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Eu vou plantar uns eucaliptos que é pra ver se eu fico rico...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Já ouviu essa música? Pois bem, temos certeza de que, se você é um produtor rural ou conhece o setor, sabe que a melodia é bonita apenas na teoria. Na prática, não é bem assim.

 

Nas páginas seguintes vamos mostrar uma situação inversa à que o mercado florestal está acostumado: são produtores que investiram em eucaliptos e agora não sabem o que fazer com o produto.

Para isso, listamos algumas soluções. Bem como, entrevistamos especialistas para comentar o porquê de estar acontecendo esse fenômeno.

À vocês, produtores, saibam que nem tudo está perdido!

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Glossário

Nota do Editor ..................................................... 3

O que aconteceu ...................................................4

Celulose & Papel ..................................................5

Siderurgia ...........................................................5

Energia ...............................................................6

Bioenergia ...........................................................7

Móveis ................................................................8

Construção Civil.....................................................9

Pallets.................................................................10

Luz no Fim do Túnel...............................................11

Incentivos.............................................................12

Considerações Finais..............................................12

Nota do editor:   Para começar o texto devo, como editor da matéria,

informar que estamos há dias buscando informações e contatos para a produção dessa pauta. E cabe dizer que esse “Abacaxi Florestal” é bastante

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genérico, já que não levamos em conta o volume total da área de eucaliptos plantados de cada produtor. A ideia é basicamente sugerir ideias novas e aplicações para estas madeiras que estão sem fins. Toda essa madeira é encontrada principalmente no sul de minas, mas também no Rio Grande do Sul e Vale do Paraíba (SP).

Ao mesmo tempo não queremos confrontar as consultorias e gestoras que existem no mercado florestal, ao contrário disso, vamos indicar luzes no fim do túnel, muitas vezes baseando em casos de sucesso de outros produtores. A pauta é uma resultante de eventos que participamos e sugestão de leitores e parceiros. Deixamos aqui nosso agradecimento à todos.

Ao fim dessa introdução, cabe fomentar ainda que essa é uma problemática resultante da falta de planejamento dos produtores como afirmado por todos especialistas que entrevistamos. Nas palavras de Dito Mário, da Reflores (MS): “É preciso evidenciar que a problemática esta no planejamento, se o produtor tivesse planejado antes de plantar talvez agora não estaria incorrendo nos erros de mercado. Muitos plantaram e não tinham o consumidor sequer no raio econômico de sua propriedade, então agora está com dificuldades de colocar sua madeira no mercado. Erro de planejamento”.

 

 

 

 

 

 

 

 

O que aconteceu? A história de Karey Bianquini

vai ser contada aqui em poucas palavras. (E temos certeza que muitos produtores vão se identificar). Ele tem

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uma floresta de eucaliptos plantados de 50 hectares na cidade de Carvalhos, em Minas Gerais. E está há mais de um ano tentando comercializar a madeira. Por quê? Porque há oito anos o mercado de madeira estava em alta, as grandes indústrias de celulose, carvão e lenha estavam com ótimos preços e técnicos da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais) estavam otimistas a ponto de incentivar os produtores com o plantio. “Quando se fazia as contas pelos preços da época, o lucro era animador”, conta.

E agora? Bem, agora esse produtor não sabe o que fazer com o eucalipto.

A solução está sendo manter as árvores em pé e esperar o preço melhorar um pouco. “Nossa região é afastada do grande centro de celulose e temos que pagar o frete. Como o preço está baixo, não compensa. Isso aconteceu, por exemplo, quando oferecemos lenha para as indústrias alimentícias, que o usa o produto em suas caldeiras. Mas o preço está baixo e com o deslocamento da nossa região para os centros industriais (como Pouso Alegre e Juiz de Fora), o lucro ficaria no caminho”, explica o produtor. Literalmente, o lucro ficaria no caminho.

“Temos as indústrias de carvão em Minas Gerais, mas estão saturadas e comprando a preços baixos, também”, lamenta o produtor.

Essa é uma história triste. Comum. Real. Vem lá de Minas Gerais e se espalha por todo território nacional. Ainda sem final feliz. E por isso, com o intuito de auxiliar esses produtores, selecionamos algumas opções para uso do eucalipto.

 

Celulose e Papel: “O mercado de Celulose e Papel dificilmente irá

comprar a madeira desses produtores, pois os projetos são avaliados e implantados depois das florestas plantadas”, a frase é do nosso leitor e parceiro Sinesio Carvalho. E ele tem razão. As fábricas de celulose são altamente projetadas e não saem do papel para depois correr atrás do produto base. Fora isso, elas possuem plantações próprias ou de terceiros já há muito tempo negociadas.

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No caso da Fibria existe até o “Poupança Florestal”, um programa de incentivo à plantação de eucalipto para agricultores que possuem propriedades rurais próximas às áreas de plantio da Fibria, ou seja, locais regionais na Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Rio Grande

do Sul. “A Fibria mantém o Programa Poupança Florestal, que estimula produtores rurais localizados nas áreas de atuação próximas de suas fábricas de celulose a plantar eucalipto, contribuindo para diversificar as fontes de renda e a produção agrícola. Pelo programa, a companhia e o produtor assinam um contrato em troca do fornecimento de madeira. Atualmente, são mais de 2.000 fomentados da Fibria no país”, informou a produtora de celulose, em nota.

Ainda assim, como comentado em uma palestra de Sebastião Valverde, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), existem raras exceções, na qual, produtores do Sul de Minas Gerais estão transportando madeira para fábricas há mais de 500 km. Muitos diriam que é loucura, outros que é necessidade e falta de atração de mercado. Mas, o que todos concordam é que não é o mais viável. Uma simples questão de logística, neste caso.

Tentamos contato direto com a Eldorado, Fibria e Klabin, mas até o presente momento de publicação desse ebook, não tivemos êxito.

Siderurgia (Carvão): A siderurgia

está muito ruim assim como todo o país, o mercado de madeira para carvão está pequeno no momento. É o que comenta Dito Mário. Opinião essa que é única na fala dos produtores entrevistados.    

Energia (Biomassa e Lenha): Mercado de energia em alta e biomassa escassa. Essa, sem sombras de dúvidas, é

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a alternativa mais viável, mesmo com suas dificuldades. E começamos então pela dificuldade maior que é a logística, juntamente com a falta de incentivos. Para Sinesio Carvalho, o custo da implantação da matriz e equipamentos energéticos ainda é alto no Brasil.

Já na visão de Sebastião Renato Valverde os produtores podem avaliar a viabilidade de se implantar um sistema de picagem da madeira ou transportá-la na forma de toretes. “Não resta dúvida de que a geração de energia térmica e elétrica a biomassa florestal é a mais competitiva de todas as fontes. Obviamente que após a hidroenergia. Porém como esta última já está se saturando, a saída para o país passa sem dúvida pela biomassa florestal”, afirma o especialista.

Quer saber mais? O Paraná tem aproximadamente 15 tipos de resíduos agroindustriais que geram biomassa. “O estado é um dos principais produtores de agronegócio no país, conta com uma das maiores florestas de pinus e eucalipto e poderia aproveitar tudo isso para gerar a biomassa e utilizar tanto internamente como exportando. Hoje, se toda a biomassa produzida no Paraná fosse utilizada, geraria energia suficiente para praticamente todos os municípios do estado”, revela o consultor de projetos de produção de biomassa, Celso Oliveira, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável (ABIB).

Ele afirma que a biomassa poderia substituir o carvão, gás e óleo diesel na geração de energia e que temos tecnologia adequada (e até mais barata do que em outros países) para a sua produção. “Temos tecnologias que podem ser aproveitadas na torreficação, gaseificação, pirólise, na produção de produtos industriais como na área de pellets, entre outras. Nós temos todas essas condições”, assegura.

O Brasil, assim como o Paraná, poderia ainda exportar a biomassa. “Existe uma grande demanda internacional de energia. A Europa tem uma necessidade muito grande, o Japão quer modificar seu setor energético nuclear por biomassa, a China está substituindo suas indústrias de carvão por biomassa.

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Nós temos o produto para atender toda essa demanda internacional. Inclusive, não tem crise nem nacional ou mundial que possa atrapalhar essa questão energética”, garante.

Não é a toa que o eucalipto para fins da biomassa é chamado de Ouro Verde, claro que iniciado pela sua infindável responsabilidade ambiental, totalmente inverso aos combustíveis que ainda geram energia no dia a dia, tais como o petróleo.

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Biodiesel: Faculdades renomadas e importantes para o setor estão

trabalhando arduamente nessa solução. Sabemos que pesquisas estão sendo feitas e logo aparecerão no mercado. Para exemplo disso, vamos usar uma palestra de Carlos Alberto Labate, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). Durante o discurso o Labate afirmou que a biomassa do eucalipto pode ser tão boa – ou melhor – do que a de bagaço de cana-de-açúcar para a produção de biocombustíveis como o etanol. “Trata-se de uma nova revolução da química verde”.

Ele afirmou também que atualmente existem poucas empresas no mundo capazes de produzir etanol a partir da celulose da madeira, entre elas, uma do Canadá. “O potencial do eucalipto existe, mas ele precisa ser melhorado”, comenta o especialista.

A PUC de Minas Gerais (MG) também está estudando o assunto. "A produção da casca é mais barata e vantajosa e pode ser muito mais barata se for feita em escala industrial", avaliou um dos estudantes. Ele lembrou que a casca de eucalipto não concorre com a indústria alimentícia, não passa por períodos de entressafra e não é usada para a produção de celulose.

 

Móveis: Ivan Sbrana é um estudioso do assunto, formou-se na Itália e

trabalhou com restauração de móveis de madeira. Ele afirma que o Brasil é um dos países que menos utiliza essa madeira para fins moveleiros ficando atrás principalmente de países como Austrália e outros do continente europeu. “Isso acontece porque grande parte do maquinário é usado para a produção de celulose, mas é justo, se levarmos em consideração que foi essa indústria que levou o eucalipto ao patamar onde se encontra hoje”, comenta o especialista.

Perguntado se há motivos para testar uma nova experiência do eucalipto, para o uso de móveis, ele não titubeia e afirma que sim! Usa o exemplo do Horto de Rio Claro (SP), no único Museu do Eucalipto, onde há demonstrações de

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Edmundo Navarro, que fez esse uso para mostrar que o eucalipto é uma madeira diversificada. “Eu acho que vale a pena investir nessa área, justamente por dar oportunidade a médios e pequenos produtores, já que uma parte da produção poderia continuar mantendo a indústria da celulose e outra poderia ser direcionada para fabricação de peças e móveis”. E, além disso, o mercado interessado seria as cidades onde estão localizadas os produtores, não tendo custo logísticos, afirmou Sbrana.

“O mundo todo busca móveis com designer original e único. Pequenas peças para casa, escritório ou obras de arte podem ser feitas com eucalipto. Em quaisquer cidades as pessoas precisam de mesas, cadeiras, janelas... Por isso seria uma alternativa para grandes ou pequenas cidades”.

O uso de eucaliptos para fins moveleiros também é uma alternativa, sem dúvidas. Porém, é necessário muito estudo e cautela sobre este mercado, porque ele ainda carece de organização e há uma concorrência desleal com a madeira que vem da região amazônica, segundo informações de Sebastião Valverde.

Construção Civil: Paulo Pupo é superintendente executivo da Abimci

(Associação Brasileira da Industria de Madeira Processada Mecanicamente) conversamos com ele para falar a respeito do uso do eucalipto nas construções civis. “O uso da madeira de forma geral na construção civil é uma das bandeiras defendidas pelo segmento de floresta plantada. Com o avanço do desenvolvimento técnico de vários produtos madeireiros processados mecanicamente, através de seus programas de certificação, que os capacita a serem especificados e utilizados nesse tipo de construção, esse se torna um importante nicho de mercado para o segmento. Com a popularização do

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sistema wood frame certamente haverá mais demanda por madeira de floresta plantada”, afirma Pupo.

Então, porque esse mercado ainda não está em alta? São vários fatores e cenários. O que Pupo destaca é que de uma certa maneira, esse setor também enfrenta ainda uma questão cultural devido ao baixo conhecimento por boa parte da população das vantagens desse sistema wood frame quando comparado com outros sistemas tradicionais da construção civil.

“Temos ainda dentro das próprias universidades que formam os profissionais de engenharia e arquitetura, uma predominância dos ensinamentos do uso e aplicabilidade de outros materiais que não a madeira, mas já estamos percebemos um avanço importante nesse cenário. Com a disseminação do sistema e a garantia da qualidade e desempenho dos produtos e de seus componentes acreditamos que será possível aumentar a participação desse modelo construtivo no Brasil como já acontece nos principais países desenvolvidos do mundo”.

Pela resposta do superintendente nota-se um otimismo quanto ao mercado da construção civil e por que não para os produtores de eucalipto. Essa pode ser uma boa alternativa...

 

 

 

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Briquetes e Pallets: Essa solução foi oportunamente sugerida pelo

nosso leitor e químico Hans J. Kleine. Ele considerou que por todas as incógnitas já descritas e os elevados preços de energia da época em que vivemos, uma saída (que pode ou não ser uma solução viável dependendo do cálculo de rentabilidade) seria o mercado de Briquetes e de Pellets.

Depois de conversar com outros especialistas, nós chegamos ao mesmo ponto de vista de Hans. Se for rentável, é sem duvidas uma boa saída. Justamente porque esse mercado atenderia à uma região próxima aos produtores de eucaliptos, entre eles, padarias, hospitais, secadores de grãos. “Significa transformar a madeira em um produto de maior valor agregado e de fácil aceitação pelos usuários”, como diz Hans.

 

 

 

 

 

 

 

 

Luz no Fim do Túnel: Para o especialista em assuntos florestais

Sebastião Renato Valverde: “Com certeza o uso da madeira para geração de energia térmica e elétrica é a mais viável, mas, infelizmente, assim como as demais alternativas, nenhuma delas compra madeira em escala quanto as siderúrgicas e as indústrias de celulose. De qualquer forma, a proliferação das usinas termoelétricas estão gradativamente resolvendo o problema de mercado da madeira de reflorestamento no Brasil”.

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O que o produtor deve, então, fazer? “Ter cautela e canja de galinha. Esperar enquanto pode até que o mercado melhore (o que vai acontecer). Como a madeira fica mais densa com a idade, minha sugestão é ele vender a madeira num preço diferenciado em função da quantidade de massa que a madeira terá e com isso maior quantidade de energia. Ou seja, se no futuro ele conseguir vender a madeira na forma de carvão, ele deve priorizar a venda em massa (gravimétrica) e não em volume”. A dica é de Sebastião Valverde.

Durante a produção dessa matéria recebemos muitos contatos, inclusive do exterior. Ricardo Eirea, do Uruguai, se diz interessado nessa madeira. Mas precisaria saber volume, área, toneladas disponíveis. A viabilidade não é das melhores, temos o custo e a dificuldade da logística. Se formos falar de Brasil, o Gustavo, nosso leitor, também apresentou interesse nos eucaliptos. Mas afirmou: “O fornecimento tem que ser sustentável: os proprietários teriam que continuar reflorestando porque temos um consumo garantido”.

E vindo de um lugar tão longe, ou mesmo aqui do lado, o que sobra para nós – produtores – é a esperança de dias melhores.

Dias melhores esses que já podemos anunciar de antemão: Uma empresa nacional tem projeto de expansão na região da grande Belo Horizonte e necessitará de Biomassa de Eucalipto, para viabilizar. “A intensão é dar sustentabilidade ao negócio, produzindo energia térmica (vapor) e energia elétrica limpa e renovável”, afirmou uma fonte. Neste sentido deverá assinar contratos de fornecimento de biomassa de longo prazo.

Incentivos? Antonio Alkmim é engenheiro florestal, com experiência na

Florestal Brasil e Eucalipto Brasil, além de ser um dos nossos leitores e a opinião dele vale ser citada por ser muito intuitiva. “É preciso criar alternativas de consumo para essa madeira, através do fomento de indústrias que utilizem essa matéria prima, seja para celulose ou outros fins. Para isso, é necessário o envolvimento do Governo do Estado, para criar condições de instalações dessas indústrias e comercialização dos produtos. É de suma importância revitalizar o setor em Minas Gerais, para amenizar a situação crítica de

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desemprego e falta de opções em muitas regiões do Estado”. Acreditamos que essa seja uma questão não apenas de Minas Gerais, mas todo Brasil. São necessário incentivos.

Considerações Finais: Citamos acima várias soluções. Pode ser que

alguma dê certo. Ou não. De qualquer forma, tentamos ajudar baseado em outras experiências e contatos de produtores e especialistas. Ainda assim, esperamos que todos os produtores tenham sucesso. E também fica a lição de que não se deve confiar em qualquer especulação na hora de plantar eucaliptos, é preciso estar em contato com consultorias e gestores, mesmo porque é difícil imaginar uma solução igualmente satisfatória para todos.