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PLAYBOOK EDIÇÃO 02 - 2017 FINTECHS POR DENTRO DA REVOLUÇÃO MÓVEL DO SETOR FINANCEIRO

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PLAYBOOK

E D I Ç Ã O 0 2 - 2 0 1 7

FINTECHSPOR DENTRO DA REVOLUÇÃO

MÓVEL DO SETOR FINANCEIRO

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EXPEDIENTE

MMA LATAM TEAM Managing Director LATAM Fabiano Destri Lobo [email protected] Director Business Development & Operations LATAM Thais Schauff [email protected] Argentina Soledad Moll [email protected] Brasil Graziela Mazzer [email protected]

Colômbia e México Thais Schauff [email protected]

Produção Playbook

Editor-Chefe: José Saad Neto Diretor de Arte: JB Junior Editora: Juliana Veronese Pesquisa e Redação: Débora Yuri e Fernanda Bottoni Revisora: Roberta Soares

www.goadmedia.com.br

Imagens Flaticon e iStock

A MMA é a principal associação sem fins lucrativos do ecossistema mobile no mundo, com mais de 800 empresas associadas de, aproximadamente, 50 países. Nossos associados vêm de todos os cantos do ecossistema do Mobile Marketing incluindo marcas anunciantes, agências, plataformas de tecnologia mobile, empresas de mídia, operadoras, entre outros. A missão da MMA é acelerar a transformação e a inovação do marketing por meio dos dispositivos móveis, promovendo o crescimento do negócio com grande, e próximo, engajamento do consumidor.

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3FINTECHS

ÍNDICE

04

05

14

18

23

27

2 - Por dentro da Revolução Fintech

3 - Finanças na palma da mão

4 - Inovação e Open Banking

5 - A indústria Fintech de A a Z

7 - Entrevista: Guga Stocco Advisor of Strategy and Innovation

2.1 O que é 05

1 - Apresentação

143.1 Disrupção Mobile

153.2 A nova relação com o dinheiro

163.3 Fintechs e Mobile Marketing

184.1 Tecnologias

204.2 Novos serviços

214.3 Dados e Segurança

224.4 Desafios e Futuro

062.2 Como surgiu

072.3 Open Banking: a democratização dos dados

092.4 Por que é importante – e revolucionário

112.5 A era de ouro e o potencial de crescimento

122.6 O impacto no setor financeiro: banco como plataforma

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1. APRESENTAÇÃO

POR QUE FINTECHS?

A nossa missão enquanto principal associação mundial que representa a indústria mobile é promover conhecimento e munir o mercado de conteúdo para alavancar negócios e profissionais. Por isso, o tema Fintechs é mais que necessário. É essencial para entender para onde caminha o mobile enquanto plataforma efetiva para conectar pessoas e empresas.

Neste Playbook, o segundo de 2017, mergulhamos na revolução das empresas que simplificaram os serviços financeiros e concentraram soluções na palma da mão. Empresas que estão transformando a relação com dinheiro e provocando mudanças em um dos mais poderosos mercados do mundo.

O material explica o que é e como surgiu o movimento das Fintechs. Aborda o conceito de Open Banking sob a perspectiva de inovação. Passa pela relação das Fintechs com o Mobile Marketing e explica as principais tecnologias que moldam esse ecossistema, entre elas, a revolucionária Blockchain.

E mais: abordamos o movimento em termos de transparência, uso e privacidade de dados e fechamos o material com a provocativa entrevista de Guga Stocco, um dos maiores especialistas em inovação do mercado brasileiro.

O Playbook de Fintech é um material didático, analítico e elucidativo para você entender o tamanho da revolução que está em andamento.

Boa leitura!

Fabiano Destri Lobo Managing Director Mobile Marketing Association, Latam

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2.1. O QUE É

O termo resultante da aglutinação de financial com technology chega a 2017 no centro das discussões. Fintechs são as empresas, a maioria startups, que desenvolvem tecnologias inovadoras no setor financeiro, criando serviços disruptivos para elos da cadeia ou para o consumidor final. Em uma indústria fortemente ligada a sistemas, processos, paradigmas e marcas tradicionais, a multiplicação e ascensão destes novos players significa uma revolução sem precedentes.

Muito além de jovens empresas cuja atuação é baseada em tecnologia e inovação, entretanto, o ecossistema fintech ganha cada vez mais a adesão de representantes estabelecidos. Grandes bancos e instituições financeiras começam a ver as fintechs como aliadas, e não mais como ameaças. Muitos deles já abriram áreas de negócios alinhadas ao novo mercado e estão criando aceleradoras para fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias.

Mas nada disso seria possível sem a mudança de hábitos do consumidor. Ele se acostumou a adquirir produtos e serviços com um

2. POR DENTRO DA REVOLUÇÃO FINTECH

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Ultraconectadas, as

fintechs prometem

mudar a forma

como o consumidor

omnichannel lida

com o dinheiro

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6FINTECHS

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Atribui-se a origem

do termo ao Fintech

Innovation Lab,

fundado em 2010

pela Accenture e pelo

Partnership Fund for

New York City

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toque no smartphone, a usar as redes sociais ou os próprios aplicativos para fazer reclamações e a ficar aborrecido quando não tem uma solicitação atendida de forma prática, rápida e digital.

Obviamente, as demandas do consumidor omnichannel afetariam também os serviços financeiros – um dos segmentos mais problemáticos quando se mensura a satisfação dos clientes. Ultraconectadas, as fintechs prometem melhorar suas experiências e modificar a forma como lidam com o dinheiro. Elas trazem ao mercado processos mais eficientes, modelos de negócios mais transparentes, maior agilidade no atendimento, menos burocracia e alto nível de personalização no contato com cada usuário.

2.2. COMO SURGIU

Big Data, IoT (Internet das Coisas), computação em nuvem, Inteligência Artificial, Machine Learning, a evolução dos smartphones: a combinação de diversas tecnologias permitiu a explosão do movimento fintech. Mas a ideia de romper com o status quo ganhou força em 2008, ano da quebra do Lehman Brothers, então o 4º maior banco de investimentos dos EUA, e da consequente crise econômica global.

Atribui-se a origem do termo ao Fintech Innovation Lab, fundado em 2010 pela Accenture e o Partnership Fund for New York City. O programa de aceleração e orientação para startups de tecnologia em finanças é apoiado por mais de 30 instituições financeiras líderes globais, e abriu laboratórios em Londres, Hong Kong e Dublin, além do pioneiro, em Nova York.

Atualmente, Londres é considerada o maior hub de fintechs do mundo, pela presença massiva de instituições financeiras multinacionais e também de regulamentação mais adaptada a empresas disruptivas. E o ecossistema vive sua “era de ouro”, na visão de estrategistas da Accenture, com a convergência de data analytics, armazenamento na nuvem e robótica, entre outras evoluções. Ao mesmo tempo, os expoentes mais bem-sucedidos do mercado estão estabelecendo parcerias ou sendo adquiridos pelas organizações tradicionais. A tendência, agora, é de colaboração; a competição ficou para trás.

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As fintechs atuam hoje em dezenas de áreas, em geral lançando novas soluções e modelos de negócios: conta corrente, cartão de crédito e débito, investimentos, empréstimos, negociação de dívidas, gerenciamento financeiro, pagamentos, câmbio, inclusão financeira, soluções para pequenas e médias empresas, seguros, crowdfunding, cryptocurrency. A maioria dos produtos e serviços é disponibilizada 24/7 e em aplicativos mobile.

2.3. OPEN BANKING: A DEMOCRATIZAÇÃO DOS DADOS

Outra peça-chave para a explosão fintech é o início da regulamentação do open banking – modelo de colaboração entre instituições financeiras, que disponibilizam dados proprietários sobre seus clientes, e desenvolvedores terceiros de soluções para o setor, capazes de criar produtos muito mais assertivos quando têm acesso a um robusto banco de dados. O movimento já acontece em maior escala na União Europeia e no Reino Unido. Nos EUA, a regulação é esperada para breve, e mercados como Austrália, Singapura e Malásia também consideram obrigar os bancos a abrir o acesso a seus dados.

O open banking é considerado a democratização dos dados financeiros, antigamente restritos às grandes corporações. Disponibilizar informações a qualquer um que tenha permissão para acessá-las, em um sistema seguro e que preserve a privacidade dos usuários, amplia a concorrência na indústria e possibilita uma maior oferta de serviços inovadores e eficientes aos consumidores finais.

A conexão entre as duas partes – bancos e desenvolvedores – acontece por meio de APIs (Interfaces de Programação de Aplicações). São elas que permitem a comunicação entre dois softwares distintos e, consequentemente, as comunicações de open banking. É o mesmo modelo que integra as contas em sites, apps e redes sociais de um indivíduo. Assim, o usuário não precisa repetir informações cadastrais em todas as plataformas.

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Considerado a

democratização dos

dados financeiros,

o open banking

possibilita uma maior

oferta de serviços

inovadores

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8FINTECHS

1 Desenvolvedores fintech conectam seu app à API de determinado banco. As APIs costumam ser construídas

seguindo normas padronizadas de design, o que facilita as conexões com a maioria dos sistemas, e ficam armazenadas na nuvem (acesso 24/7). No caso das APIs abertas, qualquer startup pode se plugar com elas sem precisar de um acordo prévio com a instituição proprietária dos dados.

Fonte: Business Insider.

2 Um cliente do app desenvolvido pela fintech solicita um serviço – por exemplo, checar um balanço financeiro ou

efetuar um pagamento. A solicitação é enviada ao banco por meio da API.

3 O banco recebe o pedido, e o sistema automaticamente envia o balanço solicitado ou a

confirmação do pagamento para o app, também via API.

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Como funciona uma API aberta:

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2.4. POR QUE É IMPORTANTE – E REVOLUCIONÁRIO

As fintechs estão transformando uma indústria conhecida por processos burocráticos, complexos e pouco amigáveis ao consumidor. Surgem novas formas de usar serviços financeiros e também diferentes oportunidades para estabelecer um relacionamento duradouro com as marcas.

Para contratar um cartão de crédito, basta pegar o smartphone, tirar uma selfie, fotografar o documento de identidade e assinar com o dedo na tela. Não é mais necessário ir presencialmente a uma agência bancária, apresentar uma série de documentos em papel, preencher um formulário e aguardar dias pelo processamento e entrega. Outra falha dos bancos tradicionais é que eles não avançaram no desenvolvimento de produtos e serviços disponíveis em tempo integral. Em um mundo onde as pessoas vivem conectadas e resolvem boa parte de seus problemas pelo celular, a qualquer momento, trata-se de uma lacuna grave.

É por isso que algumas instituições estabelecidas, como J.P. Morgan e Wells Fargo, abriram suas APIs para determinadas startups fintech, permitindo aos clientes acesso a apps parceiros em tempo real. Essa estratégia beneficia as corporações tradicionais, que não precisam criar suas próprias soluções. A ideia é se aliar a empresas que já nasceram digitais e têm em seu DNA a tecnologia e a inovação.

Diferentes APIs abertas possibilitam que terceiros incorporem diferentes serviços em seus apps ou sites. As funcionalidades disponíveis, portanto, são variadas: abrir uma conta bancária, acessar informações de outra, efetuar pagamentos, fazer investimentos, conseguir um empréstimo, emitir um cartão de crédito, bloqueá-lo.

HSBC, BBVA, Citi e Barclays também já anunciaram projetos ligados ao open banking. E outros setores estão se movimentando. A Allianz, maior seguradora do mundo, anunciou um investimento estratégico na Lemonade, startup nova-iorquina que baseia sua atuação em Inteligência Artificial e garante oferecer aos consumidores um seguro em 90 segundos – e ressarcimento em três minutos.

Em report de 2017, o Business Insider mostrou o posicionamento de bancos globais em relação ao open banking.

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Não é mais necessário

ir pessoalmente a

uma agência bancária,

preencher formulários

e aguardar dias para

contratar um cartão

de crédito

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69%

52%

54%

60%

51%

30%

48%

35%

42%

44%

38%

29%

53%

29%

É uma oportunidade, mais do que uma ameaça.

É absolutamente necessário lutar contra a competição disruptiva de empresas que não são bancos.

Construir uma plataforma de open banking é uma prioridade alta para nós.

Estamos preparados para investir em uma API.

Gostaríamos de oferecer serviços de empresas que não são bancos aos nossos clientes.

Estamos felizes por oferecer produtos de terceiros em nossa plataforma.

Não podemos explorar esta estratégia devido a restrições tecnológicas/de custos.

2016

2015

Fonte: Business Insider.

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Posicionamento dos bancos globais

em relação ao open banking:

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2.5. A ERA DE OURO E O POTENCIAL DE CRESCIMENTO

O potencial da indústria fintech é imenso. O Goldman Sachs estima que, nos próximos anos, US$ 4,7 trilhões em receitas irão migrar dos bancos para as empresas novatas do setor. De acordo com o mesmo estudo, 33% dos millennials acreditam que não precisarão de um banco.

No Brasil, o panorama também é de aquecimento. Segundo levantamento divulgado em fevereiro de 2017 pelo FintechLab, criado pela consultoria de inovação Clay para monitorar o setor e fomentar o mercado, mais de 200 iniciativas surgiram no país no ano passado. O número de fintechs brasileiras mapeadas subiu de 54, em 2015, para 244, no último relatório publicado. Estima-se que, até o fim de 2016, elas tenham recebido mais de R$ 1 bilhão em investimentos.

O surgimento de associações, aceleradoras e grupos de investidores, acompanhado da atenção destinada pelos órgãos reguladores, está ajudando a tornar o ecossistema mais estruturado. O setor de pagamentos continua respondendo pela maior parte das iniciativas: 32% do total. Existem agora três nichos principais – gestão de pagamentos, pagamentos pré/pós-pagos e adquirentes.

No cenário fintech da América Latina, o Brasil ocupa posição de protagonismo. É o país com o maior número de iniciativas, bem à frente do México, que reúne 158 empresas e está em 2º lugar. Em todos os grandes mercados latino-americanos, o setor de pagamentos é dominante, devido à expansão do e-commerce e ao crescimento do número de usuários de internet e smartphones. O FintechLab também aponta, como setores representativos na região, o de empréstimos, no México e na Colômbia, o de gestão financeira na Argentina e o de crowdfunding no Chile.

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No Brasil, o número

de fintechs mapeadas

subiu de 54, em 2015,

para 244, em 2017. Só

no ano passado foram

200 novas iniciativas

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2.6. O IMPACTO NO SETOR FINANCEIRO: BANCO COMO PLATAFORMA

A afirmação de Bill Gates já virou um clássico do empreendedorismo fintech, mas ainda resume perfeitamente os propósitos deste universo disruptivo: “Nós precisamos de serviços financeiros, não de bancos”.

No topo da lista de propósitos estão melhorar a experiência e a usabilidade do consumidor, acelerar operações e simplificar processos. E todos eles têm ligação com a quarta onda da evolução dos bancos, que vivemos agora.

1ª Onda 2ª Onda 3ª Onda 4ª Onda

1960 1990 2010 2017

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A evolução dos bancos

em quatro ondas:

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Bancos tradicionais Internet banking Mobile banking Seamless banking

300 anos depois 20 anos depois 7 anos depois

Fricção alta Seleção de serviços 100% serviços Serviços exclusivos por interface

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O momento é dos bancos integrados, contínuos e ininterruptos – dos bancos como plataforma. Cientes desta transformação, gigantes do mercado financeiro brasileiro começaram a mudar seus paradigmas e diversificar investimentos.

O Banco do Brasil abriu um laboratório de inovação no Vale do Silício, na Califórnia. O Itaú criou, em São Paulo, a Cubo, um espaço de coworking que reúne startups com foco em tecnologia – a MasterCard aderiu à iniciativa como parceira. O Bradesco lançou o InovaBRA, programa de aceleração de startups com foco em modelos de negócios relevantes e serviços que o consumidor busca hoje. Já a Caixa Econômica Federal estruturou uma área interna de inovação e firmou parceria com a ONG Artemisia para desenvolver um programa de aceleração voltado a empresas que promovam inclusão financeira entre o público das classes C e D.

Uma grande reviravolta no Brasil, e na América Latina por extensão, aconteceu em abril de 2016, quando o Banco Central passou a permitir a abertura de conta corrente e de caderneta de poupança pela internet, desobrigando os brasileiros a irem até uma agência para efetuar o procedimento.

Na ocasião, o BC anunciou que a mudança de normas visava a otimização dos processos no sistema bancário. Entravam em cena os bancos 100% digitais, sem agências físicas e com a infraestrutura alocada na nuvem. •

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Uma grande mudança

no Brasil aconteceu

em 2016, quando o

Banco Central passou

a permitir a abertura

de contas pela

internet

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3.1. DISRUPÇÃO MOBILE

“Foi um fato simples, mas que transformou todo o setor financeiro. Quando o Banco Central permitiu que as pessoas abrissem uma conta pelo celular, tudo mudou”, diz Guga Stocco, advisor of Strategy and Innovation e um dos maiores especialistas no tema Fintech do mercado brasileiro.

Nas Fintechs, todos os serviços podem ser acessados via dispositivos móveis. Geralmente, as empresas apostam no open banking com APIs abertas ao mercado.

Segundo Stocco, a convergência de duas grandes forças disruptivas explica a revolução dos bancos: fintech + mobile. “Além dessa combinação, precisa existir agilidade. Na indústria atual, um ano equivale a 30 anos no passado.”

O banco foi feito para o celular, ele afirma. “Um smartphone tem câmera, geolocalização, biometria, está sempre com o cliente. O mobile leva a transformação do setor financeiro a outro nível. Nós vamos

3. FINANÇAS NA PALMA DA MÃO

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Fintechs concentram

serviços financeiros

nos dispositivos

móveis e apostam

no conceito de open

banking

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Segundo pesquisa da

Febraban, em 2015

internet banking

e mobile banking

já representavam

54% das transações

bancárias no país

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conectar o celular no carro e conversar com o banco, vamos plugá-lo na TV e acessar um dashboard de investimentos.”

3.2. A NOVA RELAÇÃO COM O DINHEIRO

A adoção de tecnologia na vida financeira está em crescimento constante no Brasil. Pesquisa da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) mostrou que, em 2015, internet banking e mobile banking já representavam, juntos, mais da metade das transações bancárias no país (54%).

Com a explosão do mobile e o avanço das tecnologias adotadas no setor financeiro, já é possível observar uma nova relação entre pessoas e bancos. Mais do que isso, essa espécie de “casamento” começa a criar também uma outra relação: a do consumidor com o dinheiro.

Um dos maiores cases da Revolução Fintech é o M-Pesa, lançado no Quênia pela Vodafone e agora difundido em outros países, como África do Sul e Afeganistão. O serviço permite transferir recursos, fazer pagamentos e efetuar saques pelo celular, levando serviços bancários a milhares de cidadãos e reduzindo a taxa de desbancarização.

No Brasil, onde, segundo pesquisa do McKinsey Global Institute, 32% da população adulta não tem uma conta bancária e 53% das pequenas e médias empresas não têm acesso à crédito, um exemplo de sucesso é o Banco Maré. Criada para fomentar a economia local e oferecer melhores serviços financeiros aos moradores do Complexo da Maré, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, a plataforma permite pagar contas e transferir dinheiro com o smartphone.

Para 2017, é aguardada a abertura ao público da primeira Amazon Go, supermercado que atualmente funciona em fase de testes em Seattle, EUA, atendendo a funcionários da Amazon. A companhia de Jeff

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Bezos, que já revolucionou diversas indústrias, construiu um sistema de compras físicas inteligente, que dispensa caixas para pagamento, dinheiro ou cartões de débito/crédito (além de filas e perda de tempo).

Até mesmo o celular só é necessário na chegada à loja: o cliente deve acessar o app para autenticar sua entrada, escolher os produtos que quer levar – e pode devolve-los às prateleiras, caso se arrependa – e sair com eles. Neste momento, a compra é finalizada e a cobrança, efetuada na conta do usuário. As tecnologias envolvidas são as mesmas usadas nos carros autônomos: Inteligência Artificial, Machine Learning, sensores de proximidade e visão por computador.

Os pagamentos invisíveis são uma das principais tendências da atualidade e impactam uma série de diferentes indústrias. Um exemplo é o Uber: quando a corrida se encerra, o indivíduo é cobrado no cartão de crédito cadastrado, recebe um recibo digital e pronto.

Associado à mudança no comportamento dos consumidores, a expectativa é que o aumento da penetração de smartphones impulsione de forma decisiva as soluções de pagamento frictionless. Até 2021, projeta-se que o número de transações sem qualquer contato entre máquina e cartão dobrem no mundo inteiro.

3.3. FINTECHS E MOBILE MARKETING

Mobile é o quintal das fintechs e, por isso, elas têm obrigação de usá-lo de forma arrojada no marketing, diz Paulo Martinez, fundador e COO (chief operating officer) da Agência Ginga. “A publicidade é a ignição que as fintechs precisam para gerar credibilidade e força de marca, convertendo novos usuários e fidelizando clientes. E o caráter único do mobile é permitir trabalhar geolocalização e contexto de comportamento, gerando empatia, afinidade e um sem número de ocasiões para falar com os consumidores de forma totalmente personalizada.”

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Os pagamentos

invisíveis são uma das

principais tendências

da atualidade e

impactam diferentes

indústrias

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Ele ressalta, entretanto, que é necessário atuar no momento, no contexto e no local certos. Campanhas de TV devem estar em consonância com o digital porque, no novo varejo, basta baixar um app e preencher um cadastro – a conversão é 100% digital. E tudo precisa ser monitorado e mensurado em tempo real. “Não se trata de medição tradicional, você não pode medir o brand awareness separado de performance. É importante implantar atribuição, ter KPIs em real-time. É trazer o modelo startup para o marketing digital.”

Na Ginga, a equipe sabe, por exemplo, quanto a TV aumenta a busca e quanto a busca aumenta a abertura de contas. Martinez conta que, durante uma campanha na TV, entre 85% e 90% dos acessos acontecem no mobile. “É a confirmação do comportamento de assistir TV com o celular na mão e reagir em tempo real”, aponta.

As fintechs têm concorrência de marcas fortes, algumas centenárias, com milhões de clientes. Em termos de imagem, seu grande desafio é gerar conhecimento e empatia, além de transmitir segurança e credibilidade. “Os consumidores reclamam de bancos e de companhias de telecom, mas, nestes setores, é difícil mudar. E, quando eles mudam, é para outros players estabelecidos. Como o produto é inovador, é fundamental trabalhar a jornada completa, do brand awareness à conversão.” •

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Em termos de

imagem, o grande

desafio das fintechs é

gerar conhecimento

e empatia, além de

transmitir segurança

e credibilidade

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4.1. TECNOLOGIAS

Neste subcapítulo, apresentaremos as principais tecnologias relacionadas ao universo fintech.

API O termo API (Application Programming Interfaces, ou Interfaces de Programação de Aplicações) define um modelo de interface que permite integrar diferentes sistemas ou aplicações. Por meio delas, terceiros podem acessar informações de forma segura e desenvolver soluções próprias. Um exemplo são os apps que se conectam ao Google Maps para oferecer seus serviços.

No mercado financeiro, as APIs sustentam o modelo de open banking, conectando instituições financeiras a empresas ou startups fintech. Para disponibilizar informações por meio de APIs, as corporações precisam redesenhar sua arquitetura tecnológica ou criar uma camada de interface complementar.

4. INOVAÇÃO E OPEN BANKING

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As APIs sustentam

o modelo de open

banking, conectando

instituições financeiras

a empresas ou

startups fintech

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Cerca de 80% dos

bancos globais já

estão trabalhando em

projetos de blockchain,

a ferramenta digital

que está por trás do

Bitcoin

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Blockchain É o nome dado a cada registro de transferência de recursos efetuada em uma rede descentralizada, independente de uma entidade reguladora central. A rede é baseada em algoritmos sofisticados de criptografia, que garantem a autenticidade das confirmações.

Em 2016, blockchain foi apresentada como uma das tecnologias mais inovadoras e disruptivas da indústria financeira no Fórum Econômico Mundial. Cerca de 80% dos bancos globais já estão trabalhando em projetos de blockchain, a ferramenta digital que está por trás do Bitcoin e promete executar funções como registro, compliance e verificação de transações financeiras.

Robo advisors Os assessores-robô são consultores financeiros que trabalham com pouquíssima intervenção humana, baseando suas análises em algoritmos. De acordo com o perfil de risco do cliente, eles fazem recomendações de investimentos. A tecnologia está democratizando o acesso a este serviço, porque as tarifas cobradas são acessíveis a mais consumidores. Além disso, ela começa a mudar a maneira como as pessoas fazem investimentos.

Inteligência Artificial Produtos portadores de AI substituem as decisões humanas por tecnologias avançadas. São baseados em algoritmos complexos e sistemas de Machine Learning – eles aprendem à medida que são usados. Assim, conseguem reconhecer padrões e prever acontecimentos. Exemplo simples de solução de Inteligência Artificial é o teclado virtual de um smartphone, que sugere a próxima palavra a ser digitada por determinado usuário.

Internet das Coisas Carros, geladeiras, TVs, wearables como relógios, pulseiras, jaquetas e óculos. Objetos do dia a dia, conectados e capazes de processar informações complexas, começam a ser usados para oferecer novos produtos e serviços. Em termos de evolução, o IoT (Internet of Things) está ligado a inovações nas áreas de AI, nanotecnologia e sensores wireless, entre outras.

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Inserção de desbancarizados no sistema financeiro por meio de plataformas e apps que facilitam a abertura de conta corrente e caderneta de poupança.

Fazer investimentos com base na recomendação de robo advisors.

A NFC também está por trás de pulseiras, relógios e anéis utilizados para efetuar pagamentos.

Integrar Chatbot com plataformas populares para se comunicar com o consumidor, como o Facebook Messenger e o assistente da Amazon.

Embutir em carros aplicativos que efetuam pagamentos, apontam a necessidade de abastecer e indicam o posto de combustível mais próximo, usando tecnologias como bluetooth e QR codes.

Coletar informações sobre os clientes e rastrear itens segurados por meio de wearables, dispositivos conectados ou adesivos instalados.

Acesso e movimentação de contas pelo celular, usando tecnologias como reconhecimento facial, de voz e GPS para autenticação e prevenção contra fraudes.

Usar uma mobile wallet para pagar contas por meio da tecnologia Near Field Communication (NFC), disponível em celulares e outros dispositivos móveis.

Fazer compras em uma loja física efetuando check-in no app pelo celular.

Integração com outras plataformas para efetuar pagamentos e transferências financeiras. Alguns exemplos: contatos do Facebook Messenger, WhatsApp, WeChat (maior rede social móvel da China), além de aplicativos voltados a transações entre consumidores e estabelecimentos comerciais.

Oferecer assistência a clientes usando tecnologias de Chatbot, interfaces de atendimento automatizado. Com a introdução de Inteligência Artificial, as interações ficam mais sofisticadas, já que os bots (robôs) aperfeiçoam constantemente o sistema.

4.2. NOVOS SERVIÇOS Conheça movimentos e serviços que a Revolução Fintech viabilizou.

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4.3. DADOS E SEGURANÇA

O avanço do mercado de inovação também amplia a segurança do sistema financeiro, analisam especialistas. Os bancos agora podem adotar procedimentos diferentes para combater fraudes e lavagem de dinheiro: o uso do GPS para obter a localização do cliente, a análise do tempo de uso da conta de e-mail, o reconhecimento facial, de voz, certificado digital ou exigência de movimentos específicos para completar transações. Seguros é outro setor que terá muitos benefícios com a adoção das tecnologias.

Em junho de 2016, o BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina, lançou uma plataforma online de investimentos, o BTG Pactual Digital, voltado ao varejo de alta renda. A ideia é tornar o investimento acessível a mais pessoas e chegar a 200 mil clientes em três anos. “Oferecemos os mesmos produtos com taxas competitivas porque não temos os gastos enormes dos grandes bancos de varejo. Mostramos que é possível investir a partir de R$ 3 mil, não só de R$ 5 milhões”, diz Marcelo Flora, sócio responsável pelo projeto. “Costumo falar que somos uma startup dentro da instituição.”

Sem agências físicas, a plataforma usa Machine Learning, robo advisor e Big Data para oferecer serviços inovadores e otimizar processos. A abertura de conta é 100% digital. “O celular armazena a geolocalização da pessoa e identifica onde ela passa as noites. É mais difícil adulterar esta informação do que um comprovante de residência. Com Big Data, dados de empresas terceiras, o cliente digita seu CPF e eu consigo levantar, com alto grau de confiabilidade, em qual endereço ele mora”, cita o executivo.

A área digital do BTG está expandindo para a Colômbia e o Chile. Flora afirma que o objetivo não é inovar por inovar, e sim melhorar a experiência do cliente. “Estamos vivendo uma transformação de verdade. É mais do que Revolução Fintech, porque envolve todas as indústrias.”

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Graças ao avanço da

inovação, os bancos

podem adotar

procedimentos

diferentes para

combater fraudes e

lavagem de dinheiro

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4.4. DESAFIOS E FUTURO

Não se pode reduzir o movimento fintech à briga “bancos estabelecidos versus startups disruptivas”, frisa Marcelo Bradaschia, fundador do FintechLab. “Nem todas as fintechs competem com bancos; muitas querem agregar a eles novas soluções. E uma série de empresas estão se posicionando: na Starbucks, o segundo produto mais rentável é o cartão pré-pago da empresa. O WeChat movimenta mais dinheiro no mercado asiático do que o PayPal.”

Para ele, o maior desafio da indústria fintech é o fato de o mercado financeiro ser extremamente concentrado, com a dominância de poucas e grandes corporações. “Existe uma barreira para novos players. Não à toa, o primeiro setor que evoluiu no Brasil foi o de pagamentos, que permeia todas as indústrias.”

Mas agentes importantes estão contribuindo com seu crescimento. As mudanças regulatórias são um deles. “Trata-se de um mercado regulado, mas é isso que traz segurança. Por que os EUA não são referência em adoção de fintechs? Porque cada estado do país tem as suas próprias leis”, explica.

Outro é a demanda. “As pessoas estão se tornando digitais”, resume o especialista. De acordo com estudo da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas de São Paulo), o Brasil terá um smartphone por pessoa até o fim de 2017. •

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O maior desafio

da indústria

fintech é um

mercado financeiro

extremamente

concentrado e com

a dominância de

poucas corporações

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― API (Application Programming Interface) Interface de Programação de Aplicações é o termo que designa um conjunto de métodos e padrões de programação para acesso a um aplicativo ou plataforma. A API permite a conexão do aplicativo que está sendo usado com outros sistemas. Quando disponibiliza uma API, uma companhia permite que empresas terceiras desenvolvam soluções para ela.

― Big Data Conjunto de dados tão grande e complexo que não pode ser tratado com processadores de dados tradicionais. Associado a tecnologias como Machine Learning e sensores disponíveis no celular, é capaz de identificar, por exemplo, traços de comportamento e perfil de consumo.

― Biometria Processo que detecta e registra, por meio de um dispositivo ou sistema eletrônico, características únicas de uma pessoa para confirmar sua identidade.

― Bitcoin Primeira moeda virtual de gestão distribuída da história, criada em 2009, quando seu código-fonte foi disponibilizado como open-source ao mercado.

― Blockchain Ferramenta digital que permite executar funções como registro e verificação de transações financeiras em redes descentralizadas.

5. A INDÚSTRIA FINTECH DE A A Z

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― Chatbot Quando o chat utiliza um “bot” (abreviação de “robot”), sistema dotado de Inteligência Artificial, para interagir com os clientes e consumidores por meio de mensagens.

― Cryptocurrencies Moedas digitais criptografadas. O Bitcoin é um exemplo.

― DLT (Distributed Ledger Technology) Conjunto de iniciativas ligadas a redes descentralizadas, que podem ser privadas ou públicas.

― Insurtech Do inglês insurance + technology (seguros + tecnologia). O termo designa empresas e startups que desenvolvem serviços e produtos voltados ao setor de seguros, baseados em tecnologia. Atualmente, é um dos braços mais promissores do movimento fintech.

― Internet das Coisas Do inglês Internet of Things (IoT). É a tecnologia que conecta à internet dispositivos eletrônicos usados na vida cotidiana, como eletrodomésticos, eletroportáteis e meios de transporte.

― Machine Learning Tecnologia que permite às máquinas aprenderem novos comportamentos conforme vão sendo utilizadas.

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― Método Agile Conjunto de metodologias para desenvolver softwares que permite adaptações e modificações rápidas. Em português, também é chamado de Método Ágil.

― Mobile money Termo dado a serviços financeiros realizados por meio de celulares.

― Mobile wallets Carteiras mobile são sistemas que guardam e criptografam dados de cartões de crédito e outras formas de efetuar pagamentos em dispositivos móveis.

― NFC (Near Field Communication) Tecnologia que viabiliza pagamentos quando se aproxima um dispositivo de outro.

― Nuvem As plataformas cloud, na nuvem, armazenam suas informações em servidores remotos e são acessadas pela internet.

― One-click-buy Compra por um clique, que dispensa o preenchimento de formulários e o envio repetitivo de informações para efetuar compras online.

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― Open banking Modelo em que um banco abre sua plataforma digital a outras empresas ou startups, para que elas desenvolvam novas soluções e funcionalidades. A conexão entre as duas partes acontece por meio de APIs.

― Pagamentos invisíveis Também chamados de pagamentos frictionless ou contactless. Quando se efetua um pagamento com o celular, um dispositivo eletrônico ou adesivo, sem precisar usar cartão ou dinheiro. Uber e Sem Parar são exemplos.

― RFID Do inglês Radio Frequency Identification (identificação por meio de rádio-frequência). É a tecnologia que permite identificar objetos usando sinais de rádio.

― Robo advisors Os robôs-investidores são consultores ou gestores automatizados, que usam algoritmos para recomendar e alocar investimentos financeiros.

― Seamless bank Banco que conecta seus serviços e produtos a aplicativos, permitindo que o cliente tenha acesso a eles em qualquer hora e lugar.

― Wearables Produtos usáveis, como roupas, óculos, relógios e pulseiras, que recebem dispositivos capazes de gerar dados e se conectar à internet. •

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6. ENTREVISTA: GUGA STOCCO, ADVISOR OF STRATEGY AND INNOVATION

A NOVA REVOLUÇÃO FINANCEIRA

Já é possível avaliar o impacto do movimento fintech e do open banking no setor financeiro dos mercados em desenvolvimento?

No Brasil, quando o Banco Central autorizou o consumidor a abrir e fechar contas online, ele facilitou diversos processos e também a portabilidade de contas. A portabilidade já tinha impactado o setor de telecom, por exemplo. O que vemos agora é que o banco passa a ser um app – e terá de jogar com as regras dos apps. Precisa ser muito mais ágil, precisa estar atualizado com as novidades constantes em tecnologia, precisa agradar o cliente para não ser

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Os bancos passam

a ser apps - e terão

de jogar as regras

dos apps

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deletado. Em poucos anos, veremos os bancos virarem empresas extremamente ágeis, porque o nível de exigência do consumidor mudou. Se o iPhone inova pouco, perde market share. Se um app não é atualizado, a audiência o abandona.

O que motivou a decisão de investir nesta indústria?

Estamos numa era de transição, de “bank centric” para “user centric”. Novas tecnologias já existem no banking, mas não nos bancos. É a “Uberização dos bancos”: inovação e tecnologia causando disruptura, facilitando processos, ampliando a concorrência no mercado, melhorando a experiência do consumidor e mostrando que é necessário tratá-lo bem. Nesta nova indústria, ainda está tudo dividido: eu sou um cartão de crédito, eu sou um banco, eu sou um Taco Bell. Mas os elos estão começando a se conectar e, quando eles se conectam, o movimento fica poderoso. Começou como um “black swan”, achavam que seria só um buzz... Mas as instituições financeiras acordaram. De qualquer jeito, trata-se de uma mudança difícil, porque envolve cultura, forma de trabalhar, habilidades dos profissionais. Porém, no fim do dia, o que fica é o efeito BlackBerry. Por que não foi a BlackBerry quem fez o iPhone?

A revolução fintech ocorre especialmente em plataformas móveis: foi o avanço do mobile que permitiu concentrar serviços financeiros na palma da mão. Como a combinação entre essas duas forças vai mudar a relação entre pessoas e banco, pessoas e dinheiro?

O mobile será o controle remoto da vida financeira das pessoas. E o dinheiro vai morrer. Ele pode ser roubado, não é interessante para uma economia. Com o dedo, hoje, você faz uma transferência de dinheiro. Com a adoção do smartphone como primeira tela, dentro de cinco anos, vários países do mundo não terão mais dinheiro. As pessoas terão crédito e dinheiro digital. Outra tendência clara é a

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Nos próximos

anos, bancos vão

oferecer serviços em

smart TVs, carros e

geladeiras inteligentes

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economia compartilhada, exemplificada por empresas como o Uber, o Airbnb. Estamos chegando a um momento em que as pessoas não vão mais precisar comprar coisas; em um futuro próximo, a experiência vai prevalecer sobre o patrimônio. Pense nas diferenças entre os millennials e os baby-boomers. Você acha que um millennial vai preferir comprar um imóvel ou viajar o mundo inteiro via Airbnb?

Como projeta o futuro do setor financeiro?

O banco está na sua 4ª fase evolutiva. Tivemos a agência, a internet, depois o mobile – quando as pessoas passaram a estar, literalmente, com seu banco 24 horas por dia. Agora, o banco está em todo lugar. A 5ª onda será o blockchain, que vai descentralizar tudo: você poderá emitir sua própria moeda, por exemplo. Em 2020, projeta-se que 20% do acesso à internet não acontecerá por um dispositivo físico. Teremos realidade virtual, realidade aumentada, robótica, holografias, presença artificial. Estamos começando a construir esse futuro. ●

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