introdução) infecções)do)trato) · pdf file19/03/14 2 [...
TRANSCRIPT
19/03/14
1
INFECÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 1
INTRODUÇÃO • Diarréias: problema de saúde humana
• Ocorrência de 1 bilhão de episódios diarréicos em crianças menores de 5 anos de idade
• Devastadora em crianças que sofrem concomitantemente de doenças infecciosas como sarampo, imudeficiência e subnutrição proteica, fatores muito frequentes nos países em desenvolvimento -‐ Nos meses de inverno, as crianças com diarréia devem ser triadas primeiro para Rotavirus SE o exame for nega^vo, as amostras fecais devem ser testadas para outros patógenos bacterianos.
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 2
• Adultos: 1 a 2 episódios de diarréia anualmente
Causas:
-‐ Infecciosas (bactérias, fungos menos frequentes, vírus, parasitas e protozoários
-‐ Não infecciosas: alérgicas, causadas por erro alimentar, envenenamento
↑ dos casos de diarréia comunitária em adultos: inflamatória Fezes: triadas para verificar a presença de leucócitos através da coloração de azul de me^leno -‐ Sensibilidade pesquisa de leucócitos nas fezes: < 90% -‐ Ausência de leucócitos não descarta agentes causadores de diarréia inflamatória, mas a presença destes pode diferenciar dos agentes causadores de diarréia não inflamatória, incluindo microrganismos toxigênicos como Vibrio, E. coli (ETEC), agentes virais e certos agentes parasitários MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 3
• Disenteria: evacuação acompanhada de tenesmo*, sangue, muco e dor
-‐ disenteria bacilar: Shigella spp., E. coli (EIEC) -‐ Campylobacter jejuni -‐ Vibrio cholerae e Vibrio parahaemoly9cus -‐ Febre ^fóide: Salmonella typhi e outras Salmoneloses -‐ Yersiniose -‐ Yersinia enterocolí^ca
disenteria amebiana: Entamoeba histoly9ca -‐ Outros protozoários: Balan9dium coli, Giardia lamblia -‐ helmintos: Schistosoma mansoni, Strongyloides stercoralis,
Trichinella spiralis, Cyclospora spp., Microsporidium spp.
-‐ ProcFte (gonorreica, sifilí^ca, por Chlamydia e herpé^ca)
*Sensação dolorosa na bexiga ou na região anal, com desejo conLnuo, mas quase inúFl, de urinar ou de vacuar
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 4
19/03/14
2
-‐ Intoxicação alimentar
Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, Clostridium perfringens, Clostridium botulinum
-‐ E. coli -‐ Enterocolite necro^zante do recém-‐nascido, enterocolite pseudomembranosa (Clostridium difficile), diver^culite (imunossuprimido )
-‐ Helicobacter pylori
DIARRÉIA: eliminação de fezes líquidas, porque há inflamação no intes^no
Maior causa de gastroenterite viral em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Rotavirus
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 5
ASSOCIAÇÕES ENTRE OS ASPECTOS CLÍNICOS E OS AGENTES ETIOLÓGICOS
1. Ingestão de frutos do mar: em especial ostras Vibrio parahaemoly?cus e virus Norwalk � 2. Viagem a países tropicais: -‐ s/ leucócitos nas fezes: E. coli enterotoxinogenica
(ETEC), Rotavirus e Norwalk virus, ou parasitas
-‐ c/ leucócitos nas fezes: E. coli enteroinvasora (EIEC), Salmonella spp. ,Shigella spp., C. jejuni e E. histoly9ca
� 3. Disenteria: amebíase, shigelose, E. coli (EIEC) MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 6
�6. Diarréia secretória DIARRÉIA AQUOSA GRAVE -‐ Vibrio cholerae -‐ desidratação podendo evoluir para o choque e cujas fezes apresentam ASPECTO DE ÁGUA DE ARROZ 1 litro de fluído/hora – Dec. 90 América do Sul 400.000 casos 7. Intoxicação: S. aureus ou Bacillus cereus incubação de curta duração, acompanhado de vômito, origem alimentar causada por toxina
8. Síndrome apendicular: Y. enterocoli?ca
Diarreia secretória – aumento da secreção dos fluídos isotônicos da mucosa intes^nal
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 7
9. Diarréia e vômito significaFvo: crianças pequenas: Rotavirus 10. Diarréia crônica ou subaguda: c/ ou s/ flatulência -‐ giardíase
11. Outras causas (>10 dias): perda de peso -‐ ciclosporiase e criptosporidiose 12. Pacientes imunossuprimidos: Bactérias: Salmonella spp., complexo Mycobacterium avium Vírus: Citomegalovirus, Herpes simplex virus, virus Coxsackie, Rotavirus, Parasitas: Cryptosporidium spp., Isospora belli, Strongyloides stercoralis, Entamoeba coli e Giardia lamblia
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 8
19/03/14
3
MECANISMOS DE PATOGENICIDADE DOS PRINCIPAIS AGENTES DE DIARRÉIA
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 9
DOENÇAS GASTROINTESTINAIS DE ORIGEM ALIMENTAR
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 10
INTOXICAÇÃO ALIMENTAR ESTAFILOCÓCICA
• Principal gastroenterite é a intoxicação alimentar estafilocócica
⇒Alimentos contendo exotoxina produzida por S. aureus -‐ RESISTENTES À ALTERAÇÕES AMBIENTAIS: CALOR RESISTÊNCIA AO RESSECAMENTO E RADIAÇÃO
toxinas que lesam os tecidos ou ↑a virulência • Toxina A: responsável pela ↑ dos casos de intoxicação • Coagulase: toxina termoestável e pode sobreviver a até 30 minutos
de fervura → a^va rapidamente o centro reflexo do vômito no cérebro; cólicas
abdominais e diarréia geralmente vêm a seguir MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 11
• QUALQUER ALIMENTO preparado com antecedência e NÃO MANTIDOS SOB REFRIGERAÇÃO
Ex. MAIONESE, pudins,tortas de creme, presunto e prod. originados de aves
Sintomas: curta duração, -‐ grau de suscepFbilidade do indivíduo, [ ] da enterotoxina no alimento e a quanFdade ingerida
• Período de incubação: 30 min -‐ 8 h • ↑ dos casos: 2 a 4 horas após a ingestão do alimento contaminado
• Reação de caráter imunológico e a recuperação normalmente estará completa dentro de 24 horas
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 12
19/03/14
4
• GRAM – • Microbiota intes^nal • Principais grupos -‐ Enterobacteriaceae -‐ Vibrionaceae -‐ Pseudomonadaceae -‐ Bacteriodaceae
CONTAMINAÇÃO FECAL
INFECÇÃO POR BACTÉRIAS ENTÉRICAS
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 13
• Fímbrias: epitélio intes^nal
• Toxinas que causam distúrbios gastrointes^nais
• ↑ responsável de diarréia em viajantes E. coli enterotoxigênica/ETEC: fator de colonização Diarréia aquosa grave: até 20 litros/dia MORTE: DESIDRATAÇÃO
• 5 milhões de crianças morrem anualmente
Escherichia coli
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 14
• E. coli enterotoxinogênica (ETEC) Fator de colonização, exotoxina/TL e TE; não induz febre • E. coli enterohemorrágica (EHEC) Toxina Shiga (morte células do intes^no), sangue nas fezes • E. coli enteroinvasora (EIEC) Invadem os tecidos: sangue e leucócitos nas fezes nas fezes
• E. coli enteropatogênica (EPEC) Enterotoxinas • E. coli enteroagrega^va (EaggEC) Agream-‐se entre elas (importância clínica ainda não bem definida)
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 15
Campylobacter jejuni
• 3º responsável por diarréias no mundo • Reservatórios animais • Frango
• SINTOMAS: FEBRE, CÓLICAS ABDOMINAIS, SANGUE NAS FEZES
• A RECUPERAÇÃO DEMORA EM TORNO DE 1 SEMANA
NÃO FAZ PARTE DA MICROBIOTA MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 16
19/03/14
5
Shigelose (disenteria bacilar)
• Frequência das infecções: ↑com a idade da criança
• No Brasil: -‐ 8 a 10% em menores de 1 ano -‐ 15 a 18% em maiores de 2 anos Adultos semelhantes aos encontrados em crianças com mais de 2 anos
• A infecção é adquirida NÃO FAZ PARTE DA MICROBIOTA -‐ FEBRE, DOR ABDOMINAL E DIARRÉIA -‐ TOXINA SHIGA -‐ SANGUE E PUS NAS FEZES
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 17
SALMONELOSE
Outras salmoneloses de origem animal: S. choleraesuis, S. enteritidis CONSUMO DE OVOS “CRUS”
• Salmonella typhi FEBRE TIFÓIDE: febre, dor de cabeça, abdominal, manchas PORTADOR: bactéria nas vesículas biliares “Caso Mary Tifóide” INCUBAÇÃO: 8-‐14 DIAS, infecção disseminada
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 18
Yersinia enterocoli?ca Dor abdominal no lado direito e febre Complicações sérias: -‐ artrite reumatóide (síndrome de Reiter) -‐ erupções na pele (eritema nodoso) -‐ conjun^vite -‐ osteomielite e bacteremia também podem ocorrer • Alimentos contaminados, leite NÃO PERTENCE A FLORA
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 19
Helicobacter pylori -‐ Casos de úlceras gástrica DiagnósFco: biópsia tecidual, cultura de organismos, testes sorológicos e coprocultura, detecção de anLgenos
Tratamento: anFbioFcoterapia
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 20
19/03/14
6
COLITE PSEUDOMENBRANOSA • Clostridium difficile • Associada ao uso prolongada de anFmicrobianos • Diarréia severa, cólicas abdominais e febre • Produção de toxinas de A e B • Tratamento: metronidazol, vancomicina e probióFcos
Endoscopia do cólon com colite pseudomembranosa MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 21
DIAGNÓSTICO LABORATÓRIAL DOS PRINCIPAIS PATÓGENOS
IDENTIFICAÇÃO BACTERIANA
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 22
COPROCULTURA
• Cultura das fezes
• Coletadas no início da diarréia
• Antes do uso de anFmicrobianos orais ou sistêmicos
• Coprocultura deve ser acompanhada com um exame bacterioscópio de esfregaço de fezes corado pelo Gram MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 23
MATERIAL INVESTIGADO NA ROTINA: • Fezes: coletor universal (meio de transporte)
• Biópsia: Inves^gar o Helicobacter pylori
• Suco Gástrico: Mycobacterium spp. Coleta é realizada pela equipe médica
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 24
19/03/14
7
MEIOS DE TRANSPORTES
• FUNÇÃO: TRANSPORTE DE MATERIAL FECAL E CONSEQUENTE CONSERVAÇÃO DOS MICRORGANISMOS
• Meio Stuart, Cary Blair: Patogênicos e outros coliformes fecais sobrevivem bem neste meio. Carência de uma fonte de nitrogênio impede a mul^plicação de microrganismos e a composição nutri^va garante a sobrevivência deles
• SALINA TAMPONADA: Meio líquido tamponado que mantém a bactéria viável
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 25
MEIOS DE CULTURA • SS (Salmonella spp e Shigella spp) • Mac Conkey ( enterobactérias) • Karmali (Campylabacter Spp) • Ágar Sangue (S. aureus e leveduras) • TCBS (Vibrio cholerae) Provas Bioquímicas EPM Mili ou Rugai Araújo
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 26
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 27
SoroFpagem de Escherichia coli • E. coli enteroinvasora A e B • E. coli enteropatogênica A, B e C • E. coli enterohemorrágica EO 147 • E. coli enterotoxigênica SoroFpagem de Shigella • S. sonnei • S. flexnerii • S. dysenteriae • S. boydii SoroFpagem e RoFna de IdenFficação de Salmonella • An^soro polivalente • An^soros monovalentes de grupo (A,B,C,D e E) • An^soros monovalentes flagelares (a,b,c,d,i,1,2 e 5) • Salmonella grupo D (não typhi) é a mais comum
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 28
19/03/14
8
DOENÇAS GASTROINTESTINAIS DE ORIGEM ALIMENTAR
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 29
DOENÇAS GASTROINTESTINAIS DE ORIGEM ALIMENTAR
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 30
DOENÇAS GASTROINTESTINAIS DE ORIGEM ALIMENTAR
MMC_2014 Profa. Dra. Flávia Gehrke 31