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INSIGHT Criatividade torna processos de Coaching mais lúdicos e eficientes Criatividade torna processos de Coaching mais lúdicos e eficientes Entrevista Artigo Especialista em Criatividade, Dra. Eunice Soriano, da UnB, desvenda os caminhos e desafios da inovação Quais os impactos das escolhas em nossas vidas Pág. 18 Pág. 6 Pág. 11 E MAIS: Perguntas Poderosas | Leitura Obrigatória | Agenda | Melhores Momentos | Agradecimentos EDIÇÃO 01 MAIO/2015 Conteúdo para Coaches Criativos MAGAZINE

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INSIGHTCriatividade torna processos de Coaching mais lúdicos e eficientes

Criatividade torna processos de Coaching mais lúdicos e eficientes

Entrevista

Artigo

Especialista em Criatividade, Dra. Eunice Soriano, da UnB, desvenda os caminhos e desafios da inovação

Quais os impactos das escolhas em nossas vidas

Pág. 18

Pág. 6

Pág. 11

E MAIS: Perguntas Poderosas | Leitura Obrigatória | Agenda | Melhores Momentos | Agradecimentos

EDIÇÃO 01MAIO/2015

Conteúdo para Coaches Criativos

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identificação de necessidades de rupturas e re-direcionamentos na forma de “escolher”. Com isso, atingi resultados mais satisfatórios e coe-rentes com meus anseios, sonhos e ideais.

Como que para marcar esta quebra de para-digma, resolvi tatuar no meu antebraço direito (remetendo à minha razão) a frase: “Eu tenho o direito e a coragem de ser imperfeito”, com a minha própria letra: torta e imperfeita. O detalhe é que nunca gostei ou me imaginei tatuado. Ou-tro ícone que evidencia o meu movimento, nesta fase da vida, foi raspar a cabeça, como quem quisesse recomeçar do zero, deixando ir para deixar vir “novas possibilidades”. (Pode parecer bobagem, mas em 37 anos, nunca havia usado outro corte de cabelo.)

Por fim, espero que a leitura do conteúdo que está por vir nas próxi-mas páginas, contri-bua, de alguma forma, para inspirar você, lei-tor, a alçar voos mais altos, sentindo a brisa e o frescor do vento, bem como a autoper-cepção dos seres úni-cos, especiais e criati-vos que somos.

Boa leitura a todos!

EDITORIAL

A revista “Insight Magazine – Conteúdo para Coaches Criativos” é o resultado de quase dois anos de mergulho no univer-

so do Coaching, por meio do Curso de Pós-Gra-duação em Coaching, coordenado pela Home-ro Reis & Consultores (HRC) e chancelado pela Faculdade JK.

A experiência em si, para mim, tem representado um mergulho visceral pelo processo com o qual me identifiquei há exatos seis anos, e que me foi apresentado, pela primeira vez, durante a segun-da edição do Curso de Coaching: Teoria e Prática (CCTP), realizado, pela HRC, nas dependências do Torre Palace Hotel.

Desde 2009, portanto, o Coaching nunca mais deixou de fazer parte da minha caminhada. Com-pus a segunda turma do ACE – Autonomia: Cons-ciência para Evoluir -, uma repaginação do antigo LPE (Liderando a Própria Evolução), processo respaldado pelo Coaching Conectivo e desenvol-vido pelo Karana - Inteligência Emocional para Lí-deres. Na sequência, firmei parceria com a Ekoá Jogos Empresariais, utilizando, mais uma vez, o Coaching como ferramenta de desenvolvimento da minha equipe; de estabelecimento de metas; e de organização de processos organizacionais. Deste ponto foi um pulo para a contratação do coach Monclair Cammarota, diretor da Ekoá, que muito contribuiu para o aprofundamento de mi-nhas questões pessoais e conquistas de objeti-vos traçados durante o meu processo.

Mas afinal, por que o Coaching fez - ainda faz - tanto sentido para mim? Entendendo-o como um processo que apoia o coachee (ou componentes de uma organização) a atingir (ou atingirem) re-sultados até então não alcançados – seja na vida pessoal, familiar, amorosa, profissional, etc -, per-cebi que não se tratava meramente de uma técni-ca, mas de um estilo de vida que nos lança à mis-são de “servir à comunidade e às pessoas que

Flávio ResendeEditor

nos buscam a partir da premissa de que todos somos seres dialógicos; e de que a linguagem é ativa e geradora”, como tantas vezes abordado na Pós-Graduação.

No curso, bebemos na fonte do Coaching Ontológi-co, que é fundamentado na filosofia da linguagem, mais especificamente na Ontologia da Linguagem; além da filosofia existencialista, de práticas ances-trais e de ciências modernas.

Em suma, trabalhamos com uma abordagem con-versacional, que “parte do pressuposto de que pela aprendizagem nos recriamos e nos encontramos com quem somos” e que, mais do que uma con-versa pontual, que pode se encerrar em si mesma (como propõem algumas abordagens de Coa-ching), o “Coaching Ontológico representa também um processo de transformação contínua e profun-da, que perpassa a aceitação do ser que se é”, con-ceituam as apostilas da HRC.

A ideia de materializar o trabalho final do Curso de Pós-Graduação em Coaching, por meio de uma revista, tem algumas explicações pragmáti-cas. Primeiro, porque não queria fazer uma mono-grafia convencional, haja vista que desde o início meu interesse acadêmico era aprofundar como poderíamos ser mais criativos, na condição de coaches. Segundo porque sou jornalista e tanto o canal de comunicação quanto a temática (criativi-dade) são familiares para mim. E em terceiro e úl-timo lugar, porque o formato de apresentação do conteúdo, na minha percepção, deveria ser mo-derno e palatável.

Em geral, o público da revista “Insight – Conteú-do para coaches criativos” é formado por coaches e interessados tanto em Coaching quanto em Criatividade. Os textos foram produzidos a partir de entrevistas realizadas com especialistas (nos dois temas), coachees e acadêmicos, bem como de leituras de publicações que fundamentam o

meu conhecimento acerca do assunto. São elas: (SCHARMER, C. Otto. Teoria U: como liderar pela percepção e realização do futuro emergente. Ed. Campus, 2010; SENGE, Peter; SCHARMER, C. Otto; JAWORSKI, Joseph; e FLOWERS, betty Sue. Pre-sença: propósito humano e o campo do futuro. Ed. Cultrix, 2012; CASTILHO, Maria Andrade; SANMAR-TIN, Stela Maris. Criatividade no processo de Co-aching. Ed. Trevisan, 2013; WUNDERLICH, Marcos; e SITA Maurício. Coaching & Mentoring: Foco na Excelência. Ed. Ser Mais, 2013; ALENCAR, Eunice Soloriano de. A Gerência da Criatividade: abrindo as janelas para a criatividade pessoal e nas orga-nizações. Ed. Pearson Education, 1996; REIS, Ho-mero. Coaching Ontológico: a teoria da decisão. Ed. Thesaurus, 2010; OSTROWER, Fayga. Criativi-dade: processos de criação. Ed. Vozes, 1987; DE PAULA, Maurício. A arte do Coaching – Por uma vivência de 10.000 horas. Ed. All Print, 2011; KEL-LEY, Tom. A arte da inovação: lições de criativida-de da Ideo, a maior empresa norte-americana de design. Ed. Futura, 2001; e PREDEBON, José. Cria-tividade hoje: como se pratica, aprende e ensina. Ed. Atlas, 1999).

Posso dizer que sou outra pessoa a partir da experiência vivida no Curso de Pós-Graduação em Coaching, embora ontologicamente falando, nos modificamos a cada segundo a partir das experiências que vivemos e como a sentimos.

Todo este aprofundamento teórico culminou em mudanças estruturais na minha vida, a partir da

EXPEDIENTEA Inshigt Magazine – Conteúdo para Coaches Criativos é resulta-do do trabalho final de Flávio Silveira Alves de Resende, no Curso de Pós-Graduação em Coaching, coordenado pela Homero Reis & Consultores (HRC) e chancelado pela Faculdade JK, no período de junho de 2013 a abril de 2015.

Edição e Redação: Flávio ResendeCoordenação e Orientação: Prof. M.SC. Homero ReisRevisão: Wellington Pantaleão

Projeto Gráfico e Diagramação: Everton PinheiroFotografia: Arquivo pessoal; arquivo HRC; e arquivos pessoais do colegas do Curso de Pós-Graduação em Coaching e das pessoas entrevistadas para a publicaçãoImpressão: Rainbow Gráfica RápidaTiragem: Dez exemplares impressos + versão eletrônica distribuída para mailing dirigidoApoio Logístico: Proativa ComunicaçãoContatos: (61) 3242-9058 / 9216-9188 / [email protected]

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ÍNDICE

CAPA

FORMAÇÃOENTREVISTA

MELHORES MOMENTOS

LEITURA OBRIGATÓRIA

AGENDAARTIGO

AGRADECIMENTOSCOACHING

Criatividade e Coaching: um casamento ideal? Veja, nas páginas a seguir, o que especialistas na área estão fazendo e experimentando sobre o assunto

Aonde é permitido pensar fora da caixinha

Profª Emérita da UnB, Dra Eunice Soriano, explica como as pessoas podem ser mais criativas tanto na vida pessoal quanto no trabalho

Coluna resgata momentos marcantes do curso de Pós-Graduação em Coaching, da HRC

Confira as dicas de leitura sobre Coaching e Criatividade

Reunimos os melhores cursos e eventos sobre Coaching e Criatividade

“O poder das escolhas”

“Sensação de dever cumprido e muito aprendizado”

A criatividade e o poder das perguntas

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ENTREVISTA

“Nós vivemos numa sociedade anti-criativa”

A afirmação é da professora emérita da UnB, Eunice Maria Lima Soriano de Alencar, que dedicou mais de 40 anos de sua vida ao estudo do tema “criatividade”

A voz tranquila e baixinha, o jeito manso e cativante e a forma delicada de tratar as pessoas, já no primeiro momento, entrega: Eunice Maria Lima Soriano de

Alencar é de Teófilo Otoni, Minas Gerais. E como toda boa mineira, tem na simpatia a sua marca registrada. Quem olha para a pacata senhora de 70 anos (recém completados) tende a imaginar que o seu passatem-po preferido é cozinhar ou fazer crochê. Ledo engano. O que ela se diz verdadeiramente apaixonada, além da família, é pelos estudos. Começou cedo e nunca mais parou. Até hoje, dedica grande parte do seu tem-

entrevista e fotos: Flávio Resende

Insight Magazine | 76 | Insight Magazine

po livre a ler e a escrever. Com isso, coleciona mais de 40 livros e outras centenas de artigos publicados (de sua autoria), principalmente sobre criatividade – uma de suas paixões e objeto de pesquisa há mais de 40 anos. “Tenho textos publicados em várias línguas sobre o assunto. Já viajei o mundo todo discutindo esta temática que tanto me fascina. Ano passado, por exemplo, estive num congresso sobre criativida-de na Eslovênia. E tenho recusado convites de par-ticipação em outros eventos, por conta do tempo. Preciso produzir e me dedicar às pesquisas”, afirma Dra Eunice. Nesta entrevista, concedida à Insight

Magazine – Conteúdo para Coaches Criativos, em sua residência, num dos intervalos de suas várias ativida-des (recebia uma amiga como hóspede em sua casa; gerenciava uma reforma, com direito a quebradeira e tudo; e, é claro, está em plena produção de mais ou-tro livro), a professora, conhecida como referência em Criatividade na Universidade de Brasília (UnB) - onde entrou em 1972 e hoje é professora emérita - e na Uni-versidade Católica de Brasília (UCB) - onde lecionou por 15 anos -, conta que teve um AVC, há alguns anos, oca-sionando-lhe a perda da memória, mas que, felizmente, a mesma voltou. “Ainda sinto lapsos de perda de memória”,

contextualizava, no meio da entrevista, quando adentra-va em seus curiosos “causos”, que por conta do espaço não puderam ser todos transcritos aqui. Aluna da pri-meira turma de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dra Eunice Maria concluiu o seu mestrado em 1970, na Purdue University, nos Estados Unidos; e Doutorado na mesma instituição, em 1974. Mãe de quatro filhos (todos homens) e avó de cinco netos, veio para Brasília acompanhando o marido, fun-cionário do IPEA, transferido para a nova capital no iní-cio da década de 70. “Escrever um bom texto pra mim exige muita concentração. É como montar um quebra-

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“Nós aprendemos desde criança que não podemos errar! E faz parte da cultura das organizações também. Como profissional, você é cobrado para ser criativo “desde que não erre”. Antes de tentar algo novo, você pode ter certeza de que pode dar certo? Absolutamente, não.”

Eunice Soriano, professora da UnB

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-cabeça”, descreve o seu processo produtivo a cidadã honorária de Brasília, que se vê produzindo ainda por muitos anos na cidade que escolheu para chamar de sua. E que assim seja, Dra. Eunice!

Insight Magazine: O que é criatividade, na sua percepção?

Eunice Alencar: A criatividade é um fenômeno alta-mente complexo, plurifacetário, plurideterminante, e que tem muitos fatores que contribuem para a sua expressão. Por conta disso, há muitas definições. Algumas focalizando a pessoa; outras, processos, produtos; etc. Há centenas de definições. É um pro-cesso que resulta em algo, podendo ser um produto tangível ou não tangível, que seja não só novo, mas também considerado apropriado, de valor. A origina-lidade seria a essência da criatividade, que por sua vez consistiria em ver o que todo mundo vê e pensar no que ninguém nunca pensou. Seria o novo. Mas não basta que seja original. No entanto, muitos não conseguem ver o valor. Muitas pessoas morrem lu-tando para terem as suas ideias reconhecidas, por-que estavam à frente do seu tempo. Nas artes, letras e ciências, por exemplo, muita gente foi hostilizada, vaiada até, embora tenha sido extremamente criativa para a sua época.

IM: Por que algumas pessoas são naturalmente mais criativas do que outras?

EA: São muitos os fatores: tanto do próprio indivíduo quanto do contexto. Incluindo, elementos da pessoa, como os traços de personalidade. De modo geral, quando se pensa em criatividade, normalmente nos remetemos às ideias, aos pensamentos criativos, habilidades cognitivas relacionadas ao pensamento criativo, ou seja, fluência de ideias, flexibilidade de ideias, originalidade, pensamentos metafórico e ana-lógico, que facilitam a chegar ao novo, ao útil. Mas há vários atributos de criatividade. Por exemplo, auto-confiança. Se você não acredita em si mesmo, dificil-mente vai ousar; a tendência é abortar muitas ideias, antes mesmo delas nascerem; persistência, não de-sistindo diante do primeiro obstáculo; correndo riscos calculados, coragem (que tem a ver com autoconfian-ça). Tem uma frase bonita do Erich Fromm (psicana-lista alemão, filósofo e sociólogo), que eu gosto mui-to: “Sem coragem e sem fé, a criatividade não existe”. Em resumo, você precisa ter coragem, porque nor-malmente existe muita resistência às novas ideias. E por isso você tem que acreditar. Então, nós já nasce-

mos assim, criativos? Não necessariamente. É todo um processo de socialização. Em geral, a curiosidade das crianças é mutilada na escola e na família. Man-ter viva a curiosidade é extremamente importante, até porque ela é a mola mestre do trabalho do cientista.

IM: Existe uma diferença entre criatividade e inovação?

EA: Não há muito consenso. Vários autores discu-tem estas diferenças, que são sutis. Outros traba-lham como sinônimos. No meu entender, o termo criatividade se encaixa melhor na maioria das vezes, do que inovação.

IM: Que fatores mais inibem a nossa criatividade?

EA: Um deles é a tendência de pressão ao conformis-mo. Nós vivemos numa sociedade anti-criativa. Há um autor italiano que estudou as sociedades criativogêni-cas. Há momentos da história em que determinadas expressões criativas foram mais valorizadas. Hoje, a sociedade estimula que nos encaixemos num mode-lo. O diferente é muito punido. E não conseguimos, em geral, perceber isso. Só que o ser humano tem uma necessidade básica: ser amado, ser reconheci-do, ser aceito. E o medo de não ser aceito, de certa forma, nos inibe a criar. Muitas vezes nós abrimos mão do nosso crescimento para ser aceito pelo ou-tro. Para criar, você tem que ter muita coragem, pois a nossa sociedade é castradora. Nós aprendemos desde criança que não podemos errar! E faz parte da cultura das organizações também. Como profissio-nal, você é cobrado para ser criativo “desde que não erre”. Antes de tentar algo novo, você pode ter certeza de que pode dar certo? Absolutamente, não. Como so-mos carentes, quando erramos, somos vistos como fracassados. E somos punidos por isso. Quando se trabalha com criatividade, algo é certo: você tem que ousar! E não pode ser punido por isso. E nem ter medo da punição.

IM: Entendendo o Coaching como um processo que apoia o outro a alcançar resultados que, sozinho, até então, ele não conseguiria atingir, para trabalhar a criatividade junto a grupos, por exemplo, é preciso entender o perfil deste grupo?

EA: Na condição de professora, quando eu come-ço a ministrar uma disciplina, não sei se vou dá-la novamente. Daí a primeira pergunta que me faço é: como posso encantar esta turma com a minha aula? Que estratégias eu posso utilizar para fazer

com que eles se encantem com o conteúdo? Mas isso vai depender muito do grupo também. Por-tanto, é fundamental sentir e perceber como estas pessoas se movimentam; ouvir o coração das pes-soas, o não audível. Usar os nossos sensores para ouvir o “não audível”.

IM: E como se consegue desenvolver esta capacidade de ouvir o não audível?

EA: Eu acho que ela pode ser desenvolvida sim, com as experiências de cada um, com a sua formação, e com toda esta riqueza que temos que vem da Filo-sofia, da Religião, entre outras. Nosso potencial para aprender é ilimitado, assim como a nossa criativida-de. Infelizmente, nós aprendemos, cedo demais, que não somos capazes, que não somos criativos, e, o pior, somos comparados o tempo inteiro.

IM: As pessoas, em geral, associam criatividade a áreas como Publicidade, Artes Plásticas, Arquite-tura, etc. E qualquer pessoa pode ser criativa, não? Uma faxineira, por exemplo, pode ser criativa na forma de

limpar a casa. O coach pode ser criativo ao trabalhar o seu coachee com recursos que chamam a sua atenção. A senhora concorda com isso?

EA: Sem dúvidas. Podemos ser criativos a todo ins-tante, e nas mais diferentes situações. Tem um livro que gosto muito de uma autora muito interessante, Erika Landau (psicóloga israelense, especialista em crianças e jovens com altas habilidades, que morreu recentemente), que retrata muito bem isso: “O Viver Criativo”, publicado originalmente em alemão.

IM: A criatividade começou a ser estudada com mais intensidade a partir de quando?

EA: Como ciência, o ponto marco foi em 1950, com um psicólogo J. P. Guilford, na época eleito presidente da Associação Americana de Psicolo-gia. Ele vinha fazendo pesquisas sobre inteligên-cia. Ele, portanto, construiu um novo modelo de inteligência (pensamento divergente, pensamento convergente, flexibilidade de ideias, originalidade de ideias), introduzindo pesquisas mais profundas

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sobre criatividade. No primeiro livro (Psicologia: Introdução aos Princípios Básicos do Comporta-mento, Ed. Vozes), escrito em 1974, em que trago um capítulo sobre Criatividade, pedi autorização a ele para publicar o seu modelo de Inteligência.

IM: Criatividade e inteligência estão muito interligados?

EA: Para alguns autores, a criatividade é uma faceta da inteligência. Para outros, o contrário. Mas há mui-tas discussões a respeito do assunto.

IM: O que levou a senhora a ter tanto interesse por este tema?

EA: Eu adoro estudar. Foi nos Estados Unidos, onde mo-rei e estudei uma fase da minha vida (final da década de 1960) que tudo começou. Na universidade lá (em India-na, nos EUA), onde fiz meu mestrado, descobri uma dis-ciplina sobre Criatividade e outra sobre Superdotação. Me encantei e me dediquei a aprofundar estes temas. Desde então, estou sempre escrevendo sobre estes dois assuntos e esta é minha missão neste planeta.

IM: Qual a sua obra predileta, o seu xodó?

EA: Já me fizeram esta pergunta muitas vezes. Um dos que mais gosto é um livro meu, muito antigo, que quando eu escrevi, acredito que estava à frente do meu tempo. Se eu tivesse escrito ele hoje, teria uma aceitação maior: “A criança na família e na sociedade” (1ª edição de 1982).

M: Quem a senhora considera uma pessoa criativa?

EA: Há várias pessoas, mas tem uma que sempre achei bastante criativa. Uma senhora que trabalhou na minha casa durante 41 anos. Ela era super criativa em tudo, inclusive no relacionamento com os meus filhos. O Homero Reis é outra pessoa que considero criativa. Ele se destacou na apresentação de seu tra-balho. Me lembro que ele usou uma carta, como se ele fosse Freud, e jogou por baixo da minha porta. Me impactou tanto, que me lembro até hoje.

M: Que frase sintetiza a sua percepção sobre criatividade?

EA: A frase de Erich Fromm: “Sem coragem e sem fé, a criatividade não existe”.

NOTA DO EDITOR

Quando perguntei para o meu orientador, Homero Reis, sobre que perguntas ele acreditava que deve-ria fazer à entrevistada - sua professora no Mestrado em Administração, na UCB - a resposta foi: “Vá com os sentidos aflorados e sinta profundamente o que ela tem pra te dizer. Escute as entrelinhas!”. Pois foi neste clima que cheguei à casa de D. Eunice Maria no Lago Sul, numa tarde chuvosa de março, depois de vários dias pesquisando os seus contatos (não foi fácil achá-la) e a sua trajetória. Sabia que a minha missão era desvendar os mistérios da criatividade, proporcionando aos leitores da Insight Magazine – Conteúdo para Coaches Criativos caminhos para que fossem mais criativos na abordagem com seus coa-chees. Já por telefone, a entrevistada comentou que não conhecia nada sobre Coaching – o que tornou a entrevista mais deliciosa ainda, pelo compartilha-mento de informações sobre temas apaixonantes para entrevistada e entrevistador. Em uma hora de duração, a entrevista me despertou para um tema até então relativamente distante para mim, na con-dição de jornalista. De fato, havia uma missão por trás desta entrevista: abrir a minha mente para apro-fundar o tema criatividade num curso de Mestrado. Ao final do bate-papo, D. Eunice Maria soltou, como que numa flechada, a frase: “Você sorri com os olhos, sabia?” E ao se despedir de mim, no portão de casa, sentenciou, no mesmo tom baixinho e mineiro: “Que você realize todos os seus sonhos, menino!” Amém, Dra Eunice! E tenha a minha gratidão, mais uma vez!

[FR]

ARTIGOO poder dasescolhas

É comum ver as pessoas reclamarem dos re-sultados obtidos na vida pessoal, profissio-nal ou amorosa como se tudo não passasse

de mera coincidência do destino. Seríamos, então, predestinados a viver as nossas histórias tal como elas se desencadeiam ou a construímos dia após dia, a partir das escolhas que fazemos? Por que, afinal, é tão difícil escolher? Faríamos escolhas diferentes se, no momento de tomada de decisão, elas chegassem em fases distintas de nossas vidas? Estes são alguns dos questionamentos que me faço quando o assunto em questão são as escolhas.

O Coaching nos ajuda a entender esta equação de que não é porque sempre foi de um jeito a nossa vida, que devemos ou precisamos continuar fazendo da mes-ma forma. Em termos práticos, costumamos afirmar que é, efetivamente, impossível colhermos “melancia” se passamos a vida interna plantando “mamão”.

Repare que neste contexto não existe um certo ou um errado. Ninguém afirmou que melancia é melhor do que mamão. Simplesmente, acabamos por obter um resultado, quando o nosso anseio é por outro. E isso de algum modo nos torna infelizes ou incompletos (se é que a completude existe).

É aí que entra o coach, profissional que tem como ob-jetivo levar o coachee (isto é, a pessoa que se subme-te à intervenção de Coaching) à reflexão sobre como é possível fazer diferente para atingir os resultados esperados. Ou seja, o movimento é o de desconstruir os paradigmas, remodelando e experimentando no-vas possibilidades de atuação.

Inexoravelmente, ao longo da vida, passamos por situações em que somos confrontados a fazer esco-lhas que podem alterar o rumo de toda uma trajetória.

Quando ainda adolescentes, por exemplo, escolhe-mos o curso superior que vamos estudar, e isso pode

por Flávio Resende*

determinar vários campos de nossas vidas. Estaría-mos aptos a fazer escolhas de tamanha importância, sem a maturidade necessária? Se fizermos a escolha errada, teremos volta?

O temor em decidir está diretamente relacionado com a importância e com o possível impacto que a decisão poderá ter na vida de uma pessoa. Em geral, são si-tuações que geram dúvidas e incertezas. Mas, afinal, como decidir sobre coisas tão relevantes? E se não for a melhor decisão? E se eu me arrepender?

Escolher implica, necessariamente, em abrir mão de alguma coisa, na expectativa de ganhar outra. E, por-tanto, não temos como saber qual é a melhor opção. Não há uma fórmula mágica que nos garanta o que dará certo ou não no futuro. E quase sempre esta in-certeza é motivo de angústia e ansiedade.

Há também quem prefira culpar o outro ou o destino. Como consequência, o resultado pode acabar sendo muito diferente daquele que gostaríamos, gerando ainda mais frustração. E o pior: não somos capazes de perceber o quão responsáveis fomos por isso. Afi-nal, tudo é escolha – inclusive, quando ficamos iner-tes frente aos estímulos e, sobretudo, quando permiti-mos que alguém faça a escolha por nós.

O caminho, então, talvez seja perceber que mesmo quando preferimos não decidir nada, uma decisão já foi tomada: a de não se comprometer. A questão é que não percebemos que realizamos, muitas vezes, esse mecanismo de fuga.

Em resumo, vivemos num mundo repleto de riscos, onde nunca teremos a certeza se nossas escolhas se-rão as mais adequadas. E nos posicionar talvez possa implicar em trilhar caminhos, no mínimo, mais hones-tos com nós mesmos.

* Flávio Resende é jornalista, coach, e pós-graduando em Coaching Ontológico, pela Homero Reis & Consultores.

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LEITURAOBRIGATÓRIA:

Selecionados a dedo:

Eis o livro base que deu sustentação teórica a todo o curso de Pós-Graduação em Coaching, da HRC. Já pela capa, a mensagem chave fica evidente para o leitor: “mente aberta, coração aberto e vontade aberta”, ilustrados por uma seta em formato de U, mostrando que o mergulho em questões profundas como a consciência e a capacidade de liderança coletiva podem tornar-se requisitos essenciais de sobrevivência num mundo repleto de fracassos institucionais como o que vivemos atualmente.

Nesta publicação, Otto Scharmer apresenta uma teoria que é uma poderosa tecnologia social de mudança, transformadora, que ajuda líderes a enfrentar os seus desafios em um futuro cada vez mais complexo e imprevisível. O curioso é que embora a publicação pareça ter sido escrita para organizações, a teoria se encaixa perfeitamente no processo de Coaching, inclusive, no mapeamento da sessão, quando o coach passa a ter a compreensão, entendendo a teoria, de que momento ele está com seu coachee na jornada de aprendizagem dele.

O “Modelo U” abre reflexões sobre como abrir a nossa mente, emoções e vontade para chegarmos nos momentos de descoberta e de compreensão mútua. Scharmer reconhece duas fontes diferentes de aprendizagem: aprender com as experiências passadas, e “aprender com o futuro tal como ele

Este foi o melhor presente de aniversário que eu poderia ter ganhado, de Sabrina Ferroli, na vida. Sim, foi desta forma que tive acesso ao livro de Brené Brown, líder na lista das obras mais lidas pelos americanos, publicada no The New York Times, em 2012. Sua leitura consumiu semanas, meses, para que as palavras pudessem ser degustadas, uma a uma. E

emerge”, que significa, como o futuro se manifesta para nós.

Em linhas gerais, segundo o autor, “o que nos impede de prestar atenção às situações de forma mais eficaz é que não estamos plenamente conscientes e em contato com o lugar interior do qual a atenção e a intenção se originam”.

A Teoria U, fruto de dez anos de pesquisas e ações de aprendizagem e entrevistas com mais de 150 profissionais e líderes, com foco nos negócios, “apresenta uma nova lente para olhar a liderança e a gestão, e também um tipo de metodologia. Como lente, observa a liderança e as habilidades sociais de um ponto de vista profundo, que não só leva em conta o que fazem os líderes e como o fazem, mas que enfoca algo que não tinha sido contemplado pelos teóricos: o lugar de onde atuam.”

Com muitas infografias, para tornar a teoria mais compreensível (foram necessárias duas leituras para a assimilação do conteúdo), o livro traz uma rica diversidades de histórias e exemplos, bem como exercícios e práticas que permitem a líderes e organizações, de modo geral, conectarem-se com suas melhores possibilidades futuras, adquirindo maior consciência e capacidade de realizá-las. (FR)

Teoria U: Como Liderar pela Percepção e Realização do Futuro Emergente

A coragem de ser imperfeito

A arte do Coaching

Criatividade no processo de Coaching

Autor: C. Otto Scharmer

Autor: Brené Brown

Autor: Maurício de Paula

Autores: Marta Andrade Castilho e Stela Maris Sanmartin

Título: Teoria U Subtítulo: Como Liderar pela Percepção e Realização do Futuro Emergente Autor: C. Otto ScharmerISBN: 9788535238815 Páginas: 432 Edição: 1 Tipo de capa: Brochura Editora: Elsevier Ano: 2010 Assunto: Administração e Negócios Idioma: Português Preço sugerido: R$ 98,91

Título: A coragem de ser imperfeito Subtítulo: Como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é pode leva-lo a uma vida mais plena Autor: Brené BrownISBN: 9788575429587 Páginas: 208 Edição: 1 Tipo de capa: Brochura Editora: Sextante

Título: A arte do Coaching Subtítulo: Por uma vivência de 10.000 horas Autor: Maurício de PaulaISBN: 8577188868 Páginas: 280 Edição: 1 / Tipo de capa: Brochura Editora: All Print Editora Ano: 2011Assunto: Recursos Humanos

Título: Criatividade no processo de Coaching Autores: Marta Andrade Castilho e Stela Maris SanmartinISBN: 9788599519592 Páginas: 198 Edição: 1 / Tipo de capa: Brochura Editora: Trevisan Editora / Ano: 2013Assunto: Recursos Humanos

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Ano: 2013Assunto: Autoajuda | Espiritualidade Idioma: Português Preço sugerido: R$ 29,90

Idioma: Português Preço sugerido: R$ 37,00

Idioma: Português Preço sugerido: R$ 44,90

tocou tanto na alma que me inspirou a tatuar a frase “Eu tenho o direito e a coragem de ser imperfeito” no antebraço direito, na reta final de conclusão deste curso de Pós-Graduação em Coaching. O livro trata, de forma leve e visceral do que significa viver com ousadia; as aventuras da autora naquilo que ela chama de “arena da vida”; Escassez e a cultura de não ser bom o bastante; mitos da vulnerabilidade; entre muitos outros contagiantes assuntos relacionados à condição de seres imperfeitos que somos. Para a Dra. Brené Brown, viver é experimentar incertezas, riscos e se expor emocionalmente. Mas isso pode ser muito bom. A depender de nosso olhar. Não só vale a leitura, como, no meu caso, trata-se de uma das publicações que, até hoje, mais acessou a minha alma.

Descobri este título por acaso, mexendo nas prateleiras da Livraria Cultura, do Casa Park. A capa não me chamou a

A leitura do livro acima para a produção da revista Insight - Conteúdo para Coaches Criativos foi obrigatória. E indico ao leitor

atenção, tampouco o título. Mas ao abrir o livro, por curiosidade, me deparei com a seguinte frase do autor: “Estar sempre certo ou ser perfeito, pouco importa, mas melhorar, muito”. Ela foi o bastante para me tocar e instigar a minha curiosidade sobre o conteúdo, trazido por Maurício de Paula, de um modo didático e muito simples de ser compreendido. Definiria como uma leitura básica, mas necessária, para quem não domina a técnica, mas tem interesse em entender mais sobre as várias possibilidades oferecidas pelo Coaching.

que se interessa pela temática que o compre - tal como fazemos com os nossos livros de cabeceira. Marta e Stela foram pioneiras ao abordar um tema tão atual e interessante para quem atua com Coaching. Esperava, no entanto, que a abordagem fosse mais focada nas pessoas e não nas organizações – o que me decepcionou um pouco. Mas, em linhas gerais, este livro busca mostrar que é possível facilitar o processo transformador conscientemente desejado por executivos submetidos à aprendizagem oferecida pelo Coaching, utilizando técnicas desbloqueadoras e ativadoras da criatividade. Indico a leitura!

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Estante indispensável:

O livro, recém-lançado, com 317 páginas, pela Editora Papirus Sete Mares, é leitura obrigatória para quem deseja mergulhar pelo universo da inovação e criatividade. O texto, redigido em formato de entrevista, por um dos publicitários mais geniais de todos os tempos (Celso Loducca), em si, já é inovador. Que dirá o conteúdo! Preço sugerido: R$ 33,60.

Esta obra traz 49 textos, escritos por especialistas em Coaching (entre os quais a nossa brilhante colega de curso, Ana Veras Vilanova, sobre Coaching e Mentoring, aprofundando o tema a partir de diversas perspectivas. Preço sugerido: R$ 58,90.

Editada em 1997, a publicação permanece atual na abordagem do papel decisivo da criatividade nas organizações modernas; e em definições como criatividade e inovação. Há capítulos curiosos como “O que a criatividade certamente não é”, “Bloqueios mentais” e “resolução criativa de problemas”. Preço sugerido: R$ 106,60.

Um dos maiores estudiosos de Coaching Ontológico no Brasil, Homero Reis – que bebeu da fonte de Humberto Maturana – biólogo chileno, PhD em neurobiologia, crítico do realismo matemático e criador da teoria da autopoiése e da Biologia do ser – traz neste livro a discussão em torno de algo que parece tão inerente à vida, mas ao mesmo tempo tão determinante para o resultado que nós, seres humanos, colhemos: a decisão. Em outras palavras, as escolhas que influenciam no que somos ou nos tornamos. Em meio a exemplos e reflexões como a intitulada “A revoada Caórdica”, o leitor mergulha no universo do Coaching Ontológico, de maneira leve e descontraída, marcas registradas do autor. Preço sugerido: R$ 30,00.

Grandes Criativos

Coaching & Mentoring Foco na Excelência: saiba como ultrapassar a barreira do comum e vencer na vida pessoal e profissional

A Gerência da Criatividade: abrindo janelas para a criatividade pessoal e nas organizações

Coaching Ontológico: a teoria da decisão

Autor: Celso Loducca (org.), entrevistando: Alex Atala, Alexandre Machado, Eduardo Srur, Marçal Aquino, Marcelo Rosenbaum, Paulo Lima, Rodolfo Garcia Vásquez e Ronaldo Bastos

Autores: Marcos Wunderlich e Maurício Sita (org.)

Autora: Eunice Soriano de Alencar

Autor: Homero Reis

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COACHINGA criatividade e o poder das perguntasO questionamento é a

ferramenta básica de atuação de um coach.

Mas segundo José Roberto Mar-ques, diretor presidente do Institu-to Brasileiro de Coaching (IBC), o caminho escolhido pelo coachee dependerá da amplitude de seu au-toconhecimento e da clareza sobre sua identidade, pontos fortes, fra-quezas, gostos, preferências e moti-vações verdadeiras. “Nesse sentido, o Coaching apresenta-se como um processo poderoso de desenvolvi-mento pessoal e profissional, que estimula o indivíduo a encontrar suas respostas internas a partir de um processo altamente reflexivo, baseado em perguntas poderosas”, afirma José Roberto Marques, que é master coach sênior e trainer, um dos pioneiros em Coaching no Brasil, com mais de 25 anos de experiên-cia em treinamento e desenvolvi-mento humano.

Para Marques, a técnica de pergun-tas poderosas é capaz de gerar re-sultados extraordinários. “Trata-se de uma indagação feita da forma certa, na hora certa, para a pessoa certa. Sua aplicação requer um ní-

vel de compreensão amplo sobre o indivíduo e suas particularidades comportamentais, além de uma ca-pacitação em Coaching”, pontua.

Fundador e também presidente da Editora IBC, com diversas obras publicadas, professor convidado da Universidade de Ohio, José Ro-berto Marques acredita que quando o indivíduo recebe uma pergunta realmente poderosa, ele entra em estado de alta conexão com seus pensamentos e emoções, acessan-do o subconsciente e provocando insigths – ideias e soluções que po-dem gerar mudanças significativas

em sua realidade, impulsionando o alcance de seus resultados deseja-dos em curto espaço de tempo.

“Vale ressaltar que o coach jamais dirá o que é certo ou o que é errado e, sempre honrando e respeitando a história do coachee — assim como suas decisões e escolhas — ajudará o coachee a encontrar suas melho-res opções”, reforça.

PERGUNTAS PODEROSAS DO COACHING

Cada pergunta é aplicada de acordo com o contexto, sendo que os ques-tionamentos possuem finalidades específicas. Exemplos:• Avaliar o comprometimento do coachee;• Verificar o nível de responsabilidade;• Levantar necessidade;• Estimular ação;• Gerar esclarecimento;• Levantar recursos;• Gerar opções;• Mudança do estado emocional;• Segmentação do objetivo.

José Roberto Marques, master coach, sênior e trainer, um dos pioneiros em Coaching no Brasil, com mais de 25 anos de experiência em treinamento e desenvolvimento humano

10 Perguntas PoderosasConfira uma lista de perguntas poderosas, sugeridas pelo IBC, que são frequentemente utilizadas nos processos de Coaching:

• O que você quer alcançar até o final deste processo de Coaching?• O que o motiva a viver?• O que você pode fazer para transformar essa vivência negativa em aprendizado?• Como essa situação negativa contribuiu para a sua vida positivamente?• Enquanto você estiver no caminho para atingir seu objetivo, o que fará para não fugir do seu foco?• Você teve um desempenho espetacular neste período, o que você acha que foi determinante para isso?• E se você descobrisse que existe outro modo de perceber essa situação, você adotaria uma nova postura?• O que você tem realizado para alcançar seu objetivo?• De 0 a 10, qual o seu nível de comprometimento com sua tarefa?• Quanto você está efetivamente empenhado com este processo? Fonte: IBC

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FORMAÇÃO

Aonde é permitido pensar fora da caixinha

P ara quem tem interesse ou necessidade de apro-fundar a capacidade criativa, surgiu, em Brasília, no início deste ano, um espaço que estimula

novas experiências e práticas profissionais. Lá não é permitido qualquer tipo de censura a ideias e pensa-mentos. Trata-se da Perestroika, escola livre de artes criativas, que trabalha com cursos que “subvertem as rotinas de um mundo cada vez mais sistematizado e automatizado”, sentencia Guilherme Piletti, 31, respon-sável pela unidade brasiliense da Perestroika.

Com sede em Porto Alegre e filiais em São Paulo, Rio de Janeiro , Belo Horizonte, Curitiba, Recife e agora na capital da República, a empresa trabalha com formação em Branding, Empreendedorismo Criativo, Brand Score, comunicação tecnológica, antecipação de tendências, entre outros cursos com títulos criativos como “Chora PPT”, “. TXT”, “Da lama aos caos”, “Liga pontos”, etc.

Não há restrições de idade, formação acadêmica ou profissão para participar. “Há quem pense que o foco são temáticas com evidente ligação com Comunicação e Design, mas a nossa proposta é abordar também, de maneira diferenciada, campos mais ortodoxos como Agronegócio, Direito e Ges-tão de Recursos Humanos”.

O investimento dos cursos variam entre R$ 2 mil e R$ 4 mil. E a escola fica instalada na 705 Sul bl F casa 68.

Onde: 705 Sul, bloco F, casa 68, Brasília - DF.Telefone: (61) 9228-6101 Site: www.perestroika.com.brE-mail: [email protected]

A Figura Incompleta

Criado na década de 60 pelo psicólogo Ellis Paul Torrance, o teste “Torrance de Pensamento Criativo” buscou identificar uma alternativa criativa para testes de QI . Um dos elementos mais emblemáticos deste teste foi a “Figura Incompleta”, um desafio de desenho. Pensando em desafiar você, leitor, propomos o exercício a seguir.

Observe as formas abaixo. Pegue uma caneta e faça dois desenhos a partir delas e incluindo as mesmas.Desafio aceito? Compartilhe no Instagram utilizando a tag #testeinsightmagazine

Curso voltado para adultos que desejam desenvolver as ferramentas básicas para a criatividade e mudança de vida: intuição, imaginação, flexibilidade, pensamento di-vergente, senso de humor, originalidade e capacidade para enfrentar desafios.Público: adultos que desejam desenvolver a criativi-dade como uma habilidade a ser utilizada nas várias esferas da vida.Investimento: R$ 600 à vistaCarga horária: 16 h/aFacilitadora: Marta Simone, atriz, arte educadora, coach e pesquisadora do tema “Criatividade e artes Cênicas”Informações: (61) 3340-6345, 9244-4047 [email protected]

Voltada prioritariamente para o mercado de Comunica-ção, Publicidade e Marketing, a Funyl é uma das escolas de Criatividade e Inovação mais tradicionais da cida-de. Instalada na 707 Norte, no Bloco 12 do UniCeub, a empresa tem grade mensal de cursos na área de “Dire-ção de arte”, “Atendimento”, “Redação Publicitária”, “Re-lações Públicas Digital”, entre outros.Público: Estudantes de Comunicação, profissionais da área; e interessados no assunto.Investimento: Entre R$ 990 e R$ 1,1 milInformações: (61) (61) 3966-1420 www.funyl.com.br [email protected]

Com unidades na Asa Sul, Águas Claras, Lago Sul, Lago Norte, Guará, Gama, Sudoeste, Sobradinho e Taguatinga, a Nova Acrópole também conta com cursos na área de Ino-vação e Criatividade. Trata-se de uma organização fundada em 1957 em Buenos Aires (Argentina) pelo professor Jorge Ángel Livraga Rizzi (1930-1991), historiador e filósofo. Tem por base seu caráter filosófico, cultural e social, pautada no voluntariado. Encontra-se, atualmente, em mais de 50 países, nos cinco continentes, reunindo milhares de mem-bros e apoiadores.Investimento: Entre R$ 40 e R$ 500Informações: (61) 3443-8501 www.acropole.org.br [email protected]

Escola com diversos cursos na área de Criatividade e ino-vação. Entre eles: “Facebook Marketing”, “BMS Criativida-de”, “Processos Criativos”, “Marketing de Conteúdo”, “Eco-nomia Comportamental”, entre outros.Público: cada curso tem um público específico, mas em geral são pessoas que têm interesse e relação com Inova-ção e Criatividade.Investimento: Varia entre R$ 600 e R$ 2,2 milFacilitadores: Diversos profissionais conceituadosInformações: (61) 4063-7454 www.brasiliamarketingschool.com.br [email protected]

Perestroika

Criative-se: Motivação para mudar

Funyl

Nova AcrópoleBrasília Marketing School

CONHEÇA OUTROS CURSOS DE INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE NO DF:

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CAPA

Criatividade e Coaching: uma misturaque tem tudo para dar certo

Coaches apostam na inovação como diferencial de mercado e mostram que a carreira, embora banalizada e sem regulamentação no Brasil, tem tudo para ser a “profissão da vez”, numa época em que, apesar das novas tecnologias, as pessoas estão cada vez mais distantes umas das outras e, o pior, de seus próprios sonhos e ideaispor Flávio Resende

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“C riar é, basicamente, formar. É poder dar uma for-ma a algo novo, em qualquer que seja o campo da atividade”, conceitua Fayga Ostrower em seu li-

vro “Criatividade e Processo de Criação (OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis-RJ: Ed. Vozes, 1977) – um clássico da literatura sobre Criatividade e Inovação. E ela vai além: “o ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, configu-rar e significar”.

A partir desta linha de raciocínio, teria sentido a afirmação de que é possível ser criativo em qualquer campo da vida? Inclusive, no pro-cesso de Coaching? Tem muito profissional, desta área de conheci-mento, validando a tal premissa e mostrando que sempre há como fazer melhor, de forma mais criativa e, curiosamente, mais simples.

A soteropolitana - e brasiliense de coração - Marta Simone é um exemplo disso. Atriz e advogada, a “arte-educadora”, como costu-ma se autodenominar, abandonou o Direito para se dedicar ao que verdadeiramente faz seus olhos castanhos brilharem: a arte. “E se puder servir ao outro, melhor ainda”, completa a coach, que atua profissionalmente na área há dois anos. “Digo, profissionalmente, porque descobri que acho que sempre trabalhei com isso, mes-mo que de forma intuitiva”, emenda a profissional, com formação em Personal & Professional Coaching, pela Sociedade Brasileira de Coaching (SBC).

Marta Simone tem aliado criatividade e Coaching,criando um novo conceito no

mercado: o de Coaching Criativo

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Marta uniu “o útil ao agradável”, criando, em Brasília, cidade onde reside há vinte anos, algumas iniciativas convergen-tes com esta onda “do servir, de forma criativa, ao outro”. Foi assim que surgiu o curso “Criative-se – Potencializando sua Criatividade”, que está em sua 3ª edição; e o conceito que criou de “Coaching Criativo”, que incorpora ao proces-so de Coaching princípios e ferramentas para o desenvol-vimento da criatividade.

Marta Simone acredita no que ela chama de “atitude criativa” e, nesse sentido, a criatividade começa a ser trabalhada a partir do momento em que o coach se apresenta com “esta postura criativa” ou “intencionalidade criativa” na relação com o coachee. “Do ponto de vista prático, temos sessões de Coaching em que são acrescentadas às ferramentas tra-dicionais do Coaching, exercícios, jogos e vivências criativas, que possam ajudar o coachee a realizar mais rapidamente as mudanças que deseja fazer em sua vida”, explica, pontu-ando que estas atividades são pensadas e direcionadas a partir do perfil individualizado de cada coachee. Segundo ela, às vezes, um exercício de estímulo à imaginação funcionou muito bem para um, mas pode não ser eficiente com outro. “É, portanto, precisamos ter sensibilidade para perceber o tipo de atividade criativa mais indicada para cada cliente”. Em geral, ao acessar outros aspectos que transcendem o aspecto mental, como a imaginação, a fantasia ou o hu-mor, o coachee, de acordo com a especialista, começa a se sentir mais livre e com mais autoconfiança – elementos fundamentais para realizar qualquer tipo de mudança, em qualquer esfera da vida. “A partir daí, o nível de motivação aumenta e ele consegue ir mais rápido ao alcance do seu

objetivo”, defende Marta, apontando outro fato curioso - du-rante o processo de Coaching, normalmente, há uma mu-dança de objetivos para “algo mais verdadeiro”, que faça realmente sentido para a vida do coachee. E não apenas para “mostrar aos outros” que houve uma mudança.

RESULTADOS EM CURTO PRAZO

A coach gaúcha, de Cruz Alta, Teresa Cristina Machado, também certificada pela SBC, em 2010, acredita que a disci-plina para ação coordenada e planejada é responsável pela obtenção de mais resultados positivos em menor tempo, estimulando as pessoas a realizarem mais seus projetos e ideais. Foi por esta razão que procurou a formação em Coaching - “para sistematizar as minhas próprias atividades, da minha equipe de trabalho e meus objetivos de vida”. Neste momento, Teresa Cristina, conhecida no mercado brasilien-se por sua atuação de mais de 20 anos em Comunicação Corporativa, entendeu que poderia levar a aplicação das fer-ramentas de resultados para outras pessoas. Hoje, dedica um dia da semana para atendimento a seus coachees, já que as suas atividades como jornalista ainda exigem muito de seu tempo. “Embora, eu aplique as ferramen-tas de Coaching para otimizar os resultados de nossos clientes”, avalia a empresária, dona da ATF Comunicação Empresarial, agência das mais respeitadas do mercado local. Quando questionada sobre como a criatividade é tra-balhada em suas sessões de Coaching, ela é enfática ao defender que não inventa em cima de ferramentas que já foram testadas e que funcionam. “Minha forma de trabalhar a criatividade é a busca de informações continuamente em diferentes fontes, da Filosofia à Neurologia, para compreen-der os processos que desencadeiam determinadas atitudes nas pessoas e encontrar formas mais eficazes de encurtar

o tempo para que elas percebam que estão obtendo os re-sultados sobre o que não encontravam formas de alcançar. E é claro, motivadas com o Coaching”, explica a jornalista.

MANDALA DO SER*

Na Homero Reis & Consultores (HRC), a aposta do mo-mento é a Mandala do Ser, uma ferramenta que permi-te analisar a quantidade de energia que desperdiçamos quando temos dificuldade em realizar aquilo que nos propomos a fazer em diversos domínios, relacionais e temporais. O objetivo, segundo o goiano Homero Reis – diretor da HRC; master coach; palestrante; consultor sênior; mestre em Educação; coach ontológico empresa-rial pela Newfield Consulting – Venezuela e Instituto Tec-nológico de Estudos Superiores de Monterrey - México; coaching executivo internacional pela SLAC; psicanalista clínico – SPOB; pós graduado em Recursos Humanos; bacharel em Administração de Empresas e Administra-ção Pública; e membro da International Coaching Fede-ration – é ajudar as pessoas a identificarem e libertarem crenças limitantes e se conectarem, mais plenamente, com a essência mais profunda de seu ser. Desenvolvida por Richard Moss, a mandala é, hoje, objeto de estudo na HRC. “Ele escreveu um livro e realiza seminários so-bre o tema, mundo à fora. No entanto, não há, na obra de Moss, nenhum instrumento que quantifica e qualifica sua doutrina. Com isso, julgamos, na HRC, importante construir um instrumento que avalie as pessoas em ter-mos das dimensões da mandala, isto é, passado, futuro, eu e outro”, conta Homero Reis, residente na capital fede-

ral e considerado um dos maiores especialistas no Bra-sil em Coaching Ontológico. Na HRC, a Mandala do Ser tem sido aplicada como ferramenta de diagnóstico dos níveis de inteligência relacional dos coachees e como instrumento de orientação dos coaches no exercício de suas atividades como coaches ontológicos.

Homero considera que a Mandala do Ser é um dos pro-dutos mais inovadores já trabalhados em sua empresa, uma vez que é inédito no mundo; é uma abordagem qua-litativa e quantitativa; é uma ferramenta que apresenta uma sistematização única nos processos de intervenção em Coaching; e, por fim, desenvolve uma métrica que possibilita acompanhar, de modo efetivo, a evolução das pessoas que a adotam. Do ponto de vista do Coaching Ontológico, na HRC adota-se uma metodologia própria, a partir da Teoria U, de Otto Scharmer. “Utilizamos também ferramentas inovadoras com alta vinculação de elemen-tos lúdicos e ritualistas aos processos de aprendizagem”, conclui, lembrando que “ser criativo é a forma mais ade-quada de expandir possibilidades. “Em resumo, ser cria-tivo é colocar uma interrogação onde outros colocam ponto final; é pensar em soluções que ainda não foram adotadas”, defende.

COACHING, EXPRESSÃO DA CRIATIVIDADE

Para a coach Isabel Stepanski, parceira do Laboratório de Conversas – LabCon – também de Brasília, o Coa-ching, por si só, já é uma expressão da criatividade, pois o seu princípio é a busca de uma nova forma/alternati-va/possibilidade para se lidar com questões (sejam em que dimensão forem) que estão postas e que se identifi-ca a necessidade de mudança.

“Minha forma de trabalhar a criatividade é a busca de informações continuamente em diferentes fontes, da Filosofia à Neurologia, para compreender os processos que desencadeiam determinadas atitudes nas pessoas.”Teresa Cristina Machado, jornalista e coach

“Na HRC, a Mandala do Ser tem sido aplicada como ferramenta de diagnóstico dos níveis de inteligência relacional dos coachees e como instrumento de orientação dos coaches no exercício de suas atividades como coaches ontológicos.”Homero Reis, master coach e diretor da HRC

*Confira mais sobre esta ferramenta no site: www.mandaladoser.com

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“Falando de forma mais prática, durante a sessão, a criatividade se expressa na medida em que escuto o coachee e escolho utilizar novas formas de abordagem, tais como exercícios corporais, leituras, simulações... O importante é estar atenta ao que é apresentado e assim poder escolher ferramentas mais adequadas para cada situação. Também busco encontrar, junto com o coachee, novas alternativas para a solução de suas questões, explorando sua criatividade”, exemplifica Isabel.

O Labcon nasceu em 1998, como um laboratório acadê-mico de pesquisa, na universidade, e neste espaço se de-senvolveu por cerca de 15 anos, tendo gerado, inclusive, várias dissertações e publicações científicas. A empresa acredita que a plena realização do potencial criativo de indivíduos e organizações requer uma reflexão profunda não somente sobre o que se faz ou como se faz mas, fundamentalmente, sobre o lugar a partir do qual se atua. Neste sentido, a construção de um mundo melhor pas-sa, necessariamente, por um atuar desde um lugar de respeito, ética, coerência, cuidado e, sobretudo, amor.

De acordo com a coach, as conversas são um fenômeno universal por meio do qual atuamos no mundo, estabe-lecendo relações e também firmando e realizando com-promissos. E quando nos comprometemos, revelamos nossa capacidade de coordenar ações com outros para realizar ações e gerar resultados. “E mais, quando con-versamos para coordenar essa coordenação de ações, geramos nossos espaços de ‘con-vivência’ “, pontua.

Na visão de Isabel, a capacidade de se compro-meter está fortemente relacionada com nossa forma de ser e fazer no mundo. “Tanto indivíduos quanto organizações possuem direitos e deveres

uns para com os outros, que precisam ser honra-dos a fim de se construir espaços de convivência saudáveis e produtivos. Para que tudo isso acon-teça, de forma plena e satisfatória, é necessário colocar em prática não apenas nossos conheci-mentos e habilidades (nossas competências téc-nicas), mas também, e principalmente, nossa von-tade, nosso propósito, nossas atitudes e valores (nossas competências ontológicas)”, argumenta ela, que tem formação em Coaching Ontológico. “Tenho identificado um grande espaço para utili-zar minha criatividade durante as sessões. Nesta formação, são consideradas as dimensões da lin-guagem, da corporalidade e da emocionalidade, o que, por si só, já abrem espaços para uma atua-ção bastante criativa”, entusiasma-se.

PALAVRA DE ESPECIALISTAS

Fabro Steibel, 33, tem dez anos de experiência com trabalhos na área de novas tecnologias, políticas de comunicação e direitos humanos, sobretudo, no Bra-sil e na Europa. Atualmente, é pesquisador indepen-dente da Parceria para Governo Aberto para o Brasil e ministra a disciplina “Inovação e Novas Tecnologias”, na ESPM Rio.

Para Fabro, a criatividade pode ser desenvolvida. “Cada um tem um tipo diferente de inteligência e acre-dito que alguns destes perfis facilitam o indivíduo a ser mais criativo. O fato é que nunca na vida se para de aprender”, filosofa.

O professor explica que fatores externos, como edu-cação e acesso à inovação, ajudam. Aliás, curiosidade ajuda muito, segundo ele, complementando que “cria-tividade tem muito de se permitir errar. E tem gente que é mais travada nisso”. No entendimento do espe-cialista, há técnicas e cursos capazes de desenvolver a capacidade criativa, mas viver com gente criativa é muito estimulante. Sinteticamente, Fabro Steibel defi-ne criatividade como sendo o ato de encontrar soluções alternativas para problemas óbvios. E ao ser indagado de como é possível ser criativo num mundo que, de cer-ta forma, engessa o indivíduo em modelos quadrados, politicamente corretos, ele fuzila: “É só perceber que não existe politicamente correto; que isso é construído; e que cada um constrói o que quer”.

Como dica para quem quer desenvolver a capacidade criativa, o pesquisador PhD em Comunicação Social é curto e grosso – “saia da zona de conforto. ”.

“SOMOS SERES NATURALMENTE CRIATIVOS”

O publicitário brasiliense e professor da Universidade Cató-lica de Brasília (UCB), Roberto Resende Moreira, 48, defen-de tese parecida com a de Steibel. Para ele, o ser humano é naturalmente criativo. Ou seja, todos nascem criativos e, assim como qualquer habilidade humana, uns acabam sendo mais, e outros menos criativos. “A criatividade pode, sim, ser desenvolvida, por meio de treinamento e do enten-dimento de como ela funciona. É um processo lento. Não se melhora a criatividade da noite para o dia. É mais ou me-nos como tocar um instrumento. Uma habilidade maior ajuda, mas o treino e a prática é que são os principais res-ponsáveis pelo resultado final”, sentencia.

Para Roberto Resende, a dificuldade de conceituar algo é que, por princípio, uma definição deve ser tão abran-gente que não deixe nada de fora, e tão restritiva que não permita a entrada de nada estranho ao que foi definido. “Criatividade é, em si, um conceito muito amplo, qual-quer tentativa de definição sempre deixa a desejar. Os principais pesquisadores não conseguem chegar a um consenso. Entretanto, quase todas as teorias tratam a criatividade como algo que está ligado a duas premis-sas: a da originalidade e a da solução de problemas. Ser criativo, então, seria algo como ter a capacidade de ge-rar soluções novas para resolver problemas - uma ca-racterística humana por natureza. Há uma tentativa de definição que eu gosto muito, mas que nunca consegui saber com certeza o autor e que diz que ‘criatividade é olhar para o que todo mundo está olhando e enxergar o que ninguém está vendo’ ”, analisa.

E como a criatividade pode ser distinguida da inovação? Segundo o publicitário, os conceitos são interligados, mas a maioria das pessoas não sabe direito o que é uma coisa nem outra. “Se focarmos no conceito empresarial de inovação, por exemplo, precisamos aceitar que não é a empresa que determina o que é inovação, mas o mer-cado. Ou seja, é o cliente que vai dizer se aquilo é ino-vação para ele. Veja: se criatividade está ligada à noção de solução de problemas e o cliente é o destinatário final dessas soluções, então só ele pode dizer se a empresa inovou ou não. Tenho visto muitos empresários incor-rerem no erro de achar que a inovação é construída de dentro da empresa para fora, por uma decisão gerencial. Isso é a operação. A inovação deve ser criada no sentido inverso: do cliente para dentro da empresa”.

Você sabe que uma proposta é inovadora, quan-do ela traz “dinheiro novo”, ou seja, quando ela é tão boa em resolver problemas dos clientes

que eles pagam por isso, o que gera uma receita nova, diferente daquela existente até então.

LIMITAÇÕES NATURAIS IMPOSTAS PELAS CONSTRUÇÕES SOCIAIS

Outro professor da ESPM Rio, Paulo de Oliveira Reis Filho, diz acreditar que alguma porcentagem de geniali-dade possa ser herdada, sim. Mas que vale realçar que a criatividade é uma função ou ferramenta do ser humano.Logo, todos temos. E, como tal, pode ser desenvolvida.

Em sua visão, desenvolver a criatividade tem duas di-mensões. Uma delas se refere à continuidade de ofertas de disciplinas, desafios e atividades com características mais lúdicas, na formação das crianças e dos adoles-centes (fase de estruturação cognitiva básica). E a outra seria buscar essa mesma medida, porém, com a tarefa do “resgate”. Nesse sentido, busca-se desenvolver, aos poucos, uma “musculatura” atrofiada.

Do ponto de vista conceitual, criatividade, para Paulo, seria “uma função/ferramenta que os seres humanos têm para dialogar com o meio externo, alimentando a sua capacidade de percepção, ideação, realização e abstração, e as consequentes tomadas de decisão”. “Ser criativo é ter uma atividade cognitiva ampla. Lidar com as naturais limitações impostas pelas constru-ções sociais fazem parte das necessárias interações de (sobre)vivência humana”, provoca, e dá como dica para ser mais criativo “buscar fazer, de forma diferente, algumas poucas atividades da rotina, como, por exem-plo, alterar o caminho de retorno à casa ou se permitir variar, na medida do possível, horários de chegada e saída do trabalho. E o segundo passo seria observar que novidades referenciais isso pode ter trazido”.

Na contramão do que defende Roberto Resende, o pro-fessor da ESPM Rio acredita que a criatividade é uma função/ferramenta da construção (cognitiva) humana. Se associa com a inovação na medida em que esta su-porta a “concepção de algo”, ou seja, um derivado da cognição. Já a inovação se trata da concepção de algo novo - inusitado ou renovado - que passa a ser aplicado, colocado em prática ou adotado - seja pela indústria, seja pelas empresas ou seja pela sociedade.

DANÇA E TEATRO COMO FERRAMENTAS

A psicóloga e coach, Thirza Reis, 35, nascida e criada no Planalto Central, se define como “uma apaixonada pela lindas possibilidades que esses fazeres promovem”.

“Cada um tem um tipo diferente de inteligência e acredito que alguns destes perfis facilitam o indivíduo a ser mais criativo. O fato é que nunca na vida se para de aprender.”Fabro Steibel, pesquisador e professor da ESPM Rio

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Para ela, “tornar-se coach” tem um profundo vínculo com a criatividade e com a capacidade de se sentir seguro para improvisar. A pessoa que está diante de você, como coachee, é sempre um mistério. “Às vezes, preparamos algo para a sessão e o coachee nos surpreende com algo novo. Nessa hora, é preciso voltar pra prancheta e desenhar novas formas de fazer. Quando nos conecta-mos com o nosso coachee e com o nosso fazer como coaches, conseguimos servir com tudo que somos. Aí, a criatividade tem liberdade para vir”, afirma.

À medida que o coach vai se tornando mais experiente, ele vai construindo a sua maneira de fazer e dá, ao pro-cesso, a sua própria identidade. “Vários trazem formas diferentes de fazer e, inclusive, inovam e abrem novos campos de atuação no mercado. Exemplos disso: Coa-ching Personal Organizer (observa as relações entre sua forma de cuidar e organizar sua casa com seus quiebres pessoais); que utilizam ferramentas de outros saberes, como da Psicologia, da Arquitetura, do Design... para construírem suas metáforas e intervenções”, enumera.

Pelo fato de ter sido bailarina durante alguns anos de sua vida, Thirza utiliza a dança em inúmeras intervenções como coach. “Uso como metáfora, uso para que o coachee perceba seu corpo e sua capacidade de sustentar a escolha que fez, para avaliar sua capaci-dade de conduzir e de se deixar conduzir”, contextualiza ela, que tem Mestrado em Desenvolvimento Humano (com foco em identidade feminina), pela UnB.

“Trago, também, em alguns momentos, o teatro para a sessão. Mas uso métodos mais ortodoxos, como mapas mentais, planejamento, visualização de cenários e futuros, para que o coachee sempre saia com um elemento de re-flexão e um compromisso de atuação. Os resultados têm sido bem expressivos e impactantes até agora”, revela.

Na avaliação de Thirza Reis, que também é diretora da HRC, fundada por seu pai, o Coaching tem virado uma febre porque é uma ferramenta que promove autoconhe-cimento a partir da saúde, a partir daquilo que já há. Tra-ta-se de um processo que visa desenvolver ainda mais, atingir uma alta performance e ser capaz de permane-cer crescendo. Esse é o “american dream”, muitos que-rem isso. “Daí, o Coaching mostra-se um catalizador de aprendizagem, promovendo esse olhar para vida e uma mudança consistente. Pode, ainda, ser um apoiador, aco-lhendo a pessoa em seu processo de transformação. Mas, ele realmente virou uma febre por causa da expres-sividade de seus resultados, seja pessoal ou profissio-nalmente. Bem mais efetivo e prático do que processos psicoterapêuticos muito longos”, analisa.

EXPANDINDO O OLHAR ACERCA DE SI MESMO

Ana Vilanova, assistente social, especialista em Política Social pela UnB; em Gestão de Pessoas, pela UDF; psi-codramatista, com foco socioeducacional, pela Febrape; e coach interna na Câmara Legislativa do DF, tem outras percepções acerca da criatividade no processo de Coa-ching. “Quando escuto falar em Coaching, imediatamente me vem à mente e ao coração a expressão: ‘um convite à criatividade’. No processo, o coachee irá esculpir, como uma

obra de arte, o seu ser e atuar criativo”, conta. Para Ana, o Coaching é um processo de aprendizagem e como tal, pres-supõe favorecer a expansão da capacidade do coachee de criar alternativas frente aos obstáculos trazidos por ele para a sessão. Em conformidade com Fredy Kofman, é favorecer ao coachee transitar do saber que para o saber como.

O coachee que busca o Coaching o faz na perspectiva de recriar sua vida em alguma área, de expandir o seu olhar acerca de si mesmo e de situações vividas, com vistas ao alcance de resultados mais satisfatórios em sua jornada pessoal ou profissional, traçar novos e mais efetivos trajetos, até então não percorridos.

Nessa perspectiva, para a coach e aluna do curso de Pós-Graduação em Coaching da HRC, não há como separar Coaching e processo criativo, de modo que a criatividade se expresse durante toda a sessão, à medida que coach e coachee vão construindo a par-ceria no caminhar juntos, a partir de um contexto de acolhimento e de escuta empática, de não julgamen-to, de não direcionamento quanto a novas percepções de fatos ou cursos de ações por parte do coach em relação ao coachee.

“Antes de exemplificar como costumo trabalhar a cria-tividade nas sessões de Coaching, quero enfatizar que qualquer que seja o recurso utilizado, ele é apenas um meio e não um fim em si mesmo. É necessário, portan-to, todo cuidado na proposição dos recursos lúdicos quanto à clareza que o coach precisa ter em relação à finalidade da utilização deles. Requerem alinhamento

com a temática abordada em sessão, bem como cus-tomizados ao perfil do coachee, com vistas a favorecer novas percepções que possam se materializar por meio de cursos mais efetivos quanto aos resultados almeja-dos pelo coachee”, explica.

Ana Vilanova conta que utiliza alguns recursos como a feitura de desenhos; uso de gravuras; instrumentos, al-guns formatados por mim ou presentes em livros, com perguntas fechadas e abertas, customizados ao perfil do coachee, bem como ao objetivo traçado por ele para o processo de coaching; centramento, que consiste em conjugar exercícios de respiração com falas do coach voltadas a conectar o coachee com seu corpo, emoção e linguagem, no momento em que chega para a sessão de coaching, de modo a favorecer a ele foco (trazê-lo para o aqui e agora da sessão) e otimização de desempenho, com duração de dois ou três minutos.Em linhas mais ge-rais, o coach precisa se enxergar como um eterno apren-diz que está ali, na sessão de Coaching, a serviço da vida do coachee. Suas crenças e percepções particulares, os seus modelos mentais, precisam ser conhecidas por ele, de modo a não interferir em sua relação com o coachee.

“E quando falo de modelos mentais, refiro-me ao que Fre-dy Kofman nomeia de lentes a partir das quais se olha e se confere sentido para, em seguida, atuar e que está relacionada à nossa história de vida, à nossa inserção na cultura, a quem somos biologicamente falando. E, ainda, ao que Rafhael Echeverría, em seu livro ‘Ontologia da Lin-guagem’, quando nos alerta que vivemos em mundos interpretativos. E o nosso olhar, nossa forma de confe-rir sentido aos fatos é tão somente uma possibilidade dentre várias possíveis se considerarmos os olhares de distintos observadores acerca do mesmo fato”, ensina.

“Trago, também, o teatro para a sessão. Mas uso métodos mais ortodoxos, para que o coachee sempre saia com um elemento de reflexão e um compromisso de atuação. Os resultados têm sido bem expressivos e impactantes até agora.”Thirza Reis, psicóloga, coach e diretora da HRC

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“Quando escuto falar em Coaching, imediatamente me vem à mente e ao coração a expressão: ‘um convite à criatividade’. No processo, o coachee irá esculpir, como uma obra de arte, o seu ser e atuar criativo.”Ana Vilanova, assistente social, coach e psicodramatista

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COACHING CONECTIVO

A psicóloga e coach Sabrina Ferroli, diretora do Karana Inteligência Emocional para Líderes, aos 39 anos, diz ter muitos sonhos e projetos em an-damento. Um deles é morar no Canadá. Outro é desenvolver o ser humano por trás do executivo, apoiando líderes a atuarem a partir do “Eu Supe-rior”, tendo uma vida baseada em propósito, que pensam no ganho coletivo.

Com mais de 15.000 horas em atendimentos individuais e coletivos e 16 anos de experiência dentro das organizações, Sabrina trabalha com o Coaching Conectivo, um método de interven-ção baseado nos princípios da Liderança Conec-tiva, que transita em nove competências que se interelacionam para o alcance dos resultados.

Entre elas, a habil idade de apoiar outros, mo -t ivar, conectar interesses e al inhar tudo isso com o seu propósito, considerando os inte -resses individuais e os coletivos. “Para isso, é preciso abrir espaço para novos elementos criativos, principalmente no que diz respei -to à forma de construir soluções em grupo. Dentro do Coaching Conectivo, elementos criativos como princípios energéticos, a for -ça da conexão, a relação entre o cl ima or -ganizacional e as crenças dos membros da empresa ou do t ime são pontos de tomada

de consciência, desenvolvimento e aprendi -zagem”, relata.

Atualmente, o Karana encontrou o 80/20 da sua atuação, que signif ica entregar valor quanto ao desenvolvimento da intel igência emocional. “Embora atuando com várias fer -ramentas, o foco tem sido apoiar l íderes e equipes a desenvolverem todas as competên -cias envolvidas nessa qualidade manifesta.

Então, além do foco e da ousadia de se tra -balhar a intel igência emocional , outra inova -ção do Karana é o Workshop Valendo! Lide -rança na Prática, ou seja, abrir um espaço onde interessados possam atuar como l í -deres em situações reais e serem observa -dos sobre como conduziram o grupo e, na sequência, receberem feedbacks reais sobre como atuaram.

Isso é um diferencial em um mercado e uma sociedade que focam tanto no conteúdo e muitas vezes a teoria não ‘bate’ com a práti -ca”, expl ica a psicóloga.

Na percepção de Sabrina, as pessoas enten-dem criatividade como criar algo que ainda não existe, que ninguém viu. “Isso não é ver-dade. Criatividade é experimentar as mesmas coisas do dia a dia, das relações, das tarefas e responsabilidades, de uma forma onde a ex-periência acrescente algo ainda não percebido

“Criatividade é experimentar as mesmas coisas do dia a dia, das relações, das tarefas e responsabilidades, de uma forma onde a experiência acrescente algo ainda não percebido a cada vez que ela é vivida.”Sabrina Ferroli, psicóloga, coach e diretora do Karana

a cada vez que ela é vivida”, comentando que “dentro de uma relação, seja entre duas pesso-as ou em um grupo, é interessante perceber, por exemplo, que se as pessoas passam a es-cutar com mais qualidade o que é dito, imedi-tamente novos elementos, soluções, questões que antes não eram percebidas, passam a ga-nhar destaque e a oferecer novos benefícios”.

Indagada sobre que dicas ela teria para quem quer desenvolver sua capacidade criativa, Sa-brina contrapõe: “Nossa capacidade criativa já existe em nós. Somos geradores! Pense comi-go, tudo para ser realizado, antes precisa ser concebido dentro de nós. Você só toma uma decisão porque foi capaz de se projetar naque-la situação e imaginar como estaria se aquilo fosse real. Então, depois dessa imagem, você escolhe. Assim, tenho três dicas que pautam nossos processos criativos”:

1 Antes de ter qualquer tipo de certeza, experimente! Ou seja, só vamos

saber se funciona, experimentando. Não “mate” a ideia no nascedouro, considere possibilidades,

sem julgamento inicialmente.

2 Para ser criativo é preciso estar presente no aqui e agora. Ninguém é criativo ao estar deprimido, preo-

cupado, ansioso. Nesses estados ocorre o contrário, restrição de possibilidades. Então, respire fundo, preste atenção no seu corpo e abra a mente. Existe um univer-

so desconhecido a ser explorado. Abra-se para ele!

3 E a última dica é… escute seu coração. Sua vó já dizia isso e quanta sabedoria, não? Nosso coração é um órgão que possui uma inteligência, ele

cria um campo eletro-magnético que nos conecta com as outras pessoas e o fluxo gerado no ambiente, por isso, o coração

é o único órgão que é capaz de perceber o que se passa,

além das palavras e da mente.

TECNOLOGIA A SERVIÇO DA VIDA

Mari Lannes, 59, trabalha com o Coaching desde 2010. Hoje, mais especificamente, atua com Coaching para Executivos e Business, e é trainer da Sociedade Brasileira de Coaching (SBCoaching) para formação de Coaches, Treinamentos de Liderança, Vendas e Negócios.

Iniciou o Coaching no momento em que procurava uma atividade onde pudesse agregar todos os conhecimen-tos que havia adquirido durante a vida. “Me sentia muito ativa para uma aposentadoria, mas percebia que havia chegando a hora”, conta, orgulhosa.

“Neste período, recebi o convite para ser partner da SB-Coaching e me entreguei a essa nova profissão, que é apaixonante, realizadora e que tanto pactua com o bem”, conta a coach que tem como projetos para este ano:

• Desenvolver um Projeto de Carreira para alunos das Universidades do DF;

• Oferecer um trabalho de Coaching voltado para pais de deficientes;

• Fazer um curso avançado de Neurociência;

• Continuar formando coaches pela SBCoaching.

Para Mari Lannes, o primeiro passo no processo de Coaching é estabelecer a confiança com o coachee. “Na sequencia, é preciso estimular as ideias dentro dos sonhos e reforçar, posi-tivamente, cada uma delas, expandindo as possibilidades, independente da forma de re-alizar. Trabalho o nível de esperança, definindo objetivos relevantes e desafiadores. Tudo isso

fica ainda bem mais agradável se a sessões forem realizadas em lugares diferentes, pois es-

timulamos cheiros, sons e imagens que podem despertar inúmeros sentimentos e pensamentos

que geram novas emoções”, relata.

Mari exemplifica, contando que teve uma cliente que apresentou sua “força de apreciação à beleza” muito baixa, e ela desejava desenvolver esta força. “Então, su-geri que fizéssemos uma sessão em um parque próxi-mo ao escritório, e depois de relutar por duas sessões, fizemos a experiência e ela não quis mais retomar às sessões no escritório, tamanho o prazer que ela se permitiu. No parque, tiramos os sapatos, sentamos na grama e respiramos para exercitar a apreciação de todos os detalhes de cores. Lá, deixei que ela sol-tasse os pensamentos sem regras, sem ordem e sem

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críticas. No final, ela descobriu diferentes formas para tratar problemas pontuais e até mesmo diminuiu o senso crítico em relação a si e aos outros. Conduzo as sessões sempre com o foco na pessoa, para que ela ob-tenha o melhor resultado e atinja seus objetivos”, relata.

A coach da SBCoaching também trabalha os aspec-tos positivos na comunicação com o coachee. “Estou sempre pronta a celebrar as ações e sucessos que eles conseguem obter entre uma sessão e outra. Assim, construímos uma relação de confiança positiva. Nos comunicamos de várias formas, utilizando a tecnologia. Gosto de estabelecer comunicação por meio do aplicati-vo móvel WhatsApp, trocamos músicas e imagens, bem como a ações definidas para a semana, informações so-bre lugares que possam fazer referência ao fato que esta-mos tratando. Isso acaba estimulando a relação de troca, aproximação e motivação durante o processo”, avalia.

PENSAR NO QUE NUNCA FOI PENSADO

A coach paraibana Luziana Azevedo Lima, recém in-troduzida profissionalmente no mundo do Coaching, e hoje consultora da HRC, conta que costuma levar o coachee a pensar como ele nunca pensou e fazer coisas que ele nunca fez. “Ficamos entusiasmados ao descobrir algo diferente e, por meio de perguntas, estimulo o coachee a chegar a respostas inovadoras. Utilizo ferramentas diversas em cada sessão. O segre-do do processo de Coaching é perguntar, perguntar e perguntar. É muito interessante ver o rosto do coachee quando ele descobre algo novo, o ar de felicidade fica estampado no rosto dele”, emociona-se.

Para a coach, os coaches mais criativos despertam no coachee a vontade de fazer algo diferente. Ele leva o coachee a perceber um outro lado “da moeda”, que ele ainda não tinha se dado conta. “Acredito que isso esti-

mula o coachee a experimentar novos comportamentos e vivenciar fatos diferentes na sua vida”, defende.

FERRAMENTAS CUSTOMIZADAS

Psicóloga, especialista em Recursos Humanos e coa-ch, Alessandra Vieira Fonseca, dirige hoje a Consulta RH, empresa especializada em ofertar soluções nas áreas de Recursos Humanos e Empreendedorismo.

A criatividade é trabalhada pela Consulta RH por meio de ferramentas customizadas; oficinas; palestras e treinamentos com técnicas de Coaching inseridas.

Para Alessandra, o coach pode ser mais criativo na rela-ção com o coachee tendo pensamento sistêmico e ino-vador. A premissa do não julgamento ajuda muito nesse processo. E o foco em fazer melhor, mais rápido e mais barato, na busca de resultados e soluções caminha para a criatividade e inovação. “Uma das bases é não cercear ideias, muitas vezes conversando ou elaborando ideias que, inicialmente pareciam absurdas”, sintetiza.

MOMENTOS ÚNICOS PARA O COACHEE

Angélica Dino, 31, é executive, life e personal coach há cinco meses. “Entrei no mundo do Coaching à procura de ferramentas que realmente pudessem medir o cres-cimento do ser humano, e que as mesmas pudessem ativar neles o seu melhor”, recorda-se. “Gosto que as mi-nhas sessões sejam momentos únicos para os meus coachees. Com isso, busco sempre ter uma referência, seja ela literária, de filme ou de uma situação vivida para o meu cochee dentro do tema que estamos trabalhado. Também costumo enviar e-mail ao fim das nossas ses-sões com conteúdos que os leve à reflexão”, afirma.

Angélica, assim como Mari Lannes, aprecia fazer ses-sões de Coaching em ambientes diferentes, para que o coachee conheça novos lugares, novas experiências. “Assim, para cada lugar, escolho uma ferramenta que possa potencializar ainda mais o movimento do indiví-duo em busca de seus objetivos, tornando mais afetivo o processo”, finaliza.

DESAPEGO ÀS FERRAMENTAS

Luciane Schutte é coach associada à ICF - Internatio-nal Coaching Federation. Formada em Matemática e especializada em Engenharia de Software, atuou por 30 anos na área de Tecnologia da Informação. Nesse período, serviu a empresas nacionais e internacionais,

da iniciativa privada e de governo, no Brasil e no exte-rior, como consultora e executiva. Nos últimos quatro anos, dedica-se a colocar sua experiência profissional e de vida a serviço do Coaching. Formou-se no Chile, na escola fundadora do Coaching Ontológico - a Newfield. Recentemente, apoiou o desenvolvimento do progra-ma “O Melhor de Mim”, da empresa Aliah Serviços de Coaching, no atendimento ao público feminino, atingin-do em poucos meses uma comunidade significativa via web (vide: http://vivaomelhordemim.com).

“Trabalho no sentido de não seguir uma única linha, mas adotar a linha que cada coachee ou circunstân-cia evocam. Vejo hoje muitos coaches adotando fer-ramentas. Se de um lado elas lhe fornece um guia; de outro, acho que restringem o espaço criativo. Por conta disto, uso com muita parcimônia ferramentas. Já ocor-reu de eu começar a aplicação de uma ferramenta e abandoná-la no meio do caminho, pois percebi a inade-quação para aquele momento do coachee ou do grupo de coachees”, relata Luciane.

A escuta, a seu ver, é que lhe abre para a criatividade. “Ao ouvir o coachee profundamente, sem buscar “re-solver” a questão, a criatividade surge em função de cada situação. Exemplo: diante de um coachee muito agitado, em vez de conversar sentada, o convidei para fazer a sessão subindo e descendo escadas. Foi mara-vilhoso, o efeito foi ótimo. Se eu não houvesse escuta-do o coachee em sua ansiedade e agitação, e simples-mente tivesse me apoiado nas técnicas e ferramentas, não teria conseguido abrir-me ao insight de convidá-lo

a se movimentar daquela forma”, conta. Para a coach, o profissional pode ser mais criativo na relação com o coachee, se conseguir desapegar-se de ferramentas e técnicas e ouvir a sua intuição, inserindo o lúdico, o vivencial. Fugindo do puramente verbal para chegar na essência das questões.

RECONEXÃO COM O PENSAR LIVRE

Já a coach Selma Rosana – também psicóloga e locu-tora graduada pela UnB -, atua, prioritariamente, com Life Coaching e diz lidar o tempo todo com a criativida-de. “Normalmente, quem procura o meu serviço chega, ou porque parou de sonhar, ou porque tem um sonho e quer transformá-lo em realidade. Quem quer voltar a sonhar em um processo de Coaching é estimulado a se reconectar com a sua originalidade, seu pensar livre, sua imaginação, que é a base de tudo. Para quem quer rea-lizar um sonho, o trabalho é no sentido de promover um olhar diferente em direção aos seus talentos, às suas vivências, à sua história singular; imaginar novas formas de transformar todo esse valioso conteúdo em fontes de inovadoras possibilidades de atuação”, afirma.

Nos dois casos, o “pensar fora da caixa” é estimulado por Selma para que o coachee perceba novas possibi-lidades e consiga imaginar um futuro desejável e reali-zável que o mobilize, o motive. “Entrar em ação, vencer a inércia é uma tarefa árdua. A dor conhecida é menos assustadora do que o futuro ameaçador, que, muitas vezes, nossa mente projeta”, conclui.

Selma diz acreditar que o coach pode ser mais criativo na relação com o coachee quando não deixam que o

“Gosto que as minhas sessões sejam momentos únicos para os meus coachees. Com isso, busco sempre ter uma referência, seja ela literária, de filme ou de uma situação vivida.”Angélica Dino, coach

“Ao ouvir o coachee profundamente, a criatividade surge em função de cada situação. Diante de um coachee muito agitado, em vez de conversar sentada, o convidei para fazer a sessão subindo e descendo escadas. O efeito foi ótimo.”Luciane Schutte, coach

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próprio ego interfira muito no processo, promovendo ambientes em que a criatividade encontre espaço para se apresentar sem timidez.

Outra possibilidade, segundo Selma Rosana, é pra-ticando a presença verdadeira, a empatia, o escutar ativamente, o não julgar. Não se preocupando tanto em seguir regras, padrões, em usar ferramentas es-pecíficas, mas entrando em sintonia com o coachee e deixando fluir o processo, diminuindo a própria voz da ansiedade, que muitas vezes se faz presente.

Selma relata que, no início, se preocupava em manter um “controle” sobre o que deveria ser feito - alcançado - durante a sessão. Buscava todas e mais uma ferra-menta para aplicar, direcionar, conduzir... “Na realidade, toda essa busca era alimentada pelo meu medo de não conseguir ajudar o coachee, de errar, de não ser boa o suficiente, de não fazer a pergunta certa”, avalia.

PROFESSIONAL AND SELF COACHING

Fundador e presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), José Roberto Marques avalia que os coaches, em geral, estão em constante evolução, e a criatividade faz parte do dia a dia destes profissionais. “Dentre nossas habilidades está a de ouvir e fazer perguntas que gerem re-flexão ao coachee. Nesse sentido, precisamos estar atentos ao que é dito, e fazer e até criar a pergunta ideal. Isso vale também para as técni-

cas e ferramentas utilizadas. Podemos, e deve-mos, usar a criatividade e utilizá-la de maneira a atender a necessidade do coachee, defende, lembrando que todos nós, seres humanos, somo seres em evolução. “Quando amamos o que fa-zemos, buscamos novas formas de realizarmos nossas atividades do dia-a-dia. A criatividade e a inovação fazem parte desse processo”, enfatiza.

“Criei diversas técnicas e ferramentas ao longo dos anos, e hoje desenvolvo teorias que contri-buem com o processo de aprendizado, tanto do coachee como do coach. Penso que minha me-lhor criação é o Professional and Self Coaching, uma metodologia inovadora que forma o coach por meio de um processo 100% vivencial em Coaching”, conta o empresário e coach.

REVISTA SOBRE COACHING

Marcos Garbossa pode ser considerado um em-preendedor na área de Coaching. Formado em Odontologia pelas Universidades Franciscanas, certificado em Coaching Pessoal e Executivo pela Sociedade Brasileira de Coaching e Assess-ment Training pela TTISI, criou em abril de 2013 a primeira revista digital de Coaching, a Cloud Coaching, com outros dois sócios oriundos do e-commerce, cuja finalidade era divulgar conteú-do de terceiros.

Quatro meses depois, fundou o portal Cloud Coaching, agora divulgando conteúdo próprio e, finalmente em abril de 2014, criou a revista digital

Coach Me, que é uma publicação digital da Cloud Coaching em formato de revista. Hoje, a Cloud Coaching conta com mais de 70 mil fãs e com mais 30 colunistas altamente qualificados, que abordam temas relacionados ao desenvolvimento pessoal e profissional com foco em Coaching.

“Ao criarmos a Cloud Coaching, tínhamos como escopo criar uma página e um portal a fim de nos tornarmos uma referência no segmento de desenvolvimento pessoal e profissional (com foco em Coaching), buscando dar respaldo às pessoas que procurassem um conteúdo de qua-lidade, de fonte confiável e que tivessem um es-paço para se posicionarem quanto às suas ex-pectativas como um todo”, diz, contextualizando que ao longo de 24 meses, a sua equipe pôde identificar claramente que estavam desmistifi-cando o Coaching para as mais diversas classes sociais, permitindo, por intermédio da divulga-ção de mais de 200 artigos, matérias e vídeos por mês, o acesso de milhares de pessoas a uma metodologia que atende, normalmente, às cama-das mais altas da população.

“O nosso público é bastante diversificado. A audiência é caracterizada por um público pre-dominantemente feminino, na faixa dos 25 aos 44 anos de idade. A proporção masculino/fe-minino é de 36% e 64%, respectivamente. Entre coaches e o público em geral, temos bastante alcance com profissionais de RH, gestores, exe-cutivos, profissionais liberais, técnicos, entre outros”, conta.

JOGOS EMPRESARIAIS

Monclair Cammarota é um dos precursores do segmento de Jogos Empresariais em Brasília e, por que não dizer, no Brasil. Atualmente, tem se falado bastante em jogos e gamificação no âmbito organizacional. Os jogos podem ser usa-dos com diversas finalidades, dentre elas para a educação corporativa. Em 1950, os Estados Uni-dos perceberam os jogos como instrumento de aprendizagem, quando usaram os jogos simu-lados com a finalidade de treinar executivos na área financeira, e cada dia mais essa ferramenta tem feito parte do dia a dia das empresas.

Nesse sentido, segundo Cammarota, os jogos em-presariais criam um ambiente instigante, onde os participantes podem experimentar, acertar, errar e, sobretudo, aprender. Hoje, existem jogos de simula-ção, onde o participante vivencia o dia a dia de uma empresa em um ambiente virtual, e jogos como os da Ekoá, que simulam os desafios do ambiente cor-porativo em um ambiente diferente.

Num âmbito geral, qualquer empresa pode utilizar jogos em seus processos de educação corporativa. Os jogos oferecem desafios e divertem. Assim, pro-porcionam momentos de muito prazer e aprendi-zado para pessoas de todas as gerações, especial-mente as novas gerações que, cada dia são maioria no mercado de trabalho.

“Dentre nossas habilidades está a de ouvir e fazer perguntas que gerem reflexão ao coachee. Precisamos estar atentos ao que é dito, e fazer e até criar a pergunta ideal. Isso vale também para as técnicas e ferramentas utilizadas. Podemos, e devemos, usar a criatividade.”José Roberto Marques, presidente do IBC*

“Os jogos permitem que concentremos o nosso foco

em um desafio, um problema ou uma oportunidade. Ao nos

concentrarmos, preparamos nossa mente para romper com a realidade existente e se abrir para a percepção

de novas possibilidades”Monclair Cammarota, coach e diretor

da Ekoá Jogos Empresariais

* Instituto Brasileiro de Coaching

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Sabe-se que as novas gerações não veem o trabalho apenas como uma fonte de recurso econômico. “Elas são curiosas, movidas pela paixão, pelo conhecimento e pelos interesses coletivos. Querem trocar, compartilhar, dividir e aprender. Dessa forma, exigem das organiza-ções novas estratégias para manter o compro-metimento dos funcionários. A organização pre-cisa, no entanto, criar um ambiente propício à automotivação e o que engaja mais do que um jogo para essa geração”, acredita o coach.

Nos Jogos Empresar ia is da Ekoá, cuja fun -damentação é no Coaching, a cr iat iv idade consiste em construir respostas a pergun -tas , e encontrar soluções para desaf ios; e ao executar estas ações, o lhar o resultado da decisão tomada e contemplar pontos po -sit ivos e pontos de melhora, que vão compor a bagagem cr iat iva.

“Os jogos permitem que concentremos o nos-so foco em um desafio, um problema ou uma oportunidade. Ao nos concentrarmos, prepa-ramos nossa mente para romper com a reali-dade existente e se abrir para a percepção de possibilidades e conexões que normalmente não enxergamos. Como não há uma resposta certa, pré-definida, os jogos abrem possibilida-des para criar soluções, estimulando, assim, a criatividade”, afirma, lembrando que nos jogos da Ekoá, ao final, há ainda um momento para tomar consciência do caminho percorrido.

Que dicas Monclair Cammarota daria para a pessoa que tenha a intenção de desenvolver a sua capacidade criativa? “A primeira coisa que me ocorre ao falar de criatividade é que é preciso coragem. Coragem pra olhar o mundo de uma forma diferente; coragem para acredi-tar que é possível fazer diferente; e coragem pra fazer diferente. Outro pilar da criatividade é a curiosidade. A capacidade das pessoas de se encantar com alguma coisa. Querer saber mais, ler, perguntar. Por fim, mas não menos importante, é fundamental ter experiências variadas de vida variadas. Viajar, conhecer pessoas novas, estudar outra língua, tocar ins-trumentos, ou seja, ter uma vida rica em expe-riências”, finaliza.

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Dez dicas para exterminar o bloqueio criativo e manter-se inspirado

Fonte: Brasília Marketing School

O medo da folha branca é comum para a grande maioria das pessoas que trabalha com criatividade: publicitários, profissionais de Marketing e Comunicação, músicos, compositores, escritores, arquitetos, entre outros. Não existe mágica, da mesma forma que não existem pessoas que não sejam criativas. Há gente que quer criar algo diferente e outras que desejam ficar exatamente onde estão. Agora, se você é uma pessoa que gosta de criatividade e está passando por um bloqueio criativo, não se preocupe. A preocupação pode ajudar o bloqueio ou atrapalhar todo o processo criativo. Vejamos algumas possibilidades para sermos mais criativos:

1. Tenha um caderno de anotaçõesIsso mesmo. Leve-o aonde for. Há quem prefira anotar no celular ou no computador. Mas o papel ainda é a melhor alternativa. Ao escrever sua ideia, outras podem aparecer. Anotar suas ideias também serve para quando o bloqueio criativo aparecer. Não tenha medo de suas anotações, não existem ideias ruins. Aliás, uma ideia ruim pode ser o início de uma maravilhosa ideia.

2. Alimente-se de criatividade

Para estar sempre inspirado é bom

estar atento a tudo que acontece ao seu

redor. Saia do comum. Se trabalha com

publicidade e marketing, veja filmes, leia

livros, faça coisas que não tenham nada a

ver com esse mundo. Sair do óbvio ajuda e

muito no processo criativo. Isso acontece

porque começa a enxergar o mundo de

diferentes pontos de vista.

3. Faça exercícios regularmente

Saia para correr, se inscreva na

academia, comece o boxe, qualquer

coisa é válida. Quando estamos

fazendo exercícios, deixamos de

lado aquele problema que temos

que resolver de forma criativa. É

uma excelente forma de encontrar a

resposta, a solução para essa questão

que tanto o atormenta. Além, é claro,

de ser muito positivo para sua saúde.

4. Não tenha medo de errar

É praticamente impossível

inovar sem errar, ser criativo sem

tentar. O erro existe e é parte do

processo criativo e da inovação.

Quando você fica com medo

de errar ou se preocupa com o

que os outros vão pensar, você

se torna inseguro, uma grande

ferramenta do bloqueio criativo.

Seja ousado, crie e saiba ouvir as

críticas, sejam construtivas ou

não, das demais pessoas.

8. Tenha amigos criativos

Sabe aquele ditado que diz

“Diga-me com quem andas

e te direi quem és”? Então,

quer ser criativo? Ande com

pessoas criativas! Com elas,

sua criatividade conhecerá

patamares nunca antes visto.

7. Trabalhe bastante, mas...

Trabalhar é importante, não somente para

você, mas para sua criatividade. Mesmo

assim, não se esqueça de se desligar do

mundo. De vez em quando, saia com

seus amigos, divirta-se. Tire aquelas

férias da gaveta e boa sorte. Só é criativo

quem vive algo diferente, sempre. Como

disse Einsten: “Insanidade é continuar

fazendo sempre a mesma coisa e esperar

resultados diferentes!”.

5. Escute muita música

Quanto mais eclético você for,

melhor. Deixe seu preconceito

de lado e escute tudo o que for

possível. Ao invés de escutar a

rádio de sempre, escolha um dia

para escutar uma da qual você

jamais escutaria. A música, além

de reconfortante, é estimuladora

e irá despertar a criatividade que

existe em você.

9. ProcrastineA procrastinação (ato de adiar as coisas), realizada de forma correta, é muito válida para o processo criativo. É através dela que você fica menos estressado e “Eureka!”, a solução aparece. Mas não se perca procrastinando. Saiba dosar ou poderá colocar tudo a perder.

10. Simplesmente façaSabe aqueles projetos que estão guardados há tanto tempo? Então, comece agora mesmo. A melhor forma para estar de mãos dadas com a criatividade é fazer. Roger Ebert disse: “A criatividade irá visitá-lo no ato da criação, não antes”. Esperar para começar é só uma desculpa para postergar seu trabalho.

6. Conheça o mundo lá foraAs pessoas que trabalham em escritórios acabam passando muito tempo na frente do computador. Sair do computador é fundamental para a criatividade voar. Converse com pessoas que jamais achou que conversaria. Vá a lugares que nunca foi. Sinta o prazer de viver algo diferente sempre que puder. As experiências vividas são muito mais inspiradoras que

as experiências contadas.

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AGENDA

Formação & ConhecimentoProfessional & Self Coaching – PSC em Brasília – 24ª edição

Programa Espiritualidade Urbana

Criative-Se – Motivação para Mudar

Programa Inteligência Relacional

Quem promove: IBC – Instituto Brasileiro de Coaching

Quando: Módulo I: 16/04/2015 a 19/04/2015 Módulo II: 07/05/2015 a 10/05/2015

Como funciona: O Professional & Self Coaching – PSC é um programa completo de formação em Coaching. Oferece uma experiência única e intensiva de capacitação para promover a mudança e evolução de todos os ní-veis neurológicos: ambiente, comportamentos, habilidades, crenças e valores, identidade, afiliação e espiritual. Ao realizar o PSC, o participante obterá um diferencial competitivo e ferramentas práticas para facilitar e ace-lerar o alcance de suas metas e objetivos, sendo treinado para aplicar essas ferramentas em sua vida, na sua empresa ou profissão e ainda em outras pessoas. O PSC é, ainda, parte integrante da estrutura curricular das Pós-Graduações em Gestão de Pessoas com Coaching e em Psicologia Positiva e Coaching, sendo o primeiro módulo de ambas as especializações. As pós-graduações do IBC são reconhecidas pelo MEC, em parceria aca-dêmica com as Faculdades Monteiro Lobato (FATO), que também certifica o PSC como extensão universitária.

Qual a carga horária: 180 horas, sendo 30 horas de EAD; 96 horas de formação presencial; e mais 54 horas de atividades complementares.

Quanto custa: R$ 7.981,95

Como se inscrever: (61) 4062-0988 / http://www.ibccoaching.com.br / [email protected]

Quem promove: Homero Reis e Consultores

Quando: 1º Semestre de 2015 (Este curso é on-line e está disponí-vel para as pessoas interessadas durante o 1º semestre de 2015).

Como funciona: O Programa Espiritualidade Urbana é um espaço para pessoas e comunidades aprofundarem o tema da espiritu-alidade e compreenderem como isso permeia nossas vidas, sob vários aspectos, sem a intenção doutrinária ou apologética. Neste ano, o programa traz um enfoque para o tema da Espiritualidade e da Emocionalidade Saudável, a partir dos domínios do corpo, das emoções e da linguagem. Um dos objetivos do programa é que os participantes adquiram maior consciência da importância da es-piritualidade emocionalmente saudável para o desenvolvimento da maturidade espiritual. O programa é realizado em 3 módulos e 1 workshop vivencial. Cada módulo é composto por 2 seminá-

Quem promove: Marta Simone (Personal Coach / Coach de Criatividade)

Quando: 15, 16 e 17 de maio de 2015

Como funciona: Curso teórico-prático, voltado para o desenvolvimento da criatividade em pessoas adultas. Apresenta noções básicas sobre o conceito de criatividade e, ao mesmo tempo, promove o estímulo de competências essenciais para o desenvolvimento do potencial criativo: intuição, imagi-nação, flexibilidade, pensamento divergente, senso de humor, originalidade, e capacidade para enfren-tar desafios. Entre outros temas abordados estão: Conceitos de Criatividade; Fatores Estimuladores; Características das Pessoas Criativas; Atividades, Exercícios, e Vivências Criativas; Atitude Criativa diante da Vida.

A quem se destina: Adultos que desejam desenvolver a criatividade e utilizá-la como uma ferramenta que ajude a fazer mudanças efetivas nas várias esferas da Vida.

Qual a carga-horária: 16 horas/aula

Quanto custa: R$ 600,00 à vista

Como se inscrever: (61) 9244-4047 / 3340-6345 / [email protected]

Quem promove: Homero Reis e Consultores

Quando: 10/06 – Módulo Liderança – em Brasília; 13/06 –Módulo Competências Conversacionais – Rio de Janeiro; 9/09 – Módulo Gestão de Relacionamentos - Brasília; 13/09 – Módulo Liderança - Rio de Janeiro

Como funciona: O Programa Inteligência Relacional estrutu-ra-se a partir dos domínios da liderança, dos relacionamentos e das competências conversacionais. É realizado em três mó-dulos distintos, autocontidos, que apresentam ferramentas para a construção de habilidades efetivas, a partir de uma me-todologia focada em simulações e estudos de casos. Os três módulos, denominados respectivamente “Liderança”, “Gestão de Relacionamentos” e “Competências Conversacionais”, são tratados na perspectiva teórica e prática do Coaching Ontoló-gico. Este programa é oferecido na modalidade in company, rios de conteúdos; 1 seminário de perguntas e respostas, disponibilizados na plataforma on-line; e 1 encontro

presencial opcional.

A quem se destina: Pessoas interessadas em desenvolver a sua espiritualidade; psicólogos; coaches; educa-dores; líderes religiosos; e cuidadores.

Qual a carga horária: 21 horas, sendo 9 horas de seminários on-line; e 12 horas de encontros presenciais.

Quanto custa: R$ 550,00 (programa completo) ou R$ 150,00 por módulo.

Como se inscrever: (61) 3034-7414 ou http://homeroreis.com/para-voce-cursos-clicado/espiritualidade-urbana

exclusivo e personalizado para empresas, a partir de 15 participantes.

A quem se destina: Executivos, gestores, educadores, e demais profissionais que lidam com pessoas.

Carga horária: 24 horas, sendo oito horas por módulo.

Quanto custa: R$ 2.640,00 (programa completo), ou R$ 960,00 por módulo.

Como se inscrever: (61) 3034-7414 ou www.homeroreis.com/para-voce-cursos-clicado/gestao-de-relacionamentos

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Programa Vem Ser Mulher

Pós Graduação em Coaching

Quem promove: Homero Reis e Consultores

Quando: 21/06 - Módulo I I - Rio de Janeiro

Como funciona: Há uma intel igência essencialmen -te feminina que permite às mulheres atravessarem os diversos desaf ios da “v ida moderna” e estarem mais plenas e conectadas a cada um dos papéis que desem -penham na v ida: ser mãe, f i lha , amiga e prof issional . O programa Vem Ser Mulher é exatamente o espaço para que as mulheres desenvolvam esta intel igência , por meio de uma jornada de auto-conhecimento e de empo -deramento, com objet ivo de romper com padrões l imi -tantes, e desenvolver o máximo do seus potenciais . O programa se desenvolve a par t i r de quatro workshops, que são real izados ao longo de 12 meses. São eventos

Quem promove: Homero Reis e Consultores

Quando: 14/08 – Início turma 2º semestre 2015

Como funciona: Pós-Graduação em Coaching é a mais avan-çada e profunda iniciativa de formação em Coaching, com chancela e certificação pelo MEC. Desenvolvida pela Homero Reis e Consultores, que atua no mercado formando coaches em Brasília e em todo país, há mais de dez anos, é voltada à teoria e à prática do Coaching, apropriando-se do modelo de Coaching da Homero Reis e Consultores, que orienta, passo a passo, o desenvolvimento de pessoas e organizações. A Home-ro Reis e Consultores é pioneira na área de Coaching Ontológi-co no Brasil. A formação possui uma metodologia diferente e inovadora que se fundamenta em três grandes momentos: SER (1º Semestre), APRENDER (2º Semestre) e TRANSFORMAR (3º Semestre). Como parte da metodologia e da integração entre

independentes, porém complementares, ou seja , as par t ic ipantes optam por par t ic ipar da jornada completa ou par te dela.

A quem se destina: Mulheres a par t i r de 18 anos.

Quanto custa: R$ 1.560,00 (programa completo) ou R$ 390,00 por módulo.

Como se inscrever: (61) 30347414 ou pelo s i te www.homeroreis.com

teoria e prática, os cursistas contam com sessões de coaching individuais no primeiro semestre; e já no segundo e terceiro semestre - como parte do aprendizado para intervenção e manejo de grupos - , os alunos realizam sessões de coaching individuais e coletivas, de forma supervisionada.

A quem se destina: Profissionais de todas as áreas, que buscam aumentar seus resultados e suas perspectivas de carreira; profissionais que atuam ou desejam atuar em processos de desenvolvimen-to de pessoas, comunidades e organizações; e pessoas que desejam ingressar e se desenvolver na profissão de coach.

Carga horária: 360 horas

Quanto custa: R$ 17.333,34

Como se inscrever: (61) 3034-7414 ou pelo site www.homeroreis.com

Eukratos – Seminário de Auto Coach

Life Coach Expert

Workshop “Valendo! Liderança na Prática”

Quem promove: Adriana Marques (Master Coach/Diretora do Coaching Club)

Quando: 23, 24 e 25 de maio de 2015

Como funciona: Seminário vivencial, voltado para o autoconhecimento, o autodesenvolvimento e a excelência em todos os papeis exercidos. Apresenta exercícios e conceitos da Neurociência, conceitos e fundamentos de Coa-ching, Programação Neurolinguística e Base da Psicologia Positiva.

A quem se destina: Adultos que desejam ter a chance de repensar estratégias; sair do automático; e ter as rédeas da própria vida nas mãos. É ter consciência de que cada ser humano traz, em si, uma infinidade de talentos e forças que precisam ser conhecidas para, assim, serem exploradas.

Qual a carga-horária: 24 horas/aula

Quanto custa: R$ 1.280,00 em até 6 parcelas (ou 10% de desconto à vista)

Como se inscrever: (61) 9146-7774 / 9376-7775 / [email protected] / [email protected]

Quem promove: Adriana Marques (Master Coach/Diretora do Coaching Club)

Quando: 2, 3 e 4 de outubro de 2015

Como funciona: É um treinamento de três dias em um final de semana para Coaches que desejam ter seguran-ça para começar a trabalhar como coach. Apresenta modelo de coach educacional; estrutura de uma sessão de coach; como conduzir uma sessão de excelência, ferramentas exclusivas para trabalhar o poder das perguntas no processo de coaching; lista de perguntas poderosas; as competências essenciais ao coach; planejamento do coach; diferenciais de um coach de sucesso; construir sua marca pessoal; definir seu nicho; e a arte de vender.

A quem se destina: Coaches que desejam conhecer o passo a passo para ter clientes felizes; e ainda formatar um produto que poderá ser a sua renda verdadeira como coach.

Qual a carga-horária: 60 horas/aula

Quanto custa: R$ 2.970,00 em até 8 parcelas (ou 10% de desconto à vista)

Como se inscrever: (61) 9146-7774 / 9376-7775 / [email protected] / [email protected]

Quem promove: Karana - Inteligência Emocional para Líderes

Quando: 9 de maio (sábado), das 9h às 19h

Como funciona: “Valendo! Liderança na Prática” é um workshop inten-sivo, que ensina, na pratica, como deixar de ser um chefe e se tornar um líder. O workshop tem como objetivo colocar em prática os ensi-namentos teóricos de como se tornar um verdadeiro líder, e para isso, serão desenvolvidas atividades em grupos, com o objetivo de apren-

der na prática como promover uma gestão compartilhada, num ambiente agradável e com resultados o que só de compartilhar vivências e fazer os integrantes trabalharem como um só. Os participantes aprendem no sábado e já aplicam os novos conceitos de liderança na segunda.

A quem se destina: Profissionais de todas as áreas, que querem sair da teoria e aprender na prática e em pouco tempo a controlar o seu emocional e assim torna-se um líder que inspira as pessoas ao seu redor.

Qual a carga horária: 10 horas

Onde: Espaço Bambu no Setor de Mansões do Lago Norte - MI 03 | Setor de Mansões do Lago Norte

Quanto custa: R$ 1.050,00

Como se inscrever: Por meio do site: http://karana.com.br/valendo

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MELHORES MOMENTOS

A Insight Magazine - Conteúdo para Coaches Criativos selecionou os melhores momentos do curso de Pós-Graduação, entre 2013 e 2015. Confira a seguir:

A colega de turma Islândia Freire em ação durante uma das sessões de Coaching Organizacional

Aula de intervenção e manejo de grupo, ampliando distinções acerca do Coaching Ontológico

Ana Vilanova, Flávio Resende e Islândia Freire, durante uma das reuniões de processamento e planejamento das sessões

de Coaching Organizacional

Aula lúdica sobre a complexidade organizacional e a aprendizagem sistêmica, com a Profª Margarita Morales

Os mais profundos aprendizados deste coach (Flávio Resende) vieram dela, Michelle Confessor, coach de capacidade ímpar e total

acesso ao seu coração

Colegas de turma, Bia e Flávio, sentiram, desde a primeira aula, profunda afinidade de almas

Mais um sábado de estudos com a Profª Viviane da Mata

Equipe de coaches, durante o processo de Coaching Organizacional, com a diretora executiva da Ferragens

Pinheiro, Janine Brito (sentada)

Alta produção e mudanças aparentes revelam transformações profundas nos coaches a serviço da vida

Lud Batista, com sua doçura e irreverência, durante a comemoração de fim de ano da turma no El Paso Texas

Atividade, ministrada por Michelle Confessor, durante uma de suas primeiras aulas do último semestre da pós,

potencializando a intimidade do grupo

Amigos do curso usam as redes sociais para eternizar momentos especiais

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Visita técnica da turma de Coaching Organizacional na sede da Abrace

Lindas e competentes coaches ontológicas

Luciane Carvalho, a nossa querida Lu, e Michelle Confessor, destaque entre os professores no

curso de Pós-Graduação em Coaching

Livro presenteado pela amiga de todas as horas, Sabrina Ferroli, cuja leitura desencadeou grande parte do processo de

mudança deste coach (Flávio Resende)

Chegado o momento de dividir o grupo para multiplicar a capacidade de servir, no processo de

Coaching Organizacional

E o ato de celebrar a vida não pára

Coaches a postos para servir

Hora de celebrar a vida da colega Ana Vilanova

Hora de prestar muito atenção na aula, porque o que está em jogo é o embasamento teórico para servir ao outro

Seus cabelos de fogo escondem a sua delicadeza e sensibilidade. Este coach (Flávio Resende) aprendeu a vê-la além do que seus

olhos viam, Lud Batista

Leveza e desconstração na hora de celebrar

Hora do almoço e de debater sobre como podemos servir melhor à vida

União entre os coaches ontológicos

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Grupo aprendendo que a sintonia e a concentração são elementos fundamentais no processo de Coaching

Professora amada, Thirza Reis, e seu discípulo Flávio Resende, num dos momentos de celabração pela caminhada

Nossa querida colega de turma, Helena Tonet, atenta a cada palavra de Michelle Confessor, registrando todo o aprendizado

Profª Michelle Confessor, durante uma de suas melhores e mais lúdicas aulas

Reunião de Consultores da HRC

Coach com reconhecida atuação na CLDF, Ana Vilanova foi destaque na turma de Pós-Graduação. O sorriso da coachee, Janine Brito,

evidencia o contentamento e satisfação com o resultado da sessão

Coreografias ontológicas simbolizam o caminhar juntosRenata Oliveira e Ana Vilanova, durante as primeiras aulas, já se contectando no propósito de servir

Aprendizado compartilhado entre coaches, durante seminário de alinhamento entre consultores da HRC

Prepara! Que a hora é delas

Tacos mexicanos e muito amor envolvido

Hora da selfie entre os coaches ontológicos

Beatriz Mendonça (ou simplesmente, Bia) e Dênis Reis foram dois presentes iluminados que ganhamos na Pós-Graduação

Celebrando a vida daquela que se tornou uma grande amiga, Ana Vilanova, mesmo depois do atropelo do início

de nossa jornada juntos

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Uma imagem vale mais do que mil palavras: v

Turma unida em torno de um só propósito - servir ao outro

Tarde de compartilhamento entre coaches ontológicosTurma durante uma das aulas do professor Homero Reis

Amigos prestigiam o grande dia de “transformação”Queridos amigos e colegas de curso, Vinícius Faustino e Renata Oliveira, contagiando a todos

com doçura e leveza

Flávio Resende, único (e último) representante do sexo masculino na turma de Pós-Graduação, entre as alunas (e atuais coaches) mais que especiais

No dia mais icônico da vida de Flávio Resende, lá estava ela, Ana Vilanova, celebrando seu aniversário

e compartilhando muito amor e alegria

Coachee, do processo de Coaching Organizacional, em profunda reflexão a partir dos questionamentos

feitos pela equipe

Flávio Resende e a doce Margarita Morales, professora e coordenadora do curso de Pós-Graduação em Coaching, da HRC

Fechamento de ciclo das turmas do primeira e do segundo semestre da Pós-Graduação em Coaching

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AGRADECIMENTOS

É chegada a hora de agradecer

P arece ontem quando, pela primei-ra vez, em 2009, ouvi falar de Co-aching. Assim mesmo, de forma

genérica. Coaching Ontológico, então, era quase um dialeto incompreensível. “Que-diabéisso?”, diria um amigo cearense. Pensei com os meus botões: tratar-se-ia da denominação de algo místico? Por que minha amiga e irmã (Sabrina Ferro-li) me convidaria para participar disso? Pois bem. Lá fui eu, meio que desconfia-do, com minha gerente geral à época (da Proativa Comunicação) e amiga Meire Trindade, para a primeira aula do CCTP, da Homero Reis & Consultores (HRC), mais precisamente na segunda edição do cur-so. Curioso, como sempre fui, e como nor-malmente os jornalistas são, estava aten-to a cada palavra, a cada movimento em falso daquelas pessoas estranhas, mas deliciosamente acolhedoras.No processo, mergulhei, pela primeira vez, nas minhas mais íntimas questões. Sorri, chorei, me emocionei com as minhas conquistas e li-mitações; e também com as de meus co-legas, que acabaram tornando-se amigos para toda vida, a exemplo de Maria Luiza Santos, Vilma Peixoto, Imaculada Ruiz e Andrea Paiva.

Concluído o curso, senti que minha crian-ça interior gritava em busca de ser ouvida. Mas tive medo. Não queria despertá-la, pois no fundo não sabia como iria lidar com isso. Não demorou muito para que eu buscasse outras referências na técni-ca que revelou “um Flávio que teria uma missão nesta Terra mais profunda do que olhar para o próprio umbigo”. Neste momento, caiu a ficha de que eu poderia ir além. Um ano depois, lá estava eu, par-ticipando de todos os cursos e palestras sobre Coaching. Não importava quem os proferisse. O tema me tocava profunda-mente. Hoje, vejo que era um chamado.

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Foi a mesma Thirza, aliás, que, um dia, numa aula, num sábado chuvo-so, em seu consultório, na Torre B do Liberty Mall, me perguntou como seria deixar um quadro em branco, torto e sem feições ou formas na parede da minha alma. Aquele questionamento acessou, profunda-mente, a minha essência, me fazendo refletir sobre outras possibili-dades de atuação no mundo, menos perfeitas e mais possíveis, como costuma enfatizar o Homerão! Por falar nisso, Homerão não é força de linguagem. Meu professor orientador deste trabalho final, e quase sempre polêmico, também teve grande contribuição para o que sou hoje, não só por conta de suas aulas geniais, mas, principalmente, por-que foi ele que, numa sessão de Coaching, fez-me enxergar o modelo comportamental de vitimização que reproduzi a vida inteira.

E, como que numa flechada mortal, um dia, ele disse: “se tirar esta vitimi-zação, sobra o que do Flávio?” Sobrou muita coisa, Homero Reis! Sobre-tudo, a percepção de que posso ser mais, se eu verdadeiramente quiser. Mais, mais e mais. Ou menos, a depender do referencial. Foram estas também as percepções que tive quando saia das sessões de Coaching com Michelle Confessor. De uma forma didática e amorosa, ela me apoiou quando precisei e me desafiou quando eu achava que já era o suficiente. Cresci, como cresci com esta coach, que considero a melhor que já tive até hoje. A propósito, desafio e inércia são palavras que não se encaixam muito bem na minha vida. Minha primeira sessão de Coaching, durante o curso de Pós-Graduação, na condição de coach, foi com a experiente Ana Vilanova. Meu juízo (errôneo, naquela situação específica) de que ela era

diz ter vivido uma das melhores experiên-cias que teve na vida.

Mais alguns meses se passaram, e lá estava eu em outro processo do Instituto Karana, desta vez voltado para a “cura da criança interior”. Aqueles que convivem comigo mais de perto proclamaram: “te-nho medo do que vai acontecer com você neste processo, quando despertarem a verdadeira ‘creche’ que existe aí dentro”. Dito e feito: o bicho pegou, mais uma vez. A tristeza e o sentimento de desamparo tomaram conta de mim. Por completo. E fui à lona. Minha irmã resolveu fazer este processo comigo e, coincidência do des-tino ou não, acabamos sendo sorteados para atuar no mesmo grupo. Foi emocio-nante cuidar da criança dela e vice-versa. Mas acho que não foi o suficiente para eu aprender a cuidar, depois desta vivência, da minha própria criança. Aos poucos, reuni os meus “caquinhos” e me reinven-tei. Das cinzas.

Mais para frente, reencontrei uma pes-soa que perpassou a minha jornada pro-fissional de forma relâmpago. Ele tinha uma proposta: ser meu coach, em troca da minha atuação como especialista em Comunicação Empresarial para a sua organização: a Ekoá Jogos Empresa-riais. Foi com ele, Monclair Cammarota, que eu acessei o mais alto grau na vida de auto percepção. Virou amigo e segui-mos as nossas vidas rumo aos objetivos e sonhos de cada um, confidenciados e guardados a sete chaves. Eis que um dia, em 2013, recebo o convite para realizar o curso de Pós-Graduação em Coaching. Estudar, na altura do campeonato, aos 35 anos? “Que nada, estou muito cansado”, pensei. Até que fui convencido pela ami-ga Thirza Reis de que esta poderia ser uma possibilidade interessante.

boa demais e usava seu conhecimento para omitir o que verdadeiramente importava na sessão, me cegou para en-xergar o seu real “quiebre”. Magoei-a, sim. E pedi perdão. Olho no olho, como acredito que devem ser as relações. Mas entendi, com ela, que a escuta das entrelinhas é tão importante quanto o que é falado em palavras.

Assim, ficou a lição: ser coach não é brinquedo. Exige res-ponsabilidade e precisão. Qualquer ato falho pode pôr a vida do outro em risco – e há coisa mais séria do que isso? Coube à Margarita Morales, em parceria com Michelle, consertar o estrago. Ofendi-me em ser responsabilizado pelo resultado de um processo o qual não dominava – e portanto, a responsabilidade deveria ser compartilhada com a própria HRC. Com muita sensibilidade, ela condu-ziu o fato de modo que tirássemos (eu, a Ana e a própria HRC) dali todo o aprendizado possível. Nesta jornada, de “aprender a aprender a sentir o que vem de dentro”, seja de nós mesmos ou do outro, conheci muita gente ado-rável: Liana Reis, Laurinha Pires, Dênis Reis, André Monc, Viviane da Mata, Marcelo Cruvinel, Juliana Matos, Helena Seabra, Thayana Martins, entre muitos outros.

Mas os companheiros de travessia, no curso propria-mente dito, - Luciane Carvalho, Beatriz Mendonça, Ana Vilanova, Renata Oliveira, Vinícius Faustino, Helena Tonet, Islândia Freire e Lud Batista – foram impagáveis. Rimos e choramos juntos. Com a alegria e a dor do outro, respecti-vamente. Muitos de nós acessou, no meu modo de ver, as mais profundas feridas e também fomos capazes de nos dar as mãos, quando necessário. A todos, em especial, o meu companheiro de todas horas, Wellington Pantaleão (inclusive, cuidando da “creche interior” despertada nos processos); Sabrina Ferroli, que vibrou e que esteve co-migo em todos os momentos (dos mais dolorosos aos mais especiais, como o dia da tatoo e da cabeça raspa-da); Silvia Joi, minha melhor amiga, que me apoiou e que me apóia em todas as minhas escolhas; e meus pais que, mesmo não entendendo do que se trata o “tal Coaching”, acham que estou no caminho certo de aprofundamento pessoal; enfim, a todos mesmo, minha eterna gratidão (desculpem se me esqueci de alguém).

Que a cabeça raspada seja o ícone de mudança no processo do qual me vejo hoje inserido; e a ta-tuagem com os dizeres “Eu tenho o direito e a co-ragem de ser imperfeito”, com minha própria letra, feia e torta - tal como o quadro da parede imaginá-ria criada por Thirza Reis -, não me façam esque-cer de que a mudança pode ser muito bem-vinda. Embora, terrivelmente dolorida ou incrivelmente oportuna e necessária. [FR]

No ano seguinte, compus a segunda tur-ma do ACE, do Instituto Karana, também especializado em Coaching, só que com outra abordagem: o Coaching Conectivo. Foi, até aquele momento, a experiência mais profunda que havia tido na vida. Já de início, fui confrontado a explicar porque me atrasei para a primeira aula. A respos-ta era simples: o marceneiro (sim, o mes-mo que, desde dezembro do ano passado, não entrega os armários da minha casa recém adquirida) atrasou na reunião que tinha comigo para a escolha do material a ser usado na produção dos móveis do meu novo escritório.

Do alto de seu 1m56, Sabrina (que condu-zia o processo) apontou o dedo na minha cara e não titubeou ao me expor a todo grupo, dizendo: “você atrasou porque foi escolha sua!” “Oras bolas! Como assim, escolha? Atrasei porque o infeliz do mar-ceneiro não chegou há tempo”, me defen-di. E ela retrucou: “mas você não poderia ter escolhido vir e chegar no horário mar-cado, em vez de danar todo o grupo por conta do seu atraso (a aula só começaria, e foi dito isso no ato da inscrição, quando todos estivessem presentes)?”

Aquela frase foi o bastante para eu “virar onça”. Das bravas. Acessei minha raiva e fui pra cima dela (com palavras, é claro). Não conseguia alcançar o que a minha amiga (e naquele momento, a “facilitadora vilã”) afirmava, com tanta convicção. Fo-ram necessárias algumas semanas, com a conclusão do tal curso, para cair a ficha de que ela estava certa: tudo na vida é es-colha. Inclusive, quando a gente escolhe ser omisso para o que acontece ao nosso redor. Não satisfeito, quis mais: viabilizei a participação da minha única irmã, Regi-na Célia, no processo de Coaching que a apoiaria emocionalmente. Resultado: ela

“Mente aberta, coração aberto e vontade aberta”: princípios da Teoria U, de Otto Scharmer, e algumas marcas na vida de quem vos fala

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