enfermagem em centro obstétrico

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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DO DISTRITO FEDERAL SUBSECRETARIA DE ATENO SADE DIRETORIA DE PROMOO E ASSISTNCIA SADE GERNCIA DE ENFERMAGEM

Manual de Recomendaes Tcnicas para Equipes de Enfermagem em Centros Obsttricos

BRASLIA/2003

GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL

JOAQUIM DOMINGOS RORIZ

VICE-GOVERNADORA DO DISTRITO FEDERAL

MARIA DE LOURDES ABADIA

SECRETRIO DA SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DO DISTRITO FEDERAL

ARNALDO BERNARDINO ALVES

SECRETRIO - ADJUNTO DA SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DO DF

MRIO ANTNIO ALVARENGA HORTA BARBOSA

SUBSECRETRIO DE ATENO SADE

MRIO SRGIO NUNES

DIRETOR DE PROMOO E ASSISTNCIA SADE

CCERO ALVES DA SILVA

GERENTE DE ENFERMAGEM

DILCE DIAS PEREIRA SANTOS

2

Equipe de Elaborao Zeliane Dias Aguiar Gregoratto Enfermeira Coordenadora da rea Materno-Infantil

Fernanda Viana Pereira da Luz Enfermeira Supervisora do Centro Obsttrico do HRPL

Maricildes Pinheiro da Costa Enfermeira Supervisora do Centro Obsttrico do HRAS

Edna Martins Pessoa Costa Enfermeira Supervisora do Centro Obsttrico do HRAN

Elisabete Mesquita Peres de Carvalho Enfermeira Supervisora do Centro Obsttrico do HRS

Irene Maria Casarotto Pessoa Lima Enfermeira Supervisora do HRT

Claude de Souza Zveiter Enfermeira Supervisora do Centro Obsttrico da UMSS

COLABORADORES

La Maria do Amaral Nogueira Enfermeira Supervisora do Centro Obsttrico HRBZ Nelci Nunes Lins Enfermeira Supervisora do Centro Obsttrico HRC Silvia Cristina Campos Enfermeira Supervisora do Centro Obsttrico HRG Petruza Damaceno de Brito Enfermeira da Gerncia de Enfermagem/DIPAS

DIGITAO

Snia Cristina Gonalves Nogueira de Sousa Luana Carvalho dos Santos

CAPA Claude de Souza Zveiter

3

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos que colaboraram na construo deste manual, pelo esforo e dedicao.

EQUIPE DE ELABORAO

4

SUMRIO Apresentao ................................................................................................................................. 8

Parte I Procedimentos 1. Registros 1.1. Admisso ......................................................................................................................... 1.2. Alta .................................................................................................................................. 1.3. Transferncia ................................................................................................................... 1.4. bito ................................................................................................................................ 2. Sinais Vitais

9 10 10 11 11 12 13

2.1. Presso arterial ................................................................................................................. 13 2.2. Temperatura ..................................................................................................................... 2.3. Pulso ................................................................................................................................ 14 16

2.4. Respirao ........................................................................................................................ 17 2.5. Freqncia cardaca fetal -FCF ...................................................................................... 3. Vias de Administrao de Medicamentos. 3.1. Oral .................................................................................................................................. 3.2. Sublingual ........................................................................................................................ 17 20 20 21

3.3. Retal ................................................................................................................................. 21 3.4. Intramuscular ................................................................................................................... 3.5. Subcutnea ou Hipodrmica ............................................................................................ 3.6. Intradrmica ..................................................................................................................... 23 26 28

3.7. Endovenosa ...................................................................................................................... 29 4. Medidas Antropomtricas 32

4.1. Peso .................................................................................................................................. 32 4.2. Estatura ............................................................................................................................ 4.3. Permetro ceflico............................................................................................................ 5. Profilaxia 5.1. Da Oftalmia Neonatal (Mtodo Cred) ........................................................................... 5.2. Da Hepatite B .................................................................................................................. 32 33 34 34 35

5.3. Da Hemorragia Neonatal (Vitamina K) ........................................................................... 38 6. Identificao do Binmio Me Filho 7. Assistncia ao recm nascido em sala de parto 7.1. Assistncia imediata em sala de parto............................................................................ 7.2. Reanimao Neonatal.................................................................................................... 39 41 41 42 5

7.3. Higiene/Banho.............................................................................................................. 7.4 Avaliao/Curativo do Coto Umbilical........................................................................... 8. Tricotomia 9. Higiene ntima da Mulher 10. Cateterismo Vesical Feminino 11. Sondagem Orogstrica 12. A Enfermagem na Sala de Operao

45 47 48 49 51 54 56

12.1. Paramentao cirrgica .................................................................................. 56 12.2. Lavagem das mos ......................................................................................... 59 12.3. Antissepsia de campo operatrio .................................................................... 61 12.4. Abertura de sala .............................................................................................. 62 13. Limpeza e Desinfeco do Centro Obsttrico 14. Cuidados e Manuseio de Equipamentos e mobilirios 64 66

Parte II Pr-Parto, Parto e Ps-Parto 1. Pr-Parto 2. Intercorrncias Obsttricas: 2.1. Abortamento ................................................................................................................... 2.1.1. Curetagem ................................................................................................................ 2.1.2. AMIU ...................................................................................................................... 2.2. Amniorrexe Prematura ................................................................................. 2.3. Crescimento Intra-Uterino Retardado (CIUR) ............................................. 2.4. Descolamento Prematuro de Placenta ............................................................................. 2.5. Doena Hipertensiva da Gestao (DHEG) ....................................................................

65 67 70 70 71 71 73 74 75 76

2.6. Gestao prolongada ........................................................................................................ 79 2.7. Gravidez ectpica ............................................................................................................ 2.8. Hiperemese gravdica ...................................................................................................... 2.9. Incompetncia istmo-cervical .......................................................................................... 2.10. Isoimunizao materno-fetal ......................................................................................... 2.11. Macrossomia Fetal ....................................................................................................... 2.12. Mola Hidatifome ........................................................................................................... 2.13. Oligomnio .................................................................................................................... 2.14. Placenta Prvia ............................................................................................................. 79 80 81 82 83 84 85 86

2.15. Polidrmnio .................................................................................................................... 87 2.16. Prolapso de cordo ......................................................................................................... 87 6

2.17. Rotura Uterina 2.18. Sndrome HELLP .......................................................................................................... 2.19. Trabalho de parto prematuro (TPP) .............................................................................. 3. Intercorrncias Clnicas: 3.1. Anemias ........................................................................................................................... 3.2. Cardiopatias ..................................................................................................................... 3.3. Diabetes ........................................................................................................................... 3.4. Hipertenso gestacional .................................................................................................. 3.5. HIV ................................................................................................................................ 4. Parto 5. Ps-parto imediato

88 90 91 93 93 93 96 97 97 100 102

5.1. Involuo uterina ............................................................................................................. 102 5.2. Loquiao ........................................................................................................................ 102 5.3. Vagina/Perneo ................................................................................................................ 103 5.4. Mamas/Aleitamento Materno ......................................................................................... 103

5.5. Recuperao Ps-anestsica ............................................................................................ 104 6. Principais complicaes no ps parto imediato 106

6.1. Hemorragias/Choque ....................................................................................................... 106 6.2. Hematomas/Perneo ......................................................................................................... 107

Parte III - Medicaes mais utilizadas em Centro Obsttrico

109

Parte IV - Recomendaes: Assistncia Mulher Vtima de Violncia Sexual ...................................................................

119 120

Parte V Anexos Aconselhamento pr e ps teste anti-HIV e Sfilis .................................................................... 10 Passos para o sucesso do aleitamento materno .................................................................... Programa de Ateno ao Abortamento Legal ............................................................................ Atribuies do Enfermeiro do Centro Obsttrico ..................................................................... Atribuies do Auxiliar de Enfermagem do Centro Obsttrico ................................................

123 124 128 129 131 134

Formulrios ................................................................................................................................ 137

Referncias Bibliogrficas.........................................................................................................

140

7

APRESENTAO

Este manual foi elaborado para enriquecer os conhecimentos das equipes de enfermagem dos Centros Obsttricos da rede da Secretaria de Estado da Sade do Distrito Federal. Sua

linguagem tcnica, mas a abordagem simples para que possa servir como fonte de esclarecimento. A idia nortear o desenvolvimento das atividades nas unidades hospitalares com seus diferentes nveis de complexidade, tendo como objetivo uniformizar as condutas de enfermagem, para melhoria e humanizao do atendimento ao binmio me-filho. A construo deste manual somou as experincias, conhecimentos e esforos de um grupo de enfermeiras que atuam nesta rea preocupando-se com um atendimento diferenciado, de forma a respeitar a individualidade e o direito reprodutivo da mulher. Consideramos este trabalho como um ponto de partida e no uma verso definitiva, pois novas tcnicas podem surgir como o avano do conhecimento cientfico.

8

PARTE I PROCEDIMENTOS

9

REGISTROS

1.1. ADMISSO

o ingresso da paciente na unidade hospitalar. A acolhida na unidade deve ser cordial, pois a paciente est deixando para trs sua famlia, lar e trabalho para entrar num ambiente estranho e por vezes hostil. Ao ser admitida na unidade, a equipe de enfermagem deve proporcionar-lhe tranqilidade e segurana, pois, sendo a primeira impresso positiva, a paciente tende a confiar na equipe e ajustar-se melhor ao ambiente hospitalar. Material:

Termmetro Esfigmomanmetro Estetoscpio Formulrios para registro

Conduta de Enfermagem:

Verificar a ordem e a limpeza da unidade da paciente; Receber cordialmente a paciente e encaminh-la ao leito, deixando-a instalada

confortavelmente; Orientar quanto utilizao das dependncias da unidade; Verificar sinais vitais e anotar no pronturio; Perguntar se tem alergias, doena prvia, se toma medicamentos e quais so; Verificar se h perdas vaginais (lquido amnitico ou sangue); Orientar a paciente quanto aos procedimentos de rotina que sero realizados no pr-parto, como: exame de toque ou ausculta fetal; Orientr quanto evoluo do trabalho de parto, especialmente se for primpara; Registrar dados, no livro de admisso e no pronturio; Preencher os formulrios padronizados; Proporcionar conforto e segurana paciente.

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1.2. ALTA HOSPITALAR a situao em que a paciente no necessita mais dos servios hospitalares estando apta a deixar a unidade. um procedimento mdico adotado com o assessoramento da equipe de enfermagem responsvel pela paciente. A alta dever ser assinada pelo mdico assistente devendo os procedimentos relativos a mesma serem registradas pela enfermagem em formulrios prprios.

Conduta de Enfermagem:

Confirmar com o mdico responsvel a alta da paciente; Comunicar aos familiares sobre a alta; Orientar a paciente sobre os cuidados aps a alta. Esclarecer as dvidas existentes; Enfatizar a importncia do retorno ao mdico para reavaliao; Entregar exames radiolgicos realizados durante sua internao; Registrar o horrio e as condies de alta no pronturio e no relatrio de enfermagem; Emitir a liberao de alta em formulrio prprio; Orientar a paciente para recolher objetos pessoais se houver; Solicitar limpeza terminal da unidade utilizada pela paciente; Preparar o leito para nova admisso.

1.3. TRANSFERNCIA/REMOO Refere-se a sada da paciente para outro servio, o qual ir assumir a responsabilidade pela continuao do seu tratamento.

Conduta de Enfermagem:

Confirmar com o mdico a solicitao da remoo; Comunicar paciente e familiares quanto necessidade da remoo, esclarecendo-lhes as dvidas;

Manter a paciente em boas condies de higiene; Preencher todos os impressos que devero acompanha-la; Solicitar o servio de transporte, combinando o local e o horrio do embarque; Preparar o material e as medicaes necessrias para o transporte; 11

Encaminhar a paciente ao destino proposto acompanhando-a, se necessrio; Anotar a data, hora, destino e condies de transferncia, em formulrio prprio; Deixar registrado o nome da pessoa que acompanhou a paciente na remoo (membro da equipe de enfermagem e/ou mdica);

Certificar-se se a unidade que recebeu a paciente assinou o termo de recebimento no formulrio padro;

Arquivar no pronturio, o termo de recebimento da paciente; Solicitar a limpeza terminal da unidade utilizada pela paciente; Deixar o leito pronto para uma nova admisso; Lavar as mos antes e aps cada procedimento.

1.4. BITO - CUIDADOS COM O CORPO APS A MORTE

Os procedimentos realizados com o corpo, por ocasio da morte da paciente ou do seu concepto devero seguir o princpio do respeito e privacidade, devendo a famlia ser tratada com dignidade e considerao, em funo da perda do ente querido. Material: Invlucro para cadver; Gaze; Algodo.

Conduta de Enfermagem:

Confortar os familiares, prestando-lhes os esclarecimentos necessrios; Comunicar ao Servio Social, se necessrio; Registrar no pronturio: data, hora, condies e o mdico que constatou o bito; Higienizar e preparar o corpo respeitosamente identificando-o; Encaminhar o corpo anatomia patolgica com os formulrios adequadamente preenchidos; Solicitar a limpeza terminal da unidade; Deixar o leito pronto para nova admisso; Lavar as mos antes e aps cada procedimento.

12

2. SINAIS VITAIS2.1. PRESSO ARTERIAL A presso arterial reflete a tenso que o sangue exerce nas paredes das artrias. A medida da presso arterial compreende a verificao da presso mxima ou sistlica e a presso mnima ou diastlica. A presso arterial depende do dbito cardaco, da resistncia vascular perifrica e da viscosidade do sangue. A verificao da presso arterial durante a gestao, dever ser feita com prvio repouso da gestante (no mnimo de 5 min; se for possvel, 25 min) mantendo o brao em posio confortvel, de forma a no interferir no retorno venoso. Recomenda-se que a gestante seja, preferencialmente, mantida em decbito lateral esquerdo com cabeceira elevada (DLE), de 15 a 35. A aferio deve ser feita no brao direito, no nvel do corao, ou ainda na posio sentada, com o brao posicionado e apoiado horizontalmente no nvel do corao. Recomenda-se repetir o procedimento caso haja diferena maior que 5 mm Hg entre os resultados da presso diastlica obtidos.

Valores normais limtrofes segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertenso Arterial Presso sistlica: de 130 a 139 mmHg. Presso diastlica: de 85 mmHg a 89 mmHg.

Material:

Esfignomanmetro; Estetoscpio; Algodo com lcool; Papel e caneta.

Conduta de Enfermagem: Lavar as mos; Providenciar o material necessrio; Limpar o diafragma e as olivas do estetoscpio;

13

Posicionar a paciente deitada ou sentada, com o brao descoberto e apoiado altura do corao, com a palma da mo voltada para cima;

Colocar o manguito cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital (dobra do cotovelo); Palpar a artria braquial, e colocar o diafragma do estetoscpio sobre a mesma e a extremidade das olivas nos ouvidos;

Fechar a vlvula da pra e inflar rapidamente o manguito (geralmente at 200mmHg); Abrir a vlvula da pra lentamente. O primeiro batimento que se ouve a presso mxima ou sistlica;

Continuar a descompresso, considerando-se a presso mnima quando houver um abafamento do som ou o seu desaparecimento;

Abrir a vlvula e, aps a sada de todo o ar, retirar o manguito; Deixar a paciente em posio confortvel; Anotar em formulrio apropriado e informar ao mdico qualquer anormalidade encontrada; Recolher o material; Deixar a unidade em ordem; Lavar as mos.

OBSERVAES: Teste o esfignomanmetro antes da verificao, para afastar erros ocasionados por defeito do aparelho; O manguito deve ter uma largura que cubra 2/3 do comprimento do brao; No se recomenda verificar a P.A. em brao na qual foi realizado cateterismo cardaco, shunt A - V ou em que esteja instalada venclise; Na incerteza do valor obtido, aguardar no mnimo 30 segundos para nova verificao, utilizando outro aparelho, preferencialmente; No momento da verificao da presso arterial o diafragma do estetoscpio no deve tocar a borda inferior do manguito e jamais deve ser colocado sob o mesmo.

2.2. TEMPERATURA a quantidade de calor que um corpo apresenta num determinado momento, sendo resultante do equilbrio entre o calor produzido e o eliminado.

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A temperatura corporal reflete o calor produzido pela atividade metablica. Alguns fatores como os hormonais, sono, repouso e emoes, podem aumentar ou reduzir a taxa metablica, alterando para mais ou para menos a temperatura corporal. difcil delimitar a temperatura corporal normal porque, alm das variaes individuais e condies ambientais, num mesmo indivduo a temperatura no se distribui uniformemente nas diversas regies do corpo. Em mdia, considera-se como temperatura normal em adultos:

Axilar: 35,8C a 37,0C; Inguinal: 36 C a 36,8C; Oral: 36,3C a 37,4C; Retal: 37C a 38C.

A febre, modificao patolgica da temperatura, ocorre geralmente como reao do organismo a alguma agresso. Convencionou-se como: Estado febril temperatura entre 37,5C a 38C; Febre temperatura acima de 38C; Queda de temperatura - 36C ou menos.

TEMPERATURA AXILAR

Material:

Termmetro; Bolas de algodo seco; Almotolia com lcool a 70%; Papel para anotao; Lpis ou caneta.

Conduta de Enfermagem:

Lavar as mos; Providenciar o material necessrio; Explicar paciente a seqncia dos acontecimentos; Observar se a coluna de mercrio do termmetro est em torno de 35C; Fazer manobras para baixar a coluna de mercrio, at esse nvel, se necessrio; 15

Solicitar paciente que seque a axila; Colocar o bulbo do termmetro na axila da paciente e posicionar o brao sobre o peito com a mo direcionada para o ombro oposto;

Manter o termmetro nessas condies por cinco minutos; Retirar o mesmo, segurando-o pelo lado oposto ao bulbo e proceder leitura; Lavar o termmetro com gua e sabo ou proceder a limpeza com algodo embebido em lcool a 70% da extremidade para o bulbo;

Baixar a coluna de mercrio e guardar o termmetro em local apropriado; Lavar as mos; Registrar o valor da temperatura em formulrio apropriado.

OBSERVAO Considere que poder ocorrer um aumento da temperatura nas primeiras 24 horas aps o parto.

2.3. PULSO:

a expanso e a retrao de uma artria, produzida pela onda de sangue, forada atravs da mesma, pela contrao cardaca.

Material: Relgio com marcador de segundos; Papel para anotaes; Caneta.

Conduta de Enfermagem: Lavar as mos; Explicar o procedimento paciente; Palpar a artria com os dedos indicador e mdio; Contar a pulsao por um minuto Registrar em impresso prprio. 16

2.4. RESPIRAO

o movimento de entrada e sada de ar nos pulmes, ocorrendo a troca de gases entre o organismo e o ambiente. O oxignio absorvido para a manuteno das funes vitais e o gs carbnico eliminado.

Nveis de freqncia respiratria normal:

Mulheres - 18 a 20 movimentos respiratrios por minutos (mrm); Lactentes - 30 a 40 mrm; Prematuros 50 mrm

Material:

Relgio com marcador de segundos; Caneta; Formulrio para anotaes.

Conduta de Enfermagem:

Manter a paciente preferencialmente deitada; Observar a subida e a descida do trax ou do abdome por um perodo de 1 (um) minuto; Registrar o nmero de movimento respiratrios em formulrio prprio.

OBSERVAO: Preferencialmente execute o procedimento sem que a paciente perceba que est sendo observado.

2.5. AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDIOFETAIS:

A ausculta dos batimentos cardacos do feto tem como objetivo acompanhar sua vitalidade durante o trabalho de parto e auxiliar no diagnostico do sofrimento ou bito fetal, da situao e posio do feto e gestao mltipla.

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Material: Estetoscpio de pinard/cardioscpio da freqncia cardaca fetal intermitente (sonar) ou contnua (cardiotocografia basal - CTB); Relgio com marcador de segundos; Gel condutor.

Conduta de Enfermagem: Informar a paciente quanto ao procedimento; Posicion-la em decbito dorsal com o abdome descoberto; Realizar palpao abdominal para identificar o dorso fetal (figura de 1 a 4); Segurar o estetoscpio de pinard pelo tubo, encostando a extremidade de abertura mais ampla no local previamente identificado como correspondente ao dorso fetal; Encostar o pavilho da orelha na outra extremidade do estetoscpio; Fazer com a cabea, uma leve presso sobre o estetoscpio e s ento retirar a mo que segura o tubo; Procurar o ponto de melhor ausculta; Controlar o pulso da gestante, para certificar-se que os batimentos ouvidos so fetais, j que as freqncias so diferentes; Contar os batimentos cardiofetais por 1 minuto, observando sua freqncia e ritmo; Registrar a FCF obtida.

OBSERVAES: A FCF normal a termo de 110 a 100 batimentos por minuto; A FCF dever ser verificada entre as contraes, durante as contraes e na fase de relaxamento uterino, a cada hora ou de acordo com a necessidade; Durante o perodo expulsivo a ausculta dever ser realizada a cada 5 minutos entre as contraes; Na monitorizao cardaca fetal contnua, manter a parturiente na posio semi sentada ou em DLE; Se usar cardioscpio de freqncia crdio-fetal (sonar) colocar o gel condutor na regio do abdome em que ser feita a ausculta;

Aps o uso, limpar o sensor do cardioscpio, retirando o excesso de gel.

18

fig.1 e fig.2

fig.3 e fig.4

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3. VIAS DE ADMINISTRAO DE MEDICAMENTOS3.1. ORAL a administrao de medicamentos pela boca.

Apresentao das drogas:

Cpsulas; Comprimidos; Drgeas; Medicamento lquido.

Material:

Copinhos Fita adesiva para rotular os copinhos

Conduta de Enfermagem:

Conferir a medicao e a dosagem com a prescrio mdica; Lavar as mos; Preparar o medicamento; Levar at a paciente, conferindo seu nome; Fornecer gua suficiente para auxili-la na ingesta do medicamento; Anotar o procedimento no pronturio.

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OBSERVAES: Evitar tocar no medicamento com as mos; No recolocar medicamentos lquidos nos frascos originais. Comprimidos drgeas e cpsulas podero ser recolocadas em seus respectivos frascos desde que estejam limpos e secos; Nunca reutilizar medicamentos sem identificao/rtulo; No Ministrar a medicao V.O. a pacientes impossibilitadas de deglutir, ou inconscientes; Conferir: droga, dose, horrio, paciente e via (cinco certos); Conferir prazo de validade do medicamento.

3.2. SUBLINGUAL a colocao do medicamento sob a lngua do paciente, para que haja a absoro pela mucosa oral. Conduta de Enfermagem:

Lavar as mos; Conferir os cinco certos; Oferecer gua para que o paciente enxge a boca; Pedir lhe para o paciente levantar a lngua; Colocar a medicao sob a lngua; Orientar a paciente a no engolir saliva por alguns minutos para favorecer a absoro da droga; Guardar o material; Lavar as mos; Anotar no pronturio.

3.3. RETAL: a administrao de medicamento pelo reto. Essa via pode ser utilizada para medicamentos ou solues no medicamentosas sob a forma de supositrios, clister, irrigao e gota a gota (protclise).

Indicaes:

21

Administrar medicamentos; Facilitar a eliminao de fezes; Eliminar ou evitar distenso abdominal e flatulncia; Preparar a paciente para parto, cirurgias, exames e tratamento do trato intestinal; Remover sangue, nos casos de melena.

Material:

Soluo prescrita; Sonda retal (se a soluo no tiver bico aplicador); Luvas de procedimento no estril; Gaze no estril.

Conduta de Enfermagem:

Fechar a porta ou isolar a cama com biombo; Orientar a paciente sobre o procedimento; Separar material necessrio; Conferir os cinco certos; Dispor o material de modo a facilitar o procedimento; Proteger a cama/maca com impermevel coberto por lenol mvel; Pedir a paciente para ficar em decbito lateral esquerdo com os membro inferiores flexionados (o direito mais que o esquerdo);

Afastar os glteos com gaze; Solicitar a paciente que inspire profundamente; Introduzir a medicao ou a ponta do frasco aplicador de solues, lubrificado.

Clister: Espremer o frasco, enrolando-o medida que for introduzindo a soluo; Solicitar que a paciente retenha a soluo por 10 a 15 minutos e encaminh-la ao vaso sanitrio; Orientar a paciente a no dar descarga para que o efeito do enema possa ser verificado pelo profissional de enfermagem; Observar aspecto e volume das eliminaes; Deixar a unidade em ordem; 22

Lavar as mos; Checar na prescrio: horrio, volume, aspecto da eliminao e reaes da paciente.

OBSERVAO: Se for detectada resistncia na introduo da ponta aplicadora ou da soluo, suspender o procedimento e comunicar ao mdico.

3.4. INTRAMUSCULAR (IM): a administrao de solues no tecido muscular.

O msculo selecionado deve ser bem desenvolvido, de fcil acesso e no conter grandes vasos e nervos importantes. Os mais utilizados so o deltide, vasto lateral da coxa e msculos das regies ventro e dorso glteo. Essa via deve ser utilizada quando se deseja uma absoro rpida da droga, sendo mais lenta apenas que a endovenosa.Indicaes: Utilizada quando se precisa de absoro rpida. Sendo mais lenta apenas que a EV. a via de escolha quando a substncia : muito irritante; suspenso aquosa ou soluo oleosa; vacina.

Material: Almotolia com lcool a 70%; Algodo seco; Seringa de acordo com o volume a ser injetado; Agulhas com bisel longo comprimento e calibre de acordo com a idade, tecido adiposo e condies de solubilidade do medicamento. (ver quadro indicativo de graduao de agulhas)

Angulao da agulha para injees intramusculares

23

Msculos Deltide e Dorso Glteo perpendicular, formando um ngulo de 90o(noventa graus) com a pele; Msculo Vasto Lateral da Coxa verticalizada ou oblqua, com angulao de at 45o(quarenta e cinco graus) em relao ao eixo longitudinal da perna e em direo do p; Msculo Ventro Glteo a agulha deve ser dirigida ligeiramente crista ilaca.

3.4.1-Em Vasto Lateral O vasto lateral o maior componente do quadrceps femural. Localiza-se na face antero-lateral da coxa. uma rea de fcil acesso e permite o controle de pacientes agitados. Os msculos dessa rea j esto desenvolvidos desde o nascimento e afastados de vasos e nervos de maior importncia. o local de primeira escolha para aplicao de injees IM em todas as faixas etrias. O volume a ser administrado por essa via no deve ultrapassar 5 ml. Conduta de Enfermagem:

Lavar as mos; Conferir prescrio, seguindo a seqncia dos cinco certos: Paciente,medicamento, dose, horrio, via de administrao;

Aspirar o medicamento; Retirar o ar residual com a agulha ainda encapada; Explicar o procedimento paciente; Posicionar a paciente; Fazer anti-sepsia ampla com algodo embebido em lcool a 70% e esperar secar; Lateralizar o bisel da agulha; Distender o msculo sem tracion-lo, mantendo-o firme; Introduzir a agulha em ngulo de at 45 em relao pele, num nico impulso; Aspirar, para certificar-se de que no foi atingido nenhum vaso; Injetar o medicamento lentamente; Retirar a agulha e fazer compresso do local; Desprezar o material utilizado em recipientes prprios; Lavar as mos; Registrar o procedimento no pronturio. 24

Consideraes: O paciente deve ser colocado preferencialmente em decbito dorsal com os membros inferiores em extenso ou sentado com a perna fletida; Para administrao de vacinas no se faz anti-sepsia com lcool a 70%; utiliza-se apenas algodo seco; Orientar a paciente a manter o msculo relaxado;

OBSERVAES: O Programa Nacional de Imunizaes recomenda esta via para a administrao da vacina contra Hepatite B, em recm-nascidos usando de preferncia a agulha 20 x 5,5;

3.4.2- Em Deltide Apesar de muito popular o quarto local de escolha para aplicao de injeo IM, possui pouca massa muscular e existe a possibilidade de se lesar vasos e nervos dessa regio. O volume mximo de medicao a ser administrado por essa via de 3 ml. Contra-indicaes: Clientes com pequeno desenvolvimento muscular; Recm-nascidos e crianas de 0-10 anos; Injees repetidas; Pacientes mastectomizados; Paciente sequelados de acidente vascular cerebral (AVC); Pacientes com esvaziamento de gnglios cervicais; Pacientes com comprometimento vascular de membros superiores; Substncias irritantes em volume > que 2 ml.

Conduta de Enfermagem:

Seguir os passos da conduta para o vasto lateral, observando-se as seguintes consideraes: Local da puno- 3 a 5 cm abaixo do ombro, na regio central do msculo, no sentido da largura; Introduzir a agulha em ngulo de 90o em relao a pele, num nico impulso. 25

OBSERVAES: O comprimento e o calibre da agulha variam de acordo com a idade, tecido adiposo e condies de solubilidade do medicamento. Quando o volume a ser injetado for maior que 5 ml, aconselha-se dividir o volume em duas aplicaes, em msculos distintos.

QUADRO INDICATIVO DE GRADUAO DE AGULHASFAIXA ETRIA TECIDO SUBCUTNEO ADULTO MAGRO NORMAL OBESO RECM-NASCIDO MAGRO NORMAL OBESO SOLUO AQUOSA 25 x 6/7 30 x 6/7 40 x 6/7 20 x 6/7 25 x 6/7 30 x 6/7 SOLUO OLEOSA 25 x 8/9 30 x 8/9 40 x 8/9 20 x 8 25 x 8 30 x 8

Adaptao de Horta e Teixeira - 1973

Fatores que minimizam a dor s injees intramusculares: Utilizar agulha com bisel afiado e com um dimetro que permita o fluxo livre da soluo; Trocar a agulha aps aspirao da soluo; Injetar a soluo lentamente; Esperar que a soluo para antissepsia seque antes que a agulha penetre a pele; Adotar um sistema de rodzio das reas para injees subseqentes; Massagear o msculo, relaxando-o para distribuir a medicao e melhorar a sua absoro, exceto para o caso de vacinas.

* No nos deteremos na utilizao dos msculos dorso glteo e ventro glteo, pela pouca utilizao dos mesmos na aplicao de injees neste setor.

3.5. SUBCUTNEO OU HIPODRMICO: a introduo de medicamento no tecido subcutneo. Indicado para administrao de drogas que no necessitam de absoro muito rpida e para administrao de vacinas e medicamentos como insulina. 26

Locais indicados para aplicaes:

Parte superior externa dos braos; Face lateral externa e frontal das coxas; Regio gltea, direita e esquerda; Regio supra e infra umbilical; Regio intermediria lateral das costas (prxima ao quadril D ou E).

Material:

Seringa de 0,5ml ou 1 ml; Agulhas para aspirao e aplicao; Medicao prescrita; Bolas de algodo; Almotolia com lcool a 70%; Cuba rim para lixo.

Conduta de Enfermagem:

Lavar as mos; Preparar a bandeja com material necessrio; Preparar a medicao e rotular; Preparar psicologicamente a paciente; Selecionar a regio a ser aplicada; Realizar a anti-sepsia da regio com uma bola de algodo embebida em lcool 70%, de cima para baixo, virando a bola de algodo;

Com o polegar e indicador da mo no dominante, fazer a apreenso do msculo para que proporcione melhor fixao da pele e ao panculo adiposo e diminua o risco de ultrapassar o tecido subcutneo;

Introduzir a agulha num ngulo entre 45 e 90, dependendo do calibre da agulha e da constituio fsica do paciente; 27

Soltar a prega mantendo toda a agulha no tecido e segurando o cilindro da seringa com os dedos polegar e indicador da mo no dominante, com a mo dominante puxar o mbolo;

Se houver sangue, retirar a seringa, trocar a agulha, seringa, medicao e fazer nova puno em outra regio;

Se No houver sangue, introduzir o medicamento de forma relativamente lenta, com exceo da insulina, que deve ser injetada em um tempo de 3 a 5 segundos;

Retirar a seringa, fixando o local com a bola de algodo, sem massagear; Observar possveis reaes no paciente, durante e aps a aplicao; Checar e anotar conforme rotina da unidade; Introduzir a agulha em ngulo reto (90) se a agulha for apropriada 13 X 4,5. Se for de dimenso maior fazer ngulo de 45 em relao pele;

Aspirar, injetar a medicao, retirar a agulha; Fazer compresso do local; Manter a unidade do paciente em ordem; Anotar/checar no pronturio o procedimento.

OBSERVAO: No utilizar lcool a 70% na administrao de vacina por esta via.

3.6. INTRADRMICA:

a administrao de pequena quantidade de soluo na camada drmica.

Material:

Seringa de 1 ml; Agulha; Medicao prescrita; Algodo.

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Conduta de Enfermagem:

Lavar as mos; Separar e conferir a medicao; Aspirar o medicamento; Avisar ao paciente o que ser feito; Introduzir a agulha em ngulo de 15 em relao pele com o bisel voltado para cima; Injetar o lquido; Retirar a agulha e no massagear a pele; Desprezar o material utilizado em recipiente prprio; Deixar a paciente confortvel e o ambiente em ordem; Lavar as mos; Registrar procedimento no pronturio.

OBSERVAES: Essa via mais utilizada para vacina e testes; Locais indicados para administrao: face interna do antebrao e regio escapular; Normalmente no realizada anti-sepsia para administrao por esta via; Se necessrio lavar o local com gua e sabo antes do procedimento.

3.7. ENDOVENOSA (EV):

Venclise

Administrao de solues e medicamentos por via endovenosa.

Indicaes: Medicaes que irritam a mucosa gstrica; Ao mais rpida; Manter via de acesso venoso; Agilizar procedimentos cirrgicos.

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Material: Bandeja com medicao/soluo preparada; Garrote; Fita crepe para fixar o rtulo do soro; Escalpes n 23 e 21; Cateter intravenoso n 18 20 e 22; Esparadrapo para fixao; Bolas de algodo embebidas em lcool a 70%; Luvas de procedimento no estril; Suporte de soro.

Conduta de Enfermagem:

Lavar as mos; Preparar e separar o medicamento e o material necessrio em bandeja ou cuba rim ; Identificar o soro com o rtulo; Dispor do material em mesa auxiliar prxima paciente; Explicar-lhe o procedimento; Expor a rea de aplicao, verificando as veias; Calar as luvas de procedimento no estril; Garrotear o local escolhido; Solicitar paciente para abrir e fechar a mo com o brao imvel; Fazer anti-sepsia com movimentos de baixo para cima; Manter algodo entre os dedos da mo oposta; Fixar a veia com o polegar abaixo do local a ser puncionado; Introduzir o cateter no sentido do percurso da veia, ao refluir o sangue, puxar a pea guia introduzindo lentamente a parte plstica;

Adaptar o equipo; Abrir o dispositivo lentamente; Fixar o sistema com esparadrapo; Controlar o gotejamento, rigorosamente, de acordo com a prescrio e rtulo; Recolher todo o material utilizado, acondicionando-o adequadamente; Retirar as luvas. Lavar as mos e anotar o procedimento; 30

Checar o item prescrito, colocando o nome e horrio.

OBSERVAES: Deve-se fazer rodzio do local de puno a cada 72 horas; O equipo de soro deve ser trocado a cada 48 horas; Clculo para gotejamento/minuto = volume total; Tempo O nmero de microgotas/minutos = nmero de gotas x 3 O nmero de microgotas/minutos = volume infundido em um minuto

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4. MEDIDAS ANTROPOMTRICASAuxiliam na avaliao das condies de nascimento e servem como base para acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criana.

4.1. PESO:

Material:

Balana

Conduta de Enfermagem

Forrar a bandeja da balana; Observar se a balana est tarada; Colocar o RN totalmente sem roupa sobre a balana, solt-lo e aguardar aparecer o peso no visor;

Verificar e anotar o valor encontrado em formulrios padronizados; Fazer desinfeco da bandeja da balana.

4.2. ESTATURA:

Material:

Estadimetro

Conduta de Enfermagem:

Forrar o estadimetro; Colocar o RN, em decbito dorsal. Encostar a parte superior da cabea do RN na extremidade do estadimetro Segurar os MMII de forma que fiquem estendidos; Ajustar a barra mvel do estadimetro at que a mesma encoste-se planta do p do RN; Verificar e anotar a medida em formulrio prprio; 32

Fazer desinfeco do estadiometro.

4.3. PERMETRO CEFLICO:

Material: Fita mtrica.

Conduta de Enfermagem Colocar o RN em decbito dorsal, sobre o estadimetro; Passar a fita mtrica sob a cabea, na altura de sua maior salincia (regio occipto-parietal); Passar as duas extremidades da fita por cima das orelhas, juntando as pontas logo acima das sobrancelhas e verificar o valor; Anotar a medida encontrada, em formulrio prprio; Fazer desinfeco da fita mtrica.

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5. PROFILAXIA

5.1. DA OFTALMIA NEONATAL MTODO CRED

uma prtica adotada universalmente como medida profiltica da oftalmia neonatal que consiste na aplicao de 1 gota de colrio de Nitrato de Prata a 1% em cada olho do Recm Nascido (RN). No DF se preconiza tambm a aplicao uma gota na genitlia do RN do sexo feminino (para prevenir a vulvovaginite gonoccica), ambos na primeira hora aps o nascimento.

Material:

Frasco com soluo de Nitrato de Prata a 1%; Algodo ou gaze; gua destilada.

Conduta de Enfermagem:

Observar a estabilidade do medicamento; Lavar as mos cuidadosamente; Fazer trao delicada da plpebra inferior com a ponta dos dedos; Instilar uma gota de soluo de Nitrato de Prata a 1% em cada saco da plpebra inferior; Manipular as plpebras fazendo-as deslizar sobre o globo ocular com movimentos delicados, garantindo a distribuio do medicamento;

Aps a instilao, pode-se utilizar algodo umedecido com gua destilada para remover o excesso de colrio que, eventualmente tenha escorrido pela face;

Afastar os grandes lbios com o dedo polegar e indicador instilando 01 gota de Nitrato de Prata (Recm Nascido sexo feminino).

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OBSERVAES: A instilao do Nitrato de Prata a 1% no tem ao profiltica sobre outra oftalmia do RN, que no a gonoccica; Os frascos com o medicamento devero ser mantidos fechados em local fresco, ao abrigo da luz; A soluo dever ser lmpida e transparente, conservada em frasco de cor escura e com dispositivo conta-gotas. O aparecimento de qualquer turvao ou a formao de precipitado indicam que a soluo no poder ser utilizada; Deve-se fazer cred em todos os RNs, independentemente do tipo de parto; No remover o excesso de colrio com soluo fisiolgica 0,9% , pois o mesmo precipita a prata e favorece a ocorrncia de conjuntivite qumica; Deve-se fazer cred em todos os recm nascidos, independentemente do tipo de parto.

5.2 - DA HEPATITE B

O Ministrio da Sade preconiza que se administre a primeira dose da vacina logo aps o nascimento, tornando-se altamente eficaz na preveno da transmisso vertical do vrus da hepatite B (VHB). Essa vacina em RN deve ser administrada por via IM, no vasto lateral da coxa. No deve ser aplicada na regio gltea por promover menor imunigenicidade; A conservao dessa vacina deve ser sob refrigerao mantendo a temperatura entre +2 e + 8 C.

Conservao em geladeira;

Manter as barras de gelo reciclvel (gelox) uma ao lado da outra sem empilhar; Manter as vacinas no meio das prateleiras centrais; Nunca coloc-las na porta; No colocar qualquer material na geladeira que dificulte a circulao do ar; Fazer a leitura da temperatura diariamente, no incio e no final da jornada de trabalho, anotando em grfico prprio;

Zerar o termmetro a cada aferio; Certificar-se de que a porta est vedada adequadamente; 35

Fazer o degelo a cada 15 dias, ou quando necessrio; Durante o degelo, manter as vacinas em caixa trmica; Ao ligar a geladeira conferir e anotar a temperatura interna e externa; S recolocar as vacinas na geladeira aps a temperatura chegar a +2 + 8C.

Conservao da vacina em caixa trmica

Trocar as barras da caixa a cada 6 horas, anotando o horrio, temperatura interna da caixa e nome legvel do servidor responsvel na folha de controle;

Esperar as barras climatizarem (ficarem suadas) de um lado. Virar e esperar climatizar o outro lado;

Secar a caixa trmica por dentro e formar uma ilha com as barras de gelo. Observar para que o sensor (cilindro metlico) do termmetro no encoste nas barras; Esperar a temperatura interna da caixa chegar a +2 + 8C; Retirar um frasco da geladeira coloc-lo em copo plstico, na caixa trmica; Usar todo o contedo do frasco, desde que mantida a temperatura interna da caixa; Manter uma agulha inserida na tampa de borracha do frasco da vacina sempre protegida por uma seringa de 1 ml;

Homogeneizar a vacina com movimentos suaves antes de aspirar No manter doses aspiradas em seringas na caixa porque podem congelar, inativando a vacina; Ao aspirar a dose, utiliz-la imediatamente, evitando deix-la temperatura ambiente; Aps aspirao devolver o frasco imediatamente caixa trmica.

5.2.1. ADMINISTRAO DA VACINA

Material: Seringa de 1ml; Agulha 20 x 5,5; Algodo; Frasco com a vacina.

Conduta de Enfermagem: Aspirar o volume da dose de vacina (0,5ml); Adaptar agulha 20 X 5,5 (canho roxo); 36

Colocar outra seringa de 1 ml protegendo a agulha da tampa do frasco; Retirar o ar da seringa; Expor a coxa ESQUERDA do RN e localizar o msculo vasto lateral; Introduzir a agulha num ngulo de 45 em relao pele, no sentido podlico (com a ponta direcionada para o p do RN);

Fazer compresso no local com algodo seco, sem massagear. Lavar as mos antes e aps o procedimento.

OBSERVAES Na falta de agulhas 20 x 5,5 utilizar 13 x 4,5 introduzindo a agulha num ngulo de 90 em relao pele, sempre no vasto lateral da coxa e NUNCA, na sua poro anterior; A vacina no deve ser administrada em recm nascido com peso inferior a 2.000g.

5.2.2. ADMINISTRAO DE IMUNOGLOBULINA HUMANA ANTI-HEPATITE B (IGHB) EM RN Quando a me for HbsAg/HbeAg+, a administrao da vacina anti-hepatite B (VHB) simultnea a imunoglobina anti-hepatite B (IGHAHB) no RN aumenta a possibilidade de no haver transmisso vertical da hepatite. Conduta de Enfermagem:

Seguir os mesmos passos para a administrao da vacina anti-hepatite B; Administrar por via IM, no membro oposto ao que se administrou a vacina; Aplicar 0,5 ml de Imunoglobulina, INDEPENDENTE DO PESO.

OBSERVAO: O RN dever receber a imunoglobulina nas primeiras horas aps o nascimento.

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5.3 - DA HEMORRAGIA NEONATAL (VITAMINA K)

O RN no tem todos os fatores de coagulao ao nascer havendo risco de hemorragia, inclusive intracraniana. Como preveno, administra-se a vitamina K por via IM nas primeiras horas de vida.

Conduta de Enfermagem:

Colocar o RN em bero aquecido; Expor a perna DIREITA; Administrar a Vitamina K, por via IM, em VASTO LATERAL da coxa DIREITA do RN, usando a tcnica descrita anteriormente.

OBSERVAES: A vitamina K inativada se for exposta luz; As ampolas devem ser mantidas nas embalagens originais; Deve ser administrada aps higienizao do RN.

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6. IDENTIFICAO DO BINMIO ME - FILHO

A identificao do binmio realizada com o uso de pulseiras de plstico lavveis, padronizadas, com nmeros de identificao geminados e fecho inviolvel, que devero ser preenchidas com caneta esferogrfica contendo os seguintes dados:

Nome da genitora; Registro; Sexo do RN; Data e hora do nascimento;

Material:

Pulseiras plsticas com numerao; Caneta esferogrfica.

Conduta de Enfermagem:

Preencher os dados de identificao das pulseiras no momento do parto, fixando-a no pulso da me e tornozelo ou pulso do RN, imediatamente aps o nascimento;

Registrar a realizao da identificao nos pronturios da parturiente e do RN, anotando o nmero das pulseiras e nome legvel do profissional que realizou o procedimento;

Orientar a parturiente quanto importncia de manter a sua pulseira e a do seu RN, devendo ser retiradas somente aps a sada do hospital;

Orientar a me a conferir os dados das pulseiras no momento em que estiver recebendo seu RN.

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OBSERVAES: A inviolabilidade das pulseiras e os dados nela contidos favorecem a segurana do binmio e da equipe j que o risco de trocas de bebs fica reduzido; Quando se tratar de partos mltiplos, a ordem do nascimento dever ser especificada na pulseira (1 gemelar, 2 gemelar etc); A equipe de enfermagem dever conferir a existncia da pulseira, bem como os dados de identificao nela contidos ao transferir o binmio para o ALCON ou o RN para o berrio; Na falta de pulseiras padronizadas, confeccionar pulseiras utilizando esparadrapo, mantendo os registros dos mesmos dados; Nos RN de baixo peso (prematuro) recomenda-se a fixao da pulseira no membro inferior, na altura do tornozelo; Em caso de erro durante a confeco ou perda de uma das pulseiras, providenciar novas pulseiras gmeas, anotando em pronturio a substituio, se for necessria.

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7. ASSISTNCIA AO RECM-NASCIDO

7.1. ASSISTNCIA IMEDIATA EM SALA DE PARTO Objetiva proporcionar condies timas para a adaptao do RN vida extra-uterina. Na maioria das situaes, nada precisa ser feito alm de secar, aquecer, avaliar e dar o RN me. No entanto a equipe deve manter materiais e medicamentos disponveis; equipamentos testados e regulados e estar capacidade para intervir nos casos em que haja risco de vida para o RN.

Material: Bero aquecido; Campos aquecidos; Pacote para ligadeira de cordo; lcool a 70%; Frasco de Nitrato de Prata; Pulseiras para identificao; Gazes; Luvas; Material para reanimao (vide item 7.2)

Conduta de Enfermagem: Receber o RN; Seca-lo e coloca-lo em campo aquecido sob calor radiante; Aspirar boca e depois narinas, caso necessrio; Laquear cordo umbilical; Fazer crede; Colocar pulseiras de identificao no binmio; Aferir peso, estatura e permetro ceflico; Colher impresso plantar direita do RN e digital do polegar direito da me na Declarao de Nascido Vivo; Encaminhar o RN para banho/higienizao; Administrar Vitamina K e vacina anti-hepatite B; Colocar e manter o RN junto a sua me. 41

OBSERVAES: O RN deve ser dado a me o mais precocemente possvel para favorecer o estabelecimento do vnculo afetivo.

7.2. REANIMAO NEONATAL: Asfixia neonatal a dificuldade de respirar ao nascer, causada pelo bloqueio na troca de gases sanguneos dentro ou fora do tero, se no forem tomadas medidas imediatas para restabelecer a respirao, haver anxia e conseqentemente morte neonatal. Os profissionais que atuam na sala de parto devem estar capacitados e preparados para atender o RN em todos as suas necessidades. O material necessrio para reanimao deve estar disponvel e os equipamentos em perfeitas condies de uso.

Material:

Bero aquecido; Ressuscitador manual; Aspirador com manmetro; Fonte de oxignio com fluxmetro; Estetoscpio neonatal; Laringoscpio infantil com lminas retas 0 ou 1; Mscaras de silicone; Cnulas endotraqueais nmeros 2, 0/ 2, 5/ 3,0 e 3,5; Sondas para aspirao nmeros 6/8 e 10 Cnulas de guedel; Seringas/equipos; Esparadrapo/fita hipoalergnica; Luvas de procedimento estril; Cateter umbilical; Adaptador para aspirao de mecnio.

Medicamentos: 42

Bicarbonato de sdio a 8,4% (preparar 1 amp. De NaHCO3 para 01ampola de diluente, utilizando seringa 20 ml);

Adrenalina 1:1000 (preparar 1:10.000 1 ampola de adrenalina + 9ml de diluente); Albumina; soluo fisiolgica; Dopamina; Naloxone.

Conduta de Enfermagem:

Manter a sala de reanimao devidamente equipada; Preparar as medicaes de rotina; Testar funcionamento do laringoscpio e demais equipamentos antes do nascimento; Colocar o RN sob fonte de calor radiante; Enxugar a pele do RN, protegendo-o contra a perda de calor; Aspirar secreo da boca e nariz se necessrio; Iniciar a respirao atravs de estimulo ttil com movimentos delicados no dorso do RN; Avaliar respirao, FC e cor; Administrar O2 inalatrio a 5l/min, com a mscara fixa na face do RN (cobrir boca, nariz e queixo);

Iniciar ventilao com presso positiva (VPP) , se houver necessidade; Auxiliar o neonatologista a aspirar traquia quando necessrio; Auxiliar na entubao traqueal; Administrar medicamentos.

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REANIMAO NEONATALSociedade Americana de Cardiologia/Sociedade Brasileira de Pediatria, com modificaes.

Estar preparado para recepcionar RN PESSOAL eEQUIPAMENTOS

Colocar RN sob CALOR RADIANTE Se MECNICO, aspirar traquia sob visualizao SECAR e REMOVER os campos midos POSICIONAR (leve extenso do pescoo) ASPIRAR e boca e depois o nariz

Resp.pesente FC >100 Cianose Central

AVALIAR Respirao FC cor

Resp. Presente FC> 100 Rseo ou acrocianose

O2 inalatrio Resp. Presente FC < 100 O2 inalatrio VPP + O2 A 100% CFR e mscara Resp. Presente FC> 100 Avaliar Respirao FC Cor

Apnia ou gasping

Rotina da sala de Parto

VPP > 5 VPP infetiva Lquido Meconial Hrnia diafragmtica

FC 80 a 100

FC < 80 Continuar VPP + O2 a 100% Manter VPP + O2 a 100% Massagem Cardaca

Intubao Traqueal

FC < 80

Medicao

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7.3. HIGIENE/BANHO A primeira higiene do RN realizada com o intuito de remover sujidades, excesso de resduos decorrentes do parto e estimular circulao sangunea; dever ser realizada aps o RN ter sido apresentado a me e sugado o seio.

Material: Gaze; Cotonetes; gua morna; Toalha de banho; Sabonete lquido; Cobertor; Cueiro; Macaco; Fralda descartvel; lcool a 70%; Luvas; Vaselina/leo mineral.

Conduta de Enfermagem:

Lavar as mos; Calar as luvas; Utilizar gaze embebida em vaselina ou glicerina, para retirar o excesso de vrnix caseoso, com movimentos delicados, atentando, principalmente, para as dobras cutneas (axila, pescoo, etc);

Manter o RN envolto em campos, para no resfri-lo, deixando apenas a cabea exposta; Testar a temperatura da gua com a face interna do antebrao; Limpar o rosto utilizando gaze, fazendo movimentos circulares, sem fazer presso; Realizar a higiene dos olhos, iniciando pela parte externa do olho, de cima para baixo, mantendo a plpebra fechada, reiniciando do canto interno para o canto externo do olho;

Segurar o RN por baixo do brao com a mo apoiando a cabea e os dedos polegar e indicador fechando os ouvidos; 45

Lavar o couro cabeludo com gua e sabonete lquido e sec-lo; Coloc-lo na posio prona e lavar toda a parte posterior, incluindo os membros inferiores, com movimentos suaves;

Vir-lo e lavar a parte anterior de todo o corpo; Por ltimo, realizar a limpeza dos genitais que deve ser feita no sentido ntero-posterior; Secar toda a extenso corprea com movimentos suaves; Colocar o RN no bero aquecido; Fazer curativo umbilical com lcool a 70% (RNs saudveis); Colocar fralda descartvel; Vestir o macaco; Envolver o RN com cueiro e cobertor; Manter o RN em bero aquecido at a entrega me.

OBSERVAES: Faa a higiene do RN com gua na temperatura 36C (aproximadamente); Recomenda-se o uso de sabo lquido com ph entre 6 e 7, por oferecer maior proteo pele do RN; Em RN prematuro, realizar somente a limpeza, utilizando vaselina lquida ou leo mineral; Procure iniciar o banho com o RN em estado de alerta (acordado); caso esteja em sono leve ou profundo, acorde-o com voz e toques suaves.

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7.4. AVALIAO/CURATIVO DO COTO UMBILICAL

A avaliao tem por objetivo pesquisar a presena de duas artrias e uma veia. O curativo serve para prevenir infeces.

OBSERVAES: O curativo do coto umbilical em RN de mdio e alto risco e aqueles cujas mes tenham o RH negativo ou sejam diabticas, no dever ser feito com soluo secante. Nesses casos o coto umbilical dever ser umidificado somente com soro fisiolgico a fim de manter permeveis os vasos umbilicais, caso haja necessidade de cateterizao; To logo esses RNs apresentem uma estabilidade no quadro, deixando de estar em situaes de risco, o curativo do coto umbilical poder ser feito conforme rotina da unidade; A antissepsia do coto deve ser feita com lcool a 70%.

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8. TRICOTOMIA

a retirada dos plos atravs da raspagem da pele, facilitando a manipulao e visualizao da rea a ser trabalhada. Deve ser restrita rea de inciso cirrgica ou episiotomia.

Material:

Luvas de procedimento; Gaze Sabo lquido; Aparelho de barbear descartvel;

Conduta de Enfermagem:

Preparar o material; Explicar paciente sobre o procedimento; Expor a regio e ensaboar com gaze embebida em sabo liquido; Esticar a pele e proceder tricotomia com movimentos amplos e suaves, na direo do crescimento dos plos;

Retirar o excesso de plo e sabo do aparelho de barbear durante o procedimento, se necessrio; Encaminhar a paciente ao banheiro ao final da tricotomia; Descartar o aparelho em recipiente prprio; Deixar a unidade em ordem e anotar o procedimento no pronturio.

OBSERVAES: Em reas de grande pilosidade, pode-se cortar com uma tesoura o excesso de plo antes de iniciar a tricotomia; Evitar arranhaduras na pele; Aps a tricotomia da rea operatria, recomenda-se a aplicao de anti-sptico; Dar preferncia apenas poda dos plos.

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9. HIGIENE NTIMA DA MULHER

a higiene da regio genital e anal com o objetivo de proporcionar conforto e bem-estar, alm de prevenir infeces. Prepara a paciente para o cateterismo vesical, exames ginecolgicos, retais e cirurgias.

Tipos:

Lavagem externa com auxlio; Lavagem externa com a paciente acamada.

Material:

Jarra com gua; Cuba redonda com sabo; Gaze; Luvas para procedimentos no estreis; Pacote para lavagem externa (pina longa, gazes e luvas); Cuba rim forrada.

Acessrios:

Biombo; Comadre; Absorvente.

Conduta de Enfermagem:

Lavar as mos; Desocupar a mesa de cabeceira; Cercar a cama com biombo; Soltar lenis comeando pelo lado mais distante; Retirar a colcha colocando-a no espaldar da cadeira ou dobr-la aos ps da cama; 49

Dobrar o lenol protetor da paciente em diagonal; Colocar a paciente em decbito dorsal com as pernas flexionadas, ligeiramente afastadas e colocar a comadre;

Proteger a regio inguinal para evitar molhar a cama e a paciente; Colocar a cuba rim forrada, prxima paciente, para receber as gazes usadas; Calar as luvas, irrigar a regio pubiana, vulvar e raiz das coxas; Ensaboar os grandes lbios, clitris, meato uretral, vagina e regio perineal utilizando uma gaze para cada movimento;

Retirar a comadre e colocar sobre a escadinha devidamente forrada; Colocar a paciente em decbito lateral; Fazer a limpeza das ndegas e da regio ano-perineal com movimentos desde o perneo at a prega intergltea;

Enxugar a regio com gaze; Deixar a paciente confortvel e o ambiente organizado; Lavar as mos; Anotar no pronturio (hora, anormalidade, corrimento, prurido, leses, sangramento, aspecto geral, cor e odor).

OBSERVAES: Preserve a intimidade da paciente cercando a cama com biombos; Tenha cuidado para no machucar a paciente; Evite molhar a cama; Realize o rebaixamento dos plos pubianos, sempre que necessrio; Em paciente grvida realizar a higiene o mais rpido possvel (se decbito dorsal). Mant-la em posio de semi Fowler/decbito lateral esquerdo para evitar a sndrome da hipotenso materna.

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10. CATETERISMO VESICAL FEMININO

Consiste na introduo de um cateter estril pela uretra chegando at a bexiga. Tem a finalidade de assegurar a integridade da bexiga nas intervenes de grande extenso na cavidade plvica, monitorando a diurese. Promove a drenagem ps-operatria nos casos de cirurgias urolgicas e ginecolgicas auxiliando o diagnstico de leses traumticas no trato urinrio e esvaziando a bexiga dos pacientes com reteno urinria.

Material Necessrio: Bandeja de cateterismo vesical contendo: duas pinas, uma cuba-rim, uma redonda, e um campo fenestrado Coletor de urina sistema fechado Catter vesical tipo Folley n desejado 1 par de luvas cirrgica Lubrificante gel, lidocana ou similar 1 seringa descartvel de 10ml Gazes estreis 1 ampola de gua destilada (10ml) Soluo anti-sptica base de PVPI (tpico)

PROCEDIMENTO PARA CATETERISMO VESICAL FEMININO

Colocar a mscara descartvel; Lavar rigorosamente as mos; Calar as luvas; Abrir com tcnica assptica a bandeja de cateterismo vesical; Dispor o material sobre o campo estril, completar a bandeja com: soluo anti-sptica, cateter vesical, gazes estreis, coletor de urina sistema fechado, lubrificante gel e a gua destilada na seringa descartvel; Conectar o cateter vesical ao sistema fechado, imediatamente aps recebe-lo, mantendo o invlucro do cateter at o momento da introduo na uretra; 51

Testar todo o sistema de drenagem (coletor de urina e balonete da sonda, insuflando de acordo com a capacidade do mesmo); Iniciar a anti-sepsia da rea mais distante para mais prxima, com movimentos contnuos, utilizando as duas faces da gaze montada em soluo anti-sptica, na seguinte ordem: delimitar a regio pubiana e a face interna da coxa mais distante aps realizar a anti-sepsia de 1/3 da regio interna e anterior da coxa; Repetir o mesmo procedimento para a coxa mais prxima; Realizar a anti-sepsia da regio pubiana, acima da delimitao, em sentido vertical ascendente e abaixo da delimitao, em sentido horizontal descendente; Realizar anti-sepsia da regio dos grandes lbios poro distal e aps proximal, em sentido vertical descendente at a regio do perneo com movimento nico; Afastar os grandes lbios com o polegar e o indicador da mo esquerda com auxlio de gazes dobradas e realizar a anti-sepsia dos pequenos lbios na mesma tcnica; Expor a regio uretral com auxlio de gazes e realizar a anti-sepsia da regio, deixando por ltimo uma gaze embebida em soluo anti-sptica; Desprezar a pina fixando - a na borda inferior do campo; Colocar o campo fenestrado no sentido da regio mais prxima para a mais distal; Colocar a bandeja com todo material, o mais prximo do campo; Retirar a proteo plstica da poro distal do cateter mont-lo pina e lubrific-lo com o lubrificante gel; Com a mo esquerda protegida com gaze manter a exposio do vestbulo uretral; Introduzir toda a extenso do cateter lubrificado no meato uretral; Insuflar o balo com gua destilada atravs da vlvula existente no cateter at a sua capacidade permitida; Tracionar o cateter at sentir a ancoragem do balo no trgono vesical; Retirar o campo, passando o sistema fechado pela parte fenestrada; Fixar o cateter na face mediana da coxa com auxlio de um pedao de esparadrapo pequeno; Afixar o coletor de urina na mesa cirrgica, e em local de fcil visualizao para o anestesiologista; Recolher o material usado, deixando o ambiente em ordem; Lavar as mos; Registrar o procedimento no impresso do trans-operatrio. Texto extrado do Manual Tcnico de Prticas Recomendadas em Centro Cirrgico.

Recomendaes: 52

A tcnica dever ser realizada preferencialmente por dois profissionais; Realizar a higiene rigorosa da genitlia da paciente antes do cateterismo vesical; necessrio sistema fechado de drenagem urinria, pr-montado e estril, que no dever ser desconectando antes, durante ou aps a insero do cateter;

A bolsa coletora dever ser esvaziada no mnimo a cada oito horas, atravs da vlvula de drenagem;

Manter fluxo urinrio desobstrudo; O coletor no dever ser colocado acima do nvel da bexiga. Se isso for necessrio, clampear o sistema, evitando refluxo;

Sempre se deve fazer o teste do balonete antes da cateterizao, pois a vlvula pode apresentar defeito, sendo detectado nesse momento;

Esvaziar o balonete antes de retirar o cateter de demora.

OBSERVAO: Registrar no pronturio de forma clara e objetiva o procedimento, calibre do catter, nmero de vias, volume insuflado no balonete, soluo anti-sptica utilizada, aspecto da urina drenada, tipo de coletor adaptado, intercorrncias, data, hora e responsvel.

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11. SONDAGEM OROGSTRICA

a introduo da sonda gstrica atravs da boca at atingir o estmago. usada para: Alimentar o RN que apresente dificuldades ou contra indicaes para sugar ou deglutir Prevenir e/ou aliviar distenso gstrica Drenar secrees gstricas Realizar lavagem gstrica Evitar traumatismo das estruturas nasofarngeas e diminuir a incidncia do reflexo vagal (apnia e/ou bradicardia), o que pode ocorrer na sondagem nasogstrica Manter as narinas livres, visto que esta a via preferencial e caracterstica da inspirao do RN

Material: Sonda gstrica e/ou uretral (avaliar a numerao da sonda conforme prescrio mdica); Seringa de 5 ou 10 ml; Fita hipoalergnica; Esparadrapo; Luvas de procedimento no estreis; Estetoscpio; Saco coletor;

Conduta de Enfermagem: Lavar as mos; Colocar o RN em decbito dorsal com cabea em posio mediana; Preparar fixao com fita hipoalergncia (segunda pele) e esparadrapo (bigodinho); Abrir o invlucro da sonda; Calar as luvas; Segurar a sonda com gaze e medir a extenso a ser introduzida a partir da base do nariz ao lobo inferior da orelha e deste at o apndice xifide. Marcar com esparadrapo; Segurar o RN com a cabea em leve extenso; 54

Tocar o queixo e lbios do RN, para que abra a boca; Segurar a sonda de modo que ela se curve para baixo; Desliz-la sobre a lngua, dirigindo-a lentamente para trs e para baixo, at a marca estabelecida;

Aspirar o contedo gstrico. Caso no haja resduo, injetar 1 ml de ar, auscultando o estmago simultaneamente, para constatar rudos hidroareos. Aspirar o ar injetado;

Fixar a fita hipoalergnica acima do lbio superior; Fixar a sonda com o esparadrapo (bigodinho) sobre a fita hipoalergnica; Colocar a extremidade externa da sonda em saco coletor, se necessrio; Colocar o RN em posio confortvel; Recolher o material utilizado; Lavar as mos; Anotar em formulrio prprio o procedimento realizado;

OBSERVAES: Observar reaes do RN durante o procedimento como: vmito, cianose, pausa respiratria, tosse e outros; Interromper o procedimento caso uma dessas reaes ocorra e aguardar estabilizao do RN para reiniciar o procedimento. Persistindo os sinais, comunicar ao mdico; Caso seja detectada resistncia na introduo da sonda, suspender o procedimento e comunicar ao mdico.

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12. A ENFERMAGEM NA SALA DE OPERAO

*Extrado do Manual Tcnico de Prticas Recomendadas em Centro Cirrgico

12.1. PARAMENTAO CIRRGICA

o conjunto de procedimentos especficos realizados na preparao do profissional para o ato cirrgico. Consiste na degermao das mos, vestimenta do capote cirrgico estril e calamento de luvas cirrgicas.

Pr-requisitos: Uso de roupa privativa; Gorro e mscara posicionados adequadamente; EPIs previamente colocados ( o uso de prop serve de proteo para o funcionrio).

A) Tcnica para vestir o capote cirrgico estril

Aps o uso da roupa privativa e degermao das mos, inicia-se a colocao do capote; Segur-lo com as pontas dos dedos pelas dobras do decote, elev-lo em campo esterilizado e traz-lo fora da mesa;

Abr-lo com movimentos firmes para que as dobraduras se desfaam evitando sacudir, tendo cuidado de no esbarrar em superfcies no estreis ou em pessoas da sala;

Segur-lo pela parte interna do ombro, afastando do corpo, de modo que possa ser desdobrado com a parte interna em direo ao usurio e, com ligeiro movimento para cima, introduzir, ao mesmo tempo, os dois braos nas mangas, conservando-as em extenso para cima, ao nvel do ombro e fora dos limites do corpo; Colocar-se de costas para o circulante de sala e solicitar ajuda para acertar as mangas. Para isso, o circulante introduz as mos na parte interna do capote puxando as mangas at que os punhos cheguem regio dos pulsos; Permanecer de costas para o circulante, a fim de que este amarre as tiras ou fitas do decote do capote na linha do pescoo, fazendo o lao internamente sem tocar a parte externa; Distanciar da cintura os cintos, para que o circulante possa peg-los e amarr-los; OBSERVAES: 56

Se o capote for do tipo envelope, o circulante amarra apenas as tiras internas da cintura e outro membro da equipe cirrgica paramentado amarra as demais tiras; O capote deve ser ajustado pelo circulante antes que sejam caladas as luvas para evitar a contaminao dos punhos. Em caso de usar capote descartvel, passar a etiqueta presa s tiras do capote para o circulante e aps dar uma volta de esquerda, enquanto o circulante estica as tiras em todo seu comprimento, deixar que o circulante retire a etiqueta sem contaminar o capote, em seguida amarrar.

B) Tcnica para calar as luvas esterilizadas Abrir o envelope interno de papel expondo as luvas de modo que os punhos fiquem voltados para si; Calar a luva esquerda, segurando-a com a mo direita na dobra do punho, mantendo-o dobrado; Introduzir os dedos da mo esquerda j enluvada sob a dobra do punho da luva direita e calla; Colocar os dedos da mo direita j enluvada sob a dobra do punho da luva esquerda; Ajustar as luvas e sobrep-las aos punhos do capote.

OBSERVAES: Em hiptese alguma deve ser usada roupa pessoal por baixo da roupa privativa; A roupa privativa deve ser trocada sempre que se fizer necessrio (apresentar-se visivelmente suja, molhada, com respingo de sangue ou secreo, longa permanncia no Centro Obsttrico, ou ser usada fora do setor); A mscara dever ser transportada no bolso do uniforme e no no pescoo e deve ser colocada apenas ao entrar na rea restrita. No deixe qualquer parte do punho do capote para fora, nem a pele exposta; O uso da luva dupla recomendado para reduzir o risco de exposio cutnea ao sangue e outros fluidos orgnicos; As luvas cirrgicas podem ser caladas com o auxlio do instrumentador; outra possibilidade a tcnica do punho fechado; 57

Manter as mos e antebraos sempre frente do corpo, elevados ao nvel do campo cirrgico; Nunca colocar as mos na cintura, cruzar os braos ou tocar em membros da equipe. As reas consideradas estreis so: parte anterior do tronco, da linha do ombro ao nvel da cintura, braos e mos; Troque sempre o capote quando estiver mido de suor ou visivelmente sujo de sangue ou outra secreo potencialmente infectante.

TCNICA DE RETIRAR CAPOTE, LUVAS E MSCARAS SUJAS

Segurar o capote cirrgico com a mo esquerda ainda enluvada pela parte externa na altura do ombro puxando-o e retirando-o;

Retirar os punhos conservando as luvas; Segurar o ombro direito com a mo esquerda e tracionar o avental para fora dos braos; Virar a manga para dentro e afastar a parte externa do capote para longe do corpo com o cotovelo flexionado;

Retirar o avental segurando o ombro esquerdo com a mo direita, com a parte externa dobrada; Pegar a borda da luva pela parte externa com a outra mo ainda enluvada; Deslizar a luva sobre a mo e desprez-la; Pegar o punho da luva oposta por sua superfcie interna, com a mo desnuda; Retirar a luva, invertendo-a sobre a mo, desprezando-a aps; Realizar a retirada da mscara somente em contato com o cadaro, depois de descartar as luvas.

OBSERVAES IMPORTANTES APS A PARAMENTAO Manter regras de assepsia ao assistir o outro no ato de calar luvas; As mos estreis no podem tocar a mo no estril do outro que est sendo enluvado; As luvas devem ser descartadas de modo que a pele no entre em contato com o lado externo da luva suja.

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12.2. LAVAGEM BSICA DE MOS

o ato de lavar as mos com gua e sabo, atravs de tcnica adequada, com objetivo de remover, mecanicamente, clulas descamativas, oleosidade da pele, assim como os microrganismos da flora transitria e alguns da flora residente.

As mos dos membros da equipe multiprofissional so importantes veculos de transmisso de muitos microrganismos nas instituies de sade. Lav-las com freqncia e de maneira adequada a medida mais importante para prevenir infeces hospitalares. necessrio, portanto, tornar a lavagem das mos, um hbito.

Tcnica:

Abrir a torneira e molhar as mos sem encostar-se na pia; Utilizar sabo lquido (mais ou menos 2 ml) de preferncia. Em caso de sabo em barra, enxagu-lo antes do uso; Ensaboar as mos comeando pelas palmas; Esfregar bem os dorsos; Limpar com cuidado os espaos interdigitais, dando ateno ao polegar; Esfregar bem as articulaes e unhas; Finalizar com os punhos; Enxaguar bem as mos, eliminando todos os resduos de sabo e espuma; Enxugar em papel toalha descartvel; Fechar a torneira. Caso a torneira no possua fechamento automtico ou outro tipo que dispense o contato com as mos, fech-la utilizando o papel toalha, sem encostar-se na pia ou torneira.

FLORA TRANSITRIA OU CONTAMINANTE: composta por microrganismos que so considerados os principais causadores das infeces hospitalares. So caracterizados pela inabilidade de se multiplicarem na pele, viveis por curto perodo de tempo, facilmente removveis pela simples limpeza com gua e sabo ou destrudos pela aplicao de anti-spticos. FLORA RESIDENTE OU COLONIZADORA: composta mais comumente por microrganismos gram + que se multiplicam na pele, ficando estveis e viveis por longo tempo. No so facilmente removveis por escovao, mas so inativados por antispticos. DEGERMAO CIRRGICA: Tambm chamada de ANTI-SEPSIA CIRRGICA o processo que remove e destri microrganismos transitrios, e reduz a flora residente. 59

Opo 1: Anti - sepsia com uso de escova/esponja embebida em soluo degermante de PVPI ou clorohexidina Proceder lavagem bsica das mos; Utilizar escova (com cerdas macias) ou esponja embebida em soluo anti-sptica; Limpar sob as unhas com a escova ou limpador de unhas; Espalhar o anti-sptico com a esponja; Esfregar as mos e antebraos por, no mnimo trs minutos, com particular ateno para as extremidades dos dedos, unhas e espaos interdigitais; Enxaguar em gua corrente, a partir das mos, mantendo-as elevadas, com os antebraos fletidos, de forma que o excesso de gua escorra pelos cotovelos; Enxugar com compressa estril, em movimentos compressivos, iniciando pelas faces das mos at chegar ao cotovelo.

Opo 2: Anti - sepsia com soluo degermante de PVPI ou clorohexidina

Proceder lavagem bsica das mos; Aplicar anti-sptico degermante (PVPI ou Clorohexidina): Friccionar as mos e antebraos por no mnimo trs minutos, com particular ateno para as extremidades dos dedos, unhas e espaos interdigitais;

Enxaguar em gua corrente, a partir das mos, mantendo-as elevadas, com os antebraos fletidos, de forma que o excesso de gua escorra pelos cotovelos;

Enxugar com compressa estril, em movimentos compressivos, iniciando pelas faces das mos at chegar ao cotovelo.

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OBSERVAES Retirar anis, pulseiras e relgios, antes da lavagem e/ou anti-sepsia; As unhas devem estar aparadas; A limpeza das unhas deve ser feita atravs de frico com escova de uso nico ou com um limpador de unhas especial (de uso nico); Descartar a esponja/escova aps o uso; A anti-sepsia com lcool a 70%, por ter menor efeito residual, deve ser usada apenas nos casos de sensibilidade aos outros agentes antimicrobianos nesse caso, esperar que as mos sequem naturalmente; O lcool a 70% no deve ser utilizado aps anti-spticos a base de PVPI e clorhexidina pois elimina o efeito residual desses produtos.

12.3. ANTI-SEPSIA DE CAMPO OPERATRIO

CONCEITO: a realizao de limpeza mecnica da rea a ser cirurgiada com objetivos de remover e destruir microrganismos transitrios e reduzir a flora residente. Material Necessrio Cuba rim Compressas estreis 1 par de luvas para procedimento estril; Soluo degermante a base de PVPI ou clorohexidina; Soluo fisiolgica;

Conduta de Enfermagem

Lavar rigorosamente as mos; Posicionar o paciente corretamente e colocar campos nas laterais, para protege-lo de umidade ou molhadura nas costas;

Abrir o pacote de degermao;

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Colocar soro fisiolgico ou gua estril em uma cuba, e degermante na outra sem diluio;

Calar as luvas na tcnica; Mergulhar uma compressa na soluo degermante; Proceder frico em movimentos delicados, (20 vezes) do centro da rea operatria para fora. Em caso de necessidade de degermao da rea da genitlia ou rea contaminada deix-la por ltimo;

Enxaguar com uma compressa embebida em soro fisiolgico ou gua esterilizada; Secar a rea operatria com a ltima compressa.

OBSERVAES: Se o paciente for hipersensvel ao iodo, utilizar clorohexidina, ou na falta desta, sabo neutro diludo; Realizar a degermao na SO, o mais prximo possvel do ato operatrio; Sempre seguir o princpio da rea limpa para a rea contaminada; Nunca deixe as solues de preparo acumularem-se sob o paciente. Essas solues podem provocar queimaduras ou irritaes; Mesmo que os cirurgies estejam presentes aguardando o trmino do procedimento, no tenha pressa no preparo. responsabilidade da equipe de enfermagem fazer um preparo minucioso. A pressa comum, porm, uma degermao insuficiente pode resultar em infeco ps-operatria; A degermao da pele comea na linha de inciso proposta e prossegue para a periferia da rea.

12.4. ABERTURA DE SALA CONCEITO: Consiste na verificao e providncias do suporte necessrio para assegurar condies funcionais e tcnicas ao bom andamento do ato cirrgico e segurana do paciente. OBJETIVOS Reduzir o tempo cirrgico e stress da equipe, garantindo atendimento de qualidade; Integrar componentes da equipe de sade; Garantir segurana ao paciente e equipe.

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COMPONENTES DA EQUIPE Enfermeiro Auxiliar de enfermagem

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13. LIMPEZA E DESINFECO DE CENTRO OBSTTRICO

Limpeza - Retirada de sujidade de qualquer superfcie por ao mecnica, utilizando gua e sabo. Desinfeco - Procedimento realizado aps a limpeza. Visa destruir microorganismos na forma vegetativa usando solues qumicas.

Tipos: TIPO DE LIMPEZA Preparatria Antes da 1 cirurgia do dia FREQUNCIA PRODUTOS UTILIZADOS gua, sabo e lcool a 70% Limpar a superfcies horizontais da sala de operaes (SO) Operatria Durante o procedimento cirrgico gua, sabo, lcool a 70% e hipoclorito a 1% Recolher pinas, materiais e campos que carem no cho. Remover lquidos, sangue, etc com pano ou papel toalha. Trocar baldes e hampers se necessrio. Concorrente Entre uma cirurgia e outra gua, sabo, lcool a 70% e hipoclorito a 1% Limpar superfcies horizontais de mveis e equipamentos. Limpar paredes, foco e base da mesa cirrgica se houver respingo de matria orgnica. Terminal Aps o programa cirrgico do gua, sabo, lcool a 70% e dia hipoclorito a 1% Limpar superfcies horizontais de mveis e equipamentos. Limpar paredes, foco e base da mesa cirrgica se houver respingo de matria orgnica e limpar ainda piso, parede, portas e maanetas. Geral Uma vez por semana gua, sabo e lcool a 70% Limpar todas as superfcies de mveis e equipamentos, parede, piso e portas. COMO FAZER?

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OBSERVAES

Aps a limpeza repor as salas com material necessrio; Testar os equipamentos e posicion-los adequadamente; Ligar os equipamentos na rede eltrica; A limpeza deve ser realizada independente do tipo de procedimento cirrgico, no havendo indicao para limpezas especficas para procedimentos cirrgicos limpos ou contaminados; Lavar as mos antes e aps o uso de luvas; Manter portas das salas de cirurgias fechadas; Aps a limpeza, repor as salas com material necessrio, testar os equipamentos e posicionalos adequadamente.

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14. CUIDADOS E MANUSEIO DE EQUIPAMENTOS E MOBILIRIOS

Limpeza e Desinfeco de Materiais e Equipamentos:

Os materiais e equipamentos devem estar limpos e desinfetados, evitando a transmisso de infeces proporcionando uma assistncia de qualidade, garantindo a segurana e os direitos da usuria. Limpeza: Consiste na remoo de sujidades por meio de aes mecnica ou qumica.

Desinfeco: Consiste na eliminao de organismo na forma vegetativa, em objetos inanimados, por meio de processos fsicos ou qumicos. No elimina esporos bacterianos.

Material

Artigo Vidros de

Sabo X

Autoclave CME

Perxido Hidrognio

Hipoclorito

lcool a 70 %

Vidros

aspirao Amnioscpio Borrachas de aspirao de O2 Almotolias culos protetores (EPI) Mscara O2 Guedel X X X X X X X X X X X X X X X

Plsticos Borrachas

Corpo de umidificador Kit nebulizao Material AMIU Circuito de Anestesia Sensor Oxmetro Bomba infuso

X X X X X

X

Pano mido Pano mido

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Metais

Bacias/cubas Lmina laringo Cabo laringo

X X Pano mido X X Pano mido Pano mido Pano mido Pano mido Pano mido Pano mido X Pano mido

X X X X X X X X X X X X X

Metais

CRF Comadres Aspirador portat Balana Estetoscpio Cama Mesa cirrgica

Beros aquecidos Parte metal ou no aquecidos Parte acrlica Colcho

LIMPEZA/DESINFECO

PRODUTOS UTILIZADOS

PRODUTO GUA + SABO

INDICAO Limpeza para remoo de sujidades.

COMO UTILIZAR Varredura, mida

Hipoclorito de Sdio a 1%

Desinfeco de superfcies no metlicas, contaminadas com matria orgnica.

Usar aps limpeza; Deixar atuar por 10 minutos; Retirar o excesso com pano mido.

lcool a 70%

Desinfeco de superfcies contaminadas com matria

Usar aps limpeza; Friccionar 3 vezes consecutivas.

*Pode ser usado na limpeza de superfcies de

orgnica

mobilirios.

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LIMPEZA/DESINFECO DE SUPERFCIES CONTAMINADAS COM MATRIA ORGNICA

Superfcie com matria orgnica (paredes, pisos)

Retirar excesso com toalha de papel

Limpeza com gua e sabo

Enxaguar

Esperar secar Aplicar desinfetante (hipoclorito a 1% ou lcool a 70%)

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PARTE II - PRPARTO, PARTO E PS-PARTO

A assistncia de enfermagem no Centro Obsttrico deve estar centrada no apoio a mulher e a sua famlia durante o trabalho de parto, no momento do nascimento e no ps-parto, avaliando o estado geral, materno e fetal, de forma a detectar as possveis complicaes precocemente, intervindo conjuntamente com os outros membros da equipe para restabelecer, de forma rpida e segura, o bem estar do binmio me-filho.

CUIDE E SAIBA SE CUIDAR

Proporcione, da melhor maneira possvel, conforto parturiente de forma a contribuir com o seu bem estar no ambiente hospitalar. Evite rudo desnecessrio; Proteja a paciente de situaes de risco proporcionando-lhe uma assistncia planejada, adequada e personalizada; Oferea segurana em seus procedimentos, evite contaminaes, conserve suas mos limpas, use material estril sempre que indicado; Economize tempo, esforo e material; evite o desperdcio. Planeje o seu trabalho e distribua suas tarefas de modo a evitar idas e vindas desnecessrias; Mantenha o ambiente limpo e organizado.

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1. PR-PARTO

O preparo da gestante para o parto abrange cuidados e medidas que a permitem vivenciar o processo do trabalho de parto com naturalidade e segurana, sem traumas, tornando-se parte desse processo. Durante o trabalho de parto, a equipe de sade deve receber a parturiente de forma acolhedora, esclarecendo suas dvidas, minimizando seus medos e angstias, de forma a transmitir-lhe confiana e tranqilidade. O bem estar fsico e emocional da parturiente deve ser avaliado regularmente.

Sinais de Trabalho de Parto:

a) Descida do tero - Ocorre alivio da presso no abdome superior, acompanhado do aumento da presso na regio plvica. b) Perda do tampo mucoso Pode ser eliminado de 24 a 48 horas antes do incio do trabalho de parto ou no decorrer do mesmo. c) Ruptura de Membranas - As membranas fetais que contm o lquido amnitico podem romper antes ou durante o trabalho de parto. A ruptura que ocorre antes do trabalho de parto chamada de rotura prematura de membranas. d) Contraes Uterinas - No incio do trabalho de parto as contraes ocorrem em intervalos regulares, com o passar do tempo aumentam a freqncia, a durao e a intensidade, seguida de um perodo de repouso. Modificam-se no trabalho de parto devido a ao do hormnio ocitocina e pelo aumento da irritabilidade do msculo uterino; e) Freqncia Comeam de 20 em 20 minutos, chegam a intervalos de 4 em 4 ou de 2 em 2 minutos; f) Durao de 10 a 15 segundos at 45 a 60 segundos; g) Intensidade Fraca, mdia e forte.

Objetivos das Contraes:

Apagamento completo do canal cervical; Dilatao do colo; Expulso do feto; Expulso da placenta. 71

Objetivos do Repouso:

Reduzir a presso e a resistncia dos tecidos; Permitir a circulao adequada de sangue nos vasos uterinos.

Conduta de Enfermagem:

Acolher a parturiente com carinho; Apresentar-se, chamando-a pelo nome; Inform-la sobre os procedimentos a serem realizados; Proporcionar ambiente limpo, confortvel e silencioso; Respeitar a privacidade da parturiente. Oferecer conforto fsico e emocional; Auxiliar a parturiente a lidar melhor com o ciclo medo/tenso/dor e, desta forma, melhorar e desenvolver o trabalho de parto;

Manter a parturiente e familiares informados sobre seu quadro clnico; Respeita-la quanto liberdade de posio (orientar sobre posies verticalizadas); Proporcionar banhos mornos e massagens de conforto em regio lombar; Orientar quanto deambulao, repouso, respirao e balano plvico; Manter a paciente com roupas limpas e secas e em ambiente tranqilo; Verificar sinais vitais; Controlar Freqncia Cardaca Fetal e dinmica uterina; Observar perda lquida transvaginal; Orientar a parturiente a esvaziar a bexiga; Fazer aconselhamento pr e ps teste rpido anti- HIV.

OBSERVAO: Art. 12 do Estatuto da Criana e do Adolescente: Os estabelecimentos de atendimento sade devero proporcionar condies para a permanncia em tempo integral de um dos pais ou responsvel, nos casos de internao de criana de adolescente; As posies verticalizadas facilitam o retorno venoso materno, diminui o tempo de dilatao e tornam as contraes mais suportveis.

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2. INTERCORRNCIAS OBSTTRICAS

2.1. ABORTAMENTO

a interrupo da gestao antes da 20 semana.

Ameaa de abortamento: qualquer sangramento uterino sem alteraes no colo. Abortamento completo: expulso total e espontnea dos produtos da concepo. Incompleto: ocorre geralmente entre 6 e 14 semanas, com sangramento profuso, dilatao do colo e eliminao incompleta do feto e/ou placenta. Inevitvel: ocorre sangramento vaginal e dilatao do colo mas no h eliminao do feto ou placenta. Freqentemente ocorre ruptura de membranas. Retido: h morte fetal intra-tero sem a eliminao dos produtos da concepo (por mais ou menos 8 semanas). Gestao anembrionada: visualizao por ecografia do saco gestacional sem a presena do embrio. Infectado: est associada infeco intra-uterina com ou sem disseminao para a corrente sangunea (histria de manipulao uterina). H necessidade de cobertura antibitica. Habitual: a ocorrncia de trs ou mais abortamentos espontneos consecutivos. Causas:

Anomalia cromossmica; Doenas sistmicas (toxoplasmose, brucelose, doenas crnicas); Insuficincia ltea; Fatores imunolgicos; Patologias maternas como miomas e malformaes; Fatores externos como fumo, lcool, drogas, etc.

Tcnicas para esvaziamento uterino: Curetagem; Aspirao Manual Intra-Uterina (AMIU);

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CURETAGEM:

a retirada de produtos da concepo da cavidade uterina, utilizando a cureta como instrumento cirrgico especfico.

Conduta de Enfermagem: Acolher a paciente esclarecendo-lhe a s dvidas e orientado-a a respeito do procedimento; Controlar Sinais Vitais (antes, durante e aps o procedimento e antes da alta); Observar perdas vaginais (sangramento); Anotar caractersticas e volume; Observar e avaliar sinais de choque hipovolmico, comunicando imediatamente ao mdico; Puncionar veia calibrosa. Controlar infuso venosa; Encaminhar a paciente sala cirrgica devidamente preparada, quando solicitado; Caso haja eliminao dos produtos da concepo, acondicionar em recipiente adequado com formal a 10%, identificado com nome da paciente, registro, data e hora; Observar sangramento trans-vaginal; Encaminhar paciente conforme rotina da unidade; Caso a alta seja direta do C. O: Orientar retorno ao hospital, se febre, mal-estar geral, sangramento vaginal e clicas uterinas por tempo prolongado; Orientar a procurar o Centro de Sade para informaes quanto vida sexual e a importncia do planejamento familiar..

2.1.2. ASPIRAO MANUAL INTRA-UTERINA (AMIU) uma tcnica utilizada para esvaziamento uterino a vcuo, indicada nos casos de:

Aborto incompleto ou retido at 12 semanas; Restos ovulares e placentrios; Bipsia endometrial.

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Conduta de Enfermagem: - Pr trans e ps AMIU

Acolher a paciente com carinho, informando sobre o procedimento, exames e medicaes esclarecendo dvidas para minimizar o nvel de estresse;

Controlar sinais vitais (antes, durante e depois do procedimento); Encaminhar pedido de tipagem sangunea; Manter privacidade e ambiente tranqilo uma vez que a paciente fica acordada durante o procedimento;

Administrar medicamentos conforme necessidade e solicitao do mdico (os analgsicos e ansiolticos por via endovenosa devem ser administrados lentamente, observando qualquer reao);

Observar sinais de dormncia de lbios e lngua, gosto metlico na boca, vertigens, tontura, viso turva e hipertenso que podero estar relacionados ao anestsico local;

Observar e registrar queixas de dor administrando medicao conforme prescrio mdica; Administrar imunoglobina, anti RH conforme tipagem sangunea, aps prescrio mdica; Encaminhar material para a bipsia devidamente identificado; Preparar e encaminhar paciente para alta 04 horas aps o procedimento se houver condies fsicas;

Orientar retorno ao Hospital se febre, mal estar geral, sangramento vaginal e clicas uterinas por tempo indeterminado;

Orientar a procurar o Centro de Sade para informaes quanto vida sexual e a importncia do planejamento familiar.

OBSERVAO: Os materiais termossensveis utilizados na AMIU devero ser encaminhados para esterilizao em perxido de hidrognio ou xido de etileno.

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2.2. AMNIORREXE PREMATURA a ruptura prematura das membranas (mnio e crion) que ocorre antes do incio do trabalho de parto, independente da idade gestacional.

Causas: Apresentaes anmalas; Insero baixa da placenta; Sobredistenso uterina (macrossomia fetal, gemelaridade, polidrmnio); Traumatismos (toques vaginais, uso de amniooscpio); Infeces; Tabagismo; Esforos exagerados da gestante; Alteraes do colo uterino (incompetncia istmo-cervical, laceraes, cirurgias cervicais); Desnutrio e deficincia de vitamina C.

Sinais e Sinto