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Ecocell – projetos e consultoria ambiental Tecnologias Limpas, Tratamento de Efluentes e Resíduos Cliente: RICE PAPER Indústria de Papel Ltda. Pelotas, maio de 2004 www.ecocell.com.br [email protected] FABRICAÇÃO DE PAPEL DE EMBALAGENS DE PALHA DE ARROZ

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Page 1: FABRICAÇÃO DE PAPEL DE palha de arroz

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Tecnologias Limpas, Tratamento de Efluentes e Resíduos

Cliente:

RICE PAPER Indústria de Papel Ltda.

Pelotas, maio de 2004

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FABRICAÇÃO DE PAPEL DE EMBALAGENS DE PALHA DE

ARROZ

Page 2: FABRICAÇÃO DE PAPEL DE palha de arroz

Índice

1. A Região Sul do Estado do Rio Grande do Sul...........................................1 1.1. Introdução ...............................................................................................................................................1 1.2. Aspectos físicos ......................................................................................................................................1 1.2.1. População...................................................................................................................................... 1 1.2.2. Infra-estrutura econômica ............................................................................................................ 1 1.2.3. Infra-estrutura social..................................................................................................................... 3 1.2.4. Renda Per Capita .......................................................................................................................... 3 1.3. Aspectos Econômicos .............................................................................................................................4 1.3.1. Base econômica............................................................................................................................ 4 1.3.2. Recursos Minerais ........................................................................................................................ 4 1.3.3. Setor primário................................................................................................................................ 6 1.3.4. Setor secundário........................................................................................................................... 7 1.3.5. Setor Terciário............................................................................................................................. 11 1.3.6. Balanço das atividades econômicas ......................................................................................... 11 1.3.7. Valor Adicionado Fiscal da Zona Sul do RS por Sub-regiões na Década de 80 .................... 13 1.4. Conclusões ...........................................................................................................................................15 1.5. Relatório de Pesquisa para Calcário Conchífero Classe VII e Análises Químicas de Conchas Calcárias17 1.5.1. Resumo do Relatório de Pesquisa para Calcário Conchífero Classe IV................................. 17 2. Cultura e Beneficiamento do Arroz. Exploração Industrial da Palha de Arroz......................................................................................................................22 2.1. A Cultura e o Beneficiamento do Arroz .................................................................................................22 2.1.1. Beneficiamento ........................................................................................................................... 22 2.1.2. Destino dos Sub-produtos ......................................................................................................... 25 2.2. Dados Gerais da Produção de Celulose ...............................................................................................25 2.2.1. Capacidade da Fábrica ............................................................................................................... 25 2.3. Enfardamento da Palha de Arroz ..........................................................................................................26 2.3.1. Custos do Enfardamento............................................................................................................ 27 2.4. Estocagem da Palha de Arroz...............................................................................................................28 2.4.1. Opções para Armazenamento de Palha de Arroz..................................................................... 29 2.4.2. Manuseio da Palha de Arroz....................................................................................................... 30 2.5. Transporte de Palha de Arroz ...............................................................................................................31 2.5.1. Custo do Transporte ................................................................................................................... 31 2.6. Reposição de Nutrientes ao solo necessária pela retirada de palha de arroz das lavouras .................32 2.6.1. Dados gerais................................................................................................................................ 32 2.6.2. Equivalência Nutrientes / Sal ..................................................................................................... 32 2.6.3. Composição média de nutrientes por tonelada de palha ........................................................ 32 2.6.4. Adubação necessária para a retirada de 3t de palha por ha ................................................... 32 2.6.5. Custo da Adubação necessária para suprir a deficiência de nutrientes ocasionada pela retirada de Palha de Arroz ......................................................................................................................... 32 2.7. Custo de Palha colocada em Pelotas / RS............................................................................................33 2.7.1. Custo Total da Palha colocada na Fábrica................................................................................ 33 2.7.2. Gráficos de custo da Palha colocada em Pelotas .................................................................... 34 2.8. Conclusões e Observações gerais........................................................................................................34 3. Matérias-primas Papeleiras ........................................................................35 3.1. Introdução .............................................................................................................................................35 3.2. Situação regional ..................................................................................................................................35 3.3. Situação mundial...................................................................................................................................36 3.4. Características gerais das Matérias-primas e estimativas ....................................................................42 3.4.1. Características Específicas das Matérias-primas..................................................................... 49 3.4.2. Avaliação do Setor de Papel e Celulose no Brasil ................................................................... 49 4. Relatório de Viabilidade Econômica..........................................................55

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4.1. Dados gerais da produção ....................................................................................................................55 4.2. Investimentos ........................................................................................................................................56 4.3. Cálculo das Depreciações Legais .........................................................................................................58 4.4. Locação de Mão-de-Obra por Área.......................................................................................................59 4.5. Custos Operacionais Mensais do Mix ...................................................................................................60 4.6. Custos Operacionais Mensais do Miolo e Liner ....................................................................................61 4.7. Lucro Operacional Líquido ....................................................................................................................62 4.7.1. Custo Operacional (em US$ 1.000) ............................................................................................ 62 4.7.2. Resumo (em US$ 1.000).............................................................................................................. 62 4.8. Faturamento..........................................................................................................................................62 4.8.1. Valor do ICMS.............................................................................................................................. 62 4.8.2. Faturamento Anual em Miolo (em US$ 1.000) ........................................................................... 63 4.8.3. Faturamento Anual em Liner (em US$ 1.000)............................................................................ 63 4.8.4. Faturamento Anual Total (em US$ 1.000).................................................................................. 63 4.9. Ponto de Equilíbrio ................................................................................................................................63 4.10. Capacidade de Pagamento..................................................................................................................63 4.11. Tempo de Retorno de Investiemnto .....................................................................................................64 4.12. Demonstrativo do Fluxo de Caixa (em US$ 1.000) ..............................................................................65 4.13. Demonstrativo de Resultados Projetados (em US$ 1.000) ..................................................................66 5. Análises Químicas em Palha de Arroz e Resíduos Líquidos do Processo67 5.1. Introdução .............................................................................................................................................67 5.2. Análises.................................................................................................................................................67 5.2.1. Palha de Arroz ............................................................................................................................. 67 5.2.2. Água de Impregnação................................................................................................................. 68 5.2.3. Licor de Cozimento..................................................................................................................... 69 5.2.4. Pasta Celulósica.......................................................................................................................... 71 5.2.5. Comparação entre Palha de Arroz e Pasta Celulósica de Palha ............................................. 72 5.2.6. Conclusões.................................................................................................................................. 72 5.3. Tratamento de Efluentes Gerados na Obtenção de Celulose ...............................................................72 5.3.1. Introdução ................................................................................................................................... 72 5.3.2. Justificativas ............................................................................................................................... 73 5.3.3. Metodologia................................................................................................................................. 73 5.3.4. Resultados................................................................................................................................... 75 5.4. Aplicação do Licor Residual como Corretivo do Solo............................................................................79 6. Fabricação de Papel de Palha de Arroz no Extremo Sul do Brasil .........81 6.1. Sinopse (*) ............................................................................................................................................81 6.2. Introdução .............................................................................................................................................81 6.3. Materiais e Métodos..............................................................................................................................81 6.3.1. Materiais ...................................................................................................................................... 81 6.3.2. Métodos ....................................................................................................................................... 81 6.4. Resultados ............................................................................................................................................82 6.5. Conclusões ...........................................................................................................................................86 6.6. Desk Study de Papéis para Embalagem – Liner e Miolo ......................................................................87 6.6.1. Introdução ................................................................................................................................... 87 6.6.2. Panorama do Suprimento de Fibras.......................................................................................... 87 6.6.3. Produção Nacional de Celulose e PAR ..................................................................................... 87 6.6.4. Panorama do Mercado Mundial de Papel & Cartão .................................................................. 90 6.6.5. Maiores Produtores de Papel & Cartão ..................................................................................... 90 6.6.6. Situação do Mercado Brasileiro de Papel & Cartão ................................................................. 92 6.6.7. Panorama do Mercado Brasileiro de Papéis para Embalagem................................................ 94 6.6.8. Comentários Sobre a Indústria de Papelão Ondulado........................................................... 110 6.6.9. Projetos em Execução e Intenções de Investimentos............................................................ 112 6.6.10. Projeções do Balanço entre Oferta e Demanda...................................................................... 112 7. Descrição do Empreendimento Industrial...............................................115 7.1. Descrição do Empreendimento ...........................................................................................................115 7.2. Descrição do Processo Industrial ........................................................................................................115

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7.2.1. Informações Gerais................................................................................................................... 115 7.2.2. Armazenamento e Manipulação da Palha (Área 100) ............................................................. 116 7.2.3. Cozimento e Lavagem (Área 200) ............................................................................................ 116 7.2.4. Refinação (Área 300)................................................................................................................. 117 7.2.5. Depuração (Área 300) ............................................................................................................... 117 7.2.6. Preparação da Massa (Área 300) ............................................................................................. 117 7.2.7. Máquina de Papel (Área 500).................................................................................................... 118 7.2.8. Beneficiamento de Aparas de Papel (Área 400)...................................................................... 119 7.2.9. Estação de Tratamento de Águas Industriais (Área 600)....................................................... 120 7.2.10. Energia Térmica – Geração de Vapor (Área 600).................................................................... 120 7.2.11. Geração de Energia Elétrica (Área 600)................................................................................... 120 7.2.12. Área de Geração de Hidróxido de Cálcio (Área 700) .............................................................. 120 7.2.13. Área de Tratamento de Efluentes Industriais (Área 800) ....................................................... 120

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1. A Região Sul do Estado do Rio Grande do Sul 1.1. Introdução Situada no extremo meridional do país, com uma área de aproximadamente 48.200 Km2, a Zona Sul do Estado do Rio Grande do Sul, junto à fronteira da República Oriental do Uruguai, abrange vinte e seis municípios: Amaral Ferrador, Arroio Grande, Bagé, Caçapava do Sul, Candiota, Candiota, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Cristal, Herval, Hulha Negra, Jaguarão, Morro Redondo, Mostardas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Santana da Boa Vista, São José do Norte, São Lourenço do Sul, Tavares e Turuçu. Uma população de quase um milhão de habitantes compõe o elevado potencial de recursos hu-manos da Zona Sul, suprindo as necessidades de mão-de-obra qualificada para a realização de grandes empreendimentos no setor industrial ou comercial. Sua base econômica é sustentada na agropecuária e agroindústria, tendo esta última como principais produtos o arroz, milho, soja, feijão, batata inglesa, cebola e pêssego. As principais atividades pecuárias são os bovinos de corte, suínos, ovinos, leite e lã. No setor industrial predominam os produtos alimentares, minerais não-metalúrgicos, metalurgia e madeira. O comércio atacadista e varejista é grande gerador de emprego e de renda, e a estrutura de serviços diversificada possui acentuada presença no setor financeiro. Na região encontram-se recursos naturais em grande escala, como:

Mais de um milhão de hectares de terras irrigáveis, áreas aptas para o florestamento, solos arenosos (litorâneos) e rochosos (encosta sudeste).

Recursos hídricos (Lagoa dos Patos, Mirim e Mangueira). Mais de 1,2 bilhões de toneladas de carvão e importantes jazidas de calcário mineral e

conchas marinhas.

1.2. Aspectos físicos Quanto ao relevo, a Zona Sul faz parte de duas regiões fisiográficas: a Serra do Sudeste e sua encosta e o Litoral. No clima, segundo Koppen, ocorre uma variação específica do Clima Temperado Úmido "CF" e o chamado clima subtropical "cfa", úmido, com chuvas todos os meses, e com temperaturas do mês mais quente superiores a 22º e do mês mais frio oscilando entre 3 e 18ºC. Os solos regionais incluem: latossolo, podzólico, castanho acinzentado, podzólico vermelho amarelo, planossolo aluvião bem drenado, aluvião mal drenado, podzólico hidromórfico e dunas.

1.2.1. População A população estimada da Zona Sul, em 1996, foi de 935.975, sendo 461.398 homens (49%) e 474.577 mulheres (51%), numa densidade demográfica de 19,4 hab/km2 e uma taxa de urbanização de 79,63 %. Os municípios de maior taxa de urbanização são: Rio Grande com 96%, Pelotas com 92% e Bagé com 82. Dos 26 municípios que integram a Zona Sul, alguns apresentaram um crescimento populacional marcante durante a década de oitenta, como Pelotas 12%, Rio Grande 18%, Bagé 18% e Santa Vitória do Palmar 27%. Outros sofreram perdas no número de habitantes, como Mostardas 30%, Canguçu 10% e Piratini 12%. Segundo Mário Rosa, jornalista e professor da Universidade Católica de Pelotas, ficam assim identificados os atuais centros de imigração, que atraem habitantes de outras localidades, e os de emigração, que perdem população, devido a diversos fatores, principalmente a uma crônica estagnação econômica local.

1.2.2. Infra-estrutura econômica A Zona Sul está estrategicamente localizada para o intercâmbio com os países do Mercosul, dispondo de um entroncamento rodoviário onde se encontram cinco BRs, confluindo em Pelotas, e de quase doze mil quilômetros de estradas vicinais por onde escoa a produção. Possui também ramais ferroviários, que ligam a região à campanha, à fronteira oeste e ao centro do Estado.

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O Superporto de Rio Grande, terceiro do Brasil em volume de carga e primeiro no sistema de containerização, escoa quase 90% das exportações do Rio Grande do Sul, possuindo terminal de grãos, e está em posição privilegiada em relação aos portos de Montevidéu e Buenos Aires. Em comunicações, a Zona Sul não só possui os melhores níveis do Estado, como também uns dos melhores do país. Em telefonia, os serviços podem ser avaliados pelo padrão e qualidade da Companhia Telefônica Melhoramento e Resistência – CTMR, em Pelotas, e pela presença também da Companhia Rio Grandense de Telecomunicações – CRT, no restante dos municípios. A CTMR apresenta uma média de 20,84 telefones fixos por 100 habitantes, valor este superior ao das principias companhias telefônicas do Brasil, como Telebrasília, Telesp e Telerj. Dentro do Distrito Industrial (DI) de Rio Grande, localiza-se a Zona de Processamento de Exporta-ção - ZPE, já com área reservada e igualmente com infra-estrutura pronta. Na sua distribuição, a ZPE reserva 367 ha para instalação de indústrias e 69 ha como áreas de serviços. Em energia elétrica, além de atendida pelo sistema elétrico interligado à Zona Sul, conta com a Usina Termelétrica Presidente Médici, localizada em Candiota, atualmente com 50 MW e cuja potência será ampliada em mais de quatro vezes até o ano 2010. As reservas de carvão de Candiota (35% do total disponível no país) permitem a implantação de um Pólo Termelétrico e Carboquímico. Quadro 1 – População Total em 1991, População Urbana e Rural e População por Sexo,

em 1996 sobre 1991 por municípios da Zona Sul.

Municípios 1991 Urbana Rural Total Homens Mulheres % Amaral Ferrador 5.917 900 4.366 5.266 2.729 2.537 -11,00Arroio Grande 18.148 15.145 3.325 18.470 9.420 9.050 1,77Bagé 118.689 93.555 20.536 114.091 54.764 59.327 -3,87Caçapava do Sul 34.618 20.420 13.055 33.475 16.403 17.072 -3,30Candiota - 2.952 4.249 7.201 3.673 3.528 -Canguçu 50.367 15.498 34.494 49.992 25.496 24.496 -0,74Capão do Leão 18.954 18.533 2.291 20.824 10.412 10.412 9,86Cerrito - - - 6.815 - - -Chuí - - - 3.176 - - -Cristal 6.075 3.522 3.001 6.523 3.372 3.151 7,53Herval 7.169 4.145 3.392 7.537 3.919 3.618 5,13Hulha Negra - 1.977 2.416 4.393 2.240 2.153 -Jaguarão 27.773 24.970 4.756 29.726 14.863 14.863 7,03Morro Redondo 6.047 1.970 4.001 5.971 2.985 2.986 -1,26Mostardas 9.023 5.350 4.204 9.554 4.892 4.662 5.88Pedro Osório 14.862 - - 7.842 - - -Pelotas 289.494 279.364 24.921 304.285 148.095 156.190 5,11Pinheiro Machado 15.353 9.273 4.120 13.393 6.775 6.618 -12,77Piratini 17.631 8.385 9.171 17.556 9.136 8.420 -0,43Rio Grande 172.435 171.398 6.825 178.223 86.616 91.607 3,98S. Vitória do Palmar 34.455 25.482 5.390 30.872 15.590 15.282 -10,40S. Boa Vista 8.408 3.480 5.008 8.488 4.368 4.120 0,95S. José do Norte 22.079 15.399 7.368 22.767 11.779 10.988 3,12S. Lourenço do Sul 41.420 21.472 20.796 42.268 21.252 21.016 2,04Tavares 5.072 2.171 2.929 5.100 2.619 2.481 0,55Turuçu - - - 3.546 - - -Total 923.989 745.361 190.614 957.354 461.398 474.577 3,61

Fonte: IBGE (pop. Total) ITEPA (pop. Rural/urbana e homens e mulheres - A soma total (urbana + rural e homens + mulheres) difere do total final (957.354) porque não se obteve a divisão

populacional dos municípios emancipados. No que se refere a áreas industriais, a Zona Sul possui distritos industriais em Bagé, Pelotas e Rio Grande, enquanto os municípios de São Lourenço do Sul e Capão do Leão iniciaram a implantação de seus distritos. Com uma área de 2.500 ha, o DI de Rio Grande, um dos maiores do Brasil, dispõe de infra-estrutura completa para receber indústrias de qualquer porte. Com áreas

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reservadas para cada tipo de indústrias e com acesso fácil e rápido, o DI possui condições estratégicas na promoção do desenvolvimento da Zona Sul e do Estado.

1.2.3. Infra-estrutura social No campo da infra-estrutura social, em todos os itens avaliados, a Zona Sul possui índices iguais ou melhores do que as outras regiões do Estado, dando-lhe condições de oferecer qualidade de vida se não ideal, pelo menos superior às demais. Na área da saúde, a Zona Sul conta com 33 hospitais distribuídos pelos seus 26 municípios, com uma capacidade de 3.381 leitos disponíveis. Conta, ainda, com cerca de 166 unidades sanitárias. No saneamento básico, a região contempla 245.992 ligações de água e 66.896 de esgoto. São 2.000 quilômetros de rede de água e 550 quilômetros de rede de esgoto, contemplando cerca de 80% da população em água e 31% em esgoto. Na educação, a Zona Sul possui quatro universidades: Universidade Federal de Pelotas - UFPel, Fundação Universidade de Rio Grande - FURG, Universidade Católica de Pelotas - UCPel, e Universidade da Região da Campanha - URCAMP. O ensino de 1º grau tem aproximadamente 269 escolas estaduais, 841 municipais e 60 particulares. Já no ensino de 2º grau são 3 estabelecimentos federais, 42 estaduais, 20 particulares e 2 municipais. Quanto ao ensino técnico, a Zona Sul é contemplada com a presença de três estabelecimentos de excelência: Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça e Escola Técnica Federal de Pelotas, em Pelotas, e Centro Tecnológico Industrial, em Rio Grande. Na pesquisa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA mantém três importantes centros nacionais: Centro Nacional de Pesquisa de Fruteiras de Clima Temperado - CNPFT, Centro de Pesquisa Agropecuária de Terras Baixas - CPATB e Centro Nacional de Pesquisa de Ovinos - CNPO, sendo os dois primeiros localizados em Pelotas e o último em Bagé.

1.2.4. Renda Per Capita Os levantamentos oficiais indicam uma renda per capita regional de US$ 3.955 por ano. No cotejo com a população, a Zona Sul possui uma renda global de cerca de US$ 3,7 bilhões por ano. Os municípios mais pobres, do ponto de vista global, são Santana da Boa Vista, Amaral Ferrador e Tavares, sendo que do ponto de vista social, os de população mais pobre são Santana da Boa Vista, Canguçu, São José do Norte e Piratini, cujas rendas per capita não alcançam o salário mínimo. Outros municípios igualmente pobres são Amaral Ferrador, Bagé e Tavares, com rendas que se situam próximo ao mínimo. Os municípios de maior renda global são Rio Grande, Pelotas e Candiota que, em conjunto, somam cerca de 65,6% de toda a renda regional. Já os municípios de maior renda per capita são Candiota, Mostardas, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, com rendas superiores a US$ 5.000,00. A estrutura distributiva da renda global da Zona Sul faz convergir sobre o eixo Pelotas/Rio Grande os principais fluxos financeiros da região, através da acumulação ou das funções comércio e serviços. Quadro 2 – Renda “Per Capita” de 1980, 1990 e 1996 e Evolução da Renda “Per Capita”

de 1996 em relação à 1980 e 1990.

US$ 1,00 % Municípios 1980 1990 1996 1996/1980 1996/1990 Amaral Ferrador - 782 1.582 - 102,30Arroio Grande 1.794 2.282 4.617 157,36 103,57Bagé 1.763 2.814 1.667 -5,45 -40,76Caçapava do Sul - - 2.934 - -Candiota - - 27.077 - -Canguçu 800 543 989 23,63 82,14Capão do Leão - 4.175 3.884 - -6,97Cristal - - 2.490 - -Herval 1.926 1.270 2.348 21,91 84,88Hulha Negra - - 3.355 - -

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Jaguarão 2.198 1.439 2.809 27,80 95,20Morro Redondo - 1.934 1.953 - 0,98Mostardas - 3.598 5.798 - 61,14Pedro Osório 1.252 1.010 3.129 149,92 209,80Pelotas 1.872 2.675 3.189 70,35 19,21Pinheiro Machado 1.850 3.485 4.308 132,86 23,62Piratini 981 568 1.469 49,75 158,63Rio Grande 3.640 3.776 5.606 54,01 48,46S. Vitória do Palmar 3.286 4.363 5.174 57,46 18,59S. Boa Vista - - 829 - -S. José do Norte 582 1.020 1.322 127,15 29,61S. Lourenço do Sul 1.361 1.744 2.592 90,45 48,62Tavares - 1.198 1.843 - 53,84

Fonte: Boletins anteriores do ITEPA

1.3. Aspectos Econômicos 1.3.1. Base econômica A análise da economia da Zona Sul, através do Valor Adicionado (VA), indica a priori uma economia equilibrada, uma vez que ele se distribui razoavelmente nas suas atividades produtivas. Assim, em 1990, a produção agrícola participou com 24,4% e a indústria de transformação com 23,5% do VA, o que mantém o equilíbrio entre as duas atividades puxadoras de fluxos financeiros. Esta estrutura melhora quando se observa que as atividades de beneficiamento e comércio varejista respondem juntas por 28,9% do VA, o que, no conjunto, atinge 77,8%, caracterizando uma economia tipicamente bem distribuída. Já do ponto de vista das relações externas da Zona Sul com outras regiões, esta distribuição explica a transferência continuada de poupança a partir da importação de bens semi-duráveis, duráveis e bens de capital que não são produzidos na região. Esta exploração de recursos se dá no cotejo direto de nossa estrutura de produção com outras estruturas mais dinâmicas, onde a indústria de transformação responde por uma parcela mais elevada na geração do VA, e as funções de comércio e serviços também atingem participação representativa, ficando o setor primário com participações que não ultrapassam 10%. Esta composição caracteriza economias acumuladoras e que, por isto mesmo, funcionam como sugadoras de poupança e capital de áreas menos dinâmicas. Mas o que agrava as relações de trocas na Zona Sul com outras regiões é o descompasso interno entre as economias dos seus diversos municípios. Dos 18 municípios observados, 11 dependem quase exclusivamente da atividade primária, que atinge mais de 70% do VA, e onde praticamente inexistem atividades industriais. Estes se caracterizam como exportadores de produtos primários e importadores de manufaturas e industrializados. Nos demais municípios o VA apresenta uma melhor distribuição, sendo que em Bagé, Pelotas e Rio Grande, a indústria de transformação e as atividades terciárias respondem por mais de 60%. Rio Grande possui forte presença da indústria como geradora econômica, seguindo-se Bagé e Pelotas, também com boa presença da indústria de transformação. Mas esta melhor participação da indústria nos três principais municípios não chega a melhorar as condições de troca da Zona Sul com outras regiões mais dinâmicas, mantendo-se assim as transferências de poupança. Quanto ao retorno do ICMS, a Zona Sul, no seu todo, encontra-se em igualdade com as demais regiões gaúchas. Seus 18 municípios têm um coeficiente em torno de 9%, o que teoricamente corresponde a 0,5% para cada município. Mas aqui as desigualdades internas se confirmam; isto porque, do total que retorna, Pelotas e Rio Grande detém cerca de 30% cada um e Bagé cerca de 10%, concentrando-se 70% em torno de três municípios que, por sua vez, são responsáveis pela quase totalidade das atividades humanas, tanto econômicas como sociais.

1.3.2. Recursos Minerais A Zona Sul detém cerca de 58,2% das reservas de carvão energético do Rio Grande do Sul, sendo portanto a maior área de concentração desse mineral no Brasil. Bagé, Herval e Pinheiro Machado são os municípios produtores, tendo cerca de 68,4% das reservas da região.

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Quadro 3 – Reservas de carvão energético na Zona Sul do RS – 1987

(em 100 toneladas)

Municípios Quant. medida Quant. indicada Quant. inferida Bagé 874.984 1.651.525 659.767Herval do Sul 51.683 311.618 145.395Pinheiro Machado 99.040 449.080 111.191Total (Zona Sul) 998.707 2.413.053 916.353Rio Grande do Sul 3.860.103 4.416.511 1.661.303% (ZS / RS) 25,88 58,19 55,16

Fontes: Instituto Técnico de Pesquisa e Assessoria (ITEPA) da Universidade

Quadro 4 – Indústria extrativa carbonífera, produção por Município de Ocorrência e por

mina – 1995 e 1996.

Produção (t) Município Mina 1995 1996 Bagé Candiota 1.762.006 1.416.950 Candiota Seival 26.002 22.950 Total 1.788.008 1.439.945

Fonte: CRM/COPELMI –FEE

Além do carvão, a Zona Sul possui grandes reservas de calcário e pedra ornamental, esta exportada em bruto para o Japão e Itália. A tabela 5 mostra a quantidade desses minerais nos municípios de incidência. Os municípios de Canguçu e Capão do Leão possuem elevadas reservas de pedra ornamental (rosa e moura) não medidas. Não obstante a escassa documentação disponível a cerca da geologia e do potencial mineral da Zona Sul, fato este, em princípio, creditado à idéia de ser esta uma área pouco promissora em termos de expectativa para obtenção de minerais de elevado valor econômico (notadamente metálicos) e, portanto, costumeiramente não incluída como prioritária nas pesquisas de órgãos oficiais e também de universidades, ainda assim procurou-se compor um mosaico com os dados obtidos, que, mesmo incompleto, fornece uma perspectiva genérica a respeito da riqueza mineral da região.

Quadro 5 – Reservas de calcário e pedra ornamental na zona sul / RS – 1990.

Municípios Calcário (t) Pedra Ornamental (m3) Arroio Grande 11.657.007 ___ Bagé 482.641.884 ___ Pedro Osório 32.122.293 ___ Pinheiro Machado 102.437.153 ___ Piratini ___ 3.015.080 TOTAL 628.858.337 3.015.080

Fonte: Departamento Nacional de Produção Mineral Diante do exposto, constata-se a diversidade de bens minerais já detectados na região, alguns dos quais com boas perspectivas econômicas e que estão à espera de um trabalho de pesquisa mais detalhado, a fim de que se possa aquilatar com exatidão suas potencialidade. Destacam-se, como passíveis de serem prospectados a baixo custo e com reais possibilidades de sucesso, estanho, tungstênio e ouro (Jaguarão, Herval e Arroio Grande) todos em depósitos aluvionares, a pedra ornamental (diversos municípios) e a turfa (Pelotas e Rio Grande).

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1.3.3. Setor primário O setor primário da Zona Sul é diversificado e potencialmente rico. Os problemas enfrentados decorrem, de um lado, da instabilidade econômica que há mais de dez anos afeta o país e, de outro, da defasagem tecnológica que, com exceção da lavoura de arroz, atinge as demais atividades da região. O pêssego é o principal produto trabalhado, embora a maioria das indústrias tenham algumas de suas linhas também voltadas para as olerícolas, tais como morango, aspargo, tomate, cebola, entre outras. O uso de tecnologia deixa a desejar, e os fertilizantes usados não atendem às necessidades das plantas. É rara a aplicação racional de defensivos e o raleio de frutas e a irrigação como práticas auxiliares para garantir a produção não apresentam a intensidade necessária.

1.3.3.1. Produção de grãos A cultura do milho, que possui bom potencial na região, não tem apresentado maior desenvolvimento por falta de demanda industrial e de transformação. Na última década os municípios da Zona Sul despertaram para a cultura do sorgo, em função de sua tolerância a sistemas hídricos adversos a outras culturas e pela sua eficiência ao combate do arroz vermelho em solos de várzea, como forma de rotação de culturas. A cultura da soja apresenta condições distintas na Zona Sul, entre o cultivo nas encostas e o cultivo em terras baixas. A cultura do feijão perdeu muito em área na região a partir da década de 70, sendo substituída, em grande parte, pela soja. Mas, aos poucos, a cultura tende a recuperar sua importância, devido, principalmente, às dificuldades enfrentadas pela soja, ao lançamento de cultivares mais produtivos e aos resultados promissores com a cultura do feijão em terras baixas. O arroz ocupa a maior área de plantio e representa a maior produção de grãos na região. A boa tecnificação da lavoura, aliada à boa produtividade e à qualidade do parque industrial, destaca a região como uma das maiores produtoras e beneficiadoras do país, merecendo destaque no contexto deste estudo. A produção de arroz da Zona Sul do Rio Grande do Sul na década de 80 teve um desempenho físico altamente favorável, com aumentos anuais constantes, exceto em 1983. O total produzido em 1989 representou um aumento de 86% em relação ao primeiro ano do período (1980). A Zona Sul, que participa com cerca de 28% da produção do Rio Grande do Sul, tem o município de Santa Vitória do Palmar como o maior produtor, com 36% do total produzido no período referido. A área cultivada entre 1980 e 1989 também apresentou crescimento, mas em nível menor do que o aumento da produção, devido a uma melhora da produtividade, que alcançou 5,5 t/ha em 1989, mantendo, porém, a média da década em 4,5 t/ha.

1.3.3.2. Pecuária Na pecuária, a Zona Sul possui expressiva participação em bovinos e ovinos, e começa a crescer seu plantel de suínos, com cerca de 2.500 matrizes. O rebanho ovino conta com 4,1 milhões de cabeças, o que corresponde a 43,8% do rebanho gaúcho. Os principais municípios produtores são: Bagé com 28,4% do plantel da região, seguindo-se de Pinheiro Machado, Hulha Negra, Candiota e Caçapava do Sul. Na pecuária de corte, a Zona Sul detém 21,9% do rebanho estadual, com cerca de 2,9 milhões de cabeças, tendo em Bagé o principal município produtor com 18,9% do total regional. Os municípios de Caçapava do Sul, Pinheiro Machado, Piratini, Santa Vitória do Palmar, Hulha Negra e Candiota também possuem plantéis representativos. Na pecuária leiteira o gado predominante é o mestiço das raças Holandês e Jersey, atingindo um plantel de cerca de 143 mil cabeças. Os três principais municípios produtores são: Bagé, São Lou-renço do Sul, Canguçu, e Pinheiro Machado sendo que juntos respondem por cerca de 40,8% da produção de leite na região. Dentre as indústrias de laticínios da região, apenas uma realiza programas intensivos de assistência ao produtor, como por exemplo, o pagamento de percentuais de incentivo sobre o valor do leite para aqueles produtores que utilizam inseminação artificial, e utilização de refrigeração do leite na propriedade. Tais incentivos têm proporcionado maior produção de leite,

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principalmente na época de entressafra, como também uma margem maior na remuneração aos produtores1. As indústrias de laticínios são em número de três e em conjunto possuem capacidade para beneficiar 300 mil litros/dia de leite pasteurizado.

1.3.3.3. Outras atividades primárias Merecem registro ainda alho, fumo, laranja, tangerina, sorgo, lã e aves. Destas, o fumo vem aumentando sua presença em detrimento nas áreas de pêssego, morango e outras.

1.3.4. Setor secundário O estudo do setor industrial da Zona Sul fixa-se, inicialmente, no eixo Pelotas/Rio Grande, onde se concentram historicamente 80% das atividades secundárias da região.

1.3.4.1. Eixo Industrial Pelotas / Rio Grande

1.3.4.1.1. Década de 80 – Situação: A década de 80 caracterizou-se como de retrocesso no setor secundário do eixo Pelotas/Rio Grande. Levantamentos feitos pela Secretaria de Indústria e Comércio do Estado do Rio Grande do Sul mostram que havia parado a diversificação que começara nos anos 50. Dentre os principais gêneros, os mais importantes eram Couros, Peles e similares, Química, Fertilizantes e Produtos Alimentares. Além dos 312 principais estabelecimentos, foi registrada a presença de mais 226 unidades industriais que respondiam por apenas 1.119 empregos, ou seja, 4,95 por empresa. Os estudos daquela Secretaria de Estado, na época, indicaram como característica principal do eixo a especialização. Enquanto em Rio Grande predominava a industrialização de pescados, combustíveis, lubrificantes e fertilizantes, em Pelotas se destacavam as indústrias de conservas vegetais, couros e beneficiamento de arroz, aparecendo secundariamente a industrialização de carnes e derivados. A sazonalidade era também uma característica marcante do eixo, o que, como se sabe, leva à ociosidade do parque industrial.

1.3.4.1.2. Situação Atual: A situação atual do eixo industrial Pelotas/Rio Grande mantém-se inalterada em relação aos estudos efetuados pela Secretaria da Indústria e Comércio no decorrer da década passada. A especialização de Rio Grande e Pelotas continua e a sazonalidade predomina nos gêneros, indicando que a matriz industrial não se alterou. Os principais gêneros continuam sendo Couros, Peles e similares, Química, Fertilizantes e Produtos Alimentares. A comparação atual do eixo Pelotas/Rio Grande nos seus principais gêneros com a situação encontrada no meio da década, indica um desmembramento da estrutura industrial. Enquanto o número de indústrias cresceu em 118 unidades ou 37,8%, a oferta de emprego cresceu em 1871 colocações, ou seja, apenas 7,5%, reduzindo a absorção média da mão-de-obra de 80 para 62,6% empregados por indústria. Em Pelotas o crescimento foi de 48% de indústrias e 9% de oferta de emprego, e em Rio Grande 13% de indústrias e 2,6% de oferta de emprego. Nota-se na análise que houve um esfacelamento da estrutura produtiva, uma vez que o aumento de indústrias não significou economia de escala, ao mesmo tempo que representou muito pouco de acréscimo de oferta de emprego, a qual ficou muito aquém do crescimento populacional. Enquanto a população nos dois municípios cresceu a uma média de 1,09% ao ano, com forte dose de emigração, a oferta de emprego industrial cresceu a 0,6%, não sendo capaz de induzir a absorção da mão-de-obra liberada pela área rural.

1. SILVA, Bercílio Osvaldo da. Plano Integrado de Ação para o Desenvolvimento da Pequena e Média Propriedades Rurais da Região Sul do Estado do Rio Grande do Sul. Ed. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Capão do Leão, 1991.

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Quanto às características predominantes nos principais gêneros, tem-se: Couros, Peles e Similares:

As empresas deste gênero se dedicam ao beneficiamento de couros bovinos, ovinos e eqüinos para fornecimento às industrias de calçados e de móveis estofados, basicamente. Secundariamente, fornecem para indústrias de vestuário, bolsas e demais artefatos de couro e peles. As empresas do gênero produzem couros em diversos níveis de acabamento, conforme seu porte, com algumas colocando no mercado produtos acabados para consumo. As pequenas empresas são as que se dedicam mais intensamente à manufatura de couro, produzindo artigos de correaria, luvas e peças de vestuário, protetores para operários de refinarias de petróleo, tapetes e artigos de vestuário em geral.

Fertilizantes: Juntamente com a refinação de petróleo, a indústria de fertilizantes se destaca no eixo pelo dinamismo. Concentradas em Rio Grande, as grandes empresas ocupam um espaço econômico aberto pela expansão das lavouras empresariais, sendo que a produção total de compostos NPK, superfosfato e fosfato é colocada nos mercados de Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

Química: A estrutura total é composta de 12 unidades, na quase totalidade de pequeno e médio porte, predominando os defensivos agrícolas.

Produtos alimentares: • Pescados: Os principais produtos do setor são pescados frescos, salgados e congelados; enlatados; e subprodutos, como óleo e farinha de peixe. O principal mercado para os pescados é o Rio Grande do Sul, com cerca de 60%, seguindo-se Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Bahia, Sergipe e Alagoas. Os subprodutos são colocados quase na totalidade no Estado. Na exportação duas empresas se destacam. Uma na venda de salgados, congelados, camarão e atum, principalmente para o Japão, Porto Rico e Estados Unidos; outra na venda de salgados, congelados e filé, principalmente para o Japão, Estados Unidos da América, Europa e China. • Doces e conservas: Neste gênero predomina a industrialização de compotas, principalmente pêssego, figo e morango. No segmento de conservas, o processamento de aspargo, ervilha, pepino e azeitona define a linha básica de produtos. Além de compotas e conservas, a produção de doces em pastas e geléias completa o painel produtivo do setor, que se carateriza por ser fortemente sazonal. Os mercados-alvo são o eixo São Paulo/Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. No exterior são Argentina, Holanda, Estados Unidos, Uruguai e Chile. O mercado externo tem pouca representatividade. Atualmente são 25 indústrias operando, sendo 21 em Pelotas e 4 em Rio Grande, predominando unidades de pequeno porte. • Óleos vegetais: O setor de óleos vegetais sofreu um forte desfalque nos dois últimos anos. Das seis indústrias existentes no eixo, duas grandes unidades localizadas em Pelotas foram desativadas, ficando apenas como unidades armazenadoras. Desta forma, encontram-se em atividade três grandes unidades processadoras de óleo e farelo de soja em Rio Grande, e uma unidade processadora de óleo e farelo de arroz em Pelotas. A capacidade de processamento é de 180.000t/ano de soja e 60.000t/ano de arroz, sendo que o painel de produtos é constituído de óleo bruto, refinado e degomado de soja e óleo refinado de arroz. Os subprodutos são farelo de soja e arroz, soap-stock e ácidos graxos. O principal mercado é o externo, para óleo e farelo, e o interno para os outros subprodutos. • Carnes: No eixo encontram-se dois grandes frigoríficos para abate de bovinos, cuja ociosidade segue os níveis encontrados no setor no Estado, com sérias dificuldades de matéria-prima. Além destes, existem vários outros de pequeno porte, principalmente para abate de suínos.

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• Arroz: O eixo Pelotas/Rio Grande concentra quase a totalidade do beneficiamento do arroz, sendo Pelotas o maior centro processador da América Latina. São 60 unidades, com uma capacidade de processamento de cerca de 18 milhões de sacos (50 kg). Além do beneficiamento, subprodutos como quirera e farelo completam a linha do setor. O principal mercado é São Paulo, seguindo-se Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Centro-Oeste.

Outros gêneros: Merecem ser citados ainda, na composição industrial do eixo Pelotas/Rio Grande, gêneros como metalurgia, mecânica, têxtil e minerais não metálicos.

1.3.4.2. Matriz industrial da Zona Sul / RS Exposta a radiografia do eixo industrial Pelotas/Rio Grande, cabe uma visão sobre a matriz industrial da Zona Sul. Visto que 80% da atividade industrial da região recai sobre o eixo radiografado, resta pouco a ser analisado e são reduzidos os municípios em que se encontram atividades industriais. Em 1993, o total de indústrias cadastradas nos municípios da zona sul chegava a 1.444, cabendo a Pelotas 40,51% das unidades, enquanto Rio Grande participava com 12,05% e Bagé com 9,07%, num total de 61,63% dos estabelecimentos. Os demais municípios possuem pouca representatividade industrial, sendo que em alguns a atividade é quase nula. Quanto à distribuição da estrutura industrial, a mesma tabela mostra a alta concentração nos gêneros de "produtos alimentares", “vestuário e artefatos de tecidos” e "minerais não-metálicos". Estes gêneros correspondem por 61,36% do total dos estabelecimentos industriais da região, sendo tipicamente tradicionais da região. Merecem citação ainda o setor madeireiro e o metalúrgico que, em conjunto, participam com 14,89% dos estabelecimentos. Os demais gêneros não possuem expressão. Essa estrutura, pouco diversificada e com baixa participação de gêneros dinâmicos, é responsável pela defasagem econômica da Zona Sul em relação a regiões como Grande Porto Alegre, Vale dos Sinos e Caxias do Sul/Bento Gonçalves. O quadro industrial é agravado pela predominância de pequenas e microempresas, o que reduz a capacidade de reprodução dos investimentos. Como complemento da estrutura mostrada na Tabela 6 deve ser registrado que existem gêneros, não citados, que são constituídos quase que totalmente por microempresas que atuam geralmente na informalidade. É o caso de pequenas confecções e malharias, mobiliário e serralheria.

Quadro 6– Números de estabelecimentos e de empregados por gêneros industriais na

Zona Sul - 1993

Gênero Industrial Estabelecimentos Empregados

Material de transporte 31 118Madeira 102 676Mobiliário 34 43Papel e papelão 19 96Minerais não metálicos 219 1.334Metalúrgica 113 317Mecânica 31 713Matérial elétrico e comunicações 15 138Borracha 1 -Couros, peles e similares 39 1.303Química 16 805Fertilizantes 9 1.215Fumo 7 27Editorial e gráfica 27 294

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Diversos 25 118Energia elétrica - -Produtos farmacêuticos e veterinários 5 159Perfumaria, sabões e vela 23 66Produtos de matérias plásticas 9 345Têxtil 9 424Vestuário e artefatos de tecidos 239 508Calçados 37 312Produtos alimentares 428 18.273Bebidas 6 431

Fonte: FEE – 1993

1.3.4.3. Macro-complexos Segundo o estudo "Os Complexos Industriais da Economia Brasileira e a Estrutura Produtiva do Rio Grande do Sul", Sandra Rejane Cabral Hanke, Badesul, 1989, Porto Alegre, a Matriz de Relações Intersetoriais Brasileira (1975) contempla 123 setores, dos quais 106 encontram-se configurados na economia gaúcha dentro dos Macro-complexos. Na Zona Sul encontra-se apenas configurado o macro-complexo agro-industrial, devido à presença de quatro setores: arroz, carne, óleo e conservas. As demais atividades industriais não possuem perfil de complexo. Mesmo o macro-complexo agro-industrial não chega a ter cadeias produtivas - fluxo de produção e consumo - densas, o que implica numa baixa capacidade de agregar valor.

Quadro 7 – Macro Complexos

Macro-complexo Setores Metal-mecânica 37 Agroindústria 29 Química 14 Construção civil 13 Têxtil 8 Papel e gráfica 5

No campo da Construção Civil, a Zona Sul apresenta parcialmente os setores que compõem o complexo com ênfase nos minerais não-metálicos mas, mesmo assim, na região não existem segmentos importantes para o complexo como vidros, produtos metalúrgicos, cerâmica branca e outros de grande valor agregado. Os demais complexos não chegam a ter delineamentos que os caracterizem. A inexistência de complexos industriais enfraquece a economia local, e proporciona a transferência de recursos através de importação de produtos que completem a matriz regional.

1.3.4.4. Conclusões sobre a matriz industrial Após o estudo da estrutura industrial da Zona Sul, nota-se a pouca diversificação do setor, no que se refere a insumos e à baixa relação entre gêneros/subgêneros. Além de serem poucos os insumos utilizados pelas indústrias da Zona Sul, a maioria deles são importados de outras regiões e até de outros países, o que conseqüentemente ocasiona a exportação de receitas industriais da Zona Sul para as regiões fornecedoras. Quanto à interdependência de insumos dos segmentos industriais da Zona Sul, esta se dá na plenitude da atividade, mesmo que em quantidades pouco significativas. Na estrutura de compra de insumos básicos do "Consumo Intermediário Setorial", os setores e gêneros produtivos da Zona Sul têm baixa participação, o que leva também a uma baixa relação produção versus consumo de insumos. Finalmente, fazendo a análise dos macro-complexos, somente a agroindústria na Zona Sul possui esse perfil, devido aos setores de arroz, carne, óleo e conservas. Por essa razão a economia local encontra-se enfraquecida, tendo que transferir recursos por intermédio da importação de produtos para completar a matriz regional.

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1.3.5. Setor Terciário

1.3.5.1. Comércio O comércio da Zona Sul compõe-se de 14.407 estabelecimentos de varejo e 942 de atacado. No atacado predominam os cerealistas e grandes armazéns de secos e molhados, e no varejo predominam os estabelecimentos lojistas dos diversos sub-ramos dos ramos duro e mole. Pelotas com 28,1% e Rio Grande com 17,6% dos estabelecimentos, concentram quase 46% da estrutura comercial da Zona Sul. Os municípios de Bagé, Santa Vitória do Palmar e Jaguarão, que pertencem a fronteira, merecem registro e formam, com os dois municípios líderes, cerca de 68% do comércio regional. Os demais 21 municípios dividem os 32% restantes, sendo que em alguns a atividade comercial - em número de estabelecimentos - é quase nula, como é o caso de Hulha Negra, Tavares e Amaral Ferrador. A estrutura comercial da região é complementada pelos estabelecimentos destinados ao abastecimento a varejo. As estimativas indicam para os quatro segmentos principais: 4.200 bares, lancherias e restaurantes, 9.235 armazéns, 150 supermer-cados e 600 farmácias.

1.3.5.2. Serviços Todos os serviços estão presentes na Zona Sul. No entanto, um registro deve ser feito à presença do setor financeiro que possui 109 agências/dependências bancárias na região, além de 4 cooperativas de crédito. Pelotas, considerada a maior praça financeira após Porto Alegre, detém cerca de 24% dos estabelecimentos bancários e faz parte das praças consultadas pelo Banco Central para fixação das taxas diárias de juros. O município de Amaral Ferrador não possui ainda estabelecimentos bancários.

1.3.6. Balanço das atividades econômicas

1.3.6.1. Situação recente O quadro 8 mostra a estrutura formadora do produto na Zona Sul na sua composição atual.

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Quadro 8 – Participação relativa das atividades econômicas no valor adicionado apurado dos municípios da Zona Sul – 1990

Municípios Produção

Agrícola Extração Mineral

Indústria Transf.

Indústria Benef.

Indústria Montadora

Indústria Ac/Rec

Comércio e Atacado

Comércio e Varejo

Serviços TOTAL

Amaral Ferrador ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____Arroio Grande 82,30 ____ 1,40 6,70 0,10 ____ 0,60 5,60 3,30 100,00Bagé 14,10 10,30 30,70 10,60 0,10 ____ 6,70 17,80 9,70 100,00Canguçu 68,70 0,50 5,80 2,20 ____ ____ 0,50 17,10 5,20 100,00Capão do Leão 18,10 1,40 2,00 73,80 ____ ____ 0,50 1,20 4,00 100,00Herval do Sul 84,48 ____ 2,20 ____ ____ ____ 1,80 8,20 3,00 100,00Jaguarão 69,80 ____ 2,20 0,10 ____ 0,10 2,80 18,50 6,50 100,00Morro Redondo ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ---- ---- ----Mostardas 83,00 ____ 1,20 7,00 ____ ____ 0,90 5,40 2,50 100,00Pedro Osório 73,70 0,10 8,40 7,40 ____ ____ 0,30 5,30 4,80 100,00Pelotas 6,00 0,10 23,80 22,50 0,10 0,10 7,00 26,30 14,10 100,00Pinheiro Machado 17,50 11,80 52,80 0,10 ____ ____ 0,20 2,90 14,60 100,00Piratini 80,70 ____ 3,00 0,10 0,10 ____ -8,40 2,80 4,90 100,00Rio Grande 13,80 0,10 34,60 4,60 0,10 0,10 20,50 9,70 16,50 100,00Sta. Vitória do Palmar 87,50 ____ 2,00 4,40 ____ ____ 1,10 1,70 3,30 100,00São José do Norte 80,10 ____ 3,10 0,60 ____ ____ 3,10 9,80 3,30 100,00São Lourenço 40,80 0,10 9,60 25,20 0,10 ____ 5,50 12,60 6,10 100,00Tavares 84,90 ____ 1,00 0,10 ____ ____ 2,20 5,20 6,60 100,00TOTAL 24,40 1,80 23,50 13,70 0,10 0,10 9,40 15,20 11,80 100,00

Fonte: Instituto Técnico de pesquisa e Assessoria (ITEPA) da Universidade Católica de Pelotas - RS.

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A produção agrícola e a indústria de transformação se eqüivalem, e juntas participam com quase 50% do valor adicionado (VA). A seguir, vem o comércio varejista com uma participação de 15,2%. Os de menor participação no VA são a indústria de montagem (0,1%), a indústria de acondicionamento/recondicionamento (0,1%) e a extração mineral (1,8%). Fazendo uma análise por município, na produção agrícola, os municípios de Santa Vitória do Palmar, Tavares e Herval do Sul participam com quase 90% do VA, sendo que os maiores municípios da Zona Sul, como Bagé, Pelotas e Rio Grande, possuem a menor participação neste setor, sendo o primeiro com 14,1%, o segundo com 6% e o terceiro com 13,8%. Na extração mineral, somente 8 municípios da Zona Sul participam significativamente do VA apurado, sendo Pinheiro Machado o primeiro com 11,8%, seguindo Bagé com 10,8% e Capão do Leão com 1,4%. Os demais municípios têm uma participação de 0,1%. No caso da indústria de transformação, Pinheiro Machado possui a maior participação relativa no VA apurado, com 52,8%, seguido por Rio Grande com 34,6%, Bagé com 30,7% e Pelotas com 23,8%. O município de Capão do Leão tem uma participação de 72,8% no VA apurado da indústria de beneficiamento, seguido por São Lourenço do Sul com 25,2% e Pelotas com 22,5%. Na indústria de montagem somente 6 municípios da Zona Sul têm participação. São eles: Arroio Grande, Bagé, Pelotas, Piratini, Rio Grande e São Lourenço do Sul, todos com 0,1%. Seguindo a análise, na indústria de acondicionamento / recondicionamento, dos 18 municípios da Zona Sul, somente Jaguarão, Pelotas e Rio Grande participam com 0,1% no VA apurado. No comércio varejista, Pelotas lidera com 26,3% do VA apurado, seguido de Jaguarão com 18,5% e Bagé com 17,8%. No comércio atacadista a liderança é de Rio Grande com 20,5%, seguido de Piratini com 8,4% e Bagé com 6,7% do total do VA apurado.

1.3.6.2. Inter-relação Indústria e Comércio Nos 18 municípios que compõem a Zona Sul, o número de estabelecimentos do comércio atinge 90,31% e da indústria 9,69%. Os municípios de Bagé (13,16%), Pelotas (29,75%) e Rio Grande (16,73%) concentram quase 60% do total dos estabelecimentos da região. Os de menor número são Amaral Ferrador (0,46%), Morro Redondo (0,53%) e Tavares (0,62%).No setor industrial, Pelotas possui 41,35% dos estabelecimentos, seguido por Rio Grande com 13,03% e Bagé com 10,19%. No setor do comércio também lidera Pelotas com 28,5%, seguido de Rio Grande com 17,14% e Bagé com 13,48%. Fazendo uma análise a partir do número de empregados na região, tanto a indústria como o comércio possuem quase a mesma estrutura de número de empregados. A indústria emprega 48,87% e o comércio 51,13%, existindo apenas uma diferença de 2,26%. Pelotas, Rio Grande e Bagé concentram 77,23% dos empregados da Zona Sul. Os restantes 15 municípios empregam 47,74%. No setor do comércio, Pelotas abrange 38,30% dos empregados da Zona Sul, seguido por Rio Grande (23,63%) e Bagé (12,66%). Os demais 15 municípios possuem 25,41% do total dos empregados.

1.3.7. Valor Adicionado Fiscal da Zona Sul do RS por Sub-regiões na Década de 80 A partir do estudo "A Economia Gaúcha e os Anos 80 - Uma Trajetória Regional no Contexto da Crise Brasileira"2, montou-se a tabela do Valor Adicionado Fiscal (VAF) por sub-regiões da Zona Sul, buscando-se uma análise segmentada da performance regional.

2. ALMEIDA, Pedro Fernando Cunha de, e outros. A ECONOMIA GAÚCHA E OS ANOS 80 - Uma trajetória Regional no Contexto da Crise Brasileira-Tomo 1. FEE, Porto Alegre, RS. 1990.

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Quadro 9 – Participação do valor adicionado Fiscal da Zona Sul por Sub-Regiões no VAF

do RS – 1980/88

Sub-Regiões 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 SR 01 1,04 0,94 0,90 0,85 0,79 0,80 0,77 0,64 0,67SR 02 0,25 0,18 0,25 0,21 0,20 0,25 0,29 0,14 0,17SR 03 5,37 3,64 3,81 2,86 3,38 2,73 3,27 3,00 2,55SR 04 0,64 0,68 0,71 0,63 0,54 0,52 0,52 0,44 0,53SR 05 0,89 0,83 0,81 0,80 0,72 0,79 0,63 0,56 0,55SR 06 3,54 3,57 3,77 3,89 3,19 3,15 3,11 3,07 3,01TOTAL ZS 11,73 9,84 10,25 9,24 8,82 8,24 8,59 7,85 7,48

Fonte: FEE, Obra citada - O município de Bagé foi desconsiderado.

SR 01: Herval do Sul, Jaguarão, Pinheiro Machado, Piratini. SR 02: Mostardas, São José do Norte, Tavares. SR 03: Rio Grande. SR 04: Santa Vitória do Palmar. SR 05: Arroio Grande, Canguçu, Pedro Osório, São Lourenço do Sul. SR 06: Pelotas, Capão do Leão, Morro Redondo.

1.3.7.1.1. Sub-Região 01: Tendo como parâmetro a década de 80, nota-se que no ano de 1980 houve a maior participação de 1,04% nesta sub-região. Em 81 começou a decrescer, e no fim de 88 a participação foi de 0,67%.

1.3.7.1.2. Sub-Região 02: Desta sub-região houve maior participação na formação do VAF, em 1986, de 0,29, sendo que nos outros anos houve variação de 0,14% a 0,25%.

1.3.7.1.3. Sub-Região 03: O ano de 1980 foi de maior participação na formação do VAF de 5,37%, sendo a menor, em 1988, de 2,55%. De 81 a 87 houve variações 2,73% a 3,81%.

1.3.7.1.4. Sub-Região 04: No período de 1980/1988 houve pequenas variações na formação dos VAF, que foram de 0,44% a 0,71%, sendo a primeira em 1987 e a segunda em 1982.

1.3.7.1.5. Sub-Região 05: Esta sub-região, igual à anterior, também teve pequenas variações na formação do VAF, sendo a maior em 1980 de 0,89% e a menor, em 88, de 0,55%. Os outros anos mantiveram-se entre 0,56% a 0,83%.

1.3.7.1.6. Sub-Região 06: Esta sub-região teve uma participação na formação do VAF relativamente alta e equilibrada em relação às outras, sendo a maior em 1983 de 3,85% e a menor, em 1988, de 3,01%. O uso do VAF permite uma visão do desempenho real da economia da Zona Sul na última década, uma vez que o VAF indica a capacidade da economia de agregar valor a produtos e serviços. O quadro 8 permite algumas reflexões. Na composição total, nota-se que a ZS perdeu 4,27 pontos percentuais da sua participação no total do VAF gaúcho do período, o que significa uma perda intra-regional de 36,6% da sua capacidade de adicionar valor, determinando-se, assim, uma substancial redução econômica em relação à economia global do Estado. Na observação das sub-regiões, verifica-se que a área que menos reduziu sua participação foi a SR 06 (Pelotas, Capão do Leão e Morro Redondo), por ter dentro da matriz regional o melhor

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equilíbrio entre as atividades econômicas e onde a indústria é responsável por mais de 30% do produto interno.

1.4. Conclusões A observação das diversas variáveis que condicionam o desenvolvimento da Zona Sul permite afirmar que o atual estágio econômico deve-se a fatores estruturais predominantes na posse e determinação dos recursos financeiros, os quais, historicamente, não migraram em volume suficiente das atividades primárias e do comércio para a indústria. Colaborou para este estado o elevado número de municípios cujas economias são tipicamente rurais, com predominância pecuária e cuja tendência é permanecer com estas estruturas, sem que se alterem seus perfis de produção. Do ponto de vista de recursos naturais, a região é pródiga e permite o surgimento de uma economia sólida e equilibrada. O mesmo se pode dizer da disponibilidade de infra-estrutura, onde a Zona Sul, salvo problemas localizados no campo energético, como em Santa Vitória do Palmar e Pedro Osório, que precisam ser resolvidos com urgência, possui todas as condições de abrigar indústrias de diferentes ramos e gêneros. Do ponto de vista industrial, conclui-se que o setor secundário regional encontra-se estagnado por não ter diversificado sua matriz, embora existam condições para tal. A inclusão e desenvolvimento de outros setores mais dinâmicos poderão, a médio prazo, reverter a situação e proporcionar o surgimento de um modelo econômico que combine setores tradicionais e dinâmicos. Os chamados setores modernos, como eletrônica, micro-eletrônica, informática, biotecnologia, química fina, mecânica fina e outros poderão, igualmente, surgir e se expandir.

Mapa de Localização da Região Sul em Relação dos Países do Mercosul

Bras il

Argentina

Paraguai

Bolívia

Diagrama Morfológico

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Mapa de Transportes

OceanoAtlântico

Diagrama de Usos do Solo e Recursos Minerais do Extremo Sul do Brasil

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1.5. Relatório de Pesquisa para Calcário Conchífero Classe VII e Análises Químicas de Conchas Calcárias

1.5.1. Resumo do Relatório de Pesquisa para Calcário Conchífero Classe IV

1.5.1.1. Localização e vias de acesso As pesquisas foram desenvolvidas com base em uma jazida encontrada na margem oriental da Lagoa Mirim, em Santa Vitória do Palmar. Este local está limitado a oeste pelo espigão denominado Ponta dos Latinos e a leste pelo Arroio Del Rey. As coordenadas geográficas que interceptam a área são 53o00' de longitude oeste e 33o48' de latitude sul. De Porto Alegre, pode-se atingir o local de duas maneiras:

Por via fluvial, utilizando-se o sistema hidroviário: estuário do Guaíba, Lagoa dos Patos, Canal de São Gonçalo e, finalmente, Lagoa Mirim;

Por via rodoviária, utilizando-se as seguintes rodovias: Porto Alegre – Pelotas (via BR 116) e Pelotas – Santa Vitória do Palmar (via BR 471). No Km 175,5, próximo ao Posto Alvorada, entre Pelotas e Santa Vitória do Palmar, por um acesso à direita, que é uma estrada municipal de leito natural, chega-se ao local após rodar 60Km. O local é chamado de Arroito, próximo da localidade chamada Casa Anselmi, onde havia um pequeno porto para a comercialização dos produtos locais.

1.5.1.2. Geomorfologia A região em estudo está localizada dentro de uma das grandes feições geomorfológicas ocorrentes no Rio Grande do Sul, denominada Planície Costeira. A paisagem geomórfica atual está condicionada, entre outras variáveis, ao clima, topografia e aos fenômenos geológicos ocorridos no passado, gerando um páleo-relevo, com topografia dominante plana, conseqüente de sucessivos cordões litorâneos, depositados durante regressões marinhas. O clima, segundo a classificação de Wladimir Köeppen, é Cfa. A temperatura média anual varia de 16,5 oC a 17,4 oC. A precipitação média anual varia de 1.186 a 1.364 mm. A vegetação dominante são campos com gramíneas de pastagem. Ocorrem, ainda, árvores nativas formando pequenos capões muito esparsos, onde se salientam as figueiras. Os campos são cultivados com arroz, em rotação com pecuária extensiva. Existem matas artificiais de eucaliptos. É uma região de plana a levemente ondulada, cuja variação na topografia é pouco acentuada, podendo a variação ser notada somente nas épocas de maior pluviosidade, quando ocorre a presença de finas lâminas-de-água com até 0,50m de espessura nos locais mais baixos. A região possui diferença de cotas em relação ao nível médio da Lagoa Mirim de 0,50m a 1,50m, devido à presença do Arroio Del Rey e dos banhados formados por ele. Há pouca diferença de nível entre as terras emersas e a lagoa na época das chuvas (abril a novembro), quando ocorre um espargimento das águas superficiais, cobrindo toda a área com uma lâmina líquida de mais de 0,50m de altura. O corpo do minério encontra-se aproximadamente 1.000m à montante da atual linha da praia na direção SW e sub-paralelo à mesma. A direção do eixo maior do jazimento varia de N 35o W à N 55o W, em direção ao Arroio Del Rey. Segundo observações realizadas através de fotografias aéreas existentes da região, o depósito conchífero está localizado no primeiro cordão praial à montante e a partir dele em direção à jusante, ocorrem vários cordões paralelos à praia até atingir o que hoje é a atual linha da praia.

1.5.1.3. Investigação Geológica de Superfície Toda extensão abrangida pelo pedido de pesquisa foi percorrido, sendo anotado em mapas todos os aspectos de interesse geológico, tais como litologia, geomorfologia, estratigrafia, cobertura vegetal, hidrogeologia e outros detalhes necessários à elaboração do presente relatório. Com as informações de campo e apoio de fotointerpretação de fotografias aéreas, obtidas por intermédio

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da Secretaria da Agricultura, CEMAPA e SUDESUL-CLM, elaborou-se o mapa geológico de detalhe, com as seguintes conclusões:

O pacote arenoso é uniforme, constituído por areias finas, não consolidadas, localmente argilosas, de fácil remoção, cores claras de branco e cinza claro, com espessura média de 0,50 m.

O lençol freático é elevado e está situado na face superior do horizonte conchífero, isto é, está, aproximadamente, na mesma cota do nível médio atual da Lagoa Mirim e acompanha o modelo do terreno.

A vegetação é constituída por gramíneas, ocorrendo pequenos capões de árvores nativas, características da Planície Costeira.

1.5.1.4. Definição do Corpo Mineral O corpo mineral tem condições adequadas de emprego para indústria, por apresentar boas características físico-químicas. É constituído de calcário conchífero carbonático puro, envolvido por uma matriz arenosa, de média à fina, e de cor cinza. Depositado ao longo dos cordões praiais e paralelo aos mesmos, o conchífero possui lateralmente uma forma lenticular bi-convexa, com largura aproximada de 600 m, com bordas finas e tendo a espessura máxima no centro da lente. A dimensão maior da lente tem uma amplitude média de 0,70 m, alcançando em alguns pontos até 1,30 m. Nas bordas, varia de 0,10 m a 0,25 m, aproximadamente. Longitudinalmente, o jazimento mineral acompanha o páleo-cordão ao longo de aproximadamente 10 km. Somente neste Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) possui cerca de 6,4 km de comprimento. O corpo mineral possui uma forma lenticular com largura aproximada de 500 metros e de comprimento superior a 10.000 metros. A maior espessura da lente coincide com o seu intervalo central e tem uma amplitude média de 0,80 m, alcançando em alguns pontos até 1,30 m. Diminui para as bordas, chegando até 0,10 m. A cobertura é de turfa e solo arenoso, com vegetação de gramíneas, que atinge no máximo 0,80 m. Em virtude do elevado nível freático, torna-se necessário drenar o terreno com valas laterais, com profundidade média de 2,0 m, ou então provocar o alagamento, extraindo-se o minério através de dragagem.

1.5.1.5. Características do Minério Constitui-se de um agregado de conchas, cimentadas por areia fina e carbonatos. Apresenta-se friável, e sua extração é feita facilmente através de retroescavadeira. Em um corte transversal ao comprimento na sua porção central (intervalo de 200 - 250 m) encontra-se enriquecido, constituindo uma verdadeira coquina, onde a recuperação de conchas calcárias é superior a 75% em peso. Nas partes laterais simétricas há um aumento do teor de sílica (areia fina), podendo atingir até 50%. A recuperação média em CaCO3, obtida através de lavra experimental, é da ordem de 55% em peso. O processo de beneficiamento utilizado constou de uma simples lavagem e peneiramento em Deck, instalado sobre uma carcaça de caminhão, tendo como corte inferior uma peneira de 12 ou 60 mesh. O minério in natura apresenta as seguintes características:

Quadro 10 – Características do Minério

Componente Peneira 12 Mesh (%) Peneira 60 Mesh (%) SiO2 47,52 0,42 Al2O3 7,47 0,02 Fe2O3 4,42 0,20 CaO 24,57 54,57 MgO 0,59 0,59 Perda ao fogo a 1.000 oC 1,87 44,20

Fonte: Geometric Engenharia e Geologia Ltda.

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1.5.1.6. Reservas Medidas, Indicadas e Inferidas A fim de melhor cubar a reserva mineral, adotou-se a seguinte norma: numa parte da área fez-se um levantamento planialtimétrico de detalhe, com curvas de níveis eqüidistantes em 0,50 m, formando um trapézio, cujas bases são de 1.400 m e 1.000 m e a altura de 600,00 m, num total de 72 ha. Neste trapézio foi implantada uma malha na qual, em uma parte, os nós estão eqüidistantes em 100,00 m, num total de 21 furos, nos sentidos ortogonais e, em outra parte, estão mais espaçados com 12 furos. Em cada nó foi realizado um furo de 3,00 m de profundidade, num total de 115,00 m de sondagem. Dos furos positivos foram coletadas amostras para análises químicas e físicas. Este levantamento de detalhe foi utilizado para cubar a Reserva Medida. A Reserva Indicada foi cubada, baseada em seis furos exploratórios de 3,00 m de profundidade feitos mecanicamente, que delimitaram, lateral e longitudinalmente, o corpo mineralizado. Os resultados obtidos são os mostrados a seguir:

Quadro 11 – Reservas Minerais

Reservas Volume de Minério (m3)

Densidade (t/m3)

Tonelagem (t/m3)

Calcário Puro (65%) (t)

Vida Útil (6.000 t/ano) (em anos)

Medida 363.900 2,149 782.021 508.313 80Indicada e Inferida 1.500.000 2,149 3.223.500 2.095.275 350Total 1.863.900 2,149 4.005.521 2.603.588 430

Fonte: Geometric Engenharia e Geologia Ltda.

1.5.1.6.1. Cálculo das reservas medida e indicada

1.5.1.6.1.1.Reserva medida: Para a determinação da Reserva Medida adotou-se o sistema de cubagem mais comum, ou seja, para cada coluna determinou-se a área média, e entre duas colunas sucessivas, determinou-se a média das duas áreas individuais que, multiplicada pela distância entre elas, resulta no volume de material entre as duas colunas. E assim, sucessivamente, em todas as colunas. Para cubar os volumes limites de área, adotou-se uma distância de 25% sobre a distância entre as duas últimas colunas. O cálculo pode ser assim resumido:

Quadro 12 – Cálculo das reservas medida e indicada

Colunas Área (m2) Área Média Distância (m) Volume (m3) 25,00 3.000,004 120,00 100,00 13.600,003 152,00 136,000 100,00 25.237,502 352,75 252,375 100,00 31.700,001 281,25 317,000 200,00 44.475,00I 163,50 222,375 200,00 46.350,00II 300,00 231,750 300,00 93.825,00III 325,50 312,750 300,00 88.762,50IV 226,00 295,875 75,00 16.950,00TOTAL 363.900,00

Fonte: Geometric Engenharia e Geologia Ltda. A quantidade bruta de minério é determinada pelo produto do volume, apresentado no quadro anterior, com a densidade, que é de 2,149 t/m3. Portanto, a quantidade bruta é igual a 782,021 t. A ocorrência de areia junto às conchas implica numa quebra de quantidade da ordem de 35% em peso de minério. A partir disto é que chegamos à quantidade líquida de minério, que é de 508,313 t.

1.5.1.6.1.2.Reserva indicada: Analisando-se os boletins de sondagem (em anexo), observa-se que o corpo mineral possui um comportamento homogêneo quanto à forma lenticular. O perfil transversal pode ser associado a uma figura geométrica para melhor cubar a Reserva Indicada. Tem-se um trapézio cujas bases são as faces inferiores e superiores da lente, possuindo respectivamente 450,00 m e 300,00 m, e

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altura aproximada de 0,80 m. Sua área corresponde a 300,00 m2. O comprimento da Reserva Indicada é de 5.000 m, gerando um volume de 1.500.000 m3. A densidade in situ do minério é de 2,149 t/m3. A quantidade de minério bruto é de 3.223.500 t. Devido à quebra existente de 35%, que é o estéril junto ao minério, tem-se uma quantidade final de 2.095.275 t de calcário puro. Os estudos, levantamentos e sondagens procedidos cobriram toda extensão do corpo do minério, sendo que o grau de informação alcançado é adequado para determinação da reserva indicada nas áreas não cobertas pela reserva medida, portanto a reserva inferida inexiste ou corresponde ao espaço físico da indicada. Conjugando-se os resultados com outro levantamento, chegou-se aos seguintes valores para a jazida:

Quadro 13 – Jazida de Calcário

Em CaCO3 efetivo (t) Reserva Medida Reserva Indicada

DNPM 810.030/79 508.000 2.095.000 DNPM 810.191/79 840.000 1.676.000 TOTAL 1.348.000 3.771.000

Fonte: Geometric Engenharia e Geologia Ltda.

1.5.1.7. Beneficiamento Procederam-se, em amostra do conchífero ocorrente in situ, as análises químicas para estabelecer os teores dos óxidos de sílica, alumínio, ferro, cálcio e magnésio. Os ensaios de granulometria e respectivas determinações químicas de teores das frações retidas e que passam nas peneiras permitiram estabelecer as considerações seguintes:

De forma geral, a peneira de 60 mesh é a mais indicada para reter o conchífero calcítico da porção silicosa fina que atravessa a malha.

O material fino arenoso acha-se, por vezes, aglutinado às pequenas reentrâncias das conchas. É necessário, na lavagem das mesmas, que se proceda a maior exposição possível das diversas faces das conchas contra o fluxo ou jato de água, procurando-se eliminar toda fração silicosa. As peculiaridades de localização da mina, afastada de pontos de apoio urbanos e com difícil acesso rodoviário e, por outro lado, tendo no minério significativas percentagens de estéril, conduziram a estabelecer um plano de beneficiamento adequado a essas realidades. O processo de beneficiamento será efetuado em duas etapas. No porto do Anselmi será procedido o beneficiamento preliminar do conchífero, que será feito da seguinte forma:

Em cima de uma barra drenante, será empilhado o minério, formando pilhas longitudinais de 1,50 m de altura e 4,00 m de largura.

Sobre a pilha será lançado manualmente um jato d´água, esperando-se uma separação grosseira dos finos, que escorrerão para as partes inferiores da pilha. As porções superiores, após a lavagem por jateamento, serão transportadas para novas pilhas, usando-se a pá carregadeira.

Na nova pilha será usado um procedimento análogo. O minério, assim beneficiado, será transportado para o local de consumo. Em local adequado

será então procedido o beneficiamento final do minério, usando-se o seguinte procedimento: Peneiramento com lavagem contínua do minério, sendo efetuado em dois estágios e tendo

como separador peneiras de 30 e 60 mesh. Secagem do minério retido em pilhas ao ambiente natural. Moagem do minério na granulometria exigida.

1.5.1.8. Conchas Calcárias Moídas Quadro 14 – Identificação de Elementos pelo Método de Raio X

Elemento Peneira 8 Mesh (%) Peneira 4 Mesh (%) Ca 99,53 99,07 Si 0,01 0,05 Al 0,42 0,58 Zn 0,04 0,31 TOTAL 100,00 100,00

Fonte: Centro Tecnológico da Riocell

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1.5.1.9. Transporte O transporte do minério será efetuado da seguinte maneira: após a extração, ele será transportado em carretas agrícolas, fixadas a tratores comuns até o porto Anselmi, distante 6,5 km da mina. Neste local, após sofrer lavagem e peneiramento, será embarcado em barcos de pequeno calado, já que a Lagoa Mirim não oferece boas condições de navegabilidade, próximo à entrada do Canal de São Gonçalo. Se for dragada a entrada do Canal de São Gonçalo o transporte poderá ser feito desde a jazida até o porto de Pelotas em embarcações de grande porte. No porto de Santa Isabel será desembarcado e repassado para embarcações maiores, que permitem o transporte de maior volume de minérios até Pelotas. Em Pelotas, o minério sofrerá moagem e beneficiamento na própria indústria. As distâncias a serem vencidas estão assim distribuídas:

Local de extração até o Porto Anselmi 6,5 kmPorto Anselmi (via lagoa Mirim) até o Porto de Santa Isabel 90,0 kmPorto de Santa Isabel (via Canal de São Gonçalo e Lagoa dos Patos) até Pelotas 60,0 kmTOTAL 156,5 km

1.5.1.10. Método de Lavra O jazimento, conforme visto anteriormente, tem feições de uma delgada lente alongada, com pequena espessura, formando uma camada sob o solo vegetal de textura arenosa. Existe a possibilidade de colocar até 6.000 t/mês de calcário beneficiado no mercado consumidor de Pelotas. Constata-se uma perda da ordem de 50% em peso ao se proceder o beneficiamento. Assim sendo, será necessário minerar uma quantia estimada em 12.000 t/mês. O peso específico do material na jazida situa-se próximo a 1,8 t/m3. O correspondente volume a ser lavrado de minério é de 6.666 m3/mês. A espessura média da camada é de 0,70 m. Portanto, será necessário lavrar uma área de aproximadamente 11,5 ha/ano. O volume de estéril constitutivo do solo que capeia a camada conchífera é da ordem de 40.000 m3. O método de lavra corresponde às seguintes operações:

Drenagem do terreno com valas laterais, tendo profundidade média de 2m. Decapagem de uma faixa com até 1.200m de comprimento, tendo avanços sucessivos de 35m

de largura. O solo vegetal será depositado na faixa anterior da lavra. Extração da camada de conchas, com carregamento do minério em carretas rebocadas por

trator agrícola. Reposição do solo vegetal sobre o fundo da cava aberta para extração do minério, nivelando-

se em um plano contínuo, adequado para cultivo irrigado de arroz. O plano de lavra é muito simples, sendo uma conseqüência natural das condições locais do jazimento. Poderia-se investigar a possibilidade de desmonte e drenagem por meio hidráulico. Entretanto, haveria necessariamente a mistura do estéril da capa com o conchífero, acarretando maiores volumes de material para beneficiar. Por outro lado, o método proposto não criaria maior impacto no ambiente natural. A região é coberta por pastagens de gramíneas, sem vegetação arbustiva. Não haverá assim abate de essências florestais nativas ou artificiais. A atividade econômica mais desenvolvida é a cultura do arroz em rotação com pastoreio extensivo. Após a extração do minério, o solo natural será reposto, inclusive, procurando-se o nivelamento adequado da superfície, permitindo desenvolver sobre a área o cultivo de arroz, após se produzir por meio mecânico adequado à compacidade do solo arenoso dominante.

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2. Cultura e Beneficiamento do Arroz. Exploração Industrial da Palha de Arroz

2.1. A Cultura e o Beneficiamento do Arroz 2.1.1. Beneficiamento Desde tempos remotos, o arroz (Oryza sativa L.) tem sido, entre os cereais, o alimento básico para mais da metade da população mundial. Cerca de 90% do total de arroz é produzido e consumido no continente asiático. Atualmente, a China contribui com cerca de 37% da produção mundial, a Índia com 20% e América Latina com cerca de 3,5%. Sendo uma cultura altamente difundida em todo Brasil, constitui-se num dos produtos da dieta nacional, ocupando o terceiro lugar, logo após o milho e a soja, em área cultivada e produção. O arroz é tradicionalmente um produto de mercado interno. No Brasil existem dois sistemas de cultivo de arroz: o de sequeiro, utilizado nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo, que participam com cerca de 70% da área, e o irrigado, encontrado nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que contribuem com os 30% restantes. Cabe salientar que na safra 93/94, somente o estado do Rio Grande do Sul contribuiu com mais de 40% do total de arroz produzido no país. A área cultivada com arroz irrigado no Rio Grande do Sul na safra 1919/20 foi de 60.000 ha, com rendimento de 2,2 t/ha. Na safra 93/94, a área cultivada no estado foi de 974.571 ha, com rendimento médio de 4,6 t/ha.

Quadro 15 – Evolução da Produção de Arroz no Brasil – Safras de 84/85 a 93/94

Safras Área Plantada (em 1.000 ha)

Produção (em 1.000 t)

Produtividade (kg/ha)

84/85 4.817,40 8.759,80 1,81885/86 5.610,90 9.813,00 1,74986/87 6.038,80 10.578,10 1,75287/88 5.979,40 11.762,20 1,96788/89 5.354,40 11.092,00 2,07289/90 4.179,50 7.967,60 1,90690/91 4.232,40 9.996,80 2,36291/92 4.614,00 10.102,80 2,19092/93 4.384,90 9.902,80 2,25893/94 4.361,20 10.858,60 2,490

Fonte: CONAB

Quadro 16 – Produção de Arroz no Rio Grande do Sul – Safra 93/94

Zonas de Produção

Área Plantada (ha)

Rendimento (sacos/ha)

Produção Total (sacos)

Litoral Sul 216.761 95 20.670.340 Litoral Norte 191.854 83 15.961.991 Depressão Central 122.256 90 11.045.292 Fronteira Oeste 267.000 87 23.269.738 Campanha 146.700 83 12.125.000 TOTAL 944.571 88 88.072.361

Fonte: IRGA (Instituto Riograndense do Arroz) - Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural - DOAT. O rendimento médio do arroz no Rio Grande do Sul (4.519 kg/ha), comparado com o rendimento nacional (2.490 kg/ha), é considerado elevado, devido, principalmente, ao sistema de cultivo utilizado. Entretanto, este rendimento está abaixo do obtido em outros países que também cultivam arroz sob condições de irrigação, como por exemplo, os Estados Unidos da América.

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Quadro 17 – Produção Brasileira de Arroz comparada com a produção do Estado do Rio

Grande do Sul – Safra 93/94

Área Plantada (ha)

Área (%) Produção (t) Produção (%) Produtividade (t/ha)

Brasil 4.361.200 100 10.858.600 100 2,490Rio Grande do Sul

974.571 22,35 4.403.618 40,55 4,519

Fonte: IRGA - Unidade de Assistência Técnica e Irrigação Na década de 80, o arroz irrigado do Rio Grande do Sul foi o produto alimentar que mais evoluiu em consumo e área cultivada, em relação ao produzido no restante das culturas do país. A lavoura orizícola do Estado é uma cultura empresarial, usando tecnologia avançada, sendo, por isso, elevada a sua participação relativa no valor da produção dos principais produtos agrícolas ali cultivados. Portanto, está definitivamente implantada, enquanto sua similar, a de sequeiro, da Região Centro-Oeste brasileira, vem diminuindo em área e produção. Acredita-se, por isto, que a curto prazo é mais conveniente aumentar a produtividade agrícola das regiões produtoras convencionais próximas aos centros consumidores, do que expandir a fronteira agrícola. Entretanto, com a concretização do Mercosul, será formado um pólo arrozeiro, ligando o sul do Brasil ao Uruguai e à Argentina, com uma superfície estimada em mais de um milhão de km2 e com uma população de 27 milhões de habitantes. O crescimento acelerado da cultura do arroz na Região Sul do Estado e seu beneficiamento no município de Pelotas, aliou-se ao desenvolvimento de todas as demais atividades agrícolas, industriais e comerciais ligadas à produção de alimentos. A Zona Sul do Rio Grande do Sul, que participa com cerca de 23,58% da produção estadual, tem em Santa Vitória do Palmar o maior produtor, com 36% (432.775 t) do total de 1.202.154 t produzidas na safra de 1991/92. A área cultivada entre 1980 e 1993 também apresentou crescimento, porém em nível menor do que o aumento da produção, devido a uma melhora da produtividade, alcançando 5,16 toneladas/hectare em 1993, mantendo a média da década em 4,98 toneladas/hectare.

Quadro 18 – Evolução da Produção, Área cultivada e Produtividade do Arroz na Zona Sul

do Estado do Rio Grande do Sul – Período de 1980 a 1993

Safra Produção (1000 t) Área Cultivada (1000 ha) Produtividade (t/ha) 1980 641,90 160,6 3,991990 879,79 190,0 4,631991 1.156,61 237,6 4,871992 1.273,08 255,0 4,991993 1.423,49 275,4 5,16

Fonte: Universidade Católica de Pelotas Como já foi mencionado, Santa Vitória do Palmar é o destacado produtor de arroz da Zona Sul, com uma área cultivada de 89.850 ha, na safra de 1992-93).

Quadro 19 – Água Colhida, Quantidade Produzida, Rendimento Médio e Valor da

Produção de Arroz por Município da Zona Sul – 1995

Municípios Área Colhida (ha) Quantidade Produzida (t)

Rendimento Médio (kg/ha)

Valor da Produção (R$ 1.000)

Amaral Ferrador 650 2.760 4.246 452Arroio Grande 39.000 224.250 5.750 39.990Bagé 18.000 99.000 5.500 18.336Caçapava do Sul 4.020 24.120 6.000 4.345Candiota 600 2.400 4.000 433

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Canguçu 1.710 8.525 4.985 1.300Capão do Leão 8.000 45.600 5.700 8.359Cristal 5.920 31.900 5.388 5.830Herval 5.500 31.625 5.750 5.639Hulha Negra 1.400 7.000 5.000 1.265Jaguarão 22.000 121.000 5.500 21.577Morro Redondo 10 18 1.800 2Mostardas 33.300 156.510 4.700 29.005Pedro Osório 3.000 15.600 5.200 2.781Pelotas 10.750 59.125 5.500 10.543Pinheiro Machado 400 1.760 4.400 322Piratini 1.320 7.840 5.939 1.568Rio Grande 26.000 118.300 4.550 21.938S. Vitória do Palmar 90.000 423.000 4.700 82.548S. da Boa Vista 435 2.349 5.400 414S. José do Norte 2.730 13.923 5.100 2.668S. Lourenço do Sul 9.530 47.545 4.988 8.778Tavares 2.120 9.964 4.700 1.847Total Zona Sul 286.395 1.454.114 5.077 269.940Total Estado 988.841 5.038.335 5.095 952.193ZS/RS (%) 26,96 28,86 - 28,35

Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Apesar da área cultivada de arroz em Pelotas não ser expressiva, a indústria de beneficiamento deste cereal está constituída por dezenas de unidades beneficiadoras superdimensionadas para receber anualmente 25% do total de arroz produzido no Estado do Rio Grande do Sul, ou seja, 1,1 milhões de toneladas. A privilegiada localização geográfica de Pelotas, bem servida por rodovias, ferrovias e hidrovias e próxima ao superporto de Rio Grande, fazem-na, hoje, a capital da indústria do arroz na América do Sul. Em 1906, uma unidade beneficiadora localizada às margens do Arroio Pelotas, no município de Pelotas-RS, recebia arroz em carretas tracionadas à boi, promovia o beneficiamento e transportava o produto em embarcações de baixo calado até o Canal de São Gonçalo (canal natural que interliga a Lagoa dos Patos e Mirim) para transbordo a navios de maior porte. O método de beneficiamento do arroz, no Brasil, consiste em secagem, limpeza, descascamento e polimento dos grãos. Existem outras modalidades, sendo que a parboilização é a mais utilizada. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz, do Rio Grande do Sul, o rendimento industrial obtido com as técnicas convencionais do arroz no beneficiamento é representado, em média, pelos seguintes valores: 100 kg de arroz geram em média 68 kg de grãos (50 kg de grãos inteiros e 18 kg de grãos quebrados), 10 kg de farelo e 22 kg de casca. O beneficiamento do arroz é feito em unidades beneficiadoras distribuídas na maioria dos municípios constituintes da Zona Sul do Rio Grande do Sul, onde Pelotas tem destacada participação, com cerca de 1.200.000 toneladas de arroz beneficiado, de um total de 4.678.963 t produzidas no estado (25,66%).

Quadro 20 – Quantidade de Arroz Beneficiado nos Municípios da Zona Sul em 1996

Municípios Arroz Beneficiado (t) Cristal 1.205 Jaguarão 2.943 Arroio Grande 38.628 Pedro Osório 1.396 Pelotas 689.622 Santa Vitória do Palmar 38.628 Rio Grande 38.628 São Lourenço do Sul 53.237 Total 864.315

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Considerando-se que, para cada tonelada de arroz com casca produzida são geradas em média uma tonelada de palha de arroz e 220 kg de casca de arroz, pode-se inferir anualmente:

São geradas 10,9 milhões de toneladas de palha e 2,4 milhões de toneladas de casca de arroz no Brasil.

São geradas 4,5 milhões de toneladas de palha e 1 milhão de toneladas de casca de arroz no Rio Grande do Sul.

São geradas 1,4 milhões de palha e 264.000 toneladas de casca de arroz na Zona Sul do Rio Grande do Sul.

São geradas 250.000 toneladas de casca de arroz em Pelotas.

2.1.2. Destino dos Sub-produtos As principais utilizações conhecidas para a palha de arroz são as seguintes:

Ração animal. Incorporação ao solo após a colheita dos grãos, visando a reposição de nutrientes. Camas para animais. Fabricação de fibras, esteiras, sacos, cestos, etc. Obtenção de celulose.

No Brasil, entretanto, somente 5% do volume de palha, ou seja, 470.000 t, é incorporado ao solo, permanecendo o restante sobre as áreas colhidas. Porém, com a intensificação do uso do plantio direto de arroz, faz-se necessário facilitar as operações de retirada da palha do campo. Como o plantio direto é uma técnica em expansão e conveniente para o manejo racional do solo, torna-se atrativo dar-se outra utilização à palha de arroz fora das áreas de lavoura. Segundo a Fundação de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul - CIENTEC, para a casca de arroz são indicadas as seguintes aplicações:

Ração animal. Fertilizante. Corretivo de solo. Meio filtrante. Combustivel. Furfural, entre outros.

Assim como a CIENTEC, outros centros de pesquisa nacionais e estrangeiros não vislumbraram a utilização da casca de arroz como matéria-prima para a fabricação de papel. Contudo, as pesquisas desenvolvidas através do convênio entre a empresa RIOCELL S.A. e a Escola Técnica Federal de Pelotas, indicam a viabilidade desta utilização, dentro de limites pré-estabelecidos. O relatório deste trabalho técnico-científico, que vislumbra o aproveitamento da palha e também da casca de arroz, encontra-se na Parte 7 deste documento.

2.2. Dados Gerais da Produção de Celulose 2.2.1. Capacidade da Fábrica

Quadro 21 – Estimativas

Dimensionamento da Fábrica 220 ton./diaNível Operacional Normal 200 ton./diaEficiência no Primeiro Ano 80%Eficiência nos Anos Seguintes 100%

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Quadro 22 – Regime de Trabalho

Descrição Miolo Liner Total % de Participação Anual 70% 30% 100% Dias de Produção no Ano 238 102 340 Dias de Produção por Mês 19,83 8,50 28,33 Produção Diária (ton.) 140 60 200 Produção Mensal (ton.) 3.967 1.700 5.667 Produção Anual (ton.) 47.600 20.400 68.000

Quadro 23 – Matérias-primas e Produção

Descrição Miolo Liner Total/Mês % Particip. Polpa de Palha (%) 100% 56% Polpa de Palha (ton.) 3.967 952 4.919 87% Aparas (%) 0% 44% Aparas (ton.) 0 748 748 13% TOTAL 3.967 1.700 5.667 100%

Quadro 24 – Necessidade de Palha de arroz para produção

Obtenção de 1 t de celulose 1,66 t de palhaImpurezas 10%Total de palha por dia 317 tTotal de palha por ano 107.788 t

2.3. Enfardamento da Palha de Arroz

Quadro 25 – Variação da Umidade da Palha (BR IRGA 410):

Umidade Recém cortada 68% Três dias após ser cortada 12% Durante o dia Horário 8:00 15,3% 9:30 9,5% 12:00 9,5% 18:00 12,9% 20:00 18,7%

Fonte: ETFPEL Quadro 26 – Dados Gerais (*)

Número de Horas de Trabalho 8 h Média de Palha/ha 4 t

Valor adotado 3 t Área cultivada necessária ao abastecimento da fábrica

35.929 ha

Área Cultivada na Região Sul do Rio Grande do Sul 270.000 ha Tempo previsto de coleta por ano 60 dias Área Enfardada por Hora 1,5 ha Área Enfardada por Dia: 12 ha Produção por Enfardadeira por dia 36 t Total de ha Enfardados por Máquina 720 ha Peso Total Enfardado por Máquina 2.160 t Número de Enfardadeiras 50

(*) em função da variação da umidade da palha, durante as horas do dia

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Quadro 27 – Características dos Fardos

Dados Unidade Fardos em Paralelepípedo* Fardos em Rolo** Comprimento m 1,10 1,55 Largura m 0,30Altura m 0,40Densidade t/m3 0,2 0,2 Peso kg 26,4 402 Volume m3 0,132 2,01 Nº de fardos por caminhão un 384 25Diâmetro m 1,60 Nº real de fardos un 384 9

*Enfardadeiras marcas Menegaz e Nogueira - Opção utilizada para cálculo **Enfardadeiras marca Semeato

2.3.1. Custos do Enfardamento

Quadro 28 – Investimento Permanente*

Preço Unitário (US$) Custo Total (US$) Enfardadeiras de Rolo 19.160,00 956.121,26Enfardadeiras de Paralelepípedos 11.600,00 578.862,56Tratores (73 HP) 19.200,00 958.117,34Carretas 1.250,00 62.377,43Total do Investimento (considerando-se a opção de fardos em paralelepípedos)

1.629.357,33

* O investimento total foi calculado considerando-se a opção de enfardadeiras de paralelepípedos, colocando-se as enfardadeiras de rolo apenas para efeito demonstrativo.

Quadro 29 – Custo da Depreciação dos Equipamentos*

Percentual de Depreciação

Valor

Enfardadeiras de paralelepípedos 10% US$ 57.886,26 Tratores 20% US$ 191.623,47 Carretas 10% US$ 6.237,74 Custo total da depreciação US$ 293.473,34

* Considera-se “equipamento” o conjunto trator-enfardadeira.

Quadro 30 – Demonstrativo do custo dos Equipamentos

Máquinas Preço Unitário (US$)

Nº de Equipamentos

Preço Total (US$)

Depreciação (US$)

Enfardadeira de Paralelepípedos

11.600,00 50 578.862,56 57.886,26

Tratores 19.200,00 50 958.117,34 191.623,47Carretas 1.250,00 50 62.377,43 6.237,74Preço Total 1.976.616,03 293.473,34

Quadro 31 – Custo de óleo diesel

Regime de trabalho por dia 8 h Regime de trabalho total por ano 60 dias Custo diário por trator da enfardadeira US$ 6,32 Custo anual por trator da enfardadeira US$ 379,20 Custo total diário por trator da enfardadeira US$ 18.922,82

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Quadro 32 – Custo de manutenção dos equipamentos*

Custo de manutenção diário por equipamentos 12,00 Tempo de funcionamento de equipamento por ano

60 dias

Custo de manutenção total do equipamento US$ 720,00 Número total de equipamentos 50 Custo de manutenção das máquinas por ano US$ 36.000,00

* Dados fornecidos pela Granja Pastoreio, Santa Vitória do Palmar, RS Quadro 33 – Mão-de-Obra

Número de operários por equipamento 3 Regime de trabalho por ano 60 dias Salário Mínimo (Maio/95) US$ 100,00 Encargos sociais (Maio/95) 64% Salários-mínimos por empregado 2 Custo de operários por equipamento por dia US$ 32,80 Custo total de operários por equipamento US$ 1.968,00 Custo de mão-de-obra máquinas US$ 98.400,00

Quadro 34 – Corda Sisal

Comprimento do rolo 130 m Peso do rolo 1,5 kg Preço da corda por kg US$ 1,32 Preço da corda por rolo US$ 1,98 Capacidade de enfardamento de palha por rolo 7 t Enfardamento de palha por equipamento 36 t Número de rolos por equipamento por dia 5,14 Número de equipamentos 50 Regime de trabalho 60 dias Custo corda sisal por equipamento por dia US$ 10,20 Custo de corda sisal por equipamento US$ 612,00 Custo total de corda sisal US$ 30.600,00

Quadro 35 – Demonstrativo Operacional do Enfardamento (Em US$)

Variáveis Custo por Equipamento por Dia

Custo por Equipamento

Custo Total

Óleo diesel 6,32 379,20 18.922,82Manutenção 12,00 720,00 35.929,40Mão-de-obra 32,80 1.968,00 98.400,00Corda sisal 10,20 612,00 30.600,00Custo Operacional Total 61,32 3.679,20 183.852,22

Quadro 36 – Demonstrativo do Custo Total do Enfardamento por Ano (Em US$)

Variáveis Custo Total Custo da depreciação do equipamento 293.473,34 Custo operacional total 183.852,22 Custo total do enfardamento 477.325,56

2.4. Estocagem da Palha de Arroz

Quadro 37 – Especificações Gerais das Pilhas de Palha de Arroz (*)

Altura 12 m Comprimento 150 m Largura 20 m

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Volume 36.000 m3 Densidade dos fardos 0,2 t/m3 Peso 7.200 t Volume por Tonelada de Palha 5,00 m3/t Peso total por ano 107.788 t Volume total por ano 538.941 m3

(*) Segundo a Technical Association for The Pulp and Paper Industry

2.4.1. Opções para Armazenamento de Palha de Arroz

Quadro 38 – Galpões Metálicos

Capacidade 36.000,00 m3

Número 15 Área 3.000,00 m2

Área Total 45.000,00 m2

Custo de Construção por m2 US$ 50,00 Custo toal US$ 2.250.000,00

Galpões de Lona Preta com Armação de Madeira

Quadro 39 – Lona Preta

Comprimento da bobina de lona 100 mLargura da bobina 8 mÁrea de lona / bobina 800 m2

Preço por bobina US$ 330,00Área de estocagem 45.000 m2

Área lateral (40% da base) 18.000 m2

Área total de lona 63.000 m2

Número de bobinas necessárias 79Custo total US$ 26.070,00

Quadro 40 - Armação de Madeira

Número total de galpões 15 Número de travessas por galpão 40 Comprimento por travessas 28 m Comprimento da tábua 5 m Número de tábuas por galpão 224 Custo da tábua de eucalipto US$ 2,20 Custo total de tábuas por galpão US$ 492,80 Custo total de tábuas US$ 7.392,00 Tempo de reposição previsto 4 anos Reposição de lona por ano 50% Reposição de lona por 3 anos 150% Custo de reposição da lona US$ 9.105,00 Reposição de madeira por ano 20% Reposição de madeira por 3 anos 60% Custo de reposição da madeira US$ 4.435,20

Quadro 41 – Demonstrativo do Custo de Aquisição e Reposição em 4 anos

Material Custo de Aquisição (US$)

% de Reposição (4 anos)

Reposição (US$) Total (US$)

Lona 26.070,00 150% 39.105,00 65.175,00Tábua de eucalipto 7.392,00 60% 4.435,20 11.827,00Total 33.462,00 43.540,20 77.002,00

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2.4.2. Manuseio da Palha de Arroz

Quadro 42 – Especificações Gerais do Empilhamento

Volume de palha por pilha 36.000 m3

Peso de palha por pilha 7.200 t Volume de palha por tonelada 5 m3

Necessidade de palha por dia 317 t Volume de palha por dia 1.585 m3

Total de palha por ano 107.788 t Número de pilhas por total de palha anual 15 Regime de trabalho da fábrica por ano 340 dias Regime de trabalho para empihamento por ano 60 dias

Quadro 43 – Mão-de-Obra necessária ao Processo de Empilhamento

Regime de trabalho por dia 8 horas Produção por operário por dia 40 t Regime de trabalho para a formação das pilhas por ano 60 dias Total de palha por ano 107.788 t Total de palha a ser empilhada por dia 1.796,47 t Números de operários 45 Custo mensal por operário (salário mais encargos) US$ 328,00 Custo total de mão-de-obra por ano US$ 29.520,00

Quadro 44 – Mão-de-Obra necessária ao carregamento dos caminhões

Regime de trabalho para o carregamento dos caminhões por ano 300 dias Movimento de palha por dia 359,29 t Volume de palha movimentada por dia 1.796,45 m3

Capacidade de transporte por caminhão 9,5 t Número de caminhões por dia 38 Horas trabalhadas por dia 6 h/dia Produção por operário por dia 28,5 t Número total de operários 13 Custo mensal por operário US$ 328,00 Regime de trabalho por ano 12 meses Custo de mão-de-obra por ano US$ 51.168,00

Quadro 45 – Demonstrativo dos Custos de Mão-de-Obra necessária ao manuseio da

Palha de Arroz

Especificação da Mão-de-Obra

Custo Operário/mês

(US$) N° de operários Número de

meses/ano Custo total

Operários/ano (US$)

Empilhamento 328,00 45 2 29.520,00Carregamento 328,00 13 12 51.168,00Custo total 80.688,00

Quadro 46 – Investimento Permanente – Empilhadeiras

Preço unitário US$ 2.000,00 Número 15 Custo total US$ 30.000,00 Percentual de depreciação 10% Depreciação US$ 3.000,00

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2.4.2.1. Custo de Estocagem

Quadro 47 – Demonstrativo do Investimento Total na Estocagem de Palha de Arroz / Ano

Natureza do investimento Custo (US$) Aquisição e reposição (média de 4 anos) 19.250,50Mão-de-Obra para manuseio da palha 80.6880,00Investimento permanente (depreciação) 3.000,00Custo total 102.938,50

2.5. Transporte de Palha de Arroz

Quadro 48 – Características dos Fardos

Comprimento 1,10 m Largura 0,30 m Altura 0,40 m Densidade 0,2 t/m3

Peso 26,4 Kg Volume 0,132 m3

Número de fardos por caminhão 384

Quadro 49 – Características do Transporte em caminhão

Largura do caminhão 2,20 m Comprimento do caminhão 7,20 m Altura da carga 3,20 m Capacidade do caminhão 50,69 m3

Capacidade de carga de arroz 15 t Densidade aparente da palha 0,2 t/m3

Capacidade de carga de palha 10,14 t Fator de correção 1,48 N° de viagens por dia 35

2.5.1. Custo do Transporte

Quadro 50 – Demonstrativo do Custo do Transporte de Arroz em casca X Palha de Arroz

Custo do tranporte por tonelada (US$/t) Percurso

Arroz Palha Custo total (US$)

Taim – Pelotas 4,00 5,92 60,00Santa Vitória do Palmar - Pelotas 7,20 10,65 108,00Jaguarão – Pelotas 4,50 6,66 67,50São Lourenço do Sul – Pelotas 3,40 5,03 51,00Rio Grande – Pelotas 3,60 5,33 54,00

Quadro 51 –Custo Total do Transporte de Palha por ano

Percurso Custo do tranporte por tonelada de palha (US$/t) Custo total (US$)

Taim – Pelotas 5,92 638.104,96Santa Vitória do Palmar - Pelotas 10,65 1.148.311,80Jaguarão – Pelotas 6,66 717.868,08São Lourenço do Sul – Pelotas 5,03 542.173,64Rio Grande – Pelotas 5,33 574.510,04Valor médio 6,72 724.193,70

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2.6. Reposição de Nutrientes ao solo necessária pela retirada de palha de arroz das lavouras

2.6.1. Dados gerais

Retirada de palha 3 t/ha

2.6.2. Equivalência Nutrientes / Sal

1 Kg de N (Nitrogênio) 2,22 uréia (45% de N) 1 Kg de P (Fósforo) 2,22 TSP (45% de P) 1 Kg de K (Potássio) 1,67 KCl (60% de K)

Fonte: Fosmar S.A.

2.6.3. Composição média de nutrientes por tonelada de palha

2.6.3.1. Primeira Fonte 2,25 Kg N (Nitrogênio) 0,250,2 Kg P (Fósforo) 0,021,75 Kg K (Potássio) 0,175

Fonte: Arrozeira Extremo Sul – Granja Bretanha

2.6.3.2. Segunda Fonte

Fator de incorporação estimado 30% 8,0 Kg de N (Nitrogênio) x 0,3 (fator de incorporação) 2,40 1,6 Kg de P (Fósforo) x 0,3 (fator de incorporação) 0,48 18,0 Kg de K (Potasio) x 0,3 (fator de incorporação) 5,40

Fonte: ETFPEL, EMBRAPA e UFPEL

2.6.4. Adubação necessária para a retirada de 3t de palha por ha

Nitrogênio na forma de uréia 15,98 Kg = 0,01598 t/ha Fósforo na forma de TSP 3,20 Kg = 0,00320 t/ha Potássio na forma de KCl 27,05 Kg = 0,02705 t/ha

2.6.5. Custo da Adubação necessária para suprir a deficiência de nutrientes ocasionada pela retirada de Palha de Arroz

2.6.5.1. Dados gerais

Retirada total de palha por ano 107.788 t Preço do adubo por tonelada Uréia US$ 210,00 TSP US$ 220,00 KCl US$ 180,00

2.6.5.1.1. Custo da adubação necessária para suprir a deficiência causada pela retirada de 3 t palha / ha:

Uréia US$ 3,36 TSP US$ 0,70 KCl US$ 4,87

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Custo da adubação por ha US$ 8,93 Custo da adubação por tonelada de palha US$ 2,98 Custo de aplicação e manutenção (20%) US$ 0,60 Custo da adubação + aplicação por tonelada de palha US$ 3,58 Custo total da adubação anual US$ 385.006,36

2.7. Custo de Palha colocada em Pelotas / RS 2.7.1. Custo Total da Palha colocada na Fábrica

Custo total do enfardamento por ano 477.325,56 Custo total de estocagem por ano 102.938,50 Custo total do transporte por ano 724.193,50* Custo total da reposição de nutrientes por ano 385.006,69 Custo total da palha colocada na fábrica 385.006,69

Investimentos em equipamentos 1.629.357,33 Custo total do enfardamento por tonelada 4,43 Custo total de estocagem por tonelada 0,96 Custo total do transporte por tonelada 6,72* Custo total da reposição de nutrientes por tonelada 3,57

* Valores médios

Quadro 52 –Custo da Palha de Arroz colocada na Fábrica (Em US$)

Item Custo por tonelada (US$)

Percentual sobre o custo total

Enfardamento 4,43 28,25% Estocagem 0,96 6,12% Transporte 6,72 42,86% Reposição de nutrientes 3,57 22,77% Custo total 15,68 1,00% Custo total + imprevistos (10%) 17,25

Quadro 53 –Custo da Palha de Arroz colocada na Fábrica por localidade

Origem Custo da palha por tonelada (US$)

Custo total anual (US$)

Taim 14,88 1.603.885,44 Santa Vitória do Palmar 19,61 2.113.722,68 Jaguarão 15,62 1.683.648,56 São Lourenço do Sul 13,99 1.507.954,12 Rio Grande 14,29 1.540.290,52 Valor médio 15,68 1.689.900,26

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2.7.2. Gráficos de custo da Palha colocada em Pelotas

2.7.2.1. Base: Santa Vitória do Palmar

Transporte54,31%

Enfardamento22,59%

Estocagem4,90%

Adubação18,20%

2.7.2.2. Base: Média

Transporte42,86%

Enfardamento28,25%

Estocagem6,12%

Adubação22,77%

2.8. Conclusões e Observações gerais No presente estudo foram adotados os critérios mais conservadores de cálculo, ou seja, utilizando-se previsões pessimistas para os valores. Nos itens enfardamento, estocagem, transporte e reposição de nutrientes, foram calculados os valores máximos, e no somatório geral ainda foram incluídos 10% de imprevistos. O transporte é o fator determinante no custo da palha, mas cabe lembrar que foi utilizado para o cálculo o transporte convencional. Uma alternativa viável a curtíssimo prazo seria a implantação do transporte da palha com caminhões dotados de carreta. Outra alternativa a curto prazo seria o transporte lacustre da palha de arroz.

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Outro fato a ser considerado no transporte seria a melhoria da estrada do local denominado Capão Seco, e a instalação de uma balsa em frente ao local de instalação da fábrica. Estes procedimentos reduziriam 50 km de trajeto e evitaria o trânsito de caminhões pela cidade de Pelotas. A estocagem de palhas de cereais é uma prática comum em vários países. Nas condições locais, durante os últimos quatro anos de testes de enfardamento e estocagem, não foram detectados problemas de alteração da qualidade da palha, quando devidamente estocada. A estocagem da palha pode ser feita em galpões metálicos, com altura de 8 a 12 metros, e sem paredes laterais. Apesar do custo muito alto, esta opção apresenta como vantagem a estratégia de ocupação gradual do galpão, conforme a palha que está sendo retirada para a indústria de papel, permitindo a introdução de animais para confinamento. A reposição dos nutrientes foi calculada a partir de dados experimentais e de análises executadas em Embrapa, UFPEL e ETFPEL. Experimentos com a real reincorporação de NPK da palha ao solo continuam, devido à complexidade e à variabilidade, quanto às condições climáticas, variedades de arroz e tipos de solo. Estão sendo também realizados testes com o licor residual do processo de cozimento, visto que este solubilizou os nutrientes encontrados na palha. A intenção é devolver ao solo estes nutrientes, juntamente com a parte orgânica separada da palha e com o cálcio do licor de cozimento, conseguindo-se assim um fertilizante organo-mineral e um corretivo de solo. Nos últimos anos, a orizicultura tem adotado o plantio direto e o cultivo mínimo do arroz. Estas práticas são excelentes técnicas de conservação do solo e reduzem substancialmente a utilização de insumos e maquinário. Para utilização destas técnicas, é interessante que a palha cortada pela colheitadeira seja retirada do campo, para facilitar as operações e deixar uniforme o plantio. Além disso, a orizicultura vem adotando colheitadeiras que colhem apenas o grão e deixam a palha quase intacta. Esta implementação traz uma vantagem imediata, que é a possibilidade de aumentar-se o tempo de enfardamento de 60 para 120 dias, diminuir-se o número de enfardadeiras e tratores e aumentar-se a quantidade de palha coletada por hectare de 3 para 5 toneladas. Além disso, é possível escolher o dia correto para o enfardamento, onde o teor de umidade da palha esteja adequado. Esta implementação traz como desvantagem a necessidade de aquisição de segadeiras e ancinhos enleiradores, mas custam bem menos que enfardadeiras e tratores.

3. Matérias-primas Papeleiras

3.1. Introdução A atual tendência mundial é a busca de novos processos de obtenção de celulose, com menor consumo de energia, mais compatíveis com o meio ambiente e com um maior aproveitamento da matéria-prima. Muitos desses processos, abandonados ao longo do tempo, são novamente estudados, enquanto outras alternativas são pesquisadas. Na Ásia e na Europa são comuns as fábricas que utilizam palhas de cereais para a obtenção de celulose e para fabricação de vários tipos de papéis. Isto não ocorre na América Latina, pois poucas indústrias se valem desta matéria-prima e outras deixaram de utilizá-la, por razões as mais diversas. A utilização de papel reciclado na fabricação dos mais diversos tipos de papel vem crescendo nos últimos anos, em todo o mundo. O empreendimento em questão utiliza como fontes de fibras a palha de arroz e o papel reciclado. A seguir são apresentadas as situações regionais e mundiais de obtenção e utilização destas matérias-primas.

3.2. Situação regional No Rio Grande do Sul, estado tipicamente agropastoril, várias cidades têm graves problemas de deposição final de resíduos agroindustriais, principalmente a casca de arroz. Além da casca, são geradas enormes quantidades de palha de arroz, que ficam depositadas na lavoura. Mesmo que sua permanência no campo não constitua um problema ambiental, a sua retirada facilita o plantio direto e o cultivo mínimo do arroz, excelentes técnicas para a conservação do solo.

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A viabilidade de empregar-se palha de arroz como matéria-prima para fabricar papel está na sua disponibilidade e facilidade de transporte, sendo que poucas regiões do Brasil apresentam tal viabilidade como a Região Sul do estado do Rio Grande do Sul que, além de enorme quantidade de palha de arroz (1,4 milhão de toneladas/ano), possui ainda uma fantástica hidrovia que possibilita o acesso desde o Uruguai até Porto Alegre, com interligação com o porto de Rio Grande, conforme já comentado na caracterização da região3. Mesmo com todo este potencial, nunca existiu na região uma indústria destinada ao aproveitamento da palha de arroz como matéria-prima papeleira.

3.3. Situação mundial Originalmente, o papel foi produzido a partir de vegetais de ciclo anual e de fibras celulósicas não-derivadas da madeira. Com o posterior desenvolvimento de processos químicos e mecânicos para produção de pastas a partir da madeira, praticamente extinguiram-se os processos que utilizavam outras matérias-primas. Nas últimas décadas observa-se uma modificação desta tendência. Em muitos lugares do mundo, onde a madeira é utilizada como matéria-prima para produção de celulose, os recursos florestais são limitados. Tais regiões poderiam produzir grandes quantidades de vegetais anuais, alguns dos quais como matéria-prima de excelente qualidade para a produção de papel. A distribuição dos países produtores de polpa e papel encontra-se nas tabelas a seguir, onde o Brasil figura como o décimo terceiro produtor de papel e papelão e o oitavo produtor de celulose. Comparado a outros países produtores, é possível observar-se nitidamente que o Brasil ainda possui um potencial incalculável para aumento de sua produção. Para tal, deve-se vislumbrar não somente a madeira, mas também os vegetais anuais.

Quadro 54 –Os 30 maiores produtores de papel e papelão nos anos de 1994, 1995 e

1996 (1.000 toneladas)

País 1994 % Dif. 94/93 País 1995 % Dif.

95/94 País 1996 % Dif. 96/95

USA 80.656 4,7 USA 81.000 0,2 USA 81.837 0,8Japão 28.527 2,8 Japão 29.663 4,0 Japão 30.013 1,2China 21.354 14,3 China 24.000 12,0 China 26.000 8,3Canadá 18.316 4,5 Canadá 18.705 1,9 Canadá 18.419 - 1,6Alemanha 14.458 10,9 Alemanha 14.827 2,6 Alemanha 14.733 - 0,6Finlândia 10.910 9,2 Finlândia 10.942 0,3 Finlândia 10.442 - 4,6Suécia 9.354 6,5 Suécia 9.169 - 1,2 Suécia 9.018 - 1,6França 8.678 8,9 França 8.615 - 0,8 França 8.531 - 1,0Itália 6.689 8,4 Rep. da

Coréia 6.877 6,9 Rep. da

Coréia 7.681 11,7

Rep. da Coréia

6.345 9,3 Itália 6.802 1,4 Itália 6.954 2,1

Brasil 5.698 5,9 Reino Unido 6.095 4,3 Reino Unido 6.188 1,6Reino Unido 5.528 7,8 Brasil 5.856 3,6 Brasil 5.885 1,5CEI 4.826 0,0 CIS 4.450 18,7 Indonésia 4.386 2,80Taiwan 4.199 7,5 Taiwan 4.243 1,0 Taiwan 4.337 2,2Áustria 3.603 9,1 Rússia 4.070 19,3 Espanha 3.767 2,3Espanha 3.500 4,6 Espanha 3.684 5,2 Áustria 3.653 1,5Indonésia 3.054 17,5 Áustria 3.599 - 0,1 México 3.219 5,6Holanda 3.010 5,4 Indonésia 3.429 12,3 Rússia 3.212 - 2,11México 2.860 3,5 México 3.047 6,5 Índia 3.150 1,6Índia 2.300 1,3 Índia 3.025 5,8 Holanda 2.988 0,7Austrália 2.237 5,0 Holanda 2.967 - 1,4 Austrália 2.404 4,8Noruega 2.148 9,1 Austrália 2.294 2,5 Noruega 2.096 - 7,4África do Sul 1.684 12,3 Noruega 2.263 5,4 Tailândia 2.036 3,4

3. O Parte 1 deste documento descreve detalhadamente as características da Região Sul do Rio Grande do Sul.

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37

Tailândia 1.684 27,3 África do Sul

2.002 18,9 África do Sul 1.904 - 6,8

Suíça 1.450 8,9 Tailândia 1.947 16,1 Polônia 1.524 2,0Polônia 1.343 13,2 Polônia 1.494 11,2 Suíça 1.416 1,8Bélgica 1.247 17,4 Suíça 1.434 1,8 Bélgica 1.328 1,0Turquia 1.102 11,5 Bélgica 1.315 5,4 Argentina 1.123 10,2Argentina 961 5,1 Turquia 1.235 12,1 Turquia 1.106 - 10,5Portugal 949 8,3 Argentina 1.019 6,1 Portugal 1.026 5,0

Quadro 55 –Os 30 maiores produtores de polpa nos anos de 1993, 1994 e 1995 (1.000

toneladas)

País 1994 % Dif. 94/93 País 1995 % Dif.

95/94 País 1996 %

Dif. 96/95

USA 58.724 2,9 USA 59.682 2,0 USA 58.234 - 2,4Canadá 24.547 7,2 Canadá 25.388 3,0 Canadá 24.352 - 4,1China 17.054 11,5 China 13.840 10,3 China 19.000 - 12,8Suécia 10.867 9,2 Japão 11.120 5,1 Japão 11.199 0,7Japão 10.579 - 0,1 Suécia 10.187 0,9 Suécia 9.779 - 4,0Finlândia 9.962 6,7 Finlândia 10.089 1,3 Finlândia 9.676 - 4,1Brasil 6.106 10,8 Brasil 5.909 1,4 Brasil 6.255 4,9CEI 3.313 - 24,1 CIS 5.220 29,7 Rússia 4.000 - 21,1França 2.787 9,7 Rússia 5.067 29,6 Indonésia 2.635 30,3Noruega 2.344 8,1 França 2.819 1,1 França 2.517 - 10,7África do Sul 2.165 3,1 Noruega 2.486 6,1 Noruega 2.269 - 8,7Austrália 1.948 96,8 África do Sul 2.210 2,1 Chile 2.060 25,2Chile 1.940 29,1 Austrália 2.038 4,1 Índia 1.900 0,0Alemanha 1.934 - 2,5 Indonésia 2.022 53,8 África do Sul 1.848 - 15,5Áustria 1.595 9,7 Alemanha 1.950 0,8 Alemanha 1.816 - 6,9Portugal 1.539 1,3 Índia 1.870 1,6 Portugal 1.594 - 1,4Espanha 1.425 7,1 Chile 1.646 6,9 Áustria 1.550 - 4,3Indonésia 1.400 7,7 Áustria 1.620 1,6 Espanha 1.461 - 7,4Índia 1.400 0,0 Portugal 1.617 5,1 Nova

Zelândia 1.355 - 3,9

Nova Zelândia

1.358 - 0,7 Espanha 1.577 10,2 Austrália 953 - 3,0

Polônia 893 16,4 Nova Zelândia

1.410 3,8 Polônia 877 - 5,0

Argentina 782 20,4 Polônia 923 9,6 Argentina 750 0,5Reino Unido 626 13,0 Argentina 746 - 4,6 Rep. da

Coréia 618 11,6

Itália 535 1,4 Reino Unido 639 2,0 Reino Unido 575 - 10,0Rep. da Coréia

531 18,8 Itália 579 8,2 Itália 540 - 6,8

Rep. Tcheca 516 22,6 Rep. da Coréia

554 4,1 México 511 21,4

Turquia 416 23,7 Rep. Tcheca 520 0,8 Tailândia 503 71,1Bélgica 370 15,2 Turquia 473 13,9 Rep. Tcheca 490 - 5,8Taiwan 326 3,5 Bélgica 443 19,9 Bélgica 383 - 13,7Colômbia 319 7,3 México 421 52,5 Turquia 352 - 25,6

A produção mundial por tipo de polpa e região está na tabela 57 onde pode observar-se que as pastas semi-químicas, objeto deste estudo, estão sob o nome genérico de "outras polpas", incluindo-se ainda outros tipos de celulose. A produção mundial por tipo de papel e região está na tabela 58,onde observa-se que os papéis para embalagem representam uma parcela significativamente maior que os papéis de imprimir e escrever.

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38

A produção de polpas de não-madeiras representa atualmente apenas 8%, em média, do total de polpas produzidas no mundo. A tendência mundial será a ampliação desta contribuição, em virtude da maior exigência dos países desenvolvidos por tecnologias limpas e matérias-primas facilmente renováveis, associada ainda à reciclagem dos materiais. Quadro 56 –Os 30 maiores consumidores de papel e papelão nos anos de 1994, 1995 e

1996 (1.000 toneladas)

País 1994 % Dif. 94/93 País 1995 % Dif.

95/94 País 1996 % Dif. 96/95

USA 85.804 4,2 USA 87.409 0,7 USA 87.794 - 1,8Japão 28.832 2,7 Japão 30.019 4,1 Japão 30.859 2,8China 24.268 16,2 China 26.499 9,1 China 30.277 14,3Alemanha 16.336 4,4 Alemanha 15.834 - 3,1 Alemanha 15.471 - 2,2Reino Unido 11.090 7,3 Reino Unido 11.288 - 0,6 Reino Unido 11.443 0,4França 9.730 9,1 França 9.631 - 1,1 França 9.382 - 2,6Itália 8.289 10,9 Itália 8.077 - 0,1 Itália 8.250 - 2,2Canadá 6.169 2,9 Canadá 6.730 8,8 Rep.da

Coréia 6.973 6,0

Rep.da Coréia 5.955 6,3 Rep.da Coréia

6.580 8,9 Canadá 6.822 1,5

Espanha 5.012 6,6 Brasil 5.433 18,0 Brasil 5.560 3,4Taiwan 4.731 11,4 Espanha 5.147 1,6 Espanha 5.171 0,5Brasil 4.608 8,4 Taiwan 4.698 - 0,7 Taiwan 4.489 - 4,4Rússia 3.882 - 1,1 CIS 3.623 8,9 Índia 3.855 11,6México 3.747 10,5 Índia 3.381 4,2 México 3.739 13,2Holanda 3.493 7,3 Austrália 3.371 12,5 Austrália 3.274 - 2,9Indonésia 3.054 45,4 México 3.304 - 12,7 Holanda 3.166 1,5Austrália 2.996 8,5 Holanda 3.120 - 10,6 Indonésia 2.916 10,4Índia 2.553 - 2,4 Indonésia 2.751 14,7 Bélgica 2.633 1,7Bélgica 2.474 19,6 Bélgica 2.595 4,9 Tailândia 2.301 2,4Tailândia 2.056 15,9 Rússia 2.362 14,2 Malásia 2.052 2,5Suécia 1.718 - 2,0 Tailândia 2.226 7,6 Rússia 1.842 - 22,1Suíça 1.512 9,1 Suécia 1.857 12,7 Turquia 1.811 6,4África do Sul 1.499 14,0 Malásia 1.802 19,0 África do

Sul 1.767 - 7,3

Áustria 1.489 12,1 África do Sul 1.782 18,9 Suécia 1.748 - 4,6Malásia 1.470 12,4 Turquia 1.701 31,4 Finlândia 1.634 6,0Argentina 1.435 3,6 Finlândia 1.552 14,4 Argentina 1.562 11,4Finlândia 1.357 1,6 Áustria 1.550 4,1 Polônia 1.544 10,0Polônia 1.343 28,4 Polônia 1.534 11,1 Suíça 1.482 - 2,9Turquia 1.294 - 18,4 Suíça 1.526 1,8 Áustria 1.446 - 1,4Dinamarca 1.294 19,4 Argentina 1.402 - 2,3 Hong Kong 1.291 16,9

Fonte: Revista PPI

Quadro 57 –Produção Munidal de polpa por categoria Período 1995 - 1996 (1.000

toneladas)

Polpa Química Polpa Mecânica Outras Polpas Total Polpas Região 1995 1996 1995 1996 1995 1996 1995 1996 União Européia 20.227 19.516 11.246 10.097 360 493 31.834 30.106Oeste Europa – Outros

979 906 1.761 1.807 0 0 2.740 2.514

Oeste Europa – Total

21.305 20.422 13.008 11.705 360 493 34.574 32.619

Leste Europa 5.712 4.846 1.684 1.346 301 250 7.696 6.441Total Europa 26.917 25.268 14.692 13.050 661 743 42.270 39.060América do Norte 67.942 66.241 17.145 16.345 0 0 85.085 82.586

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39

Ásia 16.377 17.303 3.254 3.052 19.880 17.225 39.510 37.579Oceania 1.293 1.233 1.099 1.075 0 0 2.392 2.308América Latina 7.993 8.674 521 541 834 917 9.349 10.133África 1.844 1.658 717 618 121 100 2.682 2.376Total 122.366 120.376 37.427 34.681 21.496 19.984 181.287 174.042

Fonte: Revista PPI

Quadro 58 –Produção Munidal de papel e papelão por categoria Período 1995 - 1996

(1.000 toneladas)

Jornal Impr/Escr Embalagens e

Outros Papéis e Papelões

Total Papel/Papelão Região

1995 1996 1995 1996 1995 1996 1995 1996 União Européia 8.474 8.074 26.564 26.148 34.692 35.117 69.729 69.337

Oeste Europa – Outros

1.236 1.172 1.190 1.118 1.272 1.266 3.698 3.557

Oeste Europa – Total 9.709 9.246 27.755 27.266 35.964 36.383 73.427 72.894

Leste Europa 1.787 1.528 1.564 1.597 5.559 4.930 8.910 8.056

Total Europa 11.496 10.774 29.318 28.863 41.523 41.313 82.337 80.949

América do Norte 15.578 15.329 27.929 27.243 56.431 57.684 99.939 100.256

Ásia 6.020 6.423 20.249 21.839 51.389 53.829 77.655 82.081

Oceania 839 840 380 364 1.979 2.064 3.198 3.268

América Latina 963 1.026 3.070 3.117 8.323 8.576 12.356 12.719

África 378 381 624 587 1.896 1.725 2.897 2.694

Total 35.274 34.773 81.569 82.013 161.541 165.191 278.382 281.968

Fonte: Revista PPI

A tabela 59 apresenta a evolução do emprego de polpas de não-madeiras no mundo.

Quadro 59 - Produção Total de Polpas no Mundo X Produção de

Polpas Não-Madeiras (em milhões de toneladas)

TOTAL NO MUNDO

Total de Polpa para Papel Polpa de Não-Madeiras Percentual de Polpas de Não-Madeiras sobre o Total

1976 1981 1986 1976 1981 1986 1976 1981 1986139,61 154,93 169,93 9,66 11,74 13,06 7,0% 7,6% 7,7%

Fonte: FAO Capacity Survey 1981-1986.

Quadro 60 -Capacidade Instalada dos Maiores Produtores

Mundiais de Polpas de Não-Madeiras

1993 1998* País Capacidade

(em 1.000 t) Capacidade Total,

% de Não-Madeiras

Capacidade (em 1.000 t)

Capacidade Total, % de Não-Madeiras

China 15.246 86,9 16.830 84,3Índia 1.307 55,5 2.001 61,3Paquistão 415 100,0 415 100,0México 321 29,2 324 29,3Perú 296 95,2 296 95,2

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40

Indonésia 267 22,1 267 10,1Colômbia 218 45,1 218 37,2Tailândia 209 100,0 509 100,0Brasil 196 3,1 238 3,3Venezuela 185 75,2 187 75,4Estados Unidos 179 0,3 204 0,3Grécia 150 85,7 160 84,2Espanha 140 7,9 141 7,7Argentina 140 14,6 140 12,8Egito 127 100,0 127 100,0Itália 120 13,3 120 13,3Cuba 108 100,0 108 100,0Turquia 103 16,5 103 16,5Romênia 102 10,9 102 10,9Iraque 101 100,0 101 100,0Taiwan 100 20,0 100 20,0África do Sul 99 6,4 99 6,4Irã 90 25,0 90 25,0Vietnã 86 60,1 100 40,0Total 20.305 20,6 22.980 21,5Total Mundial 20.736 10,6 23.471 11,2

Fonte: Revista PPI * Estimativa21,5

Os maiores produtores mundiais de polpas de não-madeiras são respectivamente China e Índia (90% do total mundial), e também os maiores produtores de polpas de palhas de cereais. Países europeus, como Itália e Espanha, projetam-se também como grandes produtores, mesmo que com produções bem inferiores. Enquanto o Brasil produz anualmente 4,5 milhões de toneladas de todos os tipos de polpa, a China produz 7 milhões de toneladas de polpas de palhas. Entretanto, na China existem 9 mil fábricas de celulose e 5 mil fábricas de papel, geralmente com produções extremamente baixas, quando comparadas a fábricas do continente europeu e continente americano. No Brasil, existem 38 fábricas de celulose e 146 fábricas de papel. Analisando-se a tecnologia, as técnicas de trabalho, regime de produção e comercialização, é mais conveniente adaptá-las de países europeus. A tabela 61 apresenta os maiores produtores de polpas de palha.

Quadro 61 -Capacidade Instalada dos Maiores Produtores

Mundiais de Polpas de Palha (1.000 toneladas)

1985 1993 1998* País Capacidade

% Sobre o Total

Mundial Capacidade

% Sobre o Total

Mundial Capacidade

% Sobre o Total

Mundial China 5.037 81,7 8.413 87,95 9.015 88,49Índia 350 5,7 284 2,97 296 2,90Espanha 115 1,9 125 1,31, 125 1,27Itália 92 1,5 30 0,31 30 0,29Turquia 77 1,2 77 0,80 77 0,76Dinamarca 70 1,1 51 0,54 51 0,51Egito 67 1,1 67 0,70 67 0,66Romênia 58 0,9 58 0,60 58 0,57Grécia 50 0,8 10 0,10 15 0,15Indonésia 43 0,7 52 0,54 52 0,51Paquistão 33 0,5 260 2,72 260 2,55Síria 32 0,5 0 0,00 0 0,00Bulgária 28 0,5 12 0,12 12 0,12Iugoslávia 28 0,5 28 0,29 28 0,27Argélia 25 0,4 25 0,26 25 0,25Hungria 19 0,3 7 0,07 7 0,07Sri Lanka 16 0,3 9 0,09 9 0,09

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41

Tailândia 12 0,2 10 0,10 10 0,10Irã 0 0 30 0,31 30 0,29Subtotal (19 países)

6.152 99,8 9.548 99,81 10.167 99,80

Total Mundial (estim.)

6.166 100,0 9.566 100,0 10.187 100,00

* Estimativa Fonte: Revista PPI

Na maioria dos países produtores de polpas de não-madeiras, os sistemas de enfardamento, estocagem e transporte são os principais componentes do custo final das matérias-primas, expressa em t/ha. Observando-se o valor adotado, em nível de média mundial, para palha de arroz (1,4 a 2 t/ha) e, comparando-se com o valor médio encontrado na Região Sul do estado do Rio Grande do Sul (3 a 5 t/ha), podemos projetar as grandes vantagens em favor desta última. Dentre elas está a maior produtividade por hectare, facilitando o trabalho das enfardadeiras, diminuindo a área necessária e reduzindo as distâncias de transporte.

Quadro 62 -Capacidade Instalada dos Maiores Produtores

Mundiais de Polpas de Não-Madeiras

1993 1998* País Capacidade

(em 1.000 t) Capacidade Total,

% de Não-Madeiras

Capacidade (em 1.000 t)

Capacidade Total, % de Não-Madeiras

China 15.246 86,9 16.830 84,3Índia 1.307 55,5 2.001 61,3Paquistão 415 100,0 415 100,0México 321 29,2 324 29,3Perú 296 95,2 296 95,2Indonésia 267 22,1 267 10,1Colômbia 218 45,1 218 37,2Tailândia 209 100,0 509 100,0Brasil 196 3,1 238 3,3Venezuela 185 75,2 187 75,4Estados Unidos 179 0,3 204 0,3Grécia 150 85,7 160 84,2Espanha 140 7,9 141 7,7Argentina 140 14,6 140 12,8Egito 127 100,0 127 100,0Itália 120 13,3 120 13,3Cuba 108 100,0 108 100,0Turquia 103 16,5 103 16,5Romênia 102 10,9 102 10,9Iraque 101 100,0 101 100,0Taiwan 100 20,0 100 20,0África do Sul 99 6,4 99 6,4Irã 90 25,0 90 25,0Vietnã 86 60,1 100 40,0Total 20.305 20,6 22.980 21,5Total Mundial 20.736 10,6 23.471 11,2

Fonte: Revista PPI * Estimativa21,5

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42

Quadro 63 -Capacidade Instalada dos Maiores Produtores

Mundiais de Polpas de Palha (1.000 toneladas)

1985 1993 1998* País Capacidade

% Sobre o Total

Mundial Capacidade

% Sobre o Total

Mundial Capacidade

% Sobre o Total

Mundial China 5.037 81,7 8.413 87,95 9.015 88,49Índia 350 5,7 284 2,97 296 2,90Espanha 115 1,9 125 1,31, 125 1,27Itália 92 1,5 30 0,31 30 0,29Turquia 77 1,2 77 0,80 77 0,76Dinamarca 70 1,1 51 0,54 51 0,51Egito 67 1,1 67 0,70 67 0,66Romênia 58 0,9 58 0,60 58 0,57Grécia 50 0,8 10 0,10 15 0,15Indonésia 43 0,7 52 0,54 52 0,51Paquistão 33 0,5 260 2,72 260 2,55Síria 32 0,5 0 0,00 0 0,00Bulgária 28 0,5 12 0,12 12 0,12Iugoslávia 28 0,5 28 0,29 28 0,27Argélia 25 0,4 25 0,26 25 0,25Hungria 19 0,3 7 0,07 7 0,07Sri Lanka 16 0,3 9 0,09 9 0,09Tailândia 12 0,2 10 0,10 10 0,10Irã 0 0 30 0,31 30 0,29Subtotal (19 países)

6.152 99,8 9.548 99,81 10.167 99,80

Total Mundial (estim.)

6.166 100,0 9.566 100,0 10.187 100,00

* Estimativa Fonte: Revista PPI

Quadro 64 –Matérias-primas: Quantidade média coletável (em toneladas por hectare)

Matéria-Prima Quantidade Média (t/ha)

Bagaço de cana 5,0 a 12,4 Bambu cultivado 2,5 a 5,0 Bambu natural 1,5 a 2,0 Palha de arroz 1,4 a 2,0 Palha de trigo 2,2 a 3,0 Talo de milho 5,5 a 7,0 Talo de sorgo 5,5 a 7,0

Fonte: Joseph E. Atchison Consultants, Inc. Obs.: Quantidade média coletável de palha de arroz na região sul do RS: 3 a 5 t/ha

3.4. Características gerais das Matérias-primas e estimativas As matérias-primas fibrosas derivadas da madeira geralmente apresentam baixíssimos teores de cinzas e altos teores de lignina, quando comparadas a fibras de não-madeiras. Não pode ser feito nenhum tipo de comparação quanto ao tamanho das fibras

Quadro 65 –Dimensões das fibras de matérias-primas para a obtenção de polpas

Matéria-prima Comprimento (mm) Diâmetro (µm) Bagaço (desmedulado) 1,0 a 1,5 20 Bambu 2,7 a 4,0 15 Eucalipto 0,7 a 1,3 20 a 30 Milho e sorgo 1,0 a 1,5 20

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Palha de arroz 0,5 a 1,0 8 a 10 Palha de trigo 1,5 15 Pinus (Brasil) 2,7 a 4,6 32 a 42

Fonte: Hurter Fibre Consultants, Inc. Quadro 66 –Propriedades Químicas das matérias-primas para a obtenção de polpas

Matéria-prima Celulose cross and bevan (%)

Alfa Celulose (%)

Lignina (%)

Pentosanas (%)

Cinzas (%)

Sílica (%)

Bagaço 49 a 62 32 a 44 19 a 24 27 a 32 1,5 a 5 0,5 a 3Bambu 57 a 66 26 a 43 21 a 31 15 a 26 1,7 a 4,8 0,69 Palha de arroz 43 a 49 28 a 36 12 a 16 23 a 28 15 a 20 9 a 14Palha de trigo 49 a 54 29 a 35 16 a 21 26 a 32 4,5 a 9 3 a 7 Pinus 53 a 62 40 a 45 26 a 34 7 a 14 1 ---

Fonte: Joseph E. Atchison Consultants, Inc. Quadro 67 –Comparação da Composição da Casca e da Palha de Arroz com a Palha de

Trigo

Constituinte Casca de Arroz Palha de Arroz Palha de Trigo Lignina (%) 9 a 20 5 a 11 8 a 14Celulose (%) 28 a 36 24 a 34 34 a 48Pentosanas (%) 21 a 22 15 a 21 11 a 24Hemicelulose (%) 12 19 a 29 19 a 31Sílica (%) 18,8 a 22,3 11 a 15 5Fibra Crua (%) 34,5 a 45,9 26 a 33,9 34,4 a 39,6Carboidratos (%) 26,5 a 29,8 39,2 a 40,6 38,9 a 43,0Proteína Crua (%) N x 6,25 1,9 a 3,0 2,8 a 4,4 2,2 a 3,6Cálcio (mg/g) 0,6 a 1,6 0,9 a 5,0 1,4 a 1,8Fósforo (mg/g) 0,3 a 0,7 0,61 a 0,65 0,7Nutrientes Digeríveis Totais (%) 9,3 a 9,5 39 38 a 40

Obs.: medições a 14% de umidade Fonte: International Rice Research Institute

Quadro 68 –Tipos de Papéis fabricados com Fibras de Não-madeiras

Matéria-Prima

Tipo de Papel ou Papelão Percentagemde Uso (%)

Matéria-prima Auxiliar

Imprimir/Escrever 20-100 Polpa de madeira Impressão e Escrita (P.M.*) 20-100 Polpa de madeira Tissue 60-90 Polpa de madeira BAGAÇO Duplex e Triplex 20-70 Polpa de madeira Miolo 50-90 Papel reciclado Sacos 50-85 Polpa Kraft Sacos multifolhados 30-70 Polpa Kraft Imprimir/Escrever 70-90 Polpa de madeira e Polpa de palha Impressão e Escrita (P.M.) 40-60 Polpa de madeira BAMBU Duplex e Triplex 30-80 Polpa de madeira, de palha e bagaço Sacos multifolhados 80-100 Polpa Kraft Liner 60-100 Polpa Kraft Imprimir/Escrever 20-100 Polpa de madeira Impressão e Escrita (P.M.) 20-50 Polpa de madeira Juntas à prova de graxa 30-90 Polpa Sulfito PALHAS Duplex e Triplex 20-70 Polpa de madeira Miolo 50-90 Papel reciclado Capa 80-100 Papel reciclado Papel de embrulho "B" 50-60 Papel reciclado e/ou Polpa de madeira

Fonte: Adaptado de Hurter Fibre Consultants, Inc.

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As fibras de não-madeiras, em especial as palhas de cereais, se prestam à confecção de basicamente todos os tipos de papéis, sendo, entretanto, mais conveniente que países como o Brasil, por exemplo, não destinem estas a usos conflitantes com as polpas de madeira. Uma propriedade importante no papel destinado à confecção de embalagens é a rigidez, e papéis fabricados com pastas de palha de arroz apresentam elevada rigidez. Outro motivo que indica o uso de polpas de palha de arroz para papel de embalagem é o déficit previsto de papelão para ondular nas próximas décadas. As polpas de não-madeiras têm uma participação pouco expressiva (1,48%) como polpas de mercado, sendo mais conveniente comercializá-las como papel acabado.

Quadro 69 –Balanço Mundial de Papelão ondulado por Principais Regiões (em milhões de

toneladas)

Região Balanço Projeção de Balanço

1986 2001 América do Norte +2,4 +3,4 Europa Ocidental -0,8 -0,3 Japão +0,1 -0,5 Resto do Mundo -2,0 -2,6 Total Mundial -0,3 ------

Fonte: Jaakko Pöyry Engenharia. Quadro 70 –Mercado de polpa produzida pelos países selecionados Ano de 1991 (em

1.000 toneladas)

Países Sulfato Sulfito Mecânica Semi-Química

Não-Madeira

Reciclado Total

Canadá 6.405 528 1.101 ---- ---- 71 8.105U.S.A. 6.953 1.012 6 ---- 165 47 8.183Suécia 2.654 385 395 ---- ---- ---- 3.434Finlândia 1.091 164 75 ---- ---- 60 1.390Noruega 280 152 238 32 ---- ---- 702Brasil 1.901 25 8 49 ---- ---- 1.983Japão 787 187 ---- 40 ---- ---- 1.014Portugal 1.198 113 ---- ---- ---- ---- 1.311França 730 257 3 ---- ---- ---- 990Espanha 541 17 35 ---- 5 ---- 598Nova Zelândia 290 ---- 126 ---- ---- ---- 416Chile 625 ---- ---- ---- ---- ---- 625C.E.I. 990 250 ---- ---- ---- ---- 1.240Total 24.445 3.090 1.987 121 170 178 29.991Total Mundo 26.954 4.385 2.149 302 461 205 34.456

Fonte: Pulp and Paper Industry, agosto 1992.

No quadro 68, pode-se observar que o papel reciclado é considerado como matéria-prima auxiliar para a fabricação de certos tipos de papéis, justamente os que são contemplados neste estudo. Para o papel miolo (ondulado), a composição fibrosa pode ser exclusivamente polpa de palha, enquanto que para a confecção da capa interna de uma caixa de papelão é necessária a introdução de fibra longa, encontrada no papel reciclado selecionado. Nas tabelas seguintes pode ser observada uma tendência de aumento constante da quantidade de papel a ser reciclado em todo o mundo. Isto se deve à constante e crescente pressão de grupos ambientalistas e aos motivos econômicos decorrentes da reciclagem.

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Quadro 71 –Recuperação Mundial de Papel reciclado no período de 1985 a 1995

Região Recuperação de Papel Reciclado (em milhões de t) 1985 1990 1995América do Norte1 19,9 28,8 41,7Oeste Europeu 15,5 22,0 30,5Ásia/Costa do Pacífico 16,0 24,8 34,8Leste Europeu 4,7 4,8 5,5América Latina2/África 2,7 3,3 4,5TOTAL 58,8 83,7 117,0

1. EUA, Canadá e México. 2. Excluindo o México. Fonte: Pulp and Paper Industry, Trade Associations, Financial Times. 1992

Quadro 72 –Importação Mundial de Papel reciclado no período de 1985 a 1995

Região Importação de Papel Reciclado (em milhões de t) 1985 1990 1995

América do Norte1 1,2 1,5 2,8Oeste Europeu 3,5 5,2 6,6Ásia/Costa do Pacífico 2,2 5,3 7,7Leste Europeu 0,2 0,2 0,4América Latina2/África 0,2 0,3 0,3TOTAL 7,3 12,5 17,8

1. EUA, Canadá e México. 2. Excluindo o México. Fonte: Pulp and Paper Industry, Trade Associations, Financial Times. 1992

Quadro 73 –Exportação Mundial de Papel reciclado no período de 1985 a 1995

Região Exportação de Papel Reciclado (em milhões de t) 1985 1990 1995

América do Norte1 3,2 6,2 10,7Oeste Europeu 2,8 4,3 7,0Ásia/Costa do Pacífico 0,5 0,7 1,0Leste Europeu 0,2 0,2 0,3América Latina2/África - - -TOTAL 6,7 11,4 19,0

1. EUA, Canadá e México. 2. Excluindo o México. Fonte: Pulp and Paper Industry, Trade Associations, Financial Times. 1992

2. Quadro 74 –Consumo Mundial de Papel reciclado no período de 1985 a 1995

Região Consumo de Papel Reciclado (em milhões de t) 1985 1990 1995 América do Norte1 17,5 23,7 32,9Oeste Europeu 16,4 22,8 29,8Ásia/Costa do Pacífico 18,0 29,0 41,8Leste Europeu 4,6 4,5 5,5América Latina2/África 3,0 3,5 4,8TOTAL 59,5 83,5 114,8

1. EUA, Canadá e México. 2. Excluindo o México. Fonte: Pulp and Paper Industry, Trade Associations, Financial Times. 1992

Analisando-se a variação dos preços das aparas de papel (papel reciclado) nos últimos 10 anos e comparando-se com o preço do papel miolo fabricado com aparas, podemos afirmar que sempre quando houver um aumento no preço das aparas, automaticamente aumentará o preço do miolo, e vice-versa. No Brasil, todo o miolo é fabricado a partir de aparas de papel. A utilização da palha de arroz como matéria-prima, tendo um preço estável, visto que os produtores de arroz, que são os fornecedores da palha, também são sócios da fábrica de papel, permite uma estabilidade à empresa e um aumento significativo do faturamento nos períodos de alta dos preços das aparas.

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Quadro 75 –Variação dos preços de papel miolo e aparas de papel Período de 1986 a 1992 – US$ / tonelada

75

271

56

95

65

144

40

80

59

190

88

315

221

65

72

121

274

201223

390

162

335

291

384

509

490

761

495

442

340312

305

246

324

433

332

702

500

0

100

200

300

400

500

600

700

800

AparasMiolo

1986 1987 1988 19901989 1991 1992

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Quadro 76 –Balanço Global de Fibras na Indústria Papeleira no período de 1985 a 2000

(em milhões de toneladas)

Balanço 1985 1990 1995 2000 Produção de papel e papelão 193,3 238,8 283,5 330,0Consumo de papel e papelão 192,6 237,1 285,6 329,0Consumo de polpa 140,6 160,6 175,2 186,9Recuperação de papel usado 58,9 83,7 116,9 151,1Consumo de papel usado 59,5 83,5 114,8 151,1Taxa de recuperação de papel usado (%) 30,6 35,2 40,9 45,9Taxa de utilização de papel usado 29,7 34,3 39,8 44,7Taxa de utilização de polpa 70,3 65,7 60,2 55,3

Fonte: Pulp and Paper Industry and Financial Times Estimates and FT Forecasts

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Quadro 77 –Incremento de Produção de polpa no período de 1984 a 1996 (em 1.000 toneladas)

Região 84-87 85-88 86-89 87-90 88-91 89-92 90-93 91-94 92-95 93-96 África 930 754 258 302 193 255 140 44 23 25Ásia 5.359 4.254 3.217 3.254 2.405 2.050 1.380 1.555 2.037 3.544Austrália 250 195 275 315 164 562 375 360 230 275Europa 4.538 5.111 5.295 5.414 4.582 8.413 8.413 7.799 6.820 5.071América do Norte 3.249 3.999 4.946 2.160 4.584 6.572 5.856 4.117 2.475 2.854América Latina 1.920 1.336 906 393 393 1.277 2.245 1.180 1.310 920Total Mundial 16.246 15.649 14.897 11.838 12.321 19.129 18.409 15.685 11.838 11.689

Fonte: Revista Pulp and Paper Industry, janeiro 1993

Quadro 78 –Incremento de Produção de papel e papelão no período de 1984 a 1996 (em 1.000 toneladas)

Região 84-87 85-88 86-89 87-90 88-91 89-92 90-93 91-94 92-95 93-96

África 1.395 775 450 555 460 460 160 105 60 20Ásia 1.986 2.068 1.725 1.098 1.065 706 1.120 1.810 1.930 2.675Austrália 152 102 105 105 230 1.000 590 635 525 355Europa 2.551 2.359 3.502 3.158 2.628 3.835 5.090 4.735 3.585 2.655América do Norte 2.745 2.653 2.082 1.564 2.984 4.386 5.232 4.277 3.600 4.097América Latina 1.908 1.587 1.775 1.490 1.976 3.020 4.475 4.305 2.615 2.125Total 10.737 9.544 9.639 7.970 9.343 13.407 16.667 15.867 12.315 11.297

Fonte: Revista Pulp and Paper Industry, janeiro 1993

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3.4.1. Características Específicas das Matérias-primas Através de um convênio entre Escola Técnica Federal de Pelotas e Riocell S.A., há seis anos está sendo desenvolvida uma pesquisa dirigida à obtenção de celulose e papel a partir de palha e casca de arroz, pelo professor Wagner David Gerber. O detalhamento das matérias-primas utilizadas é feito nas Partes VI e VII deste documento.

3.4.2. Avaliação do Setor de Papel e Celulose no Brasil

3.4.2.1. Integração O setor de Papel e Celulose é composto por 235 empresas que operam 268 unidades industriais, localizadas em 17 estados brasileiras. Utilizando exclusivamente madeiras provenientes de florestas plantadas, conta atualmente com 1,5 milhão de hectares de reflorestamentos próprios, principalmente, pinus (38%) e eucalipto (59%). O setor é tradicionalmente controlado por capitais nacionais (87%) e apresenta, segundo estatísticas da ANFPC que cobrem um universo de 202 empresas responsáveis por 98% da produção nacional, os seguintes níveis de integração industrial:

Quadro 79 –Níveis de Integração Industrial

Nível de Integração Nº de Empresas Pastas, Celulose e Papel 4 Pastas e Papel 33 Celulose e Papel 29 Pastas 25 Celulose 5 Papel 106

Fonte: ANFPC

3.4.2.2. Produção A produção brasileira de papel, em 1994, foi de 5,6 milhões de toneladas, 5,0% acima à do ano anterior e, a de celulose e pastas, 5,7 milhões de toneladas, com crescimento de 5,2%. Os papéis para embalagem e os papéis para imprimir/escrever participaram com 43% e 33%, respectivamente, da produção nacional. A celulose branqueada de eucalipto participou com 69% do total da celulose produzida. No período de 1984-1994, a taxa de crescimento médio anual da produção nacional de papel foi de 4,1% e a de celulose, 4,7%. O faturamento total em 1994 foi estimado no equivalente a US$ 5,6 bilhões e os impostos diretos gerados pelas empresas em US$ 600 milhões.

Quadro 80 –Produção Total no período de 1985 a 1994 (em toneladas)

Ano PAR Celulose Papel 1985 312.513 3.403.464 4.021.400 1986 358.830 3.555.407 4.525.570 1987 390.471 2.664.461 4.711.664 1988 397.688 3.792.868 4.683.952 1989 426.421 3.943.879 4.871.336 1990 436.455 3.914.688 4.715.791 1991 431.596 4.346.520 4.914.113 1992 431.777 4.870.567 4.920.733 1993 460.742 5.010.188 5.301.040 1994 432.208 5.316.541 5.568.266

Fonte: ANFPC

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3.4.2.3. Empregos Em 1994, essas empresas proporcionaram 68 mil empregos em suas atividades industriais e 43 mil nas florestais, perfazendo um total de 111 mil empregos diretos.

3.4.2.4. Capacidade A capacidade instalada situa-se em 6,7 milhões de toneladas de papel e 6,5 milhões de toneladas de celulose. O nível de utilização no exercício foi de 83% e 88%, respectivamente, para papel e celulose, a as empresas reciclam cerca de 1,6 milhão de toneladas de aparas/papéis velhos em seus processos de produção.

3.4.2.5. Consumo Da produção nacional, o mercado internacional, constituído pelas vendas domésticas e consumo próprio das empresas, absorveu 74% do papel e 63% da celulose, sendo o restante destinado à exportação. O consumo de papel no país cresceu 8,0% no ano, atingindo 4,5 milhões de toneladas. O consumo per capita foi de 29,0 Kg, contra 27,3 Kg em 1993.