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Pela quarta vez o pedido de liberdade condicional foi recusado e por isso Wan Kuok Koi vai mesmo cumprir a pena até ao fim, ou seja, Dezembro de 2012. Normalmente, basta cumprir dois terços da pena mas, alega o tribunal, o facto de ter liderado uma tríade impede a sua libertação. >Página 6 Wan Kuok Koi preso até 2012 hoje AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 macau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 1 DE JULHO DE 2011 ANO X Nº 2401 Foi convidado pelo Governo Central para integrar a delegação de macaenses que se deslocou a Pequim. Jorge Godinho, professor de Direito na Umac, é assim um representante da comunidade portuguesa de Macau. Participou na lista Voz Plural, mas depois das eleições esgotou-se a intervenção desta entidade. Godinho explica: é um desnecessário medo que nos tolhe. > PÁGINA 4 São poucos mas querem ter voz e rega- lias sociais como os outros. A entrada em cena da Reolian está a agitar o mercado e os ligeiros aumentos sala- riais não satisfazem os motoristas que pretendem outras alcavalas. >Página 5 JOAQUIM MAGALHÃES DE CASTRO A VIAGEM SEM FIM Motoristas também fazem exigências PCC em Macau A DISCRETA PRESENÇA • PÁGINA 3 Jorge Godinho sobre a cidadania de macaenses e portugueses TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 31 HUMIDADE 65-95% CÂMBIOS EURO 11.5 BAHT 0.3 YUAN 1.2 PUB h OPINIÃO Jorge Rodrigues Simão ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E CIDADES • PÁGINA 14 Paul Chan Wai Chi ONDE ESTÃO OS NOSSOS TALENTOS? • PÁGINA 15 O medo de existir

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Edição do Hoje Macau de 1 de Julho de 2011 • Ano X • N.º 2401

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Page 1: Hoje Macau 01 JUL 2011 #2401

Pela quarta vez o pedido de liberdade condicional foi recusado e por isso Wan Kuok Koi vai mesmo cumprir a pena até ao fim, ou seja, Dezembro de 2012. Normalmente, basta cumprir dois terços da pena mas, alega o tribunal, o facto de ter liderado uma tríade impede a sua libertação. >Página 6

Wan Kuok Koipreso até 2012

hoje

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10macau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 1 DE JULHO DE 2011 • ANO X • Nº 2401

Foi convidado pelo Governo Central para integrar a delegação de macaenses que se deslocou a Pequim. Jorge Godinho, professor de Direito na Umac, é assim um representante da comunidade portuguesa de Macau. Participou na lista Voz Plural, mas depois das eleições esgotou-se a intervenção desta entidade. Godinho explica: é um desnecessário medo que nos tolhe. > PÁGINA 4

São poucos mas querem ter voz e rega-lias sociais como os outros. A entrada em cena da Reolian está a agitar o mercado e os ligeiros aumentos sala-riais não satisfazem os motoristas que pretendem outras alcavalas. >Página 5

JOAQUIM MAGALHÃES DE CASTROA VIAGEM SEM FIM

Motoristas também fazem

exigências

PCC em Macau

A DISCRETA PRESENÇA • PÁGINA 3

Jorge Godinho sobre a cidadania de macaenses e portugueses

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 31 HUMIDADE 65-95% • CÂMBIOS EURO 11.5 BAHT 0.3 YUAN 1.2

PUB

h

OPIN

IÃO

Jorge Rodrigues Simão

ALTERAÇÕESCLIMÁTICAS E CIDADES

• PÁGINA 14

Paul Chan Wai Chi

ONDE ESTÃO OS NOSSOS TALENTOS?

• PÁGINA 15

O medo de existir

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SEXTA-FEIRA 1.7.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

PEQUIM lançou uma ofen-siva “implacável” aos advogados especializados em direitos humanos, para

evitar a agitação popular a todo o custo, diz a Amnistia Internacional num relatório divulgado ontem.

De acordo com a organização, as autoridades chinesas querem “silenciar” os advogados que se dedicam aos casos mais sensíveis, com medo de que os movimentos de protesto do Médio-Oriente iniciados no início do ano tenham reflexos na China.

Catherine Baber, vice-directora da região da Ásia-Pacífico da Am-nistia Internacional denunciou a aplicação de práticas repressivas como a “suspensão ou revogação das licenças, assédio, rapto, ou mes-mo tortura” sobre os advogados que trabalham com os temas da “liberdade religiosa e de expressão, e direito de propriedade”.

Um dos casos invocados pela

UM óleo de cozinha supostamente comestível está nas prateleiras das

lojas em Pequim, Tianjin e Hebei, mas o produto está a ser produzido a partir de óleo já utilizado anteriormente e de óleo de resíduos animais.

Segundo a imprensa chinesa, alguns produtores do óleo de cozinha ilegal estão a processar cerca de 100 toneladas de oleo por dia e as condições precárias do produto cada vez evoluem para situ-ações piores.

Os equipamentos de refinaria e as téc-nicas avançadas de produção tornam di-

AS empresas de Pequim estão a ser acon-selhadas a dar aos seus funcionários

um aumento salarial de cerca de 10% e não inferior a 5% este ano, de acordo com um guia de ajuste de custo de vida emitido na quarta--feira pelo Ministério dos Recursos Humanos e da Segurança Social da capital chinesa. O guia pretende ser uma base para empre-gadores e empregados, de forma a que se entendam a nível dos reajustes salariais, mas não é obrigatório.

Para as empresas que não estão a ganhar dinheiro o aumento do salário pode ser inferior a 5%, mas os salários não devem estar abaixo do salário mínimo de Pequim, que é 1.160 yuan por mês. Segundo o guia, com base na meta do Governo Central, este é um meio para que possa ser redistribuída a riqueza social.

Pelas estatísticas do departamento, o salário médio em Pequim no ano passado foi de 74.446 yuans anuais, um aumento de 28,6% sobre o de 2009, enquanto que para os trabalhadores de fábricas e prestadores de serviços, o rendimento médio anual foi de 34.328 yuans, um aumento de 7%.

Um guia equivalente do ano passado sugeriu um aumento salarial de 11% e não inferior a 3%. O Ministério também disse que o salário mínimo em todo o país vai aumentar a uma média de 13% a cada ano durante os próximos cinco anos.

AI acusa China de silenciar advogados especialistas em direitos humanos

O barulho não é de ouro nem de prata

ÓLEO DE COZINHA ILEGAL PRODUZIDO EM GRANDE ESCALA

Lá fritar, fritar, frita...PEQUIM | EMPRESAS ACONSELAHDAS A AUMENTAR ORDENADOS

À atenção dos patrõesfícil para os compradores perceberem que óleo é produzido de forma inadequada.

Uma fonte anónima disse ao Beijing Times que as matérias-primas para o óleo incluem lavagens de óleo que tem sido repetidamente frito, pedaços que sobra-ram de carne de porco provenientes de matadouros e gorduras de aves. O óleo é então misturado e branqueado.

Wang Ruiyuan, vice-presidente da Associação Chinesa de Cereais e Óleos, disse que nenhuma maneira eficaz para detectar óleo de cozinha ilegal foi encon-trada até ao momento.

Os funcionários receberam as orientações, mas temem que as empresas os ignorem. «Este guia é absolutamente necessário, mas até que ponto as empresas vão colocá-lo em prática?» disse Yang Lei, um funcionário de escritório em Pequim. Os preços dos alimen-tos na China subiram 11,7% em Maio, face ao ano anterior.

Amnistia Internacional é o de Li Tiantian, advogado que esteve detido durante três meses, e que terá escrito várias mensagens no Twitter, explicando que a polícia o

tinha ameaçado com a divulgação de detalhes da sua vida sexual para manchar a sua reputação.

De acordo com o relatório da Amnistia Internacional “Contra

a lei: a repressão dos advogados dos Direitos Humanos na China”, as autoridades chinesas “desem-baraçam-se pouco a pouco dos advogados considerados indesejá-veis, através de avaliações anuais” conduzidas por associações de advogados “supostamente inde-pendentes”, que suspendem ou revogam as licenças dos que são verdadeiramente independentes.

A Amnistia Internacional mos-trou-se “profundamente preocupa-da” com o aumento desta repres-são. “Quando as ameaças falham, os advogados são classificados de dissidentes e alvo de violência do Estado. São colocados sob vigilân-cia (…) podem ser arbitrariamente detidos. Alguns são objecto de desaparecimento forçado”, indica o relatório.

A AI considera que “as auto-ridades chinesas não só estão a deixar de assegurar a protecção dos advogados de direitos huma-

nos (…) como estão activamente a minar o seu trabalho através de medidas legislativas, administra-tivas e práticas”.

E alerta: “Se os advogados e os trabalhadores legais são impedidos de lutar contra as violações dos direitos humanos cometidas por entidades oficiais não é possível haver protecção eficaz dos direitos humanos na China”.

A Amnistia apela às autorida-des chinesas para “respeitarem plenamente e protegerem” os direitos humanos dos advogados e outros defensores dos direitos humanos, bem como a “aplicarem na lei, políticas e práticas as pro-tecções previstas na lei e normas internacionais”.

Entre os cerca de 204.000 advo-gados da China, apenas “algumas centenas de corajosos” aceitam casos relacionados com os direi-tos do Homem, sublinhou aquela organização internacional.

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3www.hojemacau.com.mo

Diana do MarLusa

QUASE 12 anos depois da transferência de Macau para a China, o Parti-do Comunista Chinês (PCC) continua a agir

no território de “forma encober-ta”, privilegiando o “lobby” ou as “guanxi” (relações pessoais) às manifestações públicas.

Falando sob a condição de anoni-mato, fontes contactadas pela agência Lusa disseram que o principal canal para servir as orientações de Pequim é a chamada “Frente Unida”, um departamento do Comité Central do PCC que inclui elementos “de vários quadrantes, não necessariamente filiados no partido”.

E como qualquer outro orga-nismo do PCC em Macau, a Frente Unida não tem uma sede conhecida, nem consta da lista telefónica local.

A Frente Unida, descrita como uma “aliança formada por di-ferentes grupos sociais que visa concretizar, com base em interesses comuns, certos objectivos”, estará sob o “teto” do Gabinete de Ligação da RPC, num “departamento” com “cerca de 20 funcionários”.

Segundo a mesma fonte, esse grupo – composto na sua maioria por pessoas de Pequim – terá como missão “fazer ‘lobby’” junto das mais importantes associações, forças de peso na sociedade, que também o fazem entre si, de modo a “criar consensos entre elementos--chave sobre as directivas que emanam de Pequim”.

Isso faz, por exemplo, com que o Executivo local tenha “um forte apoio” na hora de lançar grandes políticas.

“Trabalho exemplar da Frente Unida é a eleição para o Chefe do Executivo”, afirmaram, apontando para o “consenso” entre os 300 membros do colégio que elege o líder: “Eles não são obrigados a votar a favor, tal é fruto do trabalho que a Frente Unida desenvolveu de consultar e influenciar”.

Os governantes no quotidiano não receberão “instruções”, mas in-formam Pequim das suas intenções políticas. O PCC se tiver algo a opor, fá-lo-á “por uma terceira pessoa”, em encontros “informais”, de modo a nunca colocar em causa a “autono-mia” de que goza o território.

Os responsáveis da Frente

António CaeiroLusa

SÃO nove, todos homens, de idêntica estatura e idade, e parecem vestidos pelo mesmo alfaiate:

fato escuro, camisa branca e gravata. No estilo e no discurso também pouco se distinguem, mas o conjunto é único no mundo.

Trata-se do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder na China e o topo de uma organização com 80,2 milhões de filiados, que comemora na sexta-feira 90 anos.

Apesar do “rejuvenescimento” empreendi-do nas ultimas três décadas, a média de idades ronda os 66 anos – mais seis do que a idade da reforma para a generalidade dos funcionários chineses. (No caso das mulheres e para profissões consideradas perigosas, a reforma é aos 55 anos).

O “benjamim” do grupo é Li Keqiang, nascido em 1955, mais velho que o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

No início da década de 1990, o comité tinha apenas cinco membros, mas a sua composição foi

aumentando e após o XVI Congresso do PCC, em 2002, passou a ter nove.

O “núcleo da liderança”, segundo a termi-nologia oficial, é o secretário-geral do partido e Presidente da Republica, Hu Jintao, que em 2012 deverá ceder a chefia do PCC ao vice-presidente, Xi Jinping, onze anos mais novo.

Nas cerimónias oficiais, Hu Jintao senta-se sempre ao centro, entre o presidente da Assem-bleia Nacional Popular, Wu Bangguo, (o “numero 2” da hierarquia), do lado esquerdo, e o primeiro--ministro, Wen Jiabao, (o “numero 3”), à direita.

Como quatro outros membros do comité, Hu, Wu e Wen são formados em engenharia e aderiram ao PCC antes ou logo no início da Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), um período considerado hoje como “o maior erro da história do socialismo na China”.

O mais velho, o presidente da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês e “número 4” da hierarquia, Jia Qinglin, nasceu em 1940.

Os outros membros do comité – os menos conhecidos dos nove – são Li Changchun, 67 anos, He Guoqiang, 68, e Zhou Yongkang, 67:

não ocupam cargos no governo ou noutras instituições públicas, mas são também descritos como “líderes do Estado” e na divisão interna de trabalho, controlam pelouros decisivos, na área da propaganda, disciplina e segurança.

Fundado a 01 de julho de 1921, em Xangai, o PCC é um dos raros partidos comunistas que se mantém no poder, há 62 anos, e nas últimas três décadas presidiu a um processo de transformação económica e social sem precedentes na história moderna.

A China tornou-se em 2010 a segunda maior economia do mundo e possui hoje as maiores reservas em divisas – mais de três biliões de dólares – o que também é inédito para um país em vias de desenvolvimento.

O marxismo-leninismo continua a ser, oficial-mente, um “principio cardeal” do PCC, mas o partido, entretanto, converteu-se à economia de mercado, passou a aceitar os empresários nas suas fileiras e já não se assume como “revolucionário”.

E o estilo dos seus líderes também mudou muito, privilegiando o coletivo, em detrimento do carisma pessoal.

PCC/90 anos | A “secreta” presença do PC chinês em Macau depois da transferência

Aqui também a sombra é vermelhaUnida “transmitem informação”, passando orientações que vêm de cima e trocando e recolhendo opiniões no terreno, indicaram.

Outras fontes defendem que esse grupo tem antes a “tarefa” de “coordenar” e “formar a maior Frente Unida para aplicar as polí-

ticas” designadamente “em nome de um interesse comum como a unidade da China”.

Ao contestarem uma organização formal, com listas de “membros”, garantiram que há antes uma “liga-ção entre pessoas de Pequim e gente local” que se estabelece pela vontade

que têm de “dar um contributo para o desenvolvimento do país”.

“É uma união de quem ama o país”, frisaram, ao sustentar que vigora o ideal que esteve na base da Frente Unida, definida pelo líder chinês Deng Xiaoping como um “talismã muito importante”.

E nos portais electrónicos oficiais de municípios do interior da China, como o de Hangzhou, lê-se que o departamento da Frente Unida deve assumir a responsabilidade de “dar seguimento ao trabalho desenvolvi-do pelas Frentes Unidas de Macau, Hong Kong, Taiwan e do exterior focadas na reunificação nacional”.

Já a presença “institucional” do PCC estará no Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangei-ros do Governo Central em Macau, que reporta diretamente a Pequim, enquanto que a “natural” soma os filiados por “convicção”, cujo núme-ro se calcula ser “muito reduzido”, que integram a célula de Cantão e participam das reuniões do comité.

O rácio entre militantes e sim-patizantes é “enorme”, apontou uma das fontes, ao frisar que, não obstante o número, “a sua influência é desmedida” em Macau, sendo prova disso o facto de “as directivas do partido serem cumpridas”.

As políticas socialistas do continente chinês não se aplicam à Região Administrativa Especial, mantendo-se inalterados, até 2049, o sistema capitalista e os costumes anteriores à devolução do territó-rio, em 1999.

PCC/90 ANOS | POLITBURO DO PC CHINÊS, TÃO DISCRETO QUANTO PODEROSO

Nove sóis iluminam a China

Há um jornal local a ironizar a situação da falta de talentos em Macau com um tom burlesco: “devido à prática tradicional, o nepotismo impera; cada um dos principais grupos e facções tem o seu próprio ‘estábulo para os seus cavalos’; padrinhos e afilhados procuram os favores uns dos outros; quem se tornará funcionário, é tudo uma questão de ‘pedigree’”. Paul Chan Wai Chi P.15

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4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Jorge Godinho sobre intervenção cívica macaense e portuguesa

“Existe um medo que não tem fundamento”Gonçalo Lobo [email protected]

O jurista Jorge Godinho foi o português que, com o médico Mário Évora, integrou a comitiva

de macaenses que se deslocou, recentemente, a Pequim, o que o torna num dos representantes da comunidade portuguesa aos olhos do Governo Central. Como correu a visita a Pequim?Penso que o fundamental foi o convite em si e o facto de ter acontecido por parte de Leonel Alves. Esse é o grande ponto a assinalar. A viagem correu bem e o seu simbolismo é muito importante. É, claramente, uma mensagem de que a comunidade portuguesa é reconhecida como elemento importante de Macau. Em termos práticos foi uma agenda carregadíssima. Houve uma série de visitas a diversas entidades a começar pelo Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de EstadoA Língua Portuguesa foi tema de conversa entre as partes?Falou-se em português no sentido que o líder da delegação, Leonel Alves, exprimiu-se sempre em português. Não seria necessário porque ele fala mandarim muito bem mas nos momentos solenes e oficiais falou só em português. A Língua Portuguesa tem o seu estatuto consagrado na Lei Básica e, no momento actual, não se discute.Houve alguma mensagem a reter da parte do Governo Central?Não houve uma mensagem específica. Há este enquadramento em que há abertura e reconhecimento do papel da comunidade portuguesa. Penso que é essa a ideia central.Acha que a sua presença na comitiva tem a ver com a participação na lista Voz Plural?Penso que sim. De algum modo também podemos entender que é indicado como um representante da comunidade portuguesa de Macau?Certo. Penso que essa leitura é adequada e terá o seu cabimento. Sou uma de muitas pessoas que

poderá dar o seu contributo institucional no âmbito da comunidade portuguesa e, igualmente, do desenvolvimento de Macau.Como um dos representantes da comunidade portuguesa admite continuar ligado à Voz Plural?Sempre tive intervenção cívica em Macau. Comecei a publicar artigos em jornais um ano a seguir à minha chegada e participei em debates em 1991 e 1992. Esse trabalho a título individual seguramente que irá continuar. Em relação às

próximas eleições é prematuro falar nisso. Participei uma vez mas daí não resulta que tenha de participar uma segunda vez. Estou disponível para tal se for entendido necessário, se não for também não há nenhum problema pois continuarei a minha intervenção especialmente em questões de ordem jurídica, como até aqui.Como é que vê o papel da comunidade portuguesa de Macau?Não direi nada de novo. A comunidade está aí e o ambiente

que vivemos, hoje em dia, é relativamente estável. Longe vão as incertezas dos anos 90 em que não se sabia o que iria acontecer no ano seguinte ou dois anos depois. A comunidade tem a sua presença, trabalha, tem profissionais nos mais variados sectores, contribui para o desenvolvimento da RAEM e, sobretudo, é uma parte essencial de Macau no sentido de que esta sempre foi uma terra de encontro de culturas e, portanto, o facto de que há uma comunidade portuguesa

reconhecida é muito importante para manter o legado ao nível cultural, sociológico, político e até económico.Da parte de Pequim existe essa compreensão?Não há nenhuma dúvida a esse respeito. A mensagem resultante destes encontros e de uma série de outros actos que são praticados ao longo dos tempos como por exemplo almoço do Chefe do Executivo com a comunidade portuguesa. Não são muitos mas são importantes e significativos para retomar a linha de continuidade. A visita a Pequim integra-se nessa corrente.Acha que a comunidade portuguesa tem, neste momento, possibilidades de crescer em número mas também em visibilidade?Existe a eterna questão do nível de intervenção cívica, porque efectivamente há um problema de fundo que resulta do facto de muitas pessoas terem opiniões, terem coisas para dizer mas têm uma certa retracção. Quando chega a hora de participar em debates ou escrever, efectivamente dar a cara em espaços públicos, há um enorme retraimento. Muitas pessoas apoiam mas depois dizem “eu não posso”, “eu não quero” ou “a mim não me convém”. Era importante que se libertassem disso de uma vez por todas e entendessem que estamos numa sociedade aberta em que há liberdade de expressão e onde deve haver debate na praça pública sobre qualquer questão comum. Portanto, que se libertem dessas inibições que não tem qualquer fundamento.Essas são as inibições que têm feito com que a Voz Plural e outros movimentos do mesmo tipo surjam apenas no espaço das campanhas eleitorais e depois no dia-a-dia deixam de existir?Concordo. É efectivamente necessário que se desse essa continuidade. É precisa uma participação mais activa e não a limitação de autor ou de diálogo privado que sabemos que existe. As pessoas parecem, por vezes, dominadas por um medo que não tem fundamento.

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

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5www.hojemacau.com.mo

CHINA INAUGURA A MAIS LONGA PONTE SOBRE MAR DO MUNDOA China inaugurou nesta quinta-feira a mais longa ponte sobre o mar do mundo, com 36,48 km, na cidade de Qingdao, informou a agência oficial Xinhua. A ponte, que teve investimento de US$ 2,3 mil milhões e levou quatro anos para ser construída, liga o centro da cidade ao seu subúrbio de Huangdao, nos dois lados da baía de Jiazhou. Com esta ponte, a distância entre os dois pontos de um dos principais portos da China - e sede das competições de vela nas Olimpíadas de 2008 - poderá ser percorrida com economia de 20 a 40 minutos. A nova ponte supera a da baía de Hangzhou, também no leste da China e que com 36 quilômetros era considerada a mais longa do mundo até hoje.

Condutores de autocarros querem plano de reforma

Motoristas batem o péVirginia [email protected]

O novo regime do serviço público de autocarros, com a entrada

de mais uma companhia, está previsto para entrar em funcionamento a 1 de Agosto, mas os motoristas estão apreensivos. Além da falta geral de pessoal para garantir a frequên-cia do serviço, que deve significar sobrecarga de trabalho para todos, o ligeiro aumento salarial motivado pela entrada em campo de outra empresa não satisfaz os condutores de autocarros públicos, que exigem às companhias que estabeleçam um regime de protecção de reforma, para reconfortar os motoristas e atrair mais pessoas para a profissão.

Com a chegada da Reo-lian, quase 80 motoristas já pediram a demissão de um dos outros dois operadores, observou Tong Chak Sam, presidente da Associação Geral dos Empregados do Ramo de Transporte de Macau (AGERTM), citado pelo jornal “Ou Mun”, sem

O governo da China pediu nesta quinta--feira aos países envolvidos no confli-

to líbio que respeitem de maneira estrita o mandato da ONU que autoriza uma acção

especificar se se tratava da Transmac ou da TCM.

A companhia em causa terá ajustado recentemen-te os níveis salariais para os novos contratados – que passam a receber um salário-base de nove mil patacas que, juntamente com bónus mensais, pode ascender às 12 mil pata-cas ou mais. As restantes companhias também au-mentaram os salários, mas

os motoristas não estão satisfeitos. Dos mais de três mil encartados com licença para condução de veículos pesados de passageiros existentes em Macau, apenas cerca de mil são motoristas de au-tocarro, notou Tong Chak Sam, considerando que isso se devia ao trabalho alta-mente intensivo e à grande pressão da condução e do lidar com os passageiros e

aos relativamente baixos níveis salariais. Além dis-so, os baixos salários-base fazem com que os moto-

ristas fiquem dependentes de bónus e subsídios para conseguirem auferir ren-dimentos em torno de 11

mil patacas. Os bónus de assiduidade e prémio de segurança são entregues de acordo com o desempenho e a situação actual, o que motiva uma certa insta-bilidade nos rendimentos dos motoristas, levando a que as equipas também não sejam estáveis.

Muitos motoristas têm apelado a que o operador em causa reduza as parce-las variáveis e aumentem os salários-base, mas o mais importante, na opinião do presidente da AGERTM será o estabelecimento de um sistema de protec-ção de reforma como um fundo de previdência. Os motoristas, sublinhou, já pediram à companhia que esclarecesse as dúvidas existentes quanto aos anos de serviços prestados e que melhorasse o sistema de protecção à reforma.

CHINA PEDE RESPEITO ÀS RESOLUÇÕES

DA ONU SOBRE A LÍBIA

Pelo preto no brancoarmada, depois da França ter afirmado que a entrega de armas aos rebeldes respeita as resoluções do Conselho de Segurança.

“A China pede à comunidade interna-cional que siga estritamente o espírito da resolução do Conselho de Segurança da ONU”, declarou Hong Lei, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores. Também pediu aos países envolvidos no conflito que “evitem qualquer acção que vá além do mandato da resolução”.

As entregas de armas efectuadas pela França aos rebeldes líbios respeitam as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, afirmou na quarta-feira o embaixador francês na ONU, Gérard Araud.

A China, membro permanente do Con-selho de Segurança da ONU com direito a veto, absteve-se na votação de Março que abriu o caminho para os ataques aéreos contra a Líbia. Mas depois Pequim passou a criticar de maneira enérgica os ataques e pediu em várias ocasiões uma solução pacífica.

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SEXTA-FEIRA 1.7.2011

6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Wan Kuok Koi | Quarto pedido de liberdade condicional negado pelo TSI

Dente Partido fica preso até ao fimJoana Freitase Virginia [email protected] /[email protected]

WAN Kuok Koi só sai da cadeia em Dezembro de 2012. O re-

curso ao despacho que im-pediu o pedido de liberdade condicional foi ontem recusa-do novamente pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI), que alega que “de acordo com o actual sistema de justiça criminal, a liberdade condicional dos prisioneiros não tem natureza automática e depende de cada situação”.

Em declarações à Rádio Macau, Pedro Leal, advoga-do de Dente Partido, como é conhecido o alegado ex-líder da 14K, admitiu que esta decisão “não era nada de que não estivesse à espera”,

até porque é a quarta vez que o pedido é recusado.

A versão do acórdão, só disponível em chinês, evoca o artigo 56.º do Código Penal para explicar que o tribunal “coloca o condenado a pena de prisão em liberdade condi-cional quando se encontrarem cumpridos dois terços da pena e no mínimo 6 meses, se for fundadamente de esperar que, atentas as circunstâncias do caso, a vida anterior do agente, a sua personalidade e a evolução desta durante a execução da prisão o condu-zirão a uma vida de modo socialmente responsável, sem cometer crimes e ainda se a libertação se revelar compa-tível com a defesa da ordem jurídica e da paz social”.

Pedro Leal alerta, no en-tanto, para o facto da lei de criminalidade organizada “não especificar que as pesso-

as condenadas por este crime não possam pedir a liberdade condicional”. Em entrevista ao noticiário português da rádio, o advogado sublinha que “é apresentado sempre o mesmo fundamento”.

Mas, apesar da acusação de Wan Kuok Koi de que o tribunal “proíbe a liberdade

condicional sempre com a mesma razão”, o TSI defende que “mesmo que o prisionei-ro tenha servido dois terços da sua pena total”, o facto de ter “cometido crimes de liderança ou orientação de tríades”, impede a sua libertação. “[Estes crimes] têm obviamente um impac-

to negativo na sociedade e ameaçam a segurança local”, regista o acórdão.

Pedro Leal relembra que Wan Kuok Koi “não é reinci-dente” e diz que “a decisão, por isso, não se justifica”.

O TSI defende que Dente Partido, durante o tempo em que esteve preso, “nunca teve

qualquer comportamento de mérito que limpasse esse impacto negativo da socie-dade”.

Segundo o acórdão, na decisão do tribunal pendeu ainda o facto do recorrente “não ir de encontro ao esta-belecido na alínea dois do artigo 56º do CP”, ou seja, a libertação não se mostra compatível com a defesa da paz social.

O advogado de Den-te Partido caracteriza este “como um braço de ferro que tomba sempre para o mesmo lado” e afirma ainda que, neste caso, não vai ser permitida interposição de recurso para o Tribunal de Última Instância.

Recorde-se que Wan Kuok Koi foi detido em 1999 e condenado a 15 anos de cadeia pelos crimes de associação criminal, jogo ilegal e agiotagem. O TSI, contudo, reduziu-lhe a pena para 13 anos e dez meses, mas nunca lhe concedeu a liberdade condicional.

Dente Partido termina o cumprimento da pena em Dezembro do próximo ano.

ARRANCA HOJE NOVO SITE PARA ESTUDANTES DE ENSINO SUPERIOR

GAES mete alunos no mapaFilipa [email protected]

OS jovens e a sua formação es-tão na ordem do dia. Ontem

vários membros da Assembleia Legislativa pronunciaram-se so-bre o tema, nomeadamente sobre a necessidade de perceber o que pensa a camada jovem da RAEM. Hoje, o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) lança um novo instrumento para tratar disso mesmo - StudentBlog já está activo no endereço www.studentblog.gaes.gov.mo. Trata-se de um canal de comunicação trilingue especial-mente concebido para os alunos do ensino superior de Macau a estudar dentro e fora do território. De acor-do com o gabinete cerca de metade dos cinco mil alunos que estavam a terminar o ensino secundário no ano passado queria continuar os estudos além-fronteiras.

“Todos os estudantes estão actu-almente bastante familiarizados com a internet, por isso consideramos que esta ferramenta seria importante para eles, não só os que estudam em Macau como os que estudam fora, na China continental, Taiwan, Estados Unidos ou Canadá, e outros locais”, explicou Monie Kuok, chefe funcional que apresentou o novo

projecto ontem à tarde nas instala-ções do GAES.

INTERCÂMBIO ONLINECom a tónica na troca de informação e opiniões, o novo portal para os alunos do ensino superior pretende reunir informação local do interesse dos alunos, como notícias relativa-mente a candidaturas a bolsas de es-tudo, criação de novas licenciaturas ou ofertas de emprego. Outros dos objectivos é que o portal possa servir

de alerta ao GAES sobre situações de risco para os estudantes de Macau a frequentas universidades fora do território. “Se ocorrerem incidentes como o terramoto no Japão, por exemplo, os alunos podem informar--nos sobre a sua situação para que possamos saber o que precisam e se está tudo bem eles. Permite uma comunicação directa”, justificou Monie Kuok. “Também será um veículo para informar os estudantes sobre a realidade do ensino superior

em Macau e o seu futuro, ou mesmo em termos de vagas”, prosseguiu a responsável do GAES.

Kuok disse que “por agora” o site apenas poderá ser acedido por estudantes que para se registarem devem aceder à página principal do StudentBlog e submeter os seus dados, desde o nome, email, nú-mero do BIR e contacto telefónico à designação da instituição de ensino superior que frequenta, área de especialização e ano.

RADAR ESTUDANTIL Na página principal do novo Stu-dentBlog está um mapa do mundo onde fica sinalizada a localização de cada membro registado. “Uma das principais funções deste site é permitir que os estudantes comuni-quem entre eles, e através do mapa é possível identificar onde é que cada um está a estudar. Por exemplo, se um estudante estiver a pensar em ir estudar para os Estados Unidos, na Universidade de Califórnia, através do mapa pode descobrir uma pessoa que lá esteja e pedir-lhe informações

úteis, por exemplo como é viver lá, se o curso é bom, etc”, apontou Kuok. “É um sítio para eles partilharem in-formação sobre as várias instituições e dessa forma enriquecerem o conhe-cimento”, continuou a responsável.

A fim de incentivar a participação dos estudantes, e tornar a “cara” do portal mais apelativa aos jovens, o GAES contou com a ajuda de alguns alunos no processo de construção do portal. O organismo entende que através dos dados fornecidos “os respectivos departamentos governamentais poderão ter um entendimento mais profundo, sem limitação de tempo e espaço, das reais necessidades dos estudantes do ensino superior”. Também per-ceber qual a realidade e localização dos alunos de Macau a frequentar instituições no exterior, bem como aprender formas de criar “melhores condições para o melhoramento da capacidade do Governo em ajudar os estudantes no caso de incidentes inesperados, de modo a cumprir o pa-pel do governo oferecendo cuidados holísticos e assistência completa”.

O gabinete garante que os conte-údos do StudentBlog serão actuali-zados regularmente em português, chinês e inglês, e optimizado de forma a facilitar o desenvolvimento futuro da plataforma.

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SEXTA-FEIRA 1.7.2011

7www.hojemacau.com.moTGV | MAIOR LINHA DO MUNDO COMEÇOU ONTEM A FUNCIONAR

A China inaugurou ontem a maior linha ferroviária de alta velocidade do mundo, entre Pequim e Xangai, concretizando um dos mais ambiciosos projetos da engenharia chinesa. Às 15:00, um comboio capaz de atingir 380 kms/hora saiu da Estação Pequim-Sul e à mesma hora, em Xangai, um comboio idêntico iniciou a viagem em sentido contrário. É uma linha com 1.318 quilómetros de extensão e foi construída em menos de três anos, com um orçamento de 24.500 milhões de euros.

APESAR do declínio verificado na indústria tradicional, existem

várias fábricas que não se deixam le-var pelos tentadores baixos custos de produção do outro lado da fronteira e estão a optar por permanecer em Ma-cau, a bem de poderem manter nas suas etiquetas e embalagens a frase “Fabricado em Macau”. Há inclusive alguns fabricantes a tentar explorar o potencial da marca Macau com foco no mercado de Hong Kong. No nicho dos produtos típicos e lembranças, é notório o desejo de manter o “Made in Macau” como forma de garantia de qualidade.

As mais recentes estatísticas mostram que é “extravagante” falar em indústria em Macau. No entanto, entre as fábricas que estão por cá a lutar há muitos anos, algumas decidiram continuar a insistir. As fábricas não são muito numerosas em Macau e as principais linhas

Joana [email protected]

EXISTEM agora mais 11 hotéis verdes em Macau, que se vêm juntar aos 11 já exis-

tentes. Ontem, o Westin Resort e a Pousada de Mong Há receberam o galardão de “Hotel Verde – Prémio de Pra-ta” e outros nove hotéis, como o Holiday Inn, o Hard Rock e o Grand Hyatt, ficaram-se pelo prémio de bronze.

Passam, assim, a 22 os hotéis que prestam atenção à protecção ambiental no território, o que representa 45% da totalidade destes es-tabelecimentos com categoria de três ou mais estrelas.

Para esta edição, a quar-ta desde a instauração do concurso em 2007, foram elevados os critérios de ava-liação. “Foram reforçadas as exigências no que diz respeito à conservação de água e ener-gia e à redução de resíduos e foi dado particular ênfase ao controlo da emissão de gases poluentes”, frisou Cheong Sio Kei, director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA).

Os hotéis categorizados como “Hotel Verde” passam a pertencer a um grupo

EMPRESAS RESISTENTES DECIDEM NÃO SE MUDAR PARA A CHINA

Qualidade “Made in Macau”de produção mudaram-se no ano passado para a China Continental, lembra o proprietário de uma fábrica de têxteis, citado pelo jornal “Ou Mun”. Continua a haver algumas unidades de manufactura de têxteis de qualidade implantadas em Ma-cau. Algumas investiram mais de três milhões de patacas a importar equipamento da Europa. Mesmo com custos de produção mais ele-vados pela localização em Macau, essas empresas têm conseguido colocar no mercado produtos que pela sua especificidade continuam a encontrar espaço nas preferências dos consumidores. Se se mudassem para a China, acreditam esses fabri-

cantes, iriam sofrer as consequências da perda do “Made in Macau” nos seus produtos. Outra das razões para permanecerem em Macau é que há menos concorrência, o que permite que a tecnologia de produção não se espalhe pelo mercado tão facilmente.

Mas isso não afasta as preocupa-ções de alguns desses empresários. Embora o panorama pareça para já animador, há factores que dão que pensar num planeamento a longo prazo: os custos de produção continuam elevados e existe uma escassez de mão-de-obra disponível para se contratada. Isso pode levar a que algumas dessas empresas se vejam forçadas a estabelecer uma

segunda linha de produção na China Continental no futuro.

Nalgumas lojas de lembranças, Macau ainda é vista como a fonte base da maior parte dos produtos e as pessoas encarregadas desses estabelecimentos, apesar da falta de mão-de-obra e dos altos custos de sobrevivência, manifestaram-se dispostas a permanecer em Macau a lutar pelos produtos “Made in Macau” desde que consigam ir sobrevivendo. Citados pelo “Ou Mun”, alguns desses profissionais destacam que a marca “Made in Macau” assegura uma melhor qua-lidade e que as equipas de produção locais têm padrões mais elevados

de higiene e são mais fáceis de mo-nitorar. A deslocalização das linhas de produção têm por fim reduzir os custos, sobretudo com a mão--de-obra. No entanto, o custo das matérias-primas não estão a baixar e não podem ser evitados mesmo com uma mudança para a China, já que a subida nos preços das matérias--primas é a nível mundial.

Além disso, na indústria alimen-tar, por exemplo, a marca “Made in Macau” tem uma outra vantagem no que diz respeito à segurança do padrão de qualidade. Comparati-vamente aos produtos “Made in China”, há menos hipóteses de se-rem alvo de inspecções-relâmpago, devido aos frequentes casos de problemas com segurança alimentar na China, que estão a afectar a sua imagem internacional, assim como a confiança dos consumidores nesses produtos. - V.L.

Prémio “Hotel Verde” entregue a mais de uma dezena de hotéis

Dormidas com cheirinho a ambientedo Mundial da Natureza (WWF) e foi o primeiro hotel na Ásia a receber a certifica-ção de redução de emissão de gases. “O nosso compro-misso é sincero”, garante o responsável.

Também a Pousada de Mong Há apresentou as mais recentes tecnologias de protecção ambiental, como a instalação de chuveiros economizadores de água, e a utilização de painéis solares.

Apesar dos aumentos dos participantes, nenhuma das instituições hoteleiras de categoria II estiveram pre-sentes, talvez devido “à falta de recursos”, sugere Manuel Pires, sub-director da Direc-ção dos Serviços de Turismo (DST). O responsável afirma , no entanto, “que tem sido mantido um diálogo com os representantes dos pequenos hotéis, de forma a que sejam percebidos quais os apoios necessários”.

Manuel Pires frisou que “a indústria [hoteleira] está cada vez mais a aperceber-se dos erros ambientais”, algo “importante” tanto a nível social como económico, espe-cialmente numa cidade que se quer definir como centro in-ternacional de turismo e lazer.

específico, que beneficia de certas vantagens. À parte do certificado que atesta a sua preocupação com a gestão ambiental, válido por três anos, as empresas hotelei-ras estão em conformidade com normas implementadas pelo Governo, minimizam os custos de operação, são convidados a participar em intercâmbios e visitas relacio-nadas com o tema e “podem aproveitar o prémio como tema promocional”, refere o guia do concurso.

Desde a implementação do hotel verde, e comparando os onze primeiros meses de 2007 com 2010, a percentagem de energia e água consumidas baixou entre 7% a 42% e 13% a 41% e denotou-se menos 13% a 36% no consumo de resíduos.

COM PRATAMAS SEM OUROAs categorias de ouro, prata e bronze foram instauradas apenas nesta edição, mas, mesmo assim, não houve ne-nhum hotel que conseguisse atingir os 80% de pontuação necessária para levar o pré-mio mais alto.

As avaliações das instala-ções hoteleiras dividem-se em

duas categorias: a de primeira para os hotéis de três ou mais estrelas e a de segunda para os inferiores. Existem três parâ-metros básicos que são tidos em conta e que passam pela “liderança verde e inovação” – assumir o compromisso para com medidas de protec-ção ambiental -, “programa e desempenho ambiental” e “sinergia com parceiros”, que inclui, por exemplo, a contratação de especialistas na área ambiental.

A avaliação é feita com base na informação prestada à DSPA pelo candidato e, posteriormente, numa visita in loco.

Aos participantes são exigidas determinadas me-didas para protecção am-biental, como a instalação de equipamentos de eficiência

energética, a formação dos funcionários ao nível da pro-tecção ambiental, a recolha e reciclagem separada do lixo, a substituição de lâmpadas normais por economizadoras, a utilização de máquinas para a transformação dos restos de comida em material orgânico e outros mais simples, como a proibição de fumar.

OS MELHORES DO DIAStephan Winkler, gerente do Westin Resort, mostrou-se bastante satisfeito com o pré-mio e desvenda o “segredo” do sucesso. “O segredo é a longa existência do pro-grama. Desde que o Westin existe, há oito anos, que nos preocupamos com o impacto ambiental”.

O responsável disse ainda que contava com um especia-

lista na área, cujo compromis-so diário “era com a poupança de energia e com a protecção do ambiente”. Diariamente, o resort de Coloane faz medi-ções e comparações aos gastos e consumos e à poluição.

O local que o hotel ocu-pa, garante Winkler, é por si só uma exigência para esta preocupação, uma vez que o Westin está edificado em Coloane, a área mais verde do território, e tem 65 mil metros quadrados de paisagem.

“Conseguimos poupar 28 milhões de patacas com o programa de redução de energia, o que representa menos 23 toneladas de dióxi-do de carbono a irem para a atmosfera”, indicou Stephan Winkler.

Entre outras, o Westin está recomendado pelo Fun-

Premiados com Hotel Verde

2008 - Grandview Hotel, Pousada Marina Infante, The Venetian, Grand Emperor2009 – Wynn, Grand Waldo, Golden Dragon, Sands, MGM, Hotel Taipa Square, Hotel Guia2010 – Prata – Westin Resort e IFT Bronze – Hard Rock, Grand Hyatt, Metropole Hotel, Emperor Hotel, Crown Towers, Beverly Plaza, Holiday Inn , Lam Kwai Fong, Riviera Hotel Macau

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SEXTA-FEIRA 1.7.2011

8www.hojemacau.com.mo ENTREVISTA

Afonso Pessanha, designer

“ Como não posso vencer, junto-me a eles”DAS janelas do seu “studio”, Afonso Pessanha, dois anos de Macau, observa

analiticamente. Gosta de percorrer a região e conhecê--la cada vez mais e melhor. Chegou cá pouco depois de sair de Milão, cheio de ideias. Atingiram-no os flagrantes contrastes. Doeu mas já pas-sou; o volume e variedade de trabalho também ajuda a distinguir muita coisa. Quan-do não conseguiu vencer ou convencer, admite juntar-se a eles. A quem, afinal, manda no mercado local.O que o trouxe a Macau?Vim de Milão e fui parar a Nelas...Nelas?Sim, Nelas que fica ao pé de Viseu. Já tinha acabado o curso e decidi propor à Escola fazer um estágio profissional. Eles concordaram, passei a trabalhar com um arquitecto, mas passados oito meses vi que era uma actividade muito sedentária, eu tinha vindo de Milão cheio de ideias e ali as coisas andavam num outro ritmo ao sabor do relógio, entre as 9 da manhã às sete e meia da tarde em rotina quase permanente. Neste estúdio em Macau até passo mais tempo muitas vezes, mas é só o conceito em si que me refiro, pois se completasse às cinco da tarde o trabalho que tinha em mãos, era obrigado a estar lá até às sete e meia nem que fosse a ver carros na internet. Uma forma de gestão muito estranha e sem lógica alguma. Decidi despedir-me e vir para Macau em 2009, completamente à aventura, tinha apenas aqui um amigo de infância. Foi aquela altura da minha vida em que pensei: se não é agora que vais dar a volta e fazer alguma coisa de importante e diferente na tua vida, nunca mais é. E foi mesmo!O início foi difícil?Foi bastante duro o primeiro ano. Bati a todas as portas que me indicavam ou descobria, até me aperceber que emprego, propriamente, não havia. Hoje penso que se calhar ainda bem. Ao mesmo tempo também vi que trabalho para fazer havia bastante, caso as empresas, as instituições

“WAA!STUDIO” A ESTUDAR A REGIÃODois anos depois do desembarque, Afonso Pessanha olha para Macau com sinceridade, com admiração, mas sem perder o sentido crítico. Estudou Direito, mas mudou para Design entrando para a Escola Universitária das Artes em Coimbra, acabando por completar o curso em Milão. “Foi uma experiência excelente através do Erasmus, pois Milão, em termos de design, está no topo. A vertente escolhida foi equipamento, design de equipamento, que é uma área bastante abrangente, dá-nos bases para desenharmos muita coisa, mas sobretudo muito vocacionada para a parte industrial, de mobiliário, etc. Gosto de desenvolver a apresentação dos projectos. Como gostava da parte gráfica, foi por isso que optei por ir para Milão, escolhendo sobretudo formas de desenvolver competências da parte gráfica, do cinema, do food design, soud design, muita coisa” , revela o entrevistado. Em síntese, estas são as linhas base onde este natural de Coimbra e criado em Viseu, apoia o rumo profissional escolhido. O primeiro emprego foi num atelier de arquitectura em Portugal, como designer de equipamento, mas isso já lá vai; agora em Macau, a variedade de trabalhos ao alcance do “Waa!Studio” de que foi co-fundador, ocupa-lhe a maior parte do tempo e das emoções. Um estúdio no coração da cidade, donde se observa a cidade com o coração.

acreditem que há necessidade de um designer gráfico, pois podem beneficiar muito com isso. Estava a trabalhar como freelancer naquilo que me ía surgindo, mas com muitos pro bonus, inevitavelmente. Uma amiga advogada que veio trabalhar para o escritório “C&C” foi decisiva, pois começou a falar-se numa “newsletter”, etc., para o escritório. Bastou que eu estivesse no sítio certo à hora certa.

Após alguns meses o dr. Rui Cunha sugeriu que eu lhe apresentasse uma proposta de uma empresa ou um projecto piloto, um “bussiness plan”. As coisas foram correndo bem e alguns meses depois o dr. Rui Cunha ofereceu-me sociedade. Foi assim que nasceu o “Waa! Studio”, um casamento bastante bem conseguido.Quantas pessoas trabalham neste estúdio?Trabalho com a Carolina,

também designer, e também chegada a Macau em 2009, ela foi agora de férias. Somos uma equipa, trabalhamos com algumas pessoas em Portugal e, em trabalhos pontuais, também com muita gente que está em Macau: realizadores, produtores de vídeo, técnicos de som, etc.Um ano com o “Waa!Studio”.Sim, o primeiro. A verdade é que quero saber mais.Há muita concorrência?Essa é a grande vantagem.

Se a concorrência for maior, maior é a vantagem. Quem me dera que a qualidade fosse outra...Pode então dizer-se que localmente há mercado de trabalho?Acho que sim, sendo preciso procurar, trabalhar e não fazer asneiras, não ser demasiado ganancioso.Para muitos leitores, provavelmente os seus trabalhos mais visíveis serão os cartazes que concebe e realiza para divulgação pública das conferências do “Clube C&C”, de resto muito elogiadas; mas há muito mais do que essas imagens gráficas daquelas conferências.Realmente, essa é uma minúscula parte do trabalho desenvolvido, apesar de ser a mais constante. Sobretudo temos total liberdade para fazermos o que entendemos fazer. Neste primeiro ano trabalhámos, de forma muito visível graficamente, com o aeroporto, por intermédio de um arquitecto . Concebemos tudo o que é a parte gráfica das partidas e chegadas, casas de banho, trabalhamos com um gabinete de arquitectura, o High-Tech Mo, trabalhamos em web designs, fizémos um website do Pavilhão de Macau na Expo de Xangai 2010, já trabalhámos para universidades, BNU, Caixa Geral de Depósitos, Instituto do Desporto, vários escritórios de advogados, estamos a fazer dois livros para a Universidade de Macau, enfim, uns trabalhos maiores outros mais pequenos, mas felizmente vamos desenvolvendo com bom ritmo a nossa actividade, foi um ano bastante produtivo. Inclusivamente, estamos a começar a trabalhar com Portugal. Fizémos toda a imagem gráfica de uma empresa que contratou os nossos serviços gráficos e a produção à China, uma vez que a mão de obra é

mais barata e sem retirar qualidade. Temos boa capacidade de executar várias coisas. Estamos a contar com a colaboração de mais uma pessoa, neste caso chinesa, o que nos vai trazer vantagens.Apesar de serem diferentes maneiras de trabalhar. Apesar de serem maneiras de trabalhar diferentes, acho que é injusta a maneira como nós trabalhamos - ou como eles querem que nós trabalhemos. Da mesma forma que nós podemos ter algumas críticas em relação à forma como eles trabalham, também os profissionais chineses terão as suas razões de crítica. São culturas e hábitos diferentes. Como não posso vencer, junto-me a eles.Não há dúvidas sobre a

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Afonso Pessanha, designer

“ Como não posso vencer, junto-me a eles”

com Helder Fernando

“WAA!STUDIO” A ESTUDAR A REGIÃODois anos depois do desembarque, Afonso Pessanha olha para Macau com sinceridade, com admiração, mas sem perder o sentido crítico. Estudou Direito, mas mudou para Design entrando para a Escola Universitária das Artes em Coimbra, acabando por completar o curso em Milão. “Foi uma experiência excelente através do Erasmus, pois Milão, em termos de design, está no topo. A vertente escolhida foi equipamento, design de equipamento, que é uma área bastante abrangente, dá-nos bases para desenharmos muita coisa, mas sobretudo muito vocacionada para a parte industrial, de mobiliário, etc. Gosto de desenvolver a apresentação dos projectos. Como gostava da parte gráfica, foi por isso que optei por ir para Milão, escolhendo sobretudo formas de desenvolver competências da parte gráfica, do cinema, do food design, soud design, muita coisa” , revela o entrevistado. Em síntese, estas são as linhas base onde este natural de Coimbra e criado em Viseu, apoia o rumo profissional escolhido. O primeiro emprego foi num atelier de arquitectura em Portugal, como designer de equipamento, mas isso já lá vai; agora em Macau, a variedade de trabalhos ao alcance do “Waa!Studio” de que foi co-fundador, ocupa-lhe a maior parte do tempo e das emoções. Um estúdio no coração da cidade, donde se observa a cidade com o coração.

existência de mercado em Macau.Existe mercado nesta área, e necessita de ser formado, trabalhado. Ainda há pessoas que não têm bem a noção da importância deste sector na vida dos organismos, das empresas. Mas não é apenas aqui, duma maneira geral somos educados com base nas letras, na matemática, em baixo é que vêm as artes. Há quem suponha que nós temos um saco com ideias e com elementos, que os compilamos e que depois é rápido. Por vezes é frustrante, mas vai sendo atenuado esse sentimento com o avançar das nossas explicações caso a caso. E em relação à concorrência?Existe e é bastante desleal. Esta é uma área em que

uma pessoa pegando num programa, ao fim de meio ano consegue perceber como é que funciona; então consegue produzir o que nós produzimos aqui. A questão é a informação que se passa a sua hierarquia.O que se vê espalhado por aí em grande quantidade, a maior parte das vezes são mensagens que não passam, é um amontoar de informações num mesmo cartaz, aparentemente com critérios indecifráveis.Sim, são informações sem hierarquia, sem grande

sentido estético, assim como se tivermos tudo à nossa frente facilmente lá chegamos. Em Macau é muito assim, não há prioridades, nem hierarquia da informação. Basta observar os sites oficiais e vários outros, a lógica é estar tudo junto à frente dos olhos, sem método. E é um pouco desleal também porque quem faz o poster é que tem de ir montá-lo. Já tivémos casos assim, que nos chegaram a dizer que se não fôssemos colocar os cartazes iriam buscar outras pessoas para os fazer. Por isso nós temos de fazer tudo. Mas na concorrência também existe lealdade entre profissionais da mesma área, isso é muito importante. No audiovisual o “Waa!Studio” também trabalha?Começámos também nessa área, produzindo um vídeo promocional para o IPOR, “8 Razões Para Falar Português”. Recentemente, adaptados desse vídeo, fizémos três spots para o canal de língua chinesa da televisão. Aproveitamos bem a especialização da Carolina em comunicação e multimédia onde, inclusivamente, ganhou um prémio de edição. Multimédia, é bem a área dela, portanto há uma enorme complementaridade profissional aqui no estúdio. Para além de outros profissionais que estão em Macau, com especializações nessas áreas, com quem também já trabalhámos.Como observa a imagem estética de Macau, se é que posso perguntar assim?Sendo designer, gosto sobretudo da parte funcional das coisas. Fazer com que tudo funcione bem é muito

difícil, envolve muito estudo. Há muita coisa que não funciona bem em Macau, são feitas a martelo. São maneiras diferentes de ver as artes. No Ocidente, na nossa História da Arte, tivémos no século passado movimentos como o suprematismo, o minimalismo, o neoplasticismo; tudo isso implicava uma simplificação das coisas, tirar o excedente.. Fomos educados assim na parte artística com transporte para a parte social, aprendemos a simplificar. Em Macau, quando se fala em design, a primeira coisa que vem à cabeça é o neoclássico, o barroco; para nós o barroco, o rococó, é dos estilos mais rebuscados, ou seja é tudo o que nós não costumamos querer quando falamos de design. Mas lá está, acho que ainda não testei o suficiente para saber completamente se isto funciona ou não.Macau aproveita bem os espaços que tem?Bom, há uma parte que não é muito bem aproveitada que é a chamada quinta fachada, são os terraços. Se estivermos num sítio alto vemos que os terraços não são aproveitados.Para muitas habitações clandestinas...Ah, sim, por exemplo, e para estender roupa. Mas o que desejo mencionar é a carência de espírito de comunidade. Não havendo espírito de comunidade num prédio de habitação, as pessoas não se cumprimentarem, viverem aparentemente cada um por si, o factor social não se desenvolve. Essa é uma das vertentes. Depois, a própria forma de organização da cidade precisa de algum desenvolvimento, mais espaços com jardins, mais espaços amplos e não formas de estar como que enclausurados. No continente chinês vejo que não é assim, organizam as cidades de outra maneira melhor.Pode ter uma leitura gráfica de Macau?Graficamente, anda tudo à volta da mesma coisa, acho que os produtos gráficos são sempre os mesmos, com as excepções conhecidas, por exemplo no âmbito do Instituto Cultural, o que está

digamos que sob a regência ou a direcção artística de Victor Marreiros que é um caso à parte em Macau, e de bastante sucesso. Mas regra geral não é assim, complica-se muito, coloca-se demasiada informação em tudo. Usa-se e abusa-se de muitas técnicas e ambientes que complicam de alguma forma as mensagens que se pretendem transmitir. Claro que há coisas complicadas bem feitas, mas não é bem o caso de Macau.Exemplos?As campanhas oficiais sobre higiene pública, não cuspir no chão, respeitar os lugares nas filas, etc., tudo é ilustrado com bonecadas e, pelo menos na versão em língua portuguesa, com linguagem muito básica. É como um insulto à minha inteligência. Dirão, não és chinês, não podes entender tão bem. Eu vejo bastantes cidadãos locais a criticarem o que eu critico, para além de viverem em Macau muitas pessoas que não são chinesas. Muitas pessoas ao verem essas campanhas se interrogam: afinal, a quem se destina isto?Está em Macau para ficar?

Não digo desta água não beberei. Conheço muita gente que me diz ter vindo por quatro anos e já estar há vinte.Tem um sonho profissional para realizar?Sim, tenho. Gostava muito de, na parte do design thinking, a questão metodológica do design associada a várias coisas, que tem a ver com a parte pedagógica e na qual eu gosto imenso e me actualizar e desenvolver sempre que posso. Cada vez mais as empresas recorrem a designers para que os ajudem a reorganizar a forma como trabalham. Realizar, conceber, implementar; tudo isso pode ser aplicado em serviços, empresas, etc. Tem havido muitos exemplos de grande sucesso. Gostava de continuar estudos nessa área. No politécnico de Hong Kong há essa possibilidade, pois existe um curso bastante bom de master em estratégias de design strategy. Aprecio muito a ideia de conseguir aplicar a parte de design a situações verdadeiramente concretas, da vida real.

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10www.hojemacau.com.mo CULTURA

Entrevista | Zhuxi, artista plástico

À conquista de Macau

ESTREIA hoje no Pequeno Au-ditório do Centro Cultural de

Macau (CCM) o espectáculo infantil “Mecânica Celestial”, da companhia canadiana Théatre des Confettis. Os comediantes Jonathan Gagnon, Frédéric Lebrasseur e Marianne Marceau-Gauvin apresentam um espectáculo-instalação sem palavras que combina artes visuais, teatro e música onde a fantasia é palavra de ordem.

O premiado Théatre dês Confettis foi fundada no Quebeque, Canadá, em 1977. Ao longo dos anos a com-panhia tem colocado as crianças no

centro das atenções através de 23 pro-duções que deram origem a mais de 3 mil espectáculos, vistos por centenas de milhares de pessoas na América, Europa e Ásia.

O ano de 2006 marcou a estreia da companhia na Ásia com o espectáculo “Goodies, Beasties and Sweethearts”, no qual as crianças eram convidadas a entrar num bolo gigante. Desta vez, o colectivo de comediantes propõe uma viagem musical e divertida, repleta de mistérios e surpresas com personagens fantásticas e objectos engraçados.

O CCM deixa um cheirinho:

“Sob o céu estrelado, um pássaro engraçado aguarda que as crianças se juntem à misteriosa viagem. Como um mecânico, ele faz girar as rodas do tempo. Como um mágico, abre as janelas das estações do ano. E como um músico, deixa que o Universo seja ouvido e revela alguns dos seus segredos”.

A “Mecânica Celestial” criada por Claudie Gagnon sobe ao palco do Pequeno Auditório do CCM hoje às 15h e 19h30, com repetição amanhã e domingo no mesmo horário e uma sessão extra às 11 horas da manhã. Os bilhetes custam 140 patacas.

Filipa [email protected]

“SONG of the Conqueror” será a sua primeira exposição a solo em

Macau. O que é que vai trazer ao Armazém do Boi?Sim, estive em Macau em 2008 para participar numa exposição colectiva e estou muito feliz por ter sido convidado de novo, desta vez para uma ostra individual. Macau é uma cidade magnífica.Em relação à exposição, perto do Fórum de Trajano, em Roma, há um muro gigante, que foi esculpida em diferentes períodos. O império romano atravessou imensos territórios através de conquistas e resumir a um país relativamente pequeno, e isso faz com que as os romanos suspirem perante a sua História e ao mesmo tempo olhem para ela com generosidade. Mas rever a História e as guerras sem olhar às fronteiras permite olhá-la com mais sabedoria. A matança não era baseada apenas por puro interesse, a conquista

“Song of the Conqueror” inaugura dia 9 no Armazém do Boi e marca a estreia a solo em Macau do jovem artista chinês Zhuxi que foi buscar a sua inspiração à Europa dos conflitos, da História e da democracia

humana porque é mais objectiva e imparcial. Posso dizer que em todo o processo retirei inspiração de todas as áreas da vida, até mesmo de fotografias e poemas.Como artista chinês, como vê o panorama da produção artística actual no seu país? Penso que a China vai ser o foco do mundo no futuro e por um longo período de tempo, e não falo apenas ao nível económico. As artes e a cultura terão certamente um papel central. Ao ler revistas e livros de arte parece-me que é fácil identificar quando o trabalho é feito por um artista chinês ou um artista estrangeiro. Não sei se isso é um bom sinal, mas parece haver um padrão ao nível do conteúdo e da forma de expressão, um padrão que, sem dúvida, foi aceite pelo mercado. Acho que a influência do mercado vai afectar directamente o desenvolvimento da arte contemporânea na China e acho que os artistas devem ter a sua própria atitude criativa. Tem mais projectos em mãos?Fiz uma selecção minuciosa para a exposição em Macau, de forma a mostrar as peças mais representativas do meu trabalho, mas vários projectos tiveram necessariamente de ficar de fora. Vou continuar a trabalhar neles no continente mas posso adiantar que o tema básico continuará a ser a guerra, História, coragem e a democracia. Já tenho uma outra exposição individual agendada para Hangzhou no final do ano e em Setembro vou participar numa exposição de arte pública em Xangai.

não é apenas luta pela ocupação do território, é também sinónimo de coragem, sabedoria e paz. Neste trabalho não discuto o certo ou o errado da guerra mas reflicto sobre o início. Macau é um lugar especial, por razões históricas e políticas, por isso a concepção desta exposição foi particularmente pensada para ser apresentada aqui. Que peças é que o público poderá ver no Armazém do Boi? A exposição vai ter quatro instalações, dois conjuntos fotográficos e uma mistura

COMPANHIA CANADIANA APRESENTA ESPECTÁCULO INFANTIL

Sonhos e confettis no CCM

de trabalho de impressão e instalação. A maioria foi criada este ano. Tem alguma que queira destacar? Sim, a instalação de pintura “Song of the Conqueror” (“Canção do Conquistador”, em português) que deu nome à mostra, sobre a qual depositei um bom pedaço de tempo e pensamento. Claro que as outras obras são o resultado de muita reflexão também, e são todas importantes quer estejam maduras o suficiente ou não.

O que é que o inspirou a fazer este trabalho? No último Inverno viajei pela Europa durante três meses. Estive em contacto profundo com Roma e a Alemanha, o que me levou a pensar mais sobre as guerras e lentamente fui construindo o tema para a exposição. Claro que é a visão é demasiado limitada se observarmos o mundo baseados num só país, há muitos interesse minoritários. Do meu ponto de vista é preciso analisar a guerra de uma perspectiva

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SEXTA-FEIRA 1.7.2011

11www.hojemacau.com.moDESPORTO

MARCO FORTES DERROTA CAMPEÃO ESPANHOLA participação portuguesa no Meeting de Cáceres registou uma excelente participação, com oito atletas a vencerem as respectivas competições. O principal destaque vai para a vitória de Marco Fortes sobre o campeão espanhol Borja Vivas por apenas dois centímetros, no lançamento do peso, com a marca de 19,88 metros. Paulo Gonçalves venceu no salto em altura, com 2,19 metros, Dário Manso, no martelo, com 70.11, Marcos Caldeira, no cumprimente, com 7,55 metros, Pedro Ribeiro, nos 3000 metros obstáculos, e Rasul Dabol, nos 110 metros barreiras, com 14.10. Na competição feminina, Portugal conquistou duas vitórias por Vânia Silva, no martelo, com 67.55, e Glória Santos, nos 100 metros, com 11.85.

CICLISMO RUI COSTA CONFIRMADO NO TOURA Movistar anuncio, em Madrid, a lista de corredores para representar a equipa na Volta a França. O português Rui Costa está entre os nove escolhidos. Rui Costa vai assim participar na prova pela terceira vez consecutiva (desistiu em 2009 e foi 73.º no ano passado). Junto ao português estarão Andrey Amador, David Arroyo, Imanol Erviti, Ivan Gutierrez, Benat Intxausti, Vasil Kiryienka, José Joaquin Rojas e Francisco Ventoso. A equipa partiu para terras gaulesas esta quarta-feira.

GÉNOVA NEGOCEIA FREY E VELOSO PODE ENTRAR NO NEGÓCIOO Génova está em negociações avançadas com a Fiorentina com vista à contratação do guarda-redes Sébastien Frey para fazer concorrência directa ao português Eduardo. A transferência está perto de ser oficializada pelos dois clubes, com o guarda-redes francês de 31 anos a vincular-se ao Génova por três temporadas. O negócio poderá ainda incluir um jogador do Génova. Segundo alguns relatos na imprensa italiana, ou o médio português Miguel Veloso ou o avançado Robert Acquafresca fará o caminho inverso ao de Frey.

O professor Manuel Sérgio, que iniciou funções como consultor do treinador do

Benfica Jorge Jesus, garante que existe «or-ganização e liderança» na gestão do futebol do clube.

“Hoje, há duas pessoas que mandam no futebol do Benfica. [António] Carraça e Jorge Jesus. Mais ninguém. Cada qual sabe o que tem a fazer e eles é que decidem. Isto é a primeira ideia que tenho do futebol do Benfica. Os ben-fiquistas podem estar tranquilos porque, hoje, o Benfica está blindado. Mas bem blindado, ali não passa nada. Há rigor, as pessoas tra-balham e sabem o que têm a fazer”, disse em declarações à Antena 1, destacando a «grande organização» que se vive no clube encarnado.

“Comecei ontem a trabalhar no Benfica e

A empresa de António Salvador nega qualquer diligência da PJ. O Spor-ting de Braga revelou

hoje que foi feita uma busca às suas instalações para obter uma lista de convidados para alguns jogos de futebol.

A empresa de construção civil Britalar, de que António Salvador é presidente do conselho de admi-nistração, emitiu um comunicado, no qual diz que “não foi notificada de qualquer processo judicial, nem alvo de qualquer busca judicial”.

“São completamente desca-bidas as notícias hoje difundidas por alguns meios de comunicação sobre alegadas buscas às instala-ções da empresa”, diz o comuni-cado, assegurando ser “também completamente falso que tenham sido realizadas buscas à residên-cia do presidente do conselho de administração António Salvador

O Sporting vai apresentar ainda esta quinta-feira o brasileiro Marcelo Boeck,

ex-Marítimo, apurou o Maisfutebol. Os leões chegaram a acordo com o Marítimo para a transferência do guarda-redes que, assim, completa o trio de guardiões à disposição de Domingos Paciência.

Marcelo já chegou a Lisboa, cumpriu exa-mes médicos e foi apresentado como reforço leonino, altura em que se ficarão a conhecer os pormenores do contrato do brasileiro.

O guarda-redes tinha ainda um ano de contrato com o Marítimo e fonte dos madei-renses garantiu à Lusa que o clube fez “um importante encaixe financeiro”.

Aos 26 anos, Marcelo Boeck chega a um grande do futebol português, depois de se ter formado no Internacional de Porto Alegre.

Presidente do Sp. Braga nega buscas

Polícia anda à coca

BENFICA | MANUEL SÉRGIO INICIA FUNÇÕES NO BENFICA

Por um Benfica blindadotenho de elogiar a organização e a liderança dentro do futebol do Benfica”, atirou.

COENTRÃO AINDA PODE IR À SUÍÇATransferência para o Real Madrid continua presa por vários pormenores relevantes, embora tudo leve a crer que o lateral será jogador “blanco”. Presença no estágio não está descartada.

Fábio Coentrão ainda pode rumar à Suíça, segunda-feira, para integrar o estágio de pré--temporada da equipa, que terá lugar até dia

13, em Colovray, nos arredores de Nyon. Não estava previsto que o lateral-esquerdo embar-casse para terras helvéticas, nos pressuposto de a transferência para o Real Madrid concluir-se a tempo, mas os últimos desenvolvimentos não antevêem um consenso imediato.

Assim, o internacional português está, para já, na lista de 27 a 30 jogadores que Jorge Jesus vai levar para o laboratório suíço. Porque, para todos os efeitos, ainda é jogador do Benfica, com contrato válido até 2016.

SPORTING | MARCELO APRESENTADO COMO REFORÇO

Boeck para a baliza

ou, sequer, que este tenha sido contactado pelos meios judiciais para prestar declarações, nem se encontra notificado para tal”.

A agência Lusa noticiou hoje que a Polícia Judiciária (PJ) efec-tuou terça-feira buscas aos escri-tórios do presidente do Sporting de Braga, António Salvador, no âmbito da mesma investigação na qual foram efectuadas buscas

domiciliárias envolvendo Nar-ciso Miranda e a presidente da Câmara Municipal da Trofa.

Terça-feira, a PJ efectuou buscas simultâneas à autarquia da Trofa, assim como fez buscas domiciliárias à residência de Jo-ana Lima e de Narciso Miranda, vereador independente da Câ-mara Municipal de Matosinhos.

Fonte da Agência Lusa junto

da PJ adiantou que, ao mesmo tempo que decorriam as buscas em casa de Joana Lima e na de Nar-ciso Miranda, também estavam a ser feitas buscas aos escritórios de António Salvador, no âmbito da mesma investigação.

BRAGA CONTRATA GUARDA-REDES ITALIANOO finalista vencido da UEFA Eu-ropa League, Sp. Braga, contratou o guarda-redes italiano Tommaso Berni, proveniente da S.S. Lazio, tendo o jogador assinado um con-trato de duas temporadas.

Berni chega ao clube minhoto sem que tenham sido revelados os detalhes da transferência. O guardião, de 28 anos, foi formado na ACF Fiorentina e FC Interna-zionale Milano, e teve passagens pelo AFC Wimbledon, Ternana Calcio e Salernitana Calcio, para além de cinco épocas ao serviço da Lázio. O atleta disse ao “site” oficial do clube minhoto: “O Braga é uma equipa muito boa, jogaram um futebol muito bom e têm uma mentalidade fantástica. Estou mesmo muito feliz por vir para o Braga. Estou com fome de jogar e provar o meu valor.”

Em 2007, trocou o Colorado pelo Marítimo. Na última época, foi titular dos madeirenses e realizou 35 jogos no total da época.

LUÍS AGUIAR REÚNECOM DIRECÇÃO DO DÍNAMOO médio que alinhava no Peñarol, emprestado pelo Dínamo de Moscovo, não continuará na Rússia e está de regresso a Portugal.

No Sporting reencontrará o treinador Do-mingos Paciência com quem trabalhou no SC de Braga, factor decisivo para selar acordo com

o “leão”. Ao que se sabe o Peñarol tem opção de compra sobre o passe do futebolista mas terá de exercê-la até ao final do dia de ontem, o que não aconteceu.

Luís Aguiar deverá viajar amanhã para Portugal, onde no domingo fará testes médi-cos e assinará contrato com o Sporting.

Em Moscovo, o correspondente da Antena 1, José Milhazes, soube junto de fontes do clube russo que só falta o entendimento entre Sporting e Dínamo para que a transferência se possa consumar. Miguel Veloso

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22:30 Beating The Best - Tom Watson 1993 23:30 Global Football 2011

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Su doku

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REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-NATICE. GROU. 2-ABIDA. TOESA. 3-RASO. ZEBU. J. 4-T. OLEOSO. NO. 5-ERRONEA. COR. 6-IE. HIOIDEU. 7-MALVAR. MIT. 8-ACHE. AAA. AG. 9-CHOLE. AGORA. 10-AO. ALICERCE. 11-USURAR. MOAL.VERTICAIS: 1-NARTE. MACAU. 2-ABA. RIACHOS. 3-TISORELHO. U. 4-IDOLO. VELAR. 5-CA. ENHA. ELA. 6-E. ZOEIRA. IR. 7-RESAO. AAC. 8-GOBO. IMAGEM. 9-REU. CDI. ORO. 10-OS. NOETARCA. 11-UAJURU. GAEL.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Género de moluscos gastrópodes. Ave pernalta, da família dos cultirrostros. 2-Molusco gastrópode. Medida francesa de seis pé. 3-Que não tem lavores. Espécie de boi. 4-Que tem óleo. Que não está vestido. 5-Má índole, mau carácter. Pretexto, aparência. 6-Hospedaria oficial, na China. Hiódeo. 7-Terreno em que crescem malvas. Mercado interbancário de títulos. 8-Espécie de manto. Artilharia antiaérea. Símbolo químico de prata. 9-Corpete de mulheres, na Índia. Todavia. 10-Contracção de preposição e a do artigo o. O fundamento das construções. 11-Emprestar dinheiro ou outras coisas com usura. Arma africana.

VERTICAIS: 1-Parte, quinhão. Bebida feira com farinha de milho fermentada. 2-Décimo dia do mês solar e oitavo mês do ano persa. Vila de Torres Novas. 3-Trasorelho. 4-Figura que representando uma divindade, é objecto de culto. Conservar-se aceso. 5-Simbolo químico do cálcio. Antiga minha. Sufixo diminutivo. 6-Indivíduo azoratado. Deslocar-se, mover-se de um lado para outro. 7-Última travessa que une as chedas. Associação Académica de Coimbra. 8-Calhau, pedra para calcetar. Aquilo que imita pessoa ou coisa. 9-Aquela que é responsável por alguma culpa. Em romano, quatrocentos e um. A parte podre de madeira. 10-Símbolo químico de ósmio. Princípio filosófico. 11-Guajeru. Idioma da Alta Escócia.

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SEXTA-FEIRA 1.7.2011

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SUZETTE MUNOS AGCAOLLI | PROFESSORA UNIVERSITÁRIA

Uma vida inteira de experiências

Patrícia [email protected]

PERFIL

Tudo começou nas Filipinas, onde o desejo de sempre querer ajudar os outros se tornou parte da vida de Suzette Munoz Aggoili. É actualmente professora e supervisora na área de psicologia e dos trabalhos sociais na Universidade de São José. Completou o estudo secundário e o bacharelato em 1972 na área da ciência e da psicologia na universidade católica São Tomás nas Filipinas. Após ter terminado o bacharelato, Suzette foi contratada para trabalhar como professora na área da educação por um período de 2 anos, onde ao mesmo tempo fazia o seu mestrado. Durante os seus estudos de mestrado, candidatou-se para o departamento do Bem-Estar Social, para o gabinete de reabilitação. A alegria de ser aceite para o departamento e de poder ajudar os que precisam foi um passo de vitoria para Suzette. “Durante o meu trabalho podia estar em contacto com pessoas que

tinham dificuldades físicas e emocionais, pessoas com problemas de álcool, dependentes de drogas e saber que podia ajudar foi um sentimento de satisfação para a minha alma”, contou. Suzette afirmou que aprendeu muito com o trabalho, mas principalmente com o director do gabinete de reabilitação Victor Baltazar que era deficiente visual. “Aprendi tanto com o Victor porque ele me fez perceber que mesmo sendo cego, a alma continuará intocável e que a força de vontade de querer viver te faz ser vitorioso”, disse. “Era um pessoa que conseguia ver o que ela mesmo não sendo cega tinha dificuldades de ver e entender. Era impressionante como o Victor conseguia ver todos os detalhes, disse-me que mesmo tendo perdido a visão, nunca perderá a pessoa que ele é. As suas palavras fizeram-me entender que o mais importante é o interior de cada pessoa”, disse.

Durante o período em que trabalhou, afirmou ter aprendido cada vez mais com as pessoas e os desafios que enfrentava. Com o tempo tornou-se especialista e supervisora do departamento do Bem-Estar Social e em 1990 foi promovida a directora, de onde só se reformou em Setembro de 2010. Devido ao seu trabalho, Suzette foi reconhecida pelo governo como sendo uma executiva elegível dos serviços públicos. Em Maio de 2010, foi convidada para trabalhar na Universidade de São José como professora dos alunos de mestrado na área de psicologia e trabalhos sociais. Macau foi o próximo passo de Suzette para a continuação da sua carreira profissional. Sente-se satisfeita com o trabalho na universidade de São José, embora o período do contrato seja de dois anos, espera renovar e permanecer mais alguns anos em Macau. Por aqui Suzette familiarizou-se rapidamente com

o ambiente embora preferisse que Macau tivesse mais lugares ao ar livre para o lazer e diversão. “O meu único problema é que Macau tem poucos lugares ao ar livre para o lazer como nas Filipinas”, disse. Para ela, Macau é uma cidade evoluída e com uma cultura fascinante: “De uma maneira geográfica, Macau é muito pequeno, mas é uma cidade evoluída e que ainda se pode tirar muito aproveito com as oportunidades que oferece”. O seu maior desafio é aprender o Cantonês e o Mandarim que ainda continua insistindo na aprendizagem. “Não consigo falar o cantonês ou o mandarim, também devido ao pouco tempo livre que tenho, mas não vou desistir de tentar aprender”, afirmou. Considera-se realizada no campo profissional, com uma enorme vontade de poder ajudar sempre os que precisam e de poder compartilhar a experiência de uma vida inteira.

PATRÍCIA FERREIRA

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OPINIÃOperspect ivas

Jorge Rodrigues Simão

SEXTA-FEIRA 1.7.2011

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“Buildings are responsible for producing over half of all climate change emissions, but year on year, ‘modern’ buildings become more and more energy profligate and damaging to all our children’s future.”

Adapting Buildings and Cities for Climate Change A 21st century survival guide.

Sue Roaf, David Crichton and Fergus Nicol

Grupo de Trabalho Científico do International “Panel on Climate Change (IPCC)”, reuniu-se na China

em 1992, para verificar as conclusões do seu primeiro relatório de 1990. Foram divulgados alguns dados novos e importantes sobre o arrefecimento a curto prazo dos sulfatos, e sobre outros tipos de poluição, causada pelo homem na camada inferior da atmosfera, em especial no Norte.

As partículas transportadas pelo ar, como as que provêem de erupções vulcânicas na camada superior da atmosfera, ou as emissões de enxofre na camada inferior da atmosfera, podem afectar as radiações libertadas e absor-vidas pela atmosfera e também a microfísica das nuvens, aumentando a camada de nuvens e a reflectividade. Ambas produzem um efeito de arrefecimento, mas o aquecimento generali-zado foi um facto e 1990 foi o ano mais quente.

Existem muitas incertezas, mas nenhuma, por si só ou em conjunto afecta as previsões essenciais. Entre as incertezas, contam-se variações da radiação solar, as nuvens e o ciclo hidrológico, o papel dos oceanos como termóstato e as trocas com a atmosfera, a na-tureza do ciclo do carbono e o comportamento das camadas de gelo polares e do gelo do mar.

A rapidez a que se processa a mudança é que é importante. Segundo o “IPCC”, é provável que seja maior agora que nos últimos 10 mil anos, e a subida do nível dos mares será três a seis vezes mais rápida do que nos últimos 100 anos. Embarcámos numa corrida imparável para o aquecimento global. Mesmo que todas as emissões de gases de estufa provocadas pelo homem fossem interrompidas, cerca de metade do aumento da concentração de dióxido de carbono, provocada pelas actividades humanas seria visível no fim do século.

Qual seria então o efeito futuro nas cidades? Mais uma vez, atentamos nos seus recursos, na saúde, nos números e em factores externos. Num mundo cada vez mais urbano, as cidades tornar-se-ão mais vulneráveis à degradação das suas fontes de alimentos, água e combustíveis, com os problemas ligados à terra, à água e à poluição do ar que nos acompanham.

Mais solo é cedido aos tijolos, à pedra, ao cimento e à expansão urbana. Mas a mudança mais significativa no uso do solo é a aceleração da destruição das florestas em todo o mundo e o declínio da fertilidade dos solos. Segundo um

AlterAções climáticAs e cidAdesrelatório do “World Resource Institute”, cerca de 13 por cento da vegetação que sustenta a superfície da Terra, encontra-se num estado de degradação entre moderado e extremo, numa área equivalente à superfície da China e Índia juntas. Embora a cobertura vegetal esteja a au-mentar, ligeiramente nos países desenvolvidos, a sua destruição generalizada, e o consequente desaparecimento de algumas espécies, verifica--se a uma escala que é suficiente para alterar o ecossistema global.

Os países pobres continuam a depender da madeira para o combustível. O tratamento de resíduos pode transformar-se num pro-blema maior do que o consumo de recursos. Actualmente, nenhuma parte do mundo está livre dos resíduos produzidos pela actividade industrial. A poluição e os acidentes recentes demonstram que os perigos industriais são intencionais por natureza. Cerca de 17 por cento do vasto território da Ex-União Soviética, foi considerado há cerca de quinze anos área de desastre ecológico, pela Academia de Ciências do Reino Unido.

O efeito dos agentes químicos podem ser limitados, mas o destino dos resíduos químicos é um problema mundial. A procura de água doce aumentou entre 1940 e 1980, e duplicou de novo no ano 2000. Há cada vez mais pessoas que precisam de mais água. Muitos países conhecem já os efeitos da escassez e da seca. A luta pela água foi uma das principais fontes de conflito no passado, e sê-lo-á no futuro.

Os problemas levantados pela satisfação desta procura são agravados pela contaminação crescente, incluindo dificuldades decorrentes do escoamento e dos esgotos, florescências algáceas resultantes da poluição dos nitratos, a salinização e a toxicidade do alumínio. Existe uma dependência perigosa da rega. Neste século, as pressões exercidas nas reservas alimentares por uma população mundial em crescimento, e uma maior expectativa de vida, virá de muitos quadrantes desde a mudança de zonas climáticas, alteração dos métodos de cultivo da terra, de criação de gado e exploração piscícola, menos água para rega e menos solo arável, devido à desertificação ou à subida do nível do mar.

As regiões semiáridas são particularmente vulneráveis a secas ou inundações. As cidades são especialmente vulneráveis à mudança de clima, porque possuem um clima artificial. Menos zonas verdes equivalem a menos chu-vas e a menos transpiração das plantas, a uma maior absorção das radiações e a temperaturas mais elevadas. Os edifícios absorvem o calor e não conservam a humidade, portanto a eva-poração é menor. Tudo isto conduz àquilo a que se designou por “ilhas urbanas de calor”, com temperaturas mais altas, menos vento e humidade, mais nebulosidade, nevoeiros e

misturas de nevoeiro e de fumo. É obvio que a saúde humana está em risco.

A subida da temperatura e as alterações na precipitação aumentaram a capacidade de multiplicação e de propagação de vírus, bac-térias e insectos. A proliferação de organismos que se adaptam rapidamente, faz aumentar as doenças vectoriais. O aumento subsequente dos pesticidas poderia ser nocivo para a saúde, e a deterioração da qualidade da água beneficia patógenos com origem na água como a cólera. A fraca qualidade do ar provoca inflamações e doenças respiratórias.

Quase todos os anos morrem cerca de cinco milhões de crianças com doenças respiratórias nos países pobres. Cidades como Atenas, Budapeste, Londres, Los Angeles, Cidade do México, Pequim, Praga, São Paulo e Xangai têm níveis elevados de ozono, monóxido de carbono, dióxido de enxofre e outros poluentes. A exposição à poluição do ar é pior do que se julgava até ao presente.

As autópsias a jovens que foram vítimas de acidentes em Los Angeles revelaram que 80 por cento tinham graves lesões pulmonares. Poucos são os governos que publicam este tipo de dados extremamente importantes, que avalizam as correctas políticas ambientais e o real estado do ambiente local. As crianças, que respiram uma quantidade de ar quatro vezes superior à dos adultos devido ao facto de terem os pulmões mais pequenos e de serem mais activas, são particularmente vulneráveis à poluição atmosférica.

Desde 1990 que a Cidade do México tem encerrado as suas escolas, por períodos relati-vamente longos devido aos elevados níveis de ozono. A crise continua. Os aumentos de radia-ções ultravioletas nocivas, devido à destruição da camada de ozono por moléculas fabricadas pelo homem, como os clorofluorcarbonetos, enfraquecem o sistema imunitário e provocam cancro da pele e cataratas.

Todos os problemas de saúde se agravam substancialmente nos países pobres, onde a con-centração nas cidades é maior. Mas o número crescente de refugiados levanta um problema específico. Numa visão estritamente política, o aumento tem sido assustador de década para década, quase triplicando.

Existe um número não quantificado de refugiados por motivos ambientais, ou de migrantes que por razões económicas está a aumentar descontroladamente. Como é óbvio, as cidades contribuirão para uma multiplici-dade de factores e serão afectados por eles, que vão da instabilidade política e económica à competição mundial pelos recursos. As cidades são capazes de reagir a crises de curta duração, mas não se adaptam com facilidade a mudanças duradouras.

Assim, a água doce pode ser trazida de

longe, mas os custos desta operação poderão vir a tornar-se incomportáveis. A subida do nível do mar constitui um perigo mais di-recto. Quase metade da população mundial vive no litoral, nas margens e nos estuários dos rios. Estima-se que cerca de 80 por cento das cidades se encontrem em perigo. Entre elas contam-se Alexandria, Banguecoque, Dacar, Nova Orleães, Amesterdão, São Pe-tersburgo, Sidney e Londres. Uma subida de meio metro, cerca do ano 2100 teria amplas consequências.

A Holanda é particularmente vulnerável, visto que 27 por cento do seu território está abaixo do nível do mar, e 60 por cento está a menos de um metro acima dele. Uma peque-na subida provocaria a ruptura dos sistema de esgotos e de drenagem, a corrosão das estruturas, uma susceptibilidade acrescida às tempestades e a outros fenómenos naturais, a alteração do “habitat”, a elevação dos lençóis freáticos, a salinização da água e a contaminação de reservas de água doce.

No passado, os especialistas em planea-mento urbano tentaram evitar as questões e recorreram a expedientes de curto prazo. As pessoas vão cada vez mais longe à procura de recursos. Levam os resíduos para outros locais. Constroem-se chaminés mais altas para dispersar a poluição. As barragens e os sistemas de protecção costeira são construídos, sem que se tenha em consideração a subida do nível do mar. Os subúrbios proliferam. A vegetação regressa à paisagem urbana.

Não há dúvida de que são necessárias medidas mais radicais a longo prazo. A visão do futuro da cidade, tem de ter em conta a realidade de que, cada vez mais gente, nos países desenvolvidos e países de economias emergentes, trabalhará em casa, dada a revo-lução constante nas tecnologias de informação. É demasiado tarde para evitarmos, se é que poderíamos ter evitado a mudança ambiental.

Mas podemos fazer muito para mitigar os seus efeitos e nos adaptarmos, assim como às nossas instituições e às nossas cidades. Não estamos a lidar com um só factor, o clima, mas com uma vasta combinação de factores, como o aumento da população, degradação ambiental, poluição e perda de diversidade. A ciência, como a própria vida, está cheia de surpresas, umas boas, outras más.

O problema não é a mudança, mas o ritmo dessa mudança. A sociedade humana é frágil, tanto dentro como fora das cidades. Todas as civilizações anteriores soçobraram. Em última análise estamos sujeitos a condicionalismos biológicos como qualquer outra espécie animal. Mas ao contrário delas, podemos modelar conscientemente o nosso futuro. Se não con-seguirmos fazê-lo, só nos poderemos culpar a nós próprios.

O

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O homem não pára; quer subir sempre e cada vez mais alto.Padre Manuel Teixeira [1912-2003]

um gr i to no dese r toPaul Chan Wai Chi*

SEXTA-FEIRA 1.7.2011

15www.hojemacau.com.mo

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director do Gabinete para os As-suntos de Hong Kong e Macau, Wang Guangya, visitou Macau

e deixou quatro pedidos. Um deles foi que o Governo da RAEM se esforçasse mais para formar talentos em Macau em vários campos, sobretudo que cultivasse os talentos mais jovens, de forma a passar a tocha da liderança de geração em geração.

Na verdade, sempre que algum respon-sável do Governo Central a visita Macau, a questão do cultivo de talentos em Macau vem à tona. O Governo da RAEM tem despen-dido esforços e investimentos consideráveis todos estes anos a preparar talentos. Muitos recursos foram investidos em diferentes asso-ciações e organizações, no âmbito do sistema vigente, e certos talentos assim cultivados têm sido enviados para assumir diferentes funções em certos conselhos e comissões para ganharem experiência. Apesar de ter sido gasto um monte de dinheiro e empregue um enorme empenho, o Governo Central parece continuar insatisfeito com o desempenho e os esforços do Governo da RAEM. Quais serão as razões por trás disto?

Um jornalista amigo meu escreveu um artigo no jornal atestando que o mercado de talentos em Macau tinha sido monopolizado

Ho Yin, Ma Man Kei, Chiu Tak Kei, Stanley Ho e Chiu Lok Lei no último século foram personagens influentes da comunidade chinesa de Macau. Os seus feitos e o caminho que trilharam para o sucesso nada teve a ver com um qualquer meticuloso cultivo ou preparação; mas antes com a sua própria diligência e trabalho árduo. É por isso que todos eles eram capazes de enfrentar desafios. Um pai pode ser uma pessoa dotada e os seus filhos, nem por isso

De onDe é que vêm os talentos?

e caído nas mãos de grupos de interesses. Se os talentos forem seleccionados do con-junto de “vermelhos de segunda geração” [chineses nascidos nos anos 60 e princípios dos anos 70, antes do fim da Revolução Cultural], “ricos de segunda geração” e “fun-cionariozinhos”, quantos talentos jovens e brilhantes estarão disponíveis para selecção? Há um jornal local a ironizar a situação da falta de talentos em Macau com um tom burlesco: “devido à prática tradicional, o nepotismo impera; cada um dos principais grupos e facções tem o seu próprio ‘estábulo para os seus cavalos’; padrinhos e afilhados procuram os favores uns dos outros; quem se tornará funcionário, é tudo uma questão de ‘pedigree’”.

Os leitores apenas têm de cruzar essa tese da linhagem com a actual equipa adminis-trativa do Governo da RAEM para serem capazes de julgar se a afirmação acima é verdadeira ou não. Inspirado pelo título do famoso romance “Como o Aço foi Tempera-do”, do russo Nicolai Ostrovski, inventei a frase “Como os talentos foram originados”.

Ho Yin, Ma Man Kei, Chiu Tak Kei, Stanley Ho e Chiu Lok Lei no último século foram personagens influentes da comunidade chi-nesa de Macau. Os seus feitos e o caminho

que trilharam para o sucesso nada teve a ver com um qualquer meticuloso cultivo ou preparação; mas antes com a sua própria diligência e trabalho árduo. É por isso que todos eles eram capazes de enfrentar desa-fios. Um pai pode ser uma pessoa dotada e

os seus filhos, nem por isso. Os sucessores que conseguiram ser o que são apenas gra-ças ao legado deixado pelos pais, através de ligações e da cultura associativa podem ser considerados como “talentos”? Mesmo em pequenos círculos, ainda há gente com reais capacidades e habilidades, mas o canteiro de candidatos para selecção é muito restrito. O resultado de não se abrir o caminho a mais pessoas para que participem é que uma úni-ca pessoa acabe sobrecarregada com vários cargos. De uma forma suave, podemos dizer que “pessoas capazes deveriam realizar mais trabalho”, mas na realidade isso é autocrático e monopolizante.

No campo dos funcionários públicos, qual a razão por trás da baixa eficiência administrativa ao longo dos anos? Não ha-verá pessoas excelentes que se distingam no conjunto dos funcionários públicos? Segun-do o meu entendimento, tenho de falar na Lei de Parkinson, elaborada pelo professor britânico Cyril Northcote Parkinson.

Nos cenários organizacionais menciona-dos no livro “Lei de Parkinson”, existe uma doença chamada “injelitite” [palavra inven-tada por Parkinson mesclando “inferiority” (inferioridade) e “jealousy” (inveja)], que implica que um chefe não seleccione pessoas mais brilhantes e talentosas do que ele próprio para serem seus subordinados, evitando as-sim que estes o ultrapassem e se tornem seus concorrentes. Ao mesmo tempo, um chefe irá rodear-se de cada vez mais indivíduos que não o ameacem intelectual ou profissionalmente com trabalhos ou censuras com as quais não seja capaz de lidar e que em última instância o tornem num elemento redundante e dispen-sável. Assim, aqueles na organização que são capazes e têm os seus próprios pontos de vista vão sendo afastados ou colocados em marcha lenta ou em posições em que dificilmente tenham qualquer hipótese de fazer uso das suas habilidades e competências. No final, se esses funcionários brilhantes e talentosos optam por ficar na organização, gradualmente vão-se tornando pessoas medíocres. Essa é a melhor prova para ilustrar a regra do “mau dinheiro traz bom dinheiro”.

Macau não tem talentos? Não! Macau deve ter talentos. Esses talentos não são é cultivados, uma vez que os talentos não podem ser cultivados.

*Deputado e presidenteda Associação Novo Macau Democrático

O

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SEXTA-FEIRA 1.7.2011www.hojemacau.com.mocar toon

por Steff

PAPA ESTREIA-SENO TWITTER O Papa Bento XVI enviou ontem a sua primeira mensagem através do serviço de microblogging Twitter, uma iniciativa que está a ser interpretada como mais um passo da Igreja Católica na adopção de novas formas de comunicação.”Caros amigos, acabo de lançar o site www.news.va. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Deus vos abençoe, Bento XVI” tweetou o Papa, usando um iPad, o mítico computador ultra-portátil (tablet) da tecnológica norte-americana, Apple. Recorde-se que o Vaticano já tinha inaugurado um canal no YouTube , um perfil no Facebook, e uma conta no site de partilha de fotos Flickr . O novo site anunciado pelo chefe da Igreja Católica através do Twitter - www.news.va - foi desenvolvido pelo Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, e pretende centralizar toda a informação da Santa Sé, constituído um espaço de comunicação com os media.

LÍBIA FRANÇA LANÇOU ARMAS POR AVIÃO A França confirmou nesta quarta-feira que forneceu armamento aos rebeldes líbios. A notícia tinha sido adiantada pelo jornal “Le Figaro”, que deu conta do envio, por ar, de metralhadoras, lança-rockets e mísseis anti-tanque em Djebel Nafusa, a Sul da capital, Trípoli. Segundo o diário francês “Le Figaro”, o lançamento das armas ocorreu no início de Junho e a França não terá informado os aliados da NATO, que está a levar a cabo a intervenção militar na Líbia, sobre esta operação. “Começámos por lançar ajuda humanitária: comida água e medicamentos”, confirmou à AFP o porta-voz do Estado-maior francês, general Thierry Burkhard.

MAIS DE 200 “GALDÉRIAS” MARCHARAM EM LISBOA A “SlutWalk”, que em português significa algo como “marcha das galdérias, chegou este fim de semana a Lisboa. Mais de 200 mulheres marcharam entre a Praça Camões e o Rossio contra o machismo e a violência sexual. A ideia partiu de um grupo de canadianas, após as declarações de um polícia que dizia: “as mulheres devem evitar vestir-se de forma provocante se não quiserem ser violadas”. A indignação do espalhou-se como um rastilho e a “Marcha das Galdérias” chegou a mais de 70 cidades, desde Sidney, a Londres e Brasília. Este fim de semana foi a vez de Portugal receber o protesto.

CONFRONTOS EM ATENAS

LEE TENG-HUI ACUSADO DE DESVIO DE FUNDOS O antigo presidente de Taiwan, Lee Teng-hui, foi ontem acusado de ter desviado 7,79 milhões de dólares americanos de fundos diplomáticos, confirmou um porta-voz do Procurador da ilha. Lee foi acusado de ter desviado fundos públicos com a ajuda do seu braço direito, Liu Tai-ying, acrescentou o porta-voz. Lee Teng-hui foi presidente de Taiwan entre 1988 e 2000 e foi o primeiro presidente a ser eleito directamente pela população em 1996, sendo considerado um dos responsáveis pela escalada da democracia na ilha. Foi expulso do Partido Nacionalista depois de ter deixado a presidência de Taiwan por ter ajudado o grupo pró-independência, Taiwan Solidarity Union, aliado ao Partido Democrático Progressista, e já se revelou crítico do actual governo da ilha ao considerar que a China está a utilizar o acordo quadro de cooperação económica para conseguir a reunificação.

BERLENGAS RESERVA MUNDIAL DA BIOSFERA A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura atribuiu hoje a classificação de Reserva Mundial da Biosfera ao arquipélago das Berlengas. O anúncio oficial decorreu hoje em Dresden, na Alemanha, após a finalização dos trabalhos da 23ª sessão do Conselho de Coordenação Internacional do programa «O Homem e a Biosfera» (MAB), ao qual a Câmara de Peniche concorreu em 2009.

ANTÓNIO PEDRO DIAS NA BIBLIOTECA NACIONALO professor catedrático António Pedro Dias será o novo director da Biblioteca Nacional (BNP), substituindo no cargo Jorge Couto, anunciou hoje a Secretaria de Estado da Cultura. António Pedro Machado Gonçalves Dias, 60 anos, foi o director-geral do Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo entre 2004 e 2005.

RÚSSIA VISITA DE KIM JONG-IL ANULADA A visita do dirigente norte-coreano Kim Jong-Il à Rússia foi cancelada na sequência de fugas de informação na imprensa, noticiou o jornal russo «Kommersant», ao citar fonte do Kremlin. «As informações publicadas na imprensa japonesa e sul-coreana anunciando uma possível cimeira - entre Kim Jong-Il e Dmitri Medvedev - levaram as autoridades da Coreia do Norte a mudar de opinião», indicou a fonte. A visita pode ter sido cancelada por «questões de segurança», estima o jornal «Kommersant».

Dono do Birmingham, acusado de lavagem de dinheiro, tinha ligações aos casinos de Macau

Carson de pauA responder em tribunal a

cinco acusações de “ne-gócios com bens produto, confirmado ou presumí-

vel, de actividades ilícitas”, Carson Yeung Ka-sing, patrão do clube in-glês de futebol Birmingham City, foi ontem presente a tribunal em Hong Kong para prestar declarações. Os procuradores alegam que o magnata de Hong Kong foi autor de crimes de lavagem de dinheiro que ascendem a quase 750 milhões de dólares de Hong Kong. No ar, algumas sus-peitas apontam para a sua ligação à industria do jogo em Macau.

Os crimes em causa terão sido cometidos entre 2001 e 2007, através de cinco contas bancárias diferentes, três sob o seu próprio nome e duas no nome do pai, com montantes que, somados, ascendem a HK$ 748 milhões. O milionário de 51 anos foi detido na quarta-feira e colocado sob custódia após uma acção da unidade de investigação financeira do gabinete de combate aos narcóticos da polícia à sua casa em Victoria Peak, noticiou o “South China Morning Post”.

O dono do Birmingham foi libertado sob uma caução de sete

milhões de dólares de Hong Kong até à próxima audiência, agendada para Agosto, e obrigado a entregar o seu passaporte e a apresentar-se regularmente na polícia. O excên-trico magnata e antigo cabeleireiro assumiu o controlo do Birmingham City em 2009 ao pagar mais de HK$ 730 milhões pela aquisição de 94% das acções do clube das Midlands. A equipa, que alinhou na Premier Le-ague na última temporada, venceu a Taça da Liga Inglesa em Fevereiro, batendo na final o Arsenal, mas não conseguiu evitar a descida de divisão no mês passado.

De acordo com o jornal “Apple Daily”, as propriedades privadas de Yeung sempre foram um mistério, e até mesmo o grupo Birmingham International Holdings foi registado nas Ilhas Caimão. Tornou-se rico à base de especulação financeira e tem relações muito próximas a pessoas com actividades na indústria dos casinos em Macau, em especial Ng “Market” Wai, da tríade 14K. Em 2004, a Amax Holdings investiu no grupo de entretenimento Greek Mythology (Macau), propriedade de Market Wai aumentando o preço das suas acções. Ao comprar acções da

Amax, Yeung obteve lucros de 100 milhões de patacas.

Um banqueiro de Hong Kong terá descoberto que uma soma exorbitante de dinheiro tinha sido movimentada de forma suspeita através das contas de Yeung e re-solveu fazer a denúncia à polícia, conforme noticiou o jornal “Oriental Daily”, de Hong Kong. Caso venha a ser condenado por lavagem de dinheiro, os lucros do magnata podem ser confiscados e os seus activos, congelados.

Em Macau, Carson Yeung foi notícia em Fevereiro, ao vencer o leilão de beneficência pela oportu-nidade de posar para uma foto com uma das luvas de Michael Jackson. Na foto de grupo aqui publicada, aparece rodeado pela equipa de administradores do casino Ponte 16 e da SJM (com a luva, a conversar com Ambrose So, tendo à sua esquerda Sonny Yeung, presidente da Ponte 16 Macau). A imprensa de Hong Kong considera um mistério a origem da sua riqueza e que os seus laços com a indústria do jogo em Macau podem ser uma pista. A lavagem de dinheiro é um crime muitas vezes associado à indústria dos casinos. - V.L.