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Jornal DE LEIRIA Semanário Regional Director de Mérito José Ribeiro Vieira Director João Nazário Ano XXVIII Edição 1527 Quinta-feira, 17 de Outubro de 2013 1,00 www.jornaldeleiria.pt PUBLICIDADE Prémio ÑH10 Jornal com melhor design da Península Ibérica pelo 2.º ano consecutivo PUBLICIDADE Instabilidade O desemprego e a insegurança, associados à crise, estão na origem da subida do número de recaídas de toxicodependentes que já tinham conseguido estabilizar a vida Pág. 10 Gula ou dieta: equilíbrio difícil mas possível Págs. 4/6 RICARDO GRAÇA Região Fátima Misericórdia oferece GPS a doentes com Alzheimer Pág. 11 Leiria Selas feitas nos Milagres em novo filme de Hollywood Pág. 36 Carlos Moreno, juiz jubilado “Na nossa cultura, a corrupção não tem condenação social” Juiz jubilado do Tribunal de Contas, diz que o Orçamento do Estado para 2014 é “imoral” e “de- sumano”, porque “atinge profun- da e retroactivamente os mais ve- lhos e frágeis da sociedade”. Afir- mando que “não se pode governar um povo partindo do princípio que os cidadãos são estúpidos”, defende a responsabilização dos políticos pelas “más decisões”. Págs. 8/9 Economia Parsuper abre cinco novas lojas na região até meados de Novembro Pág. 21 Desemprego faz aumentar recaídas de ex-toxicodependentes

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JornalDE LEIRIA

Semanário RegionalDirector de Mérito José Ribeiro VieiraDirector João NazárioAno XXVIIIEdição 1527Quinta-feira, 17 de Outubro de 2013€ 1,00

www.jornaldeleiria.pt

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Prémio ÑH10

Jornal com

melhor design da

Península Ibérica

pelo 2.º ano

consecutivo

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Instabilidade O desemprego e a insegurança, associados à crise, estão na origem da subida donúmero de recaídas de toxicodependentes que já tinham conseguido estabilizar a vida Pág. 10

Gula ou dieta: equilíbrio difícil mas possívelPágs. 4/6

RICARDO GRAÇA

RegiãoFátima Misericórdiaoferece GPS a doentescom Alzheimer Pág. 11

LeiriaSelas feitas nosMilagres em novo filmede Hollywood Pág. 36

Carlos Moreno, juiz jubilado

“Na nossa cultura, a corrupçãonão tem condenação social”� Juiz jubilado do Tribunal deContas, diz que o Orçamento doEstado para 2014 é “imoral” e “de-sumano”, porque “atinge profun-da e retroactivamente os mais ve-lhos e frágeis da sociedade”. Afir-

mando que “não se pode governarum povo partindo do princípioque os cidadãos são estúpidos”,defende a responsabilização dospolíticos pelas “más decisões”. Págs. 8/9

Economia

Parsuper abrecinco novas lojas na região até meados de Novembro Pág. 21

Desemprego faz aumentar recaídas de ex-toxicodependentes

2 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Radar

Olho clínico Opinião

Comentário enigmático João dos Santos

Oh! Dona Mécia, será possível, como algunsdizem, que a “rua” seja uma forma de governodemocrático? Será que é quem votou e nãoganhou, salta agora para a rua, contestando?

D. Genuíno, vamos lá, responde Dona Mécia, agoraque acabamos de votar, está a dizer que há legitimidadedemocrática pela negativa, quando na rua as pessoas semanifestam contra. Agora vão manifestar-se contra ohomem político e contra os resultados de umaseleições, e claro que nunca, ou quase nunca, semanifestam “por”. E, lembre-se D. Genuíno, que quemse manifesta contra é sempre em menor número doque aqueles que votaram a favor.

Claro que nesta pretensão de criar um “governo derua” temos um actor novo: o sindicato. É ele quemodela, organiza e coordena o ritual da manifestação,mesmo se, cada vez mais, há a tendência demovimentos espontâneos o ultrapassarem.

Tem razão, responde D. Genuíno, pois de qualquermaneira as organizações sindicais dão o “estilo”: amobilização, as bandeirolas, os “slogans” mais oumenos “poéticos”, o serviço de ordem, os megafones esão parte importante nas discussões com a polícia e osjornalistas sobre o número de participantes.

Estas manifestações desenrolam-se num quadrogeralmente pacífico, mesmo com um folclore que servepara aquecer a alma dos participantes, continua DonaMécia. Lembro-lhe que o espirito do sindicalismo nãose define somente pela busca pura e simples de umaumento salarial, ou pela defesa dos direitos adquiridossociais, mas por um projecto global de sociedade, quepode passar por outras formas de luta como a grevegeral. Sendo assim, o negativismo do protesto, contra aalteração das condições sociais ou salariais, tem pordetrás um projeto positivo que pretende construir umafutura sociedade, onde o sindicato julga que constituiráo embrião.

Sendo assim, reage D. Genuíno, não podemos falar

O cidadão tem hoje duas caras: “vota por” e “manifesta-se contra”

O nosso problema principal nãosão os velhos, são os novos; nãoé sequer o dia de amanhã, é o diade hojeMiguel Sousa Tavares, escritor,Expresso

Rui Machete é um chuchu para aoposiçãoMarcelo Rebelo de Sousa,comentador, TVI

Ricardo MieiroÉ o presidente do conselhode administração da Ascen-

dum, que acaba de investir 55 mi-lhões de euros na aquisição da ope-ração da Volvo CE em nove paíseseuropeus. O grupo nasceu comoempresa familiar, com sede emCoimbra e fortes ligações a Leiria,mas hoje é talvez o maior distribui-dor dos equipamentos da marcasueca.

Vítor DominguesO empresário de Mata dosMilagres, Leiria, é um exem-

plo de globalização pela positiva. Apartir da sua pequena correaria,juntamente com os irmãos Helena eNelson, que são seus sócios, já fezas selas para vários filmes de Holly-wood, entre eles o Senhor dos Anéise agora para o filme 47 Ronin, umasuperprodução que chega aos cine-mas no Natal.

Fernanda RosaA Misericórdia de Fáti-ma/Ourém, cuja provedora

é Fernanda Rosa, vai proceder à ins-talação gratuita de 20 equipamen-tos de localização GPS em doentescom Alzheimer. A aquisição dosdispositivos será feita com recurso averbas atribuídas pelo Prémio BPISeniores, no qual a instituição con-quistou uma menção honrosa. Osequipamentos permitirão ao cuida-dor localizar o doente sempre que odesejar.

de um governo de rua, pois a “rua” é, em primeirolugar, um “anti poder” e não um poder. Assim sepercebe que manifestações perturbadoras da vidaquotidiana (como a greve dos transportes) sejam vistaspela população com alguma simpatia.

Voltando às manifestações, diz Dona Mécia, elas sãoigualmente um ritual, ou melhor, um avivar dememórias. Poderá ser considerado como umdispositivo que permite recordar glórias passadas, ou aslutas que travámos. Lembre-se, D. Genuíno, que ademocracia surgiu na rua. A manifestação aparececomo um rito comemorando o tempo em que o povo,idealmente, tomou nas mãos o seu destino,desprezando riscos e interesses particulares. Numamanifestação há sempre uma certa grandiloquência,pois trata-se de um episódio de indignação e deresistência, que no fundo não contesta a vidademocrática, mas consegue integrar a própriacontestação no funcionamento normal e regular davida democrática.

Oh! Dona Mécia, muito obrigado por estasexplicações, termina D. Genuíno. Já irei ver com outrosolhos as manifestações dos próximos dias.

Engenheiro

D. Genuíno Dona Mécia

RicardoChartersd’Azevedo

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 3

Os actores portugueses têm umpotencial enormeJohn Frey, encenador norte-americano, Diário de Notícias

Os membros da troika podemnão ter coração, mas têm cérebroMário Monti, ex-primeiro ministroitaliano, Expresso

O sentimento de vergonha é uma característicapositivaMaria Filomena Mónica, socióloga, Expresso

Os pais não se devem demitir deser as figuras de referênciaJorge Gravanita, psicólogo, Diário deNotícias

Fórumdasemana EditorialFim da parceria estratégica Angola-Portugal

José Eduardo dos Santos anunciou terça-feira emLuanda o fim da parceria estratégica de Angola comPortugal. Citado pelo Diário Económico, o presidenteangolano disse que “têm surgido incompreensões aonível da cúpula e o clima político actual, reinante nessarelação [entre os dois países], não aconselha àconstrução da parceria estratégica antes anunciada”.Um dos efeitos desta decisão deverá ser ocancelamento da primeira cimeira bilateral, agendada

Considero que as declarações dopresidente angolano são mais paraconsumo interno. Mas não deixamde ser um forte aviso a Portugal.Angola não tem uma claraseparação entre o poder judicial o ogovernativo, há uma certacumplicidade entre ambos, daí quenão seja bem compreendido porLuanda como é que as coisas sepassam por cá nessa matéria. Digoainda que não sei se, de facto, aparceria estratégica alguma vezesteve implementada.

A que parceria se refere o presidente angolano? Nãose tem notado que ela exista. De qualquer forma, écom bastante apreensão que vejo este assunto. Oruído à sua volta irá afectar as actividades dasempresas portuguesas naquele país. Quando hásituações destas as autoridades angolanasintensificam a “caça” aos portugueses. É lamentávelque, mais uma vez, a incompetência dos nossospolíticos se traduza em dificuldades para asempresas, que estão em Angola para trabalhar.

Quecomentárioslhe mereceeste assunto?

Eugénio CostaAlmeida,investigador doISCTE

Este meu País anda à deriva. Será quefoi um erro o pedido de desculpas doMNE? Tivemos de imediato um corode toda a classe política, e não só, quesem qualquer pudor começou acondenar a política externa desteministro, esquecendo-se que Angolaé neste momento um importan-tíssimo parceiro estratégico denegócio e que imensos portuguesesali trabalham. Eu, que já lá trabalheium ano, sei bem das sensibilidadesque ainda existem pelo facto determos sido colonizadores.

Enquanto Estado de Direito, nãopode estar à venda nem a nossainvestigação nem a nossaindependência judicial,independentemente daqueles queenvolva, dos negócios que Portugaltenha com Angola ou seja lá comquem for. Não é um bemtransaccionável e não deve estarsujeito a pressões políticas, como éo caso desta, de anulação daparceria estratégica. É inaceitável.Essa promiscuidade entre negócios,pessoas, Estados e poder judicial épouco legítima numa democracia.

TeresaMonteiro,empresária

MárioRodrigues,empresário

Nenhum povo, muito menos o representante de umpovo, em parte nenhuma do mundo, pode andar apedir esmola nem a pedir desculpa daquela maneira.Se o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros tivessevergonha, tinha-se demitido no dia seguinte. Estasituação é a demonstração de que não conhecia África.Ninguém se pode colocar na posição em ele que semeteu. Relembro o episódio de Sepúlveda, em quedepois de um naufrágio, em Moçambique, enquantomantiveram as armas, os sobreviventes puderamdefender-se. Quando Sepúlveda as entregou, tiraram-lhes tudo, roupas e bens. A sua mulher morreuenterrada na areia, onde se refugiou para não a verem nua.

José Fava,arquitecto queviveu alguns anosem Angola

É lamentável como, num momento crítico para o nossoPaís, todo o esforço feito pelos portugueses quetrabalham em Angola seja desbaratado por quem, anível institucional, não consegue manter as condiçõesde uma vantagem competitiva existente entre Portugale Angola. É por esta razão que é mais difícil para asempresas e cidadãos portugueses conseguirem osucesso, pois em vez de usufruírem do capital depertença a Portugal, têm de justificar o injustificável esuportar a destruição de uma proximidade histórica.

António Poças,empresário

para Fevereiro, em Luanda. O ministro angolano dasRelações Exteriores, por sua vez, defendeu que osportugueses devem fazer mais para melhorar asrelações com aquele país. As relações entre Angola ePortugal têm-se deteriorado nas últimas semanas, coma polémica em torno da investigação do MinistérioPúblico português a algumas figuras de topo angolanas,assunto a propósito do qual o ministro português RuiMachete pediu desculpas em entrevista à RádioNacional de Angola.

Celebrou-se ontem o Dia Mundial daAlimentação, sob o lema “pessoassaudáveis dependem de sistemasalimentares saudáveis”. O tema é cada

vez mais pertinente, tendo em conta duasrealidades contraditórias: por um lado, oaumento da obesidade e das doençasassociadas ao excesso de comida; por outro, o aumento da fome, não apenasnos países ditos sub-desenvolvidos, mastambém por cá.

Os últimos dados da FAO, agência dasNações Unidas para a alimentação eagricultura, revelam que 842 milhões depessoas no mundo passam fome. Alémdestas, mais de dois mil milhões sofrem decarências nutritivas. Todos os anos morrem2,5 milhões de crianças com fome, sobretudonos países sub-desenvolvidos. No outroextremo, nos países desenvolvidos, 1,4 milmilhões de pessoas têm excesso de peso. Eentre elas há cada vez mais crianças.

Não se trata de uma realidade longínqua,que afecta apenas as sociedades ricas.Também em Portugal o excesso de peso estáa crescer. Metade da população tem peso amais e 15% já é obesa. Entre as crianças, dos 7aos 9 anos, 32% já têm excesso de peso e 11%são obesas. Analisando as crianças em idadepré-escolar, o cenário também não éanimador: 25% com excesso de peso, 7% comobesidade. Ao mesmo tempo, tem-seregistado uma subida do número de pessoasque afirmam passar fome.

Por tudo isto, assinalar o Dia Mundial daAlimentação faz cada vez mais sentido. Háque chamar a atenção para o problema dafome no mundo e alertar para os impactos deuma alimentação desregrada. Como frisam asnutricionistas ouvidas no trabalho deabertura desta edição, não há alimentosexclusivamente maus ou alimentosexclusivamente bons. O segredo, para tersaúde e manter um peso adequado, é variar,combinar e comer com conta peso e medida.Sem esquecer o exercício físico.

Aos pais e à escola cabe, desde muito cedo,ensinar isto mesmo às crianças e jovens. Seos primeiros não podem demitir-se deapresentar e insistir para que comamalimentos mais saudáveis com maiorfrequência, a escola tem de apostar emementas mais atractivas e em eliminar, oupelo menos reduzir, os alimentos menossaudáveis nos bares e máquinas.

Afinal, como dizia há mais de 2500 anosHipócrates, considerado o pai da medicina,“somos o que comemos”.

Raquel de Sousa Silva

João JoséAntunes,ex-trabalhador em Angola

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Somos o que comemos

4 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Abertura

Gula, dieta, gula,dieta...Ah! Essa difícilarte de bem comerEquilíbrio A propósito do Dia Mundial da Alimentação,ontem assinalado, o JORNAL DE LEIRIA foi saber como seconstrói uma dieta equilibrada, onde também haja espaçopara o prazer

Daniela Franco [email protected]

� Basta entrar numa livraria, ligara televisão ou viajar durante brevesinstantes pela internet para serbombardeado com receitas de cu-linária, cursos e concursos de co-zinha, que prometem fazer do sol-teirão mais desajeitado o melhorchef lá do bairro. O público que aofim do dia se instala no sofá a con-sumir programas sobre comida,enquanto se empanturra com bo-los, batatas fritas e cerveja, é mui-tas vezes o mesmo que durante oalmoço devora uma pizza inteira,jejua toda a tarde entre bicas e ci-garros, e promete começar, semprena semana seguinte, uma dieta àbase de chá, sopa e... muita fome.

Pode parecer doentia, quase es-quizofrénica, mas é esta a relaçãoobsessiva e extremada que grandeparte da população do mundo oci-dental estabelece com a comida,com resultados preocupantes, no

que respeita ao aumento da obesi-dade, e na prevalência de distúr-bios alimentares como a anorexiaou a bulimia.

A propósito do Dia Mundial daAlimentação, que se assinalou on-tem, o JORNAL DE LEIRIA ouviudiferentes nutricionistas, e tambémum chef de cozinha, que reflecti-ram sobre o fenómeno e, mais doque isso, apontaram caminhos paraquem quer recuperar a boa formae manter a silhueta, sem atentarcontra a saúde.

Quando há 16 anos Martinho Mo-niz, da Barreira, disse aos pais quepretendia frequentar o Curso deCozinha da Escola Profissional deLeiria para ser cozinheiro, a reacçãoda família foi de espanto e de algu-ma apreensão. Mas, volvidos pou-cos anos, ser cozinheiro deixou deser visto como uma profissão me-nor, para se transformar numa ac-tividade altamente reconhecida. Aelevada empregabilidade dos pro-fissionais de cozinha terá contri-

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 5

RICARDO GRAÇA

buído para essa mudança, assimcomo terão contribuído os inúme-ros programas televisivos sobre cu-linária, que vieram a conferir enor-me glamour ao trabalho dos chefs,aponta Martinho Moniz.

Actualmente a trabalhar no HotelLisboa, em Macau, o jovem chefsublinha, no entanto, que comoqualquer outra moda, também este“folclore” criado pelos media em tor-no da cozinha pode ser passageiro.

Famílias não sabem educar para a alimentação

Diz-me com quemjantas, dir-te-ei quanto pesas

� Apesar de toda a literatura dispo-nível sobre nutrição e saúde, mui-tas famílias continuam a falhar re-dondamente na forma como edu-cam os filhos, no que concerne à ali-mentação, considera Ágata Ro-quette. Ao seu consultório chegammuitos adultos, aconselhados pelosseus médicos de família a mudar dedieta, no sentido de controlarem ocolesterol, perderem peso para re-duzir complicações ao nível da co-luna ou dos joelhos, ou até para per-derem alguns quilos antes de po-derem submeter-se a uma qual-quer cirurgia. Mas não só, frisa a nu-tricionista.

Ao seu consultório chegam cadavez mais adolescentes com proble-mas “preocupantes” associados àobesidade, frisa a especialista, lem-brando o caso de uma rapariga que,com apenas 13 anos, já pesa 115quilos. Nesta situação, aponta Ága-ta Roquette, não existe educação fa-miliar em matéria de alimentação,tanto mais que a mãe da adoles-cente pesa cerca de 150 quilos. Nou-tros casos, os pais acabam por de-sistir de restringir a dieta alimentardos filhos, quando são os própriosavós quem os entope de porcarias,nota a nutricionista.

Além das consultas prestadas aquem já tem problemas de saúde,são também muitos os pacientesque se dirigem ao seu gabinete pormotivos estéticos, de grande cui-dado com a imagem. Com consul-tório aberto no Estoril, onde as pes-soas são habitualmente vaidosas egostam de se apresentar bem numazona de praias, é imensa a pressãosocial que pode cair sobre uma jo-vem mais gordinha de 18 anos,exemplifica a nutricionista.

E é precisamente junto dos ado-lescentes que é preciso ser maisvigilante no que respeita a dietas.Nesta fase da vida, os jovens têm ge-ralmente acesso a muita informaçãoque circula na internet – onde exis-tem dicas boas e dietas pouco re-comendáveis – sendo que os ado-lescentes apresentam também, aocontrário dos adultos, uma grandecapacidade física para resistir a die-tas muito restritivas, durante pe-ríodos mais prolongados de tempo,o que pode acarretar consequênciasmais graves do ponto de vista dasaúde e do bem-estar, nota ÁgataRoquette.

E é preciso ser de facto muito de-satento para nunca ter notado numqualquer blogue, site ou facebookuma referência sobre a Dieta daSopa, a Dieta do Chá Amarelo, a Die-ta da Gelatina, alusões aos efeitos

milagrosos de produtos diuréticosà base do café verde, e uma para-fernália de outros suplementos,batidos e mezinhas. Atente-se, porexemplo, na Dieta da Beyoncé, umconjunto de medidas drásticas quea cantora norte-americana terá to-mado aquando do lançamento deum disco, que pressupunha entre-vista e fotos numa conhecida re-vista de vedetas. Uma dieta que pa-rece fazer escola entre adolescentes,atendendo aos muitos comentá-rios proferidos sobre a mesma, nainternet. Ora vejamos: água e limãopara beber durante duas semanas,uma pitada de pimenta vermelha,e umas vitaminas que, terá dito acantora, serviam para “ficar de pé”.Resultado: menos nove quilos em 15dias. Alegadamente!

E quanto à Dieta do Jejum Alter-nado? Já ouviu falar? O nome é porsi só sugestivo, e faz pensar à par-tida em momentos de grande pri-vação. E é bem verdade. Para per-der quatro quilos numa semana,esta dieta impõe que se alterne umcardápio de quase nada com jejumde 12 horas, apenas quebrável comalgumas frutas.

Ágata Roquette considera quealgumas dietas, como a da sopa, po-dem ser inofensivas se seguidaspor 2 ou 3 dias, mas o mesmo não seaplica caso sejam mantidas porlongos períodos de tempo, já que aprivação de proteínas e de hidratosde carbono pode resultar em pro-blemas graves para a saúde, exem-plifica. A sua estratégia, que tempassado para os seus livros, não é detodo impor dietas muito restritivas,mas “ensinar a comer, comendo”,tentando sempre manter equilíbrionas escolhas e nas porções.

É essa também a recomendaçãodo chef Martinho Moniz, paraquem os portugueses sempre gos-taram de cozinhar e de comer. A di-ferença, considera, é que talvez es-tejamos agora mais focados noembelezamento do prato do que navariedade e na qualidade dos nos-sos produtos mediterrânicos. Háque adaptar as nossas refeiçõesao novo estilo de vida que entre-tanto adoptámos – já não se comepara trabalhar no campo – variarnos alimentos consumidos e nun-ca ir para a cama de estômagocheio, recomenda o chef. O segre-do dos chineses não esta apenas nagenética, mas também na varie-dade dos alimentos que conju-gam, o que inclui muitos vegetais,até porque comem bem mais doque os europeus, compara Marti-nho Moniz, residente em Macau.

têm conseguido mostrar o valor deuma correcta alimentação na pre-venção e no controlo de muitasdoenças.

Mas se estamos mais informa-dos, por que razão estamos tam-bém mais gordos? O problema, ex-plica Ágatta Roquette, é que a co-mida, sempre disponível, sempreà mão, tornou-se para muitos umaespécie de “antidepressivo natu-ral”. E na generalidade dos casos deobesidade, não se come muito ape-nas por fome, mas para se saciaremoutras carências. Também se comepor “stress, por ansiedade e portristeza”, sublinha a nutricionista,exemplificando o fenómeno comos casos crescentes de quem perdeo emprego e, uma vez em casa, aca-ba por se vingar naquilo que en-contra no frigorífico ou no armárioque tem por perto. “Quanto maiscomem mais gordos ficam e pior sesentem, e por isso mais comem, eentra-se num ciclo vicioso”, de-monstra Ágata Roquette.

NúmerosMetade dos portugueses tem excesso de pesoUm estudo sobreDesigualdades Sociais,Alimentação e Obesidade,publicado na PlataformaContra a Obesidade, doMinistério da Saúde, dá contade números “preocupantes”em relação à taxa de obesidadeno nosso País. “Em Portugal,cerca de 32% das crianças comidades compreendidas entre 7e 9 anos apresentam excessode peso, sendo 11% obesas.Além disso, 24% das criançasem idade pré-escolarapresentam excesso de peso e7% são obesas. Na idade adultaos indicadores são ainda maispreocupantes, uma vez que50% da população tem excessode peso, sendo 15% obesa”,expõe o estudo, sublinhandoque a obesidade estáprofundamente ligada àscaracterísticas sociais eeconómicas dos grupos.Verifica-se que os grupospopulacionais de nívelsocioeconómico mais baixoconstituem “grupos de risco”,na medida em que possuem“uma alimentaçãoinadequada”. Grupos commais recursos financeiros eacesso a instrução tendem aconsumir diferentes cereais,carnes magras, peixe,lacticínios magros e horto-frutícolas, enquanto oconsumo de carnes com maiorteor de gordura, cereaisrefinados e gorduras de adiçãoestá associado a grupos socio-economicamente maisdesfavorecidos.

Certa do forte contributo dosmeios de comunicação social querna promoção de receitas, cursos econcursos de cozinha, quer na di-vulgação de informação sobre ovalor dos alimentos na saúde, di-cas sobre nutrição e dietas, estátambém Ágata Roquette, nutri-cionista e autora de duas publica-ções que figuram no top 10 devendas de livros de não-ficção emPortugal: A dieta dos 31 dias (2012)e As Regras de Ouro da Nutricio-nista Ágata Roquette (2013).

Esta profissional não tem dúvi-das de que os media contribuirampara a amplificação do diálogosobre temas como alimentação,nutrição, dietas, uma discussãopública que muito se relacionatambém com a explosão da inter-net e do facebook, que permite atroca de receitas, de conselhos edicas entre pessoas de diferentescontinentes. Sendo de relevar ain-da o trabalho desempenhado pe-los profissionais de saúde, que

32%Em Portugal, cerca de 32% dascrianças com idadescompreendidas entre 7 e 9 anosapresentam excesso de pesosendo 11% obesas

O número

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6 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Sociedade

RICARDO GRAÇA

É importante comer várias vezes ao dia e definir metas realistas

Combine os alimentos e chute a proibição para fora do cardápio

Daniela Franco Sousa com [email protected]

� Ana Serrano Guerra presta consul-tas no Centro Hospitalar de S. Fran-cisco (na unidade de Pombal), tam-bém no Ginásio Corpo Livre, em Lei-ria, e no espaço Cristal Saúde, na Ma-rinha Grande, pelo que conhece bemos hábitos alimentares na região. A nu-tricionista entende que, de modogeral, “os portugueses sabem o que co-mer”, embora “nem sempre estejamdispostos a optar por alimentos e há-bitos de vida saudáveis, e que a maio-ria das vezes até saem mais baratos”.

Uma vez que “a obesidade resul-ta de um desequilíbrio entre o con-sumo de alimentos e o gasto ener-gético, que origina uma acumulaçãode gordura corporal prejudicial àsaúde dos indivíduos”, o “controlo daingestão e do gasto energético são abase para a manutenção de um pesocorporal saudável ao longo da vida,o que requer mudanças no estilo devida, nomeadamente no que con-cerne à redução da quantidade de ca-lorias consumidas, e de aumento daactividade física”, expõe a nutricio-nista.

Prevenir o aumento do peso deveentão passar por “reduzir a energiaingerida, proveniente do consumo dealimentos ricos em gordura, por au-

mentar a ingestão de frutas e vege-tais, cereais e derivados integrais efrutos, e limitar o consumo de ali-mentos ricos em açúcares simples,praticar actividade física regular,controlando o peso através do ba-lanço energético adequado”.

Para quem já tem de fazer umpouco mais do que prevenir, eis al-gumas regras basilares para umaperda de peso saudável: procurarum profissional de saúde especiali-zado, devidamente credenciado pelaOrdem dos Nutricionistas, porqueperder peso com sucesso implica terum plano personalizado; envolver afamília e amigos, porque o apoioneste processo é vital (afinal é ne-cessário adquirir novos hábitos eevitar recaídas); fazer várias refeiçõesao longo do dia, em horário regular,sem esquecer o pequeno-almoço eprevendo de forma cuidada situaçõesinesperadas como fins-de-semanaou festas; definir prazos e objectivosrealistas com o profissional de saúde;comer três peças de fruta ao longo dodia; beber água; preferir pão de mis-tura; iniciar refeições com sopa de le-gumes; acompanhar o almoço e ojantar com salada ou legumes; e pra-ticar actividade física regular.

Ana Serrano Guerra sublinha queo objectivo do nutricionista não éproibir de comer, mas ensinar a me-

lhor forma de combinar alimentos.Afinal, “a alimentação é um dosmaiores prazeres do ser humano, ea inclusão de alguns alimentos temum factor psicológico importanteneste processo”.

São de resto vários os autores por-tugueses que acreditam que não háalimentos necessariamente bons,nem necessariamente maus, mas an-tes formas mais ou menos equili-bradas de os ingerir. Essa ideia está re-flectida no livro Os Alimentos e Mitosque nos Engordam, de Isabel do Car-mo, médica, endocrinologista, e umadas maiores especialistas portugue-sas em obesidade e comportamentoalimentar. Ou ainda no livro Mente Sã,Corpo São, de Francisco Varatojo,natural de Leiria, director do Institu-to Macrobiótico de Portugal. Ou emalguns trabalhos de Alexandra Ben-to, presidente da Associação Portu-guesa dos Nutricionistas durante 13anos, para quem qualquer alimentopode fazer parte de uma alimentaçãoequilibrada, desde que se varie omais possível. Em declarações ao Ex-presso, a nutricionista afirmava in-clusive que os alimentos ricos em gor-duras ou em açúcar, apontados comopouco saudáveis, não devem ser ba-nidos da alimentação de uma pessoasaudável, mas antes ingeridos comconta, peso e medida.

Desengane-seEis os mitos que nos engordam

A água às refeições engorda.Errado. Sem este nutriente nãoexiste uma boa hidratação enada funciona. No entanto,Francisco Varatojo também dizque não faz sentido dizer quepara sermos saudáveisprecisamos de beber três litrosde água por dia. Para termosvitalidade é preciso ingerirmuita carne. Errado. Osmacrobióticos têm vitalidadesem comerem carne, indo buscaras proteínas e outros nutrientesàs leguminosas como o feijão e ogrão, por exemplo. E o leitefortalece os ossos?Não há nada que confirme que épreciso beber leite para ter ossosfortes, diz também FranciscoVaratojo. Este macrobióticolembra até que é nos paísesocidentais, onde se consomemmais lacticínios, que se registammais fracturas ósseas e casos deosteoporose, frisando que osorientais têm um esqueleto maisresistente, consumindo menosprodutos lácteos.

PUB

LICI

DA

DE

8 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Entrevista

“Não se podegovernar um povopartindo do princípioque os cidadãos são estúpidos”

Carlos Moreno Juiz jubilado do Tribunal de Contas, dizque falta à classe política conhecimento da realidade edefende que o exemplo de austeridade “devia vir de cima”,com o fim dos “séquitos dos gabinetes ministeriais”, que“estão cheios de amigos partidários (...) a ganhar balúrdios”

Maria Anabela [email protected]

� Na apresentação do Orçamentodo Estado (OE) para 2014, a mi-nistra das Finanças disse que setrata de um orçamento "duro eexigente, mas equilibrado". Quecomentário lhe me merece essaafirmação? O próximo OE revela profunda de-sigualdade, porque, globalmente,mais de 80% são cortes na FunçãoPública, reformados, educação esaúde e só 4% provêm de taxaspara a banca, petrolíferas e energia.É imoral porque atinge profunda eretroactivamente os mais velhos efrágeis da sociedade. E é desuma-no quando faz cortes a pessoasque ganham 600 euros brutos, dei-xando as respectivas famílias no li-miar da pobreza. Provocará maisdesemprego e recessão económica,a quebra definitiva na coesão sociale forte agitação política, eventual-mente na própria coligação. Asmetas do défice de 4% não serãocom muita probabilidade atingidas

e as possibilidades de acesso aosmercados continuarão no limbo.O que pensa do corte nas pensõesde sobrevivência?Discordo profundamente, porqueas pensões têm uma natureza con-tributiva. É uma medida perfeita-mente aleatória, que transforma amatriz do nosso sistema de Segu-rança Social de contributivo em as-sistencial. Vai ser o Estado a fixarquanto é que o pensionista preci-sa para viver. E o Governo não temmandato para isto. A redistribuiçãodo rendimento não é feita por cor-tes aleatórios, mas através dos im-postos. O IRS, que actualmente éfortemente progressivo, corrige asassimetrias de rendimento. Dizerque vamos cortar aos 'ricos daspensões de sobrevivência' - que astêm por força de um descontoefectuado ao longo da vida - parafazer igualdade, é omitir que essaigualdade já é feita pelo sistema tri-butário, nomeadamente atravésdo IRS, que tem escalões progres-sivos e efeitos nas isenções das ta-xas de saúde, por exemplo.

O Governo alega que não há alter-nativa à austeridade.Para justificar a sua demissão, o ex-ministro das Finanças apontouduas razões: o chumbo do TribunalConstitucional (TC) e o facto de to-das as suas previsões relativas aosefeitos das medidas no consumointerno terem falhado. A gestãode um país e das suas finançaspúblicas não pode ser feita em ga-binetes ou através de folhas deExcel. É preciso conhecer-se a vidae a realidade das empresas e do sec-tor público. A brutal austeridadeimposta em 2012 conduziu a umarecessão da economia e ao au-mento brutal do desemprego.Quando o TC decidiu pela reposi-ção dos subsídios, que teve efeitosem 2013, apareceram sinais ténuesde recuperação económica. Foi oTC quem mais ajudou o Governona gestão das Finanças Públicas doPaís. As medidas anunciadas para2014 vão causar nova retracção.Qual era, então, o caminho alter-nativo à austeridade?Em vez de se começar por uma es-

tapafúrdia TSU, que morreu narua, seguida do brutal aumentoda carga fiscal, deveria ter-se co-meçado por fazer cortes inteligen-tes na despesa pública. Mas, paraisso, é preciso competência e co-nhecimento da economia real eda Função Pública. Seguiu-se ocaminho do facilitismo, cortando atorto e a direito. Dois anos e meiodepois, continuamos com cortescegos, que nem os seus autoresconseguem explicar quais os ob-jectivos e os resultados esperados.Apenas os quantificam: “este dá400 milhões, aquele dá 100 mi-lhões”. Não se pode governar umpovo partindo do princípio que oscidadãos são estúpidos. Em de-mocracia, o povo tem direito a tervoz e não é uma máquina de votosque se deixa ludibriar por encena-ções. Veja-se o que aconteceu noPorto. Contra uma propaganda per-feitamente demagógica, a tentarcaptar o voto pela barriga e por pro-messas irrealizáveis, ganhou quemfalou a verdade e não prometeu oinconcretizável.

A crise geradacom a demissãode Vítor Gaspar epor Paulo Portascustou mais aoPaís do que aquiloque se esperapoupar comcortes aospensionistas

Em destaque

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 9ENTREVISTA COM O APOIO DE:

MARIA ANABELA SILVA

� Enquanto juiz conselheiro do Tri-bunal de Contas (TC) elaborou maisde 100 relatórios sobre PPP e obraspúblicas. Alguma vez encontrou in-dícios de desvios de dinheiro?As auditorias que o Tribunal de Con-tas faz são sobre a boa gestão finan-ceira, para apurar o desperdício ou oscustos injustificados que os contri-buintes pagam a mais nas obras pú-blicas. O que posso dizer dos contra-tos que analisei é que houve semprelargos prejuízos para o parceiro pú-blico. O TC não tem poderes investi-gatórios na área criminal da gestão da-nosa ou da corrupção. Isso competeà Procuradoria-Geral da República. Aideia de que a corrupção não é um malestá de tal maneira assimilada pela so-ciedade portuguesa, que é extrema-mente difícil às entidades de investi-gação prová-la. Na nossa cultura, acorrupção não tem a condenação so-cial. Só quando essa mentalidade sealterar poderemos avançar no do-mínio da responsabilização das enti-dades políticas. Por que é que diz isso?A Associação Transparência Inter-nacional acaba de nos considerar oterceiro país mais corrupto da Euro-pa, a seguir à Itália e à Grécia. Não citonomes, mas nas últimas autárquicas,no município com mais poder decompra e com a média mais elevadade habilitações literárias, venceu umcandidato patrocinado por alguémcondenado e com sentença transita-da em julgado por abuso de poder emá utilização de dinheiro público. Istomostra o que a generalidade do teci-do social pensa destes fenómenos:“Mais vale roubar e fazer qualquer coi-sa do que não roubar e não fazernada”.Quais os vícios mais frequentes quedetectou nas PPP rodoviárias queauditou?Em todas detectei sobreavaliação daprocura. Se se faz uma previsão de trá-fego por cima, quando este passa a sermenos, o Estado paga. Quando essasobreavaliação é aceite sem criticis-mos ou por falta de capacidade téc-nica, o Estado assume um custo ile-gítimo para os contribuintes. Se hou-ve corrupção ou não, não vi nem mecabe a mim ver. Há quem diga queisso aconteceu. Pelo que li nos jornaise no que às SUCT diz respeito háuma investigação a correr na PGR. OEstado assumiu, pela sobreavalaiçãode dados da procura, riscos que nun-ca deveria ter assumido. Isso temsaído muito caro aos contribuinte. OEstado assumiu ainda como seus ris-cos que cabiam aos privados. Refiro-me aos riscos de construção, am-bientais ou fiscais. Se a obra demorarmais tempo, o Estado paga. Se a de-claração de impacto ambiental im-punha condicionalismo, o Estado pa-gava, porque as parcerias eram lan-çadas sem essas declarações. No caso

Disse que para governar “é preci-so competência e conhecimentoda realidade”. Essas qualidadestêm faltado aos nossos governan-tes?Têm. Quem fala com as pessoas ecom os agentes económicos, vêque há uma incompreensão totalpelas decisões governamentais euma fadiga tremenda pelo únicoinstrumento usado para sanear asfinanças públicas: os cortes. Não háesperança nem confiança que estamaneira de governar consiga levarà diminuição do défice e pôr oPaís na rota do crescimento. Poroutro lado, o exemplo da austeri-dade deveria vir de cima. Não queisso tivesse grandes efeitos na eco-nomia pública, mas quem obriga osoutros a prescindir, às vezes, do es-sencial, tem de dar o exemplo.Como é que esse exemplo poderiaser dado?Quando a austeridade começou,deviam ter acabado com os cartõesde crédito e com os séquitos dosgabinetes ministeriais. Há umafunção pública que se quer despe-

Ordem de MéritoAgraciado pelo LuxemburgoLicenciado em Direito pelaUniversidade de Coimbra, CarlosMoreno foi o primeiro juizportuguês a desempenharfunções no Tribunal de ContasEuropeu. Durante cerca de 15anos, exerceu o cargo de juizconselheiro do TC de Portugal,tendo assinado mais de 100relatórios de auditoria, relativos aobras públicas como a Expo 98, asSCUT, os estádios do Euro' 2004, aCasa da Música ou o túnel doRossio. Autor de dezenas depublicações, escreveu, em 2010, olivro Como o Estado gasta o nossodinheiro, onde aborda algunsexemplos de má despesa pública ede contratos ruinosos para oEstado, que contribuíram para asituação que o País vive hoje. Foitambém professor universitário erecebeu a Grande Croix de l' Ordrede Mérite du Luxembourg.

Auditor do Tribunal de Contas

Não encontrei nenhuma obrapública sem derrapagem

da ponte Vasco da Gama, o Estado as-sumiu também riscos fiscais. Isto nãoacontece me parte nenhuma do mun-do. O sistema fiscal tem carácter uni-versal para todos os agentes. Quandose altera a taxa de IRC é para todas asempresas, incluindo para o conces-sionário.O relatório da Comissão Parlamentarde Inquérito às PPP defendeu a res-ponsabilização dos políticos que as-sumiram determinados contratos. Deque forma devem ser responsabiliza-dos esses decisores?Essa conclusão não passa de um votopiedoso. Para poder haver responsa-bilidade criminal, é preciso estarmosperante crimes de gestão danosa ououtro. Em Portugal, se não se conseguirprovar a existência de crime, os polí-ticos não estão sujeitos a qualquertipo de responsabilidade pelas decisõesque tomam. No meu livro, defendo aresponsabilização dos políticos pelasmás decisões que, conscientemente,tomem, com prejuízos graves para oscidadãos e para as finanças do País. Foicom alegria que, recentemente, li queo Dr.º Jorge Sampaio tinha também de-fendido isso. Mas estamos muito lon-ge de lá chegar. Acha que os políticosvão alterar a lei nesse sentido?Como vê o facto de alguns políticosque negociaram essas PPP, passaremdepois para essas empresas?Quem sou eu para julgar os outros? Eununca aceitaria fazer o que essas pes-soas fizeram. Em Portugal, as grandes obras públi-cas terminam, quase sempre, comderrapagens nos custos e nos prazos.Porquê? Acontece por má programação dasobras, por pressões para a modificaçãode projectos por parte do poder local,por projectos não revistos e por aque-la prática tão comum do português:“Faz-se e logo se vê quanto custa”. Asderrapagens acontecem ainda por au-sência substancial de concorrência. Porvezes, adjudica-se a quem faz mais ba-rato, sabendo-se que, com as modifi-cações por trabalhos não previstos, sai-rá mais caro. Das que analisei, não en-contrei nenhuma obra pública quenão tivesse derrapado em custos ouem prazos. Os exemplos são muitos:túnel do Terreiro do Paço, ponte Rai-nha Santa Isabel, Casa da Música ou es-tádios do Euro' 2004. Estes últimos fo-ram construídos só com a previsão docusto de construção. O chamado cus-teio global, que inclui os custos de ma-nutenção e de exploração, não foramconsiderados. Hoje temos em Faro,Aveiro e Leiria elefantes brancos, quesão sorvedouros de dinheiro.Não seria mais barato demoli-los?Sim. Ouvi um vereador da Câmara deAveiro propor a demolição do estádioda cidade, mas a sociedade levantou-se em peso a dizer que aquilo era umabarbaridade e que Aveiro precisava deum estádio. Somos o que somos.

dir e os gabinetes ministeriais estãocheios de amigos partidários, comvinte e poucos anos a ganhar ba-lúrdios. O exemplo devia tambémser dado com a punição do des-perdício e do dinheiro mal gasto.Antes de se cortar nos direitos doscidadãos, era preciso cortar noscontratos feitos pelo Estado com osmais ricos da sociedade. Refiro-me, por exemplo, às PPP [ParceriasPúblico-Privadas] e às rendas pagasàs produtoras de energia, que têmestado no limbo. E por que é que sóagora se fala nas pensões vitalíciasdos políticos? Se quando o Gover-no tomou posse tivesse dito clara-mente que as pensões dos refor-mados e de sobrevivência eraminsustentáveis e que era precisocortar para o futuro, já levava pou-panças de dois anos e meio, sem fe-rir o princípio da retroactividade.Não fiz contas, mas estou conven-cido que a crise gerada com a de-missão de Vítor Gaspar e por Pau-lo Portas custou mais ao País doque aquilo que se espera pouparcom cortes aos pensionistas.

10 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Sociedade

Crise leva ex-toxicodependentesa voltar ao consumo

Maria Anabela [email protected]

� O desemprego e a insegurança as-sociados à crise estão na origem do au-mento de recaídas de toxicodepen-dentes que já tinham passado por tra-tamentos e que haviam conseguidoestabilizar as suas vidas. Essa reali-dade é confirmada por instituições daregião que lidam com este tipo de po-pulação e que apontam ainda o au-mento dos consumos de drogas in-jectáveis, como a heroína, normal-mente associadas ao “alívio do sofri-mento”, e da dificuldade de reinte-gração das pessoas após o tratamen-to, pela falta de oportunidades de em-prego.

Director terapêutico da clínica Vil-la Ramadas, localizada em Alcobaça,Eduardo Silva fala de um acréscimona “ordem dos 16%” no número depessoas que, nos últimos dois anos,procuraram a instituição por recaídas“ao fim de alguns anos em recupera-ção”. Segundo diz, em causa estãopessoas que “há alguns anos tinhamrealizado um tratamento e conse-guido estabilizar por completo assuas vidas, nas dimensões pessoal, fa-miliar, social e profissional e que, porum conjunto de situações, voltarama consumir algum tipo de substância”.

No entender daquele responsável,a questão económica está, “sem dú-vida”, associada ao aumento das re-caídas. “O facto de algumas dessaspessoas terem perdido o emprego eterem passado a viver com maior in-segurança são apontadas pelos pró-prios como 'facilitadores' do regressoao consumo de substâncias”, acres-centa Eduardo Silva.

Também o Centro de Recuperaçãoe Integração de Leiria (antigo CAT-Centro de Atendimento a Toxicode-pendentes), que abrange os concelhosde Batalha, Leiria, Marinha Grande,Pombal e Porto de Mós, tem verifica-do um aumento das recaídas da po-pulação que atende. Segundo Cristi-na Barroso, responsável pelo centro,essas situações registam-se não ape-nas nos consumos de estupefacientes,como cocaína e heroína, mas tambémde álcool. “A falta de perspectivas, adificuldade acrescida em encontrarum emprego e formas de subsistên-cias, numa população como esta, jápor si mais fragilizada, tem, prova-velmente, levado ao agravamentoda situação”, diz.

Essa realidade é constatada quasediariamente pelos voluntário da As-sociação Novo Olhar II, que prestaapoio a toxicodependentes em Leiria

vulgado no próximo mês. Em decla-rações àquele jornal, João Goulão,director-geral do Serviço de Inter-venção nos Comportamentos Aditi-vos e das Dependências, reconheceque a recessão está a provocar um au-mento do abuso de drogas e alteraçõesnos padrões de consumo, com o re-gresso à heroína. “É uma droga asso-ciada à marginalidade e à exclusão so-cial. Não tem fins recreativos como oecstasy e os estimulantes de uma for-ma geral. O consumo da heroína estáligado ao alívio do sofrimento, o queexplica o seu recrudescimento nestaaltura de crise”, afirma João Goulão.

Embora sem dados concretos quelhe permitam confirmar o aumentode recaídas no centro de Fátima daComunidade Vida e Paz, onde esselevantamento “está a ser feito”, Re-nata Alves, directora da instituição,fala da dificuldade de reintegrarquem passa pelo tratamento. “Essaetapa implica que as pessoas estejaminseridas no mercado de trabalho eisso, por força da conjuntura, estámais complicado e demora maistempo”, nota.

Consumos Estão a aumentar as recaídas de ex-toxicodependentes, realidade que as instituições daregião que trabalham com estas pessoas associam à crise. Há mais consumos de drogas injectáveis

Padrões de consumo estão a alterar-se, com o 'regresso' de drogas injectáveis como a heroína

DR

No plano de acçãoVícios do jogo e dainternet abrangidosO novo Plano Nacional para aRedução dos ComportamentosAditivos, cuja discussão públicaterminou recentemente, iráabranger também o vício do jogo ea dependência da internet,juntando-se a outroscomportamentos aditivos jáinseridos naquele programa, comoo álcool e as drogas. Para darrespostas o mais articuladopossível às estratégias definidasnaquele plano, foi recentementeapresentada a Rede deReferenciação/Articulação noâmbito dos comportamentosaditivos e das dependências. Essarede assenta na definição derespostas diferenciadas,especializadas e adequadas aonível da gravidade dos problemas ena articulação entre os serviços,desde a detecção precoce até àabordagem mais diferenciada.

e Marinha Grande. “Desde o ano pas-sado, que temos encontrado pessoasque já não víamos há anos e que vol-taram a consumir”, conta Ana Cristi-na Quintanilha, directora da asso-ciação, que explica essas recaídastambém com a conjuntura actual.Segundo diz, na maioria dos casos sãopessoas que, “de um momento parao outro, viram a sua vida desorgani-zada, nomeadamente por força do de-semprego, e que não tiveram estru-tura para ultrapassar isso, refugiando-se na droga”. Este aumento de recaí-das foi, aliás, um dos argumentos uti-lizados pela Associação Novo Olhar IIpara fundamentar a proposta apre-sentada em Agosto para a constitui-ção de equipas de rua de reparação dedanos, para prestar apoio na área datroca de seringas, por exemplo.

A par do acréscimo das recaídas,Ana Cristina Quintanilha frisa a alte-ração de consumos, com a mudançade drogas fumadas para injectadas.Essa alteração estará já reflectida norelatório sobre a situação da toxico-dependência em Portugal, relativo a2012, que, segundo o Expresso, será di-

16por cento é valor do acréscimode recaídas registado, nos doisúltimos anos, pela clínica VillaRamadas, localizada emAlcobaça

8.844É o número detoxicodependentes que, no anopassado, pediram ajuda, pelaprimeira vez, nos centros detratamento. Segundo o jornalExpresso, é “o valor maiselevado do século”

Os números

SociedadeJornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 11

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LICI

DA

DE

Dispositivo vai permitir localizar os doentes

Dispositivo colocado em relógio

Misericórdia de Fátimainstala GPS em doentescom AlzheimerMaria Anabela [email protected]

�A Misericórdia de Fátima/Ourém vaiproceder à instalação gratuita de 20equipamentos de localização GPSem doentes com Alzheimer. A aqui-sição dos dispositivos será feita comrecurso a verbas atribuídas pelo Pré-mio BPI Seniores, no qual a instituiçãoconquistou uma menção honrosacom o projecto Prevenir e estimular –melhores cuidados na doença de Alz-heimer.

Fernanda Rosa, provedora da mi-sericórdia, explica que o localizadorde GPS estará integrado num relógiode pulso usado pelo paciente. “Atra-vés do acesso à internet, o cuidadorpode localizar o doente sempre queo desejar”, refere aquela dirigente,adiantando que após a resposta dodispositivo “é apresentado no mapao local onde este se encontra”.

O equipamento tem ainda umafuncionalidade que permite que sejadefinida uma área e, sempre que odispositivo sai fora dessa delimitação,“surge um alerta” no portal do MagicTracking, que gere o sistema. Há ain-da a possibilidade de “configurar umnúmero de telemóvel para receberessa informação”, acrescenta Fer-nanda Rosa.

A par dos dispositivos de localiza-

ção GPS, a menção honrosa permiti-rá à Misericórdia de Fátima/Ourém,a aquisição de software específico,que ajudará na avaliação e treinocognitivo dos doentes, e de sessões demusicoterapia. Segundo FernandaRosa, o objectivo é “melhorar a in-tervenção junto dos doentes e pro-mover a sua protecção, autonomia esegurança”.

O projecto surge no âmbito do ga-binete de ajuda a famílias e doentesde Alzheimer daquela instituição,que funciona há cerca de três anos eque presta, gratuitamente, apoio psi-

cológico e social e serviços de reabi-litação cognitiva. O gabinete dina-miza ainda grupos de auto-ajuda e ac-ções de formação para familiares,além de disponibilizar equipamentosmédicos específicos, como camasarticuladas.

O Prémio BPI Seniores visa distin-guir projectos de apoio a pessoascom mais de 65 anos. Nesta sua pri-meira edição, recebeu 389 candida-turas, tendo entregue 500 mil euros,através de donativos, a 19 instituiçõesde todo o País, entre as quais a Mise-ricórdia de Fátima/Ourém.

RICARDO GRAÇA

Centro de Interpretação de Aljubarrota faz cinco anos

Mais de 210 mil já visitaram o CIBA�Desde que foi inaugurado há cin-co anos, passaram 210 mil visitan-tes, na maioria alunos e docentes,pelo Centro de Interpretação da Ba-talha de Aljubarrota (CIBA). O equi-pamento celebrou o aniversáriono dia 11 e os seus responsáveisconsideram que o saldo é positivo.

“Estes cinco anos foram passadoscom grande intensidade. Foramdesenvolvidos vários projectos,que permitiram mostrar aos visi-tantes uma parte muito importan-te da nossa história. Conseguimosaqui, de uma forma dinâmica e in-teractiva com recurso a novas téc-

nicas, mostrar um dos momentosmais emblemáticos para Portu-gal”, refere João Mareco. O direc-tor do CIBA sublinha o contributodo equipamento na salvaguarda doCampo de São Jorge, Porto de Mós,onde Portugal venceu Castela, nodecorrer da crise de 1383-1385.

Suspeitas relativas à atribuição de verba a clube

Judiciária fez buscas na Câmara de Ourém� Inspectores da Polícia Judiciáriade Leiria estiveram, na semanapassada, na Câmara de Ourémonde fizeram buscas. As diligên-cias tiveram lugar no dia 10 e, se-gundo declarações do presidentedo município, Paulo Fonseca, es-tarão relacionadas com “um ale-

gado litígio sobre um terreno” ecom “um subsídio a uma entidadedesportiva”. Paulo Fonseca escu-sou-se, no entanto, a adiantarmais pormenores, de forma a “nãointerferir com a investigação”. Asbuscas incidiram em vários de-partamentos da autarquia. Além

da consulta no local, alguns do-cumentos foram levados pelosinspectores. O Correio da Manhãavançava que em causa estaráuma investigação relacionada comsuspeita de peculato e corrupçãona atribuição de verbas a um clu-be desportivo.

12 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Sociedade Reforma do processo civil em debateCandidato a bastonário da Ordem dos Advogados,António Subtil vai estar, na terça-feira, em Leiria paraproferir uma conferência sobre a reforma do Código deProcesso Civil. A sessão realiza-se no Teatro MiguelFranco, a partir das 18 horas.

Imóvel situa-se na zona da antiga Crisal

Prostituição e tráfico de droga preocupam comerciantes e moradores

Toxicodependentes ocupam andarno centro da Marinha GrandeDaniela Franco [email protected]

� Um grupo de toxicodependentesestá a ocupar um apartamento deuma urbanização na avenida AníbalGuedes Coelho, na Marinha Grande.A situação preocupa moradores ecomerciantes, que alertam para ofacto de ainda na semana passada terocorrido um incêndio dentro do imó-vel.

O aspecto exterior “bastante de-gradado” para um apartamento deconstrução recente chamou a atençãode uma moradora, que denunciou ocaso ao JORNAL DE LEIRIA. Embo-ra resida a vários metros da urbani-zação, a mulher conseguiu perceberque as persianas foram vandalizadase que as varandas acusam falta delimpeza. Depressa pensou tratar-se deuma ocupação indevida, até porquea zona, que era “calma”, “ficou de-vassada” desde há alguns anos, coma presença regular de toxicodepen-dentes, o que levou de resto à de-molição de uma casa devoluta nasimediações, que era usada para con-sumo de droga.

Alguns toxicodependentes ter-se-ão agora transferido para este andar,onde o tráfico acontece de forma“descarada”, aponta a funcionáriade um estabelecimento da zona. O es-paço é usado por toxicodependentes,mas também para prostituição, frisaa empregada, preocupada com a pa-ragem de jovens alunos pelo local. Amovimentação estranha é confir-mada por outro comerciante.

Em causa está uma urbanização

que se encontra inacabada, depois dainsolvência da sociedade loteadora.Alguns lotes estão habitados, masoutros, desocupados, são da respon-sabilidade do administrador de in-solvência.

Contactada pelo JORNAL DE LEI-RIA, a administradora de alguns con-domínios ocupados nesta urbaniza-ção afirma que a presença dos toxi-codependentes é conhecida pelo ad-ministrador de insolvência e pela câ-mara municipal, que em virtude dasreclamações dos inquilinos sobre a“insegurança” no local, ordenou a vis-toria à urbanização e comunicou aoadministrador de insolvência a ne-cessidade de tomar medidas. Já foramcolocados tapumes, reconhece a ad-ministradora, o que também acaboupor criar mais becos, lamenta.

Ouvido pelo JORNAL DE LEIRIA,o administrador de insolvência dis-se-se “surpreendido” com a ocupa-ção do apartamento, depois de te-rem sido investidos “cerca de 50 mileuros para fechar entradas”, tantomais que “existem condomíniospagos pela massa, e a quem nada foidito”. Além disso, frisa, o próprio“credor hipotecário esteve no local,dia 24 de Setembro, para avaliarimóveis”.

A PSP diz “ter conhecimento da si-tuação”, tendo registado algumasqueixas. “As soluções desenvolvidase a desenvolver envolvem várias en-tidades, nomeadamente no que con-cerne ao 'fecho' daquele espaço”,nota a PSP, que “está atenta” e “ac-tuará no âmbito das suas competên-cias”.

Marinha GrandeReabilitação doestuarino avança

As obras de reabilitação do sistemaestuarino do rio Lis, na Praia daVieira, deverão ficar concluídas nopróximo ano, segundo referiu oMinistério do Ambiente numaresposta enviada ao deputado doPS, João Paulo Pedrosa. O Governoadmitiu ainda que os trabalhosestiveram parados devido à“insolvência da empresa queexecutou parte da obra”. Por isso,foi necessário avançar para umnovo concurso público para osadjudicar a uma nova empresa.

Fátima Fogo em lojaobriga à retirada de hóspedes

As chamas destruíram uma loja deartigos religiosos, em Fátima, eobrigaram à retirada temporária de17 pessoas que se encontravamhospedadas numa residenciallocalizada no mesmo edifício.Segundo fonte do Comando Distritalde Operações de Socorro (CDOS) deSantarém, citada pela Agência Lusa,o fogo ocorreu por volta das 4:00horas de domingo, dia 13. Depois deconcluídos os trabalhos de combateao incêndio, os hóspedesregressaram aos quartos.

Leiria Detido suspeitode vender droga junto a escolas

A PSP de Leiria deteve, na semanapassada, um jovem de 19 anos, quese encontra referenciado por sededicar ao tráfico deestupefacientes junto aestabelecimentos de ensino dacidade. O suspeito foi detido numarua de Leiria, quando tinha em suaposse haxixe suficiente para aconfecção de quase 500 dosesindividuais. A detenção teve lugarno passado dia 9, pelas 17:30 horas.

Sábado Desportoinvade castelo de Leiria

Combate à obesidade, aosedentarismo e ao excesso de peso são os objectivos da iniciativa Move oncastelo que irá decorrer, no sábado, nocastelo de Leiria. Os interessadospoderão experimentar zumba fitness,hip hop kids, pilates, bodycombat,maratona cycling, entre outrasactividades. Haverá ainda rastreios de glicémia, pressão arterial,colesterol, massagens terapêuticas,conselhos para uma alimentaçãosaudável e animação para as crianças.

Mau cheiro e moscas em Monte Redondo revoltam Armando Duarte

Espalhamento de efluentes indigna proprietário Daniela Franco [email protected]

� Indignado. Será esta a melhor pa-lavra para descrever Armando Duar-te, quando na semana passada, de vi-sita ao seu eucaliptal, no lugar de Mo-leira- Charneca, Monte Redondo, sedeparou com novo espalhamentode efluentes num terreno anexo aoseu. As moscas e o mau cheio no lo-cal dificilmente lhe vão permitir con-tratar alguém para limpar o seu ter-reno, tal como tinha previsto. Alémdisso, teme que a presença dos de-jectos possa secar as suas árvores –que tem mesmo ao lado - como lheaconteceu há poucos anos, numa si-tuação idêntica. Desta vez, o espa-lhamento foi feito ao longo de um

aceiro da EDP, explica ArmandoDuarte, que chamou a GNR ao local.

O Comando Territorial da GNR deLeiria diz ter tido conhecimento do es-palhamento de dejectos através de de-núncia, efectuada no Posto Territorialde Monte Real. Enviou uma patrulhaao local e elaborou um auto da ocor-rência, enviado ao Núcleo de Protec-ção Ambiental do Destacamento Ter-ritorial de Leiria, “que irá iniciar as di-ligências no sentido de apurar os fac-tos denunciados”.

Durante este ano, foram registadascinco denúncias relacionadas com oespalhamento de efluentes pecuáriosem solo agrícola, mas não conduzi-ram a qualquer contra-ordenação, namedida em que foram “cumpridas ascondicionantes à valorização agríco-

la de efluentes pecuários e de outrosfertilizantes, impostas a este tipo deactividade”, explica a GNR.

Estas actividades encontravam--se licenciadas ao coberto de pla-nos de gestão de efluentes pecuá-rios, constantes nas exploraçõespecuárias e, no decurso da fiscali-zação, verificou-se que “as parce-las identificadas se encontravammencionadas nos referidos pla-nos/processos de Regime de Exer-cício da Actividade Pecuária, de-vidamente licenciados pela Direc-ção Regional de Agricultura e Pes-cas”, aponta a GRN, notando queuma situação idêntica, sucedidanaquela zona, em 2009, também“possuía autorização prévia doproprietário do terreno”.

Armando Duarte denuncianovo espalhamento de dejectos

DANIELA FRANCO SOUSA

14 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Sociedade Política

Primeira reunião da Câmara de Leiria realiza-se hoje

Raul Castro distribui pelourospelos seis vereadores do PSMaria Anabela [email protected]

� Voltando a chamar a si a tutela dasfinanças e dos serviços municipais,Raul Castro, que no sábado tomouposse como presidente da Câmara deLeiria, vai distribuir pelouros pelos seisvereadores do PS. Para hoje, estámarcada a primeira reunião do novoexecutivo, onde será aprovada a fi-xação do número de vereadores atempo inteiro (seis) e dada a conhecera distribuição de pelouros.

Ao que o JORNAL DE LEIRIA apu-rou, Gonçalo Lopes ficará, entre ou-tras, com as áreas da Cultura, Des-porto e Turismo, devendo manter--se como vice-presidente. Nova noexecutivo, Anabela Graça assumirá apasta da Educação, enquanto Lino Pe-reira tutelará, por exemplo, as ObrasMunicipais e o Trânsito, perdendo opelouro das Operações Urbanísticaspara Ricardo Santos. Também novosna equipa, Ana Valentim ficará com aAcção Social e Vítor Marques com oDesenvolvimento Económico.

Entretanto, durante a tomada deposse, Raul Castro assegurou que a re-dução da dívida da câmara, que “con-tinua a condicionar a gestão da au-tarquia”, se manterá como uma prio-ridade do executivo. Mas a essa apos-ta acrescentou uma outra, que con-siderou mesmo a sua “grande obses-são” para o mandato: o apoio à cria-ção de emprego, com a captação deinvestimento para o concelho.

“Vamos fazer tudo o que puder-mos para concretizar este verda-deiro desiderato, esta missão queagarraremos como a mais impor-tante que já abraçámos na vida”, pro-meteu o autarca, reconhecendo, noentanto, que se trata de uma “tare-fa hércula, mas indispensável para ofuturo de Leira e em particular dosjovens do concelho”. Frisando, maisuma vez, a maioria “claríssima” que

os eleitores conferiram à sua equipa,Raul Castro apelou à cooperação detodos os eleitos.

Da parte de Álvaro Madureira, can-didato do PSD à câmara e eleito ve-reador, houve promessas de uma“oposição honesta, sincera e pró-ac-tiva, em sintonia com aquilo” que oseleitos do PSD “defendem e acredi-tam”. “Tudo faremos para que hajaum adequado clima de governabili-dade”, assegurou o social-democrata.

Já depois de eleito presidente da As-sembleia Municipal (ver caixa), JoséManuel Silva (PS) proferiu o discursode encerramento da tomada de pos-se, onde invocou a ideia da “magis-tratura de influência”, para referirdois dos problemas do concelho que,no seu entender, devem merecer aconjugação de esforços dos eleitos: en-contrar uma solução para o estádiomunicipal e o debate “esclarecido” so-bre a concessão das redes de água e desaneamento.

Castro aponta o apoio à criação de emprego como a “grande obsessão” do mandato

RICARDO GRAÇA

RICARDO GRAÇA

Mesa da AssembleiaPSD recusa lugar A bancada do PSD eleita para aAssembleia Municipal (AM)rejeitou o convite de José ManuelSilva, que encabeçou a lista do PS,para integrar a mesa desse órgão.No seu discurso já como presidenteda AM, o socialista explicou que aintenção era viabilizar “umasolução mais abrangente”.“Infelizmente o PSD entendeu nãocontribuir para essa solução.Respeito a decisão”, afirmou JoséManuel Silva, que terá comosecretários José Alves e ManuelaSantos, ambos do PS. “Seguimos alei normal da democracia”, disseJosé António Silva, que liderou alista do PSD à AM e que prometeuapoiar todas as iniciativas que“defenderem os interesses dosmunícipes do concelho.

Centro escolar, museu e arquivo municipal são objectivos em Porto de Mós

Executivo e freguesias tomaram posse � Foi num cine-teatro de sala qua-se cheia que se deu a tomada deposse dos novos eleitos das fre-guesias e Câmara Municipal dePorto de Mós, na sexta-feira pas-sada. Recorde-se que a equipa doPS, liderada por João Salgueiro,que alcançou 56,5% dos votos nasúltimas eleições autárquicas, con-ta com cinco vereadores na Câ-mara Municipal, o que lhe conferea maioria absoluta.

No discurso final, o reempossa-do presidente da autarquia, quepartiu agora para o seu terceiromandato, reafirmou que iria “pro-curar manter um caminho bastan-te rigoroso de gestão” e dar “con-tinuidade” ao trabalho desenvol-vido nos últimos oito anos e à obrapossível.

Não obstante a crise e o corte detransferências para os municípios,João Salgueiro mostrou-se cuida-

doso nas palavras escolhidas, masoptimista o bastante para afirmarque gostaria de, neste mandato, re-cuperar a antiga central termoe-léctrica da vila com o objectivo deali instalar o museu e o arquivo his-tórico municipal, construir umcentro escolar em Porto de Mós eencetar negociações para a cons-trução de uma rotunda no IC2 nalocalidade de Tremoceira.

A distribuição de pelouros não

foi abordada durante a tomada deposse, pelo que as tarefas que cadaum dos vereadores vão abraçar de-vem ser conhecidas entretanto.

Rui Neves (PS), foi eleito presi-dente da mesa da Assembleia Mu-nicipal numa votação que deu 18votos aos socialistas, 11 para ossociais-democratas e dois votosbrancos. Além de Neves, Lídia Se-mião e Vítor Louro (PS) ocupam ocargo de secretários.

Raul Castro, Finanças e ServiçosMunicipais, Protecção Civil,Cooperação ExternaGonçalo Lopes, Cultura,Desporto e TurismoAnabela Graça, Educação eJuventudeLino Pereira, Obras Municipais,Rede Viária, Espaços Verdes eTrânsitoRicardo Santos, OperaçõesUrbanísticas, Ambiente,Ordenamento do Território eCentro HistóricoAna Valentim, Acção Social,Habitação Social, Cemitérios,Parques InfantisVítor Marques,Desenvolvimento Económico,Mercados e Feiras eModernização Administrativa

Os pelouros

Batalha

Paulo Batista quermontar “exércitode boa vontade”

�A área social, com destaque parao apoio aos idosos e às 'vítimas' dacrise, é uma das prioridades dePaulo Batista dos Santos para omandato como presidente da Câ-mara da Batalha, para o qual foiempossado na segunda-feira. Paraesse combate, o autarca do PSDespera contar com um “exércitode boa vontade e de entreajuda”,envolvendo as IPSS (InstituiçõesParticulares de Solidariedade So-cial), o banco de voluntariado e asjuntas de freguesia.

“Numa conjuntura económica efinanceira difícil, não nos eximi-remos a desempenhar um papelactivo na área social. Estaremos naprimeira linha de apoio às famíliasatacadas pelo desemprego, pelapobreza e pela exclusão”, afir-mou Paulo Batista dos Santos, as-segurando que a prioridade serão“as políticas focalizadas nas pes-soas, ao invés das infra-estrutu-ras”.

Ainda no aspecto social, o au-tarca prometeu “tudo fazer” para,em parceria com as IPSS, ampliara rede de lares de idosos do con-celho, onde existe apenas umaunidade desse tipo. Na área eco-nómica, Paulo Batista dos San-tos reafirmou a aposta do execu-tivo na captação de investimentopara o concelho, do qual resulte acriação de emprego.

No seu discurso, o novo presi-dente da Câmara da Batalha de-fendeu ainda o reforço da des-centralização de competênciaspara o município, em áreas comoa educação, a acção social e aprestação de outros serviços pú-blicos. O autarca realçou tambéma importância da cooperação en-tre autarquias, por entender que“muitas das necessidades e dese-quilíbrios de hoje só poderão en-contrar resposta numa escala su-pra-municipal”. MAS

Área social será uma prioridadede Paulo Batista

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 15

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Rua da Palmeira, n.º 102415-582 LeiriaTel. 244 834 593(Nova Leiria em frente às Galerias do Liz)[email protected]

www.costumes.ptSegundo o acordo, Vítor Frazão (à direita) não irá assumir pelouros

MARIA ANABELA SILVA

Coligação em Ourém abrange apenas a câmara

MOVE assina acordo com o PS masnegoceia com PSD para a assembleiaMaria Anabela Silvaanabela.silva@jornal deleiria.pt

� Vítor Frazão, em representaçãodo MOVE (Movimento Ourém Vivo eEmpreendedor), pelo qual foi eleitovereador, e o presidente da Câmarade Ourém, o socialista Paulo Fonse-ca, assinaram, na terça-feira, um“compromisso de governabilidade”da autarquia. No entanto, este acor-do é válido apenas para a câmara epoderá não ser alargado à AssembleiaMunicipal, uma vez que o MOVEestá em negociações com o PSD paraum eventual entendimento paraesse órgão. Estranho? Vítor Frazãonão só diz que não, como asseguraque “nunca quis tentar agradar aDeus e ao Diabo”.

“O contacto do PSD foi para a As-sembleia Municipal. São coisas dife-rentes”, afirmou o vereador doMOVE, durante a assinatura do acor-do com o PS para a câmara, onde semanifestou convicto que “o bomsenso vai imperar”. Esse é tambémo entendimento de Paulo Fonseca,que, no entanto, não escondeu odesejo de alargar a cooperação como MOVE a outras áreas. “Devemos atéchegar mais longe, porque há situa-ções que não estão previstas nesteacordo. Por que não alargar o deverde solidariedade entre nós, no seio doexecutivo, à visão solidária que de-vemos apresentar em cada freguesia,na Assembleia Municipal ou na par-ticipação cívica?”, disse o autarca so-cialista.

� Walter Chicharro toma posse ama-nhã (15 horas) como presidente daCâmara da Nazaré e, entre os muitosassuntos importantes que terá paratratar, há um que lhe foi deixado peloexecutivo ainda em funções. JorgeBarroso anunciou, na terça-feira,que vai proceder à assinatura doscontratos relativos ao Programa deApoio à Economia Local (PAEL), masremete para o novo executivo a de-cisão “de enviar ou não” os docu-mentos para o Tribunal de Contas.“Não irei comprometer o município”,frisou o independente eleito peloPSD, que entende “que há que res-peitar os resultados eleitorais”. Wal-ter Chicharro remeteu quaisquer co-mentários sobre o tema após umareunião com Jorge Barroso.

Através do compromisso de go-vernabilidade agora assinado, opresidente da câmara comprome-te-se a executar propostas e acçõesdo MOVE apresentadas durante acampanha eleitoral, a definir pelomovimento. Por seu lado, VítorFrazão assume que “votará comsentido de responsabilidade todasas propostas/deliberações que vi-

sem o desenvolvimento do muni-cípio. O autarca eleito pelo MOVEexercerá funções sem pelouros,mas “exige ser informado, atem-padamente de todas as decisõesque venham ser necessárias to-mar em reunião de câmara” e teráao seu dispor uma equipa de qua-dros da câmara “à semelhança dosvereadores a tempo inteiro”.

“A governabilidade do municípioestá garantida”, afirma Paulo Fon-seca, considerando que o acordocom o MOVE será “o garante da es-tabilidade no governo da câma-ra”. “O MOVE vai ser o pêndulo dagovernabilidade na autarquia”,acrescenta Vítor Frazão, frisandoque “foi o povo que quis” que omovimento estivesse no executivo.

Jorge Barroso deixa funçõesamanhã

Câmara da Nazaré

Jorge Barroso ainda vai assinarcontratos do PAEL

� Continua sem sair 'fumo branco'das negociações que o PS da MarinhaGrande está a fazer com a CDU e comos dois movimentos independen-tes com vista a um acordo de gover-nação da câmara. Os socialistas já fi-zeram uma proposta de entendi-mento à CDU mas, até ao fecho deedição, as negociações continuavamem aberto, não só com os comunis-tas, mas também com os movimen-tos independentes, uma vez que oPSD afastou, desde o início do pro-cesso, a possibilidade de aceitar pe-louros.

Augusto Lopes, presidente da con-celhia socialista, confirma a propos-ta de entendimento feita à CDU, masassegura que “nada está fechado” eque “não há preferência” por aque-

la força política. “Haverá reuniõescom os outros movimentos. Estamosa tentar um consenso político alar-gado. Começámos pela CDU porquefoi a segunda força mais votada”,acrescenta, frisando que “o ideal” se-ria que o processo estivesse fechadoaté à tomada de posse, marcada parasegunda-feira.

Em Alcobaça, o PSD poderá voltara entregar pelouros à CDU, assegu-rando assim a maioria. Em Casta-nheira de Pera, Fernando Lopesadianta que “não haverá coligação”e que a situação de minoria em queo PS se encontra será encarada com“a procura de consensos caso a caso”.No Bombarral, o presidente eleito(PSD) vai anunciar hoje a solução pre-conizada para assegurar a maioria.

Negociações mantêm-se em aberto

PS da Marinha fez proposta de entendimento à CDU

16 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Sociedade Saúde

Dor crónica na criança: valorize as suas queixas

SolidariedadeCaminhada nas Cortes de apoio ao TiagoTodos não somos demais noapoio ao Tiago é o mote dacaminhada solidária a realizarem Cortes no próximo dia 20,com partida às 9 horas, junto àAdega Cooperativa destafreguesia do concelho de Leiria.Tiago Sobreira é um jovem daregião, a braços com umcancro, e que se encontra naAlemanha para um tratamentoatravés de vacinas com célulasdendítricas. As acções desolidariedade para com a suacausa têm-se multiplicado, jáque estes tratamentos são carose não comparticipados pelogoverno português.

Campanha Cidades e Vilas SemFumo em Peniche e NazaréO município de Peniche eoAgrupamento de Centros deSaúde do Oeste Norte associam--se à campanha Cidades e VilasSem Fumo, de sensibilizaçãopara os riscos do tabaco e para acessação tabágica que decorrehoje, dia 17. As iniciativasdecorrem na Praça JacobRodrigues Pereira, entre as 10 eas 17 horas. A Câmara da Nazarétambém se associa a esta acçãocom uma palestra às 10 horas naBiblioteca Municipal, un rastreioe uma caminhada, pelas 16:30horas.

Stent For LifeMecanismos detratamento do enfarteem debateCom o objectivo de ajudar naformação das equipas regionaisdo INEM e urgênciashospitalares, de norte a sul doPaís, a iniciativa Stent For Life, daAssociação Portuguesa deIntervenção Cardiovascular,pretende ser um espaço dedebate sobre os mecanismos detratamento do enfarte. Apróxima reunião destinada aprofissionais de saúde realiza-sesábado, dia 19, a partir das 10horas, na Fundação ByssaiaBarreto, em Coimbra,envolvendo vários hospitais dereferência da região. SegundoHélder Pereira, Champion daStent For Life em Portugal, “éatravés destes encontros que seconsegue melhorar a articulaçãoentre os agentes de saúdemobilizados na resposta aoenfarte agudo do miocárdio”.

Em Leiria ainda não há equipas intra-hospitalares de cuidados paliativos

DR

Mês nacional dos cuidados paliativos

Doentes terminais precisam de ajuda apaixonadaGraça [email protected]

� “Consigo apaixonar-me várias vezespor dia pelos doentes terminais. A mi-nha vida é mesmo feita de paixões elutas constantes. E o que dói é o quenão dizemos, porque no dia seguin-te pode já ser tarde”. Foi desta formaque Eduardo Carqueja, responsávelpela consulta de Psicologia dos Cui-dados Paliativos do Hospital de S.João, no Porto, começou por falar dagestão do stress dos profissionais quetrabalham com doentes em cuidadospaliativos, durante o VIII Encontro deEnfermagem que decorreu nos pas-sados dias 10 e 11, no Centro Hospi-talar Leiria Pombal (CHLP).

Ainda segundo este doutorado emBioética e com pós-graduação emLuto, “é impossível ficar indiferenteàs emoções”. E, no sentido de evitaro burnout (síndrome da exaustão notrabalho), é imperioso que os profis-sionais de saúde se permitam emo-cionar-se. “E se caírem umas lágrimasdurante uma consulta não há pro-blema. Somos pessoas e não é por issoque não continuamos a ser compe-tentes. Mas também é preciso ter al-gum humor (diferente de brincadei-ras de mau gosto), junto de doentesem fim de vida e suas famílias. O im-portante é que o profissional se con-verta em agente facilitador e não emcriador de barreiras”, continuou esteespecialista.

Neste painel sobre cuidados palia-tivos participou também a enfermei-

ra Amélia Matos, da equipa intra-hospitalar de cuidados paliativos doHospital Santa Maria (Lisboa). Ambosconcordam que os profissionais desaúde têm de estar preparados paralidar com a morte dos outros, atra-vés de muita formação pessoal,mesmo antes da profissional. Paraque, como forma de defesa, não secaia na despersonalização da saúde,tratando os doentes pelos númerosda cama; na baixa realização pro-fissional e no esgotamento emo-

cional. Segundo Amélia Matos,60%dos doentes falecidos por anoem Portugal necessitam de cuidadospaliativos. E daí a necessidade decriar mais equipas intra hospitalares(que Leiria não possui), extensíveistambém a lares de idosos e ao do-micílio. Helder Roque, administra-dor do CHLP, presente no debate, fi-cou sensibilizado para a temática,adiantando que alguém do hospitalque dirige irá visitar em breve estasequipas a Lisboa e ao Porto, para

com elas aprender, no sentido detambém na nossa região os doentesterminais e suas famílias começa-rem a ter um apoio mais condigno.

O Dia Mundial dos Cuidados Pa-liativos comemora-se a 12 de Outu-bro e, no nosso País, decorre mesmoo mês nacional dedicado ao tema,este ano com o lema Garantir oacesso universal a cuidados paliati-vos: clarificar mitos, a que a Asso-ciação Portuguesa dos CuidadosPaliativos se associou.

As experiências repetidas de dor na infância e naadolescência repercutem-se, de forma física epsicológica, para toda a vida. Quando asqueixas são frequentes, pode tratar-se de dor

crónica, pelo que é importante investigar as suascausas, avaliar correctamente a dor e iniciarprecocemente o tratamento mais adequado. Tambémna dor aguda, é dever dos profissionais de saúdeintervir atempadamente, prevenindo o sofrimentodesnecessário das crianças, e evitando que aquela setransforme em dor crónica. O controlo da dor é umindicador da qualidade dos serviços de saúde.

Nas crianças e adolescentes, as principais causas dedor aguda são os acidentes, os procedimentos invasivose as intervenções cirúrgicas. Também pode haver dorpersistente ou prolongada decorrente da doença ou detratamentos médicos. Mas a dor crónica nas crianças eadolescentes é mais frequente do que se pensa, sejaassociada a doenças crónicas que causam inflamação edor, seja sem causa aparente como as dores de costas,as dores nos membros ou as dores de barriga.

A dor nas crianças a partir dos 3 ou 4 anos pode seravaliada através do que as crianças dizem (auto-relato),pois já conseguem dialogar e expressar-se verbalmente.

OpiniãoDuarteCorreia

Antes dessa idade, ou nas crianças com dificuldades decomunicação, a avaliação da dor é feita por observaçãodo seu comportamento (hetero-relato).

A prevenção e o tratamento da dor, na maioria dassituações, podem ser feitos com recurso amedicamentos pouco dispendiosos, associados atécnicas não farmacológicas que ajudam a controlar omedo e a ansiedade, e a melhorar a condição física.Para crianças e adolescentes, não existem ainda emPortugal, ao contrário do que acontece noutros países,unidades de dor crónica multidisciplinares que sejamcentros de referência para o tratamento da dor crónica.

Os pais devem partilhar com os profissionais desaúde o seu conhecimento das experiências anteriorestraumatizantes e medos do seu filho, assim como osefeitos da dor na vida diária e o comportamento dacriança em ambiente familiar. (...). A dor na criança éum dos temas em debate no 4.º CongressoInterdisciplinar de Dor, promovido pela AssociaçãoPortuguesa para o Estudo da Dor, entre os dias 17 e 19de Outubro, no Hotel Ipanema Porto. Mais informaçõesem www.aped-dor.comPresidente da Associação Portuguesa para oEstudo da Dor

Para sabercomo

anunciar nasecção de

classificadosdo Jornal deLeiria ligue

244 800400

Vejaanúncios de Saúde na página

29

Sociedade EducaçãoJornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 17

Oito estabelecimentos da região assinam contratos com a tutela

Mais escolas com autonomia para contratar professores

�A possibilidade de contratar téc-nicos especializados (mais um psi-cólogo e um terapeuta da fala atempo inteiro), de diversificar aoferta formativa com um cursoprofissional ligado ao sector da pe-dra e generalizar o ensino do in-glês no 1.º ciclo. Estes são algunsdos objectivos que o Agrupamen-to de Escolas de Porto de Mós es-pera conseguir com o contrato deautonomia que assinou, na se-gunda-feira, com o Ministério daEducação e Ciência, numa ceri-mónia onde a tutela celebrou 60novos protocolos do género.

Do distrito, além de Porto deMós, foram estabelecidos contra-tos com os agrupamentos de Ba-talha, Vieira de Leiria (MarinhaGrande), Pombal e Gualdim Pais(Pombal) e Henrique Sommer, D.Dinis e Rainha Santa Isabel ( Lei-ria). Com estes novos protocolos,sobe para 11 o número de agrupa-mentos do distrito com contratos

Maria Anabela [email protected]

de autonomia, uma vez que Mar-razes e Colmeias (Leiria) ambos noconcelho de Leiria, e Nery Capu-cho (Marinha Grande) já estavamabrangidos por este modelo, quedá às escolas autonomia para con-tratar professores e funcionários,avaliar docentes, definir um mo-delo pedagógico, fazer obras ouaté definir regras próprias sobrehorários, tempos lectivos e cons-tituição de turmas.

“A possibilidade de podermoscontratar técnicos especializadosserá para nós uma grande mais-va-

lia, porque só temos um psicólogopara todo o agrupamento e um te-rapeuta da fala a meio tempo,sendo que os casos sinalizadossão cada vez mais”, diz João JoséAlmeida, presidente da ComissãoAdministrativa Provisória do Agru-pamento de Escolas de Porto deMós.

Também Luís Novais, directordo agrupamento da Batalha, apon-ta a autonomia na contratação derecursos humanos como uma dasprincipais vantagens dos contra-tos. No caso da instituição que di-rige, o principal objectivo do pro-tocolo assinado será o combate aoinsucesso escolar. “No secundárioestamos bem classificados nosrankings, mas no 3.º ciclo não es-tamos tão bem assim. Queremosmelhorar, arranjando formas e re-cursos humanos para aumentar osucesso dos alunos”, refere aque-le professor.

No País existem 149 escolas comcontratos de autonomia, mas atéao final do ano deverão ser assi-nados mais 60.

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Cáritas Alunosrecolhem 370 quilosde alimentos

No âmbito da campanhaPartilhar é..., promovida pelasEscolas Católicas em colaboraçãocom a Cáritas Portuguesa, oColégio Sagrado Coração deMaria, de Fátima, através doClube de Solidariedade, recolheu370 quilos de alimentos queentregou à Cáritas Diocesana deLeiria-Fátima, anunciou estainstituição em comunicado. Osalimentos recolhidos destinam--se às famílias que, diariamente,se dirigem à Cáritas a solicitarapoio alimentar.

20 anos Escola deHotelaria de Fátimade parabéns

A Escola de Hotelaria de Fátima(EHF) apaga 20 velas amanhã, dia18. O aniversário será assinaladonuma cerimónia, que decorrerá noCentro Pastoral Paulo VI, emFátima, que evocará momentos epessoas importantes na vida daEHF. O evento incluirá ainda aentrega de diplomas a alunosfinalistas do ano lectivo transacto,bem como a atribuição do prémioao Aluno do Ano da EscolaProfissional de Ourém e da EHF.

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A ESTG foi penalizada no concurso deste ano

IPL ultrapassa totalidade das vagas disponíveis

Mais de 30% dos alunos não entraram pelo concurso nacionalElisabete [email protected]

� O Instituto Politécnico de Leiria(IPL) ultrapassou a totalidade dasvagas inicialmente previstas para o ci-clo de estudos de licenciatura, tendoregistado a matrícula de 2.238 novosestudantes para o ano lectivo 2013/14.No entanto, 31% das vagas forampreenchidas através dos concursosespeciais.

Dos 257 lugares colocados na 3.ªfase do concurso nacional de acessoao ensino superior, o IPL preencheu63. Na 1.ª fase tinham entrado 1150 es-tudantes e na 2.ª fase 492 alunos.

Apesar de terem garantido entra-da nas escolas do IPL 1.705 estudan-tes, nem todos efectuaram as suasmatrículas em Leiria ou Caldas da Rai-nha, uma vez que alguns alunostambém terão garantido entrada nou-tros estabelecimentos de ensino su-perior e optaram por esses.

Assim, do total de 2140 vagas ini-ciais disponíveis para licenciaturaatravés do concurso nacional de aces-so ao ensino superior foram coloca-dos 1.470 estudantes durante as três

fases, o que corresponde a uma taxade preenchimento total de 69%.

Trinta e um por cento das coloca-ções no IPL foram completadas coma matrícula de 271 estudantes titula-res de Cursos de Especialização Tec-nológica, 141 através do M23, 159por transferência e mudança de cur-sos, 81 por titulares de cursos médios

e superiores, sete em regimes espe-ciais e 109 por reingresso.

Mais uma vez, nesta fase, os cursosda Escola Superior de Tecnologia eGestão (ESTG) voltaram a ser os me-nos procurados. Das 106 vagas dis-ponibilizadas apenas 9,4% forampreenchidas. No sentido inverso, a Es-cola Superior de Arte e Design (ESAD)

completou 43,5% dos 78 lugares co-locados a concurso.

Os cursos com mais estudantesmatriculados são Design Gráfico eMultimédia, Som e Imagem, daESAD, Engenharia Informática, Ges-tão e Solicitadoria, da ESTG, Enfer-magem, da Escola Superior de Saúde,Serviço Social e Relações Humanas eComunicação Organizacional, da Es-cola Superior de Educação e CiênciasSociais, Gestão Turística e Hoteleira,Biologia Marinha e Biotecnologia,da Escola Superior de Turismo e Tec-nologia do Mar.

“Feito o balanço de todas as fasesdo ensino superior e dos concursos eregimes especiais, os resultados fo-ram idênticos aos do ano lectivo pas-sado, mesmo com a redução do nú-mero total de candidatos ao ensinosuperior em Portugal, com uma taxade matrículas de 105% em relação àsvagas iniciais”, diz Nuno Mangas. Opresidente do IPL acrescenta que oinstituto “continua a demarcar-secomo uma instituição de qualidade ede referência”, tendo em conta “o nú-mero de novos estudantes que aco-lhe a cada ano lectivo”.

149É o número de escolas e agrupamentos do País comcontratos de autonomia. Nodistrito são 11

O número

18 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Mais de 600 fiéis responderam ao convite do BispoD. António Marto para a Assembleia Diocesana, quedecorreu na tarde do passado dia 6, domingo. Talcomo tem sido amplamente divulgado, na diocesede Leiria-Fátima o próximo biénio seráespecialmente dedicado à pastoral familiar, cujonúcleo temático será o amor conjugal, como “dome missão” para a Igreja e para a sociedade. D.António Marto aproveitou a presença dos fiéisreunidos para apelar ao “entusiasmo” de todos na“vivência contagiante” desta proposta. “A família éum dos principais valores apontados pela maioria

das pessoas para a sua estabilidade e felicidade”.Esta foi a premissa usada pelo Bispo de Leiria--Fátima para começar a apresentação da sua CartaPastoral para o próximo biénio, aos diocesanospresentes (leigos, religiosos e padres). Seguiu-se aapresentação do programa do Departamento daPastoral Familiar da Diocese e a conferênciaproferida por Juan Ambrosio, teólogo e professorda Universidade Católica Portuguesa.Luís Miguel Ferraz, Gabinete de Informação eComunicação da Diocese de Leiria-Fátima [email protected]

Leitores A direcção do Jornal de Leiria recebe com agradopara publicação a correspondência dos leitores quetratem de questões do interesse público. Reserva-seo direito de seleccionar os trechos mais importantesdas Cartas ao Director devidamente identificadas,publicadas nesta secção.

[email protected]

Fusão AliançaGlobal + PDPA Aliança Global e a PDP -Plataforma Democrática do Povotêm o prazer de anunciar queresolveram unir os esforços e asenergias dos seus participantes, emprol da evolução para a DemocraciaParticipativa e Directa em Portugal.Com esta fusão, em que a AliançaGlobal será incorporada na PDP -Plataforma Democrática do Povo,damos um passo fundamental nacriação de uma alternativa políticaverdadeiramente democrática paraPortugal, na qual os cidadãosassumirão o papel central. A PDP -Plataforma Democrática do Povopassa, com esta fusão, a ser o maiorprojecto de criação de um PartidoPolítico de DemocraciaParticipativa e Directa em Portugal,reflectindo a tendência encontradaem toda a Europa do surgimento departidos políticos, abertos àparticipação dos cidadãos comuns.

Democracia Directa: Forma deorganização na qual todos oscidadãos podem participardirectamente no processo detomada de decisões. O termo"democracia directa" também éusado para descrever sistemasmistos de democracia directa eindirecta, cuja coexistência édenominada por "democraciasemidirecta". Nestes sistemas, alémda existência de representanteseleitos que tomam a maior partedas decisões em nome doscidadãos, estes também têm aoportunidade de influenciá-las,através de iniciativas populares,plebiscitos e referendos(ractificação de decisões derepresentantes), como sucede naSuíça. Noutra vertente, umademocracia é conceituada dedirecta quando todo o poder emanado povo que o exerce, directamentecom uma delegação condicionada arepresentantes (na suposição deque estes cumprirão os seusprogramas pré-eleitorais pactuadoscom o cidadão, podendo o nãocumprimento resultar na revogaçãode mandato) ou directamente semdelegação condicionada.

Democracia Participativa:Sistema que permite a existência deefectivos mecanismos de controloda sociedade civil sobre aadministração pública, não sereduzindo o papel democráticoapenas ao voto, mas tambémestendendo a democracia para aesfera social. A democraciaparticipativa é considerada ummodelo ou ideal de justificação doexercício do poder político, pautadono debate público entre cidadãoslivres e em condições iguais departicipação. Advoga que alegitimidade das decisões políticas

advém de processos de discussãoque, orientados pelos princípios dainclusão, do pluralismo, daigualdade participativa, daautonomia e da justiça social,conferem um reordenamento nalógica de poder político tradicional.Trata-se de um conceitofundamentalmente ancorado naideia de que a legitimidade dasdecisões e acções políticas deriva dadeliberação pública dacolectividade de cidadãos livres eiguais.

A nossa proposta: queremosconstituir uma alternativademocrática para mobilizar aconfiança dos portugueses porqueacreditamos na sua capacidade decriar um presente melhor, maishumano, e na sua vontade depreparar um futuro mais digno euma sociedade mais justa. Por issoapresentamos uma proposta quecontempla os ideais da DemocraciaParticipativa e Directa. Tomamosesta atitude porque a nossa Pátriacarece de uma mudança profunda eurgente. Chegou a hora de Portugalconhecer uma nova prática política,baseada na ética, na honestidade,na competência, na dignidade, naresponsabilidade, na transparência

de processos e no sacrifício dosinteresses partidários ao interessenacional e à vontade do povoportuguês. Para conhecer melhor avisão de Democracia Participativa eDirecta da PDP para Portugal,podem consultar:http://www.pdpdemocracia.net ouhttp://www.facebook.com/DemocraciaPDPAliança [email protected]

CampanhaPartilhar é urgentenas escolascatólicas e daCáritasNo passado dia 5, as escolascatólicas de Leiria (Escola deFormação Social Rural, Colégio deNossa Senhora de Fátima e ColégioConciliar de Maria Imaculada),numa acção concertada com aCáritas Portuguesa, recolheramgéneros alimentícios em três

superfícies comerciais da cidade,para posteriormente serementregues ao Centro deAcolhimento de Leiria (CAL). Ajornada de solidariedade teveenorme sucesso: envolveu paracima de 300 pessoas dasrespectivas comunidadeseducativas, maioritariamentealunos, e recolheu perto de cincotoneladas de alimentos (maisconcretamente 4867 Kg),especialmente arroz, massa,cereais, leite, azeite, óleo econservas. A adesão à campanha dacomunidade leiriense foi, pois,excelente, denotando grandeespírito de solidariedade. No dia 14,representantes das mesmas escolascatólicas fizeram a primeira entregade produtos ao CAL (tem que serpor fases, pois as instalações sãoexíguas). A anteceder esta acção“externa”, as escolas católicaslançaram campanhas internas,junto dos pais e funcionários, pararecolherem donativos do mesmogénero. Desta forma, recolheu-secerca de uma tonelada de produtosque estão a ser distribuídos, emprimeiro lugar, por famíliascarenciadas das respectivascomunidades educativas. De entre

os objectivos desta acção, destaca-se a sensibilização dascomunidades educativas e daspopulações locais para os valorescristãos, através da partilha fraternade bens, num momento de gravecrise nacional. Esta campanha foiuma co-organização da FundaçãoSecretariado Nacional da EducaçãoCristã e da Associação Portuguesade Escolas Católicas, com acolaboração da Cáritas Portuguesa,e inseriu-se no leque de actividadesda Semana Nacional da EducaçãoCristã.Pelo grupo de EC,Jorge [email protected]

Impacto do IVAno emprego:catástrofe ou salvaçãoA direcção da AHRESP (Associaçãoda Hotelaria, Restauração eSimilares de Portugal) analisou osresultados do recente inquérito aoemprego que efectuou junto dosseus associados, entre os dias 15 a30 de Setembro. Manter o IVA nataxa máxima de 23% nos serviçosde alimentação e bebidas leva55,9% das empresas a ponderaremo encerramento dos seusestabelecimentos no próximo ano.Das restantes 44,1% de empresasque ponderam manter a suaactividade, 35,8% admitemreduzir os postos de trabalho. Asconclusões são alarmantes, já queo sector que representamos foicategórico sobre as decisões quepoderão vir a ser tomadas noOrçamento de Estado para 2014.Assim: se o IVA for reposto na taxaintermédia de 13%, metade dasempresas admite aumentar osseus níveis de emprego em 2014, àsemelhança da Irlanda que, apóster diminuído o IVA para a taxareduzida, criou 9 mil postos detrabalho. Vivemos num contextode forte contracção do mercado,facto aliás reconhecido pelo Grupode Trabalho Interministerial, apósanalisar os efeitos do IVA no nossosector, ao mencionarinequivocamente que o impostodeveria ser reposto na taxa de 13%,fomentando desta forma a criaçãode emprego, como preconiza adirectiva comunitária 47/2009. Adecisão está nas mãos doprimeiro--ministro, que com certeza saberáponderar e decidir a favor dacompetitividade esustentabilidade da nossa ofertaturística, bem como darecuperação das nossas empresase dos seus postos de trabalho, ouseja da retoma do crescimento danossa economia.Cristina PiresDepartamento de Marketing eComunicação da AHRESP, [email protected]

DR

Assembleia Diocesana de Leiria-Fátima

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 19

Opinião

Vivem-se tempos difíceis. Há, nos dias de hoje,uma estranha tendência para fecharmos osolhos - bem como a boca e os ouvidos - aassuntos de crucial importância na nossa vida

individual e colectiva. Um deles é a diluição humana egeográfica da democracia representativa (queretomaremos a todo o momento). Outro é a cristalizaçãodo rock. O que é o rock? Que papel tem nas nossas vidas?Será este tipo de música um mero (des)estabilizador dehumor? (o facto de esta pergunta poder parecer normalou mesmo pertinente é em si mesmo um sintomaalarmante). Será este género de música ecorrespondente experiência neuroquímica aconselhávela menores de 16 anos? E de 6? E a maiores de 66? Qual asua origem, qual a sua razão de ser? Ainda não há muitotempo, a ideia de que o nosso avô ou a nossa avópudesse ser artista de rock era risível e desdenhadacomo absurda ou grotesca. Hoje em dia seriaperfeitamente normal. O que é que mudou tanto em tãopouco tempo? E que mundo era este em que o discomais vendido no novo império britânico foi, anos a fio,uma «trip» de rock psicadélico-sinfónico chamadaTubular Bells? O que é que nos ficou desse tempo?Poderemos dormir descansados depois de ouvirmos oprimeiro-ministro conservador do Reino Unido afirmarque o disco da vida dele é o Dark Side of the Moon? Nãoserá caso para pensar qual terá sido o disco da vida deGeorge W. Bush? Porque é que não se fala mais nisto? Oque é feito dos indefectíveis detractores da músicaquadrada? (Seria uma mera questão de se limar asarestas?) O que é que realmente ficou da Revolução dosCostumes? A memória, o eco, ou apenas o ruído? Há

coisas intrigantes na história do rock. Ou, pelo menos,difíceis de explicar sem recorrer ao rolo compressor dosenso comum. As grandes realizações neste géneromusical resistem à análise académica e à musicologia.Como se explica que no mundo pós-revolução doscostumes, em que a música se confunde cada vez maiscom o ruído - aleatório, industrial, esquizóide, cósmicoou outro - as formas de expressão musical que abriramcaminho à proliferação anárquica do som não sejamobjecto de maior estudo e reflexão? É como se o rockestivesse eternamente condenado à menoridade a que a«reacção» - zona de recalcamento socialmente induzido- o pretendeu reduzir. Como se os «magos da guitarra»continuassem a ser semideuses, perigosos alquimistas,fiéis à sua promessa de jamais envelhecer. Como se asquestões éticas que o rock suscitou só pudessem seraferidas através dos seus sucedâneos (pop, punk, funk,tecno, world music, etc.). É como se o rock, uma vezregistado e abusivamente reembalado, deixasse de ser,em essência, aquilo que é: matéria da vida. O milagre dorock está no seu poder de reconversão das debilidadesem virtudes, da negatividade em energia regeneradora.Milagre?! Que mais se pode dizer quando quatro oucinco jovens duros de ouvir se sentam aos comandos deum disco-voador (cordas, teclas, sopros, bateria) epartem em busca das zonas mais recônditas da mentehumana para emergirem dessa aventura comoconquistadores do mundo? Esta é uma matérialargamente inexplorada e surpreendentemente fecunda.E se Leiria é mesmo uma cidade de músicos, então, istosão problemas que "saltam aos ouvidos".Tradutor

Nas eleições autárquicas,realizadas no passado dia29 de Setembro, não houvevencedores! Ressalvo casos

como Lisboa, Porto e Braga a nívelnacional, em que foi bem notória aconvicção generalizada daspopulações em fazer elegerdeterminado projecto/candidato,tendo estes vencido, por isso, comvotações retumbantes. Com osníveis de abstenção a aproximarem-se perigosamente dos 50%, aduplicação dos votos brancos enulos e com o aparecimento demovimentos independentescompostos, na maior parte dasvezes, por dissidentes partidários, éevidente que a crise queatravessamos não afectou apenas anossa economia e as finançasnacionais mas afectou também acredibilidade da nossa Democracia. Entrámos num ciclo vicioso emque, num diálogo mudo, as pessoascriticam a falta de opções e aidoneidade e as motivações dequem ingressa na vida política, e ospolíticos, por outro lado, invocam odesinteresse generalizado de quemsó sabe criticar e nem se digna aexercer um direito elementar masfundamental numa Democraciamadura e sã: o direito de voto. Não me parece que a saída para esteimpasse em que mergulhámosenquanto sociedade, em queaqueles que elegemos deixaram deser para muitos aqueles que osrepresentam, seja ficar alheado doproblema ou ignorá-lo. Éfundamental iniciar um debatesobre a reforma do sistema políticoe do sistema eleitoral. O votoobrigatório no Brasil é uminstrumento que tem evitado quehaja abstenções como as que se têmregistado em Portugal. Seja branco,nulo, ou em que partido for, asociedade é convocada a votar e afazer uma opção. Mas não basta!Tem que se alterar a forma deeleição dos que nos representam:no processo de escolha interna dospartidos, deve ser seriamenteponderada a adopção de umsistema de primárias, em que sereduz o risco das escolhas dasmáquinas partidárias seremcompletamente contrárias àsexpectativas das pessoas. A pardisto, a solução dos círculosuninominais numa lógica mitigada,como existe na Alemanha,permitiria que houvesse umagenuína identificação entre quemelege e quem é eleito. É certo que estas ideias suscitammuitas questões mas, seja oproblema da terra ou de quem asalga, como estamos não podemosficar!Jurista/Presidente da JSDRegional de Leiria

Pedro SerrasPereira

MargaridaBalseiroLopes

Música em Leiria

É o sal que não salga ou a terra que não sedeixa salgar?

As recentes eleições autárquicas constituíramum momento de mudança histórica no Paíse na região e Leiria assistindo-se aonascimento das "uniões das freguesias". As

freguesias nasceram nos tempos de expansão doCristianismo por todo o Ocidente,institucionalizando-se, sobretudo na plenitude dostempos medievais, como circunscrições religiosasque congregavam em torno de uma igreja matriz osfiéis nascidos dentro dos respectivos limites ou quea ela permaneciam ligados por direito de sangue eavoenga.

As reformas liberais oitocentistas, em Portugal,implementaram uma nova nomenclaturaadministrativa e política, a das juntas paroquiais,assumindo estas uma vocação administrativa maiscivilista. Foi com a República que as freguesiasassumiram uma dimensão exclusivamente laica ecivil. Embora tirassem o seu nome das antigasfreguesias religiosas, as novas células autárquicasdistinguiram-se delas pela diferença dos limitesterritoriais e pela assunção de novasresponsabilidades na gestão do quotidiano daspopulações.

Durante séculos, as freguesias religiosasgarantiram a defesa da identidade das respectivascomunidades. Nas suas igrejas matrizes sebaptizavam, casavam e sepultavam os naturais. Opatrimónio histórico, artístico e cultual produzido eacumulado nessas antigas freguesias constitui,hoje, um veemente legado, expresso emmonumentos maiores ou em unidades maishumildes em aparato, materiais ou imateriais, mastodas significantes, das gerações de antanho àshodiernas. Algumas freguesias do antigo termo de

SaulGomes

Eleições autárquicas: momento de mudança histórica

Leiria contam mais de oito séculos de história. Entreelas citamos as antiquíssimas paróquias de S. Miguelde Colmeias, S. Salvador do Souto (da Carpalhosa),Santa Maria de Vermoil, S. Simão de Litém e S. Joãode Espite. A cidade de Leiria tinha, em 1211, cincofreguesias dedicadas a Santa Maria, S. Pedro, S.Tiago, S. Martinho e Santo Estêvão. Pombal,Ourém,Batalha, Porto de Mós e as antigas vilas docouto medieval de Alcobaça conheceram idênticopercurso.

Nos últimos anos, várias freguesias leiriensescomemoraram a sua história valorizando o seupatrimónio e afirmando a sua identidade enquantocomunidades que, possuindo um passado e porqueo possuem, se sentem com direito a um futuro emque se mantenham as legítimas das mais-valiassociais e políticas de que são detentoras. Algumasoptaram por programas comemorativos festivos,outras, sem recusarem a festividade, investiramtambém na escrita e publicação de monografiashistóricas que elucidam, de forma permanente, aidentidade de cada um desses lugares. Entre aspublicações mais recentes, e apenas a essas nosreferimos, deveremos mencionar, pela suadimensão maior, a das freguesias dos Parceiros e doSouto da Carpalhosa, para além de outras ediçõesrelativas a freguesias como Leiria, Batalha, Pombal,Ansião ou Porto de Mós. Obras que honram as terrasa que respeitam e constituem um justo motivo deorgulho e de motivação, bem necessários, aliás, naactualidade, para os seus naturais e para todosquantos se identificam com o chão identitário que éa terra leiriense.

Historiador

20 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Economia

Descida do imposto sobre os lucros é bem-vinda mas sabe a poucoIRC A redução da taxa em dois pontos percentuais já em 2014 é apreciada pelos empresários ouvidospelo JORNAL DE LEIRIA, que duvidam, contudo, que a medida tenha impactos imediatos na economia

Redução da taxa de IRC não é suficiente para surgimento de novos empregos, alertam empresários

RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

Raquel de Sousa [email protected]

� A descida da taxa do Imposto sobreo Rendimento das Pessoas Colectivasde 25 para 23%, já em 2014, previstano Orçamento do Estado e anuncia-da segunda-feira pelo Governo, éconsiderada um sinal positivo pelosempresários ouvidos, que entendem,no entanto, que sabe a pouco e quenão terá impactos imediatos no in-vestimento e na criação de emprego.

O Governo anunciou ainda a pos-sibilidade de deduzir à colecta até 10%do lucro reinvestido e a criação de umregime simplificado opcional paraempresas com facturação até 200mil euros e empresários em nome in-dividual. O secretário de Estado dosAssuntos Fiscais estima que possamser abrangidas mais de 300 mil em-presas, “74% do tecido empresarialportuguês”.

Até 2016, é objectivo do Governoque a taxa de IRC se situe entre os 17e os 19%, para tornar Portugal maiscompetitivo na atracção de investi-mento directo estrangeiro, revelou ogovernante. Nem todos os empresá-rios ouvidos acreditam que tal sejapossível. Ana Maria Pacheco lembraque há países com taxas muito maisbaixas, como a Irlanda, onde é de12,5%. “Não vai ter o efeito desejado.Para atrair investimento não se podepensar pequenino”, comenta CarlosCrespo.

Quanto à descida de 2% na taxa deIRC, a empresária de Caldas da Rainhadiz que “é bem-vinda”, mas frisa queseria mais importante mexer em as-pectos que estimulem a actividadeempresarial. “Falta sobretudo har-monização fiscal a nível europeu”, en-tende.

Carlos Crespo considera que “aju-dar as empresas, que estão a morrer,traz sempre algum benefício”, masnão acredita que passe a haver maisinvestimento devido à descida dataxa de IRC em dois pontos. “Para in-vestir é preciso dinheiro ou financia-mento e não os há”.

Também Tomé Lopes diz que “nãoé com esta descida que se vai relançara economia”. Reconhece, contudo,que se trata de um “bom sinal” e es-pera que a taxa continue a descer. Oempresário de Pombal vê ainda combons olhos a possibilidade de dedu-zir à colecta até 10% do lucro rein-vestido, mas entende que o Governopoderia ter sido “mais ambicioso”,quer neste valor quer na própria des-cida da taxa.

Luís Couto considera igualmenteque esta dedução pode levar as em-presas a investir, mas frisa que conti-nua a haver uma série de constrangi-mentos que “não propiciam o inves-timento”. Diz que “a economia pre-cisa de ser estimulada” e vê a desci-da do IRC como um “pequeno passo”nesse sentido. Defende que há outrosaspectos “muito importantes” a re-solver, apontando como exemplo asimplificação de alguns processos e ofim da “perseguição” de alguns or-ganismos, que primam pelo “exces-so de zelo”.

Uziel Carvalho lembra que sãocada vez menos as pequenas e médiasempresas da área agrícola a ter lucros.Por isso, a descida da taxa “terá inte-resse sobretudo para empresas gran-des”. Para as outras, “não traz gran-des mais-valias, nem vai promover oemprego ou o investimento”. Tam-bém o empresário de Leiria fala na ne-cessidade de eliminar barreiras econstrangimentos à actividade em-presarial, nomeadamente na área la-

boral o que, acredita, seria muitomais eficaz na criação de emprego doque a descida da taxa do IRC.

“Uma medida deste género é sem-pre bem-vinda, mas não irá levar aque haja mais investimento. Não é su-ficiente face às dificuldades actuais”,diz Carla Moreira sobre a redução doIRC. Quanto à possibilidade de de-duzir 10% do lucro reinvestido, aempresária de Alcobaça também aconsidera bem-vinda, mas pensaigualmente que “não irá fomentardrasticamente o investimento”.“Compreendo que seja o que se pos-sa dar, mas na perspectiva empresa-rial é muito pouco”.

Humberto Gameiro entende que adescida “é importante” para incenti-var os investimentos. “Nos últimosanos sofremos fortes ataques, as em-presas estão desmoralizadas e tudo oque as ajude é bem-vindo”, diz oempresário de Leiria, que fala aindana importância de mexer noutrosaspectos que penalizam a competiti-vidade das empresas, como preço

da energia. Sobre a dedução de 10%dos lucros reinvestidos, entende que“é pouco”, mas vê-a como um “sinalde que quem está à frente dos nossosdestinos tem vindo a ouvir os em-presários”.

“Qualquer descida é muitobem-vinda, mas ajuda apenas asobreviver”, comenta DomingosNeves, para quem os valores anun-ciados “sabem a pouco”, embora re-conheça que possa não haver margempara mais.

Para José Orfão, não será a descidade dois pontos que irá alterar o cená-rio actual, “tendo em conta as dificul-dades das empresas”, mas “vale pelaindicação de boa vontade que dá”. Fá-tima Neves partilha a mesma opi-nião. “Sabe a pouco, como é óbvio”.

Actualmente, à taxa de 25%soma-se a derrama estadual (3% a5%) e a municipal (até 1,5%), oque eleva a taxa nominal para31,5%. De acordo com o Público, es-tas derramas poderão ser anuladasem 2018.

70milhões de euros é o valorestimado para a quebra nareceita devido à descida de 2%na taxa de IRC. O Governoentende que será“significativamentecompensada” pelos efeitospositivos da medida naeconomia

300mil empresas, 74% do tecidoempresarial, poderão beneficiardo regime simplificado

Os números

EconomiaJornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 21

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LICI

DA

DE

Investidores continuam a apostar em lojas de proximidade

RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

Espaço na Heróis de Angola inaugurado hoje

Parsuper abre cinco novas lojas Ulmar até meados do mês de NovembroRaquel de Sousa [email protected]

� Por ser um espaço emblemáticoe ter um “significado especial”para os sócios da Parsuper, antigosquadros dos ex-Supermercados Ul-mar, aquela empresa vai abrir umaloja na Avenida Heróis de Angola,em Leiria. Com inauguração pre-vista para hoje, vai empregar 18pessoas. O facto de se tratar deuma zona que “ainda é das maismovimentadas” da cidade tam-bém contribuiu para a escolha dolocal daquela que é a sexta loja Ul-mar, insígnia que a Parsuper re-lançou em Agosto deste ano.

A empresa já tem a funcionarduas lojas em Leiria, uma em Pom-bal, uma em Mira d'Aire e outra emOurém. Além da Heróis de Angola,prepara-se para abrir, até meadosde Novembro, espaços em Alcoba-ça, Fátima, Vieira de Leiria e Gân-dara dos Olivais, também no anti-go espaço do Ulmar. Ao todo, nasdez lojas que prevê ter a funcionaraté ao fim do ano, a empresa con-ta empregar 170 pessoas, revelaCarlos Mendes, um dos sócios.

O projecto da Parsuper pressupõea criação de uma cadeia de lojas deproximidade, “de cariz marcada-mente regional” e assente nummodelo de negócio que “privilegieum serviço personalizado ao clien-te e um estreito relacionamentocom os produtores locais”. Aquan-

� “O consumo de gin em Portugaltem aumentado exponencial-mente nos anos mais recentes,sobretudo em alguns centros ur-banos de grande e média expres-são, como são os casos de Leiria edo Porto”, aponta Nuno Pires, di-rector da Essência do Vinho. Esteé um dos motivos que levam estaempresa a promover nestas cida-des o Gin Tasting, evento quepretende dar a conhecer o mundodo gina profissionais e consumi-dores. Em Leiria a iniciativa estámarcada para o próximo sábado,entre as 15 e as 24 horas, no Mer-cado Sant'Ana. No mesmo espaçoestarão reunidas mais de 50 “mar-cas emblemáticas” de gin, a que sejuntará uma “criteriosa selecçãode águas tónicas”. A organização

do do arranque do projecto, ospromotores explicaram que este“será certamente impulsionadorde pequenos produtores e forne-cedores regionais, que conseguirãoassim um forte aliado na distri-buição dos seus produtos”.

Entre os motivos que levaram oscinco ex-quadros do Ulmar a avan-çar com o projecto está o facto deo encerramento da cadeia que ex-

plorava aquela marca ter deixadouma “lacuna” no mercado regionalno que se refere à oferta “mais di-ferenciada” de produtos frescos eregionais. Por outro lado, consta-taram que se tem verificado umdesvio das compras diárias e deconveniência das grandes superfí-cies para espaços de média di-mensão, o que se apresenta comouma oportunidade de negócio.

Evento reúne 50 marcas, sábado, em Leiria

Leiria entre os centros urbanoscom maior consumo de gin

� Com um mercado interno pe-queno e paralisado, no sector daconstrução civil e das obras públi-cas, é tempo de apostar na expor-tação com produtos alternativos,adianta Mário Reis, gerente daConmarfel-Modular, que se pre-para para reforçar a sua actuaçãono mercado externo.

A empresa da Batalha encetourecentemente negócios com a Fran-ça, para onde tem exportado caixi-lharia e outros produtos de alumí-nio. Em breve, a Conmarfel preten-de arrancar com um novo projectode exportação, orçado em 1,1 mi-lhões de euros, que tem em vista apenetração da empresa no Brasil,em Angola e em Moçambique.

O investimento deverá permitirduplicar o número de colaborado-

res da empresa – mais engenheiros,arquitectos, contabilistas e operá-rios -, apostar na sua qualificação econstruir uma unidade produtivano Brasil. O objectivo, explica Má-rio Reis, é construir naquele paíscerca de 600 casas modulares ealargar depois a construção de pré-fabricados a Angola e a Moçambi-que. “São habitações económicas,que custam um terço do preço dascasas convencionais, mas que ofe-recem conforto superior ao de ou-tros imóveis, razão pela qual pode-rão interessar especialmente aospaíses em desenvolvimento”, acre-dita o empresário.

Fundada em 2005, a empresaemprega 15 pessoas e regista umvolume de negócios na ordem dos1,2 milhões de euros. DFS

Brasil na mira da empresa da Batalha

Conmarfel aposta naexportação de casas modulares

destaca o lançamento do primei-ro gin biológico nacional e a reali-zação de uma destilação ao vivo.Várias marcas de gin vão aprovei-tar o evento para apresentações deprodutos e haverá ainda work-shops e actuação de DJ.

500mil euros é o montante doinvestimento para a fase dearranque do projecto da Parsuper

O número

22 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Economia

Empresa de Leiria

DigideltaSoftware venceconcurso públicoem Marrocos

� A Digidelta Software, de Leiria,venceu um concurso público inter-nacional lançado pelo governo deMarrocos para o fornecimento doSistema Nacional de Identificação eTraçabilidade Animal (SNIT), no va-lor de aproximadamente 1,6 mi-lhões de euros. “O concurso foi am-plamente disputado por algumasdas mais reputadas empresas inter-nacionais que operam no sector daagro-pecuária, mas a oferta da Digi-delta Software apresentou mais-va-lias que nenhum dos concorrentesconseguiu superar”, aponta em co-municado. Trata-se de um projectoa implementar nos próximos oitomeses que inclui, além do sistema deinformação, o fornecimento de brin-cos electrónicos com tecnologiaRFID para aplicar nos animais e umnúmero significativo de leitoresRFID portáteis para utilização nocampo por parte das equipas vete-rinárias. O SNIT é um sistema se-melhante ao PISA (Programa Infor-mático de Saúde Animal), adoptadopelo Estado português para a gestãoda saúde animal em todo o territó-rio nacional desde 1990.

Empresa alarga actuação na área dos equipamentos

Ascendum compra operação da Volvo em nove países europeusRaquel de Sousa [email protected]

� A Ascendum comprou recente-mente à Volvo CE a operação emnove países da Europa Central, re-forçando assim a sua aposta na in-ternacionalização. O negócio, queascende a 55 milhões de euros,abrange a Áustria, República Che-ca, Eslováquia, Hungria, Roménia,Croácia, Eslovénia, Bósnia-Herze-govina e Moldávia, informa no seusite a empresa, que desde a sua fun-dação, então como Auto-Sueco(Coimbra), mantém fortes ligaçõesa Leiria, onde aliás tem instala-ções.

Ricardo Mieiro, presidente doconselho de administração, expli-ca que este negócio permite à As-cendum “consolidar a sua interna-cionalização e a sua presença glo-bal”. Ao Expresso, o empresárioadmite que estes novos mercadosna Europa deverão valer 200 mi-lhões de euros em 2018.

Jacinto Silva [email protected]

� Descrever o Jaguar F-Type S V63.0 S/C como “potente, sensual evivo” não chega para caracterizareste verdadeiro felino sobre rodasque a Ascendum Veículos, gentil-mente, colocou à disposição doJORNAL DE LEIRIA para um ensaiodinâmico.

Este é um carro egoísta. Há quedizê-lo. Tudo no cockpit – é um ter-mo melhor para descrever os doislugares do que “habitáculo”, poiseste Jaguar recorda mais um aviãoque um carro - foi pensado emfunção do condutor. A distribuiçãodos instrumentos e o auto-rádio es-tão voltados para quem segura ovolante e até existe uma pequenaseparação física entre o “piloto” equem está – confortavelmente –sentado no lugar do pendura.

Com uma estética magnífica porfora e por dentro, o cabrio testadovinha recheado com uma série deextras dos quais destacamos a co-bertura interna da capota em ke-vlar, que não apenas reduz o ruídodentro do cockpit, como funcionapara consolidar a segurança dosocupantes. São 400 euros que va-lem o investimento. Destacamosainda a caixa de ressonância que,

Com a aquisição desta opera-ção europeia, o grupo passa a estarpresente em 14 países, na Europae América. Foi em 1999 que deixoude estar “confinado” às fronteirasportuguesas, tendo assumido aoperação da Volvo CE em Espanha.Em 2005 a marca desafiou a As-cendum a ficar com o negócio emvários Estados da América do Nor-te. “Cinco anos depois a história re-petiu-se, dessa vez na Turquia”,conta Ricardo Mieiro.

E em 2012 “o desafio foi aindamaior: recomeçar do zero no México,um país onde outros dealers tinhamtentado e não tinham conseguido tersucesso”. Já este ano, a Ascendum en-trou em mais um estado americano(Dakota do Norte), a que se segue ago-ra a europa central. “A Volvo CE temvindo a reforçar o seu voto de con-fiança em nós e temos sabido res-ponder com gestão ágil, serviços deexcelência, capacidade de respondere de acompanhar o cliente”, afirma ogestor.

Somos um dos maiores, senãomesmo o maior distribuidor daVolvo CE a nível global. Só no úl-timo ano e meio investimos maisde 80 milhões de euros para con-seguirmos dimensão, o que re-forçou em muito a massa críticado grupo Ascendum”, explica oempresário num vídeo disponívelno site do grupo. “Hoje estamosem melhores condições para po-tenciar as sinergias que nos aju-darão a consolidar a operação emtodos estes mercados e continuara crescer”. A ambição é chegar a2018 com o dobro da facturação de2012, ou seja, passar de 500 mi-lhões de euros para mil milhões deeuros.

Ao Expresso, Ricardo Mieiro ad-mite que o objectivo de chegar aosmil milhões implica o desenvol-vimento do crescimento geográ-fico, “sendo provável que o grupoavance para o Brasil, com presen-ça nos Estados de Mato Grosso,Rio de Janeiro e São Paulo”.

F-Type S V6 3.0

Um Jaguar que voa baixinho

Este “felino” tem 340 cv de puro músculo

JACINTO SILVA DURO

embora puramente estética, pro-duz um efeito sonoro muito boni-to de sentir, para quem é amantede veículos puro-sangue. Basta pi-sar no acelerador e ficar maravi-lhado com o cantar do propulsorV6 de 3.0 l e 340 cv (sim, leu cor-rectamente, são 340 cv.) Se optarpor fazer o Jaguar “falar” maisbaixinho, ao atravessar uma zonaurbana, só precisa de carregar numbotão e o F-Type torna-se (quase)silencioso.

Em estrada, o carro revela-seextremamente dinâmico, respon-dendo ao mínimo toque no acele-rador. A caixa de velocidades au-tomática sequencial de oito velo-cidades funciona na perfeição, es-tando ajustada para dois tipos decondução, normal e desportiva,dependendo da vontade do “pilo-to”. É o carro ideal para voar bai-xinho. O preço começa nos 96 mileuros (valor do veículo ensaiado éde 128.321 euros).

1000milhões de euros é quanto ogrupo deverá facturar em 2018.O ano passado factutou 500milhões de euros

1350é o número de colaboradores daAscendum a nível global. Acompra do negócio na Europacentral implica a integração de280 pessoas

Os números

Ansião Seminárioincentiva atitudesinovadoras nas PME

A associação empresarial de Ansiãorecebe hoje, a partir das 19 horas, oseminário de negócios Crise? Qualcrise?, que visa “estimular as PMEpara uma atitude construtiva einovadora”. “Numa altura em que aconjuntura económica fragiliza aspolíticas em que assenta asociedade actual, muitas são asempresas que não conseguiramultrapassar os desafios impostos eoutras que ainda lutam porsobreviver”, lembra a organização.

Marinha InauguradaCafetaria d'Arte na Casa da Cultura

Foi inaugurada sábado a cafetariada Casa da Cultura e do Museu doVidro da Marinha Grande, umprojecto desenvolvido por JoãoGranja e Frederico Costa. Chama-seCafetaria d'Arte, funciona desegunda-feira a domingo, emhorário alargado, proporcionandoserviços de pastelaria e refeiçõesrápidas durante o dia,transformando-se à noite emlounge café. O investimento de 20mil euros gerou dois empregos.

Peniche Eventodebate importânciados portos e das lotas

Os portos do Oeste – um mundo deoportunidades é o tema de umseminário que se realiza no dia24 deste mês, a partir das 14:30horas, na Escola Superior deTurismo do Mar, em Peniche.Entre outros aspectos, estarãoem cima da mesa nesta iniciativada AIRO a importância dosportos no comérciointernacional, o plano nacionalmarítimo/portuário e a questãodas lotas.

Leiria Nerlei promovemissão empresarial a Marrocos

A Nerlei promove de 10 a 14 deNovembro uma missão empresariala Marrocos, para a qual já teminscrições abertas. Segundo aassociação, a economiamarroquina “é estável” e omercado apresenta oportunidadesde negócio na área dasinfraestruturas, incluindo a área deconstrução e materiais deconstrução, no sector agrícola e naindústria. “É um mercadoemergente que abre as suas portasaos negócios portugueses”.

EconomiaJornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 23

Projecto envolve fábricas de moldes, plásticos e vidros

Para sabercomo

anunciar nasecção de

classificadosdo Jornal deLeiria ligue

244 800400

Vejaanúncios

deempregona página

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RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

Turismo Industrial recebeu 1100 visitantes em seis meses

Miúdos e graúdos descobrem indústrias da Marinha GrandeDaniela Franco [email protected]

� Lançado há pouco mais de seismeses, o projecto Turismo Indus-trial levou cerca de 1100 pessoas aconhecer de perto a actividade devárias indústrias de vidro, moldese plásticos do concelho. Enquantoos visitantes, vindos de vários pon-tos do País, têm a oportunidade dever in loco como se fabricam os pro-dutos, as empresas aproveitampara divulgar o seu trabalho, umareceita que tem agradado a ambasas partes.

No âmbito deste projecto, a Gal-lo Vidro tem recebido visitas hete-rogéneas, desde grupos organiza-dos, de centenas de pessoas, até fa-mílias que, aproveitando a passa-gem pela cidade, decidem mostrara fábrica aos filhos, expõe Paulo Ma-teus, responsável pelos RecursosHumanos da unidade. Há muitoque a empresa se mostra a escolassuperiores e profissionais da re-

gião, procurando captar o interessedos jovens para a actividade. Nocaso do Turismo Industrial, o prin-cipal objectivo não é esse, emboraseja sempre uma oportunidade aconsiderar, nota Paulo Mateus.

O balanço do projecto tambémé positivo na Crisal, onde a políti-ca da empresa tem sido, desdesempre, de abertura à comunida-de. Ainda antes da criação destespercursos, já a fabricante de vidro

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de mesa abria as portas da unida-de a escolas, lares e outros visi-tantes interessados na produçãoautomatizada de vidro. No âmbi-to do Turismo Industrial o inte-resse manteve-se e “o saldo émuito positivo” com a visita de es-tudantes de ensino secundário,que agradecem a oportunidadede viver uma experiência nova e,para muitos, totalmente inespe-rada. Não fossem as apertadasregras de segurança impostas pelaprópria actividade, que implica vi-sitas de grupos relativamente pe-quenos, até 20 elementos, e seriaainda mais expressivo o númerode visitantes, explica a adminis-tração da Crisal, que nos últimostempos tem recebido solicitaçõespara visitas de números muitosuperiores.

Solicitada desde há muitos anospara receber visitas, a Normax temacolhido cinco a oito escolas porano, principalmente do ensino se-cundário e superior. Depois de in-

tegrar o Turismo Industrial conti-nuou a fazê-lo, até porque algunsalunos poderão ser futuros consu-midores da marca, reconhece Isa-bel Polido, responsável pela im-plementação deste projecto naNormax.

Também o Grupo Moldoeste setem dado a conhecer, para mostraraos turistas que o concelho nãotem só praias bonitas, mas tambémempresas exportadores, de tecno-logia avançada, que representambem o País, contrariando o dis-curso miserabilista de crise, ex-põe Ana Vieira, responsável pelacondução do projecto neste grupo.

Deste projecto fazem parte dezfábricas aderentes, o Museu do Vi-dro e o Centro Tecnológico da In-dústrias de Moldes, FerramentasEspeciais e Plásticos. A sua imple-mentação não teve custos para asempresas, nem custos directospara a autarquia, e todas as visitassão gratuitas, excepto em relaçãoao Museu do Vidro.

Concessionário Yamaha em Leiria

Speedcity apresentou MT-09

� O desafio feito, na sexta-feira ànoite, pela Speedcity, concessio-nário Yamaha, em Leiria, era o delevar todo e qualquer amante damarca e de veículos de duas rodasem geral, a descobrir o lado maisnegro e poderoso da tecnologiaMade in Japan. O pontapé de saídafoi a apresentação da nova MT09.Com um impressionante design,marcado pelo ar feroz de quemgosta de quilómetros e quilómetrosde asfalto, esta Yamaha conta comum chassis estreito de alumínio deconfiguração revolucionária e, aci-ma de tudo, de um motor excep-cional de apenas três cilindros,compacto e leve, de 850 cc, com84,6 kW (115CV) às 10 mil rotações.

Impressionante é também o pesototal do veículo: 188 quilos. Tudomedido, esta é uma moto despor-tiva de nova geração e um sérioaviso à concorrência. O preço é de7795 euros, na versão base. As co-res fazem variar o valor e são qua-tro: roxo, laranja, cinzento mate eazul.

Iniciativa em Caldas da Rainha e Leiria

Avon convida revendedores eclientes a conhecerem novidades

� A Avon está a promover a iniciati-va Open Days by Avon, com o ob-jectivo de apresentar a revendedo-res e clientes a novidades da marcade beleza. No distrito, estão previs-tas duas iniciativas: hoje, no HotelCristal, em Caldas da Rainha, e nodia 31, no Hotel Eurosol, em Leiria.Em ambos os casos, entre as 10 e as19 horas. Presente em Portugal há 30

anos, a marca assume-se como líderdo mercado, “com uma forte apos-ta na inovação, seguindo as princi-pais tendências na área da beleza”.A semana passa esteve em duas es-colas do IPLeiria (Peniche e Caldasda Rainha), com um roadshow quepretendeu dar a conhecer aos estu-dantes a possibilidade de se torna-rem revendedores.

24 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Economia

Este Manual de Instruções indica três dúzias deideias, defeitos, hábitos e manias políticas queajudaram a bloquear um país inteiro. Não é ummanual para encontrar culpados nem para fazercontas, mas serve para perceber como alguns acasose outras tantas teimosias nos levaram a um beco semsaída, do qual só podemos sair com um conjunto dealterações muito sérias, nos discursos e nas práticasde eleitores e eleitos.

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Leiria Candidaturaspara concurso deempreendedorismo

A Comunidade Intermunicipal doPinhal Litoral está a promover umconcurso regional deempreendedorismo cujascandidaturas estão abertas até aofinal deste mês. Destinada a jovenscom mais de 18 anos, pretendevalorizar o empreendedorismo debase local e potenciar oaparecimento de projectosinovadores, com viabilidadeeconómica e financeira e criadoresde postos de trabalho qualificados.

Figueiró dos VinhosWorkshop reveladicas para emprego

Como triunfar numa entrevista deemprego é o tema de um workshopque o CLDS - Gerações Activaspromove amanhã, a partir das 14horas, em Figueiró dos Vinhos.Serão abordados temas como apostura corporal ecomportamento, dicas para umaentrevista de sucesso, marketingpessoal e cuidados a ter com aaparência e vestuário (dress code).

Exportações Indústriatêxtil dá cartas no estrangeiro

A indústria têxtil e de vestuárioexportou, nos primeiros oito meses,quase 2.900 milhões de euros, cercade 2% mais do que em igualperíodo de 2012. A melhorperformance foi a do segmento dostêxteis-lar e de outros artigosconfeccionados, que exportou mais9%. As importações cresceram maisde 3% naquele período, mas abalança comercial registou umsaldo positivo superior a 780milhões de euros.

Estudo Houve PMEnacionais a subirsalários este ano

Nos últimos 12 meses, 10% daspequenas e médias empresas(PME) portuguesas contrataramcolaboradores e 6% conseguirammesmo aumentar salários, deacordo com um estudopromovido pela Companhia deSeguros Zurich junto deproprietários, presidentesexecutivos, directores-gerais efinanceiros e chefes deoperações de PME de 12 países.Aqueles números colocam asPME nacionais à frente das depaíses como a Irlanda, Itália eEspanha nos indicadores decontratações e ordenados. Mas ocampeão do aumento deordenados foi o Brasil (41%),seguido da Suíça (24%). Já nacontratação de novoscolaboradores, foi o Reino Unidoque liderou, com 22%. Otrabalho revela ainda que pararesponder ao momento actual18% das empresas portuguesasoptaram por dar resposta anovos nichos de mercado edesenvolver novos produtos e20% por reduzir preços enúmero de funcionários.

DR

Premiada a nível nacional na categoria Apoio àinternacionalização das empresas, a iniciativa PortugueseShoes-the sexiest industry in Europe vai representarPortugal nos Prémios Europeus de PromoçãoEmpresarial, competindo com o champanhe francês.Segundo o Expresso, são 800 os candidatos finalistas epara a escolha da indústria portuguesa de calçado nãoterá sido alheio o facto de estar a crescer todos os anos.Em Agosto as exportações “voltaram a acelerar”; desde o

início do ano o crescimento é de 6,5%, “sensivelmente odobro da economia portuguesa”, sustenta a associaçãoAPICCAPS. Nos primeiros oito meses Portugal exportoumais de 40 milhões de pares de calçado, no valor de 1220milhões de euros. A indústria de calçado exporta maisde 95% da sua produção e já marca presença em 132países. Para o período 2008/15 o sector recebeuincentivos comunitários de 35 milhões de euros para a internacionalização, avança o Expresso.

Calçado português contra champanhe francês

Iniciativa I-Day amanhã em LeiriaAs instalações da Nerlei, em Leiria, acolhemamanhã, a partir das 9 horas, a terceira edição do I-Day–1 Ideia, 1 Dia, 1 Futuro, evento de estímulo aoempreendedorismo, com o objectivo de incentivaros jovens a criarem empresas.

Economia OpiniãoJornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 25

Joseph-Clément Juglar foi um médico francês doséculo XIX que se destacou, sobretudo, naobservação estatística dos dados económicos.Juglar foi pioneiro no desenvolvimento da teoria

dos ciclos económicos e exerceu uma forte influêncianos trabalhos de Joseph Schumpeter.

A tese central de Juglar é a de que «a causa únicadas depressões é a prosperidade». Juglar estabeleceuuma relação estreita e directa entre a expensão docrédito e o crescimento económico seguido,consequentemente, de depressão. Os ciclos dosnegócios de Juglar oscilam entre os 7 e 11 anos.Segundo Schumpeter, esses ciclos não sãoproduzidos por acumulações irregulares deperturbações na economia, mas são, essencialmente,movimentos normais em que os agentes económicosvão à procura de novos equilíbrios: ora para cima,ora para baixo.

Nos últimos 20 anos, a estrutura da economiaportuguesa assemelhou-se aos fenómenos descritosoriginalmente por Juglar no século XIX. Na primeiradécada dos anos 90, o crédito a habitação subiu770%. Nos últimos vinte anos, o aumento foi de1870%. No período 1997-2011, o crédito ao consumosubiu 207%. Portanto, houve um boom do créditoestimulador da actividade económica em geral, e quelevou a um estado de especulação e de“prosperidade”. E um desses estados especulativosfoi o aumento médio dos salários acima docrescimento económico. Entre 1990 e 2000, o saláriomédio em Portugal subiu 6,1% e o PIB cresceu 3,4%.Entre 2001 e 2010, os salários cresceram 2,6% e aeconomia cresceu apenas 0,7% ao ano. E há aquiduas análises que devem ser feitas: a origem e acausa do ciclo de Juglar na economia portuguesa.

Empiricamente, e de acordo com Schumpeter, acausa dos booms são as inovações que ocorrem nossistemas industrial e comercial. No caso português, ainovação veio da entrada para a União Europeia em1986 e a abertura a novos mercados liberalizados do

crédito e da banca em geral. O que aconteceu emPortugal nos últimos vintes anos foi um processonormal de ajustamento para cima da actividadeeconómica estimulada pelo crédito. E aconsequência? A consequência, de igual modonormal, deveria ter sido um reajustamento parabaixo. Mas não aconteceu com o compasso maisapropriado. Durante vinte anos, os salárioscresceram duas vezes acima da economia. E em vezde haver um reajustamento natural, houve oagravamento de um novo desequilíbrio. Duranteduas décadas, ano após ano, a procura interna(consumo privado + consumo público +investimento) foi maior do que a produção interna.Ou seja: os salários inflacionados desde os anos 90puseram-nos a consumir mais do que produzimos e,por consequência directa, criou-se um desequilíbrionas contas externas do País com as importaçõesmaiores do que as exportações.

E por que isso foi permitido acontecer naeconomia portuguesa? Desde a saída de Cavaco Silvaem 1995, Portugal não tem tido estabilidade política.António Guterres saiu a meio do segundo mandato,Durão Barroso foi para Bruxelas, Santana Lopes sófez quatro meses e José Sócrates não exerceu osegundo mandato até ao fim. Essa oscilação da vidapolítica não foi capaz de produzir uma liderançagovernativa eficaz e responsável no processo dereequilíbrio estrutural da economia. Portugal padecede um descompromisso intergeracional da sua elitepolítica que se tem preocupado, essencialmente,com a agenda eleitoral. E, nos últimos vinte anos, asforças dinâmicas da economia portuguesa não foramcapazes de, por si só, encontrar mecanismos dereajustamento. E, nos dias que correm, há ainda algomais tenebroso: o próprio Estado a criar novos (eirreversíveis) desequilíbrios na economia e nasociedade.

Docente do IP Leiria

Uma empresa norte-americana parece desafiar aslógicas “científicas” degestão. Essa empresa é a

Amazon, uma loja que vende quasetudo, mas que também forneceserviços de rede, que vende tablets eebooks (Kindle) ou até mesmomúsicas e programas de televisão. AAmazon tem 97 mil empregados eum volume de negócios de $75 milmilhões. A empresa é liderada pelovisionário Jeff Bezos, conhecido pelasua quase rude tenacidade e pela suainteligência. A Amazon, que foidurante muitos anos conhecida comoa empresa que nunca daria lucro (osprimeiros lucros surgiram apenas em2001 e têm sido, no mínimo,erráticos), visa hoje não só competircom empresas como a Apple nosmercados da tecnologia de consumo,mas também com a IBM (em serviçoscloud) ou com a maior empresaretalhista do mundo, o Wal-Mart.Contudo, ela está longe de ser aempresa com mais vendas do mundo(Wal-Mart) ou a maior em termos decapitalização (Apple ou Exxon) eapresenta uma rentabilidade líquidade apenas 1%. Esta reduzida margemseria um sinal preocupante parainvestidores, se as ações da empresanão continuassem a cotar bem alto(nos $267). Algo não bate certo nestaequação. Os investidores antecipamque a Amazon “gere imensodinheiro” no futuro (cash flows), masas suas margens mostram umapaupérrima performance económica.Talvez os mercados sejam então,como todos apregoamos, irracionais.Contudo, por detrás da lógica daAmazon está uma vontade de crescersempre mais, em que os meioslibertos são reinvestidos paramelhorar infraestruturas e processos(não cedendo a pressões dosacionistas), onde programas decomputador comparam milhares depreços automaticamente naconcorrência para baixar os daAmazon, onde existe uma divisãointeira dedicada a testar as melhorespráticas da concorrência (dos prazosde entrega aos softwares), onde seacredita que é sempre possível fazeralgo melhor mas com menos custos,permitindo ao cliente final pagarmenos. Mas o vital para a análisedesta empresa é o objetivo último.Jeff Bezos quer atingir o 80, criandouma infraestrutura que lhe permitiráser omnipresente (hoje a Amazon fazentregas no mesmo dia e já vendeprodutos frescos), o que lhe permitiráuma dimensão colossal e, no fim decontas, ser a única grande empresaonline (aumentando então as suasmargens). Entre o 8 ou 80 cairá ofuturo, mas a lição da Amazon é a dapersistência no crescimento eprocura da melhoria contínua, quemuitas empresas e Estados nomundo deveriam ter como exemploa seguir.Membro do Conselho deAdministração da D. Dinis BusinessSchool e docente do IPLeiria

MárcioLopes

O Ciclo dos Negócios de Juglar e o Descompromisso Político

Do 8 ao 80

Volto a este tema… mas prometo falar deoutras temáticas que não oEmpreendedorismo…Vamos aos factos:

No âmbito do Festival de Teatro ACASO que temdecorrido em Leiria, fui ver o espetáculoEmpreendedoriza-te, do grupo Palmilha Dentada.Como o próprio grupo o define, é um espetáculoactual, que pretende descodificar o tema e ser umguia para “nos empreendedorizarmos”, mas no finalpretende ensinar-nos a viver mais felizes.

Agora os temas:Conversava há algum tempo atrás, com uma colega

de trabalho que veio do Norte estudar para Leiria epor cá ficou, falava-me ela da diversidade e qualidadedos espectáculos culturais que existem em Leiria,perante o meu encolher de ombros, insistiu na ideia efoi enumerando uma série de eventos a que tinha ido.Reflectindo no que ela me disse tive que reconhecerque tinha razão, e que muitas vezes, nós que cáestamos, não valorizamos, não aproveitamos, o quepor cá se vai fazendo. Sendo assim, um obrigado atodos os que lutam diariamente para que existamesses espectáculos e que por eles a nossa cidade setorna mais atractiva.

Sobre o teatro, onde o humor imperou, temo que oobjetivo de descodificar a temática do

AntónioPoças

Empreendedoriza-te!Empreendedorismo e ajudar o espectador a seempreendedorizar possa não ter sido conseguido,possivelmente pela complexidade do tema… masseguramente que foi um serão bem passado!

Tenho participado em alguns eventos no âmbito doprojeto Leiria, Região de Excelência. Este projectotem como parceiros a NERLEI, a ADLEI, a CIMPL e oIPL e procura “contribuir para a qualificação da regiãonos seus diferentes domínios: cívicos, culturais eeconómicos, assumindo-se a excelência como umaatitude”. Pretende “atrair pessoas e empresasqualificadas”. Pretende sobretudo “criar pontes, criaruma atitude positiva que contagie pessoas e as leve aparticipar ativamente na vida das organizações e navida social”.

Não será isto empreendedorizarmo-nos?...Revisitando “coisas” actuais e transformando-as emalgo renovado e atractivo? Leiria, Região deExcelência é em si uma utopia, é um objectivo nuncaalcançado, em que, o que importa é o caminho, e é ocaminho que cada um de nós possa fazer que iráfazer a diferença.

No final, a excelência da nossa região permitirá,como no final o teatro apresentou, e estou seguro quetodos ambicionamos: vivermos mais felizes.

Empresário

VítorHugo Ferreira

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P a r a s a b e r c o m o a n u n c i a r n a s e c ç ã o d e c l a s s i f i c a d o s d o J o r n a l d e L e i r i a l i g u e

2 4 4 8 0 0 4 0 0

CONVOCATÓRIAJornal de Leiria - Edição n.º 1527 - 17.10.2013

Nos termos do alínea b) do artº 29º dos estatutos, con-voco uma reunião ordinária da Assembleia Geral, a rea-lizar na sede da instituição no dia 31 de outubro de2013, pelas 20,00 horas, com a seguinte ordem de tra-balhos:

1. Informações;2. Apreciação e votação do Orçamento e Plano Anualpara 2014;3. Outros assuntos.De acordo com os estatutos, a Assembleia reunirá àhora marcada se estiverem presentes mais de metadedos associados com direito a voto ou uma hora depoiscom qualquer número de presentes.

O Presidente da Mesa da AssembleiaCarlos Manuel Magalhães de Carvalho

INQUÉRITO ADMINISTRATIVO

Raul Miguel de Castro, Presidente da Câmara Municipal do Concelho de Leiria, faz saber, nos termos dos

Artigos 223 a 225.º do Decreto - Lei n.º 59/99, de 02 de Março, que se procede pela Secção de Apoio Admi-

nistrativo às Empreitadas desta Câmara Municipal a Inquérito Administrativo relativo à empreitada de “

EN1.049.2008. EN1 KM117,580 E KM118,900 ILUMINAÇÃO PÚBLICA DAS ROTUNDAS SUL E NORTE DE

AZÓIA “, adjudicada à Firma CUNHA BASTOS, LDª. pelo que, durante os QUINZE DIAS que decorrem

desde a data da afixação e mais OITO que decorrem desde a data da segunda publicação deste édito, pode-

rão os interessados apresentar nesta Câmara Municipal, por escrito e devidamente fundamentadas e docu-

mentadas, quaisquer reclamações a que se julgam com direito por falta de pagamento de salários e mate-

riais, ou de indemnizações e, bem assim, o preço de quaisquer trabalhos que o empreiteiro haja manda-

do executar por terceiros.

Não serão consideradas as reclamações apresentadas fora do prazo acima estabelecido.

Para constar se publica o presente e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares públicos do cos-

tume.

Paços do Município de Leiria, 14 de outubro de 2013.

O Presidente da Câmara Municipal

Raul Castro

Jornal de Leiria - Edição 1527 - 17.10.2013

EDITAL N.º 128/2013

Largo da República, 2414-006 Leiria • N.I.P.C.: 505 181 266 • Telef.: 244 839 500 • N.º Verde: 800 202 791Sítio: www.cm-leiria.pt • email: [email protected]

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 29

Ficha TécnicaJORLIS, LDA.GerênciaMaria Alexandra Vieira, João NazárioDirecção EditorialMaria Alexandra Vieira, Arnaldo SapinhoOrlando CardosoDirectorJoão Nazário ([email protected])RedacçãoRaquel de Sousa Silva (coordenação)([email protected])Daniela Franco Sousa, Elisabete Cruz,Graça Menitra, Jacinto Silva Duro, MariaAnabela Silva, Miguel SampaioFotografiaRicardo Graça ([email protected]) CopydeskOrlando [email protected] permanentesJoaquim Paulo, Lurdes Trindade, Orlando Cardoso, Sara VieiraDirecção GráficaGabinete Técnico JorlisPaginação e ProduçãoIsil da Trindade (coordenação)([email protected])Rita Carlos ([email protected]) Serviços Administrativos/AssinantesCília Ribeiro ([email protected]) ([email protected]) TesourariaPatrícia Carvalho ([email protected]) Serviços ComerciaisMaria Nunes ([email protected])Rui Pereira ([email protected])Propriedade/EditorJorlis - Edições e Publicações, Lda.Capital Social: €600.000NIF 502010401Sócios com mais de 10%: Movicortes,Serviços e Gestão, Lda.José Ribeiro VieiraMoradaParque Movicortes 2404-006 Azoia - Leiria Email [email protected]: 244 800 400 Redacção: 244 800 405Fax: 244 800 401 Impressão GrafedisportDistribuição VASP Dia de publicação: Quinta-feiraPreço avulso: 1€Assinatura anual: 35€ (Portugal) 65€ (Europa) 93€ (outros países do mundo)Tiragem média por ediçãoMês de Julho: 15 000 exemplaresN.º de registo: 109980Depósito legal n.º 5628/84

O Jornal de Leiria está aberto à participação de todos os cidadãos de acordo com o ponto 5 do Estatuto Editorial

Nome | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | || | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Morada | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | || | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | CP | | | | | - | | | | Localidade | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | País | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Telefone | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Profissão | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Habilitações Literárias | | | | | | | | | | | | | | N.º Elementos agregado familiar | | | NIF | | | | | | | | | | Data de nascimento | | | - | | | - | | | | |

Junto envio cheque/vale postal n.º | | | | | | | | | | no valor de 35€ (Portugal), 65€ (Europa), 93€ (outros países do Mundo) emitido à ordem de Jorlis, Lda., para pagamento da minha assinatura anual do Jornal de Leiria (renovável anual-mente, salvo indicações em contrário). Para pagamento por transferência bancária para o NIB 003503930008317863056(anexar comprovativo). Para mais informações contactar pelo Tel. 244 800 400 - E-mail: [email protected]

Assinatura

Boletim de assinatura

Palavras cruzadas

Sudoku

Horizontais: 1 - Penugem. Causar fervor a. 2 - Traseira. Corcunda. Letra grega. 3 -Que denota apreço. 4 - Feminino de este. Ptialismo. 5 - Alvoroto popular. Nome doi em grego. 6 - Lantânio (s. q.). Acto ou efeito de ceifar. Em partes iguais. Distrito deMoçambique. 7 - Incólume. Dificultoso. 8 - Descrição dos produtos da natureza.Lírio. 9 - Começar. Antes de Cristo. Sólido geométrico formado por uma porção desuperfície cónica. 10 - Símb. químico do rádio. Árgon (s. q.). Angolense. Cento e um(rom.). 11 - Rogar. Fruto de cereais. Vara com choupa com que se picavam os touros,nas touradas antigas.

VERTICAIS: 1 - Que tem urcéolos. 2 - Selénio (s. q.). Dar o sabor de anis a. 3 - Frutoda ateira. Abrev. de decistere. 4 - Emparelhar. 5 - Rio da Suiça. Afligir-se. 6 - Pessoaque replica por tudo. 7 - Apelido de heroína francesa. Lançar ferro a. 8 - Descargaeléctrica entre dois corpos electrizados. Naquela. 9 - Camareira. Bom agasalho. 10- Ratazana. Relativo aos Árias. 11 - Série de feitos aventurosos ou heróicos. Símb.químico do laurêncio. 12 - Claro. Animal doméstico. 13 - Orifício ou abertura muitopequenos. 14 - Amerício (s. q.). Castigo. Título dos soberanos do Peru, antes dadominação espanhola. 15 - Que tem força. Seio.

Solução do problema anterior: HORIZONTAIS: 1- ECONOMIZADO. 2- ORNAR.TECOS. 3 - L. DINAR. ALG. 4 - OCUPARIA. OA. 5 - SELEM. AVO. S. 6 - GA. EU. IBO.7 - FOTON. OVI. G. 8 - ISOPTERO. AL. 9 - T. RIADE. BRO. 10 - ALIAR. ACTAS. 11-IMORALIDADE.

VERTICAIS: 1- EOLOS. FITAL. 2 - CR. CEGOS. LM. 3 - ONDULATORIO. 4 - NAIPE.OPIAR. 5 - ORNAMENTARA. 6 - M. AR. U. ED. L. 7 - ITRIA. OREAI. 8 - ZE. AVIVO.CD. 9 - ACA. OBITA. 10 - DOLO. O. ARAD. 11 - OSGAS. GLOSEJOÃO FILIPE

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30 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Desporto

Dropinanços, localismo ou rivalidadede querer as mesmas ondas para curtirConfusão A imagem da onda roubada por Joel Parkinson, campeão do Mundo de surf, a Barrela, umbodyboarder local, correu o planeta e deu a conhecer o lado negro dos desportos de ondas

Em Supertubos, Joel Parkinson dropinou Barrela, uma reputado bodyboarder local

DR

Miguel Sampaio

[email protected]

� O caso chamou a atenção da co-municação social porque esteveenvolvido um campeão do Mundo,mas a verdade é que problemas nasondas têm acontecido com cadavez maior frequência. Em Super-tubos, no final da semana passada,um bodyboarder local deu um ta-befe ao Campeão do Mundo desurf, Joel Parkinson, porque estelhe roubou uma onda, em maisum episódio de nada sã convivên-cia entre surfistas e bodyboarders.No entanto, neste caso, além da ri-validade entre duas modalidadesque disputam as mesmas ondaspara curtir, esteve em causa um ex-cesso de um visitante ocasionalno spot que é ocupado durantetodo o ano pelos locais. E o loca-lismo em Peniche correu o Mundo.

Paz, liberdade, partilha com a na-tureza. São estas as sensações quepor norma são associadas ao surf e aobodyboard, mas nem sempre assimé. Estas modalidades têm um ladonegro. Chama-se localismo e cor-responde à prática de um grupo desurfistas que tenta impor o domíniosobre as ondas a serem surfadasnum determinado espaço. Habi-tualmente, os locais acham-se comesse direito por serem nativos dapraia e não é de todo incomum aca-bar tudo à chapada. Acredita-se, noentanto, que o localismo, se pratica-do de forma saudável, até pode serbom para os desportos de ondas. Ospraticantes mais experientes coor-denam o surf no mar, mantendo a or-dem e evitando acidentes, orien-tando os iniciantes a exercitar emharmonia com o resto do crowd.

Peniche é, contudo, um dos sítiosdo País onde o localismo é mais pe-sado. Com a proliferação de surfcamps, escolas de surf, campeona-tos e afins, e com toda a famagranjeada pelas ondas das váriaspraias da península, é raro o mo-mento em que os locais podemestar na água sem ser no meio deuma imensa multidão. A maior es-trela de todas, Kelly Slater, admiteque este não é o ambiente que de-fende para o surf. “Tenho uma re-lação de amor/ódio com Peniche”,confessa. “Adoro as ondas, masestá sempre lotado. Há tantas es-colas de surf que, para ser hones-to, nem vou surfar fora da compe-tição, porque está sempre muitagente. A única hipótese é tentar es-

A disputa entre surfistas ebodyboarders já vem de longadata, mas tem vindo a seragravada nos últimos tempos. Osprimeiros apelidam derastejantes os segundos, queretribuem o cumprimentodenominando os rivais debicudos. Os episódios deconfronto sucedem-se. Umbodyboarder da praça revelouque os problemas ganham maiordimensão quando há muita genteno mar. “É então que se disparammais reacções. O problema é quehá muitas pessoas sem filtro.Habitualmente são alguns locaisfrustrados, invejosos, que nuncaconheceram outras praias e o quetêm realmente é inveja. Depois,claro, os surfistas têm um bocadoum complexo de superioridade eos do bodyboard deinferioridade, porque é umamodalidade menos popular eenvolve menos dinheiro.”

RivalidadeSurf vs bodyboard

capar para alguns spots mais dis-tantes.” O alerta foi dado no anopassado pelo 11 vezes campeão doMundo e agora é habitual vê-lo naPraia do Norte, na Nazaré.

A situação em Peniche chega aser caótica e os locais – na suamaioria bodyboarders - ficam comos nervos à flor da pele. Em Su-pertubos, onde deveriam estar 20surfistas chegam a estar mais de 50.No meio de tanta gente, há semprealguém que desespera, desrespei-ta quem tem a prioridade por terapanhado a onda no pico (localmais alto da onda), dropina o outro(arranque de um surfista numaonda que já pertence a outro) e ocaldo entorna-se.

Foi precisamente o que aconte-ceu com Joel Parkinson. A hierar-quia não foi respeitada. Quando talsucede com praticantes de fora, oshaoles, sejam campeões do Mundoou simples iniciantes, surgem de-sentendimentos que podem levara actos de violência. “Há sempre al-guns momentos mais quentes. Erao dia antes de começar a prova, es-tava a tentar apanhar umas ondas

Se tivermosrespeito etratarmos osoutros comogostamos que nostratem, tudo seresolve, mas asituação fica maisagressiva quandonão há muitasondas, é a tua veze alguém tedropina Joel Parkinson

Em destaque e há sempre um ou dois bodyboar-ders que estão a tentar estabelecera sua autoridade. Tive um percal-ço, mas já está tudo resolvido. Setodos mostrarmos respeito e tra-tarmos os outros como gostamosque nos tratem, tudo se resolve,mas a situação fica mais agressivaquando não há muitas ondas, é atua vez e alguém te dropina”, ex-plicou Joel Parkinson que, segun-do os presentes, no momento doincidente expressou-se de formamuito depreciativa para com osbodyboarders.

O respeitinho é muito bonito eaté os nomes grandes dos despor-tos de ondas cumprem as regrasimpostas. Dino Carmo, de 21 anos,é figura de proa do bodyboard por-tuguês, mas não é por isso queentra de peito feito na água quan-do não está na sua terra. “Não che-go a uma praia e faço as melhoresondas. Tenho de respeitar os da ter-ra, tal como eles me respeitamquando vão à Praia do Norte.” E sefosse o leitor? Como reagiria sefosse dropinado na sua praia pelocampeão do Mundo?

DesportoJornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 31

André Gomes é atleta dos Raccoons d'Areia

Equipas de Leiria classificadas para o Circuito Europeu de andebol de praia

Reis das piruetas procuram verbaspara defender País no EuropeuMiguel [email protected]

� A European Beach Handball Tour(EBT) publicou na segunda-feira alistas das dez equipas classificadas -em cada um dos géneros - para a fasefinal europeia de andebol de praia.Sem surpresas, porque venceram ocircuito nacional e foram as equipaslusas que mais pontuaram para o cir-cuito europeu, são duas equipas deLeiria que estão na liça para repre-sentar Portugal. No entanto, a parti-cipação das equipas da região aindanão é certa, pois falta o fundamental:verba que permita a deslocação, o alo-jamento e a alimentação.

Os Raccoons d'Areia, entre os ho-mens, e as 100ondas, nas senhoras,são as equipas portuguesas que fica-ram mais bem classificadas no rankingeuropeu de andebol de praia referentea 2013. O grupo dos rapazes é maio-ritariamente constituído por atletas daJuventude do Lis e do Atlético Clubeda Sismaria, clubes de Leiria, ao pas-so que as meninas são, quase todaselas, jogadoras do Colégio João de Bar-ros, de Meirinhas, Pombal. Em Agos-to último conquistaram o título na-cional e agora querem mostrar o quevalem além fronteiras.

A fase final do circuito europeu estámarcada para os dias 30 de Maio e 1 deJunho do próximo ano, em local ain-da por definir. Certo é que não será emPortugal. Assim sendo, as equipasestão desde já a pôr mãos à obra como objectivo de angariar verba sufi-ciente para poderem viajar. “Como?Sabemos que é difícil contar com oapoio das empresas locais, porque asituação é muito complicada, mas va-mos voltar a bater às mesmas portasde sempre. Depois vamos organizarfestas, abrir uma conta poupança e fa-lar com a Câmara Municipal de Leiria.Mesmo que não possa apoiar finan-

MÁRIO AMARAL

necessária”, concluiu Bárbara Nu-nes, responsável das 100ondas.

No entanto, Mário Bernardes,presidente da Associação de An-debol de Leiria e coordenador na-cional de andebol de praia, garan-te que tudo fará para que a pre-sença destas duas equipas na fasefinal do circuito europeu seja umarealidade. “Queremos ajudar. Oandebol de praia é espectacular e asequipas de Leiria mostraram quesão as melhores do País. É na regiãoque se joga melhor, há mais equi-pas e mais jogadores. É da mais ele-mentar justiça que sejam estesatletas a defender o País numacompetição internacional. E, claro,um orgulho para todos nós.”

Andebol feminino

Colégio João deBarros eliminadodas competiçõeseuropeias

� A derrota na primeira mão da se-gunda ronda da Taça EHF, competi-ção europeia de andebol feminino,por apenas quatro bolas de diferen-ça (24-20), deixava algumas espe-ranças aos responsáveis do ColégioJoão de Barros de ser possível inver-ter, em casa, o resultado da elimina-tória frente às bielorrussas do HCGomes. No entanto, tal não se veio aconcretizar. O jogo disputou-se no sá-bado, no pavilhão gimnodesportivode Meirinhas, Pombal, mas nova der-rota, desta vez por 23-26, acabou porrevelar a real diferença entre os doisplantéis.

“Foi um jogo difícil, de resto, comoesperávamos”, salientou o técnico,Paulo Félix. “As bielorrussas trouxe-ram o jogo mais preparado e conse-guiram atacar melhor a nossa defesaprofunda. Não conseguimos sur-preendê-las como tínhamos feito naprimeira mão. Depois, lamentavel-mente, tivemos alguns erros indivi-duais, o que nos impossibilitou de es-tar na frente do marcador ao interva-lo, altura em que estava uma dife-rença de quatro golos (10-14). Me-lhoramos bastante na segunda partemas o poderio físico das atletas do HCGomel acabou por fazer toda a dife-rença.”

Ainda assim, Paulo Félix mos-trava-se satisfeito com mais estaexperiência europeia, a sétima con-secutiva. “Mesmo perdendo con-seguimos alcançar dois dos trêsobjectivos a que nos tínhamos pro-posto: evoluímos enquanto equipae trouxemos o jogo decisivo paranossa casa. Só falhámos o terceiro,que era passar a eliminatória”,concluiu. Segue-se o CampeonatoNacional da 1.ª Divisão, no qual oColégio João de Barros luta pelaconquista do título, que na tem-porada passada falhou por três se-gundos.

Futebol Inscriçõesabertas na Escola de Arbitragem

Estão abertas as inscrições paracursos de árbitros, tanto defutebol como de futsal, naEscola de Arbitragem daAssociação de Futebol de Leiria(AFL). Os interessados, quedeverão residir no distrito deLeiria, ter uma idadecompreendida entre os 14 e os31 anos e, no mínimo, 1,60metros de altura, poderãocontactar a AFL através dotelefone 244 800 800 ou do e-mail [email protected].

Futebol Kata está de regresso à Uniãode Leiria

O médio Kata vai voltar a vestir acamisola da União de Leiria, clubeque representou nas temporadas2005/6 e 2006/7. O atleta de 35anos, formado no Leiria eMarrazes, tinha abandonado aprática da modalidade no final datemporada passada para assumiro cargo de treinador-adjunto doFátima, funções que abandonoucom a saída de Nuno Domingos daliderança técnica. Nuno Cunha vairepresentar a União de Leiria atéao final da temporada.

Atletismo Inscriçõesabertas para o Xmas Night Trail

É já no dia 7 de Dezembro que secorre a segunda edição do LeiriaXmas Night Trail, umaorganização da secção de trail daJuventude Vidigalense (OfftelRunners) este ano com menosalcatrão e muito maisadrenalina. Haverá duasdistâncias à escolha, 30 e 15quilómetros, além de umacaminhada de 10 quilómetros e acorrida da inclusão, para pessoascom deficiência. Inscrições emofftelrunners.pt/milsorrisos.

Enduro Final do Europeu dasNações em Ourém

Já reconhecida como a capitalnacional da modalidade, Ourém vaireceber, de amanhã a domingo, oGrande Prémio de Portugal, provafinal do Campeonato Europeu deEnduro das Nações. As maioresestrelas da modalidade vão estarpresentes nesta organização doClube Natureza Acção. O evento irápercorrer vários locais do concelho,tendo como ponto de partida oParque da Cidade António Teixeira,local onde estará instalada aorganização logística.

ceiramente, pode ser que tenha al-guma outra forma de nos ajudar”, dizJoão Marques, elemento dos Rac-coons d'Areia.

Entre as senhoras é que poderáhaver alguns problemas para que ascampeãs nacionais defendam ascores do País. É que se a época depavilhão correr de feição ao Colé-gio João de Barros, muito prova-velmente nessa altura do ano es-tará ainda a disputar o título na-cional. “Vamos ver o que vai acon-tecer, mas obviamente gostaría-mos de estar presentes. Tambémdepende muito do local onde serádisputada a prova, pois se for nooutro canto da Europa será difícilconseguir angariar toda a verba

4em quatro. As equipas deandebol de praia do distrito deLeiria dominaram por completoo Circuito Nacional damodalidade, vencendo em todoos escalões. Raccoons d'Areia e100ondas nos mais velhos,Tátási Team e Estupi10 nosnovatos.

O número

32 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Desporto

OurentãFutebol

Campeonato Nacional de Seniores – Série FResultados At. Riachense-Caldas SC 0-2Carregado-Alcanenense 1-1Mafra-CD Fátima 1-0Portomosense-Torreense 0-3União Leiria-Lourinhanense 4-0

ClassificaçãoP J V E D G

Mafra 18 6 6 0 0 9-2União Leiria 16 6 5 1 0 14-5CD Fátima 10 6 3 1 2 14-4Carregado 8 5 2 2 1 8-4Alcanenense 8 5 2 2 1 5-4Caldas SC 7 6 2 1 3 4-5Lourinhanense 6 5 2 0 3 7-9Torreense 4 5 1 1 3 6-11At. Riachense 1 6 0 1 5 5-16Portomosense 1 6 0 1 5 5-17

Próxima jornada 27 de OutubroAlcanenense-Portomosense, CD Fátima-CaldasSC, Lourinhanense-At. Riachense, Mafra-Carre-gado, Torreense-União Leiria

Taça Distrital de LeiriaPré-eliminatória

Resultados Lisboa e Marinha-Alfeizerense 1-2 (ap)Outeirense-GDRC Unidos 2-1 (ap)AD Ranha-GDR Boavista 0-2Matamourisquense-CC Ansião 2-4União Serra-Atouguiense 1-0Nadadouro-GD Ilha 0-4Vidreiros-Santo Amaro 3-0Bombarralense-Recreio Pedroguense 3-1Arcuda-UR Mirense 2-0

Divisão de Honra – AF LeiriaResultadosNazarenos-AC Marinhense 2-3Pataiense-Vieirense 0-0

ClassificaçãoP J V E D G

Sporting Pombal 9 3 3 0 0 8-1GD Peniche 7 3 2 1 0 6-2Ginásio Alcobaça 7 3 2 1 0 6-3AC Marinhense 7 3 2 1 0 7-5Guiense 6 3 2 0 1 10-4Pataiense 5 3 1 2 0 5-2Vieirense 4 3 1 1 1 2-1Leiria e Marrazes 4 3 1 1 1 4-4Pelariga 4 3 1 1 1 4-6Figueiró Vinhos 3 3 1 0 2 2-4Moita Boi 3 3 1 0 2 5-11Beneditense 2 3 0 2 1 5-6Nazarenos 1 3 0 1 2 2-5Meirinhas 1 3 0 1 2 1-4GRAP 1 3 0 1 2 3-7Alqueidão Serra 1 3 0 1 2 2-7

Próxima jornada 20 de OutubroAlqueidão Serra-Figueiró Vinhos, GD Peniche-Nazarenos, Ginásio Alcobaça-Beneditense, Meir-inhas-AC Marinhense, Moita Boi-Leiria eMarrazes, Pataiense-Sporting Pombal, Pelariga-Guiense, Vieirense-GRAP

1.ª Divisão femininaResultadosGDC A-dos-Francos-Cesarense 6-0Boavista-Valadares Gaia (adiado)Clube Albergaria-Escola FF Setúbal 4-0Futebol Benfica-1.º Dezembro 3-3Vilaverdense FC-Atlético Ouriense 0-2

ClassificaçãoP J V E D G

Atlético Ouriense 12 4 4 0 0 15-1GDC A-dos-Francos 9 3 3 0 0 10-0Futebol Benfica 8 4 2 2 0 13-5Vilaverdense FC 6 4 2 0 2 4-6Boavista 6 3 2 0 1 4-7Clube Albergaria 4 4 1 1 2 7-5Valadares Gaia 3 3 1 0 2 2-41.º Dezembro 2 4 0 2 2 6-9Cesarense 1 4 0 1 3 3-16Escola FF Setúbal 0 3 0 0 3 2-13

Próxima jornada 20 de Outubro1.º Dezembro-Boavista, Atlético Ouriense-Escola FFSetúbal, Cesarense-Futebol Benfica, Valadares Gaia-Clube Albergaria, Vilaverdense FC-GDC A-dos-Francos

FeijóFutsal

2.ª Divisão – Série BResultados Albufeira Futsal-UP Venda Nova 6-4AMSAC-Rabo Peixe (adiado)Fabril Barreiro-Burinhosa 0-5Fonsecas e Calçada-Quinta Lombos 1-3Mendiga-Amarense 1-2Os Vinhais-AM Portela 5-4Sportivo Loures-Operário 9-6

ClassificaçãoP J V E D G

Os Vinhais 9 3 3 0 0 15-9Burinhosa 7 3 2 1 0 14-6AM Portela 6 3 2 0 1 14-7Quinta Lombos 6 3 2 0 1 12-7Amarense 6 3 2 0 1 11-7Sportivo Loures 6 3 2 0 1 17-15Albufeira Futsal 6 3 2 0 1 12-13AMSAC 4 2 1 1 0 8-4Fabril Barreiro 4 3 1 1 1 9-13Rabo Peixe 1 2 0 1 1 7-8Operário 1 3 0 1 2 12-18UP Venda Nova 1 3 0 1 2 7-13Fonsecas e Calçada 0 3 0 0 3 2-8Mendiga 0 3 0 0 3 3-15

Próxima jornada 19 de OutubroAM Portela-Sportivo Loures, Amarense-Fonse-cas e Calçada, AMSAC-Rabo Peixe, Burinhosa-Al-bufeira Futsal, Operário-AMSAC, QuintaLombos-Os Vinhais, Rabo Peixe-Fabril Barreiro,UP Venda Nova-Mendiga

3.ª Divisão – Série CResultados Achete-Caldas SC 5-4Boa Esperança-GARECUS 7-3GDR São Bento-Alhadense 1-3Olho Marinho-Belhó 2-0Os Patos-Eléctrico P. Sôr 2-4Quiaios-MTBA 2-0Retaxo-GR Vilaverdense 4-1

ClassificaçãoP J V D G

Boa Esperança 9 3 3 0 0 18-6Olho Marinho 9 3 3 0 0 12-5Alhadense 7 3 2 1 0 9-5Eléctrico P. Sôr 6 3 2 0 1 10-7Achete 6 3 2 0 1 14-12Quiaios 6 3 2 0 1 9-8Retaxo 4 3 1 1 1 8-7GR Vilaverdense 3 3 1 0 2 11-7Caldas SC 3 3 1 0 2 13-12GDR São Bento 3 3 1 0 2 5-7MTBA 3 3 1 0 2 5-8Os Patos 3 3 1 0 2 6-12GARECUS 0 3 0 0 3 9-20Belhó 0 3 0 0 3 1-14

Próxima jornada 19 de OutubroAlhadense-Olho Marinho, Belhó-Quiaios, CaldasSC-Boa Esperança, Eléctrico P. Sôr-Retaxo, GA-RECUS-Os Patos, GR Vilaverdense-GDR SãoBento, MTBA-Achete

Divisão de Honra – AF LeiriaResultados ACD Igreja Velha-Catarinense 2-4CPR Pocariça-Santiago Guarda 1-2Externato Benedita-GD Landal 5-2Casal Velho-AD Caranguejeira 3-5Portomosense-Vidigalense 4-2Quinta Sobrado-ACR Arnal 5-8

ClassificaçãoP J V E D G

ACR Arnal 3 1 1 0 0 8-5Externato Benedita 3 1 1 0 0 5-2AD Caranguejeira 3 1 1 0 0 5-3Catarinense 3 1 1 0 0 4-2Portomosense 3 1 1 0 0 4-2Santiago Guarda 3 1 1 0 0 2-1CPR Pocariça 0 1 0 0 1 1-2Casal Velho 0 1 0 0 1 3-5ACD Igreja Velha 0 1 0 0 1 2-4Vidigalense 0 1 0 0 1 2-4Quinta Sobrado 0 1 0 0 1 5-8GD Landal 0 1 0 0 1 2-5

Próxima jornada ACR Arnal-ACD Igreja Velha, AD Caranguejeira-Portomosense, Santiago Guarda-Casal Velho, Vi-digalense-Externato Benedita (18 de Outubro),Catarinense-CPR Pocariça, GD Landal-Quinta So-brado (19 de Outubro)

Campeonato Nacional feminino – Zona SulResultados ACDR Louriçal-CD Fátima 3-2Benfica-CR Golpilheira 2-3Estrelas Feijó-Quinta Lombos 1-3Padernense-Ourentã 5-2

ClassificaçãoP J V E D G

Benfica 9 3 3 0 0 11-3Quinta Lombos 6 3 2 0 1 11-5Estrelas Feijó 6 3 2 0 1 11-7CR Golpilheira 6 3 2 0 1 8-5ACDR Louriçal 6 3 2 0 1 9-10Padernense 3 3 1 0 2 6-8Ourentã 0 3 0 0 3 6-14CD Fátima 0 3 0 0 3 8-18

Próxima jornada 19 de OutubroCD Fátima-Benfica, CR Golpilheira-Padernense, Ou-rentã-Estrelas Feijó, Quinta Lombos-ACDR Louriçal

eijóHóquei em Patins

2.ª Divisão – Zona SulResultados Ac. Coimbra-Santa Cita 4-0Alenquer e Benf.-GD Sesimbra 6-3Biblioteca IR-HCP Grândola 1-0Campo Ourique-Marítimo SC 7-4Juv. Azeitonense-Alcobacense 3-5HC Sintra-Escola Livre 7-1Juv. Salesiana-Entroncamento 7-2Tigres Almeirim-AD Oeiras 7-3

ClassificaçãoP J V E D G

Juv. Salesiana 6 2 2 0 0 14-6Tigres Almeirim 6 2 2 0 0 13-5Alenquer e Benf. 6 2 2 0 0 14-8Ac. Coimbra 6 2 2 0 0 10-4Biblioteca IR 6 2 2 0 0 6-2Campo Ourique 4 2 1 1 0 9-6AD Oeiras 3 2 1 0 1 12-7HCP Grândola 3 2 1 0 1 5-2HC Sintra 3 2 1 0 1 8-6Alcobacense 3 2 1 0 1 9-9Escola Livre 1 2 0 1 1 3-9Marítimo SC 0 2 0 0 2 8-14GD Sesimbra 0 2 0 0 2 5-12Santa Cita 0 2 0 0 2 2-9Entroncamento 0 2 0 0 2 7-15Juv. Azeitonense 0 2 0 0 2 3-14

Próxima jornada 19 de OutubroAc. Coimbra-Biblioteca IR, AD Oeiras-Alenquer eBenf., Alcobacense-Tigres Almeirim, GD Sesim-bra-Juv. Salesiana, HCP Grândola-Escola Livre,Marítimo SC-HC Sintra, Santa Cita-Juv. Azeito-nense, Entroncamento-Campo Ourique

ijóVoleibol

1.ª DivisãoResultados CA Madalena-Clube K 3-0Castêlo Maia-Marítimo 3-0Esmoriz-GC Vilacondense 0-3Sporting Caldas-Ac. Espinho 2-3Sporting Espinho-Benfica 1-3Vitória Guimarães-Fonte Bastardo 1-3Ac. Espinho-Marítimo 3-0Benfica-Vitória Guimarães 3-1CA Madalena-Sporting Espinho 3-1Castêlo Maia-Clube K 3-0Esmoriz-Fonte Bastardo 1-3GC Vilacondense-Sporting Caldas 1-3

ClassificaçãoP J V D G

Benfica 9 3 3 0 9-2CA Madalena 9 3 3 0 9-2Fonte Bastardo 9 3 3 0 9-2Castêlo Maia 6 3 2 1 7-3Ac. Espinho 5 3 2 1 6-5Sporting Caldas 4 3 1 2 5-7GC Vilacondense 3 2 1 1 4-3Vitória Guimarães 3 3 1 2 5-6Esmoriz 2 3 1 2 4-8Sporting Espinho 1 3 0 3 4-9Clube K 0 2 0 2 0-6Marítimo 0 3 0 3 0-9

Próxima jornada 19 de OutubroAc. Espinho-Castêlo Maia, Fonte Bastardo-SportingEspinho, Marítimo-CA Madalena, Sporting Caldas-Es-moriz, Vitória Guimarães-GC Vilacondense

Andebol

2.ª Divisão – Zona SulResultadosAC Sismaria-Ílhavo AC 24-27Alto Moinho-Boa-Hora FC 23-25Benfica B-CDE Camões 27-18CD Marienses-Samora Correia 30-15NA Redondo-Ginásio Sul 28-33V. Setúbal-Benavente 28-28Vela Tavira-IFC Torrense 22-20

ClassificaçãoP J V E D G

Benfica B 15 5 5 0 0 166-97Boa-Hora FC 12 4 4 0 0 99-83Benavente 12 5 3 1 1 131-108V. Setúbal 12 5 3 1 1 137-137IFC Torrense 11 5 3 0 2 114-104Ílhavo AC 9 5 2 0 3 135-133AC Sismaria 8 4 2 0 2 95-93CD Marienses 8 4 2 0 2 88-93CDE Camões 8 4 2 0 2 108-96Ginásio Sul 8 4 2 0 2 119-118Alto Moinho 7 5 1 0 4 107-135Samora Correia 7 5 1 0 4 101-127Vela Tavira 6 4 1 0 3 78-120NA Redondo 5 5 0 0 5 118-152

Próxima jornada 19 de OutubroBenavente-NA Redondo, Boa-Hora FC-CDMarienses, CDE Camões-V. Setúbal, Ginásio Sul-ACSismaria, IFC Torrense-Benfica B, Ílhavo AC-AltoMoinho, Samora Correia-Vela Tavira

1.ª Divisão femininaResultadosCA Leça-Maiastars 22-21Colégio Gaia-Juventude Lis 28-24JAC Alcanena-Juventude Mar 48-19Alavarium-Juventude Lis 40-24

ClassificaçãoP J V E D G

JAC Alcanena 13 5 4 0 1 166-114Madeira SAD 13 5 4 0 1 156-106Alavarium 12 4 4 0 0 138-93Maiastars 11 5 3 0 2 120-124Colégio Gaia 10 4 3 0 1 107-99Col. João Barros 9 3 3 0 0 95-69CA Leça 9 5 2 0 3 116-134Sports Madeira 8 5 1 1 3 117-128Juventude Lis 8 5 1 1 3 127-150Assomada 7 5 1 0 4 120-153Vela Tavira 7 5 0 2 3 105-131Juventude Mar 5 5 0 0 5 98-164

Próxima jornada 2 de NovembroCA Leça-Juventude Lis, JAC Alcanena-Vela Tavira, Ju-ventude Mar-Col. João Barros, Madeira SAD-ColégioGaia, Maiastars-Assomada, Sports Madeira-Alavarium

A União de Leiria, de Luís Bilro, somou a terceira vitória consecutivano Campeonato Nacional de Seniores, em futebol

RICARDO GRAÇA

Futebol Taça de Portugal joga-se no domingo

O regresso do treinador RuiVitória a Fátima, agora comorival do clube local e treinador doVitória de Guimarães, é odestaque da 3.ª eliminatória daTaça de Portugal de futebol, quese disputa este domingo. OCaldas SC joga com outra equipada 1.ª Liga, o Gil Vicente, masterá de se deslocar até Barcelos.Quanto à União de Leiria recebe oTondela, da 2.ª Liga. Os jogosestão marcados para as 15 horas.

Andebol Portela e Antunes porPortugal na Nazaré

Os atletas Pedro Portela e JoãoAntunes, ambos de Leiria ejogadores de Sporting, foramconvocados pelo seleccionadornacional Rolando Freitas para oencontro entre Portugal e a Letóniaque irá ter lugar no próximo dia 30de Outubro, no pavilhãogimnodesportivo da Nazaré. O jogoé o primeiro referente ao playoff deacesso ao Campeonato do Mundo de2015, no Qatar. “Tenho a certeza quevai estar casa cheia”, disse Portela.

Basquetebol CrisCordeiro vence TaçaAntónio Pratas

O basquetebolista CristóvãoCordeiro, de Porto de Mós,actualmente a representar aOvarense, conquistou este fim-de--semana a Taça António Pratas, oprimeiro troféu da temporada namodalidade. O jogador de 24 anosdeu os primeiros passos no IEJOTA,do Juncal, antes de representar oBenfica e o Illiabum. Na final, frenteao Sampaense (65-62), o atleta de2,02 metros de altura marcou 11pontos.

BTT Raid Terras de Almagra a 3 de Novembro

A freguesia de Almagreira,concelho de Pombal, prepara-separa receber, a 3 de Novembro, asexta edição do Raid BTT Terrasde Almagra. A prova, organizadapela Horizonte – AssociaçãoJuvenil de Almagreira, irá decorrernum percurso de dificuldademédia, num total de 45quilómetros. As inscrições,limitadas a 400 concorrentes,poderão ser efectuadas emwww.horizonte-aj.com ou atravésdo telemóvel 965 484 837.

DesportoJornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 33

Miguel [email protected]

� O Caldas Rugby Club apresentaeste ano um projecto inovador. As-sinou um protocolo com uma em-presa que presta serviços para osector aeronáutico que visa colocaro clube no principal escalão do râ-guebi no prazo máximo de trêsanos. Quer, ainda, ainda desenvol-ver a prática desportiva na RegiãoOeste, dotando o emblema de novasestruturas, de processos de gestãoprofissionais e de atletas de top. Ocampeonato começou no passadofim-de-semana, com uma vitóriaestrondosa sobre o Sporting (8-41).No sábado, pelas 15 horas, recebe oBenfica. O JORNAL DE LEIRIA foiconhecer o mais conceituado dos jo-gadores que agora chega a Caldas daRainha. David Mateus, hoje com 33anos, alinhava no Belenenses, mastornou-se um ícone da modalidadepor fazer parte da Selecção Nacionalque em 2007 participou no Mundial.A imagem de um grupo de 15 ho-mens emocionados, a chorar, en-quanto ouviam o hino correu entãomundo.

Como é que uma modalidade tãodura como o râguebi pode ser ape-lidada de jogo de cavalheiros?Disse bem, é um jogo duro. Masnão violento. E é-o devido à imen-sa carga física que o jogo carrega. Econsegue ser um jogo de cavalheirosporque existe um imenso respeitoentre as três equipas. Quer doisexemplos? O respeito pelo árbitro étão grande que apenas o capitão a elese dirige e apesar da rivalidade quepossa haver entre duas equipas e dadureza do jogo, todos se juntam naterceira parte para beber uma cervejae confraternizar.Sem ter conseguido uma vitória noMundial de 2007, o râguebi por-tuguês saltou então para a ribalta.Porquê?Toda esta onda começou, em pri-meiro lugar, por ter sido a primeirae única vez que conseguimos o apu-ramento para o Mundial, ainda paramais quando fomos a única equipaamadora a consegui-lo. Mas a ima-gem que correu Mundo, a formacomo cantámos o hino, aquando oprimeiro jogo contra a Escócia, teveum peso decisivo. E, por fim, a for-ma como nos entregávamos ao jogoe a luta que dávamos, mesmo sa-bendo que a derrota seria certa.Ficaram então famosas as imagens

“O râguebi já não está só em Cascais ou em Lisboa”

David Mateus Umas das principais figuras do râguebi nacional mudou-se paraCaldas da Rainha, com o objectivo de colocar a região Oeste no escalão principal

DR

dos jogadores a chorarem, emo-cionados, enquanto entoavam ohino nacional.É um enorme orgulho saber quevou jogar em nome de Portugal,mas não é menor o dever de repre-sentá-lo da melhor forma que sei. O facto de ser uma modalidadetradicionalmente associada às elitesé positivo ou negativo para o de-senvolvimento do râguebi?Já foi associada, mas actualmente jánão. Neste momento, o râguebi jáestá em todo o País, não só em Cas-cais ou em Lisboa. Se não tivessesido associado apenas à alta socie-dade noutros tempos, talvez hojeem dia tivéssemos mais matéria--prima e espectadores. Quais são as principais dificuldadesda modalidade em Portugal?Falta de apoios por parte de em-presas e autarquias, falta de infra-estruturas, como campos e balneá-rios, e o desconhecimento geral dapopulação portuguesa sobre a mo-

dalidade, o que implica menos pa-trocínios e menos matéria-prima.Portugal apresenta melhores re-sultados em sevens, do que na vari-ante de 15. Adequa-se mais às car-acterísticas dos atletas lusos?Sem dúvida, porque a variante desevens não depende maioritaria-mente do tamanho e da força bru-ta para impor o seu jogo. Depende,sim, da condição física, da veloci-dade, da perícia e da inteligência dejogo do atleta, qualidades essas quenós, portugueses, temos. O David Mateus é um dos maisconceituados jogadores portugue-ses de râguebi. É internacional,mas decidiu deixar os grandes pal-cos e jogar no segundo escalão, naequipa das Caldas da Rainha.Porquê?O motivo principal, e que não dápara esconder, está relacionadocom a dificuldade em encontraremprego na minha área. Tirei ocurso de Design de Comunicação eMultimédia em 2007, ano de parti-cipação da selecção no Mundial.Mal acabei o curso, em Maio, a pre-paração já tinha começado e não mepreocupei em encontrar um em-prego na área ou, pelo menos, umestágio. Depois do Mundial, ainda acrise não tinha chegado a Portugal,aproveitei o dinheiro que havia e fizvida como jogador de râguebi pro-fissional, não apostando ou ga-nhando experiência na minha área. E chegou a crise...Quando deixou de haver dinheirona modalidade, procurei entãoemprego na minha área, mas semsucesso. Trabalhei como opera-dor de telemarketing até receber aproposta por parte do manager daequipa, Nuno Taful, para vir tra-balhar para a Groundlink e, con-sequentemente, jogar no CaldasRugby, o que não hesitei em acei-tar. Não só pela proposta de tra-balho, mas também pelo clube,empresa e pelo seu projecto des-portivo e ambição de subir à Divi-são de Honra.Até onde pode ir o Groundlink Cal-das Rugby?Posso dizer, com confiança, quepoderá subir de divisão. Quandocheguei ao clube apercebi-me que jáhavia boa matéria-prima. Bons jo-gadores, uns com pouca experiên-cia e outros muita, mas a chegada demais atletas vai dar mais maturida-de à equipa que, certamente, iráproporcionar uma subida de divisãodo Groundlink Caldas Rugby.

“A forma comonos entregávamosao jogo e a lutaque dávamos,mesmo sabendoque a derrota seriacerta, fizeram comque as pessoasnos respeitassem”

Em destaque

Piloto de Leiria

Paulo Marquesrepete terceirolugar no Rally de PortugalHistórico

� Uma das mais conceituadas pro-vas de regularidade histórica do Ve-lho Continente voltou a ter pilotosde Leiria em destaque. Depois deter ficado no último lugar do pódiono Rally de Portugal Histórico de2011, Paulo Marques, acompanha-do por João Martins, repetiu a clas-sificação na prova que passa pelossítios emblemáticos dos anos deouro do Rally de Portugal.

Ao volante de um BMW 1600 de1969, o piloto de 42 anos esteve naluta pela vitória – que viria a sorrira João Mexia (Porsche 911 Coupé de1973) – até quinta-feira à noite, al-tura em que teve um “pequenoproblema” com o carro. “Entrá-mos um bocadinho desconcentra-dos, pelo que a partir de sexta-fei-ra começámos a defender a tercei-ra posição. A prova correu global-mente bem, mas foi muito durapara as mecânicas e desta vez os es-trangeiros também sofreram pro-blemas”, referiu.

Curiosamente, esta prova é par-ticipada na sua larga maioria porequipas de outros países, até por-que só a inscrição custa 2.500 eu-ros. “Para as bolsas portuguesas émuito exigente”, diz Paulo Mar-ques, que agradece o apoio deAdriano Costa e de José Manuel Sil-va na preparação do seu BMW, e deLuís Silva na assistência . “Este é orali de regularidade histórica maiscaro, mas também é o melhor daEuropa, com uma reputação enor-me. São quatro dias a andar, doismil quilómetros percorridos, me-tade dos quais em troços crono-metrados.”

Entre as 43 equipas que chegaramao fim da prova, estiveram maisduas da região de Leiria. Paulo Gros-so e Susana Cordeiro, num Ford Es-cort de 1972, ficaram em 17.º lugar,e Pedro Mendes Alves e Pedro Abe-casis, num Renault Alpine A10 de1964, ficaram na 36.ª posição.

DR

34 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

ViverFOTOS: RICARDO GRAÇA

A bibliotecaque nasceu do amor d’ un hommede lettres

Jacinto Silva [email protected]

� O espólio de Afonso Lopes Vieira, na posse da Bi-blioteca Municipal de Leiria, conta com milhares devolumes. Talvez uns nove mil. Destes, cerca de cin-co mil estão perfilados nas estantes da sua bibliote-ca pessoal que foi desmantelada, peça a peça, na suacasa de Lisboa e reconstru]ida, como se fosse um gi-gantesco puzzle, em Leiria. Os restantes livros estãoguardados em depósito.

O espaço recriado passou primeiro pelo edifício dosPaços de Concelho, desenhado por Ernst Korrodi, edepois foi reinstalado na nova biblioteca criada,nos anos 90, no Largo Cândido dos Reis (Terreiro).

Pode ser visitado pelo público e os mesmo livrosque foram afagados pelos dedos compridos de Afon-so Lopes Vieira estão à disposição para consulta. Atítulo de curiosidade, é de notar que o volume maisantigo data de 1580 e está encadernado com capas depergaminho. A impressão é ao melhor estilo incu-nábulo e, nas suas páginas, encerram-se as históriase biografias dos ilustres da época: príncipes e outrosnobres.

Em grande parte, a massa de livros ali presente foiherdada do tio-avô Xavier Rodrigues, um intelectualda segunda metade do século XIX, natural de Cortes,Leiria, pioneiro na luta pela escola pública e uni-versal. Sem herdeiros, era já deste o desejo de doarao concelho que o viu nascer a sua colecção, desdeque houvesse um “espaço condigno” para o acolher.Contudo, as fracas posses do município de então aca-baram por fazer soçobrar a intenção. Lopes Vieira her-dou a biblioteca e, por sua vez, também sem filhos,acabou por deixar, por “testamento oral”, os seus li-vros à cidade de Leiria.

O largo número de cartas pessoais e profissionais,livros e outras publicações que compõem o espóliodo escritor ainda não permitiu um estudo aprofun-dado do material que está na posse do município ede que a Sala Afonso Lopes Vieira serve como cartãode visita.

A entrada neste espaço reservado faz-se através deuma cortina cor de terra. O chão, macio, é de madeirapolida, coberto por um enorme Arraiolos. Um retra-to do poeta, em jovem, domina um dos lados da sala.A sólida secretária de que há apenas outro exemplarigual, em Portugal e em mãos régias, está no mesmolocal onde Afonso Lopes Vieira consultava as obrasliterárias. Sobre o tampo, encontramos a tábua usa-da para escrever com caneta de aparo. O móvel tematé um compartimento secreto que seria usado paraguardar um ou outro segredo.

O cheiro forte apimentado esbofeteia-nos a partirdas prateleiras povoadas por volumes vestidos de cir-cunspectas capas em tons de pele e dourado. Serve deaperitivo para aquilo que seria uma biblioteca de re-ferência na época, com todos os clássicos: franceses,ingleses, portugueses... Camilo, Eça, Gil Vicente...

Mas também há obras do próprio poeta, devida-mente encadernadas em cabedal e marcadas pelo seuex-libris – uma vieira e um búzio. Muito meticuloso,Lopes Vieira acompanhava todo o processo de pa-ginação e encadernação dos seus livros; da arruma-ção tipográfica às capitulares. Um dos volumesonde isso é bem visível é A paixão de Pedro, o cru,onde as réplicas de iluminuras e tipos de letra nãodeixam ninguém na dúvida sobre o tempo históricoem que a acção nele decorre.

“Há muitos outros livros que lhe foram oferecidospelos amigos. Afonso Lopes Vieira tinha muitos co-nhecimentos entre as elites da literatura, arte, cine-

Espólio Sabia que a BibliotecaMunicipal Afonso Lopes Vieira tem, nasua génese, a biblioteca pessoal doescritor natural de Leiria?

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 35

Homme de lettres

Correspondênciacom CarolinaMichaelis e Amélia ReyColaço

� Mil oitocentos e setenta e oito éa data do nascimento constante dacédula pessoal de Afonso LopesVieira. Além do nome e naturali-dade, no documento exposto nasala que exibe a sua colecção pes-soal de livros na Biblioteca Muni-cipal de Leiria, podemos ler a pro-fissão em três idiomas diferentes:escritor; homme de lettres; writer.

Foi um dos principais impul-sionadores da redescoberta do tea-tro nacional e do seu pai, Gil Vi-cente, adaptando-o para um pú-blico mais lato e organizando de-bates e conferências, naquilo aque intitulou de “campanha vi-centina”. Defendia o que era por-tuguês e equiparava a nossa his-tória cultural às melhores produ-ções estrangeiras. Buscou auto-res nacionais esquecidos que, sobo jugo filipino, até haviam sidoclassificados como sendo espa-nhóis. Foram alvo da sua aten-ção, entre outros, o Mosteiro de Al-cobaça e até os painéis de São Vi-cente de Fora, sobre os quais, comJoaquim Vasconcelos e CarolinaMichaelis, defendeu a existênciade uma escola de pintura portu-guesa. “Há muita correspondênciaque atesta tudo isso e até coisasmais privadas, como a sua amiza-de com a grande actriz AméliaRey Colaço. Há cartas onde elalhe fala das doenças infantis da fi-lha, Mariana Rey Monteiro, outradas grandes actrizes nacionais doséculo XX”, conta Ângela Pereira.No espaço da Biblioteca Municipalhá também roupas, cadernos e fo-tos do escritor na sua casa-naude São Pedro de Moel, o refúgioonde recebia os amigos e ondepassava grande parte do ano, per-dido nas suas amadas letras e es-tudos. As visitas guiadas à biblio-teca pessoal de Afonso Lopes Viei-ra acontecem às quintas-feiras,contudo, é necessário fazer a mar-cação prévia para o telefone ouemail da biblioteca ([email protected]).

ma, da primeira metade do século XX”, explica Ân-gela Pereira, técnica superior da biblioteca, num tomsussurrado, pois o local convida à mesma reverên-cia natural num templo.

Nos escritos do poeta conservados na sua sala naBiblioteca Municipal de Leiria há até sinais escritosda discórdia que o “unia” a Fernando Pessoa. Se esteera reformador e procurava o progresso, Lopes Viei-ra era considerado um conservador. E isso, aosolhos de Pessoa, motivava uma intensa antipatia. Écerto que chegaram a colaborar, nos primórdios dassuas carreiras, em, pelo menos, um artigo de uma re-vista mas, rapidamente se deu a separação daságuas.

Depois de o poeta ter falecido, em 1946, o amigoAmérico Cortês-Pinto e a esposa de Lopes Vieira, He-lena, desdobraram-se em contactos com a autarquiapara assegurar que a sua biblioteca seguia o destinodesejado. “Foi o concretizar da ideia do tio-avô”, re-fere a bibliotecária Ângela Pereira.

A biblioteca é o reflexo dessa dicotomia. Da recolha ini-ciada por um e terminada pelo outro. Há matérias de Di-reito e Medicina, mas a maioria é de Literatura e emboraseja possível encontrar livros raros, em especial nasáreas das letras e ciências sociais, o espólio de Afonso Lo-pes Vieira é procurado, essencialmente, por investigadorescomo Cristina Nobre, que tem centrado a sua pesquisa,e vida, no estudo do escritor. Cartas e livros são manu-seados em salas de leitura reservadas por estudiosos comluvas brancas – o ácido e transpiração das mãos deterio-ra o papel. Muitos dos manuscritos e correspondência sãohoje procurados por investigadores nacionais, mas tam-bém estrangeiros. Para conhecer todas estas e muitas ou-tras histórias, nada melhor que uma visita à menos co-nhecida das salas da Biblioteca Municipal Afonso LopesVieira, de Leiria.

A 30 de Abril de 1953, os livros,portas, estantes,secretária,candeeiro e atéum pequenobarco quecostumava estarpendurado najanela da casa em Lisboa foramcuidadosamentecatalogados,encaixotados e levados paraLeiria. Chegadosà cidade, fez-se o processoinverso. Usandofotografias dabiblioteca nacapital ecuidadosas notas fez-se areconstrução.No silênciobibliotecário,quase podemosouvir o ecoar dos passosapressados dopoeta,procurando umou outro livro

36 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Curtas

A Banda Sinfónica de Alcobaça (BSA) viaja, com oapoio da Direcção-Geral das Artes, a 20 de Outubro,até Reguengos de Monsaraz para um concerto noauditório municipal, no âmbito da iniciativa Mês daMúsica naquele concelho. A BSA actua sob a direcçãoda batuta do maestro Rui Carreira. O responsávelrefere que a consolidação da banda, comoagrupamento musical de carácter sinfónico, está nobom caminho, ao mesmo tempo que serve de apoio àformação especializada de jovens músicos. “Estepercurso faz sentido, não só no âmbito artístico daprópria BSA, mas também pela formação eenriquecimento do nosso público, ajudando aoesbatimento das assimetrias culturais e elevação donível de percepção musical dos ouvintes.”

Alcobaça Sinfónica actua emReguengos de Monsaraz

A exposição O lado feminino do vidro, com trabalhos de16 artistas internacionais, entre eles Barbara Walraven eValeria Florescano, marca a inauguração do Núcleo deArte Contemporânea (NAC) do Museu do Vidro noedifício da Resinagem, na Praça GuilhermeStephens, na Marinha Grande. A abertura doequipamento acontece no sábado, 19, às 17horas. A entrada é livre. A inauguraçãoinclui ainda, pelas 18:30 horas, ainiciativa Música no Centro, no novoauditório do espaço. O NAC situa-se no“cubo de vidro” do Edifício daResinagem e é constituído por trêspisos, com uma área total de milmetros quadrados. Revestido a vidro,conta com esse material para destacar aleveza e transparência, ao mesmo tempoque se processa a integração no conjuntoarquitectónico.

Marinha Grande Lado feminino dovidro marca inauguração do NAC

Estão abertas as inscrições para a VI Antologia dePoetas Lusófonos. O prazo de entrega dos trabalhostermina a 15 de Dezembro de 2013. A Editora FolhetoEdições & Design, com o apoio institucional de váriasassociações, academias e instituições dos paíseslusófonos, volta a abraçar e promover esta iniciativaque tem como objectivo promover poesia, poetas euma ligação entre os autores que comungam umidioma comum. Com apresentações realizadas noBrasil, Suíça e França, e em diversos locais dePortugal, esta VI Antologia pretende captar cada vezmais escritores, contando já com mais de 300 poetasde 22 países. O regulamento completo para participarna Antologia pode ser encontrado emhttp://folhetoedicoesdesign.blogspot.pt.

Concurso Inscrições abertas para VIAntologia de Poetas Lusófonos

Para assinalar o Dia dos Bens Culturais da Igreja, quese celebra amanhã, dia 18, o Museu de Arte Sacra eEtnologia (MASE), de Fátima, criou um programaespecial para acolher os visitantes deste espaçoexpositivo que pertence à Rede Nacional deMuseus. Tutelado pelo Instituto Missionário daConsolata, o MASE reúne e vai colocar à disposiçãodo público a quase totalidade da sua vasta colecçãode interesse artístico e cultural, que personifica umencontro entre religião, beleza, arte, história ecultura. O espaço conta com uma importantecolecção de arte sacra portuguesa dos séculos XIVao XX, objectos etnográficos africanos, índios eorientais, e uma sala com relíquias dos beatosFrancisco e Jacinta Marto.

Fátima Dia dos Bens Culturais da Igreja assinalado no MASE

Selas feitas nosMilagres no filme47 Ronin

Outubro é o mês em que se assinala o Dia Mundial da Música, e étambém a data escolhida para a abertura solene do ano lectivo daEscola de Artes da SAMP. No sábado, dia 19, às 21:30 horas noauditório da instituição, os professores da SAMP vão apresentar

ao público um programa que percorre a história da música, doRenascimento ao século XX. Enquanto os docentes tocam,

os discentes voltam a embrenhar-se nos ensaios de coro,aulas de oboé, audições, ensaios, aulas de formação

musical e composição, com novos colegas deorquestra e até dois professores do

Conservatório de L'Aquila,Itália, em estágio.

Abertura soleneda SAMP no sábado

‘Este Natal, Keanu Reeves vai tomar de assalto ogrande ecrã com a superprodução chamada 47 Ronine embora este seja um filme de Hollywood filmado,na sua maioria, no Japão, há uma presença dePortugal e de Leiria nestapelícula. Sabe o que têm emcomum Nárnia, a trilogia Osenhor dos Anéis e 47 Ronin?Cavalos. Muitos, muitos cavalos e cavaleiros. E, sobrecada cavalo, há uma sela fabricada naEquicouro/Sócouro, empresa familiar sediada emMata dos Milagres, Leiria. Há 27 anos que a empresacriada por António Domingues se dedica à criaçãodestes adereços para a 7.ª arte, tendo trabalhado jápara 20 filmes. Hoje, são os filhos do fundador, Vítor,Helena e Nelson Domingues, que mantêm viva a arte.

DR

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 37

Almanaque

� Se não estivesse ligada ao mundo da arte, o que seria? A pintura é a minha ferramenta de comunicação, ondeprocuro alertar, sensibilizar e questionar o mundo. Porisso não consigo imaginar-me desligada deste universo. O projecto que mais gosto lhe deu fazerGostei particularmente do projecto Olha por mim, umaexposição de pintura inclusiva e multissensorial. Tiveoportunidade de perceber que poderia fazer muitomais e chegar a todos, com pequenos nadas. Foirealmente maravilhoso. Agora, estando mais ligada àilustração, cada livro é uma experiência espantosa.O espectáculo, concerto ou exposição que mais lheficou na memóriaMemorável e cativante é a iniciativa Há musica nacidade.O livro da sua vidaChocolate, de Joanne Harris Um filme inesquecívelO Fabuloso Destino, de Amélie Poulain, realizado porJean-Pierre JeunetSe tivesse de escolher uma banda sonora para si, qualseria?Uma só é muito difícil... Queen, Depeche Mode,Porcupine Tree, entre tantos, tantos outros. Um artista que gostaria de ter visto no Teatro JoséLúcio da Silva?António FeioUma viagem inevitávelInevitável?? A viagem para o cemitério...Um vício que gostava de não terChocolates e outras coisas boas.Uma personalidade que admiraAdmiro muitas. Na área das artes os grandes mestresDalí e Leonardo Da Vinci. Um actor que gostasse de levar a jantarPrefiro escolher um escritor, investigador, antigoinspector da Polícia Judiciária e antigo presidente daCâmara Municipal de Santarém, Francisco Moita

Flores. Gostava muito de perceber como épossível uma pessoa de elevada culturaser defensora de touradas. Realmentenão percebo.Um restaurante da regiãoA Tasquinha Dona Maria, emPorto de Mós, mais conhecidapor Ti Maria dos Queijos.Um prato de eleiçãoLasanha de soja, e adorocogumelos salteados comsalsicha de tofu.Um refúgio (na região)A nascente do rio Lena.Um sonho para a LeiriaQue deitassem abaixo o casteloporque está a tirar a vista do estádio.

DR

[ cântico ]

Mesa deCabeceirah. mariagris

� o meu pai dizia o mundo é ofilho de uma mulher estéril,assim, devemos-lhe o nossoamor. acendia cigarros unsatrás dos outros, a pele já tinhaassumido a cor e o cheiro dotabaco. um cancro na gargantalevou o seu corpo com 84 anos,mas o espírito guardo-ocomigo. para sempre. recebeuvisitas até à última respiração,falou uma última vez, aquelagarganta ruinosa, incitando agente às mais altas aspirações.quando ainda era senhor dassuas pernas passeava-se de umlado para o outro no seupequeno escritório emBombaim, agora Mumbai,enquanto esperava as visitasdo dia. as paredes carregadasde santos e flores. falava comos santos e falava com asflores, conversas que seconvertiam em oraçõessuspensas no ar espesso ehúmido. as pessoas quechegavam entretanto,arrumavam-se como podiam,sentadas no chão em posiçõesdesconfortáveis, tantas erampara aquele espaço exíguo. omeu pai dizia se pudesseempilhava-vos a todos, semdiscriminação. os doutoressaíam humildes da suapresença e os pobres elevados,abençoados com uma novalinguagem. ele era a sombraazul-escura de Bombaim,debaixo da qual se regeneravae se redimia quem seaproximasse e ali procurasseconsolo. tantos eram os seusfilhos, que com modos bruscos,cheio de amor, deitava portafora para serem homens emulheres livres.

um dia a minha mãemandou-o ao mercado comprarfrutas. eu estava doente, febrilhá vários dias. perdia peso.definhava. a minha mãecontava que o mimo do sumode frutas me consolasse e desseforças. meia hora era ocaminho de casa ao mercado, enessa meia hora o meu espíritoabandonou o corpo e morripara este mundo filho de umamulher estéril.

o meu pai foi avisado quandochegou que eu já não estava.ainda de saco de plástico na mão,foi meter-se no meu quarto esentou-se à beira do meu corpo.agarrou-me na mão queenregelava e trouxe-me de volta,— a sua mão direita na minha aoutra ainda fincada ao saco dasfrutas — e fez-me uma pergunta:queres ficar ou partir? eu queriair e ele a isso me conduziu,agarrando a minha mão edeixando nela, por transmissão,o seu cheiro a tabaco.

Artista plástica

Tânia Bailão Lopes ilustradora

Sonho que deitem abaixo o casteloporque está a tirar a vista do estádio

O FabulosoDestino, deAmélie Poulain

Salvador DalíPorcupine Tree

38 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Entrevista

� Como foi que aconteceu a aventura de escrever umlivro a quatro mãos sobre as memórias de um grupo desoldados de elite, na Guerra Colonial?Helena Silva (HS) – Fui convidada por um dos oficiais da32.ª Companhia de Comandos, que serviu em Moçam-bique. Um grupo de oficiais queria escrever uma espéciede livro de memórias. Adorei logo o desafio mas, comonunca tinha escrito um livro, percebi que teria de me fa-zer acompanhar de alguém que o soubesse fazer. Tenhoa sorte de um dos escritores de que mais gosto ser o meuamigo Paulo Kellerman e pedi-lhe a opinião. A ideia ini-cial não era que ele fosse co-autor, mas que me aconse-lhasse, acompanhasse. No entanto, depois de o plano parao livro estar delineado, percebi que seria melhor pedir--lhe, com jeitinho, se ele me dava uma mãozinha.E aceitou...Paulo Kellerman (PK) – O que aconteceu foi que fomos auma reunião a Lisboa, onde entrei como consultor e ami-go da Helena, e saí com a convicção de que, no processode escrita, iria ser mais que isso. Depois foi só dar formaao modo como iríamos colaborar, já que isto era uma no-vidade para ambos. A Helena [jornalista no Correio da Ma-nhã] nunca tinha escrito nada com uma extensão supe-rior aos artigos de um jornal e eu nunca tinha trabalhadocom histórias reais. Juntámos experiências; a dela, que lidacom a realidade todos os dias e tem contacto com pessoase histórias verdadeiras, e a minha, ajudando a estruturarde um ponto de vista literário.Foi fácil conjugar esses dois percursos diferentes?HS – Sim, foi. Estávamos de acordo desde o início em nãoquerer contar apenas as “estórias” de guerra. Queríamosum livro de pessoas. Foi esse o desafio que nos fizeram eo que nos cativou.Exploraram a dimensão humana, então...

Helena Silva e Paulo Kellerman autores do livro Voltámos todos - memórias de uma companhia de comandos

Este é um livro com pessoas lá dentro

Jacinto Silva [email protected]

PK –Quisemos mostrar quem eram aquelas pessoas, as ra-zões que as levaram a ir, o que lá fizeram, como regres-saram e os sinais que ainda hoje apresentam na sua vida.São homens que estiveram juntos há 40 anos – ainda eunem era nascido – e ainda hoje sentem afectividade e a ne-cessidade de se reunirem, como se fosse algo sagrado.No processo de construir essa narrativa demoraram trêsanos e entrevistaram três dezenas de pessoas.HS – Perto desse número. Falámos com os militares e comalgumas das mulheres, em Lisboa e no norte do País. Aideia inicial, quando nos abordaram, até seria restringir asentrevistas ao núcleo duro dos oficiais. Contudo, consi-derámos que seria enriquecedor para o livro falar com ou-tras pessoas.Houve relatos que vos comoveram especialmente?PK – Todo o livro foi um processo muito emotivo... paranós e para as pessoas com quem falámos. Houve algumasresistências iniciais, contudo, depois de conquistarmos aconfiança das pessoas elas abriam-se e percebemos quehavia, na maior parte dos casos, uma grande necessida-de de contar a sua história. Tornava-se muito emotivo paranós e para elas. A imagem que tinha era de que os Co-mandos são uma tropa de elite e que são os mais duros.E eu que não tenho experiência militar, não fui à tropa enão tenho militares na família fiquei impressionado coma forma como eles se vulnerabilizavam. Houve pessoascom 60 anos a chorar e a contar coisas que é suposto maisninguém saber fora do seu núcleo de companheiros. Cla-ro que, depois, da nossa parte, teve de haver muita deli-cadeza no tratamento da informação. Muitas histórias maissensíveis não estão no livro mas isso não faz com que elenão possa ser cru. A verdade é que não era esse o nossoobjectivo: queríamos contar a história daquela companhiae tirar pontos em comum de todos os relatos. Tivemos anecessidade de não afrontar as pessoas que confiaram emnós e que nos contaram segredos. No entanto, admito quepossa haver uma dimensão de polémica e política no li-

vro. Além disso, há factos que ainda estão em segredo mi-litar, principalmente, os assuntos mais técnicos.São pessoas que foram defender uma Pátria que nada tin-ha a ver com a sua terra Natal.HS - Muitos dos soldados eram naturais de aldeias isola-das e nunca tinham saído de lá. De repente, tinham a vidasuspensa e, na primeira viagem da sua vida, estavam a via-jar para Angola, para fazer o curso de Comandos e depoiscombater...PK –Havia quem acreditasse na ideia de Pátria e que ia parao Ultramar defendê-la, mas havia quem tivesse outras no-ções. Essa foi uma parte da tarefa: perceber as motivaçõesindividuais. A maior parte deles só queria cumprir o ser-viço militar e “regressar à vida”... Conseguiram atingir os objectivos a que se propuseram?PK-Sinto-me especialmente orgulhoso pelo trajecto e peloobjectivo, mas a análise do trabalho compete aos leitores.Foi uma experiência que nos enriqueceu e que, em mim,alterou uma série de ideias pré-concebidas sobre a guer-ra, sobre aquele período, sobre quem eram os Comandose as razões que os levaram a ir para aquela especialidade– a explicação é simples: já que não podiam escapar à guer-ra, escolheram preparar-se o melhor possível, onde sabiamque teriam a maior hipótese de sobreviver e voltar às suascasas e famílias.A Guerra Colonial é um tabu para quem a viveu e prati-camente desconhecida por quem nasceu depois do 25 deAbril?HS – Na generalidade, é algo de que não se fala. Não sei seeste livro vai lançar luz sobre esse acontecimento da nos-sa História, pois está centrado nas pessoas da 32.ª Com-panhia de Comandos.PK – Tem uma dimensão de análise diferente, mais sub-jectiva, mas é um documento histórico, quanto maisnão seja porque um dos autores é jornalista e seguiu,escrupulosamente, todas as regras de confirmação defactos e fontes.

Ela é daMarinhaGrande e é umaexperientejornalista. Ele éum premiadoescritor deLeiria. HelenaSilva e PauloKellermanentrevistaramdezenas desoldados quecombateramemMoçambiqueentre 1971 e1973, na 32.ªCompanhia deComandos. Oresultado é umrelato, cru eíntimo, quepode ser lidono livroVoltámos todos- memórias deumacompanhia decomandos, queseráapresentado naArquivoLivraria, emLeiria, amanhã,18, pelas 18:30horas

RICARDO GRAÇA

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 39

0.P.A. Ouve-se Por Aí

Em toda a parte como Deus

com que as personagens não caiam no esquecimento!Ora então, e o que a Policia Judiciária, umas dasmelhores polícias do mundo, averiguou e concluiu naaltura que o caso aconteceu não interessa nada? Oscães que estão ao serviço da polícia portuguesa andamcom os narizes entupidos, têm pingo no nariz? Como éque vem uma polícia inglesa para cá e conseguedesprestigiar tanto a nossa “Judite”? Não pode ser! Seabrem precedentes, entretanto temos o violador deTelheiras a reclamar inocência pois os maus são os“bófias” porque não perceberam que ele apenas estavacom pressa e quis despachar a coisa rapidamentepoupando o tempo de convite às vítimas para jantar erespectiva aceitação! Para além de não estarmosmuitos abonados para se andar por aí a pagar jantares.O que eu acho estanho é o facto de tanta gente,alegadamente a ter visto pelo mundo fora, masninguém diz que ela está mal tratada ou magrinha, porisso, se calhar até está em melhores mãos que com ospais biológicos! Acontece muita vez os pais adoptivosserem mais fofinhos! Se calhar até a levam para jantarcom eles sem medo que esta faça um birra,incomodando todos os clientes do restaurante, por nãoquerer comer a sopa. Após uma rápida pesquisa pude constatar que, entreoutras, ela já foi avistada no Chipre, Espanha, EUA,Nova Zelândia… Ui, já deve ter mais milhas no cartãoque o Dr. Paulo Portas! Já pensaram que pode estar afazer uma volta ao mundo? Talvez um Interrailaproveitando que paga meio-bilhete! Em suma, já identificaram a menina em tantos locaisque já devíamos actualizar a expressão popular:Apontar é feio porque a Maddie está em todo o lado epodemos colocar-lhe o dedo no … olho!

Argumentista/Humorista

PUB

LICI

DA

DE

Rúben GomesTwitter: rubencgomes

� Sabem quem voltou? Claro que sabem, acomunicação social não fala de outra coisa: MadeleineMcCann! É-vos familiar? Calma, voltou mas apenas emcaso/investigação, segundo consta, a menina aindaanda por aí! Digam lá, tínhamos ou não imensassaudades desta história? Fazia cá tanta falta como maisuns cortes que vão surgir com o próximo orçamento doestado! Na minha humilde opinião, já que regressou,regressou tarde, em mau timing! A voltar a falar nestecaso devia ter sido em Abril/Maio para promover oturismo em Portugal! Nem seria preciso pensar emmuito para se conseguir chegar a um slogan: - Venhavisitar a nossa costa que nunca mais vai quererregressar a casa!Pelos vistos, a polícia inglesa veio com maisnovidades em relação ao caso! Agora e após váriosanos, parece que o pessoal se lembrou do queaconteceu de facto, na altura estava tudo muito turvo,era preciso assentar as ideias, e agora até surge umnovo retrato-robô! Parece que o antigo já não chega,está descontinuado! Cansaram-se de o procurar! Paramim a novidade é mesmo a do retrato-robô, nestaversão o retrato já vem a cores, devem ter aproveitadouma campanha de lápis de cor nas promoções doregresso às aulas! Sinceramente, este retrato parece-me um vilão mais fofinho, o outro parecia maisperigoso, mas isso não interessa nada, este passariabem por padre e já sabemos o que alegadamenteacontece quando uma criança de seis anos vai para osbraços de um sacerdote!Não sou de intrigas mas esta história começa a parecermuito Hollywood, tipo Homem-aranha, convémlançar um novo filme periodicamente, mudandoapenas o mau da fita para prender as pessoas fazendo

40 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Localdeculto

Jacinto Silva [email protected]

� O Teatro José Lúcio da Silva (TJLS) foi construído, pra-ticamente há meio século, quase nos arrabaldes de Leiria,no meio de campos banhados por um recém-domado RioLis. Tinha como objectivo ser uma alternativa moderna,confortável, voltada para o cinematógrafo e digno sucessordo velhinho e belo Teatro D. Maria Pia, construído em 1878,no Largo Goa, Damão e Diu, à época Campo D. Luís I e que,durante o período da Segunda Guerra Mundial, foi en-cerrado várias vezes pela Inspecção dos Espectáculos, porfalta de segurança.

Segundo a documentação do TJLS, foi em Janeiro de1958 que teve lugar o último espectáculo no histórico D.Maria Pia e a projecção de filmes passou a realizar-se numbarracão, adquirido no Montijo, por 100 contos.

O equipamento foi colocado ao fundo do jardim Luís deCamões, perto das escadas de acesso ao Marachão, e inaugurado a 12 de Janeiro de 1958. A estreia foi A Leste doparaíso, um clássico com “o rebelde sem causa”, JamesDean, como protagonista.

Mas a infra-estrutura era provisória, desconfortável edesagradava a um grupo de beneméritos da cidade, en-tre eles José Lúcio da Silva que, em 1963, manifestou o de-sejo de colaborar na angariação de fundos e construção deum teatro condigno para a capital do distrito. A primeirapedra da obra foi lançada a 29 de Julho de 1964, numa anti-ga vinha, propriedade da família Marques da Cruz, com

O comendadorJosé Lúcio daSilva nasceu emLeiria, em 1902,e morreu emLisboa em 1972.Começou a suavidaprofissionalcomoempregado nafilial de Leiriado BancoNacionalUltramarino esempredemonstrougrande espíritoempreendedor.Criou em Leiriauma fábrica dealpercatas(calçado) e tevea visão deapostar nabaquelite(plástico)

um projecto marcadamente moderno e rectilíneo dos ar-quitectos Carlos M. Ramos e José Bruschy.

Aquele que ficaria conhecido como Teatro José Lúcioda Silva ficou concluído em 18 meses, e foi inauguradoa 15 de Janeiro de 1966, com a presença do Presidente daRepública, o almirante Américo Thomaz (na foto abaixo).

Naquela noite, a sessão no teatro de palco curto que ti-nha maior vocação para sala cinema acolheu uma primeiraparte, com o Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação,de Gil Vicente, interpretado pelo conhecido João Mottae, na segunda, os espectadores viram Os Velhos, uma co-

RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

Alma A grande sala de visitas e espectáculos de Leiria

Filmes que fizeram o Teatro José Lúcio da Silva

média de três actos, escrita por D. João da Câmara. No diaseguinte, foi a vez da 7.ª arte estrear o ecrã prateado da salacom “a mais extraordinária e grandiosa aventura atéhoje filmada”, Lord Jim (palavras da crítica).

Foi, durante décadas, o único acesso ao cinema emLeiria, com sessões diárias e matinées ao domingo. As fi-las para a bilheteira eram quase quilométricas sempre queum blockbuster descobria, inadvertidamente, o caminhopara a cidade do Lis.

O filme mais visto de sempre, com 28.659 espectadores,foi Titanic que, em 1998, chegou a ter três sessões diáriase manteve-se quatro semanas em cartaz. O segundo lu-gar cabe a Jurassic Park, de 1993, com 17.839 espectadores,e o terceiro é a comédia Sozinho em casa 2: Perdido em NovaIorque, de 1992, visto por 12.171 espectadores. Títulos quereflectem bem o gosto cinematográfico dos leirienses deentão.

Com o aparecimento de complexos com várias salas efilmes em projecção, o TJLS inverteu a sua vocação. Re-gressou ao teatro e aos espectáculos. Optou por não ter umprojector digital, o que lhe permitiria entrar num futuroonde a qualidade do cinema deixou de ser medido emmilímetros, para passar a sê-lo em K e terabytes. Feitas ascontas, tornou-se mais humano e próximo do espectador.A grande sala monumental de Leiria, que continua a ap-resentar a invejável lotação de 763 lugares, é agora umequipamento renovado, onde a dança, o documentário eo cinema alternativo, o teatro ou música encontram um lo-cal de culto.

DR

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Até que ponto um único assassinato pode iluminara crise moral em que se encontra o país? HenriqueMonroe, inspetor-chefe da Polícia Judiciária, échamado a um luxuoso palacete de Lisboa parainvestigar o homicídio de Pedro Coutinho, umabastado construtor civil. Tendo como pano defundo o Portugal contemporâneo, um país traídopor uma elite política corrupta, que sofre sob opeso dos seus próprios erros históricos, RichardZimler criou um intrigante policial psicológico,com uma figura central que se debate com os seusdemónios pessoais ao mesmo tempo que tentadeslindar um caso que irá abalar para sempre osmuros da sua própria identidade.

A SentinelaRichard ZimlerEditora: Porto editora

Prémio Nobel da Literatura 2013Alice Munro transforma eventos e emoções complexosem histórias que iluminam a maneira imprevisível comoos homens e as mulheres se acomodam e muitas vezestranscendem o que acontece nas suas vidas. «Nestarecolha de contos, “Demasiada Felicidade” - um títuloque é a um tempo de um ironia cortante e de umasinceridade apaixonada – Munro explora temas, ambien-tes e situações já familiares na sua obra, agora vistas numasurpreendente perspectiva temporal. O uso que faz dalinguagem poucas mudanças conheceu ao longo dasdécadas e também a sua concepção do conto permaneceinalterada. Munro é herdeira do realismo lírico de Tchék-hov e Joyce (…)», conforme escreve Joyce Carol Oates.

Demasiada FelicidadeAlice MunroeEditora: Relógio d'Água

Leiturasdasemana

Em Leiria, a Recepção ao Caloiro deste ano é feitasem qualquer traço de recessão! O programa contacom nomes de peso da música nacional. Nasegunda-feira, a festa começa com o tradicionalespectáculo de Tunas, seguindo-se uma noite noBeat Club. Na terça-feira, a recepção conta comuma actuação dos Dealema e, no dia 23, é a vez deum espectáculo com David Antunes & TheMidnight Band. Mas o recinto de acolhimento daAuto-Leiria, na entrada sul da cidade, vai ficar aorubro, a partir de dia 24, com os Linda Martini (nafoto), e no dia seguinte com First Breath AfterComa e Jorge Palma. O encerramento, a 26, vai serfeito ao som da energia dos Tara Perdida, Dr.Cavalheiro e Dj Rusty.

Caloiros Festa com Linda Martini,Jorge Palma e Tara Perdida

A Associação Portuguesa para as Perturbações doDesenvolvimento e Autismo de Leiria (APPDA)organiza um espectáculo de angariação de fundosdesignado Prata da Casa Solidária II, no Teatro JoséLúcio da Silva (TJLS), no sábado, dia 19 de Outubro,pelas 21:30 horas. Este ano, a segunda edição da Pratada Casa Solidária será apresentada por Sandra Torres,apresentadora do programa Consigo, da RTP2, e LuísFilipe Borges, o Bóinas, apresentador do programa 5para a meia-noite, na RTP1. A animação está a cargode vários artistas, entre eles o Grupo de FlamencoJúnior Taconeo, Moustache, Mágico Nascimento,Grupo Pinhal D’El Rei, Escola de Dança Clara Leão,Coro SAMP, Filarmónica dos Marrazes, Farratuga e oCoro Ninfas do Liz.

Solidariedade Prata da CasaSolidária II no TJLS

Obrigatório

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 43

Amanhã, dia 18, pelas 21:30 horas, o TeatroMiguel Franco, em Leiria, inicia mais um AsParedes Têm Ouvidos? Leiria Sob Escuta-ciclo deconcertos com conversa. Desta vez, o encontrocom o público, organizado pela Metamorfose-Hábitos em Mutação e Omnichord Records, vaicontar com a banda First Breath After Coma(FBAC), e com André Barros, e serve também paraa apresentação oficial dos álbuns de estreia TheMisadventures of Anthon Knivet, do colectivo deLeiria, e Circumstances, do músico da MarinhaGrande. Vencedores do Festival Zus!, e finalistasdo Festival Termómetro, os FBAC vão apresentaro melhor da sua música inspirada q.b. no estilopós-rock e que faz parte do álbum de estreia cujonome é inspirado na obra The admirableadventures and strange fortunes ofMaster Antony Knivet, autobiografia do corsárioAntony Knivet (1560-1649) que foi abandonadonuma ilha deserta no Brasil e que foi capturadopelo índios e oferecido como moeda de troca aoscolonizadores portugueses. Para recolher peçasde artilharia de um navio naufragado, foi – ao quese conta – o primeiro homem a usar umescafandro, enfrentando a morte por inúmerasvezes. Já André Barros leva ao As paredes têmouvidos? as suas composições intimistas de carizclássico e contemporâneo, para piano e cordas.Este músico de talento excepcional é um dospoucos que já franquearam e estagiaram no

estúdio islandêsSundlaugin (criado porelementos dos Sigur Rós)e onde Barros levou o seunovo disco para que alifosse parcialmentemisturado e masterizado.

Punk Coça! Que os Sarna estão de volta e vão ao Beat Club!Os punks estão de volta! Quer dizer... mais ou menos...não completamente, mas através de um concerto únicocom os Sarna, a mítica banda punk que reunia músicosde Leiria e Marinha Grande. O convite para oreencontro partiu da Preguiça Magazine e diz-se que“eles nem pestanejaram”. Ao fim de 13 anos, o grupovolta a juntar-se, sábado, 19, no Beat Club, em Leiria, apartir das 23:30 horas. A primeira parte do concerto vaiestar a cargo dos Challenge, de Caldas da Rainha. Aprevisão é de trovoada, e muita energia para as bandasdo Beat Club ao som da música de Pina, Enguia,Sabino, Paixão e Beja. Os Sarna participaram em 1997na compilação Caos em Portugal, ao lado das melhoresbandas hardcore de então. Um ano depois, editavam oseu primeiro disco, Terror of Trashcore. Amanhã, é diade voltar a vestir as t-shirts dos Dead Kennedys, dosRamones e The Clash porque os punks vão tomar deassalto Leiria!

O Festival Viver Teatro aos Domingos, da Casa-MuseuJoão Soares, de Cortes, Leiria, recebe no domingo, dia20, às 16 horas, a Companhia de Teatro Triopulantecom a peça Era uma Vez uma Rainha. Para criançasmaiores de três anos, esta peça desafia os mais novos ausar a imaginação e a juntar, numa carroça, um barril,latas, plásticos, papelões. Depois, chocalha-se tudo efaz-se uma rainha, numa brincadeira que nos leva dareciclagem ao jogo do poder. Com encenação de JoãoPedrosa, que também interpreta com Sofia Duarte eRebeca Aizic, a peça conta ainda com cenografia deSílvia Patrício. No dia 27, será vez de O Canteiro dosLivros. A entrada é livre mas limitada à lotação máximado auditório.

Casa-Museu Viver Teatro aos Domingos nas Cortes

As paredes têmouvidos? estreiamdiscos de AndréBarros e FBAC

A próxima quarta-feira, dia 23 de Outubro, às 21:30horas, o Auditório Municipal da Batalha recebe apeça Monstros S.A. (Sem Abrigo), M12, da FilipeCrawford Produções, no âmbito do Festival deTeatro Acaso. Com adaptação, interpretação,cenografia, figurinos e banda sonora dos actoresFilipe Crawford e Rui Paulo, os Monstros estão semabrigo, vítimas da crise, e vivem debaixo da Ponte25 de Abril. Os seus habituais smokingsencontram-se usados e remendados, deixaramcrescer a barba e o cabelo e passeiam pela cidade oseu carrinho de supermercado cheio de objectosque encontram no lixo. Mas não deixam de manteros seus diálogos filosóficos, absurdos e cómicos,sobre o teatro, a música e a vida, recordandovelhos tempos. A entrada é livre.

Acaso Monstros S.A. “refugiam-se”no auditório da Batalha

"Todos marcharam na mesma direcção edispararam com idêntica determinação, todospartilharam segredos e cerveja, com idênticaconfiança e generosidade, todos saltaram doshelicópteros com a mesma destreza e confiança,todos foram e todos regressaram; como um serúnico e indivisível com muitas identidades. Masessa experiência comum, transversal a todos,não impediu que alguns se dedicassem àleitura ou à fotografia e outros não, quealguns contemplassem o pôr-do-sol africanocom prazer e outros não (...), que algunsescrevessem diários e outros não (…)."Voltámos todos – Memórias de uma companhiade Comandos, é um relato dos eventos vividosem Moçambique, entre 1971-73, pela 32.ªCompanhia de Comandos. São lembranças naprimeira pessoa, 40 anos depois, cuja pré--apresentação acontece na Arquivo Livraria, emLeiria, amanhã, dia 18, às 18:30 horas.

Apresentação Memórias de umacompanhia de Comandos em Livro

RICARDO GRAÇA

44 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

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Cine

ma

Oníria, exposição de pintura deSílvia Patrício, em parceria comSofia Mota (instalação efotografia), no Edifício do Bancode Portugal, Leiria, até 16 deNovembro. Pelo centro históricode Leiria, está patente a Rota doCrime do Padre Amaro,exposição de arte urbana,também a partir da pintura deSílvia Patrício

Refrescar a Alma, exposiçãp defotografia de Nelson Filipe,patente na Biblioteca de Portode Mós até 4 de Novembro.

A Biblioteca Municipal de Leiriarecebe Projecto sem Título(instalação de Manuel Horta),até dia 31

Passe Cidadão, exposiçãoevocativa do 103º aniversário daimplantação da República, nosPaços do Concelho de Leiria, atédia 31

No centro das linhas, exposiçãoda marca Teresa Gameiro(reciclagem têxtil, tecelagem,ecodesign), na galeria daLivraria Arquivo, Leiria

Inspiração, exposição decerâmica de Rita Frutuoso, naBiblioteca José Saramago(Campus 2 do IPLeiria)

Máscaras: Rituais do Douro eTrás-os-Montes, exposição depintura de Balbina Mendes, atédia 31, no m|i|mo – museu daimagem em movimento, Leiria

Neuro-Estética, exposição depintura de Olímpio Pereira, noTeatro José Lúcio da Silva(TJLS), Leiria, até dia 31

Até ao fim do mundo...,exposição de pintura e esculturade Antonieta Lé, até 19 deNovembro, na Rés do ChãoGaleria, Alcobaça. Ainauguração será sábado, 19,pelas 17 horas

O Papel – Esse Des (conhecido),exposição de Jorge Valente(Centro de Artes do Papel deMontemor-o-Velho), no Moinhode Papel, Leiria, até 30 deNovembro

Art

es

Pré-apresentação de dois discosde estreia de First Breath AfterComa+André Barros amanhã,18, às 21:30 horas, no TeatroMiguel Franco (TMF), Leiria. Émais uma iniciativa do projectoAs paredes têm ouvidos, numaorganização da Hábitos emMutação- Associação Cultural

A Recepção ao Caloiro Leiria2013, junto à rotunda de D.Dinis, Leiria, tem iníciosegunda-feira, 21, com umespectáculo de tunas. Terça equarta-feira, os principaisconcertos estarão a cargo deDealema e David Antunes & TheMidnight Band

Concerto comemorativo do 20.ºaniversário do Coro da Casa doPessoal do Hospital de SantoAndré – Leiria, (direcção de RitaSeco), sábado, 19, pelas 15 horas,no auditório da ESTG/IPLeiria.Participam também os coros daSAMP (Sociedade ArtísticaMusical dos Pousos), Viva Voz(Casa do Povo de Santa Catarinada Serra) Calçada Romana(Alqueidão da Serra) eFilarmónica de São Tiago deMarrazes

Mús

ica

Clube de Leitura Arquivinho,com moderação de SusanaNeves, sábado, 19, pelas 15 horas,na Arquivo Livraria, Leiria. Comentrada livre, mediante inscriçãoprévia, para um público-alvo dos8 aos 12 anos

O pintainho atrevido é a históriaa narrar a bebés dos 6 aos 36meses, através de um teatro empapel, pelo autor Carlos AlbertoSilva, sábado, 19, pelas 16:30horas, na sala do conto daBebebeca, Biblioteca Municipalde Leiria. Participação gratuita

O Festival Viver Teatro aosDomingos, na Casa-MuseuCentro Cultural João Soares, emCortes, Leiria, recebe domingo,20, pelas 16 horas, a peça Erauma vez uma Rainha, pelacompanhia Teatro Triopulante.Com encenação de João Pedrosae cenografia de Sílvia Patrício

Cria

nças

Pintura deSílvia Patríciopara ver emLeiria

First BreathAfterComa+AndréBarros emconcerto deestreia

Impressões, fotografias deviajens por Portugal e pelomundo, de Márcio Morais, até dia25, na sala de exposições dosPaços do Concelho de Ourém

Um silêncio assim, no vazio(sobre o fenómeno de alienaçãoparental), exposição de artesplásticas de Licínio Florêncio, atédia 30, na Biblioteca Municipalde Ourém

Exposição do VI Concurso deFotografia do Concelho daMarinha Grande – MaratonaFotográfica 2013, no MuseuJoaquim Correia, MarinhaGrande, até dia 31

Hermafroditas com Pedras,escultura de Abílio Febra epintura de Clotilde Fava, nagaleria municipal da MarinhaGrande, até dia 31

A galeria novaOgiva, Óbidos,acolhe a exposição de pinturaContinuação IV, do pintorFernando D’F Pereira, até dia 31

O Corpo, exposição de artecontemporânea, até Janeiro de2014, no m|i|mo – museu daimagem em movimento, Leiria

Letr

as

Amanhã, 18, às 22 horas, haveráconcerto pelos Les CrazyCoconuts, com Adriana Jaulino(sapateado), Tiago Domingues(bateria) e Gil Jerónimo(guitarra, voz, synths), noRecreio dos Artistas, Espaço ONariz, Leiria

Mazgani apresenta CommonGround, sábado, 19, às 21:30horas, no CCC, Caldas daRainha. Produzido por JohnParish (PJ Harvey) comcolaboração de Mick Harvey(Nick Cave & The Bad Seeds), onovo álbum foi gravado emisturado em Bristol(Inglaterra) e marca o regressode Mazgani após o último Songof Distance, editado em 2010

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 45

Quem se Importa, documentáriorealizado por Mara Mourão,narrado por Rodrigo Santoro efilmado em sete países, será exibidosábado, dia 19, pelas 14:45 horas nasede da Associação Serviço eSocorro Voluntário de São Jorge,Porto de Mós. O filme mostra otrabalho de 18 empreendedoressociais e com ideias visionárias,entre eles Muhammad Yunus(Prémio Nobel da Paz) e Bill Drayton(fundador da Ashoka). Pelas 16:45horas, segue-se um debatemoderado por Clarisse Louro(directora da Universidade Séniorde Porto de Mós, projecto do RotaryClube deste concelho), com oscomentadores António Franco eNuno Rebocho. Participação livre einscrição obrigatória([email protected].)

LEIRIATeatro Miguel FrancoTel. 244 839 680Jobs Terça-feira . 18:30 e 21:30 horasÉ Menina Quarta-feira . 21:30 horas

Cinema City Tel. 244845071De quinta a quarta-feiraGravidadeSala 1. 11:35*, 13:35*, 15:35, 17:35,21:35 e 23:45***

Gravidade 3DSala 1. 19:35 horas;Gravidade 3DSala 2-K. 15:45 b) e 21:50 horas; Justin e a Espada da Coragem VPSala 2-K. 11:30*, 13:35* e 15:45*horas;Jogo de RiscoSala 2-K. 17:50 horas;Jogo de RiscoSala 3. 11:30*, 13:30* e 23:50***horas;Jogo de RiscoSala 6-S. 16:00 e 20:00 horas;Diana Sala 2-k. 19:40 horas;Diana Sala 7. 16:10 horas;Don JonSala 2-K. 23:55*** horas;Don JonSala 6-S. 18:00 e 22:00 horas;Killing Season - Temporada deCaça Sala 5-L. 15:30, 17:30, 19:30 e 21:30horas;Killing Season - Temporada deCaçaSala VIP 4. 11:25*, 13:25* e 00:25***horas;RaptadasSala VIP 4. 15:25, 18:25 e 21:25 horas;RaptadasSala 6-S. 13:00* e 00:00*** horas;Aviões VPSala 5-L. 11:40* e 15:40* horasGaiola DouradaSala 5-L. 13:40*, 15:40 b), 17:40,19:40 b) e 21:55 horasGru - O Maldisposto 2 VPSala 5-L. 19:40* horasThe Conjuring - A Evocação Sala 5-L. 00:05*** horasSmurfs 2 VPSala 7. 11:35* e 18:40* horasIsto é o Fim!Sala 7. 13:50* e 00:10*** horasRush - Duelo de RivaisSala 7. 18:40 b) e 21:40 horas* Só exibe sábado e domingo; *** Só exibe sexta esábado; a) Só exibe sábado e domingo e b) Nãoexibe sábado e domingo

CineplaceLeiria ShoppingTel. 760789789De quinta a quarta-feiraRaptadas 2DSala 01 . 12:30, 15:30, 18:30, 21:30 e00:30 horas;Gravity 3DSala 02 . 13:10, 15:10, 17:10, 19:10,21:10 e 23:10 horas;Thanks For Sharing 2DSala 03 . 13:50, 16:20, 18:50, 21:20 e23:50 horasJogo de Risco 2DSala 04 . 13:30, 17:40, 19:50, 22:00 e00:10 horas;Justin e a Espada da Coragem 3DSala 04 . 15:40 horas;A Gaiola Dourada 2DSala 05 . 12:50, 17:30 e 22:10 horas;Rush Duelo de Rivais 2DSala 05 . 14:50, 19:30 e 00:00 horas;DianaSala 05 . 14:50 e 19:40 horas;RiddickSala 06 . 17:10, 21:40 e 00:10 horas;O ModormoSala 07 . 13:00, 15:50, 18:40, 21:30 e00:20 horas;

Even

tos

Apresentação do livro Voltámostodos – Memórias de umacompanhia de comandos.Moçambique 1971-1973, escrito porPaulo Kellerman e Helena Silva,com vários testemunhos, entre elesRui Filinto, amanhã, 18, pelas 18:30horas, na Livraria Arquivo, Leiria.Hoje, 17, também neste espaço ehora, haverá uma Conversa com osescritores Ana Margarida deCarvalho, David Machado e RicardoCamacho e ainda a editora Maria doRosário Pedreira

O Albatroz é o título do livro deTeresa Lopes, a apresentar sábado,19, às 18 horas na BibliotecaMunicipal de Caldas da Rainha

O poeta Rogério Medeirosencontra-se com utentes da SantaCasa da Misericórdia de Ansião, emmais um À conversa com...,amanhã, 18, pelas 10:30 horas, naBiblioteca Municipal de Ansião

Feira do Livro no Colégio Rainha D.Leonor, Caldas da Rainha, hoje eamanhã, aberta à comunidade ecom a presença de livrarias locais eeditora Leya

Teat

ro

Monstros S.A. (Sem Abrigo) é apeça de Roland Dubillard, comtradução e encenação de FilipeCrawford Produções, em cena napróxima quarta-feira, 23, às 21:30horas, no auditório municipal daBatalha. Com entrada livre, oespectáculo insere-se no festivalde teatro Acaso, do grupo deteatro O Nariz

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Guru é a peça que Rui Unas,Custódia Gallego, HeitorLourenço e Susana Mendesapresentam amanhã, 18, pelas21:30 horas, no TJLS, Leiria,sobre a figura da ministra dasFinanças, em desespero paraapresentar o Orçamento doEstado

Estreia da peça Comédia a partirdas Lendas de Leiria, pelo TASE -Teatro de Animação de SantaEufémia, com encenação deGabriel Costa e textos deConstantino Mendes Alves,sábado, 19, às 21:30 horas, noauditório paroquial de SantaEufémia, Leiria

O grupo de teatro Gambuzinosapresenta A Boda, de BertoltBrecht, numa encenação deMariana Ferreira e SofiaSerrazina, sábado, 19, pelas 21:30horas, no Centro CulturalGonçalves Sapinho, Benedita,Alcobaça

A Última Freira, pelacompanhia

Panmixia (textode JoséCarretas) émais umespectáculodo festivalAcaso, a

apresentarhoje, 17, às 22

horas, no TMF,Leiria, Para maiores

de 16 anos. Domingo,20, pelas 21:30 horas, sobe ao

palco do TJLS, também emLeiria, O Canto do Cisne, pelogrupo organizador deste festival,O Nariz-Teatro de Grupo. DeAnton Tchekhov, a encenação éde Pedro Oliveira

Prata da Casa Solidária II,espectáculo de vários artistassolidários a favor da perturbaçãodo espectro do autismo, numainiciativa da APPDA-Leiria,sábado, 19, às 21:30 horas, noTJLS, Leiria. Com apresentação deSandra Torres (programa Consigo,RTP2 (na foto) e Luís Filipe Borges(programa 5 para a meia noite,RTP1), sobem ao palco o Grupo deFlamenco Júnior Taconeo,Moustache, Mágico Nascimento,Grupo Pinhal D’El Rei, Escola deDança Clara Leão, Coro Samp,Filarmónica dos Marrazes,Farratuga e Coro Ninfas do Liz

Masterclass de Fotografia, OInvisível, a cargo de Rute Violante(Fotograf´arte), sábado, 19, pelas16 horas, na Livraria Arquivo,Leiria, mediante inscrição prévia

A quinta edição da MostraGastronómica Sabores de Ansião(5.ª edição) decorre a partir deamanhã, 18, até domingo, 20, noCentro de Negócios de Ansião.Além da gastronomia e dosprodutos endógenos, haveráanimação com folclore, músicapopular e com a Orquestra Ligeirade Ansião

Da cidade interrompida dapovoação cisterciense àtransformação contemporânea dacidade de Alcobaça (1566-1957)em conferência sábado, 19, pelas17 horas, na sacristia do mosteirode Alcobaça, a cargo de Silvia DiSalvatore. Entrada livre

46 Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013

Gente&lustre

� Diana Liu, residente em Leiria, foieleita Miss European Portugal, nopassado dia 21, em Albufeira,Algarve, integrando o lote das dezportuguesas a participar na final doconcurso Miss European 2013, adecorrer de 4 a 10 de Novembro emMalta. Com patrocínio daSodicentro Leiria, a jovemdivulgará a Cercilei, instituição desolidariedade social da região deLeiria.

Miss European 2013Jovem de Leiriadivulga Cercilei

� Norberto Barroca foihomenageado pelo Intervalo, noâmbito do 44º aniversário destegrupo de teatro, ao lado de nomescomo Fernanda Lapa e ÁlvaroCunhal. Este encenador da MarinhaGrande, 75 anos, trabalhou com aCasa da Comédia, Teatro Aberto eTeatro Experimental do Porto e emfilmes de Jorge Silva Melo. É autordo argumento de Passagem porLisboa, de Wim Wenders.

Norberto BarrocaOeiras homenageiaencenador marinhense

� A obra Cenas de teatro, de PauloJorge Carreira (Paulo Assim),venceu o Prémio Literário HernâniCidade 2013, do município deRedondo, com o tema Se há formade arte que necessite de ambientesocial (?) é o teatro. Natural deCalvaria de Cima, Porto de Mós,mas a residir na Batalha, o autor édesenhador de moldes deprofissão e já ganhou inúmerosprémios literários.

Hernâni Cidade 2013Paulo Assim recebenovo prémio literário

� Alfredo Marques é o novo vice--reitor da Universidade Portuca-lense. Licenciado e doutorado emEconomia, este ex-professor cate-drático da Faculdade de Economiada Universidade de Coimbra énatural de Chão de Couce, Ansião.Entre outros cargos, foi admi-nistrador principal da ComissãoEuropeia e presidente da Comissãode Coordenação e DesenvolvimentoRegional do Centro.

Universidade AlfredoMarques é vice-reitorda Portucalense

� António Rosa, professor declarinete no Conservatório deMúsica da Gulbenkian, é odirector artístico da 3.ª edição doConcurso Internacional de Músicade Câmara Cidade de Alcobaça, adecorrer este mês. Uma dasnovidades é que o FestivalInternacional de Música deCâmara de Sttellenbosch (África doSul) recebe, em 2014, o vencedordo escalão sénior deste certame.

Música de câmaraAntónio Rosa dirigeconcurso de Alcobaça

HistóriadeVida Arnaldo Barateiro

A pintura entre galinhas e orquídeasJACINTO SILVA DURO

Graça [email protected]

� A Arnaldo Barateiro, 69 anos, bancário reformado,falta-lhe tempo e sobejam-lhe actividades. Ajuda acuidar dos dois netos que vivem perto de si (os outroscinco residem nos arredores de Lisboa e na SuÍça) etambém da sogra que sofre de alzheimer, a viver noseu agregado familiar. Também cultiva couves,árvores de fruto e outros primores da terra, além decuidar das galinhas e da estufa de orquídeas (outrasdas suas paixões). Mesmo assim, ainda lhe restatempo para a pintura, uma paixão de infância,concretizada há pouco tempo, através do grandeincentivo dado por uma das suas filhas. A sua maisrecente exposição, intitulada Cores de Leiria, estevepatente no Teatro José Lúcio da Silva, Leiria.

Arnaldo Barateiro nasceu em Calvaria de Cima,Porto de Mós, mas aos 4 anos de idade mudou-se comos pais e os dois irmãos para a Estação, em Leiria.Tempos em que a vida ainda era mais difícil que a dehoje. O pai, negociante de canas para foguetes,comprava as canas nos canaviais, preparava-as evendia-as a fogueteiros de todo o País, expedindo-asatravés dos caminhos de ferro. “Em miúdo, eu e osmeus irmãos ajudávamos o meu pai a fazer essetrabalho. Teria eu uns dez anitos, quando umincêndio destruiu tudo, o que foi um forte abalo paraa saúde do meu pai e para o fundo de maneio dafamília. Foram momentos muito difíceis na nossavida”, lembra.

Estudou na Escola de Santo Estévão, onde maistarde funcionou o Magistério e se formou comoprofessor primário, já que face às dificuldadeseconómicas o sonho de poder frequentar a Faculdadede Belas Artes ficou pelo caminho. Com 18 anos, foileccionar para Moçambique, aliciado por umprofessor que dizia maravilhas daquela terra africana.Partiu em 1962 e leccionou durante dois anos, antes

de cumprir o serviço militar. “Entrei na dita históriada guerra colonial, o que não foi fácil. Estive em plenoterreno de intervenção, ao comando de uma secçãode nove homens, integrado num poletão militar”,lembra. Uma experiência que, tal como a muitosoutros, lhe deixou traumas psicológicos: “Não naaltura mas depois, quando regressei a LourençoMarques. Vivia em casa de uns tios, assim como omeu irmão mais velho, e passei a dormir mal e asonhar todos as noites com tiros e emboscadas”. EmFevereiro de 1967 terminou a tropa e, após mais unsmeses de ensino, decidiu ingressar na actividadebancária.

Ao fim de 12 anos em África, regressou a Leiria em

Agosto DE 1974, com a mulher (madeirense), as duasfilhas e a sogra. “Logo após o 25 de Abril comecei averificar que a segurança das pessoas estavaameaçada, à semelhança de histórias africanasidênticas, como a do Congo, e achei que o melhor eravir embora. Não trouxe rigorosamente nada, nemsequer um tostão”. Na opinião de Arnaldo Barateiro,o Estado português descurou esta independência,feita a qualquer preço, sem salvaguardar nada edestruindo tudo o que era afecto à intervenção dosportugueses (indústrias, maquinaria), para não falarno assassinato de muitas pessoas. Marcas nuncaultrapassadas, mas apenas atenuadas, já em Portugal,onde regressou ao Banco Nacional Ultramarino(primeiro em Vila Nova de Ourém e depois naBatalha, onde foi sub-gerente).

Voltando de novo às artes, embora já tivesse todosos materiais em casa para poder pintar (prenda decasamento de uma cunhada), sem tempo paraaprender técnicas para lidar com tintas e pincéis, foiadiando, adiando, adiando a concretização dessapaixão. Mas sempre fez desenhos e caricaturas dosalunos para descontrair um pouco a turma. E na tropafazia o mesmo com os colegas. Só muito de vez emquando ia fazendo uns retratos. Adora sobretudopintar cantos e recantos da cidade do Lis, que registaem fotografia, muitos dos quais já desaparecidos. Asua primeira exposição foi na freguesia da Barreira(onde reside), através da Bienal de Pintura a queconcorreu com uma tela do pórtico do Solar dosViscondes e a que o júri entendeu dar o primeiroprémio.

Foi em 2003, através do sindicato dos bancários,que conheceu a formadora de pintura a óleo, DulceBernardes, frequentou um curso, aprendeu astécnicas e não mais parou. Por norma, diz nuncadesistir dos seus sonhos, citando a frase de Luís deCamões: “Não voltes atrás, pois é fraqueza desistir-seda cousa começada".

“Não voltesatrás, pois éfraquezadesistir-se dacousacomeçada".

Jornal de Leiria 17 de Outubro de 2013 47

Aconteceu

ETP Sicó entregou diplomasA cerimónia de entrega de diplomas aos alunos da ETPSicó que terminaram os seus cursos em 2013 decorreuno passado dia 11, na Casa Municipal da Cultura deAlvaiázere, concelho onde se situa um dos polos destaescola profissional. A cerimónia, além de todos oselemntos da direcção da escola, contou também com apresença de autarcas e de represen-tantes deinstituições locais. Este ano, a ETP Sicó entregou 83diplomas dos mais variados cursos ligados à Cozinha,Electricidade, Sistemas Informáticos, AnáliseLaboratorial e Electrónica, entre muitos outros.

DR

O Cano é que paga encerrou em Porto de MósO castelo de Porto de Mós recebeu a Banda Sinfónica daAssociação Filarmónica de Leiria, no passado dia 13, apropósito do encerramento da campanha O Cano é quepaga, promovida pela Simlis, em parceria com aCâmara Municipal local. O monumento encheu-se paraver Água - A Seiva da Terra, a peça apresentada poraquele grupo que pretende transmitir a sensação dosvários estados/formas da água, através da música. Oconcerto contemplou obras de Nuno Barradas, PedroLouzeiro, Maurice Whitney e A. Cordeiro Gonçalves,acompanhados pela voz dos solistas Nuno Mendes eAlexandra Bernardo.

DR

Prevenção de catástrofes em seminário na Marinha Um seminário dedicado ao tema Prevenção e Gestão deCatástrofes decorreu, no passado dia 9, no CentroEmpresarial da Marinha Grande, numa iniciativa daempresa de segurança Securiform, sediada naquelacidade. O evento pretendeu alertar para o diainternacional para a prevenção e redução decatástrofes, que se comemora a 13 de Outubro. Oobjectivo do evento foi “relembrar que as catástrofesnão acontecem apenas em países distantes”.

Ponto Fuga Sal Nunkachov

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Alexandra MouraCia Maritima Luis Buchinho

Os Burgueses

Valentim Quaresma Ricardo Dourado

Ricardo Dourado

DR

Jorlis - Edições e Publicações, Lda.Parque Movicortes2404-006 Azoia - LeiriaTel. 244 800 400 Fax 244 800 [email protected]

A c orrupção dos governantes quase semprecomeça com a corrupção dos seus princípios

Montesquieu

Viagens (fora) da minha terra

� Por todo lado, o que mais surpreende, é o núme-ro de pessoas, a seguir a faixa etária: há muitos,muitos jovens e ressalta a sua simplicidade e o seuar genuíno. Os japoneses parecem e são, de facto,um povo muito activo … Distinguem-se tambémpela sua eficiência e gentileza e sentimos que o tra-balho, e o valor que lhe dão, são realmente a suamais-valia. Não se vê ninguém a pedir esmola, osjaponeses têm vergonha de pedir... por isso todostrabalham. Também se sente o seu sentido de co-munidade, de fazer pelo todo, o que pode incluir aconstrução de uma sebe ou limpar O Grande Buda.Há cordialidade nas conversas e a procura do bemcomum. Ficamos a saber que, exceptuando os diasconsagrados a festividades específicas, a média

O Jornal deLeiria convidaos seusleitores apartilharemideias para aregiãoobservadasnoutros locaisdo País ou doestrangeiro.Bastaenviaremduas ou trêsfotografias eum texto [email protected]

Japão (4)Adélia Rodriguese Rita Carvalho

anual de férias para qualquer trabalhador japonês éde uma semana … mas ninguém reclama.Neste arquipélago, há guardas a impedir a entradano mar pois “com maré baixa, os corpos não vol-tam” e, em algumas praias, há muros de betão naágua. De qualquer forma, a praia parece ocuparpouco tempo no lazer deste povo...Os estudantes passam parte do Verão na escolaonde praticam diversas modalidades desportivas,participam em torneios nacionais ou internacio-nais, fazem parte de clubes de teatro, dança, ginás-tica rítmica, música, escrita com pincel, pintura … eparecem há muito seguir um projecto de vida autó-nomo. Toca-nos a forma como quase veneram osprofessores, as pessoas mais velhas, o respeito pela

autoridade. Sente-se que, para todos eles, a Escolaé um lugar privilegiado, onde o futuro é preparadodesde tenra idade, por isso os adolescentes que co-nhecemos são disciplinados, muitíssimo motivadose empenhados. Ao visitarmos uma das Escola Se-cundárias em Tokushima fomos ainda surpreen-didas pela Self-Study Room, onde cerca de umacentena de jovens estudava sem qualquer moni-tor, em silêncio total; muitos, noutras salas, pre-paravam-se para os exames no final do Verão. Porúltimo, fomos “apanhadas” pelas prateleiras decalçado na parede do fundo de cada sala, onde osjovens colocam os ténis que trocam por chinelos… E assim se foi fazendo um país, depois de Hiroshima e Nagasaki.

Ex-autarcas já fazem contactos com vista a preparar candidatura

Laura Esperança e Arlindo Pereira quase certosna corrida à liderança do PSD de LeiriaMaria Anabela Silvamaria anabela [email protected]

� Os ex-presidentes de Junta do Ar-rabal (Arlindo Pereira) e de Leiria(Laura Esperança) estão a posicionar--se para entrar na corrida à liderançada concelhia do PSD, sendo que o ac-tual presidente da estrutura, ÁlvaroMadureira, ainda não descartou essahipótese.

Em declarações ao JORNAL DELEIRIA, Laura Esperança confirmaque já fez contactos com vista a per-ceber os eventuais apoios que possater. “Estou e sempre estive disponí-vel para ajudar o partido. Um autar-ca conhecedor do concelho, ganha-dor, que já deu vitórias consecutivasao PSD, poderá ser uma possibilida-de”, diz a agora deputada, defen-dendo que o partido precisa de, lo-calmente, “encontrar um líder, ondeos militantes e simpatizantes do PSDe todos os que se identificam com asocial-democracia se identifiqueme se revejam”. “Leiria teria muito a ga-nhar”, acrescenta, frisando que,

Anonymous

Sitedo JORNAL DE LEIRIAatacado

� O site do JORNAL DE LEIRIA foialvo de um ataque informático,anteontem ao fim do dia. Durantecerca de quatro horas, entre as 19e as 23 horas, o endereço electró-nico www.jornaldeleiria.pt, foi alvode deface e apresentava a célebremáscara do protagonista do filmeV, que serve como marca do grupode hackers internacionais Anony-mous. Embora este ataque não te-nha sido directamente reivindica-do por estes hackers, foi-o por umaou mais pessoas que se intitulamSudoh4k3rs e afirmam dele fazerparte. Neste período, também osite da Câmara Municipal de Leiriafoi atacado, impedindo a visuali-zação do seu conteúdo. Na sua pá-gina de Facebook, o Sudoh4k3rs, atítulo de justificação, relacionaambas as entidades com uma no-tícia falsa de maus-tratos no canilde Leiria, um boato que, periodi-camente, é ressuscitado na rede so-cial Facebook. Pedimos desculpaaos nossos leitores por este facto aque somos alheios.

Laura Esperança e Arlindo Pereira disponíveis para se candidatarem

como não pertence a nenhum órgãoautárquico, está agora “mais dispo-nível” para se “poder dedicar ao par-tido”.

Arlindo Pereira, um dos subscrito-res de um documento assinado por vá-rios antigos e actuais autarcas do PSD

a pedir a “refundação” do partido noconcelho, diz que “tudo aponta” paraque seja candidato à concelhia, mas re-mete a decisão para o final da próxi-ma semana. “A minha intenção écriar uma ruptura com a forma de fa-zer política que, nos últimos anos, ca-

racterizou a concelhia de Leiria do PSDe que conduziu o partido ao nível a quechegou no concelho”, afirma o antigopresidente da Junta do Arrabal.

Também Laura Esperança se con-fessa “preocupada com o futuro ecom a imagem do PSD em Leiria”,uma preocupação que, segundo diz,é partilhada por militantes que “gos-tariam de poder contribuir para cor-rigir os erros que tem vindo a acon-tecer e que motivaram os maus re-sultados” autárquicos. “Não estandosequer ainda marcadas as eleições, jul-go que não se deve ainda falar numacandidatura, propriamente dita, masse tiver apoios poderei avançar”,acrescenta a deputada, que se mani-festa também disponível para integrar“uma candidatura de consenso, queprossiga os mesmos objectivos e queseja do interesse do PSD”.

“Esta concelhia terminou o man-dato em Abril e vai haver eleições embreve. Na altura irei equacionar se mecandidato ou não”, disse recente-mente Álvaro Madureira ao JORNALDE LEIRIA.