inquérito a obras em silves
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Primeira notícia sobre o processo Viga dóuro noticiada pelo Observatório do Algarve em 14.7.2006TRANSCRIPT
Sexta Feira, 18 de Fevereiro de 2011
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Inquérito a obras na Câmara de Silves
14-07-2006 8:00:00
Presidente da Câmara abre inquérito por suspeita de
irregularidades na adjudicação de obras, após recepção
de ofício das Finanças de Faro.
O inquérito ainda está em aberto, e deverá servir para
apurar se existiram ou não irregularidades na adjudicação
e contratualização de obras entre a Câmara de Silves e a
empresa “Viga d’Ouro”, uma das principais credoras da
autarquia.
Contactada pelo Observatório do Algarve, a presidente
Isabel Soares escusou-se a adiantar muitas informações,
alegando “segredo de justiça”, embora tal figura só se
aplique em matérias de tribunal. Não obstante, confirmou
que o inquérito visa um funcionário dos Serviços Urbanos
e Ambiente, departamento responsável pela rede de
águas, esgotos e limpeza urbana e que “mais pessoas
serão ouvidas, para apurar a verdade”.
Segundo soube o Observatório, o inquérito surge na
sequência de um ofício recebido pela autarquia, datado de
3 de Julho, em que a Direcção de Finanças de Faro
solicita esclarecimentos sobre a firma “Viga d’Ouro”,
uma das principais fornecedoras de obras públicas à
autarquia.
As finanças pretendem averiguar “nomeadamente as datas
de início e conclusão dos trabalhos efectuados pela
referida empresa, bem como os montantes facturados pelo
mesmo”, em nove empreitadas executadas para a
autarquia, refere o despacho da presidente para instaurar o
inquérito, datado de 5 de Julho.
No documento – a que o Observatório teve acesso – a
presidente determinou ainda a “suspensão de todos os
pagamentos referentes a contratos empreitadas e
fornecimentos sem suporte de prévio procedimento
concursal”.
De acordo com o mesmo documento, oito das obras
foram de remodelação da rede de água e esgotos e uma de
reparação de estrada e arranjo de bermas.
Contactado pelo Observatório do Algarve, António
Aleluia, um dos sócios da empresa Viga d’Ouro, disse
desconhecer o processo, e garantiu que a empresa tem a
situação inteiramente regularizada no que respeita ao
fisco (IVA) e à Segurança Social. Quanto ao inquérito,
António Aleluia disse não ter sido notificado pela
Câmara, e como tal “a empresa vai continuar a efectuar as
obras como até aqui”.
Segundo um dos vereadores da oposição, Manuel Ramos
(CDU), a empresa “Viga d’ Ouro” é uma das principais
credoras da autarquia, que deve à empresa um montante
superior a 3 milhões de euros”.
Manuel Ramos acrescentou ainda ser estranha a
referência no despacho “à suspensão de contratos,
empreitadas e fornecimentos sem procedimento
concursal”, referindo que, em princípio, este tipo de obras
deverá ser sempre sujeito a concurso.
O resultado do inquérito deverá ser conhecido na próxima
semana.
Mário Lino