50000

9880000

75 7 1 3 50

106 50000

1 1 50000

2 1 3 71 2 00

147 00000

8530000

7 50000

4820000

13200000

18062600

7630000

6805000

2 64201800

10 25040750

LUGARES COMUNICAÇOES SANTOS SOCIAIS

37 99000 47 85200

1 6 00000 8 70000

1 0 45500 1 8 76000

1 5 77500 17 18500

- -

9 87000 13 60000

3053700 3272700

- 2000000

13 97000 3227000

9 49500 51 74750

21 08000 2439750

10 78000 2073000

31 0 1 0 00 3529000

41 63000 53 604 00

1 9 20000 2650000

10 25000 5676400

1 1 00000 28 00000

16 87500 7284500

3340500 6052750

1 4 60000 14 99750

1 3 80000 2230000

1 7 50000 1 8 70000

- -

1 1 500 00 1 5 00000

3 12000 3 35000

13 77500 4965000

19 80000 28 100 00

19 1 35 00 14 45000

2 68000 3 68000

6 82000 4 93500

8 20000 2729400

2850000 41 64450

1 2 00000 3422500

1 1 135 00 3039000

26700700 2 31 6 913 00

1 60786600 4 295 22500

50 ______________________________________ __

SAKTO PADRE MISSÕES IGREJA

DIOCESANA

5034900 17 820 00 61 05700

1 1 90000 3859700 1 4 24500

1 5 24500 2028500 12 95500

3569500 3357000 27 315 00

- - -- 2204500 -

31 710 00 27341 00 3680300

1 0 00000 28 000 00 30 OSO 00

3699700 48 91 8 00 4639000

2300000 3758550 21 84650

1 1 08500 21 91300 21 34000

1 7 24700 1 3 68500 20 610 00

5280000 3314000 7253000

58521 00 4804450 4029500

2363000 19 000 00 27200 00

6347550 35 477 00 51 52500

2500000 2500000 27 000 00

6880750 5262000 5825200

5848000 1 6 94500 27 700 00

1 4 6S000 1 0 68500 20 300 00

2500000 2356000 21 621 00

2513500 26 9SO 00 28800 00

31 16000 3786050 2464000

3530000 2000000 27 300 00

3 22000 4 24000 4 6SO 00

3273000 39 8 1 0 00 3342200

53 200 00 38 000 00 42 100 00

2059000 21 675 00 2534000

5 02000 4 34000 6 42500

5 12000 3 73000 5 22000

3771300 25200 00 -

5241650 14 092 50 51 31600

3437000 33 18000 2383500

2000000 20 500 00 31 000 00

1 87771200 2 38323000 3 11935900

4 1 60 00750 4 498384 00 5 29556250

MISSÕES

24889700

89 100 00

5300000

174 170 00

2302000

4325000

164471 00

3680000

7226500

87121 00

2862000

3923500

1 1 4 96000

34660300

51 00000

9240600

5750000

1 1 1 06500

6272500

16879000

39 1 1 0 00

93 810 00

122861 00

1 1 5 29400

2747000

83 996 00

14725000

7027500

7 18000

1 2 45000

7855000

96 172 00

53 7 1 5 00

4360000

3 82259400

10 136 588 00

SEMINÁRIO

15995400

2612000

13 555 00

3608000

-

3890000

4739000

SO 000 00

4593500

13378000

3780000

3554000

9627000

73 149 00

42 500 00

98911 00

3700000

8537800

4825000

3394000

54 935 00

5750000

7552000

65 450 00

1 12000

81 062 00

6850000

2678000

6 54000

10 27500

7635000

8550000

2847000

5000000

I 60389400

5 95500700

TOTAIS

854 422 00

29083400

253 785 00

570 13500

70 143 SO

283 258 SO

556 92900

309 270 00

44758200

631 36800

245781 SO

298051 00

76023500

I 03845850

401 53000

694 542 SO

345 500 00

720 604 00

40565000

374981SO

354 236 00

43904500

504 232 00

453 344 00

73 48000

678 19200

64997000

339 711 00

52 75200

1 1 0 09500

491 99300

724592 SO

365 365 00

343 882 SO

20 294 10300

5425227400

___________________________________________ 51

DOM DOMINGOS DE PINHO BRANDÃO

09. 01.1920 - 22. 08. 1988

EVOCANDO DOM DOMINGOS

DE PINHO BRANDÃO

Dom Domingos de Pinho Brandão nasceu em Arouca em 9 de Janeiro de 1920.

Recebeu a Ordem do Presbiterado, em Roma, no dia 24 de Abril de 1943.

Foi nomeado bispo auxiliar de Leiria em 6 de Dezembro de 1966 e entrou na Diocese em 12 de Fevereiro de 1967.

Recebeu a Ordem do Episcopado em 29 de Janeiro de 1967. Foi nomeado Administrador Apostólico da diocese de Leiria em

19 de Julho de 1972 até à posse do novo bispo residencial, D. Alber­to Cosme do Amaral, em 10 de Setembro de 1972.

Foi nomeado bispo auxiliar do Porto em 6 de Julho de 1973. Faleceu no dia 22 de Agosto de 1988. Foi professor e Reitor do Seminário Maior do Porto onde fundou

o museu de Arqueologia e Arte Sacra; leccionou Epigrafia, Arqueo­logia e Numismática na Universidade do Porto em cuja Faculdade de Letras organizou um museu de Arqueologia.

De entre os numerosos trabalhos publicados de ordem históri­co-artística, merecem referência especial os dedicados à talha dou­rada da diocese do Porto.

Deixou concluída uma obra sobre "As mais belas imagens de Nossa Senhora da diocese do Porto".

Em atenção aos seus méritos de investigador de comprovada competência, foi nomeado sócio da Academia Portuguesa de História, galardoado com medalha de ouro da cidade do Porto e condecorado pelo Estado com o grande colar da Ordem de Sant'Iago de Espada.

Já em Leiria, continuou a dedicar-se à investigação e promoveu religiosa e culturalmente a Diocese e a Cidade através da pregação, de escritos inéditos, conferências e publicações várias, distinguindo­-se entre estas "Epigrafia Romana Coliponense" com data de 1972 e, sem dúvida, a melhor obra sobre a romana "Colipo".

Atendendo às suas diversificadas actividades de ãmbito cultu­ral, a Cãmara de Leiria concedeu-lhe o galardão municipal em 22 de

_____________________________________________ 53

EVOCANDO DOM DOMINGOS DE PINHO BRANDÃO __________ _

Maio de 1987. A ele se deve ainda e, em parte, a selecção e a catalo­gação do acervo museológico do Seminário Diocesano.

O zelo apostólico, a inteligência esclarecida, a capacidade de tra­balho e de organização e a fidalga nobreza de comunicação caracte­rizaram os cinco anos que viveu entre nós.

Evocando a sua memória de pastor solícito e de homem devota­do ao culto e à cultura, publicamos duas das suas múltiplas "orações" de tão circunstanciado conteúdo doutrinário como de aprimorado re­corte literário, por ele proferidas no dia 25 de Outubro de 1970, aquan­do das comemorações centenárias do tricentésimo quinquagésimo ani­versário da criação da freguesia de Alqueidão da Serra, a primeira, na homilia da missa, louvando e agradecendo a Deus e enaltecendo o Ho­mem e a outra no cemitério, lembrando e rezando pelos mortos.

* * *

''Alqueidão da Serra, como paróquia ou freguesia, no quadro da administração eclesiástica e vida católica, nasceu por 1615. Tem, pois, mais de 350 anos.

A nossa presença, nesta igreja matriz, pretende ser e é, neste mo­mento, um acto de louvor a Deus.

Ao celebrarmos os acontecimentos do passado e ao pensarmos na história que se realiza no tempo, louvamos o Senhor de História. Fora e acima do tempo, dominando-{}, a Providência dirige a histó­ria, orientando ou permitindo os acontecimentos que o homem, cria­do como ser operante e livre, realiza e dirige também. É que o homem é, no mundo, fruto da história, mas também senhor e autor da histó­ria, por ser inteligente e livre . . . Deus é o Criador e Senhor do homem e o Senhor dos acontecimentos; por isso, é o Senhor da história. Na concepção cristã, a História subordina-se à Providência e, concreta­mente, aos planos da Redenção.

Ao pensarmos na vida já longa de Alqueidão da Serra, louva­mos ao Senhor. Com esse pensamento , as celebrações deste dia come­çam com a Santa Missa.

A vida de Alqueidão imerge na vastidão e densidade misteriosa do tempo, como concretização do pensamento de Deus, e emerge do quadro profundo da história, em determinado momento, como ponto de luz, topograficamente localizado. Fora de um conceito real de Pro­vidência, a história não tem sentido, por ser irracional, como fruto de

54 ______________________________________ __

EVOCANDO DOM DOMINGOS DE PINHO BRANDÃO

uma evolução que, diga-fõe de passagem, sem Deus não tem nem po­de ter explicação.

Alqueidão da Serra surge como comunidade paroquial, integra­da na concepção cristã da história ou melhor, na realidade cristã da mesma história, como freguesia ou segundo o pensamento que a pa· lavra etimologicamente parece sugerir como "filha da Igreja", e, afi· nal, para realização daquela palavra do Senhor "Eu vim para que tenham vida, e vida mais abundante".

Louvemos, pois, ao Senhor! E agradeçamos também ... as graças e bênçãos concedidas no de­

curso de mais de 350 anos. Esta missa é gratulatória, como a nossa presença integrada nes­

ta celebração é igualmente agradeci manto. Desejamos, agradecer, em primeiro lugar, o dom desta freguesia

como realidade, parcela criada à maneira de divisão de um rebanho maior em rebanho menor, com o seu pastor exercendo a missão de doutrinador, santificador e orientador na Igreja Peregrina, como cé­lula viva, no corpo da Diocese e da mesma Igreja.

Logo a função social-úvil se lhe juntou também. A criação da freguesia significou a concretização da consciência

do espírito de família entre os habitantes desta terra. E a freguesia nasceu, cimentou-se, cresceu.

Hoje comemoramos uma história longa de que teremos ocasião de ouvir, nestas celebrações, pinceladas de luz! História ou passado que anda no coração e na vida de todos os habitantes de hoje, que se sen­tem herdeiros de uma tradição rica, e que, simultâneamente, se voltam para o futuro, transmissores de uma mensagem bela, nobre e densa.

E recuamos mais de 350 anos; muito mais. Desde a pré-h.istória longínqua esta terra foi frequentada e depois habitada; berço, por is­so, de calor humano desde tempos muito remotos. No sangue da sua gente, anda caldeado sangue de muitas raças, culturas e tradições .. . que se foi enriquecendo sucessivamente.

Agradeçamos ao Senhor todo esse passado; depois, o dom da fre­guesia; ainda, as graças e bênçãos concedidas a esta terra no decur­so da sua existência.

E viemos também pedir! Como os homens, as freguesias têm no mundo uma missão a cum·

pnr.

________________________________________ 55

EVOCANDO DOM DOMINGOS DE PINHO BRANDÃO __________ _

Viemos pedir também: - Que esta comunidade paroquial de Al­queidão da Serra realize na Diocese, no Distrito, no Concelho - na Igreja afinal! - uma missão de luz na verdade, na justiça, no amor, em espírito de família!

Que Deus abençoe esta terra! Que Deus abençoe a sua gente! Que Deus abençoe o seu futuro!"

(Alqueidão da Serra, 25/10/1970)

* * *

"Nós acreditamos na sobrevivência: nós acreditamos na vida fu­tura:nós acreditamos na vida eterna.

Com a morte a vida muda, não acaba. Os mortos continuam a viver na nossa recordação, no nosso reco­

nhecimento, na nossa saudade, nas lições que nos deram e na mensa­gem que nos tranmitiram. Mas, para além desta maneira de viver em nós -que afinal é uma manifestação da nossa própria vida -e na obra que realizaram, eles continuam a viver de facto. E, um dia, hão-de res­suscitar, por virtude d'Aquele que em verdade afirmou e proclamou de si mesmo: "Eu sou a ressureição e a vida",

A vida do cristão é, apesar das vicissitudes que a envolvem, uma afirmação de esperança e uma sementeira de certezas. Se Cristo res­suscitou, também nós ressuscitaremos. A morte não é fim: é passagem; em linguagem cristã, é nascimento e, por isso mesmo, vida.

Peregrinos na terra, demandamos a Igreja Celeste. O Reino de Deus, já está entre nós; com a fé e a graça, já começou em cada um de nós. A plenitude virá depois: na Eternidade. Aí descansaremos, louva­remos, gozaremos e amaremos. Na posse e na mão de Deus!

Os laços da Grande Família, como das pequenas famílias, não se quebram com a morte. A Igreja Militante está em comunicação com a Igreja padecente e gloriosa e estas com a Igreja militante. Os três está­dios da Igreja abraçam-se misteriosamente. Na linguagem cristã, o adeus final é a esperança e a certeza do encontro na Eterna Presença.

Reunimo-nos, há momentos, na Igreja Matríz. Casa-Mãe, a Igre­ja-templo envolveu-nos amorosamente. Nós acreditamos no Senhor.

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___________ EVOCANDO DOM DOMINGOS DE PINHO BRANDÃO

Com Ele a vida tem um sentido alto. Somos pregoeiros do espírito. No início das celebraçãesjubilares, o nosso pensamento subiu até

ao trono de Deus. Louvamos o Senhor, agradecemos e pedimos. A nos­sa reunião na igreja e na Igreja foi ainda uma afirmação de espírito de família paroquial, em caridade e amor. Que a vida na paróquia tem de ser uma vida de união e de família, em que todos se abracem e ajudem como irmãos. Por isso a Igreja matriz é casa-mãe da freguesia que a todos une como filhos. Aí, em família, rezámos, louvando; aí rezámos, agradecendo; aí rezámos, pedindo.

Vamos lembrar, nesta tarde de festa, a história longa da fregue­sia de Alqueidão da Serra e o passado longínquo desta terra. Ouvire­mos, hoje mesmo, em louvor e agradecimento, a evocação de alguns fi­lhos ilustres desta freguesia, que com a sua vida e com as suas obras honraram e enobreceram o nome da terra que lhes foi berço. Mas ... a história da freguesia ou melhor, a vida de Alqueidão da Serra no pas­sado tem sido obra comum de todos. Todos colaboraram na construção dessa história. Todos!

Neste momento, evocamos quantos por aqui passaram e por aqui viveram. Todos! Não mencionamos ninguém, para não excluirmos nin­guém.

Realizamos no Cemitério esta evocação geral. Há momentos, na Igreja, ao iniciarmos as comemorações, de algum modo nos juntámos aos moltas, pisando as suas cinzas, pois era na igreja e no adro que an­tes se enterravam os defuntos.

Viemos agora ao cemitério. Juntamo-nos às cinzas dos mortos, cinzas que, de algum modo, nos falam da sua presença viva.

E viemos para quê? A vida dos nossos antepassados é lição. Diz o Evangelho que a luz

não se deve colocar sob o alqueire, mas sim em candelabro bem alto, pa­ra iluminar, esclarecer, orientar. Viemos para louvar e aprender! O passado é luz para o futuro.

Quereríamos que todos os mortos nos ouvissem no coro de home­nagem que lhes prestamos por tudo quanto fizeram por nós.

Não esqueceremos a sua lição. Alguns salientaram-se mais; mas todos foram construtores da história desta terra.

Este louvor traz consigo O nosso reconhecimento. Bendizendo a sua memória, agradecemos quanto fizeram por nós . .

As calçadas e caminhos desta terra foram pisados , desde longa

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EVOCANDO DOM DOMINGOS DE PINHO BRANDÃO

data, por pés que nos antecederam ; parece-me ainda ouvir o murmú· rio das vozes do passado, que ressoa na alma, no coração e na vida do presente.

Tantos aqui viveram, preparando o nosso mundo, como nós vive· mos hoje preparando o mundo de amanhã. Bendizemos a sua memó­ria . . . ; agradecemos a sua vida!

E viemos também para pedir, como cristãos;aos mortos da Bena­venturança e do Purgatório, a graça da sua intercessão; para os que no Purgatório precisam ainda do sufrágio das nossas orações, o seu eter­no descanso.

-Dai-lhes, Senhor, o Eterno descanso. Descansem em paz. AmEnl"

(Alqueidiio da Serra, 25/10/ 1970)

ANUÁRIO PONTIFÍCIO 1999

Durante o ano de 1998 a Santa Sé estabeleceu relações di­plomáticas com as Repúblicas de Palau e do Y émen, elevando o número total a 168 Estados com os quais mantém normais relações diplomáticas.

Foram criadas 12 sedes episcopais e um vicariato apostólico. Foram nomeados 137 Bispos. Os católicos baptizados superaram pela primeira vez um bi­

lião de almas, dado que a 31 de Dezembro de 1997 eram 1.005 mi­lhões, igual a cerca de 17,3% da população mundial. A população católica constitui 62,9% no contin�nte americano) 41,4% na Euro­pa, 27,5% na Oceania, 14,9% na Africa e 3% na Asia. Além disso, em todo o planeta havia 219.359 paróquias e 115.311 estações mis­sionárias.

Ainda no fmal de 1997, as pessoas empenhadas em activida­des pastorais no mundo inteiro eram três milhões e 386 mil, assim subdivididas: 4.420 Bispos, 404.208 sacerdotes (263.521 dioce­sanos), 24.407 diáconos permanentes, 58.208 religiosos não sacer­dotes, 819.278 religiosas professas, 31.197 membros de Institutos Seculares, 26.068 missionários leigos e ainda 2.019.021 catequistas.

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QUE PASTORAL MISSIONÁRIA?

É de todos mais que sabido que o espírito missionário é um da­

do essencial à existência da Igrej a. Portugal foi e é país de evangelização mas também evangeli­

zador. O nosso passado responsabiliza-nos e compromete--nos. O presente desafia-nos. E também as palavras do papa João Paulo II aquando da sua última visita a Portugal, em 1991. Certamente que todos registàmos aquela frase, o apelo quase chavão: "Portugal, convoco--te para a Missão".

A nossa diocese tem bastantes missionários espalhados pelas quatro partidas do mundo, pensamos mesmo que nos cinco conti­nentes. A propósito, estamos a fazer um levantamento junto dos Institutos Missionários para sabermos exactamente quem são e on­de estão.

Sentimos que os nossos cristãos, quer os de prática habitual quer os de mais esporádica, são sensíveis ao tema "Missão". É cer­to que por vezes também se confunde missão, que é o anúncio da pessoa de Jesus Cristo e do seu projecto de Salvação, com solida­riedade através de ajudas materiais de vária ordem, ainda que es­te último aspecto também faça parte do primeiro.

Por isso, quando dizemos que existe muita sensibilidade para esta questão não nos estamos apenas a ater às campanhas de aju­da e peditórios, que são praticamente sempre bem correspondidos pelas nossas comunidades, mas também ao acolhimento que os mis­sionários e a sua mensagem geralmente encontram no seio delas.

Já se têm realizado em muitas paróquias semanas missioná­rias. Ultimamente estamos a implementar essas mesmas semanas a nível vicarial. Nota-se aquando dessas sensibilizações, bom aco­lhimento e entusiasmo. Porém, há o risco de uma certa inconse­quência, isto é, de não surgirem grandes resultados práticos.

Sabemos que é o Espírito Santo que actua e conduz as mentes e os corações. Onde por vezes nos parece que humanamente nada

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QUE PASTORAL MISSIONÁRIA? ________________ _

resultou Ele lá permanece, actua no silêncio e a seu tempo faz bro­tar os melhores frutos. Mas esta consciência não pode ser motivo para nos dispensarmos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcan­ce em ordem a melhores resultados das nossas iniciativas pasto­rais.

O mundo em que vivemos está em constante e rápida mutação. 'Ibdos sabemos isto, mas por vezes sentimos dificuldade em encon­trar as melhores respostas às questões que nos vão sendo colocadas também ao nivel da fé. E corremos o risco de mantermos estruturas e métodos que a seu tempo deram fruto mas hoje já não dão.

Quem eram os missionários do passado? Quase exclusivamen­te os padres, irmãos e irmãs. Muitas vezes iam para os institutos ainda bastante jovens e praticamente desligavam-se da sua comu­nidade. Os únicos contactos, depois do envio (quando ele era feito na comunidade) davam-se aquando das esporádicas férias desses missionários e por vezes de uma forma muito discreta.

Hoje já não abunda este tipo de vocação. Será por isso que va­mos deixar morrer o espírito missionário "ad gentes"?

É urgente abrir novos caminhos, descobrir novas formas de fazer chegar a Boa Nova a quem não a conhece. Se no passado, do ponto de vista humano, os protagonistas desse anúncio eram aque­les que se consagravam por toda a vida a Deus e a essa missão - e deles temos testemunhos magníficos - hoje podem surgir novas for­mas de atingir os mesmos fins. E isto sem nunca descurar essas vocações de entrega total pois elas são essenciais à Igreja.

Talvez ainda estejamos muito marcados por um tipo da pasto­ral missionária que consistia essencialmente em ir às paróquias e lá fazer uma sensibilização de cariz vocacional, dando ao mesmo tem­po a conhecer cada instituto com o seu carisma e métodos de acção missionária. Sem dúvida que esta acção era e é enriquecedora pois manifesta uma Igreja com pluralidade de carismas e ministérios.

Mas hoje será necessário um maior compromisso entre estes institutos e as comunidades paroquiais. Se delas já não surgem tão abundante e espontaneamente essas vocações missionárias para toda a vida porque não responsabilizar as próprias comunidades e tomá-las elas mesmas missionárias.

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_________________ QUE PASTORAL MISSIONÁRIA?

Hoj e em dia existem diversas formas de o fazer: por um maior contacto com os missionários dela originários, pela geminação com paróquias de países ditos de missão, com o envio de leigos por pe­ríodos determinados de tempo com uma missão específica mesmo no campo social, mas sempre com a consciência de esse seria o meio para fazer chegar a mensagem da fé. Mas também outras formas se poderiam imaginar.

Muita gente talvez dirá: "Mas porquê ir para fora se cá dentro o Evangelho ainda não chegou a tanto meio e estrutura?" É verda­de! Mas se a Igrej a ao l ongo dos seus 20 séculos estivesse à espera de estar perfeitamente bem num local para ir a outro, nunca teria saido de Jerusalém ou da Palestina, O que teria provocado a sua morte logo à nascença.

A missão "ad gentes" não dispensa nem deve levar a descurar a missão "ad intra". Aliás, elas também não se opõem. Antes se po­dem articular porque o sentido e o objectivo são os mesmos. A mis­são "ad gentes" até pode criar nas comunidades um dinamismo que favoreça o seu próprio crescimento interno.

o desafio do momento é o de integrar nas actividades paro­quiais, ou nos planos pastorais onde eles existem, e até na própria diocese este sentido missionário "ad gentes". Para isso será funda­mental, por um lado, a abertura das nossas comunidades a este es­pírito e ao desenvolvimento de actividades de sensibilização, por outro, a colaboração dos Institutos Missionários no sentido de man­terem uma maior presença e fazerem um acompanhamento mais próximo dessas mesmas comunidades para que o dinamismo cri a­do com as semanas missionárias se mantenha o mais vivo possível e possa frutificar.

Estamos conscientes que o Espírito Santo é o grande Protago­nista da Missão. Mas Ele quer precisar de nós. E neste campo são essenciais o nosso esforço concertado e o testemunho de unidade e colaboração numa igrej a que tem as suas diversas formas de voca­ção e testemunho a sua grande riqueza.

P. Vítor José Mira de Jesus

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NOTICIAS/MENSAGEM

• Nos dias 10, 13, 24 e 29 de Junho são as festas po­pulares de grandes Santos. Que não sejam cele­brações anti-cristãs!

• Durante o mês de Junho serão as matrículas na EMRC. Especialmente os Priores deverão infor­mar sobre o valor e o modo desta inscrição.

• Nos dias 26 a 30 de Julho será o 25.' encontro na­cional de PASTORAL LITÚRGICA sobre "Deus Pai na Liturgia". É bom aprender para celebrar o Pai na vida!

• Nos dias 1 a 3 de Outubro será a 3." sessão da As­sembleia Sinodal. Diz respeito a toda a Diocese.

• Com data de 13.1. 1980 foram publicadas orien­tações e normas sobra as "festas religiosas". Tra­ta-se de oportuno documento pastoral, que man­tém actualidade quanto aos princípios e que está a ser revisto no que concerne a determinações de ordem prática.

• No Natal 99 em todas as dioceses e paróquias de­verá dar-se início solene ao Grande Jubileu. A comissão diocesana para o Jubileu prestará opor­tunamente mais informações.

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DO SACRAMENTO DA

PENITÊNCIA

De 19 a 21 de Abril reuniram-se em Fátima cerca de 90 pessoas para umas Jornadas de estudo sobre o Sacramente da Penitência.

A iniciativa partiu do Centro de Estudos de Direito Canónico da Universidade Católica Portuguesa, inserida já na tradicional realiza­ção das jornadas anuais.

O Sr. Bispo de Viseu, na conferência inaugural acentuou a im­portância do sacramento na vida da Igreja e a necessidade de uma maior consciencialização entre os católicos.

O pensamento de João Paulo II sobre o papel actual do Sacra­mento, expresso na Exortação Apostólica "Reconciliatio et Preniten­tia" não deixou de ser invocado em diversos momentos. Recorde-se o que o Pontífice escreve: «Quando a Igreja anuncia a boa nova da re­conciliação ou se propõe torná-la realidade através dos Sacramentos, desempenha verdadeiro papel profético, denunciando os males do ho­mem na sua nascente contaminada, indicando a raiz das divisões e in­fundindo a esperança de poder superar as tensões e os conflitos, para chegar à fraternidade, à concórdia e à paz, em tedos os níveis e em to­das as camadas da sociedade humana. Transforma uma condição his­tórica de ódio e violência numa civilização de amor; proporciona a to­dos o princípio evangélico e sacramental da reconciliação "frontal", da qual brotam todos os outros gestos ou actos de reconciliação, mesmo a nível social" (nº 4).

Várias experiências foram partilhadas ao longo dos três dias: o de­sejo e a vontade de reconciliação, a criatividade a seguir na celebração, a fonnação criteriosa da consciência à luz dos valores evangélicos, o atendimento personalizado, a disponibilidade dos padres, o conheci­mente e aplicação do Ritual, a ligação entre a confissão dos pecados e a conversão da vida, a necessidade de subsídios (livros, textes, orações) para ajudar os confessores e os penitentes, irregularidades e normali­dades na absolvição colectiva sem confissão individual... Mas este úl­timo aspecte, o da absolvição colectiva, foi bastante acentuado e os par­ticipantes pediram que os Bispos portugueses elaborem normas sobre a sua aplicação, conforme previste no Código (cf. cânones 961-963). Is­to é, em algumas situações e casos justifica-se que se realize, após a

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DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA _______________ _

devida preparação e no contexto de uma celebração penitencial, a ab­solvição colectiva desde que se dê a possibilidade de os penitentes re­correrem ao confessor, consoante a gravidade dos pecados.

De destacar, também, uma comunicação do Santuário de Fáti­ma, através do P. Luciano Cristino, que relacionou a Mensagem de Fá­tima com o Sacramento, expôs a sua pastoral e os meios criados e sa­lientou o aumento dos penitentes à Capela da Reconciliação.

P. M. Saturino Gomes

FORMAÇAO PERMANENTE DO CLERO DE 1999

* 25-29 de Outubro (1.' turno): Casa de Vilar (Porto)

* 15-19 de Novembro (2.' turno): Santuário de Fátima

Tema: A Igreja na Sociedade de hoje em mudanca

Segunda-feira, às 15 h. -A Igreja e a Sociedade ao longo da história; às 17.30 h. - A Igreja e a Sociedade Portuguesa ao longo do século XX.

Terça-feira, às 9.45 h. - Uma Igreja serva sacramento de Cristo servo (identidade da Igreja); às 15 h. - A Igreja, comunida­de fermento no mundo (a missão na sociedade),

Quarta-feira, às 9.45 h. -A Sociedade actual: questões e de­safios à Igreja; às 11 h. - Como sinto e vivo as mudanças na Socie­dade e na Igreja (painel); às 15 h. - Passeio.

Quinta-feira, às 9.45 h. - Novos fermentos de vida evangé­lica na sociedade actual; às 15 h. - Perspectivas pastorais para os tempos de hoje; às 17 h. -A nova figura do pastor na Igreja em mu­dança.

Sexta-feira, às 9.45 h. - Consequências pastorais da 3J!: ses­são da Assembleia Sinodal; às 11 h. -Propostas pastorais sob o sig­no da esperança (conclusões).

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OS LUGARES DA CELEBRAÇÃO

A Introdução Geral do Missal Romano (n."' 253-280) dá orien­tações quanto aos elementos físicos importantes para a celebração­- o presbitério, o altar, o lugar do presidente e dos ministros, o am­bão, o lugar dos fiéis, o lugar do grupo coral, o sacrário e as imagens.

As actuais orientações da Igreja a este propósito reflectem cla­ramente uma nova eclesiologia. Antes de mais, a Igreja-edifício é epifania da Igreja-comunidade. O projecto do edifício sagrado deve, pois, ter em conta uma liturgia celebrada pelos sacerdotes com a participação activa dos fiéis. Embora distintos, não pode haver bar­reira entre presbitério e lugar dos fiéis (lGMR 258). A Igreja-comu­nhão dita certamente a construção de espaços diferentes.

O altar urocha viva" e "mesa do Senhor", tem um lugar de des­taque. Símbolo de Cristo, à volta dele se reúnem os seus discípulos para celebrarem a Eucaristia. Esta é, simultaneamente, memoriaI da última Ceia e Sacrifício da Cruz CIGMR 259--270). A cátedra da pre­sidência e o lugar dos concelebrantes ocupa também uma posição de destaque, mas não de distância. O presidente representa Cristo; por isso ensina e oferece o sacrifício; mas faz parte do povo dos baptiza­dos. A cátedra-trono foi substituída pela cátedra do mestre que se senta para ensinar, representante de Cristo-Cabeça. Significa isto que tem de estar em lugar visível, e de ser digna! (IGMR 271).

O ambão adquire a sua importância por a partir dele se procla­mar a Palavra de Deus. Esta foi uma "conquista" do Vaticano II: res­tituir ao Povo de Deus a Sagrada Escritura. Por isso nâo pode ser uma simples estante de avisos, mas um local proclamatório da men­sagem divina. A sua colocação deve ser tal que "os leitores possam comodamente ser vistos e ouvidos" (IGMR 272). O sacrário, convém estar "numa capela que favoreça a oração individual e a adoraçâo dos fiéis" CIGMR 276--277). O culto eucarístico fora da Missa continua a ser para a Igreja de grande proveito espiritual, daí a preocupação com a colocação e o "aspecto" do sacrário.

O Baptistério "deve fazer ressaltar a dignidade do Baptismo e permitir uma celebração comunitária do mesmo" CInter Oecumeni­ci 99). A "pia baptismal" não pode ser uma qualquer bacia! É nela que nascem os filhos da Igreja!

O lugar da reconciliação, segundo o Ritual da Penitência, deve favorecer o diálogo entre o sacerdote e o penitente, ocupando no tem­plo o espaço mais conveniente.

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os LUGARES DA CELEBRAÇÃO ________________________________ ___

A localização do Coro tem de ter em conta dois aspectos: a difu­são do som (acústica), e o facto de ser parte integrante da Assembleia. Não tem de cantar escondido ou distante, nem servir de cenário à ce­lebração, desviando a atenção daquilo que nela é essencial. Salvo al­gumas excepções, convenientemente analisadas, o presbitério não é o lugar próprio para o coro, pois pode desviar a atenção dos espaços importantes na celebração da Missa: a presidência, o ambão e o al­tar. Até pela sua localização, o Coro há-de mostrar que faz parte da assembleia, e esta perceberá que o Coro é uma parte de si mesma.

Os lugares sagrados adaptam-se às diferentes épocas e cultu­ras, e sobretudo exprimem a eclesiologia e a liturgia de cada tempo da Igreja. Não são meros espaços funcionais, mas espaços onde a ar­te (as várias artes) se exprime cuidadosamente. No nosso tempo e no nosso país, há que ter em conta, no projecto dum templo, da manei­ra de ser da Igreja hoje, não descurando nunca que o edificio sagra­do deve ser uma obra de grande arte.

P. Teodoro Dias de Sousa

Com. Dioc. Liturgia e Música Sacra do Patriarcado de Lisboa

PEREGRINAÇOES ,

A FATIMA EM SETEMBRO E OUTUBRO

• Nos dias 12--13 de Setembro a peregrinação a Fátima se­rá presidida por D. António M. Bessa Taipa e versará o se­guinte tema: "Jesus chamava· a Deus Seu Pai" .

• Nos dias 12--13 de Outubro a peregrinação a Fátima será presidida pelo Cardo Cahal B. Daly e versará o seguinte te­ma: "Meu Pai se é possível passe de mim este cálice".

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o PERFIL E A MISSÃO DO CATEQUISTA

1. O serviço da catequese numa Igreja particular está configurado pelas seguintes características:

• É um serviço realizado, de modo conjunto (cf. CIC 774), por sa­cerdotes (cf. DGC 224), religiosos (cf. DGC 228) e leigos (cf. DGC 230), catequistas, em comunhão com o bispo. Embora realizem conjuntamente a tarefa de catequizar, cada um contribui com aquilo que lhe é especifico no seu lugar na Igreja. oferecendo assim a palavra e o testemunho completos da realida­de eclesial. É um serviço público da Igreja, dotado de carácter oficial. Os ca­tequistas, por esta razão recebem do bispo, "o primeiro responsá­vel da catequese e catequista porexcelência"(CT 63), (cf. DGC 222) a missão oficial de exercerem esse ministério em nome da Igreja e estarem ao serviço da sua missão evangelizadora.

• Tem um carácter próprio (CT 18), bem definido e é imprescin­dível para a vida e o crescimento da comunidade cristã. Deve ocu­par um posto de relevo no projecto evangelizador da diocese e ser reconhecido na sua verdadeira função pela comunidade.

2. A figura do catequista aparece já nos inícios da Igreja: "Que o dis· cípulo ("KateKoúmenos" ou catecúmeno) que é instruú10 na Palavra, repar­ta de todos os seus bens com aquele que o instruiu ("KateKón" ou catequis­ta)" (Gal 6, 6). O catequista dotado do carisma de mestre, aparece como o próprio Mestre. Com efeito, por ser a catequese "uma iniciação cristã inte­gral" (CT 21) o catequista é o mestre que inicia o cristão no mistério de Cristo (Ef3, 4). Trata, por isso, de "capacitar basicamente as cristãos para entender, celebrar e viver o Evangellw do Reino" (CC 34), (cf. DGC 85) ou o que é o mesmo, procurará iniciá-los em todos os aspectos da vida cristã.

Como consequência do que afLrlIlamos, a tarefa própria do minis­tério catequético consiste em:

• Iniciar organicamente no conhecimento do mistério de Cristo, com toda a sua profunda significação para a vida do homem;

• Introduzir no estilo de vida do Evangelho "e que não é outra coi­sa senão a vida no mundo, mas vivida segundo as bem-aventu­ranças" (CT 29);

• Iniciar na experiência religiosa genuína, na oração e na vida li­túrgica;

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o PERFIL E A MISSÃO DO CATEQUISTA ______ _ _______ _

• Introduzir no compromisso evangelizador, quer na sua dimen­são eclesial como social. Através destes "quatro caminhos" (cfRICA 19) o ministério da ca­tequese leva a cabo a iniciação na vida comunitária da Igreja, de tal modo que os cristãos "sejam introduzidos na vida de fé, de liturgia e de caridade do povo de Deus" (AG 14), ao mesmo tempo aprendem a «cooperar activamente na evangelização e edificação da Igreja" (Ag 14) e nas '"lutas pela justiça e pela construção da paz" (CT 29). A comunidade cristã é, assim, a origem e a meta da catequese e acompanha constantemente o grupo catequético proporcionan­do-lhe o lugar ou o clima adequado para amadurecer na fé: "A catequese corre o risco de se esterilizar, se uma comunida­de de fé e de vida cristã não acolher o catecúm.eno a certo passo <Úl sua catequização" (CT 24). (cf. DGC 254)

3. Esta formação integral que proporciona a catequese tem um ponto de partida e uma meta: parte da conversão inicial do cristão e conduz à confissão de fé. A tarefa própria do catequista consiste, por isso, em "fazer amadurecer a conversão inicial até fazer dela uma viva, explícita e operante confissão de fé" (CC 96). Desta forma a catequese, ao educar no mais nuclear e comum da fé cristã - "ensino elementar" (CT 21) -, está ao serviço da unidade da confissão de fé.

Cada uma das diferentes acções da educação na fé tem uma parti­cularidade:

- O primeiro anúncio trata de comunicar o Evangelho aos homens afastados da fé e em situações muito diversificadas. (cf. DGC 61)

- O ensino religioso escolar procura estabelecer o diálogo entre a fé e a cultura na qual o aluno é introduzido gradualmente. (cf. DGC 73)

- A teologia através da investigação, trata de explorar a inteligibili· dade da fé.

- A catequese, transmitindo as "certezas simples mas sólidas" (CT 60) do Evangelho, conduz à profissão comum de uma mesma fé. (cf. DGC 67)

A acção catequética, com efeito, transmite o Evangelho tal como é acreditado, celebrado e vivido pela Igreja. "Ao longo da sua preparação os catecúmenos recebem o Evangelho (Sagrada Escritura) e a sua expres­são eclesial que é o Símbolo da fé" (MPD 8). Por isso a catequese "tem a sua origem na confissão de fé e conduz à confissão de fé" (MPD 8).

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(Voz da Catequese, 449) Pe. Dr. António M. Moiteiro Ramos

ASPECTOS JURÍDICOS DA

UNÇÃO DOS DOENTES

1. o sacramento da Unção dos enfermos, na sua renovação pós­-conciliar, pode dizer-se que está destinado a dotar uma dimensão inevitável da vida humana, como é a dor, de um sentido cristão. Con­fere, ao mesmo tempo, a graça peculiar de aumentar a fé e a espe­rança na bondade e misericórdia de Deus e faz sentir, de modo espe­cial, a solidariedade da Igreja com quem está submetido a sofri­mento.

Tendo em conta a natureza e a finalidade deste sacramento, compreende-se facilmente que no Código se coloque o acento na obri­gação (e no direito) que têm os sacerdotes com cura de almas de ad­ministrar este sacramento aos fiéis que estão ao seu cuidado. Contu­do, apoiando-se no direito que o enfermo baptizado tem a receber esta ajuda sacramentaI, estabelece um princípio geral que amplia, de aIgum modo, este dever a todo o sacerdote, pois o faculta para poder administrar este sacramento, por qualquer causa razoável com o con­sentimento, ao menos presumível, de quem tem o direito primordial de o administrar (cân. 1003).

A exigência expressa no cân. 1006 pela qual se requer a peti­ção, pelo meTIOS implícita, do enfermo, não é senão consequência da necessidade da intenção para a validade de qualquer sacramento. E, no mesmo sentido, deve ser interpretada a proibição de não a admi­nistrar "àqueles que perseverem obstinadamente em pecado grave manifesto" (cân. 1007). Esta negação não pode ser entendida como uma espécie de castigo, antes como sinal de respeito ao rnfsterioso mundo da consciência pessoal. Mas, deve-se ter em conta que, en­quanto não conste, de maneira evidente, que essa persistência é si­nal da recusa do sacramento, deve presumir-se que se dá uma inten­çâo, ao menos implícita, de recebê-lo e ser ajudado. Esta presunção pode conjugar-se até com o facto de uma vida pouco ou nada religio­sa e até com a morte num acto que externa e objectivamente se con­sidera pecaminoso, como pode ser o suiddio.

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ASPECTOS JURÍDICOS DA UNÇÃO DOS DOENTES _____ _ ____ _

2. Não cremos que possa falar-se de um direito a receber as ordens sagradas. Pelo menos na regulamentação canónica deste sa­cramento (a cuja análise nos limitamos, tanto neste como nos outros sacramentos), não vimos que se faça menção explícita desse direito. Apenas encontramos um indício da possível existência do mesmo quando no cân. 1026 se proíbe terminantemente afastar da recepção das ordens sagradas "alguém que seja canonicamente idóneo". Por conseguinte, comprovada a idoneidade, poderia dizer-se que se vio­la um direito, porventura não tanto da própria pessoa como da comu­nidade que tem certamente direito a ter suficientes ministros sagra­dos para poder aceder aos sacramentos, os quais só eles podem administrar e aos quais os fiéis têm um direito radical.

Ao invés, na regulação canónica do sacramento da ordem sa­grada fica expressamente protegido um direito fundamental do fiel, tal como se reconhece no cân. 219 sobre a imunidade de qualquer coacçâo na escolha do estado de vida. Em exacta correlação com es­te direito, estabelece-se no citado cân. 1026: "Para alguém ser orde­nado, deve gozar da liberdade devida; ninguém pode, por qualquer motivo ou por qualquer forma, coagir alguém a receber as ordens."

Trata-se, como dissemos, de uma verificação e aplicação con­creta do direito fundamental a escolher o estado de vida na Igreja.

3. Uma questão complementar, e na linha em que caminha­mos, é colocada pelo cân. 1030. Tal como está redigido, não pode fa­lar-se de um direito estrito do diácono não permanente a receber o presbiterado em ordem ao qual se ordenou diácono. O texto legal é muito preciso na sua formulação e estabelece que "a não ser por uma causa canónica, ainda que oculta, pode o Bispo próprio ou o Superior maior competente impedir aos seus súbditos diáconos, destinados ao presbiterado, o acesso a esta ordem, salvo o recurso nos termos do di­reito." Se não pode falar-se de um direito, cujo exercício não pode ne­gar-se, sem razões muito graves, ao menos, com algum comentaris­ta do Código, deve admitir-se que se dá, na suposição a que se refere o cânon, "uma pretensão juridicamente fundada".

Também o cân. 1038 apresenta alguma relação com o sacramen­to, como direito do fiel. Refere-se o cânon à suposiçâo de um diácono, destinado ao sacerdócio, que, por razões pessoais não quer nem rece-

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___________ ASPECTOS JURÍDICOS DA UNÇÃO DOS DOENTES

ber O sacerdócio nem a redução ao estado laical, o que o colocará en­tre os diáconos permanentes. O cânon afirma que não pode proibir­-se-lhe o exercício da ordem recebida "a não ser que tenha surgido al­gum impedimento canónico ou outra causa grave, a juízo do Bispo diocesano ou do Superior maior competente." Os comentaristas des­te cânon admitem, como causa grave, impedir que, deste modo, se in­troduza, de facto, o diaconado permanente numa diocese ou num ins­tituto religioso. Não nos convence esta razão. Sobretudo, se se tratar de um caso isolado e as razões que o interessado aduzir forem suficien­temente graves. Parece-nos que, nesse caso, deve prevalecer o "direi­to" a exercer o diaconado em favor dos fiéis, a cujo serviço se ordenou.

(Forum Canonicum, 4)

Diaz Moreno

AJUDA À IGREJA DE TIMOR-LESTE

Perante o pedUlo de ajuda de D. Ximenes Belo, a agência Eccle­sia interpelou o nosso Bispo em 29 de Abril, que assim respondeu:

«Não precisarei de dizer que é muito complexo o caso de Timor. Nem digo que não é surpresa o pânico que se está a gerar. Mas quero testemunhar a emoção que senti ao ler a mensagem do pré­mio Nobel da paz.

Também não adianta lembrar que mais de vinte padres timo­renses estudaram no nosso Seminário. O sentimento é solidarie­dade. Ontem, por exemplo, rezei em Fátima, na Capelinha das Aparições, perante centenas de portugueses e dois grupos das Fi­lipinas e da Índia, pelas intenções do Povo de Timor_ Hoje rezei ao Presidente da Cáritas que mande, quanto antes, uma ajuda fi­nanceira. Sobretudo rezo aos homens do poder e às organizações internacionais que contribuam sem demora para que haja paz. E qualquer que seja o resultado da "consulta", não esqueceremos os nossos compromissos históricos e a solidariedade universal.»

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O PAPEL DO CAPELÃO

NUM HOSPITAL

Existem em Portugal, cerca de 200 capelães hospitalares. São presença da Igrejajunto daque­les que sofrem por razões de saúde. A Igreja, através da Pastoral da Saúde, traça o perfil do Capelão Hospitalar, a sua espiritualidade e os moldes da sua relação com as estruturas dos ser­viços hospitalares. Para o Pe. Vítor Feytor Pinto, Coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, "as dificuldades que se sentem são sin­toma de uma sociedade secularizada, que obriga a própria capelania a não ter apenas uma ver­tente meramente religiosa, mas também uma vertente humanizadora e ética".

Os capelães e assistentes espirituais que par­ticiparam neste encontro alertam para a respon­sabilidade que a Igreja tem de intervir directa­mente nas questões de saúde: "a Igreja tem que assumir responsavelmente a sua missão hum a­nizadora e iluminadora para podermos ver de ou­tra forma os problemas que enfrentamos".

Na nossa Diocese o Pe. Dr. Albino da Luz Car­reira tem desenvolvido uma obra notável, ajuda­do por uma boa equipa de visitadores. Os dois es­tabelecimentos prisionais de Leiria estavam superlotados, mas recentemente foram aliviados com algumas saídas e foram enriquecidos com novas instalações. A chamada pastoral prisional ou carcerária tem muito a fazer, especialmente na prevenção e na reinserção.

UNIDOS AO BISPO E

À IGREJA UNIVERSAL

CARTA DO SANTO PADRE JOAO PAULO II AOS SACERDOTES

POR OCASIAO DA QUINTA-FEIRA SANTA DE 1999

"Abbá, Pai!"

Queridos Innãos no sacerdócio, o meu colóquio convosco por oca­sião da Quinta-feira Santa deste ano, que precede e prepara imedia­tamente o Grande Jubileu do Ano 2000, tem como motivo inspirador esta invocação na qual, segundo o parecer dos exegetas, ecoa a ipsis­sima wox Iesu. É uma invocação onde se encerra o mistério insondá­vel do Verbo encarnado, enviado pelo Pai ao mundo para a salvação da humanidade.

A missão do Filho de Deus fica cumprida quando Ele, oferecen­do--Se a Si mesmo, realiza a nossa adopção filial e torna possível a cada ser humano a participação na própria comunhão trinitária, com o dom do Espírito Santo. No mistério pascal, Deus Pai, pelo Filho e no Espírito Paráclito, aproximou-Se de cada homem, oferecendo--lhe a possibilidade da redenção do pecado e da libertação da morte.

Movimento ascendente e descendente

1. Na celebração eucarística, concluímos a oração da Colecta com estas palavras: "Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo". Pode--se dizer que es­ta conclusão tem um carácter ascendente: por Cristo, no Espírito San­to, ao Pai. O mesmo esquema teológico subjaz à estruturação do trié­nio 1997-1999: primeiro o ano do Filho, depois o ano do E spírito Santo e agora o ano do Pai.

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Este movimento ascendente enraíza-se, por assim dizer, naque­le movimento descendente, descrito pelo apóstolo Paulo na Carta aos Gálatas e que meditámos intensamente na liturgia do Natal: "Ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que se encontravam sob o jugo da Lei e para que recebêssemos a adopção de filhos" (Gal 4, 4-5).

Está aqui descrito o movimento descendente: Deus Pai envia o Filho para, n'Ele, nos tornarmos seus filhos adoptivos. No mistério pascal, Jesus realiza o desígnio do Pai dando a vida por nós. Então O Pai envia o Espírito do Filho para nos iluminar sobre este privilé­gio extraordinário: "E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos co­rações o Espírito que clama: "Abbá, Pai!" Portanto, já não és servo, mas filho; e, se és filho, também és herdeiro, pela graça de Deus" (Gal 4, 6-7).

Como não salientar a peculiaridade do que escreve o Apóstolo? Afirma que é precisamente o Espírito que grita: "Abbá, Pai!" Na ver­dade, a testemunha histórica da paternidade divina foi o Filho de Deus, no mistério da encarnação e da redenção: foi Ele que nos ensi­nou a dirigirmo-nos a Deus chamando-O "Pai" Ele invocava-O di­zendo "meu Pai" e, a nós, ensinou-nos a rezar-Lhe com o nome dul­císsimo "Pai nosso". No entanto, São Paulo diz-nos que o ensinamento do Filho deve, em certo sentido, ser vivificado na alma de quem o escuta pelo ensinamento íntimo do Espírito Santo. Só por obra sua é que somos capazes de adorar a Deus em verdade, invocan­do-O "Abbá, Pai".

"Na comunhão do presbitério"

2. Escrevo-vos, queridos Irmãos no sacerdócio, estas palavras a pensar em Quinta-feira Santa, imaginando-vos reunidos à volta dos vossos Bispos na Missa Crismal. Para mim, é muito importante que, na comunhão dos vossos presbitérios, vos sintais unidos a toda a Igreja que está vivendo o ano do Pai, um ano que preanuncia o fim tanto do século vinte como do segundo milénio cristão.

Deste ponto de vista, como não dar graças a Deus ao pensar na

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imensa multidão de sacerdotes que, neste amplo espaço de tempo, consumiram a sua existência ao serviço do Evangelho, chegando por vezes ao sacrifício supremo da própria vida? No espírito do próximo Jubileu, enquanto confessamos as limitações e faltas das gerações cristãs passadas - e, portanto, também dos sacerdotes que nelas se incluem -, reconhecemos com alegria que uma parte muito signifi­cativa do inestimável serviço prestado pela Igreja à história da hu­manidade se deve ao trabalho humilde e fiel de tantos ministros de Cristo que, ao longo destes mil anos, actuaram como artífices gene­rosos da civilização do amor.

As grandes dimensões do tempo! Apesar de o tempo ser sempre um afastar-se do início, todavia, pensando bem, é simultaneamente um retorno ao início. Isto tem uma importãncia fundamental: é que se o tempo fosse apenas um distanciar-se do início sem aparecer bem clara a sua orientação final - precisamente o reencontro com o iní­cio - toda a nossa existência no tempo estaria privada duma direc­ção definitiva; ficaria privada de sentido.

Mas não! Cristo, "Alfa e Omega (. .. ), Aquele que é, que era e que há--de vir" (Ap 1, 8), conferiu direcção e sentido à passagem humana pelo tempo. Falando de Si próprio, disse: "Saí do Pai e vim ao mun­do; de novo deixo o mundo e vou para o Pai" (Jo 16, 28). E assim, a nossa passagem está envolvida pelo acontecimento de Cristo. Passa­mos com Ele, seguindo na sua mesma direcção: rumo ao Pai.

Isto torna-se ainda mais claro durante o Triduum Sacrum, os dias santos por excelência durante os quais misteriosamente parti­cipamos no regresso de Cristo ao Pai, através da sua paixão, morte e ressurreição. De facto, a fé garante-nos que esta passagem de Cris­to ao Pai, ou seja a sua Páscoa, não é um acontecimento que diga res­peito só a Ele; também nós somos chamados a tomar parte nela: a sua Páscoa é a nossa Páscoa.

Caminhamos, pois, juntamente com Cristo para o Pai. Fazemo­-lo através do mistério pascal, revivendo aquelas horas cruciais quando Ele, agonizante na cruz, exclamou: "Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?" (Mc 15, 34), acrescentando depois: "Tudo está consumado!" (Jo 19, 30), e, por fim, "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Le 23, 46). Estas expressões evangélicas são fami­liares a todo o cristão e, de modo particular, a cada sacerdote. Dão

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testemunho do nosso viver e do nosso morrer. No fim de cada dia, re­petimos na Liturgia das Horas: "ln manus tuas, Domine, commendo spiritum meum", desejando deste modo prepararmo-nos para o gran­de mistério da passagem, da páscoa existencial, quando Cristo, em virtude da sua morte e ressurreição, nos tomar Consigo para nos en­tregar ao Pai celestial.

"Contínua revelação do Pai"

3. "Bendigo-Te, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escon­deste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pe­queninos. Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado. Tudo Me foi en­tregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho O qui­ser revelar" (Mt 11, 25-27). É verdade! Só o Filho conhece o Pai. Ele, que "está no seio do Pai" - como escreve São João no seu Evangelho (1, 18) -, aproximou de nós este Pai; falou-nos d'Ele, revelou-nos a sua face e o seu coração. Durante a Ultima Ceia, respondendo ao pe­dido do apóstolo Filipe "Mostra-nos o Pai" (Jo 14, 8), Cristo disse: "Estou há tanto tempo convosco e não Me conheces, Filipe? C .. ) Não crês que Eu estou no Pai e que o Pai está em Mim?" (Jo 14, 9-10). Com estas palavras, Jesus dá testemunho do mistério trinitário da sua geração eterna como Filho do Pai, do mistério que constitui o se­gredo mais profundo da sua Pessoa divina.

O Evangelho é uma contínua revelação do Pai. Quando Jesus, aos doze anos de idade, foi encontrado por José e Maria no Templo entre os doutores da Lei, à interpelação da Mãe "Filho, porque nos fizeste isto?" (Lc 2, 48), Ele responde fazendo apelo ao Pai: "Não sa­bíeis que devo ocupar-Me das coisas de meu Pai?" (Lc 2, 49).

Somente com doze anos, ejá tem consciência clara do significa­do da sua vida, do sentido da própria missão, dedicada totalmente, da primeira à última hora, às "coisas do Pai". A missão atinge o seu cume no Calvário, com O sacrifício da Cruz, aceite por Cristo com es­pírito de obediência e amor filial: "Meu Pai, se é possível passe de Mim este cálice; todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu que­res. C .. ) Faça-se a tua vontade" (Mt 26, 39-42) . E o Pai, por sua vez,

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acolhe o sacrifício do Filho, pois amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho unigénito, para que o homem não pereça, mas tenha a vida eterna (cC. Jo 3, 16). É verdade que só o Filho conhece o Pai e, por isso, só Ele no-Lo pode revelar.

4. 'Per ipsum, et cum ipso, et in ipso . . . ". "Por Cristo, com Cris­to, em Cristo, a Vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espíri­to Santo, toda honra e toda a glória, agora e para sempre".

Unidos espiritualmente e congregados visivelmente nas igre­jas catedrais neste dia singular, damos graças a Deus pelo dom do sacerdócio. Damos graças pelo dom da Eucaristia que, como presbí­teros, celebramos. A doxologia, com que se conclui a Anáfora da Mis­sa, possui uma importãncia fundamental em cada celebração euca­rística. Exprime, em certo sentido, a coroação do Mysterium fidei, do núcleo central do Sacrifício eucarístico que tem lugar no momento em que, pelo poder do Espírito Santo, realizamos a conversão do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo, tal como Ele mesmo fez a pri­meira vez no Cenáculo. Precisamente quando a grande oração euca­rística atinge o seu ponto culminante, a Igreja, na pessoa do minis­tro ordenado, dirige ao Pai estas palavras: "Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a Vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda a glória". Sacrificium laudis!

"Ensina-nos a rezar"

5_ Depois da assembleia responder com a solene aclamação do "Arnen", o celebrante entoa o "Pai nosso", a oração do Senhor. A se­quência destes momentos é muito significativa. Narra o Evangelho que os Apóstolos, impressionados pelo recolhimento do Mestre no seu colóquio com o Pai, Lhe pediram: "Senhor, ensina-nos a rezar" (Lc 11, 1). Então, pela primeira vez, Ele pronunciou as palavras que ha­veriam de tornar-se, depois, a principal e mais frequente oração da Igreja e de todos os cristãos: o "Pai nosso". Quando durante a cele­bração eucarística, fazemos nossas, enquanto assembleia litúrgica, tais palavras, estas ganham uma particular eloquência. É como se, naquele momento, confessássemos que Cristo nos .ensinou definiti-

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va e plenamente a sua oração ao Pai, quando a comentou com o sa­crifício da Cruz.

É no âmbito do Sacrificio eucarístico que o "Pai nosso", recita­do pela Igreja, exprime todo o seu significado. Cada uma das invoca­ções, nele contidas, adquire uma especial luz de verdade. Sobre a cruz, o nome do Pai é "santificado" no máximo grau, e o seu Reino ir­revogavelmente realizado; no "consummatum est", a sua vontade al­cança definitivo cumprimento. E, porventura, não é verdade que a pe­tição "perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos . . . " se vê plenamente confirmada com as palavras do Crucificado "per­doa-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34)? Também o pedido do pão de cada dia se torna mais eloquente do que nunca com a Comunhão eucarística, quando, sob as espécies do "pão repartido", recebemos o Corpo de Cristo. E a súplica "não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal" não atinge, porventura, a sua má­xima eficácia no instante em que a Igreja oferece ao Pai o preço su­premo da redenção e da libertação do mal?

6. Na Eucaristia, o sacerdote abeira-se pessoalmente do mis­tério infindável de Cristo e da sua oração ao Pai. Pode mergulhar diariamente neste mistério de redenção e de graça, celebrando a San­ta Missa, que mantém o seu sentido e valor mesmo quando, por jus­to motivo, é celebrada sem a participação do povo, mas oferecida, em todo o caso, sempre pelo povo e pelo mundo inteiro. Precisamente por este vínculo indissolúvel com o sacerdócio de Cristo, o presbítero é mestre de oração, e os fiéis podem legitimamente fazer-lhe a mes­ma solicitação dos discípulos: "Ensina-nos a rezar".

A liturgia eucarística é a escola de oração cristã por excelência para a comunidade. Deste centro que é a Missa, irradiam numerosos caminhos de salutar pedagogia do espírito. Dentre eles, sobressai a adoração do Santíssimo Sacramento, que é o prolongamento natural da celebração. Através dela, os fiéis podem fazer uma peculiar expe­riência do "permanecer no amor de Cristo (cf. Jo 15, 9), penetrando cada vez mais profundamente na sua relação filial com o Pai.

É precisamente nesta perspectiva que exorto cada sacerdote a cumprir, com confiança e coragem, a sua missão de guiar a comuni­dade para uma oração cristã autêntica. É uma tarefa de que não lhe

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é lícito abdicar, mesmo que as dificuldades resultantes da mentali­dade secularizada possam, às vezes, torná-la muito cansativa.

O grande impulso missionário, que a Providência suscitou na Igreja dos nossos tempos sobretudo através do Concílio Vaticano II, interpela de modo particular os ministros ordenados chamando--os antes de mais à conversão: converter-se para converter, ou, por ou­tras palavras, viver intensamente a experiência de filhos de Deus, pa­ra que cada baptizado descubra novamente a dignidade e a alegria de pertencer ao Pai celestial.

7. No dia de Quinta-feira Santa, renovaremos, queridos Irmãos, as promessas sacerdotais. Ao fazê-lo, desejamos que Cristo, em cer­to sentido, nos abrace novamente com o seu sacerdócio santo, com o seu sacrifício, com a sua agonia no Getsémani e morte no Gólgota, e com a sua ressurreição gloriosa. Reproduzindo, por assim dizer, os passos de Cristo em todos estes acontecimentos de salvação, desco­brimos a sua abertura profundíssima ao Pai. E é por isso que, em ca­da Eucaristia, se renova de algum modo O pedido feito pelo apóstolo Filipe no Cenáculo: "Senhor, mostra-nos o Pai", e de cada vez Cris­to, ao Mysterium fidei, parece responder assim: "Estou há tanto tem­po convosco e não Me conheces, Filipe? C . . ) Não crês que Eu estou no Pai e que o Pai está em Mim?" (Jo 14, 9-10).

Nesta Quinta-feira Santa, amados sacerdotes do mundo intei­ro, recordando a unção crismal recebida no dia da Ordenação, procla­maremos unanimemente com sentimentos de renovada gratidão:

Per ipsum, et cum ipso, et in ipso, est tibi Deo Patri omnipotenti, in unitate Spiritus Sancti, omnis honor et gloria per omnia srecula sreculorum. Amen!

Vaticano, 14 de Março -IV domingo da Quaresma -do ano 1999, vigésimo primeiro de Pontificado.

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NOTAS DA

ADMINISTRAÇAO

• A nossa publicação é quadrimestral. O presente número 19 corresponde aos meses de Janeiro-Abril de 1999. Depois de ligeiro atraso, estamos a prepa­rar o número do quadrimestre seguinte, com novo Chefe de Redacção.

• Em todos os arquivos vivos de paróquias, movimen­tos e obras, bem como de secretariados e comissões, deverá encontrar-se o "Órgão oficial da Diocese".

• Sabemos que o nosso Director convocou uma reunião do Conselho de Redacção. Aguardamos instruções para que a publicação corresponda sempre melhor aos objectivos de apoio à pastoral de conjunto.

• Lembramos que alguns assinantes têm em atraso o pagamento da assinatura, cujo preço de 2.000$00 se mantém para o corrente ano.

• Também recordamos que a nossa Diocese de Leiria­-Fátima tem já um site fixo na internet (www.eccle­sia.ptl e que o nosso boletim está convidado a forne­cer periodicamente informações e documentos para o espaço de notícias que se vai renovando.