hoje macau 9 mai 2013 #2847

20
AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 9 DE MAIO DE 2013 ANO XII Nº 2847 PUB PUB LEI DE TERRAS Nem sempre Hong Kong pode servir de exemplo PÁGINA 3 MGM CENTROS DE LAZER Grant Bowie promete ajudar mas pede parceiros PÁGINA 6 FOUR SEASONS Sands China nega venda de apartamentos PÁGINA 5 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) Ter para ler MOP$10 AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 22 MAX 26 HUM 80-95% EURO 10.2 BAHT 0.2 YUAN 1.2 PUB ELEIÇÕES 2013 Sou Ka Hou é candidato pela Novo Macau O pessimista revoltado Está assumido. Sou Ka Hou será candidato à Assembleia Legislativa pela Associação Novo Macau. O jovem político ainda não sabe muito bem em que moldes mas será, tudo aponta, juntamente com o “amigo” Jason Chao. Para Sou, o Governo “não está a proporcionar um ambiente saudável aos jovens” e isso deixa-o “pessimista” em relação ao futuro, uma vez que isso dá-lhes “valores sociais destorcidos”. CENTRAIS MAU TEMPO MACAU PROVA QUE CONTINUA IMPREPARADO PÁGINA 5 DIREITO NA UMAC BILINGUISMO DEVE PARTIR DO GOVERNO, DIZ NETO VALENTE PÁGINA 2

Upload: jornal-hoje-macau

Post on 10-Mar-2016

220 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Edição do jornal Hoje Macau N.º 2847 de 9 de Maio de 2013

TRANSCRIPT

AgênciA comerciAl Pico • 28721006 D irector carlos morais josé • quinta-feira 9 de maio de 2013 • Ano Xi i • nº 2847

pub pub

Lei de terras

Nem sempreHong Kong pode servir de exemplo

página 3

MgM centros de Lazer

Grant Bowie promete ajudar mas pede parceiros

página 6

Four seasons

Sands Chinanega vendade apartamentos

página 5

Venham mais cinco (séculos)

Ter para lermop$10

aguaceiros ocasionais Min 22 Max 26 huM 80-95% • euro 10.2 baht 0.2 yuan 1.2

pub

eleiÇÕes 2013 sou Ka houé candidato pela novo macau

o pessimista revoltadoEstá assumido. Sou Ka Hou será candidato à Assembleia Legislativa pela Associação Novo Macau. O jovem político ainda não sabe muito bem em que moldes mas será, tudo aponta, juntamente com o “amigo” Jason Chao. Para Sou, o Governo “não está a proporcionar um ambiente saudável aos jovens” e isso deixa-o “pessimista” em relação ao futuro, uma vez que isso dá-lhes “valores sociais destorcidos”. centrais

Mau teMpo

Macau prova que continua iMpreparado

página 5

direito na uMac

biLinguisMo devepartir do governo,

diz neto vaLente página 2

tiag

o al

cânt

ara

quinta-feira 9.5.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia Silva [email protected]

“Faço parte de um grupo de trabalho que estuda a melhoria do curso de Direito e chegou-se à

conclusão de que era inevitável uma mudança.” Foi assim que Jorge Neto Valente, presidente da associação dos advogados de Macau (aaM), falou sobre as mudanças que estão a ser levadas a cabo no curso de Direito ministrado pela Universidade de Macau (UMaC). actualmente exis-tem dois cursos, de matriz chinesa e portuguesa, mas poderá existir um curso bilingue, onde os alunos terão que ter 40% das disciplinas numa língua diferente.

“Haverá garantias de que os livros dados em português também

Joana [email protected]

a aGTech – empresa que opera no mercado das

lotarias desportivas – está a procurar oportunidades de negócio em Macau e, para isso, vai contar com a ajuda de Vitor Cheung Lap Kwan, deputado da assembleia Le-gislativa e empresário.

Num documento entre-gue à Bolsa de Valores de Hong Kong, e publicado no site da empresa, a aGTech Holdings Limited explica que vai emitir 407 milhões de novas acções. a investir

na empresa através destas acções está Vitor Cheung Lap Kwan, por sua vez através da empresa que detém – a Rainwood Resources Li-mited.

a parceria faz parte de uma nova estratégia da aG-Tech. “Estamos contentes por ter ganho o apoio de um investidor como o senhor Cheung, que tem trabalhado de perto com as organizações comerciais mais relevantes na área do lazer de Macau e na indústria do entretenimento, há já vários anos”, refere John Sun, director-executivo da aGTech. “os lucros líquidos

serão utilizados para o de-senvolvimento do negócio, incluindo oportunidades de investimento em hotéis, negócios de entretenimento ou de lazer.”

a empresa espera ganhar cerca de 140 milhões de dólares de Hong Kong com a emissão das novas acções. as acções serão entregues a, pelo menos, seis investi-dores, sendo que a empresa de Vitor Cheung é a maior investidora – podendo chegar aos 85 milhões de dólares. Vitor Cheung é o actual director da Pousada Marina Infante, no Cotai.

a associação Económica de Macau (aEM) quer

que seja permitido a uma quota reduzida de estudantes estrangeiros o trabalho em Macau. Num encontro com o Chefe do Executivo, a aEM deixou expresso este desejo, que, considera, pode ser a solução para a escassez de re-cursos humanos no território.

o encontro teve como objectivo debater sobre o futuro desenvolvimento de Macau e a resolução das condicionantes no desen-volvimento do território. a Chui Sai on, a associação refere que “o mais importante para resolver a questão dos recursos humanos é que os residentes locais ascendam nas carreiras”, mas que, para isso, se deve aproveitar a experiência de trabalhadores profissionais não residentes para acelerar o desenvolvi-mento da qualificação do pessoal local. É neste âmbito que entra a autorização de

estudantes de fora a exercer profissões na RAEM.

Chui Sai on, contudo, diz que ainda não existe uma decisão final sobre o assunto. “a sociedade deve pensar de forma abrangente sobre esta questão, ponderar a situação no seu global, medir as van-tagens e desvantagens”, diz o Chefe do Executivo, citado em comunicado.

Chui Sai On confirma, contudo, que o Executivo tem recebido muitas opi-niões sobre a matéria, mas insisite que o tema deve ser “pensado, analisado e estu-dado profundamente”. - J.F.

Direito UMaC estuda criação de curso com ajuda da aaM

Bilinguismo “tem de ser imposição da Administração”

Investimento Empresa chinesa procura oportunidades e conta com deputado investidor

Entretenimento, lazer e hotéis

Recursos humanos Associação Económica sugere estudantes estrangeiros a trabalhar em Macau

Chefe tem que “pensar de forma aprofundada”

serão dados aos alunos de língua chinesa. Haverá maior necessidade de tradutores e discretamente a universidade e o Governo estão a fazer esforços para isso. É um projecto experimental e esperamos que consiga funcionar”, disse Neto Valente, no âmbito da apresentação das actividades sobre o Dia do advogado.

a notícia foi avançada à agência Lusa pelo próprio vice--director da faculdade de Direito, Io Cheng Tong. “a Faculdade de Direito propõe este novo curso de Direito bilingue para o próximo ano lectivo, mas ainda estamos a aguardar alguns procedimentos, por isso não temos a certeza se vamos conseguir abri-lo já no ano lectivo de 2013/2014.”

a proposta já terá sido apresen-

tada ao Executivo e o objectivo é que o novo curso bilingue funcione com os restantes dois cursos já existentes.

Neto Valente frisou a impor-tância de formar mais quadros jurídicos que dominem ambas as línguas, escritas e faladas. “Se o futuro não for bilingue vai ser monolingue e não é em português, é bom que haja consciência dis-so. o bilinguismo não tem que ser uma obrigação por parte dos cidadãos, mas sim uma imposi-ção da administração, que tem que proporcionar oportunidades iguais. É a administração que tem a obrigação de proporcionar recursos de duas línguas. o mer-cado ditará a necessidade de se fazer esse esforço.”

OBJEctIvO: JuRIStASTanto Paulino Comandante, presi-dente da mesa da assembleia-geral da aaM, como Neto Valente frisa-ram que o objectivo desta medida não passa tanto pela formação de mais advogados, mas sim de juristas.

“ainda há lugar para muitos juristas em Macau, importa é que tenham qualidade. Para os melhores há sempre vaga”, disse Neto Valente.

“o que é importante é que as pessoas sintam como seu o sis-tema jurídico de Macau. Temos que ter o nosso sistema defendido pelos juristas que se formam em Macau. Macau não tem interesse em ser mais um ponto no meio do mapa da China e por isso é que há sistemas diferentes e duas Leis Básicas, e o sistema jurídico faz parte”, acrescentou o presidente da aaM.

Muito desporto no Dia do advogadoÉ já amanhã que começam as actividades para comemorar o Dia do Advogado, em conjunto com profissionais de Guangdong e Hong Kong. Para além de um jogo de futebol com uma equipa do Ministério Público (MP), haverá pingue-pongue e muitos outros desportos. Não faltarão as consultas jurídicas gratuitas ao público. Tudo pensado para chamar a atenção dos jovens. “Os jovens de hoje serão pessoas maduras no futuro, serão dirigentes de empresas e se não conseguirem ter um conhecimento básico das leis a sociedade será mais segura e tranquila”, disse Paulino Comandante. Já Neto Valente considerou que “de uma maneira geral, a sociedade está mais consciente e reivindicativa também. Estamos convencidos que em algumas das nossas actividades haverá oportunidades para os advogados de contribuírem para aumentar esse interesse”.

A Universidade de Macau está a estudar a criação de um curso bilingue de Direito, onde os alunos terão de fazer 40% das disciplinas numa língua diferente. Jorge Neto Valente faz parte do grupo de trabalho de análise e diz que cabe ao Governo criar recursos para que o chinês e o português continuem a expandir-se no território

tiag

o al

cânt

ara

gonç

alo

lobo

pin

heir

o

3políticaquinta-feira 9.5.2013 www.hojemacau.com.mo

O regime de cálculo de prémio em Hong Kong é o ideal, o mais aperfeiçoado e feito por profissionais, mas não pode ser aplicado em Macau. O Governo assegura que não há condições para o território copiar a região vizinha neste aspecto e vai continuar a ser o responsável por calcular quanto deve ser pago por um determinado terreno. Fórmulas não existem, mas o Governo assegura que está a aperfeiçoar o sistema para que fique mais perto do valor real do mercado

Joana [email protected]

“É muito difícil” copiar o regime de cálculo de prémio para a adju-dicação de terrenos

de Hong Kong e, por isso, Macau vai aperfeiçoar aos poucos o seu mecanismo. A ideia é defendida pelo Governo, que descarta qualquer hipótese de ter como referência o que foi feito na re-

Rita Marques [email protected]

Os deputados e o Gover-no voltaram a reunir-se

ontem para discutir as in-demnizações a proprietários no caso de terrenos cujo aproveitamento é prejudica-do com a execução de planos urbanísticos. Os artigos em causa, na lei de planeamento urbanístico, foram ontem alvo de discussão prolon-gada, adiada para hoje, já que as duas partes têm entendimentos divergentes sobre esta matéria.

A Administração defen-de que os proprietários só terão direito a indemnização caso tenham licença de obra, os deputados dizem que este não pode ser o critério para decidir sobre a sua compensação. “segundo a nossa assessoria, não é com base na licença de obra que

Lei de Terras Falta de credenciação profissional impede formação de comissão para cálculo de prémio

Copiar é feio e “difícil”

Planeamento urbanístico Governo defende indemnizações só para terrenos licenciados. Deputados torcem nariz

Compensação da discórdiamais já que isto é muito importante porque depois de aprovada esta proposta de lei, em termos de ope-racionalidade, vai dar azo a mais acções judiciais”, adiantou Chan Chak Mo. “Há deputados que disseram que isso não é favorável ao desenvolvimento do imo-biliário porque se assim for ninguém mais vai comprar terrenos porque se o Gover-no não atribuir licença, não dá direito a indemnização.”

A 2.ª Comissão Per-manente da AL também continua a pedir ao Governo “normas transitórias” en-quanto não forem criados os planos director e os de pormenor, determinados por regulamento administrativo, até porque podem demorar três ou quatro anos, apontou o deputado. O Governo, mais uma vez, ficou de pen-sar sobre a matéria.

se deve dar lugar a indem-nização porque às vezes a licença de obra é só emitida após vários anos depois de ser apresentado o projecto”, explicou Chan Chak Mo,

presidente da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa. “segundo o Governo só com a licença emitida é que o particular tem direito a indemnização

porque entretanto os pro-jectos apresentados podem sofrer alterações mas este capítulo visa proteger as propriedade dos particula-res e quando alguém tiver prejuízos sobre um terreno mesmo sem a licença deve poder obter uma indemni-zação.”

Mas os deputados não ficaram satisfeitos com a jus-tificação. Chan Chak Mo deu um exemplo. “se eu agora comprar um terreno posso ter um prejuízo muito grande porque não foi autorizada a licença da obra, tenho 30 andares depois só tenho 10 então como é? O Governo

ouviu mas continua a dizer que a licença da obra é a linha divisória para analisar mas, às vezes, demora dois ou três anos e se for contra o plano urbanístico quarenta andares ficam 10 e depois como fica?”

A discussão não deu lu-gar a uma tomada de decisão consensual, por essa razão adiou-se para amanhã, com o Executivo a prometer pensar sobre o assunto. Até porque, a comissão fez finca pé nesta matéria, já que a redacção do documento tal como está pode levar a situações de discórdia futura. “Amanhã o Governo vai explicar-nos

regime de avaliação de Hong Kong porque este foi desenvolvido durante muitos anos e, por isso, é muito mais aperfeiçoado [do que o de Macau] e os profissionais têm credenciação. Assim sendo, a credibilidade é muito mais forte, mas Macau não tem mecanismo de formação de avaliadores, nem credenciação dos profissionais.”

O Governo garante, contudo, que tem ideias para o aperfeiço-amento do cálculo do prémio. “Convidar empresas do exterior [para fazer o cálculo], o Governo também entende que é muito difícil e garantir a justiça dos interesses é difícil também. Mas sugere que vai ter agora elementos mais pre-cisos – como dados dos serviços de Finanças e consulta dos preços praticados nos concursos públicos anteriores – para fazer o cálculo do prémio”, explicou Kwan Tsui Hang. O Executivo admite ainda contratar independentes para emitirem pareceres sobre o valor dos terrenos. Formas que, diz a presidente da comissão, são muito melhores que as do passado, no que toca a fazer um cálculo de prémio mais próximo do valor real.

O cálculo do prémio tem sido motivo de polémica já há algum tempo, devido ao facto de os terre-nos serem adjudicados com preços muito abaixo do que realmente valem. A própria presidente da Co-missão diz que esta questão sempre foi do interesse da população. “A Comissão entende que [o cálculo do prémio] está gravemente de-sactualizado.”

Os deputados consideram que há, na RAEM, falta de um regime semelhante ao de Hong Kong, mas dizem, contudo, que apesar deste apresentado não ser o ideal, não há mais por onde escolher.

gião vizinha para actualizar este cálculo de prémio.

Depois de uma reunião entre a 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) – encarregue de analisar na especia-lidade a revisão da Lei de Terras – e o Governo, a presidente da comissão explicou aos jornalistas que os deputados entendem que o mecanismo de Hong Kong deve ser tido como referência. O Governo, contudo, diz que é muito difícil. “O Governo fez uma apresentação sobre a situação de Hong Kong e entendemos que a experiência [deles] vale a pena ter como refe-rência, porque têm uma comissão de avaliação, que parece que, em comparação com a metodologia adoptada pelo Governo de Macau, parece conseguir acompanhar mais o valor real do mercado”, frisa Kwan Tsui Hang.

Algo que não vai acontecer por cá. “Avaliação em Macau sim, mas não como em Hong Kong, que é elaborada por um grupo profissional.”

OPtiMizaR DevaGaRinhOA actual Lei de Terras não regula qualquer fórmula de cálculo para o prémio e, apesar da revisão prever que se deva ter em conta factores a localização do terreno, a finalidade da concessão, os custos suportados ou a suportar pela taxa de inflação e os custos da adjudicação dos

concursos anteriores, isto pode não ser suficiente.

Ainda assim, o Executivo pre-fere ir “optimizando gradualmente o regime de prémio, porque não há condições em Macau para se introduzir um semelhante ao de

Hong Kong”. Na região vizinha, o cálculo do prémio é feito através de uma comissão de avaliação de funcionários credenciados e formados. Algo que não existe em Macau. “segundo o Governo, Macau não pode copiar tudo do

Antó

nio

FAlc

ão

quinta-feira 9.5.2013www.hojemacau.com.mo4 política

pub

Open Tender Notice

Request for Proposal – MIA - Maintenance Work of the PHC Piles at North & South Taxiway Bridges – RFQ-160

1. Company: Macau International Airport Co. Ltd. (CAM)2. Tendering method: Open tendering3. Objective: To select a qualified contractor to perform the

maintenance works of the PHC piles at North & South Taxiway Bridges.

4. Request for tender documents: Tender Notice and Tender Document can be downloaded from the website www.macau-airport.com and www.camacau.com until 7 days prior to the deadline for submission of Bidders’ tenders. Please regularly check the website for any clarification or changes/modification/amendment of the Tender Document.

5. Location and deadline for submission of Bidders’ tenders:Macau International Airport Co. Ltd. (CAM)4th Floor, CAM Office Building, Av. Wai Long, Taipa, MacauBefore 12:00(noon) on 01 July 2013 (Macau Time)The addressee of the tender shall be Mr. Deng Jun – Chairman of the Executive Committee. The tenders received after the stipulated date and time will not be accepted.

6. CAM reserves the right to reject any tender in full or in part without stating any reasons.

-END-

Joana [email protected]

O Escritório de Con-sultadoria da Nova Área da Ilha da Montanha em

Macau, criado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), recebeu mais de duas centenas de pedidos de informação sobre apostas financeiras no lado de lá da fronteira, em Hengqin.

De acordo com uma nota publicada pelo próprio instituto, após aquela que foi a primeira reunião de trabalhos, na terça-feira, “até à presente data, o IPIM recebeu 214 pedidos de informações de pessoas ou empresas interessadas em investir” na Ilha da Mon-tanha. O organismo não especifica quantos foram exactamente os indivíduos ou grupos que pediram

Comércio Mais de duas centenas pediram informações sobre investimentos

Saber como fazer na Ilha da Montanha

apoio à comissão, mas assegura que há algo mais palpável além de pedidos de informação. “[Além disto, recebemos] 50 intenções de investimento, envolvendo as áreas de indústria farmacêu-tica da medicina tradicional chinesa, indústrias culturais e criativas, turismo, ensino,

restauração, hotelaria, en-tretenimento, convenções e exposições, venda a retalho e serviços sociais.”

Recorde-se que Guang-dong e Macau assinaram um acordo de cooperação em Março de 2011, que prevê que ambas as regiões colaborem na construção

do Parque Industrial da Ilha da Montanha. Umas das intenções da presença de Macau no outro lado da fronteira é alargar o espaço de comércio e negócios que o território não tem, de forma a diversificar a economia.

A falta de dados sobre

como fazer negócios no continente chinês levantou algumas dúvidas entre os empresários da RAEM e, por isso, nasceram comissões de apoio. “Com vista a reforçar a promoção do desenvolvi-mento da Ilha da Montanha, o Governo da RAEM tem vindo a apoiar e impulsionar

as empresas de Macau a par-ticipar no desenvolvimento daquela área, tendo criado no IPIM, a Comissão de Apreciação dos Projectos de Macau no Âmbito do De-senvolvimento de Hengqin, composta por representantes de diversos sectores e qua-dros superiores do governo, com o objectivo de apreciar e recomendar os projectos de investimento interessa-dos em fixar-se no Parque Industrial de Cooperação Guangdong-Macau”, expli-ca o comunicado.

Esta comissão é quem vai proceder à avaliação e recomendação dos projec-tos interessados em fixar--se no Parque Industrial, cujos investidores devem ser residentes de Macau ou de empresas constituídas na RAEM. Os projectos têm de ser favoráveis à diversificação adequada da economia.

tiago alcântara

quinta-feira 9.5.2013 www.hojemacau.com.mo 5sociedade

Gonçalo Lobo [email protected]

Começou por volta das 19h e terminou pelas 2h. Foram duas

horas de intensa chuva que causou a confusão generalizada em macau. Aparentemente, as bombas de escoamento de águas para o mar não aguentaram

Joana [email protected]

A Sands China nega estar a vender os apartamentos do

Four Seasons e assegura que está a proceder a aconselhamento legal e jurídico sobre o que chama de “reportagens intencionalmente falsas”. o anúncio foi feito ontem, no dia em que a imprensa de Hong Kong lançou notícias que diziam que a operadora estaria a preparar--se para vender como apartamen-tos os quartos do Four Seasons e “alegadamente a dividir os activos do centro comercial através de um negócio ou num fundo de investimento imobiliário”.

os jornalistas de macau questionaram a Direcção dos Serviços de Solos, obras Públi-cas e Transportes (DSSoPT) so-bre o sucedido, mas tanto Jaime Carion, director do organismo, como Lau Si Io, secretário para as obras Públicas e Transportes, negaram ter conhecimento de que qualquer venda iria ser feita. mais tarde, a operadora lançou um comunicado a dar conta de que as notícias seriam falsas. “A empresa enfatiza que, apesar de ser constantemente escrito nos nossos relatórios anuais que a nossa estratégia de negócio inclui fazer outro tipo de inves-timentos, não há qualquer base

para a informação nos artigos de notícias.”

esta não é a primeira vez que se fala na venda dos apartamen-tos do Four Seasons, mas Jaime Carion veio ontem reiterar que, caso isso venha a acontecer, só poderá ser feito com uma revisão do contrato e com autorização do Governo. o director da DSSoPT não descarta que a autorização possa ser dada, mas diz que só depois de se verificar se não há qualquer infracção à lei.

A empresa considera que as reportagens foram inten-cionalmente falsas e assume estar a procurar aconselhamento jurídico.

A CTm assegura que não houve nem vai haver qualquer tipo de

problema no acesso telefónico ou de internet durante o período de arranjo do cabo submarino, que em Abril ficou danificado.

Ao Hoje macau, elisa Chan, por-ta-voz da operadora, disse que “não houve qualquer queixa de clientes” desde o dia em que o cabo começou a ser arranjado – a 6 de maio – e que “se espera que não haja impactos para os clientes da CTM”, até ao fim do arranjo, que entretanto terminou.

Ontem, a CTM foi notificada pelo administrador do SmW3 – o cabo

subaquático, que fornece serviço ao território – de que seriam necessários trabalhos de reparação “urgentes”. A CTm não explica o porquê da urgência.

o arranjo do cabo terminou ontem, apesar de se ter previsto que seriam oito a dez dias. o incidente com o cabo – ocorrido a 13 de Abril – afectou as ligações à internet no território durante esse fim-de-semana e a CTm admite que os clientes mais visados foram os que tentaram aceder a sites internacionais. O cabo fica a 108 quilómetros da costa de Shantou, na China.- J.F.

Mau tempo Duas horas de chuvas intensas causaram o pandemónio

Cidade caótica e impreparada

Four Seasons Sands Chinanega estar a vender apartamentos

“Intencionalmente falso”CTM Cabo danificado foi alvo

de reparação extra “urgente” ontem

“Sem impacto para os clientes”

nada com um incêndio num prédio em Iao Hon, devida-mente extinto. ocorreram ainda dois casos de carros que ficaram submersos, um caso de queda de árvore, doze inundações, um caso de queda de azulejos num prédio antigo na Barra e ainda um deslizamento de terras.

A previsão de mau tempo é para continuar, com apenas um descanso no Domingo e segunda-feira, dias em que estarão previstas apenas neblinas. Amanhã também irá ocorrer aguaceiros e os piores dias, até dia 15, serão sexta-feira e Sábado com chuva e trovoada.

tanta água vinda dos céus. “Começamos por ligar as bombas de sucção de água às 18h30 mas isso não impediu que ocorressem inúmeras inundações”, começou por dizer o director dos Serviços de meteorologia e Geofísi-ca, Fung Soi Kun, ao Hoje macau.

“o sinal de chuva in-tensa foi por nós emitido às 19h e a protecção civil

começou logo em campo a trabalhar e a acompanhar as situações.”

macau é uma cidade impreparada? Fung Soi Kun não entra por aí mas sempre deixou escapar que “não foi possível fazer mais”. “existem muitas bombas de sucção de água espalhadas pelo território, desde a pe-nínsula de macau, passando pela Taipa e chegando a

Coloane, mas pelos vistos, estas não conseguem escoar a água toda.”

As autoridades não tive-ram mãos a medir durante as duas horas de dilúvio. Para além do trânsito completamente parado em diversas artérias da cidade - com especial incidência para a zona do Porto Inte-rior -, há a assinalar cinco acidentes de viação – dois

casos na Ponte da Amizade, dois casos na Ponte Sai Van e um caso na rotunda do Complexo olímpico da Taipa -, “felizmente sem feridos”, conforme nos referiu fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Já o Corpo de Bombeiros tiveram mais trabalho. Fo-ram contabilizadas inúmeras chamadas e a situação mais preocupante esteve relacio-

quinta-feira 9.5.2013www.hojemacau.com.mo6 sociedade

Rita Marques [email protected]

Mais e melhores con-dições de trabalho para trabalhadores dos casinos que, ape-

sar de auferirem bons rendimentos, têm horários desregulados, roti-neiros, e, por isso, não têm tempo para a família nem sabem como despender o tempo livre. Este é o pedido de várias associações e da comunidade, em geral.

Grant Bowie, director-execu-tivo do MGM, entende a situação mas diz que as operadoras sozinhas não podem ser responsabilizadas pela criação de centros de lazer e berçários. “a questão de tomar conta das crianças não é apenas uma responsabilidade da conces-sionária mas de toda a comunidade, que é feita de cidadãos, empresas e Governo (...) precisamos de colaborar e criar soluções que acomodem as diferentes necessi-dades comuns, somos participantes

Cecília [email protected]

a habitação social na zona do Fai Chi Kei possui um lar para dar

abrigo aos portadores de deficiência mental, mas parece que o espaço já não possui as condições de ou-trora. Depois de uma conferência de imprensa dada pela associação dos familiares encarregados dos deficientes mentais, o Hoje Macau falou com uma mãe que inscreveu o seu filho no lar e que não esconde o seu desagrado.

Wong Iong Hou, mãe de um filho portador de deficiência, disse que os lares são bons para aliviar a pressão dos pais, mas que o Governo deve ter cuidado no seu planeamento. “O ambiente interno e algumas das instalações da habitação social no Fai Chi Kei não são adequadas a pessoas com deficiência mental, por isso são necessárias mudanças. as lâmpadas, os ventiladores, cabos e mangueiras de incêndio estão todas muito perto de alguém lhes tocar e não há qualquer

O Governo reouve a con-cessão de um terreno

de 450 metros quadrados na areia Preta, entregue em 2004, para a construção de uma bomba de gasolina por parte da asia Environmental Energy (Macau) — socie-dade Limitada, segundo despacho ontem publicado em Boletim Oficial (BO).

O acordo foi tomado, com base numa permuta de terre-nos, depois de o Gabinete para as infra-estruturas de Trans-porte (GiT) ter comunicado a

MGM Grant Bowie diz que operadoras não são responsáveis pela criação de centros de lazer mas promete colaborar

Costas robustas mas não largas

Deficiência mental Governo já prometeu criar mais lares em Seac Pai Van

Pais queixam-se do lar do Fai Chi Kei

Metro Ligeiro Governo recupera terreno na Areia Preta

População descontente

mas a responsabilidade não recai directamente nos nossos ombros”, evidencia o responsável, à margem da inauguração do “Water aurora”, um aquário de 8,3 metros de altura na Grande Praça do MGM. Nesse sentido, diz ter em vista a comuni-cação com a comunidade, melhor apetrechada em termos de assistên-cia social aos trabalhadores.

Os serviços de cuidado das crianças dos funcionários, bem como centros para actividades culturais e desportivas, tem vindo também a ser defendido pela deputada e directora da sociedade de Jogos de Macau (sJM), angela Leong, que tem vindo a pedir o apoio do Governo nestes equipamentos. até porque, diz também, os jogadores acabam por jogar nos casinos para aliviar a sua pressão, que leva este sector a estar no topo da pirâmide do maior número de suicídios cometidos.

Lei Anti-tAbACo à RiSCAsobre os recentes testes feitos pelo Governo às operadoras no

cumprimento dos regulamentos da lei anti-tabaco, aos quais muitas operadoras chumbaram no último mês tendo o Executivo levantado a possibilidade de banir de vez as zonas de fumadores, Grant

Bowie não se mostra assustado. até porque não dirige um dos casinos incumpridores. “Todas as concessionárias estão a trabalhar duro, algumas estão em condições complicadas mas trabalhámos arduamente e fomos zelosos e levámos os regulamentos muito sério e tentamos cumprir os re-quisitos, no entanto, é um teste mensal que temos de passar e temos sempre de ser diligentes e vigilantes”, referiu.

sobre o novo resort no Cotai, explica, está tudo a correr sobre rodas. as expectativas mantêm-se. a abertura deverá acontecer no primeiro trimestre de 2016, uma vez que para já não há atrasos a registar, embora seja “um processo complexo” e por isso preparam-se para “qualquer eventualidade”. O orçamento também não tem derra-pagens a registar, até ao momento. “Foi divulgado como perto de 2,6 mil milhões de dólares norte--americanos mas há obviamente muita pressão no mesmo (...) e se

tivermos de fazer algumas revisões faremos.”

SAntA CASA teM APoio eM 2014a santa Casa da Misericórdia (sCM) tem vindo a entregar, desde o início do ano, cabazes de bens de primeira necessidade a famílias carenciadas por meio da loja social, que abriu com financiamentos prestados por di-ferentes operadoras. No entanto, não vê ainda viabilidade em con-tinuar o projecto em 2014. Grant Bowie diz-se disposto a manter o apoio para o próximo ano. “sim, a sCM é uma instituição maravi-lhosa com uma história tão antiga e rica que sustenta o carácter de Macau e seremos parte disso, e já falei nisso ao quadro para saber como trabalharmos mais eficientemente”, respondeu aos jornalistas.

Sobre a diversificação da eco-nomia, refere, o MGM tem dado um impulso a outros sectores, nomeadamente das exposições, convenções e artístico. “Estamos aqui hoje [ontem] para demonstrar um novo elemento de incentivo a esta indústria. Temos de dar opor-tunidades à criação de talento (...) estamos entusiasmados com a re-lação com instituições importantes de Macau que dão oportunidades a jovens artistas.”

necessidade de utilização do terreno para a execução das obras da 1.ª fase do Metro Ligeiro (ML) em 2010.

Na Avenida Leste do Hi-pódromo irá passar então o novo transporte público mas a população não se mostra sa-tisfeita, segundo declarações de populares à TDM, já que há quatro anos também tinha contestado o projecto inicial. agora, dizem, não vão conse-guir suportar o barulho, sendo a rua demasiado estreita e, por isso, os prédios demasiado próximos.

a permuta acaba por ser vantajosa para a empresa, já que desloca o projecto para a Taipa, num terreno de 508 metros quadrados junto ao hotel Regency, cujo o valor é superior em mais de 627 mil patacas. a concessão é feita por um período de 25 anos e o prazo de aproveitamento de 24 meses. - R.M.R.

protecção. Os pais estão preocupados quando os filhos ficam fora do seu controlo e poderem vir a tocar nestes equipamentos electrónicos, o que pode levar a ferimentos.”

Esta mãe queixa-se ainda do “tecto baixo e da existência de ecos nos espaços interiores”, o que leva a que as pessoas com deficiência men-tal “vivam num ambiente opressivo durante muito tempo, o que tem um sério impacto no seu desenvolvimen-to físico e mental”.

MenoS DoS LuGAReS oCuPADoS Wong Iong Hou explicou ainda que existem 36 lugares disponíveis no lar do Fai Chi Kei, mas que os lugares

ocupados são menos de metade. isso porque “os pais têm medo que os filhos fiquem feridos. Aliás o transporte do lar também não facilita, porque o autocarro chega ao local e ainda temos de andar dez minutos entre a estação e o lar”.

Wong Iong Hou garante que já fez queixas à rádio, mas que ainda não apresentou nenhuma queixa formal ao Governo, mas diz que não põe de parte ter uma reunião com os responsáveis. Wong não pertence a nenhuma associação, porque receia cortes de financiamento caso tenha opiniões contrárias aos serviços competentes.

Já Liu sao Va, directora da asso-ciação dos familiares encarregados de deficientes mentais, disse ontem, segundo o canal chinês da Rádio Macau, que há 183 famílias ligadas à associação cujos pais têm mais de 65 anos, pelo que se observa uma situação de “duplo envelhe-cimento”. “Os deficientes mentais têm normalmente uma degradação fisiológica mais rápida do que uma pessoa normal, por isso, cerca de um quinto das famílias ligadas à associação enfrentam esse problema.

Liu sao Va garantiu que o novo lar em seac Pai Van vai oferecer 45 camas, esperando que isso alivie a pressão existente. “O objectivo do serviço é servir as pessoas com deficiência, o lar será como uma casa normal e lá os utentes podem aprender a ter uma vida própria.”

tiag

o al

cânt

ara

pub

7sociedadequinta-feira 9.5.2013 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

Ao contrário do último trimestre de 2012, a Uni-versidade de Ci-

ência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa) não esteve no topo da pirâmide dos apoios financeiros cedi-dos pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), entre Janeiro e Março.

Segundo dados ontem divulgados em Boletim Oficial (BO), dos mais de 21 milhões de patacas, acima de 60% foi gasto com subsídios para aquisição de material escolar. A instituição priva-da de ensino superior, que geralmente fica no topo das listas de apoios do Gover-no, arrecadou, por meio da Associação de Estudantes do Instituto de Enfermagem Kiang Wu de Macau, apenas 5200 patacas de apoio a ac-tividades estudantis, sendo a segunda de cinco institui-ções beneficiadas para este fim, seguida da Associação de Intercâmbio Cultural de Macau, da Universidade de Pequim (9400 patacas).

Os gastos com material escolar representaram a maior fatia do orçamento do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) disponibilizado para instituições e alunos universitários. Dos 21 milhões de patacas, mais de 60% foram disponibilizados a 4688 estudantes para subsídios de aquisição de material escolar

Apoios GAES Governo distribuiu mais de 21 milhões de patacas

Livros académicos dão despesa

A Associação de Estu-dantes da Universidade de Macau (UMAC), a Associa-ção de Estudantes do Instituto Politécnico de Macau (IPM), a Association of Macau

College Student in Taiwan (a Associação de Estudantes de Macau na Faculdade de Taiwan, em português) re-ceberam 4100 patacas.

o material escolar é provi-

denciado a 4687 alunos deste ano lectivo e um do passado somando cerca de 14 milhões de patacas totalizando cerca de 14 milhões de patacas.

os restantes financia-

mentos estão relacionados com bolsas de méritos para estudantes pós graduados não residentes (40), respei-tantes a prestações relativas a 2010 e 2012, num total de

mais de 864 mil patacas. E 321 bolsas de mérito para estudos pós-graduado para os anos 2006 a 2012, no valor de mais de 4 milhões de patacas.

quinta-feira 9.5.2013nacional8 www.hojemacau.com.mo

As autoridades chinesas querem reduzir a inter-venção do Estado na economia, planeando

um conjunto de reformas eco-nómicas que vão abranger áreas como os mercados financeiros, o sistema fiscal e o plano de controlo demográfico do país.

segundo um comunicado do Governo chinês, divulgado após uma reunião do Conselho de Estado (o executivo do governo chinês) realizada na segunda-feira sob a liderança do novo primeiro--ministro Li Keqiang, Pequim vai

O secretário de Estado português da Alimen-

tação e Inovação Agro-ali-mentar, Nuno Vieira e Brito, afirmou esta terça-feira que “há muitos importadores e distribuidores” chineses interessados nas marcas portuguesas do sector, no-meadamente nas conservas de peixe. “As conservas portuguesas já têm um nome no mercado internacional e é notório que, nesta área, há uma marca Portugal”, disse Vieira e Brito à agência Lusa.

O governante português chegou segunda-feira à noite à Xangai, primeira etapa de uma visita de três dias à Chi-na destinada a promover as marcas portuguesas do sector.

Vieira e Brito assistiu à

Economia Pequim quer diminuir intervenção estatal

Da teoria à práticacancelar ou descentralizar, durante os próximos meses, várias dezenas de regras que estavam sujeitas à aprovação da administração cen-tral com o objectivo de “manter um crescimento económico estável”.

“Perante a estratégia actual para estabilizar o crescimento, controlar

a inflação, mitigar os riscos e fo-mentar uma versão melhorada da economia, é imprescindível tomar medidas práticas para aprofundar as reformas”, indicou o comuni-cado governamental.

Uma das principais mudanças vai incidir na aceleração do pro-

cesso da convertibilidade total da moeda nacional, o yuan, medida que permitirá a empresas ou pes-soas, dentro ou fora do país, trocar moeda sem restrições na compra de activos ou acções.

Uma das expectativas neste campo é o possível estabeleci-

Importação Chineses estãointeressados nas conservas portuguesas

Marca Portugalinauguração do 14º. Salão Alimentar Internacional de Xangai (sIAL 2013), que conta este ano com a partici-pação de quinze empresas de Portugal, na maior represen-tação de sempre da indústria agro-alimentar portuguesa na China. “Pelo seu volu-me, a China é um mercado estratégico para nós”, disse o secretário de Estado.

O programa de Vieira e Brito em Xangai incluiu encontros com empresas

chinesas do sector da dis-tribuição e responsáveis da Comissão Municipal de Agricultura.

Sede de um município com 23 milhões de habitan-tes, Xangai é considerada a “capital económica da China” e a mais cosmopolita cidade chinesa.

Vieira e Brito parte para Pequim na quarta-feira, acompanhado pela directora--geral da Alimentação e Veterinária, Teresa Villa de

Brito, e no dia seguinte vai encontrar-se com dois vice--ministros chineses do sector.

Em Julho passado, em Pequim, o ministro portu-guês dos Negócios Estran-geiros, Paulo Portas, anun-ciou que Portugal entregou às autoridades os dossiês técnicos para poder exportar para a China carne de porco, enchidos, lacticínios e cava-los lusitanos, admitindo que o processo de certificação es-tivesse concluído em 2013.

Questionado sobre o assunto, Vieira e Brito disse apenas que “houve desenvolvimentos” e que o processo está agora “numa fase mais adiantada”.

Maçarico, Nutrigreen, Conservas Portugal Nor-te, Conservas A Poveira,

mento, por parte das autoridades chinesas, de um calendário fixo e definitivo que acelere o processo de liberação da moeda, previsto neste momento para 2015.

Outros dos objectivos estabe-lecidos pelo Conselho de Estado chinês será a liberalização das taxas de juro e a criação de um sistema para que os investidores individuais possam investir no estrangeiro.

As autoridades querem ainda aplicar políticas “de protecção dos direitos e dos interesses dos pequenos e médios investidores”.

A revisão das taxas ambientais aplicadas às empresas, de forma a promover o desenvolvimento sustentável da economia, é outra das medidas desta reforma.

Os planos do executivo de Pequim prevêem ainda algumas alterações fiscais, propondo, por exemplo, o mesmo tratamento tributário para a indústria e para as empresas do sector terciário (serviços e comércio).

Esta medida específica preten-de reequilibrar a economia chinesa, de forma a impulsionar o sector terciário e o consumo interno.

O programa de reformas tam-bém abre a porta à entrada do ca-pital privado no sector ferroviário, área que tem uma grande dívida acumulada por causa, entre outros factores, do financiamento de no-vas linhas de alta velocidade e de situações de má gestão e de fraude.

O documento do Conselho de Estado chinês, que não espe-cifica o calendário de aplicação destas medidas, também aborda, a médio e a longo prazo, a criação de um novo sistema de controlo demográfico entre as áreas rurais e urbanas do país. O actual sistema, designado como “hukou”, é muito restritivo e provoca desigualdades sociais entre os habitantes rurais e urbanos.

segundo analistas, este ponto será fundamental para estimular os níveis de consumo interno do país.

Dancake, Du Bois de la Roche, 1912 Wine Makers, Clube dos Produtores do Fundão, sonae, Unicer, sumol+Compal, Imperial, Conservas Ramirez e Vieira de Castro são as empresas portuguesas representadas no SIAL 2013.

quinta-feira 9.5.2013 www.hojemacau.com.mo 9região

O Banco da China, uma das quatro maiores

entidades financeiras esta-tais da República Popular, colocou um fim na sua relação com o norte-coreano Banco de Comércio Estran-geiro cancelando também a conta que este mantinha na instituição, revelou um porta-voz do banco chinês.

O banco norte-coreano, que as entidades norte--americanas acusam de contribuir para o finan-ciamento do programa nuclear de Pyongyang, re-

cebeu a notificação de que a conta no Banco da china tinha sido cancelada e que seriam suspensas todas as transacções relacionadas, acrescentou o porta-voz.

O banco chinês não especificou as razões da suspensão das relações comerciais apesar de acon-tecer numa altura em que Pequim, o principal aliado do regime da Coreia do Norte, adopta uma posição mais dura para com o seu vizinho e o seu programa nuclear.

Em Março, durante a visita do Secretário de Estado norte-americano a Pequim, o primeiro--ministro Li Keqiang disse que as últimas ameaças de Pyongyang iriam prejudicar todos, incluindo a Coreia do Norte.

Também em Março, o Conselho de Segurança das Nações Unidas apro-vou novas sanções contra a Coreia do Norte depois do regime ter realizado um novo ensaio nuclear.

O primeiro concurso de Miss Timor desde a

restauração da indepen-dência do país foi adiado devido à polémica levan-tada pelas organizações de defesa dos direitos das mulheres que o consideram como uma “discriminação da mulher”. “Era para se realizar no próximo dia 24, mas depois desta polémica vamos adiar para Junho ou Julho”, explicou ontem o ministro do Turismo, Francisco Lay, cujo minis-tério está responsável pela organização do evento.

Segundo o ministro, o objectivo da realização da Miss Timor é promover Timor-Leste no estrangeiro com a participação da ven-cedora no concurso Miss Universo.

A opinião não é parti-lhada pela Rede Feto, orga-nização que junta um grupo de 10 associações que protegem os direitos das mulheres, e que o considera como uma “discriminação da mulher”.

Em conferência de imprensa, realizada na terça-feira, a Rede Feto

A empresa japonesa CrazyLabo criou em parceria com o Instituto de Tec-

nologia da Universidade Kitakyushu dois robôs, em forma de cabeça de mulher e de um cão, capazes de identificar o mau cheiro dos pés e mau hálito.

Quando activados, ambos os robôs são capazes de reconhecer e catalogar o mau cheiro, reagindo para que o utilizador tome medidas para evitar a situação, explica a edição online do diário Asahi.

O robô Kaori, de cabelos castanhos e olhos azuis, analisa e quantifica os compo-nentes na respiração e avalia o odor numa escala de quatro níveis.

Depois de catalogar, Kaori emite res-postas irónicas variando entre “cheira a ci-trino”, como comentário positivo, ou “você tem mau hálito”, “não consigo suportar” ou, em casos mais graves, “emergência”.

Já o cão Shuntaro identifica o cheiro dos pés, não responde como os humanos, mas abana a cabeça em sinal positivo, ladra

Exportações chinesas cresceram 14,7% em AbrilAs vendas da China ao exterior cresceram 14,7% em Abril face ao mesmo mês de 2012, revelou ontem a Administração geral das Alfandegas chinesas. O crescimento das exportações é superior ao esperado pelos analistas e supera a subida de Março, quando as vendas aumentaram 10%. Já no campo das importações, o mesmo organismo assegurou que subiram 16,8% em Abril, mantendo-se a base comparativa ao mesmo mês de 2012.

Finanças Banco da Chinacorta relações com banco da Coreia do Norte

Divórcio anunciado

Timor-Leste Primeiro concursoMiss Timor provoca polémica e é adiado

Discriminação em causa

Japão Empresa cria dois robôs

Identificarmau hálito e chulé

e rosna se considerar mau cheiro nos pés ou desmaia se o odor é muito desagradá-vel. “Quero continuar a fazer coisas que façam as pessoas rir”, explicou Kennosuke Tsutsumi, presidente da CrazyLabo, que garante ter iniciado o projecto depois de familiares seus se queixarem do seu hálito e do chulé dos seus pés.

Nos planos da empresa está a criação de um outro robô capaz de identificar mentiras e que vai reagir como o Pinóquio, fazendo crescer o nariz.

considerou que aquele ministério deve desenvol-ver as infra-estruturas do turismo e não organizar “concursos de beleza” que vão criar um estereótipo de mulher. “Na terça-feira, fui ao parlamento expli-car a razão da realização do concurso. A primeira--dama, Isabel Ferreira, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, já manifestaram publicamente apoio ao concurso”, disse Francisco Lay.

O concurso, que se de-via realizar a 24 de Maio no âmbito das comemorações do 11.º aniversário da res-tauração da independência, a 20 de Maio, tem, segundo o ministro, outro objectivo

que é formar as jovens timorenses. “As meninas depois de eleitas vão ter formação e actividades socioculturais para me-lhorar a sua cultura geral e conhecimento sobre o país”, afirmou.

Para a próxima se-mana ficou marcada uma reunião entre o Ministério do Turismo e a Rede Feto para discutir o concurso Miss Timor. “Já é tempo de os jovens viverem com alegria à semelhança dos outros jovens do mundo”, desabafou o ministro, su-blinhando que há centenas de inscrições, mas que as jovens se começaram a re-trair por causa da polémica instalada.

quinta-feira 9.5.201310 entrevista www.hojemacau.com.mo

Estudante do quarto ano na Universidade de Taiwan, Sou Ka Hou estudou igualmente, fora dos muros universitários, política. Para além disso, gosta de escrever. Em entrevista ao Hoje Macau, revela que será candidato à Assembleia Legislativa (AL), inserido numa das listas da associação liderada por Jason Chao. Sou Ka Hou lamenta ainda que o desenvolvimento económico de Macau não traga satisfação aos cidadãos

Cecília Lin [email protected]

Como olha para a participação dos jovens nas manifestações do 1.º de Maio? Acho que os jovens de Macau têm falta de experiência nas acções sociais. Não estão bem preparados para possíveis confrontos com a polícia e por isso acabam por desistir por cansaço e fome. Já participei numa manifestação em Taipé, em Taiwan, onde participaram cerca de 200 mil pessoas contra o pro-grama nuclear. Os estudantes tinham preparadas canções e também comida para melhor resistir aos confrontos com os polícias.

O que acha dos actos da Polícia de Segurança Pública (PSP)?Fazem o contrário do que faz a polí-cia em Taiwan. Na manifestação de Taipé, os polícias só comandaram as operações mas não provocaram quaisquer conflitos junto dos estudan-tes, nem disseram palavrões... (risos)

Já participou em alguma manifes-tação em Macau?Com a Juventude Dinâmica nunca, porque só realizaram quatro manifes-tações em Maio e estava em Taiwan a estudar. Mas participei nos protestos contra o aumento das tarifas dos autocarros no ano passado e também lutei para que os estudantes de Macau em Taiwan deixem de sofrer tantas burocracias.

Está muito ligado aos membros da Associação Novo Macau (ANM), também pertence à associação?

Sou Ka Hou vai ser candidato à AL pela Associação Novo Macau

“A classe média ajuda ao desenvolvimento político”

Não sou membro ainda, mas é possível que venha a ser um dos candidatos à Assembleia Legislativa (AL) na eleição deste ano. Participei durante algum tempo, durante o Ve-rão, nas actividades. Já acabei o curso e consegui entrar no mestrado, mas vou parar um ano para me dedicar aos assuntos de Macau.

A perguntAAo Chefe do exeCutivo

Quando começou a dar atenção à política?Comecei no último ano da escola secundária. Lembro-me que antes

do actual Chefe do Executivo, Chui Sai On, tomar posse, perguntei-lhe, numa conferência aberta durante as eleições, como é que ele iria criar novamente credibilidade junto dos cidadãos depois do caso Ao Man Long. Actualmente também escrevo artigos para jornais. Já escrevi para o jornal Cheng Pou e vou ter uma coluna de opinião no jornal Son Pou.

O que acha da imprensa em Macau?Antes não percebia o que o telejor-nal da TDM queria transmitir ao público, porque não utiliza uma lin-guagem diária. Acredito que muitos cidadãos não conseguem entender porque os conteúdos são muito va-gos. Acho que isso acontece porque Macau não consegue criar valores culturais junto das pessoas. Muitas das notícias precisamos de ler nos

jornais de língua portuguesa ou na imprensa de Hong Kong, porque a imprensa chinesa não tem bons conteúdos. Isso é lamentável. Como não compreendo português, muitas vezes leio a imprensa inglesa. No jornal do cidadão, jornal Cheng Pou escrevem as notícias de forma mais aprofundada, mas como são publicações pequenas, não têm muitos recursos.

Falou dos poucos valores culturais existentes. Pode especificar? Os cidadãos de Macau não têm hábitos de leitura nem de escrita. Em Taiwan, os residentes lêem em todo o lado, e isso acontece porque o desenvolvimento das duas sociedades foi diferente. Se Taiwan já se realizou em termos políticos, Macau ainda está na fase de perseguir os ideais de-mocráticos. Aqui a sociedade é capitalista e, ao longo dos anos, só teve o desenvolvimento de uma única indústria. Isso trouxe maus resultados, porque o nível de edu-cação não acompanha os salários. As disparidades entre os ricos e pobres estão maiores e falta o desenvolvimento da classe média.

Considera que isso é fundamental?Para termos um desenvolvimento da sociedade civil é mesmo neces-sária a existência de uma classe média. Eles não precisam de lutar para comprar comida, mas têm as ideias viradas para o desenvolvi-mento social. Macau, como não tem espaço para o desenvolvimento das Pequenas e Médias Empresas (PME), só dá espaço aos grandes grupos empresariais.

Falta ambiente para esses valores culturais?Muitos dos meus colegas que estudam História e Filosofia não conseguem encontrar trabalho por cá. Mas em Taiwan os sectores económicos são mais diversos. Por exemplo, a área do entretenimento desenvolveu-se muito. Acho que o Governo tem de ter a responsabi-lidade para incentivar os sectores culturais em Macau, como por exemplo o teatro.

Se o Governo e as associações não proporcionarem um ambiente saudável aos jovens, os seus valores sociais vão ficar distorcidos. Não queria dizer isso, mas sim, estou pessimista

Como já referi, a classe média ajuda ao desenvolvimento da política. Mas como a maioria dos ricos ficam ricos sem que se note um progresso da classe média, não existem requisitos na política

11quinta-feira 9.5.2013 entrevistawww.hojemacau.com.mo

Sou Ka Hou vai ser candidato à AL pela Associação Novo Macau

“A classe média ajuda ao desenvolvimento político”As suas experiências em Taiwan podem trazer alguns contributos para a juventude de Macau?Posso falar mais sobre as experi-ências nas iniciativas sociais, bem como na reforma jurídica. Isto por-que o sistema jurídico em Macau é mais atrasado do que nas regiões vizinhas. Por exemplo, no que diz respeito à Lei da Violência Domés-tica, à Lei da Protecção Animal, ao salário mínimo ou à Lei Sindical, por exemplo.

“Pessimismo” fAce à juventude

Como olha para a forma como os jovens de Macau ocupam os seus tempos livres? Considera que não sabem lutar pelos seus direitos ou a sociedade deu-lhes um ambiente confortável para que não precisem de lutar?O rápido desenvolvimento está a paralisar o progresso político. A situ-ação de Macau é como no continente: a economia está-se a desenvolver mas o sistema político é igual. Como já referi, a classe média ajuda ao desenvolvimento da política. Mas como a maioria dos ricos ficam ricos sem que se note um progresso da classe média, não existem requisitos na política.

Prefiro fazer um trabalho onde ganho pouco mas onde gosto do que faço. É melhor do que ganhar dez ou trinta mil patacas e, mesmo assim, não conseguir comprar uma casa

E no que diz respeito aos jovens?Estão silenciados, na maioria. Pou-cos deles lutam pelos seus direitos. A sociedade também apresenta exem-plos hiperbólicos. Assisti a um jantar do Gabinete de Apoio ao Ensino Su-perior (GAES) onde o jantar foi tão luxuoso... são estes exemplos que me dizem que os jovens não podem ter os valores correctos. Se o Governo e as associações não proporcionarem um ambiente saudável aos jovens, os seus valores sociais vão ficar distorcidos. Não queria dizer isso, mas sim, estou pessimista.

A sua família concorda que a sua carreira seja virada para acções sociais?Sim, mas é difícil para eles. Prefiro fazer um trabalho onde ganho pou-co mas onde gosto do que faço. É melhor do que ganhar dez ou trinta mil patacas e, mesmo assim, não conseguir comprar uma casa.

quinta-feira 9.5.2013vida12 www.hojemacau.com.mo

A concentração de dióxido de carbo-no na atmosfera, principal gás com

efeito de estufa, está à beira das 400 partes por milhão. A Terra não conhecia estes va-lores há 4,5 milhões de anos, um novo sinal de alerta.

A curva de Keeling tor-nou-se um ícone da ciência das alterações climáticas: desde 1958 que regista as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera terrestre, medidas no topo do vulcão Mauna Loa, no Havai. É o registo contínuo mais antigo da presença atmosférica deste gás que aquece o planeta e as suas concentrações estão agora a atingir um marco simbólico, que o planeta não conhecia há cerca de 4,5 milhões de anos - o das 400 partes por milhão, o que significa que por cada milhão de molé-culas de diferentes gases na atmosfera há 400 de dióxido de carbono (CO2).

Charles David Keeling foi o cientista por detrás deste gráfico, com impli-cações na investigação das alterações climáticas. Então com 28 anos, em 1956, Charles Keeling, já doutorado em Química e a fazer medições do CO2 atmosférico, foi contratado pelo então director da Ins-tituição de Oceanografia Scripps da Universidade da

ESTEvE no centro de uma po-lémica: depois de vendido em

leilão em Nova Iorque, por mais de um milhão de dólares, ou 835 mil euros, a concretização da venda estava dependente do esclarecimento das suspeitas de contrabando que pendiam sobre ele. O caso ficou agora arrumado: o esqueleto de um tiranosauro asiático, o Tyran-nosaurus bataar, foi realmente rou-bado da Mongólia e as autoridades norte-americanas entregaram-no esta segunda-feira, em Nova Iorque, às autoridades do país de origem.

O fóssil quase completo do Tyrannosaurus bataar, o primo asi-ático do famoso Tyrannosaurus rex, foi vendido em Maio de 2012 pela Heritage Auctions, leiloeira norte--americana especializada em leilões pela Internet. A base de licitação era então de 6,7 mil milhões de patacas.

Antes da venda, o Presidente da Mongólia, Elbegdorj Tsakhia, emi-tiu um comunicado, no qual pedia

Poluição Curva de Keeling continua a subir

Recorde de dióxido de carbono

Califórnia, em San Diego, o oceanógrafo Roger Revelle, que pretendia lançar um pro-grama de medição em vários locais remotos do planeta.

Naquela altura, suspeita-va-se de que o CO2 estivesse a aumentar na atmosfera com a queima de combustí-veis fósseis, como o petróleo e o carvão. Certezas não havia, porque as medições eram escassas.

A partir de Março de 1958, tudo mudaria: Char-les Keeling instalou um aparelho no cimo do Mau-na Loa, longe das fontes de poluição do mundo indus-trial, e logo no primeiro dia de operação, como refere o site da Scripps dedica-do a este gráfico (http://keelingcurve.ucsd.edu), registou uma concentração de 313 partes por milhão

(ppm). Em Maio desse ano, os registos atingiriam um máximo, de 316 ppm, para em seguida decresce-rem, até a um mínimo em Outubro.

No ano seguinte, Charles Keeling observou o mesmo fenómeno de aumento do CO2 até Maio, seguido de descida no Outono. Só que os valores ficaram um pouco acima dos do ano anterior.

Mais: todos os anos isso acontecia, pelo que o gráfico era uma linha em forma de dentes de serra.

O químico norte-ame-ricano estava a observar duas coisas. Primeira, a respiração sazonal do pla-neta, ora na Primavera, ora no Outono no hemisfério Norte. Os pontos baixos do gráfico correspondiam à remoção de CO2 da atmos-fera pelas plantas através da fotossíntese, que até ao Outono tinham feito todo esse trabalho, enquanto os pontos altos resultavam das árvores estarem sem folhas e não absorverem tanto CO2. Segunda, este gás estava a aumentar por-que o estamos a atirar para o ar a uma velocidade tão alucinante que o planeta está ficar ofegante.

Em 2005, o ano da morte de Charles Keeling, aos 77 anos, de ataque cardíaco, atingiam-se novos valores: 379 ppm, o nível mais alto desde há 650 mil anos. Há ainda que dizer que o CO2 na atmosfera oscilou entre as 200 ppm nos períodos frios, ou glaciares, e as 280

ppm nos períodos quentes, tanto quanto sabemos por bolhas de ar aprisionadas no gelo e por anéis das árvores. Que antes da revolução industrial, há 250 anos, os valores não passavam das 280 ppm. E que o aumento médio no final dos períodos glaciares foi de cerca de 80 ppm, só que isso demorava pelo menos cinco mil anos. Ora, em décadas as chami-nés industriais lançaram o que geralmente, de forma natural, levava milénios. Desde 1850, quando os registos meteorológicos se tornaram sistemáticos, a subida média da temperatura do ar no planeta foi de 0,76 graus Celsius.

Os registos no Mauna Loa continuaram com o filho de Charles Keeling, o geólogo Ralph Keeling. E agora, na última leitura, de 5 de Maio, estavam nas 399,54 ppm. Dentro de dias deverão ser ultrapassadas as 400 ppm. “Se os níveis de CO2 não chegarem às 400 ppm em Maio de 2013, no próximo ano chegarão certamente”, disse ao The Guardian Ralph Keeling.

Mongólia Esqueleto com 70 milhões de anos vai regressar ao país

EUA devolvem dinossauro roubadoà comunidade científica interna-cional que ajudasse a identificar a origem do fóssil. Um representante da Mongólia nos Estados Unidos também obteve uma providência cautelar de um juiz em Dallas, no Texas, onde a leiloeira tem a sua sede, para tentar impedir a venda do tiranossauro, até que a sua pro-veniência estivesse determinada.

O único sítio do mundo onde o Tyrannosaurus bataar é conhecido é na Mongólia. viveu há 70 mi-lhões de anos, era um pouco mais pequeno do que o Tyrannosaurus rex. Classificado há pouco tempo como tiranossauro, ultrapassava os sete metros de comprimento, tinha quase dois metros e meio de altura e estava dotado de mandíbulas e dentes poderosos. Tal como o tiranossauro americano, o asiático tinha duas patas fortes e os membros dianteiros eram invulgarmente curtos. Nas informa-ções disponibilizadas sobre o fóssil, o corpo do animal está completo em

75% e o crânio em 80%. Apesar da providência cautelar, a leiloeira foi para a frente com o leilão, conside-rando que essa acção judicial não tinha validade no estado de Nova Iorque. Disse ainda que dinossauro tinha sido descoberto no deserto de Gobi, na Ásia Central, e que tinha “garantias” de que tinha sido obtido dentro da lei, embora não revelasse o local exacto da descoberta, nem o nome do vendedor inicial.

Só que a concretização da venda acabou por ficar dependente destas questões legais. Tudo se deslindou entretanto. “Há quase um ano, este Tyrannosaurus bataar foi vendido num leilão na cidade de Nova Iorque por mais de um milhão de dólares, mas agora sabemos que fazia parte de um plano criminoso”, disse o procu-rador Preet Bharara, em comunicado, segundo o jornal espanhol El Mundo.

Na sequência da investigação, Eric Prokopi, um negociante de fósseis da Florida, admitiu ter contra-bandeado o esqueleto do dinossauro. O Tyrannosaurus bataar entrou nos Estados Unidos em 2010, vindo do Reino Unido, onde já se sabia ter estado depois da saída da Mongólia. Agora regressará à origem. Final feliz para esta história.

13quinta-feira 9.5.2013 www.hojemacau.com.mo cultura

Tiago [email protected]

Inaugura no pró-ximo dia 11 de Maio, na Pace Beijing, a ex-posição individual de

Mao Yan, um dos retratistas chineses mais influentes da actualidade. Esta será tam-bém a primeira exposição de Mao Yan desde que o artista é representado pela Pace Beijing. Mao Yan tem um trabalho artístico muito reconhecido, sobretudo no campo do retrato. as suas obras evidenciam estados de apaziguamento quase letárgicos, onde o sublime se confunde na expressão e no olhar dos homens e mulheres retratados. Mao Yan refere que a prevalência espiritual nas suas pinturas resulta do equilíbrio que o artista soube construir, ao longo dos anos, entre estados emocionais e de tensão permanentes. a pintura de Mao Yan resolve--se em torno de conquistas e afastamentos, na procura da luz perfeita, de uma atmos-fera feita de fraquezas e das suas memórias. Portanto, Mao Yan foca-se, apenas, na linguagem artística e no seu tema que é ao mesmo tempo magnífico e deca-dente. Poder-se-ia dizer que Mao Yan representa uma era que apesar de remota é muito real.

nos retratos de Mao Yan, a dimensão do tempo é apagada dos rostos das figuras representadas. E só

Música Aroma italiano no Centro CulturalEsta noite, pelas 20h, terá lugar no Centro Cultural de Macau o concerto Aroma Italiano. A Orquestra de Macau apresentará como programa: Capriccio Italien, op. 45, de Tchaikovsky; Sinfonia No. 4 em Lá Maior, op. 90, “Italiana” de Mendelssohn; e Le Fontane di Roma/ I Pini di Roma de Respighi. A Orquestra de Macau, sob a batuta do Maestro Arvo Volmer, Maestro Principal e Director Musical da Orquestra Sinfónica de Adelaide, na Austrália, apresenta uma exploração sinfónica mediterrânica através das perspectivas individuais de um compositor russo, um compositor alemão e um compositor italiano. O célebre Capriccio Italien de Tchaikovsky foi inspirado por uma longa digressão em Itália, durante a qual o compositor se tornou apreciador da música folclórica e das canções populares do país. Actualmente aclamada como uma das obras de pequena escala mais bem conseguidas, esta fantasia para orquestra evoca encantadoras paisagens italianas, sons pastorais do campo e o bulício das cidades. A Sinfonia Italiana de Mendelssohn está também impregnada do colorido e da atmosfera de Itália, onde a obra foi esboçada, enquanto Le Fontane di Roma (As Fontes de Roma) e I Pini di Roma (Os Pinheiros de Roma) de Respighi, sendo as suas obras orquestrais mais conhecidas, fazem parte da Trilogia Romana do compositor italiano. - T.Q.

Instalação Cécile Bart em Hong KongInaugura hoje, no âmbito da programação do Le French May, a instalação artística de Cécile Bart, no Landmark, em Central, Hong Kong. Fascinada pelas transparências, a artista contemporânea Cécile Bart criou uma instalação de estruturas monocromáticas que procura uma alternativa espacial à parede como plano tradicional de exibição, permitindo aos visitantes que se movam em torno e entre as peças expostas. Apresentada pela primeira vez na Ásia, a exposição de Cécile Bart lança um novo olhar sobre a sua linguagem e obra. No Átrio do Landmark, em Central, a instalação monumental reúne várias estruturas sequenciais, montadas por forma a levantarem questões relacionadas com a perspectiva, a modulação, a luz e o espaço – elementos que a artista francesa aborda com enorme sensibilidade e rigor. Bart rejeita os princípios de exibição mais convencionais, pendurando os seus trabalhos no tecto, utilizando para isso cabos metálicos finos. Os visitantes serão confrontados com uma atmosfera que remete para sensações de levitação e suspensão da matéria. Cécile Bart nasceu em 1958, em Dijon, e desde o final da década de 80 tem produzido obra que persegue novos pressupostos, de linguagem e de meios. Na década de 90 realizou um conjunto de instalações no Museu de Arte Moderna, em Paris; no The Consortium, em Dijon; na Villa Arson, em Nice; e no MAMCO, em Genebra; entre outros. Cécile Bart realizou o seu percurso colaborando não raras vezes com os artistas Felice Varini, Michel Verjux, François Morellet e Peter Downsbrough. - T.Q.

Fotografia Pedro Motta recebe prémio BESPhoto 2013O fotógrafo brasileiro Pedro Motta é o prémio BESPhoto 2013. Motta sucede assim ao moçambicano Mauro Pinto, premiado em 2012 depois de, em 2011, o prémio se ter aberto a artistas provenientes de países de língua portuguesa. A decisão do júri sobre a série inédita Natureza das Coisas foi unânime, destacando os seus três membros – Geoff Dyer, escritor britânico, o professor, escritor e crítico belga radicado em Nova Iorque Luc Sante e a crítica de arte espanhola Rosa Olivares – “a forma como o artista desenvolve a percepção do real e do falso através da adivinha, da sugestão e do imprevisto, na utilização da paisagem enquanto género tradicional da história da arte”. Natureza das Coisas é o primeiro embate dos visitantes na exposição que está patente ao público, desde o dia 17 de Abril, no Museu Berardo, em Lisboa. Para além de Pedro Motta, estão também em exibição as obras dos restantes finalistas do BesPhoto 2013 – Filipe Branquinho (Moçambique), Albano da Silva Pereira (Portugal) e Sofia Borges (Brasil). Pedro Motta vive e trabalha em Belo Horizonte e expôs individualmente no Brasil e no estrangeiro, integrando também várias mostras colectivas. A exposição com os quatro finalistas da nona edição do prémio está no Museu Berardo até 2 de Junho, viajando dia 18 para o Instituto Tomie Ohtake de São Paulo, onde ficará até 28 de Julho. Os anteriores premiados do BESPhoto foram Mauro Pinto (2012), Manuela Marques (2011), Filipa César (2009), Edgar Martins (2008), Miguel Soares (2007), Daniel Blaufuks (2006), José Luís Neto (2005) e Helena Almeida (2004). - T.Q.

Pintura O neo-realismo de Mao Yan na Pace Beijing

Magnífico e decadenteo espírito comum aos corpos subjugados se mantém. a escolha de tons cinzentos na sua pintura denota uma determinação muito vinca-da em explorar a enorme presença da luz nos olhares presentes. a selecção que Mao Yan faz dos indivíduos que pretende pintar, funda-se na relação que estabelece com eles. no entanto, Mao Yan rejeita envolvimentos mais profundos que possam contaminar o seu trabalho artístico. O artista não quer que na sua pintura transpare-çam símbolos, significados metafóricos ou julgamentos emocionais. Também por esse motivo, Mao Yan pode chegar a pintar a mesma figura durante anos. Para além de novos trabalhos da série Thomas, que o artista tem pintado desde o final da década de 90, esta será a primeira vez que Mao Yan apresentará retratos femininos de grande dimen-são. Faerie on the Chair e the Plump nude são disso exemplo. Mao Yan apresen-tará também obras menos ortodoxas, onde cabeças de animais surgem representa-das. Por exemplo, Fish Head for goya é uma homenagem ao mestre espanhol goya, influência enorme na pintura de Mao Yan. na exposição individual que está prestes a inaugurar, Mao Yan volta a demonstrar o domínio que exerce em termos técnicos e a forma magistral como evoca o desequilíbrio e a

decadência nas atmosferas que pinta.

ReTRaTisTa RelevanTeMao Yan nasceu em 1968, na Província de Hunan, e é considerado um dos retra-tistas contemporâneos mais relevantes da actualidade. Sob influência de seu pai, Mao Yan começou a estudar pintura desde muito cedo. ainda adolescente, Mao Yan dominava já várias técnicas, tendo o seu talento sido re-conhecido antes mesmo de ser admitido na academia Central de Belas-artes de Pequim. Em 1991, depois de se ter licenciado no Departamento de Pintura a Óleo da academia Central de Belas-artes de Pequim, Mao Yan começou a desenvolver retratos a óleo. no seu artigo Exploration in realism, o reconhecido crítico de arte Li Xianting refere que a obra de Mao Yan é feita de “retratos de uma geração cujas emo-ções estão gradualmente a desaparecer”.

a partir de 1995, as pin-turas de Mao Yan começa-ram a soltar-se dos padrões mais convencionais, em linguagem, matéria, exe-cução e formato. as cores quentes, os vermelhos e os castanhos deram lugar a tons de cinzento mais sóbrios que surgiam com a procura da fundação de um novo caminho. No final da década de 90, Mao Yan começa a pintar Thomas, um aluno Luxemburguês que

realizara um intercâmbio com a universidade de Pe-quim, demorando dez anos a pintar um só retrato. as séries de retratos Thomas continuam ainda hoje mas o artista também procura caminhos mais dinâmicos. nos seus trabalhos mais recentes, Mao Yan tem abordado o retrato femini-no, procurando em pintores como goya e Delacroix referências maiores. a obra de Mao Yan não se esgota na ideia dos “retratos”. Em vez disso estamos perante “pinturas de retratos”, onde a dinâmica conceptual nas-ce também das linhas de contorno que envolvem as figuras representadas, a sua cor e composição.

a obra de Mao Yan tem sido apresentada em expo-sições de grande dimensão, dentro e fora da China, incluindo Mao Yan na Pace Beijing, em Pequim (2013); 30 Years of Chinese Con-temporary art no Museu de arte Mingsheng, em Xangai (2010); Longing for More, Mao Yan’s Solo Exhibition no Museu de arte de Xangai (2009), China; Construction and Deconstruction na ga-leria nacional de São Paulo, Brasil ( 2008); Today’s China no Museu Beivue, em Bruxelas (2008); e Beijing no Espaço Pierre Cardin, em Paris(2008). a exposição individual de Mao Yan, na Pace Beijing, estará patente ao público até ao dia 22 de Junho.

quinta-feira 9.5.2013www.hojemacau.com.mo14 cultura

O Museu do Oriente, em Lisboa, celebrou ontem o 5.º aniversário com entrada gratuita, em

todas as exposições, e uma pro-gramação especial de actividades para todas as idades.

Inaugurado em 2008, o museu da Fundação Oriente foi criado para mostrar ao público o patrimó-nio cultural da entidade e divulgar a ligação entre a civilização oci-dental e oriental, em particular os vínculos criados por Portugal, des-de o período dos Descobrimentos.

O museu possui um património museológico com cerca de 15.000 peças, muitas delas sobre a pre-sença portuguesa na Ásia, que vão

Ray Harryhausen, con-siderado uma lenda de

Hollywood como pioneiro de efeitos visuais, morreu ontem em Londres aos 92 anos, informou a família em comunicado. “a ge-nialidade de Harryhausen residia em colocar vida nos seus desenhos anima-dos. Se eram dinossauros pré-históricos ou criaturas míticas, nas mãos de Ray não eram marionetas mas

a Cinemateca Sul-co-reana iniciou ontem

em Seul uma retrospectiva completa da obra de João César Monteiro, na primeira iniciativa do género dedica-da ao realizador português naquele país asiático, re-velou à agência Lusa fonte da Embaixada de Portugal em Seul.

O programa, intitulado “João César Monteiro e os seus companheiros”, inclui a

Efeméride Museu do Oriente, em Lisboa, celebrou ontem cinco anos com entrada gratuita

Portugueses na Ásia

Cinema Morreu a lendadas artes visuais Ray Harryhausen

Mestre da animaçãoCinema Cinemateca sul-coreana presta homenagem

a “João César Monteiro e seus companheiros”

Iniciativa inédita

desde as máscaras ao mobiliário, passando por armaduras, mapas, têxteis, biombos, porcelanas, ter-racotas, desenhos e pinturas.

Para celebrar os cinco anos do museu, foram feitas visitas guiadas intituladas “Peça a peça”, durante todo o dia, em sessões de 15 minutos.

“Biombo representando a Nau do Trato”, além de facas de cordão umbilical, do cartaz “Leiamos os livros do Presidente Mao. Obedeçamos às suas palavras”, e da fachada do edifício dos antigos armazéns frigoríficos de alcântara, que acolhe o museu.

Para o público infantil foram apresentadas oficinas como “A Ilha do Crocodilo”, que conta a história de uma lenda acerca da amizade e da busca pela felici-dade, que deu origem a Timor Lorosae, e espectáculos como “O Rouxinol e o Imperador”, que conta a história de um rouxinol e de como o seu canto curou o imperador da China.

além da exposição perma-nente, o museu tem, actualmente, patentes as exposições “Cartazes de propaganda chinesa - a arte ao serviço da política”, “Macau. Memórias a Tinta-da-China” e a mostra de fotografia “Do vasto e belo porto de Lisboa”.

Ontem, cada um dos moni-

tores do museu escolheu a peça da colecção de que mais gosta e contou a história dessa peça ao público.

Entre as peças escolhidas estão, entre outras, as “Colunas Hindus”, o “Menino Jesus Bom Pastor”, o “Biombo Namban”, o “Biombo de Coromandel”, o

sim personagens, tão im-portantes como os actores”, disse a família do cineasta.

Vencedor de um Óscar em 1992 e detentor de uma estrela na Passeio da Fama em Hollywood, o seu traba-lho influenciou as carreiras de realizadores como Tim Burton, Steven Spielberg, James Cameron, Peter Jackson e George Lucas, que foram inspirados pe-las obras de Harryhausen,

como “Veio de Beneath the Sea” (1955), “Myste-rious Island” (1961), “One Million years BC” (1966), “Sinbad” (1981) e “Clash of The Titans” (1981). “’O Senhor dos anéis’ é a minha homenagem a Ray Harryhausen. Sem o seu amor por essas imagens maravilhosas e a sua forma de narrar não se poderia ter feito, pelo menos não comi-go”, disse Peter Jackson, realizador da saga.

ao longo de sua carreira produziu 17 filmes, foi responsável pelos efeitos visuais de 15 e dirigiu nove curtas-metragens.

Nascido em Los an-geles em 29 de junho de 1920, a sua paixão pelos efeitos visuais nasceu ao ver o filme “King Kong” (1933), o filme rodado em preto e branco por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, que começou a ser transmitido a cores na altura que Ray assistiu.

exibição de filmes de autores próximos ou influenciados do realizador, nomeadamente Margarida Gil, Pedro Costa, João Pedro Rodrigues, Mi-guel Gomes e João Tabarra.

No total, até ao final de Maio, serão exibidos 20 filmes e estão previstas duas palestras sobre “o legado de César Monteiro” com a presença de Pedro Costa e João Tabarra, adiantou a mesma fonte.

a retrospectiva, que começa com o filme “A Co-média de Deus”, decorrerá no Seoul art Cinema, da Federação das Cinematecas Sul-coreanas, com o apoio do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e da Cinemateca Portuguesa e o patrocínio de uma empresa sul-coreana (KDB Daewoo Securities).

João César Monteiro (1939-2003), considerado um dos mais originais cine-astas portugueses, assinou doze longas-metragens e nove longas e médias me-tragens.

O seu primeiro filme, “Quem Espera por Sapatos de Defunto more descalço”, estreou em 1971.

“a Comédia de Deus”, com Claúdia Teixeira, Ma-nuela de Freitas e o próprio César Monteiro nos princi-pais papéis, foi distinguido no Festival de Veneza de 1995 com o Prémio Especial do Júri.

15culturaquinta-feira 9.5.2013 www.hojemacau.com.mo

A distinção é entre-gue pela Acade-mia Real Sueca de Música e premeia

todos os anos um artista pop e um clássico. Este ano os escolhidos foram o senegalês Youssou Ndour e a finlandesa Kaija Saariaho pelos seus “trabalhos ex-cepcionais na criação e na promoção da música”.

Para a Academia Real Sueca de Música, Youssou N’Dour “não é apenas um cantor, mas um contador de histórias, um poeta, um cantor de louvor, um artista e um historiador verbal”.

Nascido em Outubro de 1959 num bairro de Dacar numa família modesta, N’Dour é hoje um dos artistas senegaleses mais conhecidos no mundo, autor de mais de 20 álbuns. A sua

O realizador Martin Scorsese vai filmar “Silêncio”, um projecto

muito desejado pelo cineasta norte--americano, com o actor Andrew Garfield (de o Homem Aranha) a interpretar um jesuíta português, in-formou terça-feira a edição digital da revista Variety.

Depois de duas décadas a tentar concretizar a produção, Scorsese vai começar a filmar em Junho do próxi-mo ano o filme baseado no romance do falecido escritor japonês Shusaku Endo, que aborda a temática das difi-

O Prémio LeYa 2012 foi ontem entregue pelo Pre-

sidente da República, Aníbal Cavaco Silva, ao escritor Nuno Camarneiro, distinguido pelo romance “Debaixo de algum céu”. A cerimónia de entrega do galardão, no valor de cerca de um milhão de patacas, teve lugar às 18:30, no Pestana Pala-ce Hotel, em Lisboa, e contou com a presença, entre outras personalidades, do secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. O romance destacou-se pelo “domínio e a segurança da escrita”, como assinalou o presidente do júri, o escritor Manuel Alegre, em Dezembro passado, quando foi divulgado o vencedor.

Segundo Manuel Alegre a

Música Youssou Ndour e Kaija Saariaho recebem o prémio Polar Music Prize

Pela criação e promoção

Cinema “Silêncio” de Scorsese teráAndrew Garfield como missionário português

Jesuítas no JapãoLiteratura Prémio LeYa

ontem entregue a Nuno Camarneiro

Um milhão para “Debaixo de algum céu”

política intensa e ainda no ano passado se candidatou às eleições presidenciais, defendendo que queria “fa-zer do Senegal um país que cresça”. Youssou N’Dourm, que não chegou a ser eleito, foi nomeado ministro do Turismo e da Cultura.

Sobre a escolha da fin-landesa, a Academia Sueca escreveu ser “uma composi-tora única, que reexamina o que a música pode ser”. Des-tacando a sua combinação de instrumentos acústicos e electrónicos, Kaija Saariaho compõe, escreve a Academia Sueca, música de sonhos. Kaija Saariaho, de 60 anos, é uma “maestrina moderna” que nos faz apaixonar pela sua música, destaca o comu-nicado do prémio.

O Polar Music Prize foi criado em 1989 por Stig Anderson, agente dos suecos ABBA. O prémio distingue individualidades, grupos ou mesmo instituições, reconhecendo o trabalho excepcional feito em prol da criação e do progresso da música.

carreira ficou marcada pelo êxito de 1994, Seven Secon-ds. Sobre o seu percurso, a Academia Sueca destaca a importância que o senegalês tem tido na continuidade da tradição griot da África ocidental. Os griots, que na cultura mandinga significa que é o portador da tradi-ção musical, cantam a vida dos seus e são respeitados por isso. “Youssou N’Dour tem trabalhado para reduzir animosidades entre a sua própria religião, o Islão, e as outras religiões”, lê-se no comunicado que anuncia os premiados deste ano, acrescentando que “a sua voz engloba a história de um continente inteiro”.

Youssou N’Dourm, que é uma figura muito que-rida dos senegaleses, tem também uma actividade

culdades dos missionários jesuítas no país asiático.

Esta película, cujos direitos in-ternacionais vão ser negociados no próximo Festival de Cannes (França), conta também com a participação do actor japonês Ken Watanabe.

Em declarações à revista Variety, Scorsese acrescentou que se trata de um filme muito pessoal acerca das raízes da fé religiosa, questões já abordadas em filmes como “A Última Tentação de Cristo” (1988) ou “Kundun” (1997). “É algo que sempre fez parte da mi-nha vida”, declarou, acrescentando ser “difícil de entender para pessoas que não cresceram nesse mundo, o do catolicismo em Nova Iorque durante os anos 50”.

“Impressionou-me o suficiente fazer parte desse mundo, e depois, aos 15 ou 16 anos, percebi que era muito mais difícil e complicado do que eu pensava, em termos de vocação”, acrescentou.

obra é o “retrato de uma micro--sociedade unida pelo espaço em que vivem as personagens”. O júri salientou também “a coerência com que é seguido o projecto, a força no desenho das personagens e destaca a humanidade subjacente ao

que poderá ser lido como uma alegoria do mundo contem-porâneo”. Ao Prémio LeYa concorreram 270 originais de autores residentes em Angola, Brasil, Canadá, França, Reino Unido, Moçambique e Portu-gal, tendo sete sido finalistas.

gonç

alo

lobo

pin

heir

o

quinta-feira 9.5.2013desporto16 www.hojemacau.com.mo

pub

Ka I venceu Pau Peng e está na segunda ronda da Taça

Cinco golos e um dilúvioMarco [email protected]

“Não foi fu-tebol, o que se jogou no campo da

Universidade de Ciência e Tecnologia. Foi pólo aquá-tico mesmo”, ironiza Jose-cler. o ainda campeão Ka I carimbou sem problemas de maior a passagem à segunda ronda da Taça da Associação de Futebol de Macau, mas nem o facto de ter cumpri-do com distinção a tarefa a que se propunha impediu o técnico brasileiro de brin-dar com palavras ásperas o organismo que chama a si a tutela do desporto-rei no território.

Josecler não poupou críticas à decisão da Asso-ciação de Futebol de Macau de levar a cabo a realização da partida frente ao Pau Peng durante o auge do temporal que ontem se abateu sobre

o território. O desafio entre Windsor Arch Ka I e o Gru-po Desportivo Artilheiros estava em atraso desde o início de Abril, depois de uma desatenção da cúpula directiva da Associação de Futebol – que agendou os encontros para o Estádio da Taipa para um período em que a estrutura estava consignada à organização dos Jogos Desportivos para Deficientes – ter obrigado ao adiamento de dois embates.

Os desafios disputam-se ontem no campo da Univer-sidade de Ciência e Tecnolo-gia de Macau em condições pouco próprias à prática de futebol, no entender de Jo-secler. o técnico brasileiro, que na última temporada levou o Ka I à conquista do seu terceiro título con-secutivo, não entende a decisão do organismo que tutela o futebol em Macau de mandar disputar um en-contro sob chuva torrencial,

com o terreno em notórias más condições: “Tentámos convencer a Associação de que o futebol jogado nestas condições é pouco digno, mas a partida disputou-se à mesma. Jogámos sobre um lençol de água, com quatro ou cinco dedos de água sobre o relvado. A bola rolava um metro e parava. Do ponto de vista do espectáculo, não foi um jogo, foi um equívoco”, sustenta o treinador.

Apesar de se ter disputa-do em condições difíceis, o encontro acabou por correr de feição aos tri-campeões do território. Frente a um ad-versário notoriamente mais frágil, Josecler deu rodagem a alguns dos jogadores mais utilizados, mas nem a aposta numa formação de segunda linha colocou em risco a continuidade do Ka I na Taça da Associação de Futebol de Macau. Mesmo com o relvado do campo da Universidade de Ciência e

Tecnologia completamente ensopado, os campeões do território entraram melhor na partida e apontaram o primeiro de cinco golos logo aos dois minutos. os tentos do Windsor Arch Ka I foram apontados por Carlos Reginaldo da Silva, Alison Brito, Niki Torrão e pelo brasileiro Neto.

o triunfo fácil coloca o grupo de trabalho orientado por Josecler na segunda ronda da competição. o Ka I volta a entrar em campo já no próximo domingo para um duelo desigual em que esgrime argumentos com a Casa de Portugal em Macau. o pontapé de saída na se-gunda eliminatória da Taça da Associação de Futebol é dado ao final da tarde de hoje, com o Grupo Despor-tivo da Polícia a defrontar a Selecção de Sub-23, antes do Benfica tentar o apuramento para a terceira ronda da prova frente ao Kuan Tai.

17quinta-feira 9.5.2013 www.hojemacau.com.mo futilidades

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

Aqui há gato

[Tele]visão

Pu Yi

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360º (Diferido)14:40 RTPi DIRECTO19:00 Montra do Lilau (Repetição)19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Castle Sr.422:10 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 Herman 201300:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Percursos15:30 Correspondentes16:00 Bom Dia Portugal17:00 AntiCrise17:15 Sexta às 917:30 Feitos ao Bife19:00 Depois do Adeus20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:15 Ingrediente Secreto22:45 Portugal no Coração

30 - FOX Sports13:00 NASCAR Sprint Cup Series 2013 - Highlights14:00 NASCAR Nationwide Series 2013 - Highlights15:00 FIA World Touring Car Championship 2013 - Highlights15:30 MLB Regular Season 2013 New York Yankees vs. Colorado Rockies18:30 (Delay) Baseball Tonight International 201319:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 ABL Crossover 201320:30 Total Rugby21:00 Football Funnies22:00 FOX SPORTS Central22:30 Thursday Fight Night With UFC23:00 UFC Countdown/ Unleashed T

31 - STAR Sports13:00 (LIVE) GS Caltex Maekyung Open Day 116:00 ATP - BMW Open17:30 HSBC Asian 5 Nations Rugby 2013 Philippines vs. Hong Kong19:30 MotoGP World Championship 2013 - Main Races Spanish Grand Prix21:00 2 Wheels21:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Inside Grand Prix 201322:30 2 Wheels23:00 (Delay) GS Caltex Maekyung Open Day 1 Highlights

40 - FOX Movies12:45 Dude, Where’S My Car?14:10 The Odd Life Of Timothy Green16:00 Wall-E17:40 The House Bunny19:20 Diary Of A Wimpy Kid21:00 We Bought A Zoo23:05 Pirates Of The Caribbean

41 - HBO12:30 Contraband14:25 Young Adult16:00 Grease 218:00 Jane Eyre20:00 The Chronicles Of Riddick22:00 Game Of Thrones23:00 Tactical Force00:30 Bed Of Roses

42 - Cinemax12:30 Bloodsport14:15 Fortress16:00 Assignment To Kill17:45 The Thirteenth Floor19:30 Hollywood On Set 49120:00 Witchboard 221:45 The Making Of Dead Mine22:00 Dead Mine23:20 Beavis And Butt-Head Do America00:50 Thorne: Sleepyhead

SoluçõeS do problema

HORIZONTAIS:1-ANDRE. CHATA. 2-BOA. LAR. NIO. 3-ANDA. I. IDAS. 4-COADA. INES. 5-A. SABADOS. R. 6-TU. GOLAS. SO. 7.E. MALADIA. S. 8-CEDI. ETICA. 9-ZECA. S. ANAL. 10-ADA. REU. DEI. 11-SESTA. TRAMA.VERTICAIS:1-ABACATE. ZAS. 2-NONO. U. CEDE. 3-DADAS. MECAS. 4-R. ADAGADA. T. 5-EL. ABOLI. RA. 6-AI. ALA. SE. 7-CR. IDADE. UT. 8-H. INOSITA. R. 9-ANDES. AINDA. 10-TIAS. S. CAEM. 11-AOS. ROSALIA.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS:1-Nome de homem. Importuna, maçadora. 2-Benéfica. A casa de habitação. Ninho. 3-Trabalha, funciona. Abaladas. 4-Passada através de filtro. Nome de mulher. 5-Dia da semana (pl.). 6-A pessoa com quem se fala. Parte do vestuário que cinge o pescoço (pl.). Ermo, solitário. 7-Doença. 8-Desisti em favor de outrem. Ciência da moral. 9-Nome de homem. Missa anual para sufrágio (Ant.). 10-Nome de mulher. Acusado. Doei. 11-Hora de descanso. Tece, entrelaça.VERTICAIS:1-Fruto do abacateiro. Procedimento rápido (Interj.). 2-O último numa série de nove. Concorda, dá de si. 3-Atribuidas. Mulheres atrevidas, brejeiras (Gír.). 4-Golpe de adaga. 5-O (Ant.). Extingui, revoguei. Regimento de Artilharia (abrev.). 6-Gemido. Vamos!. Igreja patriarcal. 7-Cromo (s.q.). Anos. Nome antigo da actual nota musical dó. 8-Açúcar produzido pelas fibras musculares. 9-Caminhes. Também, apesar. 10-Titias. Abatem-se. 11-Preposição e artigo (pl.). Nome de mulher.

Sala 1dark SkieS [c]Um filme de: Scott Charles StewartCom: Dakota Goyo, Keri Russell, Josh Hamilton14.30, 16.30, 21.45

iron man 3 [c]Um filme de: Shane BlackCom: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Don Cheadle19.15

Sala 2 iron man 3 [3d] [c]Um filme de: Shane BlackCom: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Don Cheadle14.30, 17.00, 21.30

i love you, mom [a]FALADO EM CANTONêSCom: Priscilla Wong, Gigi Wong, Wan Kai19.30

Sala 3the hammer [b]Um filme de: Oren KaplanCom: Russell Harvard, Raymond J. Barry, Shoshannah Stern14.30, 16.30, 19.30

iron man 3 [c]Um filme de: Shane BlackCom: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Don Cheadle21.30

Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

Há SemPreideiAS debAixode umA miniSSAiAKam Sut Leng vestiu-se, decerto, muito rápido para participar nas manifestações do 1.º de maio, para não perder pitada das horas e dos pontos de encontro para a luta. Abriu o armário, agarrou na sua minissaia cor salmão e lá foi. não sabia que, nesse preciso momento, iria desencadear um processo de uma certa polémica social que uns compreendem, outros não. eu sou gato e gosto muito de ver as pernas das meninas, mas não percebo como é que uma minissaia em pernas escanzeladas pode desencadear tanta polémica. ignoremos as pernas da miúda e analisemos o que ela pensa. É professora e critica o sistema de ensino que vigora aqui, baseado na decoração da matéria dada e na repetição. imaginação e pensamento livre, portanto, zero. depois, diz que quer continuar a lutar por uma sociedade melhor. Concordo, acho bem, ela que continue. está no seu direito. mas mais do que isso, o discurso de Kam Sut Leng, e do membro da Associação novo macau que hoje dá uma entrevista a este jornal, faz-nos pensar que está a nascer na rAem um grupo de jovens que pensa. Finalmente, pessoas a pensar, pessoas a lutar pelo que defendem! Pessoas que acabam os seus cursos, não conseguem comprar uma casa com o seu salário e não podem ir mais além em termos profissionais, porque o sistema do jogo não os deixa. olhemos para estes jovens que ainda não completaram 30 anos e que, incrivelmente, não estão felizes e satisfeitos numa terra que nada em dinheiro. deixemos a minissaia e as suas polémicas de terra pequena e de mentes tão curtas como o tecido cor de salmão. Olhemos, enfim, para as ideias. e o Governo que olhe também.

À VENDA NA LIVRARIA PORTuGuESA

ApenAs Míudos • Patti SmithApenas miúdos é um comovente livro de memórias que acompanha a juventude, o enamoramento e o destino radical de dois ícones norte-americanos, Patti Smith e robert mapplethorpe, que, no início da sua vida em comum, trocaram noites ao relento e jantares de pão do dia anterior pela arte.

uMA CAsA nA esCuridão • José Luís PeixotoÉ um romance que perscruta a alma desesperada de um narrador, que encontra o verdadeiro amor na imagem de uma mulher reflectida dentro do seu próprio interior, mulher que não existe no seu tempo real, amor esse que é descrito e passado a papel noite após noite, centro único da sua vida que já se manifestava completamente despegada da vida real, na sua casa, vivendo com a sua mãe e a sua escrava, a casa na escuridão.

quinta-feira 9.5.2013opinião18 www.hojemacau.com.mo

Fernando SantoSin Jornal de Notícias

ortugal, como a maioria dos países europeus, dispõe de uma marca civilizacional distintiva: construiu, sobretudo após o 25 de abril, um Estado social de inegável valor. o virtuosismo do modelo,

no entanto, depende de equilíbrios geracio-nais e, sobretudo, está assente numa socie-dade próspera do ponto de vista económico. todo o contrário do registo dos últimos anos.

o Dia Nacional da Segurança Social (ontem) encaixa como uma luva no intenso debate em curso sobre a necessidade de proceder, por clarividência ou imposição, a cortes no actual modelo, sempre sob um pressuposto: a inexistência de crescimento económico capaz de suportar cada vez mais e mais cidadãos necessitados do apoio do Estado, em múltiplas dimensões - da do desemprego puro e duro até à realização do considerado direito a uma velhice sossegada.

Há, com certeza, legítimas posições ide-ológicas e humanísticas marcadas. a todas exige-se um mínimo de seriedade - o que nem sempre acontece.

Sobretudo quando se referem a pessoas os números são gélidos - mas incontornáveis.

a soma do envelhecimento da população e do desmantelamento de postos de trabalho

Há mais cidadãos a beneficiar dos cofres do Estado do que os ainda com direito a trabalhar e a contribuir para o financiamento do Estado social - incapaz de gerar excedentes financeiros para ser viável nos actuais padrões

as tetas do Estado e o oásis

Pclarifica parte da realidade do país: segundo os dados oficiais que o JN hoje [ontem] revela, há 4,8 milhões de portugueses rece-bedores da Segurança Social - três milhões de pensionistas (descontaram para pagar a anteriores gerações) espalhados por vários itens, mais 416 mil de prestações de desemprego, 1,1 milhões de titulares de abonos de família, 97 mil beneficiários de subsídio de doença, 32 mil de pa-rentalidade e quase 275 mil de rendimento social de inserção. o Estado, melhor ou pior, a todos acode. Este número não pode, porém, ser visto isoladamente. Deve juntar-se ainda 462 mil beneficiários da Caixa geral de aposentações. E eis-nos, então, chegados à necessidade de as receitas do Estado, pratica-mente todas construídas na base dos impostos, permitirem o apoio a mais de cinco milhões de portugueses!

ainda bem, exclamar-se-á!Pois. Mas a matemática é uma ciência

exacta e dela decorre uma evidência: a população activa empregada é da ordem dos 4,5 milhões de portugueses, nos quais se incluem 583 mil funcionários públicos.

Ou seja: há mais cidadãos a beneficiar dos cofres do Estado do que os ainda com direito a trabalhar e a contribuir para o financia-mento do Estado social - incapaz de gerar excedentes financeiros para ser viável nos actuais padrões.

Chegados a estes nú-meros, aos quais ainda é preciso juntar a enorme quantidade de outros pendurados nas tetas do Estado - de organizações pseudo-sociais a em-presários incapazes de vingar pelos seus próprios méritos - impõe-se uma pergunta: devemos fazer de conta, empurrar os défices com a barriga e continuar a reclamar a in-tocabilidade das garantias existentes, algumas delas

irresponsavelmente atribuídas ao longo dos anos por pura eleitoralite aguda?

É urgente o país dispensar o lamentável espectáculo demagógico de uns e o acirrar de ânimos entre gerações promovido por outros.

Uma reflexão serena para benefício do colectivo da sociedade é preferível à ilusão de crescimento económico longínquo. Sob pena de agravamento da penúria geral antes de atingido o oásis.

19opiniãoquinta-feira 9.5.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

ode soar a conversa de bêbado, mas não existe verdade mais ab-soluta: a única certeza que temos nesta vida é que vamos morrer um dia. É deprimente se ficarmos a pensar nesta inevitabilidade todos

os dias, mas é algo que retemos no nosso subconsciente. Não somos imortais, e por mais invulneráveis que nos sintamos agora, vai chegar o dia em que o nosso corpo diz basta, e passamos a matéria, ao composto que forma o solo que todos os dias pisamos, indiferentes à complicada cosmética que o constitui. Hoje estamos aqui a rir, a comer, a beber, em suma, a viver. Amanhã, quem sabe, somos um festim para os vermes. Não é justo, mas não há nada a fazer. Corremos contra o relógio.

os mais religiosos confortam-se com a perspectiva de uma vida etérea, uma recom-pensa pelo incómodo. existe uma tendência para acreditar cada vez mais nesta vida eterna à medida que envelhecemos, quando vamos vendo a areia da ampulheta a definhar. Não me parece muito lógico que andemos neste mundo apenas 70 ou 80 anos e depois passe-mos uma eternidade no outro. Sabem o que é uma eternidade? É muito tempo, mesmo. Infinito mais um. Não faz lá muito sentido. Quem não é religioso contenta-se apenas em levar o melhor desta vida, e não se preocupa muito com essas supostas contas a prestar ao criador. Viver dia após dia, e depois de se apagar a luz, acaba-se a festa. Party’s over, boys. Time to go home.

Não me fascina por aí além o que acontece depois da morte. Tenho uma ideia muito própria do que é estar morto: é mais o menos o que se passa antes de nascermos. Como não me lembro onde estava antes de nascer, não me faz muita diferença. A fragilidade da vida humana faz de mim um pessimista por natureza. Hoje estou aqui, junto dos vivos, amanhã não sei. Não quero dizer que não devemos fazer planos para amanhã, para a semana que vem ou para daqui a dez anos, mas não convém levar as coisas muito a sério. o melhor mesmo é acrescentar aquele bordão com que nós portugueses tanto gostamos de acabar uma frase: “…se deus quiser”. Voltando ao início deste texto, certezas só há uma.

o ciclo da vida que a nossa natureza de animal social nos impôs é injusto. Trabalha-mos toda uma vida, durante o seu esplendor, e só nos é dado algum descanso quando estamos velhos, acabados, decadentes, vulneráveis e impotentes. O filme de 2008, “o estranho caso de Benjamin Button”, que fez tanto sucesso, apresenta uma alternativa

bairro do or ienteLeocardo

Em Macau não gozamos de uma qualidade de vida por aí além. A elevada densidade populacional, a poluição, a falta de espaços verdes e o sistema de cuidados de saúde deficitários levam a quem queira viver muito tempo e com qualidade de vida a tomar cuidados redobrados. Desconfiamos da comida que nos chega do imenso continente e que não nos inspira muita confiança. Podemos estar a morrer lentamente sem estar a dar conta disso

A morte fica-nos tão bemconvidativa: e se fosse ao contrário? e que tal iniciarmos esta vida quando somos velhos, e fazermos o trajecto oposto, até eventual-mente desaparecermos na forma de recém--nascidos? Ia ser interessante. As mulheres iam sentir-se mais atraídas pela pele macia e pelo acne do que pelas rugas e pelos cabelos brancos. A adolescência ia ser sinónimo de experiência. os deprimentes asilos seriam substituídos por jardins de infância. Seria um fim mais tolerável, pelo menos.

o espectro da morte paira sempre sobre nós. É trágico quando alguém em plena força da vida é morto num acidente ou em qualquer tragédia. É muito mais difícil de aceitar quando se trata de um adolescente ou de uma criança. Quando era mais jovem e visitava o cemitério lá da terra sentia sempre um arrepio na espinha quando passava pelo talhão reservado às crianças ou aos recém--nascidos. Numa das lápides lia-se: “o Céu ganhou mais um anjo”. É poético para quem está de fora, mas não há dor maior para uns pais do que perder um filho, especialmente se for na primavera da vida. É uma falta que se sente todos os dias, por mais frios ou realistas que tentemos ser. É triste pensar que ali jaz o que fora outrora um ser vivo a que nunca foi dada a chance de viver, de sentir prazer e dor como nós, de enfrentar esse desafio que é a vida, que desejamos que seja sempre o mais longo possível.

o nosso tempo é marcado pela mais cruel e injusta das doenças: o cancro. É deprimente pensar que um simples diagnóstico nos pode fazer passar de um ente são e cheio de vida a um cadáver, numa questão de poucos meses. Todos temos um familiar, um amigo, um conhecido que perdemos para o cancro, e o facto de sabermos que não somos imunes deixa-nos expostos, rendidos, cabisbaixos e humildes. Irrita-nos saber que entre os maio-res feitos da humanidade não se inclua uma

Pcura para este mal. existe um tratamento, mas o sucesso depende de uma série de factores no qual se inclui a subjectiva “sorte”, e a taxa de sucesso não é das mais animadoras. É caso para perguntar “que merda de doença é esta?”. Se existe realmente um criador, fará tamanha crueldade parte do Seu plano? os religiosos que respondam.

em Macau não gozamos de uma qualida-de de vida por aí além. A elevada densidade populacional, a poluição, a falta de espaços verdes e o sistema de cuidados de saúde deficitários levam a quem queira viver muito tempo e com qualidade de vida a tomar cui-dados redobrados. Desconfiamos da comida que nos chega do imenso continente e que não nos inspira muita confiança. Podemos estar a morrer lentamente sem estar a dar conta disso. Quem tem dinheiro para cuidar da saudinha noutras paragens não pensa duas vezes, e quem é pobre ou simplesmente remediado fica entregue à tal “sorte”. Para quem não embarca em fatalismos, o melhor mesmo é aproveitar a vida enquanto é pos-sível. Vamos lá então beber mais um copo, fazer uma ou outra loucura que quebrem a rotina e tornem a vida o seu inevitável e fatídico fim menos insuportável, vamos aproveitar enquanto estamos vivos. Amanhã logo se vê, mas outra vez é preciso lembrar: ninguém vai ficar por cá para sempre. Carpe diem, meus amigos.

quinta-feira 9.5.2013www.hojemacau.com.mo

cartoonpor Steff

Portugal 13.º melhor país para se ser mãeO melhor local do mundo para se ser mãe é a Finlândia. Essa é a conclusão do relatório anual da organização Save the Children, o “Mother´s Índex”, que analisa o bem-estar de mães e bebés. Depois dos países nórdicos, Portugal surge na 13.ª posição. O ranking é feito tendo em conta quatro parâmetros: saúde materna, bem-estar da criança, nível educacional - percurso escolar da mãe - e participação política. Anualmente, cerca de três milhões de bebés morrem no primeiro mês de vida e mais de 280 mil mulheres morrem devido a complicações na gravidez e no parto. A Europa domina os primeiros lugares, sendo a Austrália o único país não europeu no top 10. A Finlândia é seguida de vizinhos: Suécia, Noruega, Islândia, depois Holanda, Dinnamarca, Espanha, Bélgica, Alemanha e Austrália. Ainda à frente de Portugal, Áustria e Suíça. Os Estados Unidos, por exemplo, ficam apenas em 30.º lugar, tendo resultados medianos na mortalidade abaixo dos 5 anos, ma mortalidade materna e na participação política. Sem surpresa, os países da África sub-saariana são os mais mal colocados, com a República Democrática do Congo a aparecer no 176.º e último lugar. O ranking completo pode ser consultado no site da Save the Children e Macau não entra nas contas.

Síria promete resposta a ataque de IsraelO ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Mouallem, prometeu uma resposta ao que diz ser uma agressão por parte de Israel. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Ali Akbar Salehi, reuniu-se esta terça-feira em Damasco com o presidente sírio, Bashar al-Assad. Agudizado está cada vez mais o clima de tensão na região, dias depois de terem ocorrido ataques aéreos israelitas contra instalações militares perto de Damasco, escreve a agência AFP. Teerão nega, mas no local estariam armas provenientes do Irão e que se destinavam a armar o grupo Hezbollah.

México Vulcãolançou cinzas a 3,2 quilómetros de alturaO vulcão mexicano Popocatéptl lançou cinzas a 3,2 quilómetros de altura e fragmentos incandescentes a 300 metros de distância. O alerta foi dado pelo Centro Nacional de Prevenção de Desastres, que deu conta da previsão de queda de cinza em localidades nas imediações do vulcão, localizado no centro do país. O alerta na região mantém-se amarelo de nível dois (actividade moderada com emissões de vapor e cinzas).

Liberdade condicional negada a Vale e AzevedoUm despacho do 4.º Juízo do Tribunal de Execução de Penas de Lisboa, negou a liberdade condicional a Vale e Azevedo. O tribunal justifica a decisão com o facto não ter ainda cumprido dois terços de pena e também para não dar a “sensação de impunidade”. Vale e Azevedo foi extraditado para Portugal a 12 de Novembro e está a cumprir pena na prisão na Carregueira. A sua libertação, diz o despacho, tornariam “frustradas as expectativas de comunidade” e “daria uma sensação de impunidade, o que comunitariamente é intolerável”. “Numa época em que proliferam os crimes contra o património e contra o Estado, seria para a sociedade incompreensível e contraproducente que, alguém que é responsável pela prática do número de crimes pelos quais o arguido foi condenado, beneficie da liberdade condicional antes dos dois terços da pena.” Vale e Azevedo cumpriu mais de seis anos de prisão de uma pena de onze anos e meio. O antigo dirigente do Benfica está ainda a ser julgado por peculato de mais de quarenta milhões de patacas do Benfica devido a transferências irregulares de jogadores, branqueamento de capitais, abuso de poder e falsificação de documento. As audiências continuam a 4 de Junho.

Bangladesh Novo balanço sobre derrocadaPerto de 800 pessoas morreram no Bangladesh, na sequência da derrocada de um edifício industrial em Daca, no passado dia 24 de Abril. De acordo com o porta-voz do exército, Mir Rabbi, as equipas de salvamento já retiraram 782 corpos do local e receiam que o número ainda possa aumentar. No edifício que colapsou operavam cinco fábricas de roupa que forneciam conhecidas marcas de roupa ocidentais.

Atentado fazdois mortos e 45 feridosPelo menos duas pessoas morreram e 45 ficaram feridas na sequência das explosões de três carros armadilhados nos arredores da cidade de Kirkuk. Um carro explodiu durante a passagem de um comboio das milícias curdas, o que causou a morte a uma pessoa e 10 feridos. Num outro ataque, um suicida fez explodir o carro que conduzia perto da sede destas milícias, em Daquq, a 55 quilómetros de Kirkuk, matando um miliciano curdo e ferindo outros cinco. Já o terceiro ataque, no centro de Kirkuk, ocorreu com a explosão de um carro frente à sede do partido da União Patriótica do Curdistão, liderado pelo presidente iraquiano, Jalal Talabani, deixando 30 pessoas feridas.

Gonç

alo

lobo

pin

heir

o

Cecília [email protected]

O caso da professora que se manifestou no dia 1 de Maio vestindo uma minissaia continua a

causar manifestações na sociedade. Desta vez, no entanto, os discursos apoiam Kam Sut Leng.

Teresa Vong, professora adjunta da Faculdade de Edu-cação da Universidade de Ma-cau (UMAC), considera que a polémica em torno da roupa da activista e docente foi exagerada. “As chamadas ‘deusas demo-cratas’ que fomos conhecendo, todas elas vestiam pouco, mas o facto de se criticar a pouca roupa

mostra que ainda estamos numa sociedade patriarcal e não damos atenção à coragem desta senhora numa sociedade tão reservada”, referiu ao Jornal do Cidadão.

Sobre os comentários recen-tes de um professor na Internet – que disse que Kam Sut Leng não deveria usar roupas tão ‘sexy’ se queria mostrar-se defensora da democracia -, Teresa Vong só tem um comentário: “Cai no teor da discriminação sexual e é mais radical do que o acto de participar na manifestação. Ele poderia dar a sua opinião, mas não usando as palavras que usou.”

A académica da UMAC considera mesmo que as pala-vras do professor podem ser

interpretadas como uma forma de ‘bullying’, mas que ainda assim se pode tornar uma coisa positiva. “Pelos menos, deixa no ar a possibilidade de uma discussão pública sobre o direito humano e o civil.”

No mesmo jornal, a Asso-ciação de Estudos Sintéticos Sociais de Macau relembra que o professor que teceu comentários menos felizes nas redes sociais é da escola da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) – onde a vice--directora é a deputada Kwan Tsui Hang. Situação que, diz a associação, pode ser motivada por política e pode tornar-se pior com a aproximação das eleições.

Caso minissaia Professora defendida por académica e associação. Macau fechado, dizem

Um caso político e uma sociedade patriarcal

Teresa Vong