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Hipóteses de um mundo perdido

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Page 1: Hipótese de um mundo perdido

Hipóteses de um mundo perdido

Page 2: Hipótese de um mundo perdido

JOÃO FELIPE GOMES

Hipóteses de um mundo perdido

Page 3: Hipótese de um mundo perdido

Estes são alguns poemas, postados no blog Lugar do Leitor, reunidos então

numa só antologia.

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HOMENS

O céu está estreladoConseguimos vê de todos os ladosHomens tristes e caladosSilêncio que os fazem Serem chamados de incapacitados

Homens quem podem falarHomens que podem criar um conceitoDe todos vivermos num mundoSem o preconceito Ou sem a discriminaçãoSe eles por isso lutassemNão viveriam na solidãoMas com ela vivem E sem preocupaçãoEles já não se importamVivem num mundo sem portaE sem iluminação

Preconceito sinônimo de desrespeitoDiscriminação sinônimo de solidão Com estes dois sinônimos eles vivemAnônimos ocultos e sem compreensão

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TRISTE FAMÍLIA

Sair de casa sem avisarNão sei se vou voltarTalvez por aqui vou ficar Pois não tenho ninguémPara se preocupar.

Deus meu quando voltarei?Talvez nunca!Pois lá não tenho o que fazerPor aqui fico olhando o solPor aqui fico tristemente só.

Em casa tenho tudoMenos tudo que lutoLuto pela harmonia Na minha infeliz família.

Lá em casa ninguém cooperaFazem do dia uma misériaMiséria que me faz não querer voltar Para o tão indesejado lugar

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DESCULPAS

Leio Livros por não ter amigoNão há amigo melhor do que o livroNos livros encontramos amizadesQue nos faz viver numa eterna felicidade

Através das personagensCriamos uma imagemImagem que leva-nos a uma passagem paraUm mundo com homens E mulheres de muita coragem

Os homens não lêem os livros Por isso recebem gritos da mãe SolidãoSe eles lessem, Mãe Solidão morreriaE ficaria guardada num bom livro de ficção.

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DESCRIÇÕES

Chamo-Me João João pé de feijãoO João que tem fortes dores no coraçãoCoração novo, mas cheio de depressãoDepressão infeliz é a minha que sempre luto para dizer não

Agora tão triste estou,Sozinho segurando esta penaTristeza pela qual me comoveu A escrever este poema

Poema triste com muita dorNão só apenas consegue descrevê-loComo descreve também o autorAutor que guarda muito rancor

Por aqui fico com aminha dorPor aqui fico com a minha depressãoDepressão que luto para substituí-la No meu já velho coração

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A NOITE FRIA DO INVERNO

Na noite fria do inverno andei,Andei sem destino, na intenção de encontrar A paz que sempre sonheiNa vida não conseguimos nada fácilE sem a paz que desejava voltei

Na minha solene volta desejei muito mais:A paz que os homens tanto lutam, Mas por ela não defendem Talvez um dia eles lembremMas infelizmente será tarde de mais

Deus, porque tanto sofremos?Se tu sabes que não suportamos a dorA dor que nos inferniza,Dor que nos faz querer pararMas em ti ó Deus confiamosTemos a plena confiança queTu guardarás um lugar para os teuE neste lugar felizes viveremos

Enquanto o criador criar o pleno lugarAqui fiquemos andando sem destinoPerdidos nos pensamentos,Pensamentos pelos quais cobiçamos a pazA paz vamos obtê-la no tão desejado lugar.

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A VERDADEIRA PAIXÃO

A Cidade é uma correriaQuando de dia todos cumpremO seu objetivo do dia

No finalzinho da tardeTodos já têm cumpridoO seu objetivo levado à cidade

E a cidade de noite?É habitada por quemCreio que seja por aquelesQue já estão sem ninguém

Quando de dia alguns trabalham, Outros vendem o que tem de melhor:O corpoQue depois de vendido voltam para casa E no dia seguinte voltam Até a cidade com o corpo imundo Deixando suja a cidade tão bem limpaPor aquele que a criouDeus, porque existe a prostituição?Se nosso corpos foram criados paraVivermos numa doce paixão

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A MÃE QUE NÃO TIVE

Mãe tu foste para mim a melhor coisa que Deus fezSempre me apoiastes nas horas que mais desejei.Tu não podes estar mais aqui do meu ladoMais tu sempre estará no meu coração.

Mãe eu sinto tanta saudades de ti.Oh mãe por que tu foste embora?Não me querias mais?Se for isto, volta...Que eu fico no teu lugar.

Mãe tu tens o segredo da vida dentro de teu interiorTu me reproduziste com muito amorAqui estou eu tristemente sóEsperando por ti, aqui ficarei esperando-te Para me levar contigo para sermos feliz.

Oh mãe volta para sermos felizes.Volta para fazermos coisa que ainda não tivemos a oportunidade de fazer.Volta para mim mamãe, volta e vem me ver.

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MAR TRAIÇOERO

Comparo o mar como a vidaTudo que nela se faz, vai e voltaSe hoje eu estou triste, amanhã estou alegreO mar é do mesmo jeito, hoje ele está fazendoUm maremoto e amanhã ele fará uma ondaTão calma que acalmará toda a tua tristeza

Por isso que agora eu estou na praia Tentando me acalmar, eu estou esperando pela ondaQue tu disseste que se eu lá fosse iria me ajudarPor ela já esperei tanto que não agüento maisAqui vejo de tudo e principalmente o mar queEstá sendo traiçoeiro comigo e disse-me para voltar

Aqui estou eu novamente, na frente do marJá caminhei tanto que meus pés me imploraram para pararParei, não quero saber de mais nada e nem ninguémO mar já não me ajuda, sou um caso perdidoSem quere saber de nada, entrei no marEnsopei-me por completo e me deixei flutuar.

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MOTIVOS

Só escrevo poesia à noiteDe dia não tenho razão de escreverEscrevo apenas à noite e aproveito Para apanha de acoite Junto com a solene solidão

Solidão porque me bate?Se eu não mereço issoTalvez eu devo merecerSe não Deus não me Deixaria passar por isso

Solidão retira-se de mimVai procurar aquelesQue já não estar infelizPois João quer voltar a Ser um menino alegre e feliz

A solidão ainda não foiDe mim ela não quer sairJá encontrou um lugarPara morar e fazer-me infelizCom ela vou viver até Deus Revelar-me o que será de mim

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NO SILÊNCIO DA NOITE

No silêncio da noite junto com a minha solidãoSegui sem destino, sem rumo, apenas com os meus lívidos passos Que me faziam andar sem eu ter uma noção de onde chegarAndei até demais e não encontrei nadaMas eu nada procurava apenas queria andar livremente no tão cálidoSilêncio da noite que fazia companhia a minha miserável surdezSurdez que me deixava surdo e eu não tinha certeza se era a noite Que estava calada ou meus ouvidos desligadosNão ouvia o canto dos pássaros nem o barulho do forte ventoQue me batia agressivamente no meu corpo, minha alma estava cansada e Com vontade de se partir ao meio e virar duas, mas mesmo assim divididas Elas ainda seriam chamadas de solidão e tristezaQue denominaria apenas uma pessoa: eu mesmoUm ser sem destino, sem ponto de chegadaUm ser que camufla tanto os sentimentos que acha que está dividido Ambas as partes desta divisão tão mírifica consegue me descrever emTristeza, solidão e por que não: João?

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SAUDADE

Saudades é a melhor palavra para Dizer o que sinto por tiSinto saudade do teu corpoHoje te tenho só no pensamentoAs poucas imagens que foram gravadasDe ti não me completam, pois eu o quero De verdade só para mimNão quero fragmentos lhe quero inteiroLembrar de ti dói, mas é uma dor inevitávelE um sofrimento opcionalSofro por ti por saber que tu existesE que tu não podes está aqui por causa da distânciaA vida pediu para você partir, ir embora, me deixar só...A vida sempre é traiçoeira, ela nunca faz o que queremos Viver é uma dor estupendaRecordo-me de ti, da tua voz, do teu cheiro e do teu sorrisoAntes de ti ter eu era apenas uma sombra, sem luz e sem corVivia nas trevas e a escuridão era a minha companhiaEu era carente de luz e tu quando chegasse perto de mim me clareouTrouxe-me a luz que me haviam roubadoMeus olhos foram em direção aos teus e Neles encontrei uma luz submissa a minha escuridãoFui em direção também aos teus cálidos lábiosNeles encontrei um doce venenoEste veneno entrou pela minha boca e saiu agora com toda forçaPelas minhas mãos.

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LOUCOS SIM, NORMAIS NÃO

Que a loucura me domine por completoSe eu sou normal e todos me reconhecem com loucoEntão que a minha insanidade seja proveitosaQue a minha mente torne-se mentecaptaTalvez assim sendo, enxergarei o mundo com um olhar ingênuo Neste mundo temos que nos passar por perdedores da razãoEntão, portanto vamos ser loucosVamos desfrutar daquilo que gostamosO que importa é ser felizSendo louco ou não sempre será um serUm ser que tem uma escolha dentro de siQue a loucura a todos domine e que Desperte em cada um o olhar ingênuoQue tem se mostrado tão pouco no Meio de pessoas tão normais.

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LAGRIMAM DESAFIADORAS

Lágrimas desafiam o meu olharApesar de elas não saberem a razão da descidaO meu coração inchado encontra-seMinha mente concentrada em algo tristeFaz com que os meus olhos fiquem molhados, molhados de lágrimasQue a tristeza da minha mente mostre-se enganadoraTalvez assim sendo, poucas lágrimas me desafiarão...Apenas te peço meu Deus:Que a dor não me seja indiferente Que a morte me encontre distraidamenteQue o medo me seja passageiro e Que a solidão seja apenasO desfecho disso que chamamos de vida.

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PEDIDOS

Apenas te peço meu Deus:Que a dor não me seja indiferente Que a morte me encontre distraidamenteQue o medo me seja passageiro e Que a solidão seja apenasO desfecho disso que chamamos de vida.

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CENÁRIOS

A vida é um cenário que Deus fezNele vivemos como atoresAtores que não tem uma formaçãoNeste vasto mundo, vivemos como cobaiasTemos que aprender a encenarMas a encenação está sendo feito agoraE se não prestarmos atenção temosQue sair da peça teatral que é a VIDA.

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DE REPENTE

Algo inusitado acontece com o meu corpoDepois de anos sem tê-laAchei até que ela havia deixado de existirSó bastou a platéia não comparecerQue ela ressurgiu, havendo então A ressurreição da solidãoO meu corpo mostrou-se leve e inseguroNão queria tê-la, uma vez, porém,Que a escolha não me pertenceO responsável por isso São os meus atos, os meus impulsosComo uma cena teatral que apresenta vários atos,A minha vida impulsionada mostra-seCom a solidão presa nos meus movimentosOs meus olhos enxergam o mundo de outra maneiraSendo eu, o personagem perfeito De uma noite de grandes espetáculosO teatro encontrava-se vazio, minha vida tambémA única coisa que me restou depois de tantas perdas, foi a vozGritei: - Meu Deus! - Gritei mais alto o que pude, Ele não me ouviuNada aconteceu; o eco da minha voz Preencheu todo o cenário vazioNas cadeiras onde todos deveriam estar sentadosRessurgia o vazio, a angústia e o choroChorei, não teatralmente; mas sim de verdadeOs meus coitados olhos derramaram lágrimasSem saber por quêMinha mente lhes ordenava dizendo:- Apenas chore, ele está triste

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O desarollo foi constante e nisto muitas Lágrimas escorreram, desordenadamente pela minha faceO choro me ajudou, me senti mais leveO cenário continuou o mesmo: intactoA não ser pelo tempo que havia passado,Nada se modificouSendo o mundo este cenário e a sociedade esta platéiaEu não necessito de mais nadaComo um teatro em reforma ficou a minha vidaCansado de incorporar tanta gente parei por aquiNão quero ser mais ninguém, nem eu mesmoSer ou não ser? – eis a questão, já dizia ShakespeareEu prefiro não serNão vou ter compromisso com nada e não vou precisar Decorar falas, até porque só escrevem enredos mal escritosQue roteirista é esse que nem se quer escrever sabe?

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OTEMPO E A VIDA

tempo passaNão páraConcentra-se nosTeus pensamentosE perceberás que aVida não pára, passa.

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MORRER

Dores rebocam o meu corpo,Cansado de tanto sofrimentoE amargura, com a morteMarco um encontro.Morrer não é tudo,Antes o retorno daquiloQue ainda não foi.Morrer seria uma pausaPara o sofrimento,O melhor seria aguentarCalado sem refletir muito.Até porque, se a reflexãoMarcar sem penaA minha mente,Eu morreria de dores de partoPara gerar aquilo que eu jáSei que não existe:SOLUÇÃO.

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QUE IMPORTA?

Eu não era o que sou agoraNão sinto falta dos dias que passaramOs dias apenas passam, passam e passamE infelizmente mais velho vou ficando

Quero viver cada dia da minha vidaLutando para que haja o amanhãSei também que o amanhã podeNão nascer mais para mim

Mas que importa? Eu já nasci O amanhã pode não surgirMas eu surgi, e este meu surgimentoOcorreu nesta minha monótona vida

Vida, que todos os dias vivoNesta ligação de segundos Que me perturbam e faz-meQuestionar o surgimento do amanhãO que quero eu com amanhã?Mal tenho capacidade para viver o HOJE

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UM PRESENTE DA VIDA

Sensata me é a minha loucuraTento vê-la nos meus semelhantes Mas nenhum se encaixam a elaNão sei se a cruel da sensatezA reservou especialmente para mimSem exagerar muitoEu a recebo: ALEGRE e ÚNICO.

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O MARCADOR DAS HORAS

Porque às vezes eu entendoQue a minha vida é um Relógio que trabalha incansavelmenteTodo um períodoE depois quase sem forçasTenta ser o que foi no segundo anterior.

O meu relógio não marca apenas segundosMarca também as longas horas que eu fico paradoE o meu dono acha que eu por não estar funcionando Não vivi aquele momento

Pobre de quem pensa como eleVivo tudo, funcionando ou não, Pois o instante é concebido a todos.E indiferente de se estar funcionando ou não: PASSA-SE.

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DEFINIÇÕES

Triste me é o momentoPobre agora é o instanteDesconfortável é essa rotinaInfeliz é a minha existência

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Todos os poemas apresentados aqui são de autoria de João Felipe Gomes, autor

do blog Lugar do Leitor