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Linhas da CoordenaçãoNo final do ano letivo, apetece-nos

mesmo é relaxar, passear, estar com os amigos, ir à praia ou até mesmo ao cinema. A escolha do tema desta edição prendeu-se com este facto, mas sobretudo por a nossa escola ser uma das vinte e três do país que acolheu o Plano Nacional de Cinema. Este plano visa combater a iliteracia nesta área e pretende a formação de novos públicos, promovendo um programa junto dos alunos das várias escolas, divulgando filmes de vários géneros, épocas e proveniências.

Se o cinema é visto por muitos como uma das artes mais importantes da humanidade, também não devemos esquecer que se trata de uma indústria que gera milhões. É um fenómeno que toca miúdos e graúdos, atraídos pela projeção de imagens, pela luz reduzida que altera o ambiente, pelos sofás confortáveis e bem posicionados relativamente ao ecrã ou pela qualidade do sistema de áudio. Enfim, uma ida ao cinema é sempre um bom pretexto para sair de casa, para conviver, para enriquecer os nossos conhecimentos.

Os nossos jovens jornalistas, mais uma vez, deitaram mãos à obra e, sempre orientados pelos seus professores, exploraram e bem este tema. Espero que apreciem o trabalho por eles realizado, mas antes disso deixo-vos com uma receita elaborada pela Alice Salvini, do 6º E que nos vai explicar “Como fazer um bom filme”.

MaterialUma caixa de imensos sentimentos

(amor, maldade, alegria, tristeza).

• Uma máquina de filmar bem arranjada e a funcionar.

• 2 Imensidões de muita paciência.• Uma chávena de café.Vamos começarAntes de mais bebe-se uma chávena de

café para ficar com muita energia.Depois liga-se o leitor de filmes e

começa-se a filmar os momentos da vida, tanto alegres como tristes.

De seguida, com a incrível paciência e energia, já que se bebeu uma boa chávena de café, espera-se que a magia faça efeito.

Para acabar, chega a hora do sim ou do não, se for sim vai para os cinemas e chega a DVDs com grande êxito, se não, vai para o lixo.

A Coordenadora do Jornal MoliceiroDulce Novo

ÍndicePÁGINA 03

Os primeiros tempos do cinema / CharlotPÁGINA 04

A história do cinema / Cinema documentário, um género à parte?PÁGINA 05

Cinema europeu vs. Cinema de Hollywood / A “nova vaga” cinematográficaPÁGINA 06

Cinema Clássico vs. Cinema ModernoPÁGINA 07

O nosso TOP 3 - cinema antigo português PÁGINA 08/09

“O cinema como espaço público de emoção coletiva não tem espaço na web” entrevista a António Costa ValentePÁGINA 09

Cinema de animação também é cinema?PÁGINA 10

Será que o cinema vai morrer? - Pirataria no cinema / Géneros CinematográficosPÁGINA 11

O mais velho realizador do mundo em atividadePÁGINA 12

A História dos ÓscarsPÁGINA 13

Le Festival de Cannes / O papel do cinema na minha vida PÁGINA 14

Cinema pelos alunos do 2º ano, turma C, da EB da Vera CruzPÁGINA 22 (ainda sobre cinema)

A ilusão da presença

Charlie Chaplin: blogadamente.blogspot.com

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Os primeiros tempos do cinema

O que é o cinema? A palavra “cinema” vem do grego

“kinima”. Significa várias coisas: a técnica e a arte de fixar e de reproduzir imagens que provocam a impressão de movimento, a indústria que produz estas imagens e a sala onde são projetadas obras cinematográficas. Estas, designadas “filmes”, são produzidas através da gravação de imagens com câmaras adequadas, ou pela sua criação utilizando técnicas de animação ou efeitos visuais específicos.

Como surgiu a palavra “cinema”?A origem da palavra "cinema" deve-

se ao facto de ter sido o cinematógrafo o primeiro equipamento utilizado para filmar e projetar.

Quando começou o cinema?Na Pré-história, o desenho e a pintura

foram as primeiras formas de representar os aspetos dinâmicos da vida humana e da natureza, produzindo narrativas através de figuras. O jogo de sombras do teatro de marionetes oriental é considerado um dos mais remotos precursores do cinema. Experiências posteriores como a câmara escura e a lanterna mágica constituem os fundamentos da ciência ótica, que torna possível a realidade cinematográfica.

Quem inventou o cinema, tal como o conhecemos hoje?

Auguste e Louis Lumière, dois

engenheiros franceses, estão na origem do processo cinematográfico e da primeira projeção pública, em 1895. Foram os primeiros realizadores de cinema da história, tendo provocado um enorme entusiasmo com as primeiras projeções no cinematógrafo.

O que é o cinematógrafo?O cinematógrafo é considerado

geralmente como um aperfeiçoamento feito pelos irmãos Lumière do cinetoscópio (primeiro instrumento de projecção de filmes) de Thomas Edison. Os filmes mais conhecidos dos irmãos Lumière são: “O jardineiro”, “A saída dos operários da fábrica Lumière” e “A chegada do comboio”. Este último causou grande perturbação na assistência que fugiu da sala com as imagens da entrada do comboio na estação.

Quando começou o cinema em Portugal?

O primeiro realizador de cinema português foi Aurélio da Paz dos Reis, nascido em 1862, no Porto. Foi

considerado como o “pioneiro” do cinema por ter realizado e produzido o filme “Saída do pessoal operário da Camisaria Confiança” (1896), baseado no filme dos irmãos Lumière.

Até quando sobreviveu o cinema mudo?

Desde o início, inventores e produtores tentaram combinar a imagem com um som sincronizado. Mas nenhuma técnica teve sucesso até à década de 1920. Durante trinta anos os filmes eram praticamente silenciosos sendo acompanhados muitas vezes por música ao vivo, outras vezes por efeitos especiais e narração e diálogos escritos presentes entre cenas. Aqui temos de destacar Charles Chaplin, um dos pioneiros do cinema mudo em todo o mundo.

Texto: Henrique Marcelino (5ºF) e Leonor Malta (7ºD)/ Clube de Jornalismo da Escola João Afonso de Aveiro

Charles Chaplin nasceu em Londres, em 16 de abril de 1889. O seu pai, Charles Spencer Chaplin, era vocalista e ator e a sua mãe, Hannah Chaplin, conhecida pelo seu nome artístico “Lily Harley”, foi uma atriz e cantora, que ganhou alguma reputação.

Tendo herdado o talento artístico dos pais, Charles (ou Charlie), aos cinco anos,

José Bênção (6ºJ) e Cláudia Azevedo (6ºC)- Clube de Jornalismo

Charlot

fez a sua estreia num palco, cantando a canção “Jack Jones”, obtendo de imediato, sucesso junto do seu público.

Com a morte do pai, quando tinha menos de três anos, e a doença da mãe (que terminou internada num asilo), Charlie e o irmão tiveram de se defender sozinhos desde muito cedo. Assim, Charlie fez a sua estreia profissional, ainda bastante novo, como membro de um grupo juvenil, chamado "The Eight Lancashire Lads", e rapidamente ganhou popularidade como dançarino de sapateado.

Em 1908 começou a dedicar-se ao teatro. Mais tarde, tornou-se comediante, diretor, argumentista, produtor e compositor musical. Em 1915, com a comédia “O Vagabundo”, criou a sua famosa personagem, Charlot: um pobretana, com modos de cavalheiro, que se apresentava com um casaco de gala apertado, calças largas, sapatos enormes, um chapelinho de coco, uma bengala e um pequeno bigode. Tinha também uma maneira de andar muito especial, que ficou para a história do cinema. Da sua longa filmografia (que vai do cinema mudo ao sonoro), podem-se destacar-se: ”O emigrante” (1917), “A Quimera do Ouro” (1925),”Luzes da Cidade”(1931), “Tempos Modernos” (1936),”O Grande Ditador” (1940), “Luzes da Ribalta” (1952), “Um Rei em Nova Iorque” (1957) e “A Condessa de Hong Kong” (1967), entre outros.

Charlie Chaplin faleceu em 25 de dezembro de 1977 (Corsier-sur-Vevey, Suiça), mas o seu talento e criatividade nunca serão esquecidos no mundo do cinema.

« saída das Fábricas Lumière » - www.cinetom.fr

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_cinema http://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin

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A história do cinema

Cinema (do grego: kinema "movimento") designa, atualmente, a arte de confecionar filmes, a carreira profissional e a indústria da arte cinematográfica.

A origem do cinema está relacionada com a necessidade do homem registrar o movimento, patenteada na pintura da Antiguidade. O cinema mais primitivo, registado na China por volta de 5000 a.C., consistia num teatro de sombras. Ao longo do tempo, diversas invenções e avanços tecnológicos permitiram a criação de aparelhos capazes de captar e registrar o movimento. Em 1895, os irmãos Auguste e Louis Lumière, pais do cinema, criadores da sétima arte, criaram uma máquina capaz de registrar o movimento por meio do uso

Luísa 10ºD e Clube de Jornalismo da H.C de negativos perfurados, que funcionava à manivela.

Os primeiros filmes eram sobretudo ficções e documentários, simples, filmados ao ar livre, sem áudio, apenas com imagem, duravam entre 10 a 15 minutos. Em 1906, um filme australiano, de 70 minutos, marcou a história do cinema por ter sido a primeira longa-metragem. Sucederam-se na Europa, filmes mais longo até os 123 minutos. Desde o início, inventores e produtores tentaram casar a imagem com um som sincronizado.

Durante 30 anos os filmes eram silenciosos, acompanhados de música ao vivo e de efeitos especiais.

A ascensão da indústria cinematográfica americana após a Primeira Guerra Mundial originou a consolidação de Hollywood, a partir da década de 20, com a criação de novos gêneros como o policial, o terror e a comédia.

O cinema falado foi possível no final do século XIX. A primeira obra com música e efeitos de som sincronizados data de 1926. Em 1929, mais da metade das películas norte-americanas já contavam com o som.

Devido á evolução do cinema celebram-se, nos dias de hoje, festivais de cinema para revelar e chamar a atenção para obras de qualidade que contribuam para o progresso da sétima arte e incentivar o desenvolvimento da indústria do cinema no mundo, em países como Brasil, Burkina Faso, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, destacando se o festival de Cannes, Itália, Moçambique, Portugal, Suíça, Tanzânia e Turquia.

Cinema documentário, um género à parte?

O que é o cinema documentário?O cinema documentário é um género

cinematográfico que se caracteriza pela exploração da realidade. Contudo, também tem alguns factos de ficção, é uma representação parcial e subjetiva da realidade.

Qual é o significado de documentário?

O termo documentário é descrito em 1879 pelo dicionário como adjetivo referente a algo «que tem carácter de documento».

Quando começou a ideia do cinema documentário?

A ideia de documentário começou por volta dos anos 1920. Mas só foi teorizada por Dziga Vertov , em mil novecentos e vinte e quatro, com o conceito «Cinema-verdade», que defendeu uma ideia fiel à realidade.

Contudo, em 1922, o americano Robert Flaherty realizou o documentário Nanook of the North (Nanook, o Esquimó), um dos mais importantes filmes antropológicos de todos os tempos. Mesmo não sendo antropólogo, as inovações que ele introduziu, nomeadamente nas relações que estabeleceu com o esquimó e a sua família, influenciaram de maneira decisiva o documentário de caráter antropológico que, nos anos 1960 teria no francês Jean Rouch um dos maiores

Texto: Sara Mendes (7ºD)/Clube de Jornalis-mo da Escola João Afonso de Aveiro

representantes e teóricos daquilo a que se chamou “cinema direto”. Como cineasta e etnólogo, explorou o documentário puro e a docuficção, criando um subgénero: a etnoficção.

Quais são os tipos de documentário?

Há vários tipos de documentário: documentário criativo, baseado na visão de um autor e oferecendo uma interpretação criativa da realidade, documentário informativo, documentário didático, documentário histórico, docuficção, etc.

Como é «construído» um documentário?

O documentário é construído a partir de imagens da realidade e há muito tempo se opôs ao género ficção. O real, encenado, é principalmente a visão de um autor e um filme documentário torna-se ficção quando as personagens desempenham o seu próprio papel.

Viagem à lua filme mudo de Georges Méliès

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Document%C3%A1rio http://pt.wikipedia.org/wiki/Nanook_of_the_North http://pt.wikipedia.org/wiki/Dziga_Vertov http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Rouch

Dziga Vertov – “O homem da máquina de filmar”, in catracalivre.com.br

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A “nova vaga” cinematográfica

Quando começou a nova vaga cinematográfica?

No final dos anos 1950 (começo dos anos 1960), quinze anos depois da Segunda Guerra Mundial, repercussão da Guerra Fria (entre os EUA e a União Soviética), o mundo vivia um momento de transição e redescobertas, uma época para criar e renovar. Neste contexto, nasceu em França o movimento cinematográfico Nouvelle Vague (traduzido à letra, “A Nova Vaga”)

Texto: Juliana Freitas (7ºD)/ Clube de Jornalismo da Escola João Afonso de Aveiro

O cinema europeu nos anos 1960

cujo objetivo era criar filmes inovadores e independentes. Os dois principais cineastas representantes e idealizadores do movimento foram os realizadores Jean-Luc Godard (A bout de souffle – O Acossado) e François Truffaut (Les 400 coups - Os Incompreendidos).

Com o interesse pela memória do cinema e uma proposta de filmes mais ousados e pessoais, nos quais se valorizava a figura do realizador como o autor da obra cinematográfica, o movimento foi uma nova forma de fazer e pensar o cinema que, de facto, atingiu o objetivo de incutir novas maneiras de produzir filmes.

Como eram as suas produções?As suas produções eram fluídas, com

narrativas não lineares, sem estruturas e fragmentadas, cenas que visavam expor o psicológico, personagens com sentimentos pouco nítidos, contraditórios, ambíguos, seres imperfeitos e sem caráter heroico, mais humanos e próximos da realidade. Uma das grandes características destes filmes foi a mudança da figura feminina: as protagonistas fogem do estereótipo das estrelas de Hollywood, com apelo menos sexual e muito mais intelectual, a mulher desafiava o homem com uma espécie de sensualidade implícita.

Que método utilizavam?As produções dessa época também

evocavam a utilização do método de Griffith,

o primeiro a utilizar dramaticamente grandes planos, cortes bruscos, montagem paralela, suspense, movimentos de câmara ousados e câmara em movimento com personagens.

O que valorizava a “Nouvelle Vague”?

Com referências à literatura, equipas pequenas (devido aos orçamentos reduzidos), e indo contra o cinema comercial e a burguesia, a Nouvelle Vague, acima de tudo, valorizou a arte e a qualidade.

Em que outros países existiram movimentos semelhantes à “Nouvelle Vague”?

As suas produções atravessaram fronteiras e influenciaram o mundo provocando movimentos semelhantes em diversos outros países: o “Cinema Novo Alemão”, com Werner Herzog, Rainer W. Fassbinder e Wim Wenders; o “Free Cinema” inglês, com John Schlesinger e Lindsay Anderson; o “Cinema Novo” brasileiro, encabeçado por Glauber Rocha. Em Portugal, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, nos anos 1960, vários filmes contribuíram para a criação de um novo cinema português: Ato da Primavera, de Manoel de Oliveira, Belarmino, de Fernando Lopes, O Recado, de José Fonseca e Costa, Verdes Anos, de Paulo Rocha, entre outros.

Fontes: in http://cinesplendor.com.br/a-nova-onda-cinematogra-fica/ e Catálogo do 1º Festival de Cinema dos Países de Língua Portuguesa, 1984.

Cinema europeu vs. Cinema de Hollywood

O que é o cinema de Hollywood?Os filmes norte-americanos produzidos

em Holywood são uma “cultura massificada” que não se importa com a originalidade e talento. É submetida aos interesses do mercado, não passando de um negócio como qualquer outro produto.

Como disse Wim Wenders, “Estamos a perder a hipótese de ensinar a existência de uma linguagem completamente diferente que podem aprender e que necessitam para não serem vítimas de “síndroma” da comida rápida”.

O que é o cinema europeu?É bom sabermos que os filmes podem

ser específicos e falar de realidades e não apenas de locais imaginários. O cinema europeu segue uma linha de pensamento filosófico existencial e íntima. Talvez por isso, os filmes europeus pareçam sóbrios demais. Fazem-nos refletir para percebermos os desejos e sentimentos próprios do comportamento humano, como a política, a história ou a religião.

Quais são as principais diferenças?Enquanto nos filmes europeus, a cena

decorre geralmente num local específico e numa data determinada, os tradicionais filmes de Holywood decorrem de uma forma geral, em lugares indefinidos, de forma a agradar a um público que não está interessada em saber onde decorre o filme

nem a sua história.Outra diferença é a utilização dos efeitos

especiais. No cinema europeu, os efeitos especiais servem apenas como acessório. Por outro lado, no cinema de Hollywood os mesmos servem para tentar distrair a atenção de algumas falhas, usando para esse efeito explosões e outros efeitos para atrair a visão do espectador.

Não há cinema americano com características semelhantes ao cinema europeu?

Nos Estados Unidos, há grandes realizadores de cinema que fazem filmes de grande qualidade que não se regem pelas leis comerciais da grande indústria de Hollywood. Poderíamos dar muitos exemplos, mas, por falta de espaço, referimos apenas dois cineastas de diferentes gerações: John Cassavetes e Jim Jarmusch.

Texto: Ana Patrícia Sequeira (7ºD)/Clube de Jornalismo da Escola João Afonso de Aveiro

Fontes:http://www.europarl.europa.eu/news/pt/news-room/con-tent/20101025STO89950/html/Entrevista-com-Wim-Wenders-o-cin-ema-%C3%A9-uma-linguagem-que-pode-ser-ensinadahttp://felipebarata.blogspot.pt/2008/11/cinema-europeu-x-cine-ma-norte-americano.html

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Cinema Clássico vs. Cinema Moderno

Onde começou o Cinema Clássico?O Cinema Clássico teve o seu início nos

Estados Unidos, pois, durante a 1ª Guerra Mundial, na Europa, todas as suas forças estavam concentradas na guerra. Pelo contrário, os americanos, que estavam pouco envolvidos na Grande Guerra, investiram no mundo dos filmes.

Onde se centrava o Cinema Clássico?

No início do século XX, a produção cinematográfica centrava-se em Nova Iorque. Porém houve a necessidade de procurar um novo lugar para a construção de estúdios, devido a algumas dificuldades, sendo uma delas o clima rigoroso. Então criaram Hollywood, símbolo do cinema.

Qual é o principal fator que faz do Cinema Clássico uma patente norte-americana?

O Cinema Clássico nasceu nos EUA, pois a “constituição da maioria dos elementos da linguagem cinematográfica” foi feita por David Griffith, um americano preocupado com um modelo narrativo que entretivesse o espectador.

Porquê o cinema como entretimento?

Como o povo americano deveria encontrar um modelo fantasioso e perfeito da vida no cinema, a função de entreter estava ligada diretamente a uma fuga da

realidade. A realidade não era tão atrativa como as histórias dos filmes e esquecer o real era uma forma de deixar de lado os problemas da vida.

Em que se baseavam os argumentistas?

Os argumentistas (autores dos textos dos filmes) baseavam-se nos romances do século XIX, tornando as histórias mágicas e com finais felizes. Nas histórias havia o “herói”, superior aos cidadãos e os “bad guies” – os maus da fita. Era simples: uma visão maniqueísta do mundo fácil de entender por pessoas pouco cultas e interessadas em distrair-se.

Como eram feitas as gravações?As gravações reduziam-se ao estúdio, a

câmara em cima do tripé, a montagem dos filmes procurava uma linguagem fácil, com cortes suaves para que o espectador não percebesse as quebras de cenas. Tudo era feito para parecer o mais natural, possível. Também o som era gravado nos estúdios e ficava sincronizado com as imagens.

Como aconteceu a passagem do Cinema Clássico para o Cinema Moderno?

Com o fim das Guerra Mundiais, o cinema sofreu grandes alterações. A Europa já não estava preocupada com as guerras, mas sim com a realidade catastrófica que foi consequência das longas batalhas. A partir de movimentos contestatórios das práticas ilusionistas do cinema clássico, iniciou-se o cinema moderno.

Como reagiu a Europa aos filmes “irreais”?

A Europa já não aceitava o cinema com ilusões, e achava que a realidade lá tratada era totalmente diferente do que se estava a viver na Europa onde surgiram movimentos cinematográficos de contestação e movimentos nacionais como a Nouvelle Vague francesa, o novo cinema alemão, o cinema britânico ou o Neorrealismo italiano.

Que alterações fez o Cinema Moderno?

Para mostrar o real que pretendiam ver nos filmes, as gravações deixaram de ser feitas nos estúdios fechados e passaram para ambientes ao ar livre, sem tripé, os atores já não eram grandes estrelas, mas pessoas vulgares, e os “heróis” tinham defeitos e cometiam erros, passando o cinema a ser mais humano.

Algumas histórias deixaram de ter finais felizes, contestava-se a ideia do herói e mostrava-se a vida quotidiana da

população. O cinema já não tinha a função de entreter e fugir da realidade. Mostrava a vida como ela é, a vida abalada pelo pós-guerra. O cinema moderno obriga o espectador a pensar. O exemplo de um filme que retrata bem o Cinema Europeu Moderno é a longa-metragem “Ladrões de bicicletas” de 1948, do grande cineasta italiano Vittorio de Sica.

Ladrões de bicicletas

E tudo o vento levou

Fontes:http://analiseecritica.wordpress.com/2010/10/24/cine-ma-classico-x-cinema-moderno/http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_cine-ma#Cinema_mudohttp://artenomundo.wordpress.com/2010/10/25/cine-ma-classico-x-cinema-moderno/http://jadetambemehcultura.wordpress.com/2010/10/24/cinema-classico-x-cinema-moderno/

Texto: Daniela Dias (7ºD)/Clube de Jornalis-mo da Escola João Afonso.

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O nosso TOP 3 o TOP das alunas Eva Vilhena e Catarina Ferreira

#1“A Canção de Lisboa”Vasco Leitão, estudante de medicina,

vive da mesada das tias, mas ele prefere as festas populares, as cantigas e as mulheres bonitas. Os problemas de Vasco sucedem-se: no mesmo dia em que é reprovado no exame final, recebe uma carta onde as tias lhe anunciam uma visita a Lisboa!

Realizador: José Cottinelli TelmoData de lançamento: 7 de novembro de

1933

#2“A Aldeia da Roupa Branca”Este filme fala sobre os costumes

agradáveis, disputas e paixões das pessoas que se encarregam da lavagem de roupa dos lisboetas e a concorrência entre transportadores: o tio Jacinto e a afilhada, Gracinda, com a viúva Quitéria e o seu filho Luís.

Realizadora: Chianca de GarciaData de lançamento: 2 de janeiro de

1939

#3“O Costa do Castelo”“O Costa do Castelo” é uma comédia

bastante conhecida. Fala sobre as peripécias que uma família rica enfrenta quando um membro da família se apaixona por uma rapariga do povo.

Realizador: Arthur DuarteData de lançamento: 1943

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“O cinema como espaço público de emoção coletiva não tem espaço na web”

Entrevista de: Sara Conceição (7ºD)/Clube de Jornalismo da Escola João Afonso de Aveiro

Ver a entrevista integral em: www.jornalmoliceiro.tumblr.com

António Costa Valente nasceu em Avanca em 1961. É docente no Departamento de Comunicação e Arte na Universidade de Aveiro, mas foi como dirigente do Cineclube de Avanca, que se tornou conhecido. Desde 1997, dirige o festival "AVANCA - Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia".

Quando e como nasceu o Cineclube de Avanca (CCA)?

Nasceu no movimento associativo juvenil da Paróquia de Avanca, exibindo filmes nos mais diversos lugares. Tudo se iniciou por volta de 1975, beneficiando das inesperadas aberturas que a revolução dos cravos trouxe às gerações à volta da minha. Na altura, não nos preocupamos muito com as questões legais do associativismo e só mais tarde, já nos anos 80, é que formalizamos a sua fundação. Pelo caminho tínhamos aprendido a trabalhar de forma continuada e sequencial. Ainda hoje este é o ritmo que continuamos a tentar não perder.

António Costa Valente, dirigente do Cineclube e do Festival de Cinema de Avanca

Quais são as principais atividades do cineclube?

A produção de filmes, a exibição de obras de qualidade, a formação cinematográfica, a investigação nesta área, a edição livreira de base cinema, a organização museológica à volta das imagens em movimento e a realização de eventos catapultares destas vertentes.

Trabalhou com cineastas de Aveiro – Vasco Branco, Manuel Matos Barbosa, Manuel Paula Dias − e com Fernando Gonçalves Lavrador, profundo conhecedor da teoria do cinema. Que influências tiveram no seu trabalho?

São as minhas referências, com quem verdadeiramente aprendi, são os que me ensinaram a força da palavra confiança. São verdadeiramente a raiz do cinema em Aveiro, do cinema de produção local, da

relativização do acessório, são os fazedores que sempre o foram pela ditadura da sua vontade. Com a sua liberdade, ensinaram a muitos como eu que nada é estanque, pré-estabelecido, que nunca nenhum caminho é único e que só vivemos se fizermos o que de volta do coração o desejo mais quiser. Em cada um deles, à sua maneira, o exemplo de vida que construíram é clarificante de quão forte é a aventura das emoções, do querer e do desejo.

Foi um dos fundadores da Cooperativa de cinema GRANDE PLANO (GP), que produziu o seu filme “Arte de Aveiro”. Que papel teve a GP na sua experiência e na sua formação?

O projeto da GP foi uma surpresa na cidade de Aveiro e rapidamente reuniu toda a gente à sua volta. O que havia de cinema na cidade ali se juntou de uma forma quase total: os que o faziam, os que o pensavam, os que dele gostavam e os que no cinema viam outras ramificações para as suas vontades maiores. Ali se começou com formação, onde Vasco Branco foi o primeiro professor. Daí a iniciar-se um projeto fílmico, o passo foi muito rápido e “Arte de Aveiro” surgiu de forma natural, fazendo a ponte entre a nova cooperativa e as artes-plásticas da cidade. Exibido na RTP1 e posteriormente repetido várias vezes, esta pequena série documental de 2 episódios de 30 minutos cada filme, permitiu que todos na cooperativa pudessem experimentar a proximidade à produção de televisão com as dificuldades

da tecnologia da época. Parece ter sido um momento que uniu as artes e as vontades na cidade.

Qual foi a importância do “Festival de Cinema dos Países de Língua Oficial Portuguesa” (FCPLOP), organizado pela GP? Em que medida o Festival de Cinema de Avanca deu continuidade a este festival?

O “FCPLOP” desbravou o caminho para o encontro de realidades diferentes que se projetavam nos seus filmes, nos seus cineastas e sobretudo num evidente querer. Foi um mergulhar em aparentes impossibilidades que afinal revelaram grandes surpresas. Destas lições de Aveiro, o Festival de Avanca tem retirado forças que o animam a prosseguir, mesmo onde aparentemente de nada se tem notícia. Ao longo das 17 edições do festival, sempre estiveram presentes os filmes e os cineastas dos países de língua portuguesa e isso é um quase passar testemunho. Em 2010 instituiu-se um “Prémio Eng.º Fernando Gonçalves Lavrador” que anualmente distingue a melhor comunicação sobre cinema do festival. Penso que é também uma forma de reviver o Festival de Aveiro com a memória de um dos seus impulsionadores.

Quer apresentar-nos o Festival de Cinema de Avanca?

O Festival de Avanca começa com a chegada de milhares de filmes de cerca de 70 países e com a seleção de cerca de

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“O cinema como espaço público de emoção coletiva não tem espaço na web”50 obras para a seleção oficial do festival. Continua com o agrupar de participantes que nos visitam, de workshops e conferências que se alinham para os dias em que acontece o festival, bem como com a chegada de jovens de vários países que nos vêm ajudar a montar todo o evento. Com uma dimensão internacional e o português e inglês como línguas oficiais, os participantes chegam normalmente de cerca de 40 países e assistem a competições tão diversas como as de longa e curta-metragem, documentários, ficção, animação e filmes de carácter experimental. Uma das competições que nos últimos anos se têm revelado mais interessantes é a que reúne obras da nossa região, para as quais o Avanca acaba por ser uma janela de visionamento internacional.

Quais são os caminhos que o cinema deve seguir para fugir à doença da pirataria?

A pirataria é, sobretudo, filha da multiutilização do espaço web que parece que tudo tem e tudo nos dá, mas onde tudo é tão pouco, que só nos pode dar algo de parecença sem que o seja. O cinema como espaço público de emoção contagiantemente coletiva e anónima não tem espaço na web. Ver na web o que não é para ela é como comer hamburger no lugar de um verdadeiro bife. A quem julga ver cinema pela maliciosa mão da pirataria, deveria levar de emenda ver o cinema que julga conhecer, onde ele efetivamente está – numa sala de cinema.

europeu de animação, é um jogo simples de luzes e sombras, popularizado na China, de onde são oriundas as famosas caixas de sombras. As figuras do filme, cheio de batalhas, comédia, romance, magia e confrontos com pequenos demónios, foram recortadas e manipuladas à luz de câmara pela realizadora.

Quando se difundiu pelo mundo? Na década de 1920, o americano Walt

Disney compreendeu o grande partido que poderia tirar de uma arte nova e em crescente popularidade. As bases de uma "fábrica de sonhos" para as crianças e adultos foram lançadas em 1926, quando Mickey se estreou no grande ecrã. A ideia de movimento é dada pela reprodução rápida (24 fotogramas por segundo) das imagens estáticas, em posições ligeiramente diferentes uma das outras.

Só existe cinema de animação para o público infantil?

Durante muito tempo, o cinema de animação foi voltado para o público infantil. Contudo, vários realizadores aproveitaram este género cinematográfico para exprimirem as suas ideias. Foi o caso do realizador escocês Norman McLaren, que depois de imigrar para o Canadá para fugir à 2ª Guerra Mundial desenvolveu, no Office National du Film do Canadá, técnicas revolucionárias que haveriam de mudar para sempre o cinema de animação. Uma dessas técnicas foi a de desenhar diretamente na película, tendo o jazz como banda-sonora. A sua obra-prima, Vizinhos (1952), que mostra a irracionalidade do homem através de uma mensagem política contra a violência, foi premiada com o Óscar de melhor curta-metragem de animação em 1953.

Em 2007, um filme de animação, Persépolis, recebeu o prémio do júri do festival de Cannes. Realizado pela iraniana Marjane Satrapi, é baseado num romance autobiográfico em banda desenhada que conta a história de uma menina que cresce durante a Revolução islâmica e que aos 9 anos vê a esperança de um povo ser destruída quando os fundamentalistas tomam o poder, obrigando as mulheres a usarem o véu e prendendo milhares de pessoas.

O que é?Neste género cinematográfico, cada

fotograma de um filme é produzido individualmente, podendo ser criado tanto por computador como fotografando uma imagem desenhada ou repetidamente, fazendo-se pequenas mudanças a um modelo fotografando o resultado. Quando os fotogramas são ligados entre si e o filme resultante é visto a uma velocidade de 24 imagens por segundo, há uma ilusão de movimento contínuo. O cinema de animação compreende o desenho animado, a animação de bonecos, a animação de fotografias e a recente animação digital. O que caracteriza a chamada oitava arte é o facto de não se usarem atores nem cenários naturais.

Quando começou? A sua origem remonta às antigas

experiências com sombras chinesas e aos aperfeiçoamentos introduzidos na lanterna mágica durante os séculos XVII e XVIII. Mas foi só no século XIX que as teorias puderam ser levadas à prática (devido ao grande avanço da fotografia). Émile Reynaud criou o praxinoscópio, um sistema de animação de 12 de imagens, e filmes de aproximadamente 500 a 600 imagens, projetado no seu próprio Teatro Ótico, em Paris, em 1892.

“As Aventuras do Príncipe Achmed” (1926), de Lotte Reiniger, primeiro filme

Cinema de animação também é cinema?Texto: Ana Luís Figueiredo (7ºD); Sara Conceição (7ºD) / Clube de Jornalismo da Escola João Afonso de Aveiro

“Persépolis”, de Marjane Satrapi – in 50anosdefilmes.com.br

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Norman_McLaren; http://pt.wikipedia.org/wiki/Walt_Disney; http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_anima% C3%A7%C3%A3o; http://www.adorofisica.com.br/trabalhos/fis/equipes/cine-ma/cinemanimacao.html

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Será que o cinema vai morrer?

O que é a pirataria no cinema?A pirataria do cinema é a fuga de

informação dos estúdios de filmes para a Internet, mesmo antes de os filmes serem lançados. No caso de já terem sido lançados é a colocação do filme na internet para as pessoas poderem fazer o download do mesmo sem terem de pagar pelo seu visionamento, fazendo com que os produtores e realizadores dos filmes percam dinheiro.

Quais as consequências da pirataria no cinema?

A indústria da produção e distribuição de cinema, como consequência da prática da pirataria, tem vindo a perder bastante dinheiro pelo facto de as pessoas preferirem ver o filme na Internet, sem pagar, a irem ao cinema. No ano passado, as bilheteiras venderam 199 milhões de bilhetes a menos do que em 2002.

O que é o cinema nos dias de hoje?Hoje em dia, os filmes que são exibidos

nas grandes salas de cinema, são filmes que, apesar de contarem uma história, servem apenas como entretenimento, não tendo qualquer conteúdo educativo nem cultural, sendo por vezes muito violentos. Além do preço elevado dos bilhetes, esta é uma das razões que afastam as pessoas das salas. Por outro lado, as grandes salas, para serem lucrativas, vivem da venda

Texto: Mª João Marcelino (7ºD)/Clube de Jor-nalismo da Escola João Afonso de Aveiro

Pirataria no cinema de pipocas e refrigerantes, elementos perturbadores a um visionamento atento e crítico de um filme.

O que fez Hollywood para travar este processo?

Como sempre ao longo da sua história, a indústria cinematográfica de Holywood não se deixou abater. Tentou transformar o download pago de filmes num negócio tão grande como era o DVD. O maior passo nesse sentido foi dado já em 2008, quando seis grandes estúdios (Sony, Paramount, Fox, Warner, Universal e Disney) assinaram um acordo com a Apple: todos os lançamentos dos grandes estúdios estariam prontos para download no iTunes no dia em que o DVD saía. Cada download custava cerca de 11 euros. A intenção era boa, mas os resultados não parecem ser muito animadores.

Será que o cinema vai morrer?Neste momento, o cinema está a passar

por uma fase negra, que irá ser muito difícil de superar. Por essa e por outras razões têm-se feito muitas campanhas para que as pessoas não colaborarem com a pirataria, que é crime, pois é essa a principal razão pela qual a indústria cinematográfica está a afundar-se. Tudo depende da consciencialização das pessoas, da sua formação cultural. Por isso, quanto mais educados e cultos forem os espectadores, mais possibilidades terá o cinema de sobreviver a este período difícil.Fontes: http://super.abril.com.br/cotidiano/pirataria-cine-ma-ha-algo-podre-hollywood-447538.shtml

Géneros Cinematográfico

Com a evolução da indústria do cinema, foram surgindo diversos géneros cinematográficos, tendo alguns países contribuído para o desenvolvimento de alguns dos géneros mais conhecidos. Assim, a França iniciou o filme cómico, a Itália o histórico e os EUA (Hollywood), os temas de amor e a aventura. Normalmente, a classificação dos filmes por géneros, faz-se para fins comerciais. Aqui estão exemplos de alguns deles:

Ação: É um género de filme que geralmente envolve uma história de protagonistas do bem contra protagonistas do mal, que resolvem as suas guerras com o uso de força física.

Animação: O cinema de animação é utilizado muitas vezes com o desenho animado.

Aventura: É um género cinematográfico que reflete um mundo heroico de combates e aventuras.

Comédia: A comédia é o uso de humor nas artes cénicas. Também pode estar presente num espetáculo, história, ou até mesmo num filme, que recorre intensivamente ao humor. De forma geral, "comédia" é o que é engraçado, o que faz rir.

Documentário: É um género

cinematográfico que se caracteriza pelo compromisso com a exploração da realidade. Mas dessa afirmação não se deve deduzir que ele represente a realidade «tal como ela é». O documentário, assim como o cinema de ficção, é uma representação parcial e subjetiva da realidade.

Policial: No género policial, os argumentos quase sempre envolvem crimes, criminosos, polícias, detetives particulares, mafiosos e ladrões.

Romance: Nos filmes do género romance há normalmente um casal apaixonado. Um dos pré-requisitos do género é de que o filme tenha um "final feliz"; no entanto, alguns filmes com final triste também podem ser considerados filmes do género romântico.

Terror: É um género literário, cinematográfico ou musical, que está sempre muito ligado à ficção e fantasia e que também pode ser encontrado na pintura, no desenho, na gravura e na fotografia, ou seja, está patente em todas as formas de arte.

Texto: Beatriz Santos, Catarina Cunha (6ºB) e Rodrigo Santos (5ºA) /Clube de jornalismo da Escola João Afonso de Aveiro

Filme “O Estranho Mundo de Jack”

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O mais velho realizador do mundo em atividade

Quem é Manoel de Oliveira?Manoel de Oliveira, nasceu na freguesia

de Cedofeita, Porto numa família da alta burguesia nortenha. Ainda jovem, frequentou um colégio de jesuítas na Galiza. Dedicou-se ao atletismo. Foi automobilista e dedicou-se à vida boémia. Costumava ir ao café Diana com os seus amigos, na Póvoa de Varzim. Aí começou a interessar-se pelo cinema. Manoel de Oliveira é um cineasta Português com 105 anos que realizou 39 filmes (curtas, médias e longas metragens).

Como se caracterizam as primeiras obras de Manoel de Oliveira?

O primeiro filme de Manoel de Oliveira é o documentário ficcionado Douro Faina Fluvial (1931). Trata-se de uma curta-metragem que agradou bastante no estrangeiro mas foi mal recebido em Portugal.

Qual foi a sua primeira longa-metragem?

A sua primeira longa-metragem, Aniki-Bobó (1942), é um filme de ficção adaptando ao cinema o conto Os meninos milionários de João Rodrigues de Freitas que trata da vida difícil que existia na Ribeira do Porto. Alguns consideram-

Texto: Pedro Vidal Marcelino (5ºF)/Clube de jornalismo da Escola João Afonso de Aveiro

Manoel de Oliveira

no percursor do neorrealismo italiano. O filme mostra, de uma forma ingénua e poética, as aventuras e os amores de rapazes de baixa condição social do Porto. Através do mundo das crianças, o filme mostra os problemas, os anseios, as invejas, as vinganças, os medos e os sentimentos de culpa dos adultos.

Como se caracterizam as obras de Manoel de Oliveira a partir dos anos 1960?

Depois de 14 anos sem filmar, em 1963, recomeçou com O Ato da Primavera (segundo documentário ficcionado português), que mostra uma peça de teatro popular de Trás-os-Montes. Com este

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Norman_McLaren; http://pt.wikipedia.org/wiki/Walt_Disney; http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_anima% C3%A7%C3%A3o; http://www.adorofisica.com.br/trabalhos/fis/equipes/cine-ma/cinemanimacao.html

Aniki Bóbó: http://cinema.sapo.pt/filme/aniki-bobo-0

filme Manoel de Oliveira entra na prática da antropologia visual. Só em 1971, com “O Passado e o Presente” é que Manoel de Oliveira voltou a fazer filmagens, sem interrupções até hoje!

Qual é a principal característica dos seus filmes?

A teatralidade de O Ato da Primavera afirmar-se-ia como estilo pessoal, como forma de expressão que Oliveira achou por bem explorar nos seus filmes seguintes, apoiado por reflexões teóricas de amigos e firmes convicções de conhecidos comentadores. A tetralogia dos amores frustrados seria por excelência o "campus" de toda essa longa experimentação. O palco seria o plateau, o espaço cénico onde o filme falado, em tiradas, se tornaria a alma do espetáculo: o puro cinema submetido ao teatro, sua referência, sua origem, seu fundamento, tal como Oliveira o vê.

Em 2008 completou cem anos de vida. Dotado de uma resistência e saúde física e mental notáveis, é frequentemente elogiado, nas referências que lhe são feitas, como «o mais velho realizador do mundo em actividade». No mês passado (abril de 2014), Manoel de Oliveira, com 105 anos, rodou no Porto, o seu último filme, O Velho do Restelo.

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A História dos Óscars

Óscar é o nome da estatueta entregue pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, no início de cada ano, aos melhores do mundo cinematográfico do ano prévio ao da cerimónia, em 24 diferentes categorias, tais como “melhor filme”, “melhor realizador”, “melhor atriz” e “argumento original”. Os vencedores são escolhidos por um conjunto de mais de 5.800 membros votantes da Academia, de diversas nacionalidades.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas foi fundada em Los Angeles, Califórnia, EUA a 11 de maio de 1927, dando-se a primeira cerimónia dos Prémios da Academia a 16 de maio de 1929. A primeira cerimónia televisionada (apenas nos EUA e no Canadá) foi a de 1953, a primeira a cores foi a de 1966 e, a partir de 1969, a cerimónia passou a ser transmitida internacionalmente. Atualmente a cerimónia é realizada no Kodak Theatre em Los Angeles e assistida por mais de meio milhão de pessoas. A cerimónia de 1998 detém o recorde de espectadores com 57.25 milhões. Em Portugal pode-se assistir à cerimónia dos Óscares pela TVI.

Por Francisca Tinoco 10ºD membro Clube de Jornalismo da H.C

Estatísticas

• Titanic, de 1998, é o filme mais premiado – 11 estatuetas (14 nomeações) – em categorias como Melhor Filme e Melhor Realização, seguido de Ben-Hur de 1960 – também 11 Óscars, mas apenas 12 nomeações.

• O compositor Alan Menken é a pessoa viva com maior número de Óscars: oito. Walt Disney é o maior vencedor da história, tendo recebido 22 prémios da Academia e 59 nomeações.

• Katharine Hepburn é a atriz mais premiada – 4 estatuetas, com os filmes Morning Glory (1934), Guess Who's Coming to Dinner (1968), The Lion in Winter (1969) (tendo, neste ano, dividido o prémio com Barbra Streisand pelo filme Funny Girl, devido a um empate nas votações) e On Golden Pond (1982).

• Daniel Day-Lewies é o ator mais premiado – 3 estatuetas, com os filmes My Left Foot (1990), There Will Be Blood (2008) e Lincoln (2013).

http://s1.ibtimes.com/sites/www.ibtimes.com/files/styles/v2_article_large/public/2014/02/28/os-cars-red-carpet-predictions.jpg Jennifer Lawrence na passadeira vermelha em 2013

…Os Óscars se apresentam sob a forma de estatuetas em ouro, com 33 cm de altura e 3,85 quilos de peso?

…Existem três versões de como o nome da estatueta surgiu? A mais popular delas indica que se deveu ao comentário espontâneo de uma secretária da Academia, chamada Margaret Herrick, que, quando viu a estatueta, exclamou: “Parece o meu tio Óscar!”. Também dizem que foi o jornalista Sidney Skolsky, que deu origem a esse nome apresentando-o na imprensa. E,por fim, a última versão refere que a atriz Betty Davis reclamou para si a criação do nome, dizendo que a estatueta parecia o seu marido, o trompetista Harmon Óscar Nelson

...Existem várias categorias de Óscares? Algumas delas são: Melhor Direção; Melhor Ator principal; Melhor Atriz principal; Melhor Ator secundário; Melhor Atriz secundária; Melhor Argumento Original; Melhor Argumento adaptado; Melhor filme em língua estrangeira; Melhor filme de animação; Melhor Musical Original; Melhor Documentário; Melhor Figurino; Melhor Maquilhagem; Melhor Fotografia; Melhor Edição; Melhores Efeitos Visuais; Melhor Edição de Som (a partir de 1964); Melhor Banda Sonora; Melhor Canção Original; Melhor Montagem…

SABIAS QUE…Bárbara Santos e Marta Guerra -5ºG , Clube de Jornalismo João Afonso

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Le Festival de Cannes

Le Festival de Cannes c’est un festival de cinéma crée en 1946, d’après la conception de Jean Zay et qui s’appelait « Festival International du Film ».

C’est un des plus prestigieux et fameux festivals de cinéma du monde ! Il se réalise pendant le mois de mai, dans la ville française de Cannes.

Dès ses origines, ce festival veut révéler et valoriser des œuvres cinématographiques, pour servir l’évolution du cinéma, contribuer pour le développement de l’industrie du cinéma et célébrer l’art du cinéma à niveau international.

Plusieurs prix sont attribués et des stars nationales et internationales défilent dans le tapis rouge!

Clube de Francês - Participação especial da aluna Matilde Santos

O papel do cinema na minha vida

Sempre adorei cinema e, desde cedo, lembro-me de ter crescido a ver filmes e a ouvir os meus pais a conversarem sobre eles. De facto, os meus pais possuem uma extensa colecção de filmes e mesmo cassetes antigas em VHS. Gosto muito de filmes de terror, por exemplo: O Tubarão de Steven Spielberg, The Shining de Stanley Kubrick ou o filme A Ninhada do David Cronenberg.

Para mim, o mais importante num filme não são só os efeitos especiais, é claro que todos nos sentimos atraídos pelos chamados “blockbusters”, aqueles filmeis com os ingredientes certos para cativarem

o chamado “grande público”, mas sim uma boa história, e sobretudo pelas personagens, aquilo que elas representam, a forma como projectam características que nos atraem ou repelem. E aí não são apenas os heróis mas também os vilões que fazem história. Lembro-me, por exemplo, da primeira vez que vi o Psycho do Alfred Hitchcock, de ter ficado fascinado pelo Norman Bates, a personagem mentalmente perturbada do filme. Há cenas que nos ficam na memória, falas que nunca esquecemos e que ficam a fazer parte da nossa imaginação. “Are you talking to me?” Dizia o Robert De Niro no Taxi Driver numa cena que ficou imortal. É isto que eu adoro no cinema!

Tiago Machado nº21 6ºE

Norman Bates no filme Psycho de Alfred Hitchcock

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Olá, somos alunos do 2º ano, turma C, da EB da Vera Cruz.O tema proposto pelo jornal Moliceiro é:cinema. A nossa professora lembrou-se de

uma atividade interessante. Pediu ajuda à Coordenadora das Bibliotecas e ela aceitou o desafio. Combinaram com a professora bibliotecária e…tivemos uma tarde espetacular! Ficamos a conhecer algumas técnicas de animação cinematográfica. Primeiro ouvimos, com atenção, as explicações. Deixamos o registo das nossas experiências. Foi, também, interessante praticar e partilhar os diferentes trabalhos! Na sala elaboramos este texto coletivo. Adoramos! Adoramos!

Cinema

Leitura do livro de introdução ao tema Thaumatrope Folioscope

Folioscope

Flip book

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Renovar as Energias na Ria de Aveiro As turmas do 4º ano de escolaridade do

Agrupamento de Escolas de Aveiro, estão a desenvolver o projeto de ciência “Renovar as Energias na Ria de Aveiro” apresentado à fundação Ilídio Pinho tendo sido aprovada a sua candidatura para este ano letivo de 2013/2014, estando assim a propor-se ao prémio de ciência da mesma fundação, esperando ser galardoado à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos.

O projeto “Renovar as Energias na Ria de Aveiro” centra a sua atenção no incentivo à utilização de energias renováveis na

Ria de Aveiro, como forma de contribuir para a preservação da mesma. Aveiro dispõe de um recurso natural impar, a Ria de Aveiro, onde navegam moliceiros movidos a gasóleo que provocam derrames colocando em risco o referido recurso. Este projeto assente nos saberes científicos e tecnológicos pretende valorizar fontes de energia renováveis mediante o envolvimento dos alunos e da comunidade, estimulando a vertente mais científica, apelando à intervenção cívica, com ações de divulgação e consciencialização,

promovendo cidadãos mais conscientes, respeitadores, responsáveis, críticos e interventivos no Mundo.

Atividades já desenvolvidas:-pesquisa sobre os recursos das energias

renováveis que se “encontram” na Ria de Aveiro: Água, Sol e Vento (vantagens e desvantagens);

-Visita de Estudo ao Parque Eólico do Caramulo;

-Fábrica- Centro Ciência Viva de Aveiro;

- Visita de Estudo ao Canal Central da

pesquisa sobre os recursos das energias renováveis que se “encontram” na Ria de Aveiro

Visita de Estudo ao Parque Eólico do Caramulo Fábrica- Centro Ciência Viva de Aveiro; Visita de Estudo ao Canal Central da Ria de Aveiro em Moliceiro

Construção de uma maqueta representativa das propostas para uso das energias alternativas nas embar-cações que navegam na Ria de Aveiro

Ria de Aveiro em Moliceiro;- Construção de uma maqueta

representativa das propostas para uso das energias alternativas nas embarcações que navegam na Ria de Aveiro;

O projeto ainda não terminou e ainda irão desenvolver-se outras atividades:

-Atividades experimentais em sala de aula;

- Divulgação do projeto e das propostas daí resultantes;

- Apresentação das propostas finais à autarquia.

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Fotografias da Professora Stela Pinheiro

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DIADOPATRONOESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO

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Palestra acerca da liberdade

No dia 29 de abril pelas 15 horas, decorreu na biblioteca da Escola Secundária Homem Cristo, uma palestra subordinado ao tema a liberdade, tendo como convidado e orador o Drº Seabra médico e antifascista residente na nossa região. Numa fase primeira, o nosso convidado com o apoio de um Power Point que propositadamente preparou para a sua intervenção, descreveu com exaltante pormenor a vida quotidiana de Portugal antes do 25 de Abril. Todos os presentes, alunos de quatro turmas e inúmeros docentes testemunharam um depoimento que recordou um país sem Serviço Nacional de Saúde, ou de educação para todos, com o maior grau de analfabetismo da europa (superior a

Comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril de 1974.

30%), com um nível de pobreza extrema que atingia mais de metade da população portuguesa, um nível de emigração semelhante ao atual que atingia milhares de portugueses, que sustentava uma guerra colonial inútil, que originou mais de 10.000 mortos e cerca de 100.000 de feridos. Um país com uma policia politica que inicialmente se chamava PIDE e depois DGS, que perseguia, fiscalizava, oprimia, torturava e matava todos o que defendiam a liberdade e a democracia.

Este regime fascista que que foi derrubado em 25 de abril de 1974, foi nesta palestra recordado com fotografias originais e da época durante cerca de 2 horas. Após a intervenção do nosso convidado, este disponibilizou-se para responder a todas as questões de alunos e docentes que permitiu um maior aprofundamento do tema.

A mensagem desta iniciativa, consiste no dever de lembrar sempre o 25 de abril, como um acontecimento maior da nossa história contemporânea.

O Clube de Jornalismo da H.C

Exposição do 40º aniversário do 25 de abril

A “Semana da Liberdade” na escola Secundária Homem cristo inspirou os alunos de todos dos 10º, 11º e 12º anos para realizarem trabalhos alusivos ao tema acompanhando um vasto programa de comemorações deste extraordinário acontecimento para o nosso pais a ter lugar na escola secundária.

A realização formal e a organização da exposição contou inteiramente com a colaboração dos membros do Clube de Jornalismo da Homem Cristo e aquela beneficiou ainda de um trabalho de investigação acerca dos cartazes mais apelativos e simbólicos do pós 25 de abril de 1974. Todos os trabalhos estão expostos no átrio e na biblioteca da escola Secundária e conta a organização receber visitas de alunos e encarregados de educação de todas as escolas do Agrupamento de Escolas de Aveiro.

O Clube de Jornalismo da H.C

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LiberdadeOlá, sou o Vasco, do 2º ano C da Escola

da Vera Cruz, Aveiro. Na aula de educação para a cidadania, a nossa Professora falou-nos de liberdade e todos demos a nossa opinião. Mas sugeriu-nos que falássemos com alguém que tenha vivido antes da conquista da liberdade de que usufruímos agora.

Eu escolhi entrevistar o meu avô, Dionísio Alves Correia, que deve ter muito para me ensinar.

- Avô queres explicar-me o que é a liberdade?

- Sim, Vasquito, com muito gosto. Liberdade pode ter significados muito diversos. Um deles é a liberdade social ou política, a possibilidade de uma comunidade (como a de todos os portugueses) se governar com autonomia ou independência, sem a interferência de outras comunidades estranhas ou estrangeiras. Um outro sentido é o da liberdade, em cidadania, que consiste no direito de uma comunidade agir ou actuar de acordo com as leis do país, respeitando-as e, ainda escolher os governantes livremente, sem pressões do governo vigente, manifestar as suas opiniões pela palavra oral ou escrita, sem censuras, punições ou prisões por liberdade de expressão.

- Avô, em Portugal sempre houve liberdade?

- Vais ser tu a deduzir do que te vou contar. Quando tinha mais uns anitos que tens agora e frequentava o Liceu, todos os alunos eram obrigados a fazer parte da

Mocidade Portuguesa. Aos sábados, como soldadinhos, tínhamos de andar fardados, marchar, cantar. Não havia grande problema - alguns até achavam piada e gostavam - mas quem faltasse mais que seis vezes (salvo erro) perdia o ano, não passava de ano.

Mas no Liceu do avô havia uma tradição muito antiga: usar capa e batina, tal como os estudantes de Coimbra, no dia 1º de Dezembro de cada ano. Comemorávamos, como sabes ou irás saber nas aulas de História, o dia em que Portugal, em 1640, através de uma revolução, correu com os espanhóis que tinham anexado Portugal em 1580. Os réis de Espanha (Filipes de seu nome) eram também reis de Portugal, até que os expulsámos nessa revolução de 1 de Dezembro de 1640, ao fim de 60 anos, com o apoio da quase totalidade dos portugueses. Houve alguns traidores, feitos com os espanhóis, mas tiveram a sua paga.

Pois nesse dia 1º de Dezembro, depois das actividades da Mocidade, como de costume, os alunos ia em cortejo de capa e batina ao Jardim, depor um ramo de

flores no busto de Camilo Castelo Branco, patrono do nosso Liceu. O reitor, ou o governador civil a pedido daquele, mandou fechar os portões e, como não podemos entrar, todos nós fomos para o adro de uma igreja, em plano superior ao jardim, de onde a colega que transportava o ramo, o lançou na esperança de que tombasse no busto de Camilo. Não caiu, a distância era grande e acabou por ficar numa pequena floresta, situada de permeio.

A Polícia preparava-se para se apoderar do ramo, indo buscá-lo à floresta. Mas o teu avô com 17/18 anos, que jogava futebol, foi mais rápido, trepou ao muro e tomou conta do ramo. Um polícia ameaçou-me para largar o ramo, mas eu não tive medo.

Corri para o balneário do clube de futebol, onde escondi o ramo e fui tomar como todos os jogadores que vinham do treino; assim a Polícia ficou sem saber quem era o fugitivo. Os meus colegas rapazes e raparigas estavam na bancada, sabendo do que se estava a passar, prontos para voluntariamente irem todos presos comigo, invadindo a esquadra. Findo o banho, combinado com dois jogadores mais velhos, saí no meio de dois mais matulões, combinando nós que se a Polícia me conhecesse, se meteriam de permeio e eu fugia para o meio dos meus colegas. Não foi preciso, a Polícia não me conheceu e eu, já fora do campo, juntei-me aos meus colegas, nas comemorações. (...)

(Esta entrevista pode ser lida integralmente no moliceiro online no dia 10 de junho)

Há 40 anos no escuroOs capitães marcharam pela liberdadeA coberto da claridadeDedilharam gatilhos de esperançaDispararam balas prenhas de futuro.

40 anos apósQue liberdade? Que amanhã? Que nós?Mais não somos que prisioneiros Ainda que num país livreOs conselhos chegam do desconhecidoE assim rumamos a paragens incertasA troco de uma pretensa felicidade.

Mas é então que nos assalta um mistério:Que democracia? Que pão? Que

esperança?Valeu a pena o 25 de Abril?

Busquemos uma resposta que nos preencha

Como a revolução dos cravos nos ensinou.

PoemaAlunos EFA Secundário:MagnoHugoOrlando

Profs de Cidadania e Pprofissionalidade:Pedro CarvalhoBeatriz Reis

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Dia da Europa na HC

Muitos de nós nos interrogamos sobre o que se terá passado em 9 de Maio e em que ano terá tido lugar o acontecimento que nos faz comemorar o Dia da Europa.

Pois bem, em Paris, a 9 de Maio de 1950, numa altura em que a perspetiva de uma terceira guerra mundial angustiava toda a Europa, foi lida e comentada por Robert Schuman uma declaração, redigida por Jean Monnet, onde se propunha a criação de uma instituição europeia que veio a dar origem à atual União Europeia.

Assim, tudo começou nesse dia, razão que levou os Chefes de Estado e de Governo, na Cimeira de Milão de 1985, a decidirem celebrar o 9 de Maio como "Dia da Europa".

No átrio da HC este dia foi assinalado com exposição e projeção de vídeo, realizado por alunas do 12º ano, com imagens/músicas tradicionais dos 28 países da UE. Na rua montou-se uma mostra de cartões-de-visita, com curiosidades e pratos gastronómicos característicos dos diferentes países que compõem a União Europeia, realizados pelos alunos de Economia C das turmas A, C, D e E do 12º ano. Os alunos distribuíram ainda livros e folhetos informativos, cedidos pelo Centro de Informação Europe Direct, à comunidade aveirense. Foi uma manhã bem passada e diferente que fez ditar alguns comentários aos nossos alunos:

“Achei muito interessante o Dia da Europa. As músicas relacionadas com as diversas culturas existentes na Europa, criou um ambiente agradável e dinâmico. Foi certamente um dia diferente na escola.”

Liliana Eusébio, 12ºA“Gostei das atividades do Dia da

Europa. A Escola estava bem integrada nas festividades, com trabalhos expostos em diferentes locais. (…)” Mariana Zagalo, 12º A

“Adorei as atividades do dia da Europa, penso que foi um dia diferente e que marcou pela positiva. Achei interessante o vídeo com as músicas de diferentes culturas e as respetivas fotos.” Carlos Junqueira,

12ºA“O Dia da Europa foi um dia diferente na

escola onde nos deparámos com culturas novas, através da música que ouvimos e dos cartazes que estavam expostos.” Andreia Alhais, 12ºD

“Originalidade, criatividade e dinâmica são palavras que descrevem as atividades, que no dia 9, nos fizeram voltar a atenção para a Europa.” Eva Pereira, 12ºD

“(…) é de louvar as atividades realizadas, na disciplina de Economia C, para a divulgação de costumes e panóplia de oportunidades que a conjuntura europeia nos proporciona enquanto cidadãos europeus. Um obrigado a todos aqueles que estiveram envolvidos nestas atividades.” Carlos Tribuzy, 12ºE

“(…) Esta atividade permitiu-nos conhecer melhor a cultura dos diferentes estados pertencentes à União Europeia” Anna Moskalenko,12º E

Nas aulas de Economia C, para além desta, foram ainda abordadas várias temáticas referentes à União Europeia. Claro que não deixamos de refletir nos problemas e desafios que se colocam à Europa nos próximos tempos:

- como enfrentar coletivamente o desafio imediato do relançamento da economia e diminuição do desemprego?

-como estimular a produtividade e recuperar a competitividade, face à globalização, à pressão sobre os recursos naturais e ao envelhecimento da população?

Se se pretende retomar uma trajetória ascendente de prosperidade, rumo à coesão social e ao desenvolvimento sustentável, qual o papel reservado aos jovens na UE?

Prof.ª Stela Pinheiro

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Colóquio na Homem Cristo, com a presença do constitucionalista Vital Moreira

No último dia de Março deste ano, recebemos na nossa Escola a visita do deputado europeu Vital Moreira numa organização conjunta da “europe direct Aveiro” e da Escola Secundária Homem Cristo. A “ europe direct “ constitui um organismo que pertence à Comissão Europeia coordenada pela Associação para a educação e valorização da região de Aveiro e tem como objetivo oferecer ao cidadão aveirense informações sobre as questões que norteiam a União Europeia como sejam as funções das diferentes instituições, a legislação, as politicas e os diversos programas com financiamento da União.

O evento ocorreu no Biblioteca e contou com a presença de cerca de 100 alunos e docentes.

Vital Moreira começou por realizar uma intervenção acerca da importância para Portugal e para os Portugueses de participarmos nesta organização supra nacional única no mundo. Abordou-se com especial interesse o contributo da Constituição da União Europeia (nascida do tratado de Lisboa) para o presente e para o futuro. Na segunda parte do evento, todos os alunos e docentes tiveram a oportunidade de colocar questões ao nosso convidado e algumas demonstraram alguma insatisfação ou mesmo algum pessimismo

Clube de Jornalismo da Homem Cristo. Fotos – Maria Manuel Azevedo da “Europe direct Aveiro”

em relação ao “status quo” em que vivemos. A situação internacional critica na região da Ucrânia motivou a questão de saber a partir de quando a União sente a necessidade de criar as condições para constituir uma política de defesa comum e a breve despedida de Durão Barroso da presidência da Comissão Europeia originou a pertinente questão de saber qual a opinião política de Vital Moreira acerca da função deste político português durante dois mandatos na comissão. Não foi esquecido o papel crucial do nosso convidado na Assembleia Constituinte especialmente aquando da construção da Constituição Portuguesa que conheceu a luz do dia no ano de 1976. O colóquio terminou duas horas depois, em cúmplice tertúlia entre Vital Moreira e os estudantes até que o toque do término das aulas ditou um fim a esta agradável conversa.

Deputados da HC na Assembleia da República“Parlamento dos Jovens”

No dia 18 de março, na Escola Secundária Ferreira de Castro, em Oliveira de Azeméis, realizou-se a sessão distrital do projeto “Parlamento dos Jovens”. Estiveram presentes 32 escolas e 96 deputados do distrito de Aveiro. A Escola Homem Cristo teve como representantes Francisco Dinis (11º D) e Romana Lobo (10º C) como deputados efetivos e Rui Santana (11º C), como deputado suplente.

Nesta sessão tivemos a presença do presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Dr. Hermínio Loureiro e a Sr.ª Deputada Carla Rodrigues, do PSD. Após os discursos das personalidades convidadas para a abertura da sessão, seguiu-se um período de questões dirigidas à Sr.ª Deputada. A sessão prosseguiu com a apresentação dos projetos de recomendação das escolas.

Depois do almoço, iniciou-se o debate na generalidade, a que se seguiu a organização das escolas em comissões. O objetivo

era a apresentação do melhor projeto de recomendação para ser defendido na sessão nacional, que se concretizará em Lisboa, na Assembleia da República, nos dias 26 e 27 de maio.

Finalmente foram apuradas as 5 escolas que estarão presentes na próxima fase, em Lisboa: Escola Secundária Marques de Castilho, Escola Secundária Dr. José Macedo Fragateiro, Centro Integral de Educação, Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas e Escola Secundária Homem Cristo. O dia terminou com uma mais-valia, a eleição do Francisco Dinis para porta-voz do distrito de Aveiro.

Para esta participação é necessário agradecer o apoio prestado pela escola, nomeadamente o Diretor do Agrupamento de Escolas de Aveiro, Dr. Carlos Magalhães e à professora Helena Rodrigues, por toda a ajuda e disponibilidade.

Francisco Dinis (11º D), Romana Lobo (10º C) e Rui Santana (11º C)

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Conversas de balneário

Estava a sair do ginásio quando, inevitavelmente, ouço a conversa entre dois cirurgiões à qual não pude ficar indiferente e me pareceu ser um ótimo tópico para o próximo artigo.

Um dos médicos dizia ao colega: "Como é que o sistema nacional de saúde (SNS) não está falido quando dá entrada uma senhora idosa de 87 anos com insuficiência cardíaca e insistem que tem de ser operada, permanecendo esta internada durante uma semana, onde se gastou X mil euros e a esperança de vida é de um, máximo dois anos?! Se ainda fosse um indivíduo na casa dos 30 anos (…) “. Daqui formulo a minha

Mickael Martins, 2º ano de Direito, Faculdade de Direito Universidade de Coimbra(Este artigo poderá ser lido na íntegra no moliceiro online no dia 7 de junho)

pergunta: direito fundamental, inalienável e irrenunciável ao ser humano, é o direito à vida ou são as contas saldadas do SNS?

O Estado social, enquanto prestador de serviços públicos, não pode preocupar-se única e exclusivamente com as finanças públicas, nem reduzir os seres humanos a meros números estatísticos ou encará-los como fonte de despesa. Existe, a meu ver, um núcleo essencial de prestações públicas que, sabendo-se à partida que não são rentáveis, devem ser asseguradas e prestadas pelo denominado Estado-providência ou Estado-protetor. São elas: a educação, a saúde e a segurança.

Estes são, ou pelo menos deveriam ser, os pilares e os fundamentos sobre os quais se edifica a estrutura do Estado democrático e a sociedade. (...)

O Baú das Recordações: A face do Teatro

Frequentemente despreza-se o devido valor que o teatro transpõe na formação

cultural de qualquer pessoa, grupo ou sociedade. Ele, mais do que qualquer outra forma de expressão, faz-nos conhecer um pouco mais sobre a nossa própria cultura onde muitos não dão o devido valor.

Aliás, para as crianças, o teatro ajuda no seu desenvolvimento e na sua formação, despertando o desejo pelo conhecimento e, por isso, ele deve ser um complemento na educação básica destas, pois auxilia-as trazendo a informação e entretenimento de uma forma mais prazerosa e divertida… Falando disto, bem me lembro de participar em várias peças teatrais ao longo da minha infância e que contribuíram indiscutivelmente para aquilo que hoje sou

enquanto pessoa, enquanto cidadão. “O Pinóquio” ou “Alice no País das Maravilhas” são algumas das peças de teatro que cá ficaram na memória e hoje fazem parte desta imensa paixão por reviver tais momentos. É que sentir os sentimentos que ele nos dá é tão agradável que a mais pura das magias das minhas recordações florescem como se fosse eu mesmo ali, em cima do palco a fazer de Pinóquio ou, até mesmo, do Coelho que ajuda a Alice no País das Maravilhas.

(...)Só para teres uma noção daquilo que

o teatro é capaz de fazer, apresento-te dez motivos que farão da tua vida, uma

verdadeira peça de teatro: em primeiro lugar, fazer teatro aumenta a tua auto-estima, além de melhorar a tua timidez. Aprimora a tua habilidade em relacionares-te com os outros e faz com que te conheças ainda mais, desenvolvendo, ainda, a consciência corporal e a coordenação motora que possuis. E, ensina-te a trabalhar em grupo, a desenvolveres habilidades cognitivas como a memória e o raciocínio, a expandir o teu conhecimento cultural, melhorando o teu desempenho escolar e propicia o gosto pela poesia.

Não vais querer perder esta turbulência de sensações…

Paulo Lemos Faculdade de Letras da Univer-sidade do Porto (Licenciatura de Geografia com Minor em História)E-mail: [email protected](Este artigo poderá ser lido na íntegra no moliceiro online no dia 8 de junho)

A ilusão da presença

Há filmes que nascem de uma tentativa ou de uma vontade de justapor elementos discordantes e esperar que daí nasçam sentidos, tantos quantos os espectadores que a eles acedem. O surrealismo é (também) isso. Há filmes cuja inexplicabilidade é total.

Como José Jorge Leitão, quando me comecei a interessar por cinema o passo seguinte ao ato de ver muitos filme foi o de querer saber mais coisas sobre eles e a gente que os faz. Um trajeto, aliás, comum, vulgar e normal em qualquer pessoa que se interesse por qualquer assunto. Mas “o que é o cinema?” é uma pergunta sem promessa de reposta.

Fabienne Guimarães Na hipótese dos que vêem as artes como modo obtenção de conhecimento, que não se destinam a ser contempladas, fruídas ou adoradas e que, por isso, têm a mesma finalidade que a ciência, é análogo o seu resultado. O que quer dizer que tanto as artes como as ciencias criam versões do mundo e de mundos.

Mas na hipótese dos que vêm as artes como entidades que privilegiam a diferença das sensibilidades, o cinema constitui-se como propriedade estética importante, com impacto na experiência subjetiva da arte pela pessoa.

Para mim, nada opera no vazio e quando saio gosto que o filme fique definitivamente em mim e no espaço interior do mundo.

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Como foi trabalhar no Jornal MoliceiroAntigos professores da Escola João Afonso escreveram sobre a sua experiência no Jornal Moliceiro

Em 1979, apenas contando com boas vontades, irrompe a ideia de um jornal escolar, sem noções de jornalismo. Era um projeto para ir construindo, com ensaios e erros. A capa seria trabalho para os artistas e nas restantes folhas haveria espaço para todas as disciplinas.

A ideia central era a comunicação entre todos os agentes escolares: alunos, professores, Associação de Pais …

Quando faltava assunto havia que recorrer a revistas e outros jornais para encher espaços e fomentar a curiosidade pela leitura, pela filatelia, pela banda desenhada e pelo texto livre.

Como responsável pela seleção e montagem, vejo -me em casa, à frente de uma mesa, afogada em papéis, ajudando a nascer o Moliceiro, à custa de cola e tesoura...e muita paciência!

Quero realçar o editorial, muito poético e elegante da professora Idália Sá Chaves, aguardado sempre com curiosidade.

Hoje, decorridos trinta e cinco vigorosos anos, está de parabéns toda a equipa que continua a apostar naquilo que vale apena.

Emília Melo

Decorrido já algum tempo da minha saída da Escola, é para mim um gosto falar de novo do Clube de Jornalismo, onde colaborei vários anos. Penso poder afirmar que o trabalho desenvolvido foi gratificante para todos os intervenientes. Tivemos que ultrapassar condicionantes que por vezes entravam a prossecução dos objetivos (espaço físico, compatibilização de horários de professores e de alunos interessados, disponibilidade de tempo para saídas da escola para recolha de informação “in loco “e outras). No entanto, atrevo-me a afirmar que este Clube foi um espaço de trabalho sério, de pesquisa, de escrita, de debate, de aprendizagem, de auscultação de problemas, dentro e fora da escola, de divulgação do que de interessante se fazia na Escola, de contacto com personalidades marcantes em vários domínios, mas também, e não menos importante, um espaço de convívio, de criação de laços, de camaradagem saudável e divertida. Procuramos, com o “Moliceiro” dar voz aos diversos setores da Escola: CD, docentes e discentes, Auxiliares da Ação Educativa, Administrativos, Associação

de Pais, Associação de Estudantes. Foi, na verdade, muito gratificante ter integrado este Projeto.

O “Moliceiro”O Moliceiro era entãoUm jornal muito importanteE quem nele participavaAté se sentia gentePara ser um” jornalista”Bastava querer e aparecerEra logo feita a listaP’ra começar a escreverProfessores e escritoresDesenhadores e artistasEram os grandes motores Produtores destas “revistas”Na nossa escola o jornalDe seu nome “Moliceiro”Foi herança recebidaDo barco típico de AveiroEspero que o “Moliceiro”Ice as velas contra o ventoE continue a “navegar”Fomentando conhecimento

Maria de Jesus Silva

Ao longo da nossa carreira docente, sempre colaborámos com as equipas responsáveis pelo jornal da nossa escola, o Moliceiro, selecionando e enviando os melhores trabalhos realizados pelos nossos alunos nas aulas de línguas. Esta estratégia constituiu sempre forte motivação para que os alunos se empenhassem, tendo como objetivo final a publicação dos seus trabalhos.

Nos últimos anos em que lecionámos, integrámos uma equipa coesa, diferenciada

e motivadora, cujos colaboradores provinham de várias áreas, o que enriqueceu o contributo prestado, desde a redação aos conhecimentos de informática, à fotografia, à montagem e paginação.

Dado que os elementos responsáveis pelo projeto do Moliceiro disponibilizavam de horas (já contempladas nos horários) e de uma sala de informática, devidamente equipada para poder funcionar com um grupo de alunos que se inscrevera no projeto, sentimos que tínhamos reunidas as condições para voar mais alto. Daí o ter nascido a ideia de um jornal renovado e, paralelamente, a de se criar o Moliceiro online. Esta ideia inovadora foi recebida por toda a comunidade escolar com alguma espectativa, o que nos deu ainda mais vontade de prosseguir, de melhorar.

Conseguimos, assim, que se mantivesse o gosto pela leitura através do papel e, simultaneamente, que o Moliceiro vogasse nos canais da internet. Agora, no papel de leitoras, verificamos que o projeto tem vindo a adquirir mais consistência e impacto, quer junto da comunidade escolar, quer junto da comunidade aveirense.

Edite Neves e Fátima Banaco

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Uma escola promotora de saúde

A saúde é um conceito positivo, um recurso quotidiano que implica “um estado completo de bem-estar físico, social e mental e não apenas a ausência de doença e/ou enfermidade (OMS, 1993). Dentro desta perspetiva, a Educação para a Saúde deve ter como finalidade a preservação da saúde individual e coletiva.

Em contexto escolar, Educar para a Saúde consiste em dotar as crianças e os jovens de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções e a tomar decisões adequadas à sua saúde e ao total bem-estar físico, social e mental.

A ausência de informação incapacita e/ou dificulta a tomada de decisão. Daí, a importância da abordagem da Educação para a Saúde em meio escolar.

O objetivo deste projeto é assegurar o acompanhamento, monitorização e desenvolvimento das atividades da saúde em meio escolar, na vertente da Educação para a saúde.

Ao pertencer a este projeto o

Texto: professora Paula Inês Almeida, coor-denadora do projetoFotos de professora Cremilde Pereira e Pro-fessora Paula Inês de Almeida

Agrupamento de Escolas de Aveiro pretende ser uma escola interativa e dinâmica, integrando as dimensões curricular, social, ecológica e comunitária.

O desenvolvimento de uma escola promotora de saúde, assenta nos seguintes princípios:

• A promoção da saúde é um processo de desenvolvimento permanente;

• O processo educativo e a promoção da saúde contribuem para o desenvolvimento de capacidades e aquisição de competências de cada indivíduo para confrontar-se positivamente consigo próprio e com o meio, construir um projeto de vida, desenvolver hábitos saudáveis e exercer plenamente a cidadania;

• O envolvimento dos diversos elementos da comunidade educativa, valorizando a participação ativa dos adultos de referência.

Os objetivos deste projeto são:• Incentivar mudanças de atitudes

e ajudar a resolver os problemas da

comunidade escolar, com a participação de todos os seus elementos.

• Promover a cantina como espaço de socialização e de promoção de uma alimentação saudável.

• Sensibilizar os alunos/famílias para as questões de saúde, sobretudo as relativas aos hábitos alimentares, educação sexual, consumo de substâncias psicoativas, bullying, tabagismo, alcoolismo, atividade física e IST (Infeções Sexualmente Transmissíveis).

• Proporcionar convívios que reforcem os laços e a cooperação Escola - Família – Comunidade.

ESTRATÉGIAS• Articulação/parceria com o

Centro de Saúde de Aveiro, Instituto das Drogas e Toxicodependência, Policia de Segurança Pública e outras instituições que prestam serviços de saúde à comunidade;

• Organização de ações de formação/palestras para a comunidade escolar/ encarregados de educação.

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BeatBullying na João Afonso

O bullying é uma forma de violência, normalmente entre os pares, exercida por uma ou mais pessoas onde existe uma diferença de poder; onde os ataques são continuados; e pode ser físico ou psicológico. Também existe o Cyberbullying, no qual uma pessoa usa a net ou o telemóvel para mandar mensagens ou imagens que te vão magoar e vão fazer com que te sintas embaraçado, irritado e muito, muito triste. O bullying pode levar ao isolamento e a uma tristeza permanente.

Foi por estas razões que foi criado o Projeto BeatBullying (BB), que existe em vários países e claro que já chegou a Portugal! Ensinaram-nos imensas coisas, por exemplo a trabalhar na plataforma www.beatbullying.org. Nesta plataforma, as pessoas que precisam de ajuda, encontram Pequenos Mentores, Conselheiros e Moderadores. Os Pequenos

Mentores apoiam as vítimas de bullying; os Conselheiros apoiam os Pequenos Mentores e os Moderadores supervisionam o correto funcionamento da plataforma. Nos primeiros dias, a seguir à formação, não aparecia ninguém a pedir ajuda mas, à medida que o projeto se foi espalhando, apareceram muitas pessoas.

E é isto o Projeto BeatBullying. Por isso, ajudem-nos a ajudar pessoas. Se vires alguém com problemas, podes falar-lhe desta plataforma. Também tu, se precisares de ajuda, podes ir a www.beatbullying.com.

Poema baseado no “Trovas do vento que passa”, de Manuel Alegre

Pergunto ao vento que passa Notícias da minha escola.Sei que alguns vão crescer Com segredos a esconder.Pergunto àqueles que passamPor que vão de olhos no chão?Silêncio: é tudo o que têmSilêncio e solidão.Mesmo nos dias mais tristesEm tempo de solidãoHá sempre alguém que resisteHá sempre alguém que diz NÃO!E a noite cresce por dentroDas crianças que não vemos. Cada dia, um tormentoA cada dia as perdemos.Mas há sempre uma esperançaDentro da sua desgraça.Há sempre quem as defendaE conta ao vento que passa.Mesmo nos dias mais tristesEm tempo de solidãoHá sempre alguém que resisteHá sempre alguém que diz NÃO!

Tiago Correia, 9º B, Pequeno Mentor da Escola João Afonso de AveiroPode ser lido na íntegra no moliceiro online no dia 9 de junho

Maria Cassilda e Maria Antunes,5.ºJ, Pequenas Mentoras da Escola João Afonso de Aveiro

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A casa dos meus avós, com quem privei sempre de perto, numa pequena aldeia do Norte muito pobre e onde éramos a única família que vivia com alguma qualidade, foi uma verdadeira universidade que nos formou a todos em Voluntariado e Solidariedade

Saí da casa de lá com «ótima preparação teórica» e uma vocação profundamente enraizada para o Voluntariado.

Gosto muito de flores, de animais, de viajar, de ler, de visitar museus onde me encanto com obras de arte……… mas acima de tudo gosto DE PESSOAS. Esta minha preferência justifica a felicidade que senti durante os anos de professora na ESHC e a procura da escola da Prisão de Aveiro. Queria continuar a exercer a minha vocação e a ser feliz.

Às vezes ouço falar dos voluntários como uma espécie de mártires, de seres muito especiais e diferentes do comum das pessoas. Parece que não tiram do seu trabalho qualquer prazer ou alegria. Mas ser voluntário é levar a outros algo de que estão privados e lhes é essencial: alegria, esperança, conforto.

Na escola da Prisão, para além da aprendizagem formal, deve desenvolver-se uma outra dimensão do ensino/aprendizagem de igual importância e necessidade: como viver em sociedade e liberdade respeitando direitos, deveres

Por Maria José Falcão

Ser voluntária no EPRA - Uma experiência muito gratificante

e diferenças; reconhecendo o valor das regras, das leis; como reconhecer os erros próprios e resistir a não os repetir; como se perdoar a si mesmo e aos outros. Em resumo sair da prisão com vontade de tentar ser um novo homem. E ter a esperança, muitas vezes infelizmente frustrada, de não ser portador do rótulo discriminatório de ex-recluso.

Como alunos, são tranquilos, recetivos e gratos pela nossa presença. Às vezes estão mais tristes e deprimidos, precisando de um pouco mais de atenção. Nos dias de visita estão ansiosos para um encontro muito esperado, ou desiludidos porque não vão ter ninguém a querer matar saudades.

Aprendi a reconhecer o trabalho responsável e indispensável dos guardas e funcionários que asseguram a tranquilidade numa casa cheia de gente. E tantas vezes esquecidos.

Voltei a ter o prazer de conviver de perto com colegas que admiro e de quem gosto muito.

Quero agradecer à Direção do Agrupamento de Escolas de Aveiro por ter aceite o meu pedido para integrar como voluntária a Escola Prisional e á Direção do Estabelecimento Prisional ter-me acolhido de modo tão simpático.

Conclusão: SOU UMA VOLUNTÁRIA GRATA A QUEM ME ACEITA E FELIZ.

A fuga de um mundo perdido

Em parceria e ao abrigo do Protocolo entre a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, foi promovido o Concurso de Escrita Criativa

Inter-prisões 2013, subordinado aos temas «A Cidadania e a Questão Ambiental como Valores Essenciais» e «Agir com Cidadania dentro da Prisão», iniciativa que assinalou em meio prisional o Ano Europeu do Cidadão 2013 e o Ano Internacional da Cooperação pela Água.

Concorreram 188 reclusos, com um total de 182 trabalhos, provenientes de 36 Estabelecimentos Prisionais.

Dos 131 trabalhos, submetidos à 2º fase de avaliação final (elaborados por 136 reclusos), o Júri Nacional do Concurso, em reunião realizada no dia 04 de março de 2014, atribuiu o terceiro lugar

2ª Menção honrosa: trabalho intitulado «A Fuga de um Mundo Perdido» da autoria de Joel Cabral Vilarinho (ex-recluso) – Estabelecimento Prisional de Aveiro – Ex aluno do Curso EFA Nível Secundário

Por manifesta falta de espaço, deixamos aqui apenas as primeiras linhas deste conto. Poderão lê-lo na íntegra no jornal moliceiro online no dia 12 de junho.

"É verão, a tarde está agradável. Mais agradável estaria se o sol não estivesse quadrado, mas está… 2021, dois estão presos, crimes foram cometidos. Um condenado em Portugal e o outro à espera de julgamento. Que fazer? Conversar!

Numa altura em que cada vez mais se dá valor aos recursos naturais e a água ganha a verdadeira importância, eles falam… e conversam… e pensam…

-Viste as notícias?! Parece mesmo que a água está a escassear pelo mundo todo…"

Prof.Orquídea Martins

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As nossas bibliotecas escolares em acção!Ana Margarida Botelho, Filomena Carvalho e Maria do Rosário Rebelo, professoras bibliotecárias

Muitas foram as ações dinamizadas pelas equipas das bibliotecas, desde a última edição deste Jornal. A título ilustrativo, aqui deixamos um testemunho de algumas delas. No entanto, muitas outras merecem, igualmente, referência: a vinda de escritores, músicos, declamadores: Ana Salgueiro, Daniel Completo, Eugénio Roda, João de Mancelos, Jorge Neves, Maria de Sousa e Zita Leal.

Imagem A e A’ – Voluntários de Leitura na Biblioteca

Imagem B – À Descoberta da Nova Escola (alunos do 4.º ano visitam a Escola Básica João Afonso de Aveiro)

Imagem C – Itinerância da Exposição “O Barco de Papel”, de Eugénio Roda (Projeto RAMPA, da CMA)

Imagem D – Concurso Intermunicipal de Leitura (alunos da Escola Secundária Homem Cristo)

Imagem E - Concurso Intermunicipal de Leitura (alunos da Escola B. João Afonso de Aveiro)

Imagem F - Concurso Intermunicipal de Leitura (alunos das diversas Escolas do 1.ª Ciclo)

Imagem G - Concurso Nacional de Leitura (alunos da Escola Sec. Homem Cristo e da Escola B. João Afonso de Aveiro)

Imagem A

Imagem A’

Imagem B Imagem C

Imagem D Imagem E

Imagem F Imagem G

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Vou sorrir, Francisco…

No dia 5 de março, acompanhei, na sua última viagem, o meu amigo Francisco.

Francisco Pontes, como era conhecido na nossa escola, nasceu em Setúbal, a 13 de setembro de 1954. Formou-se em Educação Física. Além da sua atividade como docente, desempenhou outros cargos: de direção de uma escola na margem sul do Tejo, no Ministério da Educação e de coordenação do desporto escolar. Foi Presidente da Assembleia de

Escola (hoje, Conselho Geral), da Escola João Afonso de Aveiro, de setembro de 1999 a julho de 2002. Aprendi muito com o Francisco naquele órgão de gestão da escola, do qual também fui membro efetivo. Recordo com muito orgulho a sensatez e a ponderação com que abordava todos os assuntos e a sua determinação inabalável na defesa dos professores e da Escola.

Visitei-o mensalmente durante os últimos oito meses em que esteve internado no Hospital de Stª Maria, em Lisboa, onde sempre lhe levei o meu melhor sorriso.

O Francisco lutou até ao fim com a determinação que sempre lhe conheci.

E porque gostaria que eu estivesse sempre a sorrir…

Vou sorrir ao lembrar-me do Amigo que esteve sempre ao meu lado nos bons e maus momentos.

Vou sorrir quando partilhar histórias vividas com os nossos amigos e colegas da escola.

Vou sorrir quando me lembrar dos bons momentos partilhados pelas nossas famílias.

Vou sorrir sempre que estiver com a Susana, a Mariana e a Francisca.

Tua amiga, sempre Judite Correia

Jovens alunas da João Afonso destacam-se em concurso literárioProfessora responsável: Susana PinheiroProfessoras colaboradoras: Isabel Lourenço e Isabel Marcela

O conto: “Unidos por um Mundo Melhor”, da autoria das alunas Francisca Oliveira e Marta Cabral, do 6.º K, da Escola Básica João Afonso de Aveiro, obteve o segundo lugar no concurso literário: “Um conto que contas”, na categoria B2 (modalidade em equipa – 2.º ciclo), no ano letivo 2013/14.

O concurso (da responsabilidade de uma Comissão Organizadora em colaboração com a Delegação Regional do Sul e Ilhas da Sociedade Portuguesa de Matemática, e com o apoio da Universidade de Évora, do Centro de Investigação em Matemática e Aplicações da Universidade de Évora, do Centro de Matemática Aplicada e Tecnologias de Informação da Universidade dos Açores, da Associação de Matemática Interativa e Lúdica e da Delta Cafés) consistia na escrita e ilustração de um conto que envolvesse conteúdos matemáticos. Tinha como principais objetivos fomentar hábitos de leitura e de

escrita nos alunos, promover a articulação entre diversas áreas do saber, desenvolver a capacidade de expressão e comunicação, assim como, estimular a imaginação e foi aberto à participação de todos os alunos, desde o 1.º ao 12.º anos de escolaridade, do sistema nacional de ensino.

Na avaliação dos contos foram valorizados os conteúdos matemáticos, o domínio da língua, a originalidade, a criatividade e o encadeamento lógico narrativo, entre outros aspetos.

Os contos vencedores em cada uma das oito categorias serão, em breve, publicados em livro.

Muitos parabéns à Francisca e à Marta que, sem comprometer o seu ótimo desempenho escolar, se aventuraram neste desafio literário, enchendo de orgulho os seus colegas e professores.

Que o seu exemplo sirva de inspiração e funcione como incentivo para a leitura, a escrita e a promoção da língua portuguesa!

Era uma vez uma galáxia chamada Matematicando. Nessa galáxia, existiam quatro planetas: a Potenciomania, a Primolândia, a Angulomania e um planeta que se pensava ser desabitado e que não tinha nome.

A Potenciomania era um planeta invejável: tudo era vivo, havia parques verdejantes onde se respirava matemática, as flores eram coloridas, e delas brotavam lindos e novos números; e as árvores, farfalhudas, renovavam o ar puro…

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Têxteis Reutilizar, reciclar

Alguns dos alunos da nossa escola que têm necessidades educativas especiais frequentam um currículo diferente do comum – currículo específico individual (CEI). Para além das disciplinas que frequentam integrados na turma a que pertencem, no currículo específico individual constam diversas áreas adequadas ao perfil de cada aluno.

A área de Têxteis tem sido uma área do interesse destes alunos, sendo encarada por alguns como um espaço de lazer. Nestas aulas, que mais parecem momentos informais, são na verdade, tempos de concentração e aprendizagem. Os alunos

Texto e fotos da professora Isabel Fernandes

participam em todas as etapas do processo e apreciam. Com a orientação da professora, pesquisam na internet, apresentam as suas ideias, organizam os materiais necessários, constroem o artesanato, fotografam, etc….

A reciclagem de tecidos tem sido uma prática constante. Com a utilização das sobras de tecidos cedidos por fábricas do ramo têxtil ou de calças de ganga obsoletas que nos são oferecidas por membros da comunidade escolar, são produzidos pequenos trabalhos artesanais, construídos por estes alunos.

A participação ativa destes jovens

é sempre orientada numa perspetiva multidiscplinar. Sendo alunos com um currículo funcional, e numa perspetiva do "aprender fazendo", todas as pesquisas por eles realizadas, toda a comunicação necessária permite desenvolver áreas do saber como o Português, a Matemática, as TIC, o Estudo do Meio, etc. É de salientar que os trabalhos produzidos são usados no dia a dia (bolsas para telemóveis, bonecas de tecido, sacos, bolsas individuais, quadros decorados com tecidos, porta lenços, aventais, …).

Estes jovens são a peça fundamental na produção destes trabalhos, podendo

apresentá-los a toda a comunidade. A construção destes materiais aumenta o autoconceito destes jovens, desenvolve as suas competências funcionais e aumenta-lhes ainda a capacidade de resiliência.

O dinheiro angariado com a venda do artesanato à comunidade escolar irá permitir custear uma visita de estudo ao Bioparque de Carvalhais em São Pedro do Sul (transporte, entradas e almoço), que será realizada no dia cinco de junho.

Agradeço a todos aqueles que contribuíram para que esta visita se possa realizar, em especial a todos os alunos envolvidos.

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Vende-se cãoVende-se um cão Que é um amigãoMuito simpáticoMas por vezes azaradoÉ muito brincalhãoPois está sempre a cair ao chãoDeves ser imperativoPorque está sempre muito ativoMas terás sempre contigoUm grande amigo.

André Butuc nº4 6ºE

Procura-se cãoProcura-se um cãoQue saiba estar, brincar e pensarQue saiba imaginar, falar e

sonharQue saiba ser humano, mas em

forma de cãoSe calhar, ser poeta, atletaOu então, um simples cãoQue amareiAbraçareiComo se fosse um irmão.

Rodrigo Oliveira nº19 6ºE

Vende-se maleta de sonhos

Para que ser uma mala?Para…Guardar um sorrisoPara quando for precisoGuardar o amorPara que não haja rancorGuardar o sentimento para que não

caia no esquecimentoGuardar a luaPara que seja sua.

É uma maleta especialPode usá-la até ao natal!

Guarda fantasias e sonhosQue nos deixam risonhosComo esta mala não há igualÉ muito especial.

Maria Morgado nº17 6ºE

Aveiro

I live in Aveiro, which is a small city. It’s a beautiful town with many things to do. There are many restaurants and cafés. I like the beaches, the swimming pools and the cinemas of my city. There are also many shops like supermarkets, florist’s, etc. I always hang out with my friends at the shopping centers. There is also a hospital.

I like living here because although there are many things that a big city has got, it isn’t as noisy and crowded. It’s amazing here! Aveiro is a great town to live.

Cristiana Jesus 7ºC

Como fazer um poeta

Ingredientes:

• Uma pessoa• Uma caneta mágica• Um livro infinito• Uma caixa de vício

Para começar, precisamos de uma pessoa, mas não uma qualquer. Uma pessoa que tenha um pouco de loucura, estilo e um forte sentimento de ser poeta. Não irá resultar se estiver contrariada.

Se já encontrou essa pessoa, já só precisa de uma caneta mágica, mas para a obter terá de ir à Terra dos Sonhos e pedinchar, com muita convicção, à Fada Madrinha que a ofereça. Aproveite a viagem e peça também o livro mágico. Há que ser audaz.

A caneta mágica irá habituar-se à pessoa que a usa. Permitir-lhe-á chegar ao máximo da imaginação e escrever com a loucura própria dos poetas.

Já o livro corrigirá os seus erros e todas as regras quebradas.

Por fim, tire da contracapa do livro a caixa do vício e deixe-se levar até ao infinito.

Poderão surgir efeitos secundários, agir de forma extravagantes, é só ter paciência, pois o efeito acabará por passar, eventualmente…

Preparação:

Diogo Gonçalves nº10 6ºE

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Os livros que devoraram o meu pai, de Afonso Cruz

O autorAfonso Cruz é um escritor, realizador

de filmes de animação, ilustrador e músico português. Nascido em 1971, estudou na Escola de Belas Artes de Lisboa e no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira. Mais tarde, foi o vencedor do Prémio da União Europeia de Literatura 2012.

ResumoO livro conta a história de um rapaz,

chamado Elias Bonfim, que nunca tinha conhecido o seu pai, pois ele morrera de enfarte, antes de Elias nascer.

Um dia, a sua avó contou-lhe que o pai

Daniela Dias (7ºD)/Clube de Jornalismo da Escola João Afonso

Li e gostei

não morrera de enfarte. Desaparecera dentro de um livro que estava na biblioteca do sótão onde passava a maior parte do tempo antes. Ela, então, deu-lhe as chaves para lá entrar.

A partir desse dia, Elias ia sempre à biblioteca e decidiu procurar o pai, seguindo o mesmo caminho. Sabendo que o pai tinha desaparecido no livro “A Ilha do Dr. Moreau”, Elias começou por procurá-lo nesse livro.

Enquanto Elias lia o livro, ele achava pistas sobre o caminho percorrido pelo pai, e isso fazia-o mudar de livro. Ele passou por livros escritos por autores conhecidos e, no fim, as pistas apontavam para “Raskolnikov”, o protagonista do livro “Crime e Castigo”. Quando Elias o conheceu, viu que ele tinha matado muitas pessoas e estava arrependido. Então, Elias decidiu ajudá-lo.

No final, Elias não encontrou o pai, mas pôde sentir os mesmos sentimentos e viver as mesmas aventuras.

A minha opiniãoAconselho o livro, porque mostra uma

maneira diferente de ver o mundo e as coisas.

O autor pretende mostrar como poderia ser a vida a partir de um livro e como poderia ser dentro de um livro. Quando se fala de uma vida a partir de um livro, quer dizer que as pessoas viveriam influenciadas pelos livros e pelas personagens e, quando se fala de uma vida dentro de um livro, quer dizer que as pessoas viveriam os momentos dos livros e das personagens.

O livro é muito rico e, além de ter muitos planos de leitura, também tem muitas metáforas. Destaco a seguinte: “ Uma biblioteca é um labirinto”, porque resume a história. O pai de Elias andava numa biblioteca e desapareceu nela, e isso fez Elias procurá-lo. Mas por outro lado, essa metáfora pretende mostrar-nos outra maneira de ver as coisas.

No fim da história, pode dizer-se que, mesmo não tendo encontrado o pai, Elias alcançou o seu objetivo. Ele poderia querer apenas sentir o que o pai sentiu ao viajar pelos livros e também conhecê-lo melhor.

Por outro lado, o autor pretende apresentar vários livros clássicos, para nós os conhecermos e para começarmos a pensar em lê-los. Pode-se crer que os tais livros que apresentou podem ter sido lidos pelo próprio autor e que foram importantes na sua vida ou infância. Talvez fosse essa a razão para tê-los apresentado.

Pode dizer-se que a história não tem um final feliz, mas na minha opinião, não é possível dizer com clareza. No fim, Elias relembra esta história com uma reação triste, mas relembrar a sua história pode ter sido uma coisa boa para ele. Ao relembrar, Elias reconheceu-se, lembrou-se de quem era e, talvez tenha descoberto como o pai desapareceu. Ele passou pelo mesmo caminho e, até talvez tenha passado pelo mesmo fim. Talvez Elias não tenha desaparecido, porque hesitou, pois se não tivesse hesitado, iria parar onde o pai acabou.

Eu tenho um livro,É pequeno mas sabichão,Com ele aprendo muitas coisas,E guardo-as com o coração.

Eu tenho um livro,Com ele aprendo a escrever,Vou para o jardimE começo a ler.

Eu tenho um livro,Com um título muito estranho,Tem desenhos, letras e pontos,E tudo junto parece um rebanho.

Eu tenho um livro,Que mais parece um cão, Está-me sempre a chamar,E só descansa quando lhe ponho a mão.

O livroÍris Vilela Moreira, 5º ano - Turma G

À saída do cinema, a Etelvina tenta estimular o Antunes, dizendo-lhe:

- Viste, querido, também devias ser assim carinhoso e amoroso comigo, como o ator do filme.

- Sim, claro. Mas, porventura, já pensaste quanto lhe pagaram para fazer aquilo?!

Poesia

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ficha técnicaNome do Jornal:Jornal Moliceiro

Propriedade: Jornal do Agrupamento de Escolas de AveiroMorada: Rua Belém do Pará, 3810-066 Aveiro

Coordenação: Professora Dulce Novo

Design e paginação: Professor Tiago Carvalho

Marketing e Publicidade: Professores Dulce Novo e Leonel Rosa

600 ExemplaresImpressão: Oficina Digital Impressão e Artes Gráficas

Professores: Dulce Novo, Ana Paula Peixinho, Eduarda Frazão, Jorge Gonçalves, Leonel Rosa, Stella Pinheiro, Teresa Mota e Tiago Carvalho.

Alunos: Abnilde Castro (10ºE), Alexandre Oliveira (6ºG), Bárbara Santos (5ºG), Ana Luís Figueiredo (7ºD), Ana Patrícia Sequeira (7ºD), Amanda Makukula (11ºD), Ana Luís Figueiredo (7ºD), Aurora Figueiredo (10ºE), Bárbara Almeida (10ºE); Bárbara Melo (10ºE), Bárbara Santos (5ºG), Crolina Cercas (10ºE), Catarina Andias (6ºB), Cláudia Artur (11ºD), Cláudia Azevedo (6ºC), Daniela Dias (7ºD), David Martins (6ºC), Eva Vilhena (5ºG), Filipa Diniz (5ºF), Gabriel Abreu (6ºI), Hélia Solange (10ºF), Henrique Marcelino (5ºF), Inês de Al-exandria (11ºD), Inês Lima (10ºE), João Granjeia (6ºI),

João Pedro Silva (11ºD), José Bênção (6ºJ), Juliana Freitas (7ºD), Leonor Malta (7ºD), Luísa Matos (6ºG), Mafalda Mendonça (6ºC), Maria do Carmo Quintela (5ºJ), Maria João Marcelino (7ºD), Maria Martins (6ºG), Marta Guerra (5ºF), Micaela Araújo (8ºB), Paulo lemos (11ºB), Patrícia Carvalho (11ºB), Pedro Marceli-no (5ºF), Rafael Fidalgo (10ºD), Raquel Batista (6ºB), Rodrigo Ferreira (6ºC), Rodrigo santos (5ºA), Sabrina Maier (10ºD), Salomé Campos (10ºD), Sara Conceição (7ºD), Sara Mendes (7ºD).