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A iguaria que continua a ser servida nos restaurantes e lojas de Macau é vista por uns como sinónimo de saúde e longevidade, enquanto que para outros representa um bem essencial para a sobrevivência dos oceanos. DIREITOS DOS TRABALHADORES Apesar de não haver uma lei regulamentadora da greve, tal não significa que os trabalhadores não possam exercer esse direito. Pereira Coutinho diz mesmo que seria um bom exemplo para que todas as empresas levem a sério os direitos de quem trabalha. POLÍTICA PÁGINA 5 REPORTAGEM PÁGINAS 2-3 CE2014 Últimas garantias BOLA DE GREVE AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB A LISTA DA VERGONHA Rua das barbatanas SOCIEDADE PÁGINA 8 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUINTA-FEIRA 28 DE AGOSTO DE 2014 ANO XIII Nº 3163 hojemacau PÁGINA 7 TÁXIS PUB

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Hoje Macau N.º3163 de 28 de Agosto de 2014

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Page 1: Hoje Macau 28 AGO 2014 #3163

A iguaria que continua a ser servida nos restaurantes e lojas de Macau é vista por uns como sinónimo de saúde e longevidade, enquanto que para outros representa um bem essencial para a sobrevivência dos oceanos.

DIREITOS DOS TRABALHADORES

Apesar de não haver uma lei regulamentadora da greve, tal não significa que os trabalhadores não possam exercer esse direito. Pereira Coutinho diz mesmo que seria um bom exemplo

para que todas as empresas levem a sério os direitos de quem trabalha.

POLÍTICA PÁGINA 5

REPORTAGEM PÁGINAS 2-3

CE2014 Últimas garantiasBOLA DE GREVE

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

A LISTA DA VERGONHA

Rua das barbatanas

SOCIEDADE PÁGINA 8

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q U I N TA - F E I R A 2 8 D E A G O S T O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 1 6 3

hojemacau

PÁGINA 7

TÁXIS

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Page 2: Hoje Macau 28 AGO 2014 #3163

2 hoje macau quinta-feira 28.8.2014REPORTAGEM

30-1000patacas, preço uma dose de sopade barbatana de tubarão no Tam Kah

LEONOR SÁ [email protected]

A captura e assassínio de milhares de tubarões é uma questão que tem vindo a ganhar cada vez

mais relevo a nível mundial, prin-cipalmente através dos esforços de organizações sem fins lucrativos pró-ambiente, que querem ver a morte destes animais proibida por lei. Contudo, esta parece ser uma dura luta, pelo menos olhando para o volume de negócio dos armazéns e restaurantes de Macau especiali-zados nesta iguaria. Os argumentos para a comercialização do produto passam pelo facto de ser “bom para a saúde” e “o prato preferido” dos turistas, que agora passaram a ser do continente e não de Taiwan e Hong Kong, como acontecia há 20 anos. De acordo com os proprietá-rios de dois armazéns, uma loja e dois restaurantes com quem o HM falou, o negócio parece continuar a dar dinheiro, independentemente das preocupações ecológicas que têm inundado o mundo. Surpreen-dentemente e ao contrário do que por aí se diz, a maioria dos pratos não ultrapassa as 150 patacas, o mais barato ficando-se pelas 30.

A Rua da Felicidade é agora, diz Ip Kam Kun, conhecida como “a rua dos tubarões”. A razão é clara: é que quase todas as portas daquela rua - agora vermelha ao invés de verde – abrem alas para restaurantes especializados em pratos de barbatana de tubarão, que vão desde massa de arroz com fios, até à apreciada sopa com pedaços da iguaria. “O volume de negócio não diminuiu e como compramos directamente a um grande forne-cedor local, não precisamos de im-portar de outros países”, explicou o jovem Tam Yai Hou, dono do restaurante Tam Kah. O residente local abriu o estabelecimento há cerca de oito anos e acredita que o volume de negócio e de clientela não vai descer.

Kan Heng vende barbatana de tubarão, ervas medicinais e outros produtos na sua loja da Avenida Almeida Ribeiro, onde se con-centra grande parte das lojas que ainda resistem à subida progres-siva das rendas. De certa forma, o proprietário de 80 anos revê-se na angustia de Leong e admite que o negócio não vai tão bem como seria de esperar. Acredita que a luta dos ambientalistas está fortemente relacionada com a regressão das receitas. “O negócio caiu mais de 10% por causa das preocupações ecológicas”, diz. No espaço comer-cial de Heng, todos os derivados de tubarão vêm de Hong Kong e,

se tudo correr bem, “continuarão a vir”, adianta o comerciante e proprietário, esperançoso de que o negócio possa singrar.

A INFINIDADE DOS OCEANOSTam não se mostra preocupado com as questões ambientais. “A zona do planeta com mar ocupa a grande maioria do espaço total e há milhares de milhões de peixes nos oceanos, por isso não vejo qualquer problema na captura de alguns tubarões”, disse o jovem proprietário. Também Leong Ing Chui, proprietária do armazém de importação de barbatana de tubarão, Leong Kei, lamenta a

A SOBREVIVÊNCIA DA BARBATANA DE TUBARÃO

“FAZ BEM À SAÚDE”Há vários anos que a barbatana de tubarão tem sido um dos ingredientes mais cobiçados da Ásia, sendo mesmo considerado uma iguaria pelos turistas. A importação tem, no entanto, vindo a diminuir, devido à pressão de organizações ambientais. Por cá, de acordo com os proprietários de restaurantes e armazéns, os negócios parecem ir de vento em popa

“Há peixe para dar e vender na imensidão de água que nos rodeia”LEONG ING CHUI

“O negócio caiu mais de 10% por causa das preocupações ecológicas”KAN HENG Dono de uma lojana Avenida Almeida Ribeiro

forma excessiva como muitos ambientalistas lidam com a situa-ção. Além disso, considera que os componentes do tubarão “fazem bem à saúde”, ao mesmo tempo que confessa integrá-los na sua alimentação diária. “Como sopa de barbatana de tubarão quase todos os dias, principalmente quando estava grávida. Hoje em dia,

consigo correr tanto e ao mesmo tempo que os mais novos. Vejo vários jovens com menos de 30 anos já com muitas doenças e eu sempre fui saudável”, sublinha a proprietária, que partilha o negó-cio de comercialização com o seu

marido. Está sentada por trás do balcão e deixa mostrar um cartaz munido de tubarões e um sinal de proibição por cima dos animais. Ao vislumbrar os restos ósseos de vários animais que outrora navega-ram os mares da Noruega, Leong exclama: “os dentes também são óptimos para as artroses e dores de costas! As pessoas sentem-se sempre melhor com uma sopa ou chá”, diz, enquanto aponta para os troféus.

QUERIDA BARBATANAOs turistas gostam e os proprie-tários dos restaurantes não se queixam. Apenas duas das pessoas entrevistadas pelo HM referiram decréscimo nas receitas mensais do negócio, incluindo uma loja de

venda do produto e o armazém de Leong que, embora lutadora, con-fessa que o comércio de barbatana de tubarão já teve melhores dias. De acordo com os números, o vo-lume de negócio desceu dois terços desde o início das reivindicações

dos ambientalistas. É que tanto o Governo Central como o local estão a pressionar a indústria para que, a longo prazo, a barbatana

Kan Heng à porta da sua loja

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3 reportagemhoje macau quinta-feira 28.8.2014

UM BEM ESSENCIALDe acordo com Gary Stokes, ambientalista e coordenador da associação Sea Shepard, a existência dos tubarões “é essencial” para a consequente sobrevivência dos oceanos. A sua eventual extinção pode culminar, a longo prazo, no desequilíbrio total do ecossistema aquático. Stokes avança mesmo números. Se não forem tomadas medidas contra a pesca excessiva de determinadas espécies, em 2028 não haverá um ecossistema nos oceanos.

“Como sopa de barbatana de tubarão quase todos os dias, principalmente quando estava grávida. Hoje em dia, consigo correr tanto e ao mesmo tempo que os mais novos”LEONG ING CHUI Proprietáriade um armazém de importaçãode barbatana de tubarão

30-1000patacas, preço uma dose de sopade barbatana de tubarão no Tam Kah

A SOBREVIVÊNCIA DA BARBATANA DE TUBARÃO

“FAZ BEM À SAÚDE”de tubarão não faça mais parte da alimentação asiática. Outra das medidas tomadas pela China tem que ver com os jantares oficiais do Governo, que não mais podem conter este produto na ementa.

Quem não tem concorda com

as restrições é Leong, que insiste em afirmar que “há peixe para dar e vender na imensidão de água que nos rodeia”. Também Tam é fã incondicional desta iguaria e não

acredita que os tubarões estejam em perigo. “Há várias espécies”, explica, acrescentando que ape-nas algumas fazem as delícias da clientela do continente, o que deixa espaço para que todas as outras pre-valeçam no mar. O proprietário de

um estabelecimento de restauração faz mesmo uma analogia com a carne de vaca, consumida em todo o mundo. “A carne de vaca também é nociva para o ambiente, não só porque todos os dias são mortas milhares, como existe a libertação de gases prejudiciais para o ser humano”, aponta. No Tam Kah, uma dose de sopa de barbatana de tubarão pode custar entre 30 e 1000 patacas, dependendo da qualidade do produto e local de proveniência.

SENTIR MACAUTal como a maioria dos entrevis-tados, também Nelson Chang, que gere o espaço de restauração Chi Hak, considera que o volume de negócio não abrandou. “O que mu-dou foi a atitude e perspectiva dos

clientes”, disse. Questionado sobre os baixos preços de comercialização da sopa de barbatana de tubarão, explicou que hoje em dia, os turistas procuram conhecer e experienciar o estilo de vida de Macau, ao invés de apenas olharem para o preçário, como acontecia frequentemente. “Tudo depende do tipo de clientela e da altura do ano. Há momentos em que as pessoas preferem ir às ouri-vesarias e joalharias e nem entram nos restaurantes e outras vezes é ao contrário”, explicou Chang.

BEM DITO ECOSSISTEMAO dono do Chi Hak considera que o Governo tem que ter mais

cartas na mesa para além do sec-tor do jogo, no que diz respeito à fonte de receitas do território. “Temos que pensar como vamos diversificar o modelo de negócio do qual Macau sobrevive”, comen-tou Chang, quando questionado sobre o facto de grande parte dos casinos deixarem de servir pratos com barbatana de tubarão. Já para o coordenador da associação Sea Shepard, Gary Stokes, a solução passa precisamente pela criação de mais normas e proibições em prol da sobrevivência dos tubarões e não só. De acordo com o am-bientalista de Hong Kong, o facto dos casinos locais terem cessado a comercialização e oferta de pratos de barbatana de tubarão é já “um grande passo e algo bastante po-

sitivo” num caminho ainda muito longo. “O mercado de venda está em declínio, mas ainda assim há carregamentos a chegar todos os dias, tanto a Hong Kong, como a outros locais da Ásia”, disse Stokes.

De certa forma, a decisão do Governo Central de não permitir barbatanas de tubarão em janta-res oficiais veio ajudar bastante, acrescentou. No entanto, Stokes adverte. A comercialização da barbatana não é o único problema para os tubarões. É que tanto as car-tilagens, como a carne e os dentes são usados um pouco por todo o mundo, incluindo na alimentação australiana, por exemplo.

PRESERVAÇÃO AMBIENTALÉ PRIORIDADEDe acordo com resposta da Sin-gapore Airlines – uma das únicas companhias aéreas que fazia o transporte do produto –, a empresa deixou de servir de meio de im-portação de barbatana de tubarão desde meados deste ano, corres-pondendo aos inúmeros pedidos de associações pró-ambiente. “a SIA Cargo fez uma análise profunda sobre o assunto e decidiu, em Agosto de 2014 e tendo em conta a crescente preocupação mundial relacionada com a barbatana de tubarão, deixar de fazer o seu transporte”, respondeu um porta--voz da companhia ao HM.

Embora o grupo do jogo, Melco Crown, não tenha referido o desaparecimento de pratos de barbatana de tubarão do menu dos seus restaurantes, confirmou ao HM que apoia as iniciativas ecológicas. “Enquanto empresa atenta aos problemas ambientais, a Melco Crown Entertainment vê a protecção do ambiente como

“O volume de negócio não diminuiu e como compramos directamente a um grande fornecedor local, não precisamos de importar de outros países”TAM YAI HOU Donodo restaurante Tam Kah

um dos seus valores nucleares”, explica o grupo ao HM. Na mesma resposta, acrescenta ainda que, embora ofereça vários tipos de gas-tronomia, tem sempre preocupação de dar prioridade à recomendação de pratos que não contenham bar-batana de tubarão.

EXCEPÇÃO À REGRAMacau parece ser, então, uma pequena excepção à regra ins-taurada por esse mundo fora, já que poucos negócios parecem ter sido afectados. As palavras de Gary Stokes apontam para uma preservação dos mares cada vez mais sonante. Pouco importa que forma toma esta conservação, que pode ir de regulamentos oficiais, alteração da legislação, ou pressão de várias instituições e associações mundiais. Enquanto o mundo luta por um punhado de oceanos sau-dáveis, a nova Rua dos Tubarões oferece a alternativa para aqueles que ainda acreditam na preserva-ção das tradições.

Loja Leong Kei

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4 hoje macau quinta-feira 28.8.2014POLÍTICA

FLORA [email protected]

A União Geral dos Mo-radores de Macau (UGMM) e a Asso-ciação das Empresas

Chinesas de Macau estiveram presentes na Sede da Candidatura, entregando 12 mil e 4500 opiniões e inquéritos, respectivamente.

Depois da análise dos docu-mentos entregues, a UGMM perce-beu que os três maiores problemas residem na área da habitação, trânsito e inflação. Assim sendo, o grupo pediu ao futuro Chefe do Executivo que tenha como priori-dade a resolução destes problemas.

“Descobrimos através dos inqué-ritos que os três grandes problemas são também os que motivam mais queixas da população, e por isso con-sideramos que são os mais urgentes de resolver”, explicou o presidente da UGMM, Io Hong Meng, indicando ainda que espera que “este novo mandato satisfaça a população”

A revista semanal Next, de Hong Kong, publi-cou um artigo baseado

numa carta anónima e num documento do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), em que liga quatro membros da Comissão Eleitoral ao caso Ao Man Long, antigo Secretário das Obras Públi-cas e Transportes acusado de corrupção e a cumprir pena no Estabelecimento Prisional de Macau (EPM).

A Next escreve que Sio Tak Hong e Ng Lap Seng, re-presentantes de Macau junto do comité da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), e Ho Ka Lon Francisco e Loi Keong Kuong, do sector industrial,

Francis Hung defende sufrágio universal O membro da Comissão Eleitoral e representante do sector religioso defendeu o sufrágio universal à saída da reunião com Chui Sai On. “Seguramente esperamos ser como Hong Kong. Seria melhor se fosse possível, esperamos que Hong Kong consiga, porque é que não podemos? O facto de pertencermos a este grupo não significa que pertençamos a um partido político. Somos politicamente neutrais”, disse, segundo a TDM.

ESTUDO IDOSOS PREFEREM VIVER COM OS FILHOS

“Descobrimos através dos inquéritos que os três grandes problemas (habitação, trânsito e inflação) são também os que motivam mais queixas da população, e por isso consideramos que são os mais urgentes de resolver”IO HONG MENG Presidente da UGMM

AO MAN LONG REVISTA JUNTA MEMBROS DA COMISSÃO ELEITORAL AO CASO

Cadernos da Amizade voltam à bailacomercial e financeiro, terão subornado Ao Man Long para ter acesso a terrenos ou regalias na sua concessão.

A publicação de língua chinesa da região vizinha cita uma carta anónima enviada por um “grupo de pessoas que procuram justiça” e um anexo de 37 páginas do CCAC para referir que Sio Tak Hong terá pago cerca de 17,8 milhões de patacas ao ex-Secretário para aumentar a altura de edifícios em quatro terrenos. Já Ng Lap Seng, segundo o documento do CCAC, pagou 15 milhões de patacas a Ao Man Long para ter acesso a vários terre-nos entre 2005 e 2006.

Com base no mesmo documento, Ao Man Long

terá recebido em 2002 1,200 milhões de patacas de Ho Ka Lon Francisco, sócio da em-presa que construiu o edifício Sin Fong Garden. Em 2005, outra empresa da qual Ho Ka Lon Francisco é sócio, a Companhia de Construção e Investimento Imobiliário San Hao Fok, fez um negócio na área do imobiliário no

valor de quatro milhões de patacas, que terão alegada-mente sido pagas a Ao Man Long através da empresa à qual o ex-Secretário tinha ligação, a Ecoline Property Ltd. Este valor terá servido para uma troca de projectos, segundo a revista.

Ainda segundo a Next, Loi Keong Kuong, proprie-

tário do Hotel Rio, nome que surgiu nos Cadernos da Amizade, terá alegadamente pago três milhões de pata-cas a Ao Man Long para a concessão do terreno onde hoje se localiza o empreen-dimento One Grantai.

A revista revela que há provas de que estes quatro empresários tenham estado envolvidos com o ex-Secre-tário, mas que estas não terão sido incluídas na investiga-ção do Ministério Público. Por essa razão conseguiram ser eleitos para a Comissão Eleitoral. O documento do CCAC só agora foi tornado público por ser considerado confidencial, segundo a Next. - Hoje Macau

A sede de candidatura de Chui Sai On recebeu mais uma lista cheia de sugestões sobre o que deve ser corrigido em Macau. Habitação, trânsito e inflação estão no topo das prioridades

MORADORES E EMPRESAS CHINESAS DIZEM DE SUA JUSTIÇA

Três pecados fatais

Questionado sobre a possibili-dade de uma só pessoa preencher vários inquéritos, o presidente respondeu que tinha pedido aos residentes para não o fazer, e de-pois de verificar as assinaturas dos documentos ficou a acreditar que não há repetição de assinaturas. Io Hong Meng acrescentou ainda que neste momento está ainda a coleccionar opiniões dos residen-tes e que brevemente irá entregar a proposta concluída.

A Associação das Empresas Chi-nesas de Macau entregou 4500 inqué-ritos preenchidos pelos funcionários das empresas, membros do grupo. A responsável da associação Lei Teng Iok referiu que espera que no novo mandato possa prolongar o horário do posto fronteiriço das Portas do Cerco e Gongbei. Lei defende que é preciso que o novo Governo assuma os pro-blemas da habitação e do trânsito para que os possa resolver rapidamente. “Esperamos que quando Chui Sai On for eleito, contribua com mais trabalhos beneficiando assim a vida da população”.

O Instituto de Habitação (IH) confiou à UGMM o “Estudo sobre Políticas de Habitação para Idosos” para que se consiga perceber qual a vontade dos idosos em viver com os filhos, e vice-versa. A chefe da Comissão dos serviços sociais da UGMM, Kong Wai Iong, referiu que depois de vários contactos é possível afirmar que alguns jovens preferem viver com os pais por causa das rendas elevadas e que os idosos preferem viver com os filhos

esperando receber os cuidados necessários à sua condição. Relativamente aos pais que ainda não estão na idade sénior, o estudo indica que estes preferem viver apenas com o seu cônjuge, mantendo assim os seus próprios círculos sociais. “O candidato a Chefe do Executivo, Chui Sai On, referiu que quando os idosos tiverem condições para trabalhar, devem fazê-lo”, apontou Kong, apelando à contratação dos idosos capazes. - F.F.

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5 políticahoje macau quinta-feira 28.8.2014

FLORA [email protected]

O candidato ao car-go de Chefe do Executivo esteve ontem reunido

com 75 dos 115 membros da Comissão Eleitoral ligados aos sectores do trabalho, dos serviços sociais e religião. No encontro, Chui Sai On defendeu que “o aumento dos salários não deve ser mais baixo do que a inflação actual, espero que possa seguir a inflação, especialmente numa

altura em que os preços dos bens estão a aumentar tanto”, defendeu. Recorde-se que a actual taxa de inflação ronda os 5,95% e a actualização salarial tem sido uma das grandes reivindicações dos trabalhadores, desde o jogo à Função Pública.

No mesmo encontro, o candidato a mais um man-dato como Chefe do Exe-cutivo prometeu ainda criar um mecanismo de controlo da saída dos Trabalhadores Não Residentes (TNR), ten-do frisado que vai manter a posição de não importar tra-balhadores para os cargos de condutor e croupier, pedindo “esperança” para o próximo mandato.

“O Governo já convidou o Instituto Politécnico de Macau (IPM) a fazer uma análise à si-tuação dos condutores. Neste momento não houve nenhum TNR recrutado. Temos de encarar bem o mecanismo de

saída dos TNR, que já tem vindo a ser discutido há algum tempo. Quando ocorrerem dificuldades na indústria do jogo, primeiro saem os TNR e será mantido o emprego dos trabalhadores locais”, disse Chui Sai On.

A questão dos trabalha-dores importados ao exterior foi levantada por Leong Iek Wa, que pediu a Chui Sai On para ir além das promessas e confirmar a importação de TNR para o lugar de condutor profissional. Também Cheong Man Fun deu atenção a esta

questão. “Mais de 150 mil TNR trabalham actualmente em Macau e concordo que o desenvolvimento económico necessite de mão-de-obra do exterior, mas a indústria do jogo não vai ser sempre prós-pera. Espero que o Governo desenvolva um mecanismo de saída dos TNR através de leis e regulamentos, fiscali-zando bem a sua importação”, disse o membro da Comissão Eleitoral.

No último dia de campanhaeleitoral, Chui Sai On garantiu que os salários não podem nunca estar abaixo do valor da inflação, tendo ainda prometido um futuro mecanismo para a saída dos trabalhadores não residentes

CE2014 SALÁRIOS DEVEM ACOMPANHAR INFLAÇÃO, DIZ CHUI SAI ON

Promessas finais

“O aumento dos salários não deve sermais baixo do que a inflação actual, esperoque possa seguir a inflação, especialmente numa altura em que os preços dos bensestão a aumentar tanto”CHUI SAI ON

PRÉMIOS DE ANTIGUIDADEUm membro do sector do trabalho, Sou Wai Leong, pediu que os trabalhadores entre os 60 e 65 anos possam ganhar um prémio de antiguidade, por forma a criar uma segurança após a aposentação. “Actualmente no sector do trabalho não existe um sistema de segurança para aposentação. Quando os trabalhadores chegam aos 60 e 65 anos, só podem ganhar prémios ou subsídios se forem despedidos por patrões. Espero que o novo Governo regulamente um prémio de antiguidade para todos os trabalhadores com 60 a 65 anos, para que os trabalhadores partilhem os frutos do desenvolvimento da sociedade”, apontou.

MEDIDAS DE LONGO PRAZO PARA CRECHESUn Sio Leng, membro que representa a área dos serviços sociais, mostrou preocupação quanto ao problema da falta de creches, tendo pedido que o Governo não implemente apenas medidas de curto prazo. “O plano das amas sociais, assim como o das creches, funciona apenas durante metade do dia e são medidas de curto prazo. Esperamos que no novo mandato seja feito um planeamento de longo prazo sobre esses problemas”, disse o responsável. O candidato disse esperar que as vagas de creches possam ser oito mil, desejando a cooperação com associações para que se acrescentem mais vagas.

MAIS VISITAS A BAIRROS COMUNITÁRIOS O sector dos serviços sociais preocupou-se também com a confiança da população ao Governo. Lei Sio Kuan sugeriu que o próximo Chefe do Executivo deve visitar mais vezes aos bairros comunitários, ouvindo opiniões dos residentes. “Acho que a confiança da população em relação ao Governo diminuiu, sendo uma das causas principais a execução insuficiente das políticas dos titulares de cargos do Governo, o que faz com que muitos problemas da vida da população não sejam resolvidos. Sugiro que o senhor Chui, se for eleito, faça mais visitas aos bairros, que seja sincero a auscultar ideias da população, criando uma confiança mútua”, referiu.

MENOS OBRAS NAS RUAS No encontro, o único candidato referiu ainda que o mecanismo de realização de obras deve ser revisto. “Ultimamente recebi muitas opiniões e queixas sobre o facto de cada vez mais existirem obras rodoviárias em Macau, preocupando-se essas pessoas que as obras possam não estar concluídas a tempo do arranque do ano lectivo. Eu também questionei isso. É preciso rever esse mecanismo para não trazer mais incómodo para os residentes”, apontou Chui Sai On.

MORADORES E EMPRESAS CHINESAS DIZEM DE SUA JUSTIÇA

Três pecados fatais

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HOJE

MAC

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6 política hoje macau quinta-feira 28.8.2014

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CECÍLIA L [email protected]

A garantia de que a “lei da sombra” deverá ser retirada do Regulamento

da Construção Urbana tem vindo a gerar vários debates na sociedade. Ontem foi a vez do deputado nomeado Ma Chi Seng, neto de Ma Man Kei, fa-lar do assunto no programa do canal chinês da Rádio Macau. Ma Chi Seng repetiu a mesma ideia proferida por Chui Sai On esta terça-feira: a que de que a eliminação dessa regra não vai significar a construção de edifícios mais altos.

“Macau tem becos e ruas estreitas e muitos edifícios com uma grande densidade populacional. Se a lei da sombra for cancelada isso poderá afectar a iluminação e o fluxo de ar”LEONG HENG KAO Membro do CPU e vice-presidente da UGAMM

A polémica em torno do fim da regra que determina limites de altura à construção continua a gerar vozes contrae a favor FIM DA “LEI DA SOMBRA” NÃO GERA CONSENSO

Conversa ensombrada“A Lei do Planeamento

Urbanístico, Lei de Terras e Lei da Salvaguarda do Patri-mónio já cobrem o conteúdo da lei da sombra. Além disso, o Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU) tem a função de avaliar, supervi-sionar e consultar de forma científica”, defendeu o de-putado nomeado e neto do falecido Ma Man Kei.

Ao mesmo programa, Leong Heng Kao, membro do CPU e vice-presidente

da União Geral das Asso-ciações de Moradores de Macau (UGAMM), disse não concordar com a retirada de uma regra que define que a altura dos edifícios é de-finida em relação à sombra projectada na rua.

“Macau tem becos e ruas estreitas e muitos edifícios com uma grande densidade populacional. Se a lei da sombra for cancelada isso poderá afectar a iluminação e o fluxo de ar”, considerou.

“Se calhar nas novas zonas a retirada dessa lei pode ser estudada, porque aí as ruas são mais largas. Mas se a

lei da sombra for retirada na zona dos bairros antigos, não vai haver sol nas estradas”, considerou o membro do

CPU, que defendeu ainda uma análise mais ponderada por parte do próximo Executivo. “Tem de ter em consideração os interesses gerais de Macau para que se possa atingir um equilíbrio”, apontou.

Ao Jornal do Cidadão, ou-tro membro do CPU, Lam Iek Chit, também considerou não ser adequada a retirada da lei da sombra. “A Lei de Terras não tem uma ligação directa à lei da sombra, e a Lei do Património apenas limita as zonas ligadas ao património histórico. A Lei do Planeamento Urbanístico não inclui detalhes técnicos. Os membros do CPU só po-dem apresentar opiniões, e o Governo é que deve tomar a sua decisão”, disse ao jornal de língua chinesa.

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7SOCIEDADEhoje macau quinta-feira 28.8.2014

A possibilidade dos trabalhadores da Sociedade de Jo-gos de Macau

(SJM) poderem vir a fazer greve já foi ponderada, mas falta a sua concretização, está pendente por falta de consenso. Contudo, não existe em Macau uma lei que regulamente a greve e a organização sindical, pro-jecto que já foi apresentado duas vezes pelo deputado José Pereira Coutinho à As-sembleia Legislativa (AL) e que foi chumbado.

Quais serão então as consequências do ponto de

vista jurídico caso os traba-lhadores do jogo avancem para a greve? Segundo de-clarações do jurista António Katchi ao HM, a ausência de um diploma não lhe retira quaisquer direitos, nem lhe corta as asas.

“Tem-se dito muitas vezes que os trabalhadores estão legalmente impedi-dos de fazer greve por esse direito não se encontrar re-gulamentado, mas discordo. Legalmente, os trabalhado-res podem realizar greve”, afirma o jurista, mas “na prática, podem encontrar algumas dificuldades, desde

CONCESSÃO PÚBLICAOU PROPOSTAS DE LEIPara António Katchi, o Governo pouco pode fazer para alterar a posição das operadoras em caso de greve. “No quadro da lei e dos contratos vigentes, não vejo como é que o Governo poderia obrigar as entidades empregadoras a ceder às reivindicações, e duvido que o Governo esteja interessado nessa cedência. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) pode tentar mediar o conflito, mas não impor soluções às partes”, frisou o jurista. Caso os protestos continuem, “o Governo poderia apresentar à AL propostas de lei destinadas a resolver alguns dos problemas suscitados, como por exemplo para regulamentar o trabalho nocturno e o trabalho por turnos, e que permitisse ir ao encontro das reivindicações dos trabalhadores dos casinos e de outros sectores”. O jurista diz ainda que “o Governo poderia ir mais longe” e “resgatar as concessões às empresas privadas e atribuir o monopólio da exploração dos jogos de fortuna e azar em casino a uma empresa pública da RAEM, com estatuto de pessoal muito mais favorável, próximo do da Função Pública, mas com as devidas adaptações. Mas claro que isso seria contrário à natureza do Governo que temos”.

LEVAR OS DIREITOSMUITO “A SÉRIO”Ouvido pelo HM, o deputado José Pereira Coutinho considera que a possível ocorrência de uma greve “vem mesmo a calhar por coincidir com a eleição do Chefe do Executivo, assim haverá maior impacto e repercussões”, frisou.Para o deputado, uma greve poderá servir de “amostra” e de “referência” para que as outras entidades públicas e privadas comecem “a levar a sério os direitos fundamentais dos trabalhadores”. Confrontado com a ausência de uma lei que regulamente a greve, José Pereira Coutinho não se espanta. “É compreensível que a constituição da AL não permita ter legislação reguladora dos direitos fundamentais dos trabalhadores e da protecção, assim como é compreensível que esta [lei] nunca tenha tido seguimento na AL. Há quatro anos consecutivos que tentamos viabilizar o projecto de lei sindical e negociação colectiva e nunca conseguimos. Porque a maioria dos deputados da AL são pró-empresariais e o Governo como é conivente, e também faz parte deste grupo, boicota todas as nossas iniciativas”, explica. Segundo o deputado este assunto “nunca foi uma preocupação do Governo” e esta é a “altura certa para o Chefe do Executivo regulamentar o remanescente dos direitos fundamentais constantes do artigo 27 da Lei Básica, nomeadamente a lei sindical e o direito à greve”. Numa interpelação escrita ontem entregue ao Executivo, o deputado pediu mesmo as responsabilidades de intervenção da DSAL neste processo, não só nos “abusos” cometidos como na ausência de revisão da lei.

A CONTAR OS MILHÕESTendo como base as receitas brutas obtidas pelos casinos no mês de Julho, as contas são fáceis de fazer. Uma greve, deixando de lado o facto de ser um dia de fim-de-semana, poderá gerar uma perda de mil milhões de patacas por dia, isto claro, caso fosse generalizada a todas as concessionárias. É importante relembrar que os impostos sobre o sector são a principal fonte de receita da Administração de Macau que cobra, directamente, 35% sobre a receita bruta apurada. Confrontado com os números o deputado Pereira Coutinho reage: “E depois? Qual o problema? Isso é uma gota no oceano”.

“Tem-se dito muitas vezes que os trabalhadores estão legalmente impedidos de fazer greve por esse direito não se encontrar regulamentado, mas discordo. Legalmente, os trabalhadores podem realizar greve”ANTÓNIO KATCHI Jurista

ANDREIA SOFIA [email protected]

FIL IPA ARAÚ[email protected]

Apesar do direito à greve e à organização sindical não estarem definidos numa lei, isso não impede os funcionários do jogo de protestarem desta forma nem de estarem protegidos, defende António Katchi. Coutinhodiz mesmo que pode ser um exemplo para as empresas

JOGO AUSÊNCIA DE LEI NÃO LIMITA “LEGITIMIDADE DA GREVE”

O direito de quem trabalhalogo psicológicas, por se sentirem inseguros e também por não saberem como hão--de proceder”. Apesar disso Katchi afirma que “essas dificuldades são superáveis através da sua própria orga-nização como classe”.

“Apesar de não existir uma lei regulamentadora do direito à greve, existem prin-cípios gerais do Direito que não deixam de ser aplicáveis no exercício desse direito. Seria exagerado afirmar-se que, em Macau, não existe um quadro jurídico para a greve. Existe, mas é pouco densificado”, apontou o docente do Instituto Politéc-nico de Macau (IPM), que lembrou ainda o projecto de lei chumbado de Pereira Coutinho.

“Direi que a existência de

uma lei regulamentadora do direito à greve seria muito importante e útil para os trabalhadores”, acrescentou.

“Num cenário destes, o Governo deve obviamen-te respeitar a greve e os grevistas, abstendo-se de tomar quaisquer medidas contra eles e protegendo-os contra acções de terceiros destinadas a impedir ou prejudicar o exercício desse direito. Os patrões deverão considerar justificadas as faltas dadas por motivo à greve e abster-se de despedir os trabalhadores”, apontou ainda.

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8 sociedade hoje macau quinta-feira 28.8.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

É já na próxima segunda--feira que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) irá re-

ceber uma “lista negra” de queixas e casos de ilegalidades ocorridas entre residentes e condutores de táxis. A data para a apresenta-ção da iniciativa, anunciada no inicio de Julho pelo grupo do Facebook “Macau Taxi Driver Shame” (MTDS) (em português, A Vergonha dos Condutores de Táxi), foi anunciada na página do grupo e confirmada ao HM pelo seu administrador, Andrew Scott. Até ao momento, o grupo conta com mais de 1861 participantes, número “que tem vindo a crescer

IACM Conselhos reunidos pela segurança alimentarO Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) reuniu-se com o Conselho da Administração e o Centro de Segurança Alimentar para reforçar os trabalhos relativos à segurança alimentar. Num comunicado à imprensa o IACM apresentou várias sugestões às entidades participantes, tais como, o melhoramento do uso de aditivos e hormonas alimentares, alargar o nível da monitorização e controlo da segurança alimentar, o combate à importação ilegal de alimentos, a organização dos sectores, entre outros. Como resposta, o IACM garante que as entidades envolvidas “respondera a todas as questões levantadas e agradeceram as suas recomendações”.

Visão Medicamento retirado do mercadoOs Serviços de Saúde (SS) informaram que vão retirar do mercado duas soluções oftalmológicas à venda em Macau. Em comunicado, os SS indicam que foram notificados pela fábrica de medicamentos de Macau Ashford Laboratories Ltd que duas marcas das gotas para os olhos - “Allerex Eye Drops” e “Optodexine Eye Drops” – contêm um dos ingredientes – produzidos em Itália - que infringe os requisitos do Guia de boas prática de fabrico de medicamentos (GMP). As autoridades garantem que já solicitaram ao fabricante dos medicamentos, à empresa de importação e exportação, assim como às empresas de venda por grosso, farmácias do território e clínicas para procederem “à imediata recolha das referidas soluções oftalmológicas”. Os SS apelam ainda aos cidadãos que já tenham adquirido os medicamentos para contactarem o médico assistente ou farmacêutico.

UM Ainda faltam mobílias no novo campus

“É, sem dúvida, uma das piores indústrias de táxis do mundo. Como residentes de Macau, estamos orgulhosos do território, mas também nos sentimos frustrados e envergonhados”CARTA DA “MACAU TAXI DRIVER SHAME” (MTDS) PARA A DSAT

Um mês depois da sua criação, o grupo Macau Taxi Driver Shame vai finalmente formalizar a entrega da lista de queixas contra taxistas na próxima segunda-feira. O grupo pretende ainda participar no processo deconsulta pública

TÁXIS GRUPO ENTREGA RELATÓRIO DE QUEIXAS À DSAT

A “lista negra” da vergonha

diariamente”, pode ler-se no email enviado à DSAT.

Andrew Scott também já pro-moveu o envio de dois emails à DSAT a explicar a iniciativa do grupo, mas segundo confirmou o administrador ao HM ainda não foi obtida qualquer resposta, motivo pelo qual Andrew Scott enviou um segundo email ontem.

Na missiva entregue ao orga-nismo liderado por Wong Wan, partilhada na página do grupo, podem ler-se quais os objectivos a atingir com a entrega da “lista negra”.

“Estamos no processo de reco-lha de dados para a criação de uma ‘lista negra’ de incidentes provoca-dos por maus condutores de táxi de Macau. Por forma a sermos justos e a garantir um equilíbrio, também encorajámos os membros do grupo

a publicar histórias para uma ‘lista branca’. Esses casos de condutores que tiveram bom comportamento existem, mas são muito menores quando comparados com os casos da ‘lista negra”, pode ler-se.

“A dimensão dos problemas existentes na indústria de táxis está devidamente documentada e é conhecida. É, sem dúvida, uma das piores indústrias de táxis do mundo. Como residentes de Macau, estamos orgulhosos do território, mas também nos senti-mos frustrados e envergonhados”, aponta o email.

Ao HM, Andrew Scott não tem duvidas de que a entrega da “lista negra” poderá “ajudar a criar uma melhor legislação”, sendo que ambas as listas podem mostrar “o quão grande é a dimensão do problema dos táxis”.

“Não sei como é que o Governo vai reagir a esta lista, mas espero que a levem a sério e compreendam que este é um problema severo, uma vez que os taxistas continuam a escolher clientes e a violar a lei todos os dias. Li inclusivamente que um fiscal da DSAT foi agredido por um taxista!”, disse ainda.

GRUPO VAI PARTICIPARNA CONSULTA PÚBLICASegundo a carta enviada à DSAT, o grupo pretende participar no processo de consulta pública sobre a revisão do actual regulamento dos táxis, que deverá durar até ao próximo dia 23 de Setembro.

“Aplaudimos que o Governo esteja a promover uma consulta pública em que todos são convi-dados a comentar as propostas por forma a amenizar os problemas da indústria. A MTDS vai submeter opiniões como parte desse pro-cesso de consulta”, refere o email.

O grupo afirma ainda que esta é a altura ideal para dar a conhecer a iniciativa e a sua existência, depois de adquirida maior maturidade. “O MTDS não queria fazer uma apresentação formal à DSAT até ter algum tempo para crescer e estabelecer-se como um órgão que revela os maus comporta-mentos dos taxistas de Macau. Isso começou a acontecer agora, pelo que os administradores do MTDS sentiram que esta é a altura ideal para formalmente anunciar à DSAT a existência do grupo”, apontam, afirmando ainda que não pretendem ser “um grupo de vigilância”. “Queremos trabalhar numa parceria com as autoridades adequadas, seguindo as leis de Ma-cau para corrigir estes problemas”, adiantam ainda.

APESAR das aulas no novo campus da Uni-

versidade de Macau (UM) terem arrancado oficialmen-te no inicio da semana, ainda estão a ser feitos trabalhos ao nível da contratação de em-presas para o fornecimento de mobílias e outro tipo de equipamentos. Prova disso é o despacho publicado

ontem em Boletim Oficial (BO) sobre a abertura de um concurso público para o “fornecimento e instalação de mobiliário para faculda-des e laboratórios no novo campus da UM”. O concur-so está aberto às empresas interessadas desde ontem,

sendo que as propostas de fornecimento devem ser entregues até ao próximo dia 17 de Setembro.

Outro despacho dá ainda conta da assinatura de um contrato com a empresa “ITE Sistema (Macau) Limitada” para “o

fornecimento e instalação de máquinas de lavar roupa e de secadores de roupa nos colégios residenciais e residências de estudantes de pós-graduação no novo campus da Um na Ilha de Hengqin”.

Num comunicado emi-

tido pela UM esta semana, a universidade revelou que a instituição começou a “operar totalmente” no dia 25, bem como os oito colé-gios residenciais, enquanto que “os edifícios das aulas e as infra-estruturas despor-tivas, bem como o centro comercial, estão a funcio-nar sem problemas”.

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9 sociedadehoje macau quinta-feira 28.8.2014

O programa de quatro anos, para alémda língua portuguesa, inclui temas comoo comércio, a economia e a gestão

Desemprego Taxa mantêm-se quase inalterada

Participaçãoem convenções e exposiçõesa aumentar

O número de participan-tes em convenções

e exposições em Macau aumentou 139% face ao mesmo período do ano passado. O sector lucrou 71,8 milhões de patacas e despendeu 53 milhões de patacas, valor significati-vamente mais elevado do que aquele registado em 2013. Nos primeiros seis meses deste ano, foram realizadas 503 reuniões e 31 exposições, nas quais participaram mais de 1,6 milhões de pessoas, nú-mero que representa um aumento significativo face ao período homólogo de 2013.

De acordo com relató-rio dos Serviços de Esta-tística e Censos (DSEC), foram realizadas 209 reu-niões e conferências e 18 exposições entre Abril e Junho deste ano.

O mesmo documento avança que as entidades organizadoras dos even-tos empregaram mais de 200 funcionários a tempo inteiro. A grande maioria dos profissionais que toma-ram parte das exposições e feiras de Macau – que contaram com a presença de mais de 1000 exposi-tores – eram naturais do território e apenas 23% vinham de Hong Kong.

A DSEC entrevistou mais de 170 proprietários dos expositores presentes em eventos durante o se-gundo trimestre de 2014 e apurou que 20% consi-deram que a promoção e organização de exposições eram sectores com necessi-dade de melhorias.

IC Português com financiamento para longa metragem A longa metragem do realizador português Ivo Ferreira foi um dos projectos seleccionados para o financiamento do Programa de Apoio à Produção Cinematográfica de Longas Metragens levada a cabo pelo Instituto Cultural (IC). O realizador vai então contar com uma bolsa até 1,5 milhões de patacas – valor que cada projecto poderá receber – para a longa metragem “Cliché”. O filme é uma co-produção da O Som e a Fúria e da Inner Harbour Films, e conta a histórias de dois irmãos unidos por uma causa: a preservação de um edifício que tem como futuro albergar um hotel e um casino. Dos seleccionados estão também “Passing Rain” de Chan Ka Keong, “The Island of Heart” de Ho Fei e do realizador Choi Ian Sui a produção “Sweet Home”.

Hospital das Ilhas Medições em mãos britânicasO trabalho de medições para a construção do complexo do Hospital das Ilhas, no Cotai, vai ficar a cargo de uma empresa britânica com sede na RAEM, a Rider Levett Bucknall Macau Limitada. O anúncio foi feito em despacho do Boletim Oficial e a assinatura do contrato de prestação dos serviços de medições ficará a cargo de Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau.

Indústrias criativasRevista comnova gestãoA gestão, edição e redacção da revista online das Indústrias Culturais e Criativas de Macau, ficará a cargo da empresa Companhia do Desenvolvimento Cultural e Criativo 100 Plus Limitada. De acordo com despacho do Boletim Oficial, o contrato de prestação de serviços será da responsabilidade da empresa. A seu cargo ficarão as tarefas de paginação, promoção, edição, entrevista, redacção e gestão da revista. Recorde-se que o concurso público para a gestão da publicação estava aberto desde Fevereiro.

O Instituto Politécnico de Macau (IPM) vai disponibilizar, já no próximo ano lectivo,

uma nova licenciatura em língua portuguesa e comércio entre a China e países de língua portuguesa.

O curso, de quatro anos, pre-tende ser uma ajuda para os países

IPM NOVA LICENCIATURA EM PORTUGUÊS

Talentos bilinguespara a lusofonia

lusófonos. “É um programa muito abrangente entre a China e os países de língua portuguesa. Sabe-mos que estes países precisam de muitos talentos e de profissionais bilingues que trabalhem com eles. É por isso que queremos criar esta licenciatura”, explicou em entrevista à Rádio Macau, Vivian

Lei, do departamento de assuntos académicos do IPM.

“Nesta licenciatura, durante cerca de um ano e meio os alunos vão aprender português. No segundo, terceiro e quarto anos vão centrar-se em temas mais especializados como comércio, economia e gestão”, disse.

Com turmas de 30 alunos, a licenciatura entra assim para a lista dos oitos cursos disponibilizados pelo instituto para o ano lectivo de 2015/2016.

A FAZER AS CONTASNa mesma entrevista, Vivian Lei conta que o IPM recebeu um total de sete mil candidatos mas que apenas 780 foram aceites para frequentar o presente ano lectivo 2014/2015.

“Admitimos os estudantes de acordo com o espaço disponível no Instituto Politécnico, o número de salas de aula, de qualificações e o número de docentes e também dos nossos recursos, por exemplo, na biblioteca, e outros equipamentos, como a cantina, o ginásio e o centro recreativo. Por isso este ano, o nú-mero de novos estudantes é similar ao do ano passado. Mas este ano temos um pequeno aumento de três por cento”, disse.

Dos 780 novos alunos apenas 100 são não locais, que provêm maioritariamente de Hong Kong, Taiwan e do interior da China. “Entre estes estudantes 680 são locais, o que representa cerca de 88 por cento. Quanto aos não locais admitimos 100, cerca de 12 por cento”, clarifica.

Segundo o membro do depar-tamento dos assuntos académicos, também o corpo docente sentiu um aumento de 3%, tendo agora um total de 300 professores. Um total de 2900 alunos começaram o novo ano lectivo no IPM na passada segunda-feira. - Hoje Macau

780 aceites

7 mil candidatos para frequentaro ano lectivo 2014/2015 do IPM

TAL como nas últimas análises, a taxa de desemprego entre

Maio e Julho foi de 1,7%, ou seja, mantêm o mesmo comportamento à dos sete períodos precedentes. Segundo informa a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), a taxa de sub-emprego desceu 0,1% face ao período em análise de Abril a Junho.

A “população empregada atingiu os 387 mil”, aumentando assim em cerca de 3400 pessoas comparati-vamente ao período anterior. Foi na construção que o número de empregados mais aumentou com

3100 novos trabalhadores, segundo informa a DSEC.

O número de desempregados à procura do primeiro emprego re-presenta 18% do total da população desempregada, agora fixada em 6700 desempregados, ou seja, uma subida de 3%, aumento justificado pelo número de novos graduados no mercado.

A população activa supera agora as 393 mil pessoas, onde a taxa de actividade corresponde a 73,8%.

“Em comparação com o período de Maio a Julho de 2013, a taxa de actividade cresceu 1,2 %”, pode ler-se no comunicado. - Hoje Macau

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10 hoje macau quinta-feira 28.8.2014EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

O FEITIÇO DE XANGAI • Juan MarséRomance premiado, escrito por um dos melhores escritores europeus da actualidade. Os sucessivos aparecimentos e desaparecimentos dos maquis que vêm do outro lado da fronteira são a única coisa que anima a vida cinzenta de um bairro de Barcelona na época mais dura do pós-guerra. Este romance é o relato da aventura de um desses heróis míticos, que embarca rumo a Xangai para cumprir uma missão perigosíssima entre pistoleiros, ex-nazis, belas mulheres e sinistros clubes nocturnos; é ainda a história do efeito que tal relato provoca num grupo de jovens que se encontra sem rumo na vida. Daí que o feitiço deste romance não esteja tanto na apresentação da vida real quanto na da imaginada, provavelmente a única verdadeira. “O Feitiço de Xangai”, um dos mais significativos romances de Juan Marsé, é uma lufada de ar fresco num tempo morto de um país morto e, ao mesmo tempo, um magistral romance dentro do romance.

UM DIA DE CÓLERA • Arturo Pérez-ReverteAs 24 horas que mudaram o destino de Espanha... Heróis e cobardes, vítimas e verdugos, uma imensidão de nomes que a História apagou ou apenas reteve em listas de mortos e feridos ou relatórios militares. Todos esses homens e mulheres são autênticos e revivem nestas páginas o dia em que os seus gestos mudaram para sempre o destino de uma nação. A 2 de Maio de 1808, Madrid foi cenário de uma revolução espontânea. O ressentimento gerado pela presença francesa intensificou-se e a população reagiu, por fim, aos abusos de que era alvo. É a essa população que Pérez-Reverte dá voz em “Um Dia de Cólera”. Um livro que não é ficção. Que não é um docu-mento histórico. É, sim, uma história colectiva feita de pequenos e obscuros casos individuais. Uma história feita de luz e sombra. De pessoas que nada têm a perder e cuja união gera a cólera de que se fez uma revolução.

O velório do músi-co e compositor Luís Pedro Fon-seca, falecido

no domingo, realizou-se esta quarta-feira, na igreja de São Francisco de Assis, em Lisboa, ao Alto de S. João, informou ontem o filho.

Hoje é celebrada missa de corpo presente pelas 12:00, seguindo o funeral para o cemitério do Alto de S. João, onde se realiza, pelas 13:30, a cerimónia de cremação, segundo a mesma fonte.

“Vamos honrar e celebrar a vida deste brilhante Ser Humano, que passou por esta terra entre 15 de Fevereiro de 1950 e 24 Agosto de 2014”, afirma o filho do autor de, en-tre outros êxitos, de “Sempre que o amor me quiser”.

O músico Luís Pedro Fonse-ca, de 64 anos, que fez parte do grupo Salada de Frutas, morreu no domingo à noite, informou a Sociedade Portuguesa de Au-tores (SPA), instituição da qual fazia parte desde 1973.

“O autor foi vítima de morte súbita”, quando se en-contrava em férias, informou a SPA em comunicado, lamen-tando a morte do compositor, músico e produtor.

MÚSICA PARA TODOSNascido em Lisboa, Luís Pedro Fonseca pertenceu aos grupos Plexus e Chinchilas e foi co-fundador, com Zé da Ponte e Lena d’Água, dos Salada de Frutas, com os quais gravou, como teclista.

Luís Pedro Fonseca com-pôs música para teatro, nomea-damente para peças levadas à cena pelo Teatro Experimental de Cascais e também pelo Nacional D.ª Maria II, entre as quais “O Leque de Lady Windermeer”, de Oscar Wilde, encenada por Carlos Avilez.

Compôs a banda sonora do filme “O Diabo Desceu à Vila”, de 1976, dirigido por seu pai, Teixeira da Fonseca.

Entre os “sucessos musi-cais” que assinou, a SPA des-taca “Sempre Que o Amor Me Quiser”, interpretado por Lena d’Água. “Papalagui”, “Olhó Robot”, “Lusitânia” são outras

V AI hoje ser inaugura-da pelas 18:30 horas a exposição colectiva

“Symbols in Culture”, na Creative Macau, localiza-da no Centro Cultural de Macau.

A mostra reúne cerca de 28 trabalhos de 17 artistas locais – Gigi Lee, Crystal Chan, Armelle, M. Chow, Mel Cheong, Gantz, Grace Yeu, Lúcia Lemos, Papa Osmubal, Cristina Vinhas, Pedro M. Pinto, Wilson J. Caldeira, Madalena Fonseca, Francisco Ricarte, Fernando Simões, Sónia Viseu e Justin Chiang – e cobrem pintura, escultura, vídeo, fotografia, gravura, desenho, serigrafia e instalação.

Os criativos foram con-vidados a explorar a im-portância dos símbolos que nos rodeiam na sociedade. Segundo a organização, de-paramo-nos constantemente com uma grande variedade de símbolos, que identificam e ilustram culturas, filosofias e estilos de vida diferentes. Tendo em conta que os símbolos na sociedade são

Cinema Chineses comentam via SMS durante a sessão

EXPOSIÇÃO COLECTIVA NA CREATIVE MACAU

Os símbolos na cultura

28trabalhos

formas de comunicação não consciente de uma série de conceitos - sociais, políticos e ideológicos - estes tornam--se elementos essenciais para compreender a cultura a que pertencem, sendo também um guia para as comunida-des que os criaram.

Lúcia Lemos, a coorde-nadora da exposição (e do

O músico dos Salada de Frutas vai hoje a enterrar, em Lisboa. Autor de vários êxitos da pop portuguesa, Luís Pedro Fonseca foi também o compositor do Hino dos Jogos da Lusofonia, de 2006, em Macau

ÓBITO LUÍS PEDRO FONSECA, 1950 - 2014

Sempre que o amor me quiser

projecto da Creative Macau) explicou ao HM que foi pedido aos participantes para apresen-tarem entre um a três trabalhos cada, mas que não repetissem a mesma categoria, de modo a estimular a sua criatividade. “Deste modo apresentamos mais diversidade ao público e desafiamos os artistas a sair da sua zona de conforto e a explorar áreas diferentes”.

A exposição, que marca o 11º aniversário da Creative Macau, vai estar patente ao público até ao dia 13 de Se-tembro, com entrada livre.

17artistas locais

AS salas de cinema na China estão a testar um sistema que permite ao

público enviar mensagens de textos para comentar o filme, que são exibidas na tela durante a sessão. De acordo com o website

da CCTV, 50 salas de em Xangai, Pequim e Hangzhou estão a testar o sistema. O pri-meiro filme a receber a nova tecnologia foi o “The Legend of Qin”, uma série animada que ficou famosa na internet e possui uma grande quantidade de seguidores. O rea-lizador do filme, Shen Liping, afirma que esta nova forma de interacção nos cinemas permite fazer “pesquisas” e até mesmo “al-terar o desenvolvimento da trama” a partir das respostas enviadas pela plateia. “Nós estamos a colocar o realizador e o espec-tador em termos iguais, e acho que muitas das opiniões da plateia podem ajudar os ci-neastas”, disse Liping. No entanto, o crítico de cinema Yu Xing alerta que a tecnologia deve funcionar apenas em filmes cómicos e animações, pois em filmes dramáticos ou históricos os comentários podem parecer “impróprios”.

canções assinadas por Luís Pedro Fonseca, sozinho ou em parceria.

Foi produtor do LP “Fado bailado”, de Rão Kyao, de álbuns de Né Ladeiras e “escreveu e produziu o disco ‘Super Bebés’, interpretado por Alexandra Lencastre”.

Produziu também o álbum “Arquipélago” (2008), com obras de José Luís Tinoco, “compositor que muito admi-rava”, referiu a SPA.

Luís Pedro Fonseca é o autor do Hino dos Jogos da Lusofonia, realizados em 2006, em Macau.

OUTROS SONSA cooperativa de autores referiu ainda que Luís Pedro Fonseca “foi autor de muitos ‘jingles’ publicitários, alguns premiados em festivais inter-nacionais”, inclusive o Leão de Ouro de Cannes (Cannes Lions International Festival of Creativity).

A SPA salientou “o trabalho artístico e cultural” de Luís Pedro Fonseca, “a sua atenção à vida da cooperativa e a marca de qualidade que deixou na sua

obra e nas muitas que produziu”.

Luís Pedro Fon-seca trabalhou “com alguns dos maiores músicos e cantores das últimas décadas, tendo-se destacado também pelo seu exemplar trabalho como produtor mu-sical exigente e de muita qualidade”, segundo a mesma fonte.

“Dizer de Luís Pedro Fon-seca que é um grande senhor da música não é novidade, toda gente sabe. Dizer que é um homem de bem pode parecer elogio de ocasião. Mas por dentro destas minhas palavras está a verdade de uma vida inteira”, escreveu o poeta e publicitário José Fanha, na abertura de uma biografia do compositor, assinada por Luciano Reis, publicada pela Fonte da Palavra.

“É um homem que vive de cara limpa. Que não se vende. Que não anda ao sucesso fácil. Que não dobra a espinhela. Que sonha desvairadamente e que luta todos os dias pela verdade dos seus sonhos”, prossegue o coautor de “O código de Avintes”.

“E só me falta acrescentar aquilo que é talvez o que eu mais adoro [em Luís Pedro Fonseca]: a sua fantástica gargalhada que lhe salta amiúde da boca e vai pelo universo fora. Essa gargalhada ajuda-me muito a acreditar que, mesmo com todos os seus tropeços, a vida vale mesmo a pena ser vivida”, conclui José Fanha.

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11 eventoshoje macau quinta-feira 28.8.2014

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“Desfile por Macau, Cidade Latina” com inscrições abertasO músico dos Salada de Frutas vai hoje a enterrar, em Lisboa. Autor de vários êxitos da pop portuguesa, Luís

Pedro Fonseca foi também o compositor do Hino dos Jogos da Lusofonia, de 2006, em Macau

ÓBITO LUÍS PEDRO FONSECA, 1950 - 2014

Sempre que o amor me quiser“Dizer de Luís Pedro Fonseca que é um grande senhor da música não é novidade, toda gente sabe. Dizer que é um homemde bem pode parecer elogio de ocasião. Mas por dentro destas minhas palavras está a verdade de uma vida inteira”JOSÉ FANHA

O Instituto Cultural (IC) convida os grupos e ar-

tistas locais a apresentarem, até ao dia 26 de Setembro, candidaturas à participação no “Desfile por Macau, Cidade Latina” a realizar no corrente ano, estando as inscrições abertas a todos os grupos devidamente registados em no território, informa a organização.

Criado em 2011, o des-file percorre anualmente as ruas do centro histórico de Macau. Associações locais e estrangeiras são convi-dadas pela organização a participar no evento, pro-porcionando às entidades locais uma plataforma para a apresentação de espectácu-los e criando oportunidades para os artistas locais ob-

servarem e desenvolverem intercâmbios culturais com grupos performativos inter-nacionais.

O evento tem lugar anualmente a 20 de De-zembro, a fim de assinalar o aniversário da Transferência da Administração de Macau para a China. Ao longo dos últimos três anos, o desfile foi visto por milhões de pessoas, entre público participante, espectadores das transmis-sões televisivas ao vivo de canais locais e regionais bem como espectadores de programas especiais trans-mitidos em diferido na região e no estrangeiro, tornando-se cada vez mais popular e num dos principais festivais de marca da cidade, segundo a organização.

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12 publicidade hoje macau quinta-feira 28.8.2014

AvisoAvisam-se todos os interessados que estão abertos os concursos co-

muns, de ingresso externo, de prestação de provas, para o preenchi-mento dos seguintes lugares, para o ano lectivo de 2015/2016, como pessoal contratado além do quadro da Direcção dos Serviços de Edu-cação e Juventude, de acordo com as condições referidas no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.° 35, II Série, de 27 de Agosto de 2014, e cujo prazo de apresentação das candidatu-ras termina no dia 16 de Setembro:

Carreira de docente do ensino secundário de nível 1, 1.º escalão:- Área disciplinar: língua chinesa - dois lugare (Número de referência: DS01*)- Área disciplinar: língua inglesa - dois lugares (Número de referência: DS02*)- Área disciplinar: biologia - um lugar (Número de referência: DS03*)- Área disciplinar: educação moral e cívica - um lugar (Número de referência: DS04*)

Carreira de docente dos ensinos infantil e primário de nível 1 (primário), 1.º escalão:- Área de língua chinesa - quatro lugares (Número de referência: DP01*)- Área de língua inglesa - dois lugares (Número de referência: DP02*)- Área de matemática - um lugar (Número de referência: DP03*)- Área de língua chinesa - quatro lugares (Número de referência: DP04)- Área de língua inglesa - dois lugares (Número de referência: DP05)- Área de informática - um lugar (Número de referência: DP06)

Carreira de docente dos ensinos infantil e primário de nível 1 (infantil), 1.º escalão:- Área de língua chinesa - um lugar (Número de referência: DI01*)- Área de língua inglesa - um lugar (Número de referência: DI02*)- Área de língua chinesa - dois lugares (Número de referência: DI03)

Carreira de auxiliar de ensino, 1.º escalão:- Apoio no ensino de língua portuguesa - três lugares (Número de referência: AE01)- Apoio na gestão de biblioteca - um lugar (Número de referência: AE02)

(* Exercer funções na subunidade administrativa.)

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude,aos 21 de Agosto de 2014.

A Directora, Leong Lai

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO N.º 25/P/14

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 12 de Agosto de 2014, se encontra aberto o Concurso Público para a <<Prestação de Serviços de Vigilância das Unidades de Saúde da Área dos Cuidados de Saúde Generalizados e do Centro de Prevenção e Controlo da Doença>>, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 27 de Agosto de 2014, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.º andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP$53,00 (cinquenta e três patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

Os citados documentos, só podem ser adquiridos pelos concorrentes que façam prova de possuir o alvará previsto na Lei n.º 4/2007 “Lei da actividade de segurança privada”.

Os concorrentes deverão comparecer na Sala <<Auditório>> situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto do C.H.C.S.J. no dia 2 de Setembro de 2014 às 9,30 horas para uma reunião de esclarecimentos ou dúvidas referentes ao presente concurso público seguida duma visita aos locais a que se destinam a respectiva prestação de serviços.

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 22 de Setembro de 2014.

O acto público deste concurso terá lugar no dia 23 de Setembro de 2014, pelas 10,00 horas, na Sala do <<Museu>> situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto ao C.H.C.S.J.

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP500 000,00 (quinhentas mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 20 de Agosto de 2014.

O Director dos Serviços,

Lei Chin Ion

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13CHINAhoje macau quinta-feira 28.8.2014

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COMISSÃO DE REGISTO DOS AUDITORES E DOS CONTABILISTAS

Aviso

Torna-se público que já se encontra finalizada a correcção da primeira prestação das provas para a inscrição inicial e revalidação de registo como auditor de contas, contabilistas registado e técnico de contas, realizadas no ano de 2014 nos termos do disposto na alínea c) do artigo do 1º do Regulamento da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, pela referida Comissão. Os respectivos resultados serão notificados aos interessados até ao dia 3 de Setembro solicitando-se aos mesmos que contactem com a Sra. Wong, através do nº 85995343 ou 85995344 caso não recebam a mencionada notificação.

Direcção dos Serviços de Finanças, aos 19 de Agosto de 2014

O Presidente do Júri,Iong Kong Leong

O vice-presiden-te da Agência para o Inves-timento e Co-

mércio Externo de Portugal (AICEP) considerou na terça-feira, em Maputo, que as empresas portugue-sas podem intermediar os investimentos chineses em países com recursos naturais como Moçambique, aten-dendo aos conhecimentos que possuem.

Para Pedro Ortigão Cor-reia, que falava à margem do X Encontro de Empre-sários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa, em Maputo, a inexistência de recursos naturais em Por-tugal é compensada, nas relações com a China, pelas capacidades das empresas portuguesas, com grande experiência de actuação em economias em desenvolvi-mento, como Moçambique ou Angola.

“Infelizmente, Portugal não tem recursos naturais,

Uma vida embarcadaUma mulher com 109 anos de idade está a viver há mais de cinco décadas a bordo de um barco de pesca na costa de Anqing, em Anhui, sem ter pisado terra firme durante todo esse tempo, revelou o site “Anhuinews.com”. A mulher mudou-se para o barco na década de 60 com o seu marido para que ambos pudessem subsistir através da pesca, que pratica até ao presente. Durante este tempo deu à luz a 11 filhos, mas nunca recorreu a serviços médicos.

Descoberta macabraA polícia de Foshan, em Guangdong, prendeu um homem na segunda-feira suspeito de ter morto a sua namorada e de ter desmembrado o corpo, anunciou o “New Express”. Os inquilinos de um prédio residencial queixaram-se no sábado à noite que os seus esgotos estavam entupidos e quando tentaram resolver o problema encontraram o braço de uma mulher. A polícia acredita que o suspeito, com 59 anos de idade, matou a namorada após uma discussão. De seguida, o indivíduo terá desmembrado o corpo para que este não fosse descoberto.

Pequim fabrica submarino supersónico

“Estes fóruns são muitoimportantes, porque permitem-nos ficar no epicentro das conversas entre a China, que procura recursos nestes países africanos”PEDRO ORTIGÃO CORREIA Vice-presidente da AICEP

Maputo recebeu esta semana o encontro de empresários da China e de países lusófonos onde Portugal espreita a oportunidade de realizar parceriascom empresas chinesas

EMPRESÁRIOS CHINESES E PORTUGUESES EM MOÇAMBIQUE

O amigo intermediário

mas tem empresas com conhecimentos para explo-rar essas reservas. Este é o casamento perfeito, porque as diferenças das economias em termos dos seus estágios de desenvolvimento faz com que estes países precisem do apoio das nossas empresas”, afirmou em declarações à agência Lusa o vice-presi-dente da AICEP.

MUNDO LUSÓFONOPromovido pelo Instituto para a Promoção das Ex-portações de Moçambique (IPEX) em conjunto com o Instituto para a Promoção

do Comércio e do Investi-mento de Macau (IPIM) e o Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China (CPCIC), o en-contro empresarial decorre no contexto da criação, em 2003, do Fórum para a

Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portu-guesa, (Fórum Macau), que reúne agências de comércio externo de todos os países de língua portuguesa, à excepção de São Tomé

e Príncipe, que não tem relações diplomáticas com Pequim.

“Estes fóruns são muito importantes, porque permi-tem-nos ficar no epicentro das conversas entre a Chi-na, que procura recursos nestes países africanos, e as empresas locais, que ne-cessitam de conhecimentos para saberem fazer parcerias com as empresas chinesas”, sublinhou Pedro Ortigão Correia.

Durante o encontro de terça-feira, que foi inaugu-rado pelo primeiro-ministro moçambicano, Alberto Va-quina, o Banco de Desen-volvimento da China (BDC) promoveu uma apresentação sobre o Fundo de Desenvol-vimento para a Cooperação entre a China e os países de língua portuguesa, que dispõe de 1.000 milhões de dólares para investimentos empresariais no espaço dos países-membros do Fórum Macau, e que foi lançado há cerca de um ano.

Segundo o BDC, até ao momento, o fundo empre-sarial recebeu cerca de 50 candidaturas para projectos de investimento, que se en-contram em fase de estudo de viabilidade, e que estão sobretudo voltados para as áreas de agronegócios, turismo, transportes e comu-nicações e indústria.

Embora o encontro esteja direccionado para o sector empresarial, a participação de empresas dos países de língua portuguesa foi rela-tivamente pálida.

A China está a desenvolver um submarino supersónico que poderá viajar de Xangai

a São Francisco em menos de duas horas através de uma técnica nova que cria uma bolha ao redor da embarcação, diminuindo significantemente o atrito com a água. Os investigadores disseram que, em teoria, o sub-marino seria capaz de alcançar a velocidade do som debaixo de água - aproximadamente

5.800km/h. Um submarino tradicional arras-ta muita água quando se movimenta, o que limita a sua velocidade. O novo submarino é baseado em uma tecnologia soviética, chamada “supercavitação”, desenvolvida du-rante a Guerra Fria. Um torpedo soviético de supercavitação, Shakval, consegue alcançar mais de 370km/h, muito mais rápido do que torpedos convencionais. A supercavitação envolve o veículo submerso numa bolha de ar para evitar problemas com o arrastamento de água.

Caso os cientistas consigam colocar a teoria em prática, uma viagem transatlân-tica poderia ser efectuada em menos de uma hora, e o oceano pacífico poderia ser atravessado em cerca de 100 minutos.

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14 hoje macau quinta-feira 28.8.2014

hARTE

S, L

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S E

IDEI

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WANG CHONG 王充 OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Sobre a morte – 1

As pessoas supõem que após a sua morte os seres humanos se transformam em fantasmas dotados de consciência e capazes de atormentar os vivos. Porém, através do método dos géneros [NT – isto é, por um processo de raciocínio analógico] é possível provar, examinando as outras criaturas, que os mortos não se transformam em fantasmas, não são dotados de consciência ou tão pouco capazes de atormentar.Como prová-lo? Examinando aquilo que ocorre entre as [outras] criaturas: o homem é uma criatura, as [outras] criaturas são também criaturas, ou seja, ao morrerem, as [outras] criaturas não se transformam em fantasmas. Porque seria o homem o único a, uma vez morto, assim se transformar?Se distinguirmos os homens das criaturas pelo facto de que estas não se transformam em fantasmas, o problema de saber se os seres humanos podem, no seu caso, transformar-se em fantasmas continua por resolver. Mas se não for possível distinguir os homens das outras criaturas, nada nos permitirá concluir que os homens se podem transformar em fantasmas.

Tradução de Rui Cascais | Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.

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15 artes, letras e ideiashoje macau quinta-feira 28.8.2014

Os mortos não se transformam em fantasmas.

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16 DESPORTO hoje macau quinta-feira 28.8.2014

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AnúncioAQUISIÇÃO DO PIANO

PARA O INSTITUTO POLITÉCNICO DE MACAUCONCURSO PÚBLICO N.º 01/DOA/2014

1. Entidade que põe o serviço a concurso: Instituto Politécnico de Macau.

2. Modalidade de concurso: Concurso Público.

3. Objecto do Concurso: Aquisição do Piano para o Instituto Politécnico de Macau

4. Prazo de validade das propostas do concurso: As propostas do concurso são válidas até 90 dias contados da data de abertura das mesmas.

5. Garantia provisória: $22 000,00 (vinte e duas mil patacas), através de depósito no Serviço de Contabilidade e Tesouraria do Instituto Politécnico de Macau ou mediante garantia bancária a favor do Instituto Politécnico de Macau, em Macau

6. Garantiadefinitiva: 4% do preço global da adjudicação (para garantia do contrato).

7. Condições de admissão: Entidades com sede ou delegação na RAEM cuja actividade total ou parcial se inscreva na área objecto deste concurso.

8. Local, data e hora de explicação:Local: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luis Gonzaga Gomes, em Macau.Hora e Data: 2 de Setembro de 2014, pelas 10H00.

9. Local, data e hora do limite da apresentação das propostas: Local: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto do Politécnico de Macau, sita na Rua de Luis Gonzaga Gomes, em Macau.Hora e Data: 11 de Setembro de 2014, antes das 17H45.

10. Local, data e hora da abertura do concurso:Local: Sala de Reunião do Pavilhão Polidesportivo do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luis Gonzaga Gomes, em MacauHora e Data: 12 de Setembro de 2014, pelas 10H00.

11. A avaliação das propostas do concurso será feita de acordo com os seguintes critérios: - Preço razoável (40%) - Conformidade de qualidade dos artigos com as exigências do utente (30%) - Poupança de energia e características de segurança (5%) - Prazo de entrega (10%) - Garantia/Serviços-pós-venda (10%) - Curriculum Vitae, competências e experiência do concorrente (5%)

12. Local, hora e preço para exame do processo e obtenção da cópia do processo:Local de exame: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luis Gonzaga Gomes, em Macau.Local de obtenção: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luis Gonzaga Gomes, em Macau, mediante o pagamento de MOP100,00 (cem patacas).Hora: de 2ª feira a 5ª feira das 09H00 às 13H00 e das 14H30 às 17H45.

6ª feira das 09H00 às 13H00 e das 14H30 às 17H30.Telefone: 8599 6178, 8599 6123, 8599 6287

Macau, aos 25 de Agosto de 2014Presidente do Instituto, Lei Heong Iok

SÉRGIO [email protected]

A primeira das quatro corridas que com-põem a primeira

edição da “Taça da Corri-da Chinesa” decorreu no Circuito Internacional de Penbay, na Ilha Formosa, e não correu de feição ao contingente da RAEM.

Na competição promo-vida e coordenada pelas associações de automobi-lismo do Interior da China, Taipé Chinês, Hong Kong e Macau, o território fez--se representar por cinco pilotos masculinos - Jo Merszei, Lei Kit Meng, Cheung Chi On, Ng Kin Veng e Jerónimo Badaraco, que substituiu Michael Ho, inicialmente confirmado para o lugar – mas não se fez representar na taça das senhoras, ao contrário dos seus opositores. Sem oportunidades para testar o BAIC Senova (“Shenbao”) D70, um carro que tem como base o Saab 9-5 e que ainda está numa fase muito embrionária de desenvolvi-mento, o quinteto de Macau teve sempre dificuldades de rodar nos lugares cimeiros desde os primeiros treinos--livres, sendo prejudicado por alguns percalços téc-nicos ao longo do fim-de--semana.

Na corrida, composta por 17 voltas ao sinuoso circuito situado em Ping-tung, Cheung Chi On foi

PENBAY PRIMEIRA PROVA DA “TAÇA DA CORRIDA CHINESA”

Início difícil para Macau

“ O quinteto de Macau tevesempre dificuldades de rodar nos lugares cimeiros desde os primeiros treinos-livres”

o melhor classificado da representação da RAEM, terminando no sétimo lugar entre os dezassete concor-rentes, dos vinte inscritos, que compareceram na grelha de partida.

Ng Kin Veng terminou na nona posição, enquanto os macaenses Merszei e Badaraco não chegaram a ver a bandeira de xadrez. A corrida foi ganha pelo expe-riente David Zhu, da China Continental, curiosamente piloto oficial da marca BAIC no Campeonato da China de Carros de Turismo. Para além das actividades em pista, este evento serviu também para as quatro as-sociações, que se fizeram representar pelos seus mais

altos dignitários, estenderem laços de amizade e trocarem ideias quanto ao desenvol-vimento do desporto moto-rizado na “Grande China”.

A próxima ronda do cam-peonato está marcada para o fim-de-semana de 14 e 15 de Setembro em Zhaoqing, na China Continental, um circuito que os pilotos de carros de turismo de Macau conhecem como ninguém dos campeonatos promovi-dos pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC).

Em ano de estreia, a “Taça da Corrida Chinesa” é uma das corridas do programa da 61ª edição do Grande Prémio de Macau que decorre de 13 a 16 de Novembro.

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T E M P O T R O V O A D A S M I N 2 6 M A X 3 1 H U M 7 5 - 9 5 % • E U R O 1 0 . 5 B A H T 0 . 2 Y U A N 1 . 2

ACONTECEU HOJE 28 DE AGOSTO

Pu Yi

LÍNGUADE gATO

hoje macau quinta-feira 28.8.2014 (F)UTILIDADES 17

H O J E H Á F I L M E

João Corvo fonte da inveja

Nem Deus, nem rei, nem amo-te.

Mudar para foracá dentroEu, gato, me confesso: ando por aqui há muito tempo, mas ainda não chegou a minha hora de ir para a universidade. Por enquanto vou vendo notícias do novo campus da Universidade de Macau na Ilha de Hengqin, que é, como se diz em bom português, no cu de judas. Pode ser espectacular, mas é no cu de judas.Achei engraçada a ideia de colocar todos os estudantes lá, mesmo aqueles que têm uma casa e família em Macau. É como se os obrigassem a ver o quão o novo campus é lindo e maravilhoso. Mas o mais curioso é assistir a uma mudança em tão poucos quilómetros. Normalmente os estudantes, quando entram na universidade, aqueles que vivem num território maior, como Portugal ou até a China, têm de mudar de armas e bagagens, arrendar um quarto e percorrer grandes distâncias de comboio, carro, autocarro ou até avião, no caso de serem mais aventureiros. No caso dos alunos de Macau que este ano se mudam para Hengqin, basta ir da Taipa até lá. É um passinho, e dá para matar saudades de casa. Isto se os autocarros deixarem: em horas de ponta, pode ser tão difícil como ir para Zhuhai.

REGRESSO AO FUTURO IIROBERT ZEMECKIS (1989)

Protagonizado pelos gigantes do cinema, Christopher Lloyd e Michael J. Fox, “Regresso ao Futuro II” é o segundo filme de uma série de qua-tro. Na pele do jovem aventureiro Marty McFly, J. Fox decide usar a máquina do tempo construída pelo professor e cientista Emmett Brown para voltar a 1955 e fazer com que o futuro sigo o seu curso normal. Esta obra cinematográfica é considerada por muitos como uma das mais influentes ao nível da fantasia e aventura, havendo mesmo fãs incondicionais e coleccionadores dos objectos do filme, como do épico carro DeLorean, cumpridor exímio das viagens no tempo da dupla de aventureiros. - Leonor Sá Machado

Nasce Wolfgang von Goethe,o maior escritor alemão• A viagem pelo calendário da história passa por Johann Wolfgang von Goethe, o maior escritor alemão, cuja obra influenciou a literatura mundial.É um dos grandes nomes da literatura de todo o mundo e o grande escritor da Alemanha. Goethe, que nasceu em Frankfurt am Main a 28 de Agosto de 1749, é hoje lembrado.Ao lado de Friedrich Schiller, Goethe escreve o seu nome como um dos líderes do movimento literário romântico alemão ‘Sturm und Drang’.Além de escritor – reconhecido como uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, entre os final do século XVIII e o início do século XIX –, Goethe foi também um pensador de renome, com algumas incursões pela área da ciência.Da vasta obra de Johann Wolfgang von Goethe constam romances, poemas, escritos autobiográficos, peças de teatro, bem como algumas reflexões nas áreas da arte, literatura e ciências naturais. Estabeleceu contactos com grandes pensadores e personalidades, o que lhe permitiu estabelecer bases sólidas para as suas teorias.O romance ‘Os Sofrimentos do Jovem Werther’ catapultou Goethe para a ribalta, em toda a Europa, em 1774. A sua obra tornou-o no mais importante autor do Classicismo de Weimar.Aos 82 anos, a 22 de Março de 1832, Goethe morre, precisamente na cidade de Weimar. Está sepultado na mesma cidade, no Cemitério Histórico, ao lado do amigo e inspirador Friedrich Schiller. Hoje, dia em que se assinala a data do seu nascimento, recorda-se o poeta.

C I N E M ACineteatro

SALA 122 JUMP STREET [C]Um filme de: Phil Lord, Christopher MillerCom: Channing Tatum, Jonah Hill, Peter Stormare, Ice Cube19.30

CAFE • WAITING • LOVE [B]FALADO EM MANDARIM E LEGENDADO EM CHINÊSUm filme de: Chiang Chin LinCom: Vivian Chow, Megan Lai, Pauline Lan, Lee Luo21.30

SALA 2TEMPORARY FAMILY [B]FALADO EM CANTONÊS, LEGENDADOEM CHINÊS E INGLÊSUm filme de: Cheuk Wan ChiCom: Nick Cheung, Sammi Cheng, Angelababy, Oho14.15, 16.05, 18.00, 21.30

LUCY [C]Um filme de: Luc BessonCom: Scarlett Johansson, Morgan Freeman19.50

SALA 3THE HUNDRED-FOOT JOURNEY [B]Um filme de: Lasse HallstromCom: Helen Mirren, Manish Dayal, Charlotte Le Bon, Om Puri14.30, 19.15

CAFE • WAITING • LOVE [B]FALADO EM MANDARIM E LEGENDADO EM CHINÊSUm filme de: Chiang Chin LinCom: Vivian Chow, Megan Lai, Pauline Lan, Lee Luo16.45

22 JUMP STREET [C]Um filme de: Phil Lord, Christopher MillerCom: Channing Tatum, Jonah Hill, Peter Stormare, Ice Cube21.30

22 JUMP STREET

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18 OPINIÃOdire i to de resposta

hoje macau quinta-feira 28.8.2014

No uso da faculdade do direito de resposta previsto no art.º 19.º da Lei de Imprensa, vimos solicitar a V. Exa. a publicação da seguinte missiva, em resposta à carta do sr. Director dos SAFP, dr. José Chu, publicada no v/ conceituado diário, no passado dia 26 de Agosto.

Regozijamo-nos pelo facto de o director dos SAFP es-tar consciente do significado que atribui ao “Bom nome da Administração Pública”, vindo agora defendê-lo. Contudo, a sua defesa não passou de mais uma falácia quando, de forma propositada, deixou no ar questões essenciais colocadas através do nosso Comunicado de 18 de Agosto, nomeadamente:

1. Será que os funcionários aposentados antes de 1999 tiveram uma “opção” quando transferiram as suas pensões para a Caixa Geral de Aposenta-ções (CGA)? Esta questão é assaz pertinente, em virtude do douto esclarecimento verbal que aquele dirigente prestou aos senhores deputados da As-sembleia Legislativa, no passado dia 12 de Agosto.

2. Logo após a Reunificação, a Administração da RAEM viu-se confrontada com uma questão sen-sível e muito desagradável, pelo facto de saber que mais de 200 (duzentos) aposentados, por motivos pessoais, não tinham transferido as suas pensões para a (CGA). Acontece, porém, que decidiu con-tinuar a garantir-lhes aquele abono, sem que hou-vesse, no nosso modesto entender, qualquer co-bertura legal. Esta questão também é pertinente e, por conseguinte, ficamos a aguardar uma resposta do dr. José Chu.

3. Bem sabe o dr. José Chu que alguns aposentados da CGA, embora tivessem sido beneficiados com as despesas de transporte das suas bagagens e do seu veículo automóvel para Portugal, continuam a ser abonados do subsídio de residência instituído pela Lei n.º 2/2011. Que tem a dizer sobre esta si-tuação discriminatória e injusta?

O director dos SAFP veio demonstrar, novamente, a sua manheza, quando se limitou a transcrever algumas passagens de acórdãos judiciais, pretendendo, com isso, misturar “alhos com bugalhos” ou tentar atirar poeira para os olhos dos incautos, quando o assunto em discussão se limita ao seu “farejo” ou à sua capacida-de de percepção, relativamente ao objectivo político da Lei n.º 2/2011.

Julgamos oportuno recordar, aqui, que, sobre a mes-ma matéria, os SAFP informaram, através do ofício n.º 1105120001/DRI, de 12/05/2011, que o “... pes-soal abrangido pelo Decreto-Lei n.º 96/99/M continua, hoje, a beneficiar da extensão ao regime de residência previsto na Lei n.º 2/2011...”. Passados 20 dias, voltou a esclarecer-nos, dando o dito por não dito, através do ofício n.º 1106010005/DIR, de 1/06/2011. Ou será que

não foi assim? Seria bom que explicasse aos velhinhos por que razão se lembrou de mudar de “partido” de um momento para o outro? Foi pressionado e resolveu prestar vassalagem?! Credo!

Mas, esta viragem de casaca não se ficou por aqui! Já em 29/01/2002, a própria Secretária para a Administração e Justiça emitira uma orientação, que a seguir se trans-creve, para melhor compreensão dos factos: “... Nos termos do regime jurídico estabelecido na legislação em vigor aplicável, os aposentados que transferiram as suas pensões para a Caixa Geral de Aposentações de Portugal não perdem, face a esta realidade e para todos os efeitos legais, a qualidade de aposentado de Macau” (vd. pág. 142 do Relatório de Actividades do CCAC, 2011).

Consideramos oportuno respigar algumas passagens do bem elaborado Relatório do CCAC (pág. 133), na parte que interessa ao público leitor: “5. Em relação à interpretação feita pelos SAFP e à opinião jurídica por estes adoptada, manifestamos grandes reservas pelas seguintes razões:

... 3. Segundo o referido ofício, a Lei n.º 2/2011 não visa criar novos direitos para determinadas pessoas, mas sim manter os direitos já instituídos, interpretação essa que não é correcta...”.

Mais adiante, na página 137, o douto relator volta a en-sinar-nos que “3. Não se pode utilizar uma norma ex-cepcional do regime anterior para explicar o actual re-gime geral em vigor, quando este já nem tem qualquer correspondência com o teor da norma excepcional. Ou seja, não se deve utilizar o Decreto-Lei nº. 96/99/M para explicar a Lei nº. 2/2011 actualmente em vigor”, concluindo que “Somos de opinião que o resultado da interpretação feita pelos SAFP e apresentada no ofício supracitado decorre, justamente, do raciocínio incor-recto atrás exposto”.

O distinto relator, concluindo, deixou escrito, na parte III, ponto 5., que, “De acordo com o teor do artigo 10.º da Lei n.º 2/2011, de 28 de Março, os aposentados que transferiram as suas pensões para a CGA de Portugal devem ter direito ao subsídio de residência...”.

Já bastantes para alicercar o nosso descontentamento so-bre os pareceres dos SAFP e dos Serviços de Finanças, atrás transcritos, respiguem-se, entretanto, algumas opi-niões do distinto magistrado do Ministério Público que, sobre a questão, se pronunciou da seguinte forma: “Que se saiba, “a questão humana e social”, a “idade avan-çada”, as dificuldades de se encontrarem “alternativas de residência compatíveis com a pensão auferida”, al-gumas das razões invocadas no preâmbulo do Dec. Lei 96/99/M para a manutenção do subsídio de residência aos visados, não serão monopólio dos aposentados que não requereram as passagens para Portugal, ou que só

para ali requereram o transporte de bagagens e, ou veí-culo, razão por que, não estabelecendo o n.° 1 do art.° 10.° da Lei 2/2011 qualquer distinção ou destrinça rela-tivamente aos aposentados, se entende como incorrecta a interpretação efectuada do preceito”.

Numa outra passagem, o mesmo magistrado esclarece--nos que “... ou, dizendo de outra forma, não se alcança do diploma em causa qualquer dispositivo que limite o acesso do direito ao abono do subsídio de residência aos aposentados residentes na Região” e, como se isso não bastasse para nos elucidar, escreveu, mais adiante, que “... as disposições daquele diploma, onde, repete--se, em parte alguma se configura o reporte a resi-dência em Macau como condicionante no acesso ao benefício”.

Termos em que somos levados a admitir que a “Razão” não é exclusivo de ninguém!

Para a APOMAC, está tudo clarinho, como a água da Fonte do Lilau e, por isso, mantemos o nosso epíteto de que “Uns são filhos da Boa RAEM e outro enteados da Má RAEM!”.

Comungamos da opinião de que não é credível que a Assembleia Nacional Popular da República Popular China (ANP) tenha tomado para Macau uma posição diferente da de Hong Kong em relação aos funcionários aposentados antes e depois da Reunificação, porquanto a Lei Básica de Hong Kong, no seu artigo 102.º, não faz qualquer distinção a este respeito.

Partilhamos igualmente da opinião de que os benefícios dos funcionários públicos, consagrados no art.º 98.º da Lei Básica, se referem outrossim ao benefício de “isen-ção fiscal”, ou seja, à isenção do pagamento do imposto profissional.

Por último, aproveitamos para reiterar, publicamente, a nossa posição, quanto ao facto de todos nós respei-tarmos e acatarmos as decisões judiciais, não poden-do isso significar, necessariamente, que não possamos discordar delas, particularmente, numa sociedade como a nossa, que se preza de ser aberta e democrática. Por isso, embora esgotadas que estejam todas as formas de apresentarmos as nossas reivindicações pela via judi-cial, não deixaremos de propugnar pela via política para defender a causa dos Aposentados residentes na RAEM que trabalharam toda uma vida em Macau e para Ma-cau, mas que, pelos vistos, alguns entendem que devem ser agora penalizados e discriminados.

Associação dos Aposentados, Reformados e Pensio-nistas de Macau, aos 27 de Agosto de 2014.

A DIRECÇÃO.

Exmo. Sr. Director,

MALDITA INCOMPETÊNCIA! BENDITA PACIÊNCIA!

II

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19 opiniãohoje macau quinta-feira 28.8.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado; Ricardo Borges (estagiário) Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

O S leitores da minha geração ou mais velhos recordam-se certamente dos tempos da Guerra Fria, período que os historiadores definem como tendo início em 1947, altura da assinatura do Pacto de Varsóvia, e acabado em 1991, com a desagregação da União Soviética (URSS)

e a queda do chamado “bloco de Leste”, ou “cortina de ferro”. A Guerra Fria era assim chamada pelo facto das duas potências be-ligerantes, os Estados Unidos e a tal URSS nunca terem declarado oficialmente guerra uma à outra, e era consensual que essa possibilidade pudesse causar um conflito termo-nuclear, e consequentemente o fim da humanidade. Perante este cenário nada animador, foi entendido como um “mal menor” que norte-americanos e sovietes interviessem noutros palcos um pouco por todo o planeta, financiando e dando apoio logístico a grupos de guerrilha, patrocinando golpes de estado e assassinatos políticos, e tudo em nome da “ideologia” – foi um mal menor menos para as vítimas destes con-flitos, é lógico, e se a Guerra Fria não era propriamente uma guerra, no Vietname, por exemplo, a “napalm” não era propriamente considerada uma sobremesa “fria”. Hoje norte-americanos e russos, os ex-sovietes deste filme, continuam a ser as duas maiores

bairro do or ienteLEOCARDO

A guelra fria

“ A guelra fria é uma psicose característica de Macau, e o seu carácter de unicidade só encontra paralelo no “chu-pa bao” da Rua do Regedor,na Taipa”

potências militares mundiais, mas apesar da ideologia a menos, continuam a ter ca-pacidade de mandar-nos a todos pelos ares aos bocadinhos – mas pelo menos já não há Guerra Fria, se isso servir de consolo.

Aqui em Macau os 44 anos que du-raram a Guerra Fria foram passados sob administração colonial portuguesa, e os efeitos do braço-de-ferro entre Washington e Moscovo tiveram apenas efeitos colaterais. Pode-se estabelecer uma ligação indirecta com os acontecimentos do “12,3” ou com a Revolução do 25 de Abril em Portugal, e desta última saiu o estatuto do território que viria a facilitar a integração na R.P. China. A assinatura da declaração-conjunta coin-cidiu com a fase terminal da Guerra Fria, que viria a terminar ainda alguns anos antes do “handover”.

Com a abertura a que a China foi obrigada devido à falência do marxismo-leninismo à escala global, muitos dos receios relacio-nados com factores ideológicos foram-se dissipando, e a sua versão socialista de economia de mercado começava a produzir resultados, acompanhados de outras trans-formações que eram bem recebidas. E assim a transição decorreu suavemente, sem que se confirmassem os receios da imposição de muitos dos males que a China ainda hoje padece, desde a opressão à censura, passando pela inibição de liberdades que sempre demos como garantidas, casos da

liberdade de expressão, reunião, imprensa e a associação. Contudo propagou-se um fenómeno que muitos do que optaram por não ficar já haviam previsto: a guelra fria.

A guelra fria, nada tinha a ver com a Guerra Fria, apesar de ter aparecido menos de uma década depois do seu fim, indicando que se poderia tratar de alguma “recaída”. Este “síndroma da guelra fria”, como o nome indica, caracteriza-se por uma falta de sangue na guelra, tornando o peixe outrora fresquinho e vivaço num arenque pisado, fedorento e requisitado pelas moscas. Como pode ser que um salmão que antes trepava saltitante as geladas quedas de água do Alasca, se tenha tornado do dia para a noite num tísico carapau a boiar no Trancão? Simples: por causa da guelra fria. Mas é de gente que falamos e não de peixes, e na verdade não existe um nome científico para a guelra fria. Segundo estudos nunca reali-zados por cientistas que tinham mais que fazer, a guelra fria não é uma doença; é tudo psicossomático, como a gravidez histérica – dão-se os sintomas, mas nada quem um bom par de estalos não resolva. Apesar de não existir vírus, bactéria, fungo ou protozoário que causem a guelra fria, existem agentes: um activo, e um passivo, ou o “sacana” e o “parvinho”. Sendo psicos-somática, um eufemismo para descrever a condição conhecida em linguagem por “com um parafuso a menos”, o seu mecanismo é despoletado por hipnose, reacção a impulsos,

ou como neste caso, mera sugestão. Para deixar o “parvinho” em plena crise de guelra fria, tudo o que o “sacana” tem que fazer é dizer: “a China quer assim”, ou “são ordens da China”.

É por isso que a guelra fria é uma psicose característica de Macau, e o seu carácter de unicidade só encontra paralelo no “chu-pa bao” da Rua do Regedor, na Taipa. Para o “sacana”, o parasita da guelra fria, convencer o seu hóspede, neste caso o “parvinho”, a realizar as tarefas mais absurdas ou submetê--lo às maiores humilhações, basta dizer-lhe que “são ordens da China”. Para tomar o “parvinho” como parvalhão completo, enga-ná-lo, cravar-lhe metade da sandes na hora

do lanche, pedir-lhe empréstimos a fundo perdido ou dar beijo-cas lambusonas nas bochechas da sua filha, basta alegar alguma ligação com a China, ou em alternativa com “o partido” – e nem é preciso dizer que parti-do é esse. No caso de se darem ordens que vão contra todos os pressu-postos estabelecidos

pela Lei Básica, ou no caso de testemunhar alguma barbaridade que careça de qualquer vestígio de legalidade, então atira-se com um “a China quer assim”. Quando diz isto, o “sacana” encolhe os ombros e deixas as mãos com as palmas para cima e dá um risinho sarcástico, e o “parvinho”, cabisbaixo, solta um deprimido “oh”, como quem acaba de perceber a mensagem implícita: “faz o que te mando, seu cachorro, ou faço-te a vida num inferno”.

O preconceito que leva à gestação do vírus-fantasma da guelra fria é causado sobretudo por uma tremenda ignorância. O “parvinho”, já com a guelra mais pálida que um fantasma, pensa que caso não obedeça aos delírios do “sacana”, convencido que são “ordens da China”, entram os guardas vermelhos pela sua casa adentro, obrigam--no a vestir um “zhongshang zhuang” (中山裝, fato igual ao de Mao Zedong), um quepe com uma estrela de cinco pontas e a marchar ao som de canções patrióticas, de livrinho vermelho na mão, enquanto o “seu dinheiro” (que é sempre menos do que alega ter) é “dividido pelos camaradas”, pois afinal “são comunas”, e o melhor é mesmo fazer “o que a China manda”. Hoje em dia a epidemia de guelra fria está controlada, e restam poucos “parvinhos”, e aqueles que antes eram os portadores assintomáticos preferem adaptar--se, expondo-se à cultura dos micróbios da guelra fria. Assim pode ser que nunca se concretizem as ameaças da China, onde se calhar até se ignora que em Macau se entre nesta histeria à conta destas fantochadas que ostentam o seu nome. Mas pelo menos nunca vão passar por parvinhos. “Ai a China quer? A China manda! É para ontem.”

Page 20: Hoje Macau 28 AGO 2014 #3163

hoje macau quinta-feira 28.8.2014

Judo Telma ganha medalha de prataTelma Monteiro, de 28 anos, conquistou a medalha de prata pela quarta vez num Mundial, depois de ter sido vice-campeã em 2007, ainda nos -52 kg, e em 2009 e 2010, contando ainda com um bronze em 2005, com apenas 20 anos. Na final, na Sport Arena Traktor, Telma Monteiro esteve a 32 segundos do título, num combate que controlou até esse momento e viu a sua adversária sofrer um “shido”, por posição demasiado defensiva, quando ainda faltavam 2.39 minutos para o fim. Num combate que até estava controlado, a judoca portuguesa foi penalizada pelo esforço que fez até aos instantes finais, acabando também ela, numa fase que já aparentava cansaço, por sofrer um castigo e voltar à estaca zero. No “ponto de ouro”, sem que nenhuma judoca sobressaísse, talvez Udaka estivesse ligeiramente melhor, mas Telma acabou desqualificada numa situação de ataque da japonesa, em que, no desequilíbrio, instintivamente, levou à mão à perna da asiática.O júri considerou ser motivo para desqualificação e a portuguesa acabou por não conseguir novamente chegar ao título mundial.

Suicídio de adolescenteAs autoridades de Fuxin, em Liaoning, estão a investigar as razões que levaram uma adolescente de 16 anos a saltar para a morte do quinto andar de um edifício, indicou o “Liaoshen Evening News”. Antes de se suicidar, a jovem frequentou uma aula de orientação militar na sua escola, onde foi advertida pelo seu professor que a acusou de ser egoísta e ingrata, antes de exigir que os seus pais a levassem de volta para casa. A família da vítima está agora a acusar a escola de ser responsável pela sua morte, mas esta rejeita as acusações.

OMS Acção contra impacto de alterações climáticasFalando ontem na abertura da primeira Conferência Global sobre Alterações Climáticas e Saúde, em Genebra, na Suíça, Margaret Chan defendeu a necessidade de o sector da saúde “promover estratégias inteligentes em termos climáticos” visando reforçar a capacidade de adaptação dos sistemas de saúde aos riscos das alterações do clima. “A evidência é esmagadora: a mudança climática põe em risco a saúde humana. Soluções existem e precisamos agir de forma decisiva para mudar essa trajectória”, apelou a directora-geral da OMS durante o encontro em que participam 300 profissionais dos sectores da saúde e do ambiente.

Ucrânia Civisatingidos por artilharia no centro de DonetskVários civis morreram hoje vítimas do disparo de artilharia que atingiu a viatura em que seguiam na zona central de Donetsk, reportaram jornalistas da France Press que se encontram no local. O carro que seguia na Avenida Shevchenko foi atingido e incendiou-se, com os ocupantes no interior. De acordo com fontes da polícia, na viatura encontravam-se três pessoas e nenhuma sobreviveu ao impacto do tiro de artilharia, não tendo sido ainda conseguir apurar a identidade e a proveniência do disparo.

ComboiosMaior redede alta velocidadedo mundo

A China está a planear es-tender a todas as capitais

provinciais a sua rede ferroviá-ria de alta velocidade, a maior do mundo, com mais de 11.000 quilómetros de extensão, reve-lou um perito citado terça-feira num jornal oficial.

Exceptuando Lhasa (Tibe-te) e Urumqi (Xinjiang), no máximo, todas aquelas cidades ficarão então a oito horas de Pe-quim, a capital do país, precisou Wang Mengshu, da Academia de Engenharia da China.

O mesmo académico confir-mou ao Global Times a constru-ção de um túnel sob as águas do Golfo de Boahai, ligando Dalian a Yantai, no nordeste do país, que reduzirá de seis horas para apenas 40 minutos a viagem entre as duas cidades.

O túnel faz parte da rede de alta velocidade que ligará o nordeste da China à ilha de Hai-não, no sudoeste do país, numa extensão de 5.700 quilómetros e que atravessará onze províncias.

Actualmente, a linha Pe-quim-Cantão, inaugurada em Dezembro de 2012, é a mais longa do país, com 2.298 qui-lómetros. A viagem demora oito horas.

Pequim e Xangai, a “capital económica da China”, estão tam-bém ligadas pela alta velocidade, desde o verão de 2011.

A justiça francesa colo-cou sob investigação formal a directora--geral do Fundo Mo-

netário Internacional (FMI), Christine Lagarde, por alegada negligência num processo de indemnização do empresário Bernard Tapie, quando era mi-nistra das Finanças gaulesa.

Fonte próxima de Lagarde, citada por vários jornais france-ses, sustenta que a decisão tomada é “completamente infundada” e, por isso, vai recorrer dela.

O processo em causa procura esclarecer a forma como o empre-sário Bernard Tapie, um antigo ministro de François Miterrand e amigo do então presidente Nico-las Sarkozy, foi indemnizado por alegados prejuízos decorrentes da venda da companhia de artigos desportivos Adidas, onde detinha uma participação accionista, ao banco Crédit Lyonnais.

Então ministra das Finanças, em 2007, Christine Lagarde optou por recorrer a um tribunal arbitral em vez de deixar que o processo se-guisse o seu caminho nos tribunais comuns e os juízes ditaram que o Estado francês tinha que pagar 403 milhões de euros a Bernard Tapie.

E MBORA a venda de placenta humana seja considerada uma prática ilegal em Hong Kong, o jornal South China Morning Post

confirmou que, pelo menos três lojas, continuam a comercializar o produto, frequentemente em forma de biscoito. A mesma notícia avança ainda que são várias as farmácias e lojas de produtos tradicionais chineses que vendem placenta humana “por baixo da mesa”. Os preços do produto oscilam entre os 40 e 50 dólares de Hong Kong por cada dose e os 100 dólares de Hong Kong por tael – unidade de peso.

Um dos vendedores entrevistados pelo jornal de Hong Kong referiu o caso de uma actriz local. Sheila Suk-Ian foi citada por uma publicação de língua chinesa, dizendo que comer placenta humana era o seu segredo para uma pele cuidada. Alegadamente, Sheila referiu que experimentou a iguaria no continente e, embora tudo aparentasse ser muito desumano, acabou por comer o produto. Apenas um dos vendedores entrevistados pelo Sou-th China referiu que a placenta era proveniente de Hong Kong, sendo que os restantes se recusaram a responder.

Embora a venda de placenta humana tenha sido banida do continente em 2005, o mercado negro de uma sociedade obcecada pela imagem continua a ser caracterizado pelo mito de que a ingestão de placenta humana melhora o estado da compleição física. Actualmente e embora a placenta de seres humanos continue a ser comercializada de forma ilegal, é a de ovelha que mais saída tem, uma vez que se encontra legalizada.

GUARDAR PARA DEPOISHá mesmo quem acredite que a ingestão de placenta humana – própria ou de outrém – tem efeitos posi-tivos para o corpo humano em geral, em particular para as mulheres grávidas. No entanto, há não só a opção de comer o produto no imediato, como de o conservar para depois consumir, meses ou anos mais tarde. A notícia da publicação de Hong Kong avança mesmo que o processo de preserva-ção da placenta humana envolve a sua cozedura juntamente com outros ingredientes como limão, gengibre ou picante. De seguida, é desidratado, moído e colocado dentro de cápsulas.

O caso envolve, entre outros, o empresário Bernard Tapiee o ex- Presidente Nicolas Sarkozy, para além dos juízes que integraram o tribunal arbitral que decidiu a indemnização a Tapie

CASO TAPIE CHRISTINE LAGARDE SOB INVESTIGAÇÃO

Tudo muito boa gente

Esta opção provocou uma forte polémica em França, com acusações de que Nicolas Sarko-zy, que mantinha uma relação de amizade com Tapie, tinha pressionado a sua ministra das Finanças a favorecer o empre-sário. Por isso, a investigação é centrada, apenas, numa alegada negligência da agora directora--geral do FMI.

DEMISSÃO FORA DE QUESTÃODepois de ter estado na terça-feira a depor perante os magistrados, que decidiram retirar-lhe a con-dição de “testemunha assistida” e colocá-la sob investigação for-mal, Lagarde contestou a opção e negou que esteja a equacionar

a demissão do cargo que ocupa. Em declarações aos jornalistas referiu mesmo que esta quarta--feira iria viajar para Washing-ton, onde está a sede do FMI.

O facto de ter sido colocada sob investigação significa que os juízes entendem que existem indícios de um crime, embora nada garante que tal chegue a transformar-se numa acusação formal.

Para além de Lagarde, estão também a ser investigados os juízes que integraram o tribunal arbitral que decidiu a indemni-zação a Tapie e o próprio em-presário, além do antigo chefe de gabinete da antiga ministra das Finanças de França.

HONG KONG PLACENTA HUMANA À VENDA EM FORMA DE BISCOITO

A bolacha da juventude