etiqueta religiosa

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Etiqueta religiosa : O comportamento perante o Clero e na Paróquia. RELIGIOSA PARTE 2 NA PARÓQUIA No tratamento do clérigo, para se evitar qualquer falta de respeito, é preciso ter um mínimo de conhecimentos sobre o Sacerdócio. Na Igreja Ortodoxa existem tres graus do Sacerdócio: diácono, sacerdote, bispo.  Ainda antes de promoção para a dignidade do diácono, o homem deve decidir: vai passar a exercer o serviço de sacerdote sendo casado (o clero branco) ou se tornará um monge (o clero negro),os primeiros servindo nas paróquias e os últimos nos mosteiros. Contudo,desde o século XIX na Igreja Russa existe o instituto de formação dos sacerdotes celibatarios, e estes, diáconos e sacerdotes celibatários também fazem parte do clero paroquial. Então, atualmente, os sacerdotes-monges servem não somente nos mosteiros, mas são frequentes em paróquias, tanto nas cidades, como nas aldeias. O Bispo deve obrigatoriamente ser do clero negro.  A hierarquia sacerdotal pode ser apresentada de seguinte forma: CLERO BRANCO CLERO NEGRO I. DIÁCONO Diácono Protodiácono (o diácono superior em uma catedral) Hierodiácono  Arquidiácono (o diácono superior em mosteiro) II. SACERDOTE Sacerdote, ou presbítero  Arcipreste (sacerdote superior) Hieromonge Superior  Arquimandrita III. BISPO 

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Etiqueta religiosa : O comportamento perante o Clero ena Paróquia.

RELIGIOSA PARTE 2 

NA PARÓQUIA

No tratamento do clérigo, para se evitar qualquer falta de respeito, é preciso ter um mínimo deconhecimentos sobre o Sacerdócio.

Na Igreja Ortodoxa existem tres graus do Sacerdócio: diácono, sacerdote, bispo.

 Ainda antes de promoção para a dignidade do diácono, o homem deve decidir: vai passar aexercer o serviço de sacerdote sendo casado (o clero branco) ou se tornará um monge (o cleronegro),os primeiros servindo nas paróquias e os últimos nos mosteiros.Contudo,desde o século XIX na Igreja Russa existe o instituto de formação dos sacerdotescelibatarios, e estes, diáconos e sacerdotes celibatários também fazem parte do cleroparoquial. Então, atualmente, os sacerdotes-monges servem não somente nos mosteiros, massão frequentes em paróquias, tanto nas cidades, como nas aldeias. O Bispo deveobrigatoriamente ser do clero negro. A hierarquia sacerdotal pode ser apresentada de seguinte forma:

CLERO BRANCO  CLERO NEGRO I. DIÁCONO

DiáconoProtodiácono(o diácono superior emuma catedral) 

Hierodiácono Arquidiácono(o diácono superior emmosteiro) 

II. SACERDOTE

Sacerdote, ou presbítero Arcipreste(sacerdote superior) 

HieromongeSuperior  Arquimandrita III. BISPO 

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Bispo ArcebispoMetropolitaPatriarca 

Se um monge atinge um grau mais elevado de asceticismo, ele pode receber a Shema (a maiselevada graduação para os monges – no qual ele recebe um paramento que se vincula a umavisão da vestimenta dos anjos), ao seu título então se acrescenta o "shema” – Shema-monge,Shema-hierodiácono, Shema-hieromonge (ou hieroshemamonge), Shema-superior de algummonastério, Shema-arquimandrita, Shema-Bispo ( neste caso, este é obrigado a deixar agestão da Diocese).

No tratamento com o clero é preciso fazer todo o possível para empregar o estilo respeitoso dalinguagem. Desta maneira, não é o mais respeitoso o tratamento “sacerdote” (sem aplicação donome).No ramo ocidental do Cristianismo se aplica o termo “Padre”, o que não é familiar  para acultura ortodoxa. Em templos russos o sacerdote é tratado como “bátiuska” quando

diretamente, e sacerdote(com soma do nome) quando mencionado a outra pessoa. A questão sobre a forma de tratamento: tu, você ou o senhor, no que diz respeito ao meioreligioso o tratamento será sempre "senhor". É claro que nas relações mais próximas é naturalque este tratamento seja mais abrandado, com o uso do “você”, mas na presença das demaispessoas não tão intimas tal forma se entende como sendo um violação da norma. Destamaneira, a esposa do diácono ou do sacerdote em casa naturalmente vai tratar o marido por “tu ou você”, mas este tratamento na paróquia soaria como algo destoado, pois mina aautoridade do sacerdote.

TRATAMENTO DO DIÁCONO 

O diácono é o assistente do sacerdote. Ele não possui a graça que tem o sacerdote e lhe é

dada no sacramento de ordenação. Por isso o diácono não pode celebrar a liturgias, realizar sacramentos, celebrar ofícios de memória dos mortos, benzer a casa e outros serviços denecessidade, sem ter a presença de um Presbítero ou Bispo. Daí que não se pede ao Diáconopara realizar Sacramentos ou ofícios, bem como não se pede a sua benção.Mas, sem dúvida, o Diácono pode ajudar com um conselho e com suas preces.

Em caso de querer saber o nome do sacerdote, , normalmente se faz a seguinte pergunta :“Desculpe, como é o seu nome santo?” (assim pode se fazer  a qualquer ortodoxo)

TRATAMENTO DO SACERDOTE

Na prática religiosa não é habitual a saudar o sacerdote com as palavras: “Bom dia”, “Boatarde”, “Boa noite”. Ao encontro se pede a benção com as palavras: “Me abençoe, Bátiuchka”.

Despedindo-se também sempre se pede a benção.

O sacerdote, ao se apresentar, deve dizer: Sacerdote Vassíly Ivanov”, “Arcipreste GuenádyPetrov”, “Superior Leonid”, mas seria uma violação da etiqueta religiosa dizer: “Eu souSacerdote Mikhail Sídorov”. 

Em terceira pessoa, se referindo ao sacerdote, geralmente se diz: “O pároco abençoou”, “OSacerdote Mikhail acha...”. Em uma situação na qual pode haver muitos sacerdotes comnomes iguais, para distinguí-los, se diz: “O Arcipreste Nicolau está viajando e o SacerdoteNicolau comunga”. Ou também, neste caso ao nome se acrescenta o sobrenome: “SacerdoteNikolay Másslov está agora na audiência com o Vladyka”. 

 A combinação “Sacerdote” e sobrenome do sacerdote (“Sacerdote Krávchenko”) usa-se, mas

de forma rara, pois marca uma conotação mais oficial e formal.

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O conhecimento de tudo isso é necessário, mas, por vezes estas informações se tornaminsuficientes por causa de diversidade da vida paroquiana. Observemos algumas situações :Como deve agir um leigo, se ele se deparar com varios sacerdotes? Aqui podem haver muitas variações, mas a regra geral é a seguinte: Se pede primeiro abenção aos sacerdotes de grau mais elevado(como exemplo,os arciprestes antes dospresbíteros). Se já tiver recebido benção de dois ou mais sacerdotes, mas ainda há mais tres

ou quatro “bátiuskas”, peça a benção deles tabém. Mas se o leigo notar que isso se tornacomplicado por qualquer motivo, diga: “Me abençoem Bátiuskas” e se curve. Notemos, que naOrtodoxia não é habitual o tratamento “Santo Padre”, mas sim “Bátiuska” (por exemplo:“Reze por mim, Bátiuska”) Uma outra situação: um grupo de fiéis no pátio da igreja está sendo abençoado por umsacerdote. Neste caso é preciso agir da seguinte maneira: inicialmente vem homens (se nogrupo ha sacerdotes, estes recebem a benção primeiro) conforme a idade. Depois vem asmulheres (também conforme a idade). Se uma família está sendo abençoada, inicialmenterecebe a benção o marido, depois a esposa, e depois os filhos (conforme a idade). Se um fielquer apresentar alguem ao sacerdote, diz: “Bátiuska, esta é a minha esposa. Peço que aabençoe”. 

E como agir, no caso de encontrar o sacerdote na rua, no transporte, em um lugar social ( em

uma repartição, em uma loja, etc...)? Mesmo, se ele estiver vestido com trajes seculares, oleigo pode se aproximar dele e pedir a benção, isto é, se ele perceber que isso não vaiatrapalhar o sacerdote. Caso for impossível tomar a benção, o leigo deve se limitar a umaligeira reverência.

Na despedida, da mesma forma como na apresentação, o leigo pede a benção do sacerdote:“Me perdoe e me abençoe, Bátiuska”. 

COMPORTAMENTO NA CONVERSA O tratamento do leigo para com o sacerdote deve ser cheio de deferência e respeito, afinal osacerdote é o portador da bem-aventurança, recebida por ele no sacramento do Sacerdócio, éa personalidade nomeada pela hierarquia religiosa para cuidar do rebanho das ovelhas deCristo.

Na conversa com um sacerdote é preciso ter sempre uma linguagem digna, seja pelos gestos,postura ou olhar. Isso significa que nesta linguagem não pode haver palavras e expressõesgrosseiras, gírias, como é repleta a linguagem no mundo. Gestos e mímicas devem ser limitados ao mínimo (sabe-se que uma gesticulação contida indica boa educação).Na conversa não se pode tocar o sacerdote, ou trata-lo com excessiva familiaridade. Nestacomunicação se deve observar um certo distanciamento. A violação desta distância (em umaposição excessivamente próxima ao interlocutor) é uma violação das normas e da etiqueta dosleigos. Não é bom costume ficar sentado quando o sacerdote está de pé. O olhar, quenormalmente é sujeito a um menor controle consciente, não pode ser perscrutador, desafiador ou irônico. O olhar dócil, humilde, caracteriza pessoa bem-educada.Em geral, é preciso tentar ouvir o outro, não cansando o interlocutor com loquacidade etagarelice. Na conversa com o sacerdote, um leigo deve ter em mente que através dosacerdote - estando este a serviço dos Mistérios Divinos – se pode falar ao próprio Senhor.

Por isso, os paroquianos devem sempre estar atentos às palavras do seu mentor espiritual. A comunicação entre os leigos se regem pelas mesmas normas de conduta.

COMUNICAÇÃO POR ESCRITO 

 A comunicação por escrito (correspondência), sendo menos utilizada em comparação com averbal, também existe no meio religioso e tem as suas regras. Outrora estas comunicaçõeseram quase uma forma de arte e a herança epistolar dos escritores religiosos ou até entresimples leigos era admirável, por vezes maravilhosa, algo quase inatingível.O calendário religioso é a festa contínua. Não é de admirar que as mensagens mais divulgadasdos fiéis registram felicitações sobre as festas da Páscoa, do Natal, e outras.Infelizmente, as felicitações raramente são enviadas e recebidas oportunamente. Isso é umdescuido de quase todos, e que acabou por se tornar um mau hábito. Embora esteja claro que,

por exemplo, à Páscoa e o Natal sejam precedidos de um jejum de muitos dias e até mesmoextenuante, e que os últimos dias antes das festas são cheias de preocupações, nada disso

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 justifica a omissão e o retardo nas saudações. É preciso criar uma regra para felicitar eresponder às cartas oportunamente.Não existem regras rigorosas na composição de cartas. O importante é que sejam sinceras etransmitam amor, mas pode-se, porém, observar algumas formas estabelecidas. A felicitação da Páscoa começa com as palavras: “O Cristo Ressuscitou!” (normalmente comtinta vermelha) e termina: “Em Verdade Ressuscitou!” (também em vermelho). 

 A carta-felicitação pode ser escrita assim: Cristo Ressuscitou! Desejo-lhe uma Grande e SantaPáscoa. Que prazer se dá em minha alma: “Cristo é a alegria eterna”. Que esta alegria nãoabandone os seus caminhos. Com amor no Cristo Ressuscitado (assina) Em VerdadeRessuscitou !Já uma felicitação de Natal pode ser iniciada com as palavras: “O Cristo nasceu – glorifiquemo-Lo!” E assim também começa o hino da primeira canção do cânone de Natal.Podemos tambem escrever algo assim :O Cristo nasceu – glorifiquemo-Lo! Cara irmã em Cristo .! Mando-lhe as minhas felicitações deNatal, acompanhadas dos meus votos de oração para que a sua vida de estabeleça em Cristo.Que seu coração seja purificado para que voce se aproxime cada vez mais do grande mistérioda devoção: “Deus se fez na carne!” Desejo-lhe o auxílio da Criança Divina , o Cristo, em seus afazeres, para que estes sejam deagrado a Deus.

 Ao escrever a felicitação para o Dia do Anjo ( em Homenagem de um Santo que leva o mesmonome) geralmente desejamos o apoio do protetor celeste.Na festa do padroeiro de nossa paróquia, buscamos felicitar toda a paróquia: o sacerdote, osparoquianos. Caso se desejem palavras simples, pode-se começar assim: “Querido Sacerdote(ou Querido bátiuchka) e todos os paroquianos, felicito(amos)...” Caso prefiram palavras mais solenes e oficiais, a titulação deve ser diferente. Aqui será precisolembrar a tabela acima apresentada. O que é próprio para um Diácono, Sacerdote, umHieromonge se endereça: “Vossa Reverencia”. Já ao Superior, um  Arquimandrita: “VossaReverendíssima”. À MESA DA CANTINA PAROQUIANA 

Quando muitos estão reunidos à mesa, ocupe um lugar livre, não fazendo os outros sedeslocarem. Caso a refeição já tenha começado, ao peça desculpas e deseje a todos: “Anjo na

refeição” e ocupe um lugar livre. Geralmente, nas paróquias não existe uma divisão de mesas estritas, como nosmosteiros(onde temos a primeira mesa, a segunda mesa etc...). Apesar disso, na cabeceira damesa fica o sacerdote ou o superior dos sacerdotes. Do lado direito dele está o próximo pelograu, do lado esquerdo – o sacerdote conforme o cargo. Junto ao sacerdote está o presidentedo conselho paroquiano, membros do conselho, eclesiásticos ( leitor, acolito do altar), cantores.Geralmente, o sacerdote abençoa e convida a comer os convidados de honra mais perto àcabeceira da mesa. Em geral, se guiam com as palavras do Salvador sobre a humildade aoalmoço (veja Lucas: 14, 7-11). A ordem da refeição na paróquia frequentemente copia a do mosteiro: em caso de almoçocomum, o leitor nomeado, de pé, depois da benção do sacerdote lê em voz alta a Vida dosSantos ou um sermão, que se ouve com atenção. Se a refeição é festiva, em que sãofelicitados aqueles que celebram o Dia do Anjo, se bradam votos espirituais, brindes; os que

desejam, devem pensar com antecedência o que vão dizer. À mesa se observa medida em tudo: na comida, na bebida, nas conversas, nas brincadeiras,na duração da refeição. Caso o felicitado receba presentes, são na maioria das vezes ícones,livros, artigos religiosos, doces, flores. O felicitado, ao terminar a refeição agradece a todos osreunidos, que lhe cantam: “Muitos anos”. Elogiando e agradecendo os organizadores doalmoço, todos aqueles que trabalharam na cozinha, mas que também observam a moderação,, pois “o Reino de Deus não é comida e bebida, mas a alegria do Espírito Santo”. 

Etiqueta religiosa : Convidando o Sacerdote para osserviços de necessidade.

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Em certos momentos se faz necessário convidar um sacerdote para realizar os chamados

serviços de necessidade.Caso o fiel conheça pessoalmente o sacerdote, ele pode o convidar através de um telefonema.Na conversa telefônica,do mesmo modo que no encontro e comunicação direta, não se diz“Bom dia”, “Boa tarde”, “Boa noite” ao sacerdote, mas sim, o inicio da conversa sempre deve sedar assim:“Alô, é o sacerdote Nicolau? Me abençoe, bátiuchka” , e depois da forma maisbreve possível, se informa a razão da ligação. Sempre termine a conversa agradecendo aatenção dispensada e novamente : me abençoe”. É preciso então procurar saber com o Sacerdote ou com algum dos seus auxiliares, o que énecessário fazer para preparar a casa para a visita do Bátiuchka. Alguns exemplos de medidas que são necessárias verificar :Caso a visita do Sacerdote é para levar a comunhão ( ou para ungir) uma pessoa doente, épreciso preparar o doente, arrumar o quarto, em caso de haver animais (cães, gatos) os retirar do apartamento naquele dia, ter a mão velas e panos limpos, e água a disposição.

No caso da Unção dos Enfermos, é preciso disponibilizar velas, algodão, óleo e vinho.Nos ofícios fúnebres , é preciso ofertar as velas, ter consigo a oração própria, a cruz dofuneral, um sudário e ícones.Quando a visita se dá para a sagração da residência é necessário preparar as velas, óleo(azeite) vegetal, e a água que vai ser abençoada.Um sacerdote convidado para os serviços de necessidades sempre terá uma máimpressão caso os parentes do fiel não saibam como se portar adequadamente. Casosde desleixo que devem ser evitados : TV e aparelhos de som ligados, cães latindo noquintal, crianças não vestidas completamente.  Ao terminar as orações, caso a ambiente o permita, ao sacerdote pode ser oferecida umaxícara de chã, um café.É uma boa oportunidade para os membros da família poder tratar com o Sacerdote sobreassuntos espirituais, resolver quaisquer questões.

Etiqueta Religiosa : A fé em casa.

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 Um religioso em Família. 

 A vida familiar é um assunto particular de cada um. Contudo, sendo a família consideradacomo igreja doméstica, é possível então falar sobre uma etiqueta religiosa apropriada para olar. A piedade religiosa e a piedade doméstica são interligadas e acrescentam uma aoutra. Os verdadeiros filhos ou filhas da Igreja os continuam sendo mesmos quandofora da igreja. A concepção de mundo cristã determina toda a organização da vida docrente. Sem adentrar mais profundamente no tema da piedade doméstica, vamos tratar apenas de certas noções básicas de etiqueta.

Formas de tratamento : O nome de cada um. 

O nome de um cristão ortodoxo tem um sentido místico e está ligado ao nosso protetor celeste,e em razão disso deve ser empregado, na medida do possível, mesmo no ambiente familiar emsua forma completa. Assim cabem certos diminutivos, como no caso de Nikolau que passa aser Kólya, mas não deve haver exageros nesta redução como Kóltchia, Koliúnya...Um nome como Innoquénty não deve ser reduzido para algo como Kecha; assim como nãocabe Olga se tornar Liálka, e assim por diante.O uso de formas carinhosas não deve ser eliminado, mas deve ser sim, algo razoável. A familiaridade na linguagem frequentemente demonstra que a família perdeu um pouco dosenso de respeito, ocasionado pela rotina.

Tratamento aos animais de estimação 

É inadmissível também dar aos animais domésticos (cachorros, gatos, papagaios, ramisters,etc ) nomes humanos.O amor dispensado aos animais pode se tornar em uma verdadeira paixão, que diminui nisso oamor entre Deus e homem.

A vida material e as modas do mundo. 

 A casa, o apartamento de um homem religioso devem apresentar o exemplo da conformidadeentre a vida material e espiritual.Se contentar com as coisas em seu número necessário (sem supérfluos), tanto nos artigosde cozinha, nos móveis e outros, significa traçar a medida do espiritual e do material ,dando preferência ao primeiro.Um cristão não corre atrás da moda, e esse fenômeno deve estar ausente no mundo dos seus

valores. Um crente sabe, que cada coisa exige atenção para si, cuidados, tempo, que muitasvezes falta tempo para o necessário contato com o próximo, falta tempo para a oração, para aleitura da Sagrada Escritura.

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Sendo assim, é uma verdadeira arte, conseguir encontrar um equilíbrio espiritual entre Martae Maria (conforme o Evangelho), e assim poder cumprir honestamente, de um modocristão, os deveres em cada medida, e assim não esquecer da unidade.

Os ícones do lar e outros objetos. 

Sem dúvida uma sala com uma boa seleção de ícones (iconóstasio doméstico), que oriente osfieis do lar para o Oriente, deve ser o centro da casa, aquele local que reúne toda a família,nas horas de oração e quando das conversas espirituais.Devem haver ícones em todos os quartos, mesmo na cozinha , e também não deve faltar noprimeiro cômodo pelo qual se adentre na casa. A ausência de um ícone logo neste cômodo deentrada, pode causar uma confusão entre os crentes que visitam a família, pois ao adentrar nacasa, buscam fazer o sinal da Cruz mas não encontram um ícone para ser venerado.O Canto Belo, no qual se encontram os ícones, não deve receber retratos e fotos de pessoas,mesmo de parentes e pessoas queridas da família. Ali, só itens sagrados.Ícones não podem ser postados em cima de aparelhos de TV.No apartamento de uma pessoa religiosa os livros espirituais não devem estar em um estante(prateleira) junto com os livros não religiosos. Também não é correto embrulhar os livros deliteratura religiosa com jornais. Já o jornal de cunho religioso, este não pode ser tratado como o

 jornal de artigos mundanos. Um jornal paroquial, por exemplo, quando em mal estado, deve ser queimado.E sob nenhum pretexto é cabível para uma família ortodoxa, ter no lar imagens dedeuses pagãos, ou máscaras rituais de tribos africanas ou correlatos da índia, seja dequal material for, feitos de gesso, de madeira ou outros tão divulgados hoje.

Saudações e hospitalidade.

Há também uma forma adequada para a primeira saudação, tanto para o visitante quando parao anfitrião. O visitante deve dizer  “Pelas orações dos Santos Padres nossos, Senhor JesusCristo, Filho de Deus, tenha piedade”. E a isso, o anfitrião responde: “Amen”, Outra forma é a seguinte : O visitante diz “Paz para a sua casa”, e o dono responde: 

“É recebido com paz”. Um visitante (mesmo que seja para uma visita breve) deve ser convidado para tomar um chã.Neste caso a hospitalidade oriental, cuja influência é tão notável na alegria dos ortodoxos quemoram na Ásia Central e no Cáucaso, serve como um bom exemplo.

Vida social e interação entre crentes e não crentes 

Quando se pensa em convidar amigos para alguma ocasião especial (Dia do Anjo, Aniversário,uma festa religiosa, o batismo do filho, casamento, etc.), com antecedência deve ser imaginada a composição dos convidados.Tal preocupação é necessária pois pessoas religiosas têm um diferente entendimento domundo e seus interesses são distintos daqueles das pessoas destituídas de crença.Quando então esses dois tipos se misturam, pode acontecer de uma pessoa não crente ficar 

deslocada com o ambiente a conversa dos convidados religiosos, assim como esses podemficar desconcertados com possíveis ofensas e atos de falta de piedade ocasionados pelocomportamento natural do não crente.Podemos ter ainda em tal ambiente misto, acabar acontecendo de a noite inteira ser dedicadaa uma acalorada discussão ( que pode até a vir ser positiva, se não for infrutífera),quando então será esquecida a festa em si.De todo modo, se em tal ambiente há convidados que estão a caminho da crença, que estãoem busca da verdade, tal contato com pessoas religiosas pode fazer bem a ele.Bons cds de música religiosa, a exibição de um filme sobre lugares sagrados podemenriquecer a noite, mas que isso seja inserido dentro de certas medidas, não sendodemasiado extenso.

Sobre os presentes nas datas espirituais mais importantes 

Batismo :

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 No Batismo, a Madrinha oferece ao bebê -afilhado um “tecido” (no qual a criança seráembrulhada quando retirada da pia batismal), uma camisa batismal e uma toquinha com rendae fitas, a cor destas fitas devem ser rosa para meninas e azul para meninos.O Padrinho, além do presente que desejar dar, deve preparar a cruz para o recém batizado epagar os custeios do batismo. Ambos, o Padrinho e a Madrinha, podem ofertar presentes para

a mãe do bebê.

Os presentes de casamento.

O dever do noivo é comprar as alianças. Pela regra religiosa tradicional, o noivo deve usar umaaliança de ouro (o chefe da família é o Sol), enquanto a noiva deve usar uma de prata (a donada casa é a Lua, que brilha com a luz do sol refletida nela).Na superfície interna das alianças são gravados o ano, o mês e o dia de casamento. Além disso, na superfície interna da aliança do noivo se gravam as letras iniciais do nome e dosobrenome da noiva, e o mesmo se dá, invertendo a gravação, na aliança da noiva. Além dos presentes para a noiva, o noivo dá presentes aos pais, aos irmãos e irmãs da noiva.

TRADIÇÕES DE CASAMENTO 

Se no casamento houverem padrinho e madrinha (no casamento eles substituem os pais donoivo e d noiva), depois do casamento eles devem receber os récem-casados na entrada dacasa com um ícone (pelo padrinho) e com pão e sal ( pela madrinha).O paraninfo obrigatoriamente deve ser solteiro. Podem haver vários paraninfos (tanto do ladodo noivo, como do lado da noiva). Antes de sair para a igreja o paraninfo do noivo entrega à noiva um buquê de flores em nomedo noivo, que deve ser para noiva de um primeiro casamento feito de flores de laranjeira , epara a noiva que casa pela segunda vez (viúva ou não) ,as flores devem ser rosas brancas elírios. Ao entrar na igreja, a frente da noiva, pelo costume, vai um menino entre cinco a oitoanos, que leva consigo um ícone.Durante o casamento a obrigação principal do paraninfo e da paraninfa é manter as coroas acima das cabeças do noivo e da noiva. E isso pode ser bem difícil: pois cada um vai segurar a

coroa com um braço erguido durante bastante tempo. Por isso os paraninfos podem substituir um ao outro. Na igreja os parentes e conhecidos do lado do noivo ficam do lado direito ( atrásdo noivo), e do lado da noiva ficam ao do lado esquerdo ( atrás da noiva).É considerado extremamente ofensivo sair da igreja antes do final da celebração docasamento.O principal responsável pela organização do casamento é o paraninfo. Junto com uma amigamais próxima da noiva ele deve receber os convidados e deles colher doações em dinheiro,que será depois doado para a igreja , como uma oferta agradável a Deus.Brindes e desejos que são pronunciados no casamento pelos familiares dos noivos devem emprimeiro lugar ter um conteúdo religioso.Neste momento deve ser lembrada a destinação do casamento cristão, o que é o amor noentendimento da Igreja, quais são as obrigações do marido e da mulher, conforme oEvangelho, como se edifica a família, etc.

O casamento de pessoas religiosas se dá com observação de todas as exigências que atentempara as medidas da decência.

Etiqueta Religiosa : Como se portar diante do Bispo.

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O Bispo é o anjo da Igreja, sem o bispo a Igreja perde a sua plenitude, sua própria essência.

Por isso, o cristão piedoso sempre trata os bispos com um respeito especial.Dirigindo-se ao Hierarca, o chamamos de Mestre (“Vladýko”) – “Me abençoe, Vladýko”.

Vladúko é o caso vocativo da língua eslava religiosa, no caso nominativo é Vladýka; por 

exemplo: “Vladýka Bartolomeu o abençoou...”. 

 A solenidade oriental advinda de Bizancio e eloqüência corresponde no tratamento do bispo

pode em um primeiro momento causar incomodo ao coração de uma pessoa pouco religiosa,

que pode ver no tratamento respeito uma depreciação de sua própria dignidade humana. Mas

tal percepção é um equivoco.

No tratamento oficial são aplicadas outras expressões. Temos então, ao se dirigir a um Bispoas formas :Sua Eminência, ou Eminente Vladýko. Na terceira pessoa temos “Sua Eminência o

elevou para o título de diácono...”. Quando temos um Arcebispo e Metropolita, usa-se : Sua

 Alta Eminência; Vladýko Altamente Eminente. Na terceira pessoa: “Pela benção de Sua Alta

Eminência o informamos...”. 

Quando o Hierarca é um Patriarca diz-se: Sua Santidade; Santíssimo Vladýko. Na terceira

pessoa se diz: “Sua Santidade visitou a diocese”. 

Quanto ao pedir a benção, da mesma forma como ocorre quando a pedimos a um

sacerdote,coloca-se as mãos em cruz uma em cima da outra (a direita em cima) nos

aproximamos do hierarca e pedimos a sua benção.

Quando de uma comunicação por escrito :

Pode-se iniciar a correspondência (carta convencional ou e-mail) com as palavras: “Me

abençoe, Vladýko” ou “Sua Eminência (Alta Eminência), abençoa-me”. 

No tratamento oficial por escrito a um Bispo seguem a forma seguinte: 

No canto direito superior se escreve:A Sua Eminência... Ao Eminente (nome), Bispo

(nomeação da diocese),Requerimento. No tratamento com arcebispo ou metropolita: A Sua

 Alta Eminência (nome), Arcebispo (Metropolita), (nomeação da eparquia), Requerimento. No

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trata mento com o Patriarca: A sua Santidade Santíssimo Patriarca de Moscou e de Toda a

Rússia Cirilo, Requerimento.

Normalmente finaliza-se o requerimento ou a carta com essas palavras: “Peço orações de Sua

Eminência...” 

Os sacerdotes, que representam a essência do serviço religioso, escrevem: “Humilde servidor 

de Sua Eminência...” No final da folha, se coloca a data tanto relativo ao calendário civil quanto

ao calendário eclesiástico, indicando o Santo cuja memória a Igreja honra neste dia. Por 

exemplo : Dia 5/18 de julho, Venerável Sergio de Rádonej.

Em uma audiência com um Bispo da administração diocesana, deve-se aproximar-se do

secretário ou chefe da chancelaria, se apresentando e informando a razão do pedido da

audiência.

Entrando no escritório do Bispo, se diz a seguinte oração: “Pelas orações dos Santos Padres,

Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade “, então se aproxima do Bispo e pede

a sua benção.

Neste momento não é preciso se ajoelhar ou baixar o rosto, o que seria uma veneração

excessiva ou demonstração de medo (a menos se o fiel busca a audiência ciente de ser 

culpado de qualquer pecado).

Na administração diocesana geralmente há muitos sacerdotes, mas não é obrigatório pedir a

benção de cada um desses. Além disso, existe uma regra clara: na presença do Bispo não se

pede a benção aos demais sacerdotes,mas apenas os saudamos com uma ligeira inclinação

da cabeça.Caso o Bispo saia do gabinete para a sala de recepção, os presentes recebem a benção dele

conforme o grau: primeiro os sacerdotes, depois os leigos (homens, depois mulheres)

 A conversa do Bispo com alguém não pode ser interrompida com o pedido da benção. Ao

contrário, o fiel aguarda o final da conversa. Tudo o que for dito ao Bispo deve ser 

considerado após muita reflexão, e quando o fizer o faça brevemente, sem gestos

desnecessários. No final da conversa se pede a benção do Bispo e se afaste com seriedade e

compostura.

Etiqueta Religiosa : Os servidores leigos da Igreja.

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Ações edificantes em favor da Paróquia: 

Os serviços edificantes dos paroquianos em favor da sua paróquia (venda de velas, ícones,

limpeza do templo, serviço de zelo pelos bens materiais, canto no coro, serviço no altar) é um

tema especial.

É importante fazer tudo em nome do Deus.

Os irmãos e as irmãs que realizam tais tarefas nos templos devem ser exemplos de

docilidade,submissão,complacência, paciência.

Em um exemplo sobre a cultura mundana mais elementar, sabemos que uma pessoa que

trabalha em um escritório deve saber atender corretamente as ligações telefônicas, dando

respostas compatíveis com as características próprias do serviço que o escritório em questãooferta.

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 As pessoas que vão ao templo devem saber que a Igreja é um mundo especial com as suas

próprias regras.

Considerando isso, não se faz possível ir ao templo vestidos de forma extravagante.

E o que vem a ser uma “forma extravagante”? Temos como exemplos básicos :mulheres

vestindo calças, saias curtas, com a cabeça descoberta dos seus véus, com batom nos

lábios... Com os homens também temos exemplos de roupas inadequadas como o uso de

shorts, camisetas, camisas de manga curta, ou o odor de tabaco impregnado em suas vestes.

 Abolindo o Caráter Corruptor do Tempo : Os SantosCostumes de uma Vida Iluminada pela Fé. Parte II 

Dando continuidade ao exposto no artigo " Ab ol ind o o caráter corru ptor do temp o : Os santo s co stumes de um a vida ilum inada pela fé" , vamos

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considerar agora outros aspectos cotidianos da vida dos cristãos ortodoxos,sobre como a fé imprime nos costumes a sua marca.Como já foi tratado, estes costumes não são em si mesmo, a fé ortodoxa. Massão sim, frutos desta fé, e devem ser compreendidos não como meras regrasde etiqueta ou como um apego mundano as tradições humanas.

São então, ao mesmo tempo parte dos sinais visiveis de uma transformaçãoespiritual, como amostragens de um esforço em permanecer com o foco emDeus em todos os instantes. 

Formas de Tratamento : Estando pessoalmente, diante do Clero 

 A relação entre clero e leigos é necessariamente uma relação amorosa,familiar.

Os sacerdotes não são apenas a parte abençoada e instruida para celebrar ossacramentos e conduzir a adoração comum de toda a Igreja. Os clerigos sãozeladores do povo de Deus, são pastores do rebanho de Cristo.

E como pastores, zelam pelas ovelhas com o maximo zelo.

O clero ortodoxo é composto por diáconos, presbiteros e bispos (esses sãoauxiliados nos oficios divinos pelos subdiaconos, pelos leitores e acolitos).

Todos os clerigos são "zeladores" do rebanho, são portanto identificados como"pais", pelos leigos.

 A caracterização "padre", indica esta condição de parternidade espiritual, demodo que diáconos, presbiteros e bispos, são essencialmente "padres".

Quando citamos constantemente o "Escrito dos Padres", a "palavra dos SantosPadres", nós não estamos fazendo menção a santos que erampresbiteros...Não, existiam entre eles Bispos (em maioria), Monges nãoordenados, Diáconos, e sim, claro, Presbíteros. A caracterização "Padres",caracteriza ai, os santos "Pais" da Igreja, os orientadores dos "filhos" espirituais, os leigos, orebanho.

Ser "Padre" não é o proprio de uma função liturgica, mas sim, uma condiçãoexistencia do sacerdote.

Nisso é caracterizado que primordialmente, a forma de tratamento "padre" foiconcebida como uma maneira afetiva de se dirigir a um sacerdote, ou mesmoa um monge não ordenado que seja um orientador na fé.

 Ao longo do tempo, essa manifestação de afeição se tornou maisrefinada, e algumas distinções foram se consolidando na forma como o leigo sedirige aos seus pais (padres) na fé.

Como tratar o Diácono

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 O Diácono é aquele que "serve a mesa" ( a mesa santa, o altar). Ele éprimordialmente o primeiro auxiliar do Presbítero ou do Bispo, quando dacelebração dos oficios divinos.

Ele também é o elemento de ligação entre o Altar e a Nave da Igreja, entre osclerigos e os leigos, quando da adoração liturgica.

O Diácono é a voz dos leigos nas litanias, nas variadas suplicas de todo opovo ao Senhor, clamando pelo derramamento da misericordia divina sobre orebanho de Cristo.

 A marca do diáconato é a sua disposição para servir. E nisso, ele é um modelopara todos os leigos. Assim, o Diácono é um Pai, um Padre. E a maneira correta de um leigo se dirigir ao Diáconona IgrejaOrtodoxa é : "Bom dia Padre+nome".

O tratamento "Bom dia Diácono+nome", é uma manifestação impessoal, deesfriamento daquela relação afetiva e de respeito, inserida naturalmente napalavra Padre, que remete a paternidade.

Ok, mas então se deve beijar a mão do Diácono, pedir a sua benção ?

O ato de beijar a mão*de um sacerdote tem relação com a Eucaristia.

 Assim, ainda que o Diácono mereça a caracterização afetiva "Padre" , oDiácono não deixa de ser um auxíliar do Presbitero ou do Bispo.

Ele, o Diácono, não pode por si mesmo, ministrar qualquer sacramento, e nissoele não toca o Pão Sagrado, o Corpo de Cristo.E é então por isso, que o Diácono não abençoa e não tem as sua mãobeijada.

O mesmo se dá com os monges que não foram ordenados Presbíteros(Hieromonges). Esses, são leigos, mesmo que veneraveis pela condiçãomonastica.

O tratamentos ao Presbítero

O Presbitero é o Pai Confessor por exelencia de uma comunidade de leigos.Ele é o"cabeça" daquela familia, a Paróquia. Logo, o tratamento Pai (Padre),dispensado ao Diácono, é igualmente e ainda mais apropriado ao Presbítero.

Se a marca da vocação diaconal é a disposição em servir, a marca davocação presbiterial é a sua disposição para o sacrificio, para o auto sacrificio.

 Ao contrário do que ocorre diante do Diácono, o leigo deve pedir ao Presbíteroa sua benção, assim que o encontra pela primeira vez no dia.

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 De pé, com as costas da mão direita postada sobre a palma da mão esquerda,pedir filialmente : "Abençoa-me Padre".

O Presbítero dirá "Deus te Abençoe" e então vai traçar o sinal da Cruz sobre ocorpo do fiel, e por fim vai depositar sua mão direita nas mãos de quem pede abenção, que a beija.

Nisso, o fiel reconhece no Presbítero a sua condição de ministrador doSacrificio Eucaristico, de "icone do Cristo" entre nós, de um dispensador debençãos, através de sua mão.

 Ao fim de um dia, antes de deixar a paróquia, o fiel deve fazer o possível parase despedir do Presbítero, da mesma forma que no início, se portando de pédiante dele, e com reverencia pedindo : "Abençoa-me Padre".

Diante do Bispo

O contado do Bispo com os leigos é menor, naturalmente, do que aqueleestabelecido entre Diáconos e Presbíteros, servidores cotidianos da paróquialocal.

Contudo, é o Bispo sempre, a cada oficio realizado, comemorado por todos, e émesmo o Bispo, o canal de vinculação da comunidade paroquial com a IgrejaUniversal, com a Apostolicidade da Igreja.

 A marca do sacerdócio hierarquico é a sua disposição em ser um modelo, umexemplo para todos os fiéis.E isso é uma grande carga.

Quando então diante de um Bispo, ao nos dirigirmos a sua presença, tocamoscom a mão direita o solo e depois, como fazemos diante do Presbítero, ficamosde pé e com as mãos postadas para receber a benção pedimos com humildade: "Abençoa-me Sua Graça"

 A resposta do Bispo, sua benção e a reação de quem recebe é amesma referente ao Presbítero.

Do mesmo modo que o já referido ao trato com o Presbítero, ao deixar aparóquia quando da visita de um Bispo, é necessario imprimir o esforço de nãopartir sem pedir a benção do Bispo, da mesma forma que no início.

Estando o Bispo acompanhado de Presbíteros, o leigo só deve pedir a bençãoao Hierarca, que é naquele instante, o Pastor presente, de todos.

O Tratamento as Esposas dos ClerigosEm geral, o clero paroquial é composto por sacerdotes casados. E as esposasdo Diácono e do Presbitero em geral são membros ativos de uma paróquia,auxiando seus esposos em tarefas próprias as mulheres na Igreja (ou aomenos zelando para que seus filhos participem da vida da Igreja, com respeitoe amor a ordem na Casa de Deus).

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 Mulheres não ascendem a qualquer grau sacerdotal na Ortodoxia, de modoque as esposas dos sacerdotes são, naturalmente, leigas.

 Ainda assim, considerando que o matrimonio liga esposo e esposa em umaunidade de "uma só carne", é próprio da piedade ortodoxa que os fieisdispensem as esposas dos clerigos uma forma especial de tratamento. É umamanifestação de gentileza e afetuosidade.

 Assim, pelo costume grego, as esposas do Diácono sãocaracterizadas como Diaconissa+nome, enquanto as esposas do Presbíterosão caracterizadas como Presbitéra+nome.

Pelo costume das igrejas eslavas, tanto a esposa do Diácono quanto a esposa

do Presbítero recebem a caracterização Mathuska+nome. 

Diante de um monge/monja 

No monasticismo ortodoxo, ha tres graus após a tonsura : O monge Rasophore(que passou a vestir o habito monastico), o monge que veste aPequena Shema, e o monge que veste a Grande Shema. 

Como citamos anteriormente, mesmo os monges não ordenados aosacerdocio, são tratados no contato pessoal pela caracterização "Padre".

Se então o leigo encontra um monge que não é sacerdote ou é um MongeDiácono(Hierodiacono), ele o cumprimenta :"Bom dia Padre". Se é ummonge presbítero (Hieromonge), o tratamento é o mesmo relativo ao Presbíterode uma paróquia (pedir benção). 

Não é próprio da tradição ortodoxa tratar o monge pela caracterização "irmão".

Tal forma se usa ao falar com um postulante ao monasticismo (que ja vive emum monastério, mas ainda não foi tonsurado). Após a tonsura, o tratamentopessoal adequado é "Padre".

Com as monjas, ha uma distinção. Monjas Rasophore recebem a forma detratamento pessoal "irmã"( assim como as noviças). Após esse estágio, acaracterização no trato pessoal é "Madre".

Atitudes Desrespeitosas para com o Clero

Em razão do predominio de uma cultura secular em nossa sociedade, é comumque muitas pessoas, mesmo sem o desejar fazer, tratem com pouco respeito oSagrado Sacerdocio , o canal da graça do Espirito Santo.

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Fazem assim, ao cumprimentar um Presbítero simplesmente estendendo amão para um cumprimento, sem pedir a sua benção... Nisso demonstram quenão veem o Presbitero como Pai, como um ícone do ProprioCristo....Demonstram dar pouca importancia ao privilégio sagrado, concedidoaos Presbíteros, de tocar nos Santos Dons...

Do mesmo modo atestam sua falta de respeito pelo Sagrado Sacerdocio,quando tratam os sacerdotes(diácono, presbiteros, bispos)só pelo nome,nisso, mesmo que de forma não consciente, negando a condição dereconhecimento daquela graça, recebida quando da Ordenação... Nisso, nãose colocam como filhos, como ovelhas do rebanho do Senhor...Desenham dagraça sacerdotal.

Uma outra atitude de falta de respeito, é invocar sobre um sacerdote umabenção... É o Sacerdote que, sendo um canal da graça, abençoa os leigos, enão ao contrário... Logo, é uma demonstração de desconsideração sobre a

própria graça da Igreja, um leigo dizer a um clerigo :"Deus te abençoe". É umainversão das relações entre Pai e Filho, Pastor e Ovelha... 

Continua.... 

* Sobre bençãos e beijos na mão, é um costume piedoso, que os pais (o pai ea mãe, leigos) abençoe os próprios filhos, quando esses acordam, quandoesses saem de casa, quando esses os visitam. O lar ortodoxo é idealmenteuma "pequena igreja", e os pais são nisso, dignos de abençoar as suascrianças.

Contudo, neste caso, não se dará então a benção com as mãos (ao modocomo fazem os Presbiteros e Bispos, fazendo a Cruz sobre aquele que pede abenção) e o beijo nelas após a benção, posto que os pais são leigos, e suasmãos portanto não tocam no Cordeiro Eucaristico.

 Assim, essa benção domestica se dará no tocar a cabeça dos filhos com a mão(como

uma imposição) e o "Deus te abençoe".