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FINTECH TRENDS TENDÊNCIAS E DESAFIOS PARA O MERCADO FINTECH BRASILEIRO POR

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FINTECH TRENDSTENDêNCIaS E DESaFIoS paRa o mERCaDo

FINTECH bRaSIlEIRo

poR

#1 RobôS INVESTIDoRES

p.05

ÍNDICE

#2

DESbaNCaRIzaDoSp.08

#3

opEN baNkINg & apIp.11

#4

pagamENToS INVISÍVEIS

p.14

#5

REgulamENTaçãop.17

#6

pmEp.20

#7

apRoxImação DoS baNCoS

p.23

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INSuRTECHp.26

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bloCkCHaINp.29

#10 CHaTboTS

p.32

#11

NoVoS HoRIzoNTES

p.34

#

ESpECIalISTaS

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Em 2016, a palavra da vez foi FINTECH. Os olhos do mercado financeiro se voltaram para essa onda de inovação e tecnologia no setor e até mesmo as instituições mais tradicionais se me- xeram para saber qual era o buzz em volta dessa ideia. Se 2016 foi o ano em que as fintechs trouxeram uma revolução para o mercado, é a hora de ver se isso não foi um fenômeno passageiro.

Chegou 2017, o ano da evolução. É a hora de as startups se con-solidarem no panorama brasileiro e de aproveitarem as novas e diversas oportunidades ainda pouco exploradas.

Só em 2016 as fintechs receberam 22 bilhões de dólares de inves-timentos no mundo, a maior parte nos Estados Unidos. No Bra-sil, segundo levantamento do Conexão Fintech, os investimentos em novas fintechs ultrapassaram 500 milhões de reais.

INTRoDuçãoNo mundo, o futuro desse mercado é foco de diversos estudos, principalmente nos Estados Unidos e Europa, onde o ecossiste-ma já tem mais força. E o Conexão Fintech está trazendo esse olhar para o Brasil, um mercado promissor e de referência para o ecossistema de fintechs na América Latina.

O setor de serviços financeiros é um mercado local. Para empreender e inovar num país, não basta apenas importar o que já existe lá fora. É preciso obedecer às regulamentações es-pecíficas e entender a política econômica local. E, mais ainda, entender que a relação do consumidor com o dinheiro é úni-ca e varia muito de uma cultura para outra. Isso impacta não só os serviços financeiros, mas todos os tipos de serviços, e por isso entender a revolução fintech é importante para todos.

< VolTaR CoNTINuaR >

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FINTECH Em TRêS pRopóSIToS:

• Melhorar a experiência Do CoNSumIDoR• acelerar operaÇÕeS• SiMplificar proceSSoS

O Conexão Fintech, que monitora de perto o dia a dia do mer-cado brasileiro de fintechs, trouxe para você informações so-bre como essas startups estão evoluindo no Brasil e no mundo. Com a análise do Conexão Fintech e o respaldo de importantes especialistas brasileiros, criamos esse material para ajudá-lo a se orientar nos próximos passos e decisões que devem ocorrer no âmbito brasileiro de serviços financeiros.

Então, como fazer isso no Brasil? Quais peculiaridades políticas, econômicas e culturais brasileiras devemos levar em conta para que as fintechs possam cumprir seu papel inovador?

RobôS INVESTIDoRES >< VolTaR

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#1 RobôS INVESTIDoRES

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ÍNDICE >#1 RobôS INVESTIDoRES

CoNSulToRES ou gESToRES auTomaTIzaDoS

RobôS INVESTIDoRES

Os robo-advisors, ou na versão brasileira robôs investidores, são uma tecnologia em que o setor de investimentos vem apostando no mundo todo. Um dos pontos fortes do modelo oferecido por essa tecnologia é que ela permite atingir milhões de pessoas com um serviço de qualidade que antes era disponível apenas para clientes com altas aplicações.

Além disso, pode ajudar pessoas menos especializadas no mer-cado financeiro a aplicar dinheiro e a entender melhor sobre in-vestimentos. Guilherme Horn, da Accenture, acredita que neste ano os players independentes no setor de investimentos devem seguir ganhando força frente aos bancos, e isso pode fortalecer a figura do consultor financeiro, geralmente com menor con-flito de interesse, em especial o consultor automatizado, isto é, os robo-advisors.

DESaFIoS No mERCaDo DE INVESTImENTo:o investidor brasileiro é muito avesso a risco, talvez por conta do histórico de instabilidade no cenário político e econômico do país desde os anos 80. “o investidor corre atrás da rentabilidade passada, sem avaliar o risco que está comprando junto”, diz Felipe Sotto-maior, da Vérios. “Quando o mercado vira, ele se frustra. É por isso que priorizamos o risco baixíssimo.”

No mundo todo, investidores e especialistas acreditam que os robo-advisors são uma forte tendência para 2017. E isso também vale para o mercado brasileiro, pois, apesar de o Brasil estar atrás dos EUA em serviços de investimento automatizado, nosso es-tágio já é comparável a de alguns países europeus e asiáticos. Em 2016, os primeiros investidores brasileiros descobriram o mercado dos robôs investidores e já temos empresas que estão se destacando no setor como a Vérios, a Magnetis e a Smarttbot.

< VolTaR CoNTINuaR >

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ouTRaS TENDêNCIaS Em INVESTImENToS:• plataformas de aproximação para investidores mais agressivos emprestarem dinheiro diretamente a pequenas e médias empresas por meio de empréstimos p2p.• plataformas para investimentos em startups, isto é, as equity crowdfunding.

VEja aS FINTECHS QuE ESTão TRazENDo oS Robo-aDVISoRS paRa o bRaSIlclique aqui >>>

Felipe Sotto-Maior, fundador da Vérios, acredita que duas coisas precisam ser difundidas no Brasil: as pessoas devem começar a perceber que nem sempre é necessário um consultor humano – os robôs vieram para oferecer um serviço de forma ágil, segu-ra, rentável e descomplicada – e também a importância de se ter um consultor realmente independente – um profissional que tra-balhe apenas e somente pelo cliente, para o cliente, sem conflitos de interesse.

Além disso, Felipe diz que as instituições tradicionais estão bem curiosas com o funcionamento e a viabilidade dos robôs. Para ele, as instituições tradicionais devem entrar nesse mercado quando a perda de investidores de fato começar a incomodar ou quando uma delas entrar no mercado se posicionando como inovadora e precursora na distribuição dessa tecnologia na rede bancária. Isso deve abrir muitas oportunidades para as fintechs do setor fechar parcerias e serviços com esses players, pois será a forma mais eficiente dos bancos avançarem nesse mercado.

#1 RobôS INVESTIDoRES

DESbaNCaRIzaDoS >< VolTaR

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#2 DESbaNCaRIzaDoS

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ÍNDICE >#2 DESbaNCaRIzaDoS

oS ExCluÍDoS Do SISTEma baNCáRIo TRaDICIoNal

DESbaNCaRIzaDoS

Aqui no Brasil temos o case do Banco Maré, uma iniciativa para facilitar a vida de 200 mil pessoas que vivem no Complexo Maré, no Rio de Janeiro, onde o acesso a bancos ou casas lotéricas para pagar contas e transferir ou depositar dinheiro é escasso. Além de soluções interessantes como o SDBank e o ContaSuper. Mas ainda há muito espaço para essas fintechs “sociais” explora-rem no mercado brasileiro.

O mundo tem cerca de dois bilhões de pessoas sem conta bancária e sem acesso a outros serviços que para o cidadão comum são básicos. Só no Brasil temos 55 milhões de desbancari-zados. Isso se deve a vários motivos como a baixa movimentação de dinheiro, a falta de informação e de credibilidade no históri-co financeiro dessas pessoas, além de muitas vezes os bancos não terem produtos adequados para esse perfil.

Contudo, já faz algum tempo que as fintechs estão percebendo essas pessoas como mercados potenciais. O número de usuári-os de smartphones é cada vez maior nos países emergentes e, a partir desses dispositivos, as fintechs podem trazer os excluídos para o sistema financeiro mundial, como o M-Pesa, do Quênia, que permite pagamentos por sms.

“a difusão dos smartphones criou um público de pessoas dispostas

a usar serviços financeiros de maneira 100% digital

< VolTaR CoNTINuaR >

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ÍNDICE >

Em 2016, o Banco Central reuniu especialistas, incluindo empreendedores Fintech, para discutir no Fórum Cidadania Finan-ceira como lidar com essas questões. Isso mostra que o governo está interessado em saber como as fintechs podem contribuir. Para José Prado, fundador do Conexão Fintech, que participou do Comitê de Novas Tecnologias no Fórum, o tema inclusão finan-ceira levanta duas grandes questões: Como incluir essas pessoas no sistema financeiro nacional? E, como educar essas pessoas financeiramente?

Em geral, muitos dos cases de sucesso no mundo são soluções de pagamentos, que teriam mais dificuldade em se expandir no Brasil por causa da grande difusão de cartão de crédito e do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Apesar disso, não faltam oportunidades e brechas para inovação. As fintechs de inclusão financeira devem se destacar neste ano, porém com o desafio de alcançar um número suficiente de usuários e evitar fraudes nas plataformas.

Marcos Ramos, da EasyCrédito, concorda que há muito espaço para inovar no Brasil e aposta em soluções que coloquem o usuário como centro do modelo de negócios. Além disso, ele diz que tecnologias, como inteligência artificial, big data e modelos baseados em economia compartilhada, que otimizam processos atuais, podem ajudar a abrir o mercado para esse novo público.

VEja QuaIS FINTECHS DE INCluSão SoCIal ESTão CHamaNDo a aTENção No bRaSIlclique aqui >>>

#2 DESbaNCaRIzaDoS

opEN baNkINg & apI >< VolTaR

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#3 opEN baNkINg & apI

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ÍNDICE >#3 opEN baNkINg & apI

a CHaVE paRa a ComuNICação ENTRE aplICaTIVoS

opEN baNkINg & apI

Ao longo dos últimos anos, vimos a integração entre diversos sites e redes sociais. Hoje você pode logar no Spotify apenas com um clique, autorizando o uso de seu perfil no Facebook, ou então se cadastrar num jornal ou aplicativo usando o perfil do Google. Essa integração é trazida pela abertura de API (Interface de Programação de Aplicativos) e, em resumo, ela finalmente soluciona uma reclamação comum do consumidor, a de ter de repetir o tempo todo as mesmas informações cadastrais.

A insegurança por causa de fraudes faz com que os bancos sejam, desde que surgiram, instituições cautelosas, o que muitas vezes os impede de dar um passo em direção a mudanças e inovações. Em geral, bancos tradicionais têm aversão à ideia de open source, pois temem se transformar em commodity e serem eliminados como intermediários dos serviços bancários.

Além disso, é difícil lutar contra sistemas legados travados e antigos para mudar toda uma cultura organizacional que está bem consoli-dada há séculos. Contudo, lutar contra a maré da inovação financeira pode acabar sendo um tiro no pé.

A insegurança em lidar com dinheiro no meio virtual é preocupação de todos, principalmente do brasileiro que viveu as instabilidades políticas e econômicas dos anos 90. Levamos tempo para confiar nas plataformas de e-commerce, e aderir a sites de vendas como o enjoei.com e a OLX, onde a negociação muitas vezes se dá entre pessoas físicas sem intermediários.

< VolTaR CoNTINuaR >

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ÍNDICE >

O mundo não comporta mais esse tipo de lentidão; queremos ganhar tempo, evitar burocracias e atingir nossos objetivos mais facilmente. Com a abertura das APIs dos bancos, outros sites e empresas terão acesso a dados desde cadastrais até financeiros para dinamizar o processo e a experiência dos usuários.

“Com a abertura das apIs

dos bancos, desenvolvedores podem criar aplicativos

que conversem com os dados do cliente, dinamizando a experiência do usuário

Apesar do receio de uma integração ligada a dados financeiros, tanto por parte das instituições como do consumidor, o Open Bank traz aos poucos uma mudança nessa mentalidade. Ele vem mostrando que, quando o assunto é dinheiro, a integração de sistemas de forma segura também é possível e, mais ainda, uma ótima oportunidade de negócios.

Em 2016, a consultoria Gartner previu que 75% dos maiores bancos do mundo abririam suas APIs. Talvez esses números tenham sido otimistas demais para o último ano, mas em 2017 essa ideia deve chegar forte no Brasil. Espera-se que mais bancos e novas startups sigam os passos de bancos importantes como o BBVA e o alemão Fidor, e o case de sucesso brasileiro apresentado pelo Banco Original.

#3 opEN baNkINg & apI

pagamENToS INVISÍVEIS >< VolTaR

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#4 pagamENToS INVISÍVEIS

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a deSMaterializaÇão doS cartÕeSpagamENToS INVISÍVEIS

O setor de pagamento é o que mais se desenvolveu e onde se concentra a maioria das startups financeiras. E a grande promes-sa para 2017 são as tecnologias que pretendem tornar os pa-gamentos cada vez mais invisíveis para o usuário. Nos Estados Unidos, especialistas esperam que, neste ano, quase 11,5 mi-lhões de pessoas (adultos com smartphone) usem aplicativos de pagamento P2P ao menos uma vez por mês. Com o aumento de usuários de smartphones, a demanda por transações por celular deve aumentar, impulsionando ainda mais as soluções de paga-mento mobile e contactless.

Uma novidade interessante para este ano, é o lançamento da primeira Amazon Go, nos Estados Unidos, a loja da Amazon onde as pessoas usam o aplicativo da empresa para entrar na loja, pegam os produtos e vão embora sem pegar fila ou passar por um caixa.

Muitas vezes as pessoas nem veem que soluções como as ado-tadas pelo Uber, em que você se levanta do carro e vai embora, são pagamentos frictionless. Mas a adesão das pessoas a es-sas soluções mostra uma mudança cultural no comportamento do consumidor brasileiro que deve causar cada vez mais impacto nos negócios.

Um excelente case no Brasil é o Sem Parar, que já movimenta R$ 11 bilhões por ano e está ganhando espaço para facilitar os pa-gamentos não só em pedágios e estacionamentos, mas também em postos e drive-thru.

#4 pagamENToS INVISÍVEIS

< VolTaR CoNTINuaR >

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As compras online também cresceram muito nos últimos anos, e o usuário percebe cada vez menos a etapa de pagamento, que de tão curta se tornou quase que invisível.

A tendência dos wearables e wallets também tem chamado atenção no mundo todo. Algumas empresas lançaram iniciativas interessantes no Brasil, como a Atar, fintech que criou a primeira pulseira de pagamento do país. Ou a Visa que testou pulseiras de pagamento nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Porém, a de-mora do Apple Pay a chegar no Brasil e a do Samsung Pay em engatar têm atrapalhado o desenvolvimento desse mercado.

Enquanto isso, as fintechs de meios de pagamentos crescem no Brasil e no mundo. André Street, da Arpex Capital, diz que cada vez mais os meios de pagamento eletrônico estão ganhando força e penetrando, principalmente, na Ásia, na África e na América Latina.

Talvez demore um pouco, mas também veremos, no Brasil, a tradi-cional carteira de couro se tornar cada vez mais desnecessária à medida que o celular se torna o centro das atenções. Espera-se que até 2021, as transações sem contato algum entre cartão e máquina dobrem no mundo todo.

Tudo isso deve ser o resultado do trabalho das fintechs que tornarão cada vez mais seguro e vantajoso fazer pagamentos pelo celular. E o setor de pagamentos é o maior exemplo de que mesmo quem não gosta do assunto fintech e serviços financeiros precisa saber desse mercado, pois é ele que mudará a forma como você realiza seus pagamentos e como o empreendedor pode tornar seus negócios mais lucrativos.

“até 2021, as transações sem

contato entre cartão e máquina devem dobrar no mundo todo

#4 pagamENToS INVISÍVEIS

REgulamENTação >< VolTaR

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#5 REgulamENTação

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regulaÇÕeS para o beM (e para o Mal)

REgulamENTação

Em 2016, vimos um movimento inicial de aproximação das au-toridades reguladoras com as fintechs e isso deve vir mais firme para neste ano. As fintechs estão surgindo cada vez mais em meio a um mercado concentrado nas mãos de grandes bancos tradi-cionais. Os órgãos reguladores têm visto com bons olhos a ino-vação trazida pelas fintechs e, nesse primeiro momento, estão mais preocupados em monitorar e aprender sobre esse ecossis-tema do que em regulá-lo.

Contudo, como vimos em 2016, o governo anunciou que estuda a possibilidade de promover alterações na regulamentação de al-guns serviços e produtos financeiros que acabam recaindo sobre as fintechs, dependendo do setor onde atuam. É o caso da tenta-tiva de reduzir o tempo de recebimento do cartão de crédito pe-los lojistas, que pode obrigar algumas fintechs a rever seu modelo de negócios ou mesmo a sair desse mercado.

As fintechs de pagamentos também esperam neste ano um avanço mais firme no caso da abertura das bandeiras exclusivas dos cartões, que deve beneficiar essas startups. Além disso, o Ban-co Central vem sinalizando que tem acompanhado o segmento de empréstimo P2P, que hoje usa a regulamentação aplicável a seus correspondentes bancários.

“os órgãos reguladores estão

interessados em saber com o que as fintechs podem contribuir no cenário econômico atual

#5 REgulamENTação

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REgTECH E lEgalTECH:

prepare-se para ouvir esses termos com mais frequência em 2017. Eles representam uma grande evolução para as empresas de modo geral, mas principalmente para o meio jurídico e as áreas de compliance. o uso de inteligência artificial nesses setores é promissor no brasil, pois, como explica Vanêssa Fialdini, vivemos num país onde a todo momento as leis, normas e regulamentações sofrem edições e mudanças.

guilherme Horn, da accenture, concorda que as dificuldades brasileiras são uma grande oportunidade para startups. “atender à regulamentação no brasil não é tarefa fácil, e usá-la corretamente menos ainda.” as chamadas regtechs e legaltechs devem facilitar o acesso aos ins- trumentos jurídicos não só para empresas como para a população em geral, gerando mais segurança e transparência para o mercado. um bom exemplo de fintech nesse setor é a legalbot, que, segundo horn, deve ganhar muita tração em 2017.

Outro ponto forte para 2017 são as associações de fintechs, criadas por especialistas e empreendedores do ecossistema, como a Associação Brasileira de Fintechs e a ABPag, que reúne empresas de meios de pagamentos. Vanêssa Fialdini, da Fialdi-ni Advogados, vê esse cenário de forma bem positiva, pois tais associações facilitam o diálogo entre os órgãos reguladores e as fintechs, em vez de cada tema ser tratado individualmente.

André Street, da Arpex Capital, também vê a importância dessas iniciativas e aponta que regulação e competitividade são temas fundamentais para 2017. “A comunicação com órgãos governa-mentais ajudará a mostrar os benefícios das fintechs para a so-ciedade e o progresso que elas promovem em todo o mercado.”

#5 REgulamENTação

pmE >< VolTaR

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#6 pmE

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pmEum mERCaDo a SER ExploRaDo

Em 2016, as fintechs tiveram uma grande receptividade do con-sumidor brasileiro por trazer soluções mais simples, com menor custo e serem mais transparentes. E mais uma vez outro público sofre com a falta dessas qualidades ao lidar com os bancos tradi-cionais: as pequenas e médias empresas (PMEs). José Prado, fun-dador do Conexão Fintech, lembra que esse é um mercado com uma grande movimentação financeira, por exemplo, de pagamen-to de fornecedores, e que as fintechs podem atender e facilitar, como já fazem com o consumidor final.

É difícil encontrar um pequeno empresário que não tenha tido problema com as burocracias e a qualidade do atendimento ofe-recido pelas instituições bancárias convencionais.

Lá fora, já temos cases de sucesso como a Square, que começou oferecendo pagamentos e hoje entrega uma solução completa de caixa para lojas e restaurantes. E esse movimento está che-gando no Brasil com fintechs como Asaas, que faz gestão de pa-gamentos, Biva, que faz empréstimos a empresas financiados por pessoas dispostas a investir nelas, Tá Pago, que oferece vale ali-mentação e refeição via celular, e SmartMEI, voltada para o micro-empreendedor individual.

#6 pmE

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Fintechs como essas podem ajudar em diversas frentes das PMEs que sofrem com a falta de serviços e produtos de qualidade voltados para esse mercado, como gestão de cobrança, finan-ciamento do capital de giro, fiscal, e um leque de outras neces- sidades. Porém, ao optar por ter as PMEs como seu público-alvo, as fintechs devem ter como maior desafio sobreviver no setor, pois o risco que as PMEs representam é maior.

Os tickets são menores que os de grandes empresas e o custo para captar clientes é maior, o que diminui a margem de lucro. Além disso, as fintechs sofrem por ter pouco apoio das instituições financeiras, dificultando suas operações ao precisar de serviços como a contratação de garantia e a abertura de contas bancárias.

Com as medidas tomadas pelo governo para estimular as PMEs e alavancar a economia, as fintechs podem ganhar vantagem ao explorar esse setor. Vencendo essas barreiras, elas com certeza encontrarão consumidores sedentos por suas novas soluções, como redução de custos e crédito mais fácil e barato. Assim terão o volume necessário para compensar a menor margem oferecida pelas PMEs.

“as fintechs podem revolucionar

as finanças das pMes como já vêm fazendo com o consumidor final

VEja QuaIS FINTECHS ESTão oFERECENDo SERVIçoS INoVaDoRES paRa aS pmESclique aqui >>>

#6 pmE

apRoxImação DoS baNCoS >< VolTaR

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#7 apRoxImação DoS baNCoS

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o ENCoNTRo ENTRE o VElHo E o NoVo muNDoapRoxImação DoS baNCoS

As instituições tradicionais estão cada vez mais cientes de que, para não ficar de fora das mudanças impulsionadas pelas fintechs, também precisam inovar. E que, para isso, podem contar com a ajuda de quem entende de inovação: as fintechs. Marcelo Bay, CEO da Minuto Seguros, destaca o movimento de grandes players da indústria financeira tradicional, como bancos e seguradoras. “Eles estão lançando incubadoras e trazendo as Fintechs para sua órbita gravitacional, ao invés de lutar contra essa tendência irreversível.”

Realmente, 2016 foi um ano de mudanças de paradigmas den-tro das instituições financeiras. Os bancos abriram os olhos para as fintechs, criando iniciativas de fomento e incentivo a essas startups. Diferentes caminhos foram seguidos, como a criação do Cubo pelo Itaú, um espaço com intuito de ser o epicentro do ecossistema de startups paulistas, do programa de aceleração InovaBRA do Bradesco, em busca de startups com modelos de negócios aplicáveis a produtos e serviços financeiros, e o labo-ratório de inovação lançado pelo Banco do Brasil no Vale do Silício.

“o mercado está percebendo

que a ideia de bancos versus fintechs é falsa – há muitas oportunidades para parcerias

entre os dois lados

#7 apRoxImação DoS baNCoS

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Este ano não deve ser diferente! Com a aproximação entre ban-cos e fintechs, o mercado está vendo que a ideia do “nós con-tra eles” é falsa, e que há grande possibilidade de sinergia e parceria entre esses dois agentes do setor financeiro. Startups como a Sensedia, plataforma de gerenciamento de APIs, e a Atar, que trouxe os pagamentos via wearables para o Brasil, são exemplos de startups aceleradas pelo programa InovaBRA, outras como a Vérios e a Todo Cartões são residentes do Cubo.

Os diferentes modelos adotados pelos bancos mostram a com-plexidade do tema. Ainda há muito espaço para novas iniciativas, o que é uma grande oportunidade para os bancos médios, outras empresas do mercado financeiro e fornecedores se beneficia-rem da revolução fintech. Quem sabe este ano não veremos uma compra ou investimento direto em fintechs por parte dos bancos? E, mais ainda, quem sabe 2017 seja o ano de uma mudança mais profunda na cultura interna bancária?

“grandes players estão criando incubadoras e programas de aceleração de startups para fomentar novas fintechs

CoNFIRa aS INICIaTIVaS DoS baNCoS paRa INCENTIVaR o ECoSSISTEma DE STaRTupSclique aqui >>>

#7 apRoxImação DoS baNCoS

INSuRTECH >< VolTaR

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#8 INSuRTECH

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O mercado de seguros representa uma oportunidade incrível que está a espera de verdadeiras inovações. A indústria de se-guros norte-americana, por exemplo, é a maior do mundo em ter-mos de receita, passando de U$ 1,2 trilhões. E, ao mesmo tempo, os principais players desse mercado têm os piores índices de sa-tisfação ao cliente. Essa indústria ainda sofre dos males dos ve-lhos tempos, mantêm um jeito antiquado e demorado de vender seguros, num mundo digital em que tudo que precisamos está a um toque no celular.

Cases de sucesso como a Oscar Health Insurance, de Nova York, e a Metromile, seguradora de carros de São Francisco, já mos-traram que arriscar nesse mercado pode dar certo – e muito! Não basta inovar apenas na comunicação entre corretor e segurado, mas dar uma nova cara à indústria de seguros melhorando a ex-periência do usuário, usando modelos de negócios mais amigáveis e transparentes.

INSuRTECHa VEz DoS SEguRoS

“a indústria de seguros

é uma das que devem sofrer mais transformações com

o uso de novas tecnologias – esperamos o surgimento de um imenso ecossistema

#8 INSuRTECH

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CoNFIRa aS INSuRTECHS QuE ESTão INoVaNDo a INDúSTRIa DE SEguRoS No bRaSIlclique aqui >>>

No Brasil, o mercado de insurtech ainda está engatinhando, com algumas startups se destacando na área e mostrando o po-tencial de mercado a ser explorado. Marcelo Bay, CEO da Minu-to Seguros, diz que apesar de todos os desafios impostos pelo cenário macroeconômico do país hoje, a startup prevê um cresci-mento interessante para 2017.

Além disso, esperamos que essas startups mostrem um uso mais eficiente das informações disponíveis no mundo interconectado em que vivemos. Guilherme Horn, diretor de inovação da Accen-ture, diz que o segmento de seguros é um dos que deve sofrer as maiores transformações. “A Minuto Seguros vem fazendo um trabalho brilhante. E muito mais vem por aí em 2017, com a in-trodução da internet das coisas (IoT) e até mesmo com novos modelos de negócios como o seguro pay-per-use.”

#8 INSuRTECH

bloCkCHaIN >< VolTaR

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#9 bloCkCHaIN

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A ferramenta digital que está por trás do bitcoin despertou grande interesse das pessoas e instituições em 2016. No ano passado, o Fórum Econômico Mundial estimou que cerca de 80% dos ban-cos estão trabalhando ativamente em projetos de blockchain. E com a chegada de 2017, os especialistas esperam que as start-ups comecem a operacionalizar os usos do blockchain, que por enquanto esteve em fase exploratória.

Os olhos do setor financeiro estão em cima dessa tecnologia que promete executar uma grande quantidade de funções como registro, compliance e verificação de transações financeiras, porém, ainda há um grande desafio em formar pessoas que entendam sobre seu funcionamento. Outro ponto importante a ser esperado neste ano é encontrar soluções de uso para o blockchain que sejam impactantes e escaláveis. Enquanto isso, vemos no Brasil iniciativas como a Blockchain Academy, que bus-ca suprir a falta de conhecimento técnico sobre o tema, e start-ups que estão se consolidando e surgindo no mercado brasileiro como a Foxbit e a OriginalMy.

bloCkCHaININoVação alÉm DaS moEDaS DIgITaIS

VoCê CoNHECE aS FINTECHS bRaSIlEIRaS QuE ESTão uSaNDo bloCkCHaIN?clique aqui >>>

#9 bloCkCHaIN

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bITCoIN

o bitcoin começou 2017 batendo recordes no país, chegando a valer mais de R$ 4.068,43, e estabilizando--se em R$ 2.900,00. a expectativa é que, neste ano, a criptomoeda supere facilmente o volume recorde de r$ 363 milhões negociados pelas corretoras brasileiras em 2016. as pessoas têm usado bitcoin desde para pagamentos internacionais até para especulação de ativo, mas principalmente como investimento por ser uma moeda escassa e em crescente valorização.

apesar de cada vez mais valorizada e promissora, o bitcoin enfrenta dois obstáculos para se difundir mais amplamente no brasil. por um lado, investidores qualificados têm certo receio em investir nessa criptomoeda, por ser um ativo não regulado e com pouco material disponível para aprendizado. E, por outro, o cidadão comum precisa conhecer mais sobre investimentos e conceitos como renda fixa, CDb e Selic antes de sair da poupança e começar a investir em bitcoin, que cai na categoria de investimentos de risco.

João Canhada, CEO da Foxbit, espera que em 2017 haja um aumento de empresas usando blockchain em aplicações do dia a dia, e talvez venha por aí um primeiro grande case de sucesso. Além disso, deve haver um maior aumento nas transações com bitcoin, já que essa criptomoeda está sen-do cada vez mais reconhecida como reserva de valor. “Acredito que as startups de blockchain vão apresentar grandes novidades neste ano. Existe uma desconfiança normal sobre a tecnologia, mas este será o ano do blockchain.”

“2017 será o ano

de operacionalizar os usos do blockchain

#9 bloCkCHaIN

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#10 CHaTboTS

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NoVoS HoRIzoNTES >

No mundo, há uma tendência de integração de serviço de mensa-gens com serviços financeiros. No ano passado, o Facebook anun-ciou planos para transformar o Messenger num app para tudo. O bot lançado pela plataforma já está sendo usado por empresas como o Burger King que agora aceita pedidos pelo Messenger.

A evolução da Inteligência Artificial a torna uma ótima ferramenta para simplificar a experiência do usuário e aumentar a adoção de canais de autoatendimento. Hoje, os chatbots são capazes de antecipar e responder a milhares de perguntas dos clientes e realizar transações bancárias em tempo real. Uma tecnologia que revoluciona a forma como os clientes interagem com o banco e lidam com suas finanças.

Enquanto essa movimentação já está mais avançada em países como os Estados Unidos, vemos indícios dessa novidade aqui no Brasil. O Banco Original lançou seu chatbot de atendimento pelo Messenger do Facebook para atender tanto correntistas como não correntistas. Felipe Sotto-Maior, da Vérios Investimen-tos, vê essa integração com aplicativos de mensagens cada vez mais forte no mundo e acredita que ela vem para o Brasil. “Já ve-mos alguns passos sendo dados. A questão é saber quando essas iniciativas vão se alastrar pelo setor financeiro com mais força.”

CHaTboTSa INTEgRação Com SERVIçoS DE mENSagENS

“os chatbots estão vindo para transformar a forma

como os clientes interagem com seus bancos

#10 CHaTboTS

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#11 NoVoS HoRIzoNTES

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ESpECIalISTaS >

Apesar de as fintechs serem um sistema quente, todo o ecos-sistema brasileiro de startups pode beneficiar o mercado finan-ceiro. Temos muitas startups – tanto fintechs como de outros setores – que podem ajudar as instituições financeiras a obter mais eficiência interna em suas operações. O que hoje é feito por fornecedores tradicionais ou departamentos internos do próprio banco, amanhã poderá ser feito de maneira mais eficiente, segura e inovadora por startups.

Os bancos podem aderir às soluções fornecidas por startups como a IDWall, startup de verificação de documentos e identidade, considerada uma das grandes promessas para 2017, de empre-sas como a BigData Corp, especializada na captura e estruturação de dados, ou a Neoway, que cria soluções em inteligência de mercado. Mas as oportunidades para aderir a inovação vão muito além de soluções para análise de dados e avaliação de risco. Em breve, talvez vejamos os bancos contratando soluções para melhorar seu marketing como o serviço fornecido pela Resultados Digitais ou então usando serviços de startups como a Samba Tech e a Gama Academy, para treinamento e seleção de novos talentos.

NoVoS HoRIzoNTESum uNIVERSo maIoR QuE FINTECH

a VEz DaS TECHS

No mundo, já estamos vendo investimentos iniciais em agrotechs, healthtechs, govtechs, além das já mencionadas insurtech e legaltech. marcelo Eisele, do blockchain academy, diz que o mercado começou 2017 com uma curiosidade grande sobre os outros segmentos de mercado que também buscam melhorias nos processos.

“a eficiência nos negócios vai muito além dos meios de pagamentos e soluções financeiras.”

Todos esperam que neste ano haja a ampliação de novos modelos de negócios para outros segmentos da cadeia produtiva em busca dos mesmos diferenciais e eficiência que as fintechs têm trazido para o mercado.

#11 NoVoS HoRIzoNTES

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ESpECIalISTaS

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a VISão DoS ESpECIalISTaS paRa 2017o ESpÍRITo EmpREENDEDoR Em mEIo aoS DESaFIoS E opoRTuNIDaDES

ESpECIalISTaS

maRCoS RamoS CEo Da EaSyCRÉDITo

“Não falta espaço para criar inovação, acredito que irão se desta-car soluções que visem em primeiro lugar a experiência do cliente e o coloque como centro do modelo de negócios”

maRCElo bay

CEo Da mINuTo SEguRoS

“Estamos vendo o movimento de grandes players da indústria financeira tradicional lançando suas incubadoras e trazendo as Fintechs para sua órbita gravitacional, ao invés de lutar contra esta tendência irreversível”

FElIpE SoTTo-maIoRCEo Da VÉRIoS INVESTImENToS

“A mentalidade de fazer as coisas juntos é algo que as start-ups têm muito forte e as grandes empresas também já estão assimilando“

“para as empresas de blockchain

e criptomoedas o grande desafio está em conquistar a confiança da população

“VaNêSSa FIalDINI

SóCIa E RESpoNSáVEl pEla áREa DE mEIoS

DE pagamENTo DE FIalDINI aDVogaDoS

“os chatbots estão vindo para transformar a forma como os clientes interagem

com seus bancos.

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joão CaNHaDaCEo Da FoxbIT

“Nos tempos atuais, um jovem cria um banco digital no quarto de casa, hospedando-o na nuvem e usando blockchain, enquanto os executivos de grandes bancos ainda estão discutindo os se do projeto”

aNDRÉ STREETFuNDaDoR Da aRpEx CapITal

“Empreender não é necessariamente fundar uma empresa. É par-ticipar de algo onde você possa trabalhar como dono e mudar uma indústria. Ou se juntar a algo que já existe e lhe permite empreender lá dentro e mudar um mercado como as fintechs estão fazendo. Isso aqui está só começando...”

guIlHERmE HoRNlÍDER DE INoVação Da aCCENTuRE

“Esses períodos de mercado desacelerado são ótimos para testar exaustivamente o produto, com entregas mais rápidas, adaptações aos feedbacks, para que a startup entre em 2018 com o produto mais maduro”

maRCElo EISElECo-FuNDaDoR Do bloCkCHaIN aCaDEmy

“O principal desafio é entender que somente uma boa ideia e investimento não são garantias de sucesso. Será um ano com ambiente favorável para validar e testar ofertas, colher feed-backs e entender melhor o que os consumidores buscam nesse segmento até então dominado por grandes corporações”

“chegou a hora de finalmente atacarmos

a questão cultural dentro das organizações e a nova relação

do brasileiro com o dinheiro. inovar não é só fazer um aplicativo,

é entender a mudança cultural que a revolução fintech está

trazendo para as pessoas e empresas

“joSÉ pRaDo

FuNDaDoR Do CoNExão FINTECH

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