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Eráclito de Souza Argolo

Regulação no Atendimento Secundário: Notas sobre a Sistemática da alocação

de leitos em um hospital regional do Pará

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Aberta do Brasil – Universidade Federal de São Paulo para obtenção do Certificado de Conclusão do Curso de Especialização em Informática em Saúde.

Marabá

2010

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Eráclito de Souza Argolo

Regulação no Atendimento Secundário: Notas sobre a Sistemática da alocação

de leitos em um hospital regional do Pará

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Aberta do Brasil – Universidade Federal de São Paulo para obtenção do Certificado de Conclusão do Curso de Especialização em Informática em Saúde. Coordenador: Profa. Dra. Mônica Parente Ramos Orientador : Profa. Dra. Mônica Parente Ramos

Marabá

2010

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Ficha Catalográfica

Argolo, Eráclito de Souza

2010 Regulação no Atendimento Secundário: Notas sobre a

Sistemática da alocação de leitos em um hospital regional

do Pará/ Eráclito de Souza Argolo. Marabá, 2010

46f

Monografia: (especialização) Universidade Federal de São Paulo.

Programa de Pós-Graduação em Informática em Saúde.

1. Hospitais - Regulação 2.Hospitais – Leitos 3. Tecnologia da

Informação

I. Título.

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Abstract

After the promulgation of the 1988 Brazilian Constitution, a new format for the

provision of health services has existed in Brazil. There was, thereafter, a rapid

process of decentralization of health management, but the distribution of technical

and financial resources did not follow this quickly. The government began to exert a

regulatory role and the states and municipalities became responsible for the

processes that result in citizen access to health services regionally available. Among

the existing regulatory processes, which deals with the allocation of hospital beds is

the object of this work. A primary data collection in a Regional Hospital (HR) which

serves the south and southeast of Pará State has performed and a qualitative

approach has adopted to the implementation of semi-structured questionnaires

regulation of the allocation of beds hospital to team´s responsible for in the period

05/09 to 15/10 2010. The study undertaken aimed at understanding the informational

and technological factors related to computational procedures for the management of

beds available at the HR.

By tabulating the data and information obtained via questionnaires and personal

interviews, a discussion of the indicators obtained was undertaken in pursuit of

understanding the processes, the degree of Information Technologies and

Communication adoption in the internal processes of regulation, the infra- structure of

information technology and staff perception of the opportunities for improvements at

existing HR

Keywords: Hospital Regulation, Hospital Beds, Information Technology

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Resumo

Após a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, um novo formato de

prestação de serviços em saúde passou a existir no Brasil. Ocorreu, a partir de então,

um processo acelerado de descentralização da gestão da saúde, porém a

distribuição de recursos técnicos e financeiros não acompanhou essa celeridade. Os

poderes públicos passaram a exercer papel regulador e os estados e municípios

passaram a ser responsáveis pelos processos que resultam no acesso do cidadão

aos serviços de saúde regionalmente disponibilizados. Dentre os processos de

regulação existentes, o que trata da alocação de leitos hospitalares é o objeto de

interesse deste trabalho.

Foi realizada uma coleta de dados primários em um Hospital Regional (HR) que

atende à região Sul e Sudeste do Estado do Pará e foi adotada uma abordagem

qualitativa com a aplicação de questionários semi-estruturados à equipe responsável

pelos processos de regulação da alocação de leitos hospitalares no período de

05/09 a 15/10 de 2010. O estudo empreendido buscou compreender os fatores

informacionais e tecnológicos computacionais relacionados aos processos de gestão

dos leitos disponíveis naquele HR.

Através da tabulação dos dados e informações obtidos via questionários e

entrevistas pessoais, uma discussão a respeito dos indicadores obtidos foi

empreendida na busca pela compreensão dos processos, o grau de aplicação de

Tecnologias da Informação e Comunicação nos processos internos de regulação,

aspectos de infra-estrutura de tecnologia da informação e a percepção da equipe

quanto às oportunidades de melhorias existentes naquele HR.

Palavras chave: Regulação Hospitalar, Leitos Hospitalares, Tecnologia da

Informação

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Índice

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 19

1.2 METODOLOGIA ............................................................................................................................................ 20

1.3 POPULAÇÃO ................................................................................................................................................. 21

1.4 DADOS: TIPOS E TÉCNICA DE COLETA .......................................................................................................... 21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................................... 21

2.1 COMPLEXOS DE REGULAÇÃO ....................................................................................................................... 23

2.2 AS ESTATÍSTICAS HOSPITALARES ................................................................................................................. 25

3 ANÁLISE DE RESULTADOS ........................................................................................................................ 27

3.1 INSTRUMENTOS DE COLETA ......................................................................................................................... 28

3.2 DISCUSSÃO .................................................................................................................................................. 29

3.3 REGULAÇÃO DE LEITOS ............................................................................................................................... 36

3.3.1 Procedimentos para Regulação dos Leitos ......................................................................................... 37

3.3.2 Controle Ambulatorial ........................................................................................................................ 38

3.3.3 Controle de leitos ................................................................................................................................ 38

4 CONCLUSÕES ................................................................................................................................................ 42

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................ 44

APÊNDICE A ...................................................................................................................................................... 46

APÊNDICE B ...................................................................................................................................................... 48

APÊNDICE C ...................................................................................................................................................... 51

APÊNDICE D ...................................................................................................................................................... 54

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Índice de Tabelas

TABELA 1 - COMPLEXOS REGULADORES ASSISTENCIAIS .......................................................... 24

TABELA 2 - FREQUENCIA: PRIMEIRA PERGUNTA - RECEPCIONISTAS ..................................... 30

TABELA 3 - FREQUENCIA: PRIMEIRA PERGUNTA – MÉDICOS ..................................................... 31

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Índice de Gráficos

GRÁFICO 1 - HABILIDADES EM INFORMÁTICA BÁSICA - RECEPCIONISTAS .............................. 30

GRÁFICO 2 - HABILIDADES EM INFORMÁTICA BÁSICA – MÉDICOS REGULADORES .............. 32

GRÁFICO 3 - DETALHES SISTEMAS SUS – RECEPCIONISTAS ....................................................... 33

GRÁFICO 4 - SERVIÇOS DE CONEXÃO INTERNET – COLABORADORES DO HR ....................... 34

GRÁFICO 5 - CONHECIMENTOS EM SISTEMAS SUS - RECEPCIONISTAS ................................... 34

GRÁFICO 6 - CONHECIMENTOS EM SISTEMAS SUS – MÉDICOS .................................................. 35

GRÁFICO 7 - DETALHES SISTEMAS SUS – MÉDICOS ........................................................................ 36

GRÁFICO 8 - CONSUMO DE TEMPO – REALIZAÇÃO DO CENSO DE LEITOS .............................. 39

GRÁFICO 9 - RESPONSABILIDADE PELA SOLICITAÇÃO DE CENSO ............................................. 40

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1 Introdução

Este trabalho atenta para o setor de saúde do Brasil, onde há um mecanismo de regulação

médica de urgência e de leitos, e que tem na figura do médico regulador um papel crítico na

defesa dos direitos do paciente. Tal papel está associado a um processo de oferta da melhor

resposta às demandas do paciente, a partir do acolhimento universal imerso em uma lógica de

hierarquia de necessidades. Há, nesse teatro, uma procura básica pela documentação das ofertas

não disponíveis que permita aos gestores mapear as estratégias de adequação às realidades

locais. Assim, encontramos nos mecanismos de regulação um painel vocacionado à observação e

instrumentalização de planejamento ajustados às necessidades da população(1).

A partir dos anos de 1990 surgiram discussões sobre o papel regulador do Estado que, à época,

adotou uma política de substituição do seu caráter de provedor direto de serviços públicos pelo

modelo de regulador de serviços terceirizados. Como aspecto mais notório, tem sido observado

que o governo vem enfrentando dificuldades na imposição do interesse público nas relações com

os prestadores privados de serviços de saúde, levando à restrição da abrangência de

disponibilização da rede privada existente ao Sistema Único de Saúde (SUS)(2). Tal situação

implica na necessidade premente de elevação da eficiência da rede pública disponível, o que nos

remete aos esforços de compreensão e investimento em soluções, notadamente as tecnológicas,

que possam contribuir para com a melhoria dos serviços prestados.

Motivado por uma manifestação da Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Pará (SESPA),

junto ao Grupo de Estudos em Automação de Negócios (GEAN), da Universidade Federal do Pará,

e que está sob minha coordenação, foi promovida a realização de uma pesquisa visando

identificar oportunidades de melhorias ligadas ao controle de leitos e à central de regulação

instalada em um Hospital Regional (HR) que é, quanto à sua capacidade de lotação, enquadrado

como de médio porte pela classificação do Ministério da Saúde/Datasus(3), possuindo 105 leitos,

distante 683 km de Belém e que atende a diversos municípios das regiões sul e sudeste daquele

Estado.

A investigação empreendida neste trabalho buscou responder às seguintes questões:

1. Qual o grau eficácia e eficiência da regulação no atendimento secundário, na perspectiva

da alocação de leitos, percebido pelos colaboradores daquele HR?

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2. Qual o grau de contribuição das Tecnologias de informação e comunicação para com o

processo de regulação de leitos naquele HR?

3. O que é possível sugerir para contribuir para com a eficiência dos mecanismos de controle

da alocação de leitos?

Com tais questões em mente, constitui-se em objetivo geral a descrição dos fatores, percebidos

pelos profissionais responsáveis, que veem impactando os processos de regulação da alocação

de leitos implantados naquele Hospital Regional (HR), responsável pelo atendimento de diversos

municípios da região sul e sudeste do Pará.

No que tange aos processos de regulação da alocação de leitos, o rol de objetivos específicos

deste trabalho é o que se segue:

1. Descrever os processos atuais empregados naquele HR;

2. Identificar os fatores informacionais que afetam seus processos;

3. Descrever o grau de familiaridade dos colaboradores daquele HR com mecanismos

computacionais porventura disponíveis no ambiente de trabalho;

4. Descrever a qualidade percebida pelos colaboradores em relação à infraestrutura

tecnológica disponibilizada para o exercício de suas atividades;

5. Colher as percepções dos colaboradores em relação às oportunidades de melhorias em

termos do emprego de tecnologias da informação e comunicação.

1.2 Metodologia

Este estudo possui características de pesquisa exploratório-descritiva, dado que busca constatar

fenômenos ou fatos visando a compreensão dos processos ligados à alocação de leitos em um

Hospital Regional e descrever os fenômenos relacionados a esses processos. Com uma

abordagem qualitativa, tem preocupação com a compreensão da lógica que permeia a prática que

se dá na realidade, preocupando-se com um nível de realidade que não pode ser quantificado(4).

Esta pesquisa pode ser defina como pesquisa de dados primários, pois se dá através da coleta de

dados e informações a partir de situações empíricas.

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1.3 População

O HR objeto de estudo possui uma equipe de 03 (três) médicos responsáveis pela regulação e 06

(seis) recepcionistas subordinados a 01 (hum) supervisor. Esta equipe forneceu os dados

utilizados neste trabalho.

1.4 Dados: tipos e técnica de coleta

A obtenção de dados explorados nesta pesquisa se deu basicamente de fontes primárias,

aplicando-se questionários contendo perguntas fechadas, abertas e duplas, caracterizados como

instrumentos semi-estruturados e não disfarçados. Os questionários foram aplicados

pessoalmente no período de 05/09 a 15/10 de 2010.

2 Fundamentação Teórica

Em meados dos anos 1990, verificou-se uma progressiva transferência aos estados e, em

especial, a municípios, de responsabilidades pelos serviços e ações de saúde. Porém, a ênfase

na descentralização político-administrativa dirigida à municipalização verificada não teve suporte

adequado, impactando negativamente na qualidade dos atendimentos. Isto se deveu, em sua

maior parte, ao fato de a grande maioria dos municípios ser de pequeno porte e possuir uma

pequena base econômica de sustentação. Além do aspecto econômico daqueles municípios,

fatores ligados à carência de base técnica local focada na formulação, planejamento,

implementação e gestão de políticas públicas municipais para a saúde também afetaram

negativamente o atendimento prestado à população(5).

A equidade na distribuição de recursos e serviços voltados à promoção da saúde têm sido o foco

da formulação e implementação de políticas públicas por diversos países do mundo. No Brasil, a

criação do Sistema Único de Saúde (SUS), trouxe consigo o compromisso de prestar assistência

universal e integral, de forma equanime e de boa qualidade (5), mas a escalada da demanda por

uma assistência cada vez mais complexa, aliada ao fato de não haver o proporcional crescimento

direto da oferta de serviços, tornam desafiadora a materialização do acesso à população a uma

assistência de forma adequada, oportuna e de acordo com suas necessidades. No que diz

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respeito ao atendimento secundário, a distribuição e gestão de leitos hospitalares no Brasil vem

apresentando inadequação, com excesso de oferta em alguns locais e a falta em outros. Além

disso, há ainda inadequação devido à baixa complexidade dos leitos ou ainda por problemas de

qualidade dos cuidados ofertados (5).

Se o serviço público de saúde apresenta fragilidades, há de se imaginar que venha ocorrendo um

paulatino fortalecimento do setor de saúde suplementar. Porém, as relações que se estabelecem

entre as operadoras de planos de saúde e os prestadores de serviços afetam negativamente a

qualidade dos serviços prestados, interferindo no modelo assistencial de maneira a poder induzir à

não atenção mais integral ao paciente. Há nessas relações uma ênfase, via de regra, na forma de

contratualização, de remuneração e aos instrumentos de regulação não financeiros, dentre os

quais podem ser destacadas as restrições na utilização de alguns serviços intermediários e a

adoção de autorizações prévias, dentre outros mecanismos(6). Ademais, há uma curva crescente

de serviços contratados pelo SUS que buscam viabilidade existencial, do ponto de vista financeiro,

por intermédio de planos de saúde. Assim, tais serviços submetem pacientes por uma triagem que

visa identificar aqueles que podem ou não utilizar determinados serviços, segundo critérios

econômicos e com consequente retração progressiva da oferta de serviços para o SUS. Esses

fatores explicam em parte a baixa oferta de leitos para internação(7).

Como indicadores que reforçam a discussão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), divulgou pesquisa onde denotou uma regressão no número de leitos disponíveis para

internação no Brasil. A pesquisa considerou a oferta tanto em estabelecimentos públicos quanto

privados, verificando uma queda na taxa de leitos por 1.000 (mil) habitantes de 2,4 para 2,3 entre

2005 e 2009. Tal resultado contrasta com as recomendações do Ministério da Saúde (MS), que

estima entre 2,5 a 3 leitos disponíveis por mil habitantes. Houve, em números absolutos, um

decréscimo de 11.214 (onze mil e duzentos e quatorze) leitos no período 2005-2009, com atuais

64,6% das ofertas no âmbito dos estabelecimentos privados e 35,4% das ofertas no âmbito dos

estabelecimentos públicos. Particularmente, a região norte apresentou a pior situação verificada

pela pesquisa, ofertando 1,8 leitos por mil habitantes. Reforçando as dificuldades do SUS em

relação às instituições privadas de saúde, o estudo assinalou que houve queda de 12,2% na

disponibilidade de leitos, sendo que a região nordeste sofreu queda de 23%. Chama a atenção o

fato de que em termos de leitos disponíveis apenas para o SUS, a taxa de leitos por 1.000

habitantes caiu de 2,3 para 1,6 em âmbito Brasil e 1,5 em âmbito de região norte(8).

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Observando os aspectos até aqui elencados e face aos últimos indicadores divulgados pelo IBGE,

a insuficiência de leitos evidenciada suscita uma preocupação com as questões de eficiência da

gestão dos leitos disponíveis nos hospitais vinculados ao SUS. A inadequação dos indicadores em

relação às recomendações do MS aponta para um demanda por maiores investimentos advindos

do poder público. Em especial e de maneira urgente, se deve observar os aspectos de eficiência

no trato da regulação, visando contribuir para com o uso mais consistente dos escassos recursos

disponíveis.

2.1 Complexos de regulação

O Plano Diretor de Regionalização (PDR) instituiu a regionalização em todos os Estados, sendo

esta incluída na Programação Pactuada e Integrada – PPI, onde são efetuados os pactos

intergestores (União, Estados e Municípios), para garantia de acesso da população aos serviços

de saúde. Assim, é desencadeado o planejamento das ações regionais agregadas aos fluxos

regulados municipais. O planejamento deve ser concernente com a capacidade instalada de

serviços de saúde, permitindo-se dimensionar a capacidade de oferta dos serviços a uma região,

bem como operar as referências intermunicipais e interestaduais, possibilitando apontar

desajustes entre o perfil da rede e os parâmetros assistenciais de necessidade(9). Com a

existência de um Plano Diretor (PD), os fluxos de pacientes e de investimentos passam a ser

melhor direcionados. Aliado a um Plano de Investimentos (PI), o PD torna possível a

racionalização da oferta e a distribuição dos recursos tecnológicos de forma mais equânime.

Assim, planos e programas elaborados por gestores se tornam mais consistentes, “uma vez que

estão calçados numa realidade de oferta de ações e serviços, respaldando, também de forma

importante, a construção da Programação Pactuada e Integrada ( PPI)” (10).

Como fonte de informação subsidiária à reformulação de ações, a regulação assume papel

significativo. “As estruturas que compõem o Complexo Regulador devem se articular com as

outras ações da Regulação da Atenção à Saúde como a Contratação, o Controle Assistencial e

a Avaliação, e com outras funções de gestão como a programação e a regionalização”(11).

Assim, a regulação se dá por meio dos Complexos Reguladores Assistenciais, que formam um

conjunto agregado de ações regulatórias do acesso à assistência e comportam três tipos de

Centrais de Regulação, conforme a tabela 1.

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CENTRAL ABRANGÊNCIA

Central de Regulação de Urgência

Regula o atendimento pré-hospitalar de

urgência, realizado pelo Serviço de

Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)

Central de Regulação de Internações

Responsável pela regulação dos leitos

hospitalares dos estabelecimentos de saúde

vinculados ao SUS

Central de Regulação de Consultas e Exames

Responsável pela regulação do acesso dos

pacientes às consultas especializadas, aos

Serviços de Apoio à Diagnose e Terapia

(SADT), e aos procedimentos ambulatoriais

especializados

TABELA 1 - Complexos Reguladores Assistenciais

Em 2006 a aprovação das Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde - Consolidação do SUS –

trouxe, em seu bojo, os princípios orientadores do processo de regulação do acesso,

estabelecendo que a regulação deve ser preferencialmente do município, de acordo com o

desenho da rede de assistência pactuado na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) – formada por

gestores Estaduais e Municipais(12).

Embora o modelo de constituição das CIB tenha sido pré-estabelecido dentro das Diretrizes

Operacionais supracitada, cada Estado teve como incumbência estabelecer os parâmetros

regimentais que norteariam o funcionamento de suas comissões. Após seus estágios iniciais,

onde uma série de frustrações na tentativa de estabelecimento da práxis da regulação, A CIB, no

caso do Pará, instituiu em 2007 um regimento no qual as comissões que a compunham

originalmente foram extintas e Câmaras Técnicas (CT) foram criadas como se segue:

1. Câmara de Atenção à Saúde;

2. Câmara de Vigilância em Saúde;

3. Câmara de Assistência Farmacêutica;

4. Câmara de Gestão e Financiamento;

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5. Câmara de Informação e Informática;

6. Câmara de Recursos Humanos.

A CIB/PA é constituída paritariamente por 14 membros, sendo 07 representantes da Secretaria de

Estado de Saúde Pública (SESPA) e 07 Secretários Municipais de Saúde indicados pelo

Colegiado de Secretários Municipais de Saúde – COSEMS(13).

A regulação do HR estudado neste trabalho é realizada no âmbito estadual, sendo que o hospital

possui uma Central de Regulação (CR) própria responsável pelo controle de leitos instalada em

suas dependências. Uma empresa privada, contrata pela SESPA, é responsável pelo atendimento

aos pacientes que se enquadram no perfil de atendimento daquele HR, sendo que no contrato

realizado entre a empresa contratada e o Estado as definições sobre as características do perfil de

atendimento do paciente já estão declaradas.

2.2 As estatísticas hospitalares

Há muito o governo central vem se preocupando com a geração de informações estatísticas sobre

a saúde no Brasil. Registros de Censos Hospitalares e definições relativas ao cálculo do censo

hospitalar, incluindo a contagem da oferta de leitos existentes no país e definição de parâmetros

para a alocação de recursos hospitalares e ambulatoriais são verificados desde meados da

década de 1946. Visando dar maior fidedignidade às informações e registros na área de saúde,

em meados da década de 1980, ocorreu a sistematização de termos e conceitos a serem

empregados nos serviços de saúde.

Quando da implantação do Sistema Único de Saúde/SUS, definido A partir da Constituição

Brasileira de 1988, as formas de gestão e financiamento do sistema foram repensadas de maneira

profunda. A regulamentação do SUS acontece em setembro de 1990 e, em 2002, o Ministério da

Saúde (MS), através da Secretaria de Assistência à Saúde (SAS), editou uma nova padronização

da nomenclatura do censo hospit1alar, por meio da portaria 312 de 30 de abril de 2002. Vários

1 Brasil. Ministério da Saúde.Portaria SAS 312/2002. PADRONIZAÇÃO DA NOMENCLATURA

DO CENSO HOSPITALAR: Série A. Normas e Manuais Técnicos. 2.a edição revista. Brasília: MS;

2002.

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conceitos foram alterados, modificando a nomenclatura dos leitos e definindo indicadores para a

gestão hospitalar a serem utilizados nos diversos níveis de planejamento e gestão da rede de

serviços de saúde no país. Para a avaliação de desempenho hospitalar, geralmente se emprega

alguns indicadores que são mensalmente analisados sob o foco gerencial voltado aos serviços

disponibilizados, contribuindo de maneira significativa para com o mecanismo de regulação do

sistema de regulação nacional. Dentre os indicadores mais empregados, destacam-se os da taxa

de ocupação, da média de permanência, do índice de rotatividade, do intervalo de substituição, da

taxa de mortalidade hospitalar e institucional. Nesse sentido (gerencial), “a qualidade dos dados e

os cuidados na interpretação são essenciais para que este uso seja válido e de fato as decisões

possam contribuir para aprimoramento da assistência hospitalar” (14).

Os registros ligados aos leitos disponíveis são, geralmente, realizados pela equipe de

enfermagem. Após registros feitos em planilhas de modo manual, os dados são digitados num

sistema de informação que trata de distribuí-los em rede e através de seus Bancos de Dados de

maneira automática. Porém, as fórmulas adotadas, os registros do movimento dos pacientes pelos

profissionais nos sistemas informatizados e as formas de extração desses dados pelos gerentes

dos sistemas de informação determinam os resultados obtidos. Inicialmente implantados de

maneira discreta e departamentalizada nas organizações hospitalares, os sistemas de

processamento de dados paulatinamente foram sendo integrados e evoluídos para alcançar as

áreas de assistência direta ao paciente(16).

Do ponto de vista da construção de sistemas de informação, houve falhas metodológicas

amplamente documentadas na literatura de Engenharia de Software, pois no ápice da adoção de

Tecnologias da Informação e Comunicação em termos operacionais, notadamente na década de

1990, o modelo de processo de desenvolvimento dos softwares não levava em conta a visão do

usuário (e principal interessado nas funcionalidades do produto tecnológico final). Assim, cada

instituição hospitalar, em momentos distintos, produziu suas ferramentas tecnológicas

informatizadas sem a devida observância das padronizações canônicas necessárias ao

intercâmbio e à qualidade de dados e das informações, comprometendo os resultados da gestão

de recursos, tais como os financeiros, cujos repasses podem depender da fidedignidade e

tempestividade das informações.

A consolidação das estatísticas hospitalares se vincula ao processo de mensuração do uso

adequado de um leito hospitalar por período maior que 24 (vinte e quatro) horas, caracterizando

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uma internação. Porém, “...a falta de definição de unidades de internação ou leitos específicos

para atendimento de procedimentos de curta permanência dificulta o registro diferenciado desse

tipo de atendimento, para que não seja incluído no censo”(16). Os procedimentos ligados à

observação, diagnose e terapêutica de curta permanência (menos de doze horas) são excluídos

das estatísticas censitárias por norma, necessitando de tratamento informacional específico para

não prejudicar a geração dos indicadores. A consistência de uma informação referente a um leito

depende da tempestividade com que sua situação de ocupação é informada, exigindo uma

sistemática continuidade no fornecimento da mesma sob pena de, em caso da não observância de

tal requisito, provocar incongruências estatísticas em relação às fontes de informação.

Cumulativamente, há ainda dificuldades associadas à não aderência ou ainda a não capacitação

de profissionais para o uso de tecnologias de informação, que podem ser mitigadas pela

disponibilização de computadores e softwares ajustáveis ao perfil de cada usuário. Políticas de

Gestão de Tecnologia da Informação e Comunicação inadequadas podem levar à rejeição, por

parte dos profissionais, ao uso dos recursos informacionais tecnológicos disponibilizados. Assim,

práticas alternativas de registro de informações podem se desenvolver, acentuando a

inconsistência dos dados e informações gerados pelos sistemas gerenciais empregados.

Durante as entrevistas realizadas para a elaboração deste trabalho, ficou aparente a insatisfação

com as informações de controle dos leitos, sendo citadas as dificuldades de registrar de maneira

precisa a situação de cada leito, a sua alocação e o estado do mesmo, quer seja pela condição de

vacância, ocupação ou indisponibilidade (por manutenção de limpeza ou corretiva). As

incongruências das informações fornecidas pelo censo manual contrastam com o potencial de um

censo automatizado, onde padrões de nomenclatura aplicados podem permitir a melhora

significativa da precisão das informações, bem como uma frequência de atualização dos dados

pode prover agilidade e satisfação do ponto de vista da gestão.

3 Análise de Resultados

Percebendo a necessidade de um levantamento de dados que permitissem embasar a discussão

de um ferramental tecnológico alinhado com a proposta deste trabalho, foi realizada uma

pesquisa diagnóstica, no período de 05 de setembro a 15 de outubro de 2010, em uma Instituição

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hospitalar pública instalada na cidade de Marabá. Foram consultados 10 (dez) profissionais em

saúde lotados naquele hospital com os seguintes perfis:

• 03 (três) médicos responsáveis pela regulação dos leitos. Esses profissionais são

funcionários concursados ou contratados pela SESPA e têm como principal

responsabilidade verificar se o paciente possui ou não perfil para ser internado no HR;

• 06 (seis) recepcionistas/enfermeiros, responsáveis por realizar o censo que mapeia a

situação dos leitos existentes;

• 01 (hum) supervisor em enfermagem, responsável pelo controle da rotina da equipe de

recepcionistas/enfermeiros no tocante ao censo de leitos.

3.1 Instrumentos de Coleta

Questionários foram elaborados separadamente, embora possuam similaridades, os médicos

reguladores, recepcionistas e para o supervisor. Estes questionários destinaram-se à realização

de um diagnóstico referente a aspectos ligados ao levantamento de dados e a eficácia da rotina

implantada para promover o controle de alocação de leitos. Tal diagnóstico visou permitir uma

abordagem heurística adequada para a construção de conceitos a respeito da regulação de leitos

daquele HR. A aplicação dos questionários, no que tange aos processos de regulação da

alocação de leitos, buscou:

• Descrever os processos atuais empregados naquele HR;

• Identificar os fatores informacionais que afetam seus processos;

• Descrever o grau de familiaridade dos colaboradores daquele HR com mecanismos

computacionais porventura disponíveis no ambiente de trabalho;

• Descrever a qualidade percebida pelos colaboradores em relação à infraestrutura

tecnológica disponibilizada para o exercício de suas atividades;

• Colher as percepções dos colaboradores em relação às oportunidades de melhorias em

termos do emprego de tecnologias da informação e comunicação.

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Após a aprovação pelo Comitê de Ética do HR em tela, questionários foram aplicados aos

profissionais em saúde envolvidos com o processo de regulação de leitos.

Os instrumentos de pesquisa utilizados encontram-se nos apêndices de A a D deste trabalho.

Para o apêndice A, consta o questionário voltado à investigação quanto ao grau de adoção e de

aderência a elementos de TIC entre os colaboradores do HR. Sendo denominado “tabela

unificada”, foi aplicado a médicos e recepcionistas.

Para o apêndice B, consta o questionário que foi especificamente aplicado aos médicos

reguladores. Embora haja algumas questões em comum, o questionário possui algumas

especificidades que tentam fornecer informações quanto à rotina e às percepções dos médicos

em relação ao processo de regulação de leitos.

De maneira análoga ao apêndice B, os apêndices C e D apresentam os instrumentos de coleta de

dados voltados aos recepcionistas e à sua supervisão, ambos envolvidos com os processos de

regulação de leitos daquele HR.

Houve dificuldades com relação à disponibilidade dos médicos reguladores para realização das

entrevistas, quer seja pelas escalas de trabalho desenvolvidas por eles dentro do HR ou pelas

atividades externas à Entidade. Por parte dos recepcionistas/enfermeiros, as questões de escala

de trabalho também influenciaram no tempo gasto para concluir o processo de coleta de dados.

Além disso, a execução de um planejamento de férias daquele HR e algumas licenças médicas

desfalcaram o quadro de colaboradores, ampliando o prazo previsto para conclusão da referida

coleta.

3.2 Discussão

Como ponto de partida desta pesquisa, buscou-se obter informações quanto à percepção dos

colaboradores daquele HR em termos de habilidades com ferramentas de automação de

escritórios. Tal abordagem visa inferir o grau de proximidade dos profissionais com ferramentas de

TIC, sendo que a escolha da suíte de programas Microsoft Office teve por motivação o fato de ser

esta uma solução amplamente conhecida pelos iniciados em uso da informática básica e também

pelo fato de a mesma possuir um amplo parque instalado, inclusive dentro daquele HR. Entre os

recepcionistas, responderam a este quesito 5 (cinco) dos seis elementos entrevistados.

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Questão 1 – Recepcionistas (percentuais)

Ferramenta Nenhum Pouco Regular Básico Avançado

WORD - - - 100 -

EXCEL - 25 25 50 -

ACCESS - 50 50 -

POWER POINT - - 50 50 -

INTERNET - - - 75 25

Compact. Arquivos - - 50 50 -

WINDOWS - - - 75 25

TABELA 2 - Frequencia: primeira pergunta - Recepcionistas

O gráfico 1 apresenta os percentuais de auto-avaliação dos recepcionistas que responderam ao

questionário. Há uma forte indicação de que entre os colaboradores predominam conhecimentos

básicos em ferramentas de automação de escritórios, havendo uniformidade de nível de

conhecimento para o uso de editor de texto. Observa-se que 75% dos recepcionistas informaram

que possuem conhecimentos básicos no uso da internet.

Aqui cabe salientar que o conceito de “básico” adotado é o de habilidades fundamentais, que são

minimamente essenciais para a execução de uma tarefa que exija conhecimentos específicos.

GRÁFICO 1 - Habilidades em informática básica - Recepcionistas

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Para a mesma pergunta, dos três médicos reguladores consultados, apenas dois responderam a

todos os quesitos. A tabela 3 apresenta a freqüência das respostas obtidas.

Percentuais Questão 1 – Médicos Reguladores

Nenhum Pouco Regular Básico Avançado

WORD - 33,33 - 33,33 33,33

EXCEL - - 50 50 -

ACCESS - 50 50 - -

POWER POINT - - - 50 50

INTERNET - - - 66,67 33,33

Compact. Arquivos - 50 50 - -

WINDOWS - - - 66,67 33,33

TABELA 3 - Frequencia: primeira pergunta – Médicos

É possível visualizar que houve maior incidência de respostas em conhecimentos básicos para o

aspecto de uso do sistema operacional Windows e para a Internet.

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GRÁFICO 2 - Habilidades em informática básica – Médicos Reguladores

Considerando que houve frequencia similar entre médicos reguladores e recepcionistas para

habilidades com a Internet, na questão 7 lhes foi perguntado quanto à disponibilidade e grau de

satisfação com os serviços de Internet disponíveis para a execução de suas tarefas. Curiosamente

houve, por parte dos recepcionistas, 100% de freqüência na declaração de que não possuem

acesso à rede mundial de computadores naquele HR, embora um dos recepcionistas tenha

relatado que “há dois programas utilizados pelo Recepcionista: EZ HES e SAS (internet)”. Porém,

foi possível observar pelo gráfico 3 que todos os respondentes declararam possuir algum grau de

conhecimento no manuseio do Sistema de Centrais de Regulação (SISREG), que é um software

cuja interface é web (veiculadas via rede mundial de computadores).

Page 23: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

GRÁFICO 3 - Detalhes Sistemas SUS – Recepcionistas

Tal incongruência nas respostas pode ser derivada do fato de que, à época da pesquisa, o HR se

utilizava de uma infovia estadual denominada Navegapará, que em Marabá ofertava largura de

banda de 13,75 Gbps, mas que não possuía estabilidade adequada, ficando recorrentemente por

vários dias indisponível devido a falhas na infra-estrutura de comunicação de dados. Já entre os

médicos, houve a declaração de que 66,67% estão satisfeitos com os serviços de conexão web

disponibilizados no HR.

Page 24: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

GRÁFICO 4 - Serviços de Conexão Internet – Colaboradores do HR

Questionados quanto à frequencia com que visitam o sítio web do Departamento de Informática do

SUS (DATASUS), a totalidade dos recepcionistas informou que nunca acessaram o portal daquele

órgão, bem como 2/3 (dois terços) dos médicos informaram que raramente o visitam.

Questionados quanto à participação em algum fórum de discussão sobre os sistemas do Datasus,

todos os declarantes, médicos e recepcionistas, negaram freqüentar sítios dessa natureza.

GRÁFICO 5 - Conhecimentos em Sistemas SUS - Recepcionistas

Page 25: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

Quanto à frequência de visitação ao sítio web da Secretaria de Saúde do Estado do Pará, 2/3

(dois terços) dos recepcionistas declararam nunca ou raramente visitá-lo, contra a mesma

proporção de médicos que declararam visitar aquele sítio algumas vezes por mês.

As declarações acima induzem à noção de que não há uma política elaborada de sistemática

distribuição da informação via Tecnologias da Informação e Comunicação naquele HR, havendo

subutilização do potencial gerencial de coleta e distribuição de dados e informações que

permitiriam melhor alinhamento dos colaboradores com os objetivos organizacionais do SUS. Daí

podemos inferir o baixo grau de conhecimento quanto aos sistemas SUS disponíveis, mesmo se

considerarmos que as atividades desenvolvidas pelos colaboradores não tem obrigatoriamente

ligação com toda a gama de soluções Datasus disponíveis (gráficos 3, 6 e 7).

GRÁFICO 6 - Conhecimentos em Sistemas SUS – Médicos

Page 26: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

GRÁFICO 7 - Detalhes Sistemas SUS – Médicos

Com relação aos equipamentos computacionais disponíveis para execução de suas tarefas, 2/3

(dois terços) dos recepcionistas informaram que não há um aparelho de fax no HR, contra 1/3 dos

médicos que fizeram a mesma afirmação. Ainda há de se notar que 1/3 dos médicos informou

que não há computadores disponíveis para o desenvolvimento de suas atividades, embora o

restante deles informasse que havia a disponibilidade de equipamentos de média e alta

performance. Novamente incongruências são detectadas, passando a impressão de que parte dos

colaboradores, independente de categoria e classe funcional, desconhecem os recursos de TIC

empregados naquela instituição hospitalar, eventualmente impactando de modo negativo na

produtividade das equipes lá existentes.

3.3 Regulação de Leitos

Antes de analisarmos os resultados da pesquisa realizada, cabe aqui uma breve descrição da

forma de operação da alocação de leitos realizada no HR em tela. As informações aqui

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apresentadas foram fornecidas em entrevista pelo supervisor dos recepcionistas que realizam o

censo dos leitos, tendo sido corroboradas pelos médicos reguladores.

3.3.1 Procedimentos para Regulação dos Leitos

Em termos de controle dos leitos, o setor de Regulação recebe e atualiza a contagem de vacância

de todos os leitos através de documento impresso chamado “censo”, a partir do qual se baliza

para o atendimento às solicitações dos municípios. Este censo deve ser atualizado três vezes por

dia ou sempre que houver alta de paciente ou uma nova internação.

Um município, ao demandar por um leito, conta com a emissão de um laudo sobre o estado atual

do paciente que informa se haverá necessidade encaminhamento para leito comum ou

diretamente para leito de UTI. Este laudo é emitido por um médico ligado à prefeitura por concurso

ou por contrato de prestação de serviços. O Médico Regulador (MR), que pode ser tanto um

funcionário contratado quanto concursado pela SESPA, tem a responsabilidade de verificar se o

paciente possui ou não perfil para ser internado no HR. O MR utiliza o laudo médico emitido pelo

médico do município solicitante para então emitir um parecer informando se o paciente possui o

perfil de atendimento do HR. Como resultante desse procedimento uma das situações abaixo

pode ocorrer:

a) Caso o paciente se enquadre no perfil de atendimento do Hospital Regional o MR o encaminha

para o setor de Triagem/acolhimento. Neste novo setor o paciente será avaliado por um médico

contratado pela empresa Pró-Saúde, que é responsável por confrontar as informações contidas no

laudo médico municipal com sua situação física real.

b) Caso o paciente não apresente o perfil de atendimento do HR, este é contra-referenciado, ou

seja, o paciente é encaminhado para outros serviços que tenham condições de atendê-lo ou é

encaminhado de volta ao seu município de origem.

Em qualquer das situações descritas acima, o Médico Regulador deve ser consultado para que o

setor de Regulação autorize ou não a internação do paciente. Contudo, a passagem do paciente

pelo HR deve ser armazenada em armários de arquivos por um período de cinco anos. Para o

caso de situçãoes de obstetrícias, a permanência de armazenamento prolonga-se por até 21 anos.

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3.3.2 Controle Ambulatorial

Entendendo o ambulatório como um conjunto de clínicas especializadas, cujo número de médicos

varia conforme a demanda, verifica-se que o controle ambulatorial é feito pelos municípios, pois a

Central de Regulação (CR) disponibiliza quotas de atendimento de acordo com o numero da

população de cada município, sendo essas quotas mensalmente informadas via ofícios e são

geradas pela CR de acordo com a oferta de serviço versus população do município.

Quem informa a necessidade de um determinado paciente ser encaminhado para o HR é o

Serviço Municipal de Saúde do município demandante, porém a CR acompanha o paciente, desde

o município de origem até seu efetivo atendimento.

3.3.3 Controle de leitos

Especificamente sobre a regulação de leitos do HR estudado neste trabalho, os questionários

destinados aos profissionais de saúde buscaram fornecer uma visão, a mais abrangente possível,

que possibilitasse descrever os processos de controle de leitos atualmente empregados naquele

HR, bem como identificar os fatores informacionais que afetam tais processos.

A primeira questão destinada aos Médicos Reguladores (MR), solicitou que se informasse a

quantidade de leitos que estavam sendo administrados. Cada médico apresentou um número

distinto de leitos, variando nos números de 87, 97 e 105 cada.

Como resposta à pergunta sobre quantas vezes ao dia cada MR recebia atualização das

informações de situação dos leitos, novamente não houve consenso, sendo fornecidos os

números de 3 (três), 4 (quatro) e 6 (seis) vezes ao dia, sendo que todos os MR informaram que a

atualização das informações se dá em períodos superiores a 2 (duas) horas. A supervisão da

equipe de recepcionistas fixou que a atualização acontece 6 (seis) vezes ao dia consumindo de

30 (trinta) a 60 (sessenta) minutos para se completar cada levantamento. Para estes mesmos

quesitos, os recepcionistas variaram suas respostas entre três e sete levantamentos de situação

dos leitos ao dia, consumindo um tempo superior a uma hora e trinta minutos em 50% dos casos

(gráfico 8). Novamente há incongruências nos números apresentados, o que pode indicar

minimamente que há falhas de comunicação entre os colaboradores envolvidos nos processos de

regulação de leitos.

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GRÁFICO 8 - Consumo de tempo – realização do Censo de Leitos

Quanto ao modo como o processo do censo de leitos é realizado, 60% dos recepcionistas

afirmaram que uma atualização das informações censitárias dos leitos é solicitada por um servidor

efetivo diretamente responsável pela atividade (gráfico 9), casando com a resposta dada pela

supervisão da equipe. Porém, houve relatos de que servidores contratados (não efetivos) também

realizam tais solicitações.

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GRÁFICO 9 - Responsabilidade pela solicitação de Censo

Inquiridos sobre a forma como as informações do censo são registradas, 2/3 (dois terços) dos MR

informaram que o processo é semi-automatizado, havendo transcrição de dados registrados

manualmente para um sistema informatizado, resposta essa que coincidiu com o informado pela

supervisão da equipe de recepcionistas e pelos próprios recepcionistas em sua totalidade. Um dos

médicos informou que o processo é realizado manualmente, ocorrendo a transcrição de anotações

para formulário e posterior arquivamento em papel.

Quanto à consistência das informações obtidas no censo, 2/3 (dois terços) dos MR informaram

que ela é insatisfatória, sendo que um dos MR informou que “atualmente a central de regulação e

o médico regulador são os últimos a saberem de vacância de leito, principalmente por falta de um

sistema modulador de leitos”. Tal afirmação nos remete à eficiência do procedimento de

atualização do censo. Inquiridos sobre este aspecto, 40% dos recepcionistas e a supervisão da

equipe consideraram o procedimento como de eficiência moderada, 40% consideraram o

processo satisfatoriamente eficiente. Houve reporte, por parte da supervisão e de 1/3 (um terço)

dos recepcionistas, de que o procedimento já foi parcialmente modificado. Porém, outros 1/3 dos

recepcionistas não souberam informar quanto a alterações nos procedimentos e houve um relato

de que “Há cinco meses que atua nessa área e não houve modificações no procedimento”.

A eficiência do controle de leitos, na visão unanime dos MR, é moderada. Há relato de equivocos

relacionados à alocação/desalocação de leitos em 100% das respostas dos recepcionistas e no

depoimento da supervisão de equipe. Houve um relato por parte de um MR de que “1. Ocorre

Page 31: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

vezes que o paciente já foi internado no leito e ainda não aparece no censo; 2. A informação de

leitos livre é demorada; 3. Por vezes aparecimento de pacientes em leitos trocados", enquanto

outro relata que “Por vezes ele (censo) quando vem já vem desatualizado” e, por fim, outro relata

que “há necessidade de confirmação sobre a chegada e ocupação do leito”.

A supervisão da equipe de recepcionistas assinalou que a melhoria do procedimento de

verificação dos leitos poderia ocorrer “quando todos os envolvidos no processo tiverem

consciência da importância das informações relativas a: tempo de higienização; tempo de

manutenção; tempo de preparo do leito (enfermagem e lavanderia/hotelaria); movimentação de

pacientes pela enfermagem, etc”. Os recepcionistas assinalaram, para o mesmo quesito, que:

• poderia haver um sistema informatizado que fizesse realizasse o processo de liberação de

leitos automaticamente;

• “...com melhoras nos sistemas e programas que possam agilizar o cadastro de pacientes e

computadores que estejam a nível de ser utilizados para o trabalho no Hospital, devido

grande quantidades de dados a serem arquivados”;

• “Com um programa que CONTATE com uma tabela do POVO os usuários internando e na

frente de cada nome tivesse campos com alternativa/altas/revisão de alta com isso todos

que acessassem o sistema terão a informação no ato do acesso.”;

• “Alocar uma pessoa para que seja exclusiva do censo.”;

• “O sistema deve conferir a alta automaticamente ao paciente, pois pode acontecer de o

paciente sair sem aguardar a conclusão do procedimento de liberação (alta) ou demorar-se

para recebê-la ou ainda, o próprio enfermeiro (escriturário) autorize.”;

Por fim, inquiridos sobre a ocorrência de rejeição da internação de pacientes por falta de leitos,

foram obtidos os seguintes relatos por parte dos MR:

• “Sim várias vezes principalmente em leitos de UTI, onde a rotatividade é lenta a demanda e

grande e a disponibilidade quantitativa inferior à procura. Ocorre dias em que os 10 leitos

estão ocupados e temos mais de 20 cadastros na espera.”;

• “Sempre quando paciente chega já possui um leito, mesmo em procura direta é recebido e

fica aguardando no acolhimento.”;

• “Não”.

Page 32: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

As visões divergentes entre os diversos colaboradores sobre as questões que envolvem os

processos de regulação de leitos superam as convergências, podendo indicar dificuldades de

realização da gestão interna de recursos.

4 Conclusões

Embora se entenda que há escassez de recursos, quer sejam humanos ou materiais, e tanto mais

por este fato, sugere-se a ponderação quanto à racionalização e profissionalização dos processos

ligados à regulação dos leitos hospitalares do HR pesquisado. Isto pode ser obtido através de

avaliações sistemáticas, valorizando a atuação dos colaboradores através de esforços em

treinamento e investimento em melhoria da comunicação interna e externa, ampliação da

disponibilização de equipamentos computacionais e a ampliação da adesão Institucional e dos

colaboradores ao uso de Tecnologias da Informação e Comunicação para apoiar os processos de

registro de situações de leitos, contribuindo direta e indiretamente para a melhoria do atendimento

hospitalar. Assim, é possível superar os desencontros informacionais existentes entre os

colaboradores, bem como mitigar as situações onde há um baixo índice de adesão aos padrões

de procedimento firmados interna e externamente no trato da regulação.

Os colaboradores lotados no HR em tela apresentaram percepções moderadas quanto à eficiência

e à eficácia dos processos de regulação de leitos do atendimento secundário prestado. Dentre os

fatores que se pode verificar, destaca-se o grau de inconsistência das informações obtidas pelo

censo de leitos hospitalares realizado. Tal aspecto se evidencia quando médicos reguladores

relatam de maneira discrepante a quantidade de leitos disponíveis. Em um dos relatos, quando

perguntados se todos os leitos existentes são utilizados e disponíveis para internação, um médico

afirmou que sim, todos são utilizados, outro afirmou que há “Atualmente temos 12 leitos

bloqueados alem dos 97 em uso e onde 1 (hum) encontra-se na Clínica que nunca funciona na

UTI Neo”, superando em sua contagem o número de leitos existentes naquele HR e o último

médico informou que há 13 leitos indisponíveis por estarem em manutenção.

O grau de contribuição das TIC no processo de regulação de leitos possui duas vertentes: uma

interna e outra externa. No caso do HR estudado, a vertente interna é bastante incipiente, quer

seja pela falta de equipamentos, pela falta de sistemas melhor adaptados ou ainda pela baixa

adesão dos colaboradores ao uso de computadores devido à indisponibilidade dos mesmos ou

Page 33: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

ainda pela falta de treinamento adequado. A vertente externa também enfrenta dificuldades,

particularmente no tocante à robustez da infra-estrutura de comunicação de dados lá existente.

A mídia jornalística vem divulgando amplamente estatísticas, outros relatos e denúncias por todo o

território nacional no que se refere à escassez de leitos hospitalares e à dificuldade da população

na obtenção de atendimento secundário, notadamente na internação hospitalar. Mesmo

compreendendo que o universo de profissionais consultados foi pequeno e apenas uma instituição

foi estudada quanto aos processos de regulação de leitos, há de se imaginar que a situação

retratada pela pesquisa realizada neste trabalho possa ser refletida junto a outras equipes de

outras instituições hospitalares no território nacional.

Page 34: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2. Secretaria de Estado da Saúde – Governo do Estado do Paraná. Londrina, 2009.

Tomimatsu MFI. Instrumentos de Regulação: Projeto de Qualificação de Gestores 17ª RS.

Londrina:SESPR; 2009.

3. KUWABARA, CCT. Avaliação de sistemas de informações - Estudo de Caso em um

Hospital- Escola Público. Londrina. Dissertação [Mestrado em Administração]. Universidade

Estadual de Maringá; 2003.

4. MINAYO MC. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Rio de Janeiro:

Abrasco; 2007.

5. Castro ALB, Machado CV. A política de atenção primária à saúde no Brasil: notas sobre a

regulação e o financiamento federal. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(4):693-705,

abr, 2010.

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7. Ugá MAD, Vasconcellos MM, Lima SML, Portela MC, Gherschman S. Mecanismos de

microrregulação aplicados por operadoras de planos de saúde sobre hospitais privados.

Rev Saúde Pública 2009;43(5):832-8, abr,2009

8. Evangelista PA, Barreto SM, Guerra HL. Central de regulação de leitos do SUS em Belo

Horizonte, Minas Gerais, Brasil: avaliação de seu papel pelo estudo das internações por

doenças isquêmicas do coração. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(4):767-776, abr,

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Janeiro:IBGE; 2010.

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10. Silva JMB. A gestão do fluxo assistencial regulado no sistema único de saúde. Disponível

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http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=24560&janela

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11. Plano diretor de regionalização: PDR 2008 - Secretaria de Estado da Saúde. – Florianópolis:

IOESC, 2008. Disponível em

http://portalses.saude.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=

2524&Itemid=82. Acessado em 10 out 2010.

12. Secretaria da Saúde – Governo do Estado da Bahia. Salvador, SD. Regula Saúde:

Complexos Reguladores. [citado em: 12 nov 2010]. Disponível em:

http://www.saude.ba.gov.br/regulasaude/complexo_regulador.asp

13. Pará.Secretaria Estadual de Saúde do Pará. Resolução CIB/PA 053. Belém: SESPA; 2007.

14. Brasil. Ministério da Saúde.Portaria GM/MS 399. Consolidação do SUS e aprova as

Diretrizes Operacionais do referido Pacto. Brasília: MS; 2006.

15. Af Pará.Secretaria Estadual de Saúde do Pará. Resolução CIB/PA 053. Belém: SESPA;

2007.

16. Schout Denise, Novaes Hillegonda Maria Dutilh. Do registro ao indicador: gestão da

produção da informação assistencial nos hospitais. Ciênc. saúde coletiva [serial on the

Internet]. 2007 Aug [cited 2010 Nov 30] ; 12(4): 935-944. Available from:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

81232007000400015&lng=en. doi: 10.1590/S1413-81232007000400015

17. Secretaria da Saúde – Governo do Estado da Bahia. Salvador, SD. Regula Saúde:

Complexos Reguladores. [citado em: 12 nov 2010]. Disponível em:

http://www.saude.ba.gov.br/regulasaude/complexo_regulador.asp

18. MARTINEZ-ALMOYNA, M. & NITSCHKE, C.A.S. (Org.). Regulação médica dos serviços de

atendimentomédico de urgência. SAMU. Brasil. 1998.

Page 36: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

APÊNDICE A

Questionário Comum Aplicado a Médicos Reguladores e Recepcionistas

FICHA “PERFIL DO USUÁRIO” – TABELA UNIFICADA

MUNICIPIO: ___________________________________________ TELEFONE: ( ) _______________

NOME:________________________________________________ EMAIL:___________________________

CARGO: ______________________________________________ VÍNCULO (Efetivo ou Temporário):___

QUESTIONÁRIO

1. De acordo com a tabela abaixo indique o seu grau de conhecimento nos programas listados.

1. Nenhum 3. Pouco 5.Regular 7. Básico 10. Avançado

WORD EXCEL ACCESS

POWER POINT INTERNET Compactadores de arquivos (WINZIP e/ou WINRAR)

WINDOWS

2. Como você avalia seus conhecimentos em relação aos sistemas do SUS?

Nenhum Pouco Regular Básico Avançado

3. De acordo com a tabela abaixo indique o seu grau de conhecimento nos programas do SUS listados:

1. Nenhum 3. Pouco 5.Regular 7. Básico 10. Avançado

BPA APAC SISCOLO SISPRENATAL SIA FPO MAGNÉTICA

CNES SISAIH 01 CIH SIHD Tabela Unificada Módulo Autorizador de AIH

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TABSIA e/ou TABAIH SISREG

4. Com que frequência você acessa o site do DATASUS a procura de atualizações para os programas que utiliza?

Diariamente Semanalmente Mensalmente Raramente Nunca visitou

5. Participa de algum fórum de discusão sobre os sistemas DATASUS? Em caso afirmativo informe quais.

Sim _________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

Nâo 6. Costuma utilizar o site da Secretaria de Saúde do Estado do Pará?

Sim, diariamente Sim, algumas vezes por semana Sim, todas as semanas Sim, algumas vezes por mês Sim, raramente Não, nunca

7. Informe aqui a capacidade técnica dos seus equipamentos disponíveis para o exercício de suas atividades: Computador

0. Não Tem 1. Baixa Performance 5. Média Performance 10. Alta Performance

Impressora

0. Não Tem 3. Matricial 7. Jato De Tinta 10. Laser

Fax

0. Não Tem 10. Tem

Internet 0. Não Tem 5. Insatisfatória 10. Satisfatória

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APÊNDICE B

Questionário Específico Aplicado a Médicos Reguladores

(aplicado em conjunto com o questionário do apêndice A)

1. Quantos leitos existem sob sua administração? (indique no espaço reservado)

Leitos

2. Quantas vezes por dia você recebe a atualização do censo dos leitos? (indique no espaço reservado)

Vezes

3. Essa atualização acontece em períodos constantes do dia? (se sim, por favor, informar em

qual período acontece)

0. Ocorre a cada vacância de um leito (período aleatório) 1. Ocorre a intervalos entre 30 minutos a 1 hora 5. Ocorre a intervalos entre 1 hora e 2 horas 10. Ocorre a intervalos superiores a 2 duas horas

4. A verificação de vacância dos leitos é realizada:

10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de dados

5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado 1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel 0. Não há verificação de vacância.

5. A verificação de ocupação dos leitos é realizada:

10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de dados

5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado 1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel 0. Não há verificação de ocupação.

6. Quem realiza o censo dos leitos?

0. Não há responsável direto responsável pela atividade 1. Um servidor contratado (terceirizado) diretamente responsável pela atividade 5. Um servidor efetivo diretamente responsável pela atividade 10. Qualquer servidor contratado ou efetivo em cumprimento de jornada de trabalho e

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responsável pela atividade

7. Meu grau de interferência na decisão pela alocação de um leito é:

10. Interfiro em todos os casos de ocupação 5. Minha interferência ocorre eventualmente sob demanda 1. Não interfiro: a alocação é determinada pela sistemática de controle de leitos 0. outro. Especificar: _________________________________________________________________

8. As informações obtidas através do censo são sempre consistentes?

0. Não há consistência 5. Consistência Insatisfatória 10. Consistência Satisfatória

9. Existe algum sistema que o ofereça algum tipo de suporte tecnológico no momento de

avaliar a disponibilidade de leitos?

0. Não há 10. Há. Especifique: ____________________________________________

10. Você utilizaria um sistema que lhe permitisse visualizar em tempo real o status de

ocupação/desocupação do leito?

10. Não percebo valor num sistema desta natureza 5. Penso que seria de baixa utilidade 1. Penso que seria parcialmente util 0. Penso que seria de grande utilidade

Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.

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11. Já aconteceu de pacientes que apresentam o perfil de internação - de acordo com a política

do hospital - não serem internados por falta de leitos disponíveis? Em caso positivo,

comente o que a(s) razão(ões)?

12. O maior número de solicitações de leito ocorre:

0. Em finais de semana e feriados 1. Durante o turno da noite 5. Durante o turno da manhã 10. Durante o turno da tarde 15. Não há período determinado (imprevisibilidade)

13. Você considera eficaz o controle atualmente exercido sobre os leitos?

10. Sem opinião 5. Insatisfatoriamente eficaz 1. eficácia moderada 0. Satisfatoriamente eficaz

14. Você considera eficiente o controle realizado atualmente sobre os leitos?

10. Sem opinião 5. Insatisfatoriamente eficiente 1. eficiência moderada 0. Satisfatoriamente eficiente

15. Você sugere alguma melhoria para otimização do processo de controle dos leitos?

16. Que dificuldades você apontaria a respeito do censo – quanto ao recebimento e

consistência da informação nele contida?

17. Todos os leitos existentes são utilizados e disponíveis para internação?

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APÊNDICE C

Questionário Específico Aplicado aos Recepcionistas

(aplicado em conjunto com o questionário do apêndice A)

RESPONSÁVEL PELA REALIZAÇÃO DO CENSO:

1. Quanto tempo é consumido para realização completa do censo dos leitos?

0. Não é realizada a contagem completa do censo 1. Ocorre entre 30 minutos e 1 hora 5. Ocorre entre 1 hora e 1:30 min (uma hora e trinta minutos) 10. Demanda um tempo superior a 1:30 min (uma hora e trinta minutos)

2. Quem solicita a atualização desse censo?

0. Não há responsável direto pela atividade 1. Um servidor contratado (terceirizado) diretamente responsável pela atividade 5. Um servidor efetivo diretamente responsável pela atividade 10. Qualquer servidor contratado ou efetivo em cumprimento de jornada de trabalho e

responsável pela atividade

3. Quantas vezes por dia você atualiza o censo dos leitos? (indique no espaço reservado)

Vezes

4. Essa atualização acontece em períodos constantes do dia? (se sim, por favor, informar em qual período acontece)

0. Sempre que há vacância de um leito (período aleatório) 1. Em intervalos entre 30 minutos a 1 hora 5. Ocorre a intervalos entre 1 hora e 2 horas 10. Ocorre a intervalos superiores a 2 duas horas

5. Qual o procedimento de atualização do censo dos leitos?

10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de dados

5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado 1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel 0. Não há verificação de vacância.

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5.1 De que maneira essa atualização é realizada?

0. O status de vacância acontece via telefone, onde outro funcionário informa a situação do leito

1. Todos os leitos são percorridos individualmente e é verificado o status de cada leito

5. É realizada apenas a verificação dos leitos alocados para pacientes internados

10. Não há verificação de vacância.

6. Você considera eficiente o procedimento de atualização do censo?

0. Satisfatoriamente eficiente 1. Eficiência moderada 5. Insatisfatoriamente eficiente 10. Sem opinião

Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.

7. Você utilizaria um sistema que lhe permitisse realizar o censo em tempo real e disponibilizasse o status de ocupação/desocupação dos leitos?

10. Não percebo valor num sistema desta natureza 5. Penso que seria de baixa utilidade 1. Penso que seria parcialmente util 0. Penso que seria de grande utilidade

Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.

8. O procedimento de atualização do censo dos leitos sempre foi executado da mesma forma?

0. Sim, este procedimento sempre foi realizado da mesma forma 1. Não, foram efetuadas alterações parciais 5. Não, pois este procedimento nunca sofreu alterações 10. Não sei informar

Page 43: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

9. Você já presenciou algum equívoco relacionado à ocupação/desocupação de leitos, durante a realização do censo?

0. Não, nunca presenciei e nunca ouvi relatos a respeito 1. Não, nunca presenciei, mas já ouvi relatos a respeito 3. Sim, já presenciei 5. Sem opinião 10. Não, nunca presenciei

10. Caso você esteja terminando o censo dos leitos e aconteça uma nova internação, você é informado dessa nova internação?

0. Não sou informado 10. Sim, sou informado. Especifique de que forma você é informado:

__________________________________________

11. De que forma você acredita que este procedimento de verificação de disponibilidade do leito pode ser melhorado ou otimizado?

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APÊNDICE D

Questionário Específico Aplicado à Supervisão

RESPONSÁVEL PELA REALIZAÇÃO DO CENSO

1. Quanto tempo é consumido para realização completa do censo dos leitos?

0. Não é realizada a contagem completa do censo 1. Ocorre entre 30 minutos e 1 hora 5. Ocorre entre 1 hora e 1:30 min (uma hora e trinta minutos) 10. Demanda um tempo superior a 1:30 min (uma hora e trinta minutos)

2. Quem solicita a atualização desse censo?

0. Não há responsável direto pela atividade 1. Um servidor contratado (terceirizado) diretamente responsável pela atividade 5. Um servidor efetivo diretamente responsável pela atividade 10. Qualquer servidor contratado ou efetivo em cumprimento de jornada de trabalho e

responsável pela atividade

3. Quantas vezes por dia você atualiza o censo dos leitos? (indique no espaço reservado)

Vezes

4. Essa atualização acontece em períodos constantes do dia? (se sim, por favor, informar em qual período acontece)

0. Sempre que há vacância de um leito (período aleatório) 1. Em intervalos entre 30 minutos a 1 hora 5. Ocorre a intervalos entre 1 hora e 2 horas 10. Ocorre a intervalos superiores a 2 duas horas

5. Qual o procedimento de atualização do censo dos leitos?

10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de dados

5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado 1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel 0. Não há verificação de vacância.

Page 45: EraclitoArgolo TCC Unifesp 2010

5.1 De que maneira essa atualização é realizada?

0. O status de vacância acontece via telefone, onde outro funcionário informa a situação do leito

1. Todos os leitos são percorridos individualmente e é verificado o status de cada leito

5. É realizada apenas a verificação dos leitos alocados para pacientes internados

10. Não há verificação de vacância.

6. Você considera eficiente o procedimento de atualização do censo?

0. Satisfatoriamente eficiente 1. Eficiência moderada 5. Insatisfatoriamente eficiente 10. Sem opinião

Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.

7. Você utilizaria um sistema que lhe permitisse realizar o censo em tempo real e disponibilizasse o status de ocupação/desocupação dos leitos?

10. Não percebo valor num sistema desta natureza 5. Penso que seria de baixa utilidade 1. Penso que seria parcialmente util 0. Penso que seria de grande utilidade

Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.

8. O procedimento de atualização do censo dos leitos sempre foi executado da mesma forma?

0. Sim, este procedimento sempre foi realizado da mesma forma 1. Não, foram efetuadas alterações parciais 5. Não, pois este procedimento nunca sofreu alterações 10. Não sei informar

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9. Você já presenciou algum equívoco relacionado à ocupação/desocupação de leitos, durante a realização do censo?

0. Não, nunca presenciei e nunca ouvi relatos a respeito 1. Não, nunca presenciei, mas já ouvi relatos a respeito 3. Sim, já presenciei 5. Sem opinião 10. Não, nunca presenciei

10. Caso você esteja terminando o censo dos leitos e aconteça uma nova internação, você é informado dessa nova internação?

0. Não sou informado 10. Sim, sou informado. Especifique de que forma você é informado:

__________________________________________

11. De que forma você acredita que este procedimento de verificação de disponibilidade do leito pode ser melhorado ou otimizado?


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