fúcsia girassol pêssego sulferino hortelã produtividade · 2017-04-21 · como manufatura enxuta...

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ANO XXIX EDIÇÃO 279 • MARÇO /ABRIL 2017 MÓBILE FORNECEDORES INOVAÇÃO E NEGÓCIOS PARA A INDÚSTRIA MOVELEIRA PRODUTIVIDADE ANO XXIX • R$ 16,90 279 Mesmo com vários desafios, melhoria da produtividade se inicia no chão de fábrica IMM COLOGNE Confira o que a feira alemã traz de tendência para a indústria moveleira FIMMA BRASIL Feira serve de análise para o início da leve retomada prevista para 2017

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Page 1: Fúcsia Girassol Pêssego Sulferino Hortelã PRODUTIVIDADE · 2017-04-21 · como manufatura enxuta e também chamado de Sistema ... que ele deseja e transformando, da melhor maneira

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ANO XXIX • R$ 16,90

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Mesmo com vários desa� os, melhoria da

produtividade se inicia no chão de fábrica

IMM COLOGNECon� ra o que a feira alemã traz de tendência para a indústria moveleira

FIMMA BRASILFeira serve de

análise para o início da leve retomada

prevista para 2017

Fúcsia Girassol Pêssego Sulferino Hortelã

produtividade se inicia no chão de fábrica

IMM COLOGNEFIMMA BRASIL

Page 2: Fúcsia Girassol Pêssego Sulferino Hortelã PRODUTIVIDADE · 2017-04-21 · como manufatura enxuta e também chamado de Sistema ... que ele deseja e transformando, da melhor maneira

O especialista em sti dO senai, RenatO BeRnaRdi, cita O ataque aOs OitO des-peRdíciOs cOmO pRincipal BenefíciO da manufatuRa enxuta. “nãO cOnsideRa-mOs desvantagens neste pROcessO”, fRisa.

1 – Superprodução – evitar produzir aquilo que não está vendido

2 – Espera – por peças, pela entrega, tempo ocioso, etc.

3 – Transporte – movimentação de materiais de um lugar para outro – o transporte é custo

4 – Superprocessamento – entregar o que foi pedido e não a mais do que o foi encomendado

5 – Inventários – estoque – eliminar tudo que está em excesso, além do mínimo necessário para executar a atividade

6 – Movimento – o deslocamento de peças e processos dentro das empresas – eliminar todo aquele que não agrega valor ao produto ou serviço

7 – Correção – retrabalho

8 – Criatividade perdida – reuniões, pla-nos de ação e não fazer a ação

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L ean manufacturing, traduzível como manufatura enxuta e também chamado de Sistema

Toyota de Produção, é um modelo de gestão focado na eficiência de pro-cessos. O conceito – bastante conhe-cido, mas não praticado na mesma altura – baseia-se na redução dos sete tipos de desperdícios: superpro-dução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventá-rio, movimento e defeitos.

No entanto, o especialista em STI, do Instituto Senai de Tecnologia em Madeira e Mobiliário, de Bento Gonçal-ves (RS), Renato Bernardi, coloca outro pilar importante da metodologia, a “criatividade perdida” (veja box).

Essa filosofia surgiu da necessidade da fabricante de automóveis Toyota de eliminar perdas e tornar-se competitiva frente às automobilísticas americanas. Porém, independente do ramo de ativi-dade de uma empresa, adotar a produ-

restrição para a implantação destes”, pontua o consultor.

Produção puxadaNeste modelo, o fluxo de materiais ganha relevante importância e ele pode ser implementado por meio do Mape-amento do Fluxo de Valor (MFV) que é ponto de partida para as companhias que desejam elaborar um plano bem estruturado.

“O mapeamento dá uma perspec-tiva levando em conta o quadro mais amplo, e não só dos processos individu-ais, melhorando o todo, e não apenas as partes”, resume o consultor da ECR. Ou seja, o conjunto de ações específi-cas necessárias para obter-se o melhor resultado de um produto acabado, desde a matéria-prima até a entrega ao cliente, focando nos fluxos de material e de informação, explica o consultor.

Assim, o resultado do MFV é uma iden-tificação de forma gráfica, um mapa da atual situação da cadeia produtiva, a qual serve como base para a construção de um estado futuro desejável, escla-rece Silva.

Manufatura enxuta

ção enxuta é o caminho para a melhoria da qualidade, produtividade, redução dos custos e prazos. “O lean tem como objetivo alinhar a melhor sequência pos-sível de trabalho, a fim de agregar valor de forma eficaz aos produtos solicitados pelo cliente, oferecendo exatamente o que ele deseja e transformando, da melhor maneira possível, desperdício em valor”, resume Bernardi.

Segundo o consultor da ECR Consulto-ria, Everton Rodrigues da Silva, concei-tualmente a estratégia incentiva maior envolvimento das pessoas, enfatizando o trabalho em equipe, treinamento em massa e o aprendizado contínuo, sendo a produção voltada para o cliente. “Uma análise da causa fundamental para cada uma das sete perdas permite identificar qual é o instrumento ou fer-ramenta do lean mais adequada a ser utilizada. A maioria das perdas está ligada a instabilidade nos processos”, diz. E Silva explica que para identificar onde as perdas estão inseridas é neces-sário “aprender a enxergar”.

Para que os moveleiros possam aplicar a manufatura enxuta, o especialista do Senai orienta “se inscrever no Programa Brasil Mais Produtivo [leia matéria com-pleta nesta edição] ou contatar direta-mente um dos três Institutos Senai de Tecnologia em Madeira e Mobiliário”, pontua Bernardi.

Por_ Júlia Magalhães

Processo

OTIMIZADOAdotar ferramentas lean reduz desperdícios, melhora qualidade, tempo e custo de produção

FerramentasAs técnicas utilizadas na implantação e manutenção do lean, segundo Silva da ECR, são como pilares para todo o sistema: 5S (Ferramenta da Gestão pela Qualidade Total que cria um sis-tema de padronização e organização no ambiente de trabalho. É formado por cinco palavras japonesas, que iniciam com “S”, sendo cada palavra uma etapa de implantação desse sis-tema); Gestão visual; Otimização de layout; Trabalho padrão; Sincroniza-ção de fluxo de produção; Pessoas; Qualidade na fonte; Troca rápida de ferramenta; Armazenamento no ponto de uso; Produção puxada e Kanban; Produção celular; e Manu-tenção produtiva total.

“Ele são interconexos, podendo ser implantados em série. Além disso, outros conceitos são utilizados como ferramentas do lean, tais como o Gemba (caminhada no chão de fábrica), Jidoka (autonomação) e Kai-zen (melhoria contínua). O aconse-lhável é que seja escolhida uma área piloto, geralmente um gargalo ou

A produção enxuta foi criada no

Japão pelo Engenheiro

Taiichi Ohno

panoramaDe acordo com Bernardi, pode-se definir que há três tipos de fabricação empregados pela indústria moveleira. No “Processo de projeto”, trabalham--se itens discretos e customizados, com início e fim bem definidos, o que repre-senta um período relativamente longo de produção. “Tem como característica baixo volume e alta variedade. Geral-mente o produto é único”, resume o consultor apontando os móveis sob medida como exemplo.

Os “Processos de jobbing” também possuem cunho de baixo volume e alta variedade. No entanto, a operação pro-cessa uma série de produtos que irão diferir entre si por suas características. Neste, figuram-se os móveis modula-dos. Por fim, no “Processos em lotes”, como o nome indica, os produtos são feitos em conjunto. Possuem como característica alto volume e baixa varie-dade. Exemplo: móveis seriados.

Para ele, não há uma definição clara sobre quais vantagens e desvantagens para cada tipo de processo. “Elas são autoexplicativas e estão relacionadas à proposta de produção em razão do plano de produção”, afirma.

Júlia

Mag

alh

ães/

Rev

ista

bile

O lean é uma estratégia que concebe uma nova visão de industrialização com a

finalidade de reduzir o lead time de um processo

EvErton rodriguEs da silva

ECR COnsulTORiA

inputs e Outputs

Um processo de transformação é constituído por Inputs (entradas) e Outputs (saídas). Segundo Bernard, do Senai, Input trata-se do pri-meiro item a ingressar no processo de transformação, geralmente uma matéria-prima ou outro produto terminado que agora será trans-formado novamente. “Na fabricação do móvel, podem ser chamados de Inputs ou Entradas as chapas de MDF ou MDP, bordas, cola, etc. Que seguirão pela linha de fabricação para elaboração do produto final”, explica Bernard, do Senai. “Output versa-se do produto final depois de concluído o processo de transformação, este por sua vez já pronto para ser fornecido ao consumidor”, finaliza o especialista.

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