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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA EFEITO AGUDO DO EXERCÍCIO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE DE BAIXO VOLUME SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL AMBULATORIAL DE NORMOTENSOS Teresa Cristina Batista Dantas NATAL/RN 2016

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM

EDUCAÇÃO FÍSICA

EFEITO AGUDO DO EXERCÍCIO INTERVALADO DE

ALTA INTENSIDADE DE BAIXO VOLUME SOBRE A

PRESSÃO ARTERIAL AMBULATORIAL DE

NORMOTENSOS

Teresa Cristina Batista Dantas

NATAL/RN

2016

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EFEITO AGUDO DO EXERCÍCIO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE

DE BAIXO VOLUME SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL AMBULATORIAL DE

NORMOTENSOS

TERESA CRISTINA BATISTA DANTAS

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Educação Física da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em

Educação Física.

ORIENTADOR: EDUARDO CALDAS COSTA

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3

FICHA CATALOGRÁFICA

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Sistema de Bibliotecas – SISBI

Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede

Dantas, Teresa Cristina Batista.

Efeito agudo do exercício intervalado de alta intensidade de baixo

volume sobre a pressão arterial ambulatorial de normotensos / Teresa

Cristina Batista Dantas. - 2016.

66 f. : il.

Dissertação - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de

Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Educação Física.

Natal, RN, 2017.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Caldas Costa.

1. Hipotensão pós-exercício - Dissertação. 2. Monitorização

ambulatorial - Dissertação. 3. Pressão arterial - Dissertação. 4. Exercício

físico - Dissertação. I. Costa, Eduardo Caldas. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 616.12-008.331.4

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i

AGRADECIMENTOS

À força superior por me guiar até aqui e me dar forças para seguir mesmo nos

momentos mais difíceis da vida.

À minha família, em especial meu pai (Jarbas Dantas) e minha mãe (Sônia

Dantas) por todo o suporte, apoio, incentivo e paciência em todos os momentos.

Sem vocês eu jamais teria chegado até aqui.

Ao meu orientador, Eduardo Caldas Costa, por sempre estar presente e

orientando da melhor forma possível. Obrigada pela paciência, pelo incentivo e por

ser um profissional admirável que me inspira a sempre continuar na busca pelo

conhecimento.

À professora Cláudia Forjaz por me acolher em seu laboratório de pesquisa

(LAHAM - USP), me dando a oportunidade de conhecer e participar das atividades

de pesquisa e extensão do laboratório e por todos os ensinamentos e contribuições

dadas durante o período que estive por lá. Agradeço também aos seus orientandos

que foram muito solícitos e não hesitaram em contribuir no que fosse preciso.

Aos professores Arnaldo Mortatti e Jonato Prestes pelas contribuições dadas

durante a qualificação que ajudaram a melhorar este trabalho.

À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)

pela bolsa de estudos concedida, contribuindo para a minha maior dedicação a este

trabalho.

Aos membros do GPEACE (grupo de pesquisa sobre efeitos agudos e

crônicos do exercício) Ingrid Bezerra, Paulo Henrique, Altieres Júnior, Danniel

Frazão, Yuri, Paulo Aprígio, Daniel Schwade, Marcus Felipe, Renan Fagundes e

outros que, por ventura, eu tenha esquecido, pela ajuda no processo de coleta de

dados, pelo apoio de sempre e agradável companhia no dia a dia. Um

agradecimento especial para Luiz Fernando, ser humano de luz que sempre está

disposto a ajudar o próximo, indo além do que ele poderia. Sem dúvidas, Luiz, você

foi fundamental na minha formação. Obrigada.

A todos os meus voluntários que se submeteram a avaliações não muito

agradáveis para contribuir com esse trabalho. Sem vocês, nada disso teria sido

realizado.

Às minhas amigas Cinthia Beatriz, Luana Alves, Aline Nasser, Daniele Baroni,

Fernanda Abreu, Janyne Azevedo, Cibelle Souza, Giovanna Pessoa, Alana Reis,

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ii

Renata Soares, Ana Cláudia, Camila Ataíde, Suzanna Kimberlly e Kadja Silva pelos

momentos de alegria, descontração, conselhos e reanimação durante os períodos

de altos e baixos nesses anos. Amo vocês.

Por fim, a todos os outros que passaram pela minha vida e que, de alguma

forma, contribuíram com a minha formação humana e profissional.

Muito obrigada.

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iii

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... v

LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. vi

LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS ........................................................ vii

RESUMO ............................................................................................................................... viii

ABSTRACT ............................................................................................................................... x

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 2

2.1 Objetivo geral............................................................................................................. 2

2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 2

3 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 3

3.1 Pressão arterial e exercício físico aeróbio ............................................................ 3

3.1.1 Respostas e modificações durante o exercício ............................................ 3

3.1.2 Respostas e modificações após o exercício ................................................. 4

3.2 Medida da pressão arterial após o exercício ........................................................ 6

3.3. Influência da intensidade do exercício na pressão arterial ................................ 8

3.3.1. Exercício Intervalado de Alta Intensidade ..................................................... 9

3.3.2 Hipotensão pós-exercício e exercício intervalado de alta intensidade ... 10

4 MÉTODOS ...................................................................................................................... 13

4.1 Participantes ............................................................................................................ 13

4.2 Desenho do estudo................................................................................................. 14

4.3 Teste Incremental máximo .................................................................................... 15

4.4 Sessão exercício intervalado de alta intensidade e sessão controle ............. 16

4.5 Análise do nível de atividade física ...................................................................... 17

4.6 Percepção subjetiva de esforço (PSE) ................................................................ 17

4.7 Medida da pressão arterial de repouso ............................................................... 18

4.8 Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) ................................. 19

4.9 Análise estatística ................................................................................................... 19

5 RESULTADOS ............................................................................................................... 20

5.1 Pressão Arterial de repouso .................................................................................. 21

5.2 Intensidade da sessão EIAI .................................................................................. 21

5.3 Gasto energético diário .......................................................................................... 22

5.4 Pressão arterial ambulatorial ................................................................................ 23

6 DISCUSSÃO .................................................................................................................. 26

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iv

7 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 29

8 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 30

9. ANEXOS ......................................................................................................................... 41

ANEXO I – Termo de consentimento livre e esclarecido ............................................ 41

ANEXO II – Comitê de ética ............................................................................................. 44

ANEXO III – Questionário de prontidão para atividade física ..................................... 45

ANEXO IV – Formulário do teste incremental máximo ............................................... 47

ANEXO V – Formulário das sessões de exercício (EIAI) ........................................... 49

ANEXO VI – Diário de Atividade Física de Bouchard .................................................. 50

ANEXO VII – Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) ................................................. 51

10. APÊNDICES ............................................................................................................... 52

APÊNDICE I – Artigo aceito para publicação ............................................................... 52

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características da amostra do estudo (n = 21) ....................................... 20

Tabela 2. Pressão arterial ambulatorial após uma sessão de exercício intervalado de

alta intensidade e controle (sem exercício) em normotensos ................................... 24

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fluxograma do estudo. ............................................................................. 14

Figura 2. Resposta da frequência cardíaca (A) e percepção subjetiva de esforço (B)

durante a sessão de exercício intervalado de alta intensidade. Nota: FC = frequência

cardíaca; PSE = percepção subjetiva de esforço. .................................................... 22

Figura 3. Gasto energético diário após as sessões controle e EIAI. Nota: EIAI =

Exercício Intervalado de Alta Intensidade................................................................. 23

Figura 4. Comparação do comportamento da PA sistólica e diastólica hora a hora

durante as 20h após a sessão EIAI e controle. Nota: EIAI = exercício intervalado de

alta intensidade; PA = pressão arterial; * = diferente em relação à sessão controle

(p<0,05). ................................................................................................................... 25

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

ANOVA = Análise de variância

BPM = Batimentos por minuto

EIAI = Exercício intervalado de alta intensidade

FC = Frequência cardíaca

FCmáx = Frequência cardíaca máxima

HPE = Hipotensão pós-exercício físico

IMC = Índice de massa corporal

kcal = Quilocaloria

kg = Quilogramas

kg/m2 = Quilogramas por metro ao quadrado

km/h = Quilometro por hora

MAPA = Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial

mmHg = Milímetros de mercúrio

PA = Pressão arterial sistêmica

PAD = Pressão arterial diastólica

PAR-Q = Questionário de prontidão para atividade física

PAS = Pressão arterial sistólica

PSE = Percepção subjetiva de esforço

VM = Velocidade máxima

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viii

RESUMO

EFEITO AGUDO DO EXERCÍCIO INTERVALADO DE ALTA

INTENSIDADE DE BAIXO VOLUME SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL

AMBULATORIAL DE NORMOTENSOS

Autora: Teresa Cristina Batista Dantas

Orientador: Eduardo Caldas Costa

Introdução: estudos demonstram a ocorrência de hipotensão pós-exercício (HPE)

após ~60 minutos de exercício intervalado de alta intensidade (EIAI) em

normotensos. Entretanto, existe uma lacuna no que se refere a HPE ambulatorial e

ainda não é conhecido se os modelos de EIAI de baixo volume são capazes de

reduzir a pressão arterial (PA) ambulatorial em normotensos. Objetivo: investigar o

efeito de uma sessão de EIAI de baixo volume sobre a PA ambulatorial de

normotensos. Métodos: vinte e um homens normotensos (23,6 ± 3,6 anos; 23,5 ±

2,3 kg/m2; PA de repouso 111,1 ± 6,4 / 62,4 ± 6,1 mmHg) realizaram: (i) teste

incremental máximo; (ii) sessão EIAI e controle (sem exercício) em ordem

randomizada. O EIAI consistiu de 10x60s a 100% da velocidade máxima atingida no

teste de esforço intercalado com 60s de recuperação passiva. Os sujeitos

permaneceram 20h com o aparelho de Monitorização Ambulatorial da Pressão

Arterial (MAPA). Foram avaliadas 13h de vigília e 7h de sono. O teste t de Student

pareado foi utilizado para comparar a PA sistólica e diastólica entre as sessões

controle e EIAI. A ANOVA two-way (condição vs. tempo) foi usada para comparar a

PA ambulatorial hora a hora após as sessões controle e EIAI. Resultados: a PA

sistólica no período de 20h de análise reduziu 2,8 ± 3,7 mmHg e a PA diastólica

reduziu 1,7 ± 3,5 mmHg após a sessão de EIAI em relação à sessão controle

(p<0,05). No período da vigília, a PA sistólica reduziu 3,2 ± 3,7 mmHg e a PA

diastólica 1,8 ± 3,9 mmHg após a sessão de EIAI em relação à sessão controle

(p<0,05). Não houve diferença na PA sistólica e diastólica durante o período do sono

(p>0,05). A ANOVA two-way demostrou que a PA sistólica foi menor nas primeiras

cinco horas após a sessão EIAI comparada a sessão controle [delta mínimo: -3,2

mmHg; delta máximo: -4,8 mmHg (p<0,05)]. Conclusões: uma sessão de EIAI de

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baixo volume reduziu a PA na vigília e no período de 20h em normotensos. A

hipotensão em maior magnitude ocorrida nas primeiras cinco horas pós-exercício

parecer explicar a redução da PA na vigília e no período de 20h.

Palavras-chave: hipotensão pós-exercício; monitorização ambulatorial da pressão

arterial; exercício físico.

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ABSTRACT

ACUTE EFFECT OF LOW-VOLUME HIGH-INTENSITY INTERVAL

EXERCISE ON AMBULATORIAL BLOOD PRESSURE IN

NORMOTENSIVE

Author: Teresa Cristina Batista Dantas

Advisor: Eduardo Caldas Costa

Introduction: Previous research have already shown the occurrence of post-

exercise hypotension (PEH) after ~60 minutes of high-intensity interval exercise

(HIIE) in normotensive subjects. However, there is a gap with regard to ambulatory

PEH and it is not yet knowns if the low-volume HIIE reduces ambulatory blood

pressure (BP) in normotensive subjects. Objective: To investigate the effect of a

single session of low-volume HIIE on ambulatory BP in normotensive subjects.

Methods: Twenty-one normotensive males (23.6 ± 3.6 years, 23.5 ± 2.3 kg/m2,

resting PA 111.1 ± 6.4 / 62.4 ± 6.1 mmHg) performed: (i) maximum incremental test;

(ii) HIIE and control sessions in a randomized order. The HIIE consisted of 10x60s at

100% of maximal velocity interspersed by 60s of passive recovery. The paired

sample t-test was used to compare systolic and diastolic BP between control and

HIIE sessions. A two-way ANOVA (condition vs. time) was used to compare the

ambulatory BP response hour to hour following the control and HIIE sessions.

Results: Systolic BP in the 20-hour analysis reduced 2.8 ± 3.7 mmHg and diastolic

BP reduced 1.7 ± 3.5 mmHg after the HIIE session compared to the control session

(p<0.05). In the awake period, systolic BP decreased 3.2 ± 3.7 mmHg and diastolic

BP 1.8 ± 3.9 mmHg after the HIIE session compared to the control session (p<0.05).

There was no difference in the systolic and diastolic BP during the asleep period (p>

0.05). The two-way ANOVA demonstrated that systolic BP was lower in the first five

hours after the HIIE session compared to the control session [minimum delta: -3.2

mmHg; maximum delta: -4.8 mmHg (p <0.05)]. Conclusion: A single session of low-

volume HIIE reduces ambulatory BP in normotensive. The greater magnitude of

hypotension during the first five hours post-exercise seems to explain the BP

reduction in 20h and awake periods.

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Key-words: post-exercise hypotension; ambulatory blood pressure monitoring;

physical exercise.

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1

1 INTRODUÇÃO

A hipotensão pós-exercício (HPE) é um fenômeno agudo caracterizado pela

redução da pressão arterial (PA) após o exercício em comparação à situação pré-

exercício ou em relação ao mesmo momento comparado a uma sessão controle sem

exercício (1). A HPE tem sido reportada tanto em sujeitos normotensos (1–4) e

hipertensos (5–8), podendo variar em magnitude e duração. Recentemente, estudos

apontam que a magnitude da redução aguda da PA após exercício tem relação com

a redução crônica da PA de repouso após um período de treinamento físico (9–13).

Considerando que os efeitos fisiológicos do treinamento físico ocorrem como

resultado dos repetidos efeitos agudos e subagudos do exercício físico (14), a

ocorrência (ou não) de HPE, assim como sua magnitude e duração, pode gerar

informação importante sobre o potencial de determinada abordagem de exercício

para controle/redução da PA após um período de treinamento físico (15).

De forma geral, os estudos avaliam o comportamento da PA após exercício

por meio da medida clínica em curto período (i.e., ≤ 60 minutos) (1,3,16) e da medida

ambulatorial, através da Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial (i.e., MAPA

de 24h) (5–7,17). Em relação a PA ambulatorial, a revisão sistemática de Cardoso et

al. (7) não encontrou HPE em indivíduos normotensos, tanto no período da vigília

quanto no sono. Entretanto, os estudos incluídos na revisão investigaram a HPE

ambulatorial em normotensos após exercício aeróbio de intensidade moderada (7).

Portanto, é possível especular que o exercício mais intenso poderia gerar HPE

ambulatorial em normotensos (4,5,16,17).

O exercício intervalado de alta intensidade (EIAI) é um modelo de exercício

que alterna estímulos de alta intensidade (i.e., 80-100% da frequência cardíaca

máxima) com períodos de recuperação (passiva ou ativa) (18). Nos últimos anos,

estudos têm demonstrado que o EIAI gera HPE em sujeitos normotensos (3,4,19,20),

pré-hipertensos (21) e hipertensos (6,22). Entretanto, a HPE observada em

normotensos foi analisada em curto período de tempo após o exercício (i.e., ≤ 60

minutos) e é semelhante à encontrada após o exercício contínuo de intensidade

moderada (3,19). Mais recentemente, Angadi et al. (4) demonstraram HPE até 3h

após EIAI em normotensos, o que não ocorreu após o exercício contínuo de

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2

intensidade moderada. Esse achado sugere que a duração da HPE após o EIAI é

maior e ocorre por maior período de tempo comparado ao exercício moderado em

normotensos. Porém, permanece desconhecido se o EIAI pode gerar HPE por um

período longo de tempo e em condições de vida diária nessa população.

A falta de tempo tem sido citada como uma das principais barreiras para a

prática de exercício físico (23) e, dessa forma, a implementação de modelos de

exercício que sejam tempo-eficiente e eficazes para promover adaptações

fisiológicas são necessários na sociedade contemporânea (24,25). Nesse sentido, o

EIAI de baixo volume é vantajoso em relação ao modelo de exercício tradicional (i.e.,

exercício contínuo de intensidade moderada) devido sua menor duração. De forma

geral, uma sessão de EIAI de baixo volume envolve 10 minutos ou menos de

exercício intenso dentro de uma sessão com duração menor que 30 minutos (26).

Um modelo prático e seguro de EIAI de baixo volume envolve 10 estímulos de 60s

em alta intensidade (~90% da frequência cardíaca máxima [FCmáx]) intercalados

com 60s de recuperação, totalizando 20 minutos de duração (24). Até o momento,

não há informação se o EIAI de baixo volume gera HPE ambulatorial.

O objetivo desse estudo foi analisar se uma única sessão de EIAI de baixo

volume reduz a PA ambulatorial em normotensos. Além disso, analisar a magnitude e

duração de uma possível HPE ambulatorial. Nossa hipótese é que os valores de PA

ambulatorial seriam menores após uma sessão de EIAI de baixo volume quando

comparados com um dia sem exercício (controle).

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar o efeito de uma sessão de exercício intervalado de alta intensidade de

baixo volume sobre a pressão arterial ambulatorial em homens normotensos.

2.2 Objetivos específicos

Comparar comportamento da pressão arterial durante um período de 20h,

vigília e sono após o exercício intervalado de alta intensidade de baixo volume

e controle (sem exercício) em normotensos;

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3

Comparar a resposta de pressão arterial hora a hora durante 20h após o

exercício intervalado de alta intensidade de baixo volume e controle (sem

exercício) em normotensos.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Pressão arterial e exercício físico aeróbio

3.1.1 Respostas e modificações durante o exercício

Durante a prática de exercício físico aeróbio ocorre uma série de alterações

cardiovasculares que tem por objetivo fornecer mais oxigênio para os músculos em

contração (27,28). Ao iniciar o exercício, impulsos do comando central são gerados

para aumentar a frequência cardíaca por meio da retirada do sistema nervoso

parassimpático e ativação do sistema nervoso simpático (29). Além disso, durante o

exercício, receptores periféricos localizados nas articulações e na musculatura

detectam as alterações físicas e químicas na região e geram reflexos para aumentar

a atividade simpática cardíaca, aumentando a frequência cardíaca, volume sistólico

e, por consequência, o débito cardíaco (30). Adicionalmente, o atrito do sangue

passando pelos vasos estimulam a liberação de substâncias vasodilatadoras no

músculo ativo, causando uma vasodilatação na periferia e, desta forma, reduzindo a

resistência vascular periférica (30). Assim, o comportamento fisiológico normal da

pressão arterial durante o exercício aeróbio é o aumento na PA sistólica (devido sua

maior associação com o débito cardíaco que está elevado) e manutenção ou até uma

pequena redução na pressão arterial diastólica (devido sua maior associação com a

resistência vascular periférica que está reduzida) (30).

Alguns fatores influenciam o comportamento da PA durante o exercício, como

por exemplo: i) a intensidade do exercício; ii) a duração; e iii) a massa muscular

envolvida (2). Quanto maior for a intensidade do exercício maior será o aporte

sanguíneo para os músculos e, portanto, a frequência cardíaca, o volume sistólico e

o débito cardíaco serão maiores, apresentando assim uma maior PA sistólica. Já a

resistência vascular periférica continua reduzida devido uma maior vasodilatação na

musculatura ativa no intuito de facilitar a passagem do sangue para a região em

movimento, fazendo com que a pressão arterial diastólica não se altere. Quanto ao

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fator duração do exercício, se uma mesma intensidade (abaixo do limiar anaeróbio)

for mantida, nenhuma das variáveis irão se alterar, mantendo a pressão arterial

sistólica e diastólica constantes durante toda a sessão de exercício. Por outro lado, a

pressão arterial sistólica se eleva menos nos exercícios que envolvem uma grande

massa muscular quando comparado a uma região com menor massa muscular, pois

quanto maior for a massa muscular envolvida no exercício, maior será a

vasodilatação e, portanto, menor a pressão arterial. Sendo assim, se compararmos

dois modelos de exercício aeróbio sendo um realizado com os membros inferiores e

o outro realizado com os membros superiores, a elevação da pressão arterial

ocorrerá de forma mais pronunciada no exercício realizado com os membros

superiores (2).

3.1.2 Respostas e modificações após o exercício

Já está esclarecido na literatura que o exercício físico aeróbio promove uma

redução sustentada na PA após uma única sessão de exercício, fenômeno

conhecido como hipotensão pós-exercício (HPE) (31). Tal redução da PA ocorre em

sujeitos normotensos, pré-hipertensos e hipertensos após alguns minutos e até

mesmo horas após o exercício (29), possuindo maior magnitude e duração nos

sujeitos pré-hipertensos e hipertensos com níveis de PA de repouso mais elevados

(7).

Alguns estudos que avaliaram os determinantes hemodinâmicos da PA

apontam que o mecanismo responsável pela HPE é a queda do débito cardíaco

(8,32–35), outros já apontam a redução da resistência vascular periférica como a

causa (16,36–40). O fato é que diversos mecanismos contribuem para a ocorrência

desse fenômeno e vários fatores parecem influenciar na hemodinâmica responsável

pela HPE (41).

Brito et al. (41) analisaram a influência das características da população e dos

protocolos de exercício utilizados em diversos estudos e encontraram que, na grande

maioria dos casos, a HPE está relacionada a redução da resistência vascular

periférica. No entanto, parece que algumas características mudam esse

comportamento, como no caso de pessoas idosas, hipertensas e com

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sobrepeso/obesidade que tem a redução do débito cardíaco facilitada após o

exercício, sendo este o mecanismo responsável pela HPE nessa população (41).

Uma possível explicação para esse achado é que os sujeitos idosos, hipertensos e

com sobrepeso/obesidade possuem alterações cardiovasculares, como a baixa

sensibilidade barorreflexa, uma elevada atividade simpática, disfunção endotelial e a

rigidez arterial, que dificultam a vasodilatação após o exercício e limitam a queda da

resistência vascular periférica, desta forma, facilitando a redução do débito cardíaco

(41). Por outro lado, quando se trata de sujeitos jovens e normotensos, a redução da

resistência vascular periférica é predominante. Além disso, a posição na qual a PA é

avaliada também influencia no comportamento hemodinâmico durante a HPE, sendo

a posição supina a que mais favorece a redução da resistência vascular periférica

por evitar o estresse ortostático (41).

A vasodilatação periférica observada após o exercício envolve mecanismos

centrais e vasculares (42). O mecanismo vascular que tem sido apontado como

explicação para a HPE é a vasodilatação sustentada (31). Estudos apontam que a

vasodilatação sustentada após o exercício é dependente da ativação dos receptores

de histamina H1 e H2 (37,40). A histamina é uma substância vasodilatadora liberada

durante e após o exercício (43), podendo se ligar ao receptor H1 que está localizado

nas células endoteliais vasculares, bem como também faz ligação com o receptor H2

que está localizado nas células do músculo liso (40). Após administrar uma

substância antagonista do receptor H1, Lockwood et al. (37) encontraram redução na

vasodilatação após o exercício e uma importante diminuição na queda da PA por

aproximadamente 30 minutos após o exercício comparado a um dia onde o exercício

foi realizado sem o uso de tal substância. Nessa mesma perspectiva, McCord et al.

(40) buscaram compreender o mecanismo envolvido na queda da PA além dos 30

minutos após o exercício. Assim, foi administrado uma substância antagonista do

receptor H2 e, como hipotetizado pelos autores, encontraram redução na

vasodilatação e queda da PA principalmente entre o período de 60 a 90 minutos

após o exercício. Desta forma, os receptores H1 e H2 de histamina estão envolvidos

na HPE em curto período (i.e., ≤ 90 minutos) (37,40).

Além dos fatores periféricos citados acima, evidências também apontam

mecanismos centrais como responsáveis pela redução da resistência vascular (44).

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Os barorreceptores estão localizados na parede das artérias aorta e carótidas e

detectam a pressão dentro dos vasos, controlando os níveis pressóricos (27).

Durante o exercício, os barorreceptores detectam a pressão elevada dentro das

artérias e transmitem informações excitatórias ao núcleo do trato solitário no intuito

de controlar os níveis pressóricos por meio da redução da atividade simpática. Ao

mesmo tempo, fibras aferentes do músculo em contração detectam as alterações

físicas e químicas na região e se projetam ao núcleo do trato solitário, liberando o

neurotransmissor substância P no interneurônio gabaérgico que interage com o

receptor neuroquinina-1, resultando na excitação do interneurônio gabaérgico. A

excitabilidade do interneurônio gabaérgico libera o neurotransmissor GABA no

receptor GABAA que está localizado no neurônio barosensitivo de segunda ordem.

Assim, a transmissão inibitória gerada por GABA diminui a excitabilidade do neurônio

barosensitivo de segunda ordem na medula ventro-lateral caudal que, por sua vez,

resulta em menos inibição da atividade simpática na medula ventro-lateral rostral.

Dessa forma, a atividade simpática se mantém elevada e ocorre o reset do

barorreceptor para detectar pressões com níveis mais elevados (44).

A medida que o exercício físico continua ocorre a internalização do receptor

neuroquinina-1 no interneurônio gabaérgico e, desta forma, o sítio ativo para a

ligação da substância P com seu receptor fica menos disponível quando o exercício

termina. Portanto, devido uma menor influência inibitória de GABA no neurônio

barosensitivo de segunda ordem, a excitabilidade na medula ventro-lateral caudal

aumenta e a atividade simpática é reduzida após o exercício, resultando na queda da

PA (44). Desta forma, a HPE não é unifatorial, existindo uma combinação de

mecanismos vasculares e centrais responsáveis pela ocorrência desse fenômeno, da

mesma forma que existem diversos fatores que influenciam a hemodinâmica após o

exercício.

3.2 Medida da pressão arterial após o exercício

A forma mais comum de monitoramento da PA é através da medida clínica de

repouso por meio da técnica auscultatória com esfigmomanômetro aneroide ou pelo

método oscilométrico com uso de aparelhos semiautomáticos (45). Devido seu baixo

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custo e maior praticidade, uma grande parte dos estudos utilizam-se desse método

para avaliar o comportamento da PA após uma sessão de exercício (45). Além disso,

a análise da PA através da medida clínica permite que pesquisadores investiguem os

mecanismos hemodinâmicos relacionados a HPE, já que todo o monitoramento é

realizado no laboratório (3,16,21).

Entretanto, uma das principais limitações da medida clínica é seu curto período

de análise após o exercício, impossibilitando o entendimento da PA em longo período

durante a vida cotidiana dos sujeitos, pois o monitoramento é realizado no período de

repouso em ambiente controlado de laboratório, perdendo informações importantes

ao longo do dia e noite (46). Desta forma, a Monitorização Ambulatorial da Pressão

Arterial (MAPA) é um método que avalia a PA por um período de 24 horas de forma

intermitente, analisando o comportamento da PA durante as atividades habituais dos

sujeitos (47). Esse método é vantajoso em relação a medida clínica devido seu

monitoramento nos períodos de vigília e sono, além de eliminar o efeito do avaliador

durante a avaliação da PA e a obtenção de diversas medidas ao longo das 24 horas

(47).

O monitoramento da PA após o exercício através da MAPA é interessante

para analisar a magnitude e duração da HPE em situações que refletem o dia a dia

dos sujeitos por um longo período. Dessa forma, é possível identificar o modelo de

exercício que promove maior magnitude e duração de HPE. Entretanto, uma das

limitações da MAPA é a impossibilidade de investigar os possíveis mecanismos

responsáveis pela HPE devido seu monitoramento realizado em ambiente fora do

laboratório (47).

Desta forma, para os dois métodos existem vantagens e desvantagens que

devem ser ponderadas de acordo com o objetivo de cada trabalho. Se o intuito for

investigar mecanismos de HPE, a medida clínica será mais indicada, se o objetivo for

identificar a magnitude e duração da HPE sob condições de vida real, certamente a

MAPA será mais útil.

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8

3.3. Influência da intensidade do exercício na pressão arterial

Diversos fatores parecem influenciar a ocorrência da HPE, como por exemplo,

a intensidade (4,5,16,17,48). Ao comparar diferentes intensidade de exercício, alguns

estudos demonstram que o exercício intenso promove uma HPE de maior magnitude

e duração que o exercício com intensidade moderada e leve (5,16,17,48), outros já

não encontram diferenças entre diferentes intensidades de exercício (1,49). No

entanto, os estudos citados que não demonstram diferenças na HPE entre diferentes

intensidades possuem vieses que podem ter influenciado o resultado, como por

exemplo, a intensidade utilizada que não se caracteriza como exercício vigoroso (49)

e o baixo tamanho amostral (1).

Estudando jovens normotensos, Forjaz et al. (16) demonstraram uma maior

magnitude e duração na queda da PA após o exercício mais intenso (75% VO2pico)

comparada a sessão moderada (50% VO2pico) e leve (30% VO2pico) que perdurou

por 90 minutos após o exercício. Ao analisar a PA durante um período mais

prolongado após o exercício, Quinn et al. (5) também encontraram queda da PA

ambulatorial de maior magnitude e duração após o exercício mais intenso (75% do

VO2 pico) comparado ao exercício de moderada intensidade (50% do VO2 pico) em

indivíduos hipertensos. Recentemente, Morais et al. (17) também investigaram a PA

ambulatorial de 24h em indivíduos de meia idade e idosos com diabetes tipo 2 e

demonstram que a redução da PA parece ser dependente da intensidade, ocorrendo

queda na PA de maior magnitude após o exercício de maior intensidade (teste

incremental máximo). Eicher et al. (48) analisaram a influência da intensidade do

exercício na PA ambulatorial de homens pré hipertensos e hipertensos estágio I de

meia idade e também encontraram HPE de maior magnitude após a sessão de

exercício vigoroso (100% do VO2 pico – teste incremental máximo) comparado a

sessão leve (30% do VO2 pico) e moderada (60% do VO2 pico). Além disso, os

autores encontraram que para cada 10% de aumento no VO2 pico relativo ocorre

uma redução na PAS de 1,5 mmHg e na PAD de 0,6 mmHg.

Nesse sentido, a maioria dos estudos demonstram que a magnitude da HPE é

dependente da intensidade do exercício e, portanto, é provável que o estímulo mais

intenso seja mais eficaz em gerar HPE. Os mecanismos para explicar a maior

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magnitude de HPE no exercício mais intenso ainda não estão claros. Brito et al. (41)

demonstraram em sua revisão que a maioria dos estudos apontam redução da

resistência vascular periférica após o exercício em diferentes intensidades e a

característica do protocolo de exercício, incluindo a intensidade, parece não

influenciar no mecanismo hemodinâmico responsável pela HPE.

É importante destacar que os estudos citados investigaram a HPE após o

exercício vigoroso contínuo (5,16) (75% FCmáx) ou após um teste incremental

máximo (17,48) comparando com exercício de intensidade moderada e/ou leve.

Assim, é necessário a investigação com outros modelos de exercício, como por

exemplo, o intermitente de alta intensidade para ampliar esses achados, além de

investigações que busquem o mecanismo responsável pela HPE de maior magnitude

e duração após o exercício mais intenso.

3.3.1. Exercício Intervalado de Alta Intensidade

O EIAI é um modelo de exercício aeróbio que se caracteriza por períodos de

alta intensidade intercalados com períodos de recuperação (ativa ou passiva) (50).

Nos últimos 10 anos, um número crescente de evidências têm demonstrado diversas

adaptações positivas do EIAI sobre o sistema cardiovascular, tanto em sujeitos

saudáveis (51) quanto em populações clínicas (18,52,53). Recentes revisões

sistemáticas e meta-análises têm demonstrado que o EIAI promove maior aumento

da aptidão cardiorrespiratória (51,53) e melhora da função vascular (52) em relação

ao exercício contínuo de moderada intensidade, mostrando que o EIAI é uma

excelente estratégia de treinamento para obter benefícios fisiológicos relacionados a

saúde e aptidão física. Essas adaptações estão associadas com um melhor controle

da PA, já sendo demonstrado por alguns estudos que o EIAI promove redução da PA

após o exercício tanto de forma aguda (3,4,6,19–22), quanto crônica (54–58) .

Entre os modelos de EIAI, vários protocolos têm sido sugeridos. De acordo

com o esquema de classificação proposto por Weston et al. (18), os estímulos

supramáximos (i.e., ≥ 100% VO2 máx) em um curto período de tempo é denominado

treinamento intervalado de sprint [do inglês, Sprint Interval Training (SIT)]. Um

exemplo de SIT é o modelo Wingate, que consiste em 4 a 6 estímulos de 30

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segundos em esforço supramáximo intercalados por 4 minutos de recuperação (26).

Entretanto, esse modelo é bastante extenuante e exige um nível de motivação muito

elevado, além de parecer não ser seguro e praticável por todos os indivíduos e, além

disso, exige um equipamento especializado, dificultando ainda mais sua

aplicabilidade (26).

Dessa forma, um modelo menos extenuante é o EIAI que envolve estímulos

entre 80 – 100% da FCmáx (18), possuindo protocolos de baixo e alto volume

(26,59). O EIAI de baixo volume são modelos de exercício com duração reduzida,

possuindo ≤ 10 minutos de exercício intenso (26). Já os modelos de alto volume

possuem uma maior duração nos estímulos e maior duração no tempo total de

exercício (59). Um modelo de EIAI de baixo volume bem prático é o 10x60s, que

consiste em 10 estímulos de 60 segundos em uma intensidade ~90% da FCmáx

intercalado com 60 segundos de recuperação. Dessa forma, os indivíduos realizam

somente 10 minutos de exercício intenso, sendo um total de 20 minutos incluindo o

período de recuperação (26). Já o modelo de alto volume bastante utilizado é o

protocolo 4x4 que consiste em 4 estímulos de 4 minutos a 90-95% da FCmáx

intercalados por 3 minutos de recuperação a 50-70% da FCmáx (59,60). Além

desses, diversos outros protocolos têm sido adaptados e utilizados em outros

estudos (61–64).

Considerando que a falta de tempo é reportada pelos indivíduos como motivo

para não participar em um programa de atividade física (23), os modelos de EIAI de

baixo volume são mais interessantes por levar menos tempo para ser realizado e

devido sua melhor tolerabilidade (26). No entanto, os estudos que investigam os

efeitos do EIAI sobre a PA normalmente utilizam os modelos de alto volume

(4,6,19,20) devido seus efeitos positivos ao sistema cardiovascular (59,60). Portanto,

é relevante que os modelos de baixo volume sejam mais estudados para entender

melhor seu efeito sobre a resposta de PA.

3.3.2 Hipotensão pós-exercício e exercício intervalado de alta intensidade

O EIAI tem se demonstrado bastante eficaz promovendo diversos benefícios

para a saúde (50,51,60). Entre eles, o efeito agudo (3,4,6,19–22) e crônico (54–58)

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do EIAI sobre a PA também tem sido investigado, demonstrando-se uma ótima

estratégia de exercício físico para reduzir a PA em diversas populações. Scott et al.

(19) e Rossow et al. (3) investigaram normotensos treinados e encontraram redução

da PA de duração e magnitude semelhantes entre o EIAI e o exercício moderado

contínuo por 60 minutos após o exercício. Scott et al. (19) utilizaram um protocolo de

EIAI que consistiu em 12 estímulos de um minuto a 120% do pico de potência

intercalados com 4 minutos de recuperação a 40% do pico de potência, totalizando

60 minutos de exercício. Rossow et al. (3) utilizaram o treinamento intervalado de

Sprint, usando o modelo de Wingate, sendo realizados quatro estímulos de 30

segundos “all out” intercalados com quatro minutos e meio de recuperação. Cote et

al. (20) também investigaram normotensos treinados e encontraram queda na PA 30

minutos após o EIAI utilizando um protocolo com duração de 45 minutos. Os

voluntários realizaram 15 estímulos de um minuto a 100% do pico de potência

intercalados por dois minutos a 50 watts. Os protocolos utilizados nesses estudos

são longos e extenuantes, não sendo muito toleráveis por todos os indivíduos (26).

Lacombe et al. (21) também encontraram HPE por 60 minutos após o EIAI

reduzindo 4 mmHg na PA sistólica em relação a sessão controle em indivíduos de

meia idade pré-hipertensos não treinados. Os autores utilizaram um protocolo de

baixo volume com 5 estímulos de 2 minutos a 85% do VO2máx intercalados com 2

minutos a 40% do VO2máx, possuindo 10 minutos de exercício intenso e uma

duração total de 20 minutos. Entretanto, todos os estudos citados analisaram a PA

por até 60 minutos após o exercício durante condições controladas de laboratório

(3,19–21) e, além disso, os estudos realizados com normotensos utilizaram

protocolos de EIAI de alto volume (19,20) ou sprints supramáximos (3).

Alguns estudos analisaram a PA por um período mais prolongado após o EIAI.

Ciolac et al. (6) investigaram o efeito de uma sessão de EIAI e de exercício

moderado contínuo sobre a PA ambulatorial de 24h em hipertensos de meia-idade

que tomavam medicação anti-hipertensiva e também encontraram HPE semelhantes

entre os modelos de exercício no período de 24h. Os autores utilizaram um protocolo

de EIAI com um minuto de estímulo a 80% da FC de reserva intercalados com 2

minutos a 50% da FC de reserva até completar 40 minutos. Recentemente, também

estudando sujeitos hipertensos, Sosner et al. (22) encontraram HPE de forma

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semelhante entre o exercício moderado contínuo (50% do pico de potência), EIAI

realizado dentro d’água e EIAI realizado em solo na PA clínica por 4 horas após o

exercício, mas somente o EIAI reduziu a PA ambulatorial, apresentando melhor

resultado o EIAI realizado na água. O modelo de EIAI utilizado nesse estudo

consistiu em 2 séries de 10 minutos divididos em estímulos de 15 segundos a 100%

do pico de potência intercalados por 15 segundos de recuperação. Entre as séries de

10 minutos houve um intervalo de 4 minutos.

É possível que a divergência no resultado desses estudos seja explicada pelo

protocolo utilizado. Sosner et al. (22) não encontraram HPE após o exercício

moderado contínuo, porém a duração do exercício foi mais curta (24 minutos)

comparado ao modelo de Ciolac et al. (6) (40 minutos). Entretanto, mesmo com o

volume reduzido (24 minutos), o EIAI reduziu a PA ambulatorial de hipertensos,

mostrando a importância da intensidade do exercício e o potencial do EIAI na

redução da PA a longo prazo.

Recentemente, Angadi et al. (4) compararam o efeito de três diferentes

modelos de exercício sobre a PA durante três horas após o exercício em jovens

normotensos. Foi investigado o exercício moderado contínuo (30 minutos a 75-80%

da FCmáx), o modelo Wingate (seis tiros de 30 segundos no esforço máximo

seguidos por 4 minutos a 50% da FCmáx) e o EIAI (4 estímulos de 4 minutos a 90-

95% da FCmáx intercalados por 3 minutos a 50% da FCmáx) não sendo encontrada

diferença entre os modelos de exercício analisados durante a primeira hora, como

demonstrado nos estudos anteriores. Entretanto, após a primeira hora, somente o

EIAI promoveu HPE durante todo o período de 3 horas monitorado, realçando a

influência da intensidade do exercício na duração e magnitude da HPE, porém, o

estudo alerta que essa influência não é linear, uma vez que o modelo de Wingate

(que possui estímulos supramáximos) não exerce efeito adicional na HPE (4). Dessa

forma, os estudos realizados com sujeitos normotensos avaliam a PA por um curto

período de tempo após o exercício (i.e., até 3h pós-exercício) e utilizaram protocolos

de EIAI de alto volume, deixando a lacuna sobre o efeito do EIAI de baixo volume

sobre a PA ambulatorial em normotensos. Assim, estudos adicionais precisam ser

realizados para compreender melhor o efeito do EIAI de baixo volume na magnitude

e duração da HPE em normotensos.

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4 MÉTODOS

4.1 Participantes

Fizeram parte do estudo 27 homens (entre 18 e 32 anos) normotensos. Vinte

e um participantes completaram todas as etapas do estudo (Figura 1). Os

participantes foram recrutados por meio de divulgação de cartazes nos

departamentos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e nas redes sociais.

Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: i) ser classificado como

aparentemente saudável de acordo com o questionário de prontidão para atividade

física (PAR-Q); ii) apresentar pressão arterial sistólica e diastólica menor que 140 e

90 mmHg, respectivamente (46); iii) não usar medicamento que alterasse a função

cardiovascular; iv) ausência de limitação física que o impedisse de realização o teste

de esforço e as sessões de exercício em esteira ergométrica. Foram excluídos do

estudo sujeitos que: i) apresentaram número insuficiente de medidas de pressão

arterial na MAPA (< 16 medidas na vigília) e (< 8 medidas no sono) (47); ii) dormiram

< 6 horas em algum dia de coleta; iii) apresentaram algum problema de saúde

durante o período do estudo. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa

da Universidade Federal do Rio grande do Norte (ANEXO II).

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Figura 1. Fluxograma do estudo.

4.2 Desenho do estudo

Esse estudo é caracterizado como um ensaio clínico controlado e

randomizado com delineamento cruzado (crossover) que investigou se uma única

sessão de EIAI é capaz de reduzir a PA ambulatorial comparado a um dia sem

exercício. Para isso, os procedimentos do estudo foram realizados em seis visitas ao

laboratório ao longo de três semanas.

Na visita 1 foram explicados todos os procedimentos do estudo e realizado

uma sessão de familiarização com o aparelho de MAPA (Cardios®, Brasil).

Primeiramente, foi realizada a triagem pré-participação com o questionário para

prontidão para atividade física (PAR-Q) (ANEXO III), avaliação do nível atual de

atividade física (diário de atividade física de Bouchard) (65) e mensuração da massa

corporal (kg), estatura (m) e pressão arterial de repouso (mmHg). Em seguida, a

MAPA foi instalada e os participantes permaneceram com o equipamento durante

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20h (procedimento de familiarização). No dia seguinte (visita 2), os participantes

retornaram ao laboratório para retirar o equipamento de MAPA e realizar um teste de

esforço máximo em esteira rolante. Nas duas semanas posteriores, em ordem

randomizada através de sorteio simples, foram realizadas a sessão controle e a

sessão EIAI com intervalo de uma semana. Todos os voluntários foram instruídos a

não realizar atividade física, não ingerir bebidas alcoólicas e cafeinadas, e manter o

mesmo padrão de sono durante todos os dias de monitoramento da PA. Nas visitas

para instalação e retirada do equipamento os indivíduos foram questionados sobre

esses aspectos. Além disso, foram realizadas medidas de PA de repouso antes das

sessões experimentais. O diário de atividade física de Bouchard (65) foi utilizado

para avaliar o nível de atividade física diária dos sujeitos e também para analisar o

gasto energético nos dias da sessão controle e experimental. As sessões

experimentais foram realizadas em ambiente controlado (24ºC).

4.3 Teste Incremental máximo

Após os procedimentos de triagem inicial e familiarização, os participantes

realizaram um teste incremental máximo na esteira para determinar a velocidade

máxima (VM) e frequência cardíaca máxima (FCmáxima). O protocolo do teste

iniciou a 5 km/h seguido por incrementos de 1 km/h a cada minuto até a exaustão

voluntária. A VM foi definida como o último estágio completo acrescido do percentual

de 60s do tempo (em segundos) que o voluntário permaneceu no estágio incompleto

(66). Por exemplo, se o indivíduo completou o estágio 8 (12 km/h) e permaneceu 30

segundos no estágio 9 (13 km/h), a VM considerada é 12,5 km/h. Após 10 minutos

de descanso do teste incremental, os sujeitos realizaram o teste de verificação da FC

máxima atingida no teste incremental. No teste de verificação os voluntários

realizaram exercício durante dois minutos a 50% da VM, seguido por 1 minuto a 70%

da VM e, posteriormente, uma velocidade correspondente a VM mais 1 km/h por 1,5

minutos ou por exaustão voluntária (ANEXO IV). O teste foi considerado válido

quando a diferença entre a FC máxima do teste incremental e do teste verificação foi

inferior 4 bpm (66). Todos os participantes atingiram esse critério.

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16

4.4 Sessão exercício intervalado de alta intensidade e sessão controle

As sessões EIAI e controle (sem exercício) ocorreram ao longo de duas

semanas consecutivas em ordem aleatorizada. Na sessão EIAI foi utilizado um

protocolo de EIAI de baixo volume, adaptado de Gibala et al. (50). O protocolo

consistiu de 10 estímulos de 60s a 100% da VM intercalados por 60s de recuperação

passiva. Antes e após os 20 minutos de EIAI, os indivíduos realizaram cinco minutos

de aquecimento e desaquecimento a 40% da VM, respectivamente. Dessa forma, o

protocolo completo foi realizado em 30 minutos (anexo V). Esse protocolo foi utilizado

nesse estudo por possuir uma melhor tolerabilidade e ser mais exequível quando

comparado a outros protocolos de EIAI (26). A FC foi monitorada continuamente

durante exercício através do Polar RS800 (Polar Electro, Oy, Kempele, Finland) e a

percepção subjetiva de esforço (PSE) (67) foi questionada imediatamente após cada

estímulo. Na sessão controle, os voluntários permaneceram 30 minutos sentados em

repouso na mesma sala onde a sessão EIAI aconteceu.

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17

4.5 Análise do nível de atividade física

O nível de atividade física foi verificado por meio do cálculo do gasto

energético diário dos sujeitos, avaliado pelo diário de atividade física de Bouchard

(65). Trata-se de um instrumento que classifica em categorias por ordem numérica as

atividades cotidianas realizadas pelos sujeitos de acordo com o gasto calórico,

variando entre o tempo de descanso deitado e sono (categoria 1) a atividades muito

intensas (categoria 9). Os sujeitos escolheram três dias para responder o diário (2

dias da semana e 1 dia no final de semana) que represente sua rotina habitual. Em

cada dia, o diário possui 96 períodos de 15 minutos e cada período é preenchido de

acordo com a categoria que mais represente a atividade física realizada no momento

(anexo VI). Cada categoria possui um valor em quilocalorias (kcal) que corresponde

a estimativa do gasto energético da atividade (categorias: 1 = 0,26 kcal; 2 = 0,38

kcal; 3 = 0,57 kcal; 4 = 0,69 kcal; 5 = 0,84 kcal; 6 = 1,2 kcal; 7 = 1,4 kcal; 8 = 1,5 kcal;

9 = 2,0 kcal). Assim, calculando todos os valores respondidos em cada período de

acordo com seu gasto energético, ao final chega-se ao valor do gasto energético total

(65). Além de usar o diário para identificar o nível de atividade física dos sujeitos,

também utilizamos para monitorar o comportamento de atividade física durante o uso

da MAPA após as sessões EIAI e controle.

4.6 Percepção subjetiva de esforço (PSE)

A PSE (anexo VII) foi questionada após cada estímulo do EIAI por meio da

escala de Borg (6-20) (67). A ancoragem com as escalas foi realizada no momento

da familiarização, onde foi dada uma explicação verbal seguindo as instruções

padronizadas e uma ancoragem prática realizada durante o teste incremental

máximo.

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4.7 Medida da pressão arterial de repouso

Após 10 minutos de repouso na posição sentada, cinco medidas de PA foram

realizadas no braço esquerdo do voluntário com intervalo de dois minutos entre as

aferições. O maior e o menor valor de PA registrado foram excluídos e a média das

três medidas restantes foi calculada, não havendo uma variação maior que 4 mmHg

entre as medidas (21). As medidas de PA foram realizadas por método oscilométrico

(Omron® HEM-780-E) devidamente validado (68). A mensuração da PA de repouso

foi realizada previamente as sessões de familiarização, controle e EIAI.

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19

4.8 Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA)

As medidas de PA durante 20h foram realizadas pelo aparelho oscilométrico

CardioMapa (Cardios®, Brasil). Os participantes receberam orientações prévias ao

exame da MAPA relacionadas ao protocolo de instalação do aparelho, orientação

para o preenchimento do diário de atividades diárias e o protocolo de retirada da

MAPA na sessão de familiarização. As orientações seguiram as recomendações da

V diretrizes de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial da Sociedade

Brasileira de Cardiologia (47). Os voluntários chegaram ao laboratório entre 08:00h e

10:00h horas da manhã e a MAPA foi instalada ~2h após o horário de chegada dos

sujeitos, quando todos os procedimentos experimentais foram finalizados. A MAPA

foi programada para realizar medidas a cada 15 minutos durante a vigília e a cada 30

minutos durante o sono. Os voluntários retiraram o equipamento no outro dia entre

08:00h e 10:00h horas da manhã. Os voluntários foram orientados a registrar no

diário de que horas foi dormir e acordou. As análises das medidas de vigília e sono

foram ajustadas de acordo com o horário registrado no diário pelo voluntário. Além

de registrar o horário de sono e vigília, foi solicitado aos voluntários que também

registrassem algum possível evento estressante que ocorresse durante o período de

monitorização. A MAPA foi considerada válida para análise quando foram obtidas,

pelo menos, 16 medidas durante o período da vigília e oito durante o sono (47). Para

as análises de comparação entre as sessões EIAI e controle, a média das medidas

durante 20 horas, vigília e sono foram utilizadas.

4.9 Análise estatística

Os dados estão apresentados de forma descritiva (média ± desvio-padrão). A

normalidade de distribuição dos dados foi confirmada pelo teste de Shapiro-Wilk. O

teste t de Student pareado foi utilizado para comparar os valores de PA de repouso,

o gasto energético diário estimado e os deltas de queda da PA das 20h, vigília e

sono entre as sessões EIAI e controle. A ANOVA two-way com medidas repetidas

(condição vs. tempo) foi utilizada para analisar a PA ambulatorial hora a hora após as

sessões EIAI e controle. O teste de Mauchly foi utilizado para verificar a esfericidade

dos dados. Nas variáveis que não apresentaram esfericidade, a correção de Epsilon

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de Greenhouse-Geisser foi aplicada. O post hoc de Tukey foi utilizado para verificar

as diferenças pontuais. Um p < 0,05 foi considerado como significância estatística.

Para as análises foram utilizados os pacotes estatísticos SPSS® versão 20.0 para

Windows.

5 RESULTADOS

Na Tabela 1 encontram-se os dados referentes às características da amostra

do estudo. Todos os sujeitos atingiram os critérios de classificação do Colégio

Americano de Medicina do Esporte para serem considerados fisicamente ativos,

atingindo ≥ 600 MET.min-1.semana-1 (69). De forma geral, os sujeitos analisados

eram jovens, com estado nutricional normal e fisicamente ativos. Dos 21 sujeitos que

completaram o estudo, somente dois indivíduos não conseguiram completar a

sessão de EIAI devido cansaço físico. Entretanto, seus dados foram incluídos na

análise pois os mesmos completaram 6 e 7 dos 10 estímulos pretendidos na sessão

de EIAI.

Tabela 1. Características da amostra do estudo (n = 21)

Variáveis Média ± DP

Idade (anos) 23,6 ± 3,6

Índice de massa corporal (kg/m2) 23,5 ± 2,3

Pressão arterial sistólica de repouso (mmHg) 111,1 ± 6,4

Pressão arterial diastólica de repouso (mmHg) 62,4 ± 6,1

Frequência cardíaca de repouso (bpm) 62,8 ± 10,0

Frequência cardíaca máxima (bpm) 199,0 ± 7,5

Tempo de teste (minutos) 12 ± 1,5

Velocidade máxima (km/h) 16,1 ± 1,5

Gasto energético diário (kcal/dia) 2985 ± 541

Pressão arterial sistólica ambulatorial (mmHg) 119,2 ± 6,8

Pressão arterial diastólica ambulatorial (mmHg) 63,9 ± 7,5

Nota: os valores de pressão arterial de repouso foram definidos pela média das

aferições realizadas entre as sessões controle e EIAI.

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21

5.1 Pressão Arterial de repouso

Não houve diferença significativa na PA sistólica de repouso (111.4 ± 7.0 vs.

110.7 ± 5.7 mmHg; p = 0,65) e PA diastólica de repouso (62.7 ± 5.4 vs. 62.0 ± 6.8

mmHg; p = 0.59) entre as sessões controle e EIAI, respectivamente.

5.2 Intensidade da sessão EIAI

A intensidade média dos estímulos da sessão EIAI foi de 92 ± 3% da

FCmáxima. Considerando a sessão de exercício completa (incluindo os períodos de

recuperação) a intensidade média foi de 86 ± 3% da FCmáxima. A PSE média dos

estímulos foi 16,0 ± 2 (escala de Borg 6-20) (67), sendo considerado um esforço

“muito difícil”. As figuras 2A e 2B demonstram os valores de FC e PSE a cada

minuto, respectivamente.

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22

Figura 2. Resposta da frequência cardíaca (A) e percepção subjetiva de esforço (B)

durante a sessão de exercício intervalado de alta intensidade. Nota: FC = frequência

cardíaca; PSE = percepção subjetiva de esforço.

5.3 Gasto energético diário

A figura 3 demonstra o gasto energético diário após as sessões controle e

EIAI. Não houve diferença no gasto energético diário após a sessão controle e EIAI

(2662 ± 353 vs. 2614 ± 362 kcal; p = 0.24), respectivamente.

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23

Figura 3. Gasto energético diário após as sessões controle e EIAI. Nota: EIAI =

Exercício Intervalado de Alta Intensidade.

5.4 Pressão arterial ambulatorial

Em ambas as sessões EIAI e controle foram registradas a quantidade mínima

de medidas para análise no período do sono e vigília. Foram analisadas 20h (13h de

vigília e 7h de sono) nas sessões EIAI e controle, sendo obtidas 45 medidas válidas

na vigília e 14 medidas válidas no sono. Na tabela 2 estão os valores absolutos da

PA sistólica e diastólica após a sessão controle e EIAI e os deltas de queda da PA. A

PA sistólica e diastólica durante os períodos das 20h e vigília foram menores após o

EIAI comparado com a sessão controle. Não foram encontradas diferenças entre as

sessões controle e EIAI na PA sistólica e diastólica no período do sono.

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24

Tabela 2. Pressão arterial ambulatorial após uma sessão de exercício intervalado de

alta intensidade e controle (sem exercício) em normotensos

Controle

EIAI

Delta

(EIAI – Controle)

p

Pressão Arterial Sistólica

20h (mmHg) 117,9 ± 6,2 115,1 ± 6,5 -2,8 ± 3,7 <0,01

Vigília (mmHg) 121,5 ± 6,1 118,2 ± 6,1 -3,2 ± 3,7 <0,01

Sono (mmHg) 104,6 ± 6,1 105,8 ± 8,6 1,2 ± 4,9 0,26

Pressão Arterial Diastólica

20h (mmHg) 64,0 ± 6,8 62,2 ± 7,0 -1,7 ± 3,5 0,03

Vigília (mmHg) 67,2 ± 6,8 65,4 ± 7,3 -1,8 ± 3,9 0,05

Sono (mmHg) 52,7 ± 6,4 53,0 ± 8,3 0,3 ± 3,7 0,65

Nota: os dados estão expressos em média ± desvio padrão.

A figura 4 apresenta os valores de PA sistólica e diastólica hora a hora durante

as 20h de análise. Houve redução da PA sistólica no período da vigília nas primeiras

cinco horas após a sessão EIAI em relação à sessão controle [F(12,240) = 2,143, p =

0,01, η2p = 0,097]. A redução média foi de ~4 mmHg em relação à sessão controle

nas primeiras cinco horas. A PA diastólica não foi diferente na análise hora a hora

após as sessões EIAI e controle [F(8,477, 169,539) = 1,260, p = 0,26, η2p = 0,059].

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25

Figura 4. Comparação do comportamento da PA sistólica e diastólica hora a hora

durante as 20h após a sessão EIAI e controle. Nota: EIAI = exercício intervalado de

alta intensidade; PA = pressão arterial; * = diferente em relação à sessão controle

(p<0,05).

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26

6 DISCUSSÃO

O principal achado deste estudo foi que os valores médios de PA sistólica e

diastólica na vigília e no período de 20h após uma sessão de EIAI de baixo volume

foram menores que na sessão controle (sem exercício). A hipotensão em maior

magnitude ocorrida nas primeiras cinco horas pós-exercício parece explicar a

redução da PA na vigília e no período de 20h. Portanto, nossa hipótese inicial foi

confirmada. Esse é o primeiro estudo a reportar HPE ambulatorial após uma sessão

de EIAI de baixo volume em normotensos.

Diversos estudos têm investigado a resposta aguda da PA ambulatorial após o

exercício aeróbio em sujeitos normotensos (2,16,49,70–74). Nessa população, a

ocorrência de HPE ambulatorial após uma sessão de exercício aeróbio moderado

não é comum (8). Entretanto, Forjaz et al. (2) encontraram HPE no período de 24h

após uma sessão de exercício aeróbio moderado contínuo (50% do VO2 pico) em

normotensos. Ademais, os autores demonstraram que a HPE, mesmo em

normotensos, é dependente dos valores iniciais de PA, não sendo observada em

sujeitos com valores de PA inferior a 130/85 mmHg. Interessantemente, mesmo em

indivíduos normotensos com PA de repouso ótima (< 120/80 mmHg), nós

observamos HPE ambulatorial após uma sessão de EIAI de baixo volume. Portanto,

é possível especular que estímulos de alta intensidade sejam determinantes para

ocorrência de HPE ambulatorial em normotensos, mesmo aqueles com PA ótima,

visto que os estudos prévios que utilizaram protocolos de exercício com intensidade

moderada não observaram HPE ambulatorial nessa população (2,49,70–74).

De fato, tem sido demonstrado que a intensidade do exercício influencia a

magnitude e duração da HPE (5,16,17,48), entretanto, os estudos que determinaram

essa influência utilizaram o modelo de exercício contínuo moderado e contínuo

vigoroso (5,16,17,48). Uma característica interessante do protocolo de EIAI utilizado

nesse estudo é o baixo volume (20 minutos de duração) ao contrário dos protocolos

de exercício contínuo utilizados nos estudos anteriores que, de forma geral, duram

entre 30 e 45 minutos, exigindo mais tempo para ser executado comparado ao

modelo de EIAI que nós utilizamos (5,16,48). Além disso, o EIAI de baixo volume

parece ser mais tolerável que o exercício contínuo vigoroso (75). Dessa forma, o

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27

modelo de exercício utilizado nesse estudo parece interessante do ponto de vista

tempo-eficiência.

Estudos apontam que o EIAI reduz a PA após o exercício em normotensos

(3,4,19,20), entretanto, a maioria deles analisaram um curto período de tempo após o

exercício (~60 minutos) (3,19,20). Recentemente, Angadi et al. (4) investigaram pela

primeira vez o comportamento da PA durante um período mais prolongado (i.e., 3h)

após o EIAI em normotensos, demonstrando que a magnitude e duração da HPE não

difere entre o exercício moderado contínuo e o EIAI durante a primeira hora após o

exercício, corroborando com os estudos anteriores (3,19,21). No entanto, somente o

EIAI reduziu a PA por até três horas após o exercício.

Nosso resultado amplia os achados de Angadi et al. (4), demonstrando

menores valores médios de PA na vigília e no período de 20h pós-exercício em

comparação à sessão controle (sem exercício). Esse achado parece ter ocorrido,

principalmente, em decorrência da HPE de maior magnitude nas primeiras cinco

horas após o exercício. É importante considerar que no nosso estudo a HPE em

normotensos foi verificada enquanto os indivíduos realizavam suas atividades

cotidianas, e não em situação de repouso e sob condições padronizadas de

laboratório, como previamente reportado (3,4,19,20).

A redução na resistência periférica total tem sido o principal determinante

hemodinâmico da HPE em curto período (≤ 60 minutos) após o EIAI em sujeitos

normotensos (3,19,20). Entretanto, os mecanismos responsáveis pela HPE

ambulatorial não têm sido evidenciados nessa população. Mais recentemente,

Sosner et al. (22) observaram HPE ambulatorial no período das 24h e vigília após

uma sessão de EIAI de baixo volume (2 séries de 10 minutos, onde realizavam 15s a

100% do pico de potência intercalado com 15s de recuperação passiva) em

hipertensos, semelhante ao presente estudo. Interessantemente, os autores

encontraram uma redução na rigidez arterial no período da vigília após o EIAI de

baixo volume comparado a sessão controle. Desta forma, futuros estudos são

necessários para investigar se a redução na rigidez arterial está associada a HPE

ambulatorial após uma sessão de EIAI de baixo volume em normotensos.

Nós observamos uma queda na PAS média de ~4 ± 4 mmHg no período da

vigília e ~3 ± 4 mmHg no período de 20 horas após o exercício comparado a sessão

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28

controle e uma redução na PAD média de ~2 ± 4 mmHg e ~2 ± 3 mmHg no período

da vigília e 20h, respectivamente. Tem sido evidenciado que a redução de 3 mmHg

na PAS está associada com uma redução de 5% da mortalidade por acidente

vascular encefálico e 8% por doença arterial coronariana (76). Desta forma, a

redução da PA encontrada no presente estudo demonstra relevância clínica. Além

disso, sabendo que os efeitos anti-hipertensivos do exercício é resultado dos ajustes

fisiológicos provenientes de repetidas sessões agudas (14,77), o EIAI de baixo

volume parece ser uma boa estratégia para manter os níveis normais de PA.

O protocolo de exercício utilizado nesse estudo foi o EIAI de baixo volume

adaptado de Gibala et al. (50), o qual pode ser realizado em 20 minutos. Os estudos

que investigaram a HPE após EIAI utilizaram protocolos mais longos (4,6,19,20), com

duração entre 30-60 minutos (59,60). Como a falta de tempo tem sido uma das

barreiras mais citadas para a não realização de exercício físico (23), o protocolo

utilizado no presente estudo pode ser uma alternativa tempo-eficiente para os

sujeitos saudáveis com tempo restrito para se exercitar. Entretanto, é importante

destacar que o EIAI, mesmo o de baixo volume, exige um considerado nível de

motivação para a sua realização, considerando os altos níveis de esforços exigidos.

No presente estudo, dois indivíduos não conseguiram finalizar o protocolo reportando

cansaço excessivo. Apesar disso, não houve nenhuma intercorrência durante a

sessão de EIAI.

Apesar dos achados interessantes do presente estudo, algumas limitações

precisam ser consideradas: i) a alimentação dos indivíduos não foi controlada

durante o período do estudo; no entanto, foi solicitado que os voluntários

mantivessem o mesmo padrão alimentar durante os dias das sessões experimentais;

ii) a amostra foi composta por homens normotensos e fisicamente ativos. Portanto, a

transferência desses achados para pré-hipertensos e hipertensos, além da

população feminina é limitada. Apesar das limitações previamente mencionadas,

alguns pontos fortes do estudo precisam ser mencionados. Nós monitoramos

possíveis vieses que pouco foram considerados em estudos anteriores: i) reação de

alarme ao usar o equipamento de MAPA pela primeira vez; ii) análise do nível de

atividade física habitual após as sessões experimentais. Neste estudo foi realizada

uma sessão de familiarização com MAPA com o objetivo de adaptar os indivíduos a

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29

esse procedimento. Ahs et al. (78) mostraram a importância de um sessão de

familiarização com MAPA, pois os indivíduos apresentam a PA mais elevada devido

ao estresse natural que ocorre na primeira vez em que se realiza o procedimento.

Além disso, as atividades diárias durante o período de monitoramento da PA

ambulatorial foram registradas no diário de atividade física de Bouchard (65). Após a

sessão controle e EIAI não houve diferença no nível de atividade física habitual dos

participantes. Portanto, esses cuidados metodológicos fortalecem a validade interna

do estudo.

7 CONCLUSÃO

Uma sessão de EIAI de baixo volume reduz a PA na vigília e no período de

20h em normotensos. A hipotensão em maior magnitude ocorrida nas primeiras cinco

horas pós-exercício parece explicar a redução da PA na vigília e no período de 20h.

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41

9. ANEXOS

ANEXO I – Termo de consentimento livre e esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: efeito do exercício

intervalado de alta intensidade na resposta de pressão arterial ambulatorial de

homens normotensos, que tem como pesquisador responsável o professor Dr.

Eduardo Caldas Costa.

Esta pesquisa pretende avaliar o comportamento da sua pressão arterial em

até 24 horas após a realização do exercício intervalado de alta intensidade.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é obter informações relevantes

sobre o comportamento da pressão arterial de 24 horas após realizar o modelo de

exercício intervalado de alta intensidade.

Caso você decida participar, você deverá comparecer ao nosso laboratório

durante cinco dias distribuídos ao longo de 4 semanas, para realizar um teste de

aptidão aeróbia, duas sessões de exercício intervalado de alta intensidade,

responder questionários para a avaliação psicológica e monitoramento da pressão

arterial por 24 horas, garantindo que você esteja dentro dos critérios adotados na

pesquisa e oferecendo mais segurança referente a sua participação.

Durante a realização dos procedimentos citados acima a previsão de riscos é

mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele sentido num exame

físico ou psicológico de rotina.

Pode acontecer um desconforto devido o monitoramento da pressão arterial

por 24 horas e pela alta intensidade do exercício que será realizado. No entanto, os

efeitos indesejáveis serão minimizados, pois os protocolos usados nesta avaliação

foram testados anteriormente e você terá como benefício conhecer o comportamento

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42

da sua pressão arterial por 24 horas enquanto realiza suas atividades habituais e o

seu nível de aptidão física.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa,

você terá direito a assistência gratuita que será prestada pelo Hospital Universitário

Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para

Teresa Cristina Batista Dantas (84 8704-9935).

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em

qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados

apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de

nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa

pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será

assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa,

você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê

de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone

3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra

com o pesquisador responsável.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os

dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e

benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,

concordo em participar da pesquisa Respostas psicofisiológicas e hemodinâmicas

agudas do exercício e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em

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43

congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me

identificar.

Natal,____ de ______________ de _____.

Assinatura do participante da pesquisa

__________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

__________________________________________

Impressão datiloscópica do

participante

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44

ANEXO II – Comitê de ética

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45

ANEXO III – Questionário de prontidão para atividade física

PAR Q

Physical Activity Readiness Questionnarie

Este questionário tem objetivo de identificar a necessidade de avaliação clínica antes

do início da atividade física. Caso você marque mais de um sim, é aconselhável a

realização da avaliação clínica. Contudo, qualquer pessoa pode participar de uma

atividade física de esforço moderado, respeitando as restrições médicas.

Por favor, assinale “sim” ou “não” as seguintes perguntas:

1) Alguma vez seu médico disse que você possui algum problema de coração e

recomendou que você só praticasse atividade física sob prescrição médica?

sim não

2) Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física?

sim não

3) Você sentiu dor no peito no último mês? sim não

4) Você tende a perder a consciência ou cair como resultado do treinamento?

sim não

5) Você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a

prática de atividades físicas?

sim não

6) Seu médico já recomendou o uso de medicamentos para controle de sua pressão

arterial ou condição cardiovascular?

sim não

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46

7) Você tem consciência, através de sua própria experiência e/ou de aconselhamento

médico, de alguma outra razão física que impeça a realização de atividades

físicas?

sim não

Gostaria de comentar algum outro problema de saúde seja de ordem física ou

psicológica que impeça a sua participação na atividade proposta?

____________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Declaração de Responsabilidade

Estou ciente das propostas do Projeto, evento/ atividade: Efeito agudo do exercício

intervalado de alta intensidade de baixo volume sobre a pressão arterial

ambulatorial de normotensos.

Assumo a veracidade das informações prestadas no questionário “PAR Q” e afirmo

estar liberado pelo meu médico para participação na atividade citada acima.

Nome do participante: _________________________________________________

Nome do responsável se menor de 18 anos: ________________________________

______________ Data

_____________________________________

Assinatura

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47

ANEXO IV – Formulário do teste incremental máximo

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

GRUPO DE PESQUISA SOBRE EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS DO EXERCÍCIO

Dados pessoais

Nome: Idade (anos):

Endereço: Bairro:

Telefone: Celular:

email: Data nasc:

Avaliação Antropométrica, hemodinâmica e aeróbia

Massa corporal (kg): Estatura (m): FCmáx pred. (bpm):

Circunf. Braço (cm):

Teste Incremental Máximo (esteira: 5km/h + 1km/h.min)

Tempo Estágio Velocidade FC PSE VA Alerta

00:00 Repouso -

01:00 1 5km/h

02:00 2 6km/h

03:00 3 7km/h

04:00 4 8km/h

05:00 5 9km/h

06:00 6 10km/h

07:00 7 11km/h

08:00 8 12km/h

09:00 9 13km/h

10:00 10 14km/h

11:00 11 15km/h

12:00 12 16km/h

13:00 13 17km/h

14:00 14 18km/h

FCmáx. atingida:

Velocidade último estágio (km/h):

RECUP 1' Tempo último Estágio (s):

RECUP 2'

Velocidade pico

(km/h):

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48

Fase de verificação (após 10 minutos de recuperação)

Tempo Estágio Velocidade FC Verificação FCmáx.

00:00 Repouso - (critério ≤ 4 bpm)

02:00 50%VPE

03:00 70%VPE

04:15 VPE+1km/h

Medidas de Pressão Arterial (Incremental)

Responsável:

Data:

MEDIDAS PAS PAD FC

1

2

3

4

5

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49

ANEXO V – Formulário das sessões de exercício (EIAI)

1 - Exercício intervalado de alta intensidade 1x1 (Esteira 100% VM x intervalo passivo)

Nome: Idade:

Data: Horário:

Responsável:

Tempo Estágio FC PSE VA %FCmáx

Vel. Aquecimento

00:00 Repouso 5'00" Aquec

6'00'' T1 Velocidade EIAI

7'00" R1 8'00" T2

9'00" R2

10'00" T3

11'00" R3

12'00" T4

13'00'' R4

14'00" T5

15'00" R5

16'00" T6

17'00" R6

18'00" T7

19'00" R7

20'00" T8

21'00" R8

22'00" T9

23'00" R9

24'00" T10

25'00" R10

30'00" Recup

Medidas de Pressão Arterial

Antes do exercício Após o exercício

MEDIDAS PAS PAD FC Nº MAPA:

1 EXAME:

2 HORÁRIO:

3

4

5

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50

ANEXO VI – Diário de Atividade Física de Bouchard

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

GRUPO DE PESQUISA SOBRE EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS DO EXERCÍCIO

DIÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA DE BOUCHARD

Nome: _______________________________________________________________________ Data: ____/____/______

TABELA PARA ANÁLISE DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DIÁRIA (NAFD)

TABELA REFERÊNCIAL DE ATIVIDADES FÍSICAS SEGUNDA ou QUARTA ou

SEXTA

TERÇA ou QUINTA SÁBADO ou DOMINGO

Minutos

Horas

0-

15

16-

30

31-

45

46-

60

Minutos

Horas

0-

15

16-

30

31-

45

46-

60

Minutos

Horas

0-

15

16-

30

31-

45

46-

60

ORDEM

EXEMPLOS DE ATIVIDADES FÍSICAS

0 0 0 1 DORMINDO OU DESCANSANDO NA CAMA. 1 1 1

2 2 2 2 SENTADO PARA REALIZAR ATIVIDADES LEVES: OUVIR MÚSICA,

ASSISTIR TV, JOGAR VIDEO GAME, ESTUDAR, USAR O

COMPUTADOR, FAZER AS REFEIÇÕES ETC.

3 3 3

4 4 4 3 ATIVIDADES LEVES REALIZADAS EM PÉ: COZINHAR, LAVAR O

ROSTO, SE BARBEAR, SE PENTEAR, ETC. 5 5 5

6 6 6 4 CAMINHAR A MENOS DE 4 KM/H, DIRIGIR, SE VESTIR, TOMAR

BANHO, ETC. 7 7 7

8 8 8 5 ATIVIDADES MANUAIS LEVES: SERVIÇOS DOMÉSTICOS,

JARDINAGEM, LAVAR O CARRO, LAVAR ROUPAS NO TANQUE OU

CAMINHAR APRESSADAMENTE, ETC.

9 9 9

10 10 10

11 11 11

12 12 12 6 ATIVIDADES DE LAZER OU ESPORTES DE FORMA RECREATIVA:

FUTEBOL, VOLEIBOL, ANDAR DE BICICLETA A MENOS DE 10 KM/H,

CORRIDA, ETC.

13 13 13

14 14 14

15 15 15

16 16 16 7 TRABALHOS MANUAIS DE INTENSIDADE MODERADA: CARPINTARIA,

SERVIÇOS DE PEDREIRO, CARREGAR MERCADORIAS, ETC. 17 17 17

18 18 18

19 19 19

20 20 20 8

ESPORTES OU ATIVIDADES DE LAZER COM MAIOR INTENSIDADE,

PORÉM NÃO DE FORMA COMPETITIVA. 21 21 21

22 22 22 9 TRABALHOS MANUAIS INTENSOS OU ESPORTES COMPETITIVOS 23 23 23

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51

ANEXO VII – Percepção Subjetiva de Esforço (PSE)

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52

10. APÊNDICES

APÊNDICE I – Artigo aceito para publicação