fotografia e cinematografia básica

CAPTULO 3 DA CAPTAO FINALIZAOOs Sistemas Hbridos Eletrnicos/Qumicos1. O Vdeo Existe uma grande diferena entre a imagem fotogrfica convencional, de suporte qumico (que a base tradicional do cinema), e a imagem eletrnica, mais conhecida como vdeo, que propicia no apenas a imagem da televiso, mas tambm um suporte de criao audiovisual complexo que acabou por se mesclar produo cinematogrfica convencional. Disso nasceram os sistemas hbridos de finalizao, que combinam vantagens dos dois suportes, qumico e eletrnico. Basicamente, a imagem fotogrfica composta por haletos de prata (conforme j estudados em fotografia esttica) suspensos numa emulso gelatinosa e que se alteram a nvel atmico quando expostos luz. Essa alterao corresponde ao enegrecimento do gro de prata na razo direta da quantidade de luz que este recebe, e se esta luz for ordenada por uma lente, a projeo de uma imagem formada por ela resultar na impresso desta imagem no negativo fotogrfico. A partir disso, uma srie de processos qumicos (a chamada revelao) produzem uma imagem visvel e estvel, que poder ser projetada ou copiada. Descrevemos, portanto, aquilo que chamamos de processo qumico (na falta de melhor termo, j que se trata de um processo fsico-qumico) da fotografia convencional. Em que difere disto a imagem eletrnica? De maneira anloga, chamamos de imagem eletrnica, ou vdeo, quela que armazenada e transmitida como um impulso eltrico. Como se forma a imagem do vdeo A formao da imagem eletrnica se processa de modo similar ao filme, atravs de uma lente que projeta a imagem, mas, ao invs de um filme fotogrfico, o que encontramos so clulas fotossensveis com base em selnio dispostas numa placa de circuito eletrnico, que tem a propriedade de transformar o impulso luminoso em impulso eltrico. Esta placa cumpre a mesma funo do filme fotogrfico, e chamada CCD (Charge Coupled Device, ou Dispositivo de Carga Acoplada). A informao luminosa se converte ento em freqncia eltrica, em que cada pequena clula fotossensvel do CCD reconhece a quantidade de luz em termos de voltagem (o mesmo princpio dos fotmetros), na razo direta anloga ao gro de prata, ou seja, quanto mais intensa a luz, maior a voltagem gerada. Cada uma destas clulas fotossensveis gera, portanto, um ponto da imagem, chamado Picture Element, ou Pixel, que so as menores unidades da imagem eletrnica, da mesma forma que o gro de prata na fotografia. O resultado disso uma imagem formada por milhares de pixels, codificada em uma seqncia eltrica de diferentes voltagens, e que precisa passar por um processo de ordenao para poder servir como informao, considerando sua reproduo e sua transmisso.Fig. 1 Pequeno CCD de uma cmera amadora de fotografia e vdeo.

Manual de Fotografia e Cinematografia Bsica Prof. Filipe Salles 2004

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Fig. 2 direita, a ilustrao simula o esquema de um CCD, em que cada pequeno quadrado representa um pixel, ou uma clula fotossensvel.

Em termos simples, a idia de gerar uma imagem eletrnica veio acompanhada da idia de transmitir essa imagem por sinal de rdio (em outra banda, mas seguindo o mesmo princpio), e portanto todas as solues de engenharia eletrnica para gerar, armazenar, transmitir e reproduzir um sinal de TV esto intimamente relacionadas. Por este motivo, a transmisso de sinal de TV por rdio deve obedecer a normas e determinaes oficiais, em termos de lei, j que as freqncias disponveis para este tipo de transmisso so limitadas (assim como o rdio e nossa prpria viso). Assim, o sinal gerado por um CCD passa por uma codificao ordenada, separando informaes especficas de intensidade de luz (brilho ou luminncia) e cor (crominncia), bem como separao do nmero de linhas, quadros e da freqncia do sinal. Estes padres de registro e transmisso so chamados genericamente de sistemas de cor, como o americano NTSC, o francs SECAM, o alemo PAL, o ingls PAL-I e o brasileiro PAL-M, por exemplo. Cada um destes padres implica numa maneira diferente em que o sinal eltrico gerado pelo CCD ordenado, e por isso os sistemas no so compatveis entre si. Cada um destes padres pressupe que tanto o registro, como a transmisso e a reproduo tm que ser feitas todas num mesmo sistema, e por isso cada pas adotou, em sua regulamentao audiovisual especfica, ou um sistema j existente, ou construiu o seu prprio. O Brasil, por exemplo, ao invs de adotar um sistema pr-existente, desenvolveu o PAL-M, e o nico pas que o utiliza. Este sistema define uma srie de informaes importantes, que se traduzem em ltima instncia na qualidade final da imagem gerada. A tabela abaixo mostra alguns desses sistemas e suas implicaes: SISTEMA NTSC SECAM PAL M PAL Numero de linhas 525 625 525 625 Freqncia 60 hz 50 hz 60 hz 50 hz Frames por segundo 29.97 25 30 25 Fields por segundo 59.94 50 60 50 Pas de Origem EUA Frana Brasil Alemanha

importante observar que estes sistemas foram desenvolvidos tambm levando-se em conta a maneira como estas imagens seriam decodificadas e reproduzidas, ou seja, pela televiso. O aparelho de TV baseado no princpio inverso da cmera, recebendo o sinal eltrico codificado num sistema e transformando-o novamente em sinal luminoso. A informao de intensidade de luz que cada pixel do CCD traduziu num sinal eltrico, interpretada segundo a voltagem registrada e novamente transformada em brilho pelo aparelho de TV, exibindo assim a reproduo da imagem capturada pela lente da cmera. Mas como se trata de imagem em movimento, o CCD deve mudar os quadros de leitura periodicamente, a exemplo do cinema, para que tenhamos a sensao de movimento na televiso. Mas, como tambm o cinema, o olho humano consegue perceber a flicagem de uma luz piscando num intervalo mais lento que 40 vezes por segundo, e por essa razo que o projetor de cinema tem obturador de trs ps, e no de duas ou uma como uma cmera, fazendo a mesma imagem passar duas vezes pelas


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ps, resultando numa flicagem com intervalo de 1/48 segundos e dando a sensao de imagem contnua. Assim, a televiso tambm deveria promover uma mudana de quadro a pelo menos 1/40 de segundo, mas quando da definio dos padres de transmisso e reproduo por volta da dcada de 30, a tecnologia da poca no permitia resolver a troca de quadros nesta velocidade, tanto pela rapidez de varredura (na poca ainda utilizando tubos catdicos e no CCDs) quanto pela limitada largura da banda disponvel. A soluo encontrada foi dividir cada quadro (Frames)em 2 partes, chamados de Campos ou Fields. Cada um dos fields composto pelas linhas de um frame completo, e estas linhas so interpoladas, ou seja, linhas pares num campo, linhas mpares em outro. Elas constantemente se entrecruzam, formando assim a imagem de cada quadro. Ainda hoje a maioria dos sistemas de vdeo convencionais (inclusive os digitais), os aparelhos de vdeo e as televises trabalham com este sistema, chamado video entrelaado (interlaced video). O circuito eletrnico leitor, onde o CCD est localizado, faz uma varredura peridica em que verifica cada pixel e sua voltagem decorrente da quantidade de luz que est recebendo. A varredura do CCD l a luz da esquerda para a direita e de cima para baixo, resultando numa quantidade de linhas compostas pelos pixels, e tanto a quantidade de linhas como de pixels por linha varia de sistema para sistema. Assim, no vdeo entrelaado NTSC, essa varredura feita a cada 1/60 de segundo aproximadamente em cada campo (no caso dos sistemas que trabalham com rede de 50hz, a varredura de 1/50s), resultando num Frame de 1/30 de segundo, quando os dois fields so compostos. Resumindo, 2 fields (campos) de 262,5 linhas cada um (linhas pares em um e linhas mpares em outro) formados a cada 1/60 de segundo cada, resultam num Frame (quadro) de 525 linhas, a 1/30 de segundo no caso do NTSC e do PAL-M. E, 2 fields de 312,5 linhas a 1/50 cada para um Frame de 625 linhas e 1/50 de segundo, no caso dos sistemas PAL e SECAM que trabalham com rede a 50hz.

Fig. 3 Esquema do entrelaamento: 2 campos formando um quadro completo, no caso em NTSC, cujo frame rate de 1/29,97 quadros (aprox. 1/30) por segundo.

Por essa razo os sistemas de cor que trabalham com o mesmo pulso de rede (60hz por exemplo) so parcialmente compatveis, podendo a imagem ser vista nos dois sistemas mas com perda da composio da cor. J nos sistemas em que o pulso diferente (entre os sistemas de 50 e 60hz, por exemplo), o frame-rate (quadros por segundo) diferente e no permite nem mesmo a visualizao da imagem.


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Dois outros detalhes so importantes de ser mencionados: quanto ao nmero de linhas, nem todas as 525 so efetivamente visveis na tela, pois so utilizadas 21 linhas de cada campo para informaes eletrnicas, como pulso de sincronismo, Time-code, som, equalizao entre outras possibilidades. Assim, o que vemos mesmo so 483 linhas, sendo que alguns aparelhos de TV mais antigos tm resoluo ainda menor, permitindo algo em torno de 320 linhas, que a resoluo que normalmente transmitida pelas emissoras. Outro detalhe que os sistemas SECAM e PAL alemo foram criados como alternativa ao NTSC, que teve problemas no redimensionamento de sua banda para incluso da cor, na dcada de 60, fazendo inclusive seu frame-rate cair para 29,97 e no exatamente 30 frames por segundo (o NTSC foi at apelidado, carinhosamente, de Never Twice the Same Color). Apesar dos sistemas europeus realmente terem resolvido melhor a questo da cor, o fato de trabalhar em 25 frames por segundo fez sua imagem parecer mais flicada, e para compensar esta deficincia ele foi criado com 625 linhas, e no 525. A resoluo realmente superior e mais ntida, mas pelo maior espao de banda exigido, as interferncias so mais constantes. Tanto o CCD (sendo a imagem formada) como o aparelho de TV (sendo a imagem reproduzida) trabalham nesta mesma razo, garantindo a compatibilidade entre ambos dentro de um mesmo sistema de cor. O registro da Imagem Mas mesmo depois de todo este processo para obteno da imagem, o problema que, diferentemente do filme fotogrfico, a informao eltrica no est efetivamente gravada, sendo necessrio tambm um suporte que registre essa informao. Este suporte, que em ltima anlise quem armazena o impulso eltrico, a fita magntica. O que est gravado na fita, portanto, no a imagem em si, como no cinema, mas sim um pulso eltrico, ordenado da maneira acima descrita, e que precisa ser decodificado para que se veja a imagem captada. A fita magntica tambm uma base plstica com gros de ferro, que so bons condutores eltricos e portanto so magnetizveis, tais como um m. Isso proporciona que a informao seja imantada na fita, registrando portanto a freqncia eltrica captada. Mas as propriedades magnticas do ferro se deterioram com o tempo, e assim como o filme fotogrfico se desgasta e sofre distores, a fita magntica tambm perde informaes, mas num tempo muito menor e de maneira mais comprometedora. O processo de captao e registro do vdeo fsico, e portanto, reversvel. possvel desmagnetizar certa parte da imagem e magnetiz-la de outra forma, sendo apagvel e modificvel toda a informao registrada. Estas so as principais caractersticas que diferenciam o cinema do vdeo, quanto captao e registro. O Registro Digital e o Registro Analgico importante frisar que todas as informaes acima citadas dizem respeito forma como atualmente o vdeo obtm, codifica e registra sua imagem, e que todo este processo um processo ANALGICO. Isto significa que a informao eltrica descarregada e registrado numa fita magntica com um pulso anlogo ao que foi obtido no CCD, e por isso o nome. Onde entra ento o mtico termo Digital? Justamente por isso preciso deixar bem claro: o digital uma forma de ARMAZENAR a informao, e no uma forma de CAPTAR. Toda a imagem de vdeo e ser capturada de maneira analgica, uma vez que seu princpio converter a luz em outra freqncia de energia. Ento, quando nos referimos imagem digital, nos referimos


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sempre maneira como esta imagem foi gravada, e disso decorre todas as implicaes que as novas tecnologia tm a oferecer. A informao digital mais rpida, gil e prtica sob muitos aspectos, que veremos adiante. Como funciona o vdeo digital Toda a captao da imagem feita exatamente como descrita acima, e a nica mudana que, entre a formao da imagem pelo CCD e o registro do impulso eltrico num suporte magntico, h um A/D Converter, ou Conversor Analgico-Digital. Este conversor nada mais faz que ler um pequenssimo trecho do sinal analgico num certo intervalo de tempo, tirar uma mdia das variaes de voltagem registradas, e atribuir um valor numrico a esta mdia. Este valor numrico ento traduzido em nmeros binrios, ou seja, uma onda de freqncia eltrica passa a ser escrita e lida como um nmero. Da o termo Digital, de dgito, nmero (a traduo correta arcaica seria dedos, que se usavam para contar). Quanto menor for o trecho `lido do sinal analgico, mais fiel ser sua traduo digital, uma vez que uma onda analgica composta por sutis variaes de freqncia e intensidade que podem passar despercebido pelo conversor.Fig. 4 Um sinal analgico (o grfico em cinza) lido por um conversor A/D, que l num certo intervalo de tempo as variaes da corrente analgica, transformando-as em um nmero, de acordo com sua posio. O grfico vermelho representa o sinal analgico digitalizado.

O uso de uma base binria (0 e 1) para compor os nmeros digitais no aleatrio: Qualquer nmero pode ser convertido e escrito em base binria, e para um sistema baseado em fluxo de energia, a leitura de um 0 e 1 significa o mesmo que sim e no, ou passar energia e no passar energia, como um interruptor que acende ou apaga uma lmpada. Portanto, na simples passagem ou no de uma carga eltrica, possvel inscrever uma informao qualquer.

Fig. 5 Esquema bsico do processo que uma imagem passa de sua captura pelo CCD transformao em sinal digital, onde ento ser gravado em algum suporte.


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Este processo de leitura e converso em base binria feito sobre a quantidade de informao pelo tempo, j que se trata de um sinal contnuo. Assim, quanto mais pontos do sinal forem coletados num intervalo menor de tempo (leitura de trechos cada vez menores), melhor ser a reproduo digital. Este processo chamado de sampling. De qualquer maneira, trocando em midos, o registro digital nada mais que converter toda a informao eltrica em nmeros, o que em ltima instncia, no difere em nada, em termos de qualidade, de um registro analgico. Ento por que h tanto entusiasmo em relao ao digital? claro, h muitas vantagens neste processo, em relao ao armazenamento do sinal analgico. So elas: O sinal analgico sofre perdas cada vez que lido por uma cabea reprodutora, como a de uma cmera ou de um vdeo. Como se trata de eletroms, os gros de ferro imantados que registram o sinal na fita tendem a se modificar frente a um outro sinal eltrico ou mesmo naturalmente. No digital isso no acontece, porque a cabea, apesar de tambm estar lendo sinal eltrico, na verdade est lendo sim e no, ou algo como sinal e no-sinal. Ou seja, s duas possibilidades para traduzir uma informao. Ento, no h como se ler um talvez ou meio a meio. Assim, toda a vez que o sinal reproduzido ou copiado, ele o ser da mesma maneira, portanto sem perda de qualidade. O sinal digital, por ser um nmero, passvel de ser comprimido, ou seja, no lugar de uma repetida seqncia (uma mesma informao seguida, por exemplo), possvel reduzi-la com um algoritmo determinado a apenas uma seqncia com uma indicao de quanto ela deve ser repetida. Isso acarreta uma enorme economia de espao, alm da escolha de uma taxa de compresso especfica de acordo com a necessidade do suporte. No caso do som digital, por exemplo, o MP3 um formato de compresso. No caso da imagem fotogrfica, o JPEG, e no caso do vdeo, o MPEG. Claro que h perda da qualidade do sinal, mas uma boa compresso (varivel, por exemplo) pode tornar imperceptvel seus defeitos. A informao digital possibilita o acesso e modificao muito mais rpidos: para modificar uma onda analgica necessrio mexer na senide, e seu comportamento enquanto onda limita muito seu campo de ao. O mesmo se pode dizer do acesso: numa fita magntica analgica, preciso corr-la para frente ou para trs procurando uma informao. J o digital, o acesso pode ser indexado, ou seja, uma outra informao que registre onde cada trecho definido est. Seu acesso imediato. E tambm na modificao, basta mudar uma seqncia numrica digital que a onda tambm se modifica.

FORMATOS DE VDEO Diferentemente do cinema, os conceitos de bitola e formato no vdeo no so separados. Isso porque uma bitola, se considerarmos o tamanho fsico da fita magntica, geralmente s serve a um formato especfico, e por isso quando falamos de formato em vdeo, j incluimos o conceito de bitola tambm. Assim, confundem-se os termos ao falarmos deles no vdeo, e a maioria das referncias sobre isso utilizam a nomenclatura Formato para designar diferentes suportes de vdeo. Assim tambm usaremos este termo. As diferenas entre cada formato, portanto, esto distribudas de vrias maneiras, como por exemplo na taxa de compresso, no formato fsico da fita, no nmero de linhas, na sntese de cor, entre diversos outros. Basicamente, os formatos dividem-se em Analgicos e Digitais, sendo os primeiros cada vez mais raros. Em pouco tempo, talvez haja outro parmetro de classificao, formatos consumidor (amadores), semi-profissionais e


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profissionais. Mesmo assim, ainda h, dentro de cada uma dessas categorias, sistemas analgicos e digitais. Cada um destes sistemas trabalha com um tipo de CCD, de tamanhos variados, compresses e resolues diferentes. Por este motivo, possvel perceber diferenas muito ntidas entre alguns e tambm outros em que quase no se percebe modificaes. Mas, basicamente, todos eles trabalham com o conceito de pixels horizontais e verticais, que, no caso de haver uma converso para algum sistema de cor convencional, estes pixels sero distribudos nas linhas de resoluo do sistema. Por exemplo, uma Mini-DV pode gerar uma imagem de 720 pixels, que a quantidade de pontos existentes em cada uma das 525 linhas que ela forma. Mas, nos formatos HD, o conceito de linha muda, conforme veremos adiante. A tabela abaixo indica alguns formatos mais comuns e suas respectivas aplicaes:

FormatoDigital Betacam DVC HD DVCPRO50 DVCPRO DVCAM Mini-DV Betacam SP

Segmentoprofissional profissional profissional profissional profissional consumidor / semi-prof. profissional

Tipodigital digital digital digital digital digital analgico

FormatoDigital-8 S-VHS Hi-8 pol. (u-matic) VHS 8 mm

Segmentoconsumidor semi-profissional semi-profissional profissional consumidor consumidor

TipoDigital analgico analgico analgico analgico analgico

Os formatos diferem tambm num aspecto bastante relevante: a resoluo e a compresso da imagem. Isso significa em poucas palavras que imagens de diferentes resolues apresentam diferente nveis de qualidade, e uma mesma resoluo com diferentes compresses tambm apresentam diferentes qualidades.Fig. 6 Diferentes fitas de qualidade DV: Ao fundo, DV CAM, no meio, DVCPRO, e frente, Mini-DV. Todas tm a mesma resoluo, mas compresses diferentes.

Quando o registro da imagem era analgico, a resoluo era contada em nmero de linhas, uma vez que a imagem do CCD era convertida no padro de cor com esta referncia. J no registro digital, possvel utilizar tambm a informao de pixels que a resoluo do CCD alcana, pois a imagem pode ser tratada tanto como informao (data), e portanto ser contada em pixels, como imagem de vdeo, e assim ser contada em linhas. Atualmente, com o advento de novas tecnologias na reproduo de imagens, como as TVs de plasma e LCD, possvel tambm deixar de contar em linhas e trabalhar apenas com pixels. Temos ento esta tabela que considera a televiso convencional nos sistemas analgicos e digitais, bem como resoluo em pixels nos sistemas digitais:


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Formato VHS 8 mm S-VHS Hi-8 DV Mini DV DVCAM DVCPRO Digital 8 DVCPRO50 Digital Betacam

Nmero de linhas (aprox.) 250 255 400

PIXELS por linha -

Taxa de Compresso -

525i (NTSC)

720x480

5:1

525i (NTSC) 525i (NTSC)

720x480 720x480

3,3:1 1,6:1

Formatos para Sistema HDTV - 720i / 720p ou 1080i/1080p 1280x720 / 1920x1080 DVCPRO HD HD CAM HDV 2K 4K 720i / 1080p 1080i/1080p 1080i 720p 1280x1080 1440x1080 1440x1080 1280x720 2048x1920 4096x2048 6,7:1 7:1 MPEG-2 22:1 MPEG-2 17:1 Varivel ou sem compresso

possvel perceber nitidamente a evoluo da tecnologia da imagem e a razo pela qual as diferentes resolues apresentam qualidades tambm muito diferentes. Considerando um televisor comum, em que se v aproximadamente 330 linhas (que o nmero de linhas transmitido normalmente pelas emissoras, independente da resoluo da cmera) uma imagem de captada com uma cmera de VHS ou 8mm se apresenta bastante sofrvel, possvel perceber nitidamente as linhas que formam a imagem. J num formato como o S-VHS ou Hi-8, essas linhas j no sero to perceptveis, e em se tratando de DV ou Mini DV, o nmero de linhas original pouco superior ao nmero de linhas de uma TV, o que se traduz na impresso de uma imagem muito boa a nvel de Broadcast. No que diz respeito resoluo, todas as DV trabalham na mesma medida, j no conceito de pixels, 720x480, sendo que a grande diferena entre cada sistema DV a maneira de comprimir a imagem. Quanto menor for a compresso, maior a saturao de cor, melhor a nitidez e relao de contraste. E, por fim, todos os formatos acima de 720 pixels so considerados formatos HDTV (High Definition Television). Apesar de existir uma especificao para este sistema, o HDTV passou a ser genericamente identificado com qualquer formato profissional com mais de 720 pixels de resoluo, que geram linhas de resoluo neste valor, 1080 e at superior. Neste quesito, os sistemas 2k e 4k j so considerados cinema digital, tal a qualidade de sua imagem. O preo, entretanto, ainda torna invivel produes normais com este sistema. Mas a grande novidade destes sistemas no a qualidade de resoluo, muito maior que os sistemas de vdeo convencionais (que chegam a parecer imagem de pelcula numa TV comum), mas o modo como a imagem formada. Observe que, nos sistemas HDTV, possvel gravar em 720i ou 720p, bem como 1080. O que significam esse i e p? Trata-se justamente do processo de formao de imagem, em que i indica que a imagem entrelaada (interlaced scan), como os sistemas padres de televiso, e


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p significa progressive scan, em que a imagem j no mais formada por linhas entrelaadas, pares e mpares, nos dois campos. No h mais campos, a imagem formada num nico frame, podendo inclusive simular diversas velocidades, como o cinema: 24p, 25p, 30p, 60p, por exemplo. As cmeras que registram informaes progressivas acabam por deixar a imagem com uma caracterstica de textura e movimento muito prximas do cinema, e so muito teis e eficientes quando usadas em intermediaes e processos hbridos entre cinema e vdeo. 2. O cinema e o vdeo A partir de todas estas informaes, possvel entender como se interagem o cinema e o vdeo na produo audiovisual contempornea. At mesmo os termos deixaram de significar suportes estagnados, de diferenas intransponveis; j se fala genericamente de audiovisual para produes de cinema, de vdeo ou ambas simultaneamente. A razo pela qual estes dois sistemas passaram a conversar to intimamente faz parte de uma lgica de mercado que almeja o barateamento e otimizao dos processos de produo nesta indstria, mas que tambm envolve diversos outros fatores, como a facilidade de armazenar e distribuir o produto final (um vdeo ou um DVD inteiro por exemplo, que podem ser baixados na internet) e democratizao dos meios de produo. Mas, a realidade brasileira ainda no comporta todas as facilidades e vantagens destes processos hbridos, em parte porque no temos uma indstria que sustente a produo autnoma, e consequentemente, no temos concorrncia comercial que permitiria o barateamento imediato de diversos processos. Mas existe uma tendncia mundial que converge para o suporte eletrnico da imagem, pelo custo, questes ambientais e facilidades que os processos digitais oferecem, e que em algum tempo haver de tornar a pelcula fotogrfica e cinematogrfica restrita a pequenos grupos ou artesos especializados. Mas ento, por qual motivo a pelcula ainda utilizada? Porque ainda o melhor suporte para captao de imagens, tanto em qualidade quanto em custo. Em termos simples, a quantidade de memria necessria para armazenar uma imagem eletrnica com qualidade similar a um fotograma de cinema 35mm aproximadamente 10 megabytes. Considerando que o cinema funciona a 24 f.p.s., um longa-metragem de 120 minutos teria aproximadamente 172.800 fotogramas, o que seria equivalente a 1.728.000 megabytes de memria necessria, sendo que na produo sempre se filma pelo menos 3 vezes o tempo estimado do filme, normalmente. Uma fita magntica no tem condies de armazenar tal quantidade de informao, e isso significa uma imensa quantidade de Hard-disks para armazenar a imagem captada que teria de ser levada ao set de filmagem, como realmente foi em alguns casos, como Star Wars Episode II e Superman Returns. Mas claro que, por enquanto, isto s possvel em produes de alto oramento gerado pela forte indstria americana. Em todos os outros casos, mais prtico, eficiente e barato filmar diretamente em pelcula 35mm. Mas e quanto aos outros processos de vdeo? Uma cmera de HDTV 1080p no poderia simular uma boa imagem? Esta uma questo relativa, dependendo de como captada, qual o tratamento dado imagem na finalizao e qual ser o suporte final. Isso porque, conforme visto no captulo 2, sempre que geramos uma cpia reduzida da imagem original, esta cpia ter melhor qualidade do que se feita originalmente no seu tamanho final. E, do contrrio, se uma imagem for ampliada na cpia, a perda de qualidade inevitvel e qualquer sistema. Isso bastante visvel quando ligamos a televiso e de cara percebemos se est passando um filme ou uma novela. As qualidades de captao de ambas so diferentes, e portanto perceptveis, pois quando a qualidade de captao muito grande, mesmo


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sendo apresentada numa televiso (que limita sua capacidade as linhas visveis), a imagem apresenta notrias diferenas, que para o olho se traduz numa imagem melhor. E o mais interessante que a imagem tem o mesmo nmero de linhas sempre (uma televiso no pode aumentar o nmero de linhas s porque est passando uma imagem captada com mais linhas), mas como a imagem original possui mais informao que o suporte que a reproduz (no caso a TV), essa diferena entendida como uma imagem melhor por causa da definio original e outros fatores, como contraste, saturao de cor, latitude, entre outras. Assim, se a inteno que a imagem seja reproduzida na TV, a captao em 1080p daria uma excelente impresso, e que talvez confundisse at especialistas, pois a imagem se pareceria muito com pelcula telecinada. Mas, se a inteno for uma ampliao para o suporte qumico, a pelcula, esta imagem certamente no ter a mesma qualidade que uma pelcula original. Isso ruim? No necessariamente. Mas preciso conhecer os resultados de cada caso para julgar economica e esteticamente uma escolha entre a captao e finalizao dos processos audiovisuais modernos. Primeiramente, o cinema e o vdeo, por estarem em suportes diferentes, precisam ser convertidos um no outro para trabalharem em conjunto. Vamos ver como isso funciona: Telecinagem o processo pelo qual a imagem da pelcula cinematogrfica transformada em sinal de vdeo. Existem diferentes maneiras de realizar a telecinagem, desde filmar com uma cmera de vdeo uma projeo de cinema (obviamente um mtodo tosco), at a telecinagem digital de ltima gerao. O princpio o mesmo, cada fotograma do filme lido por um CCD eletrnico e transformado em sinal eltrico, da seguindo normalmente como o vdeo: escolhe-se o sistema de cor (NTSC, PAL, etc.), o formato e a compresso do material telecinado (DV, Beta, etc.). Os telecines profissionais so capazes de varrer continuamente a pelcula qualquer que tenha sido a velocidade de captao, bem como eliminar a flicagem decorrente da diferena de batimento entre o obturador do cinema e os frames do vdeo.Fig.7 Esquema de telecinagem com Pull Down 3:2

Esta ltima propriedade importante e necessita de uma explicao mais minuciosa: a maioria dos filmes foram captados em 24 f.p.s., e o vdeo no padro NTSC trabalha com 29,97 f.p.s divididos em 2 fields, totalizando, como j visto, 59,94 quadros por segundo reais. Ento, na telecinagem, preciso converter 24 em


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60, praticamente, e por isso existe um processo chamado Pull Down, que calcula diferentes razes para repetir ou suprimir fotogramas a cada tanto e assim obter um movimento contnuo sem flicagem nem diferenas perceptveis de movimento entre um e outro. Na figura 7 da pgina anterior, possvel entender o esquema de um pull down na razo 3:2, ou seja, cada fotograma de cinema copiado 3 e 2 vezes intercaladas, provocando por vezes duas imagens no mesmo frame, cada uma num campo. Todo filme visto pela TV, pelo vdeo-cassete ou DVD, ou qualquer outro meio eletrnico, foi telecinado. Film Transfer o processo inverso da telecinagem, quando se passa de um sinal eletrnico para a pelcula cinematogrfica. H pouco tempo o transfer era tambm conhecido como Kinescopia, processo mais rudimentar e pouco utilizado hoje em dia, porm mais barato. A Kinescopia consistia basicamente na filmagem em pelcula de um monitor de vdeo de alta definio, tambm com batimento controlado para evitar a flicagem da diferena de quadros. Este processo tornou-se obsoleto a partir do desenvolvimento de uma nova tecnologia capaz de varrer o negativo de um fotograma de cinema com luz, gerada a partir da informao eletrnica, como um scanner invertido: a imagem projetada (varrida) quadro a quadro no negativo. Os sistemas mais comuns de film transfer so atualmente: - CRT Raio catdico convencional - LASER Sistema da Arriflex o Arrilaser que varre o negativo com um feixe de laser, imprimindo a imagem do vdeo na pelcula. - EBR Sistema da SONY, por eltrons, que grava separadamente o RGB em pelcula preto-e-branco, como um Technicolor Digital. A grande vantagem de gravar em vdeo progressivo e no mais entrelaado pode ser entendida no processo de film transfer: no uso de uma cmera 24p, possvel fazer o transfer sem pull down, j que cada frame do vdeo equivale a um fotograma da pelcula. 3. Processos de Finalizao Entende-se por finalizao toda a etapa posterior produo de um filme, ou seja, aps ter sido rodado. Ela comea teoricamente na prpria edio do filme, mas alguns autores consideram a finalizao apenas o processo posterior edio. Atualmente, com os sistemas qumicos e eletrnicos mesclando-se, as etapas de finalizao variam muito, em termos de qualidade, preo e meios de veiculao/distribuio. Por isso faz-se necessrio conhecer, pelo menos em linhas gerais, cada um dos principais processos utilizados na ps-produo de um filme. Terminada a etapa de finalizao, o produto audiovisual estar pronto para ser projetado em qualquer meio. A Finalizao Tradicional: Sistema tico-qumico Depois de todo o material filmado, este revelado e copiado num laboratrio de cinema. Tem-se, ento, o negativo do filme, que fica guardado no prprio laboratrio ou numa cinemateca, climatizada e com controle de umidade, e que no tocado em nenhum momento at que a montagem esteja pronta.


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O copio, como chamada a cpia de trabalho, vai para a moviola, e entra o papel do montador, essencial e importantssimo, que uma funo exclusiva da psproduo. O montador vai pegar o copio, que contm tudo o que foi filmado, e vai, em vrias etapas, fazer a edio do filme, que o corte da pelcula (fisicamente, com uma guilhotina e durex para colar as partes), montando assim todos os planos na seqncia correta e com o mximo de fluidez de movimentos possvel, por vezes suprimindo trechos inteiros. Muitas vezes pensamos em planos que no roteiro funcionam bem; na moviola, entretanto, estes planos por vezes so dispensveis, suprfluos, ou ainda simplesmente no montam, no se encaixam, obrigando o montador a exclu-los. Por isso essa funo se chama montagem, ou edio. No Brasil ainda chamada de montagem para diferenciar da montagem em vdeo, esta sim chamada edio. Mas ambas querem dizer a mesma coisa. H uma imensa bibliografia e uma grande quantidade de textos tericos falando exclusivamente da montagem, tal sua importncia para o cinema. O cineasta russo Serguei Eisenstein escreveu duas grandes obras que tratam da esttica do cinema, com especial meno para a montagem, atravs de teorias que ele prprio desenvolveu na prtica, e esses ttulos esto disponveis no Brasil: A Forma do Filme e O Sentido do Filme.Fig. 8 Acima, uma moviola de 4 pratos: 1 ou 2 para imagem e 2 ou 3 para som. A maioria das moviolas trabalha com 1 prato para imagem e 3 para som. Fig. 9 direita, uma coladeira. Os copies de trabalho so cortados e emendados com durex nelas.

Uma outra funo da montagem a sincronizao do som. O som, em cinema, no captado na cmera, e sim num gravador externo, que deve atender a trs requisitos bsicos: tima qualidade gravao (resposta de freqncia), praticidade (fcil manuseio e transporte) e principalmente possibilidade de sincronismo com a imagem, uma vez que externo cmera e no h cabos ligando um ao outro. Os equipamentos disponveis para isso so o clssico Nagra (que se utiliza de fita de de polegada), e os modernos DAT (Digital Audio Tape). Apesar das diferenas, as razes para se trabalhar com um ou outro so muitas, e mesmo um Nagra analgico (existe a verso digital) por vezes ser requisitado. Este gravadores tm motor regulados com cristais de quartzo, e, portanto, no variam a velocidade, podendo ser usados com qualquer cmera que


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opere com motor similar, garantindo o sincronismo perfeito entre som e imagem. Para facilitar esse sincronismo na moviola, usada a claquete, que nada mais que uma chapa de madeira dotada de uma pequena ripa, tambm de madeira, na sua parte superior, presa por uma dobradia. Esta ripa deve ser levantada e batida na chapa de madeira, produzindo um som. A batida da claquete captada pelo gravador e o movimento pela cmera, gerando um ponto de referncia para o sincronismo, que ser achado posteriormente na moviola.Fig. 10 - Nagra

Uma vez que o som foi todo captado, ele deve ser transcrito, de seu formato original de captao (que uma fita , no caso do Nagra, ou fita DAT) para um magntico perfurado. O magntico perfurado nada mais que uma fita magntica, como os antigos k-7, s que bem maior, e com as mesmas perfuraes que a pelcula de cinema, para poder ser sincronizada na moviola, uma vez que o sincronismo depende das rodas dentadas que tracionam o filme e o som. A transcrio tambm deve ser feita com todos os rudos adicionais e com a msica, para que tudo possa ser montado na moviola, ocasionando um rolo de copio em pelcula e dois, trs ou mais rolos de magntico com o som. Assim, da mesma maneira que a imagem do copio, o som tambm cortado, fisicamente, e emendado com durex, obtendo um ou mais copies de som montados. A prxima etapa a mixagem, para transformar todos os rolos de magntico perfurado numa nica fita magntica perfurada, j com todas as pistas balanceadas. Conferido o sincronismo na moviola, essa fita com todo o som do filme transcrita novamente, desta vez para uma pelcula de cinema, para um filme. a chamada transcrio tica, ou seja, numa mquina especfica, o som lido e traduzido em termos de vibraes eltricas (como os antigos LPs), movimentando uma agulha de luz que impressionar a lateral de um filme negativo preto-e-branco, de alto contraste. Esta pelcula igual a qualquer filme, deve ser revelada no laboratrio. Obtemos ento o negativo de som.Fig. 11 O som tico: um canal (mono), direita, e 2 canais (streo) abaixo. As ampliaes so de material positivo.

Na moviola feita uma marca de referncia tanto no som como na imagem, para que ambos se mantenham em sincronismo na cpia final. Nesta altura, o som j est praticamente finalizado, e a imagem j est montada. Mas, para a cpia final, preciso voltar ao negativo. Uma vez montado, o filme vai para o corte de negativo. A sim que o negativo ser requisitado, mas no pelo montador, e sim pelo montador de negativo, que uma outra funo tambm especfica e muito importante. Para fazer uma cpia final do filme preciso que ela no tenha emendas (o copio, no final, estar cheio de emendas de


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durex), e para isso preciso reproduzir exatamente o corte feito do copio no negativo, s que com cuidados especiais, pois o negativo no pode ser riscado e nem cortado errado. Isso possvel graas a um nmero impresso na base de todo o filme, o nmero de borda, e que o montador de negativo, ao verificar o nmero no copio, procura o mesmo nmero no negativo. Achando o trecho cortado, reproduz o mesmo nmero de fotogramas a partir do corte e faz o mesmo: corta fisicamente o negativo, s que monta no mais com durex, e sim com uma cola especial que permite a passagem na mquina copiadora. Agora s falta a marcao de luz. Esta etapa a ltima a ser realizada, quando tudo j est pronto, e de responsabilidade exclusiva do fotgrafo do filme. Consiste na determinao da filtragem de cpia, ou seja, no balanceamento da luz e da cor de cada plano, a fim de manter uma coerncia das luzes entre os planos e a unidade esttica do filme. uma marcao necessria, conforme j descrito na funo do fotgrafo, em razo de um filme no ser feito com planos filmados cronologicamente, variando condies de luz, revelao e cpia, e que precisam ser uniformizados. E assim, quando temos o negativo montado e marcado, e o som tico revelado, basta unir ambos na copiadeira, mquina do laboratrio que faz passar por contato 3 pelculas simultaneamente: o negativo montado, o negativo de som e o filme para cpia virgem, que so transpassados por um feixe de luz, gerando assim uma cpia positiva pronta para exibio.Fig. 12 Cpia final (no caso, 16mm), j com o som tico.

importante lembrar que, para manter o sincronismo do som e da imagem na sobreposio dos negativos, preciso que ambos tenham um ponto comum, chamado Start, que o ponto a partir de onde o laboratrio copiar ambos os negativos. Se o montador no colocar o Start do som ou da imagem no lugar certo, a cpia perder o sincronismo. Sistemas modernos de Edio e Ps-Produo Este o processo clssico de finalizao, que feito h mais de 100 anos nas cinematografias de todo o mundo. Entretanto, modernamente, h diversas outras alternativas, que ainda so muito caras, mas que j so comuns em muitas produes. Antes de falar sobre elas, bom lembrar que esse processo acima descrito funciona muito bem, e que processos modernos nada mais so que extenses para facilitar algumas etapas, mas que a grosso modo no podem ser suprimidas, e sim otimizadas ou abreviadas conforme o processo escolhido. isso que torna os processos hbridos to interessantes. Modernamente, possvel trabalhar com ilha de edio digital, e no mais com a moviola, ou seja, no h necessidade do copio. Para isso, deve-se gerar um sinal especfico chamado Time-Code. Esse Time-Code, ou TC, pode ser gravado na prpria pelcula durante a filmagem ou mesmo ser gerado na telecinagem, e serve para sincronizar a edio em ilhas digitais, tais como AVID, Final Cut ou Premire. Modernamente se utiliza uma claquete eletrnica (fig.13) para este fim, que gera um TC simultneo para a cmera e para o DAT, deixando ambos sincronizados sem necessidade


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de bater a claquete. Ao entrar com as informaes no AVID, ele j sincroniza automaticamente, j que o TC o mesmo. Essas mquinas de edio lem o TC de todos os cortes, mas o TC em si de nada serve para finalizao em pelcula, uma vez que o montador de negativo precisa achar os cortes pelo nmero de bordo. Por este motivo, existe o Key-Code, que a informao do nmero de bordo da pelcula em cdigo de barras, lido tambm pelos telecines. Os programas de edio reconhecem o Key code do telecine e, ao final da edio, o programa gera uma Cut List, que uma converso do TC dos cortes em nmero de bordo, feita comparando ambos. O key code vem impresso na pelcula de fbrica (Kodak, Fuji), ou gerado pela cmera no caso de utilizar claquete eletrnica (Aatoncode, Arricode), e atravs dele a mquina fornece uma lista de corte para o negativo.Fig. 13 Claquete eletrnica

Esse novo sistema teoricamente reduz os gastos de copiar o filme, e todos os demais gastos com as transcries de som (s seria necessria a transcrio tica), mas os telecines no Brasil no so ainda dos mais baratos do mundo, e para gerar uma cpia final, ainda preciso considerar muito bem os oramentos, solues tcnicas e facilidades para optar corretamente por algum sistema. A seguir, um esquema dos principais: CAPTAO 1. Mtodo clssico Pelcula 16mm, 35mm 2. Pelcula 16mm, Super-16, 35mm, Super-35 3. Pelcula 16mm, Super-16, 35mm, Super-35 4. Pelcula 16mm, Super-16, 35mm, Super-35 5. Vdeo DV, HDV, HDTV 2k, 4k 6. Vdeo DV, HDV, HDTV 2k, 4k EDIO Copio Som magntico perfurado Edio em Moviola Telecinagem Normal (DV/Mini DV ) Edio eletrnica som digital cut-list Telecinagem HD (2k / 4k) Edio eletrnica Digital intermediate Blow-up digital Film Transfer Telecinagem Intermediria (Beta / HDTV) Edio eletrnica Som digital Edio eletrnica Som digital Edio eletrnica Som digital FINALIZAO Som tico Montagem de negativo Marcao de luz Som tico Montagem de negativo / marcao Internegativo / Blow-up tico (no caso de Super-16 ou Super-35) Som tico Montagem de negativo Marcao de luz Som e imagem digitais em suporte vdeo Marcao de luz eletrnica Compresso dependendo do formato final Correo Tape to tape Film Transfer Volta para pelcula Som tico Marcao de luz SUPORTE FINAL Cpia final pelcula Projeo em Pelcula Cpia final pelcula Projeo em Pelcula

Cpia final pelcula Projeo em Pelcula

TV ou digital TV ou digital

projeo

projeo

Cpia final pelcula Projeo em Pelcula


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Percebe-se que existem muitas possibilidades para finalizao, e como os processos so muito diferentes, preciso ter claro como e qual ser o produto final para optar por qualquer um deles desde o incio. Mudar durante o processo perigoso e pode acarretar perda significativa da qualidade original. H que se dizer que quando temos finalizao em vdeo, por exemplo para projeo digital, s formatos acima de HDTV (2k e 4k) resultaro em imagens com qualidade similar pelcula. O mesmo se pode dizer do transfer. Se um original em vdeo for passado para pelcula, apenas nestes formatos (do chamado cinema digital ) que apresentaro qualidade suficiente para confrontar o 35mm.Fig. 14 uma moderna ilha de edio no-linear (como as moviolas): o AVID

Quanto captao em vdeo, vale dizer que a maior parte das cmeras trabalha em HDTV 1k (por volta de 1000 linhas), e as poucas cmeras que fazem 2k ou 4k, como a Viper film stream, tem o inconveniente da impossibilidade do armazenamento em fitas, o que torna o sistema muito pouco prtico (sem considerar o custo), conforme citado anteriormente. So necessrios caminhes de Hard-disks para o registro do filme todo e por este motivo a pelcula ainda sobrevive.

Os sistemas modernos de finalizao tendem a privilegiar uma relao em que os custos caiam, os processos sejam mais rpidos e a qualidade no seja prejudicada. A questo da qualidade muito relativa em termos de finalizao, mas a idia sempre que possvel conseguir a melhor imagem como matriz, o que significa, considerando o custo x benefcio, o 35mm, j em seu formato Super com 3 perfuraes. Esse mtodo permite uma telecinagem 2k ou 4k e finalizao toda digital com possibilidade de ser feito transfer ou mesmo ser projetado digitalmente, com diferena muito pouco perceptvel para o pblico em geral. Mtodos assim (com algumas variaes) foram utilizados em filmes como Amlie Poulain, Lord of the Rings e at nos nacionais O invasor e Deus brasileiro A realidade do cinema brasileiro, entretanto, ainda bem diferente, j que o preo da telecinagem 2k (aqui no feito 4k) muito alto em relao ao custo total de uma produo, o que significa que em geral bem mais barato manter toda a finalizao em pelcula, apenas telecinando para montagem em AVID, conforme descrito no item 2 do quadro de sistemas. E provvel, em algum tempo, que as salas de cinema com projeo digital logo se tornem mais comuns e baratas, de tal maneira que a captao em pelcula e a finalizao eletrnica devero coexistir por um bom tempo ainda. Na figura 15 adiante podemos ver um esquema que resume os principais tipos de finalizao a partir da captao Super-35 3 perfuraes:


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fotografia e cinematografia básica

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