inversor monofÁsico isolado em alta

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  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARCENTRO DE TECNOLOGIA

    PS-GRADUAO EM ENGENHARIA ELTRICA

    Carlos Elmano de Alencar e Silva

    INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTAFREQNCIA COM AMPLA FAIXA

    DE TENSO DE ENTRADA

    Fortaleza, janeiro de 2007.

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    CARLOS ELMANO DE ALENCAR E SILVA

    INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

    FREQNCIA COM AMPLA FAIXA DE TENSO DE

    ENTRADA

    Dissertao submetida

    Universidade Federal do Cearcomo parte dos requisitos para

    obteno do grau de Mestre em

    Engenharia Eltrica.

    Orientador:

    Demercil de Souza Oliveira Jnior

    Fortaleza, janeiro de 2007.

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    INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA FREQNCIA COM

    AMPLA FAIXA DE TENSO DE ENTRADA

    Carlos Elmano de Alencar e Silva

    Esta Dissertao foi julgada adequada para obteno do Ttulo de Mestre em Engenharia

    Eltrica, rea de Concentrao em Eletrnica de Potncia, e aprovada em sua forma final

    pelo Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica da Universidade Federal do Cear.

    __________________________________________

    Prof. Demercil de Souza Oliveira Jnior, Dr.

    Orientador

    __________________________________________

    Prof. Otaclio da Mota Almeida, Dr.

    Coordenador do Programa de Ps-Graduao em Eng. Eltrica

    Banca Examinadora:

    __________________________________________

    Prof. Demercil de Souza Oliveira Jnior, Dr.

    Presidente

    __________________________________________Prof. , Dr.

    __________________________________________

    Prof. , Dr.

    __________________________________________

    Prof. , Dr.

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    A imaginao mais importante que o conhecimento.

    (Albert Eisntein)

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    Deus, sabedoria em si.

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    Aos meus pais, Maria Amlia de Alencar e

    Manuel dos Reis Almeida da Silva, pelo

    sustento e apoio que me permitiram alcanar

    esse objetivo e por jamais terem descuidado deminha educao.

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    vii

    AGRADECIMENTO

    Quero agradecer em primeiro lugar a Deus, sabedoria em si, pelo dom da vida. No

    posso deixar de manifestar tambm minha gratido aos meus pais, Maria Amlia de Alencar e

    Manuel dos Reis Almeida da Silva, pelo amor, dedicao e desvelo educacional para comigo.

    Meu muito obrigado professora PhD. Ruth Pastora Saraiva Leo pelo auxlio e confiana

    que me abriram os horizontes acadmicos, sem os quais no teria chegado at aqui.

    Agradeo ainda ao meu orientador, professor Dr. Demercil de Souza Oliveira Jnior,

    pea fundamental na elaborao deste trabalho, pela confiana em mim depositada, pela

    presena constante, pela disponibilidade nos momentos de dificuldade e pela experincia e

    conhecimento transmitidos.

    Ao professor Dr. Ren Torrico Bascop, elemento chave na minha formao

    acadmica. A todos os professores do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica,

    pelos conhecimentos transmitidos.

    Aos companheiros de laboratrio que tanto contriburam com sugestes e auxlio nos

    momentos de dificuldade. Ao Grupo de Processamento de Energia e Controle (GPEC) do

    Departamento de Engenharia Eltrica (DEE) da Universidade Federal do Cear (UFC), no

    qual desenvolvi minhas atividades.

    Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) pelo apoio financeiro.

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    Silva, C. E. A. INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA FREQNCIA COM

    AMPLA FAIXA DE TENSO DE ENTRADA, Universidade Federal do Cear UFC,

    2007, 154p.

    Essa dissertao apresenta a anlise, o projeto, a simulao e os resultados

    experimentais de um inversor monofsico, isolado em alta freqncia, capaz de operar com

    ampla faixa de tenso de entrada. Dessa forma, esse conversor se encaixa em aplicaes com

    fontes alternativas de energia e em aplicaes com baterias. A topologia desenvolvida

    consiste em uma estrutura de dois estgios de processamento de potncia. O primeiro estgio

    implementado por um conversor push-pull responsvel pela isolao eltrica em alta

    freqncia e pela elevao da tenso de entrada, fornecendo em sua sada uma tenso contnua

    e regulada de 420V. O segundo estgio de processamento de potncia implementado por um

    inversor ponte completa reponsvel pela modulao senoidal da tenso de sada.

    apresentada a anlise de cada um dos estgios de processamento de potncia, em seguida, o

    projeto completo do circuito de potncia feito para um prottipo de 400VA, com tenso de

    sada de 220V eficaz, freqncia de sada de 400Hz, e tenso de entrada entre 60V e 90V.

    feita a compensao em freqncia de cada um dos estgios de processamento de potncia,

    garantindo a estabilidade de operao, a regulao da tenso de sada mediante variaes decarga e reduo da ondulao de 800Hz introduzida na corrente pelo inversor ponte completa.

    O projeto completo dos compensadores e a estrutura dos circuitos de controle so

    apresentados. So mostrados os resultados de simulao do conversor projetado para diversas

    cargas e condies extremas de operao, os quais do suporte montagem do prottipo.

    Finalmente so apresentados os principais resultados experimentais do prottipo montado em

    laboratrio.

    Palavras-chave: Converso CC-CA, Isolao em alta freqncia, Tenso de entrada

    varivel, Alta taxa de elevao.

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    Silva, C. E. A. A SINGLE-PHASE INVERTER WITH HIGH-FREQUENCY ISOLATION

    AND WITH LARGE INPUT VOLTAGE RANGE, Universidade Federal do Cear UFC,

    2007, 154p.

    This dissertation presents the analysis, design, simulation and experimental results

    of a single-phase high frequency isolated inverter, capable to operate with large input voltage

    range. Thus, this converter is feasible to alternative energy applications and battery source

    energy applications. The developed topology consists of a two stages structure of power

    processing. The first power processing stage is implemented by a push-pull converter to

    response by electrical isolation and by input voltage level rise, supplying continuous and

    regulated voltage in 420V. The second power processing stage is implemented by a full-

    bridge inverter, responsible by sine modulation of output voltage. The analysis of each one of

    the power processing stages is presented, after that, the full design of the power circuit is

    executed for a 400VA prototype, with 220V rms output voltage, 400Hz output frequency and

    60-90V input voltage range. The frequency compensation is executed for each one of the

    power processing stages, assuring the operation stability, voltage regulation in load variations

    and 800Hz ripple attenuation inserted by full-bridge inverter. The full design of the

    controllers and general structure of the control circuits are shown. The simulation results ofthe designed converter for diverse loads and extreme operation conditions are present, which

    gives support to the build of the prototype. Finally the main experimental results of the

    laboratory prototype are shown.

    Key-words: DC-AC conversion, High frequency isolation, Input voltage variable,

    High elevation ratio.

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    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ XV

    LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... XX

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................XXI

    LISTA DE SMBOLOS...................................................................................................XXII

    INTRODUO .....................................................................................................................1

    CAPTULO 1 CONVERSO CC-CA.................................................................................4

    1.1 Introduo ..............................................................................................................41.2 Isolamento eltrico .................................................................................................4

    1.3 Converso CC-CA de estgio simples..................................................................... 6

    1.3.1 Topologias de quatro interruptores ..................................................................71.3.2 Topologias de seis interruptores...................................................................... 8

    1.4 Converso CC-CA de mltiplos estgios ................................................................ 91.4.1 Converso CC-CA-CA....................................................................................91.4.2 Converso CC-CC-CA..................................................................................10

    1.4.3 Converso CC-CA-CC-CA ...........................................................................121.5 Escolha da topologia............................................................................................. 14

    1.5.1 Primeiro estgio ............................................................................................14

    1.5.2 Segundo estgio ............................................................................................15

    1.5.3 Terceiro estgio.............................................................................................161.6 Diagrama esquemtico da estrutura escolhida ....................................................... 17

    1.7 Consideraes finais .............................................................................................17

    CAPTULO 2 ANLISE COMPLETA DO CONVERSOR IMPLEMENTADO .............. 18

    2.1 Introduo ............................................................................................................18

    2.2 Conversor CC-CC push-pull .................................................................................182.2.1 Modulao dos interruptores .........................................................................19

    2.2.2 O problema da disperso ...............................................................................212.2.3 O problema da saturao ...............................................................................222.2.4 Operao do conversor CC-CC push-pull...................................................... 23

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    2.2.5 Equacionamento............................................................................................272.3 Inversor ponte completa........................................................................................30

    2.3.1 Modulao bipolar ........................................................................................ 31

    2.3.2 Modulao unipolar ...................................................................................... 322.3.3 Modulao PWM senoidal ............................................................................342.3.4 Escolha da modulao................................................................................... 35

    2.3.5 Equacionamento............................................................................................352.4 Modelagem da estrutura........................................................................................36

    2.4.1 Modelagem do conversor push-pull............................................................... 37

    2.4.2 Modelagem do inversor ponte completa ........................................................ 392.5 Consideraes finais .............................................................................................39

    CAPTULO 3 EXEMPLO DE PROJETO.........................................................................403.1 Introduo ............................................................................................................403.2 Especificaes ......................................................................................................40

    3.2.1 Especificaes gerais ....................................................................................40

    3.2.2 Especificaes do conversor push-pull .......................................................... 413.2.3 Especificaes do inversor ponte completa.................................................... 41

    3.3 Projeto do filtro LC de entrada.............................................................................. 41

    3.3.1 Clculos preliminares....................................................................................413.3.2 Critrios de escolha do capacitor do filtro de entrada..................................... 44

    3.3.3 Especificao do capacitor do filtro de entrada.............................................. 453.3.4 Clculo da indutncia do filtro de entrada...................................................... 453.3.5 Projeto fsico do indutor do filtro de entrada.................................................. 46

    3.4 Projeto do conversor push-pull.............................................................................. 49

    3.4.1 Esforos eltricos nos interruptores ............................................................... 493.4.2 Escolha dos interruptores ..............................................................................493.4.3 Perdas nos interruptores ................................................................................50

    3.4.4 Esforos eltricos nos enrolamentos do transformador .................................. 513.4.5 Projeto do transformador...............................................................................523.4.6 Escolha dos diodos da ponte retificadora ....................................................... 55

    3.4.7 Escolha do capacitor do filtro intermedirio .................................................. 553.4.8 Clculo da indutncia do filtro intermedirio................................................. 563.4.9 Projeto do indutor do filtro intermedirio ...................................................... 57

    3.5 Controle do conversor push-pull ...........................................................................593.5.1 Mtodo de controle ....................................................................................... 593.5.2 Realimentao de tenso ...............................................................................61

    3.5.3 Modulador (gerador de PWM) ...................................................................... 63

    3.5.4 Protees de corrente ....................................................................................653.5.5 Projeto do compensador................................................................................67

    3.6 Projeto do inversor ponte completa ....................................................................... 73

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    3.6.1 Escolha do interruptor...................................................................................733.6.2 Clculo das perdas ........................................................................................ 753.6.3 Clculo trmico............................................................................................. 75

    3.6.4 Projeto do filtro de sada ...............................................................................763.6.5 Escolha do capacitor do filtro de sada .......................................................... 763.6.6 Projeto do indutor do filtro de sada .............................................................. 76

    3.7 Controle do inversor ponte completa..................................................................... 793.7.1 Realimentao de tenso ...............................................................................793.7.2 Gerador da senoide de referncia................................................................... 80

    3.7.3 Compensador de nvel CC............................................................................. 813.7.4 Gerador de PWM e circuito de comando dos interruptores ............................ 823.7.5 Proteo de corrente......................................................................................83

    3.7.6 Projeto do compensador de freqncia .......................................................... 843.8 Diagrama esquemtico do circuito de potncia...................................................... 873.9 Consideraes finais .............................................................................................88

    CAPTULO 4 RESULTADOS DE SIMULAO............................................................89

    4.1 Introduo ............................................................................................................894.2 Esquemticos de simulao................................................................................... 90

    4.3 Resultados de simulao para carga resistiva ........................................................ 924.3.1 Tenso e corrente no filtro de entrada............................................................ 92

    4.3.2 Tenso e corrente nos interruptores do conversor push-pull........................... 954.3.3 Tenso sobre os diodos das pontes retificadoras ............................................ 974.3.4 Tenso aplicada ao filtro intermedirio.......................................................... 984.3.5 Corrente nos elementos do filtro intermedirio ............................................ 100

    4.3.6 Corrente drenada pelo inversor ponte completa ........................................... 1034.3.7 Tenso e corrente nos interruptores do inversor ponte completa .................. 1044.3.8 Tenso e corrente no filtro de sada ............................................................. 106

    4.3.9 Contedo harmnico e THD da tenso de sada........................................... 1074.4 Resultados de simulao para carga RL (fp = 0,7)............................................... 108

    4.4.1 Corrente no indutor do filtro de entrada....................................................... 108

    4.4.2 Corrente no indutor do filtro intermedirio.................................................. 1084.4.3 Corrente drenada pelo inversor ponte completa ........................................... 1094.4.4 Corrente no indutor do filtro de sada .......................................................... 109

    4.4.5 Tenso e corrente na carga.......................................................................... 1104.4.6 THD da tenso de sada............................................................................... 111

    4.5 Resultados de simulao para carga no-linear.................................................... 111

    4.5.1 Corrente no indutor do filtro de entrada....................................................... 111

    4.5.2 Corrente no indutor do filtro intermedirio.................................................. 1124.5.3 Corrente drenada pelo inversor ponte completa ........................................... 112

    4.5.4 Corrente no indutor do filtro de sada .......................................................... 112

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    4.5.5 Tenso e corrente na carga.......................................................................... 1134.5.6 THD da tenso de sada............................................................................... 114

    4.6 Degraus de tenso de entrada..............................................................................114

    4.6.1 Degrau de tenso de entrada de 90V para 60V ............................................ 1154.6.2 Degrau de tenso de entrada de 60V para 90V ............................................ 117

    4.7 Degraus de carga resistiva................................................................................... 119

    4.7.1 Degrau de carga de 10% para 100% e tenso de entrada de 60V.................. 1194.7.2 Degrau de carga de 100% para 10% e tenso de entrada de 60V.................. 1214.7.3 Degrau de carga de 10% para 100% e tenso de entrada de 90V.................. 123

    4.7.4 Degrau de carga de 100% para 10% e tenso de entrada de 90V.................. 1254.8 Consideraes finais ........................................................................................... 127

    CAPTULO 5 RESULTADOS EXPERIMENTAIS ........................................................ 1285.1 Introduo .......................................................................................................... 1285.2 Diagrama esquemtico do circuito de potncia.................................................... 1285.3 Resultados experimentais para carga resistiva..................................................... 129

    5.3.1 Tenso e corrente no filtro de entrada.......................................................... 1295.3.2 Tenso e corrente nos interruptores do push-pull......................................... 1305.3.3 Corrente nos enrolamentos secundrios do push-pull................................... 131

    5.3.4 Tenso sobre os diodos das pontes retificadoras .......................................... 1315.3.5 Tenso aplicada ao filtro intermedirio........................................................ 132

    5.3.6 Corrente no indutor e no capacitor do filtro intermedirio ........................... 1325.3.7 Corrente drenada pelo inversor ponte completa ........................................... 1345.3.8 Tenso e corrente nos interruptores do inversor ponte completa .................. 1345.3.9 Tenso e corrente no filtro de sada ............................................................. 135

    5.3.10 Contedo harmnico da tenso de sada ...................................................... 1365.4 Degraus de carga resistiva................................................................................... 136

    5.4.1 Degrau de carga de 10% para 100% da carga nominal................................. 136

    5.4.2 Degrau de carga de 100% para 10% da carga nominal................................. 1385.5 Resultados experimentais para carga no-linear .................................................. 140

    5.5.1 Tenso e corrente no filtro de entrada.......................................................... 140

    5.5.2 Tenso e corrente no filtro intermedirio..................................................... 1415.5.3 Tenso e corrente no filtro de sada ............................................................. 1415.5.4 Tenso e corrente na carga.......................................................................... 142

    5.5.5 Contedo harmnico e THD da tenso de sada........................................... 1425.6 Curvas de rendimento ......................................................................................... 143

    5.6.1 Rendimento do conversor push-pull ............................................................ 143

    5.6.2 Rendimento do inversor ponte completa...................................................... 143

    5.6.3 Rendimento global......................................................................................1435.7 Consideraes finais ........................................................................................... 144

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    xiv

    CONCLUSO...................................................................................................................145

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................................ 147

    APNDICE A PROJETO FSICO DE INDUTORES ..................................................... 149

    ANEXO B FOLHA DE DADOS DO DISSIPADOR HS8620.........................................154

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.1 Conversor CC-CA com isolamento galvnico em baixa freqncia..................... 5

    Figura 1.2 Conversor CC-CA com isolamento galvnico em alta freqncia. ...................... 6

    Figura 1.3 Inversor flyback dual de quatro interruptores......................................................7

    Figura 1.4 Inversor SEPIC de quatro interruptores...............................................................7

    Figura 1.5 Inversor Zeta de quatro interruptores. ................................................................. 8Figura 1.6 Inversor Ck de quatro interruptores...................................................................8

    Figura 1.7 Inversor buck-boost de seis interruptores............................................................9

    Figura 1.8 Exemplo de conversor CC-CA-CA...................................................................10

    Figura 1.9 Inversor flyback de dois estgios isolado. ......................................................... 11

    Figura 1.10 Inversor flyback com armazenamento capacitivo intermedirio. ..................... 11

    Figura 1.11 Diagrama de blocos da converso CC-CA-CC-CA com link CC real. ............. 12

    Figura 1.12 Diagrama de blocos da converso CC-CA-CC-CA com pseudo link CC......... 13

    Figura 1.13 Topologias clssicas de inversores monofsicos. ............................................ 14

    Figura 1.14 Diagrama esquemtico da estrutura escolhida. ................................................ 17

    Figura 2.1 Estrutura padro do inversor push-pull. ............................................................ 19

    Figura 2.2 Formas de onda relacionadas a modulao PWM de trs nveis. ....................... 20

    Figura 2.3 Diagrama esquemtico do push-pull com representao da disperso. .............. 21

    Figura 2.4 Curva de histerese tpica...................................................................................22

    Figura 2.5 Conversor push-pull ideal.................................................................................23

    Figura 2.6 Etapas de operao do conversor push-pull ideal. ............................................. 24

    Figura 2.7 Principais formas de onda de tenso associadas operao do push-pull. ......... 25

    Figura 2.8 Principais formas de onda de corrente associadas operao do push-pull........ 26

    Figura 2.9 Esboo da forma de onda da corrente que circula por C1...................................29

    Figura 2.10 Grfico do valor eficaz da corrente parametrizada em C1 vs. razo cclica. .....29

    Figura 2.11 Diagrama esquemtico do inversor ponte completa.........................................31

    Figura 2.12 Principais formas de onda associadas modulao bipolar. ............................ 32

    Figura 2.13 Principais formas de onda associadas modulao unipolar. .......................... 33

    Figura 2.14 Principais formas de onda associadas modulao unipolar senoidal.............. 34

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    xvi

    Figura 2.15 Diagrama esquemtico do conversor push-pull. .............................................. 37

    Figura 2.16 Modelo do conversor push-pull.......................................................................38

    Figura 2.17 Diagrama esquemtico do inversor ponte completa.........................................39

    Figura 3.1 Diagrama de blocos do Controle Modo Tenso.................................................60

    Figura 3.2 Diagrama esquemtico do amplificador de erro FOD2741A. ............................ 61

    Figura 3.3 Diagrama esquemtico do circuito de realimentao de tenso. ........................ 62

    Figura 3.4 Diagrama de blocos do CI SG3525...................................................................63

    Figura 3.5 Diagrama esquemtico da configurao geral do SG3525.................................65

    Figura 3.6 Esquema geral das protees de corrente. ......................................................... 66

    Figura 3.7 Esquema completo das protees de corrente....................................................67

    Figura 3.8 Ganho do sistema no compensado...................................................................69Figura 3.9 Fase do sistema no compensado......................................................................69

    Figura 3.10 Compensador do conversorpush-pull. ............................................................70

    Figura 3.11 Ganho do sistema compensado. ...................................................................... 72

    Figura 3.12 Fase do sistema compensado. ......................................................................... 73

    Figura 3.13 Circuito de realimentao de tenso do inversor ponte completa. .................... 79

    Figura 3.14 Circuito do gerador da senoide de referncia...................................................80

    Figura 3.15 Diagrama esquemtico do compensador de nvel CC......................................81Figura 3.16 Circuito gerador de PWM do inversor ponte completa....................................82

    Figura 3.17 Circuito de comando do inversor ponte completa............................................82

    Figura 3.18 Diagrama esquemtico da proteo de corrente do inversor ponte completa.... 83

    Figura 3.19 Diagrama de Bode da FTLAsc(s) do inversor ponte completa..........................84

    Figura 3.20 Estrutura do circuito compensador do inversor ponte completa.......................85

    Figura 3.21 Diagrama de Bode da FTLAcc(s) do inversor ponte completa..........................87

    Figura 3.22 Diagrama esquemtico final do circuito de potncia. ...................................... 88Figura 4.1 Diagrama de simulao do circuito de potncia do conversor push-pull. ........... 90

    Figura 4.2 Diagrama de simulao do circuito de potncia do inversor ponte completa...... 90

    Figura 4.3 Diagrama de simulao do circuito de controle do inversor ponte completa. ..... 91

    Figura 4.4 Diagrama de simulao do circuito de controle do conversor push-pull. ........... 92

    Figura 4.5 Corrente no indutor do filtro de entrada para Ve = 60V. ................................... 92

    Figura 4.6 Corrente no indutor do filtro de entrada para Ve = 90V. ................................... 93

    Figura 4.7 Corrente de entrada para freqncia de cruzamento de 200Hz e Ve = 90V........ 93

    Figura 4.8 Ondulao de tenso sobre o capacitor do filtro de entrada para Ve = 60V........ 94

    Figura 4.9 Ondulao de tenso sobre o capacitor do filtro de entrada para Ve = 90V........ 94

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    xvii

    Figura 4.10 Tenso sobre o interruptor S1 do conversor push-pull para Ve = 60V..............95

    Figura 4.11 Tenso sobre o interruptor S1 do conversor push-pull para Ve = 90V..............95

    Figura 4.12 Corrente no interruptor S1 do conversor push-pull para Ve = 60V...................96

    Figura 4.13 Corrente no interruptor S1 do conversor push-pull para Ve = 90V...................96

    Figura 4.14 Tenso sobre o diodo D8 para Ve = 60V. ........................................................97

    Figura 4.15 Tenso sobre o diodo D8 para Ve = 90V. ........................................................97

    Figura 4.16 Corrente em D8 para Ve = 60V. ...................................................................... 98

    Figura 4.17 Corrente em D8 para Ve = 90V. ...................................................................... 98

    Figura 4.18 Tenso aplicada ao filtro intermedirio para Ve = 60V. .................................. 99

    Figura 4.19 Tenso aplicada ao filtro intermedirio para Ve = 90V. .................................. 99

    Figura 4.20 Corrente no indutor do filtro intermedirio para Ve = 60V............................ 100Figura 4.21 Detalhe da ondulao em alta freqncia da corrente em L2 para Ve = 60V..100

    Figura 4.22 Corrente no indutor do filtro intermedirio para Ve = 90V............................ 101

    Figura 4.23 Detalhe da ondulao em alta freqncia da corrente em L2 para Ve = 90V..101

    Figura 4.24 Corrente atravs de C2 e seu valor eficaz para Ve = 60V...............................102

    Figura 4.25 Corrente atravs de C2 e seu valor eficaz para Ve = 90V...............................102

    Figura 4.26 Corrente drenada pelo inversor ponte completa para Ve = 60V..................... 103

    Figura 4.27 Corrente drenada pelo inversor ponte completa para Ve = 90V..................... 103Figura 4.28 Tenso sobre o interruptor S5 do inversor ponte completa para Ve = 60V. .... 104

    Figura 4.29 Tenso sobre o interruptor S5 do inversor ponte completa para Ve = 90V. .... 104

    Figura 4.30 Correntes em S5 e S6 do inversor ponte completa para Ve = 60V. ................. 105

    Figura 4.31 Correntes em S5 e S6 do inversor ponte completa para Ve = 90V. ................. 105

    Figura 4.32 Corrente no indutor do filtro de sada (L3).....................................................106

    Figura 4.33 Detalhe da ondulao em alta freqncia da corrente em L3..........................106

    Figura 4.34 Tenso sobre o capacitor do filtro de sada (C3). ........................................... 107Figura 4.35 Contedo harmnico da tenso de sada do inversor ponte completa............. 107

    Figura 4.36 Corrente no indutor do filtro de entrada (L1).................................................108

    Figura 4.37 Corrente no indutor do filtro intermedirio (L2). ........................................... 108

    Figura 4.38 Corrente drenada pelo inversor ponte completa............................................. 109

    Figura 4.39 Corrente no indutor do filtro de sada (L3).....................................................109

    Figura 4.40 Detalhe da ondulao em alta freqncia da corrente em L3..........................110

    Figura 4.41 Tenso e corrente na carga RL......................................................................110

    Figura 4.42 Contedo harmnico da tenso de sada........................................................ 111

    Figura 4.43 Corrente no indutor do filtro de entrada (L1).................................................111

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

    18/178

    xviii

    Figura 4.44 Corrente no indutor do filtro intermedirio (L2). ........................................... 112

    Figura 4.45 Corrente drenada pelo inversor ponte completa............................................. 112

    Figura 4.46 Corrente no indutor do filtro de sada (L3).....................................................113

    Figura 4.47 Tenso e corrente na carga............................................................................113

    Figura 4.48 Corrente na carga..........................................................................................114

    Figura 4.49 Contedo harmnico da tenso de sada........................................................ 114

    Figura 4.50 Tenso de entrada, tenso em C1, tenso em C2 e tenso em C3.....................115

    Figura 4.51 Correntes no indutor L1, no indutor L2, no indutor L3 e na carga. ................ 116

    Figura 4.52 Tenso de entrada, tenso em C1, tenso em C2 e tenso em C3.....................117

    Figura 4.53 Correntes no indutor L1, no indutor L2, no indutor L3 e na carga. .................. 118

    Figura 4.54 Tenso no capacitor (C1) e corrente no indutor (L1) do filtro de entrada. ....... 119Figura 4.55 Tenso no capacitor (C2) e corrente no indutor (L2) do filtro intermedirio. .. 120

    Figura 4.56 Tenso no capacitor (C3) e corrente no indutor (L3) do filtro de sada. ..........120

    Figura 4.57 Tenso e corrente na carga............................................................................121

    Figura 4.58 Tenso no capacitor (C1) e corrente no indutor (L1) do filtro de entrada. ....... 121

    Figura 4.59 Tenso no capacitor (C2) e corrente no indutor (L2) do filtro intermedirio. .. 122

    Figura 4.60 Tenso no capacitor (C3) e corrente no indutor (L3) do filtro de sada. ..........122

    Figura 4.61 Tenso e corrente na carga............................................................................123Figura 4.62 Tenso no capacitor (C1) e corrente no indutor (L1) do filtro de entrada. ....... 123

    Figura 4.63 Tenso no capacitor (C2) e corrente no indutor (L2) do filtro intermedirio. .. 124

    Figura 4.64 Tenso no capacitor (C3) e corrente no indutor (L3) do filtro de sada. ..........124

    Figura 4.65 Tenso e corrente na carga............................................................................125

    Figura 4.66 Tenso no capacitor (C1) e corrente no indutor (L1) do filtro de entrada. ....... 125

    Figura 4.67 Tenso no capacitor (C2) e corrente no indutor (L2) do filtro intermedirio. .. 126

    Figura 4.68 Tenso no capacitor (C3) e corrente no indutor (L3) do filtro de sada. ..........126Figura 4.69 Tenso e corrente na carga............................................................................127

    Figura 5.1 Diagrama esquemtico do circuito de potncia do conversor. ......................... 128

    Figura 5.2 Tenso (1 - 50V/div - 1ms/div) em C1 e corrente (2 - 2,5A/div - 1ms/div) em L1.

    .......................................................................................................................................... 130

    Figura 5.3 Tenso (1 - 100V/div - 10us/div) e corrente (2 - 10A/div - 10us/div) em S 1....130

    Figura 5.4 Corrente nos enrolamentos secundrios do push-pull (1A/div - 10us/div). ...... 131

    Figura 5.5 Tenso sobre um diodo das pontes retificadoras (200V/div - 10us/div). .......... 131

    Figura 5.6 Tenso (500V/div - 10us/div) aplicada ao filtro intermedirio......................... 132

    Figura 5.7 Corrente (500mA/div - 1ms/div) no indutor do filtro intermedirio (L2)..........132

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

    19/178

    xix

    Figura 5.8 Ondulao de corrente em alta freqncia em L2 (500mA/div - 10us/div). ...... 133

    Figura 5.9 Corrente (2A/div - 500us/div) no capacitor do filtro intermedirio (C2). .........133

    Figura 5.10 Detalhe da corrente (2A/div - 500us/div) drenada de C2................................134

    Figura 5.11 Corrente (2A/div - 500us/div) drenada pelo inversor ponte completa. ........... 134

    Figura 5.12 Tenso (1 - 200V/div - 10us/div) e corrente (2 - 2A/div - 10us/div) em um dos

    interruptores do inversor ponte completa............................................................................135

    Figura 5.13 Tenso (1 - 200V/div - 1ms/div) em C3 e corrente (2 - 5A/div - 1ms/div) em L3.

    .......................................................................................................................................... 135

    Figura 5.14 Contedo harmnico da tenso de sada do conversor................................... 136

    Figura 5.15 Tenso (1 - 50V/div - 100ms/div) em C1 e corrente (2 - 5A/div - 100ms/div) em

    L1. ......................................................................................................................................136Figura 5.16 Tenso (1 - 200V/div - 100ms/div) em C2 e corrente (2 - 1A/div - 100ms/div)

    em L2. ................................................................................................................................ 137

    Figura 5.17 Tenso (1 - 200V/div - 5ms/div) em C3 e corrente (2 - 5A/div - 5ms/div) L3. 137

    Figura 5.18 Tenso (1 - 200V/div - 4ms/div) e corrente (2 - 2A/div - 4ms/div) na carga. . 138

    Figura 5.19 Tenso (1 - 50V/div - 100ms/div) em C1 e corrente (2 - 5A/div - 100ms/div) em

    L1. ......................................................................................................................................138

    Figura 5.20 Tenso (1 - 200V/div - 100ms/div) em C2 e corrente (2 - 1A/div - 100ms/div)em L2. ................................................................................................................................ 139

    Figura 5.21 Tenso (1 - 200V/div - 5ms/div) em C3 e corrente (2 - 5A/div - 5ms/div) em L3.

    .......................................................................................................................................... 139

    Figura 5.22 Tenso (1 - 200V/div - 5ms/div) e corrente (2 - 2A/div - 5ms/div) na carga. . 140

    Figura 5.23 Tenso (1 - 50V/div - 1ms) em C1 e corrente (2 - 2A/div - 1ms) em L1.........140

    Figura 5.24 Tenso (1 - 200V/div - 1ms) em C2 e corrente (2 - 1A/div - 1ms) em L2.......141

    Figura 5.25 Tenso (1 - 200V/div - 1ms) e corrente (2 - 10A/div - 1ms) no filtro de sada........................................................................................................................................... 141

    Figura 5.26 Tenso (1 - 200V/div - 1ms) e corrente (2 - 10A/div - 1ms) na carga. ........... 142

    Figura 5.27 Contedo harmnico da tenso de sada........................................................ 142

    Figura 5.28 Curva de rendimento do conversor push-pull. ............................................... 143

    Figura 5.29 Curva de rendimento do inversor ponte completa.......................................... 143

    Figura 5.30 Curva de rendimento global..........................................................................144

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

    20/178

    xx

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 5.1 Lista de componentes do circuito de potncia................................................. 129

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

    21/178

    xxi

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    CA Corrente Alternada

    CC Corrente Contnua

    CTR Current Transfer Ratio

    EIA Energy Information Administration

    F.T. Funo de transfernciaIEO International Energy Outlook

    PWM Pulse Width Modulation

    THD Total Harmonic Distortion

    U.S. United States

    UPS Uninterruptible Power System

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    22/178

    xxii

    LISTA DE SMBOLOS

    B Densidade de campo magntico

    C(s) F.T. do compensador

    C1 Capacitor do filtro LC de entrada

    C2 Capacitor do filtro LC intermedirio

    C3 Capacitor do filtro LC de sadaD Razo cclica dos interruptores do conversorpush-pull

    D1 a D8 Diodos das pontes retificadoras

    f1 Freqncia de comutao dos interruptores do conversorpush-pull

    f2 Freqncia de comutao dos interruptores do inversor ponte completa

    fc Freqncia de cruzamento da curva de ganho da FTLAcc(s)

    ff Freqncia de corte de um filtro LC

    Fm Ganho do modulador

    fr Freqncia da tenso de sada do conversor

    FTLAcc(s) F.T. de lao aberto com compensador

    FTLAsc(s) F.T. de lao aberto sem compensador

    Gfb(s) Funo de transferncia do inversor ponte completa

    GS1 e GS2 Sinais de comando dos interruptores S1 e S2

    Gsh(s) Funo de transferncia do conversorpush-pull

    H Intensidade de campo magntico

    H(s) Ganho do transdutor

    Ie Corrente drenada pelo conversorpush-pull

    ILp Corrente de enrolamento primrio

    ILs Corrente de enrolamento secundrio

    IM Corrente nos interruptores do conversorpush-pull

    IQ Corrente nos interruptores do inversor ponte completa

    Ir Corrente drenada pelo filtro intermedirio

    Is Corrente na carga

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

    23/178

    xxiii

    Kd Ganho da F.T. do conversorpush-pull

    L1 Indutor do filtro LC de entrada

    L2 Indutor do filtro LC intermedirio

    L3 Indutor do filtro LC de sada

    Lda Indutncia de disperso associada ao enrolamento primrio a

    Ldb Indutncia de disperso associada ao enrolamento primrio b

    Lpa Enrolamento primrio a do transformadorpush-pull

    Lpb Enrolamento primrio b do transformadorpush-pull

    Ls Enrolamento secundrio do transformadorpush-pull

    Lsa

    Enrolamento secundrio a do transformador push-pull

    Lsb Enrolamento secundrio b do transformador push-pull

    Ma ndice de modulao do inversor ponte completa

    Mf ndice de freqncia do inversor ponte completa

    n Relao de transformao do transformadorpush-pull

    np Nmero de espiras do enrolamento primrio

    ns Nmero de espiras do enrolamento secundrio

    Pe Potncia de entrada do conversorPs Potncia de sada do conversor

    Qsh Fator de amortecimento da F.T. do conversorpush-pull

    Rosh Resistncia de carga do conversorpush-pull

    Rs Resistncia de carga do conversor

    S1 e S2 Interruptores do conversorpush-pull

    S3 a S6 Interruptores do inversor ponte completa

    Tc Tempo de conduo dos interruptores do conversorpush-pullTs Perodo de comutao dos interruptores do conversorpush-pull

    Va Amostra da tenso de sada do conversorpush-pull

    VAB Tenso de sada do inversor ponte completa antes da filtragem

    Vc Tenso de controle

    VD Tenso sobre os diodos das pontes retificadoras

    Ve Tenso da fonte de entrada

    Vi Tenso de sada do conversorpush-pullVLp Tenso de enrolamento primrio

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

    24/178

    xxiv

    VLs Tenso de enrolamento secundrio

    VM Tenso nos interruptores do conversorpush-pull

    VQ Tenso nos interruptores do inversor ponte completa

    Vr Tenso aplicada ao filtro LC intermedirio

    Vs Tenso de sada do inversor

    V Tenso de erro Rendimento global do conversor

    1 Rendimento do conversorpush-pull

    2 Rendimento do inversor ponte completa

    iPermeabilidade incremental do material magntico

    o Permeabilidade do vcuo

    osh Freqncia angular natural de oscilao da F.T. do conversor push-pull

    zsh Freqncia angular do zero da F.T. do conversorpush-pull

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

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    INTRODUO

    Segundo o U.S. Department of Energy, atravs do relatrio International Energy

    Outlook 2006 (IEO) da Energy Information Administration (EIA), o consumo global de

    energia crescer a uma mdia de 2% ao ano entre 2003 e 2030. Em se tratando

    especificamente de energia eltrica, o crescimento se dar a uma mdia de 2,7% ao ano,

    passando de 14,781 bilhes de kWh em 2003 para 21,699 bilhes de kWh em 2015 e 30,116bilhes de kWh em 2030 [1].

    Sabe-se que a energia eltrica no diretamente disponibilizada pela natureza em

    condies de ser utilizada, tendo que ser obtida a partir da transformao de uma outra forma

    de energia. De forma geral, feita essa transformao a energia eltrica ainda no se encontra

    pronta para a utilizao, necessitando ainda ser processada e finalmente entregue na forma

    mais apropriada para a carga.

    Dentre as diversas formas de gerao de energia eltrica, as chamadas fontes

    alternativas de energia tm sido desenvolvidas e esto ganhando fora impulsionadas

    principalmente pelo aumento da preocupao com as questes ambientais, notadamente o

    efeito estufa, que promove a mobilizao mundial a fim de reduzir a emisso de gases

    poluentes. Exemplo disso o tratado de Kyoto, o qual recebe cada vez maior adeso tanto de

    pases desenvolvidos como de pases em desenvolvimento, e que estimula a pesquisa de

    tecnologias que permitam aliviar a presso sobre os mtodos tradicionais de gerao de

    energia a base de combustveis fsseis.

    cada vez maior tambm o nmero de aplicaes que tm baterias como fonte de

    energia, tais como sistemas embarcados e fontes ininterruptas. Assim, este trabalho tem como

    motivao as aplicaes de gerao distribuda que utilizem fontes alternativas de energia em

    tenso contnua e as aplicaes que utilizam baterias como fonte de energia, nas quais se

    necessite alimentar cargas em tenso alternada.

    O objetivo deste trabalho o desenvolvimento de um inversor monofsico isolado

    capaz de fornecer uma tenso alternada senoidal (110V ou 220V) a partir de uma tenso

    contnua de baixo valor e varivel. Para alcanar este objetivo so realizadas as seguintes

    etapas: escolha de uma topologia adequada, estudo dessa topologia, projeto de um inversor

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

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    2

    utilizando essa topologia e a simulao do inversor projetado. Concludas essas etapas

    construdo um prottipo em laboratrio.

    O prottipo desenvolvido atende s seguintes especificaes: tenso de entrada entre

    60V e 90V, tenso de sada de 220V eficaz, freqncia de sada de 400Hz e potncia nominal

    de sada de 400VA. Alm disso, o conversor isolado em alta freqncia (reduzidos peso e

    volume) e a tenso de sada apresenta uma distoro harmnica total (THD Total Harmonic

    Distortion) menor que 5%. Essa especificao baseada na necessidade do sistema eltrico

    dos trens da Ferrovia Paulista S.A. (FEPASA), os quais necessitam de uma tenso alternada

    com essas caractersticas para a alimentao de equipamentos eletrnicos e tm como fonte de

    energia um banco de baterias.

    A converso CC-CA

    H uma infinidade de topologias que realizam a converso CC-CA. A determinao

    de qual topologia deve ser utilizada em uma aplicao especfica est intimamente

    relacionada com as caractersticas da fonte de energia disponvel e as caractersticas da carga

    a ser alimentada.

    Com o intuito de auxiliar na escolha da topologia a ser utilizada em uma

    determinada aplicao, os conversores CC-CA podem ser classificados, basicamente, quantoao nmero de fases (monofsico ou trifsico), quanto a comutao das chaves (suave ou

    dissipativa), quanto a isolao eltrica (isolado ou no-isolado) entre a entrada e a(s) sada(s),

    quanto a relao entre a tenso de entrada e a tenso de sada e quanto ao nmero de estgios

    de converso (simples ou mltiplos) [2].

    Devido ao foco deste trabalho limita-se, de imediato, as topologias inversoras de

    interesse aquelas que so: monofsicas, isoladas em alta freqncia, que tenham capacidade

    de realizar a adaptao do nvel de tenso de entrada ao nvel de tenso de sada e que

    possuam comutao dissipativa. Dentre as diversas topologias existentes, optou-se por utilizar

    uma topologia de dois estgios de converso, constituda por um conversor CC-CC push-pull

    e por um inversor ponte completa, ambos cascateados. A escolha foi baseada nas capacidades

    de processamento de potncia e elevao da tenso, associadas a maior simplicidade dos

    circuitos de potncia e de controle e menores peso e volume.

    Estrutura do trabalho

    No captulo 1, dada uma viso geral da converso CC-CA e realizada a reviso

    bibliogrfica dos principais conversores CC-CA pertinentes ao trabalho. No captulo 2, so

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

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    3

    feitos o estudo e a anlise quantitativa da topologia proposta. No captulo 3, realizado um

    exemplo de projeto. No captulo 4, so apresentados os resultados de simulao para o projeto

    desenvolvido no captulo 3. No captulo 5, so apresentados os resultados experimentais do

    prottipo montado em laboratrio baseado no projeto do captulo 3.

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

    28/178

    Captulo 1 Converso CC-CA

    1.1 Introduo

    A converso CC-CA um dos mais significativos e explorados campos da

    Eletrnica de Potncia. Dentre as diversas formas de processamento de energia uma das

    mais requisitadas, pois seu leque de aplicaes amplo. Pode-se citar, entre outras, a gerao

    distribuda, as aplicaes embarcadas e os sistemas ininterruptos de energia.H diversas tcnicas e topologias encontradas na literatura capazes de realizar a

    converso CC-CA, as quais se distinguem entre si, basicamente, pelas seguintes

    caractersticas:

    1) Nmero de fases: monofsico ou trifsico;

    2) Capacidade ou no de adaptao do nvel de tenso de entrada ao nvel de

    tenso da sada;

    3)

    Comutao dos interruptores: suave ou dissipativa;4) Presena ou no de isolamento eltrico entre a entrada e a sada;

    5) Quantidade de estgios de processamento de potncia: simples ou mltiplos;

    Este trabalho direcionado s topologias monofsicas, com capacidade de adaptao

    da tenso de entrada tenso de sada, com comutao dissipativa e com isolao eltrica.

    Como so enfocadas as aplicaes com nvel de potncia mediano, ou seja, menor que 2kW,

    as topologias com comutao suave, que acarretam o aumento do nmero de componentes do

    circuito de potncia e a complexidade da modulao, no so abordadas, ficando como opo

    a utilizao de circuitos de auxlio comutao (snubber), se necessrio. Tomando como base

    essas caractersticas, a seguir dada uma viso geral da converso CC-CA e feita uma reviso

    bibliogrfica dos principais conversores CC-CA.

    1.2 Isolamento eltrico

    Entende-se por isolamento eltrico a ausncia de conexo eltrica entre duas ou mais

    partes de um circuito eltrico, normalmente entre a entrada e a(s) sada(s), impedindo assim

    que ocorra a circulao de corrente eltrica entre elas. Quando se deseja que haja fluxo de

    potncia entre partes de um circuito e que, no entanto, no haja circulao de corrente eltrica

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

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    5

    entre elas, essas partes devem ser acopladas de outra forma que no a eltrica. Na prtica, isso

    feito basicamente de duas formas: atravs do acoplamento magntico ou atravs do

    acoplamento ptico.

    Normalmente, o acoplamento ptico s utilizado no processamento de sinais. Em

    se tratando do fluxo de elevados nveis de potncia o acoplamento utilizado o magntico, o

    qual proporciona o isolamento galvnico entre as partes a serem isoladas. So vrias as razes

    pelas quais se utiliza isolao galvnica entre a entrada e a sada de um conversor CC-CA:

    1) Prevenir a circulao de corrente contnua do lado CC para o lado CA;

    2) Prevenir, mediante falhas, a circulao de altas correntes atravs do

    conversor;

    3) Proteger o usurio de choques e de correntes de fuga;4) Permite adaptar o nvel de tenso da entrada ao nvel de tenso da sada;

    O isolamento galvnico por sua vez pode ainda ser dividido em isolamento em baixa

    freqncia e isolamento em alta freqncia. Sabe-se que, pela prpria natureza dos elementos

    reativos, sejam magnticos (indutores e transformadores) ou eltricos (capacitores), o volume

    e o peso de um transformador so inversamente proporcionais a sua freqncia de operao.

    Portanto, topologias que realizam a isolao galvnica em baixa freqncia, como a

    mostrada na Figura 1.1, tendem a apresentar um maior peso e volume do que as topologiasque realizam o isolamento galvnico em alta freqncia, como a mostrada na Figura 1.2. Por

    outro lado, as topologias que realizam a isolao eltrica em baixa freqncia so simples e

    com um nmero reduzido de componentes o que as torna, consequentemente, baratas,

    eficientes, robustas e confiveis. Por essas caractersticas, ainda so muito usadas em

    aplicaes de variados nveis de potncia [3].

    Figura 1.1 Conversor CC-CA com isolamento galvnico em baixa freqncia.

  • 7/28/2019 INVERSOR MONOFSICO ISOLADO EM ALTA

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    6

    J a isolao galvnica em alta freqncia permite a reduo drstica do volume e do

    peso do transformador isolador. As desvantagens das topologias que realizam a isolao em

    alta freqncia so o aumento no nmero de semicondutores utilizados e a maior

    complexidade de operao dos circuitos, caractersticas que tendem a elevar o custo e a

    diminuir a eficincia, a robustez e a confiabilidade dessas topologias.

    Figura 1.2 Conversor CC-CA com isolamento galvnico em alta freqncia.

    Em contrapartida, as topologias que permitem a isolao eltrica em alta freqncia

    possuem caractersticas inexistentes nas topologias que realizam a isolao em baixa

    freqncia, como: a operao com amplas faixas de variao da tenso de entrada e ausncia

    de rudo audvel, que associadas a j citada reduo de peso e volume, tornam a isolao em

    alta freqncia uma forte tendncia na Eletrnica de Potncia moderna, que preconiza a

    utilizao de mais silcio e menos ao.

    1.3 Converso CC-CA de estgio simples

    Um conversor CC-CA de estgio simples aquele que possui um nico estgio de

    processamento de potncia, responsvel tanto pela adaptao do nvel de tenso da entrada ao

    nvel de tenso da sada como pela modulao senoidal da tenso de sada [2]. H uma grandevariedade de conversores CC-CA com essa caracterstica, vrios no-isolados [4]-[8] que, por

    fugirem ao escopo deste trabalho, no so abordados e alguns isolados [9]-[11] que so

    apresentados mais adiante.

    Seguindo a metodologia proposta em [2], os conversores CC-CA isolados de estgio

    simples podem ser subdivididos, com base no nmero de semicondutores controlados de

    potncia, em conversores de quatro e seis interruptores. O princpio de funcionamento desses

    conversores o mesmo dos conversores buck-boost [9]-[10], Ck, SEPIC [11] e Zeta, bem

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    7

    conhecidos da teoria de converso CC-CC: utilizam indutores ou transformadores flyback

    para armazenar energia e promover a isolao eltrica.

    1.3.1 Topologias de quatro interruptores

    A topologia proposta em [9] mostrada na Figura 1.3, composta por dois

    inversoresflybackcom suas entradas ligadas em paralelo e a carga ligada entre suas sadas.

    uma topologia simples, utiliza apenas quatro interruptores, dois capacitores e no necessita de

    indutores de filtro na sada, pois essa funo realizada pelos enrolamentos secundrios dos

    transformadoresflyback. Os interruptores de cada flybackoperam de forma complementar, o

    que facilita a implementao do circuito de comando. Seus pontos fracos so: a utilizao de

    dois transformadores de alta freqncia e a baixa capacidade de processamento de potncia,cerca de 160W.

    Figura 1.3 Inversor flyback dual de quatro interruptores.

    Seguindo o mesmo princpio do inversor flyback dual proposto em [9], outros trs

    conversores CC-CA de estgio simples, isolados e de quatro interruptores so propostos em

    [11], baseados nos conversores SEPIC, Ck e Zeta.

    Figura 1.4 Inversor SEPIC de quatro interruptores.

    A Figura 1.4 mostra o diagrama esquemtico do inversor SEPIC de quatro

    interruptores proposto em [11]. uma topologia que utiliza quatro magnticos e quatro

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    capacitores, portanto, mais dispendiosa que a do inversorflybackdual. A potncia processada

    relatada foi de apenas 260W. Essa a nica topologia analisada em [11], embora outras duas

    sejam sugeridas, cujos diagramas esquemticos so mostrados na Figura 1.5 e na Figura 1.6.

    Em [11] no so apresentados resultados experimentais para essas duas topologias, mas a

    potncia processada no deve diferir significativamente das demais estruturas apresentadas,

    ficando em torno de 200W.

    Figura 1.5 Inversor Zeta de quatro interruptores.

    Pode-se notar que a estrutura do inversor Zeta, mostrado na Figura 1.5, equivale

    estrutura do inversor SEPIC (Figura 1.4), quanto ao nmero e tipo dos componentes. J o

    inversor Ck, mostrado na Figura 1.6, o que necessita do maior nmero de componentes.

    Alm dos quatro interruptores, necessita de seis magnticos e seis capacitores, quatro

    magnticos e quatro capacitores a mais que o inversorflybackdual (Figura 1.3).

    Figura 1.6 Inversor Ck de quatro interruptores.

    1.3.2 Topologias de seis interruptores

    Durante as pesquisas de reviso bibliogrfica, apenas uma topologia de estgio

    simples de seis interruptores isolada foi encontrada. Esta foi proposta em [10] e composta

    por dois choppers buck-boostem uma ponte de quatro interruptores, como mostra a Figura1.7. Os outros dois interruptores so conectados em anti-srie, de forma a permitir o fluxo

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    bidirecional de potncia, e so utilizados para sincronizar a operao do inversor. uma

    topologia relativamente enxuta, utiliza apenas dois magnticos e dois capacitores. Seus pontos

    fracos so: a grande quantidade de interruptores em srie, acarretando reduo de eficincia, e

    a baixa capacidade de processamento de potncia, cerca de 140W [2].

    Figura 1.7 Inversor buck-boost de seis interruptores.

    Devido a baixa capacidade de processamento de potncia, os inversores isolados de

    estgio simples, sejam os de quatro ou seis interruptores, no se adequam a proposta deste

    trabalho e, portanto, no so analisados.

    1.4 Converso CC-CA de mltiplos estgios

    Um inversor de mltiplos estgios definido como um inversor com mais de um

    estgio de converso, dentre os quais um ou mais estgios so responsveis pela adaptao do

    nvel da tenso de entrada ao nvel da tenso de sada e/ou isolao eltrica e o ltimo estgio

    realiza a converso CC-CA.

    Tomando como base os estgios que o compem, esses conversores podem ser

    subdivididos em trs categorias:

    1) Conversores CC-CA-CA;2) Conversores CC-CC-CA;

    3) Conversores CC-CA-CC-CA;

    Cada um dos estgios pode ser controlado de forma independente ou de forma

    sincronizada. A seguir cada uma dessas categorias tratada separadamente.

    1.4.1 Converso CC-CA-CA

    Os conversores CC-CA-CA se inserem especificamente no contexto de aplicaes

    autnomas e acionamento de mquinas rotativas. Nesse tipo de aplicao o fluxo bidirecional

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    10

    de potncia uma exigncia, o que inevitavelmente leva a uma maior complexidade das

    estruturas de potncia.

    O princpio de funcionamento desses conversores o de inverter a tenso contnua

    de entrada em uma tenso alternada de freqncia bem superior a freqncia que se deseja na

    sada, no primeiro estgio. Em seguida essa tenso alternada passa por um transformador de

    alta freqncia, o qual realiza o isolamento galvnico e a adaptao do nvel de tenso de

    entrada ao nvel da tenso de sada. Finalmente, o ltimo estgio, tambm composto por um

    inversor, compe a tenso de sada a partir de trechos da tenso alternada em alta freqncia.

    Um exemplo de topologia CC-CA-CA, proposta em [12], mostrada na Figura 1.8.

    Figura 1.8 Exemplo de conversor CC-CA-CA.

    O conversor da Figura 1.8 composto por um inversor ponte completa responsvel

    pela primeira inverso, por um transformador de alta freqncia e por outro inversor ponte

    completa responsvel pela montagem da tenso de sada na freqncia desejada. Esse ltimo

    inversor ponte completa apresenta uma peculiaridade: so utilizados oito interruptores, ao

    invs de quatro, colocados dois a dois em anti-srie a fim de garantir o fluxo bidirecional de

    potncia.

    Esses conversores, em geral, tm uma boa capacidade de processamento de potncia

    mas o elevado nmero de semicondutores reduz significativamente sua eficincia. Por isso

    essa categoria de conversores no se adequa a este trabalho.

    1.4.2 Converso CC-CC-CA

    A segunda classe de conversores CC-CA de mltiplos estgios so os conversores

    CC-CC-CA compostos por dois estgios que, em sua maioria, so obtidos atravs do

    cascateamento de um conversor boostCC-CC tradicional com um inversor ponte completa.

    Seu principio de funcionamento muito simples. No primeiro estgio, composto por

    um conversor CC-CC, obtida uma elevada tenso contnua com uma ondulao tolervel.No segundo estgio, o inversor ponte completa, operando em alta freqncia, utilizado para

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    11

    gerar a forma de onda alternada desejada. No h a necessidade de sincronizao entre os dois

    estgios e a potncia de sada normalmente controlada no segundo estgio.

    A maioria das topologias dessa categoria encontradas na literatura so no isoladas,

    por exemplo as propostas em [3], [13] e [14]. So poucas as estruturas dessa categoria que

    apresentam isolamento eltrico. Durante a pesquisa bibliogrfica apenas duas estruturas

    isoladas foram encontradas. H ainda outra limitao quanto a aplicabilidade dessa classe de

    conversores CC-CA neste trabalho: as duas topologias isoladas encontradas tm caracterstica

    de fonte de corrente na sada e, portanto, so voltadas para interligao rede eltrica.

    O diagrama esquemtico da primeira topologia isolada encontrada mostrado na

    Figura 1.9. Trata-se de um conversor flyback com sada em corrente cascateado com um

    inversor ponte completa, proposto em [13].

    Figura 1.9 Inversor flyback de dois estgios isolado.

    O diagrama esquemtico da segunda topologia isolada encontrada, proposta em [15],

    mostrado na Figura 1.10. Seu princpio de funcionamento o seguinte: em uma primeira

    etapa, energia armazenada no capacitor C2, em seguida parte dessa energia processada

    pelo conversorflyback.

    Figura 1.10 Inversor flyback com armazenamento capacitivo intermedirio.

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    12

    A energia processada pelo flyback transferida para o estgio de sada atravs do

    transformadorflybacke injetada de forma monofsica na rede atravs dos interruptores S5 e

    S6 e do filtro LC.

    A capacidade de processamento de potncia da topologia apresentada na Figura 1.9

    de 1kW [2], j a capacidade de processamento de potncia da topologia apresentada na

    Figura 1.10 de 160W [2]. Embora a topologia da Figura 1.9 tenha uma boa capacidade de

    processamento de potncia, essa categoria de conversores inadequada ao escopo deste

    trabalho, j que voltada para interligao rede eltrica (sada em corrente).

    1.4.3 Converso CC-CA-CC-CA

    A seguir, para finalizar, abordada a terceira e ltima categoria de conversores CC-CA de mltiplos estgios. So conversores de trs estgios de converso, voltados

    principalmente para as aplicaes que necessitam de uma alta taxa de elevao da tenso de

    entrada. Consistem de um conjunto CC-CA-CC, responsvel pela elevao e estabilizao do

    nvel de tenso de entrada e pelo isolamento eltrico em alta freqncia, e de um estgio CC-

    CA, responsvel pelo fornecimento da tenso alternada desejada. O diagrama de blocos da

    Figura 1.11 ilustra a composio geral dessa classe de conversores.

    Figura 1.11 Diagrama de blocos da converso CC-CA-CC-CA com link CC real.

    Como pode ser visto na Figura 1.11, a converso CC-CA-CC-CA apresenta-se de

    forma bem organizada e com estgios bem definidos. Cada estgio pode ser implementado

    por mais de uma estrutura clssica da eletrnica de potncia. Assim, o primeiro estgio pode

    ser implementado por qualquer uma das trs topologias inversoras clssicas: push-pull, meia

    ponte ou ponte completa. O segundo estgio pode ser implementado por qualquer estrutura

    retificadora monofsica, cujo critrio de escolha o nvel de tenso no secundrio do

    transformador isolador. O terceiro e ltimo estgio trata-se novamente de uma etapa

    inversora, mas nesse caso apenas os inversores meia ponte e ponte completa so utilizados.

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    Embora o pseudo link CC seja uma idia interessante, sua eficcia questionvel

    pois, como a tenso de entrada do ltimo estgio um trem de pulsos, os diodos em

    antiparalelo dos interruptores que compem esse estgio continuam a operar em alta

    freqncia. Infelizmente, nenhum trabalho que realize a anlise dessa estrutura foi

    encontrado, ou seja, no se sabe qual o real impacto sobre a eficincia global da converso,

    por esta razo, a converso CC-CA-CC-CA com pseudo link CC est descartada.

    J que todas as demais categorias de conversores CC-CA no so adequadas e tendo

    em vista as capacidades de alta taxa de elevao de tenso, de processamento de potncia e de

    isolao eltrica em alta freqncia, a categoria de conversores CC-CA-CC-CA a que mais

    se adequa ao escopo deste trabalho e a categoria adotada.

    1.5 Escolha da topologia

    Na seo anterior concluiu-se que a categoria de conversores CC-CA mais adequada

    aos propsitos deste trabalho a de trs estgios de converso. Falta ainda definir qual

    topologia ser utilizada em cada um dos trs estgios. Essa definio feita, estgio por

    estgio, nas subsees a seguir, nas quais os principais motivos da escolha so apresentados.

    1.5.1 Primeiro estgio

    Como j foi dito, h trs topologias inversoras clssicas: push-pull, meia ponte e

    ponte completa, cujos diagramas esquemticos so mostrados na Figura 1.13, e qualquer uma

    delas pode ser utilizada no primeiro estgio de um conversor CC-CA-CC-CA. Naturalmente,

    cada uma dessas topologias apresenta peculiaridades que as diferenciam entre si. Contudo,

    mais importante que essas peculiaridades so as caractersticas desejadas nesse primeiro

    estgio.

    Figura 1.13 Topologias clssicas de inversores monofsicos.

    Pelo que j foi exposto nas motivaes deste trabalho, ficou claro que seu enfoque

    as aplicaes cuja tenso de entrada baixa, no maior que 100V, caracterstica dos sistemas

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    15

    alimentados por fontes renovveis ou bancos de baterias. Portanto, esse primeiro estgio de

    converso deve ser eminentemente elevador. Ora, pelo balano de energia, o esforo por

    corrente nos interruptores do primeiro estgio se sobressai. Alm disso, topologias que

    utilizam interruptores em srie exigem circuitos de comando mais elaborados, de forma a

    evitar a conduo simultnea de interruptores de um mesmo brao (curto de brao). Portanto,

    a utilizao de interruptores em srie bastante inconveniente.

    Dentre as trs topologias j citadas a nica que no utiliza interruptores em srie a

    do push-pull. No tendo interruptores em srie, o push-pull agrega uma outra qualidade:

    ambos os interruptores possuem a mesma referncia, o que simplifica e barateia o circuito de

    acionamento desses interruptores. Alm disso, o push-pull naturalmente isolado, outra

    caracterstica necessria ao primeiro estgio.O push-pull tambm possui pontos fracos. O mais conhecido sua tendncia

    saturao. Para tratar esse problema h duas sadas: utilizar a estratgia de controle por modo

    corrente ou utilizar o controle por modo tenso e colocar protees que detectem a saturao e

    evitem a destruio do equipamento. Essa uma deciso de projeto. Esse problema

    abordado de forma mais profunda nos prximos captulos.

    Outro grande problema do push-pull a indutncia de disperso do transformador,

    que descarrega a energia armazenada durante a conduo sobre os interruptores, em forma desobretenso, no momento do bloqueio dos mesmos. A soluo a mxima reduo da

    indutncia de disperso atravs do melhor acoplamento magntico possvel entre os

    enrolamentos, o que depende da construo do transformador, e a utilizao de circuitos

    grampeadores nos interruptores.

    Como o isolamento necessrio, as demais topologias inversoras tambm sofreriam

    com o problema da disperso [16], embora de forma bem menos grave. Pelo exposto acima,

    decidiu-se utilizar o inversorpush-pull no primeiro estgio do conversor CC-CA-CC-CA.

    1.5.2 Segundo estgio

    O segundo estgio o estgio retificador. As estruturas clssicas de retificao de

    onda completa so: o retificador em ponte completa, o retificador com tap central e o

    retificador hybridge. A principal caracterstica desse estgio a capacidade de tenso. Assim,

    a tenso de sada do transformador isolador determinante para essa escolha. Por sua vez, a

    tenso de sada do transformador isolador depende da estrutura do terceiro estgio e do valor

    eficaz de sua tenso de sada.

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    16

    Geralmente, a tenso eficaz de alimentao de cargas em corrente alternada

    110/220V. O barramento de tenso de entrada necessrio a um inversor ponte completa com

    sada de 220V de cerca de 400V, para um ndice de modulao de aproximadamente 0,78.

    Para um inversor meia ponte e um mesmo ndice de modulao, essa tenso deve ser o dobro,

    ou seja, 800V. Como a tenso de sada do transformador isolador constituda por uma

    tenso alternada retangular cujo valor de pico , no mnimo, igual ao valor da tenso do

    barramento de entrada do terceiro estgio j que o primeiro estgio constitudo por um

    push-pull, cuja razo cclica mxima de operao dos interruptores 0,5 o nvel de tenso

    ao qual o segundo estgio submetido elevado.

    Portanto, o retificador de onda completa com tap central e o retificador hybridge no

    constituem uma boa opo. Assim, a melhor escolha recai na utilizao do retificador emponte completa. Falta definir se apenas um suficiente, ou se mais de um retificador

    necessrio, pois ainda h a limitao de tenso dos semicondutores (diodos rpidos de

    potncia). Mas essa uma questo de projeto, que depende da escolha do prximo estgio e

    da especificao do equipamento, e s abordada em detalhes no captulo 3.

    1.5.3 Terceiro estgio

    Passa-se agora definio topolgica do terceiro e ltimo estgio de converso.

    Apesar de ser um estgio inversor, das trs topologias inversoras o push-pull no constitui

    uma boa escolha, pois exige a utilizao de mais um transformador, o que aumenta custo,

    peso e volume do equipamento.

    O inversor meia ponte, por sua vez, tambm no uma boa escolha pois, para uma

    mesma tenso eficaz de sada, necessita do dobro da tenso no barramento de entrada quando

    comparado ao inversor ponte completa, exigindo uma maior taxa de elevao do primeiro

    estgio de converso, acarretando um maior esforo de corrente nos seus interruptores e um

    maior esforo de tenso nos diodos do segundo estgio de converso.

    Desta forma o inversor ponte completa, por excluso dos demais, utilizado no

    terceiro estgio. uma estrutura um tanto quanto complexa, utiliza quatro interruptores, dois

    dos quais com referncia diferente da referncia do barramento de entrada, o que torna o

    circuito de acionamento mais elaborado. Alm disso, h a conduo simultnea de

    interruptores, o que leva a um menor rendimento, e a possibilidade de cuto-ciruito de brao.

    Em contrapartida, uma estrutura com grande capacidade de processamento de potncia, pois

    proporciona o menor esforo de tenso sobre os interruptores.

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    17

    1.6 Diagrama esquemtico da estrutura escolhida

    Definidas as topologias de cada estgio possvel apresentar o diagrama

    esquemtico simplificado do conversor CC-CA que desenvolvido neste trabalho. Esse

    diagrama mostrado na Figura 1.14. importante deixar claro que essa no a estrutura final

    pois falta definir o nmero de sadas necessrias ao push-pull e demais detalhes do circuito,

    como por exemplo o circuito snubberdos interruptores S1 e S2.

    Figura 1.14 Diagrama esquemtico da estrutura escolhida.

    Pode-se notar que no diagrama esto includos filtros LC passa-baixa entre a fonte

    de entrada e o primeiro estgio de converso (filtro de entrada), entre o segundo e o terceiroestgios de converso (filtro intermedirio) e entre o terceiro estgio de converso e a carga

    (filtro de sada), a fim de garantir o desacoplamento em freqncia entre eles. Os detalhes

    sobre esses filtros so apresentados nos captulos 2 e 3.

    1.7 Consideraes finais

    Nesse captulo foi dada uma viso geral da converso CC-CA e feita a reviso

    bibliogrfica dos principais conversores CC-CA pertinentes ao trabalho. A converso CC-CA

    foi abordada de forma segmentada, a fim de transmitir, da forma mais didtica possvel, uma

    viso geral desse vasto ramo da Eletrnica de Potncia.

    A partir dessa viso geral, a categoria de conversores CC-CA mais adequada ao

    escopo deste trabalho pde ser escolhida, sendo ela a categoria de conversores CC-CA-CC-

    CA. Em seguida a configurao topolgica de cada estgio do conversor foi definida e,

    finalmente, o diagrama esquemtico simplificado do conversor a ser desenvolvido pde ser

    apresentado.

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    Captulo 2 Anlise Completa do Conversor Implementado

    2.1 Introduo

    No captulo anterior foi definida a estrutura do conversor CC-CA a ser desenvolvido

    neste trabalho. Demonstrou-se, atravs de rpida reviso bibliogrfica, que a estrutura mais

    adequada ao escopo do trabalho a dos conversores CC-CA-CC-CA, sendo definidas ainda as

    topologias a serem utilizadas em cada estgio de converso.A estrutura completa foi apresentada na Figura 1.14. Analisando essa figura

    possvel perceber que o conversor pode ser divido em dois blocos de processamento de

    potncia. O primeiro composto pelos dois primeiros estgios de converso (inversor push-

    pull e retificador ponte completa) e pelo filtro LC intermedirio. O segundo composto pelo

    terceiro estgio de converso (inversor ponte completa) e pelo filtro LC de sada.

    O primeiro bloco de processamento de potncia conhecido na literatura como

    conversor CC-CC push-pull. O segundo bloco de processamento de potncia a estruturaclssica utilizada em inversores ponte completa com tenso de sada senoidal. Nesse captulo

    feito o estudo de cada um desses blocos separadamente, sendo apresentados o princpio de

    funcionamento, as principais formas de onda da operao em regime permanente e as

    principais equaes de cada bloco de processamento de potncia.

    Para finalizar o captulo, feita a modelagem de cada um desses blocos, a fim de

    conhecer suas funes de transferncia, as quais so utilizadas no captulo 3 durante o projeto

    dos compensadores das malhas de controle de cada bloco de processamento de potncia.

    2.2 Conversor CC-CC push-pull

    Na literatura encontra-se o push-pull classificado tanto como inversor como

    conversor CC-CC, como por exemplo em [16] e [17]. Qualquer estrutura inversora, com uma

    modulao adequada aplicada aos interruptores, cuja sada seja retificada constitui um

    conversor CC-CC. Assim, os dois primeiros estgios de converso (inversor push-pull e

    retificador ponte completa) e o filtro LC intermedirio formam um conversor CC-CC isolado

    em alta freqncia, conhecido na literatura como conversor CC-CCpush-pull.

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    19

    A Figura 2.1 apresenta o diagrama esquemtico do conversor CC-CC push-pull

    ideal. Como pode ser visto trata-se de uma estrutura naturalmente isolada. Utiliza um

    transformador com dois enrolamentos primrios, Lpa e Lpb, e, pelo menos, um enrolamento

    secundrio (Ls). A cada enrolamento primrio est associado um interruptor: S1 ao

    enrolamento Lpa e S2 ao enrolamento Lpb. Embora o diagrama da Figura 2.1 apresente apenas

    um enrolamento secundrio (Ls), opush-pull permite a utilizao de mais de um secundrio,

    caso seja necessrio.

    Figura 2.1 Estrutura padro do inversor push-pull.

    Ao enrolamento secundrio (Ls) est associado um retificador ponte completa, o

    qual retifica a tenso de sada de Ls (VLs). Essa tenso retificada (Vr) aplicada ao filtro LC

    intermedirio, composto pelo indutor L2 e pelo capacitor C2, o qual retm a componente em

    alta freqncia de Vr, fornecendo uma tenso (Vi) com baixa ondulao ao prximo bloco de

    processamento de potncia (inversor ponte completa).

    2.2.1 Modulao dos interruptores

    H uma srie de tcnicas de modulao encontradas na literatura, vrias aplicveis

    ao conversor CC-CC push-pull mostrado na Figura 2.1. Algumas dessas tcnicas demodulao so mais complexas e outras mais simples, e a escolha entre uma ou outra deve

    levar em considerao o objetivo a ser alcanado e a complexidade de implementao da

    modulao.

    Os principais objetivos desse primeiro estgio de processamento de potncia so:

    permitir isolar eletricamente a fonte de entrada do restante do circuito, realizar essa isolao

    em alta freqncia para reduzir peso e volume, realizar a adaptao do baixo nvel de tenso

    de entrada a um nvel de tenso mais apropriado a obteno da tenso de sada desejada epermitir a correta operao global do conversor mediante a variao da tenso de entrada.

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    20

    Para que esses objetivos sejam alcanados suficiente que se obtenha no

    enrolamento secundrio do transformador push-pull (Ls) uma tenso alternada retangular, j

    que essa tenso alternada retificada posteriormente. Portanto, a modulao aplicada aos

    interruptores S1 e S2 deve ser a mais simples possvel.

    A modulao mais simples que pode ser utilizada a modulao por largura de

    pulso (PWM Pulse Width Modulation) de trs nveis, que consiste em acionar os

    interruptores S1 e S2 atravs de sinais de comando defasados de 180 eltricos, com razo

    cclica (D) mxima de 0,5. Entende-se por razo cclica a relao entre o tempo de conduo

    do interruptor (Tc) e o perodo de comutao utilizado (Ts), como mostra a Eq. (2.1).

    .c

    s

    T

    D T=

    (2.1)

    Os pulsos de comando da modulao PWM de trs nveis podem ser gerados atravs

    da comparao de uma portadora dente-de-serra ou triangular com um sinal de controle

    contnuo. A defasagem pode ser conseguida com a utilizao de duas portadoras defasadas de

    180 graus eltricos, ou atravs de uma lgica de seleo de pulsos base de flip-flops, como

    feito no circuito integrado dedicado SG3525. Esse ltimo caso exemplificado na Figura 2.2,

    na qual so apresentadas as principais formas de onda associadas modulao PWM de trs

    nveis.

    Figura 2.2 Formas de onda relacionadas a modulao PWM de trs nveis.

    Na Figura 2.2, Ts o perodo de comutao, Vc a tenso de controle, VPpk o valor

    de pico da portadora, GS1 e GS2 so os sinais de comando dos interruptores, Ve a tenso deentrada e VLs a tenso de sada do enrolamento secundrio do transformadorpush-pull, e n

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    a relao de transformao relao entre o nmero de espiras do enrolamento secundrio e o

    nmero de espiras do enrolamento primrio (ns/np).

    Uma importante caracterstica do conversor CC-CCpush-pull pode ser observada na

    Figura 2.2: no h conduo simultnea de interruptores. Essa uma caracterstica desejada

    em qualquer conversor, pois eleva a eficincia da converso. Mas no escopo deste trabalho ela

    ganha ainda mais evidncia pois, como haver elevao da tenso no transformador, pelo

    balano de energia, as correntes no lado primrio tendem a ser elevadas. Outra caracterstica

    importante o fato dos dois interruptores estarem na mesma referncia da fonte de entrada, o

    que simplifica bastante a implementao do circuito de comando dos mesmos.

    2.2.2 O problema da disperso

    Uma questo crtica na topologia do conversor CC-CC push-pull a disperso do

    fluxo do transformador, ou seja, uma parcela das linhas de fluxo geradas pelo enrolamento

    primrio no concatena o enrolamento secundrio. Essa disperso ocasiona uma deficincia

    no acoplamento dos enrolamentos que compem o transformador push-pull e,

    consequentemente, parte da energia fornecida ao primrio no transferida ao secundrio.

    A disperso do fluxo do transformador de isolamento est intimamente relacionada a

    sua construo, podendo ser minimizada, mas nunca eliminada totalmente. Essa disperso

    pode ser modelada por uma indutncia em srie com cada um dos enrolamentos primrios do

    transformador, chamada de indutncia de disperso. O diagrama esquemtico do conversor

    CC-CC push-pull levando em considerao a disperso do transformador, atravs das

    indutncias Lda e Ldb, mostrado na Figura 2.3.

    Figura 2.3 Diagrama esquemtico do push-pull com representao da disperso.

    Quando um dos interruptores conduz, estabelecida uma corrente que circula peloenrolamento do transformador associado ao interruptor, pela fonte de tenso de entrada e pelo

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    prprio interruptor. Terminado o ciclo de conduo esse interruptor bloqueia, causando a

    interrupo brusca da corrente. A indutncia de disperso se opor a essa interrupo e

    descarregar a energia magntica armazenada nela sobre o interruptor, em forma de

    sobretenso, fenmeno que pode causar a destruio do mesmo.

    Para que a operao do push-pull seja viabilizada, o problema causado pela

    disperso do transformador tem que ser contornado. Isso feito atravs da mxima reduo da

    disperso, com uma construo que garanta o melhor acoplamento magntico possvel.

    Utilizam-se tambm circuitos snubberpara desviar a energia proveniente da indutncia de

    disperso para uma fonte de tenso ou dissip-la em resistores, impendido a destruio dos

    interruptores.

    2.2.3 O problema da saturao

    A Figura 2.4 mostra a curva de histerese tpica de materiais utilizados na

    composio de ncleos destinados a confeco de dispositivos magnticos (indutores e

    transformadores). Essa curva obtida atravs da relao entre a densidade de campo

    magntico (B) e a intensidade de campo magntico (H), impostos quando uma tenso

    alternada aplicada ao enrolamento que magnetiza o ncleo do dispositivo. B e H so,

    respectivamente, proporcionais ao fluxo magntico e a corrente magnetizante que circula pelo

    enrolamento.

    Figura 2.4 Curva de histerese tpica.

    Quando a permeabilidade incremental do material magntico ( i), definida como a

    taxa de variao da densidade de campo magntico com a intensidade de campo magntico

    (

    B/

    H), tende permeabilidade do vcuo ( o), significa que a densidade de campo

    magntico do material est chegando ao seu valor mximo e o material est na iminncia da

    saturao. A saturao caracterizada por uma drstica reduo da indutncia dos

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    enrolamentos e por isso deve ser evitada, pois est associada a elevao de corrente e, no caso

    de transformadores, a um acoplamento fraco entre os enrolamentos.

    Como no conversor push-pull a curva de histerese percorrida em um sentido

    atravs de um interruptor e no outro sentindo atravs do outro interruptor, o risco de saturao

    do ncleo do transformador se agrava, pois mediante qualquer desequilbrio no tempo de

    conduo dos interruptores o ncleo no devidamente desmagnetizado. Se essa situao de

    desequilbrio for duradoura, o ncleo do transformadorpush-pull satura [17].

    A fim de contornar esse problema, o circuito de acionamento dos interruptores deve

    ser projetado com o mximo cuidado e protees de corrente devem ser inseridas no circuito

    de controle para evitar a saturao do ncleo e para que, em ocorrendo a saturao, o circuito

    de potncia no seja destrudo.

    2.2.4 Operao do conversor CC-CC push-pull

    A operao do conversorpush-pull pode s