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Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica Nº 105 - abril / 2018 Comunhão Anglicana www.sagradafamiliaaraxa.com.br https://www.cadadia.net/o-poder-de-sua-ressurreicao/

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Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica

Nº 105 - abril / 2018

Comunhão Anglicana

www.sagradafamiliaaraxa.com.br https://www.cadadia.net/o-poder-de-sua-ressurreicao/

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PRESIDÊNCIA

DOS CULTOS

Senhor Deus:

Vimos à Tua soberana presença para suplicar ajuda aos que sofrem por doenças do corpo ou da mente. Sa-bemos que as enfermidades nos fa-vorecem momentos de reflexão e de uma aproximação maior de Ti.

Mas pedimos-Te a tua misericórdia e

que estendas a Tua luminosa mão sobre os que se encontram doentes. Que a sua fé e confiança brotem for-tes nos seus corações.

Que a Tua paz esteja com todos nós. Que assim seja!!

Amém.

OREMOS PELOS

DOENTES

02 – Graça Alexandra Ferreira

02 – Sofia Mota Cadinha

06 – Conceição Ferreira Fernandes

11 – Isabel Cristina Pereira

14 – Maria das Dores Coelho

16 – Maria Madalena

19 – Anjos Moreno

21 – Maria Isabel Silva

23 – Patrícia Daniela Pereira

Ainda não está definida

a Presidência dos Cultos

à hora de fecho desta edição

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S. João 20,1-18

Eu vi o Senhor!

No primeiro dia da semana, ain-

da de madrugada, Maria Mada-

lena foi ao sepulcro e viu que a

pedra que tapava a entrada tinha

sido removida e não viu o corpo

de Jesus. Foi procurar os discí-

pulos e encontrou Simão Pedro

e João e disse-lhes: levaram o

Senhor do túmulo e não sabe-

mos onde o puseram.

Estes discípulos foram a correr

ao túmulo. João, mais novo, foi o primeiro a chegar e espreitou para

dentro do túmulo e ao ver as ligaduras no chão não entrou. Quando

Pedro chegou, entrou e ficou admirado ao ver o pano que cobria a ca-

beça de Jesus dobrado e não misturado com as ligaduras. Depois, en-

trou João viu o mesmo que Pedro e resolveram voltar para casa.

Maria Madalena ficou junto do túmulo a chorar. Entretanto olhou para

dentro e viu dois anjos que lhe perguntaram: mulher, por que choras?

Ela respondeu: porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puse-

ram. Depois, voltando-se viu que estava um homem atrás dela, que lhe

perguntou: mulher, por que estás chorar? Quem é que procuras? Maria

respondeu: se foste tu que o levaste, diz-me onde o puseram.

Em vez de lhe responder, Jesus chamou: Maria! Aquele chamamento

tirou-a da sua angústia: era a voz familiar de Jesus. Maria voltou-se e

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exclamou: Meu Mestre! E Jesus disse-lhe: Vai ter com os meus irmãos. Ma-

ria foi e disse aos discípulos: Eu vi o Senhor!

A Paixão e Morte de Jesus foram presenciadas pela multidão que estava em

Jerusalém para a Festa da Páscoa. Mas a Ressurreição de Jesus foi testemu-

nhada, apenas, pelos seus discípulos mais próximos, começando por Maria

Madalena.

Celebrar a Ressurreição de Jesus é anunciar a mensagem de Maria Madalena.

A mensagem da alegria que Madalena sentiu quando viu Jesus Ressuscitado.

A mensagem que venceu a angústia do túmulo vazio, do não saber onde o

puseram. A mensagem da alegria que nos leva a encontrar a reconciliação de

Deus connosco, na Morte Redentora de Jesus na Cruz. A Mensagem de ale-

gria que vence todos os nossos medos. Mensagem que nos conduz à fé em

Jesus Ressuscitado, fé que nos conduz à vida eterna, a suprema alegria dos

cristãos.

Carlos Duarte, Presbítero

S. João 20,19-31

Este texto fala-nos, entre outras questões, de três temas muito importantes.

Jesus dissera antes da sua morte que era preciso que Ele morresse para que o

Paráclito viesse para os discípulos e, por intermédio dos que eles converteri-

am, a toda a humanidade. Assim, neste momento Jesus declara claramente

que o Espírito Santo, tanto como Ele, derivava do Pai. Outras fações do cris-

tianismo consideravam que o Paráclito deriva do Pai e do Filho, pois, como

1º DOMINGO DEPOIS DA PÁSCOA 8 DE ABRIL

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neste texto podemos observar, Jesus sopra o Es-

pírito Santo sobre os discípulos, após a Sua res-

surreição.

Esta foi uma das questões teológicas mais impor-

tantes (havendo outras em torno do poder organi-

zacional da igreja) que levou a que o cristianis-

mo base – o bizantino- excomungassem todo os

batizados pela igreja de Roma, que após a legiti-

mação do culto do cristianismo após Constanti-

no, começar a ganhar cada vez mais poder face

às jurisdições tradicionalmente mais importantes

pela sua antiguidade: a de Bizâncio e a de Jerusalém: os papas (de Abba –

paizinho – equivalente a um bispo) destas jurisdições desde Constantino que

continuaram a expandir o cristianismo, mas no século XII o papado de Roma

já tinha imenso poder, dada a dádiva de vários terrenos por Carlos Magno ao

bispo de Roma (sede do império sacro-romano de Carlos Magno, que preten-

dia simular o império romano do ocidente, tomado de assalto pelos bárbaros a

partir do séc. XV. No entanto, Bizâncio manteve-se fiel à cultura judaico-

greco-cristã, pois os otomanos só conquistaram Bizâncio (ou Constantinopla)

no séc. XV.

A ressurreição de Jesus, que celebramos na Páscoa, não é algo puramente

espiritual; quem apareceu neste texto aos discípulos (e mais tarde) não foi a

energia (palavra tão na moda hoje) espiritual de Jesus, mas sim Jesus em car-

ne e osso; é importante termos isto presente num tempo em que se fala de um

cristo cósmico e coisas afins, não assumindo a dimensão da ressurreição cor-

poral de Jesus, ou omitindo-a, em linhagens sincréticas new age e/ou ecumé-

nicas.

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O caminho da fé de cada um de nós nem sempre um caminho linear e daí não

devermos julgar ninguém no que respeita à sua vida espiritual. Com efeito,

aquele que ficou na história como o mais cético dos discípulos acerca da res-

surreição corporal (e não apenas fantasmagórica de Jesus) é também aquele

que O reconheceu como Deus («Meu Deus e Meu Senhor»), quando o tratara

anteriormente por tu ou por Rabbi (Mestre).

Em conclusão, este texto obriga-nos a refletir sobra a Trindade.

Clara Costa Oliveira

S. Lucas 1,26-38

Os Anglicanos não têm nenhuma posição so-

bre a virgem Maria que não seja aquela que se

encontra nas Sagradas Escrituras e se afirma

nos Credos universais: Credo Apostólico e

Credo Niceno. Afirmamos o seu papel na his-

tória redentora da humanidade, sendo através

dela que nasceu nosso Senhor e Salvador, Je-

sus Cristo. Maria foi um exemplo de fé e obe-

diência a Deus.

O Reconhecimento de Maria na Igreja Anglicana

A posição especial de Maria dentro do propósito de Deus na salvação, como

“portadora de Deus” (theotokos), é reconhecida de várias formas na Igreja.

A Igreja Anglicana afirma nos credos históricos que Jesus nasceu da Virgem

ANUNCIAÇÃO DE NOSSO SENHOR À VIRGEM MARIA 9 DE ABRIL

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Maria.

Mas a Igreja Anglicana ora a Maria?

A Igreja Anglicana não ora, ou reza, a Maria, tão pouco venera ou adora a

Maria, nem os santos. Comemoramos a vida de Maria e os apóstolos, entre-

tanto somente adoramos, veneramos e louvamos ao verdadeiro Deus, o Pai, o

Filho e o Espírito Santo. Acreditamos que Jesus Cristo é o único mediador

entre Deus e os homens, e oramos somente ao Pai em nome de Jesus guiados

pelo Espírito Santo.

Como os ensinos da Igreja Anglicana sobre Maria se comparam com os

ensinos de outras igrejas?

A Igreja Anglicana comparte com as outras igrejas cristãs uma fé comum na

Encarnação. Maria é honrada, como a mulher através de quem Jesus, que é

homem e Deus, foi concebido e nasceu.

A Igreja Anglicana não acredita na conceção imaculada de Maria, nem a as-

censão de Maria, nem tão pouco que Maria fosse virgem até a morte. Enten-

demos que estas doutrinas, ou dogmas, não tem nenhuma base bíblica e são

frutos da tradição da Igreja de Roma.

José Manuel Santos, adaptado de http://cafecomobispo.blogspot.pt/2012/08/os-anglicanos-e-

virgem-maria.html

S. Lucas 24,35-48

A Ressurreição é um ponto fundamental da Fé Cristã. Depois desse aconteci-

mento Jesus Cristo manifestou-se em muitas ocasiões. Se fosse só uma pode-

2º DOMINGO DEPOIS DA PÁSCOA 15 DE ABRIL

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riam supor que era um

engano, um delírio, uma

ilusão… Mas após tantas

repetições, em locais vari-

ados, a pessoas e a grupos,

todas as dúvidas perderam

razão de ser. Os discípulos

perturbados, com medo e

remorsos, frustrados com

a “derrota do Mestre”, são

sossegados com as primeiras palavras “Paz seja convosco” e não ouvem pala-

vras de acusação – que seriam justas… A princípio hesitam, julgam ver um

espirito/fantasma (tal como no mar, S. Marcos 6:49). Era bom demais para

ser verdade!

Para dissipar duvidas, Jesus toma a iniciativa. Mostra-lhes as mãos e os pés:

Motivo de espanto, venceu a morte, e não quis cicatrizar os ferimentos…

Mais tarde, o ausente Tomé qui ver as mãos e o lado atingido pela lança. À

admiração dos discípulos segue-se a alegria. Jesus parece ter fome… Come

peixe assado e mel. Mas a verdadeira razão é provar que é Ele mesmo. Os

fantasmas não comem (?).

As ações de Jesus são acompanhadas de palavras, que confirmam os seus

ensinos e promessas, mas também mostram a validade dos escritos dos profe-

tas e dos salmistas. Aplica a si próprio a interpretação e a certeza dos antigos.

Desafia os presentes a aceitarem o inacreditável e até crerem no

“impossível”. Mas tudo isto é demonstrado apenas aos amigos. Os inimigos

ficam longe destas maravilhas, em que o cristo mostra o erro daqueles que o

perseguiram ferozmente.

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O pequeno grupo ali reunido, e mais tarde outros seguidores, são testemunhas

oculares dos acontecimentos da Páscoa Cristã, que é o apogeu de três anos de

percurso com o novo Rabi.

Não podia haver vitória final, sem um percurso prévio cheio de incompreen-

sões, insultos e sofrimento. Não podia haver Ressurreição “de um vivo”. A

Cruz e a morte foram indispensáveis, embora isto envolva algum mistério.

Acreditamos, e ainda bem, que Jesus Cristo é o Senhor da vida. Assim, pela

Fé, o estranho não foi Ele ter ressuscitado! O mais espantoso é Ele ter morri-

do, abdicando de um direito divino, sujeitando-se a uma desgraça humana.

Os medrosos discípulos ficaram de tal modo convencidos, que daí em diante

tiveram uma coragem inaudita, enfrentando dificuldades na pregação pública,

e resistindo a autoridades iniquas. Estarmos aqui e sermos cristãos é motivo

para darmos Graças a Deus, mas também lembrarmos os nossos “pais que

estiveram na antiga Jerusalém” e merecem a nossa gratidão.

Jorge Barros, Pastor

S. João 10,11-18

Hoje lembramos um dos títulos mais impressionantes de Jesus Cristo que é

não apenas Pastor, mas o “Bom Pastor”. Não podemos esquecer que este e

outros atributos que são aplicados ao Senhor provêm do ambiente rural em

que se movimentou o seu Ministério. As suas parábolas passam-se entre a

pesca e a agricultura, entre o ter e o perder, encontrar e voltar a ter. Ao ler

3º DOMINGO DEPOIS DA PÁSCOA DOMINGO DO BOM PASTOR E DAS VOCAÇÕES

22 DE ABRIL

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este texto do Bom Pastor, não é

possível esquecermo-nos da pa-

rábola da ovelha perdida. É uma

parábola programática que ensi-

na os cuidados a ter com os que

estão entregues ao cuidado uns

dos outros. É uma figura da fun-

ção e da missão da Igreja. Cada

vez mais esta função é a de ir em

busca não apenas dos perdidos,

dos que sabem que estão perdidos, mas também de ir em busca dos que não

sabem que estão perdidos. Estes últimos talvez sejam o maior desafio do

Bom Pastor e porque não dize-lo já: da Boa Igreja. Claro que tudo depende

daquilo que quer o Pastor quer a Igreja entendem como sendo “os perdidos”.

O desafio é perigoso porque esta questão pode rapidamente descair para o

terreno tão amado e fácil, mas muito armadilhado, do moralismo ou pior do

falso moralismo. Como é que o bom pastor e a boa igreja definem os perdi-

dos? Os que não iguais? São os que não pensam todos da mesma forma? É

uma avaliação interior ou exterior? É com conhecimento de causa, ou é con-

clusão superficial baseada apenas no que parece? É o bom pastor e a boa

igreja acolhedora de forma a ser prudente nas suas opiniões acerca dos perdi-

dos, ou é o pastor um mau pastor e a igreja uma má Igreja que nem sequer

lhes interessa refletir no assunto? É um desafio tremendo! Já passou o tempo

deste discurso dos “perdidos”, podemos dizer o que quisermos não nos pare-

ce que seja por essa palavra que podemos levar hoje o Evangelho à diversida-

de que espera por nós lá fora. Ninguém acredita hoje estar perdido como se

podia proclamar nos séculos anteriores. No entanto não deixa de me fascinar

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que tanto se fala de Igrejas modernas, contemporâneas, abertas à modernida-

de, etc etc etc…mas quando se trata de defender este discurso requentado dos

perdidos, levantam-se logo rapidamente as vozes de outrora, os moralistas

cerram fileiras e cai-lhes logo a máscara da modernidade. Numa palavra: nin-

guém está para os ouvir. Esses são os mercenários ansiosos por arrebatar as

ovelhas e o pior é que têm cada vez maios seguidores! Existe gente perdida?

É verdade, sim, existe gente perdida, e cada vez mais! O desafio, parece-me,

é dizer-lhes que o são sem lhes dizer, mas levá-los a entenderem isso por si

mesmos, através de palavras amorosas e verdadeira fraternidade e cuidado

cristão, através da boa pastoral de um bom pastor com o auxílio de uma boa

igreja. Sem ofender, sem confrontos, sem arrogâncias para as quais ninguém

tem paciência nem tempo, mas ensinar e conduzir cada um ao encontro consi-

go mesmo e depois com Cristo. Isto é que é difícil! Estar ou não estar perdi-

do, sentir-se ou não se sentir perdido é do foro da intimidade de cada um,

porque todos nós temos mistérios e misérias só nossos, todos nós somos mui-

tos dentro de um só. É muito errado e fatal para a Igreja pensar que as pesso-

as estão assim de repente dispostas a admitir que estão pedidas. São necessá-

rias novas Vocações que saibam lidar com um Mundo Novo. Vocações que

dêem novos significados a palavras antigas e que percebam bem o que é sen-

tir-se “ovelha” e “perdidos” para não falarem, nem pregarem, nem julgarem

pelo que lhes parece e que dêem também um novo significado à palavra Mi-

nistério. A expressão fortíssima “Ovelhas perdidas” necessita de novo senti-

do, como igreja e bom pastor estão à espera de novos significados, só O Bom

Pastor não necessita de novo significado, porque Ele “é o que é”. Tudo o res-

to tem que ser Novo…

José Manuel Cerqueira

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S. Marcos 1,1-15

Hoje, este dia, leva-nos a refletir sobre S. Marcos que é, de modo espe-

cial, o evangelista da fé. É o único que insiste na fé e que a mesma de-

ve existir e ser vivida ainda que no meio da obscuridade. O evangelista

tem um sentido muito vivo dessa experiência. Mais do que desenvol-

ver os ensinamentos do Mestre, preocupa-se em acentuar a manifesta-

ção do Messias crucificado. Apresenta-nos Jesus rodeado de pessoas

que, depois de um primeiro entusiasmo, O recusam. Os próprios Doze,

escolhidos por Ele, não O compreendem no sentido que têm o coração

endurecido, fechado à Sua mensagem, à Sua Pessoa. Mesmo Pedro,

que reconhece Jesus como Messias, não quer aceitar o caminho que

Ele escolheu percorrer, o caminho, aos seus olhos, de sacrifício, o ca-

minho da cruz, da salvação. O centro do evangelho de Marcos é o pa-

radoxal testemunho de fé, esperança e dádiva, que reconhece em Jesus,

que morre na cruz, o Filho de Deus. Marcos compreende a realidade

profunda do itinerário doloroso de Jesus e apresenta-o à luz da fé, defi-

nitivamente consolidada na ressurreição e vida eterna.

A reflexão de Marcos não é académica, mas existencial e vital. O

Evangelho é Deus que contém e manifesta o projeto salvífico que o Pai

S.

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quer realizar por meio do Filho em favor de toda a humanidade. É do coração

de Deus que brota a “Boa Nova” capaz de encher de alegria todos os cora-

ções humanos que estejam disponíveis a acolher o dom da salvação. O

“Evangelho é de Jesus Cristo”, quer dizer, é Jesus o Cristo, o Filho de Deus.

Mas é também memorial de tudo quanto Jesus fez e disse. Numa palavra,

para Marcos, o Evangelho é tudo, e tudo é Evangelho.

Jorge Filipe Fernandes

S. João 15,1-8

Ao celebrarmos este domingo e depois de ter-

mos ouvido os relatos da Ressurreição e da

resistência dos discípulos em acreditar nela,

entramos esta semana numa nova dimensão,

onde podemos reencontrar os grandes discur-

sos de Jesus. Discursos esses que foram uma

parte do discurso do Bom Pastor e outro que é

o discurso de despedida de Jesus, entre a Últi-

ma Ceia e a sua prisão.

Diz-nos Jesus: “Eu sou a videira, vos sois os

ramos”. Dos trabalhos no campo, é na vinha

que o lavrador investe mais paciência, paixão e preocupação. Jesus diz-nos

que nós somos a vinha do Senhor: Ele é a videira e nós somos os ramos pron-

tos a dar o vinho da sua alegria! Todos existimos pelo mesmo amor que irriga

todos. Uma vida espiritual que nos coloca entre Deus e os outros, numa rela-

4º DOMINGO DEPOIS DA PÁSCOA 29 DE ABRIL

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ção e circulação intima.

Misteriosamente, Deus chega a todos os ramos, como um milagre que faz

desabrochar o amor, qual néctar delicioso e perfumado que inebria a existên-

cia humana. Se nos desligarmos desta videira sabemos que morremos, porque

deixamos de receber e dar amor. Ser ramo é ser elo e mistério de comunhão.

Diz-nos ainda Jesus: “Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós.” O

tempo desafia as incertezas e as agruras da vida, daí que o amor não seja uma

experiência de um momento ou algo intermitente, descontinuo, esporádico,

mas sim uma relação paciente da qual se faz história. Mesmo quando a vida é

feita de coisas externas e supérfluas, a felicidade reside na vitalidade interna,

na fecundidade, ali onde nascem e correm os sorrisos e as lágrimas, a dor e o

amor.

Permanecer, significa ter tempo, saborear, demorar, habitar e aprofundar raí-

zes. Não ao lado, nem perto, mas dentro. Permanecer é ser enxertado bem no

meio, tal como profunda e íntima é a comunhão do ramo com a videira. Deus

permanece em nós, não como uma voz que vem de fora, mas como fonte de

vida. Deus vive dentro do coração humano!

Por fim, diz Jesus: “A glória do meu Pai é que deis muito fruto.” A glória de

Deus reside nos pequenos ramos, capazes de uma enorme riqueza de cachos

amadurecidos pelo sol. A sua glória é dar muito fruto, como se a nossa voca-

ção fosse a fecundidade. A Deus não importa os números dos defeitos ou dos

pecados, mas sim os cestos cheios de fruta, os cabazes de alegria e de brilho,

os cestos de palavras e de gestos que alimentam o sabor da vida. Deus gloria-

se na fecundidade de frutos novos e de gestos de esperança que antes não

existiam.

O sonho de Deus, bem como a nossa felicidade, não é a poda, mas é o fruto

abundante e multiplicado. Dar fruto é sentir, no nosso coração, o pulsar do

amor de Deus! Pedro Fernandes

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REFLEXÕES QUARESMAIS

Quando nos reunimos para refletir sobre a palavra de Deus

somos desafiados a pensar um pouco mais além. Mais

além da letra e da palavra, mais além do que nos rodeia,

mais além de nós mesmos sendo por vezes levados a mer-

gulhar fundo no nosso próprio ser. Quer se converse sobre

algo conhecido ou não, novas perspetivas nos são apresentadas e novas inter-

pretações surgem. Por vezes terminamos com satisfação pelo tema abordado

ter sido bem assimilado. Por vezes terminamos com mais interrogações na

nossa mente do que com certezas. Por vezes terminamos com vontade de ter

dito mais qualquer coisa. E por vezes terminamos apenas. Em qualquer dos

casos terminamos sempre enriquecidos pela partilha e com o coração cheio.

Aproveito aqui para agradecer o esforço e a dedicação que é necessária para

orientar estes encontros. Nós, os interlocutores, temos a vida bem mais facili-

tada. Obrigada e até breve. Sara Meneses

CORO DO ARCIPRESTADO DO NORTE

Foi com grande alegria que recebi a notícia que o Coro do

Arciprestado do Norte ia retomar os ensaios, para participar

na celebração da Sexta-feira Santa e na Vigília Pascal, deste

ano.

Como neste momento a minha condição profissional permiti-

me envolver nos ensaios e respetivas participações, lá fui eu, que gosto muito

de cantar, pois faço-o e sinto-o como uma expressão do meu amor por Deus.

E como dizia S. Agostinho “Quem canta ora duas vezes”.

O grupo coral é composto por, aproximadamente, 18 elementos de várias pa-

róquias do Arciprestado do Norte. Da nossa paróquia, em particular, para

O QUE ACONTECEU…!

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além de mim, está a minha amiga Rosa Maria (somos sopranos), e o seu ma-

rido Serafim (que faz parte dos baixos).

O Maestro é o Pastor José Manuel Cerqueira, um Maestro exigente, mas com

muita paciência para nos ensinar a cantar, sem desafinar… É um Maestro que

nos alegra com a sua boa disposição.

Um obrigado especial ao Pastor José Manuel Cerqueira pela sua disponibili-

dade em nos orientar e, principalmente, em nos “aturar”.

Espero que gostem da nossa participação e que nas próximas intervenções,

possamos contar com a vossa presença. Mafalda Fernandes

II RETIRO QUARESMAL DO CLERO DAS IGREJAS IBÉRICAS

Foi-me solicitado pelos responsáveis do RR a que desse o meu testemunho, o

meu sentir ou vivência, no retiro Quaresmal do Clero das Igrejas Ibéricas,

que teve como tema: “Não tenham medo!” (S. Mateus 14,27).

Foram três dias muito especiais. Eu diria, até, que soube a pouco. Para estes

factos contribuíram os momentos estabelecidos entre todos os participantes,

muitos dos quais nem nos conhecíamos, mas que depressa se transformaram

em amizade e fraternidade.

Porém, o mais importante, sem dúvida, foram as reflexões sobre as passagens

bíblicas, de todos bem conhecidas, mas que nos foram colocadas pelo Rev.º

Mark Bozzuti-Jones da Trinity Church, que nos interpelaram na vertente es-

piritual para o nosso modo de ser crentes e, por isso, no nosso modo de viver

a Fé na vida em todo o momento e em todo o lugar.

O modo como somos chamados a ser honestos connosco pró-

prios, no que fazemos, no que pensamos e, acima de tudo,

estarmos sempre disponíveis e pedindo muito a ação do Espí-

rito Santo para nos deixarmos transformar e sermos, assim,

mais sinceros na vivência e testemunho cristão.

Como já referi soube a pouco. Os dias passaram a correr para

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mim e penso também poder falar pelos outros presentes e dizer: “Queremos

mais!” Isabel Silva, Diácona

DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO

Este ano a liturgia do Dia Mundial de Oração, foi preparado

pelas mulheres do Suriname, tendo uma das celebrações ocor-

rido na Igreja Metodista do Mirante, onde estiveram presentes

alguns membros da nossa paróquia.

No altar estavam estendidos tecidos de diversas cores, um ma-

pa do Suriname e flores tropicais. No início da celebração,

duas irmãs levaram ao altar uma Bíblia, deixando-a aberta em Genesis, e uma

vela que se acendeu antes da litura da passagem de Genesis. Ao mesmo tem-

po entoava-se o Hino “Grandioso és Tu”, durante o qual davam um abraço de

boas vindas a todas as presentes.

Depois a Diácona Isabel dirigiu uma pequena homilia, oramos por todas as

mulheres do mundo que são vítimas de violência domestica e pelas crianças

vítimas de abusos sexuais. Pedimos por este mundo que Deus criou e que o

homem tem vindo a destruir, sim porque toda a Criação de Deus é Maravi-

lhosa!

No final foi levantada a coleta, que reverteu para Beneficência Evangélica do

Porto, de modo a ajudar esta Instituição a continuar com a sua missão, no

cuidado de todos aqueles que lá vivem.

“Tudo vem de Ti, Senhor, e o que damos da Tua mão o recebemos.”

Graças te damos, por esta tarde tão abençoada. Rosa Maria Ferreira

134.º ANIVERSÁRIO PARÓQUIA – DEDICAÇÃO DE PAINEL

No passado dia 11 de março, a nossa Paróquia completou a linda idade de

134 anos, ao serviço de Deus.

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O Culto desse domingo começou no exterior da igreja onde o

Pároco, na presença dos paroquianos, fez uma pequena oração

de dedicação do bonito painel que foi colocado na entrada exte-

rior do templo. Este painel foi instalado no dia anterior, com a

ajuda preciosa dos nossos irmãos em Cristo, Serafim e Manuel

Silva, com a colaboração do Pedro Miguel Oliveira, da empresa

Busilis que forneceu o elemento em causa, e na presença do Pároco e dos

membros da Junta Paroquial.

No decorrer do Culto fez-se memória de Diogo Cassels, a quem devemos a

iniciativa de mandar edificar o Templo, mais as salas adjacentes onde funcio-

navam as escolas primárias e a obra social.

Também recordamos todos os irmãos que desenvolveram e trabalharam na

missão da paróquia, ao longo destes anos, e que para nós são um exemplo

vivo de dedicação, amor e fé cristã e que nos ajudam a dar graças pelo passa-

do e a olhar o futuro com confiança e fé.

No final do Culto, a comunidade cantou, com entusiasmo, os parabéns e co-

memos uma fatia de bolo, alusivo ao aniversário da paróquia, gentilmente

oferecido, como já é hábito, pela nossa irmã, na Fé,

Margarida Teixeira. Houve ainda tempo para fazer um

brinde, com champanhe oferecido pelo nosso irmão,

em Cristo, José Alexandre.

Que Deus continue a acompanhar e a abençoar o Páro-

co, a Junta Paroquial e todos os nossos irmãos, que, em

conjunto, constroem nesta comunidade uma forte vi-

vência familiar e espiritual.

Que o Espírito Santo sopre sobre esta paróquia e sobre

todos nós, para que sejamos sempre um sinal vivo do

testemunho do Amor de Deus. Maria da Graça Martins

Page 19: Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica Comunhão Anglicana · O pequeno grupo ali reunido, e mais tarde outros seguidores, são testemunhas oculares dos acontecimentos

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01 Culto Dominical - 11h

06 Peregrino – Um Curso para a caminhada Cristã – 21h

07 Reunião Sociedade Senhoras – 15h

Peregrino – Um Curso para a caminhada Cristã – 16h

08 Escola Dominical – 10h

Encontro de Reflexão Bíblica – 10h

Culto Dominical - 11h

14 Assembleia-geral COPIC – Fundação CESDA – Aveiro – 10h

Peregrino – Um Curso para a caminhada Cristã – 16h

15 Escola Dominical – 10h

Culto Dominical - 11h

20 e 21 Reunião da Comissão Permanente

20 Peregrino – Um Curso para a caminhada Cristã – 21h

21 Oração das Vésperas – Igreja Ortodoxa Russa - Porto – 18h

22 Escola Dominical – 10h

Encontro de Reflexão Bíblica – 10h

Culto Dominical - 11h

25 Dia de S. Marcos Evangelista

5.º Aniversário Sagração Bispo Diocesano

27 Peregrino – Um Curso para a caminhada Cristã – 21h

28 Abertura Loja Social c/ Oração breve da Tarde 15h

Peregrino – Um Curso para a caminhada Cristã – 16h

29 Escola Dominical – 10h

30 Culto Dominical - 11h

ABRIL - AGENDA PAROQUIAL E DIOCESANA

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ACTIVIDADES REGULARES DA PARÓQUIA

Templo - Rua Visconde de Bóbeda

Área social - Rua Barão de S. Cosme, 223

Cultos Dominicais - 11 horas

Escola Dominical - 2 classes (crianças e jovens) - Domingos, 10 horas

Loja Social - 3º sábado de cada mês - 15h

Propriedade: Paróquia do Redentor ♦ Equipa Redatorial: Jorge Filipe Fernandes, José Manuel Santos,

Pedro Miguel Fernandes ♦ Redação: Rua Barão de S. Cosme, 223 4000-503 PORTO ♦ Periodicidade:

Mensal ♦ Contactos: www.paroquiaredentor.org; [email protected]; [email protected]

♦ O conteúdo dos diferentes artigos deste Boletim é da responsabilidade dos seus autores, e não representa

necessariamente a posição da Paróquia do Redentor ou da Igreja Lusitana.

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E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé,

e ainda permaneceis nos vossos pecados (1 Coríntios 15:17)

Na penumbra que conduzia à sepultura, as mulheres que iam visitá-Lo,

no domingo cedo, provavelmente apegavam-se a uma ténue esperança.

Um perfume distante de lírio, mirra e aloés enchia o ar.

Os lençóis que O haviam envolvido estavam marcados por manchas

escuras de sangue.

Do interior, contudo, vinha uma torrente de luz, como um sol que nas-

ceu para nunca mais se pôr.

“Ele não está aqui.” As palavras do anjo ecoaram como a voz de mil

trombetas.

Jesus voltara da morte. “Meu Senhor, que manhã!”