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PUB EDFÍCIO PENG MENG STDM DÁ PRAZO DE UM ANO A INQUILINOS IDOSOS O objectivo é “desenvolver um projecto”. Ou seja, deitar abaixo um edifício de habitação para construir qualquer outra coisa, talvez relacionada com o Jogo. Mas o problema é que ali vive gente idosa, há mais de 30 anos, que não terá capacidade económica para arrendar outro espaço. Uma carta é quanto basta para destruir a vida de uma família. Sob o olhar atento do Governo. POLÍTICA PÁGINA 5 SOCIEDADE PÁGINA 8 Macau A cidade onde as pessoas não gostam de rir Sin Fong Quem é que mete a mão na massa? Para o olho da rua AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB 10 ANOS. AFINAL, O QUE É ISTO? REPORTAGEM PÁGINAS 2 E 3 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 TERÇA-FEIRA 22 DE ABRIL DE 2014 ANO XIII Nº 3074 hojemacau PÁGINA 6 COTAI BENFICA CAMPEÃO DE PORTUGAL. FALTA O RESTO VENHAM MAIS TRÊS CENTRAIS

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Hoje Macau N.º3074 de 22 de Abril de 2014.

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Page 1: Hoje Macau 22 ABR 2014 #3074

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EDFÍCIO PENG MENG STDM DÁ PRAZO DE UM ANO A INQUILINOS IDOSOS

O objectivo é “desenvolver um projecto”. Ou seja, deitar abaixo um edifício de habitação para construir qualquer outra coisa, talvez relacionada com o Jogo. Mas o problema é que ali vive gente idosa, há mais de 30 anos, que não terá capacidade económica para arrendar outro espaço. Uma carta é quanto basta para destruira vida de uma família. Sob o olhar atento do Governo.

POLÍTICA PÁGINA 5 SOCIEDADE PÁGINA 8

Macau A cidade onde as pessoas não gostam de rir

Sin Fong Quem é que mete a mão na massa?

Para o olho da ruaAGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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10 ANOS. AFINAL, O QUE É ISTO?

REPORTAGEM PÁGINAS 2 E 3

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 T E R Ç A - F E I R A 2 2 D E A B R I L D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 0 7 4

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acau

PÁGINA 6

COTAI

BENFICA CAMPEÃO DE PORTUGAL. FALTA O RESTO

VENHAM MAIS TRÊS CENTRAIS

Page 2: Hoje Macau 22 ABR 2014 #3074

FOTO

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ÓNIO

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CÃO

2 hoje macau terça-feira 22.4.2014COTAIA zona que hoje se conhece como sendo o Cotai, reinado do jogo e império de magnatas, era até ao início do novo milénio conhecido como Istmo. Este aterro, que fazia a ligação entre as duas ilhas da Taipa e de Coloane, começou a ser construído em 1968 e não demorou muito tempo para que o seu cenário urbano sofresse profundas alterações ao nível da construção. Actualmente, a zona que traça o perfil da Taipa até Coloane caracteriza-se por um aglomerado de cimento, ruído e iluminação, que conduz os grandes apostadores até às mesas e máquinas de jogo

DO ISTMO À STRIP. COTAI, AINDA EM FASE DE CONSOLIDAÇÃO, PERMANECE DESLIGADO DA CIDADE

Dez anos de multidão

LEONOR SÁ [email protected]

H OJE, a zona do Cotai Strip encontra-se ocupada por três grandes empresas e que incluem os grupos

Sands China, Melco Crown e Ga-laxy Entertainment Group. Sob a sua alçada estão hotéis como o She-raton, o Banyan Tree, o Venetian, o Four Seasons ou o Grand Hyatt.

Os três gigantes detêm, actual-mente, 45% do sector do jogo em Macau, sendo a Sociedade de Jogos de Macau (SJM), de Stanley Ho, responsável pelos restantes 55%. Só no início 2013, as três empre-sas localizadas no Cotai lucraram 77,5 mil milhões de patacas, ou

seja, mais 4% do que no mesmo período de 2012.

ADELSON, O VISIONÁRIOSheldon Adelson, magnata e filan-tropo norte-americano, foi quem deu início ao que viria a transformar Macau na “Las Vegas da Ásia”. Quando o Venetian fazia parte apenas do imaginário de muitos, já o magnata tinha grandes esperanças para aquele aterro. Em entrevista à Universidade de Wharton, afirmou que “na verdade, não temos com-petição ao mesmo nível, no que toca a resorts integrados. Temos competição ao nível dos casinos, mas mais valia abrirem uma grande caixa com um casino e nada mais”.

Em 2010, as receitas do jogo

em Macau ultrapassaram quatro vezes o recorde de lucros de Las Vegas, somando 55,9 mil milhões de patacas. Em 2013, o grupo Sands conseguiu, a título singular, receitas de 101,1 mil milhões de patacas. Foi em finais de 2005 que o Venetian Resort e Casino começou a ser erigi-do, para ser inaugurado em Agosto de 2008. É, até hoje, o maior hotel e casino do mundo, englobando uma área de 360 mil metros quadrados com 3 mil quartos, 4200 mesas e máquinas de jogo e dezenas de outras atracções como espaços de lazer e entretenimento.

No início do século XX, as três ilhas de Macau, Taipa e Coloane somavam apenas 11 quilómetros quadrados, mas a construção de

aterros de terra conquistada ao mar obrigou ao crescimento rápido e ex-ponencial da região. Actualmente, a RAEM tem 29 quilómetros de área total. O Cotai é, em grande parte, responsável pelo aumento significa-tivo de 18 quilómetros que a região sofreu ao longo do último século.

Quem cá anda há mais tempo relembra, com alguma nostalgia, o Macau de pré-2002, ano em que a Lei da Exclusividade entrou em vigor e pôs fim ao monopólio de Stanley Ho. A permissão de conces-sões de jogo a outras empresas pos-sibilitou que os sectores da indústria e da economia se desenvolvessem a passo de gigante, algo também im-pulsionado pela transição política do território, em 1999, não trouxe

JÁ NINGUÉM SE LEMBRA D’ISTMOAntes de 2005, ano da construção do primeiro casino do Cotai Strip, a ligação entre Coloane e a Taipa caracterizava-se por uma faixa de areia e alcatrão, destinada a peões e automóveis, sem que existisse qualquer construção a impedir as brincadeiras dos mais novos no então existente “passeio à beira-rio plantado”, onde era possível apreciar o ar livres e os espaços exteriores, actividades de lazer que deixaram de ser possíveis a partir de 2005. Cinco anos depois da viragem do século, o Istmo foi deixado para trás para dar lugar ao Cotai, conglomerado de casinos e resorts, onde o entretenimento é palavra chave e o ar puro não mais tem espaço para sobreviver. Há quem diga que os casinos, luxuosos e perfumados, acabaram por despersonalizar Macau enquanto região de fusão entre o Oriente e o Ocidente. O Istmo acabou por dar lugar a um infinito espectáculo de luzes e de multidões, quase parecendo querer roubar o mote de Nova Iorque, “a cidade que nunca dorme”.

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3 cotaihoje macau terça-feira 22.4.2014

DO ISTMO À STRIP. COTAI, AINDA EM FASE DE CONSOLIDAÇÃO, PERMANECE DESLIGADO DA CIDADE

Dez anos de multidãoapenas alterações ao nível social e governamental, mas sim à forma de ser e de viver dos seus cidadãos.

OS “TRÊS TÊS” E A POLÍTICADE DESENVOLVIMENTO DE MACAUTal como grande parte dos que lhe seguiram, também o projecto inicial de Lima Soares e da Profabril estava enquadrado na lógica dos “três tês”, termo utilizado por Virgínia Trigo num artigo da Revista Macau de 1995. A autora do artigo “As trian-gulações e a estratégia dos Três Tês” refere o potencial de Macau enquanto cidade “triplo tê”, cujo conceito “aparece como uma solução ade-quada a economias que, desprovidas de recursos naturais e de mercado interno, dispõem de uma localização privilegiada e se pretendem afirmar como pivots, placas distribuidoras na região”, desenvolvendo três grandes sectores: os transportes, as telecomu-nicações e o turismo.

Virgínia Trigo referia-se, ainda, ao desenvolvimento de turismo ecológico, afirmando que “os estudos efectuados no âmbito do Triplo--T apontam para a necessidade de promover o eco-turismo, sempre que se trate de salvaguardar, além de recursos naturais, recursos históricos e culturais” como única forma de per-mitir que Macau subsista enquanto plataforma de turismo sustentada.

Antes da construção do Vene-tian, o primeiro resort e casino do Cotai, Adelson acreditava que a sua estratégia de uma linha de casinos (“strip”) funcionaria em Macau, como forma de fomento turístico e de aumento das receitas da RAEM. Os números referentes à entrada de turistas no território – principal-mente do Continente – tem vindo a aumentar exponencialmente desde a inauguração do Venetian, confir-mando a tese de Adelson.

Em 2006, um ano antes da aber-tura deste casino, a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC) registou 21,9 mil milhões de entrada de turistas em Macau, nú-mero que contrasta com os mais 26,9 mil milhões que visitaram a RAEM em 2007, ano da sua inauguração.

Depois do Venetian, seguiram-se o Galaxy, o City of Dreams, o Four Seasons, o Sheraton (que continua em expansão) e o Hard Rock. O relatório da DSEC, relativo ao turismo em Macau, demonstra que só em 2013, entraram 29,3 mil milhões de pessoas no território, mais 7,4 mil milhões do que há oito anos atrás, antes da construção de Veneza em miniatura.

Os casinos situados na zona do antigo Istmo são espaços que enqua-dram múltiplas actividades e resorts, pelo que o negócio do jogo é apenas uma das muitas atracções que Macau oferece. No entanto é, sem dúvida, a maior de todas e a principal razão para o volume massivo de turistas desde há uma década atrás.

MAIS E MAIS HORROREmbora o volume anual de receitas e o crescimento económico façam

crer que o jogo é um dos principais benefícios da RAEM, são vários os especialistas que discordam. Ana Macedo e Couto, arquitecta portuguesa em Macau há quatro anos, afirma que “a mudança que Macau teve com a construção do Cotai foi completamente radical, alterando o aspecto paisagístico e urbano” da cidade.

A profissional da empresa Steelman fala de novos projectos pensados para Macau, como “mais coisas dedicadas a espectáculos e concertos, tal como tem o Ve-netian”, acrescentando que estes novos projectos deverão, ainda, “ter mais espaços dedicados à família, mais semelhantes a resorts de férias, mas sem a componente do jogo”. Neste momento, Ana Macedo e Couto considera que, para já e com esta “sociedade inteiramente dedi-cada ao jogo”, este modelo é pouco lucrativo. Sobre as consequências da construção no Cotai, diz que “ainda é capaz de ser muito cedo para perceber isso”.

A arquitecta defende que “faltam infra-estruturas de apoio ao turista mas, principalmente, ao cidadão de Macau”, sendo também preciso “reabilitar tudo o que temos de centro histórico e de património cultural”.

Daniel Yan, de momento envolvi-do no projecto do metro ligeiro, nas-ceu e cresceu em Macau tendo, por isso, a oportunidade de ver crescer o império do jogo. O jovem engenheiro acredita que o desenvolvimento de Macau não teria seguido o rumo actual sem a criação dos casinos, afirmando que “o início da cons-trução massiva de casinos na zona do Cotai representou, para Macau e para quem teve a possibilidade de visualizar esta mudança, uma nova era no crescimento económico e social nesta região”.

Yan acrescenta, ainda, que foi algo que trouxe consequências positivas para o território, tais como “inúmeros postos de trabalho, novas oportunidades, uma nova imagem de Macau que muita gente desco-nhecia”, acabando por “expor a ci-dade” aos “mercados internacionais do sector do turismo”.

Sobre as principais mudanças do modo de ser e de viver em Macau, Yan comenta que a “vivência das pessoas na cidade se alterou signi-ficativamente. O jogo proporcionou um ‘novo bem-estar’ para a popu-lação”, que somado ao crescimento dos investimentos e do sector do comércio, acabou por “beneficiar o mercado local”.

O engenheiro admite, no en-tanto, que a construção massiva no Cotai trouxe alguns efeitos negati-vos, como o custo de vida, que tem vindo a aumentar significativamen-te, sendo que “as rendas das casas superaram quaisquer expectativas esperadas, tornando-se pouco sus-tentável para muitas pessoas, que se encontram no território”, devido aos preços praticados.

Yan acredita que seria incom-

COTAI DO PAPEL À PRÁTICA:OS PRIMEIROS PASSOSAntes de 1999, havia vários planos e projectos previstos para o Cotai tendo-se criado, para o efeito, o GADA (Gabinete para o Apoio e Desenvolvimento dos Aterros), pensado para gerir todos os projectos do Cotai. O primeiro projecto para o Cotai, denominação que ganhou vida através da fusão entre o nome das duas ilhas da Taipa e Coloane, foi elaborado entre 1992 e 1994, pelo arquitecto Lima Soares e a empresa Profabril. Este projecto urbanístico incluía um conjunto de estruturas, dos quais a criação de uma linha ferroviária que deveria ligar Macau ao Continente, uma auto-estrada que ligaria Macau a Zhuhai e a Cantão e algumas zonas de apoio a actividades desportivas e sociais, bem como escritórios e áreas comerciais e residenciais. Este primeiro esboço passou à prática, mas cedo se percebeu que não teria viabilidade para ser finalizado. No final dos anos 90, o então aterro do Cotai apresentava uma série de infraestruturas básicas, como estradas e acessos de ligação àquele que viria a ser o actual aeroporto, mas nenhum dos empreendimentos inicialmente previstos. Entre 2000 e 2001, os arquitectos Luís Sá Machado e Eddie Wong e a Profabril fizeram a revisão do projecto inicial para aquela zona, requerida pela administração chinesa, já em funções. Esta segunda versão deveria manter as infra-estruturas básicas já construídas e converter os planos iniciais em hotéis e empreendimentos relacionados com a indústria do jogo, em virtude da entrada em vigor da Lei da Exclusividade, em 2002.

portável construir a universidade da Ilha da Montanha ou melhorar hospitais e escolas sem que a eco-nomia de Macau tivesse crescido, algo que só será possível depois da construção dos casinos do Cotai. Apesar de confessar que a cons-trução em Macau trouxe “vários obstáculos que terão que ser miti-gados e resolvidos gradualmente”, como “problemas com o trânsito” ou “o grande número de turistas”, o jovem macaense considera que a região “está no bom caminho”.

CASINOS OU BARBÁRIERita Leitão é licenciada em design de interiores e vive em Macau há pouco mais de um ano. Actualmen-te, trabalha no projecto Parisian, um dos próximos grandes empre-endimentos do Cotai Strip, com conclusão prevista para 2015/2016. A sua localização será perto do hotel Four Seasons e vai ser semelhante à conhecida Torre Eiffel, em Paris. A jovem designer não teve opor-tunidade de assistir às mudanças de Macau como Daniel Yan e, por isso, confessa que já não consegue imaginar Macau sem a linha de casinos que liga Taipa a Coloane.

Rita Leitão diz que “se não fosse pelos casinos de Macau, seria incapaz de ficar a viver cá”, acres-centando que “dão muito brilho à cidade, que precisa de novas infra--estruturas, mais modernas”. Sobre as alterações urbano-paisagísticas da cidade, a designer portuguesa responde que “gostava de ver muito mais espaços verdes, como jardins e parques”, embora não os substituís-se pelo império do jogo que tomou conta do território.

Rita Leitão, que está na equipa

de coordenação do Parisian, diz-nos que “o sector do jogo foi a aposta certa para Macau, embora talvez pudessem ter sido criadas outro tipo de estruturas no campo cultura e do património, por exemplo”. À recém-chegada alfacinha, Macau é uma cidade que peca pela falta de embelezamento e “todas as casas velhas e em declínio deviam ser restauradas, para dar uma nova aparência visual” à região, hoje em dia tão procurada por turistas de todo o mundo.

Tal como Daniel, também Rita consideram que, na generalidade, a construção de casinos do Cotai representou uma aposta positiva do Governo na resolução de vá-rias questões e que veio acelerar a economia local, dando a conhecer Macau ao mundo e colocando-o no mapa, algo que, de acordo com a designer do Parisian, “seria com-plicado de acontecer por outra via”.

Hoje em dia, Macau parece re-mar cada vez mais ao encontro dos esboços teóricos de Virgínia Trigo. Esta zona, inicialmente sem recur-sos próprios, está a experienciar um crescimento económico brutal, tudo graças ao desenvolvimento do sector do jogo e, de certa forma, à construção de todos os casinos que hoje dão forma, nome e posição à RAEM.

No entanto, será que esta região poderia ter sobrevivido e triunfado de outra forma? Será que esta região, presa no meio dos verdadeiros gigan-tes da selva asiática, se teria tornado no “paraíso” económico que é hoje em dia, sem a instauração de todos os hotéis e casinos pelos quais é hoje (re)conhecida? Talvez sim. Ou talvez o verdadeiro triunfo se tenha ficado

por um daqueles esboços iniciais, antes de se descobrir o potencial da RAEM como cidade “triplo tê”.

VERDE QUE TE QUERO VERDEDevin Wilhelm é empresário e mú-sico, reside em Macau há 12 anos e explica o desenvolvimento do Cotai de uma perspectiva diferente de Daniel e Rita. Para o empresário norte-americano, os casinos vieram absorver grande parte das zonas verdes e de ar livre que existiam em Macau durante a sua infância. “Uma das coisas de que me lembro é de andar de bicicleta antes da cons-trução dos casinos. Naquela altura, era possível alugar uma bicicleta e passear até Coloane”. Devin la-menta, ainda, o facto da construção massiva da Taipa e do Cotai estar a entrar pela ilha de Coloane dentro, roubando a Macau o seu último e derradeiro pulmão verde.

Relativamente ao modo de vida numa RAEM pós-Cotai, Devin comenta que nem sabe por onde co-meçar, mas continua, dizendo que “o preço da habitação na Taipa aumentou brutalmente, o tráfego ficou muito pior e a construção é uma constante”.

“Depende da perspectiva”, res-ponde Devin, quando questionado sobre o efeito dos casino na vida actual das gentes de Macau. “Se estivermos a falar de pessoas que estão a trabalhar nos casinos, a sua construção foi algo positivo mas, na minha opinião, sinto que faltam espaços verdes exteriores”.

De acordo com Devin, “o Ist-mo não era a zona mais bonita” da região, mas o desenvolvimento desenfreado de casinos “tornou a paisagem horrível”, além de ser um aspecto “negativo para o ambiente e para o cenário paisagístico”.

Rita acredita que a península de Macau poderia beneficiar com a restauração e o embelezamento de alguns dos prédios de habitação, que “são velhos e desactualizados”. Contudo, considera que o Cotai é “a alma” de Macau. Mesmo cons-ciente de que os espaços verdes e os passeios de bicicleta são cada vez mais escassos, Devin acredita que “seria óptimo que existis-sem mais actividades exteriores, eventualmente patrocinadas pelas grandes empresas, como o Venetian. Podiam, ainda, criar mais arenas de espectáculos e concertos”, defen-dendo que estes empreendimentos têm espaço, “agora só falta saberem como utilizá-lo”. Sobre os eventos realizados hoje em dia, o empresário e músico aponta o Carnivale do Venetian, que acabou no passado dia 13, como um dos eventos a ter em conta. “Há algumas coisas a acontecer, mas havia espaço para acontecerem muito mais”.

Ainda assim, nem tudo é mau. Tal como Rita e Daniel, também Devin confessa que o fim do monopólio do jogo trouxe várias vantagens ao nível económico, criando mais postos de trabalho e um grande volume de turismo.

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hoje macau terça-feira 22.4.20144 POLÍTICA

JOANA [email protected]

A INDA decorre em tribunal o processo que co-loca a família de

uma vítima de afogamento contra a empresa Surf Hong, sendo que, oito anos depois ainda não há qualquer deci-são do tribunal. Isso mesmo foi dito por José Tavares, presidente substituto do Ins-tituto do Desporto (ID), em resposta a uma interpelação escrita de Chan Meng Kam, onde o responsável explica ainda que a empresa é a única a prestar serviços de salva-vidas.

No início de Março, o deputado colocou em causa a concessão pública feita à empresa, que presta serviço de salva-vidas, por esta ter estado envolvida na morte de uma mulher nas piscinas do Carmo, na Taipa. O incidente que resultou na morte de uma professora aconteceria um ano depois da adjudicação do serviço à Surf Hong, devido ao atraso no salvamento.

A 6 de Julho de 2012 uma sentença do Tribunal Judi-cial de Base (TJB) decretou que, tanto a empresa, como o Governo da RAEM têm res-ponsabilidades na morte da

O Gabinete de Comunicação Social de Macau (GCS) espera ter concluída a

revisão da Lei de Imprensa até ao final do primeiro semestre, afirmou o director do organismo, Victor Chan.

Actualmente, o GCS está a preparar os documentos adminis-trativos para a revisão da Lei de Imprensa, que seguirão para os serviços jurídicos e para o Con-

PISCINAS SURF HONG É A ÚNICA A CONCORRER PARA SERVIÇOS DE SALVA-VIDAS, DIZ GOVERNO A CHAN MENG KAM

Processo de afogamento ainda em tribunal

“Se a empresa não consegue garantir a segurança dos clientes, não desempenha bem a sua função”CHAN MENG KAM

REVISÃO DA LEI DE IMPRENSA PRONTA DAQUI A DOIS MESES

Sem data para entrar na AL

professora e ambos precisam de pagar aos familiares da falecida cerca de 3,5 milhões de patacas, mais juros. Sem esquecer isso, Chan Meng Kam queria que o Governo desse explicações ao público

sobre o que levou o Execu-tivo a conceder o serviço novamente à Surf Hong.

Na resposta, além de dizer que foi tudo feito de acordo com procedimentos legais, José Tavares explica a

decisão. “O concurso apenas contou com a proposta de um único concorrente, pelo que, após a apreciação efectuada pela Comissão de aprecia-ção de propostas, foram adjudicados os respectivos serviços ao concorrente por considerar que a proposta apresentada satisfazia os requisitos exigidos.”

GOVERNO ATENTOA Surf Hong é a responsável pelos salvamentos em todas

as piscinas pertencentes ao ID, algo com que Chan Meng Kam diz não concordar. “Se a empresa não consegue garantir a segurança dos clientes, não desempenha bem a sua função”, escre-veu na interpelação, onde acrescentou que o Governo deveria fiscalizar mais este tipo de empresas.

José Tavares diz que o Governo não esquece isso e adianta que, em 2008, foi mesmo feita uma revisão

à forma como se salvam vidas nas piscinas locais. “O ID tem estado sempre atento ao mecanismo de fiscalização dos serviços de salvamento, pelo que, em 2008, solicitou apoio da equipa de especialistas para proceder à avaliação e ao fornecimento de opi-niões sobre o controlo dos serviços de salvamento em Macau.” A ideia, diz o presidente, é melhorar a supervisão dos nadadores--salvadores e reforçar as exigências às empresas a concurso público. José Ta-vares não explica, contudo, se esses requisitos foram reforçados.

Ao mesmo tempo, o responsável não responde se o Governo vai ou não aplicar multas à empresa por não cumprir as fun-ções descritas no contrato – avaliado em 29 milhões de patacas – até porque “o processo judicial sobre o incidente ocorrido nas pis-cinas do Carmo continua a corer os seus termos em tribunal, não havendo ainda uma decisão final até ao momento”. Isto mostra que houve recurso de uma das partes, sendo que não terá havido concordância com a decisão do TJB.

selho Executivo, afirmou Victor Chan na apresentação do relatório da consulta pública da proposta de revisão da Lei de Imprensa, realizada entre 23 de Setembro e 25 de Outubro de 2013.

O diploma seguirá posterior-mente para a Assembleia Legis-lativa, não tendo sido avançada data para essa fase.

A proposta de revisão da Lei de Imprensa prevê a revogação

sobre os artigos sobre o Conselho de Imprensa e o Estatuto dos Jornalistas,

“cuja criação até hoje não aconteceu por falta de con-

senso no seio do setor da comunicação social”, refere a nota justificativa.

Em 2012, Vic-tor Chan justificava

a retirada da lei do Conselho de Imprensa e

do Estatuto do Jornalista com a necessidade do sector

da comunicação social em Ma-

distribuídos em seis capítulos, contra os 61 artigos em sete capítulos actuais da lei em vigor há mais de 20 anos.

Fora do âmbito da revisão ficou, para já, a lei relativa à ra-diodifusão dado que tem vários aspetos técnicos a ponderar e não se mostra tão urgente como a Lei de Imprensa, segundo o Governo. - Lusa

cau se auto-regular, como fazem outras profissões.

Outro artigo que marcou a dis-cussão foi o relativo à liberdade de acesso às fontes de informa-às fontes de informa- fontes de informa-ção, tendo o director do GCS reiterado que na Lei de Imprensa não há nenhuma disposição que regule o conteúdo que é divul-gado. «Não é a Lei de Imprensa que vai regular qual o conteúdo que vai ser ou não divulgado», sublinhou.

A revisão da Lei da Imprensa de Macau vai ainda retirar o agra-vamento de «até um terço» em vigor para crimes de liberdade de imprensa praticados por jor-nalistas, que passam a ser punidos com a lei penal.

A proposta de re-visão tem 46 artigos

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hoje macau terça-feira 22.4.2014

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

5 política

A Smiling Report coloca a RAEM no penúltimo lugar na classificação dos que mais sorriem por esse mundo fora

CECIL IA L IN [email protected]

M ACAU sorri, mas pouco e isso preocupa Mak Soi Kun. O deputado

escreveu ontem uma interpelação ao Governo onde põe em causa o nível de qualidade do atendimen-to dos serviços públicos.

De acordo com um relatório que mede a média de sorrisos por países e regiões – a Smiling Re-port -, Macau está em penúltimo lugar entre 37 locais. Ora, se a média mundial é de 83 pontos – com a Polónia em primeiro lugar, atingindo 96 pontos -, a RAEM só fica atrás da Coreia do Sul, obtendo apenas 63 pontos.

O assunto pode parecer menos importante, mas não para Mak Soi Kun. O deputado

Aperfeiçoamento Programa mais simples

A segunda fase do Programa de Desenvolvimento e Aperfeiço-

amento Contínuo vai ser anunciada esta semana e terá menos burocracia. De acordo com a edição de ontem do jornal Ou Mun, em Maio, o Governo vai começar a receber os pedidos das instalações educativas interessadas em ser parte do programa e em Junho serão apresentados os cursos para os cidadãos que se queiram candidatar. Só no dia 1de Julho começam oficial-mente os cursos.

A Direcção dos Serviços de Edu-cação e Juventude (DSEJ) tinha dito inicialmente que iria publicar o novo programa em Abril, mas mudou agora as datas, até porque, de acordo com o jornal, há novos regulamentos admi-nistrativos que vão entrar em vigor no final do mês. O chefe de Divisão de Extensão Educativa da DSEJ, Kong Ngai, disse que, na segunda fase do programa, vão ser cortados os processos administrativos, de forma a facilitar a vida aos cidadãos. Os residentes também podem frequen-tar cursos fora de Macau através da internet, assegura a DSEJ, que diz que, através da cooperação com a Polícia Judiciária e os outros depar-tamentos, consegue-se bem combater violações. - C.L.

“Com tantas questões na vida, como é que os residentes conseguem sorrir?” MAK SOI KUN

MACAU SORRI POUCO, PIOR SÓ A COREIA DO SUL

Mas vamos rir de quê?

considera que o relatório mostra que os residentes de Macau sor-riem pouco, porque as questões sociais, por exemplo, a falta de lugares de estacionamento, os serviços médicos, a falta de habitação suficiente, as rendas altas e a dificuldade das pequenas e médias empresas, faz baixar o índice de felicidade dos locais, tornando, assim, difícil às pes-soas que mostrem o seu sorriso.

“Os dados mostram que o

terceiro sector (sector dos serviços) de Macau ocupa 93,8% no PIB de Macau. Com uma classificação de sorriso tão baixa, como é que o sector dos serviços pode ter uma proporção tão importante no PIB? Isto resulta de problemas individuais ou de problemas do Governo?”, questiona o deputado.

Mak Soi Kun diz ainda que está preocupado com a má qualidade de serviços prestados aos turistas, uma vez que, diz, o facto de não sorrirem vai influenciar a imagem da RAEM como centro mundial de turismo e lazer. “O Executivo já reparou na urgência desta questão? Há qualquer medida particular para resolver a dificuldade de sorrir no atendimento dos serviços?”

O deputado cita ainda opiniões de especialistas, que dizem que, “quando os residentes não têm de se preocupar com questões sociais e materiais”, conseguem ter possi-bilidade e tempo para melhorar e enriquecer a sua vida pessoal. “Com tantas questões na vida, como é que os residentes conseguem sorrir?”, pergunta o deputado, instando o Governo a reagir às questões.

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hoje macau terça-feira 22.4.20146 SOCIEDADE

Os arrendatários do edifício Peng Meng, em Toi San, receberam cartas da STDM a dizer que tinham de deixar as suas casas. A empresa já veio dizer que, afinal, podem ficar mais um ano no prédio, mas os moradores, a maioria idosos, receiam pelo seu futuro

ANDREIA SOFIA [email protected]

CECÍLIA L INcecí[email protected]

“E STAMOS preocupados se, um dia, vamos ficar desalojados”. Os re-ceios da senhora Leong

são iguais aos dos restantes mora-dores dos cinco pisos do edifício Peng Meng, na rua central de Toi San. Moradora no prédio desde 1965, a senhora Leong, tal como os seus vizinhos, recebeu em 2012 uma carta da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) a informar que tinham de deixar as suas casas, porque os Serviços de Obras Públicas e Transportes (DS-SOPT) queriam ali desenvolver um projecto naquele terreno.

Segundo as cartas analisadas pelo HM, a data limite para deixarem as suas casas era de 31 de Outubro de 2012. Antes disso, os moradores voltaram a receber uma segunda carta, onde eram informados que,

STDM EMPRESA ENVIOU CARTAS A MORADORES PARA DEIXAREM CASAS

Alice ainda mora aquiafinal, o Governo tinha suspenso o projecto “sem um calendário definido”. O acordo com a empresa de Stanley Ho foi provisório: os moradores podiam ficar nas casas, mas apenas por mais um ano.

Actualmente, não sabem o que o futuro lhes reserva. “Já arrenda-mos esta casa há cerca de 30 ou 40 anos. É muito difícil encontrar uma solução para o problema, porque os preços das casas estão muito altos”, conta ao HM a senhora Lo.

O senhor Wong não vê outra alternativa se não sair do espaço onde mora desde sempre. “Não tenho es-colha, não tenho poder. Isto pertence aos casinos, os membros da STDM é que decidem, ou o Governo.”

E pede uma compensação mo-netária. “Estão a tentar tirar-nos daqui sem nos pagar nada. Só nos dão uma carta que diz para irmos embora, sem nenhum pagamento. É muito injusto para nós. Têm de nos dar um sitio para estar, se não vamos ficar sem um lugar para fi-car. O Governo não nos vai aceitar.”

“Não temos a certeza se vamos ter a compensação, e os mora-dores aqui são todos idosos, vai ser muito difícil”, disseram os moradores ao HM.

GOVERNO NÃO SABIA DAS CARTAS Assim que receberam as cartas, os moradores pediram ajuda ao depu-tado Chan Meng Kam. Chan Tak Seng, seu parceiro político e vice--presidente da Aliança do Povo de Instituição de Macau, acompanhou o caso de perto. Ao HM, o responsável garante que a DSSOPT nunca teve um projecto concreto para aquele terreno, tendo apenas levantado essa possibilidade de forma infor-mal. Mas a STDM terá enviado de imediato as cartas aos moradores.

“A Aliança do Povo de Ins-tituição de Macau realizou uma reunião com Jaime Carion (di-rector da DSSOPT) e a sua vice--directora, Chan Pou Ha. Aí eles disseram que não tinham nenhum plano concreto para desenvolver o terreno”, esclarece ao HM. Se-gundo Chan Tak Seng, o director da DSSOPT não sabia sequer que tinham sido enviadas cartas aos moradores, tendo confirmado que o projecto foi falado de forma “informal”.

A indefinição do futuro é, assim, grande para os lados de Toi San. O edifício, para além de ser antigo, sofre as consequências das obras da habitação pública de Toi San, sendo visíveis as grandes fendas nas pare-des, à semelhança do que acontece no edifício dos funcionários públi-cos, do lado de lá. Quanto às obras da habitação pública permanecem paradas, tendo o Gabinete de De-senvolvimento de Infra-estruturas (GDI) garantido em Janeiro que o projecto está “em reestruração”.

Nos anos 60 a STDM decidiu desenvolver um projecto na zona do ZAPE e transferiu então os mo-radores para o edifício Peng Meng. “Tiraram-nos do ZAPE para aqui, porquê? Têm de nos dar um sítio para estar, se não vamos ficar sem um lugar para ficar. Se este edifício for destruído, onde vamos morar?”, receia o senhor Wong.

As rendas ainda são baixas, na ordem das quatro patacas. Mas com a morte dos primeiros arrendatários a empresa decidiu renovar alguns contratos e subir as rendas para 100, 200 ou 400 patacas. Mas os morado-res sabem que, se um dia saírem de Peng Meng, as dificuldades vão ser maiores, devido às elevadas rendas.

“Agora temos filhos e há mais pessoas em casa. Não me importo que nos dêem uma casa do mesmo tamanho, não podemos é ficar na rua”, refere a senhora Wu.

Chan Tak Seng pouco sabe sobre a questão dos contratos de arrendamento. “Sei que o edifício é uma compensação para os antigos moradores do ZAPE, e sei que al-gumas casas passaram para outras pessoas. Então a STDM pensou em aumentar as rendas ou ficar com o prédio. Mas isso já é uma questão da empresa.”

STDM

“Estão a tentar tirar-nos daqui sem nos pagar nada. Só nos dão uma carta que diz para irmos embora, sem nenhum pagamento. É muito injusto para nós”WONG Morador do edifícioPeng Meng

“Já arrendamos esta casa há cerca de 30 ou 40 anos. É muito difícil encontrar uma solução para o problema, porque os preços das casas estão muito altos”LO Moradora do edifícioPeng Meng

Mudanças climáticas alteram águaAs origens do mau sabor da água canalizada sentido nos últimos dias deve-se às mudanças na meteorologia. Em comunicado, a Macau Water, empresa responsável pelo fornecimento, afirma que entrou em contacto imediato com a Direcção dos Serviços Marítimos e da Água (DSMA), tendo sido tomadas medidas para “diminuir o impacto”. “Foi feito um ajustamento ao processo de tratamento da água por forma a remover o odor desagradável”, sendo que, com base em testes feitos em laboratório, “a qualidade da água não foi afectada, tendo sido mantidos os padrões de higiene e qualidade”.

Sobem empréstimos para habitação Os novos empréstimos hipotecários para habitação aprovados pelos bancos de Macau atingiram 2,5 mil milhões de patacas em Fevereiro, mais 24,2% face ao período homólogo de 2013, indicam dados oficiais divulgados na semana passada. De acordo com as estatísticas publicadas pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), em termos mensais, verificou-se uma diminuição de 41,7%. Do total, 98% foram concedidos a residentes. Já os novos empréstimos comerciais para a actividade imobiliária aprovados pela banca local ascenderam a 7,5 mil milhões de patacas, reflectindo aumentos de 36,1% e 1,8%, em termos mensais e anuais, respectivamente. No final de Fevereiro, o saldo bruto dos empréstimos hipotecários para habitação foi de 122,3 mil milhões de patacas, mais 1% face ao mês anterior e mais 23,5% comparativamente ao período homólogo do ano passado. A mesma tendência verificou-se ao nível dos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias, cujo saldo bruto aumentou 2,6% face a Janeiro e 24,3% em relação a Fevereiro de 2013, fixando-se em 90,6 mil milhões de patacas, indica a AMCM. - Lusa

Dois detidos por tráfico de drogaForam detidos, no passado dia 11, dois indivíduos de Hong Kong por tráfico de droga. De acordo com as autoridades de Macau, os suspeitos, de 29 e 35 anos de idade, foram interceptados dentro de um automóvel, na posse de 1,4 gramas de ketamina. No quarto de hotel de um dos alegados culpados foram encontrados, ainda, 30 gramas de ketamina, cocaína, e utensílios para venda e consumo de droga. Após análise das provas, o responsável pelo processo considerou que haviam fortes indícios de crime de tráfico de droga, pelo que o juiz aceitou aplicar a prisão preventiva.

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hoje macau terça-feira 22.4.2014 7 sociedade

JOANA [email protected]

M AIS dinheiro a entrar, mas também mais a sair. É esta a princi-pal conclusão de um

inquérito sobre os orçamentos mensais feito aos agregados fami-liares de Macau.

Dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC) mostram que as despesas mensais das famílias do território – que aumen-taram em mais de 13 mil comparati-vamente a 2007/2008 – totalizou 5,2 mil milhões de patacas, um aumento de 68,5%. A despesa média mensal em consumo por agregado familiar chegou quase às 29.200 patacas, uma subida real de 27,1%, em compara-ção com a despesa observada em 2007/08, a última vez que foi feito um inquérito do género.

Além da alimentação – que inclui também as bebidas -, os preços das casas e dos combustí-veis ajudou em muito a subida das despesas das famílias, sendo que mais de metade do dinheiro foi alocado nestas áreas. “Totalizou 51,4%, ou seja aumentou 2,8%, comparativamente ao último inqué-rito. Salienta-se que a proporção de produtos alimentares e bebidas não

A S obras de constru-ção do Metro Ligeiro junto à avenida pa-

norâmica do lago Sai Van estão a avançar a bom ritmo, devendo o fluxo do trânsito voltar à normalidade antes do dia 1 de Maio. A garantia foi dada pelo Gabinete para as Infra-estruturas de Trans-portes (GIT), através de um comunicado.

“Com a entrada na última fase dos trabalhos do desvio da rede de drenagem na avenida panorâmica do lago Sai Van, junto ao terminal da Barra, o empreiteiro está a acelerar a execução da obra para concluir os mesmos dentro do prazo previsto.”

O GIT adianta ainda que “continuará a fiscalizar rigorosamente o empreiteiro para serem concluídas as

Pode ser uma das principais culpadas pelas despesas das famílias de Macau, mas a habitação ajuda quem tem propriedades a receber dinheiro. O inquérito aos orçamentos familiares mostra subidas tanto nas despesas, como nas receitas, numa altura em que há mais de 13 mil famílias do que havia há seis anos

AGREGADOS FAMILIARES TÊM MAIS DESPESAS, MAS TAMBÉM MAIS RECEITAS

Habitação é pau de dois bicos

alcoólicas (25,7%) caiu 1,9 pontos percentuais, contrastando com a habitação e combustíveis, cuja proporção subiu acentuadamente de 4,7% , para 25,7%, devido à ascensão dos preços dos imóveis.”

A maioria das famílias de Ma-cau – 86% do total – reside em fracções privadas, enquanto que 14% é residente em habitações do Governo, sociais ou económicas.

TRABALHO E RENDASAJUDAM NAS RECEITASMas, as despesas não são a única coisa que sobe nos agregados fami-liares de Macau. Também as recei-tas, avança a DSEC, “registaram

um sólido aumento” – 45,2% de subida face aos anos de 2007/2008. A DSEC atribuiu estes aumentos nos rendimentos ao crescimento económico do território, mas a recente taxa de desemprego em Macau – que chegou a 1,7% - mos-tra que o trabalho é a principal fonte de receitas das famílias, ainda que haja outras. “Os rendimentos do emprego foram a origem principal da receita dos agregados familia-res, correspondendo a 73,4% do total. Seguiram-se os rendimentos de propriedade /14,6%) e de trans-ferências monetárias (12%).

Nos últimos cinco anos foi notável o aumento da proporção

das transferências monetárias, que passou de 9,8% para 12,%, devido ao incremento da assistência social e dos subsídios distribuídos pelo Governo.” Os aumentos das rendas das casas fizeram sorrir também quem tem propriedades a arrendar, até porque essa subida contribuiu para um crescimento real de 75,4% nos rendimentos de propriedade.

Entre 2012 e 2013, cada fa-mília de Macau tinha disponível uma média mensal de 39.545 patacas, mais 54,3% do que nos anos anteriores comparados no estudo. Ainda assim, há agregados familiares que ainda têm menos de 30 mil patacas em receitas mensais

– cerca de 39,3% -, um número que, contudo, desceu quase 20%. “Destes, a proporção de agregados familiares com receita inferior a 15 mil patacas baixou 9,8 pontos percentuais, sendo de 14,6%.” Cerca de 31% das famílias recebem também mais de 50 mil patacas por mês, representando este número um aumento de 16%.

No geral, as receitas calcula-ram-se em menor número do que as despesas de consumo. Entre 2012 e o ano passado, o número total de agregados familiares registado no território foi de 181.074, o que representa um acréscimo de 13.887 em relação a 2007/2008.

GIT DIZ QUE OBRAS VÃO ESTAR CONCLUÍDAS NOS PRAZOS PREVISTOS

Metro avança na zona do lago Sai Vanrespectivas obras dentro do prazo previsto, esperando que seja recuperada a dis-posição normal do trânsito na mesma avenida antes da semana dourada do dia 1 de Maio”.

O organismo confirma que foi feito um pedido oficial para acelerar os trabalhos de construção do projecto devido ao facto da “avenida panorâmica do lago Sai Van é uma das vias principais” e para “reduzir o mais possível o prazo da construção para minimizar o impacto ao trânsito daquela zona”.

“A conclusão da nova rede de drenagem não só facilitará o desenvolvimento da obra relativa ao centro modal de transportes da Barra”, defende o GIT,

“como também aumentará a saída da rede de drenagem daquela zona”.

O organismo garante, no futuro, “aperfeiçoar e melhorar os trabalhos de construção para minimizar o

impacto da obra ao ambiente adjacente”.

COMBOIOS JÁ ESTÃOA SER PRODUZIDOSEntretanto, um outro co-municado do GIT confirma

que os comboios do Metro Ligeiro já entraram na fase de produção em série na fábrica, tendo, até ao momento, sido montadas 60 carruagens de um total de 110 que irão compor o

novo sistema de transporte público.

O GIT garante envidar todos os esforços no sentido de garantir a qualidade do projecto, enviando “pe-riodicamente o pessoal à fábrica para a inspecção e verificação da qualidade”. O fornecedor envia tam-bém relatórios periódicos ao GIT.

Apesar disso, o Governo contratou ainda “uma en-tidade internacionalmente reconhecida” que ficará encarregue da “inspecção da segurança independente do Metro Ligeiro”. Esta entidade irá “apreciar não só o projecto e fabrico dos comboios e sistemas, como também dos proces-sos de ensaios realizados pelo fornecedor, emitindo pareceres profissionais e independentes”. Tudo para garantir que “os comboios e sistemas satisfaçam as exigências de segurança nas diversas fases”.

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8 sociedade hoje macau terça-feira 22.4.2014

CECÍLIA L [email protected]

O membro do Conselho Executivo (CE), Peter Lam disse ontem no programa Call In

Macau, do canal chinês da Rádio Macau, que Ho Weng Pio, sócio da empresa e construtor do Sin Fong Garden, não vai gerir pessoalmente o empréstimo de 210 milhões de patacas para a reconstrução do prédio em ruínas, apesar de ser um dos sócios da Macau Empresa Social Ltd. Peter Lam, um dos sócios, garantiu que o dinheiro será gerido em conjunto por essa entidade.

“O assunto é da responsabilida-de do grupo que trata dos assuntos da construção e que pertence à empresa. Esse grupo, no qual participo, nunca negociou com o senhor Ho Weng Pio”, disse Peter Lam à rádio. “De certeza que (Ho Weng Pio) não se vai envolver no assunto”, acrescentou.

O empréstimo sem juros,

LEONOR SÁ [email protected]

É a segunda vez este ano que o Governo proíbe a venda e a importação de aves por 21

dias. Esta medida de prevenção foi imposta depois da descoberta de mais um lote de aves conta-minadas, desta vez no Mercado Provisório do Patane. Depois das análises, o Instituto para os Assun-tos Cívicos e Municipais (IACM) procedeu à limpeza e desinfecção dos mercados municipais, bem como do mercado abastecedor de Nam Yue.

No entanto, a Associação de Negociantes de Aves Domésticas (ANAD) alega que o lote conta-minado já havia sido vendido três dias antes, acusando o Governo de abater animais de capoeira saudá-veis. Leong Meng Lap, da ANAD, disse à TDM que “estão a matar as inocentes”. O lote contaminado datava de quarta-feira, mas as aves abatidas eram provenientes

Quatro suspeitosem caso de sequestroQuatro pessoas foram acusadas pelo Ministério Público (MP) por “fortes indícios” da prática do crime de sequestro, coacção, roubo e detenção de armas proibidas. Os suspeitos, dois residentes de Hong Kong e dois de Macau, estão agora obrigados a apresentarem-se periodicamente às autoridades e proibidos de qualquer contacto com as vítimas. Segundo um comunicado do MP, “no dia 10 de Abril, a polícia chegou a um hotel da Taipa depois de ter recebido uma informação para livrar quatro vítimas encarceradas por quatro suspeitos. No dia 6 de Abril, a vítima, de apelido Song, chegou a Macau ilegalmente para turismo e jogo. Song devia empréstimos na China, e os quatro suspeitos foram cobrar o montante para o credor de Song”. Posteriormente, “os suspeitos encarceraram Song e mais três vítimas num quarto de hotel, usaram o bastão, armas eléctricas e outras armas para ameaçar as vítimas. Obrigaram-nas a fornecer os documentos de identificação, dinheiro e cartões do banco”. O caso já foi entregue à Polícia Judiciária para mais investigações.

MORADORES REÚNEM EM ASSEMBLEIA DIA 4 DE MAIO A assembleia de condóminos do edifício Sin Fong Garden deverá reunir no próximo dia 4 de Maio. Wong Man Sang, responsável pelo grupo de condóminos, confirmou que já todas as convocatórias foram entregues, à excepção de dois proprietários. Outro proprietário, de apelido Sou, já tinha afirmado que não queria receber essa convocatória. Contudo, se não se conseguir confirmar que todos os proprietários receberam a carta, a assembleia não se poderá realizar. Na assembleia-geral os moradores deverão discutir qual a melhor maneira de levar a cabo o processo ou recuperar o dinheiro ao responsável.

VENDA E IMPORTAÇÃO DE AVES É SUSPENSA PELA SEGUNDA VEZ ESTE ANO

Será que “estão a matar as inocentes”?

PETER LAM DISSE QUE HO WENG PIO NÃO ESTÁ ENVOLVIDO NO EMPRÉSTIMO

Empresa social gere dinheiropara reconstruir Sin Fong Garden

cedido pelo empresário António Ferreira e um grupo de amigos, juntamente com financiamento da Associação de Conterrâneos de Jiangmen e o apoio da Associação de Beneficência de Tong Sin Tong,

será gerido pela Macau Empresa Social Ltd.

Peter Lam confirmou que vão ser publicados relatórios sobre as despesas, a situação de recrutamen-to nas obras e ainda os pequenos

proprietários que participem nes-ses trabalhos.

DEPUTADOS OPINARAMO deputado Ng Kuok Cheong participou no mesmo programa e disse que os moradores, quando anunciaram que não iam processar o empresário responsável pela construção, na verdade pretendem pressionar o Governo. Tudo para que este esclareça se a lei vai difi-cultar o processo de reconstrução do edifício e apresente soluções.

Ng Kuok Cheong disse também

não concordar que a comissão da Assembleia Legislativa (AL) tenha cancelado a reunião sobre o caso, além de que Ho Ion Sang, deputado e presidente dessa comissão, terá cancelado o encontro sem avisar os restantes membros.

Para Ng Kuok Cheong, a reu-nião não só deveria ter acontecido como deveria ter sido difundida junto dos meios de comunicação social. Tudo porque “este não é um caso qualquer, mas sim catastrófi-co. Tem de haver uma razão para se ter cancelado a reunião”. Ho Ion Sang entretanto já explicou que o encontro foi cancelado devido à publicação do segundo relatório de avaliação do Sin Fong Garden.

A deputada Kwan Tsui Hang falou à imprensa chinesa defen-dendo que Ho Weng Pio deveria pedir desculpas publicamente. “É o mínimo que se pode exigir. Até agora ninguém admitiu responsa-bilidades, como é que é possível? O público aceita? Eu, pelo menos, não aceito.”

de um lote que havia chegou dois dias depois e que “tinha passado no teste da gripe aviária pelas 15 horas”.

Lok Iek Long, da Associa-ção de Médicos Voluntários de Macau, disse que o abate é a melhor medida de prevenção, pois as fezes e segregações das aves também podem contaminar. Lok confirmou, em declarações à TDM, que “o vírus não mostra sintomas óbvios [...] por isso é difícil saber se estão infectadas, ou não, por mera observação”.

Este novo caso preocupa a população, mas principalmente os comerciantes, que afirmam estar a ser prejudicados. A ANAD pediu um aumento de 30% nas ajudas financeiras do Governo, adiantando que o IACM já pro-meteu conceder mais assistência monetária, desconhecendo-se ainda o valor.

Como medida de prevenção de contaminação, o IACM organizou um workshop de sensibilização

para os técnicos de saúde pública de Macau intitulado “Gestão de Situações de Risco para a Saúde Pública - Investigação na Área de Epidemiologia”. Este curso, que teve lugar entre os dias 8 e 12 de Abril, contou com a participação de 44 profissionais da área e foi

dirigido por três orientadores do Centro de Prevenção e Controlo da Doença da República Popular da China. O workshop abrangeu assuntos como métodos de vi-gilância e de contenção de uma eventual contaminação.

Até hoje, foram registados 423 casos de pessoas infectadas com este vírus, 100 resultando na mor-te. Desde Outubro de 2013, já mais de uma dezena de locais foram afectados pelo vírus, incluindo Hong Kong, Taiwan, as cidades de Xangai e de Pequim, bem como as províncias de Hunan, Guangxi, Zheijang e, mais recentemente, Jiangsu e Guangdong.

Espera-se que a importação e comercialização de aves volte à normalidade no princípio do mês de Maio. Até lá, os Serviços de Saúde aconselham a população de Macau a ter mais cuidados de higiene, principalmente quando relacionada com a preparação, confecção e consumo de animais de capoeira.

Peter Lam

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hoje macau terça-feira 22.4.2014 9CHINA

O Japão avisou ontem a China que o arresto de um navio mercante japonês em Xangai

devido a dívidas do período que antecedeu a II Guerra Mundial poderá minar as relações diplomá-ticas entre os dois países.

As autoridades judiciais de Xangai ordenaram o arresto de um navio de carga japonês no âmbito de uma disputa sobre alegadas dívidas que remontam à década de 1930, quando o Japão ocupou várias zonas da China.

O Tribunal Marítimo de Xangai informou, no sábado, ter ordenado

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, visita o Bra-

sil nos próximos dias 25 e 26, no final de um périplo de uma semana pela América Latina que inclui Cuba, Venezuela e Argentina. Na visita ao Brasil, Wang Yi vai encontrar-se com a Presidente, Dilma Rousseff, e participar com o homólogo brasileiro, Luís Figueiredo Machado, na primeira sessão do diálogo estratégico global China-Brasil, adiantou o mi-nistério chinês dos Negócios Estrangeiros.

Wang Yi irá também pre-parar a visita ao Brasil do presidente chinês, Xi Jinping, em meados de Julho, que coin-cidirá com a cimeira anual do bloco de grandes economias emergentes conhecido pela sigla BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

O périplo latino-americano do ministro chinês começou no sábado em Havana, onde além do homólogo cubano, Bruno Rodrigues Parrilla, se encontrou com o Presidente Raul Castro.

Rodriguez Parrilla “agrade-ceu o apoio da China da Cuba face ao bloqueio comercial dos

A Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, criticou ontem a decisão do capitão do ‘ferry’,

que naufragou na quarta-feira, de aban-donar o barco deixando para trás os passageiros, qualificando a sua conduta como um “acto de assassínio”.

“A actuação do capitão e de alguns membros da tripulação é completamente incompreensível, inaceitável e equivalente a assassínio”, afirmou Park Geun-hye, du-rante uma reunião com os seus assessores, citada num comunicado da presidência, reproduzido pela agência Yonhap.

A chefe de Estado sul-coreana prome-teu envidar esforços para apurar todas as irregularidades em torno do ‘ferry’ Sewol, frisando que todas as partes envolvidas – dos proprietários, aos inspectores de segurança até aos membros da tripulação – serão investigadas e que os culpados serão “criminalmente responsabilizados”.

A Presidente da Coreia do Sul afirmou ser cada vez mais claro que o capitão Lee Joon-Seok atrasou desne-cessariamente a evacuação do barco quando o ‘ferry’ se começou a afundar, “abandonando-os”, ao escapar primeiro.

Além de criticar o capitão do barco, a quem são atribuídas várias decisões

A questão remonta a 1936 quando uma empresa japonesa alugou dois navios, que seriam afundados durante a II Guerra Mundial, uma congénere chinesa. O caso foi a tribunal que deu razão aos chineses

PEQUIM RECEBE AVISO DE TÓQUIO SOBRE CONSEQUÊNCIAS DE ARRESTO DE NAVIO

Como cobrar uma dívida com 80 anos

(O arresto) “também poderá intimidar as empresasjaponesas que fazem negócios com a China, pelo que o Japão está profundamente preocupado...”MINISTRO PORTA-VOZ DO JAPÃO

o arresto do “Baosteel Emotion”, propriedade da Mitsui OSK Lines, atracado num porto da província de Zhejiang (leste da China), com vista à execução de uma sentença proferida em Dezembro de 2007.

O arresto terá sido ordenado na sequência de uma decisão judicial que condenou a japonesa Mitsui a pagar cerca de 210 milhões de patacas pelo aluguer, há cerca de 80 anos, de dois navios chineses.

De acordo com a imprensa chi-nesa, o antecessor da Mitsui, a Daido Shipping Co., assinou, em 1936, um contrato de aluguer de dois navios, com a validade de um ano, com a

Zhongwei Shipping Co., requisitan-do dois navios que foram, depois, afundados na II Guerra Mundial.

Uma acção judicial foi interposta contra a Mitsui pelos descendentes do fundador da Zhongwei Shipping Co. e, em 2007, um tribunal de Xangai condenou a sociedade japonesa a pagar uma indemnização.

A Mitsui apresentou recurso, mas este foi indeferido em De-zembro de 2010 pelo Supremo Tribunal Popular.

A empresa japonesa argumenta não ser legalmente responsável pelo pagamento dessa compensa-ção, já que os navios que a Daido

MNE CHINÊS CONCLUI NO BRASIL PÉRIPLO LATINO-AMERICANO

Caminho aberto para XiPRESIDENTE SUL-COREANA COMPARA ATITUDEDO CAPITÃO DE ‘FERRY’ AFUNDADO A “ASSASSÍNIO”

Acto imperdoável

REGIÃO

alugou foram requisitados pela Marinha nipónica durante a guerra, indica a agência japonesa Kyodo.

O ministro porta-voz do Japão, Yoshihide Suga, disse ontem que a apreensão mina a declaração conjunta de 1972 relativa à norma-lização das relações entre o Japão e a China, na qual Pequim concor-dou em renunciar “aos pedidos de compensação ao Japão pelos danos causados pela guerra”.

O arresto “também poderá in-timidar as empresas japonesas que fazem negócios com a China, pelo que o Japão está profundamente preocupado e espera que a China tome as medidas adequadas”, afirmou, citado pela agência AFP.

Este caso figura como o primei-ro na História em que os bens de uma empresa japonesa são confis-cados no âmbito de um processo judicial relacionado com o período da guerra ou com compensações devido à ocupação japonesa, se-gundo a Kyodo.

Estados Unidos da América”, disse a televisão chinesa.

A China é o segundo par-ceiro comercial de Cuba, a seguir à Venezuela, indicou a mesma fonte, citando estatís-ticas cubanas.

Depois de Havana, Wang Yi seguiu ontem para a Ve-nezuela e a seguir visitará a Argentina.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Segundo a Administração-geral da Alfândegas Chinesas, em 2013, o comércio entre os dois países somou cerca de 650 mil milhões de patacas, mais 5,1% do que no ano anterior, com um saldo de cerca de 120 mil milhões de patacas favorável ao Brasil.

erradas, Park Geun-hye também reco-nheceu que houve graves problemas na resposta inicial por parte do Governo à tragédia humana.

O capitão foi detido na passada sexta-feira, a par de outros dois mem-bros da tripulação, por ter abandonado o navio deixando para trás a maioria dos passageiros, descuidando, portanto, a sua segurança.

Entretanto mais quatro membros da tripulação foram ontem detidos

O número de mortos confirmados subiu ontem para 64, depois de as auto-ridades sul-coreanas terem recuperado mais cinco corpos do ‘ferry’, afundado ao largo da costa sudoeste da Coreia do Sul.

As operações de busca pelos 238 desaparecidos, a maioria dos quais estudantes do ensino secundário, de um total de 477 passageiros prosseguem.

Wang Yi

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10 hoje macau terça-feira 22.4.2014DESPORTO“Maior do que a Nação, mais perto do coração do que a língua, o Benfica é o mais importante legado da presença portuguesa no mundo”

N ÃO foi um título oferecido, à ima-gem do que o FC Porto usufruiu nas últimas duas décadas. Pelo contrário, o Benfica conquistou com

todo o mérito o seu 33º campeonato nacional de futebol, provocando um tsunami de alegria em Portugal e no mundo.

Só em Portugal, milhares de adeptos festejaram domingo à noite no Marquês do Pombal, em Lisboa, a conquista do 33.º título de campeão nacional em futebol, depois da vitória sobre o Olhanense, por 2-0, no está-dio da Luz. O Benfica venceu o Olhanense por 2-0, em jogo a contar para a 28.ª jornada, sagrando-se campeão nacional pela 33.ª vez na sua história, a duas jornadas do fim da I Liga.

Mas as comemorações não se limitaram a esse pequeno rectângulo chamado Portugal. Por todo o mundo, milhões de benfiquistas vieram para a rua comemorar a vitória no campeonato. Foi, talvez, a maior manifestação de sempre relacionado com Portugal e com os portugueses.

De facto, ainda o jogo não tinha terminado e já centenas de adeptos do Benfica estavam concentrados junto à rotunda do Marquês do Pombal. Logo após o apito final, ouviram-se buzinadelas e cânticos de vitória de adeptos benfiquistas, que empunham bandeiras e os-tentam cachecóis do clube.

Mas nada disto se compara ao que aconte-ceu pelo mundo: de Paris a Luanda, de Nova Iorque a Timor, de Angola a Macau. “Mais do que português, sou do Benfica”, disse ao HM, um adepto residente da RAEM, por volta das quatro da manhã, pouco depois de terminar o jogo. E como ele foram alguns que se passe-aram pela noite macaense, fremindo buzinas e gritando o nome imortal.

Em Portugal, naturalmente, a festa foi rija. “Sou fanático do Benfica. Isto é como se fosse a minha vida”, afirmou à agência Lusa Tiago Sousa, de 18 anos. Outra adepta do Benfica, Vanessa, de 16 anos, referiu que a conquista do campeonato foi “para já a coisa mais im-portante do ano”. E diz que espera vir ainda mais três vezes ao Marquês, para festejar a eventual conquista da Taça de Portugal, da Taça da Liga e da Liga Europa.

TRÊS FOI A CONTA QUE DEUS FEZNa Taça de Portugal, o Benfica apurou-se esta semana para a final no Jamor (após bater na Luz o FC Porto por 3-1), na Taça da Liga o clube disputa o acesso à final a 27 de Abril, também contra o FC Porto, no estádio do Dragão, e na Liga Europa os “encarnados” discutem as meias-finais frente à Juventus.

Mas o Marquês de Pombal é também pal-co de festa para adeptos mais habituados às conquistas do clube, como é o caso de Glória Ribeiro, de 83 anos.

“Eu desde sempre que sou do Benfica. Já assisti a tantas e tantas vitórias. Sou do tempo do José Águas e da Taça dos Campeões [1960 e 1961]”, recordou.

LIMA VEZES DOISForam dois golos do brasileiro Lima, na se-gunda parte, que permitiram ao Benfica vencer o Olhanense e selar, a duas jornadas do fim, o seu 33.º título de campeão nacional de fu-tebol. Depois de muitos minutos de angústia, pautados por falhanços um pouco para todos

BENFICA CONQUISTA 33.º TÍTULO. PLANETA REJUBILA

O destino marca a horaEstava escrito: o maior clube do mundo tingiu o planeta de vermelho

os gostos, Lima materializou a necessária vitória num espaço de quatro minutos, aos 57 e 60, num Estádio da Luz repleto, com quase 65.000 espectadores.

Desta forma, o “onze” de Jorge Jesus “cumprirá calendário” na recepção ao Vitória de Setúbal e no Dragão, frente ao FC Porto, podendo concentrar-se nas outras provas, nomeadamente a Liga Europa, com recepção à Juventus, na quinta-feira, em encontro da primeira mão das meias-finais.

Os “encarnados” acabam também, e em de-finitivo, com os “fantasmas” da época passada, em que, num ápice, perderam o campeonato, a Taça de Portugal e a Liga Europa, arruinando uma temporada 2012/2013 que está a decorrer ao nível da actual.

E CÁ PARA BAIXO...A vitória do Benfica deixa, igualmente, quase tudo definido na parte superior da tabela, um dia depois de o Sporting garantir, com um penálti de Adrien, aos 52 minutos, o segundo lugar e o consequente apuramento para a fase de grupos da “Champions”.

Por definir está o terceiro lugar, mas o FC Porto pode selá-lo segunda-feira, caso triunfe na recepção ao Rio Ave, que garantiu hoje, com o título “encarnado”, a presença na Supertaça, que junta às finais da Taça de Portugal da Taça da Liga.

Caso os “dragões” triunfem, o Estoril-Praia fica sem hipóteses de chegar ao terceiro posto, mas já garantiu a Liga Europa, pois, na pior das hipóteses, será quarto, repetindo a sua melhor temporada de sempre (quarto em 1947/48).

Para isso, bastou aos “canarinhos” empatar a zero no reduto do Gil Vicente, num embate em que jogaram com menos um desde os 10 minutos, por expulsão do guarda-redes Vagner.

Na Liga Europa, está também o Nacional, que goleou fora o Paços de Ferreira por 5-0, com um “hat-trick” do ex-paços Mario Ron-don, e selou o quinto lugar, juntamente com o Rio Ave, no seu caso via Taça de Portugal – finalista com o Benfica.

Na parte inferior da tabela, tudo ficou na mesma para os três últimos, que perderam: assim, o Belenenses continua no 14.º lugar, com 24 pontos, o Paços de Ferreira é 15.º, com 23, e o Olhanense 16.º e último, com 21. Porto Cabo Verde

Lisboa

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PALMARÉS

11 desportohoje macau terça-feira 22.4.2014

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

A MÁSCARA DE ÁFRICA • V. S. NaipaulMais do que um livro de viagem, “A Máscara de África” observa os efeitos da crença no curso civilizacional africano: os animismos indígenas, as religiões Cristã e Muçul-mana, o culto dos líderes, e os mitos da história. Com início no Uganda, no centro do continente, a viagem de Naipaul passa pelo Ghana, pela Nigéria, Costa do Marfim e acaba onde acaba o continente – na África do Sul. Centrado no tema da crença – nunca negligenciando as realidades políticas e económicas sempre que relevantes - Naipaul examina a condição frágil, mas duradoura, do velho mundo da magia. E para se tes-temunhar a ubiquidade do rito ancestral e dar uma ideia do poder de que se reveste, é necessário recuar até à origem de tudo – é esse o objectivo a que Naipaul aqui se propõe.

O SEGREDO DA BASTARDA • Cristina NortonNa ilha da Madeira, na segunda metade do século XIX, Eugénia Maria desespera com o estado de saúde da sua filha Isabel, de quinze anos, vítima de tuberculose: esta encontra-se cada dia mais fraca e o veredicto do médico não inclui a promessa de melhoras. Para a animar, a mãe resolve contar-lhe o segredo da própria paternidade, sobre o qual Isabel nunca deixara de fazer perguntas. Baseando-se em factos reais, depois de uma pesquisa de cinco anos nos lugares onde viveu Eugénia de Meneses, consultando espólios de várias famílias documentos sobre a época, Cristina Norton brinda-nos com um romance histórico notável, onde o rigor convive com um humor e uma legibilidade capazes de prender o leitor até à última página.

“Maior do que a Nação, mais perto do coração do que a língua, o Benfica é o mais importante legado da presença portuguesa no mundo”

• TAÇA DOS CAMPEÕES EUROPEUS

2 (1960/61 e 61/62)

• TAÇA LATINA

1 (1949/50)

• CAMPEONATO NACIONAL

33 (1935/36, 36/37, 37/38, 41/42, 42/43, 44/45, 49/50,

54/55, 56/57, 59/60, 60/61, 62/63, 63/64, 64/65, 66/67, 67/78,

68/69, 70/71, 71/72, 72/73, 74/75, 75/76, 76/77, 80/81,

82/83, 83/84, 86/87, 88/89, 90/91, 93/94, 2004/05, 2009/10,

2013/14)

• TAÇA DE PORTUGAL

24 (1939/40, 42/43, 43/44, 48/49, 50/51, 51/52, 52/53,

54/55, 56/57, 58/59, 61/62, 63/64, 68/69, 69/70, 71/72, 79/80,

80/81, 82/83, 84/85, 85/86, 86/87, 92/93, 95/96, 2003/04)

• TAÇA DA LIGA

4 (2008/09, 2009/10, 2010/11, 2011/12)

• SUPERTAÇA CÂNDIDO DE OLIVEIRA

4 (1979/80, 84/85, 88/89, 2004/2005)

• CAMPEONATO DE PORTUGAL

3 (1929/30, 30/31 e 34/35)

• CAMPEONATO DE LISBOA

10 (1909/10, 11/12, 12/13, 13/14, 15/16, 16/17, 17/18,

19/20, 32/33 e 39/40)

• FINALISTA VENCIDO DA TAÇA DOS CAMPEÕES EUROPEUS

5 (1962/63, 64/65, 67/68, 87/88 e 89/90)

• FINALISTA VENCIDO DA TAÇA UEFA

1 (1982/83)

• FINALISTA VENCIDO DA LIGA EUROPA

1 (2012/13)

BENFICA CONQUISTA 33.º TÍTULO. PLANETA REJUBILA

O destino marca a horaEstava escrito: o maior clube do mundo tingiu o planeta de vermelho

Moçambique

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CLASSIFICAÇÃO

12 desporto hoje macau terça-feira 22.4.2014

MARCO [email protected]

N O início da tem-porada poucos se atreveriam a apostar que a luta

pela vitória no principal campeonato de futebol do mais pequeno território asiático se pudesse escrever nas mesmas tonalidades com que se pinta uma das mais in-tensas rivalidades do futebol europeu. Em Portugal, Ben-fica e Sporting degladiaram--se até ao início da noite de domingo pela conquista do título português e em Macau parece cada vez mais certo que a corrida pela vitória na edição de 2014 da Liga de Elite se fará numa valsa a dois entre águias e leões.

No fim-de-semana, o Clube Desportivo Monte Carlo sofreu um duro revés na corrida pela revalidação do título alcançado na última temporada, ao ser goleado por 5-2 pelo Sporting Clube de Macau. A formação orien-tada por Mandinho e por João Maria Pegado deixou claro que o brilharete prota-gonizado na primeira ronda da competição nada ficou a dever ao acaso e voltou a impôr-se aos campeões do território, com uma vitória lata que não deixa margem para dúvidas. Orientado por William Chu, o Monte Carlo entrou, ainda assim, melhor na partida. Solicitado por Anderson Braz, Chao Wai Fong protagoniza o primeiro lance de perigo do desafio, ao cabecear sobre a barra da baliza de Juninho.

O onze “canarinho” voltou a levar perigo ao úl-timo reduto verde e branco pouco depois, mas Júlio César falhou a emenda ao segundo poste da baliza do Sporting, na sequência de um livre-directo apontado pouco além da linha do meio-campo. A resposta dos leões do território só se materializou quase ao fim de meia hora de jogo, com Alexandre Matos a forçar Domingos Chan a uma de-fesa atenta, na sequência de uma jogada de insistência de Bruno Brito.

Mais influente do que nunca, o capitão do Sporting Clube de Macau aproveitou uma desatenção da defesa do Monte Carlo para quebrar o enguiço que até então perdurava no marcador. Depois de uma primeira parte monótona, sem golos e sem grandes oportunidades, bastaram dois minutos para que os leões saltassem para

J V E D GM GS +/- Pts

1 Benfica 9 7 1 1 34 2 32 22

2 Sporting 9 6 2 1 18 7 11 20

3 Monte Carlo 9 6 1 2 26 11 15 19

4 Windsor Arch Ka I 8 4 3 1 23 6 17 15

5 C.P.K. 9 4 2 3 20 9 11 14

6 Polícia 9 2 3 4 7 11 -4 9

7 Lai Chi 9 3 0 6 15 26 -11 9

8 MFA Development 9 2 0 7 5 38 -33 6

9 Kei Lun 9 0 0 9 8 46 -38 0

SPORTING GOLEIA MONTE CARLO E SEGURA SEGUNDO LUGAR

Uma valsa para dois

a frente do marcador. Bruno Brito tirou proveito de uma oferta da defesa contrária e inaugurou o placard com um chapéu com conta, peso e medida ao veteraníssimo guarda-redes do Monte Carlo.

A formação orientada por William Chu respon-deu à altura e no minuto seguinte repôs o equilíbrio no marcador. Anderson Braz recebe na frente de ataque, tira César Gibelino do cami-nho e bate Juninho com um remate cruzado, desferido à entrada da área dos leões. A igualdade vingou por apenas quatro minutos. Aos 52, Bru-no Brito volta a revelar-se uma peça fulcral no xadrez leonino, ao apontar com surpreendente ligeireza o livre-directo que está na origem do segundo golo do Sporting. Bem posicionado, Edgar Silva desvia com um toque subtil de cabeça o es-férico para o fundo das redes dos campeões do território.

De novo na liderança do placard, o onze às ordens de Mandinho e de João Maria Pegado não perdeu tempo e alargou a vantagem de que dispunha aos 58 minutos. Gaspard Laplaine saltou do banco ao intervalo para disputar os segundos 45 mi-nutos e retribuiu a confiança nele depositada pela equipa técnica com um golo, ao rematar com eficácia uma boa movimentação ofensiva dos leões.

O quarto golo do Spor-ting surge aos 67 minutos e tem a chancela de Alexandre

Matos. O jovem dianteiro leonino ganha um intenso duelo com dois defesas do Monte Carlo e dispara na passada, batendo Domingos Chan com um remate bem colocado.

O melhor momento da tarde chegaria três minutos depois. Bruno Brito apontou um dos golos mais vistosos da presente edição da Liga de Elite, ao levar a melhor sobre o desamparado guar-da-redes do Monte Carlo com um remate acrobático. Em pleno coração da grande área “canarinha”, o capitão do Sporting controlou o esférico numa jogada a dois tempos, antes de fulminar Domingos Chan com um pontapé de bicicleta.

Esmagado pelo adver-sário, o Monte Carlo não conseguiu fazer melhor do que aligeirar os contornos da goleada. Os campeões do território reduziram nos instantes finais da partida,

já depois de esgotados os 90 minutos regulamen-tares. Marcou Leong Ka Hang na sequência de um livre-directo apontado por Geofredo de Souza.

BENFICA PRESERVA LIDERANÇACom o triunfo frente ao Grupo Desportivo Monte Carlo, o Sporting Clube de Macau cimentou a segunda posição do campeonato e mantém-se no encalço do líder Benfica. As águias do território emergiram da nona ronda da Liga de Elite na liderança isolada da compe-tição, depois de terem levado a melhor sobre o Grupo Des-portivo da Polícia de Segu-rança Pública por três bolas a zero, numa partida em que Vinicio Morais Alves esteve em evidência. Depois de ter marcado um grande golo no desafio frente ao Sporting, o avançado macaense voltou a facturar por duas ocasiões, numa partida de sentido o único, o da baliza de Leon Chon Kit.

Sem poder contar com Nicholas Torrão e com William Carlos Gomes na frente de ataque, Bruno Álvares chamou Vinicio Morais Alves à titularidade e jovem dianteiro não de-fraudou, mostrando muito trabalho na frente de ataque.

A primeira grande opor-tunidade do desafio per-tence, no entanto, ao outro dianteiro encarnado. Bruno Martinho obrigou o guarda--redes da Polícia a uma defesa excelsa, ao desferir um remate forte à entrada da pequena área adversária.

O dianteiro português voltou a repetir a graça pou-co depois, com um disparo de meia-distância a que o número um do onze das forças de segurança voltou a responder com nova estirada elástica.

Fechada sobre si pró-pria, a formação do Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública não cons-truiu em noventa minutos de desafio uma jogada de golo digna desse nome. O pro-tagonismo ofensivo esteve todo do lado do Benfica, que conseguiu inaugurar o marcador à passagem da primeira hora de jogo.

Inamovível no último reduto da PSP, Leong Chon Kit é colocado à prova por Marquinhos e responde ao brasileiro com uma defesa incompleta. O esférico aca-ba por sobrar para Vinício Morais Alves. O avançado macaense aguenta a pressão de um adversário e inaugura o marcador com um remate colocado, desferido de ân-gulo fechado.

RESULTADOS 9ª JORNADA

Benfica 3 – 0 Polícia

Lai Chi 5 – 0 Kei Lun

Monte Carlo 2 – 4 Sporting

Chao Pak Kei 4 – 0 Sub-23

O golo deixou a forma-ção orientada por Bruno Ál-vares entusiasmada. Bruno Martinho voltou a visar sem sucesso o último reduto do Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública menos de dois minutos após a inau-guração do marcador.

No derradeiro minuto da primeira parte, o placard volta a mexer, numa jogada em que Vinício Morais Al-ves voltou a mostrar boas credenciais. O camisola 7 do Macau e Benfica controla a bola na frente de ataque encarnada e faz o passa atra-sado para Filipe Duarte. Em boa posição, o experiente central português marca de pé esquerdo, com um remate desferido à entrada da pequena área da Polícia.

A vencer por duas bolas a zero, o Benfica entrou deci-dido na etapa complementar e logo nos instantes iniciais da segunda metade Marquinhos desperdiça uma boa oportuni-dade para fazer o três a zero.

O terceiro tento do desa-fio acabaria por surgir apenas à passagem da hora de jogo, com o incontornável Vinício Morais Alves a desmarcar-se na frente de ataque e a dar o melhor seguimento a um passe em profundidade do meio-campo encarnado.

A vencer por três bola a zero,o Macau e o Benfica acabou por abrir mão do ritmo acelerado que impôs à partida e só então a Polícia aproveitou. Na recta final do desafio, Cheong Loi obrigou o guarda-redes Rui Nibra à sua primeira intervenção da noite, naquele que foi o único remate pelo onze da Polícia em todo o encontro. A formação das Forças de Segurança ficou reduzida a dez unidades já em cima dos noventa minutos, com Lai Kuok Hou a ser expulso.

Ao Lai Chi pertenceu o resultado mais dilatado da nona ronda da Liga de Elite. Pang Chi Hang foi o herói do desafio frente ao Kei Lun, ao marcar quatro dos cinco golos com que o Lai Chi se impôs no braço-de-ferro com o lanterna vermelha da Liga de Elite.

Chan Tin Lok também deixou o nome nos anais da partida, ao apontar o terceiro tento do desafio. Triunfo tranquilo também para o Chao Pak Kei. A formação orientada por Inácio Hui goleeou a Selecção de Sub-23 da Associação de Futebol de Macau por quatro bolas a zero, com golos de Eduardo Tong, Mayckol Sabino (2) e Cheong Kin Chong.

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13 desportohoje macau terça-feira 22.4.2014

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ANÚNCIOHM-1ª vez-22-4-14

Proc. Ordinário de Execução n.º CV3-13-0086-CEO 3º Juízo Cível

EXEQUENTE: MELCO CROWN (MACAU), S.A., com sede em Macau, na Avenida Dr. Mário Soares, nº 25, Edifício Montepio, 1º andar, Comp. 13.EXECUTADOS: COMPANHIA DE PROMOÇÃO DE JOGOS YI LI DA, LIMITADA, com última sede conhecida em Macau, na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues nº600E, Edifício Centro Comercial First National, 12º andar, Compartimento 5; DUAN JINLIN, com último domicílio profissional em Macau na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues nº600E, Edifício Centro Comercial First National, 12º andar, Compartimento 5; MEI JINNING, com último domicílio profissional em Macau na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues nº600E, Edifício Centro Comercial First National, 12º andar, Compartimento 5, ora ausentes em parte incerta.

***

FAZ-SE SABER que, pelo Tribunal, Juízo e processo acima referidos, correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando os executados COMPANHIA DE PROMOÇÃO DE JOGOS YI LI DA, LIMITADA, DUAN JINLIN e MEI JINNING, acima identificados, para no prazo de vinte (20) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagarem ao exequente a quantia de MOP$10.813.361,67 (Dez milhões, oitocentas e dezoito mil, trezentas e sessenta e uma patacas e sessenta e sete avos) e legais acréscimos, ou no mesmo prazo, deduzirem oposição por embargos ou nomearem bens à penhora, sob pena de, não o fazendo, ser devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora, seguindo o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 3º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente.

E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso sejam opostos embargos ou tenha lugar a qualquer outro procedimento que siga os termos do processo declarativo.

Macau, 08 de Abril de 2014.

SPORTING GOLEIA MONTE CARLO E SEGURA SEGUNDO LUGAR

Uma valsa para doisMARCO [email protected]

O S regressos do Japão e da Nova Zelân-dia à principal

montra continental de hó-quei em patins devem ser as principais novidades da edi-ção de 2014 do Campeonato Asiático da modalidade. A prova, que se realiza na ci-dade continental de Haining entre 24 e 29 de Setembro, deverá ser disputada por um total de seis formações, estima o presidente da As-sociação de Patinagem de Macau, António Aguiar.

As inscrições para o certame ainda decorrem, mas a selecção do território poderá ter de defender o títu-lo conquistado há dois anos em Hefei contra as forma-ções da Índia, do Japão, de Taiwan, da Nova Zelândia e da Austrália. A presença das cinco selecções ainda não

A academia chinesa de futebol com o nome do antigo capitão da selecção portuguesa Luís

Figo inicia a actividade no próximo sábado em Pequim, primeira etapa de um programa de formação que irá estender-se a dez cidades chinesas.

“Vai ser uma experiencia única. Em termos de formação, a China está a zero. Vamos estimular o entusiasmo pelo futebol”, disse à agência Lusa o di-rector técnico da Winning League/Figo Football Academy, Joaquim Preto,

Antigo treinador do Sporting Clu-be de Portugal, que ajudou a formar Cristiano Ronaldo e outras estrelas da modalidade, Joaquim Preto, 55 anos, chegou esta semana a Pequim, acompanhado pelos seis técnicos destacados para orientar os treinos nas primeiras escolas da academia.

Trata-se de uma instituição privada, destinada a crianças e adolescentes entre os 4 e 15 anos de idade, com treinos de 1 hora ou hora e meia duas ou três vezes por semana, e um jogo aos sábados.

“Treinos sem jogos não levam a lado nenhum. O mais importante aprende--se no jogo e o entusiasmo nasce da competição”, salientou Joaquim Preto.

As propinas para uma série de 12 sessões (mais o equipamento) custam cerca de 2400 patacas, o equivalente a quase um terço do salário médio mensal em Pequim.

Em Outubro de 2012, o Real Ma-drid e o campeão chinês de futebol, Guangzhou Evergrand, criaram uma escola da modalidade com capacidade para 10.000 alunos, que funciona em regime de internato.

A Academia Luís Figo é diferente: “É uma actividade extracurricular e em que as crianças não ficam afastadas da família”, disse o director técnico do projecto.

“Queremos ligar-nos às escolas e

A prova, que se realiza entre 24 e 29 de Setembro, deveráser disputada por um total de seis formações

HÓQUEI EM PATINS ASIÁTICO DE JUNIORES NA CALHA

Japão e Nova Zelândiadevem regressar em Haining

ACADEMIA LUÍS FIGO ARRANCA SÁBADO EM PEQUIM

Crescer do zero

está totalmente confirmada, mas António Aguiar tem esperança de que o Asiático de Setembro próximo possa ser o mais competitivo dos últimos anos: “O regresso do Japão já está praticamente assegurado. A selecção japonesa falhou o Asiático há dois anos, numa altura em que em termos políticos as relações entre a China e o

Japão não eram as melhores, mas em Setembro vamos voltar a contar com o Japão e possivelmente com a Nova Zelândia”, adianta o dirigen-te. “A Austrália também já manifestou interesse em participar, apesar de ainda não ter procedido há inscri-ção na prova. Na melhor das hipóteses, estamos a contar com a presença de seis equi-

pas. Se todas confirmarem a participação, Haining deve-rá acolher um campeonato muito atractivo”, sustenta o presidente da Associação de Patinagem de Macau.

Se a selecção australiana vier a confirmar a presença na edição de 2014 do Cam-peonato Asiático de Hóquei em Patins, Macau poderá ficar a ganhar por duas ra-

zões. A juntar à hipotética maior competitividade do torneio, os actuais titulares da prova poderão vir a pre-parar a participação quer no Asiático, quer no Mundial B frente ao cinco australiano. A Associação de Patinagem do território fez um convite à congénere da Austrália para estagiar na RAEM antes do pontapé de saído na prin-cipal prova continental da modalidade, a exemplo do que sucedeu há dois anos: “A vinda da Austrália a Macau ainda não está confirmada. É apenas uma hipótese e é uma hipótese que está de-

pendente da participação ou não da selecção australiana no Asiático. A Austrália pode vir a disputar a prova, mas ainda não procedeu à inscrição”, explica António Aguiar.

Numa altura em que as dúvidas que persistem são ainda mais numerosas dos que as certezas, sobre a mesa está também a possibilida-de de Haining poder vir a acolher a segunda edição do Campeonato Asiático de juniores, prova que se realizou por uma única oca-sião e que consagrou Macau como grande vencedora. A disputar-se, o certame deve-rá ter como contendoras as selecções de Macau, da Índia e possivelmente de Taiwan, avança António Aguiar.

Depois da participação no Campeonato Asiático, a selecção do território deverá rumar à Europa para disputar o Mundial B da modalidade, caso a competição venha a ser organizada. Inicialmente previsto para a Holanda e depois para a Alemanha, o Campeonato não está ain-da confirmado, adiantou o presidente da Associação de Patinagem de Macau.

utilizar os espaços relvados da cida-de”, acrescentou.

O primeiro encontro com os pais e alunos está marcado para sábado em Pequim, seguindo-se Xangai, na segunda-feira, e depois Cantão, as primeiras três cidades a acolher a Academia Luís Figo.

Gonçalo Monteiro e Nuno Mar-ques ficarão a orientar os treinos em Pequim e as duplas André Venâncio/ Ricardo Ferreira e Vítor Valente/João Nunes irão para Xangai e Cantão, respectivamente.

Os seis treinadores são diploma-dos pela Federação Portuguesa de Futebol e a UEFA.

Até ao final do ano deverão abrir mais sete escolas em outras tantas

cidades, entre as quais Zhuhai, uma zona económica especial adjacente a Macau, adiantou Joaquim Preto.

Figo - ou Feiguê, como dizem os chineses - é uma das figuras portu-guesas mais conhecidas na China.

O futebol chinês só se tornou uma modalidade profissional no início da década de 1990, quando a China adoptou o sistema de “economia de mercado socialista”, mas apesar dos maus resultados da sua selecção nacio-nal, é o desporto mais popular do país.

No ranking atual da FIFA (Federa-ção Internacional de Futebol), a China encontra-se no 96.º lugar, enquanto Portugal ocupa a 3.ª posição, logo atrás da Alemanha e do campeão mundial em título, a Espanha.

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14 EVENTOS hoje macau terça-feira 22.4.2014

LEONOR SÁ [email protected]

O Clube de Jazz de Macau vai continuar com a organização

de eventos musicais, desta vez trazendo o trompetista de jazz, Stacey Wei, que vai actuar já no dia 4 de Maio na Casa Garden. Wei estudou Performance de Jazz em Nova Iorque e este próximo concerto surge em virtude do lançamento do novo álbum do trompetista. José Luís Sales Marques, presidente do Clube de Jazz de Macau, confirmou que o clube vai continuar a

A S comemorações dos 40 anos do 25 de Abril vão ser assinaladas em Macau

com várias manifestações culturais e recreativas, tendo como ponto alto um concerto de Rui Veloso.

Sob a organização da associação Casa de Portugal em Macau e com o patrocínio da Fundação Macau e apoio institucional do Consulado--Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, o conjunto de iniciativas estende-se entre 23 e 27 de abril.

A companhia de dança portu-guesa Amálgama abre o programa de comemorações, ao apresentar o espetáculo “Diáspora” no casino Sands Macau no dia 23.

Na véspera do aniversário da Revolução dos Cravos é inaugu-rada a exposição do concurso de arte da Casa de Portugal em Macau “Prémio 25 de Abril”, na sede da associação.

Para a tarde de 25 de Abril está reservada a inauguração da mostra fotográfica “25 de Abril Sempre. 40 fotos com 40 anos”, dos irmãos José e Álvares Tavares. A exposi-ção, coorganizada pela Comissão Ad Hoc 25 de Abril, vai estar patente na galeria Comendador Ho Yin do Clube Militar.

Já nessa noite, o músico Rui Veloso sobe ao palco do Grande Auditório do Centro Cultural de

O Centro Cultural de Macau (CCM) volta a desafiar os realizadores

locais a apresentarem ideias e propostas dinâmicas numa nova edição do “Macau - O Poder da Imagem (LVP)”. Todos os anos este projecto cinematográfico se-lecciona as melhores histórias de Macau projectando-as no grande ecrã do CCM.

Nesta edição, o LVP dispo-nibiliza um maior apoio às pro-duções cinematográficas com a atribuição de subsídios a chegar às 160 mil patacas. O projecto é aberto a participantes divididos

em níveis de experiência - “avan-çado” e “livre” para realizadores maiores de 18 anos e o nível “iniciado” aberto a todos os aspirantes a cineasta. O projecto divide-se ainda nas categorias de “Documentário”, “Curtas” e “Animação”.

Surgido em 2007 com o ob-jectivo de estimular os melhores trabalhos, tanto de realizadores experientes, como de estreantes, o LVP registou mais de 320 propostas para filmes desde a sua criação. O CCM considera esta “uma resposta que reflecte o dinamismo do projecto”, até

porque este resultou em mais de 60 filmes finalizados, alguns dos quais foram premiados no exte-rior. As equipas seleccionadas para a última fase terão apoio técnico e financeiro para concluir as suas produções e todos os traba-lhos serão estreados no “Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau 2015”.

Todos os interessados em ver as suas ideias tomar forma no grande ecrã podem descarre-gar os boletins de inscrição do LVP no site do CCM. O prazo de inscrição termina no dia 12 de Maio.

TEVE lugar, no passado fim de semana, o Rush 48, evento no qual os participantes tiveram de produzir um vídeo de três minutos, usando

a sua criatividade com diferentes tipos de equi-pamento de filmar.

Na sexta-feira, a organização do concurso apresentou “visão” como sendo o tema para a edição deste ano, na qual participaram 83 pessoas. Cada realizador produziu um vídeo em 48 horas. A apresentação pública das 46 películas teve lugar no Centro Cultural de Macau, perante um júri de seis membros. Este desafio, incluído no âmbito do Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau, contou com a presença de realizadores e

argumentistas de Macau, bem como com um dos realizadores premiados na última edição do festival Macau Indies, Fei Ho. O prémio principal do Rush 48 deste ano foi entregue a Hong Heng Fai, pelo filme “Before Dawn”.

Foram, ainda, atribuídos mais quatro prémios de distinção aos participantes, que receberam diversos elogios por parte do júri às suas capa-cidades de narração.

O aguardado Festival Indies 2014 deverá realizar--se entre os dias 6 e 10 de Maio, evento que se en-contra igualmente incluído no Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau, a decorrer entre os dias 2 de Maio e 8 de Junho de 2014.

CLUBE DE JAZZ TRAZ STACEY WEI A MACAU EM MAIO. BALANÇO “POSITIVO” DO FESTIVAL INTERNACIONAL

“Foi encorajador ver a emoção do público”

25 DE ABRIL EVENTOS PARA MARCAR 40 ANOS

Celebrar a liberdadeCCM DESAFIA REALIZADORES LOCAIS E ASPIRANTES A CINEASTAS

O poder híbrido da imagem

Hong Heng Fai vence concurso Rush 48 com “Before Dawn”

O trompetista de Taipé, Stacey Wei, vai actuar na Casa Garden já no próximo dia 4 de Maio, a propósito do lançamento do seu novo álbum. Este será o próximo evento musical da responsabilidade da organização do Festival Internacional de Jazz, que José Luís Sales Marques afirma ter tido “um balanço bastante positivo”

organizar espectáculos do género, havendo para já mais dois concertos agendados.

O presidente do Clube de Jazz de Macau disse que o Festival Internacional de Jazz, que decorreu nos dias 18 e 19, teve um “balanço bastante positivo” e a entida-de organizadora está “muito satisfeita com a performance dos artistas” provenientes de Itália, Taiwan, Portugal e EUA. Ainda que tenha lamentado a escassez de público na primeira noite do evento (sexta-feira), Sales Marques confessou-se satisfeito com a quantidade de bilhetes vendidos no sá-

público” durante a segunda e última sessão do evento.

Sales Marques adiantou, ainda, que foi feita uma experiência “com riscos as-sumidos” e os resultados são encorajadores. “A prestação musical foi excelente e a colaboração dos grupos foi, até, superior ao esperado, porque foram além daquilo que tinham de cumprir.”

De acordo com o presi-dente do clube, esta atitude de cooperação entre os artistas e a organização fez com que o festival voltasse a ganhar uma posição de destaque na comunicação social, depois de 11 anos fora do mapa.

bado. O festival contou com a presença de cerca de duas centenas de pessoas, ou seja, 80 na noite de sexta-feira e quase 150 no sábado.

Relativamente às cadei-ras vazias no primeiro dia, Sales Marques comenta que “houve bastante divulgação, mesmo em Hong Kong e em Zhuhai”, acrescentan-do que “esta 14ª edição foi, provavelmente, a mais publicitada de todas”, não compreendendo a razão para o número reduzido de pesso-as na assistência. Contudo, o presidente do Clube de Jazz de Macau disse que “foi encorajador ver a emoção do

Macau para um concerto co-or-ganizado pela Fundação Oriente.

O dia seguinte traz ao território o historiador e ex-secretário de Es-tado da Cultura António Reis para uma palestra, em mais uma iniciati-va coorganizada pela Comissão Ad Hoc 25 de Abril no Clube Militar. Subordinada ao tema “A Revolu-ção do 25 de Abril”, a conferência dará lugar a um concerto de música de câmara pelo grupo Caixa de Pandora, seguido de jantar com música ao vivo pela também banda portuguesa 80 & Tal.

O filme “Águas Mil”, do re-alizador português residente em Macau, Ivo Ferreira, é projectado no Cinema Alegria, na tarde de 27 de Abril. A iniciativa, co--organizada pela Babel, encerra as comemorações alusivas aos 40 anos da revolução portuguesa na RAEM.

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15 eventoshoje macau terça-feira 22.4.2014

LEONOR SÁ [email protected]

A Fundação Rui Cunha assina-la, no próximo dia 23, o seu segundo aniversário. Para co-

memorar o aniversário, a fundação vai organizar uma série de eventos durante esta semana, tendo-se iniciado ontem, com a inauguração da exposição da própria instituição.

Um dos eventos mais esperados diz respeito aos direitos de autor, assunto que vai ser debatido no dia 23 ao final da tarde. A fundação vai organizar Reflexões ao Cair da Tarde, que inclui uma Mesa Redonda intitulada “O Livro e os Direitos de Autor” e vai contar

O S poemas que constituem “Geo Metria & Exercí-

cios em Busca da Perfei-ção” foram escritos entre 1989 e 2012, representando “uma viagem emocional”, entre outras sensações. O lançamento do livro, a ter lugar hoje, na Fundação Rui Cunha, às 18.30 ho-ras, deverá incluir artes performativas e encenação de alguns dos seus textos, permitindo que a audiência se sinta imersa na obra. Este género de apresentação pouco comum é já uma constante para o autor, que considera que o lançamen-to de um livro deve servir para “conviver e para par-tilhar experiências”, simul-taneamente revelando um pouco da obra ao público.

FUNDAÇÃO RUI CUNHA SEGUNDO ANIVERSÁRIO COM UMA SEMANA DE EVENTOS

Cultura para todos

FERNANDO SALES LOPES APRESENTA NOVA COLECTÂNEA DE POEMAS

Viagens, haiku e os sentidos

com a presença de juristas, escritores e editores e servirá para sensibilizar os elementos sobre a importância dos direitos de autor.

Hoje, a fundação vai acolher a apre-sentação do novo livro de Fernando Sales Lopes, “Geo Metria & Exercícios em Busca da Perfeição”, que deverá ter lugar pelas 18.30 horas.

Os mais novos também vão po-der participar nas comemorações da fundação, que começam amanhã, dia 23, com um dia aberto para os alunos da Escola Portuguesa, que vão poder participar em actividades relacionadas com segurança rodoviária e pública e direito e cidadania. Esta iniciativa deverá servir para explicar regras

elementares de cidadania aos mais jovens. No mesmo dia e em parceria com o jardim de infância Dom José da Costa Nunes, o Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau (CRED) vai convidar 22 crianças a criarem uma história com os vários materiais disponibilizados.

A calendarização de dia 24 vai continuar com os mais novos, através da realização do programa Fazer Jus-tiça, na qual colaboram o CRED e a Escola Portuguesa de Macau, evento que pretende sensibilizar os jovens para a importância e mais valia da participação cívica de cada um. A tarde de quinta-feira vai compreender uma apresentação da obra “Otello”, de Verdi e, mais tarde, uma conversa com o médico Shee Va e o advogado, Frederico Rato.

No dia 25 de Abril, a fundação aco-lhe “uma noite com piano na galeria”.

As celebrações diurnas do segundo aniversário da Fundação Rui Cunha deverão encerrar no sábado, com a realização do Seminário Internacional de Seguros, organizado para esclarecer a população de Macau sobre as alte-rações legislativas que estão previstas para este ano, no que toca à área da actividade seguradora. A fundação Rui Cunha deverá encerrar as festividades no dia 27 de Abril, com um concerto de jazz organizado pela Associação de Jazz de Macau.

Na realidade, a obra compreende a compilação de dois volumes, descritos pelo autor como sendo “uma viagem no tempo e no espa-ço, uma viagem emotiva”. “Geo Metria & Exercícios em Busca da Perfeição” inclui poemas relativos à Índia, Macau, entre outros países. Sobre a linguagem empregue, Sales Lopes diz que é “simples, mas, ao mesmo tempo, complexa e sincrética”. - L.S.M.

Page 16: Hoje Macau 22 ABR 2014 #3074

OS GIGANTES NUNCA MORREM

16 eventos hoje macau terça-feira 22.4.2014

De governantes a escritores, um

pouco por todo o mundo Gabriel García

Márquez, que morreu esta quinta-feira,

aos 87 anos, foi lembrado como uma

personalidade a vários níveis notável.

Algumas reacções:

• JUAN MANUEL SANTOS,

PRESIDENTE DA COLÔMBIA

O Presidente da Colômbia, Juan Manuel

Santos, qualificou García Márquez

como “o maior colombiano de todos

os tempos”, considerando que “os

gigantes nunca morrem”. O Presidente

colombiano decretou três dias de luto

nacional no país.

• DILMA ROUSSEFF,

PRESIDENTE DO BRASIL

A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff,

lamentou na quinta-feira a morte do

escritor colombiano Gabriel García

Márquez, através de uma mensagem

colocada na sua conta na rede social

Twitter. “Foi com tristeza que soube da

morte do escritor colombiano Gabriel

García Márquez. Dono de um texto

encantador, ‘Gabo’ conduzia o leitor

pelas suas Macondos imaginárias como

quem apresenta um mundo novo a uma

criança. Seus personagens singulares

e sua América Latina exuberante

permanecerão marcados no coração

e na memória de seus milhões de

leitores”, escreveu Roussef.

• NICOLÁS MADURO,

PRESIDENTE DA VENEZUELA

Gabriel García Marquez foi “um

amigo sincero e leal dos líderes

revolucionários que ergueram a

dignidade da América de (Simón)

Bolívar e (José) Martí”, escreveu na

sua conta no Twitter o presidente

venezeualano, Nicolás Maduro. A

acompanhar a mensagem, Maduro

adicionou uma fotografia, a preto e

branco, de Gabriel García Márquez,

acompanhado pelo ex-Presidente de

Cuba, Fidel Castro. Nicolás Maduro

destacou ainda que “’Gabo’ deixou

gravada uma marca espiritual na

nova era da (nossa) América, cem

anos de amor pelo seu espírito

eterno”. “Pertenceu à geração

fundadora do jornalismo criador e

comprometido com o direito do povo

à sua felicidade”, escreveu Maduro,

ilustrando a mensagem com uma

imagem em que se lê um pensamento

do escritor: “A ética deve acompanhar

sempre o jornalismo, como o zumbido

ao ‘ moscardón’ (mosca-varejeira)”.

• BILL CLINTON,

EX-PRESIDENTE DOS EUA

O ex-Presidente norte-americano Bill

Clinton manifestou “tristeza” pela

morte de García Márquez, referindo

que desde que leu “Cem anos de

solidão”, há mais de 40 anos, sempre

ficou “assombrado” pela “imaginação,

clareza de pensamento e honestidade

emocional” do escritor. “Ele sempre

soube captar a dor e a alegria da

humanidade em cenários tanto reais

como imaginários. Tive a honra de ser

seu amigo e de conhecer o seu grande

coração e mente brilhante por mais de

20 anos”, disse Clinton.

• ISABEL ALLENDE, ESCRITORA

A escritora chilena Isabel Allende

afirmou na quinta-feira que sente

uma “pena imensa” pela morte do

escritor colombiano Gabriel García

Márquez, sublinhando que a sua obra

“é imortal”. Isabel Allende disse,

numa conferência de imprensa no

Instituto Cervantes de Nova Iorque,

que García Márquez “era um maestro

para todos”, e que todos os escritores

latino-americanos contemporâneos

foram influenciados pela sua obra.

Foi “o grande pilar do boom da

literatura latino-americana” a nível

internacional, disse. Isabel Allende,

que disse que não chegou a conhecer

pessoalmente García Márquez mas

afirmou: “Não sou amiga dele, mas a

sua obra é minha amiga.”

• MARIO VARGAS LLOSA, ESCRITOR

O escritor peruano Mario Vargas Llosa,

prémio Nobel da Literatura de 2010,

mostrou-se “muito incomodado” com

a morte de Gabriel García Márquez,

mas salientou que as suas obras irão

sobreviver no futuro. “Morreu um

grande escritor cujas obras deram

grande difusão e prestígio à literatura

da nossa língua”, declarou Vargas

Llosa. O autor peruano acrescentou

que as obras de García Márquez

“sobreviver-lhe-ão e continuarão a

ganhar leitores em todos os lugares”.

F OI na carretera de Aca-pulco, no México, em 1965, quando viajava num Opel branco, com

a sua mulher Mercedes e os filhos Gonzalo e Rodrigo, que o escritor Gabriel García Márquez soube como poderia acabar “uma história que não o tinha deixado em paz durante os últimos 20 anos”, “uma história que come-çou a escrever quando tinha 19 anos, a que chamou La Casa, mas que estava incompleta e ele não sabia por onde a começar”. Tratava-se, é claro, do roman-ce Cem Anos de Solidão (Dom Quixote), que conta a história da família Buendía que vive no imaginário Macondo.

Foi durante essa viagem, a caminho de uns dias de férias com a família nas praias de Acapulco, e enquanto condu-zia, que à memória do escritor colombiano veio o momento em que o seu avô lhe mostrou pela primeira vez um bloco de gelo, Gabriel tocou-lhe com o dedo e achou que estava quente. E assim nasceu o início deste romance, um clássico mundial da língua castelhana: “Muchos años después, frente ao pelotón de fusilamiento, el coronel Aure-liano Buendía hábia de recordar aquella tarde remota en que su padre lo llevó a conocer el hielo.”

Esta obra foi traduzida em mais de 35 línguas e vendeu mais de 30 milhões de exemplares. A academia sueca quando lhe atri-buiu o prémio Nobel em 1982 justificou-o por na sua obra “se aliarem o fantástico e o real na complexidade rica de um uni-verso poético reflectindo a vida e os conflitos de um continente”.

Gabriel García Márquez estudou em Bogotá, começou a sua carreira de jornalista, apaixonou-se à primeira vista por Mercedes Barcha e muitas vezes sobreviveu graças à ajuda dos amigos e colegas escritores enquanto escrevia. Vivia no México desde 1961 mas pas-sava temporadas em Cartagena (na Colombia), em Barcelona (Espanha, onde fica amigo de Carlos Fuentes, Mario Vargas Llosa e Julio Cortázar ) e em Havana, Cuba.Há anos que as suas aparições públicas eram raras e não costumava fazer declarações à imprensa.

Conta-se que Gabo (como lhe chamavam) foi surpreendido, em 1982, por um telefonema da Aca-demia Sueca a comunicar-lhe que lhe tinha sido atribuído o Prémio Nobel da Literatura. Estava a dormir, atendeu o telefone e achou que era uma brincadeira.

Esta quinta-feira o presidente colombiano, Juan Manuel San-tos, escreveu na sua conta de Twitter : “Mil anos de solidão e tristeza pela morte do maior colombiano de todos os tempos!

GABRIEL GARCIA MARQUEZ (1927-2014)

O escritor que saiu do calor

O escritor colombiano e prémio Nobel da Literatura Gabriel García Márquez morreu quinta-feira na Cidade do México aos 87 anos, noticiou o .jornal El País. Estava na sua casa, com a mulher Mercedes e os seus dois filhos

Solidariedade e condolências a Gabo e família”. E acrescentou: “Os gigantes nunca morrem.”

O primeiro a dar a notícia foi o jornalista da cadeia mexicana Televisa, Joaquin Lopez-Doriga, que também o anunciou na sua conta no Twitter. REALISMO MÁGICOA editora Cecília Andrade, da D. Quixote (onde a sua obra está publicada em Portugal) sentiu esta perda como uma “Crónica de uma morte anunciada”, disse à agência Lusa parafraseando um dos muitos títulos do autor colombiano.

Lembrou também que o escri-tor “fez escola e muitos escritores seguem-lhe o estilo desde esse fabuloso romance que é Cem anos de solidão. Uma escola, a do realismo mágico, que não se restringe à América Latina ou ao universo da Língua Espanhola, e que tem seguidores em todo o mundo, incluindo Portugal”.

As Publicações D. Quixote começaram a publicar os títulos

de Gabriel García Márquez na década de 1980, e a sua obra está actualmente “toda dis-ponível”, confirmou a editora à Lusa. O autor de Amor em tempos de cólera não publicava desde 2010 quando foi dado à estampa Yo no vengo a decir un discurso (a frase com que costumava começar as suas conferências). Em 2012, o seu irmão Jaime García Márquez divulgou que lhe tinha sido diagnosticada uma demência e que por ter perdido a memória não voltaria a escrever.

Memória das minhas pu-tas tristes, editado em 2004, é o último livro de ficção que publicou. O romance sucedeu a Do Amor e outros demónios, publicado dez anos antes. Amor em tempos do cólera, Crónica de uma morte anunciada, O general no seu labirinto e Nin-guém escreve ao coronel são outros títulos emblemáticos do escritor. Há também a autobio-grafía, Viver Para Contá-la (D. Quixote), de 2002.

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hoje macau terça-feira 22.4.2014 FUTILIDADES 17

Pu YiPOR MIM FALO

João Corvofonte da inveja

C I N E M ACineteatro

Uma casa que pode não aguentar mais“Casa” é uma palavra que sabe bem dizer e ouvir quando se chega ao fim de um dia cansativo e quando só pensamos em relaxar e descansar. Eu cá tenho a minha, por aqui pela Calçada de Santo Agostinho, mas há quem tenha problemas, porque em Macau existem casas de má qualidade e outras que até podem cair em breve. “Casa” já não é uma palavra querida aos residentes de Macau e até mesmo para os turistas. É só olhar para as condições das casas normais em Macau, para pensar que a vida dos residentes locais não é boa, mesmo que o nível do salário seja alto, comparativamente a outros sítios. Ainda por cima em Macau, a qualidade não pode comparar-se ao preço. Mesmo que tenhamos uma casa construída com qualidade, nem toda a gente pode pagar o preço que se pede por ela. Mesmo que trabalhemos toda a vida para a pagar. Mas, porque é que este preço existe? Há pessoas que conseguem pagar casas sem empréstimos ao banco? Há, mas a maioria das pessoas ainda depende muito desse empréstimo, quando é necessário pagar-se dezenas de milhões de patacas. Uma coisa que não posso aguentar mais é ver casas que custam milhões de patacas não se aguentarem muito tempo. Olhar para o edifício Sin Fong Garden, ou mesmo para casas com trinta anos e ver que já causam problemas. Uma casa em Macau com meia dúzia de anos já pode estar em risco de ruína. Isso não aceito, mas não tenho escolha, porque quando se compra uma casa não se pode prever o futuro. É uma questão que me deprime. Miau!

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 23 MAX 28 HUM 75-99% • EURO 11.0 BAHT 0 .2 YUAN 1.3

“O Perfume – A história de um assassino” foi escrito em 1985, mas o seu enredo ainda hoje consegue captar a atenção do público. Um romance que conta a história de um homem que não contém uma das características humanas que nos torna únicos: o cheiro. Jean-Baptiste Grenouille tem um apuradíssimo olfacto, mas nunca se conseguirá cheirar a si próprio, a menos que fa-brique um perfume permanente que permita a quem anda em seu redor reconhecer a sua presença. Sem

ser notado devido à ausência de cheiro – mesmo na França antiga onde bons e maus odores se misturam -, Jean-Baptiste Grenouille consegue atacar mulheres cujos perfumes lhes trazem alegria e ganância. Jean quer tê-los no seu corpo e acaba por se tornar um assassino enquanto procura criar o perfume perfeito. Depois de inúmeros assassinatos, com um cheiro próprio e a sentir-se um homem novo, Jean regressa a Paris, mas descobre que, afinal, o seu desejo extremo pode levá-lo a um final menos feliz. Adaptado ao cinema, “O Perfume”, de Patrick Süskind, conseguiu quebrar as barreiras antigamente interpostas de que um livro como este nunca poderia chegar ao grande ecrã. Obras fantásticas, que mostram que, neste caso, o livro pode nem ser sempre melhor que o filme, mas estar ao mesmo nível. - Joana Freitas

U M L I V R O H O J EO PERFUME – PATRICK SÜSKIND

(ADAPTADO AO CINEMA)

Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil• Hoje é dia de recordar Pedro Álvares Cabral, um português de origens nobres, nascido em Belmonte em 1467. Fidalgo, coman-dante militar, navegador e explorador, Cabral foi nomeado para liderar a rota de 13 naus que iria em expedição à Índia, com o objectivo de estabelecer relações comerciais e permitir a Portugal dominar o monopólio das valiosas especiarias, que estava nas mãos dos árabes, italianos e turcos. A expedição seguiria pela rota de Vasco da Gama, recém--inaugurada, à volta de África. Mas Pedro Álvares Cabral desvia as naus para o Atlântico, afastando-se da costa africana – pensa-se que o terá feito de forma propositada. Cavalgando pelos mares, a frota portu-guesa grita ‘terra à vista’. O que se julgava ser uma ilha enorme recebeu o nome de baptismo: Vera Cruz. Cabral e os seus homens continuam a desbravar as águas atlânticas e percebem que o que parecia uma ilha é, afinal, um continente. Um dos navios regressa a solo lusitano para notificar D. Manuel I da descoberta. Uma vez que o território estava dentro do hemisfério português – ao abrigo do Tratado de Tordesilhas, o rei reivindica para a Coroa Portuguesa as terras que mais tarde constituiriam o Brasil. Depois de se tornar oficialmente o primeiro europeu a chegar ao Brasil, Pedro Álvares Cabral regressa à missão de origem, rumo à Índia. Partira em busca de especiarias, mas descobre um continente, a 22 de Abril de 1500. E 224 anos depois da descoberta do Brasil, nasce o alemão Immanuel Kant, o último grande filósofo dos princípios da era moderna. A 22 de Abril, nasce também Lenine, em 1870. Revolucionário e chefe de Estado russo, foi líder do Partido Comunista, e um dos grandes obreiros da Revolução Russa de 1917.

ACONTECEU HOJE

SALA 1THE DEMON WITHIN [C](FALADO EM CANTONÊS LEGENDADOEM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de:Dante LamCom: Daniel Wu, Nick Cheung, Liu Kai Chi, Dominic Lam, Andy On14.30, 16.30, 19,30, 21.30

SALA 2 RIO 2 [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Carlos Saldanha14.15, 16.00, 19.30

RIO 2 [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Carlos Saldanha17.45

CAPTAIN AMERICA:THE WINTER SOLDIER [B]

Um filme de: Anthony e Joe RussoCom: Chris Evans, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson21.30

SALA 3KIKI’S DELIVERY SERVICE [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Takashi ShimizuCom: Miyazawa Rie, Asano Tadanobu, Machiko Ono, Fuka Koshiba14.30, 16.30, 19.00

HOT YOUNG BLOOD [B](FALADO EM COREANOE LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Lee Yeon-wooCom: Kim Young-Gwang, Lee Jong-Suk, Park Bo-Young21.30

RIO 2

O 25 de Abril foi um golpe de Estado, mas pouco profundo.

22 DE ABRIL

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hoje macau terça-feira 22.4.201418 publicidade

Planeamento da conexão dos canais básicos

A partir da madrugada do dia 22 de Abril de 2014, a Canais de Televisão Básicos de Macau, S.A., sociedade totalmente com capitais públicos, procederá gradualmente às obras de conexão dos sinais televisivos. Durante os dias 22 e 23 de Abril, verificar-se-á, eventualmente, alguma instabilidade intermitente nos sinais televisivos em Macau. Se os residentes necessitarem de quaisquer informações ou encontrarem quaisquer problemas acerca da recepção dos canais de televisão básicos, podem contactar, em primeiro lugar, os anteneiros que lhes prestam serviço, mas também podem comunicá-los à DSRT (linha aberta: 28716678, fax: 28356328, e-mail: [email protected]), caso em que se procederá ao tratamento do caso relevante o mais rapidamente possível.

Lista dos números de telefone dos fornecedores do serviço de antena comum

Número Nome das companhias Telefones para contacto

1 TAK VA INSTALAÇÃO ELÉCTRICO 28378282

2 FAI CHI INDÚSTRIA DE ELÉCTRICOS LDA. 28211155

3 SAI KAI INSTALAÇÃO ELÉCTRICA 28923388

4 SOCIEDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS KONG SENG PAGING LIMITADA 28555555

5 SOCIEDADE DE ENGENHARIA ELECTRÓNICA HOI YING, LIMITADA 28309718

6 KOU FONG ELECTRONIC SYSTEM ENGINEERING 28727042

7 ENGENHARIA ELECTRÓNICA SON TONG 28282877

8 HI TECH COM. CIA . LDA. 28355088

9 SING FEI TECNOLOGIA ENGENHARIA 28216898

10 AG. OBRAS ELECT. HAP HENG 28326651

11 TECNOLOGIA ELECTRÓNICA KAM WENG COMPANHIA LIMITADA 28955148

12 DECORAÇÃO FAT KEI 28366823

13 MATERIAL TECNOLÓGICO JIN HUNG 28366823

14 COTEX ETECTRONIC ENGINEERING 28717928

A DSRT

Aviso Consulta Pública sobre o “Regime de Previdência Central não Obrigatório”

O período de consulta relativo à Proposta sobre o “Regime de Previdência Central não Obrigatório” vai durar do dia 15 de Abril ao dia 13 de Junho de 2014. O Fundo de Segurança Social convida todos os indivíduos dos diferentes sectores da sociedade a expressarem as suas opiniões sobre o conteúdo do texto de consulta durante o referido período.

Locais para levantamento do texto de consulta- Sede do Fundo de Segurança Social: Rua de Eduardo Marques n.os 2 a 6, Macau- Instalações do FSS no Edf. China Civil Plaza no NAPE: Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 249-263, China

Civil Plaza, 13.º andar B-C, Macau- Centro de Serviços da RAEM: Rua Nova da Areia Preta n.o 52, Macau- Centro de Informações ao Público: Rua do Campo n.os 188-198, Vicky Plaza, Macau- Bibliotecas Públicas

Consulta e download do texto de consulta- Telefone: +853 2853 2850- Download do texto de consulta: Página electrónica especializada do FSS: www.fss.gov.mo/cpf

Calendário das sessões de consulta

Sessões de consulta Datas Horas Idioma Locais

Sessões aos empregadores

29 de Abril de 2014 (3.a Feira)

Das 15 horas às 17 horas

Cantonês Centro de Actividades Turísticas, 1.o andarEndereço: Rua Luís Gonzaga Gomes, n.o 431, Macau.

7 de Maio de 2014 (4.a Feira) Cantonês

Sessões ao público10 de Maio de 2014 (Sábado) Cantonês (com

tradução em português)17 de Maio de 2014 (Sábado) Cantonês

Para participação, pode telefonar para +853 8599 7121.

Calendário da exposição itinerante

Datas LocaisDe 25 de Abril a 30 de Abril de 2014 Jardim do Mercado de Iao HonDe 2 de Maio a 8 de Maio de 2014 Espaço Lateral do Jardim Cidade das Flores, TaipaDe 9 de Maio a 15 de Maio de 2014 Largo de São DomingosDe 16 de Maio a 22 de Maio de 2014 Rotunda de Carlos da Maia

Meios para expressão de opiniões e sugestões:- Endereço:

- Linha telefónica para deixar mensagens: +853 8599 7488- Correio electrónico: [email protected] Fax: +853 8599 7677

Fundo de Segurança SocialRua de Eduardo Marques n.os 2 a 6, Macau

“Opiniões relativas à Consulta Pública sobre o Regime de Previdência Central não Obrigatório”

Page 19: Hoje Macau 22 ABR 2014 #3074

hoje macau terça-feira 22.4.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Redacção Joana Freitas (Coordenadora); Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; José C. Mendes; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

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19OPINIÃO

A trilogia “liberdade, economia e segurança” constitui desde sempre os valores que sustentam o modelo de desenvolvi-mento do então Império britânico, e hoje, do mais vasto e lato mundo anglo--saxónico.

Se a liberdade ob-tém-se através de uma complexa engenharia política baseada em participação, freios e contrapesos e separação de poderes, a economia surge com toda a naturalidade perante a procura e a oferta, além da ra-cionalidade, a segurança para o mundo britânico não é mais do que a recompensa pela contínua vigilância “Securitas Vigi-lante Instantis Praemium”.

Ao longo de séculos de maritimização britânica, na construção de todo um espaço geográfico onde o Sol nunca se põe, o Im-pério de Sua Majestade da Velha Albion foi especialista em forjar uma rede de segurança estratégica, quer seja terrestre ou marítima, para garantir a protecção das suas linhas de abastecimento e de fornecimento de bens e serviços à escala global.

O Serviço de Informações e Segurança britânico assumiu após a II Guerra Mundial, onde já sopravam os “ventos da mudança”, com o fim de uma era imperial, novos desafios. Perante a necessidade de reorganização e de adaptação aos novos tempos, os adidos mili-tares da Divisão do Serviço Ultramarino esta-cionados nas colónias que ainda não obtiveram a independência e acesso à Commonwealth, com responsabilidades no sector da segurança, foram progressivamente substituídos por ofi-ciais de ligação civis do Serviço fundado por Vernon Kell e que reportavam directamente ao administrador colonial, ao governador, aos comandantes militares e a Londres. Entretanto, ainda no período das insurreições na malaia britânica, funcionara a partir de Singapura a estrutura do “Security Intelligence Far East” que dera posteriormente lugar à “Malayan Security Service”.

Já no caso específico das colónias que obtiveram a independência, Londres adiantou-se a ajudar a formar o serviço de segurança “Special Branch” que teria a valência de investigação criminal e informa-ções, e que por sua vez, a ligação a Londres seria realizada através do oficial de ligação do serviço de segurança interna britânico.

Esta introdução histórica dá-nos algu-mas pistas para entender a razão da falta de harmonia e da permanente desconfiança que mina desde sempre o relacionamento entre o Reino Unido e a China. Em 1995, com a proximidade da data do “handover” de Hong Kong, a então Special Branch local

Da China com amoro monóculo, a pena e a espadaVITÓRIO ROSÁRIO CARDOSO*

*Membro da Associação de Jovens Auditorespara a Defesa, Segurança e Cidadania de Portugal

(DECIDE Portugal)

foi desmantelada e todo o acervo recambiado para a outrora capital do império.

As novas autoridades locais acabaram por criar uma nova estrutura, um corpo chamado Departamento “B” (Crime e Segu-rança), que por sua vez, a “Ala de Segurança” engloba as unidades anti-terrorismo, o corpo de segurança pessoal, as responsabilidades de segurança interna entre outras. Após este episódio, 18 anos depois da entrega de Hong Kong, surge outra polémica reportada pela imprensa em língua chinesa em que acusa o Reino Unido de alegadamente manter activas as operações de inteligência na ex--colónia, além de infiltrar agentes nos parti-dos políticos, meios judiciários e imprensa de Hong Kong.

A esta permanente tensão entre interesses estratégicos e a procura pela superioridade do conhecimento do terreno, devemos somar os cerca de 20 mil milhões de libras que representam uma média dos resultados das exportações do Reino Unido para a China (RPC, RAEM, RAEHK e Formosa), sendo que o comércio bilateral entre os dois países está cifrado em mais de 70 mil milhões de libras esterlinas. Na sequência da simplifica-ção do processo das exportações britânicas, são hoje necessários para o envio de um contentor normal, um máximo de cinco documentos, 24 dias e 615 libras, resultando daí um maior crescimento das exportações para a China em comparação com os outros Estados-membros da União Europeia.

Numa breve resenha, as exportações do Reino Unido para a República Popular da China tem atingido um máximo de 15 mil milhões de libras, para o mercado de Hong Kong atingiu cerca de cinco mil milhões de libras, Macau comprou não mais de 30 mi-lhões de libras e a Formosa foi um mercado que resultou em 1,3 mil milhões de libras para as exportações britânicas.

CLUSTERS ESTRATÉGICOS NA CHINANa óptica dos interesses estratégicos do Reino Unido, são três as principais regiões

chinesas de elevado grau de interesse, sendo estas a orla costeira do Mar de Bohai, e as dos Deltas do Rio Yangtzé e do Rio das Pérolas.

Sobre a região do Delta do Rio das Pérolas os britânicos consideram-na como a mais próspera da China, onde se verifica um PIB per Capita que é mais do dobro de toda a China, superando Pequim e Xangai, e representa 25 por cento de todo o comércio bilateral entre o Reino Unido e a China. É neste Delta que assistimos a um galopante crescimento e desenvolvimento além de constituir a região onde a classe média mais rápido se expande e cresce com apetite voraz por mais e novas variedades de produtos que o mercado britânico possa fornecer.

Se por um lado Londres entendeu bem que a aposta a ser feita passa também pelo Delta do Rio das Pérolas, pelo aumento das ligações rodoviárias e ferroviárias re-forçando assim um “pentágono dourado” que interliga os mais do que emergentes mercados das zonas económicas e regiões administrativas especiais, com a constru-

ção da ponte que vai ligar Macau, Zhuhai e Hong Kong, todo o figurino irá mudar, por outro lado a Velha Albion já lançou a palavra de ordem para estreitar e reforçar a cooperação com as autoridades dos go-vernos centrais, provinciais e municipais, porque serão também nesses que se reside a chave para o sucesso do aproveitamento das oportunidades económicas e comerciais destas regiões que estão constituídas em “mega-clusters”.

Nem de propósito, na rubrica “peris-cópio” da “janela indiscreta”, da revista Visão de 10 a 16 de Abril de 2014, fez-se a alusão que “na visita que fez à China, em Novembro, Paulo Portas comprometeu-se a realizar, em Portugal, um encontro com os 22 governadores de província chineses. Mas, nos meios diplomáticos de Pequim, comenta-se que o MNE nunca mais deu notícias sobre o assunto. Será que os go-vernadores não têm dinheiro para investir num visto gold?”. A questão que se deve colocar é tão simples como a visão estra-tégica britânica dos tempos modernos para a China: A partir do 12º Plano Quinquenal e das novas reformas chinesas sabem quem são os que desempenham um papel decisivo para o sucesso da penetração das diplomacias económicas na China para atingir em 2015 mais de 100 mil milhões de libras em trocas comerciais e de inves-timento directo estrangeiro? A resposta deve ser devolvida, selada e inscrita “Da China com Amor”.

I - CONVOCATÓRIA Nos termos dos artigos 27º e 28º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral Ordinária do Clube Militar de Macau para reunir no dia 8 de Maio de 2014, quinta-feira, pelas 18H00, na Sala Dr. Stanley Ho, na Sede do Clube, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Apreciação e votação do Relatório e Contas da Direcção relativos ao ano de 2013.2. Apreciação e votação do orçamento para o ano 2014.3. Eleição dos Órgãos Sociais do Clube para o biénio de 2014-2015.

Nos termos do nº 2 do artigo 26º dos Estatutos, se à hora marcada, não estiver presente a maioria dos sócios, a Assembleia Geral reunirá, validamente, meia hora mais tarde com qualquer número de sócios. Nos termos previstos nos artigos 27º e 51º dos Estatutos, os trabalhos da Assembleia Geral serão suspensos logo que tratados os assuntos constantes dos números 1 e 2 da Ordem de trabalhos, reiniciando-se a reunião da Assembleia Geral à hora do encerramento das urnas, ou seja às 21H30.

O acto eleitoral decorrerá na Sala de Honra da Sede do Clube, onde estará patente a urna eleitoral, que será aberta às 18H30 e encerrada às 21H30. O Relatório e Contas, o Parecer do Conselho Fiscal e o projecto de Orçamento encontram-se à disposição dos sócios na Secretaria do Clube.

II – CANDIDATURAS Nos termos do nº 2 do artigo 47º dos Estatutos, informa-se que as formalidades para a apresentação das listas de candidatura constam dos artigos 48º e 49º dos Estatutos, devendo as mesmas ser apresentadas até dez dias antes da data do acto eleitoral, em carta a entregar na Secretaria da Sede do Clube, endereçada ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Macau, 22 de Abril de 2014.O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Jorge Neto Valente

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DE 2014

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Page 20: Hoje Macau 22 ABR 2014 #3074