espaço e modernidade

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Aldo Dantas Tásia Hortêncio de Lima Medeiros Introdução à Ciência Geográfica DISCIPLINA Espaço e modernidade Autores aula 06

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trabalho geografico

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  • Aldo Dantas

    Tsia Hortncio de Lima Medeiros

    Introduo Cincia GeogrficaD I S C I P L I N A

    Espao e modernidade

    Autores

    aula

    06

  • Aula 06 IntroduoCinciaGeogrficaCopyright 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorizao expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraba.

    Diviso de Servios Tcnicos

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    Diagramadores

    Bruno de Souza Melo (UFRN)Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)

    Ivana Lima (UFRN)Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)

    Dantas, Aldo.

    Introduo cincia geogrfica: geografia / Aldo Dantas, Tsia Hortncio de Lima Medeiros.

    Natal, RN : EDUFRN, 2008.

    176 p.

    1. Geografia Brasil. 2. Geografia - teoria. 3. Geografia cientfica Brasil. 4. Sociedade.

    5. Prtica pedaggica. I. Medeiros, Tsia Hortncia de Lima. II. Ttulo.

    CDD 910RN/UF/BCZM 2008/35 CDU 918.1

  • Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica

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    Copyright 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorizao expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraba.

    Apresentao

    Nesta aula, tentaremos mostrar para voc como as formas espaciais do suporte s prticas sociais e como essas prticas no se realizam sem as formas espaciais. Mostraremos isso, notadamente, no perodo chamado moderno e que voc conheceu de forma sucinta na aula anterior. Sendo assim, retomar a aula 5 (Os tempos modernos), a aula 1 (O saber geogrfico) e a aula 2 (A ao humana) ser procedimento obrigatrio.

    Caso ainda no tenha ficado claro, o intuito do nosso curso mostrar para voc que existe uma dimenso espacial-geogrfica das prticas sociais e que estas no se realizam sem aquelas. Essas prticas espaciais (sociais) so a construo geogrfica de uma sociedade, que se reflete na paisagem e na configurao territorial. Lembre-se de que na aula 5 falamos de grandes transformaes sociais, polticas, culturais que ocorreram num processo histrico. Nesta aula, mostraremos, mais claramente, as implicaes espaciais dessas transformaes que correspondem passagem da Idade Mdia para a Idade Moderna.

    ObjetivosCompreender a relao entre produo social e produo material.

    Entender que a nossa existncia est condicionada existncia da natureza e que a tcnica media essa relao.

    Relacionar as transformaes ocorridas no perodo da modernidade com os ajustes espaciais.

    Perceber que a acumulao mercantil e o desenvolvimento do capitalismo demandaram uma nova ordem espacial.

  • Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica2 Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica

    Relaes sociais, espao e histria

    Cada tempo se distingue de outro pela forma de seu espao. Na verdade cada tempo a sua forma de espao.

    Ruy Moreira

    Podemos dizer que, para existir concretamente, o ser humano tem, necessariamente, que estabelecer relaes com o seu entorno, com a natureza. Tal relao seminal (est para a Geografia como o pecado original est para a f crist) e o fundamento mesmo do espao.

    possvel desagregar essa relao em dois nveis: as relaes com o mundo fsico e biolgico, que so relaes tcnicas e as relaes com os outros seres humanos, que so relaes sociais.

    As relaes do ser humano com o mundo fsico e biolgico esto no cerne dos estudos da Geografia, ou seja, ela estuda a relao do homem com a natureza, e tais relaes do origem ao que chamamos de espao geogrfico.

    Como as relaes entre homem e natureza no se do de forma direta e sim mediada pelo trabalho e por relaes tcnico-sociais, o espao , necessariamente, tcnico-social, veremos isso mais amide na aula 15 (Milton Santos: o filsofo da tcnica).

    por demais sabido que a principal forma de relao entre o homem e a natureza, ou melhor, entre o homem e o meio, dada pela tcnica. As tcnicas so um conjunto de meios instrumentais e sociais, com os quais o homem realiza sua vida, produz e, ao mesmo tempo, cria espao (SANTOS, 2006, p.29).

    Atravs dos processos produtivos, o ser humano estabelece relaes tcnicas tanto com a natureza orgnica quanto com a natureza inorgnica, com o propsito de gerar produtos teis a suas necessidades. Essa informao est dita de outra forma no texto a seguir.

  • Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica 3

    A sociedade no pode existir sem a natureza afinal, a natureza, transformada pelo trabalho, que propicia as condies da manuteno da vida dos membros da sociedade. Toda e qualquer sociedade humana tem sua existncia hipotecada existncia da natureza o que varia historicamente a modalidade da relao da sociedade com a natureza: variam, ao longo da histria, os tipos de transformao que, atravs do trabalho, a sociedade opera nos elementos naturais para deles se servir, bem como os meios empregados nessa transformao. Vale dizer: modificam-se, ao longo da histria da humanidade, as formas de produo material da vida social e, por conseguinte, as condies materiais de existncia nas quais vivem os homens. Mas invarivel o fato de que a reproduo da sociedade depende da existncia da natureza (a natureza, porm pode existir e subsistir sem a sociedade).

    Por natureza entendemos o conjunto dos seres que conhecemos no nosso universo, seres que precederam o surgimento dos primeiros grupos humanos e continuaram a existir e a se desenvolver depois desse surgimento. Ela se compe de seres que podem ser agrupados em dois grandes nveis: aqueles que no dispem da propriedade de se reproduzir (a natureza inorgnica) e aqueles que possuem essa propriedade, os seres vivos, vegetais e animais (a natureza orgnica). A distino entre os nveis inorgnico e orgnico, contudo, no significa a existncia de uma dupla natureza de fato, a natureza uma unidade, articulando seus diferentes nveis numa totalidade complexa.

    (PAULO NETTO; BRAZ, 2007, p.35).

    Voc deve ter apreendido da leitura do texto anterior que existe uma relao de implicao entre a sociedade e a natureza, essa relao modifica-se segundo o nvel de desenvolvimento da tcnica, dos conhecimentos tecnolgicos e cientficos e da amplitude da utilizao do entorno. Preste ateno tambm na afirmao presente no texto de que a reproduo da vida social depende das formas de da produo material e que estas formas variam na histria. Se tomarmos essa reproduo material em sentido amplo, ou seja, como todas as formas materiais existentes (estradas, portos, aeroportos, plantaes, objetos eletro-tcnicos, casas, indstrias, igrejas, cidades, Estados, fronteiras etc.), podemos afirmar que a vida social se reproduz geogrfica e historicamente. sobre isso que queremos que voc reflita a partir das atividades que se seguem.

  • Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica4 Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica

    Leia atentamente os fragmentos a seguir. O primeiro um trecho do famoso texto de Marx e Engels Manifesto do partido comunista, o segundo uma anlise do gegrafo David Harvey sobre o texto de Marx e Engels. Destaque os fatores que voc considera mais relevantes para o entendimento da relao espao-sociedade-histria.

    A acumulao do capital foi uma questo profundamente geogrfica. Sem as possibilidades inerentes expanso geogrfica, reorganizao espacial e ao desenvolvimento geogrfico desigual, o capitalismo h muito teria cessado de funcionar como sistema econmico-poltico. Essa perptua realizao do ajuste espacial das contradies internas do capital (registrado de modo mais marcante como uma hiperacumulao do capital numa rea geogrfica especfica), associada com uma insero desigual dos diferentes territrios e das formaes sociais no mercado mundial capitalista, criou uma geografia histrica global de acumulao do capital cujo carter precisa ser bem entendido [...].

    As mudanas revolucionrias que levaram a burguesia ao poder estavam vinculadas com o descobrimento da Amrica, a passagem pelo Cabo da Boa Esperana e a abertura do comrcio s colnias e com os mercados das ndias Orientais e da China. A ascenso da burguesia est, desde o comeo da discusso, intimamente ligada a suas atividades e estratgias geogrficas no palco do mundo:

    A indstria moderna criou o mercado mundial, tendo o descobrimento da Amrica aberto o caminho para isso. Esse mercado tem proporcionado um imenso desenvolvimento ao comrcio, navegao, comunicao por terra. Esse desenvolvimento reagiu por sua vez sobre extenso da indstria; e medida que a indstria, o comrcio, a navegao, as vias frreas se desenvolviam, crescia a burguesia, multiplicando seus capitais e relegando a segundo plano as classes legadas pela Idade Mdia (MARX, ENGELS, 1952, p. 42-43).

    O texto que voc vai ler parte de uma anlise que o gegrafo americano David Harvey faz do famoso texto de Marx e Engles Manifesto do Partido Comunista. A idia de Harvey fazer uma anlise considerando os aspectos geogrficos, de certa forma, negligenciado pelos autores.

    Com esses recursos geogrficos, a burguesia sobrepujou, solapou por fora e subverteu por dentro os poderes feudais restritos a territrios. Tambm por meio deles a burguesia transformou o Estado (com suas foras militar, organizacional e fiscal) no executor de suas prprias ambies. E, uma vez no poder, continuou a realizar sua misso revolucionria, em parte via transformaes geogrficas internas e externas. Internamente, as criaes de grandes cidades e as rpidas urbanizaes fazem que as cidades governem o campo (ao tempo em que resgatam da estupidez da vida rural e reduzem o campesinato a uma classe subalterna). A urbanizao concentra no espao as foras produtivas e a fora de trabalho, transformando populaes dispersas

  • Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica

    Atividade 1

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    e sistemas descentralizados de diretos de propriedade em imensas concentraes de poder poltico e econmico que acabam por se consolidar no aparelho legal e militar da nao-Estado. As foras da natureza tornam-se sujeitas ao controle humano medida que o sistema de transporte e de comunicao, divises territoriais do trabalho e infra-estrutura urbanas so criadas para servir de fundamento acumulao de capital.

    Mas a conseqente concentrao do proletariado em fbricas e cidades torna os proletrios conscientes de seus interesses comuns. A partir disso eles criam instituies como os sindicatos para articular suas reivindicaes. Alm disso, os sistemas modernos de comunicao pem os trabalhadores de localidades diferentes em contato uns com os outros, o que permite que as numerosas lutas locais, todas dotadas do mesmo carter, sejam centralizadas numa nica luta nacional entre as classes. Esse processo, medida que ultrapassa as fronteiras nacionais, despoja os trabalhadores de todos os vestgios o carter nacional, dado que todos e cada um deles se acham sujeitos ao regime unificado do capital. A organizao da luta de classes trabalhadora se concentra e se difunde no espao de uma maneira que espelha as aes do capital (HARVEY, 2004, p. 40-42).

    Retome da aula 2 as noes de apropriao, explorao e troca e tenha tambm em mente a noo de dominao (um dos domnios da ao do homem), relacione tais noes com os aspectos geogrficos expostos no texto e diga de que maneira eles nos ajudam a entender o processo de produo scio-espacial.

    De que maneira a idia de ajuste espacial, apresentada por Harvey, nos ajuda a entender o processo de desenvolvimento global da modernidade?

    Leia os fragmentos de texto a seguir e procure identificar

    semelhanas com o texto da atividade 1.Entre o sculo X e o sculo XIX tem lugar um conjunto de mudanas de efeitos estruturais no ocidente e no oriente, relacionados evoluo das trocas, que dar incio formao dos espaos modernos. O grande eixo o salto que ocorre na tcnica da produo e dos meios de circulao, impactando o intercmbio cultural e as trocas de produtos entre povos e civilizaes. Mas o dia-a-dia da mudana tem origem no desenvolvimento das trocas (MOREIRA, 2007, p.47).

  • Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica6 Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica

    Atividade 2

    2

    O Estado o grande agente da nova ordenao. E a cidade e os meio de circulao, os seus agentes geogrficos por excelncia. Visando dar a tudo essa direo mercantil, o Estado uniformiza sob um mesmo padro os pesos e as medidas, a moeda, as diferenas tnicas, religiosas e lingsticas, unificando e criando o territrio nacional (MOREIRA, 2007, p.48).

    A ferrovia cumpre aqui o papel-chave da integrao espacial. Secundada pela navegao martima, forma de transporte de longo curso e custo menor. Apoiada na ferrovia e na navegao martima, a indstria pe entre si e o mercado uma enorme diversidade de reas e parte para a preponderncia espacial. De incio, a ferrovia um complemento do trabalho de transporte nas minas do carvo. Depois, liberta-se e espraia-se para alm desse mbito, ajudando a indstria a espalhar-se entre as minas, a reas agropastoris, os portos e as grandes cidades. (MOREIRA, 2007, p.50).

    A cidade povoa-se do operariado originado pelos camponeses e artesos expulsos do campo pela expropriao de suas propriedades e aumenta rapidamente os bairros fabris. Estes se multiplicam entre as minas localizadas beira dos rios, ferrovias ou dos eixos porturios. A cidade ganha novo aspecto.

    A diviso territorial do trabalho o esqueleto de toda essa nova arrumao do espao. Antes de tudo, separam-se campo e cidade por sua diferena funcional. Doravante campo sinnimo de agricultura e pecuria. E a cidade sinnimo de indstria e servios. E os espaos nacional e internacional se fragmentam em mltiplas reas de atividades especializadas e diversificam sua produo.

    Logo a indstria transpe para o plano mundial essa diferenciao cidade-campo, criando uma relao que vai antepor pases industrializados e pases agrrios. E integra-os numa diviso internacional de trabalho e de trocas em que os pases industrializados importam produtos primrios e exportam produtos manufaturados para os pases agrrios e estes exportam produtos de pecuria e da minerao para o abastecimento daqueles, deles recebendo em troca esses mesmos produtos na forma manufaturada (MOREIRA, 2007, p.51).

    Identifique elementos comuns de complementaridade entre o texto de Harvey e os fragmentos de Moreira.

    Voc acha que nos fragmentos de textos de Moreira encontramos mais elementos que nos ajudem a entender a idia de ajuste espacial, colocada por Harvey? Que elementos so esses?

  • Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica

    Resumo

    Leitura complementarHARVEY, David. Espaos de esperana. So Paulo: Edies Loyola, 2004.

    Autor marxista, Harvey faz neste livro um balano das possibilidades da anlise geogrfica para a atualidade e destaca a necessidade de um novo tipo de pensamento utpico, que denomina de utopismo dialtico. Para as questes tratadas nesta aula recomendamos a leitura do captulo 2, A geografia do Manifesto, no qual o autor far uma discusso, muito interessante, sobre os tempos modernos e o seu ajuste espacial, tomando como parmetro as anlises de Marx e Engles (do Manifesto) e mostrando em que medida essas anlises nos ajudam a pensar geograficamente.

    MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em geografia. So Paulo: Contexto, 2007.

    Livro que traz vrios textos do autor publicados em diversas revistas e escritos em momentos distintos. Excelente livro de introduo a questes de histria e epistemologia da Geografia. Para o assunto tratado nesta aula, recomendamos a leitura do texto A sociedade e suas formas de espao no tempo.

    SANTOS, Milton. A natureza do espao. So Paulo: EDUSP, 2006.

    Livro obrigatrio para o estudante de Geografia. Trata da relao entre a tcnica e o espao e entre o espao e o tempo. uma obra singular quanto ao desenvolvimento de uma epistemologia da Geografia. Para esta aula, recomendamos a leitura do captulo 1, As tcnicas, o tempo e o espao geogrfico. Neste captulo, o autor mostra como o estudo da tcnica fundamental para a compreenso do espao geogrfico e de como os gegrafos tem negligenciado esse estudo.

    Nesta aula, vimos a necessria relao entre produo da vida social e produo material da vida, destacando-se o perodo da modernidade e suas implicaes nas transformaes espaciais.

  • Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica

    Auto-avaliaoElabore um texto traando um paralelo entre produo social e produo material, mostrando a relao seminal entre a existncia da natureza e a existncia humana e de como a cada nova ordem social, econmica e poltica faz-se necessria uma nova ordem espacial. Explicite ainda nesse texto o que se entende por ajuste espacial.

    DesafioRetome os textos que voc elaborou em resposta s atividades 1 e 2. Retome tambm as noes dos cinco domnios da ao humana (aula 2). Elabore um texto de uma lauda, considerando os seguintes elementos: o carter social do espao geogrfico decorre do fato de que os homens tm fome, sede e frio, necessidades de ordem fsica decorrentes de pertencer ao reino animal e que esse animal, para satisfazer suas necessidades, transforma a natureza atravs do trabalho e da tcnica mediadas por relaes sociais que assumem formas diversas no tempo histrico e que o perodo moderno singular do ponto de vista de uma ruptura com a Idade Mdia; as transformaes da modernidade influenciaram nas transformaes materiais e deram origem a uma nova configurao espacial com base em elementos nunca existentes (objetos tcnicos, grandes cidades, ferrovias, Estado-nao etc.).

    RefernciasANDRADE, Manuel Correia de. Geografia: cincia da sociedade. Recife: Editora Universitria/UFPE, 2006.

    CLAVAL, Paul. Histoire de la gopgraphie. Paris: PUF, 1996.

    HARVEY, David. Espaos de esperana. So Paulo: Edies Loyola, 2004.

    MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. 1952.

    MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em geografia. So Paulo: Contexto, 2007.

    PAULO NETTO, Jos; BRAZ, Marcelo. Economia poltica: uma introduo crtica. So Paulo: Cortez, 2007.

    SANTOS, Milton. A natureza do espao. So Paulo: EDUSP, 2006.

  • Aula 06 IntroduoCinciaGeogrfica

    Ementa

    n Aldo Dantas

    n Tsia Hortncio de Lima Medeiros

    A construo do conhecimento geogrfico. A institucionalizao da geografia como cincia. As escolas do pensamento geogrfico. A relao sociedade/natureza na cincia geogrfica. O pensamento geogrfico e seu reflexo no ensino. A geografia brasileira. Atividades prticas voltadas para a aplicao no ensino.

    Introduo Cincia Geogrfica GEOGRAFIA

    Autores

    Aulas

    S

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    01 O saber geogrfico

    02 A ao humana

    03 A Geografia na Antiguidade

    04 A Geografia na Idade Mdia

    05 Os tempos modernos

    06 Espao e modernidade

    07 A institucionalizao da Geografia

    08 A Geografia de Humboldt e Ritter

    09 A Geografia ratzeliana e seu contexto

    10 A Geografia vidaliana e o seu contexto

    11 A abordagem regional vidaliana

    12 Os movimentos de renovao

    13 A institucionalizao da Geografia no Brasil

    14 O nascimento da Geografia cientfica no Brasil

    15 Milton Santos: o filsofo da tcnica